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Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XIX • Nº 210 • Janeiro 2012 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Entrevista Nesta Edição Ensino A solidariedade alemã Nos anos 80, numa altura em que isso ainda raras vezes acontecia, Bona correu o risco de irritar sobremaneira o seu princi- pal aliado, a França, insistindo que Portugal devia aderir à Comunidade Económica Europeia, o que veio a acontecer em 1986. E foi o Governo de Helmut Kohl que apoiou com maior empenho e sem hesitação a entrada de Portugal no euro, faz justamente dez anos. Até agora, os restantes países do euro ainda não acusaram a Alemanha de falta de solidariedade com a Europa pela sua atitude pró-portuguesa. Página 5 Secretário de Estado anuncia permanências consulares com funcionários munidos de computadores Pág. 3 Criado na Alemanha movimento para defesa do ensino de português no estrangeiro Pág. 9 Várias razões para (des)gostar de Portugal Páginas 14 /15 Rafel Bordalo Pinheiro A editora do magazine cultural Berlinda, Inês Thomas de Almeida, fala ao PP Pág. 12

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ANO XIX • Nº 210 • Janeiro 2012 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

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A solidariedadealemã

Nos anos 80, numa altura em que isso ainda raras vezes acontecia, Bona correu o risco de irritar sobremaneira o seu princi-pal aliado, a França, insistindo que Portugal devia aderir à Comunidade Económica Europeia, o que veio a acontecer em1986. E foi o Governo de Helmut Kohl que apoiou com maior empenho e sem hesitação a entrada de Portugal no euro, fazjustamente dez anos. Até agora, os restantes países do euro ainda não acusaram a Alemanha de falta de solidariedadecom a Europa pela sua atitude pró-portuguesa. Página 5

Secretário de Estado anuncia permanências consularescom funcionários munidos de computadores Pág. 3

Criado na Alemanha movimento para defesa do ensino de português no estrangeiro Pág. 9

Várias razões para (des)gostar de PortugalPáginas 14 /15

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A editora do magazine culturalBerlinda, Inês Thomas de Almeida,fala ao PP Pág. 12

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 20122

Director: Mário dos Santos

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Colunistas

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Tradução dos textos Histórias da História:

Barbara Böer-Alves

Assuntos Sociais

José Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:

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Fotógrafos: Fernando Soares

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Impressão:

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Agraciado com a Medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

Fundado em 1993

O encerramento dos vice-consulados emOsnabrück e Frankfurt originou uma sériede protestos das comunidades afectadaspela decisão do actual governo.

Os protestos, cujo ponto alto foi, talvez,uma manifestação realizada em Frankfurt,ainda não conseguiram obrigar o governo avoltar atrás e dar o dito por não dito, talcomo aconteceu em 2003 quando o então eactual secretario de Estado teve de rever asua decisão por mor dos eficazes protestosda comunidade.

Agora como agora, as comunidades es-forçam-se em algumas iniciativas e formasde luta, mas todas elas muito pálidas e sema força de outros tempos. Em Osnabrück,por exemplo, a comunidade da área apostatudo em conseguir 4000 assinaturas parafazer chegar uma petição ao parlamentoportuguês de modo a levar o assunto do en-cerramento à discussão no espaço da as-

sembleia.Para isto há um número de pessoas

muito empenhadas que, nos bastidores,estão a levar a sua luta com paciência e per-sistência.

Para além das assinaturas, a comuni-dade vai utilizando as redes sociais parachegar a sua mensagem às pessoas. Emsuma, todas as formas de luta são para valere a solidariedade das comunidades entusi-asmam aqueles que estão empenhados noprocesso contra o encerramento.

No entanto, uma iniciativa que julgamospouco oportuna e, por consequência, nadaeficaz partiu da Federação das AssociaçõesPortuguesas na Alemanha, vulgo FAPA, queapela “ao boicote a Portugal” (título publi-cado em jornais portugueses). Lido o comu-nicado da FAPA fica-se a saber que aquelaagremiação apela aos portugueses para nãoenviarem dinheiro para Portugal ou até

exortam os depositantes a retiram as suaspoupanças de Portugal porque o governoencerrou umas contas embaixadas e outrostantos vice-consulados.

Por mais injusta que seja a medida doGoverno, a FAPA deveria fazer uma outraleitura da situação e não “atirar bocas” des-tas para a imprensa,.“Bocas” (para não dizeroutra coisa) que em vez de surtir efeito de-sejado em favor da luta do movimento con-tra o encerramento dos postos, causa o seucontrário.

A FAPA deveria saber que a luta é contrauma medida do governo e não contra Por-tugal. Também deveria saber que os depó-sitos e as remessas dos portugueses nãoajudam o governo, se é que ajudam algumacoisa, mas sim o país, daí que seja um tirono pé a ideia de boicote às remessas queparte de uma agremiação que tem uma le-gitimidade que deixa muito a desejar.

Lutas justas e outros boicotes

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 3

Como explica o encer-ramento de dois postosconsulares na Alema-nha em áreas degrande presença por-tuguesa como seja oscasos de Osnabrück ede Frankfurt?Foi uma medida unica-

mente explicável no contextoda enorme crise financeira queestamos a viver em Portugal.Foi tomada a decisão de não seencerrar qualquer consuladogeral ou consulado, propria-mente dito, optando-se poratingir postos mais pequenosem países com uma rede signi-ficativa. Assim, surgiram estasdecisões que se inserem numconjunto vasto de outras tendoem vista uma significativa re-dução dos custos da estruturagovernamental.

Para onde vão ser des-locados os portuguesesque se servem dosmserviços consularesem Frankfurt e em Os-nabrück?Estas Comunidades passa-

rão a ser servidas pelos restan-tes consulados gerais quetemos na Alemanha, Estu-garda, Dusseldorf e Ham-burgo. Porém, é importanteque se tenha em consideraçãoque passará a existir um amploprograma de permanênciasconsulares, apoiadas por novosequipamentos portáteis para aobtenção de cartões do cida-dão, passaportes e outros actosconsulares, que passarão a co-brir um número muito signifi-cativo de cidades alemãs,incluindo muitas que até aquinão possuem qualquer serviço

consular.

Os que protestam con-tra o encerramento deOsnabrück perguntampor que razão se fechao posto naquela áreaque é mais barato, temmais actos consularese mais utentes do que oposto em Hamburgo,que, ao que se consta,tem custos que ultra-passa os 600.000 €anuais e serve apenasuma comunidade esti-mada em cerca 11000pessoas. Que comentá-rio lhe merece esta ob-servaçãoJá expliquei que foi feita a

opção de não encerrar qual-quer consulado. Porém, cum-

pre que se diga que Hamburgonão é o consulado com menorreceita na Alemanha e, poroutro lado, cobre uma cidade-estado que possui a maior con-centração de portuguesesneste País.

Segundo apurámos, ovice-consulado em Os-nabrück tem despesasde 220.00€ e serveuma comunidade esti-mada em 25.000 por-tugueses. Confirma?Em 2010, Osnabruck teve

uma despesa de 251 368 eurose cobre uma área que terácerca de 25 mil portugueses.

Pelos vistos o Governonão é sensível aos ar-gumentos dos que

dizem que o vice-con-sulado em Frankfurtserve uma região degrande pujança econó-mica, onde o BancoCentral Europeu tem asua sede e existe umaforte presença de por-tugueses.Quem encerrou o Consu-

lado Geral de Frankfurt não foio actual Governo mas sim oanterior… Quanto à Comuni-dade asseguro que lhe iremosgarantir um apoio consularmuito significativo, nalgunscasos bem melhor do que o quepossuíam.

Confirma que os vice-consulados em Frank-furt e em Osnabrückservem área maiores,produzem mais actos esão muito menos dis-pendiosos que os con-sulados-gerais?Não é assim. As áreas co-

bertas por Estugarda e pelasecção consular de Berlim sãogeograficamente bem superio-res e o consulado com maiormovimento e receita na Ale-manha é Dusseldorf. Por outrolado, os consulados gerais têmoutras missões que ultrapas-sam o simples apoio adminis-trativo às comunidades. Aeconómica e a acção culturalsão casos muito evidentes daacção que devem realizar. Opróprio acompanhamento daacção da coordenação de en-sino passará a ser asseguradopelos consulados gerais, pas-sando os cônsules a asseguraruma grande parte dos con-tactos com as autoridades edu-cativas locais.

Um outro argumentodaqueles que contes-tam o encerramentosdos postos tem havercom o facto do Governofechar apenas postosque não geridos por di-plomatas de carreira.Há alguma intenção dogoverno de beneficiarou ceder aos diploma-tas de carreira em des-favor dos postos semdiplomata?É evidente que nós conside-

ramos os diplomatas agentesessenciais para a nossa políticaexterna. Eles e só eles são re-

conhecidos como parceiroscredíveis por parte das autori-dades locais, sendo crucial asua acção para a promoçãoeconómica, para a divulgaçãoda nossa cultura, para o diá-logo sobre os dossiers interna-cionais em que o nosso Paístem interesse directo. Daí nósnão pretendermos abdicar dasua acção e não aceitarmos ademagogia de quem diz queeles não são necessários.

Não teme que este de-sinvestimento nas co-munidades (fecho depostos consulares, re-dução nos horários doscursos de Língua eCultura Portuguesa,redução de professo-res, etc.) leve a comuni-dade a afastar-seainda mais de Portu-gal, dos seus processoseleitorais e que haja orisco de haver muitosfilhos de portuguesesque optem apenas pelanacionalidade alemãuma vez que se sentemdesprezados pelo seupaís?Peço desculpa mas não há

desinvestimento nas Comuni-dades. Bem pelo contrário…Nós vamos aumentar os pro-gramas de fomento da partici-pação cívica das nossasComunidades e realizaremosuma profunda reforma do en-sino do Português e dos servi-ços consulares cujo objectivo éservir melhor os portuguesesda Diáspora e não propria-mente esta ou aquela corpora-ção. Não escondemos asdificuldades financeiras doPaís, que herdámos, e que nosfazem atravessar uma situaçãode perfeita emergência nacio-nal. Porém, isso não nos vaiimpedir de desenvolvermos aspolíticas fundamentais paradefendermos a aproximaçãoentre Portugal e as Comunida-des. As novas permanênciasconsulares, que iniciaremosem Janeiro, os novos encon-tros para a participação, que jáiniciámos, e as mudanças noensino do Português, a partirdo próximo ano lectivo, sãoexemplo dessa nova políticapara as Comunidades Portu-guesas.Mário dos Santos

José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades

A entrevista concedida (porescrito) ao PP pelo actual Se-cretário de Estado das Co-munidades, José Cesário, épublicada num momentoem que a Comunidade se vêconfrontada com o encerra-mento dos vice-consuladosde Osnabrück e Frankfurt. Nesta entrevista, José Cesá-rio tenta explicar a decisãodo governo relativamenteao fecho dos dois referidospostos. Caberá ao leitor o jul-gamento das suas declara-ções.

“Passará a existir um amplo programa de permanênciasconsulares apoiadas por novos equipamentos portáteis”

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas realizou, entreos dias 21 e 23 de Dezembro passado, uma viagem à Alemanha.

O secretário de Estado reuniu-se com os cônsules-gerais de Por-tugal em Dusseldorf e Estugarda e, posteriormente, realizou umavisita ao vice-consulado português em Frankfurt onde participounum encontro com o conselho consultivo daquela área consular.

Segundo a nota enviada às redacções, Na agenda esteve tambémum encontro com o conselho consultivo e elementos representativosda comunidade em Estugarda, segundo a nota.

José Cesário encontrou-se também com o cônsul-geral portuguêsem Hamburgo, reuniu-se com o docente de apoio pedagógico da áreade Hamburgo.

Entrevista

José Cesário visitou a Alemanha (masnão passou por Osnabrück)

José Cesário

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012Nacional & Comunidades4

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Portugal passou em 2011 de umasituação de democracia plena parauma democracia com falhas, o quese deve sobretudo à erosão da so-berania associada à crise da zonaeuro, revela o Índice da Democra-cia 2011 do Economist IntelligenceUnit.

O índice, realizado pelo serviçode investigação da revista “TheEconomist”, vai na quarta ediçãoe avalia as democracias de 165 es-tados independentes e dois terri-tórios, colocando-os em quatrocategorias: democracias plenas,democracias com falhas, regimeshíbridos e regimes autoritários.

Pela primeira vez, Portugal,que desceu do 26.º para o 27.ºlugar na lista, surge este ano nogrupo das democracias com fal-has, depois de em 2010 o mesmoter acontecido à França, Itália eGrécia.

Num total de 10 pontos, Portu-gal obtém 7,81, o que resulta de

uma avaliação de cinco critérios:Processo eleitoral e pluralismo(9,58 pontos), funcionamento dogoverno (6,43), participação polí-tica (6,11), cultura política (7,50) eliberdades cívicas (9,41).

No cômputo geral, o país maisdemocrático é a Noruega (9,8pontos), seguido de Islândia(9,65), Dinamarca (9,52) e Suécia(9,50). Nos últimos lugares dalista, surgem a Coreia do Norte(1,08 pontos), Chade (1,62) e Tur-quemenistão (1,72).

A classificação de democraciadiminuiu em 48 dos 167 países,aumentou em 41 e manteve-se em78 deles. Oito países mudaram decategoria, tendo quatro regredido(Portugal, Ucrânia, Guatemala eRússia) e quatro melhoraram (Tu-nísia, Mauritânia, Níger e Zâm-bia).

O relatório conclui que, em2011, o declínio da democracia seconcentrou na Europa, tendo sete

países descido na classificação doíndice democrático (Finlândia, Ir-landa, Alemanha, Espanha, Portu-gal, Itália e Grécia) e nenhumsubido.

A principal razão, explica o re-latório, foi a erosão da soberania eda responsabilidade democráticaassociada aos efeitos e às respos-tas à crise da zona euro.

Seis governos da zona eurocaíram em 2011 e em dois destespaíses (Grécia e Itália) governan-tes eleitos foram substituídos portecnocratas, recorda o relatório,alertando que a perspetiva decurto prazo no velho continente épreocupante.

O relatório destaca ainda queem alguns países já não são os go-vernos eleitos que definem as po-líticas, mas sim os credoresinternacionais, como o BancoCentral Europeu, a Comissão Eu-ropeia e o Fundo Monetário Inter-nacional.

A severidade das medidas deausteridade contribuiu para enfra-quecer a coesão social e diminuirainda mais a confiança nas insti-tuições públicas, que já estavamem declínio desde a crise econó-mica de 2008/2009, conclui o re-latório.

Por outro lado, o relatórioalerta para a falta de participaçãono processo político e o défice de-mocrático e exemplifica com ocaso da Alemanha, onde está emqueda a militância partidária e aparticipação nas eleições.

„A austeridade rigorosa, umanova recessão em 2012, o elevadodesemprego e o facto de não severem sinais de crescimento reno-vado vão testar a resiliência dasinstituições políticas europeias“,pode ler-se no relatório.

A nível mundial, apenas 11,3por cento da população vive emdemocracias plenas e 37,6 porcento em regimes autoritários.

Democracia:

Portugal desceu de categoria em 2011segundo o “The Economist”

O deputado socialista pela Eu-ropa quer conhecer os estudosque fundamentaram o fecho depostos consulares em França ena Alemanha, acusando o Go-verno de manipular informaçãosobre custos e receitas para jus-tificar esta opção.

„O Governo tem que expli-car quais foram os estudos ana-líticos detalhados que serviramde base à decisão de encerrarvários postos consulares. É fun-damental que essa informaçãodetalhada sobre despesas defuncionamento e receitas dosconsulados seja divulgada“,disse Paulo Pisco.

O ministro dos NegóciosEstrangeiros (MNE), Paulo Por-tas, anunciou a 16 de Novembroo encerramento de sete embai-xadas e cinco postos consularesem França (Nantes, Clermont-Ferrand, Lille) e na Alemanha(Frankfurt e Osnabrück).

Entre as embaixadas a en-cerrar conta-se Andorra, ondeos 13 mil portugueses residen-tes passarão a ser servidos peloconsulado de Portugal em Bar-celona. Num pedido de esclare-cimento enviado ao MNE,Paulo Pisco sublinhou que, ape-sar de o Governo ter invocadoquatro critérios para o encerra-mento de consulados - dimen-

são da comunidade portuguesa,custos de funcionamento, nú-mero de atos consulares e a im-portância económica da região-, têm apenas sido feitas refe-rências aos custos globais defuncionamento e ao número deatos consulares.

„O secretário de Estado dasComunidades está a utilizar in-formação manipulada e a amal-gamar tudo de forma a que nãose compreenda bem quais oscustos de funcionamento de

cada posto“, alertou PauloPisco, sublinhando que as de-spesas com o pessoal do MNEnão podem ser contabilizados,já que se mantêm depois dofecho dos postos.

„É fundamental que o Go-verno divulgue os dados sobredespesas, receitas, funcionáriose titulares de todos os postosconsulares em França e na Ale-manha, de forma a ser possívela comparação entre os postosque vão encerrar e os que vão

manter-se em funções. Quantoàs despesas dos titulares dospostos, deve constar a descrimi-nação dos vencimentos, abonose subsídios“, reforçou.

O deputado lembrou que oministro Paulo Portas disse queo encerramento de embaixadase postos consulares originariauma poupança de 12 milhões deeuros, e quer saber onde o Es-tado vai conseguir a poupançareferida.

„As embaixadas não têm re-ceitas, só despesa. Os consula-dos têm receita e é precisodistinguir uma coisa da outra. Énecessário que se façam todosestes esclarecimentos para quese possa compreender quandocustam efetivamente os consu-lados“, disse. Paulo Pisco mo-strou-se ainda desagradadocom a forma como os seus pedi-dos de esclarecimento têm sidotratados pelo MNE.

„Acho insultuoso que cadavez que procuro obter esclareci-mentos por parte do MNE, par-ticularmente da secretaria deEstado das Comunidades, o se-cretário de Estado me respondaatravés do seu Facebook pes-soal“, lamentou Paulo Pisco,considerando tratar-se de uma„falta de respeito“ pela Assem-bleia da República.

Deputado socialista Paulo Pisco quer conhecer estudosque fundamentaram fecho de consulados

O movimento contra o encer-ramento do vice-consulado„Osnabrück não desiste“ estáapelar nas redes sociais à co-munidade para se juntar numprotesto de rua a reliza no pró-ximo dia 7 de Dezembro. Olocal da concentracão é naUniversitätsplatz, sendo quedali os presentes seguirão emmanifestação até ao vice-con-sulado. O movimento pede aosmanifestantes para que tragamvelas vermelhas. A hora do en-contro está marcada para as17h00.

Entretanto, „Osnabrücknão desiste” continua a anga-riar assinaturas para uma peti-ção para entregar naAssembleia da República.

Manifestação

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 Portugal e Alemanha 5

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ma das acusações le-vantadas com maiorfrequência no Portugalda crise de dívidas con-tra a Alemanha supos-tamente prepotente é a

sua “falta de solidariedade”.Sobretudo, argumentam jor-nais, telejornais e blogues,tendo em conta o quanto a Ale-manha deve à Europa pelos es-tragos causados na SegundaGuerra Mundial. Vinda dequem vem, a acusação até queteria uma certa graça, se nãofosse tão reveladora do pro-fundo e tristíssimo desconhe-cimento da História daEuropa, e, sobretudo, da His-tória de Portugal.

A começar pela SegundaGuerra Mundial, durante aqual Portugal se mantevealiado fiel e solidário do fací-nora Hitler, indo ao ponto dedecretar luto nacional quandoeste se suicidou em Abril de1945. Para além desta caricataatitude, graças à “neutrali-dade”, Portugal foi um dos paí-ses que mais lucrou com aguerra, fazendo excelentes ne-gócios com a Alemanha aovender-lhe volfrâmio, preciosopara a indústria germânica dearmamento. Recebeu sem pejoouro roubado a países subjuga-dos e a judeus chacinados, es-fregando as mãos de contentepela boa sorte que lhe coube.Arvorar-se em vítima da Ale-manha nazi é insultar os gre-gos e polacos. De resto, antesde pedir contas à Alemanhapor crimes passados, convém,talvez, reflectir um poucosobre aqueles cometidos porPortugal no Brasil e em Áfricaao longo de cinco séculos.

A muito badalada compai-xão mostrada aos que procura-vam refúgio no cantinhoeuropeu, onde esperavamestar a salvo dos algozes deBerlim, também não passa deum mito. É certo que a popula-ção, de um modo geral, rece-beu bem estas criaturas

desesperadas. O Estado portu-guês fez o que pôde para lhesimpedir entrada, sobretudoquando se tratava de judeuspobres – a maioria – e dificul-tar a estadia.

Não consta dos anais que,depois da Segunda GuerraMundial, Portugal tenha mo-strado grande solidariedadecom a Europa de rastos. Atépara devolver algum do ouroroubado foi necessária pressãomaciça dos Aliados, especial-mente de Washington. Onde arealidade política de uma divi-

são da Europa em dois blocosdepressa fez surgir a convicçãode que seria necessário recon-struir a Alemanha como balu-arte contra o comunismo.Daqui resultou o famoso planoMarshall de ajuda financeira àEuropa, generosidade da qualPortugal beneficiou bastante,ao contrário de outro mito por-tuguês, segundo o qual nãoteria recebido praticamentequalquer dólar norte-ameri-cano.

A História das relaçõesentre a Alemanha e Portugaldesde então caracteriza-se poruma atitude sempre benévolada primeira. Por vezes até de-masiado benévola, por exem-plo, na questão das guerrasafricanas, durante a qual Bonanão exerceu pressão dignadesse nome sobre Lisboa parapôr cobro à aventura colonia-lista ou introduzir reformas

democráticas. Foi assim até àtomada de posse dos governossociais-democratas, em finaisdos anos 60, altura em que oapoio oficial à oposição demo-crática lusa assumiu nova rele-vância. Também aqui amemória portuguesa é curta,como demonstra a diatribe re-cente do ex-Presidente MárioSoares, ao defender a tese defalta de solidariedade alemã.Não se lembrará, quiçá mercêda avançada idade, que foi aAlemanha quem financiou afundação do seu Partido Socia-

lista, a 19 de Abril de 1973 nacidade alemã de Bad Münster-eifel. Esqueceu-se igualmenteo estadista das avultadas injec-ções financeiras alemãs que re-cebeu o PS após o 25 de Abrilde 1974, quando lutava contraos comunistas. Ajudas, deresto, extensivas, ao PartidoPopular Democrático de Fran-cisco Sá Carneiro, o actualPSD.

Provavelmente mais im-portante do que a assistênciafinanceira foi a verdadeiracampanha política montadapelo chanceler, HelmutSchmidt, e o seu homólogosueco, Olof Palme, para impe-dir os americanos de abando-narem Portugal à sua sorte.Com o pragmatismo que sem-pre o caracterizou, o entãoSecretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger,convencera o Presidente Ge-

rald Ford de que talvez até nãofosse má ideia Portugal trans-formar-se num satélite deMoscovo. De qualquer modoPortugal era insignificante e oregime Estalinista que porcerto se estabeleceria, sempreserviria para dissuadir osespanhóis e os italianos de ce-derem à tentação comunista. Ochanceler alemão não descan-sou enquanto não obteve apromessa americana de quePortugal não seria atirado aoslobos.

A História da solidariedadealemã com Portugal não acabaaí. Nos anos 80, numa alturaem que isso ainda raras vezesacontecia, Bona correu o riscode irritar sobremaneira o seuprincipal aliado, a França, in-sistindo que Portugal deviaaderir à Comunidade Econó-mica Europeia, o que veio aacontecer em 1986. E foi o Go-verno de Helmut Kohl queapoiou com maior empenho esem hesitação a entrada dePortugal no euro, faz justa-mente dez anos. Até agora, osrestantes países do euro aindanão acusaram a Alemanha defalta de solidariedade com aEuropa pela sua atitude pró-portuguesa.

E que tipo de solidariedademostrou Portugal à Alemanhae à Europa desde 1986? Boapergunta. Em Portugal aEuropa nunca foi um ideal po-lítico, cultural ou social. Nuncahouve um debate público sobreo lugar de Portugal na Europa,como contribuir para a causacomum, e como avançar parauma verdadeira união do con-tinente. No imaginário portu-guês, a Europa só existe comocolectivo de vacas leiteiras,sendo a Alemanha a maior. Osgovernos portugueses sempreestiveram totalmente absortosna organização periódica de ci-meiras com os seus homólogosespanhóis, com a intençãoconfessada – e até proclamadacom orgulho – de acertar agul-

has para sacar mais algum deBruxelas. Cujo maior financia-dor é o contribuinte alemão. Eem vez de investir os milharesde milhões no futuro de Portu-gal, de modo a que o país,mesmo não podendo contri-buir muito, pelo menos não re-presentasse um fardo para aEuropa, o dinheiro foi usadopara pagar a clientela política,encher uns tantos bolsos e con-struir autoestradas para os pa-cóvios dos eleitores poderemseguir as inaugurações na tele-visão. Com o resultado de que,mais uma vez, os alemães sãoobrigados a desembolsarsomas chorudas para resolveruma crise para a qual – tam-bém – os portugueses os arras-taram. Os mesmosportugueses que reclamam asolidariedade de via única, quetanto jeito sempre deu.

A solidariedade

PorCristina Krippahl

U

Nos anos 80, numa altura em que isso ainda raras vezes acontecia,Bona correu o risco de irritar sobremaneira o seu principal aliado, aFrança, insistindo que Portugal devia aderir à Comunidade EconómicaEuropeia, o que veio a acontecer em 1986. E foi o Governo de Helmut

Kohl que apoiou com maior empenho e sem hesitação a entrada dePortugal no euro, faz justamente dez anos. Até agora, os restantes paí-ses do euro ainda não acusaram a Alemanha de falta de solidariedadecom a Europa pela sua atitude pró-portuguesa.

E que tipo de solidariedade mostrou Portugal àAlemanha e à Europa desde 1986? Boa pergunta.Em Portugal a Europa nunca foi um ideal político,cultural ou social. Nunca houve um debate pú-blico sobre o lugar de Portugal na Europa, comocontribuir para a causa comum, e como avançarpara uma verdadeira união do continente. Noimaginário português, a Europa só existe comocolectivo de vacas leiteiras, sendo a Alemanha amaior

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6 PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012

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OpiniãoCarlos Gonçalves*

Als erstes Portugiesisch-Lehrwerk für europäi-sches Portugiesisch berücksichtigt das einbändigeLehrbuch „Está bem“ die Rechtschreibung von2010.„Está bem“ kann an VHS und Hochschulsemina-ren, jedoch auch im Selbststudium eingesetztwerden.In 24 Lektionen, die in zügiger Progression bis zurSprachbeherrschung auf Stufe B2 führen, wird dasjeweils neu einzuführende Vokabular anhand vonDialogen und authentischen Texten vorgestellt,grammatische Phänomene werden systematisiertdargestellt und durch ein breitgefächertes, ab-wechslungsreiches Übungsangebot aufbereitet.Dabei vermittelt das Lehrbuch ein aktuelles, si-

tuativ ausgerichtetes Vokabular, das auch die Besonderheiten des brasilianischen Portu-giesisch berücksichtigt, und weist gezielt auf klassische Fehlerquellen für deutschsprachigeLernerInnen hin. Besonderes Augenmerk legt das Programm auf die soziokulturelle Realität der lusophonenWelt. Teilweise authentische Sachtexte beleuchten gesellschaftliche und historische Aspekteund vermitteln ein differenziertes landeskundliches Wissen.Mit integriertem Vokabelregister und einem umfangreichen Verzeichnis von Verbformen. Zum Lehrbuch sind eine Audio-CD sowie ein Lösungsheft mit integrierter KurzgrammatikerhältlichDer AutorJoaquim Peito ist Lektor für Portugiesisch an der Georg-August-Universität von Göttingen

So urteilt die Presse:«... für die sprachliche Grundausbildung an Universitäten ist es wohl uneingeschränktgeeignet. Ihm sind weitere Neuauflagen ... sowie zahlreiche Benutzer zu wünschen.»Daniel Reimann in «Zeitschrift für romanische Sprachen und ihre Didaktik», 10/08

Das Lehrwerk „Está bem“Mit der neuen portugiesischen Rechtschreibung!

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União Europeia vive na,actualidade, um dosmomentos mais difíceisda sua história. Criadano pós guerra, com oobjectivo primordial de

fomentar um espaço de paz e diá-logo ela teve uma evolução ex-traordinária não apenas no planoeconómico, como também naárea política e social, promo-vendo uma verdadeira integraçãoentre os seus Estados-membros.Portugal aderiu a este espaço em1986 e desde essa data tem-se as-sumido como um membro res-ponsável e participativo nasdiversas políticas europeias.

Hoje a caminho dos 28 mem-bros e com um já considerávelnível de integração em todos osplanos, especialmente no planoeconómico e financeiro, a Uniãoenfrenta problemas de váriaordem, provocados pela crise dasdívidas soberanas, onde o para-digma da solidariedade, pilar es-sencial em que assentou aconstrução desta “casa europeia”,

vem sendo posto à prova che-gando mesmo alguns a procla-mar que está mesmo em causa oprojecto europeu e o fim damoeda única.

Sobre isto, em conversa re-cente com parlamentares de ou-tros países, já se falava, dapossibilidade de se avançar parauma europa a duas velocidadesnotando-se um crescente cepti-cismo na capacidade de ultrapas-sar o momento que todos nóstemos vindo a enfrentar.

De facto, entendo que, inde-pendentemente da europa serhoje verdadeiramente funda-mental para todos os cidadãos, aconstrução de uma verdadeira eefectiva identidade europeia éum caminho que será longo e quesó poderá ser concretizado com oempenho de todos aqueles quevivem neste espaço europeu. Nãofalo apenas dos Estados, falotambém e, cada vez mais, dopapel essencial dos cidadãos naformulação de políticas euro-peias que favoreçam realmente o

surgimento de um espiritoeuropeu que permita encontrarsoluções de conjunto para os pro-blemas que, face à crescente inte-gração das nossas economias,acabam por ser de todos.

Quando falamos de identi-dade europeia em Portugal veri-ficamos que dos nacionaisportugueses aqueles que mais sereconhecem neste sentimentosão, exactamente, os portuguesesemigrados seja em países daUnião Europeia seja mesmo empaíses fora da Europa.

Estes portugueses beneficiamdesta cidadania alargada queconfere direiros e que harmonizalegislações, dando-lhes as mes-mas oportunidades que têm osnacionais dos países que os acol-heram. Relembro apenas, que até1986 muitos portugueses resi-dentes no estrangeiro, em paísesda União, necessitavam de se na-turalizar para terem oportunida-des iguais no plano profissional,empresarial e político.

Por isso, é para mim claro que

melhor que ninguém os emigran-tes portugueses, neste caso naAlemanha, sabem da importân-cia de garantir um futuro a esteespaço de grande influência eco-nómica permitindo-lhe ser tam-bém um espaço solidário, ondeos cidadãos, apesar das suas dife-renças tenham uma matriz cultu-ral comum.

Assim, seria bom que os maiscépticos tivessem em conta a si-tuação particular de cerca de doismilhões de portugueses quevivem na União e, ao mesmotempo, fora de Portugal. De hámuito que integraram esta iden-tidade associada a um conjuntode direitos que faz a diferença emrelação a outros países e a outrosespaços no plano mundial.

Com a União Europeia as coi-sas ficaram mais fáceis para umportuguês ser emigrante naEuropa mas, não posso também,deixar de destacar, que esta ficoumais forte, mais coesa e capaz dedesenvolver, com a abnegação,trabalho e dedicação de todos

esses portugueses que se viramna contingência de ter que emi-grar.

A comunidade portuguesa re-sidente na Alemanha é disso umbom exemplo, demonstrando umgrande nível de integração numasociedade que privilegia valorescomo o trabalho na sua base or-ganizativa. Os portugueses de-monstraram aqui, como emtodos os outros locais para ondeemigram, que são sempre umamais valia para os países que osacolhem e no caso concreto daAlemanha, uma comunidade quecontribui fortemente para o seupoder económico e financeiro.

A Europa tem de ser umespaço das pessoas e para as pes-soas e neste campo, os portugue-ses residentes no estrangeiro têmtido um comportamento exem-plar. Continuemos assim e acre-ditemos que é possível construiruma União ainda mais forte.

* Deputado do PSD

A europa e os emigrantes portugueses

A

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 Comunidade 7

Mais de 500 emigrantes portu-gueses protestaram no passadodia 4 de Dezembro, em Osna-bruck contra o fecho do vice-consulado local e a transferênciada sua jurisdição para Dussel-dorf, colocando a bandeira na-cional a meia-haste e içandouma bandeira preta no CentroPortuguês de Osnabruck.

Na assembleia realizada nasinstalações da mesma associa-ção estiveram representações delusodescendentes de vários pon-tos da área consular, deputadosdo PS e do PCP e conselheirosdas comunidades eleitos na Ale-manha.

„Até veio gente de Bremen ede Bremerhaven, a mais de 200quilómetros daqui, a sala estevecheia“, disse Nelson Rodrigues,coordenador da plataforma „Os-nabruck Não desiste“, criadapara lutar contra o encerra-mento do posto consular.

„Nenhum dos critérios que ogoverno apontou para encerrarrepresentações diplomáticas seaplicam ao vice-consulado deOsnabruck“, garantiu NelsonRodrigues.

Entre as várias intervençõesa criticar a decisão do ministrodos negócios estrangeiros, des-tacou-se a do presidente da Fe-deração das AssociaçõesPortuguesas na Alemanha(FAPA), Vítor Estradas, que ape-lou aos emigrantes para deixa-rem de enviar dinheiro paraPortugal.

O dirigente associativo anun-ciou que a FAPA vai lançar umacampanha a favor da suspensãodas remessas dos emigrantes,

exortando-os também a trazer odinheiro que já depositaram emPortugal para os países onde seencontraram, enquanto Lisboanão revogar a decisão de encer-

rar consulados e reduzir o nú-mero de professores de Portu-guês parara oslusodescendentes.

O deputado comunista João

Oliveira, por seu turno, sublin-hou na sua intervenção que asestruturas consulares nãopodem ser vistas como empresasque devem ter saldo positivo, eque em primeiro lugar devemestar as necessidades das comu-nidades emigrantes.

Paulo Pisco, deputado socia-lista pelo círculo da Europa, quena segunda-feira se reunirá como vice-cônsul em Osnabruck,Manuel da Silva, disse à Lusaque viu uma comunidade „abso-lutamente indignada” e sem per-ceber as razões que levaram ogoverno a tomar a decisão de en-cerrar o vice-consulado.

Sublinhou ainda que o pre-juízo resultante do fecho doposto consular afetará não só aatual geração de portugueses,mas também os seus filhos, por-que pode estar em causa tam-bém o apoio financeiro dealgumas autarquias alemãs daárea consular ao ensino de Por-tuguês em Osnabruck e Rheine,por exemplo.

A área consular de Osna-bruck abrange 23 mil portugue-ses espalhados por umasuperfície de 61 mil quilómetrosquadrados, cerca de dois terçosdo território de Portugal Conti-nental.

O vice-consulado tem, alémdo responsável do posto, trêsfuncionárias que efetuarammais de seis mil atos consularesem 2010, uma média per capitasuperior à de todos os outrospostos consulares na Alemanha,e as suas receitas em emolumen-tos superam largamente as des-pesas de manutenção,

Por decisão do Governo, osvice-consulados em Frank-furt e Osnabrück encerramas suas portas deixando de-zenas de milhares de portu-gueses sem serviçosconsulares na sua área.

Assim, o vice-consuladoem Frankfurt encerrou assuas portas no passado dia20 de Dezembro pelas 13horas. Até 6 de Janeiro de2012, este posto consularcontinua aberto apenas paraentrega de documentos an-teriormente solicitados, taiscomo, cartões de cidadão oupassaportes.

Por decisão do Governo,com o encerramento doVice-Consulado de Portugalem Frankfurt, a sua área dejurisdição consular corres-pondente a 3 Estados Fede-rados passa a ser reafectadada seguinteforma:

Hessen passa para a doConsulado-Geral de Portu-gal em Dusseldorf

Rheinland-Pfalz e Saar-land passam para a do Con-sulado-Geral de Portugal emEstugarda

Já o vice-consulado emOsnabrück tem o seu fimmarcado para o dia 13 de Ja-neiro deste ano . Na páginado Facebook, o vice-cônsulinforma os utentes que “deacordo com as instruçõesprocedentes do Ministériodos Negócios Estrangeiro, oúltimo dia de pleno funcio-namento deste Vice-Consu-lado é sexta-feira, dia 13 deJaneiro de 2012.

A partir do dia 16 de Ja-neiro de 2012, e, até ao en-cerramento definitivo doVice-Consulado, só se pro-cederá à entrega dos docu-mentos requeridos até aodia 13 de Janeiro de 2012.

Nesta Área, os portugue-ses residentes na Renâniado Norte-Vestefália (NRW)passam a dirigir-se ao Con-sulado Geral de Portugal emDüsseldorf

Já os portugueses resi-dentes na Baixa Saxónia(Niedersachsen) e no estadode Bremen passam a dirigir-se ao Consulado Geral dePortugal em Hamburgo

Vice-consulado deFrankfurt encerrou a20 de Dezembro e oOsnabrück fecha a 13de Janeiro

Emigrantes em Osnabruck põem bandeira nacional ameia-haste contra fecho de posto consular

A Federação das Associa-ções Portuguesas na Ale-manha está a apelar aosemigrantes que deixemde enviar dinheiro paraPortugal em protestocontra o encerramentode embaixadas e os des-pedimentos de professo-res no estrangeiro,segundo um comunicadoenviado às redacções.

Segundo a Federação dasAssociações Portuguesas naAlemanha (FAPA), depois deavaliar a política que se está apraticar contra a comunidadeportuguesa na diáspora e odiálogo infrutífero com as au-

toridades portuguesas, a fe-deração chegou à conclusãode que terá de “tomar outrasmedidas”.

Portugal vai encerrar seteembaixadas, quatro vice-con-sulados e um escritório con-sular, anunciou emNovembro, o ministro dosNegócios Estrangeiros, PauloPortas.

Houve também uma redu-ção no número de professo-res do Ensino do Portuguêsno Estrangeiro (EPE). Se-gundo o Sindicato dos Pro-fessores das ComunidadesLusíadas (SPCL), 149 profes-sores já foram dispensados

este ano e 15 mil alunos fica-rão sem aulas na diáspora.

“Possivelmente, o Go-verno até tem razão em que asolução para resolver os pro-blemas de Portugal é econo-mizar. Então vamos seguir oexemplo que nos estão a dar”,referiu o comunicado daFAPA.

A federação apelou aosemigrantes que deixem deenviar dinheiro para Portugale até mesmo a levantar o di-nheiro que já está no país.

Segundo dados do Bancode Portugal, no primeiro se-mestre de 2011 a diáspora en-viou um total de 524 milhões

de euros para o seu país.“Vamos assim, também

nós, a comunidade portu-guesa residente fora de Por-tugal, economizar pararesolver os `nossos´ proble-mas”, indicou o comunicado,referindo-se ao que terá deser gasto com o ensino doportuguês às crianças e tam-bém com as deslocações aosconsulados que passarão aficar mais longe.

“Temos que `poupar´ atéà data em que os postos con-sulares forem reabertos e osprofessores retirados regres-sarem para dar aulas”, subli-nhou a nota.

FAPA anuncia campanha de boicote às remessas para Portugal

Presentes no protesto, os deputados João Oliveira, PCP, (à direita, PauloPisco, PS, (o seg. da dir.) e ainda: Vítor Estradas (FAPA) , Fernando Genro eAlfredo Stofel, membros do CCP, bem como o coordenador do movimento“Osnabrück Não Desiste”, Nelson Rodrigues (à esq.)

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012Comunidades8

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Sugestão de LeituraPor decisão do Governo, Manuel Correiada Silva, o ainda vice-cônsul de Portugalem Osnabrück vai cessar funções en-quanto chefe daquele posto consular nopróximo dia 13 de Janeiro, data certapara o encerramento do vice-consulado.Ora, conhecendo como conhece muitos evários cônsules e vice-cônsules que aolongo dos anos dirigiram postos, o POR-TUGAL POST pode assegurar que, paraalem do ex-conselheiro social da embai-xada, Manuel de Matos, a comunidadeportuguesa (não só) em Osnabrück nãoteve e não tem um dedicado, empenhadoe generoso responsável consular comofoi e é Manuel Correia da Silva, vice-côn-sul, em Osnabrück.Se há pessoas que o Estado portuguêsdeve respeito e consideração, uma delasé o seu servidor Manuel Correia da Silva. Reconhecido por todos como um funcio-nário exemplar, que pôs o vice-consu-lado ao serviço das pessoas, ManuelCorreia da Silva é o exemplo daquilo quedeve ser um servidor do Estado e por issonos merece aqui um destaque mais doque meritório.

Um marco de cultura portuguesaque durante algumas dezenas deanos foi ponto de referencia nacidade de Leverkusen foi vitimada falta de organização de umgrupo de arrogantes que há cercade 4 anos tomaram nas suas osdestinos da mesma.

Quando estes tomaram posseda A.P.L. a colectividade estavade saúde, embora pouco tempodepois tivesse de mudar parauma outra casa, a sua caixa es-tava bem, com uma soma pró-xima dos € 20.000, soma estaconseguida graças ao empenho,organização e amor de um pun-hado de homens e mulheres quetrabalhavam com amor à cam-isola, não olhando aos seus inte-resses pessoais, serviam parabem da comunidade, tendo à ca-beça um algarvio, homem simp-les e muito honesto.

Foi sem dó nem piedade queuns arrogantes, chamados diri-gentes da associação, foram cor-rendo com os sócios que não lhesagradavam, não respeitando asua idade ou o que estes fizeramdurante muitos anos para o de-senvolvimento a A.P. de Lever-kusen.

A maneira usada por estes“dirigentes” arrogantes e sem ummínimo de simpatia foi seguidapor alguns membros da mesa daAssembleia Geral que diziamnunca deixar cair a associação,visto serem eles os responsáveis

máximos pela mesma, mas queno fim tudo consentiram.

Fecharam as portas, dividi-ram uma parte do mobiliárioentre si. Um levou a máquina docafé, outro a máquina de lavarlouça, televisão, etc., etc... Enfim,o que lhes agradou. O que osestatutos da associação dizia nãoera do conhecimento destes diri-gentes.

Sem convocar qualquer reu-nião com os sócios ou tão poucoenviar uma carta informativa aosmesmos dando a conhecer o quese estava a passar e o que poderiavir acontecer caso não houvessemais interesse dos mesmos, pre-feriram não ouvir as criticas dossócios e fecharam as portas daAssociação Portuguesa de Lever-kusen.

Será que estes “dirigentes as-sociativos” não pensaram porque motivo é que os sócios dei-xaram de frequentar a A.P.L?Porque é que não pensaramm noque estaria mal e eventualmentetentar ir ao encontro da vontadeda maioria e pôr o seu lugar àdisposição?

Caros amigos, foi desta tristemaneira que mais um marco dacultura portuguesa encerrou assuas portas. A comunidade por-tuguesa na Alemanha fica assimmais pobre.

A. NobreB. Leverkusen

Associação Portuguesa de Leverkusen fecha para sempre assuas portas

A União Portuguesa Cultural eDesportiva de Hagen (UPCDH)festejou mais um aniversáriodo Rancho Folclore de Portu-gal.

Para além de uma equipade futebol e uma outra de dar-dos, o grupo folclórico está ag-regado à associação, mas comvida própria.

Espaço para actuações e en-saios é coisa que nesta casacom mais de 2300 m2 nãofalta, sendo que a UPCDH é aúnica associação na Renâniado Norte e Vestefália que tem àdisposição dos seus 240 asso-ciados um espaço assim tãogrande.

A festa foi visitada por maisde quatro centenas de pessoasque de um modo ou outro sesentem atraídos pela culturaportuguesa. No público, paraalem de portugueses, viam-sepessoas de várias nacionalidades.Os motivos da presença destascentenas de pessoas eram vários:uns diziam ter vindo pelo folclore.Outros, os apreciadores de petis-cos, vinham pelo frango no chur-rasco ou pela sardinha na brasa.

O presidente da UPCDH, LuísMartins, agradeceu aos presentesassim como aos convidados espe-ciais, entreo os quais se destacavaa Cônsul-Geral de Portugal emDusseldorf, Maria Durão, porparticiparem em mais um aniver-sário do Rancho de Portugal. LuísMartins referiu que o grupo folcló-

rico é uma plataforma para o e in-tercâmbio entre portugueses e ou-tras nacionalidades.

O presidente enalteceu o con-vívio entre o grupo “Folclore dePortugal” e outros ranchos, comoo “Coração do Minho”, tambémde Hagen.

Para contrariar a alegada riva-lidade, os dois grupos actuaramem conjunto.

Na noite da festa também secantou os parabéns à senhoraFanni Rosa Santos, natural de Al-mada, que confessou estar a fes-tejar os seus 83 anos, quarenta

dos quais ao serviço do ranchofolclórico e da associação,onde sempre trabalhou na co-zinha.

A senhora Santos lamen-tou o facto da juventude já nãoligar muito ao folclore e muitomenos ao trabalho voluntáriona Associação. Ela, com aidade que tem, tenta dar umexemplo continuando a tra-balhar na cozinha da associa-ção.

O baile da festa foi abril-hantado pelo Conjunto “OsAtrevidos”, um dos poucos jáexistentes na NRW .

Há uma coisa que nãopassa despercebido a quemcostuma frequentar festas: éque quase todas as caras dospresentes são conhecidas deoutras formações de largosanos atrás, quando a juven-tude portuguesa percorria aos

fins- de -semana centenas de qui-lometros para se divertirem nasfestas portuguesas.

A UPDCH também foi recen-temente visitada pelo embaixadorde Portugal em Berlim quandoeste se deslocou à área consular deDusseldorf no final do ano pas-sado. O embaixador felicitou a di-recção da associação pelasespaçosas instalações, agrade-cendo também o trabalho desen-volvido em prol da culturaportuguesa.Antonio Horta, correspondenteGelsenkirchen

União Portuguesa Cultural e Desportiva de HagenFestejou mais um aniversário do rancho “Folclore de Portugal”

Fanni Rosa Santos, 83 anos de idade e mais de40 voluntário na associação em Hagen

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 Comunidade 9

O „Movimento para A Defesado Ensino de Português“ (vermanifesto nesta página) acabade ser lançado na Alemanhacom o objetivo de lutar contraa falta de professores da línguamaterna nesta país de acolhi-mento, mobilizando os pais erestante comunidade.

„Receamos que a Ale-manha venha a ser atingidapelas reduções de professoresna rede de ensino no estran-geiro anunciadas pelo Insti-tuto Camões“, disse Rui Paz,um dos promotores da inicia-tiva.

Recentemente, o InstitutoCamões anunciou que iria re-duzir, até Janeiro, 50 postosde trabalho de professores darede no estrangeiro, sobretudo

em França (20), Suíça (20) eEspanha (9).

Apesar de a medida nãoafectar a rede na Alemanha, onovo movimento está conven-cido de que „isso será apenasuma questão de tempo, por-que o Instituto Camões jádisse aos sindicatos que a su-pressão dos 50 postos foi ape-nas o começo“, acrescentouRui Paz.

O ex-membro do ConselhoMundial das ComunidadesPortuguesas, onde era respon-sável pelo pelouro do ensino,acrescentou que no Estado fe-derado de Baden-Wuerttem-berg „há actualmente centenasde crianças sem aulas de Por-tuguês, porque as professorasde licença de maternidade não

foram substituídas“.Em comunicado, o movi-

mento pela defesa do ensinode Português na Alemanhalembra que, em 2007, a redede ensino no estrangeiro tinhaem toda a Europa 598 profes-sores, em 2011 passou a ter 517e em 2012 quedar-se-á pelos468. Na Alemanha há 54 pro-fessores a cargo do Estadoportuguês, e nas áreas consu-lares de Frankfurt e Dussel-dorf existem mais algunsprofessores contratados pelasautoridades alemãs.

„De um sistema de ensinoque funciona bem, agorapouco resta“, diz o comuni-cado do novo movimento, quecritica o Instituto Camões porter passado a exigir um maior

número de alunos por profes-sor, por exemplo.

„Receamos que, a partir dopróximo ano, muitos pais jánão encontrem professoresquando forem levar as crian-ças às aulas de Português, por-que o governo está a fazer ascoisas pela calada“, acrescen-tou Rui Paz.

„Por isso, queremos pôr acomunidade de sobreaviso, eestender a acção de protesto atoda a Alemanha“, explicou.

O grupo dinamizador do„Movimento para A Defesa doEnsino de Português“ é assi-nado, além de Rui Paz, peloscinco conselheiros das comu-nidades eleitos na Alemanha,por dirigentes associativos,empresários e professores.

Criado na Alemanha movimento para defesa do ensino de português no estrangeiro

A continuar assim, o ensino doportuguês no estrangeiro vai ca-minhando a passos largos paraum fim em breve prazo.

Em 2007, havia 598 profes-sores, em 2011 já só havia 517 eagora, quase em 2012, são ape-nas 468.

Na Alemanha, a cargo dasentidades portuguesas, há atual-mente apenas 54 professores,pois nas áreas consulares deFrankfurt e Düsseldorf existemainda professores contratadospelas entidades alemãs.

Apesar disso, e apesar de emoutras áreas, como Hamburgo eEstugarda, as entidades escola-res locais concederem subsídios

para os cursos de Português, parece, segundo os responsáveis do Insti-tuto Camões, que desde 2010 tutela o Ensino Português no Estrangeiro,nunca haver dinheiro suficiente para pagar aos professores e manteras aulas com uma qualidade mínima.

Porque a verdade é que, de um sistema de ensino que dantes fun-cionava bem , muito pouco resta. No presente ano letivo, o IC exigiuum número maior de alunos por professor, com o resultado de agoraterem de ser lecionados juntos alunos de 4 e 5 níveis escolares diferen-tes, apenas durante uma hora ou hora e meia por semana.

Muitos cursos que funcionavam em dois dias na semana passaramapenas para um, o que significa que um número elevado de alunos nãopode frequentar as aulas por incompatibilidades de horário.

Mas mesmo assim a poupança parece não ser suficiente. O IC ter-minou agora os contratos a 20 professores na Suíça, 20 na França e 9em Espanha. Ao todo 49, e 5.000 alunos sem aulas a partir de Janeiro.A Alemanha, por enquanto, escapou.

Mas não escapará decerto no fim do ano escolar, pois continuam aanunciar novos cortes na rede de ensino. Estes 49 professores são ape-nas um começo, uma espécie de ensaio para apreciar as possibilidades,para avaliar o modo como as comunidades reagem ao facto de lhes re-tirarem um dos direitos que mais prezam, as aulas de língua e culturaportuguesas para os seus filhos.

Da Secretaria de Estado das Comunidades, na pessoa do atual Se-cretário de Estado, ouvem-se afirmações que parecem mentira...mas

que infelizmente são verdade. “É necessário recorrer à iniciativa privada e ao mecenato.... os pais

passarão a contribuir para a manutenção dos cursos ...só deverá havercursos onde as comunidades forem significativas...”

Tudo isto significa que não há vontade política de gastar verbas como EPE.

Retiram-se os professores e substituem-se por ensino através da In-ternet. Só quem nada entende de ensino e de pedagogia, ou que estáindiferente ao futuro das crianças e jovens luso-descendentes, podefazer afirmações destas.

O Português, como língua identitária e de herança, não tem inte-resse. Será melhor transformá-lo em língua estrangeira, dizem os re-sponsáveis, assim serão os países de acolhimento a pagar.

E deste modo recusa-se, com a desculpa da crise, o direito consti-tucional dos portugueses no estrangeiro às aulas de língua maternapara os seus filhos.

Recusa-se um ensino de qualidade por professores portugueses.Recusa-se manter a ligação dos portugueses nas comunidades ao

seu país de origem.Mas não se recusa receber os milhões de euros enviados por esses

portugueses para o seu país, dos quais nem 1% é aplicado no ensino.“A minha pátria é a língua portuguesa”, dizia o escritor Fernando

Pessoa. E é verdade. Mantendo a sua língua e a sua cultura, um portu-guês é português em qualquer lugar do mundo, pois mantém a ligaçãoao seu país.

Acabar com os cursos de português ou reduzi-los à expressão mí-nima é uma ofensa, é uma traição aos portugueses no estrangeiro quenão querem esquecer a sua pátria.

Não queremos esquecer o nosso país. E não podemos permitir queo nosso país nos esqueça.

Adere ao movimento pela defesa do ensino do português junto daComunidade Portuguesa na Alemanha!

Pelo Grupo dinamizador:Alfredo Stoffel, Sassnitz (CCP), Alfredo Cardoso, Münster (CCP),

António Horta, Gelsenkirchen (Conselho de estrangeiros), ArménioFortunato, Seelow (Empresário), Fernando Genro, Hilden (CCP), Fran-cisco Rodrigues, Leverkusen (dirigente associativo), José Eduardo,Schwalbach (CCP), Luciano da Rosa, Berlin (professor e publicista),Manuel Lisboa, Solingen (professor), Óscar Pais, Düsseldorf (dirigenteassociativo), Piedade Frias, Stuttgart (CCP), Rui Paz, Düsseldorf (pro-fessor), Teresa Soares, Nürnberg (professora e sindicalista), VitorEstradas, Remscheid (Presidente da FAPA).

Salvemos o ensino do português no estrangeiro!O movimento para a defesa do ensino do portuguêsna

Alemanha está alerta!

A poucos dias da celebração doNatal e da entrada em 2012, gosta-ria de desejar à Comunidade Por-tuguesa e Luso-Descendente naAlemanha os meus votos de BoasFestas e de um feliz Ano Novo.

A quadra Natalícia evoca-nosparticularmente o espírito da Fa-mília e renova-nos sentimentos desolidariedade para com os demais,de alegria e de esperança nos tem-pos vindouros. É assim umaépoca de balanço e de reflexão quenos inspira a um novo fôlego.

O ano que agora termina foidifícil e, provavelmente, o ano2012 não será mais fácil. Exige-sede todos nós um esforço concer-tado – tanto em Portugal, como naAlemanha – para fazer face à difí-cil conjectura que a Europa atra-vessa. No nosso Pais, vimo-noscompelidos a tomar medidas rigo-rosas, por vezes dolorosas, comvista a uma consolidação orça-mental e, simultaneamente, parao relançamento da nossa econo-mia em termos sustentados e fir-mes.

A situação que atravessamosexige de todos importantes sacri-fícios, num esforço colectivo quetodos somos chamados a realizare nos permita ultrapassar as pre-sentes dificuldades e assegurar umfuturo melhor.

Gostaria pois de deixar à co-munidade Portuguesa e Luso-des-cendente na Alemanha umamensagem de solidariedade e deânimo. A Embaixada e os PostosConsulares de Portugal na Ale-manha acompanham e compartil-ham das vossas preocupações, dasvossas ansiedades e das vossas es-peranças. E é um voto de espe-rança que quero formular aosPortugueses residentes na Ale-manha. Esperança que 2012 tragaa todos um futuro melhor.

A todos, os meus votos deBom Natal e Feliz Ano Novo!

José Caetano da Costa PereiraEmbaixador de Portugal

Mensagem à Comunidade Portuguesa

na Alemanha

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PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012Entrevista10

Porque saíste de Portugal?Estávamos em 78. Era uma altura

em que tinha de fazer alguma coisa.Podia ir para a universidade, porémos meus pais tinham poucas posses eéramos cinco irmãos. Naquela altura,a Inglaterra estava muito em voga.Era uma cena interessante e eu nãoconhecia nada. Era nova, queria ex-perimentar coisas novas e através deuma amiga consegui ir como baby-sitter para Inglaterra. O meu pai nãoqueria, era um pouco tirano; era aeducação geral em certas famílias!Tinha de estar em casa até às 8 horas,ainda o sol brilhava lá fora. Chateeitanto que ele lá arranjou dinheiropara o passaporte e a viagem. Até àaltura tinha-me divertido com a revo-lução - a liberdade soava bem.

Já cantavas nessa altura?Sim, mas não era fado, cantava

música inglesa. Na minha mocidadeouvia o fado na família e pelasjanelas abertas da vizinhança. Aminha mãe cantava fado enquantolimpava a casa. Hoje em dia não seouve as pessoas cantar e as janelasestão fechadas porque as mulherestrabalham fora de casa e andamcheias de stress.

Maria viveu dois anos em Ingla-terra onde vivenciou outra cultura eouviu outras músicas. Primeiro emWindsor onde, olhando um céu cin-zento, as ruas sombrias lhe ensina-vam o spleen inglês. Chorou masaguentou! Não queria dar o braço atorcer. Em Londres viveu numa famí-lia de actores. Não obstante, apesardas muitas alternativas da cidade, asua vida não avançava e, assim, de-cidiu ir experimentar a vida pari-siense. Viveu um ano em Paris.“Talvez tenha encontrado as pessoaserradas, tive pouca sorte” - diz.

Voltaste para Portugal?Voltei para Portugal, mas já não

me sentia bem no meu país. Tinhampassado três anos e não encontravaemprego. Andava muito à deriva.Um dia decidi visitar um alemão aquiem Berlim.

Vieste para Berlim Ocidental?Sim e não gostei de Berlim. Não

consegui entender a cidade. Não eracomo Londres que me entusiasmavaou Paris que me deslumbrava. Nãopercebia onde era o centro. Só via

ruas compridas e todas iguais, algu-mas lojas, mas mais nada.

Achaste as pessoas provincia-nas?Sim e não as achei nem simpáti-

cas nem bonitas. Até há pouco tempoachava que não se vestiam bem, nãose arranjavam. Berlim mudou muitonesse aspecto. Mas primeiro sentiaqualquer coisa düster, como é que sediz?

Sombria?Sim, é isso. Vim no fim do verão

com roupa de inverno português erapei muito frio. Não sei bem do quenão gostei, era apenas um senti-mento. Mas fui ficando e decidiaprender a língua. Fui trabalhandoaqui e ali.

Quando e como é que desco-briste o teu talento para o fado?Foi só dez anos depois. Entre-

tanto fui conhecendo pessoas interes-santes e entrei num meio que meagradava e, assim, descobri a cidade.Por fora não tinha nada que me inte-ressasse. Em Berlim, o que era inte-ressante era - o que as pessoas faziame as possibilidades que havia. Viviem Kreuzberg e andava sempre desaída. Durante muito tempo nempensei no que queria fazer. Nessa al-tura, tu não tinhas que fazer nada.Comecei a trabalhar num escritórioque tinha negócios com a RDA. For-necia produtos para as «intershops».Na estrada de «trânsito» entre BerlimOcidental e Hamburgo, havias estaslojas onde podias beber café e com-prar qualquer coisa com marcos ale-mães.

Sentias-te perdida?Faltava-me qualquer coisa – era

tudo muito superficial. Comecei a termuitas saudades de Portugal, daminha família. O que é que eu faço?Onde é que pertenço? Faltava-me ocalor, faltava-me o sol, faltava-me afamília, faltava-me uma certa ma-neira de ser. Faltava-me o movi-mento das pessoas nas ruas e os seuscheiros. Abria as janelas e não sentiaos cheiros nem via pessoas - aquieram todos muito berlinenses. Agorahá mais mistura, eles são mais sim-páticos. Os condutores dos autocar-ros eram horríveis. Eu já saía de casacom medo, porque sabia que me iachatear com alguém. Na vida privada

eu dava-me com malta porreira, masna vida profissional eles eram horrí-veis. E comecei a ter muitas sauda-des! Entrei numa depressão semsaber, mas tive bons amigos que meapoiaram.

Faltava-te um sorriso que trans-formasse o teu dia?É isso. Tinha muitos amigos al-

ternativos, saíamos muito para o tea-tro, concertos, etc. A cultura erabarata em Berlim. Mas chegou umaaltura em que esta vida não me che-gava, era demasiado superficial. Efoi nesta fase que fiquei deprimida.

Ou seja, quando começaste atrabalhar deixaste o teu ninhoprotegido e foste confrontadacom a realidade. E como resol-veste este conflito?As pessoas não tinham calor para

dar, eram antipáticas, maldispostas.Vou viver para sempre assim? Parame proteger, tornei-me agressiva.Comecei a detestá-los e ao mesmotempo a não gostar de mim. Fiqueiconfusa.

Assimilaste-te?Pois é isso. Fui-me adaptando

sem o querer e chorava contra estaassimilação. Comecei a acalmar umpouco e a lutar contra a situação - aracionalizar. Desenvolvi uma técnicade adaptação. E o fado – acontece! Agrande saudade que eu tinha do meupaís fez com que tudo o que viessede Portugal mexesse comigo. Du-rante dez anos não tive contacto comportugueses. Conheci o Tó na CasaAlgarvia. Ele tocava viola e cantavafado. Um dia fui lá jantar e aquilomexeu comigo; lembrei-me das can-ções que ouvia em criança. Não sabiaque as tinha dentro de mim. Tenhouma música no último CD que sechama «Moldura de Lembranças»que tem muito a ver com os momen-tos passados e que se foi esquecendo.Fui lá várias vezes e comecei a can-tar. Saía-me assim...eu cantava umaestrofe com o Tó, depois ficava sus-pensa porque não me lembrava doresto. E aquilo trazia-me imagens eeu sentia calor no peito. As pessoasqueriam que eu cantasse e eu nãoqueria porque tinha medo. Comeceia reaprender os fados e o meu reper-tório foi aumentando.

O Tó é que conseguiu que eu en-trasse no palco. Quando eu me es-

quecia da letra ele trauteava e eu iaatrás e as pessoas batiam palmas namesma. Em casa treinava o meu tom.Porque eu não sabia qual era o meutom. Antes de cantar, ia à casa debanho e trauteava até ter o tom certo.

Cantavas fados tradicionais?Sim, o «Que Deus me Perdoe» e

até um arranjo com violoncelo. Co-mecei com os fados que davam maispara a minha voz.

Cantavas fado do Porto, deCoimbra, de Lisboa?Fado lisboeta, o conhecido por

toda a gente, como o «Disse-teAdeus», «Madrugada de Alfama».Normalmente, cantava os fados daAmália mas nunca a conheci pesso-almente. Ela veio uma vez à CasaPortuguesa em Moabit. O Tó cantouuma canção para ela! Eu nem abri aboca...

Primeiro cantavam a dois emrestaurantes. Como é que oFado saiu do restaurante?Depois da Queda do Muro, o Tó

teve uma proposta para ir cantar aDresden, numa «Jazz Keller». Nessaaltura apareceu o Daniel e também oRui, que era filho do dono da CasaPortuguesa de Moabit. Ele cantava oZeca Afonso, depois começou a can-tar fado. Depois tivemos problemase eu disse: «Ou ele ou eu»!

A partir daí eu levei o Daniel quetocava guitarra clássica. Depois co-meçou a experimentar e a ensaiarcom a guitarra portuguesa. O Danielé filho de uma alemã e de um aus-tríaco e viveu em Portugal muitosanos.

Em Dresden, o público era todoalemão e muito interessado em cul-tura. Durante o espectáculo esqueci-me da letra, parei a meio, pedidesculpa. Mas as pessoas gostaram.Afinal não era tão difícil cantar empalco.

Depois conhecemos o Mário dosSantos (o Director do PORTUGALPOST) na ITB. Ele estava a organi-zar um concurso de fado amador naAlemanha e convidou-nos para par-ticipar. Fomos treze concorrentes. OTó ficou em segundo lugar e eu emterceiro! Havia seiscentas pessoaspresentes. A partir daí estava lançada.Era só fechar os olhos, cantar e sejao que Deus quiser!

Agora já tento abrir os olhos,

conversar com as pessoas. Quandocanto ainda fecho os olhos para meconcentrar melhor. A partir daí tive-mos várias propostas. Em 2005 per-corremos a Vestefália do Norte em24 dias e fizemos 22 concertos. Can-támos para um público maioritaria-mente alemão.

Temos sido os embaixadores dofado – fomos os primeiros. As salasdos concertos estavam cheias.Aprendemos muito com esta tournéee esta experiência deu-nos muito àvontade. E foi a partir daí que nos in-ternacionalizámos. Primeiro fomos àArménia e fomos os primeiros aapresentar fado ao vivo na televisãoarménia. A partir daí começámos acompor coisas novas e fizemos ou-tros arranjos. O Daniel tem muitasideias e toca a guitarra portuguesa àmaneira dele. Por vezes é mais ba-lada. O Tó abriu o restaurante «Piri-Piri» em Berlim onde há fados, claro– e, por vezes, cantamos lá se não es-tivermos em tournée!

Ao longo dos anos, o Trio Fadotem dado concertos em toda a Ale-manha, incluindo vários concertosna Filarmónica de Berlim e na Pas-sionskirche. O grupo estreou-se in-ternacionalmente na Arménia, a quese seguiram a Áustria, a Suíça, o Lu-xemburgo e a Rússia, país em quederam concertos nas Filarmónicasde três cidades.

Foi na Rússia que Maria diz ter-se sentido como uma Marisa; com atelevisão local presente e uma ova-ção final de público em pé, osespectadores exigiram autógrafosdos artistas que tiveram de sair es-coltados para o camarim. “Expe-riências pessoais boas!” diz afadista.

Maria transformou a sua dor e asaudade numa carreira e no TrioFado encontrou as pessoas certas.«Aconteça o que acontecer na vidahá sempre um amanhã e temos quelutar, lutar até lá chegar!»

Para 2012 já há concertos pla-neados na China e nalguns cruzeirosde luxo da Hapag Lloyd. Mas nãoprecisa ir tão longe: o Trio Fadoestará presente com algumas novida-des de repertório no dia 21 deJaneiro, às 20 horas, na Passionskir-che, em Berlim.

Cristina Dangerfield-VogtCorrespondente em Berlim

O Trio Fado na Moldura da Saudade e das Lembranças

Maria de Carvalho, fadista

Nos anos oitenta, António Brito (viola e canto) e Maria de Carvalho (canto) começaram a

cantar os fados dos outros em restaurantes de Berlim Ocidental. Mais tarde formaram o

Trio Fado com Daniel Pircher (guitarra portuguesa). Depois juntou-se-lhes Benjamin

Waldbrod (violoncelo). São quatro excelentes músicos que foram dando asas à sua criati-

vidade, que foram os primeiros embaixadores do fado em Berlim e que, mais tarde, se in-

ternacionalizaram. No seu excelente último álbum «portolisboa» as letras, os arranjos e a

música são quase todos deles. Em 21 de Janeiro, o Trio Fado volta à Passionskirche em

Berlim.

A fadista do Trio Fado, Maria de Carvalho, é portuense e foi na sua residência que nos

encontrámos. Olhando os telhados de Berlim e sob uns raios de sol envergonhados, con-

versámos sobre tempos passados, presentes e futuros com bolinhos e um chá fumegante. Maria de Carvalho, a voz do Trio Fado. Foto: Trio Fado

Page 11: Portugal Post Janeiro 2012

11PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 Portugueses no Mundo

A comunidade portuguesa na Gré-cia é pequena, está sobretudo con-centrada em Atenas e pareceresistir à crise profunda que assolao país mais fragilizado da UniãoEuropeia.

Maria da Piedade Magnato-glou, 55 anos, conheceu e casou-secom um grego no final da já lon-gínqua década de 1970. Tentaramviver em Portugal, não resultou. Einstalaram-se em Atenas, quase35 anos ininterruptos. Tiveramdois filhos, e ambos estão empre-gados. O mais novo é intérprete deFernando Santos, o treinador por-tuguês da selecção grega de fute-bol.

„É difícil dizer em que medidaa presente crise afectou a comuni-dade lusa. Os portugueses na Gré-cia estão cá sobretudo por motivosfamiliares, portuguesas casadascom gregos ou vice-versa“, disse.

„Conheço o caso de dois luso-descendentes que ficaram de-sempregados, claro que têm oapoio da família, não são pessoascasadas e não têm encargos pró-prios“.

Maria da Piedade vive numbairro tranquilo, afastado do agi-tado centro da grande metrópole,perto de 4,5 milhões de habitan-tes, não longe do porto do Pireu.

Há cerca de 20 anos, com umpequeno grupo de portugueses ra-dicados, impulsionou a Associa-ção Cultural dos Portugueses na

Grécia, que ainda mantém diver-sas actividades.

Mas a comunidade é pequena.Cerca de 300 pessoas da „primeirageração“ em toda a Grécia, metadea viver em Atenas. E depois exis-tem os luso-descendentes, casodos seus filhos e marido, todoscom dupla nacionalidade.

„A comunidade portuguesa naGrécia é integrada por pessoas quepor motivos de casamento ou detrabalho, caso mais raro, se esta-beleceram neste país. Um grupode pessoas decidiu fundar esta as-sociação. Na ocasião os poucosportugueses aqui radicados esta-vam perdidos no meio destagrande cidade, sem qualquer con-tacto. Apenas se deslocavam ao

consulado ou à embaixada“, re-corda.

Autora de um pequeno dicio-nário português-grego e gregoportuguês - Maria da Piedade estáa agora a concluir uma nova edi-ção melhorada -, ainda participana organização de pequenos even-tos e que ainda juntam vários por-tugueses e familiares. Geralmente,um magusto por alturas do dia deSão Martinho, ou na celebração do10 de junho.

„Temos sócios, os que contri-buem com quotas são muito pou-cos, os nossos recursos são fracos,e vamos vivendo do carolismo dealguns de nós“, reconhece.

Um dos piores momentos dacomunidade aconteceu no ano

passado, um dos muitos reflexosda crise global. Até há pouco, e emregime de reciprocidade, um pro-fessor grego dava aulas da sua lín-gua à comunidade grega emLisboa, e o mesmo sucedida comum professor de português emAtenas, que leccionava a luso-des-cendentes, despesas asseguradaspelos respectivos ministérios.

Mas no ano passado, e pelaprimeira vez, a escola deixou defuncionar.

„Em grande medida foi devidoà crise, o ministério da Educaçãodecidiu deixar de pagar. Estamosa fazer tudo por tudo para conse-guir reactivar essa escola, que émuito pequena. Os alunos erampoucos, a escola dava aulas não

apenas a luso-descendentes mas agregos que de alguma forma esti-vessem ligados a Portugal. Haviacrianças, adolescentes e adultosque usufruíam desses cursos deportuguês, que decorriam numaescola grega disponibilizada peloministério grego da Educação“, re-vela. Uma crise de uma enormedimensão e que „surpreendeu“ ageneralidade das pessoas na Gré-cia, assegura Maria da Piedade.Um acontecimento que se instalouno quotidiano da população, e quepoderá prolongar-se por muitotempo. O fenómeno implicou,porém, novas descobertas.

„Os gregos estão informadossobre a situação em Portugal.Quando comecei a viver em Ate-nas, ainda na década de 1970, Por-tugal era um ilustre desconhecido.Há muito que deixou de ser assim.Mas sobretudo hoje, e com estacrise, as pessoas estão de facto in-teressadas em saber o que se passanos outros sítios. É um padrão decomparação para saber o que seestá a fazer“.

Na Grécia, as polémicas sem-pre foram mantidas com acalo-rada paixão. E a comparação comPortugal tornou-se numa formade ajudar os gregos, talvez, a sen-tirem-se menos sós no seu „calvá-rio“. Pelo menos, assevera,„sempre contribui para formarema sua opinião, e extraírem diversasconclusões“.

Grécia:

Comunidade portuguesa ainda celebra o São Martinho e o Dia de Camões

Fernando Santos, treinador da selecção grega:«Para os gregos eu sou grego»

Page 12: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 201212 Conversa

Como consegues criar uma re-vista cultural online bilingue e,meteoricamente, chegar ondeestás? Queres-me contar comotudo aconteceu?Vou começar pela minha infância.

Desde que me conheço fui sempremuito disciplinada. Foi assim queconsegui seguir o ensino musical pa-ralelo ao ensino normal, ambos comuma carga horária regular. Foi umaboa preparação para a minha vidaadulta.

Então nessa idade já tinhas umobjectivo que perseguias tenaz-mente?O objectivo foi mudando, mas

sempre tive metas na minha vida. Pri-meiro quis fazer alguma coisa relacio-nada com a música, depois foi o cantoaos 19 anos. Segui esse objectivo atéàs últimas consequências e, por isso,vim para a Alemanha. Fiz muitas coi-sas, ganhei um prémio, trabalhei emópera, depois quis criar uma família,e este é o projecto de que mais me or-gulho e que mais alegria me dá. Maistarde, quis juntar a parte cultural aoestar em Berlim. De há dois anos paracá, estava insatisfeita com o ser ape-nas intérprete. Tinha outros interesses.Comecei a trabalhar nos bastidores:na assistência da encenação, na mú-sica contemporânea e participei numfestival na Baviera. Fiz coreografiadurante algum tempo, dancei e fui di-rectora de cena, fiz produção – ganheiexperiência de como as coisas sefazem. Andava à procura de algumacoisa e fui juntando as experiências.Este ano encontrei o que gosto defazer numa coisa só e, assim, surgiu omagazine cultural, transversal aomundo da cultura portuguesa. Paramim foi óptimo, porque juntei a partecultural à parte de organização.

Como consegues motivar as pes-soas para colaborarem contigo?Segui uma estratégia que tenho

aplicado toda a minha vida. Antes defalar no projecto às pessoas, decidiprimeiro fazer! Sou muito prática.Não aceito o discurso das pessoas quese queixam e que dizem, gostava defazer mas não há apoios, ninguémajuda – eu não me identifico nadacom este tipo de discurso. Quando sequer fazer, faz-se. Depois vai-se en-contrando maneiras, embora comconsciência dos limites. Fui desco-brindo como é que se faz uma páginana internet e fiz tudo: layout, partetécnica e aprendi a fazer feeds. Tinhaimensas dúvidas e visitava os fórumsdos Websmaster e fazia perguntas.Passei meses a aprender coisas quenunca pensei que iria aprender.

Depois de ter o esboço, que ainda

não está acabado porque ainda esta-mos a crescer, comecei a escrever. Euera “o homem dos sete instrumentos”.Fui ter com as pessoas e falei-lhes daminha ideia e pedi ajuda. Tive umaadesão óptima desde o início. Conse-gui uma equipa de tradução porquequeria uma edição bilingue.

Tenho revisores para o portuguêse o alemão. Somos onze pessoas a tra-balhar no projecto: alemães, portu-gueses, brasileiros, moçambicanos,angolanos, fotógrafos, jornalistas, etc.Mas o núcleo duro é de onze pessoas,para além de outros colaboradores. Euia vendo quem estava ocupado nasvárias áreas. As pessoas iam passandoa palavra. Estes primeiros tempos têmsido experimentais, depois logo severá. Em Janeiro começaremos umacampanha para angariação de finan-ciamentos.

A organização do “Poema Bar”foi muito trabalhosa. Os patrocinado-res foram conseguidos indo almoçarcom eles. Foram muitos almoços. Vouter com a pessoa que me interessa eproponho. Não tenho medo de per-guntar. O que é que pode acontecer?Dizer-me não? Mesmo assim, conheciuma pessoa nova, almocei bem, e jáestou a ganhar.

A tua infância foi passada naRepública Dominicana ouvindooutras músicas e cheirando ou-tros perfumes. És filha de umcasal luso-dominicano, bilinguee transcultural. Disseste numaentrevista que foste uma miúdasuperdotada na escola e que es-tavas adiantada um ano e te sen-tias isolada das tuas colegas.Depois foste viver para Portugal!Conta-me como foi! Como é quea música e os cheiros dominica-nos influenciaram a mulher queés hoje? Qual o impacto da re-serva lisboeta?Lembro-me de pessoas diferentes

e cheiros, sabores e música dominica-nos. A minha mãe cantava-me can-ções de embalar em espanhol. Eu faloportuguês com o meu pai e espanholcom a minha mãe. Esta base transcul-tural faz com que eu goste de estabe-lecer pontes entre as culturas. Aminha vida é isso. Eu sou uma mis-tura de dois mundos. Há sempre mui-tas maneiras de olhar uma coisa, nãohá uma verdade única – foi isso queaprendi. O que é válido num lugarpode ser totalmente descabido numoutro. Aprendi a respeitar as diferen-ças culturais e cedo me apercebi quehá muitas perspectivas.

Tinha quatro anos quando che-guei a Lisboa. A primeira reacção foide horror. Na República Dominicanabrincávamos na rua, os vizinhos con-

hecem-se, há muitas crianças.Quando se chega lá vê-se logo montesde crianças. As pessoas são muito ale-gres e há muito barulho. Os rádios li-gados, altíssimo. Na Europa tem-semedo de incomodar os outros. Era obarulho de Lisboa ao quadrado! EmLisboa não podia ir brincar para a rua,não podia andar descalça e os vizin-hos – nem os conhecia!

Houve a questão da língua. Eupercebia português mas respondia emespanhol. Era a língua que toda agente falava à minha volta. Em Lis-boa as pessoas não entendiam espan-hol. Ainda estávamos longe do mundoglobal. Eu respondia sempre emespanhol e por isso a adaptação na es-cola foi horrível. As educadoras di-ziam – mas o que é que ela quer dizer,quer água, tem fome? A minha irmãque era mais velha ajudava. Um diarespondi em português e a partir daíabriu-se outro mundo. Cheguei a casatriunfante e disse à minha mãe “lá naescola, toda a gente sabe falar espan-hol!” Foi o meu primeiro contactocom o choque de culturas! Adoro Lis-boa, tenho lá a minha família, isto foiapenas o primeiro embate e, visto deBerlim, as recordações ainda vêmmais ao de cima

Aprendeste piano ainda erasmuito miúda. Quando é que des-cobriste a tua vocação para ocanto?Comecei com onze anos. Na rea-

lidade, eu queria ser pianista clássica– era o meu objectivo. Eu sabia queera música o que eu queria estudar.Recebi a minha educação musical noInstituto Gregoriano onde fiz oitoanos de piano. Quando iniciei a edu-cação vocal para aprender a colocar avoz, o professor disse-me que tinhauma voz com potencial. Para mim foiuma revelação e senti que era issomesmo que eu queria. A certa alturasuspeitei que a formação que estava areceber não era a melhor. Durantedois anos seguidos, ganhei uma bolsade mérito na Universidade de Évora.E usei-a para ir treinar a voz na Áus-tria e foi aí que me disseram que es-tava a arruinar a minha voz. Vim paraa Alemanha em 2003.

Tiveste inúmeros sucessos naárea do canto, primeiro em Por-tugal e depois na Alemanha, efoste mesmo laureada. Fui laureada na Competição Inter-

nacional de Canto na Deutsche Oper.Concorreram quatrocentas e cin-quenta pessoas de cerca de quarentapaíses diferentes. Vivia em Rostock evim a Berlim. Nesse dia, enquantosubia as escadas da Hauptbahnof,dizia-me a mim própria: “Vou ser

vencedora, vou vencer”. Estava numade ganhar e – ganhei! Fui depois con-vidada para a programação desseverão no Festival de Ópera de Reins-berg e fiz a “Noite de Reinsberg”numa moldura em que eu cantava edançava flamenco na ópera Carmen.Participei também numa produção daópera “La Dame Blanche” – adoroReinsberg! Eles continuam a acomp-anhar-nos, seguindo o percurso doslaureados. É como se fosse uma famí-lia.

És uma pessoa obviamente tenaze perfeccionista!Completamente! Mas esta certeza

que ia ganhar não me voltou aconte-cer em parte nenhuma. Foi o últimoconcurso que fiz e foi um dia especial.Não vou sempre com essa disposição

Como concilias a tua vida pri-vada com os teus vários projec-tos? O meu marido apoia-me incondi-

cionalmente. Quando tive a ideia daBerlinda, ele disse-me logo: “Exce-lente, é óptimo, força!” Eu gosto deser mãe de família e de estar casadacom ele.

Vês-te como um elo entre a cul-tura e o público e sem dúvidatens um papel transcultural nomundo da língua portuguesa! Isso do elo foi a propósito de

quando estou em palco. Quando cantosou um veículo que passa a informa-ção ao público.

E a Berlinda não é isso também?As pessoas estão a fazer coisas e

eu quero que outras saibam disso e,nesse sentido, a Berlinda é um veículoe um elo entre a cultura e as pessoas.

Tu és a força motriz da Berlinda.Foste tu que tiveste a ideia, quea desenvolveste, que angariasteos colaboradores. Como é queisso funciona?A minha ideia é que a Berlinda

seja cada vez mais autónoma. Que aspessoas façam as coisas por elas pró-prias para eu me poder dedicar à parteda produção e arranjar os contactos.Quero confiar na minha equipa. Nãoquero ser omnipresente. Expliqueique não quero gerir um Blog de umaportuguesa em Berlim. Quero umacoisa universal. A Berlinda é um ma-gazine, uma revista cultural online.Para mim é feminino, mas para muitagente isto não é evidente. O meu pro-jecto, o meu cavalo de batalha, é aBerlinda.

Queres-me falar do teu elo e in-teresse pela música sefardita?

Não tenho elo nenhum a não serum grande interesse pela música se-fardita. Fascina-me pensar que houveum tempo em que as três religiõesmonoteístas conviveram em paz ealgo cultural se desenvolveu entreelas na Península Ibérica. Devíamosaprender todos com isto. A mistura deculturas é o meu “roter Faden”, fas-cina-me. Depois eles levaram essamistura para vários sítios. Tive o pra-zer de fazer o meu curso de canto comuma israelita que me ensinou a pro-nunciar o hebraico. Neste momento,interessa-me a parte teórica. Como éque tudo isso se passou e o percursodos sefarditas, sobretudo, daquelesque vieram para a Alemanha. Queroescrever sobre os sefarditas em Ber-lim. É uma investigação que ando afazer há anos. E gostaria de fazer umdocumentário sobre isso.

Queres falar dos teus projectosfuturos?Vamos continuar a publicar em

português e em alemão. Depois decada espectáculo, juntamo-nos parafazer o balanço e decidir o que de-veria ser diferente da próxima vez.Estamos a trabalhar num projecto defestival da Berlinda de língua e cul-tura portuguesas, planeado para mea-dos de Outubro a meados deNovembro. Queremos juntar manifes-tações culturais de língua portuguesaaqui em Berlim – cinema, literatura eartes plásticas com pessoas convida-das e locais. O objectivo é a divulga-ção dos países de língua portuguesa.Durante um mês inteiro a cultura e alíngua portuguesas vão estar presentesem Berlim. Temos parcerias com in-stituições de Portugal, Brasil e An-gola, e estamos a trabalhar para fazeruma mostra grande da cultura de lín-gua portuguesa. Todos os eventos vãoser traduzidos. Vamos ter sessões lite-rárias com Mia Couto e Ondjaki comos tradutores dos livros deles. O cine-asta Pedro Pimenta também vai estarpresente. Já estão todos confirmadis-simos.

E o teu canto lírico, tens espec-táculos previstos? Não há nada previsto. Quando

criei a Berlinda decidi fazer umapausa nas outras coisas. Recebi con-vites de todo o lado. Estive recente-mente na Festa do Avante e tive oprivilégio de cantar com cantores deópera que admiro desde criança. Aminha posição agora é a de não correratrás de ninguém. Fico muito contentese for convidada, mas não ando atrásde ninguém porque o que estou afazer activamente é a Berlinda.

Cristina Dangerfield-Vogt

Entrevista com Inês Thomas de Almeida, editora do magazine cultural Berlinda

Inês Thomas de Almeida é cantora lírica e a editora da Berlinda - uma revista online que informa

transversalmente sobre os eventos culturais do mundo falante do português na capital.

No passado dia 14 de Dezembro, vivenciámos o teu grande sucesso a nível da organização de eventos

culturais e que foi o culminar de muito trabalho. O “Poema Bar” foi a tua estreia. Preparado com mão

de mestre, o espectáculo estava impregnado do teu carisma. Portanto, estás de parabéns, mas também

nos criaste expectativas – a partir de agora o grau de exigência ainda vai se maior!

”O meu projecto, o meu cavalo de batalha, é a Berlinda” Fo

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Page 13: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 13Euro

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Dez anos depois da entradaem vigor do euro em Portu-gal, os habitantes de muitaslocalidades da região daGuarda ainda fazem as con-tas em escudos e têm difi-culdades em lidar com amoeda europeia.

„As pessoas mais idosasainda não se adaptaram e têmproblemas com o euro“, disse opresidente da Junta de Fregue-sia de S. Pedro do Jarmelo.

A freguesia abrange as al-deias de Urgueira, Donfins,Ima, Pereira, Granja, Almei-dinha, Devesa e Mãe de Min-gança (metade), onde residemcerca de 200 pessoas, maiorita-riamente idosas.

O autarca Hermínio Cabralcontou que algumas mulheresda terra „vão ao padeiro ou aoazeiteiro [vendedor ambulante]e dão-lhe a carteira para asmãos para serem eles a retirar aquantia com que fazem o paga-mento“.

„Verifica-se que as pessoasde idade ainda têm dificuldadesem trabalhar com o euro. Porvezes, digo-lhes que um euro re-presenta 200 escudos mas, nemassim conseguem encarreirarcom a moeda“, admitiu.

Hermínio Cabral relatou terassistido a situações em que „as

pessoas julgam que uma nota de10 euros equivale a 10 contos deréis [mil escudos]“.

Maria José Trindade, 88anos, moradora na aldeia de Ur-gueira, onde habitam cerca de15 pessoas, reconheceu que nodia a dia, o seu pensamentoainda „foge para o escudo“ mas

nunca teve problemas com amoeda única, embora a adapta-ção inicial tenha custado „um bocadito“.

„Lido com o euro e já nãopenso no escudo, simplesmente,quando compro qual q u e rcoisa, o pão por exemplo, doupor mim a pensar: paguei 1,50euros, o que equivale a 300 es-cudos“, disse.

Referiu que outros morado-res na povoação, onde o habi-tante mais novo tem „mais de30 anos“, têm „maior dificul-dade“ do que ela em lidar com amoeda europeia e ainda racioci-nam em escudos.

„Uma senhora, que vai fazer100 anos em Fevereiro, quandome pede para pagar uma missa,dá-me 15 euros e diz sempre: lávão três contos [três mil escu-dos]“, relatou.

A irmã, Maria Miragaia, 66anos, lembrou que em 01 dejaneiro de 2002, ocorreu „umatransição muito grande“, daíque ainda não esteja devida-

mente adaptada ao euro.„Quando as quantias são pe-

quenas, faço as contas certasmas, a partir dos 100 euros, façoconfusão. E quando ouço falarem mais de mil euros, nem lhedigo nada, não consigo fazer aequivalência a escudos“, assu-miu.

Contou que os idosos daterra também lhe pedem ajuda„quando tencionam dar din-heiro a alguém, porque asso-ciam que 20 euros são 20escudos e que 50 euros equiva-lem a 50 escudos“.

„Por vezes, dizem que que-rem ofertar três contos aosnetos, e eu digo-lhes para daremuma nota de dez euros e outrade cinco“, explicou Maria Mira-gaia.

Apesar de assumir que a fasemais difícil de adaptação aoeuro „já passou“, a mulher rejei-tou „o regresso ao escudo“.

„Regressar ao escudo estáfora de hipótese. Seria muitomau para o País“, concluiu.

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Euro - 10 anos depois:

Habitantes de aldeias da Guarda ainda têm dificuldadesem manusear moeda única

Page 14: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 20121414 Nós

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Portugal é um país de contrastes.Em meia dúzia de quilómetros,passa do verdinho minhoto às se-curas alentejanas, do sufocanteIC19 à estrada deserta para Riod’Onor, da mais irritante funcio-nária de guichê à generosa velhi-nha, que não sabe o caminho parao Porto, mas chama a vizinhançatoda aos gritos, só para ajudar oviajante.

É um ódio andarmos sempre aqueixar-nos de tudo, como é umamor fazermos poemas e versos atorto e a direito. É um amor o cui-dado que temos com as criançasuns dos outros, como é um ódio aculpa morrer sempre solteira, pormais conhecidos que sejam os re-sponsáveis.

Há muitíssimas e variadas ra-zões para amar Portugal: a tole-rância, a delicadeza, odesenrascanço, a hospitalidade, osfabulosos comes e bebes e por aífora. E há outras tantas para odiaro nosso jardim: os doutores damula ruça, a falta de auto-estimanacional, a invejinha, os poderzin-hos, as chatices da burocracia, oatraso de vida que é fazer tudo àstrês pancadas... conceitos que sãodefinitivamente nascidos e criadosna nossa querida língua.

Eu gos-to mui-to da mi-nha te-rra. Por muitas razões, por dez,cem, mil, milhões de razões.

A crise preocupa-o? Preocupe-se com a crise, mas veja algumasrazões e lembre-se de outras. Istoé um verdadeiro caso de coração.E você, querido leitor pode fazertambém a sua lista pessoal. Di-virta-se, mas não se alargue: sóvale 10 de cada.

Aqui vão as minhas razõespara Amar esta pequena praialusitana que é Portugal.

Amália Rodrigues, o fado

dispensa apelido e o Vinho doPorto, uma obra de arte conjuntafeita por homens e geografia emPortugal Continental. Os Barcosrabelos, heróis do Douro, trans-porte do nobre Porto, hoje parteda paisagem. O fabuloso e excên-trico Cristiano Ronaldo, todo omundo fala alemão quando dizVolkswagen e o queijo da Serra,o melhor queijo do mundo, factofelizmente desconhecido nestePortugal (des)conhecido. Os Ta-petes de Arraiolos, uma pe-quena vila alentejana vale oImpério Persa e a sopa depedra, prova de que o engenhohumano pode fazer, com muitopouco, grandes maravilhas. ANossa Senhora de Fátima, o ple-biscito luminar da fé católica: cadavela cada voto (e que diz o terceirosegredo?) e a saborosa bolachamaria, para o menino e para amenina, para o bebé e para o avô,a água das pedras, H2O e algomais. Experimente pedi-la noutralíngua e a vida de café dos por-tugueses, mãe de todos os ócios emadrasta de alguns talentos. Nãoconseguimos sobreviver sem ca-feína (não cocaína). O impro-viso, arte portuguesa decomplicar o mais simples e facili-tar o impossível e o Infante D.Henrique, o navegador, o homemdas costas mais largas e Sagres,um passo em frente e era oabismo. Não foi, mas era precisotentar. Copo de três, a mais eco-nómica forma de afogar dores efestejar a alegria, o vinho Rosé, oparente mais próximo (alcoolico)da coca-cola e o vinho verde, ouas uvas mais precoces do Mundo.Portugal vinícola, Portugal de ex-celentes vinhos. A Vista Alegre,a loiça que não lembra partir e aloiça das Caldas, a única quejustifica classificação etária. O(in)fiel amigo, chamado de bacal-hau, longe das montras e bolsas,nunca do coração. Uma de cadatrês receitas portuguesas usa-o e abica, café rebatizado para serviras funções e acompanhado combagaço, o Adão e a Eva provaramque nem sempre a fruta é inofen-siva. Com a uva, lembrámos a

facto –Portugal. A sardinha, amulher e a sardinha (portuguesa)a melhor é a pequenina, a donosso mar e o sol, por razões quelhe são alheias, deixou de nunca sepôr sobre solo português. Foientão que descobrimos que onosso é melhor que o dos outrosneste mar salgado, quando doseu sal são: a) lágrimas de Portu-gal (aspeto histórico); b) material-prima de Salinas (económico); c)causa de hipertensão (sanitário).Somos uma nação de hipertensos.

A caravela, barco que deu aomundo novos mundos e a navega-ção contra o vento e o hóquei empatins, a nossa assinatura nos pó-dios da Europa e do Mundo(quousque tandem abutere),Olimpíadas…) cantando a Portu-

guesa, uma canção de multidões.O barrete do campino, o únicoque se enfia com orgulho ouquando a bandeira nacional se usana cabeça e toiros, fera de cultivo,servida com tempero de vinho,fado e guitarradas e a pega decaras, a única ocasião em queainda pegamos o toiro pelos cor-nos. Portugal, o país dos poetas,“Grande é a poesia, a bondade eas deusas” (Fernando Pessoa). OPortuguês Suave, o tabaco queescolheu a marca do nacional-por-reirismo e o cozido à portuguesa,a grande confusão numa panela,provando que, juntando coisasboas, se obtém uma coisa boa e oLeitão da Bairrada, o mais sa-boroso infanticídio da gastrono-mia portuguesa. O caldo verde,a couve reinventada e a broa,Hm, que b(r)oa é ? As tripas àmoda do Porto, das entranhasvieram, às entranhas tornarão e oazeite, o da azeitona e o que se fazao fazer o mínimo possível. O se-nhor prior, a razão porque ospsiquiatras entre nós não têm todaa fama e proveito e os cravos,vermelhos (uma no cravo), bran-cos ou azuis (outra na ferradura) eo porco, a versão mais gorda dasvacas magras. Algarve, o litoralque nos é mais próximo teve queesperar pelo século XX para serdescoberto e o azulejo, ou “aindabem que nem tudo o que a luz éoiro” - Portugal. O manuelino,quando o mar, as tempestades e anatureza tiravam retrato em pedrae o Santo António, o nosso (nãoo de Pádua) sem dúvida. A histó-ria, um feriado e vários casais re-clamam-no e a cunha, maneirade abrir portas fechadas e portasque não há. O manjerico, asplantas não se medem aos palmos.Desejos e sinais em folhas peque-nas e a guitarra portuguesa, dotempo em que os instrumentos fa-lavam, ficou-nos este em fado e ogalo de Barcelos de barro co-zido e pintado, a bandeira nacio-nal do artesanato que,antigamente, se punha por cimado frigorífico e que hoje se vendeaos turistas: Portugal, Portugalo.A capa e a batina, a nossa tradi-

ção mais negra. O bidé, de comona higiene descemos ao pormenore a rolha de cortiça (somos omaior exportador do mundo),mete uma árvore na sua garrafa. Opaís do queixume, pessimismoegocentrico: “Só a mim…” e obrandura dos nossos costumes,o crime com pouco castigo, o pré-mio com pouco alarde, a esponja.Calouste Gulbenkian, uma dasmelhores coisas que nos aconte-ceu desde a fundação da Naciona-lidade e o Zé povinho, aderradeira frase: “Mas eu nãoquero ser salvo…” O emigrante,ame-o e deixe-o… ficar no estran-geiro, o turista, o Verão do nossocontentamento e o guarda-re-publicano, a única tropa quetemos para turista ver. A mulata,a cooperação luso-africana que sevê pelos seus frutos e as primas eprimos de como aqui o mundo épequeno ou “mas você é filho dequem!?”. Portugal, o país daspontes é como ir de feriado a fe-riado sem por o pé em trabalho(verde). A Baixa da Caixa, o quefica quando se acabam as férias,feriados e pontes e a Telenovela,na arte de fazer render o peixesomos tão bons como os melhores.As telenovelas é um dos nossos“must”. Primeiro as brasileiras,agora as portuguesas. São vistasem família e, no geral, só são de-stronadas pelo futebol, mas porvezes os telejornais sobem para osprimeiros lugares. A Revista,quando pagámos para nos rirmosde nós e a bela Inês de Castro, amais bonita e macabre das nossahistórias de amor. Portugal, o paísdos nostálgicos elétricos, ecoló-gico, forrado a matérias nobres,com um desprezo soberano pelohorários. O transporte dos gran-des senhores e a calçada portu-guesa, a arte que nos damos aoluxo de calcar aos pés.

O Brasil, o filho que fez ren-der as moedas e o Totobola, “foivocê que disse que o 13 é um nú-mero de azar?...”

Agora caro(a) leitor(a) cá ficoà espera das suas razões para(des)gostar de Portugal

Orgulhosamente Português. Saudades e Bacalhau

Galo de Barcelos

› Várias razões para (des)gostar de Portugal

Page 15: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 15Wir

Portugal ist ein Land aus Kontras-ten. Auf einem halben DutzendKilometern kommt man vom im-mergrünen Minho bis in denstaubtrockenen Alentejo, von derüberlasteten IC19 bis auf die ver-lassene Straße nach Rio d’Onor,von der nervigsten Schalterbeam-tin bis zum liebenswürdigen Müt-terchen, das zwar den Weg nachPorto nicht kennt, aber die ganzeNachbarschaft zusammenschreit,nur, um dem Reisenden behilflichzu sein.

Grässlich, dass wir uns ständigüber alles beklagen, aber rührend,wie wir immer und überall Ge-dichte und Verse schmieden.Wunderbar die Fürsorge, mit derwir mit den Kindern anderer um-gehen, und schrecklich, dass dieSchuld immer ungeklärt bleibt,wie wohlbekannt die Verantwort-lichen immer sein mögen.

Es gibt sehr, sehr viele, ver-schiedene Gründe, Portugal zu lie-ben: Toleranz, Höflichkeit,praktisches Geschick, Gastfreund-schaft, fabelhafte Speisen und Ge-tränke und so weiter und so fort.Und es gibt eben so viele, unseren„Garten am Meer“ zu hassen: ge-türkte Doktortitel, mangelnde na-tionale Selbstachtung, Missgunst,Machtspielchen, Ärger mit derBürokratie, ewig im Verzug, weilalles irgendwie gemacht wird, Be-griffe, die letztendlich aus unserergeliebten Sprache geboren und er-wachsen sind.

Ich liebe mein Land sehr. Ausvielen Gründen, zehn, hundert,tausend, Millionen von Gründen.

Die Krise belastet Sie? Dannsorgen Sie sich wegen der Krise,aber sehen Sie sich einige derGründe an und erinnern Sie sichan andere. Das ist eine echte Her-zenssache. Und Sie, lieber Leser,können auch Ihre persönlicheListe aufstellen. Viel Spaß dabei,aber nicht zu lang: nur je 10Gründe gelten.

Hier sind meine Gründe,diesen kleinen lusitanischen Mee-resstrand namens Portugal zu lie-ben.

Amália Rodrigues, der Fadokann auf Beinamen verzichten,und Portwein, das gemeinsameKunstwerk des Menschen und derGeographie des portugiesischenFestlandes. Die Douro-Kähne,Helden des Douro, die den edlenPortwein verschiffen und heuteTeil der Landschaft sind. Der fa-belhafte, exzentrische CristianoRonaldo, “die ganze Welt sprichtDeutsch, wenn sie Volkswagensagt“, und der Queijo da Serra

(der Bergkäse), der beste der Welt,eine in diesem (un)bekanntenPortugal Gottseidank unbekannteTatsache. Die Teppiche von Ar-raiolos, ein kleines Dorf im Alen-tejo wiegt das PersischeKaiserreich auf, und die Sopa dePedra (Steinsuppe), Beweisdafür, dass menschliche Erfin-dung große Wunder aus fastnichts zaubern kann. UnsereLiebe Frau von Fátima, diese ker-zenschimmernde Volksabstim-mung des katholischen Glaubens:jede Kerze eine Stimme (wie warnoch das dritte Geheimnis derLuzia?), und die leckere BolachaMaria (Keks Maria) der Keks fürJungen und Mädchen, Säuglingund Opa; Água das Pedras(Wasser aus Steinen) H2O unddoch etwas mehr. Versuchen Sieeinmal, danach in einer anderenSprache zu fragen! Und das Kaf-fehausleben der Portugiesen,Born allen Müßiggangs und treueFürsorge für etliche Talente. OhneKoffein (nicht Kokain!) könnenwir nicht leben. Die Improvisa-tion, diese portugiesische Kunst,das Einfachste zu komplizierenund das Unmögliche möglich zumachen; und Heinrich der See-fahrer, der Mann mit dem weitenHorizont, und Sagres, von dortnoch ein Schritt bis zum Abgrund.Man tat ihn nicht, aber manmüsste ihn versuchen. Copo detrês (Dreistöckiger), die spar-samste Art, Schmerz zu ertränkenund freudig zu feiern, der Rosé,der nächste (alkoholische) Ver-wandte der Coca-Cola und derVinho Verde oder die frühreifs-ten Trauben der Welt. WeinlandPortugal, Portugal der ausgezeich-neten Weine. Vista alegre, dieMarke Geschirr, die ewig hält, undTöpferware aus Caldas, dieeinzige, bei der eine Jahreszahllohnt. Der (un)treue Freund na-mens Bacalhau, weg aus Schau-fenstern und Geldbeuteln, abernie aus dem Sinn. Eines von dreiportugiesischen Rezepten brauchtBacalhau. Und die Bica, umge-taufter Kaffee, der den Menschenermuntert zusammen mit einemKurzen; schon Adam und Eva pro-bierten, dass die Folgen nichtimmer harmlos sind. Mit derTraube erinnern wir an die eineTatsache – Portugal. Da haben wirdie “Sardinha”, das sommer-sprossige weibliche Wesen unddie (portugiesische) Sardine, diebeste ist die ganz kleine, die ausunserer See, und die Sonne, dieaus ihr unbekannten Gründenaufgehört hat, über portugiesi-schem Boden nie unterzugehen.Damals entdeckten wir, das unserMeer besser ist als andere der sal-zigen See, denn aus ihrem Salzkommen: a) die Tränen Portugals(im historischen Sinn); b) derRohstoff der Salzgärten (im wirt-

schaftlichen); c) die Ursache desBluthochdrucks (im medizini-schen). Wir sind ein Volk, dasständig unter Hochdruck steht.

Die Karavelle war das Schiff,das der Welt neue Welten und dasSegeln gegen den Wind bescherte,und das Rollhockey, unsere Un-terschrift in den Stadien Europasund der Welt (quousque tandemabutere - wie lange noch ver-schweigen), die Olympiade…wenn die portugiesische Hymnegesungen wird, singen alle mit.Die Zipfelmütze des Stierhir-ten im Ribatejo – die einzigeZipfelmütze, die man stolz über-zieht – oder die Nationalflagge auf

dem Haupt; und der Stier, dasKulttier, das mit Wein, Fado undGitarrenklängen serviert wird,und die „Pega de caras“ (dasBändigen des Stieres ohne Blut-vergießen, bei dem die Männerdem Stier frontal gegenübertre-ten), die einzige Gelegenheit, beider wir den Stier noch bei denHörnern packen. Portugal, dasLand der Dichter, „Groß ist diePoesie, die Güte und die Göttin-nen“ (Fernando Pessoa). Der Por-tuguês Suave (der sanftePortugiese), der Tabak mit demMarkennamen vom Besten derNation, und das „Cozido à Por-tuguesa“ (der portugiesischeEintopf), das große Durcheinan-der im Topf, das beweist, dassgute Sachen zusammen auchGutes ergeben, ach ja, und dasSpanferkel von Bairrada, derleckerste Schlachtstückchen derportugiesischen Küche. DieGrüne Suppe, neu erfundenerKohl, und die „Broa“, Weih-

nachtsbrot aus Mais, mhh,schmeckts nach mehr? Die Kut-teln à la Porto, aus den Einge-weiden kommen sie und dorthingehen sie, und das Olivenöl, dasechte, und das, das man braucht,um glatt durchzurutschen. DerHerr Prior, die Ursache, warumdie Psychiater bei uns nicht ganzsoviel Ruf und Gewinn genießenwie anderswo, und die Nägel(auch: Nelken), die roten (einHammerschlag auf den Nagel),die weißen und blauen (den ande-ren auf das Hufeisen), und dasSchwein, die fettere Version der(sieben) mageren Kühe (Jahre).Die Algarve, der Meeresstrand,der uns am nächsten liegt unddoch bis ins XX. Jahrhundert aufseine Entdeckung warten musste,und die Blaukachel oder: „Gott-seidank, dass nicht alles wasglänzt Gold ist“ – das ist Portugal.Der Manuelinische Stil, das inStein gehauene Abbild von See,Sturm und Natur, und der Hei-lige Antonius, unserer natürlich(nicht der von Padua). – die Ge-schichte, ein Feiertag und so man-ches liebende Paar berufen sichauf ihn. Und der Keil (aufDeutsch: Vitamin B), den maneintreibt, um verschlossene oderunsichtbare Türen zu öffnen. Dasduftende kleinblätterige Basili-kum, Pflanzen, nicht mit Maßenzu messen, weil sie Wünsche undZeichen in kleinen Blättern sind.Die portugiesische Guitarre,aus den Zeiten als Instrumentenoch sprachen, blieb uns dies eineals Fado (= Schicksal), und derHahn (galo) von Barcelos, ausgebranntem Lehm und bemalt,die Nationalflagge der Volkskunst,den man früher auf das Buffetstellte und heute an Touristen ver-kauft: Portugal – „Portugalo“.Gehrock und Umhang (derStudenten), unsere schwärzesteTradition. Das Bidé, denn bei derHygiene nehmen wirs genau, undder Korken (wir sind Exportwelt-meister), ein echter Baum in IhrerFlasche. Das Land des Jam-merns und Wehklagens, desegozentrischen Pessimismus:„Nur mir kann das passieren…“ –und die Milde in unserer Lebens-art, Verbrechen mit milder Strafe,Preise mit gemäßigtem Ruhm, derSchwamm. Calouste Gulben-kian, mit vom Besten, das uns seitBegründung der Nationalität pas-siert ist; und „Zé povinho“ (derportugiesische Michel) und seineletzten Worte: „Aber ich will dochgar nicht gerettet werden….“. DerEmigrant, liebe ihn und lass ihn.... im Ausland; der Tourist, imSommer unsere ganze Freude, dieRepublikanische Garde, alseinzige Truppe nur für den Frem-denverkehr da. Die Mulattin,Zeugnis portugiesisch-afrikani-scher Zusammenarbeit, die man

an ihren Früchten erkennt; und alldie Vettern und Cousinen, dieuns fühlen lassen, wie klein dochdie Welt ist, oder: „aber Sie sinddoch Sohn, von wem gleich wie-der!?“ Portugal, das Land derBrücken (tage) zeigt, wie manvon Feiertag zu Feiertag springt,ohne den Fuß in (die grünen Tageder) Arbeit setzen zu müssen. DieEbbe in der Kasse ist das, wasübrigbleibt, wenn Ferien, Feier-tage und Brückentage zu Endesind; und natülich die Teleno-vela, die Kunst des Auswalzensbeherrschen wir so gut wie dieBesten. Die Telenovelas sind einesunserer “Must”. Erst die brasilia-nischen, jetzt die portugiesischen.Sie werden “en famille” genossenund im allgemeinen nur vom Fuß-ball entthront, aber manchmal er-reicht auch die Tagesschau dieersten Plätze. A Revista (dieRevue) bezahlen wir, um über unsselbst zu lachen; und die schöneInês de Castro lieben wir alsschönste und makaberste unsererLiebesgeschichten. Portugal, dasLand der nostalgischen Straßen-bahnen, ökologisch, ausgestattetmit edlem Material, die souveränjeden Zeitplan Lügen strafen. DieFahrten großer Herren und dasportugiesische Pflaster, dieKunst, bei der wir uns den Luxuserlauben, sie mit Füßen zu treten.

Brasilien, die Tochternation,die Münzen im Wert steigen ließund Totobola (Fußballwetten) ,„hatten Sie gesagt, 13 sei eine Un-glückszahl?…“

Und jetzt, lieber Leser, liebeLeserin, warte ich hier auf dieGründe, warum Sie Portugalmögen (oder nicht).

(Übersetzung aus dem Portugiesischenvon Barbara Böer Alves)

Stolz Portugiese zu sein. Heimweh und Bacalhau› Verschiedene Gründe, Portugal zu mögen (oder nicht)

Joaquim Peito

“Zé Povinho”, v. Bordalo Pinheiro

Page 16: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 20121616

Catarina Tavares,Advogada em Portugal

Rua Castilho, n.º 44, 7º 1250-071 Lisboa

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ALEMÃO PORTUGUÊS

Tradutor ajuramentado junto dosConsulados-Gerais de Portugal

em Frankfurt/M. e Stuttgart

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AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação

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Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudou ouvai mudar de residência

partir de 1 de Janeirode 2005 está a vigo-rar na Alemanhanova legislação sobreo direito de resi-

dência, resultante da aplicaçãoda Directiva 2004/38/CE doParlamento Europeu e do Con-selho, de 29 de Abril de 2004,relativa ao direito de livre circu-lação e residência dos cidadãosda União Europeia (UE) e dosmembros das suas famílias noterritório dos Estados-Mem-bros.

Assim, deixa de ser necessá-rio o título de estadia (Aufent-haltserlaubnis) para os cidadãosda UE.

Até 30 de Abril de 2006 osEstados-Membros devem fazerconvergir as suas leis nacionais,regulamentos e provisões admi-nistrativas com os requisitosdesta nova Directiva. A Ale-manha passou a aplicá-la a par-tir de 1 de Janeiro de 2005 coma entrada em vigor da „Zuwan-derungsgesetz“.

A Directiva determina oseguinte:

Direito de residência atétrês meses ?

1. Os cidadãos da União têmo direito de residir no territóriode outro Estado-Membro porperíodo até três meses sem ou-tras condições e formalidadesalém a de ser titular de um bil-hete de identidade ou passa-porte válido.

2. O disposto no nº 1 é igual-mente aplicável aos membros dafamília que não tenham a nacio-nalidade de um Estado-Membroe que, munidos de um passa-porte válido, acompanhem ou sereúnam ao cidadão da União.

Direito de residência pormais de três meses

1. Qualquer cidadão daUnião tem o direito de residir noterritório de outro Estado-Mem-bro por período superior a trêsmeses, desde que:

a) Exerça uma actividade as-salariada ou não assalariada noEstado-Membro de acolhi-mento; ou

b) Disponha de recursos su-ficientes para si próprio e paraos membros da sua família, afim de não se tornar uma sobre-carga para o regime de segu-rança social do Estado-Membro

de acolhimento durante o perí-odo de residência, e de uma co-bertura extensa de seguro dedoença no Estado-Membro deacolhimento; ou

c) esteja inscrito num estabe-lecimento de ensino público ouprivado, reconhecido ou finan-ciado por um Estado-Membrode acolhimento com base na sualegislação ou prática administra-tiva, com o objectivo principalde frequentar um curso, inclu-sive de formação profissional, e

d) disponha de uma cober-tura extensa de seguro de do-ença no Estado-Membro deacolhimento, e garanta à autori-dade nacional competente, pormeio de declaração ou outrosmeios à sua escolha, que dispõede recursos financeiros suficien-tes para si próprio e para osmembros da sua família, a fimde evitar tornar-se uma sobre-carga para o regime de segu-rança social do Estado-Membrode acolhimento durante o perí-odo de residência; ou

e) Seja membro da famíliaque acompanha ou se reúna aum cidadão da União que preen-cha as condições a que se refe-rem as alíneas a), b) ou c).

2. O direito de residência dis-

posto no nº 1 é extensivo aosmembros da família de um cida-dão da União que não tenham anacionalidade de um Estado-Membro, quando acompanhemou se reúnam ao cidadão daUnião no Estado-Membro deacolhimento, desde que estepreencha as condições a que sereferem as alíneas a), b) ou c) donº 1.

Formalidades adminis-trativas para os cidadãos daUnião:

1. Sem prejuízo do nº 5 do ar-tigo 5º, para períodos de resi-dência superiores a três meses, oEstado-Membro de acolhimentopode exigir que os cidadãos daUnião se registem junto das au-toridades competentes.

2. O prazo para esse registonão pode ser inferior a trêsmeses a contar da data de che-gada. É imediatamente emitidoum certificado de registo com onome e endereço da pessoa re-gistada e a data do registo. O in-cumprimento da obrigação deregisto pode ser passível de san-ções proporcionadas e não di-scriminatórias.

3. Para a emissão do certifi-cado de registo, os Estados-

Membros só podem exigir que:o cidadão da União a quem

se aplica a alínea a) do n.º 1 doartigo 7.º apresente um bilhetede identidade ou passaporte vá-lido, uma confirmação de emp-rego pela entidade patronal ouuma certidão de emprego, ou aprova de que exerce uma activi-dade não assalariada;

o cidadão da União a quemse aplica a alínea b) do n.º 1 doartigo 7.º apresente um bilhetede identidade ou passaporte vá-lido e comprove que preenche ascondições nela previstas, o cida-dão da União a quem se aplica aalínea c) do n.º 1 do artigo 7ºapresente um bilhete de identi-dade ou passaporte válido, com-prove a sua inscrição numestabelecimento de ensino re-conhecido e a sua cobertura ex-tensa por um seguro de doençae a declaração ou meios equiva-lentes referidos na alínea c) don.º 1 do artigo 7.º. Os Estados-Membros não podem exigir queesta declaração mencione ummontante específico de recursos.

* Foi até ao dia 20 de DezembroVice-Cônsul em Frankfurt que, entre-tanto, encerrou

Direito de estadia na AlemanhaAbílio Ferreira *

A

Page 17: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 17

3José Gomes Rodrigues

O novo ano de 2012 mais umavez nos traz, como geralmentetem acontecido, algumas sur-presas e novidades. Desta vezparece-nos não serem tantas etão importantes que nos pos-sam preocupar em demasia,apesar de todas as discussõesem volta do Euro, da sua des-valorização, da inflação, dospaíses europeus em queda,entre os quais se encontra Por-tugal. Vamos desejar se com oNovo Ano a estabilidade finan-ceira volte a imperar. Deseja-mos, isso sim, que os políticosde todos os países europeustomem consciência da situaçãoe encontrem um caminhocomum e justo para todos.Além de outras alteraçõesvamos dar a conhecer aos nos-sos leitores algumas novidadesque achamos estar mais direta-mente relacionados com a co-munidade portuguesa naAlemanha e em geral.

* MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO DE

FINANÇAS

Gastos com o lugar de trabalho

Para os gastos com a con-servação ou o melhoramentodo lugar de trabalho podem serconsiderados isentos de im-postos e sem justificativos, ovalor de 1. 000 € para cadacônjuge e não 920 € como an-teriormente eram reconheci-dos.

Viagens para e do trabalho

Quem se desloca diaria-mente para o lugar de tra-balho, usando os meiospúblicos, são-lhe reconhecidosa quantia de € 0,30 por cadaquilometro ou então a quantiareal despendida e devidamentejustificada pelos bilhetes oupela assinatura mensal nosmesmos meios transporte pú-blico. A partir do presente anoas finanças só reconhecem atotalidade dos gastos com asviagens relacionadas com o

trabalho se estas ultrapassa-rem os 4.500 € anuais. O pro-cedimento anterior, ou seja, acontagem diária, já não é ne-cessário.

Isenção parcial de impos-tos para a educação dos

filhos

É considerada a partir desteano uma quantia de 4.000 €livre de impostos para os filhosaté os 14 anos de idade. Para osfilhos possuidores duma defi-ciência devidamente compro-vada, a idade é ilimitada. Paraos filhos que frequentam a uni-versidade e que façam parte doagregado familiar, a quantiatida em conta isenta igual-mente de impostos, é de 6.000€ em vez dos 4.000 anteriores.

Seguros de vida e dereforma privados

Os juros garantidos paracontratos de seguro de vida fe-chados a partir do presenteano descerão dos 2,25 % para1, 75 %.

* ALTERAÇÕES EMVOLTA DAS REFORMAS

Alteração gradual daidade de reforma aos

67 anos

A idade de reformas ini-ciará a partir de 2012 e na ge-neralidade a aumentargradualmente dos 65 anos deidade para os 67 anos de idade.Então, deste modo, todos ossegurados que tenham nascidoa partir de 1947, devem iniciara sua reforma um mês depois,se acaso não desejarem que lheseja encurtada a quantidademensal de reforma no valor em0,30 % por cada mês a mais.Até de 2023 cada segurado iráatrasar a sua reforma em 1 mêscada ano. A partir de 2024serão aumentados dois meses.No ano 2029, ou seja a partirdos que nasceram em 1964estará então concluído o pro-cesso gradual iniciado este ano

de 2012. A partir de então sóserá permitida a reforma aos67 anos de idade. Este capitulodas reformas com a sua altera-ção, poderá oferecer algumaconfusão ou levantar certasdúvidas. Numa outra edição doPP comprometemo-nos eluci-dar este procedimento deforma a melhorar, dentro dopossível, a sua compreensão.

Redução dos descontospara a reforma

Os descontos do ordenadoilíquido mensal para a reformabaixarão dos 19,90% para 19,60 % o que corresponderá em1.000 € ilíquidos o valor de 1,50 €. Esta descida é gradual efoi acordada em anos anterio-res. Dentro de dois anos a re-dução de descontoscorresponderá aos 19,10 %..

Aumento da reforma

Apesar de ainda não estarconcluído o ajustamento pen-sões para o ano novo em curso,as probabilidades dum au-mento das mesmas parecemviáveis. Os cerca de 20 milhõesde pensionistas poderão veraumentadas as suas reformasentre os 2,30% e 3,20%. Esteaumento corresponderia paraum reformado que recebesse1.000 € mensais, a quantia de32 ou 23 €, conforme vivessena Alemanha do oeste ou noleste da país. É pouco, mas aaveriguar-se esta previsão,mesmo assim, seria o maioraumento das pensões nos últi-mos dez anos.

* Alterações sociais* Alterações sociaismais importantesmais importantes

Abono de família maissimplificado

A partir deste ano, o abonode família será pago aos jo-vens, a partir dos 18 anos deidade, sem que lhes sejam ave-riguadas as fontes de receitas.Até agora os pais não recebiamabono de família desde que as

receitas dos jovens em questãoultrapassassem a fronteira dos€ 8004 anuais. Esta condiçãodesaparece automaticamentecom o novo ano. Os jovens me-nores de 25 anos que frequen-tam a universidade estãosujeitos também a este novoregulamento.

Aumento da ajuda financeira para os cuida-

dos intensivos

O pacote de ajudas finan-ceiros para os diversos tipos decuidados de doentes inválidose acamados, por parte das di-versas caixas de doenças, foiaumentado como tem vindo aacontecer desde 2008 a cadadois anos, como então anun-ciado. Este aumento foi gra-dual em cada dois anosencerrando-se no ano emcurso. Apesar do aumentopara os diversos tipos ou clas-ses de cuidados não ter sidoelevado, não tendo ultrapas-sado os 40 € mensais, para ostrês graus reconhecidos, con-forme a incapacidade, convémter sempre em conta. Se os cui-dados a serem dados foremexecutados pelos familiares donecessitado/a o aumento é de10 € mensais em relação aJaneiro 2010. Se o familiar quegeralmente cuida da pessoa emquestão se ausentar, seja por

doença ou por férias a caixaaumentou a ajuda para 1.550 €em vez dos 1.510 como era apartir de Janeiro de 2010.

Proteção das contas bancárias por penhora

Até fins de 2011 as contasbancárias, mesmo para quemtivesse declarado insolvência,por dividas contraídas e na in-capacidade de as saldar, esta-vam protegidas. A partir donovo ano, as contas dos quetenham declarado insolvênciasó estarão protegidas se foraberto uma nova conta que sechama no vulgo bancário “P-Konten”. No futuro, os interes-sados devem abrir esse tipo deconta nas suas instituiçõesbancárias. Desta forma perma-necem intocáveis ou protegi-das os ingressos sociais, taiscomo a reforma, a ajuda socialao desemprego ou o abono defamília. Até à quantia de 1028,89 € haverá a devida proteção.Esta quantia pode ser aumen-tada para quem tem compro-missos financeiros com aesposa ou filhos. Os bancosexigem, para este tipo de clien-tes a quantia mínima de cincoeuros mensais que poderá al-cançar também os vinte euros.O ING-DiBa oferece aos seusclientes esta conta sem qual-quer gasto adicional.

Novo ano vida novaAlterações legislativas de maior interesse

ALGUNS EVENTOS AGENDADOS PARA 2012 A TER EM CONTA

6 de Maio Eleições no estado de Schleswig-Holsteinde 17 a 28 de Maio Festival internacional de Handel em Göttingende 02 a 10 de Junho Feira Internacional do Automóvel em Leipzig03 deJunho Abertura do novo aeroporto internacional de Berlin Brandenburg que subs

tituirá os aeroportos te Tegel e Tempelhofde 08 06 a 01.07 Campeonato mundial de Futebol na Ucrânia e na Polóniade 27.07 a 12.08 Jogos Olímpicos em Londresde 20.07 a 19.08 Mês do Ramadão para mos muçulmanos. Importante para quem esta a

pensar em passar as suas férias em paises islâmicos.

5 de Agosto Inicio do Campeonato alemão de futebol

01 de Setembro Proibição na Europa das lâmpadas de ignição de 25 e 40 Watts

de 10 a 14.10 Feira do Livro em Frankfurt

21 de Dezembro Uniformidade na tarifa de seguros. A partir desta data o valor dos prémios,na maior parte dos seguros, não serão diferenciados por sexos.

Page 18: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 201218

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Vice-Consulado de Portugal em Osnabruck

Schloßwall 2 49080 Osnabruck

Tel:0541/40 80 80(aberto ao público só até ao dia

13 de Janeiro)

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

Consulado-Geralde Portugal em Stuttgart

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)

Hanauer Landstraße 114-11660314 Frankfurt

Tel.: +49 (0)69 90 501 933Fax: +49 (0)69 597 99 529

Federação das Associações Portuguesas na Alemanha

(FAPA)www.fapa-online.de

Postfach 10 01 05D-42801 Remscheid

Endereços Úteis

Grupo de FadosGerações

Actuações em qualquer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

AgendaTome Nota

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc.. Citações do mês

"Para quem sabe esperar, tudo vem a tempo."Marot , Clément

Fazer o bem é o mais suave prazer que se pode experimentar."Amiel , Henri

Janeiro 2012

FadistasCiro da SilvaNicole Cravide

Guitarra PortuguesaAugusto Santos

ViolaJoão Silva

Grupo de Fado TradicionalAntologia do Fado

www.fado-dortmund.de

Contacto:0231/330383060178 - 23 61 837

1-14.01.2011 – BERLIM- João Penalva . Exposi-ção Local: Galerie Tho-mas Schulte Charlottenstr. 24 , 10117Berlin

1-15.01.2012 – DUSSEL-DORF - Exposição deLeonor Antunes. Local:Kunstverein für dieRheinlande und Westfa-len , Grabbeplatz 4 ,40213 Düsseldorf

1-15. 01. 2012 – ARNS-BERG - Overseas – Jah-resgaben 2011 Exposiçãoconjunta, com trabalhosde Rui Calçada Bastos .Local: Kunstverein Arns-berg , Königstr. 24 ,59821 Arnsberg

7.01.2012 – OSNA-BRÜCK – Protestocontra o encerra-mento do consulado.Local: Universitäts-platz com desfile atéao vice- consulado.Início: 17h00

11-25.01.2012 – HAM-BURGO - Cinema àsQuartas , Ciclo: Escritoresportugueses 11.01.2012 : José CardosoPires: Livro de bordo(Portugal 1998, 52 min.)de Manuel Mozos 25.01.2012 : AntónioLobo Antunes: Escrever,escrever, viver (Portugal2009, 53 min.) de Solveig Nordlund As sessões iniciam-se às18h15. Universität Hamburg -Centro de Língua Portu-guesa / Instituto Camões. Sala 663 , Von-Melle-Park 6 , 20146 Hamburg

19-20 e 22. 01.2012 –MUNIQUE – MariaJoao Pires, Concertoscom a Symphonieorches-ter des BayerischenRundfunks Direcção: Bernhard Haitink Obras de Wolfgang Ama-deus Mozart e AntonBruckner.

19.01.2012 / 20h00, Phi-lharmonie im Gasteig,Rosenheimer Str. 5,81667 München

20.01.2012 / 20h00, Phi-lharmonie im Gasteig,Rosenheimer Str. 5,81667 München

22.01.2012 / 11h00, Her-kulessaal – ResidenzMünchen, Residenzstr. 1,80333 München

24.01.2012 – FRANK-FURT /M – Conferênciasobre o tema: : “Portugalund die Euro-Krise“.Local: : Spenerhaus,Hotel und Tagungszen-trum, Am Dominikanerk-loster, Dominikanergasse5, 60311 Frankfurt amMain. Início: 1915

29.01.2012 – OLDEN-BURG - Sina Nossa Con-certo . Local: TheaterLaboratorium Wilhelmstr. 13 , 26121 Ol-denburg. Início: 20h00

Page 19: Portugal Post Janeiro 2012

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CONTA-ME COMO FOI. A fic-ção acompanha o quoti-diano de uma famíliaportuguesa de classemédia, os Lopes, que habi-tam um andar de um bairrosocial na Lisboa do finaldos anos 60. Vivem comoa maioria da sociedadeportuguesa com limitaçõesfinanceiras, que aindaassim permitem a aventura

de comprar uma televisão. Um ”novo elemento dafamília” que vai ocupar lugar de destaque na casados Lopes. É a voz adulta de Carlos, o filho maisnovo, com 8 anos em 1968, que narra a história.

CONTA-ME COMO FOI1(ª série, Parte 2)

A melhor série de televisão portuguesa de todos os tempos!

4 DVDsPreço: € 69

1ª série, parte 1 também disponível pelo mesmo preço

Barry Hatton vive em Portugal há quase 25 anos. Correspondente da Associated Press em Portugal, o jor-nalista britânico revela no livro Os Portugueses aquilo que somos enquanto país e enquanto povo. Pelomenos aos olhos dos estrangeiros.No livro "Os Portugueses", Hatton relembra os principais momentos históricos que marcaram a nação,desde o período áureo dos Descobrimentos aos anos governados por Oliveira Salazar, sem esquecer a pelapeculiar relação com Espanha, e termina com uma análise sobre a modernidade.«A minha intenção é lançar algumas luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossincra-sias que tornam único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações, fazendo o le-vantamento do caminho histórico que levou os portugueses até onde estão hoje.», avança o autor na notaprévia da obra.Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os vários estereótipos que (ainda)reinam além fronteiras são abordados e apresentados através de episódios vividos pelo autor ou por pessoasque lhe são próximas. De leitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeira alma lusa, por-tugueses ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de forma apaixonada por um dos cor-respondentes mais antigos da imprensa internacional no nosso país.

Os PortuguesesAutor: Barry Hatton Preço: € 29,00

NOVO

CONTOS POPULARES PORTUGUESESPreço: € 12,00Contos Populares Portugueses são contos de todos os tempos e detodas as idades. Uma obra que nos devolve o imaginário e o ma-ravilhoso da nossa cultura popular, e de que faz parte, entre ou-tras, «História da Carochinha», «A Formiga e a Neve», «OCoelhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Lobo e aComadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

José Rodrigues dos Santos O último segredo- Preço: € 39,80

Uma paleógrafa é brutalmente assassinada na Biblio-teca Vaticana quando consultava um dos mais antigosmanuscritos da Bíblia, o Codex Vaticanus. A políciaitaliana convoca o célebre historiador e criptanalistaportuguês, Tomás Noronha, e mostra-lhe umaestranha mensagem deixada pelo assassino ao ladodo cadáver.A inspectora encarregada do caso é Valentina Ferro,uma beldade italiana que convence Tomás a ajuda-la no inquérito. Mas a sucessão de homicídios semel-hantes noutros pontos do globo leva os doisinvestigadores a suspeitarem de que as vítimas esta-riam envolvidas em algo que as transcendia.

Na busca da solução para os crimes, Tomás e Valentina põem-se no trilho dos enigmas da Bíblia,uma demanda que os conduzirá à Terra Santa e os colocará diante do último segredo do Novo Tes-tamento. A verdadeira identidade de Cristo.Baseando-se em informações históricas genuínas, José Rodrigues dos Santos confirma-se nesta obraexcepcional como o grande mestre do mistério. Mais do que um notável romance, O Último Segredodesvenda-nos a chave do mais desconcertante enigma das Escrituras.

TRAVESSIA DE VERÃOTruman CapotePREÇO: 11.50Obra póstuma e inédita,Travessia de Verão é umprimeiro romance precocee seguro que mostra osentido implacável da nar-

ração de um dos maiores escritores do sé-culo XX. Os seus fraseados imaculados, asua crua ironia e a sua visão das subtilezasdas diferenças de classe anunciam os futu-ros triunfos de Capote.

Miguel TorgaBichosPreço: € 11.50«Querido leitor:São horas de te receberno portaló da minha pe-quena Arca de Noé. Tenssido de uma constânciatão espontânea e tãopura a visitá-la, que épreciso que me liberte do

medo de parecer ufano da obra, e venha delica-damente cumprimentar-me uma vez ao menos.Não se pagam gentilezas com descortesias, e eusou instintivamente grato e correcto (…)»

Page 20: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 20122020 Passar o Tempo

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICOE-mail: [email protected]: 00 351 21 318 25 91

Por Maria Helena Martins Previsões Janeiro 2012

Cupão de Encomenda a: PORTUGAL POST SHOP na Pág.19

Encomenda de Livros

Como Cortar Trabalhos de BruxariaFormato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €Um ritual de magia negra posto em acção contra alguém podeprejudicar avítima e destruir a sua vida de forma brusca e sur-preendente. Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas.Tudo à sua volta parece ruir. E, mais graveainda, a vítima demagia negra não consegue encontrar forças para reagir. Nestelivro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceis deexecutar quepermitem criar uma aura de protecção.

Aprenda a Proteger-seContra a Inveja e Mau-OlhadoFormato: 15,5 X 23 cmPaginas: 156Preço: 19,90 €Nas alturas de maior fragilidade, há que criar uma protecçãoefectiva contra os possíveis efeitos das energias negativas.Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fór-mulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara que possarepelir esse encantamento maligno.

Orações para Todos os MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ouespirituais, todos mpassamos em algum momento por si-tuações difíceis. Nesta obra encontrará uma centena deorações adequadas a cada caso. Orações para encontrarmcompanheiro/a, para conseguir casar-se com o seu na-morado, pela paz da família, contra doenças, etc.

Formato: 14x21cmPáginas: 340Preço: 25.99É uma extensa antologia com centenas de orações a saantos,anjos, arcanjos e toda a corte celestial. Nestas páginas encontrauma mensagem de esperança, um motivo para acreditar que afé existe e que nos rodeia em todos os momentos da nossa vida.É o companheiro ideal, pois as suas orações têm o poder detransmitir ao espírito a energia que restaura a alegria de viver ea confiança no amor, na paz e na esperanaa para o futuro.

Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 20,99Quanto mais tempo da sua vida é que está disposto a desperdi-çar? Quanto mais tempo da sua vida está disposto a continuar asofrer? Quanto da sua vida está disposto a finalmente reivindicarhoje? Quanto mais tempo vai deixar que os outros mandem nassuas escolhas? E, se reivindicar a sua vida, acha que fica a deveralguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo.Quando você cede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua

vida. Você vive em permanente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

Grande Livro de Orações

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CARNEIROAmor: deverá adoptar uma novaatitude para superar as provascom que se pode ter de deparar aeste nível.Saúde: deverá dormir maishoras.Dinheiro: procure dar um novoimpulso à sua vida profissional,diversifique as suas fontes de ren-dimentos.

TOUROAmor: Evite ter qualquer tipo deatitude egoísta ou egocêntrica,pense duas vezes para não ma-goar o seu par.Saúde: Cultive a sua boa formaatravés de gestos simples: esta-cione o carro um pouco maislonge e ande a pé, troque o eleva-dor pelas escadas, etc.Dinheiro: Tente conter-se umpouco mais nos seus gastos.

GÉMEOSAmor: O seu charme e simpatiapossibilitam-lhe alcançar a har-monia afectiva à sua volta.Saúde: Não tenha medo de acei-tar aquilo que lhe parece novo oudiferente. É essa mudança quelhe vai permitir evoluir. Dinheiro: Deixe os seus investi-mentos darem frutos.

CARANGUEJOAmor: Ao enfrentar algum pro-blema lembre-se que este só po-derá ser resolvido se forabertamente discutido pelos doiselementos do casal.Saúde: Cuidado com a alimenta-ção hiper-calórica, não abuse.Dinheiro: Lembre-se que umbom líder deve ser capaz de culti-var o bom-humor, pois num am-biente agradável as pessoas

procuram dar o seu melhor.

LEÃOAmor: Reconheça que ninguémconsegue dominar as suas emo-ções em todos os momentos e nãose recrimine quando não reagecomo gostaria. Admitir que não éperfeito é o primeiro passo parase sentir em paz. Saúde: Cuidado com as quedas,anda muito distraído.Dinheiro: Tudo irá correr pelolado mais favorável neste sector.

VIRGEMAmor: lembre-se que quandonão arriscamos, por medo de per-der a estabilidade que consegui-mos, estamos a deixar de viver.Saúde: Com disciplina e auto-controlo melhorará certamentede qualquer situação difícil.Dinheiro: Uma pessoa amigavai precisar da sua ajuda, não lhefalhe.

BALANÇAAmor: É importante agir no mo-mento certo, enfrentar os proble-mas sem lhes dar demasiadovalor. Saúde: Procure com mais regu-laridade o seu médico assistente.Dinheiro: Não é o momentoideal para contrair nenhum em-préstimo.

ESCORPIÃOAmor: Seja mais carinhoso como seu par.Saúde: Procure mais vezes o seudentista.Dinheiro: Não se deixe abaterpor uma maré menos positivanesta área da sua vida, pois nemtudo está perdido.

SAGITÁRIOAmor: Este é um momento favo-rável para a conquista.Saúde: Vigie o seu estômago.Dinheiro: Observe e oiça o queo rodeia, procure conhecer e ex-perimentar sempre mais, tomeuma atitude perante as situações!

CAPRICÓRNIOAmor: Dê mais atenção aos seusamigos, dedique-se mais àquelesque ama e que o amam, não tenhamedo nem preguiça de começarcoisas novas!Saúde: Lute contra a rotina. Nãoseja hipocondríaco, consulte omédico mas sem dramatismos.Dinheiro: Cuidado com os gas-tos supérfluos, corte com as des-pesas que não são realmentenecessárias.

AQUÁRIOAmor: lembre-se que estamossempre a tempo de começar denovo, de fazer mudanças, vencero mau humor, as frustrações e aimpaciência. Saúde: está mais sujeito a doresde garganta.Dinheiro: tenha força para agar-rar a vida com coragem!

PEIXESAmor: Em vez de culpar os ou-tros por aquilo que nos acontece,lembre-se que podemos escolherultrapassar os obstáculos comque nos deparamos, utilizando-ospara amadurecer e evoluir.Saúde: Valorize mais as suasqualidades.Dinheiro: Cuidado com as intri-gas no local de trabalho, afaste-sede boatos. Em cada circunstânciafaça sempre o que lhe parece maiscerto.

Tanta Proibição Também NãoO marido vem do médico e a mulher pergunta-lhe assim que chegou acasa. — Então? Que te disse o médico? — Proibiu-me de fumar e de beber. — Eu tinha razão: sempre te disse que o fumar e o beber te faziam mal,não te disse? — Mas... também me proibiu de trabalhar. — E tu ainda acreditas em tudo o que te dizem os médicos?!

No que falam os homensJoana: Sempre gostava de saber no que falam os homens quando estãouns com os outros... Maria: Ora!... Naturalmente no mesmo que nós. Joana: Não me admiro nada. São todos uns patifes...

Page 21: Portugal Post Janeiro 2012

PORTUGAL POST Nº 210 • Janeiro 2012 21Vidas

Tesouro das CozinheirasMais de 2000 receitas, 850 páginasPreço: € 70É livro de cozinha mais vendido em Portugal.Pela sua clareza, simplicidade e variedade constitui um precioso auxiliar na elaboraçãodas suas ementas diárias.

Aqui encontrará garantidamente todas asreceitas e todas as sugestões que procura.A variedade, o rigor e a apresentação cui-dada fazem desta obra uma referência in-contornável e indispensável em todas ascozinhas.

Nos preços dos livrosjá estão incluídos osportes de correio edo IVA.Cupão de encomendana página 19

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.Reservamos o direito de conden-sar e de trabalhar os textos quenos enviam.Obrigado.

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Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou atémesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casosde que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, comocá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamospara aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de tra-balho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada: PORTUGALPOSTBurgholzstr.43 • 44145 Dortmund • Fax: (0231) 83 90 351 • E mail: [email protected]

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida

Exmos Senhores,A minha história não tem nada

de quê, sendo apenas um poucoinsólita. É um caso de encontros edesencontros que pode acontecera qualquer um.

Costumo viajar muito de com-boio pela Alemanha toda. Em al-gumas viagens que façodeparo-me às vezes com históriasque mereciam figurar num diário,que não escrevo. Muitas das histó-rias caem no esquecimento, outrasficam-me na memória. Viajartambém é uma oportunidade paraconhecer ocasionalmente pessoas,mas, como vamos de passagem,nunca consegui ter um conheci-mento de quem fiquei amigo.Neste tempo as amizades custammuito fazer talvez porque pensa-mos muito só em nós. Não querdizer que não tenha encontradogente simpática, gente que talvezeu gostasse de partilhar a ami-zade.

Como sou ainda solteiro elivre, também nas viagens vouconhecendo mulheres com quemse tem relações curtíssimas, mui-tas vezes por imposição das pró-prias com quem de passagem tivecasos. Algumas delas exigemmesmo que depois do “caso” fi-quemos tão desconhecidos comoéramos dantes. Nunca perguntei arazão por que assim agiam. Pen-sava que talvez seriam senhorascasadas que não queriam muitosimplesmente complicar a vida.Outras exageravam e passado umahora de nos conhecermos já fa-ziam planos para uma vida emcomum. Dessas eu me despachavamuito educadamente. Aprendientão a não dar o meu número detelefone de casa para não ter queatender a altas horas da noite paraouvir alguém a choramingar umassaudades que eu duvidava que tin-ham.

Um dia conheci uma senhorano vagão-restaurante. Partilhá-mos por coincidência a mesmamesa. Não sei porquê mas nesteanos todos de viagens aprecieimuito almoçar nos ICEs ouquando não almoçava nunca per-dia a oportunidade de saborearum bom vinho enquanto o com-boio “comia” as distâncias e a pai-sagem se mudava a cada segundo.

Nesse dia almoçava eu numamesa de dois. Como eu ocupava amesa sozinho, uma senhorapediu-me licença para ocupar acadeira vaga. Ora essa, disse-lheeu.

Em principio não lhe dei muitaimportância, mas quando repareinela vi que estava na presença deuma senhora muito distinta. Apa-rentava aí uns 40 e tal anos. O seurosto, sem marcas do tempo, em-bora com um semblante sério eramuito agradável. Não tinha pontade maquilhagem. O cabelo de um

castanho escuro era volumoso euns ganchos bem colocados arru-mavam um penteado que sem serpomposo era muito bem tratado.

Não sei porquê mas comecei aespecular sobre as suas origens. Éque de alemã nada tinha, nem se-quer os olhos ,que eram de umcinzento luminoso e bom.

Eu, habituado a estas situa-ções, tinha a certeza de que a con-versa com ela iria por acontecer.Poderia muito bem acontecer queo seu destino fosse a próxima es-tação e ficaria assim sem sabernada sobre ela.

Diga-se que não sou muito fa-lador nem sequer gosto de estar alia olhar as pessoas como faz afinalmuito gente. Por isso, eu conti-nuava a saborear o meu almoço:Spätzle com carne de vaca enro-lada e Rotkohl. Tinha muito ca-minho à minha frente e por isso ianaquela paz de quem goza a via-gem enquanto lá fora naquele diaa neve caía em flocos pequeninose densos.

Às vezes as conversas come-çam quase do nada. E foi assimque aconteceu, isto é, como está-vamos numa mesa para fumado-res a senhora perguntou-memuito gentilmente se eu não meimportaria que ela fumasse. Oraessa, faça o favor, acedi eu.

E assim a conversa começoucom ela a dizer-me que já por mui-tas vezes tinha tentado deixar ovício mas que não conseguiu. Eu,pelo meu lado, fui dando assimcorda, perguntando isto e aquiloacerca das suas tentativas de dei-xar o fumo.

Minutos após já estávamos afazer as apresentações, trocando,como é costume nestas ocasiões,de cartões pessoais. No seu cartão

li que ela era doutorada e que tra-balhava para uma conhecida edi-tora alemã. O seu nome, que aquinão revelo, condizia com a sua fi-gura e, até certo ponto, com o seuestilo. Via-se que era uma pessoabastante interessante, muito culta,inteligente mas nada snob. Porisso, muito me agradou enquantopessoa.

Entre nós a conversa desenvol-veu-se e eu já estava a dizer o quefazia, que era português, enfim,aquelas coisas que se dizemquando conhecemos alguém. Foicom muito contentamento quesoubemos que ambos viajávamospara a mesma cidade – Berlim -, e,coincidência das coincidência, quetínhamos reservado o mesmoHotel – o Hilton – em Berlin-Mitte.

Chegados a Berlim, cada umfoi para os seus afazeres e ficámosde nos encontrar no hotel à horado jantar para tomarmos uma re-feição leve no próprio hotel.

Foi um serão muito agradável.Se eu suspeitava de que tinha con-hecido uma mulher muito interes-sante mais essa certeza seavolumou no decorrer dessa con-versa. Durante esses momentos eutive alguma dificuldade em aacompanhar na sua conversa, poisela dominava tudo e todos ostemas, de modo que eu tentavasempre levar a brasa à minha sar-dinha e fazer com que a conversafosse dominada pelos assuntosque eu sabia discutir.

Naquele entrementes, penseique podia tirar o cavalo da chuvaporque dali não vinha nada, querodizer, sabia que depois daqueleagradável serão cada um seguiamuito direitinho para o seu quartopara dormir.

Mas não aconteceu assim. Istoé: aconteceu e não aconteceuassim.

Eu explico.Despedimo-nos e seguimos

para o elevador que nos levariaaos nossos quartos. Eu disse-lheque tinha tido um enorme prazerem fazer o seu conhecimento, elasorriu e disse que também gostoumuito de me ter conhecido. Comminha surpresa, deu-me as facespara beijos de despedida e lá se-guimos.

Cheguei ao quarto com a cer-teza de que eu queria continuar atê-la como relação e com outracerteza: é que isso não passariamais dali. Tomei um duche, meti-me nos frescos lençóis do HotelHilton e liguei a TV para ajudaradormecer.

Ia já no primeiro sono quandofui alarmado pelo toque irritantedo telefone. Surpreendido e meioatordoado pelo sono dei por mima escutar a voz dela a convidar-mepara uma bebida no seu quartoporque não conseguia dormir.

Claro que disse que sim.Depois desse primeiro encon-

tro, combinámos outros em via-gens que fazíamos. A nossarelação aproximou-nos mais umdo outro e não sei se éramos ami-gos, amantes ou namorados. Tal-vez fossemos um pouco de tudoisso.

O trabalho dela, em compara-ção com o meu, era interessantís-simo. Durante o tempo que estavacom ela era um deleite ouvi-la afalar não apenas pelo que diziamas também como o dizia. Pareciaque as palavras saíam da sua bocacom o som certo para entraremsem receio nos nossos ouvidos.

Um dia, quando já não nos vía-

mos há cerca de dois meses, eleconvidou-me a ir passar um fim-de-semana a sua casa.

Acedi de bom gosto, mas...mas mais valia ter recusado sesoubesse que ela morava com umhomem que percebi que era seumarido.

Ao chegar a sua casa, uma casaenorme construída com madeira evidro nos arredores da cidade, fuirecebido por ela. Como era quasehora de jantar ela levou-me pri-meiramente para uma cozinhaagradável e espaçosa e aí come-mos alguma coisa.

Estávamos ali no meio da co-mida e da conversa quando entroupela cozinha adentro um homema quem me apresentou comosendo o Werner. Para minha sur-presa, ele cumprimentou-me commuita polidez e beijou-a na bocadizendo “Bis gleich, mein Schatz”.

Não tive a ousadia de lhe per-guntar quem era, sei apenas quedurante a noite enquanto eu dor-mia ela enfiou-se na minha camaem silêncio para pssado uma horaem silêncio sair para o quartoonde ela dormia com o tal Werner.Leiter Identificado

Eu, ela e o outro

Page 22: Portugal Post Janeiro 2012

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Page 23: Portugal Post Janeiro 2012

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A justiça alemã condenoudois ex-executivos da Fer-rostaal a dois anos de pri-são, com pena suspensa, eao pagamento de coimaspor suborno de funcioná-rios públicos estrangeiros,na venda de submarinos aPortugal.

O ex-administrador daFerrostaal Johann-Fried-rich Haun e o ex - procura-dor Hans - PeterMuehlenbeck já se tinhamdado como culpados pe-rante o Tribunal regional deMunique, a troco da garan-tia dada pelo juiz de que asentença não iria além dapena que foi realmente apli-cada. Haun terá de pagaruma coima de 36 mil euros

e Muehlenbeck de 18 mileuros, anunciou o juiz doprocesso, Joachim Eckert.

O ministério público deMunique acusou os dois ex-gestores da Ferrostaal deterem pago „luvas“ no valorde 62 milhões de euros,entre 2000 e 2003, paraconseguir vantagens sobre aconcorrência e vender sub-mersíveis a Atenas e Lisboa.

Os antigos gestores,ambos de 73 anos, esti-veram anteriormente cincomeses em prisão preven-tiva. A Ferrostaal, arguidano mesmo processo, recon-heceu as práticas ilegais eaceitou pagar uma coima de140 milhões de euros, quesó não foi maior porque o

tribunal teve em conta aactual precária situação daempresa. A queixa-crimeincidia sobretudo nas activi-dades de Haun e Muehlen-beck na Grécia, no ano2000, através de interme-diários, para obter dois con-tratos de vendas desubmarinos.

Quanto a Portugal, o tri-bunal deu como provadoque Haun e Muehlenbecksubornaram o ex-cônsul ho-norário de Portugal em Mu-nique Juergen Adolff,pagando-lhe 1,6 milhões deeuros, através de um con-trato de consultoria, paraque o diplomata propiciassecontactos com o governoportuguês.

No contrato, o empresá-rio bávaro comprometeu-sea prestar „assistência orien-tada“ no que respeita ao for-necimento de submarinos àmarinha portuguesa, sus-tentou o Ministério Públicode Munique.

A queixa-crime foiomissa quanto a eventuaisreuniões que Adolff teráconseguido organizar commembros do executivo, naaltura chefiado pelo actualpresidente da Comissão Eu-ropeia, José Manuel DurãoBarroso, e em que PauloPortas era ministro da De-fesa.

Adolff, que foi exone-rado pelo governo portu-guês em Março de 2010,

depois de a justiça alemã terinformado Lisboa, continuasob investigação em Muni-que e poderá ser julgado porcorrupção passiva.

Os dois submarinos«209 PN» foram entreguesà marinha portuguesa, mas

em Portugal há ainda umprocesso jurídico, relacio-nado com as contrapartidasque a parte alemã se com-prometeu a pagar no negó-cio que custou 880 milhõesa Lisboa.F.A. (Lusa)

Submarinos:

Ex-gestores da Ferrostaal condenados por suborno em Munique

Berlim é o novo destinoda TAP. A partir de 5 deJunho a companhiaaérea vai estabelecercinco ligações entre Lis-boa e a capital alemã.

As novas ligaçõesefectuam-se às segundas,terças, quintas, sextas e Do-mingos, com partida de Lis-boa às 09h30 e chegada aBerlim às 12h50. No sentidoinverso, os voos partem dacapital da Alemanha às

13h35 e chegam a Lisboa às17h15. Terça-feira é a excep-ção a este horário, com apartida de Lisboa a verifi-car-se às 08h45 e a chegadaa Berlim às 12h05. No sen-tido inverso, o voo descolaàs 12h50 e aterra na Portelaàs 16h30 (horas UTC).

Com o lançamentodesta nova rota, a TAP vaipassar a operar, no Verãode 2012, um total de 60 li-gações por semana entre

Portugal e a Alemanha,onde já voa para Frankfurt(21 voos semanais), Muni-que (14 voos semanais),Hamburgo (13 voos por se-mana) e Dusseldorf (7 voossemanais).

De Janeiro a Novembrode 2011, a TAP transportouentre Portugal e a Ale-manha um total de 484 milpassageiros, o que repre-senta um crescimento de11,5% face a igual períododo ano passado.

TAP voa para Berlim a partir de Junho

Page 24: Portugal Post Janeiro 2012

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Se quiser ir a um médico chinês oucomer comida realmente chinesanão precisa de ir à China, basta irà Mouraria onde as ruas e casas ti-picamente lisboetas escondemuma verdadeira “Chinatown”.

Inicialmente “ocupada” porimigrantes oriundos do Bangla-desh e da Índia, a Mouraria foi, háuns anos, o bairro escolhido pormuitos chineses para morarem etrabalharem. Hoje, as várias et-nias convivem pacificamente ladoa lado com os portugueses.

Nas traseiras do Centro Co-mercial Mouraria, o edifício nú-mero 60 tem a porta quasesempre aberta. Lá dentro estão vá-rias folhas escritas em mandarime, numa delas, sobressaem apenastrês números de telefone portu-gueses. O que está lá escrito? Quetrabalha ali um médico de medi-cina tradicional chinesa e os servi-ços que presta.

Inicialmente, o médico abriu oconsultório a pensar exclusiva-mente nos chineses que ali resi-dem e trabalham, mas agoraatende também portugueses.

“O único problema é a comu-nicação. Os portugueses têm dearranjar maneira de entender e dese fazerem entender”, disse NunoFranco, da associação “Renovar aMouraria”, que promove visitas

guiadas pelo bairro.Profundo conhecedor da co-

munidade chinesa, Nuno Francoexplicou que os chineses “mantémcá os hábitos que tinham lá, in-cluindo o da medicina tradicio-nal”.

Numas portas mais à frenteestá a redação de um dos dois jor-nais chineses que são publicadosem Portugal.

Com uma tiragem de seis milexemplares por semana, o “Sino”é escrito em Lisboa, impresso em

Espanha e depois regressa à capi-tal portuguesa para ser vendido.

“Muitas das notícias são dePortugal e até já trouxe notícias dobairro da Mouraria”, contou oguia.

Muitos populares, devido à“vaidade” das mulheres chinesas,são os cabeleireiros: só à entradado bairro, Nuno Franco contoudez e lá para dentro existem mais.

Na Mouraria existem tambémrestaurantes chineses que come-çaram por servir única e exclusiva-

mente a comunidade, mas quehoje já começaram a abrir portasao público em geral.

É o caso do “Chinês Clandes-tino”, que foi “descoberto por jo-vens universitários e hoje estáquase sempre esgotado” pela po-pulação universitária.

“Come-se muito bem. É umacomida completamente diferenteda dos restaurantes chineses da ci-dade. É mesmo comida chinesa”,frisou Nuno Franco.

As etnias que convivem no

bairro dividem também as lojas doCentro Comercial Mouraria e mui-tos fazem dele uma segunda casa.

Nos corredores vêem-se caixo-tes, expositores de roupa, lojistassentados em cadeiras a ver quempassa, deitados em espreguiçadei-ras a dormir, outros a ouvir mú-sica nos telemóveis topo de gamaou a jogarem em i-pads.

Uma empresa de catering chi-nesa, também do bairro, forneceas refeições para muitos daqueleslojistas, que chegam a passar 12horas por dia no trabalho.

Dentro do centro, a maioriadas lojas é de roupa e acessórios,mas há também de especiarias,agências de viagens e até um escri-tório de contabilidade.

Do lado da comunidade, osmais novos, que já nasceram oucresceram em Portugal, são maisabertos a relacionarem-se comportugueses e com o seu estilo devida.

Mas, no geral, todos gostam demostrar um certo “estilo de vida”,que passa por terem um bomcarro, um bom telefone e frequen-tar sítios que consideram “bons”como o Casino de Lisboa.

“É por isso que trabalham tan-tas horas por dia”, disse NunoFranco.PORTUGAL POST com Lusa

Ruas e casas da Mouraria escondemuma verdadeira Chinatown