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Página 8 Página 10 Página 11 Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVII • Nº 199 • Fevereiro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Cavaco ganha na Alemanha Consultório Social Alemanha: o que mudou (vai mudar) em 2011 Pág. 17 Associativismo Afinal quantas associações existem na Alemanha? Gestor da Fonseca GmbH: Queremos consolidar a nossa aposta na excelência ! Estado português atribui € 10.000 a associação em Allgäu Negócios RMF-Rodrigues GmbH na vanguarda de persianas telecomandadas e janelas PVC Alemanha precisa de jovens portugueses com formação média e superior Pág 12 Mais de 90% dos eleitores ficaram em casa

Portugal Post Fevreiro 2011

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVII • Nº 199 • Fevereiro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST

Cavaco ganha na Alemanha

Consultório Social

Alemanha: o que mudou (vai mudar) em 2011 Pág. 17

AssociativismoAfinal quantas associações existem na Alemanha?

Gestor da Fonseca GmbH:Queremos consolidar a nossaaposta na excelência !

Estado português atribui € 10.000 a associação em Allgäu

NegóciosRMF-Rodrigues GmbH na vanguarda de persianas telecomandadas e janelas PVC

Alemanha precisa de jovens portuguesescom formação média e superior Pág 12

Mais de 90% dos eleitores ficaram em casa

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 20112

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGOMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÓNIO JUSTO: KASSELCARLOS GONÇALVES: LISBOADORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOHELENA GOUVEIA: BONAJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICU-LAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

EditorialMário dos Santos

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á lá vai o tempo em que as comunida-des batalhavam pelo direito ao votoem eleições em Portugal. A última ba-talha ganha foi quando nos concede-rem o direito em participar naseleições presidenciais.

A primeira vez que votamos para as presiden-ciais foi em 2001. Desde aí para cá as comuni-dades participam em todas as eleições. Este direito foi conseguido com muita persis-tência - e luta também - das organizações dascomunidades. Durante todas as eleições (legislativas, presi-denciais, europeias e para o Conselho das Co-munidades Portuguesas) em que ascomunidades participaram com o seu voto, acontribuição dos emigrantes em todos os pro-cessos eleitorais foi paupérrima, isto é, com ní-veis de abstenção que envergonham ademocracia. Sempre que há eleições, e depois de contadosos votos, voltamos ao mesmo problema: a abs-tenção dos eleitores. Nestas últimas eleições,

por exemplo, a abstenção subiu para valoresacima dos 90%. Depois de tantos desaires, os legisladores têmque se debruçar sobre esta “calamidade” e en-contrar soluções não apenas para diminuir aabstenção como também para levar mais com-patriotas a recensearem-se. O argumento que pode explicar o desinteressedas comunidades pelos processos eleitorais teráorigens no alheamento das pessoas do processodemocrático devido à distância geográfica e, poroutro lado, a um sentimento de abandono pelaclasse politica que nos governa. Mas, quanto a nós, o que explica a abstençãotem a ver com a ausência de uma forma simplese eficaz que leve os cidadãos a participarem naseleições. Será falso afirmar que os portugueses estãoalheados da vida do país e desligados da suaterra . Desde há alguns anos para cá que a liga-ção sentimental dos portugueses de todas as ge-rações à sua pátria retrata-se em tão diversasmanifestações, como seja, por exemplo, a sua

fortíssima e apaixonada ligação à selecção na-cional de futebol. Daí se conclua que o “amor”a Portugal existe. Já se discutiu o bastante e já se diagnosticou osuficiente para perceber os elevados níveis deabstenção, bem como o falhanço total no recen-seamento dos cidadãos. Num mundo em que o avanço tecnológico ul-trapassou barreiras inimagináveis e com um Go-verno em Portugal que faz do avançotecnológico uma das suas principais priorida-des, criando modelos simplex para quase tudo,tornar o processo de recenseamento e os actoseleitorais muito mais fáceis, recorrendo, porexemplo, ao recenseamento e voto electrónico,com, aliás, já se faz em alguns países, dar-se-iaum enorme passo para a participação dos emi-grantes na vida democrática do país. Neste contexto, o PORTUGAL POST já convi-dou um jornal colega da França, o Luso Jornal,para, em conjunto, lançarmos, com outros OCSdas comunidades, um processo de petição afavor do voto electrónico.

JAs comunidades e as eleições

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 Destaque 3

25,62 50,72 388 votos 196 votos

0,524 votos

Cavaco Silva Manuel Alegre Francisco Lopes Fernando Nobre Defensor Moura JM Coelho Votos em branco: 0,78% 6 votosVotos nulos: 0,13% 1 voto

0,65 5votos

9,02 69 votos

13,46 103 votos

Resultados das eleições presidenciais na Alemanha

avaco Silva foi o can-didato presidencialmais votado peloseleitores portuguesesna Alemanha, com

388 votos (50,72 por cento) re-colhidos, depois de concluído oapuramento em cinco dos seusconsulados onde funcionaramassembleias de voto.

Em segundo lugar estavaManuel Alegre, com 196 votos(25,62 por cento), seguindo-sepor Francisco Lopes, com 103votos (13,46), FernandoNobre, com 69 votos (9,02),Defensor Moura, com cincovotos (0,65), e José ManuelCoelho, com quatro votos(0,52).

A contagem em Berlim,Dusseldorf, Estugarda, Ham-burgo e Osnabrueck já estavaencerrada, faltando ainda apu-rar resultados na assembleiade voto de Frankfurt, onde es-tavam inscritos 1.931 eleitores,num universo de 12.468 recen-

seados na Alemanha.O número total de votantes,

ainda sem Frankfurt, foi de772, e a abstenção atingia92,67 por cento, acima dos88,3 por cento registados naspresidenciais de 2006.

Registaram-se ainda seisvotos brancos e um voto nulo.

Em Berlim, votaram 60(abstenção: 63,41 por cento)dos 164 eleitores inscritos, 26dos quais em Manuel Alegre,13 em Fernando Nobre, 10 emcavaco Silva, sete em FranciscoLopes, um em Defensor Mourae um em José Manuel Coelho.

Entre os 3091 portuguesesrecenseados em Dusseldorf,houve 183 votantes (absten-ção: 94,08 por cento), 75 dosquais em Cavaco Silva, 55 emFrancisco Lopes, 30 em Ma-nuel Alegre, 18 em FernandoNobre, um em DefensorMoura e um em José ManuelCoelho.

Em Estugarda, dos 3196

inscritos votaram 228 (absten-ção: 92,87 por cento), 126 emCavaco Silva, 63 em ManuelAlegre, 19 em Fernando Nobre,16 em Francisco Lopes, doisem Defensor Moura e dois emJosé Manuel Coelho.

Em Hamburgo, entre 880recenseados votaram 119 elei-tores (abstenção: 86,48 porcento), 71 em Cavaco Silva, 27em Manuel Alegre, 14 emFrancisco Lopes, seis em Fer-nando Nobre, enquanto defen-sor Moura e José Manuel

Coelho ficavam em branco.Dos 3206 eleitores inscritos

em Osnabruck, votaram 182(abstenção: 94,32 por cento),dos quais 106 em Cavaco Silva,50 em Manuel Alegre, 13 emFernando Nobre, 11 em Fran-cisco Lopes e um em DefensorMoura, José Manuel Coelhonão recolheu qualquer voto.

Em Frankfurt é impossívelquantificar o número de votospara cada um dos candidatosdevido à recolha e mistura dosboletins provenientes das

mesas dos países do leste euro-peu com menos de 100 eleito-res inscritos como sejamBratislava (Eslováquia), Buca-reste (Roménia), Budapeste(Hungria) Liubliana (Eslové-nia), Praga (República Checa)Viena (Áustria). (Ver caixa aolado)

Em 2006, Cavaco Silva ob-teve 813 votos na Alemanha, àfrente de Manuel Alegre (218),Mário Soares (214), JerónimoSousa (113), Francisco Louça(51) e Garcia Pereira (três).

Estugarda Düsseldorf Frakfurt Osnabrück Hamburgo BerlimInscritos 3196 3091 1931 3026 880 164Votantes 228 183 147 182 119 60 919

Percentagem Nº Votos Percentagem Nº Votos Percentagem Nº Votos Percentagem Nº Votos Percentagem Nº Votos Percentagem Nº VotosCavaco Silva 55,26% 126 41,67% 75 58,24% 106 60,17% 71 17,24% 10Manuel Alegre 27,63% 63 16,67% 30 27,62% 50 22,88% 27 43,83% 26F. Lopes 7,02% 16 30,05% 55 6,08% 11 11,86% 14 12,07% 7F. Nobre 8,33% 19 10,00% 18 7,18% 13 5,08% 6 22,41% 13D. Moura 0,88% 2 0,56% 1 0,55% 1 0,00% 0 1,72% 1JM Coelho 0,88% 2 0,56% 1 0,00% 0 0,00% 0 1,72% 1Votos Nulos 0,00% 0 1,64% 3 0,55% 1 0,84% 1 3,33% 2

Aspecto da mesa de voto no consulado em Düsseldorf. Foto: António Horta/PP

Nº inscritos: 2085Nº de votantes: 222

Cavaco Silva 118Defensor Moura 1Francisco Lopes 7José Manuel Coelho 5Manuel Alegre 60Fernando Nobre 24Votos em branco: 6Votos nulos: 1

Frankfurt (Alemanha)Bratislava (Eslováquia)Bucareste (Roménia)Budapeste (Hungria)Liubliana (Eslovénia)Praga (República Checa)Viena (Áustria)

Assembleia de Voto de FrankfurtEngloba as Assembleias de Voto de

C

Ver tabela em baixo

Cavaco ganha na Alemanha Mais de 90% dos eleitores ficaram em casa

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Nacional & Comunidades4

O deputado do PS eleito pelas Co-munidades, Paulo Pisco, em de-clarações à Agência Lusa, acusoua RTP de olhar para os portugue-ses no estrangeiro com “displicên-cia” ao aceitar, sem questionar, ofim das emissões da RTP Interna-cional para a Europa através doCanalSat.?“A RTP, ao aceitar queisto tenha acontecido sem procu-rar minimizar os estragos, revelabem a atitude displicente com quea direcção de informação encaraas suas emissões na RTP Interna-cional”, afirmou o deputado. Emcausa está o facto de, em Julho, aplataforma francesa CANALSATter decidido retirar os canais inter-nacionais do satélite Astra, entreos quais a RTP-I.?Para PauloPisco, a RTP de! veria ter tentadominimizar os efeitos que essa de-cisão causou nos portugueses resi-dentes na Europa, nomeadamenteem Espanha. “A suspeita de quehaveria algum tipo de perturbaçãopara os espectadores habituais daRTP-I confirmou-se. Registaram-se pedidos de informação de umadezena de países, o que significa

que houve uma grande perturba-ção”, disse.?Paulo Pisco realçaainda que a RTP admitiu, na res-posta a um requerimento que fezsobre este assunto em Julho, umaperda das audiências na RTP-I. “Oque me insatisfaz é perceber, maisuma vez, que há uma degradaçãoda relação entre a RTP-I e as co-munidades portuguesas, levandoa que haja, nalguns casos, algumtipo de custos para os portuguesesque deixaram de aceder à RTP-I,sem que haja qualquer tipo decompensação”, disse.?“Isto vemdem! onstrar mais uma vez umacerta indiferença que a direc! ç ãode informação tem demonstradorelativamente às emissões daRTP-I e uma perda da quota demercado num domínio já muitocompetitivo”, acrescentou.? Nasua resposta ao requerimento,sobre a qual o deputado só teveconhecimento na semana passada,a RTP informa que se tratou deuma “reflexão entre a manutençãoda qualidade da recepção e umcusto avultado que decorria dapermanência no CanalSat”.

RTP displicente com a RTP - I

O bastonário da Ordem dos Advo-gados (OA), Marinho Pinto, disseque a Justiça portuguesa trata„mal“ os pobres e lembrou que„cadeias estão cheias de pobres“ e„não de ricos“, embora atualmenteos „crimes não escolham classe“.

António Marinho Pinto falavano final do I Encontro Nacional deOrganizações Não Governamen-tais de Direitos Humanos em Por-tugal, com o tema “A pobreza:violação dos Direitos Humanos”,realizado na OA e que teve a pre-sença do secretário de Estado daJustiça e da Modernização Judi-ciária, José Magalhães, e da presi-dente da Associação Pro Dignitate,Maria Barroso, entre outros.

Após denunciar que há anosque existe em Portugal uma Jus-tiça para ricos e outra para pobres,Marinho Pinto sublinhou queexiste uma „criminalidade muitonociva“, mas que „uma classe maiselevada não é punida com amesma severidade“ com que é a

pequena criminalidade.„Uma mulher que furtou um

pó de arroz num supermercadoesteve à beira de ser julgada, masalguns crimes económicos, burlase desaparecimento de milhões dosbancos demoram anos a averiguare vamos ver o que acontece“, disseo bastonário.

Em sua opinião, mais impor-tante do que encontrar „responsá-veis“ por esta situação, é „precisoencontrar soluções“ e criar „meca-nismos para que a Justiça sejauma Justiça de olhos vendados emrelação à condição social das pes-soas, quer das vítimas, quer dossuspeitos“.

Na sua intervenção oficial,Marinho Pinto considerou que aRepública é o regime que confereaos Direitos Humanos e à digni-dade da pessoa humana o desta-que que estes merecem. No campodo Direito salientou a importânciado sistema de apoio judiciário daOA às pessoas mais carenciadas.

Mariano Pinto:“As cadeias estão cheias de pobres”

O ministro da Presidência do Con-selho de Ministros, Pedro SilvaPereira, anunciou que desde que alei da nacionalidade entrou emvigor foi atribuída nacionalidade a31 mil crianças filhas de imigran-tes em situação legal.

“Desde que a lei da nacionali-dade entrou em vigor foi dada anacionalidade a 31 mil criançasnascidas em território português”,afirmou Pedro Silva Pereira, nacomissão parlamentar de Assun-tos Constitucionais.

Trata-se de filhos de imigran-tes “em situação legal em Portugal

há pelo menos cinco anos”, espe-cificou o ministro, sublinhandoque a nova lei da nacionalidade,em vigor há quatro anos, consti-tuiu uma “solução humanista e re-sponsável porque não constituinenhuma chamada à imigraçãoilegal”.

“Havia uma situação de exclu-são destas crianças”, frisou

As 31 mil crianças que recebe-ram nacionalidade portuguesa –7750 por ano – incluem tambémas crianças filhas de cidadãos na-turalizados, especificou PedroSilva Pereira.

Imigração: Nacionalidade portuguesa atribuída a 31 mil crianças

O Conselho das ComunidadesPortuguesas deve ter um orça-mento próprio e formas de finan-ciamento definidas claramentepara que possa delinear as suasactividades e servir os propósitospara que foi criado, defendeu opresidente do Conselho Perma-nente.

Em declarações à AgênciaLusa, Fernando Gomes explicouque o Conselho das Comunidades“não pode continuar a funcionarsem ter um orçamento próprio euma forma clara de financia-mento”.

“Não podemos manter a actuallei em que, em termos de orça-mento, estamos no mesmo saco deoutros organismos e instituições eque não nos permite perceber cla-ramente qual o dinheiro disponí-vel para actuar”, afirmouFernando Gomes.

Fernando Gomes defende adefinição de um “orçamento claro

e de formas de financiamento quesejam conhecidas de todos paraque em conjunto se possam defi-

nir as actividades do Conselho dasComunidades Portuguesas”.

“O Conselho funciona por di-reito próprio, estipulado por lei,com funções determinadas quedão responsabilidades às pessoase é preciso criar as melhores con-dições possíveis para que funcionebem”, afirmou.

Outro ponto crítico na opiniãode Fernando Gomes é a recusa doGoverno em incluir dois membrosdo Conselho das Comunidades noConselho Nacional de Educação,matéria que “deve ser discutidapor todos, mas que faria todo osentido dado que as políticas deeducação definidas em Lisboatambém influenciam as escolasnas comunidades do exterior”.

“Estão com problemas de or-çamento e com receio de terem depagar, porque se calhar a nossaopinião vale menos que a dos as-sessores políticos pagos a reciboverde”, ironizou.

Presidente do Conselho Permanente defende orçamentopróprio e fontes de financiamento claras para CCP

O deputado socialista PauloPisco, eleito pela Emigração pelocírculo da Europa, declarou , emLisboa, que há a necessidade deuma reflexão sobre o actual finan-ciamento do Conselho das Comu-nidade Portuguesas (CCP).

Paulo Pisco falava à AgênciaLusa no final de uma reunião dosdeputados da Emigração com osrepresentantes do Conselho Per-manente das Comunidades Portu-guesas (CPCP), que decorreu hojeno Parlamento.

“Há um aspecto relativo ao fi-nanciamento do CCP que eu achoque, provavelmente, mereceriaoutra atenção. Eu pessoalmenteacho que o CCP, a nível do tra-balho local, poderia ter outro tipode apoio e financiamento”, sublin-hou o deputado socialista.

Pisco referiu que a estrutura, ofuncionamento e o financiamentodo CCP foram temas da reunião.

O deputado disse ainda quemuitos conselheiros do CCPgastam dinheiro dos seus própriosbolsos para desenvolverem as acti-vidades do organismo, uma situa-ção que não considera correcta.

“Neste aspecto, provavel-mente, haveria lugar a uma refle-xão em ajustar os instrumentosfinanceiros, os meios financeiros,para um melhor desempenho daactividade do CCP”, referiu PauloPisco.

“Admito que sim, que há faltade verbas, considerando este mo-delo de funcionamento (do CCP),que nós votamos contra ele. É ummodelo de funcionamento caro,

porque privilegia o trabalho emcomissão, com muitas reuniõesem Portugal. Mas esta foi a opçãoque o Governo quis fazer”, referiuo deputado José Cesário (PSD),que participou também na reu-nião.

O presidente do Conselho Per-manente das Comunidades Portu-guesas (CPCP), Fernando Gomes,declarou que há falta de verbaspara o CCP (contando entre 120 a150 mil euros/ano), o que limita aactuação do organismo.

Fernando Gomes considerou areunião com os deputados “muitopositiva”, apontando ainda queuma das questões abordadas foicomo o CCP é pouco ouvido,pouco consultado pelas entidadesgovernamentais.

O deputado Paulo Pisco dis-cordou da afirmação, dizendo queo CCP é sempre ouvido “por diver-sos organismos, instituições e

também pelos deputados.”Os conselheiros do CCP la-

mentaram que o projecto de lei doPSD para a integração de dois re-presentantes do Conselho das Co-munidades Portuguesas noConselho Nacional de Educação(CNE) tenha sido chumbado naAssembleia da República, nasexta-feira, apelando para a alte-ração desta decisão.

“Faremos tudo neste sentido,estamos disponíveis para fazer umprojecto com outros partidos, quevisa o objecto daquele que apre-sentamos e foi reprovado”, disse odeputado José Cesário.

Outros temas foram tratadosna reunião, como o Netinvest(programa de foro económico lan-çado há dois anos e que ainda nãoarrancou), o ensino do portuguêsno estrangeiro, as deportações, aparticipação dos portugueses dadiáspora nas eleições.

Deputado do PS considera necessária uma reflexão sobre financiamento do Conselho das Comunidades

Page 5: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 Comunidade 5

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As remessas dos emigrantesaumentaram 0,6 por cento em ou-tubro para 180,08 milhões deeuros, face ao mês homólogo de2009, e 2,8 por cento face a se-tembro, divulgou hoje o Banco dePortugal.

De acordo com o Boletim Esta-tístico do Banco de Portugal, 62por cento do total das remessasdos emigrantes portugueses teveorigem em países da União Euro-peia (111,66 milhões de euros),com especial incidência paraFrança (70,459 milhões de euros),Alemanha (10,155 milhões deeuros) e Espanha (8,310 milhõesde euros).

Fora da UE, as remessas dosemigrantes tiveram sobretudo ori-gem na Suíça (40,173 milhões deeuros), EUA (8,757 milhões deeuros) e Canadá (2,614 milhões deeuros).

Banca: Remessas dos emi-grantes aumentam emoutubro para 180,08 ME

O deputado José Cesário (PSD),eleito pela Emigração pelo círculode fora da Europa, questionou oGoverno, através do envio de trêsperguntas, sobre a actualizaçãodos vencimentos de professores,funcionários diplomáticos e con-sulares.

“O que está em causa é o se-guinte, o Governo recentementedecidiu fazer uma actualização sa-larial de alguns funcionários con-sulares em postos colocados naembaixada e dois consulados emInglaterra”, disse o deputado.

Segundo Cesário, o Executivotomou a medida, que admite serjusta, “porque considerou que a si-tuação tinha-se degradado, umavez que para além das reduçõessalariais que estão a existir na ad-ministração pública portuguesa,houve uma assinalável desvalori-

zação do euro face à libra”.“Nós sabemos que há outras

situações concretas idênticas emvários países, na Suíça, nos Esta-dos Unidos, no Brasil, na África do

Sul, países fora da zona euro, emque vários funcionários são con-frontados, neste momento comperdas salariais que andam entreos 25 e 30 por cento”, referiuainda o deputado do PSD.

O parlamentar sublinhou que“existem neste momento situaçõesque tenderão a ser dramáticas nal-guns destes países, de que é exem-plo a Suíça, envolvendofuncionários diplomáticos, consu-lares e professores, alguns dosquais estarão mesmo a equacionara exoneração das funções queexercem”.

“O que nós queremos saber ése o Governo, no momento quetomou aquela decisão relativa-mente a Londres, avaliou estas ou-tras situações e o que pensa fazer,se pensa fazer alguma coisa paraas corrigir”, finalizou o deputado.

Consulados: Deputado questiona Governo sobre actualização dos vencimentos de professores e funcionários diplomáticos

Os deputados da Assembleia daRepública pela Emigração lamen-taram a fraca participação dosemigrantes nas eleições presiden-ciais e indicaram o Cartão do Ci-dadão e a falta de desdobramentodas mesas de voto como algumasdas causas.

Quando faltavam apurar 11dos 71 consulados portugueses, osnúmeros oficiais indicavam quevotaram 10.915 dos 206.795 elei-tores inscritos, o que representauma abstenção na ordem dos 95por cento.

Para o deputado do PSD porFora da Europa José Cesário, estessão “níveis de participação extre-mamente baixos e reveladores deum grande afastamento das co-munidades relativamente a Portu-gal”.

“Estamos fartos de dizer que épreciso fazer um esforço muitogrande de informação e de aproxi-mação a esta gente”, disse à agên-cia Lusa, acrescentando que “nãofoi feita nenhuma campanha espe-cífica de divulgação destas eleiçõesfora de Portugal”.

José Cesário alertou aindapara um problema criado com oCartão do Cidadão e que impossi-bilitou muitos portugueses noestrangeiro de votar.

“As pessoas vêm a Portugal,tiram os documentos de identifi-cação e, automaticamente, ficamrecenseados cá. Contribuem paraa abstenção aqui e, ainda porcima, são pessoas que eram ativaslá e desaparecem dos cadernos

eleitorais”, sublinhou.“Tenho nota de imensos casos

de pessoas que se dirigiram às as-sembleias de voto e não puderamvotar”, garantiu.

Segundo o deputado, as con-servatórias “não acolhem muitobem” quando é dada uma moradano estrangeiro, por isso, os emig-rantes optam por dar a moradaportuguesa sem “imaginarem asconsequências disso”.

Para o deputado do PSD pelaEuropa, Carlos Gonçalves, alémdo problema criado com o Cartãodo Cidadão, que considera “dra-mático”, há ainda que ter em conta

a falta de desdobramentos dasmesas.

“Foi prometido pelo PS quehaveria condições e que ninguémdeixaria de votar por falta demesas de voto. O consulado deParis, que é uma área com grandepopulação, normalmente tinhatrês assembleias de voto, passou ater apenas uma”, disse o depu-tado.

Segundo Carlos Gonçalves,“Versalhes teve apenas 86 votos epior do que isso foi Reims, quetem cerca de cinco mil eleitores,alguns a 400 quilómetros de Paris,onde estava a mesa de voto, e que

não teve um único voto”.“Ficou provado que não havia

vontade nenhuma de desdobra-mento das mesas de voto. Não hánenhuma vontade do actual Go-verno em alargar a participaçãodos portugueses no estrangeiro”,sublinhou.

O deputado defendeu que era“fundamental” optar-se por outrasformas de voto, como o voto elect-rónico ou por correspondência,em complemento com outro tipode votação, para alargar o númerode participantes.

Carlos Gonçalves lançou aindaum apelo: “Esqueçam os partidose pensem nas comunidades portu-guesas, que é para isso que se fazpolítica, para resolver os proble-mas das pessoas independente-mente da cor política”.

Para o deputado do PS pelaEmigração, Paulo Pisco, a fracaparticipação dos emigrantesdeixa-o “desapontado”.

“Falta as pessoas terem esseimpulso cívico que as leva a com-preender que o direito de voto étambém um dever.

E que é o símbolo mais forteda nossa democracia, da capaci-dade que portugueses têm de con-dicionar os destinos do seu país”,afirmou.

Paulo Pisco ressalvou aindaque os deputados, o Governo e osmovimentos das comunidadesestão “empenhados” em fomentaruma participação cada vez maior eem despertar nos portugueses noestrangeiro o “impulso cívico”.

Deputados pela Emigração lamentam baixa participação no estrangeiro

Presidenciais:

Page 6: Portugal Post Fevreiro 2011

6 PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011

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Sr. Director,Agora que as eleições já decorreram,e ninguém me pode acusar de apelarà abstenção, decidi-me a escrever estacarta. Há algo relacionado com essetema, eleições, e nomeadamente vo-tação presencial, que acho incorrecto.Não é necessário possuir dotes espe-ciais nenhuns para saber que uma dasnotícias do Vosso,“meu“ Jornal, será:Grande abstenção nas Eleições Presi-denciais, na Comunidade Portuguesa.Eu pergunto só, é se alguém se admiraque assim seja? Pergunto se alguémespera honestamente que as pessoasse desloquem, como no meu caso,cerca de 200 Km., para ir votar. Istoainda sem pôr em causa, a importân-cia destas eleições, a seriedade pes-soal de alguns dos candidatos ou oempenhamento político de algumasforças partidárias...Eu lembro-me ainda dos argumentosutilizados para tornar o voto presen-cial: Ninguém poderia garantir que osque preenchiam o boletim de voto se-riam os próprios eleitores... Ora, eupergunto, se sendo o voto por corres-pondência possível na Alemanha, al-guém já se tenha lembrado de pôr averdade democrática neste país emcausa? Eu acho também suspeito, cada vezque se subestima a inteligência dopovo para justificar certas medidas. Oresultado são normalmente atropelosà Democracia. É assim que eu o con-sidero, porque neste caso aqueles que

Fala o Leitor

uitos eleitoresque nos dias 22 e23 de Janeiro sedeslocaram aosconsulados paravotar foram im-

pedidos de cumprir o seu devercívico. A incapacidade do Governo dereagir em tempo útil às altera-ções introduzidas pela nova leieleitoral, a não previsão daconfusão que o chamado car-tão de cidadão iria criar emtodo o processo eleitoral, afalsa e incompleta informaçãodada aos eleitores no estran-geiro através da página da in-ternet do Ministério deAdministração Interna, o caose a desactualização dos cader-nos eleitorais onde ainda cons-tam os mortos e donde foramretirados muitos eleitores vivosteriam numa empresa minima-mente responsável conduzido

imediatamente ao despedi-mento de chefias e técnicos pormanifesta incompetência.

Mas no caso da Secretariade Estado das ComunidadesPortuguesas e do Ministério daAdministração Interna tanta ir-responsabilidade já se transfor-mou no pão nosso de cada diae não terá quaisquer conse-quências para os governantesque estão na origem deste e deoutros erros gravíssimos.

Será que, a exemplo dasmedidas que têm vindo a sertomadas com o objectivo deacabar com o ensino do portu-guês no estrangeiro, a redeconsular ou o CCP, também sepretende acabar com o direitode voto dos portugueses resi-dentes no estrangeiro?

É que não há desculpa pos-sível para tanto desprezo pelasComunidades numa questãotão importante como é o cum-

primento do dever cívico. O mais grave é que os man-

datários da candidatura deFrancisco Lopes alertarampara o caos que se estava agerar logo que tiveram acessoaos cadernos eleitorais e veri-ficaram a desordem que ali rei-nava. Alertada a ComissãoNacional de Eleições, CNE,esta transmitiu imediatamentetais preocupações à DirecçãoGeral da Administração In-terna. A qual em vez de tentarreparar o mais depressa possí-vel os erros cometidos se em-brulhou em desculpasrelacionadas com a retroactivi-dade das leis.

A verdade é que muitosportugueses residentes no es-trangeiro ao consultarem a pá-gina da internet do MAIencontraram lá a confirmaçãode que eram cidadãos eleitores,com o respectivo número e

consulado onde podiam exer-cer o seu direito de voto. Mas,para muitos, aquela informa-ção era falsa, uma vez que nãoconstavam dos cadernos eleito-rais para a presidência da repú-blica, apesar de já teremvotado em eleições anteriores.

É difícil encontrar palavraspara qualificar o descalabro e adesorganização que obrigoutantos compatriotas a percorrerpor vezes longas distânciasapenas para constatarem que oMAI dá informações erradas eincompletas.

Também para as Comuni-dades Portuguesas é cada vezmais necessária uma viragemna política nacional para quesejam levadas a sério e não uti-lizadas exclusivamente comouma fonte de remessas oupalco de exibição para gover-nantes e deputados incompe-tentes.

Impedidos de Votar

MMuitos eleitoresque nos dias 22 e23 de Janeiro sedeslocaram aosconsulados para

votar foram impedidos decumprir o seudever cívico.

habitam longe dos Consulados sãosimplesmente discriminados. Isto épara mim uma distorção da Democra-cia e de direitos de cidadãos portugue-ses. Para se ir votar num caso destes,é mesmo necessário uma dose enormede Idealismo, o que perante a classepolítica que temos, não será muitofácil de encontrar, sem querer ofenderninguém, em pessoas num perfeito es-tado de espírito. Pergunto também,onde estão as tais prometidas mesasde voto noutros locais? Promessaspara acalmar as pessoas? Ou será queno futuro, teremos para o efeito sub-sidios de deslocação, dos quais os se-nhores deputados vão prescindir?Ponho em causa ainda, se a informa-ção que os potenciais eleitores têmsobre a realização de eleições é sufi-ciente? Nem todos lêem o PortugalPost. Outras comunidades estrangei-ras, como a italiana, são nesse aspectomelhor informadas.Não adianta estar sempre com frases,em lindos discursos, como: Os emi-grantes são os melhores Embaixado-res de Portugal no mundo e depois, naprática, estar sempre a criar dificulda-des às pessoas. Poderia enumerar ou-tros casos, mas fico por aqui.Garanto que a minha crítica tem umaintenção construtiva e é completa-mente alheia a quaisquer interessespartidários.Muito obrigado pela atenção prestadae com os melhores cumprimentos!José Lopes

Denzlingen

Page 7: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 Comunidade 7Opinião

Carlos Gonçalves*

ensino da língua e dacultura portuguesa éhoje em dia uma dasvertentes mais impor-tantes que o Estado

português deve assumir em ter-mos externos de forma a potenciaro valor da nossa língua no Mundoe a consolidar as ligações entrePortugal e a sua Diáspora.

De facto, considero que a lín-gua portuguesa é hoje uma verda-deira mais valia que Portugal podee deve aproveitar para reforçar anossa posição no sistema interna-cional e nos diversos fóruns ondetemos assento de forma a fazervaler as nossas posições numespaço global cada vez mais com-petitivo.

Nesse sentido o PSD apresen-tou já, nesta legislatura, um Pro-jecto de Resolução expressando assuas ideias de fundo sobre estaárea, que traduzem uma visão defundo para toda a organização doensino do português no estran-geiro e que têm em vista moder-nizá-lo e torná-lo mais apelativopara as gerações mais jovens dosnossos compatriotas que vivemfora de Portugal.

O que se passa na Alemanha,com a abertura de concursos paraa contratação de docentes é pura esimplesmente inadmissível. Comoé possível que depois das aulasterem começado no Verão pas-

sado ainda se esteja nesta altura aabrir concursos privando, dessaforma, um elevado número de alu-nos de terem as aulas de portu-guês.

Tenho alertado repetidamentepara esta situação, quer através dePerguntas ao Governo, quer até naprópria Comissão de NegóciosEstrangeiros e Comunidades Por-tuguesas, aproveitando a presençado Ministro dos Negócios Estran-geiros, mas a verdade é que a si-tuação vai-se arrastando e nada éresolvido.

Ao mesmo tempo parece-meser igualmente estranho que di-versos responsáveis políticos daárea do Governo se tenham vindo

congratular publicamente com aabertura recente destes concursos,quando o ano lectivo na Alemanhase iniciou em Agosto ou Setembrodemonstrando um claro descon-hecimento da realidade das nossasComunidades e neste caso con-creto, da Comunidade portuguesaresidente na Alemanha.

Esta situação é uma claraafronta à dignidade das Comuni-dades Portuguesas. Como é possí-vel explicar aos pais dos alunos ouàs autoridades alemãs da área doensino que os cursos de portuguêsainda estejam por abrir quandopraticamente estamos a meio doano lectivo?

Esta situação pela sua gravi-

dade deve fazer, de uma vez portodas, reflectir aqueles que conti-nuam a não entender verdadeira-mente os problemas por quepassam os portugueses que resi-dem fora de Portugal, no sentidode se encontrarem as políticas quevão ao encontro das necessidadesda nossa Diáspora.

Finalmente termino deixandomais um exemplo da postura, queconsidero errada, em particular doPartido Socialista, nesta matériatão importante como o ensino dalíngua portuguesa, que ontem, naAssembleia da República, durantea discussão de um Projecto de Leido PSD para incluir dois elemen-tos do Conselho das ComunidadesPortuguesas no Conselho Nacio-nal de Educação, manifestou aclara intenção de não ir ao encon-tro da nossa pretensão e do desejoda maioria dos actores na área doensino da língua.

Com esta posição o partidoque apoia o actual Governo de-monstrou uma vez mais que, sem-pre que está em causa o aumentoda representatividade das Comu-nidades Portuguesas no nossopaís, tem sempre dúvidas, suscitadificuldades, encontra obstáculose nunca vai ao encontro dos inte-resses daqueles que só nos discur-sos de circunstância têm lugar. Épreciso mudar esta realidade…emuito rapidamente!

Ensino do português na Alemanha: uma afronta à Comunidade Portuguesa

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O caso das Permanências Consu-lares- bimensais- em Munique eSingen ganhou visibilidade no in-terior da Comunidade residentenaqueles pólos maiores da Ba-viera. O vazio criado pela exonera-ção do antigo Cônsul Honoráriode Portugal na capital bávara e acentralização em Lisboa da emis-são dos três documentos essen-ciais da vida „ oficiosa „ doEmigrante causaram perturbaçõesinerentes no processo de apoioconsular ambulatório, segundoapurou o nosso jornal junto de ele-mentos privilegiados da colónia deMunique .

Ouvimos também o dr. Ma-nuel Samuel, Cônsul-Geral em Es-tugarda, sobre tão momentosoproblema que desdramatizou a si-tuação: „Solicitámos ao MNE parao ano de 2011 a realização das Per-

manências Consulares, que com-preende a nossa expensa a deslo-cação de um funcionário e, no casode Munique, estamos a tentar queele possa atender a Comunidadena Câmara, em instalações poraluguer. Em Singen iremos man-ter o nosso serviço na autarquia.Em principio, estamos a contarque Lisboa autorize porque é a po-lítica do MNE manter as Perma-nências em funcionamento“.

„ Esta questão das Permanên-cias é importante porque se tratade um acompanhamento que temsido dado à Comunidade. Oacompanhamento é uma questãofundamental. Por causa das falsi-ficações „ científicas „ dos nossosdias, os serviços emissores oficiaisde documentos- Cartão do Cida-dão, B. Identidade e Passaporte-viram-se obrigados a uma concen-

tração logística preventiva, o quereduziu o impacto dos serviçosambulatórios do Consulado „,acrescentou.

„As Permanências fazemparte de um acompanhamentotécnico da Comunidade.:Estarpresente junto das pessoas paraprestar apoio Social que serve deInformação básica e evitar umadeslocação antecipada ao Consu-lado de Estugarda., que só se veri-fica para actos presenciaisindispensáveis. Para isso desloca-mos o Técnico Social a Munique ea Singen. Portanto, as Permanên-cias nunca foram interrompidas evão-se manter. Estamos à esperaque sejam programados os custose pensamos arrancar breve-mente“, disse-nos por fim.

Em Singen e Munique correuo rumor público do fim das Per-manências Consulares. O PPouviu diversos membros da Co-munidade que se mostraram in-conformados e incrédulos com tal

Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda ao PP

Permanências Consulares em Munique e Singem devem manter-se

hipótese. Há questões técnicas aresolver, sobretudo em Munique.Porque as instalações onde funcio-navam as Permanências- MissãoCatólica- não são as mais adequa-das, segundo uma fonte que recla-mou o anónimato. As instalaçõesem Singen- na sede da autarquiaalemã- também são apontadascomo não funcionais a cem porcento.

Todo o processo veio despole-tar a necessidade de ser nomeadoum novo Cônsul Honorário dePortugal em Munique, questãoque as autoridades de Lisboa naSecretaria de Estado das Comuni-dades evitam perspectivar e anali-sar.

Há ano e meio que Muniquenão tem Cônsul Honorário e a Co-munidade lusa local e regional nãopode ficar sujeita a fazer quatrocentenas de quilómetros (ida evolta) caso necessite de um docu-mento oficial urgente. F.A..R.

Em Singen e Munique correu o rumor público do fim das PermanênciasConsulares. O PP ouviu diversos membros da Comunidade que se mostra-ram inconformados e incrédulos com tal hipótese.

Num comunicado enviada àredacção do PP, o Organismode Direcção dos ComunistasPortugueses residentes naAlemanha (ODN) diz congra-tular-se pelo resultado alcan-çado por candidato FranciscoLopes no total das seis áreasconsulares da Alemanha. Segundo o PCP, o candidatocomunista duplica a percenta-gem de votos em relação àseleições presidenciais anterio-res, “passando de 7% (2006)para 13,5% (2011)”. Os comunistas portuguesesna Alemanha destacam aindaresultado alcançado na áreaconsular de Dusseldorf “ondea candidatura de FranciscoLopes obtém o dobro da vota-ção de 2006, sendo o segundocandidato mais votado e su-bindo de 9,41% para 30%,tendo provocado ali a perdada maioria absoluta de Ca-vaco Silva que baixou de 65%para 41%”O PCP chama ainda a atençãopara o facto de “numerososeleitores, que, depois deterem percorrido por vezesgrandes distâncias, foram im-pedidos de votar, apesar deconstarem como votantes naspáginas da internet do Minis-tério da Administração In-terna, são mais uma prova daincompetência, da irresponsa-bilidade e do desprezo do Go-verno pelas comunidades.”O comunicado realça os 90anos da sua fundação “com asua história gloriosa da resis-tência contra o fascismo, como seu contributo incomensu-rável na grande revolução li-bertadora do 25 de Abril eposteriormente na luta contraas políticas anti-sociais, anti-democráticas e antipatrióticasdos sucessivos governos - énecessário reforçar estegrande partido, não só vo-tando nele, mas também ade-rindo ao PCP para que a lutapor um Portugal mais justo,mais digno, mais livre e de-mocrático seja ainda maisforte e mais eficaz.”, conclui ocomunicado.

Comunistas na Alemanha contentescom os resultadoseleitorais

Page 8: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Comunidade8

Esta necessidade de apurar onúmero exacto de associaçõesdeveu-se ao facto de nos chegaramiúde informações sobre o en-cerramento de colectividade re-creativas, culturais e desportivasna Alemanha.

Sendo núcleos importantespara o convívio social dos seus as-sociados, o papel das associaçõesportuguesas (no estrangeiro) ul-trapassa, em muitos casos, a suaprópria vocação. Não poucas asvezes em que as associaçõesestando bem integradas social-mente nas localidades onde estão,elas funcionam como um impor-tante instrumento de promoção decultura e do modo de ser portu-guês, ajudando desta forma a queos cidadãos das localidades deacolhimento despertam para anossa cultura, língua e até para ointeresse turístico pelo nosso país.Pena é que esta função não seja re-conhecida por quem de direito.

Mas isso é outra história. Hoje, o número de associações

diminuiu consideravelmente. Nofinal dos anos 90 contava-se maisde 200 as associações em activi-dade. E se voltarmos mais atrás,aos anos 80, contavam-se quase300 as associações existentes

neste país. Mas o mundo, as pessoas e os

seus interesses muito mudaram equando chegamos ao ano de 2004o número de colectividades divul-gado após um recenseamento erade 175.

Em 2011, no princípio do ano,portanto, contavam-se, segundodados recolhidos em todos os con-sulados, exactamente 145, sendo atendência para diminuir. Aliás, dealguns consulados informaram-nos que este número pode até sermais baixo “porque todos os diasencerram associações”, disse-nosum fonte consular.

Assim, temos que na área dejurisdição da secção consular deBerlim (que abrange quase toda aex-RDA) o número de associaçõesé zero. Ao nos dar esta informa-ção, a responsável pela secçãoconsular, Lúcia Portugal Núncio,manifestou alguma admiração pornão existir qualquer actividade emBerlim, Leizig, Halle, Dresden,etc.

Já em Frankfurt, do consu-lado, informaram-nos a existênciade 30 associações, sendo que em2004 haviam cerca de 40.

Em Düsseldorf, a área consu-lar mais populosa da Alemanha,

disseram-nos que neste momentoexistem 48 colectividades, “inclu-sive ranchos folclóricos”. Sendoesta uma área com grande poten-cial em termos de iniciativas asso-ciativas, convém lembrar que asgrandes cidades desta área comoDortmund, Dusseldorf, Colóniaperderam ou não têm associações.Recorde-se que, segundo dadosdivulgados em 2004, esta área játeve muito mais do que cinquentaagremiações.

No que se refere a uma outraregião com muitos portugueses, aa área consular de Estugarda queabrange os Estados de Baden-Württemberg e Baviera, são trintae uma as associações registadas noconsulado. Em 2004, eram maisdez, isto é, quarenta e uma.

A seguir vem a área consularde Frankfut com trinta associa-ções, perdendo 9 de 2004 até aeste momento.

Em Hamburgo são, segundo oconsulado local, „sete associaçõesmais quatro clubes desportivos.Isto é, onze colectividades. Em2004 havia igual número de agre-miações naquela área.

Segue-se a área consular deOsnabrück com 25 associações,perdendo de 2004 até ao presentemomento sete agremiações.

Feitas as contas, a comunidadelusa neste país conta com cerca decento e quarente e cinco agremia-ções espalhadas pela Alemanha,menos trinta do que em 2004.

Afinal quantas associações existemna Alemanha?Com esta interrogação dirigimo-nos aos consula-dos para apurar o número de colectividades lusasneste pais.

A Embaixada de Portugal em Berlim informa que se en-contra aberto, até ao próximo dia 15 de Março, o prazode candidatura às Bolsas de Estudo para EstudantesUniversitários portugueses que completaram o EnsinoSecundário Liceal alemão em 2010 e ingressaram no En-sino Superior na Alemanha no ano lectivo 2010/11.

Esta iniciativa foi concebida como um incentivo aosjovens portugueses para a frequência do Ensino Superiorna Alemanha que tenham obtido as melhores notas nofinal do Ensino Secundário Liceal.

Os estudantes interessados deverão enviar uma cartade candidatura à Embaixada de Portugal em Berlimacompanhada dos documentos mencionados no Regu-lamento em anexo.

A presente iniciativa da Embaixada de Portugal emBerlim conta com o financiamento de cinco bolsas peloMinistério dos Negócios Estrangeiros (Direcção-Geraldos Assuntos Consulares e das Comunidades Portugue-sas), assim como com o patrocínio da Caixa Geral de De-pósitos, concedido através do seu Escritório deRepresentação na Alemanha, para o financiamento deuma das Bolsas.

As Bolsas de Estudo a atribuir, num máximo de 6(seis), são no montante de 2.000 (dois mil) Euros cadauma.

Bolsas de Estudo para Estudantes Universitários – Ano 2010/11

O pedido formulado pelo Cen-tro Cultural Português “Os Leõesde Wangen im Allgäu” foi apre-sentado ao Consulado-Geral esubmetido ao Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros.

Na senda de outros subsídiosfinanceiros recentemente atribuí-dos a várias instituições do movi-mento associativo nesta área dejurisdição consular, as autorida-des portuguesas decidiram recon-hecer e incentivar o esforçodaquele Centro Cultural, que apre-

sentou um projeto credível de in-vestimento, tendente a melhorar asua ação, nomeadamente social erecreativa, para usufruto dos por-tugueses residentes na região deWangen im Allgäu.

O Consulado-Geral de Portu-gal em Estugarda diz em comuni-cado que aproveita esta ocasiãopara reiterar o seu habitual apeloao movimento associativo portu-guês no Bade-Vurtemberga e naBaviera para que continue a de-senvolver o apoio social, recrea-tivo, cultural e desportivo à nossaComunidade, podendo semprecontar com a colaboração desteposto consular, em particular paraa instrução de pedidos de apoio fi-nanceiro, bem elaborados e justi-ficados, a dirigir às autoridadesportuguesas, com vista a alargar aintervenção do associativismojunto de todos os portugueses re-sidentes no sul da Alemanha.

Estado português atribui € 10.000 a associação em Allgäu

Segundo o nosso jornal con-segui apurar, O Consulado-Geral de Portugal emEstugarda vai apoiar “OsLeões de Wangen im All-gäu” com uma verba de10.000 €, afundo perdido,para as obras de remodela-ção das respetivas instalaçõe

No seguimento da notícia quepublicamos, na passada edição,que dava conta da „escassez depessoal“ no Consulado de Ham-burgo, o Portugal Post falou com oCônsul Geral de Portugal AntónioJosé Alves de Carvalho.

Reconhecendo que o Consu-lado trabalha actualmente emcondições difíceis, o cônsul-geralinformou-nos que tal acontece de-vido a razões de saúde e forçamaior que levaram o chanceler ovice-cônsul a ausentarem-se desdeJulho do ano passado.

Por outro lado, a ausência deuma outra funcionária por razõesde saúde do marido reflecte numaquebra de prestação de serviçosconsulares.

Assim, o posto viu-se privadode três elementos essenciais naárea da chancelaria, contabilidadee arquivo, passando a funcionar adois terços da sua plenitude, comapenas três elementos dos seis ini-ciais. Os utentes são sem dúvidaos mais prejudicados, que porvezes só dispõem de um ou doisfuncionários no atendimento decancelaria e traduções. O com-

passo de espera triplicou e, daí, oinevitável nervosismo de quemacorre ao consulado.

Interrogado sobre que medi-das urgentes a tomar para resolvera situação, António Carvalho, nãoapresentou soluções de curtoprazo que acalme as preocupaçõesdos utentes.

“Após o meu regresso, de fé-rias, em Agosto, alertei o Ministé-rio dos Negócios Estrangeirosonde encontrei sempre a disponi-bilidade e colaboração para a reso-lução deste problema. Também

Consulado Geral de Portugal em Hamburgo sem pessoalpara corresponder às necessidades

contamos com a estreita colabora-ção da Embaixada de Portugal emBerlim de onde se desloca periodi-camente um técnico de contabili-dade para manter em boa ordem ofuncionamento deste posto“,disse-nos o cônsul.

Recorde-se que este assunto jámereceu, na Assembleia da Repú-blica, uma pergunta ao Governopelo deputado da oposição CarlosGonçalves.

Maria dos Anjos SantosHamburgo

Maria dos Anjos entrevista o cônsul em Hamburgo

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Page 9: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 Comunidade 9

GENTE

Fala o Leitor

A POETISA MARIA DO ROSÁRIOnascida em Odemira residente em Nurem-berg desde 1987 anunciou o lançamentode mais um livro com o título “Um sumá-rio da minha vida no século passado" de-pois de ter publicado o título Atlantikblauund Olivengrün" . Os dois livros da autora têm encontradoêxito junto do público na Alemanha e emPortugal. Com uma poesia onde se acentua a suasensibilidade repartida pela terra ondenasceu e a terra que a acolheu, Maria doRosário Loures tem a vantagem de tradu-zir aquilo que escreve para alemão, encon-trando a medida certa das palavras paraexprimir o seu estado de alma na língua degoethe e de Camões. Não próxima edição se falará mais a fundoda poesia desta autora. Onde se pode adquirir os livros desta au-tora? Aqui www.ediumeditores.org

Foto: da autora

Uma das causas para a fraca par-ticipação dos portugueses em elei-ções tem a ver com o número deportugueses que estão recensea-dos para votar.

Sem medidas impostas pelosgovernos que façam com que maisse inscrevam nos cadernos eleito-rais, os portugueses alheiam-secada vez mais do processo demo-crático do país que são as eleições.

Para além da incapacidade dasentidades oficiais em trazer maisportugueses para os cadernos elei-torais, as razões para que os por-tugueses se sintam desmotivadose, sobretudo, alheados da vida po-lítica do seu país, tem a ver comoutras análises de cariz mais so-ciológico.

Mas isto não implica a conclu-são que se possa tirar que indicaque o alheamento dos portuguesesemigrantes tem a ver com o ostra-cismo a que é votado por todas asentidades politicas e ainda pelacomunicação social que não per-cebe nada da realidade das comu-nidades.

Para estas últimas eleições es-tavam inscritos na Alemanha12.468 eleitores. Fazendo umaronda pelas áreas consulares,constamos que cabe ao vice-con-sulado de Osnabrück o primeirolugar no pódio no que diz respeitoao número de inscritos nos cader-nos eleitorais com 3206 inscritosnum universo de cerca de 15.800portugueses registados naqueleposto, o que não deixa de merecerum sublinhado especial pelo factode esta área não ser que que mais

portugueses regista. Para que os inscritos nos ca-

dernos eleitorais tenha atingidoeste número, o vice-consuladotem a preocupação de chamar aatenção de cada utente para o re-censeamento eleitoral, sendo esteo segredo do êxito daquele posto.

No panorama do número deinscritos para votar, surge a áreaconsular de Estugarda com 3190recenseados no universo de 33.184 Nacionais divididos pelos Es-tado de Baden-Württemberg e Ba-viera.

Na posição a seguir com maiornúmero de recenseados surge aárea consular em Dusseldorf comcerca de 3091 recenseados nos ca-dernos eleitorais num universo de29.305 portugueses. Embora nãoabrangendo todo o Estado daNRW, a área de jurisdição do Con-sulado-geral em Dusseldorf é amais populosa em termos de resi-dentes nacionais.

Hamburgo, que tem, falsa-mente, a fama de ser a região commais número de portugueses, temapenas 880 portugueses inscritosnos cadernos eleitorais. A popula-ção portuguesa naquela área contacom cerca 10.152 portugueses di-vididos pelos Estados de Ham-burgo, Mecklemburgo-PomerâniaOcidental, Schleswig-Holstein eainda agumas regiões da Baixa Sa-xónia.

Em Frankfurt registam-se1931 eleitores espalhados pelosEstados de Hessen, Renânia doPlatinado e Sarre. Nestas regiões,segundo dados estão inscritos novice-consulado em Frankfurtcerca de 20.931 portugueses.

Por último, a área da secçãoconsular em Berlim regista 164 re-censeados num universo de 5.021portugueses inscritos do postoconsular. Recorde-se que a área deBerlim abrange quase toda a re-gião da ex-RDA.

Recenseamento eleitoral

Osnabrück sobe ao pódio

Simpósio Cultural sobre oArquitecto Manuel JoseHerigoyen que se realizouem Munique no passado

dia 29 de Outubro, foi uma ini-ciativa louvável, sobre a qualPortugal, bem como a Comuni-dade Portuguesa na Alemanha,devem estar gratos pela formacomo este contribuiu para pro-mover a imagem do nosso Paísfora de portas.

Este Simpósio pretendeu sertambém uma iniciativa de maioraproximação entre o EstadoPortuguês e o Estado da Ba-viera. As ligações entre estesdois estados são já bastante an-tigas e a vida e obra de Heri-goyen foram também umimportante contributo para for-tificar esses laços.

Manuel José de Herigoyennasceu em 1746, em Belas nosarredores da cidade de Lisboa eestudou no colégio das Necessi-dades. Em 1804 foi contratadopelo Príncipe de Ratisboana(Regensburg) como responsávelmáximo por todas as obras doprincipado. Em 1810, o Rei Ma-ximiliano José I nomeou M.J.Herigoyen como Alto-Comissá-rio das Obras Régias da Baviera.Faleceu em 1917, em Munique,tendo trabalhado até aos últi-mos dias da sua vida.

O Simpósio teve lugar numdos mais nobres locais de Muni-que, a Königssaal do PalácioMontgelas, actualmente inte-grado no prestigiado HotelBayerischer Hof, em Munique,também obra do próprio Heri-goyen, e contou com varias altaspersonalidades, quer da Ba-viera, quer de Portugal. Entreestas personalidades salientam-se as presenças do Secretário deEstado da Cultura de Portugal,Dr. Elísio Summavielle (em sub-stituição da Ministra da Cultura,impedida de se deslocar a Muni-que por motivos da aprovaçãodo Orçamento de Estado), doMinistro de Estado da Bavierapara a Ciência, Investigação eArte, Dr. Wolfgang Heubisch,do Embaixador de Portugal emBerlim, José Costa Pereira,entre outros.

De destacar também que das150 pessoas inicialmente previs-tas, compareceram a este eventomais de 200 pessoas.

A realização deste simpósiofoi da iniciativa do Círculo deAmigos de Herigoyen, lideradapor José Rodrigues dos Reis,contando também com o impor-tante apoio de Sissy Prinzessinzu Bentheim und Steinfurth e doDr. Hermann Reidel, ambostambém grandes amigos de Por-tugal, bem como com a colabo-ração da cantora Micaela diCatalano, do jovem arquitecto

Pedro Castro e do empresárioJosé Fonseca.

Embora este circulo de Ami-gos do Herigoyen não estejaainda efectivamente formali-zado, é de louvar a forma empen-hada e persistente, como estegrupo de pessoas conseguiu con-cretizar um evento com esta qua-lidade, apesar dos limitadosrecursos disponíveis.

A organização do evento con-tou também com um apoiomuito próximo do Consulado dePortugal em Estugarda, pela pes-soa do Cônsul Geral, Dr. GomesSamuel, e com um importantePatrocínio da Siemens, acomp-anhado de um grande empenhopessoal do próprio EngenheiroPires de Miranda, Administradorda Siemens AG, em Munique. Osimpósio teve ainda o patrocíniodo Restaurante Lisboa Bar, daSociedade Agrícola Herdade dosLagos e do Banco SantanderTotta.

Lamentável que em relação aeste evento tenham saído algu-mas notas menos rigorosas epouco favoráveis, em exemplo dealgum do mau jornalismo que sefaz em Portugal, no qual se pre-tende dar mais importância à no-ticia, e a aos interesses de quemestá por trás dela, do que aospróprios eventos. Também é delamentar a reduzida coberturaque o evento teve por parte dosmedia nacionais, os quais, na suageneralidade, têm favorecidomais a intriga e a cobertura decasos sensacionalistas, inund-ando o publico de noticias depouca qualidade, numa atitudeque pouco tem contribuído parao enriquecimento cultural doPaís e para o seu desenvolvi-mento.

Numa altura de crise, como aactual, é de absoluta importânciaa forma como a ComunidadePortuguesa deve estar unida emtorno do objectivo comum deprocurar melhorar a situação na-cional, devendo prestar a devidaatenção àquilo que nos pode va-lorizar.

Gostaria ainda de partilhar osentimento da generalidade da-queles que estiveram presentesno Simpósio e deixar o apelopara que futuras iniciativas comoesta sejam realizadas, continu-ando a contribuir desta forma,não só para uma maior aproxi-mação entre os estados da Ba-viera e de Portugal, comotambém para uma maior valori-zação da comunidade Portu-guesa na Baviera.

António Bento Professor da Universidade de Coim-bra Cientista convidado do Max-Planck-Institut fuer Physik, Muenchen

Simpósio Cultural sobre o Arquitecto Manuel Jose Herigoyen

Uma iniciativa que muito prestigiou a comunidade

O

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Negócios10

Fomos encontrar o gerenteno seu escritório do atelier in-dustrial que dirige. Fundou afirma há 21 anos depois de terestudado e de se ter capacitadocom vontade férrea de vencer.Aprendeu a acreditar e impor-se só pela qualidade. Operounesse sentido e soma sucessos.Tem já uma unidade industrialsemelhante nos arredores deAveiro. São duas décadas dedesafio e conquista palmo-a-palmo., com os pés muito bemassentes no chão. Grandeexemplo, sem dúvida nen-huma.

“Tirei a minha profissão(Ausbildung), depois realizeium estágio técnico com estu-dos paralelos de Economia.Com tudo isso, aos 28 anos,decidi e pensei - trabalhar para

os outros porquê !?!-e decidiabrir uma empresa. Comeceicom uma empresa pequenina.Foi crescendo e segue emfrente. Temos já uma filial emPortugal, na zona de Vagos,para a fabricação de janelasPVC, sobretudo. O produto étodo alemão: trabalhamoscom materiais de alta quali-dade. E cumprimos rigorosa-mente os prazos.“confirma-nos com orgulho edeterminação.

Serafim Rodrigues está in-tegradíssimo nas Federaçõesdo sector onde ganhou compe-titividade. Não pára de apren-der. Dialoga com s seusparceiros e participa em semi-nários e workshps de Informa-ção e Gestão. Vai tentar entrarno mercado angolano, em

breve. Com conta, peso e me-dida, que é a sua divisa exem-plar. Sabe muito bem o quequer e para onde quer ir. É umempresário modesto, sincero eimplacável na defesa e promo-ção da sua visão de rigor e ho-nestidade.

„Estamos associados emvárias entidades patronais etécnicas ligadas ao sector daSerralharia e Caixilharia, Tol-dos e Portas blindadas. Tantoaqui como em Portugal, ondeencontra parceiros e ideiaspara qualificar o produto.Temos Seminários, encontrostécnicos, convívios . Vamo-nosajudando uns aos outros. Onosso ramo é muito grande:estores, janelas, portas. Temosmuitos sectores que nos esfor-çamos por desenvolver. Temosclientes portugueses, ou queresidem no espaço europeu:Suiça, França, Bélgica, Ale-manha, Luxemburgo, princi-palmente „, apontou.

Chaves do seu sucesso: „Pontualidade e qualidade sãoas nossas regras de base incon-

tornáveis. Aquilo que promete-mos, cumprimos. Cumprimostanto com o material comocom o calendário das datas deexecução. Nunca pedimos din-heiros adiantados: isso, cre-mos, é fundamental. Porqueuma empresa que funcionanesses moldes técnico-finan-ceiros ganha quota no mercadoaltamente concorrencial. „, re-velou-nos com desassombro.

“Em Portugal, infeliz-mente, olha-se muito para oque está abaixo do risco. E nãoo que está acima do risco.Numa obra, lá, o que faz a pro-posta mais baixa é o queganha. Não se olha a material,não se olha a qualidade, não serespeitam prazos. E depoisexiste ainda uma feroz concor-rência e os materiais são muitodiferentes. Os nossos materiaissão todos de marca registadaalemã, e são materiais de altís-sima qualidade. E torna-se,portanto, muito dificil venderesses materiais“, sinteiza, porfim.F. Almeida Ribeiro

RMF-Rodrigues GmbH na vanguarda de persianas telecomandadas e janelas PVC

Emigrante criou de raiz o seu sucesso numa PME, si-tuada nos arredores de Estugarda. Caso singular degrande relevância e excepcional combatividade.Num sector de alta concorrência, Serafim Rodriguessoube apostar na qualidade, rigor e fiabilidade.

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 Negócios 11

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Pense nas coisas boas e doces da vida. Pense em nós!

Pedro Correia, gestor e lider daFonseca GmbH, empresa de pontado sector da Distribuição Alimen-tar lusa na Alemanha, arrisca-se aser um dos mais inovadores e ba-talhadores dos líderes empresa-riais de extracção portuguesa domomento. Credenciado, a títulouniversitário e experiência profis-sional, informado e com férreavontade de comando, afável e sin-cero, racionaliza o lançamento deuma cadeia de Supermercados eCafetarias com a chancela dafirma até 2015. Este ano esperaabrir mais um Super/cafetaria emKonstanz; e estuda as regiões deBerlim e de Zurique para investircom a marca-farol do grupo, cujafacturação deverá rondar os 10milhões de Euros. O negócio OnLine -com taxas surpreendentesde crescimento - e a entrada nofornecimento à Grande Distribui-ção alemã são outros vectores ca-pitais da sua gestão ousada,moderna e super-dinâmica.

Como o escreveu Jack Wels, ogestor dos gestores do séc.XX,, osmelhores gestores são os que se „preocupam apaixonadamentecom quem trabalham - com o seucrescimento e o seu sucesso. Elessão verdadeiros, francos e ínte-gros, optimistas e humanos „.Paraos funcionários e clientes, claroestá. Gerindo riqueza e criando si-nais de sucesso e prestígio. Nãoesquecendo ninguém. Pedro Cor-reia encaixa-se à maravilha neste

quadro de excelência, rigor e ino-vação. Há sete anos conscienciali-zou-se do incontornável desafioque a sua família lhe remeteu:continuar a gesta comercial lan-çada pelo sogro. Com o conselho ea prudência jurídica de suaesposa, tem somado sucessos econquistado quotas aliciantes demercado no país mais rico daEuropa.

“A empresa quase que tripli-cou o seu turn-over (resultadosglobais) desde 2003, que foiquando eu e a minha esposa assu-mimos plenos poderes. Num pa-norama de crise envolvendo osúltimos cinco anos - de que se falatanto - as coisas têm crescido bem,convenhamos. Em 2005, realizá-mos o primeiro Documento Estra-

tégico da Empresa, que definiu asáreas prioritárias de intervenção:criação de Lojas próprias ( re-talho), a entrada no Negócio OnLine e também a experiência denegociarmos como fornecedorespara a grande Distribuição Alemã. Criámos uma filosofia, um lay-out, para lançarmos os nossos su-permercados com cafetarias „,apontou.

O segredo do sucesso da Fon-seca GmbH é insofismável. Passapor uma Gestão de Objectivos rea-lista e sustentada. Sem crédito aonerar e incentivando uma criati-vidade impressionante na contra-tação e acompanhamento defuncionários de elevada compe-tência profissional, hoje a rondaras quatro dezenas de profissio-

nais. Os gigantes armazéns dasede de Singen permitem uma ca-pacidade logística na ordem dasdezenas de milhares de metros cú-bicos, com as condições térmicasde controlo científico certificadas.

„Fazemos um PlaneamentoEstratégico, a cinco anos. Realiza-mos revisões anuais. Estamosagora a trabalhar num novo PlanoEstratégico. Até agora cumprimosbasicamente os pontos mais im-portantes do primeiro. Tivemos acapacidade de criar um lay-out,um logo e uma filosofia para asnossas Lojas. Tivemos a capaci-dade através da Net de criar a Fei-nesverpackt. Temos 3000 clientesregistados com uma quantidadede páginas vistas invulgar. Trabal-hamos no envio mais de 500gran-des produtos dos 4 mil quecomercializamos na empresa. „,afirma, sem margem para contes-tação.

A lógica da Excelência que en-volve a Estratégia de Gestão eMarketing da Fonseca Gmbh temsólidas referências , implementarigor técnico-financeiro e um pro-tocolo ético muito forte. No nossoentender, isso explica o sucessoimparável da firma. Assim, sublin-hámos ao nosso interlocutor astraves - mestras de uma estratégiavencedora: Ganha sempre o maissério, o que mais empenhado estáem vencer, o que tem mais valo-res, o que tem mais Qualidade nagestão e serviços. O que defendeos preços justos e quitáveis. Os

bons resultados nascem da conju-gação dessas referências nuclearese incontornáveis. Ele concordou esublinhou ainda: „ A certo mo-mento as empresas ganham vidaprópria, não é? Deixam de ser uni-camente as pessoas que lá estãomais as suas circunstâncias, assuas relações „.

„A verdade é que três das prin-cipais rupturas que criámos aquidentro foram: Em 1° lugar, as pes-soas não são insubstituíveis; em2°, a antiguidade não é um posto;em 3° lugar, havia um poucoaquela noção de que esta empresaFonseca em Singen iria ter sempredificuldades em recrutar mão-de-obra com qualidade. Conseguimosfixar bons Recursos Humanos. AFonseca GmbH é uma empresaalemã e lida de igual para igual nacontratação de funcionários deelevado potencial. E a verdade éque, hoje em dia, temos plena ca-pacidade em fixar bons RecursosHumanos. E isso, para nós, era oproblema fundamental „,vincou.

Por fim, Pedro Correia acres-centou ainda um tese na sua estra-tégia de sucesso.“ A nossa apostaé uma aposta na Especialidade.Identificamo-nos como especialis-tas em produtos alimentares e be-bidas do Sul da Europa. E é porisso que ultrapassámos o conceitode „ Comércio Étnico „, de inter-venção nacionalista restrita e fe-chada. Tentámos conceber umaLoja que pode ser maximizadacom a presença de clientes portu-gueses, mas não tem necessaria-mente que viver dependente.Tivemos muito cuidado no desen-volvimento deste conceito. E en-tendemos que, em termos depúblico, podemos contactar e con-correr no mercado aberto alemão„, concluiu.F.Almeida Ribeiro

Pedro Correia, líder-gestor da Fonseca GmbH

Queremos consolidar a nossa aposta na excelência !

Jovem gestor temperado pelaprática da negociação, defendeo valor das ideias e da éticacomo suplementos activos e in-substituíveis do progresso eco-nómico e humano.

Pedro Correia, gestor da Fonseca GmbH

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Alemanha12

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Os democratas-cristãos alemães(CDU/CSU) estão a debater for-mas de angariar jovens portugue-ses com formação média esuperior para o seu mercado detrabalho, para suprir a falta dequadros na Alemanha e ajudarPortugal a reduzir o desemprego.

“Acho que seria benéfico paraambos os países, porque Portugaltem um desemprego elevado entreos jovens, e na Alemanha a falta deforça de trabalho qualificada écada vez mais premente”, disse àLusa o vice-presidente do grupoparlamentar da CDU, MichaelFuchs.

O político conservador, escla-receu, no entanto, que “se trata deuma ideia que está a ser debatidaa nível da CDU”, e também dooutro partido do governo os Libe-rais, “mas não há ainda planosconcretos sobre formas dee anga-riação” por exemplo.

Quanto às áreas de recruta-mento, “as novas tecnologias sãoum dos domínios com mais faltade especialistas, mas há muitosoutros setores para os quais sepodem angariar jovens trabalha-dores estrangeiros, já com cursossuperiores ou com o ensino médioconcluído, para fazerem a forma-ção profissional aqui”, sublinhouFuchs.

“Sublinho, no entanto, queainda não falámos de medidaspráticas”, acrescentou o deputadodemocrata-cristão.

Em declarações à Lusa, o pre-sidente da Câmara Alemã da In-dústria e o do Comércio (DIHK),Heinrich Driftmann, afirmou quemais trabalhadores portugueses,sobretudo com elevadas qualifica-ções, “naturalmente que serãobem-vindos”.

O empresário sublinhou que a

Alemanha “precisa de bons cére-bros, tanto nacionais, comoestrangeiros”, acrescentando que,para suprir “pelo menos parcial-mente, as necessidades de força detrabalho qualificada da maior eco-nomia europeia, não basta refor-çar as contratações na UniãoEuropeia, é preciso contratartécnicos em todo o mundo.

Por seu turno, um porta-vozda Confederação Alemã dos Emp-regadores (BDA) considerou “pre-maturo” comentar planos a nívelpartidário ou parlamentar paraangariar jovens trabalhadores emPortugal e Espanha, por exemplo.

O mesmo responsável lem-brou, no entanto, que, até 2030,faltarão no mercado alemão 5,2milhões de trabalhadores, dosquais 2,4 milhões com cursos su-periores.

Só no domínio das matemáti-cas e da engenharia, no ano decrise de 2009 faltavam 63 milespecialistas e, se não forem toma-das medidas, até 2020 faltarão230 mil.

A evolução demográfica, ca-racterizada por uma baixa taxa denatalidade nos últimos anos, agra-vará a situação, e em 2030 deveráhaver apenas 42 milhões de pes-soas na idade ativa, entre os 20 eos 65 anos, menos um quinto doque atualmente, segundo o Insti-tuto Federal de Estatística (Desta-tis).

Na Alemanha existem quasesete milhões de imigrantes, umterço dos quais oriundos da Tur-quia, de longe o país com a maiorcomunidade estrangeira, e pertode 116 mil portugueses, a maioriados quais da primeira geração,que começou a chegar em meadosdos anos sessenta. FA

Alemanha precisa de jovensportugueses comformação média esuperior

A Alemanha enviou nos últimosanos crianças e jovens problemá-ticos para serem reeducados emPortugal por associações privadas,mas entre eles têm surgido casosde criminalidade e até de suicídio,revelou a televisão pública ZDF.

Na reportagem surge umaalemã que trabalhou durante oitoanos para uma das associações di-zendo que os relatórios que faziasobre a evolução do comporta-mento dos jovens “eram censura-dos” para que eles não fossemreenviados para a Alemanha e aassociação não perdesse o subsí-dio do Estado.

A ex-educadora, que não éidentificada na reportagem, acusaas associações de serem “uma ver-dadeira máfia social”, que só têminteresse em manter os jovens emPortugal o máximo de tempo pos-sível, para receberem dinheiro daassistência social alemã.

A jornalista da ZDF entrevis-tou também portugueses perto deLagos e em Aljezur que lhe relata-ram vários delitos cometidos por

jovens alemães – que em Aljezurterão mesmo incendiado um clubede motards - a cargo de educado-res das mesmas associações.

Um jovem alemão toxicode-pendente, Gordon, de 22 anos,confessa também à ZDF que teve17 tutores desde que chegou a Por-tugal, há cinco anos, e que algunsdeles também eram consumidoresdrogas.

As ajudas do Estado alemãopara a reeducação de Gordon,pagas a uma associação privadaem Portugal, atingiam 3.800euros por mês e cessaram quandoele completou 18 anos, diz-se nareportagem.

Gordon decidiu, mesmoassim, ficar em Portugal, por jánão ter família na sua pátria e porter alguém que o ajuda financeira-mente no país de acolhimento.

A ZDF entrevistou tambémdois pedagogos que cuidaram dejovens alemães em Portugal, en-tretanto regressados à Alemanha,que contam que o caso mais pro-blemático foi o de um jovem que

já tinha tentado suicidar-se naAlemanha e que depois tambémtentou matar-se em Portugal, en-golindo lâminas.

Além disso, o canal públicoalemão falou com o presidente doInstituto de Segurança Social(ISS), Edmundo Martinho, queconfirmou que já houve dois casosde suicídio entre jovens alemãesproblemáticos, além de vários de-litos cometidos por estes.

O mesmo responsável reveloutambém que várias associaçõesalemãs que fazem este trabalho jáestão na mira do Ministério Pú-blico português.

“Há vários casos de jovens emestado crítico, entregues à suasorte, e casos de criminalidade”,afirmou o presidente do ISS.

“Esta situação só é boa para asautoridades alemãs, que se livramdos jovens problemáticos, e paraas associações que tomam contadeles, que ganham bom dinheiro,mas é má para os jovens”, disseainda Edmundo Martinho.FA.

Suicídios e criminalidade entrejovens problemáticos enviadospara Portugal

Segundo reportagem do canal ZDF

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Page 13: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 Comunidades 13

A ideia é desafiar os portu-gueses espalhados pelomundo, estimados em cincomilhões pelas estatísticas ofi-ciais, a conceberem „umprojecto na área do empreen-dedorismo e da inovação so-cial, a concretizar em territórioportuguês“, refere o texto daapresentação do concurso.

O projecto a implementardeverá necessariamente serapresentado por emigrantesportugueses ou luso-descen-dentes que deverão constituiruma equipa em que pelomenos um elemento deverá serum cidadão português a residirem Portugal.

Luísa Vale, directora doprograma de DesenvolvimentoHumano da Fundação Gulben-

kian, disse à que a iniciativa re-presenta „um passo no sentidode aproximar a diáspora da-quilo que são as preocupaçõeshoje em dia em Portugal“.

„Temos problemas para re-solver e provavelmente aquelesque deixaram cá o coração eque têm uma ligação aindaafectiva com este território têmuma vantagem sobre nós que éolharem para isto a partir defora. Ou seja, com algum dis-tanciamento e portanto tam-bém com alguma capacidadede descobrir soluções onde pa-rece não haver nenhum ca-minho“, disse Luísa Vale.

As candidaturas para a pri-meira fase do concurso decor-rerão entre 04 de janeiro e 31de Março de 2011, sendo as

ideias pré-seleccionadas anun-ciadas até ao 15 de Abril de2011. O projecto vencedor seráanunciado a 30 de Junho de2011.

As candidaturas deverãoabranger áreas como ambientee sustentabilidade, inclusãosocial, diálogo intercultural eenvelhecimento, áreas queLuísa Vale considera „marcan-tes“ no século XXI.

São áreas „que vão condi-cionar tudo quanto são políti-cas públicas porque sãomarcantes deste século. Estaprimeira década mostrou que épor aqui que vai haver as rup-turas é por aqui que poderáhaver também as grandes res-postas“, disse.

No final, o projecto selec-

cionado será apoiado pelaFundação Calouste Gulben-kian com um montante má-ximo de 50 mil euros.

Luísa Vale adiantou que adivulgação do concurso seráfeita principalmente atravésdas redes sociais, o que, acre-dita, permitirá chegar a um pú-blico mais jovem e aberto arelações à distância e cria„enorme“ expectativa relativa-mente à participação.

„Tenho a expectativa quevamos receber muitas e boasideias, muitos e bons projectose que vai ser muito entusias-mante“, disse, acrescentandoque se houver mais do que umbom projecto será necessárioencontrar financiadores parafazer avançar os restantes.

Concurso quer mobilizar portugueses no estrangeiropara intervenção social em PortugalSob o lema „Lá se pensam, cá se fazem“, asfundações Gulbenkian eTalento lançam o concurso „Faz-Ideias deOrigem Portuguesa“, umainiciativa que pretendemobilizar os portuguesesno estrangeiro para a intervenção social emPortugal.

Actualmente existem 2,3 milhões de portugueses a viver no estrangeiroNo final do século XIX, o Brasilera o principal destino (entre1886 e 1950, 1.246.000 portu-gueses chegaram ao Brasil).Hoje, são os brasileiros a maiorcomunidade imigrante em Portu-gal (107.253 em 2008), revela oAtlas das Migrações, coordenadopelo sociólogo Rui Pena Pires,uma encomenda da Gulbenkian eda Comissão Nacional para asComemorações do Centenário daRepública.

O documento faz uma retro-spectiva com informação crono-lógica, geográfica e sociológica.“Os portugueses não saíram porvocação mas por acidentes dahistória. A História explicamuito”, diz Pena Pires, confes-sando-se “céptico [em relação] àsexplicações culturalistas” sobre aemigração, seja a portuguesa ououtra.

A saída não se deve a “umacaracterística geral comum atodos os portugueses”, mas aquestões económicas e ao pas-sado colonial, explica.Desde 1900 que um terço docrescimento demográfico portu-guês foi absorvido pela emigra-ção, revela o Atlas.

A consequência directa foi umdecréscimo acentuado do cresci-mento demográfico potencial. Opaís conseguiu atrasar essa que-bra com a chegada de África dosportugueses residentes nas ex-co-lónias, a partir de 1975, recordaPena Pires. Mas não só, houveuma “imigração africana lusó-fona”, entre 1980 e 1990, essa in-

tensificou-se com o aumento dasobras públicas e construção civil.O investigador aponta que setrata de uma imigração poucoqualificada.

Contudo, “Portugal não pode-ria hoje viver sem o contributo daimigração”, diz o Atlas.

Vários sectores de actividade po-deriam ficar “semi-paralisados”,como a construção civil, os servi-ços pessoais e doméstidos, a res-tauração, hotelaria e comércio.Mas também o emprego alta-mente qualificado como os qua-dros estrangeiros de empresas

multinacionais.Se desde o final do século XIX, osportugueses procuravam os paí-ses do outro lado do Atlântico,com o Brasil à cabeça, e com umaemigração pouco qualificada.

Actualmente há uma novaemigração mais virada para o

espaço europeu, resultado damaior circulação promovida pelaentrada na União Europeia emais qualificada. Além dos paíseseuropeus, Angola foi o destinoescolhido por mais de 74 mil por-tugueses, no início do séculoXXI.

Page 14: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Geschichten aus der Geschichte14

Man weiß fast nichts genauüber das wahre Leben von Luís deCamões, diesem Reisenden, Ge-lehrten, Humanisten, Troubadournach traditioneller Art, ausgehun-gerten Edelmann, „in einer Handdie Feder und in der anderen dasSchwert“, der während einesSchiffbruchs schwimmend einManuskript rettete, das großeWerk seines Lebens. Aber eineSache ist sicher: Inmitten allem,was man bis heute über die Ange-legenheit gesagt und geschriebenhat, überwiegt die Größe seinerPoesie immer als sein größtes Ver-mächtnis an künftige Generatio-nen und an die portugiesischeSprache! Er grübelte über undübernahm die Erfahrung einer ge-samten Zivilisation, deren Wider-sprüche er am eigenen Leib erfuhrund versuchte, durch das künstle-rische Schaffen zu überwinden.Und es gibt noch eine andereSache, die sicher ist: Sein Lebenwar derart voll von überraschen-den Wendepunkten und Abenteu-ern, dass Camões nach denMaßstäben seiner Zeit gut ein Su-perheld hätte sein können, so wiejene, die heute den Alltag unsererKinder bevölkern.

Das Gesicht des PrinzenLuís de Camões, Nationalheld

sowie größter und meistbewun-derter portugiesischer Dichter,war dennoch unbekannt und un-verstanden von seinen Zeitgenos-sen. Er musste im Elend sterben,bevor man ihm die gerechte undverdiente Wertschätzung als „DerDichter, Symbol Portugals“ zuge-stand. Man nannte ihn „Den Dich-terprinz“. Er ist zweifellos einwenig bekannter Prinz: Sein Ge-sicht, seine Persönlichkeit sindschlecht porträtiert. Im Grundehaben wir nur ein vages Bild vonihm...

„Luís Vaz de Camões war vonmittlerer Statur, dick und voll imGesicht und einer dermaßen über-laden an der Vorderseite, hatteeine lange Nase, in der Mitte er-höht und dick an der Spitze, das

Fehlen des rechten Ohres machteihn ausgesprochen hässlich. AlsJüngling hatte er derart blondesHaar, dass es in Richtung Safran-gelb ging, und obwohl er in seinerErscheinung nicht graziös war,unterhielt er sich mühelos, fröh-lich und gesprächig, wie man inseinen Mottos und esparsas (alteGedichtform mit sechssilbigenVersen, Anm. des Übersetzers)sehen kann, obschon er sogleich infortgeschrittenem Alter zu einemdermaßen Melancholischenwurde.“

Der Grund für dieses unvoll-kommene Porträt ist der Mangelan sicheren Belegen. Es ist sehrschwierig, eine Biografie von Ca-mões herzustellen, da nun einmaldie aufkommenden Probleme inBezug auf sein Leben zahllos sind.Es fehlen konkrete Daten überviele grundlegende Aspekte seinesLebenswegs. Eines der ersten Pro-bleme, mit dem sich die Gelehrtenkonfrontiert sehen, bezieht sichauf Geburtsdatum und -ort desDichters. So tauchen verschiedeneDaten auf, die zwi-schen den Jahren 1517und 1525 variieren.

Was den Geburts-ort angeht, sind dieMeinungen auch nichteinstimmig. Einigeschlagen Coimbra, an-dere Alenquer oderSantarém vor, jedocherhält Lissabon dieGunst der Mehrheitder Biografen. Eineandere wichtige Frage,über die die Gelehrtendebattieren, beziehtsich auf die sozialeHerkunft Camões’.

Viele Gelehrtebringen die Hypo-these vor, dass LuísVaz de Camões auseiner Adelsfamiliekomme, konkreter mitder Familie des Vize-königs von Indien verbunden sei.Solch eine Tatsache wird ihm er-laubt worden sein in Übereinstim-mung mit höheren Studien inCoimbra, Studien, die durch kei-nerlei Dokument bestätigt sind.Indessen sind die Lusiaden derwahre Beweis seiner bedeutendenGelehrsamkeit. Es ist nicht nur dieKenntnis der portugiesischenSprache; Camões zeigte sich vorallem in den „Os Lusíadas“ alsMeister der Geschichte Portugals,der Weltgeschichte, der Geografie,der Astronomie, der klassischenMytologie, der antiken und mo-dernen Literatur. Sicherlich war erein Mann der Renaissance, derEpoche der Unversalität des Wis-

sens; trotzdem besteht die Fragefort: Wo, wie und wann konnteCamões ein derart gigantischesBündel an kulturellem Wissen er-werben?

Kein anderer portugiesischerDichter wird sich in der Materiedes rassischen Verhaltens derartportugiesisch zeigen. Camõesrühmte die „Rasse“ der Portugie-sen, aber als vorzüglicher Portu-giese und wahrhaftiger„Lusitanier“ verliebte er sich(reichliche Male) in Frauen allerFarben und sozialen Klassen.

Sollte es eine Legende sein, sowie es scheint, seine Liebe zur In-fantin D. Maria, Tochter D. Manu-els I? Niemand weiß es mitSicherheit. Die Zweifel bestehenbis zum heutigen Tag...und dieFantasie ebenso.

Der „TRINCA-FORTES“(„Der Dreimalstarke“)Es gibt Anspielungen darauf,

dass obwohl Camões sich am Hofe

bewegte, war er verschiedeneMale Gefangener; er kämpfte alsSoldat in Nordafrika um 1549-1551 herum, wo er verletzt wurdeund auf einem Auge blind blieb.Der Ruf als Unerschrockener undBohemien, großer Gefühlsmenschund großer Liebhaber sowie dieregelmäßigen Schlägereien, in dieer in den Gassen des nächtlichenLissabons verwickelt war, brach-ten ihm den Spitznamen „Trinca-Fortes“ („Dreimalstarker“) ein. Erwar übrigens wegen all dieserDinge Gefangener in Lissabon. Ineinem herausragenden Sonett(einem der bekanntesten) gibt erselbst zu: „meine Fehler, Pech,feurige Liebe/ vereinigen sich in

meiner Gelehrsamkeit“. Und wei-ter unten erklärt er mit Bitterkeit:„Ich irrte in der gesamten Redemeiner Jahre; / Tat Dinge, für diedas Glück / Meine schlecht ge-stützten Hoffnungen bestrafte“.

Er war in Indien (in Goa) undin Macau, wo er verschiedene öf-fentliche Ämter administrativerArt ausübte. Während seines Auf-enthalts im Orient wurde er Opfereines Schiffbruchs an der Mün-dung des Flusses Mecom in China,worauf der Dichter sich in Lied Xder Lusiaden bezieht. Und eben-falls in Lied X deutet Camões dieTatsache an, dass er unschuldig inGoa gefangen gehalten wurde unddanach unter Anschuldigungen, erhabe in der Ausübung seinerFunktion Unregelmäßigkeiten be-gangen, nach Portugal zurück-kehrte. Sogleich wurde er inPortugal vom König empfangen,wo er 1572 die Lusiaden veröffent-lichte. In der Folge seines grandio-sen Werkes erhielt er von D.Sebastião eine jährliche Rente, dieihn nicht davor bewahren konnte,

im Elend zu leben. Imletzten Brief, den Luísde Camões geschriebenhaben wird, noch ausIndien an D. Franciscode Almeida, sagt derDicher bereits seinEnde voraus: „... und sowerde ich das Lebenbeenden, und alle wer-den sehen, dass ich sosegensreich für meinVaterland war, dass ichnicht nur in ihm son-dern mit ihm starb.“

Abgesehen von denLusiaden wurde zu sei-nen Lebzeiten nur dreioder vier andere Ge-dichte veröffentlicht.Der größte Teil seineslyrischen Werkes, wieetwa Mysterienspieleund Briefe, blieb überviele Jahre unveröf-fentlicht.

Der TodFrei José Índio, Mönch des

Karmelitenordens, sah ihn ster-ben und beschrieb empört dieletzten Momente des großen Dich-ters: „was gibt es Bedauernswerte-res, als ein solch großesverschwendetes Genie. Ich sah ihn

in einem Krankenhaus Lissabonssterben ohne ein Leichentuch, umsich zu bedecken.“

Im Jahre 1579 wird Lissabonvon der Pest heimgesucht. Ineinem dunklen Raum befindetsich Luís de Camões ausgestrecktim Bett. Er hat hohes Fieber, undes zweifelt bereits niemand mehr,dass er ein weiteres Opfer derKrankheit ist. Im Mund ein Ge-schmack, der eine Mischung ausIngwer, Zimt, Kümmel und Safranist: ein Mittel gegen die Pestilenz.Dona Ana de Macedo folgt allenbekannten Rezepten: Sangria undsogar Serpilhosaft gemischt mitMuttermilch. So, nimmt man an,starb Luís Vaz de Camões am 10.Juni 1580. Seine Beerdigungwurde auf Kosten eines Adeligen,D. Goncalves Coutinho, abgehal-ten, der veranlasste, dass einigeZeit später über seinem Grab diefolgende Inschrift platziert wurde:„Hier ruht Luís de Camões, Dich-terprinz seiner Zeit. Er lebte inArmut und Elend und so starb er.“

Dies ist das Leben des größtenportugiesischen Dichters, Autoreines Werkes von unvergleichli-chem Wert, „Die Lusiaden“ (1572),„Rimas“ (1595), „El-Rei Seleuco“(1587), „Auto de Filodemo“ (1587)und „Anfitriões“ (1587)., wobeiman sein Werk zwischen demKlassizismus und dem Manieris-mus einordnet. Dennoch ist esschwierig, das was Realität ist, vondem, was im Verlaufe seines Le-bens geschaffener Mythos und ro-mantische Legende ist, zuunterscheiden. Die Ungewisshei-ten und Lücken dieser Biografie,die mit dem dramatischen Cha-rakter einiger berühmter Episo-den (real oder fiktiv) verbundensind: unmögliche Liebschaften,berühmte Geliebte, Verbannung,die Not und die anderen Gescheh-nisse voll von symbolischem Wert:Der Epos „Die Lusiaden“ währendeines Schiffbruchs schwimmendgerettet. Ein Leben umhüllt vonLegenden. Man hat keine Gewiss-heit über alle Daten. Viele basie-ren auf Vermutungen. All diesermöglichte die Kreation eines le-gendären Sphäre um Camõesherum, die zum Banner eines ge-demütigten Landes wurde.

(Übersetzt aus dem Portugie-sischen von Aiko Thedinga)

Joaquim Peito

Luís Vaz de Camões. Der Dichterprinz

„Es war einmal ein Portugieseaus Portugal. Der Name Luís sollreichen, die ganze Nation hat vonihm gehört. Der Krieg bricht aus,und Portugal ruft nach Luís, dasser an Bord gehe. Er zog kämpfendin den Krieg und verlor ein Augefür Portugal. (...) Am Schlussblieb ein Buch.“In: (Almada Negreiros, „Luís - einDichter rettet schwimmend dasGedicht“)

Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudou ouvai mudar de residência

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 15Histórias da História

Quase nada se sabe, ao certo,sobre a verdadeira vida de Luís deCamões, esse viajante, letrado, hu-manista, trovador à maneira tra-dicional, fidaldo esfomeado,“numa mão a pena e noutra aespada”, salvando a nado numnaufrágio, manuscrita, a grandeobra da sua vida. Mas uma coisa écerta: em tudo o que até hoje sedisse e escreveu sobre o assunto, agrandeza da sua poesia prevaleceusempre como o seu maior legadoàs gerações vindouras e à LínguaPortuguesa! Camões assumiu emeditou a experiência de todauma civilização cujas contradiçõesviveu na sua carne e procurou su-perar pela criação artística. E háainda outra coisa que é certa: a suavida foi tão recheada de peripéciase aventuras que, para os padrõesda sua época, Camões bem pode-ria ter sido um super-herói comoos que hoje povoam o dia-a-diadas nossas crianças.

O Rosto do PríncipeHerói nacional, o maior e mais

admirado poeta português, Luísde Camões foi contudo ignorado eincompreendido pelos seus con-temporâneos. Teve de morrer namiséria para lhe ser concedido ovalor justo e merecido “O poeta,símbolo de Portugal”. Chamaram-lhe “O Príncipe dos Poetas”. É,sem dúvida, um príncipe mal con-hecido: o seu rosto, a sua persona-lidade, estão mal retratados. Nofundo, só temos dele uma vagaimagem...

“ Luís Vaz de Camões era demédia estatura, grosso e cheio norosto e algum tanto carregado defronte, tinha o nariz cumprido, le-vantado no meio e grosso naponta, afeiava-o grandemente afalta do olho direito. Sendo man-cebo, teve o cabelo tão loiro queatirava a açafroado e ainda quenão fosse gracioso na aparência,era na conversação muito fácil,alegre e dizidor, como se vê emseus motes e esparsas, posto quejá sobre a idade deu algum tantoem melancólico”

O motivo desse retrato imper-feito é a falta de documentação se-gura. É muito difícil estabelecer

uma biografia de Camões, uma vezque são inúmeros os problemas le-vantados a respeito da sua vida,faltam dados concretos sobre mui-tos aspetos fundamentais do seupercurso. Um dos primeiros pro-blemas com que os estudiosos sedepararam refere-se à data e lugarde nascimento do poeta. Assimapontam-se datas diversas que va-riam entre o ano 1517 a 1525.

Quanto ao lugar de nasci-mento as opiniões também nãosão unânimes propondo unsCoimbra, outros Alenquer ou San-tarém, obtendo porém Lisboa ofavor da maioria dos biógrafos.Outra questão importante comque se debatem os estudiosos dizrespeito à proveniência social deCamões.

Muitos estudiosos avançam ahipótese de Luís Vaz de Camõesser oriundo de família da nobreza,mais concretamente ligado à famí-lia de vice- reis da Índia. Tal factoter-lhe-ia permitido aceder aos es-tudos superiores em Coimbra, es-tudos esses que não sãocomprovados por qualquer docu-mento. No entanto os Lusíadassão a prova real da sua vasta eru-dição. Não é só o conhecimento dalíngua portuguesa; Camões mo-strou-se, sobretudo em “Os Lusía-das”, um mestre em história de

Portugal, história universal, geo-grafia, astronomia, mitologia clás-sica, literatura antiga e moderna.Certamente, ele era um homem doRenascimento, a época da univer-salidade do saber; ainda assim, apergunta subsiste: onde, como equando pôde Camões adquiriruma tão gigantesca bagagem cul-tural?

Nenhum outro poeta portu-guês se terá mostrado tão portu-guês em matéria decomportamento racial. Camõesexaltou a “raça” dos portugueses,mas, como excelente português,um verdadeiro “lusitano”, apaixo-nou-se (abundantemente) pormulheres de todas as cores e detodas as classes sociais.

Será lenda, ao que parece, oseu amor pela infanta D. Maria,filha de D. Manuel I? Ninguém osabe ao certo. As dúvidas perma-necem até aos dias de hoje...e afantasia também.

O “TRINCA-FORTES”Refere-se ainda que Camões

frequentou a corte, esteve presopor diversas vezes; combateu,como militar, no Norte de África,por volta de 1549-1551, onde ficouferido e ficou cego de um olho. Afama de destemido e boémio,grande sentimental e grande apai-

xonado e as constantes brigas emque se envolvia pelas ruelas deLisboa noturna, deram-lhe a al-cunha de “Trinca-Fortes”. Esteve,aliás, preso em Lisboa por causadisso tudo. Num magnífico soneto(um dos mais conhecidos), elepróprio confessa que “Erros meus,má fortuna, amor ardente / Emminha perdição se conjugaram”.E, mais adiante, declara comamargura: “Errei todo o discursodos meus anos; / Dei causa a quea Fortuna castigasse / As minhasmal fundadas esperanças”.

Esteve na Índia (em Goa) e emMacau onde desempenhou diver-sos cargos públicos de naturezaadministrativa. Durante a sua es-tadia no Oriente, foi vítima de umnaufrágio na foz do rio Mecom, naChina que o poeta refere no cantoX dos Lusíadas. E também nocanto X, Camões alude ao facto deter estado injustamente preso emGoa, regressando posteriormentea Portugal sob acusações de irre-gularidades cometidas no exercí-cio da sua função. Já em Portugalfoi recebido pelo rei, onde publicaos Lusíadas em 1572. Na sequên-cia da sua grandiosa obra, recebeudo rei D. Sebastião uma escassatença (pensão anual) que não oimpediu de viver na miséria. Naultima carta que Luís de Camões

teria enviado, ainda da Índia a D.Francisco de Almeida, o poetapressagiava já o seu fim “... e assimacabarei a vida e verão todos quefui tão abençoado à minha pátriaque não somente contentei demorrer nela mas de morrer comela.”

Além de os “Lusíadas!, só trêsou quatro poemas de Camõesforam publicados durante a suavida. A maior parte da obra lírica,tal como autos e cartas permane-ceu inédita ao longo de váriosanos.

A MorteFrei José Índio, frade Carme-

lita, viu-o morrer e descreveu in-dignado, os últimos momentos dogrande poeta: “que cousa mais las-timosa que ver um tão grande en-genho mal logrado. Eu vi-o morrernum hospital de Lisboa sem terum lençol com que cobrir-se.”

Em 1579 a peste assola a ci-dade de Lisboa. Num quarto es-curo, encontra-se Luís de Camõesestirado na cama. Tem muitafebre e já ninguém duvida que émais uma vítima da doença. Naboca, um gosto, misto de gengibre,canela, cominhos e açafrão: remé-dio contra a pestilência. Dona Anade Macedo segue todas as receitasconhecidas: sangria e até sumo deserpilho misturado com leite demulher. Assim, presume-se, em 10de Junho de 1580 Luís Vaz de Ca-mões morre, sendo o seu funeralrealizado a expensas de um nobre,D. Gonçalves Coutinho, que man-dou colocar algum tempo maistarde sobre a sua sepultura a se-guinte transcrição: “Aqui jaz Luísde Camões, príncipe dos poetas doseu tempo. Viveu pobre e misera-velmente e assim morreu.

Eis a vida do maior poeta por-tuguês, autor de uma obra de valorinigualável, “Os Lusíadas” (1572),“Rimas” (1595, “El-Rei Seleuco”(1587), “Auto de Filodemo” (1587)e “Anfitriões” (1587), situando-sea sua obra entre o Classicismo e oManeirismo. No entanto, é difícildistinguir aquilo que é realidade,daquilo que é mito e lenda român-tica, criados em torno da sua vida.As incertezas e lacunas desta bio-grafia, ligadas ao caráter dramá-tico de alguns episódios famosos(reais ou fictícios): amores impos-síveis, amadas ilustres, desterros,a miséria e a outros acontecimen-tos cheios de valor simbólico: Aepopeia “Os Lusíadas” salvos anado, no naufrágio. Uma vida en-volta em lendas. Não se tem a cer-teza de todos os dados, sendomuitos deles baseados em suposi-ções. Tudo isto proporcionou acriação de um ambiente lendário àroda de Camões que se tornoubandeira de um país humilhado.

Luís Vaz de Camões. O Príncipe dos Poetas

“Era uma vez um português dePortugal. O nome Luís há-de bas-tar toda a nação ouviu falar. Es-tala a Guerra e Portugal chamaLuís para embarcar. Na Guerraandou a guerrear e perde um olhopor Portugal. (…) Ficou um livroao terminar”in: (Almada Negreiros, “Luís um

poeta salva a nado o poema”)

Joaquim Peito

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Comunidade1616Catarina Tavares

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Direito de Trabalhoconsultoria fiscal contabilistica e jurídica para empresas

O regime das uniões de facto estáprevisto na Lei n.º 7/2001 de 11de Maio, e veio a ser alterado noano corrente, a 30 de Agosto de2010 pela Lei n.º 23/2010.

Com este ultimo diplomavem a consagrar-se algumas alte-rações que muito aproximam oregime das uniões de facto aoscasamentos.

Prevê-se já a possibilidade detambém os unidos de facto pode-rem ter direito às pensões de so-brevivência do companheiro/acom quem tenham vivido e hajafalecido, sem necessidade de ins-tauração de qualquer processojudicial para o efeito. De facto,anteriormente quem tivesse vi-

vido em união de facto, aindaque fosse por largos anos, teriaque instaurar acção contra a Se-gurança Social ou Caixa Geral deAposentações para que tais enti-dades fossem condenadas apagar a pensão de sobrevivência,processo judicial este que paraalém de moroso implicava custosde instrução e de taxas de justiça.Normalmente só ao fim de dois atrês anos se conseguiria tal con-denação e a partir de então seatribuía a pensão. Ficamos assima ganhar em tempo e custos eproveito para o beneficiário,resta-nos esperar como será aprática da Segurança Social eCaixa Geral de Aposentações.

O novo regime prevê aindauma equiparação às pessoas ca-sadas do regime aplicável às fé-rias, feriados, faltas, licenças e depreferência na colocação dos tra-balhadores da Administração

Pública, bem como, relativa-mente às pessoas vinculadas porcontrato de trabalho.

Em matéria fiscal, aplicar-se-á aos unidos de facto o regime doimposto sobre o rendimento daspessoas singulares com as mes-mas condições aplicáveis aos su-jeitos passivos casados.

Ao nível de direitos sociais, éconferida, para além da pensãode sobrevivência já referida, o di-reito a uma prestação por morteresultante de acidente de tra-balho ou doença profissional,bem como, pensão de preço desangue e serviços excepcionais erelevantes prestados ao país,atendendo sempre aos regimesgerais e especiais em vigor apli-cáveis.

Relativamente à casa de mo-rada de família, caso exista con-trato de arrendamento e rupturaentre o casal, poderá haver

acordo sobre a transmissão ouconcentração do contrato a favorde um deles.

Já no caso de morte do unidode facto proprietário da casa mo-rada de família, o sobrevivo po-derá lá permanecer pelo prazo decinco anos ou mais consoante aduração da união de facto. Casosejam, comproprietários da casamorada de família os direitos depermanência assistirão, empleno, ao sobrevivo. Não obs-tante, caso o sobrevivo não ha-bite na casa durante mais de umano, o seu direito caducará, anão ser que a ausência seja fun-damentada com motivo de forçamaior. Outra limitação ocorre seo sobrevivo tiver casa própria naárea do respectivo concelho dacasa de morada de família.

Após o decurso do prazo an-teriormente referido, o sobrevivopoderá permanecer no imóvel na

posição de arrendatário, sendoque, durante o tempo que lhe forconferida a habitação, terá sem-pre direito de preferência.

O diploma prevê ainda umaditamento com a epígrafe“prova da união de facto”, ouseja, o preceito estabelecerá aforma de se realizar a prova daexistência de união de facto.

Acrescenta-se ainda que o di-ploma veio alterar ainda o códigocivil, relativamente, à indemini-zação por danos não patrimo-niais, incluindo no seu preceitoos unidos de facto, bem como, àquestão de alimentos, prevendoaqui também a união de facto.

Para finalizar, registam-setambém alterações ao regimegeral de segurança social e noEstatuto das Pensões de Sobrevi-vência, atendendo à inclusão daspessoas que vivam em união defacto.

Os Novos Direitos nas Uniões de Facto em Portugal

Catarina Tavares

Page 17: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 17

3José Gomes Rodrigues

Assistente Social DiplomadoEspecialista para as questões sociais do

PORTUGAL POST

PEDIMOSAOS NOSSOS LEITORES para nos coloca-

rem as suas perguntas e sugestões por escrito usando

o correio ou, melhor ainda, o correio electrónico. Pe-

dimos também para mencionarem o vosso número de

telefone fixo para, sendo necessário, entrarmos em contacto con-

vosco. As questões e sugestões dos leitores podem ser enviadas

para as seguintes direcções:

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Fax 0231 8390351

Ou ainda para a morada do nosso jornal

Obrigado.

i

O novo ano 2011 nasceu numclima de incertezas. Depois daEU ter lançado a mão à Gréciae à Irlanda, para não caíremno precipício duma bancar-rota, coloca-se em causa a es-tabilidade do Euro. Medidasrestritivas são lançadas com aesperança de travarem a der-rapagem financeira. Cortes emais cortes com o intuito dedeter as despesas são apre-goados nos palcos políticosdas diversas nações euro-peias. São diversos os factoresque provocaram e provocamesta derrapagem. Bombeiam-se caudais de di-nheiro em instituições finan-ceiras muitas delascondenadas à agonia . Nin-guém nos sabe dizer qual orumo desta viagem. É nesteclima que as alterações legaisse efectuaram. Vamos percor-rer aquelas que nos poderãotocar mais de perto. As infor-mações que daremos aos lei-tores são fruto duma atenta econtinuada leitura dos diver-sos meios de comunicação so-cial. Mesmo assim nãodeixam de ser conclusivos.

Despesas com a nossasaúde

Com o surgir do novo anoaumentará a quotização paraa saúde em 15,5% para todasas caixas de saúde. A partici-pação do patrão continuainalterável nos 7,30% e oempregado verá diminuído oseu ordenado em 8,20%. Esteaumento não justificará a mu-dança de caixa. Este passo sóé possível desde que a Caixaaplique aos segurados um pa-gamento suplementar ou au-mente o complementoanterior.

Anteriormente, os segura-dos deveriam permanecer nomínimo três anos na mesmacaixa antes de poderem tran-sitar para outra. Esta clausulafoi alterada para um ano.Após o ano, os segurados po-derão transitar para outracaixa, desde que as condiçõeso justifiquem.

No futuro, os seguradospoderão pagar antecipada-

mente as facturas com asaúde, apresentando depoisas despesas à caixa que devol-verá o dinheiro despendido.

Se optar por esta possibili-dade, tenha cuidado, pois nãodeixa de ser um risco. A caixapoderá não restituir a totali-dade das despesas.

O adeus à carta deimpostos

O tempo do papel acaboupara a carta de impostos. Nofuturo esta já não será en-viada via correios pelos servi-ços camarários, comoanualmente acontecia nosmeses de Setembro e Outu-bro. Os empregados por contade outrém terão de estar aten-tos e observar algumas regras:

1. alterações familiares ostributários deverão transmitiràs finanças todas as alteraçõeshavidas, tais como: alteraçãoda residência, do estado civil,do número de filhos e da re-spectiva quantia livre de im-postos. Para tal existemrequerimentos próprios juntodas diversas repartições de fi-nanças.

2. Competência: No futurosó a secção de finanças da suazona de residência será com-petente para qualquer altera-

ção do seu estatuto de tributá-rio e não mais os serviços dacâmara.

3. Classe de impostos. A

alteração da classe de impos-tos, em virtude da alteraçãodo seu estado civil, ou parausufruir dos benefícios fiscaisque poderão advir na combi-nação da carta de impostos(IV/IV), deve ser feita so-mente através dum requeri-mento escrito junto dasfinanças. A alteração da quan-tia livre de impostos obedeceà mesma clausula.

4. Nota importante: os queiniciam o seu percurso profis-sional deverão, junto das fi-nanças, solicitarem umcertificado de impostos paraque este seja apresentado aopatrão. Este será então facul-tado em forma de papel.

Reforma e tributação

Os que entrarem na re-forma no presente ano (2011)devem tributar 62% da suareforma total. Claro que háuma quantia isenta de impos-tos que anualmente será indi-cada pelas finanças. EsteCapítulo merece um trata-mento especial que, a seutempo, iremos, se a saúde e otempo nos permitir, explicitar

com a maior exactidão possí-vel. Recordamos os nossosleitores que já nos debruça-mos no passado sobre este as-sunto.

Ajuda social ao desem-prego: Hartz IV

As discussões sobre o au-mento ou não desta ajuda,assim como a modalidade depagamento, tem sido tema naimprensa. Mas, importa in-formar que ainda não se che-gou a um acordo, apesar dealguns meios de comunicaçãosocial terem já adiantado so-luções sem ainda terem sidoaprovadas. Certo é que a dis-cussão do aumento mínimode 5 € da ajuda base indivi-dual e mensal está na base demuitas discussões. Procura-seum compromisso entre todasas forças políticas e centros dedecisões. Para os jovens emformação profissional e paraalunos cujos pais se encon-tram nesta situação finan-ceira, estão a procurar-sesoluções condignas que pro-movam uma motivação salu-tar de forma a singrar melhorprofissionalmente na vida. Aultima decisão é esperada aolongo do presente ano. Tudoleva a crer que o mês deMarço seja propicio para uma

decisão conclusiva. A vervamos!

Uma alteração não menosimportante que é convenienteter presente, é que a partir donovo ano o tempo em que serecebe esta ajuda social nãoaumentará a sua reforma nofuturo, o que anteriormentenão acontecia.

Subsídio de paternidadeou maternidade

Os pais ( o pai ou mãe) quetenham auferido um orde-nado superior a 1240 € líqui-dos, receberão, a partir deJaneiro do ano a decorrer,65% do ordenado e não maisos 67% anteriores, ao optarempor ficarem em casa para cui-darem do seu filho. Os que es-tiverem desempregados eusufruírem da ajuda social aodesemprego (Hartz IV) per-manecerão, infelizmente, demãos vazias.

Mais alterações impor-tantes

Tanto o gás como a electri-cidade vão sofrer neste anoum aumento considerável. Oleitor tem a possibilidade decomparar as ofertas destesprodutos no mercado e alte-rar a situação, procurando asempresas que lhes ofereçammaiores vantagens financei-ras.

Apesar de tudo desejamosa todos os leitores saúde emuita paz e que a esperançade melhores dias nunca nosabandone. Que o optimismoseja uma constante nas nossasvidas!

O que mudou (vai mudar) em 2011* O adeus à carta de impostos

* Reforma e tributação* Ajuda social ao desemprego: Hartz IV

* Subsidio de paternidade ou maternidade* Outras alterações importantes

Page 18: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 201118

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Citações do mêsDeus criou o homem e, não o achando bastante solitário, deu-lhe uma companheirapara o fazer sentir melhor a sua solidãoValéry , Paul

A honra é como a neve, que, perdida a sua brancura, nunca mais se recuperaDuclos , Charles

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

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Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

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Tel: 040/3553484

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Tel: 0211/13878-12;13

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José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

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Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

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Tel.: 030 254106-0

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4.02.2011 – LANGEN-FELD- Mas macht Port-wein so Bessonders?Comferência de Axel ProbstNo âmbito do projecto “Bem vindo Portugal”, anodedicado a Portugal, organi-zado pela autarqui local.Local: Kulturzentrum. 133.Início: 19h30

4.02.2011 – AALEN –Abertura da exposiçãosobre aristides de SousaMendes. Local RathausAalen, Markplatz 30

5.02.2011 – GSCHWEND– Concerto de Ana Moura,Local: Rathaus Gschwend,Steingasse. Info: www.bi-lderhaus.de

8/10. 02.2011 – BERLIM.Actuação de Mísia. Local:TIPI am Kanzleramt. GroßQuerallee. Início: 20h00

8 e 22. O2. 2011 – Berlim-Ciclo de cinema português-Dia 8, Rosa de Alfama deHenrique mendes. Dia 22,Amália, o filme de CarlosCoelho da Silva. Local: Lis-bia Bar am Boxi. Krosse-

nerstr.20. Início:20h00

17.02.2011 – LAN-GENFELD – Portu-gal eines Landes imEandel, Conferênciade Dr. Joaquim Peito.Local: Kulturzen-trum, Hauptstr. 133.Início: 19h30

18.02.2011 – OSNA-BRÜCK- Der Nor-

den Portugals. Conferênciade Werner Tobias. Local:Volkshochschule. Bergstr 8.Início: 19h30

25 2 02,2011- BERLIM -Concerto de Telmo Pires,Fado adentro. Local: Pas-sionskirche, Marheineke-platz 1. Início: 20h00

27 2 02,2011- DRESDEN -Concerto de Telmo Pires,Fado adentro. Local: Staats-schauspiel Dresden, Thea-terstr. 2, marheinekeplatz 1.Início: 20h00

A Associação União Lusitana Rhein Neckar, em Weinheim, irá realizar no próximo dia 3 de Abril de 2011 nas suas instalações a segunda edição da taça dos campeões de sueca. Estetorneio é principalmente destinado a equipas que possam representar Associações, Casas Portuguesas, instituições, Empresas, Comissões de Pais ou mesmo Portugueses em represen-tação de localidades da Alemanha ou de um outro qualquer País que queiram visitar-nos e disputar uma magnifica Taça com as nossas três equipas , melhores classificadas no cam-peonato de 2010 que se disputou na nossa Associação. ( máximo de inscrições de 32 equipas ).

Teríamos muito gosto em receber os nossos compatriotas para disputar esta Taça, e assim lutar, ( com fair-play, claro !!! ) pelo título de equipa campeã das campeãs, sem esquecer o convívio à boa maneira portuguesa. Na primeira edição estiveram presentes representantes de 8 cidades, nas quais 4 associações (Centro Português de Singen, Portuguesa dos Des-portos de Kaiserslautern, Centro Português de Altensteig e claro as três equipas da casa a representar a nossa associação) entre muitas outras.Para obter mais informação sobre a participação neste Torneio ( Taça dos Campeões de Sueca ) Pode contactar por email [email protected] telefone 06201- 18 73 47 ou 0176-21820657Ou ainda para quem está mais perto da nossa Associação em Händelstr. 38 69469 Weinheim ao Fim-de-SemanaPrazo limite de inscrições (19-03-2011)Esta iniciativa tem o apoio do Banco Montepio (representação na Alemanha) Venha jogar....

2ª Taça dos Campeões ( Sueca)

Na Foto: Equipa deten-tora do trofeu da 1ª edi-ção –Os Antunes

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+ Miguel TorgaBichosPreço: € 11.50«Querido leitor:São horas de te receberno portaló da minha pe-quena Arca de Noé. Tenssido de uma constânciatão espontânea e tãopura a visitá-la, que épreciso que me liberte do

medo de parecer ufano da obra, e venha delica-damente cumprimentar-me uma vez ao menos.Não se pagam gentilezas com descortesias, e eusou instintivamente grato e correcto (…)»

Manuel AlegrePreço: € 11,50As memórias de in-fância. Os cheiros, asvozes, as emoções deum tempo em que otempo não tem fim eo significado está pre-sente nas mais peque-nas coisas. Todas elasficam sempre, como

marcas na alma, princípios que norteiam avida. A nostalgia dos lugares mágicos da infân-cia. De Alma, vila encantada onde convive tra-dição e subversão, melancolia e audácia,crendices, ideologia e futebol... Pela voz auda-ciosa de quem não receia dar-se a conhecer,chegam-nos ecos de um Portugal divididoentre a República e a Monarquia, um país queera, á época, o mundo de uma criança ex-pectante e atenta. De Alma, partiu toda a suavida.

Eça de QueirósA CIDADE E AS SERRASPreço: 11.50

A Cidade e as SerrasEça de QueirosO romance foi publicado em 1899 (um ano antes damorte de Eça) na Revista Moderna, e saiu em livroem 1901. Pertence à última fase do escritor, quandoEça se afasta do realismo e deixa a crítica dura quefazia à sociedade portuguesa da época.

CONTOS POPULARES PORTUGUESESPreço: 11.50Contos Populares Portugueses sãocontos de todos os tempos e de todasas idades. Uma obra que nos devolveo imaginário e o maravilhoso danossa cultura popular, e de que fazparte, entre outras, «História da Caro-chinha», «A Formiga e a Neve», «O Co-

elhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Loboe a Comadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

A CASA DA RÚSSIAJohn le CarréPreço: 13,50 Publicado em 1989, apresenta os meandos de espionagem e con-tra-espionagem entre o Ocidente e a antiga União Soviética.John le Carré arrasta-nos, uma vez mais, para o seu mundo secretoe faz dele o nosso.Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha da costa doMaine que pertence à CIA, e no coração do próprio Barley Blair, Carré

desenvolve não apenas uma história de espionagem, mas uma alegoria do amor individualconfrontado com atitudes colectivas de beligerância.

TRAVESSIA DE VERÃOTruman CapotePREÇO: 11.50Obra póstuma e inédita, Travessia de Verão é um primeiro romance precocee seguro que mostra o sentido implacável da narração de um dos maioresescritores do século XX. Os seus fraseados imaculados, a sua crua ironia ea sua visão das subtilezas das diferenças de classe anunciam os futurostriunfos de Capote. Digno de um lugar em qualquer estante de um leitor

de Capote, este é, em todos os sentidos, um tesouro perdido e reencontrado.

AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMESPreço: 11.50Aventuras de Sherlock Holmes é uma colectânea de 12 con-tos de aventuras publicada em 1892. Os contos foram origi-nalmente publicados na revista Strand Magazine, nos anosde 1891 e 1892.

+ Livros A Fúria das Vinhas – Francisco Moita Flores, € 13,50 Aldeia Nova – Manuel da Fonseca, € 13,50 A Morte de Ivan Ilitch – Lev Tolstoi, € 13,50 A República dos Corvos – José Cardoso Pires, €13,50 As Intermitências da Morte – José Saramago, € 13,50 A Trança de Inês – Rosa Lobato de Faria, €13,50 Aventuras de João Sem Medo – José Gomes Ferreira, €13,50 Aventuras de Sherlock Holmes – Arthur Conan Doyle, €13,50 Balada da Praia dos Cães – José Cardoso Pires, € €15,00 Capitães da Areia – Jorge Amado, €13,50 Contos da Montanha – Miguel Torga, €13,30 Enquanto Salazar Dormia… – Domingos Amaral, € 15,50 Gaibéus – Alves Redol, € 13,50 Gente Feliz com Lágrimas – João de Melo, € 15,50 Histórias Extraordinárias – Edgar Allan Poe, €13.50 Mau Tempo no Canal – Vitorino Nemésio, €15,50Novos Contos da Montanha – Miguel Torga, €13,50 O Anjo Ancorado – José Cardoso Pires, €13,50O Delfim – José Cardoso Pires, €13,50Primeiro as Senhoras – Mário Zambujal, €13,50Saber Emagrecer – Prof.ª Isabel do Carmo, €15,50Travessia de Verão – Truman Capote, €13.50

MúsicaCamané - Do amor e dos dias, €25,00 Deolinda - Dois selos e um carimbo, €25,00 Mariza - Fado Tradicional, €19,80

Astrologia, Karma e FelicidadePreço, 20,99 €Autor: Cristina CandeiasFormato: 14x21cmA astróloga residente do programa "Praça da Alegria", deJorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacional, com assuas previsões em directo. Este é o seu primeiro livro. Olivro que nos ensina a atravessar o deserto para encontraro oásis e a felicidade plena. É necessário reflectir sobrequem fomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Sódepois de aceitarmos os nossos processos demudança avida se nos revelará.

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Vidas2020

Memória futura

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Decorria o ano de 1997, há cerca de 14anos, quando o PP acompanhou o es-Se-cretário de Estado José Lello em vistas re-lâmpagos a diversos estaleiros da ex-RDAonde trabalhavam milhares de portuguesesvindos naquela altura de Portugal.Angariados por sub-empreiros e outros fal-sos empresários, centenas e centena de tra-balhadores ou trabalhavam em condiçõesilegais ou, iludidos com promessas, chega-vam, trabalhavam e não recebiam. Muitostrabalhadores nessa condições foram enga-nados por muitos compatriotas seus.

Na foto: José Lello, um colega jornalista,Francisco Assunção, e dois trabalhadores

1997

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos.Obrigado.

Quando pensei escrever para ossenhores do jornal estava na dú-vida se deveria enviar para serpublicado.

Para ser sincera, a escrita é omeu desabafar para o papel. Nor-malmente quando escrevo pensologo destruir e rasgar tudo.

Mas agora acho que não vourasgar mas sim enviar.

Às vezes, quando leio a histó-rias que o jornal publica, ficomuito triste e choro porque elasme tocam muito.

O que aconteceu comigo.O que aconteceu comigo não

é nada de especial, penso eu.Fiquei grávida com 16 anos.

O homem que me engravidoutinha naquela altura 18 anos e eralá de uma vila próxima da deonde eu morava. Tentei atéquando pude esconder a gravidezdos meus pais e vizinhos por quesabia se eles descobrissem der-reavam-me o corpo com porrada.

O rapaz que me engravidoununca mais o vi. Para ser sincera,só o vi uma vez e essa vez foi numceleiro para onde ele me arrastoupara fazer o que fez. Apesar de terapenas 16 anos, fui voluntaria-mente para o celeiro que o con-hecia bem por ser de um lavradoronde eu às vezes trabalhava àjorna para ajudar os meus pais eos meus irmãos.

Em casa éramos 8 irmãos. Osmeus pais viam-se negros parasustentar todas aquelas bocas.Foi por isso que me deixei levarpara o celeiro na esperança quetivesse a partir daquele momentoum homem para casar e sair decasa.

Mas não. As coisas saíram-me ao contrario e tive de aguen-tar.

Penosamente, via a barrigacrescer e eu tentava disfarçar omais possível. Pensei então emarranjar um homem à vista detodos. E arranjei.

Passadas umas semanas osmeus pais olharam para a minhabarriga e eu já não podia maisdisfarçar. A minha mãe, que deustem, meteu as mãos à cabeça egritou Ai rapariga, o que fostefazer!...

Quando o meu pai chegou acasa não demorou muito paraque tirasse o cinto das calças eme chicoteasse com ele. Com ocorpo todo manchado com os si-nais da ira do cinto do meu pai,ele foi dizendo Agora quero queme digas quem te pôs nesse es-tado, e já!, ameaçou.

Sem alternativa, disse que erao rapaz com que eu agora an-dava. Sem perder um minuto, omeu pai saiu de casa direitinho àcasa do meu namorado. A seguirnão sei o que se passou, mas daípara diante começaram os prepa-rativos do casamento civil antesque eu desse à luz.

Casada e arrumada, como omeu pai dizia, dei à luz uma ra-pariga que muito satisfez o meuhomem, convencido que ele es-tava de que era o pai do bebé.

Passaram cerca de oito mesese já me encontrava sozinha por-que o meu marido me deixou de-vido aos rumores que corriam navila que diziam que eu não lheera fiel e que a filha não era dele,o que eu sempre desmentia.

Pressionado pela própria fa-mília e com a vergonha de serapontado como homem enga-nado, ele deixou-me dizendopara que nunca o voltasse a pro-curar.

O tempo passou, e muito de-pressa.

Eu era conhecida na vila porter enganado o homem e que memetia na cama com este e comaquele, o que não era verdade.Porque ninguém já me queria,quero dizer, não havia homemque me quisesse para construiruma vida a dois e os que se acer-cavam de mim pensavam que euabria logo as pernas. Um dia, de-sesperada, fui ter com o meu ma-rido e, a chorar lágrimassinceras, pedi-lhe perdão portudo, dizendo-lhe até o que tinhaacontecido e que deu origem àgravidez e pedia-lhe pela suasaúde e por todos os santos paraque voltasse para nossa casa. Re-soluto, ele disse que não, e que eudeveria mesmo desaparecer davida dele.

Resignada, voltei para casa ea partir daí a minha vida foi umatortura. As mulheres olhavampara mim como se eu fosse umaputa, desviando-se quando eupassava e os homens acercavam-se da mim porque pensavam queeu era uma mulher fácil.

O tempo ia passando e eutinha apenas a minha mãe que àsvezes às escondidas de meu pai,que não me deixava entrar emcasa dele, me vinha ver e me con-solava.

Até que um dia conheci umhomem que, para meu espanto,

disse-me que me queria porqueeu era ainda uma mulher naforça da idade.; que não se im-portava do que diziam de mim eque dizia que, se eu quisesse, po-deríamos fazer uma vida a dois.Fiquei tão contente por alguémme querer e dizer que queria con-struir uma vida comigo que nãofiquei em mim. Passei então a re-cebê-lo em casa porque me diziaque a sua era pequena demais eque até estava a pensar construiruma para onde iríamos viver.

O tempo passou assim.Eu estava feliz.E pensava que tinha arran-

jado homem para a vida.Nisto fiquei grávida dele.Dois meses antes de eu dar à

luz o homem desapareceu. No dia em que ele desapare-

ceu estava combinado encon-trarmo-nos em num café ao ladodos correios da vila para irmosver um terreno onde ele pensavaconstruir casa.

Isto foi o que me disse.Esperei uma, duas, três, qua-

tro horas com um filho na bar-riga e outro nos braços.

Mas não veio nem nuncamais voltou.

Desesperada, ao outro dia fuia casa onde ele me disse que mo-rava e uma velhota que o conhe-cia bem disse-me que ele tinhaido para a França mais a mulhere dois filhos pequenos que tinha.

Esta notícia cegou-me, poisera tanta a tristeza que ia nomeu coração.

Não quis acreditar e mesmoassim sentei-me na soleira daporta onde ele tinha morado navã esperança que ele voltaria.

Desgraçada e com um senti-mento grande de abandono portodos e por tudo, fui desabafarcom a minha mãe que era o meuúnico consolo.

Dei à luz um filho e depois deme recompor fui informar-me sealguém sabia do destino emFrança do homem que me tinhaengravidado. Queria ao menosque ele participasse com as suasresponsabilidades de pai.

Parti para França.Parti para França não apenas

à procura do homem mas parasair da terra que não tinha nen-hum respeito por mim, tendo ascoisas piorado após a segundagravidez. E quando souberamque eu não sabia onde estava opai da criança, então, sim, já erade puta para cima e ninguém medava trabalho nem crédito. Omeu pai e os meus irmãos nãoqueriam saber de mim.

Decido partir com os dois fil-hos.

Não mão levava um endereçoem Nancy que era ou seria o do

homem que me tinha deixadocom um filho nos braços.

Cheguei a Nancy e percebientão que nunca deveria ter saídode casa.

Como não sabia o que tinhade fazer fui a uma igreja com oendereço na mão. Devo dizer quemuito me ajudaram. Pegaram emmim e num carro do padre e des-locamo-nos à rua onde ficava acasa do endereço escrito nopapel.

No prédio moravam lá duasfamílias portuguesas que me in-formaram que o homem tinhaido para Lyon com a família por-que lá morava um irmão dele.

Desisti do homem e pedi aosmeus compatriotas ajuda parame estabelecer na cidade. Disseassim como assim poderia reco-meçar a minha vida em França.

Arranjaram-me um quartonumas águas furtadas e comeceia viver em Nancy. Fazia limpezase quando tinha trabalho entre-gava os meus filhos a uma amaportuguesa .

A minha vida corria bem.Ninguém me conhecia e nãotinha a má fama que tinha emPortugal.

Foi assim que arranjei umhomem que foi muito meu amigoe deu-me a estabilidade que euprecisava . Ele era soldador ebatia muito a Alemanha paraonde um dia viemos viver e ondehoje ainda estou.

Mas o destino trocou-memais uma vez à minha vida.

Eu, os meus filhos e o homemque tinha conhecido vivíamoscomo se fosse uma família asério: ele pai dos filhos e eu umamãe e esposa que vivia para ele,para os filhos, a casa e o trabalho.

Pois já estávamos a viver naAlemanha, quando num mês deFevereiro, um dia de muita nevee gelo, ele voltava para casa de-pois de ter andado uma semanaa soldar no norte da Alemanha eteve um acidente em que perdeua vida.

Assim, depois de tanta e tantaprofunda tristeza e desgosto poresta má sina, disse para comigoque ficaria só a viver para e comos meus filhos que hoje já sãograndes e têm uma vida boa, avida que eu também queria e quenunca a tive.

Mara Rosa

Quando o destino troca as voltas à vida

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Passar o TempoPORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 21

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICOE-mail: [email protected]: 00 351 21 318 25 91

Por Maria Helena Martins Previsões para Fevereiro de 2011

O Casamento dos PadresDois cónegos conversam: — Achas que ainda veremos, antes de morrer, o casamento dos padres? — Acho que não. Mas os nossos filhos, talvez...

Engano não é PecadoA senhora aproximou-se do confessor e perguntou-lhe: — Hoje, vendo-me ao espelho, achei que sou bonita. Diga-me, meu padre, eupequei? —Não tem importância, minha filha. Um engano não é pecado.

Uma Boa Receita

—Uma mulher entra numa farmácia e diz… —Por favor, quero comprar arsénico. —O farmacêutico pergunta: —Qual a finalidade? —Matar o meu marido. —Mas, não posso vender isso para esse fim! —A mulher abre a mala e tira uma fotografia do marido na cama com a mulherdo farmacêutico... —Ah, não sabia que a senhora tinha receita...

Cupão de Encomenda a: PORTUGAL POST SHOP na Pág.21

Encomenda de Livros

Astrologia, Karma e FelicidadePreço, 20,99 €Autor: Cristina CandeiasA astróloga residente do programa "Praça da Ale-gria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacio-nal, com as suas previsões em directo. Este é o seuprimeiro livro. O livro que nos ensina a atravessar odeserto para encontrar o oásis e a felicidade plena. Énecessário reflectir sobre quem fomos, o que somos eo que temos de vir a ser. Só depois de aceitarmos osnossos processos demudança a vida se nos revelará.

Como Cortar Trabalhos de BruxariaFormato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €Um ritual de magia negra posto em acção contra alguémpode prejudicar avítima e destruir a sua vida de formabrusca e surpreendente. Todas as áreasestão sujeitas aficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir. E, mais gra-veainda, a vítima de magia negra não consegue encontrarforças para reagir. Neste livro de carácter prático, a autora

apresenta rituais fáceis de executar quepermitem criar uma aura de protecção.

Aprenda a Proteger-seContra a Inveja e Mau-OlhadoFormato: 15,5 X 23 cmPaginas: 156Preço: 19,90 €Nas alturas de maior fragilidade, há que criar uma pro-tecção efectiva contra os possíveis efeitos das energiasnegativas.Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amule-tos, fórmulas, rituais práticos, orações e rezas especiais

mpara que possa repelir esse encantamento maligno.

Orações aos Anjos da GuardaFormato: 14 X 21 cm.Páginas: 144Preço: 25,00 €Na primeira parte desta obra encontrará um vasto nú-mero de orações aos anjos da guarda, que certamenteserão do seu inteiro agrado.Na segunda parte deliciar-se-á com a listagem completados 72 anjos protectores. Cada um destes anjos conferecaracterísticas particulares mao modo de ser e de amardos seus protegidos.

Orações para Todos os MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares, afectivas, mate-riais ou espirituais, todos mpassamos em algummomento por situações difíceis. Nesta obra encon-trará uma centena de orações adequadas a cadacaso. Orações para encontrar mcompanheiro/a,para conseguir casar-se com o seu namorado, pelapaz da família, contra doenças, etc.

CARNEIROAmor: Procure dar mais atençãoaos seus verdadeiros amigos.Saúde: Tenha confiança em simesmo, valorize-se mais e cuidedo seu corpo.Dinheiro: Cuidado, não alimenteintrigas no local de trabalho.Números da Sorte: 2, 3, 24, 29, 33,36

TOUROAmor: Partilhe essa boa disposi-ção que o invade com quem o ro-deia. Saúde: dê maior atenção aos seusrins, beba mais água diariamente.Dinheiro: É possível que venha aobter aquela promoção que tantoesperava.

GÉMEOSAmor: Os momentos de roman-tismo estão favorecidos. Invistamais no seu relacionamento.Saúde: Estará em plena forma.Aproveite para se dedicar a umnovo hobby.Dinheiro: Cuidado com as dívi-das. Esteja mais atento às suascontas.

CARANGUEJOAmor: Encontra-se num períodomenos favorável, mas não deses-pere que é passageiro.Saúde: A sua auto-estima andaum pouco em baixo, anime-se ecultive os pensamentos positivos. Dinheiro: Boa altura para inves-tir naquilo de que mais gosta, mascom cuidado que a vida está difí-cil.

LEÃOAmor: A sua relação poderá pas-

sar por um período menos posi-tivo em que deve manter a calma,pois tudo se resolverá pelo me-lhor.Saúde: Deve tentar libertar-sedos hábitos que só prejudicam asua saúde.Dinheiro: O equilíbrio financeiroestará presente na sua vida nestemomento.

VIRGEM Amor: Não desiluda um amigoque gosta muito de si.Saúde: Tendência para doresmusculares. Faça uma sessão demassagens.Dinheiro: Boa altura para com-prar casa ou para mudar de ocu-pação.

BALANÇA Amor: A sua sensualidade natu-ral irá apimentar a sua relação deuma forma surpreendente.Saúde: Descanse as horas neces-sárias para se poder sentir bem fí-sica e psicologicamente.Dinheiro: Cuidado com os gastossupérfluos que faz ao agir por im-pulso, sem parar para pensar.

ESCORPIÃOAmor: Aproveite bem todos osmomentos que tem para estar coma sua cara-metade.Saúde: Poderá sentir alguma fa-diga física.Dinheiro: Conserve bem todosos seus bens materiais. Zele peloque é seu.

SAGITÁRIOAmor: estará cheio de confiançaem si próprio e ela ajudá-lo-á a

alargar a sua rede social. No en-tanto, não se deixe influenciar porterceiros, poderá sair prejudicado.Saúde: Tenha um maior cuidadocom os seus ouvidos. Estará maissensível a infecções.Dinheiro: evite precipitar-se,pense bem antes de investir assuas economias.

CAPRICÓRNIOAmor: Alguém para quem você émuito importante dar-lhe-á umbom conselho. Saúde: Cuidado com o aumentode peso, faça exercício físico comregularidade.Dinheiro: Efectuará bons negó-cios, mas não assine nada sempensar duas vezes.

AQUÁRIOAmor: evite ser possessivo ouciumento. Respeite o espaço doseu par.Saúde: melhore o seu descansodiário dormindo mais horas, parapoder ter um maior rendimentosem cansar tanto o seu corpo.Dinheiro: tenha mais cuidado,não gaste o seu dinheiro em coisasde que afinal nem precisa.

PEIXESAmor: Não dê tanta atenção aquem não merece. Rodeie-se ape-nas das pessoas que o compreen-dem e que gostam realmente de si.Saúde: Cuide da sua imagem. Ini-cie uma dieta.Dinheiro: embora deva empe-nhar-se, evite o desgaste excessivona sua actividade laboral, poisserá recompensado na devida al-tura. Acredite mais em si.

Page 22: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Classificados2222

SENHORna casa dos 50 anos, divorciado, deseja conhecersenhora com a mesma idade sem compromis-sos para fins de amizade. Possível compromisso.As interessadas deverão responder para a mo-rada deste jornal com a refª 0101

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Page 23: Portugal Post Fevreiro 2011

PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011 O paraíso da cerveja 23

As cervejas na Alemanha clas-sificam-se não só pelas cores, sa-bores, aromas, mas também peloteor alcoólico e pelo tempo de fer-mentação. Dependendo do pro-cesso de fabricação, elas tomam assuas características especiais,podem até se tornar menos calóri-cas – as lights (Leichtbier).

No caso da Diätpils (pilsendietética) por exemplo, os hidratosde carbono (açúcares) são trans-formados em álcool. Com isto, suapercentagem alcoólica é multipli-cada, mas posteriormente redu-zida ao normal. Para quem nãoquer nem saber de álcool, existemas produzidas sem ele na categoriada alkoholfreies Bier. Para serclassificado como tal, o produtodeve ser totalmente livre ou conterum baixo teor alcoólico, que nãopode passar do 0,5%.

Quem vai para a Baviera, o pa-raíso das cervejarias ao ar livre(Biergärten), e „pede uma“, recebea Weissbier (ou Weizenbier). Acerveja de trigo, com um aromafloral, é servida em copos grandesde meio litro.

Uma cerveja mais turva cha-mada de Lager é benquista não sóna Baviera, Baden-Württemberg enas regiões do Rio Ruhr, comotambém tem apreciação interna-cional. Seu sabor é um tanto fortee adocicado, com leve aroma demalte. Ela passa por um processode repouso e fica armazenada du-rante um longo período, quasecompletando as quatro estaçõesdo ano.

A cerveja preta (Schwarzbier)tem a cor dominante originadapelo uso do malte torrado. Atémetade do século passado, estacerveja era a mais popular. Hoje,as claras são as mais consumidas.

A Pils é o tipo de cerveja maisconsumido no país. É servida emcopos em forma de tulipa ou tro-féu e famosa pela sua coroa cre-mosa de espuma.

A cerveja Bock contém emmédia 7% a 7,5% de álcool, temuma cor bem dourada e origensbávaras. Não é encontrada com fa-cilidade por ser uma especialidadede temporada, sendo geralmentemais vendida em dias festivos,conhecida também como „bock deNatal“.

Em Düsseldorf, que tem afama de maior balcão do mundo,bebe-se a Alt, que é mais escura etem um paladar mais amargo,muito apreciada no verão. Estacerveja é servida em copos de 0,2litros.

A Berliner Weisse é a favorita

dos berlinenses: com um saborum tanto ácido, ela tem cor umpouco turva e é servida em taças.Apreciada também quando ado-çada com glucose de frutas silve-stres, como a framboesa e aaspérula. É a exótica entre as cer-vejas pelo seu visual colorido.

As cervejas mais escuras mis-turadas com coca-cola ou refrige-rantes de sabor limão levam onome de Russ, já quando levam acerveja do tipo Lager ou pilsen sãochamadas de Bierbowle ou Radler.Quando as cervejas mais clarassão misturadas com refrigerantede sabor laranja, chamam-se Als-ter. Existem as misturadas com te-quila ou bebidas energéticas comalto teor de cafeína e também comsumo de banana ou de cereja (porexemplo a Bananenweizen ou aKirschweizen).

A Kölsch não é só cerveja, já étradição para a cidade de Colónia.Foi declarada como especialidaderegional pela União Europeia em1997. É servida num copo estreitode 0,2 litros. Nunca se deve recu-sar uma Kölsch, isto já é quaseuma ofensa para um Köbes (assimsão chamados os “garçons” nos re-cintos típicos da região).

Na região de Bamberg, omalte é defumado, o que dá umsabor típico à cerveja daquela ci-dade. Na cidade de Schorschbräu,

A cerveja conquistou seuespaço na gastronomia e vemsendo usada em muitas receitasrequintadas ou bem caseiras naAlemanha – as variedades vãodesde os pratos principais até assobremesas. Dependendo da re-gião, ela aparece nos cardápios re-tocando várias receitas de sopas,omeletes, assados, cozidos e atébolos.

O duque Guilherme 4º, da Ba-viera, decretou em 1516 o preceitode pureza (Reinheitsgebot), quevigora até hoje na Alemanha e sópermite o uso de quatro elementospara a fabricação da cerveja:malte, água, lúpulo e fermento.

Por volta de 4000 a.C., os su-mérios, um povo que habitava aregião entre os rios Tigres e o Eu-frates, já usavam cereais e levedu-ras, como a cevada, para fazerpães. Esta mistura de grãos eraamolecida em potes de água atégerminar. Os ingredientes entra-vam em processo de fermentaçãoe o líquido com teor alcoólico ge-rado já era bem similar à cervejados dias de hoje.

O Egito ainda mantém o sis-tema produzindo a bouza, umacerveja rústica. Crê-se então que,desde aquela época, os habitantesjá saboreavam a bebida fermen-tada. Provavelmente, a fórmula dacerveja dos germânicos foi inspi-rada nas receitas milenares destesprimeiros criadores do „prazer“.Cortesia DW

ProstO título de „país das cervejas“foi conquistado em virtude dasmais de 1200 cervejarias activasna produção de mais de 5 milmarcas. Contando as bebidasnão alcoólicas, a cerveja é a ter-ceira mais consumida (depoisde água e café).

a cerveja Donnerbock diferencia-se das outras por ser a mais fortede todas com os seus 13% de ál-cool.

Muitos grupos, sociedades eclubes se dedicam aos estudos dacerveja na Alemanha, como porexemplo os „entendidos“ daequipa da página eletrónicawww.bier.de. Neste site eles reco-mendam saborear a cerveja com atemperatura entre 7 a 9 graus cen-tígrados. Aconselham a não gelara bebida bruscamente e nem gu-ardá-la em freezer. Na hora dobrinde, os alemães costumam seolhar no fundo dos olhos e cla-mam o „Prost“, o “à nossa” emPortugal .Enquanto uns se dedi-cam a coleccionar selos, moedas,isto e aquilo, os fanáticos por cer-veja surpreendem com as suasmanias. Guardar o paladar na me-mória parece não bastar, os caba-zinhos das garrafas, garrafas eemblemas são eternizados dentrodas casas dos coleccionadores.Nem os copos são perdoados.

Outros enchem as estantescom centenas de latas, anúncios,bonezinhos, camisetas e aindaexistem aqueles que enchem ascaves e as garagens com barris. Ocoleccionador Bernd Speer é umdeles, conseguiu juntar emquase 30 anos 1600 emblemas decervejas, mas não se dá por satis-feito e no seu site ele faz um apelo,pois na sua colecção ainda faltammil marcas.

Weizenbier Schwarzbier Berliner Weiße Altbier Pils

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PORTUGAL POST Nº 199 • Fevereiro 2011Última2424

o novo mantra polí-tico: não, muito ob-rigado, Portugal nãoprecisa de ajuda defora para sair do bu-raco financeiro em

que se meteu. Muito menos –por quem somos! - de deixar en-trar portas adentro o Fundo Mo-netário Internacional (FMI).Esta atitude tem um pequenodefeito de fabrico: sem a inter-venção externa maciça do BancoCentral Europeu (BCE), que porvárias vezes nos últimos com-prou dívida pública portuguesapara manter artificialmente bai-xos os juros, o país já teria ido àfalência. Para não mencionar astentativas desesperadas de ven-der a dívida a chineses e árabes.A afirmação de que Portugalconsegue resolver o problemasozinho caiu por terra há muito.

Não obstante, os responsá-veis insistem com pânico na voze no gesto, e contrariando todasas análises de economistas inde-pendentes, que nunca por nuncaPortugal recorrerá ao FundoEuropeu para a Estabilidade Fi-

nanceira (EFSF) e à ajuda doFMI. A questão que se coloca é,porquê? Por uma questão deprestígio nacional? Que é, semdúvida, uma coisa bonita, masnão põe comida na mesa, nãopaga a renda da casa e não criaempregos.

O FMI interveio por duasvezes em Portugal: em 1977 e em1983. Das duas vezes o país dei-xara de ter acesso a divisas ne-cessárias para financiar asimportações quando os credo-res, receosos de perderem o seudinheiro, lhe recusaram maisempréstimos sem o aval do FMI.Este impôs várias medidas deausteridade a Lisboa que incluí-ram cortes em subsídios, subidade impostos, desvalorização doescudo, impostos retroactivossobre os vencimentos e o conge-lamento do 13º mês. É claro queas medidas não foram recebidascom jubilo por parte da popula-ção. Mas a verdade é que, porduas vezes, a economia portu-guesa recuperou num espaço demeses e entrou posteriormenteem fase de expansão. A imagem

de Portugal não saiu arranhada,pelo contrário, as medidas au-mentaram a confiança não ape-nas dos credores, mas tambémdos investidores. Infelizmente,quando o FMI saiu do país, re-gressou a mentalidade do Es-tado como self-service paraquem pode e manda e às custasda nação. O prestígio do país,aos olhos dos seus responsáveis,parece ser coisa muito relativa.

Hoje, mesmo sem a interven-ção do FMI, Portugal já se vêobrigado a proceder a uma sériede medidas muito dolorosaspara a população. Outras virão,porque estas ainda não bastampara reganhar a confiança dosmercados financeiros. Não obs-tante, chegou-se ao cúmulo deproclamar um «sucesso» o factoda taxa média ponderada dasObrigações do Tesouro a 10 anoster sido de «apenas 6,716% » noleilão de dívida pública emJaneiro. Recorde-se que, poucoantes, o Ministro das Finançasdeclarara que uma taxa de 7%seria motivo suficiente para con-siderar recorrer ao fundo de res-

gate europeu. Já 6,716% são um«sucesso»?

A dívida interna e externa doEstado representa 113% do PIB,ou seja, 132,5 mil milhões deeuros em 2009. Nesta somaainda não estão incluídos os 50mil milhões de euros de dívidaprivada, metade da qual é sub-scrita pelo Estado. Para honraresta dívida, em 2009 o Estadogastou mais de cinco mil mil-hões de euros só em juros. Sãosomas que cresceram e cresce-rão significativamente em 2010e 2011com a subida das taxas dejuro. A maioria dos especialistasconsidera que o Governo portu-guês está simplesmente a adiaro inevitável, acumulando, entre-tanto, mais e mais dívidas, e hi-potecando o futuro das geraçõesvindouras. A vergonha não con-siste em aceitar ajuda externapara resolver os problemas, avergonha consiste em ter dei-xado o país resvalar para esta si-tuação. A bancarrota de facto dopaís é o reflexo da bancarrotamoral das suas elites políticas eeconómicas.

Crónica por Cristina Krippahl

Orgulhosamente sós

ÉO FMI interveio por duasvezes em Portugal: em 1977e em 1983. Das duas vezes opaís deixara de ter acesso a

divisas necessárias para financiar as importações

quando os credores, receo-sos de perderem o seu di-

nheiro, lhe recusaram maisempréstimos sem o aval do

FMI. Este impôs várias medidas de austeridade a

Lisboa que incluíram cortesem subsídios, subida de

impostos, desvalorizaçãodo escudo, impostos retroactivos sobre os

vencimentos e o congelamento do

13º mês.

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