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Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVI • Nº 194 • Setembro 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Nove professores de português em risco de perder vínculo ao Estado Sindicato do sector denuncia Nove professores de português na Alemanha estão em risco de perder o seu vínculo ao Estado português por causa de uma la- cuna no novo regime jurídico dos professores no estrangeiro, de- nunciou um sindicato do sector. Em causa estão professores que trabalham nos Estados da Renânia do Norte/Vestefália, Renânia do Palatinado e Hesse, que assegu- ram na totalidade a contratação dos docentes. “Trabalham a custo zero para as entidades portuguesas, mas man- têm o seu lugar na escola de origem e continuam como funcioná- rios públicos portugueses”, explicou Teresa Duarte, secretária geral do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL). Página 7 5 de Outubro A Revolução sem cravos Há cem anos uma re- volução pôs termo à velha monarquia para proclamar uma repú- blica. Foi no dia 5 de Outubro de 1910. Por isso, estamos a come- morar o centenário de uma república cujos valores e ideário, com múltiplas vicissitudes e significativos des- vios, dos quais o mais traumático é a longa ditadura salazarista, sobreviveram até aos nossos dias. Página 10 Escultor Filipe Mirante inaugurou atelier e espaço para exposições Pág. 9 Alemanha discute subida da idade de reforma para os 70 anos Pág 3 Protecção social “do berço à cova” Contra ventos e marés Desporto Carlitos assinou com Hannover O extremo português Carlitos assinou um contrato válido por dois anos com o clube alemão Hannover, depois de ter representado os suíços do Basileia du- rante duas épocas. Página 7 Alemanha É brasileiro o primeiro restaurante a oferecer especialidades canibais Página 5

Portugal Post Setembro 2010

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ANO XVI • Nº 194 • Setembro 2010 • Publicação mensal • 2.00 €

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PORTUGAL POST

Nove professores de português emrisco de perder vínculo ao Estado

Sindicato do sector denuncia

Nove professores de português na Alemanha estão em risco deperder o seu vínculo ao Estado português por causa de uma la-cuna no novo regime jurídico dos professores no estrangeiro, de-nunciou um sindicato do sector.Em causa estão professores que trabalham nos Estados da Renâniado Norte/Vestefália, Renânia do Palatinado e Hesse, que assegu-

ram na totalidade a contratação dos docentes.“Trabalham a custo zero para as entidades portuguesas, mas man-têm o seu lugar na escola de origem e continuam como funcioná-rios públicos portugueses”, explicou Teresa Duarte, secretária geraldo Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL).Página 7

5 de Outubro A Revolução sem cravosHá cem anos uma re-volução pôs termo àvelha monarquia paraproclamar uma repú-blica. Foi no dia 5 deOutubro de 1910. Porisso, estamos a come-morar o centenário deuma república cujosvalores e ideário, commúltiplas vicissitudese significativos des-vios, dos quais o maistraumático é a longaditadura salazarista,sobreviveram até aosnossos dias.Página 10

Escultor Filipe Mirante inaugurou atelier e espaçopara exposições Pág. 9

Alemanha discute subidada idade de reforma paraos 70 anos Pág 3

Protecção social “do berço à cova”Contra ventos e marés

DesportoCarlitos assinou comHannover

O extremo português Carlitos assinouum contrato válido por dois anos com oclube alemão Hannover, depois de terrepresentado os suíços do Basileia du-rante duas épocas.Página 7

Alemanha É brasileiro o primeiro restaurantea oferecer especialidades canibaisPágina 5

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010

EditorialMário dos Santos

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DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGOMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÓNIO JUSTO: KASSELCARLOS GONÇALVES: LISBOADORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOHELENA GOUVEIA: BONAJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

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s vezes, quando paramos umpouco no nosso rame-rame diárioem que a nossa preocupação é ar-ranjar uns tostões para irmossobrevivendo, materialmente fa-lando, é claro, chegamos à conclu-são que os nossos problemas são

assim como problemazinhos de quem estámal habituado.

E pensamos.Pensamos, por exemplo, naquela

gente lá distante no Paquistão com pro-blemas sérios; sofrimentos dolorosos, semserem possuidores de nada a não ser o de-sespero; a fome e toda a miséria que nosleva a interrogar como é possível(sobre)viver no meio daquela catástrofe.

Diante da TV, no sofá, assistimos àsimagens impossíveis de seres humanoscom rostos vazios e de olhos perdidosque, débeis física e psicologicamente, só

sabem dizer Dêem-nos de comer e umpouco de agasalho. São vítimas daquelascheias provocadas por um céu cheio deágua que desabou sobre aquela terra eaquela gente.

Meu Deus, como é possível que nestemundo haja tanta gente a sofrer?

Esta e muitas perguntas ocorrem-nosali, diante de uma TV plasma, no acon-chego da casa que por mais humilde queseja é muito superior àquilo que aquelagente, lá longe, no Paquistão, tem.

Dizem-nos que aquela catástrofe natu-ral é imensa, uma das maiores de sempre.

Dizem-nos também que aquela tragé-dia tem origem naquilo que se chamaaquecimento global devido à abusada uti-lização das energias fósseis para fins in-dustriais e particulares, isto é, para serutilizado no momentâneo conforto dospaíses industrializados, cuja consequência

é a mudança global do clima que trazconsequências catastróficas.

Dizem-nos ainda que este problemavem sendo causado pela intensificação doefeito estufa que, por sua vez, está relacio-nada ao aumento da concentração, na at-mosfera da Terra, de gases que impedemque parte do calor no qual a luz se trans-forma volte para o espaço.

Este processo de aprisionamento docalor é análogo ao que ocorre em umaestufa - daí o nome atribuído a esse fenó-meno e também aos gases que possuemessa propriedade de aprisionamento par-cial de calor, chamados de gases do efeitoestufa dentre os quais se destaca- o di-óxido de carbono (CO2) que provoca tra-gédias imensas como a do Paquistão outragédias caseiras, como por exemplo, osfogos que atormentaram países como Por-tugal ou a Rússia .

ÀParar para pensar

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 3

A Alemanha já decidiu subir aidade do fim da vida activa de 65para 67 anos.

Michael Huether, do thinktank conservador IW, afirmou aodiário Rheinische Post que, “se seolhar para a cada vez maior espe-rança de vida e a cada vez menortaxa de nascimentos na Ale-manha, a idade de reforma aos 70será introduzida” mais cedo oumais tarde.

A proposta faz eco de uma ava-liação similar da Comissão Euro-peia, que, em Julho, disse que os27 Estados membros precisariamde elevar as idades de reformapara os 70 anos até 2060.

O tópico está na agenda emtoda a Europa, mas nenhum paísestá a planear ir além dos 68 anos.

Klaus Zimmermann, do thinktank liberal DIW, disse ao diárioHandelsblatt que “aumentar a du-ração da vida ativa para os 70 anosé a melhor maneira humana delidar com o desafio”.

Os críticos da ideia apontamque existem poucos empregospara os mais idosos, o que nãolhes deixa outra alternativa quenão seja precisamente a reforma.

Esta tendência está também averificar-se nos Estados Unidos,

onde mais pessoas decidiram re-formar-se e pedir os benefícios dasegurança social em 2009 – 2,74milhões – do que em qualqueroutro ano, devido a um anémicomercado de trabalho.

O grupo alemão VdK, que ex-pressa os interesses dos reforma-dos, disse na quarta feira queapenas um quinto dos desempre-gados com 60 anos ou mais conse-gue encontrar emprego.

A dirigente do VdK, Ulrike

Mascher, classificou de “utópica”a ideia de elevar a idade de re-forma para os 70 anos e acentuouque um quarto dos alemães comidades entre 55 e 59 precisam dese reformar antecipadamente,porque estão demasiado doentespara trabalhar.

O debate é complicado pelofacto de a força laboral alemã estarem redução significar que o paísvai enfrentar uma aguda escassezde mão de obra em alguns secto-res.

A sugestão do aumento daidade de reforma para os 70 anosatiçou ainda mais o debate, desen-cadeado pela aprovação, em 2007,de uma lei que aumenta a idade dereforma dos 65 para os 67 anos, apartir de 2012 e até 2029.

A ideia do aumento da idadeque dá acesso aos benefícios totaispara mais de 67 anos também temcirculado nos Estados Unidos, apar de cortes nos benefícios e au-mento de impostos.

Algumas estimativas apontampara a necessidade de cortar em25 por cento os benefícios para osreformados norte-americanosdentro de uma década, se nada for

feito até lá.Na Europa, em todo o lado se

verifica a tendência de envelheci-mento da população.

Enquanto presentemente exis-tem quatro activos para cada re-formado, em 2060 o rácio deve serde dois para um.

Porém, as respostas têm va-riado neste tema e as idades de re-forma diferem.

Se o governo francês luta paraaumentar a idade de reforma de60 para 62 anos, o inglês men-ciona a intenção de a subir para os68 anos até 2040.

No Reino Unido, tal como naPolónia e na Itália, os homens re-formam-se aos 65 e as mulheresaos 60 anos.

A Espanha e a Holanda deba-tem o aumento de 65 para 67, en-quanto que em Portugal e naDinamarca o limite está nos 65anos.

A Suécia tem um regime flexí-vel, que permite que as pessoas sereformem entre os 61 e os 67 anos,mas o partido democrata cristão,que integra a coligação governa-mental, já propôs o alargamentopara os 70 anos.

Alemanha discute proposta para subida da idade de reforma para os 70 anos

Depis de ter já decidido subir a idade do fim da vida activa de 65 para 67 anos

Dois centros de reflexão alemães recomendam a subida da idade de reforma para os 70 anos, perante a baixa taxa da natalidade e os custos do sistema de protecção social “do berço à cova”.

ALEMANHA

As bancadas parlamentaresdos partidos que formam a coliga-ção de governo na Alemanha -CDU/CSU e FDP – acordaram emBerlim as bases para a legalizaçãoda Cannabis para fins medicinais.

O ministro alemão da Saúde,Philipp Rösler, afirmou que víti-mas de doenças como a esclerosemúltipla, por exemplo, poderãofazer uso de tais medicamentos, afim de minimizar o sofrimento eas dores causadas pela doença.

Segundo o ministro, não é ne-cessária, contudo, uma mudançanas leis para que esse tipo de me-dicamento passe a ser permitidono país, bastando, para tal, apenasum decreto de seu ministério.

Rösler acredita que isso possaser feito de maneira „relativa-mente rápida“, uma vez que auto-rizações semelhantes já existemem vários outros países europeus.Para a aquisição de tais medica-

mentos, salienta o ministro, de-verá ser necessária uma receitaespecial para entorpecentes, a serdevidamente preenchida pelo mé-dico.

Os planos de mudança na le-gislação por parte dos partidos dacoligação regulamentam o uso detais medicamentos e prevêm quehospitais especiais para doentesterminais e unidades de trata-mento ambulante da dor possam

manter doses de entorpecentes emfarmácia para tratamento dos do-entes.

Boa notícia para doentes terminais

Doentes terminais, associa-ções de pacientes e defensores daCannabis reivindicam há muito ouso da substância para fins medi-cinais. Consumido na maioria dasvezes através de haxixe, o princi-

pal composto químico da Canna-bis é o THC (tetrahidrocanabinol),considerado eficaz no combate àdor, como também no alívio dossintomas provocados por doençascomo o cancro e a esclerose múlti-pla.

Segundo Eugen Brysch, dire-tor da Fundação Alemã de Hospi-tais Especiais para DoentesTerminais (Deutsche Hospiz Stif-tung), diante da enorme dificul-dade em conseguir medicamentosà base de Cannabis, muitos pa-cientes são hoje forçados a obter asubstância por meios ilegais.

A encarregada do governo fe-deral para questões relacionadasàs drogas, Mechthild Dyckmans,também elogiou a iniciativa deBerlim, considerada por ela „umpasso importante“ no tratamentode doenças graves e pacientes ter-minais.

Acesso apenas por receitamédica

Chegou a hora de limpar aimagem da Cannabis“, afirmouGerhard Müller-Schwefe, presi-dente da Sociedade Alemã de Te-rapia da Dor. O novo decretopoderá, segundo ele, abrir umnovo mercado de analgésicos nopaís.

„Pois acontecem com frequên-cia casos em que pacientes vítimas

de dores fortes necessitam de me-dicamentos à base de ópio no fim-de-semana e as farmácias nãopodem disponibilizá-los, por nãoterem permissão de manter taisremédios em armazém“, salientouMüller-Schwefe.

A organização „Cannabis comomedicamento“ (ACM) criticou,contudo, a medida do governo, di-zendo que, na prática, para os pa-cientes, a nova portaria nãodeverá implicar mudança alguma.

Segundo Franjo Grotenher-men, director da organização, ospartidos da coligação de governodecidiram apenas que um medica-mento pode ser concedido, casoum representante da indústria far-macêutica entre com um pedidopara tal. Até agora, observa Gro-tenhermen, há somente um pe-dido oficial para a fabricação deum remédio à base de Cannabis, aser usado no combate da esclerosemúltipla. „Pacientes vítimas deoutras enfermidades não terãoacesso aos medicamentos adequa-dos“, diz ele.

Hoje, remédios fabricados àbase da Cannabis só podem serobtidos com enorme dificuldadena Alemanha. Segundo informa-ções fornecidas pela ACM, só háem todo o país 40 pessoas compermissão oficial para fazer usodesse tipo de medicamento.

Alemanha vai permitir fabricação de medicamentos à base de Cannabis

Especialistas na terapia dador e associações de pacientes na Alemanha saudaram as intenções dogoverno para permitir o usode medicamentos à base deCannabis, planta consumidatambém em forma de marijuana ou haxixe.

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 20104

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O Prémio Mercúrio, uma dis-tinção anual destinada a salientariniciativas com impacto nas rela-ções bilaterais entre Portugal e aAlemanha, foi entregue, duranteuma cerimónia promovida pelaCâmara de Comércio Luso-Alemã,ao secretário de Estado da Ciência,Tecnologia e Ensino Superior, Ma-nuel Heitor, e a Georg Rosenfeld,director da Fraunhofer envolvidonas operações do consórcio ale-mão em Portugal.

O novo Centro, designado

AICOS (Fraunhofer-Portugal Re-search Center for Assistive Infor-mation and ComunicationsSolutions), sedeado na Universi-dade do Porto, desenvolve activi-dades de investigação edesenvolvimento em tecnologiasde informação e comunicação,com especial ênfase em activida-des orientadas para a capacitaçãotecnológica das empresas sobresoluções inovadoras nas aplicaçãode novas tecnologias.

As actividades do Centro arr-ancaram em Maio de 2008, comoiniciativa conjunta entre a socie-dade Fraunhofer e a Universidadedo Porto, envolvendo actualmente18 investigadores, incluindo 3 do-centes da Universidade do Porto.Vinte por cento destes quadrossão doutorados e 16 são bolseirosda Fundação para a Ciência eTecnologia (FCT). O Centro acolheainda vários estudantes de Mes-

trado.Esta iniciativa foi resultado da

colaboração estabelecida entrePortugal (através da Fundaçãopara a Ciência e Tecnologia, FCT,e da Agência para a Sociedade doConhecimento, UMIC) e a socie-dade Fraunhofer (a rede de inves-tigação aplicada alemã, que é amaior da Europa), como iniciadaem 18 de Abril de 2007 como umacolaboração de longo prazo focadaem tecnologias emergentes e noreforço das ligações ciência-indus-tria.

A sociedade Fraunhofer(Fraunhofer Gesellshaft), enti-dade pública alemã fundada hámais de meio século (26 de Marçode 1947), compreende mais de 80laboratórios de investigação, 59dos quais na Alemanha, e a maio-ria dos seus quase 17000 colabo-radores são cientistas eengenheiros.

Câmara de Comércio Luso-Alemã distingue parceria Fraunhofer Portugal

A Câmara de Comércio eIndústria Luso-Alemã decidiudistinguir a instalação do primeiro Centro de Investiga-ção  Fraunhofer em Portugal, atribuindo o Prémio Mercúrio(2010) ao Ministério da Ciência,Tecnologia e Ensino Superior eà Sociedade Fraunhofer.

NACIONAL & COMUNIDADES

O plenário do Conselho das Co-munidades Portuguesas (CCP),previsto para Novembro, foiadiado para Março ou Abril de2011 por falta de orçamento,anunciou o presidente do CCP,Fernando Gomes.

“O adiamento do plenário foipor motivos de ordem orçamentalpara o corrente ano”, lê-se numcomunicado hoje divulgado pelopresidente do CCP.

Em declarações à Lusa, Fer-nando Gomes disse que se man-

tém para este ano a reunião doConselho Permanente das Comu-nidades Portuguesas (CPCP).

O conselheiro lamentou aindaque o CCP tenha perdido a sua rú-brica para questões orçamentais,que foi transferida para a Direc-ção-Geral dos Assuntos Consula-res e Comunidades Portuguesas(DGACCP).

Contactado pela Lusa, LouroAlves, da DGACCP, explicou que,na base deste adiamento, estão os“cortes orçamentais do Ministério

Plenário do CCP adiado por falta de verbas

“O passador na fronteira deChaves levou-me 4500 escudos, ocusto de uma vaca, isto é, de doisbois”, recorda, sentado na Gare deParis-Austerlitz, o sítio onde pri-meiro desembarcou em França,em outubro de 1968.

Um funcionário bancário oudos correios ganhava nessa época2000 escudos. Um criado de lav-rador, como era o adolescente An-tónio Carvalho, apenas 800. “Nãopodíamos viver. Impunha-se emi-grar”.

Emigrar pagava-se caro, so-bretudo se a PIDE descobrisse ouse o “passador” traísse o trânsfuga– “corriam muitas histórias”, re-corda o emigrante de Telões,Amarante.

Ficar em Portugal, porém, eraaceitar uma miséria que AntónioCarvalho conheceu desde cedo ede que também decifra a taxa decâmbio. “Trabalhávamos duashoras para poder comprar umasandes”.

“Eu não devo nada a Portugal.Eles é que me devem a mim pelosacrifício que eu lá fiz”. Leia-se,“lá” em Amarante, onde não tevesapatos novos até aos 18 anos, “lá”na Guiné, onde cumpriu “989 diassob o regime salazarista”, “lá” emFrança, onde chegou apenas comum endereço em Sartrouville es-crito num papel, e onde trabalhou40 anos na construção civil.

António Carvalho sempretomou apontamentos de tudo,desde a “féria” da lavra, até ao nú-mero de emboscadas que sofreuna guerra da Guiné, exactamente108, segundo a lista incluída em“O Patriota Português”, o seu livrode memórias publicado em 2009numa edição de autor.

“Como já tinha um rascunhodo dia a dia, quando cheguei àidade da reforma recapitulei eassim concluí”, explica AntónioCarvalho. No livro, conta o “ro-mance de uma vida” e ajusta con-tas com uma vida áspera“vingada” na educação dos des-cendentes.

“Nós não comíamos. Íamos apé-nu, não tínhamos chancas, nãotínhamos socas, não tínhamos sa-patos e ficávamos na escola a tre-mer de frio”. António Carvalhoapenas pôde fazer a 4.ª classe,numa época e numa geração “queteve pouca leitura”, mas o filho li-cenciou-se numa escola de elitefrancesa e é hoje um gestor detopo.

O “romance” de António Car-valho é duro e curto, à medida dopaís onde nasceu e aonde, mesmoreformado, recusa voltar. “Uma

vida de suor e lágrimas desde o diado meu nascimento até aos 64anos de idade”, resume, no finaldo livro.

Perante a avaliação do que foimais violento – a fome em criançaou a guerra em jovem -, o emi-grante regressa por momentos ao“sofrimento de criança”.

“Mas como não registávamosbem, isso passou um pouco. Maistarde, o sofrimento da guerra deuum traumatismo”, sublinha.

“Não volto para Portugal devez porque não agrada a ninguémter sido escravo. Saindo de lácheios de pulgas e piolhos e voltarpara a mesma terra? Ainda hámuita gente rude”, acusa AntónioCarvalho.

Ele sabe que Portugal mudou,que “não é a mesma coisa hoje.Mas também não é a mesma coisado que estar num país que nos fa-vorece outra vida”, remata.

Já avô, o emigrante de Telõesrepete em cada novo neto a deci-são “bloqueada” de quando nas-ceu o primeiro filho: “Aguentamospor aqui. E assim sucessiva-mente”.

António Carvalho, “romance“ de um patriota que não deve nada a Portugal

Para emigrar, no Portugaldos anos 60, era precisopagar um alto preço, ou melhor, um câmbio oficioso,mas real, como explica António Pereira Carvalho,emigrante em França.

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Hoquei em Patins Campeonato da Europa em Wuppertalcom a participação da selecção Nacional

5 DE SETEMBRO - 1ª JORNADA19:00 Alemanha –Inglaterra (Grupo B)

6 DE SETEMBRO - 2ª JORNADA16:30 França – Suíça (Grupo A)18:15 Espanha – Áustria (Grupo A)20:00 Portugal- Itália (Grupo B)

7 DE SETEMBRO - 3ª JORNADA14:45 Suíça – Áustria (Grupo A)16:30 Espanha – França (Grupo A)18:15 Alemanha – Itália (Grupo B)20:00 Inglaterra – Portugal (Grupo B)

8 DE SETEMBRO - 4ª JORNADA14:45 França – Áustria (Grupo A)16:30 Espanha – Suíça (Grupo A)18:15 Itália – Inglaterra (Grupo B)20:00 Alemanha – Portugal (Grupo B)

A Selecção Nacional defrontaa Itália na primeira jornada doCampeonato da Europa, a 6de Setembro, pelas 20 horas,em Wuppertal, Alemanha. Opaís organizador encontra aInglaterra, no dia anterior, às19 horas, numa partida inte-grada também no grupo dePortugal.Ainda na ronda inaugural,igualmente a 6 de Setembro, aFrança tem como rival aSuíça, pelas 16.30 horas, en-quanto a Espanha, campeã hácinco anos consecutivos, jogacom a Áustria pelas 18.15horas.Nos dois seguintes da fase degrupos, Inglaterra e Alemanhasão adversários de Portugal,igualmente pelas 20 horas.Seguem-se, depois, os cruza-mentos entre as equipas dosdois grupos, as meias-finais ea desejada final, no dia 11 deSetembro, pelas 20 horas, naqual se espera que Portugalrecupere o estatuto de cam-peão europeu. O torneioserá realizado na Uni-halle Wupertal- EberfeldAlbert-Einsteinstr. 20

9 DE SETEMBRO - 5ª JORNADA14:45 2º Grupo A – 3º Grupo B (jogo 13)16:30 1º Grupo A – 4º Grupo B (jogo 14)18:15 3º Grupo A – 2º Grupo B (jogo 15)20:00 4º Grupo A – 1º Grupo B (jogo 16)

10 DE SETEMBRO - 6ª JORNADA14:45 Derrotado j.14 – Derrotado j.15 (j. 17)16:30 Derrotado j.13 – Derrotado j.16 (j. 18)18:15 Vencedor j.14 – Vencedor j.15 (meia-final 1)20:00 Vencedor j.13 – Vencedor j.16 (meia-final 2)

11 DE SETEMBRO - 7ª JORNADA14:45 Derrotado j.17 – Derrotado j.1816:30 Vencedor j.17 – Vencedor j .1718:15 Derrotado meia-final 1 – Derrotado meia-final 220:00 Vencedor meia-final 1 – Vencedor meia-final 2 (final)

Calendário

dos Negócios Estrangeiros(MNE)”, na sequência das medi-das de contenção do Governo.

“Houve uma redução das ver-bas e, em função disso, não é pos-sível avançar com o plenário”,adiantou.

O Conselho das ComunidadesPortuguesas é o órgão de consultado Governo em matéria de emi-gração, constituído por 96 consel-heiros e tutelado por um ConselhoPermanente, composto por 15 ele-mentos.

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 5

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SOCIEDADE

Era uma vida dupla a desteshomens e mulheres, a maior parteagricultores que à noite trilhavamas serras com a mercadoria às cos-tas num jogo de escondidas comos guardas fiscais e com os maistemíveis carabineiros espanhóis.

Em Montalegre estas vivênciaspassadas não se escondem. Con-tam-se entre sorrisos abertos e lá-grimas que correm quando serebuscam na memória as históriasda pobreza, da fome e dos tiros aque fugiram, sem ver por onde, nazona raiana.

Bento Barroso, com 88 anos e

natural de Tourém, disse à Agên-cia Lusa que nasceu “do nada”.

Perdeu muito novo os pais e“ainda não tinha barba nem nada”quando começou a passar contra-bando pela fronteira para “ganhartrês pesetas”. Foi no final da dé-cada de trinta, numa altura emque trabalhava em Espanha.

De regresso à terra Natal dedi-cou-se ao contrabando e tornou-secomerciante.

“Nós passávamos aqui Merce-des, as máquinas que fazem osjogos nos casinos, coisas grandes.Era bem pago à Guarda Fiscal, nãoé? Houve umas épocas boas. Euchegava a vender por semana tal-vez um camião de televisões e derádios. E endireitou-se a vidinha,graças a Deus”, salientou.

Bento Barroso referiu que ocontrabando era, na altura, aúnica forma de ganhar dinheiro.“A lavoura era muito pobre”, su-blinhou.

Perante a vigilância dos cara-bineiros, “engendravam” semprenovas estratégias para atravessa-

rem a fronteira.“Aquilo tinha que se vigiar

muito bem vigiado. A Guarda Fis-cal estava do nosso lado e até indi-cava por onde deveríamos ir, masos espanhóis eram maus de do-brar. Eles ganhavam bem, en-quanto que o ordenado dosportugueses era pouco, não che-gava para nada”, salientou.

José da Arminda, 69 anos, ga-rante que arriscou por algumasvezes a levar um tiro dos carabi-neiros.

“Não havia dinheiro e tinhaque se ir procurá-lo de noite poresses montes e sabe Deus comesses sacos de 60 quilos às costas.Atravessar rios e a chover na gentee tudo. Era uma vida muito ruim”,frisou.

Em Tourém havia dois ou trêsnegociantes e depois iam-se cha-mando pessoas conforme as mer-cadorias que era precisotransportar, de Portugal para Es-panha ou em sentido inverso.

José Pires, 74 anos, era umdesses muitos homens que conci-

liava esta vida dupla.“De dia na lavoura e à noite no

contrabando. Chegávamos a casae em lugar de irmos para a camaíamos para o campo. Era perigoso.Naquela altura as autoridades,tanto espanholas como portugue-sas, até levavam a gente presa”,salientou.

Mas “mais bravos” eram os es-panhóis que obrigavam a escondere a perder muitas vezes a merca-doria.

Entretanto, segundo BentoBarroso o mundo mudou “50 porcento e mais alguma coisa”.

“Era só miséria. Agora tenhoquatro ou cinco quartos de banhoem casa, mas na altura não haviauma casa que tivesse um quarto debanho”, sublinhou.

Tourém inaugurou em 2007 aRota do Contrabando, que temsido muito procurada pelos cami-nheiros que querem percorrer os11 quilómetros por onde, durantedécadas, clandestinamente portu-gueses e galegos faziam trocas co-merciais.

Contrabando: Homens e mulheres arriscavam a liberdade na raia por uma vida melhor

ois contrabandistas foramapanhados pela GuardaFiscal quando tentavamatravessar a fronteira, emMontalegre, com os burros

carregados de mercadoria, emmais uma recriação da Rota doContrabando que atraiu a Tourém140 pessoas.

Já quando a noite tentava do-minar o dia, os guardas fiscaisAfonso e Matias surpreenderamos dois contrabandistas perto dafronteira, por onde seguiam es-condidos entre as giestas paraRandín (Espanha).

O cabo Afonso não fechou osolhos e disparou para o ar na ten-tativa de intimidar Joaquim

Afonso e Jaime Barroso, que ten-tavam passar com os burros carre-gados de bacalhau e café.

Só que aos dois contrabandis-tas juntaram-se os 140 caminhei-ros que seguiam pela Rota doContrabando de Tourém e às tan-tas “já nem houve impressos paratantas multas”.

Os guardas foram obrigadosa deixar seguir viagem e ainda“meteram” aos bolsos umas notas.

“Foi difícil porque nós somospoucos agentes aqui no posto. Tiveque trazer o Matias comigo e eramuita gente a passar aqui a fron-teira.

Vimo-nos um pouco enrasca-dos e nem tínhamos impressos

para fazer tantas multas, a ver-dade seja dita”, afirmou em tomde brincadeira o cabo Afonso, en-carnado por Fernando Carvalho.

O contrabandista JoaquimAfonso ficou sem a mercadoria, obacalhau que levava para o almoçodo dia seguinte mas, pelo menos,respirou de alivio, “salvou-se aburrinha”.

Entre as dezenas de caminhei-ros, novos ou mais velhos, portu-gueses e espanhóis, da terra ou delonge, a gargalhada foi geral.

Graça Alves, de Lisboa, nãoconseguiu contar a lágrimas detanto rir e afirmou à Agência Lusaque adorou a recreação preparadapela Junta de Freguesia de Tou-

rém.Foi também da parte da

apreensão da mercadoria que JoséRodrigues, residente há poucotempo na zona, gostou mais.

“Da parte dos burros e dos gu-ardas a apreender a mercadoria.Foi espetacular. Acho que na al-tura do contrabando se calhar nãoos apanhavam porque eles fugiammesmo, não ficavam parados. Dei-xavam o burro e fugiam”, salien-tou o caminheiro.

Manuel Ramos está de fériasem Tourém e aproveitou parafazer a caminhada porque “é di-vertido”.

Este filho de um antigo guardafiscal garantiu que antes os guar-das eram “um pouco piores” por-que “não perdoavam tanto nemlevavam assim o dinheiro”.

Inaugurada em 2007, a Rotado Contrabando de Tourém temsido muito procurada pelos ca-minheiros que querem percorreros 11 quilómetros por onde, du-rante décadas, seguiram os con-trabandistas, a maior parteagricultores das terras raianas,carregados dos mais diversos ma-teriais.

Já mais a sério, Jaime Bar-roso recordou à Lusa que começoulogo que pôde com os sacos às cos-tas a atravessar a fronteira, pelacalada da noite, para ganhar maisalgum dinheiro e sobreviver “aostempos difíceis”.

“Foi até abrirem as fronteiras.O bichinho ficou cá e ainda pensonisso muitas vezes. Esta iniciativaé engraçada porque assim as pes-soas ficam a saber como se viviana nossa terra”, salientou.

Muitos contrabandistas atravessaram durante décadas a raia, entre oNorte de Portugal e a Galiza, pela calada da noitee carregados de café, azeite,até máquinas de jogos e carros, arriscando a liber-dade por uma vida melhor.

Guarda Fiscal apanha contrabandistas em recreação em Montalegre

DMomento de recreação. O cabo Afonso em plena acção. Foto: Lusa

Um restaurante brasileiro que vaiabrir brevemente em Berlim des-pertou a curiosidade, mas tambéma indignação, ao anunciar na suacampanha publicitária que pro-cura doadores para oferecer espe-cialidades canibais aos seusclientes.

“Depois de um exame médico,pode decidir qual a parte do seucorpo que está disposto a doar”,diz na sua página de Internet orestaurante “Flimé”, cuja localiza-ção se mantém ainda em segredo.

O estabelecimento tem aindapara download um formulário noqual se solicitam informações pes-soais, como a identidade do doa-dor, a idade, as possíveis doençascrónicas, o consumo de tabaco,drogas e álcool, peso e tipo sanguí-neo e até se, no caso de uma mul-her, está grávida.

O proprietário do “Flimé”, obrasileiro Eduardo Amado, anun-ciou que o restaurante irá oferecercozinha da cultura Wari, um povocanibal da selva amazónica, emconjunto com receitas clássicasbrasileiras.

“Seguindo o velho provérbiowari o importante para nós é que‘comer é mais do que saciar afome’”, afirma Amado no site,acrescentando: “Contemplamos aalimentação como um ato espiri-tual no qual se assume a alma e aforça do ser que ingerimos”.

O site do restaurante anunciaque o proprietário assume as de-spesas hospitalares dos doadorese revela que o “Flimé” será a suaprimeira sucursal no estrangeiro,sendo que a sede se encontra nalocalidade de Guajara Mirim, naAmazónia ocidental.

O restaurante “Flimé” tem aabertura prevista para dia 08 deSetembro.

Alemanha: Restaurante brasileiro pro-cura doadores para oferecerespecialidades canibais

Page 6: Portugal Post Setembro 2010

OPINIÃO6Maria Teresa Duarte

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010

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….como dizia o poeta Luís Vaz deCamões. E assim, no EPE estamosa assistir a várias mudanças origi-nadas pela tutela do Instituto Ca-mões, que infelizmente não pareceter qualquer vontade de facilitaraos professores o exercício dassuas funções.

Muito pelo contrário. Come-çando por um concurso em quetodos os docentes tiveram de seinscrever, mesmo que não quises-sem concorrer – nunca foi esclare-cido o porquê dessa exigência - eao qual deveriam candidatar-semesmo que não desejassemmudar de lugar - outra vez porquê,não se sabe - passou-se a um pro-cesso de avaliação do desempenhoque deveria servir para efeitos deprogressão na carreira mas agoraparece que foi apenas para reno-vação de comissão de serviço –já éo terceiro porquê - o qual decorreusem problemas de maior em vá-rios países, com desonrosa excep-ção para Espanha/Andorra, ondea coordenadora resolveu transfor-

mar a avaliação em eliminaçãodos professores com os quais nãosimpatizava.

Infelizmente, o Instituto Ca-mões, cuja principal preocupaçãoparecia ser cumprir os prazosestabelecidos, induziu professoresem erro, dizendo que todos tin-ham direito a reclamar e que todasas reclamações seriam atendidas…. e foram, mas ficou tudo como es-tava, sem qualquer modificaçãopositiva.

Mais uma vez infelizmente, oInstituto Camões parece estar aviver uma realidade do ensinoportuguês no estrangeiro quepouco ou nada tem a ver com arealidade in-loco e o trabalho diá-rio dos professores e alunos.

Muda-se aquilo que talvez nãofosse preciso mudar com tantapressa, por exemplo, os coordena-dores. Havia vários que conhe-ciam bem o terreno e faziam bomtrabalho, porque não deixá-loscontinuar mais algum tempo?

Vê-se mudança, mas não se vêvontade em melhorar o sistema,

em criar boas condições de tra-balho e aprendizagem para alunose professores, em melhorar o sta-tus da disciplina de Portuguêsjunto às entidades locais, em abrirmais cursos, em reduzir as mons-truosas deslocações que muitoscolegas fazem, em reduzir o nú-mero mínimo de alunos porgrupo, o que evitaria as classesmistas, com três e quatro níveisdiferentes.

Eram estas as mudanças queos pais, alunos e professores go-stariam certamente de ver, masparecem não estar próximo. Faltade vontade dos responsáveis?Falta de conhecimento da reali-dade? Ou falta de vontade de con-hecer uma realidade que paramudar para melhor necessita detrabalho duro e investimento eco-nómico? A última hipótese parecea mais certa.

Uma mudança sem dúvida de-sagradável para os professores daschamadas “áreas alemãs”, isto é,os estados federados onde os pro-fessores de português são, ainda,

pagos pelas entidades locais.Estescolegas tinham tido até agora pos-sibilidade de manter os lugaresnas escolas de origem em Portugale garantir a contagem do tempo deserviço requerendo uma licençasem vencimento de carácteranual,concedida através do Minis-tério da Educação.

Ora como agora a tutela doEPE já não pertence ao ME mas aoIC, pensou este último que pode-ria dar ordens às escolas que de-pendem exclusivamente doMinistério e induziu os professo-res em erro, informando que po-deriam requerer a referida licençapor mais um ano. Desconhece-seo porquê dessa atitude, mas o re-sultado não deixa dúvidas. As es-colas recusaram os pedidos,deixando apenas em aberto aopção da licença sem vencimentode longa duração, que não con-cede a contagem de tempo de ser-viço e implica a perca de vínculo àescola, o que significa que os pro-fessores atingidos têm duas alter-nativas: regressar, rapidamente ,

às suas escolas em Portugal, dei-xando a casa e a família na Ale-manha, ou permanecer nos seuslugares , arriscando perder opouco que ainda têm e a que têmtodo o direito, pois nunca é de-mais lembrar que ensinam Portu-guês sem qualquer encargo para onosso governo.

O IC não parece preocupado.Está a estudar a situação. Nem se-quer entrou em contacto com oME, que teria poderes para a re-solver, se tivesse vontade.

E qual a vontade de iniciar umano lectivo com tantas incertezase dúvidas no passado e mais no fu-turo? O quadro está bastantenegro, o futuro do EPE incerto.

Como sempre, serão a boavontade e o empenho dos pais,alunos e professores, porque real-mente acreditam na validadedeste ensino, as maiores garantiasde que as aulas vão continuar, in-dependentemente das boas oumás vontades e de todas as mu-danças que o futuro possa reser-var .

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…..

Page 7: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 7COMUNDADES-ALEMANHA

Em causa estão professoresque trabalham nos Estados da Re-nânia do Norte/Vestefália, Renâ-nia do Palatinado e Hesse, queasseguram na totalidade a contra-tação dos docentes.

“Trabalham a custo zero paraas entidades portuguesas, masmantêm o seu lugar na escola deorigem e continuam como funcio-nários públicos portugueses”, ex-plicou Teresa Duarte, secretáriageral do Sindicato dos Professores

nas Comunidades Lusíadas(SPCL).

De acordo com a sindicalista,desde 2006 todos os professoresno estrangeiro tinham de pediruma licença sem vencimentoanual às escolas de origem.

“Agora, há um outro regimejurídico e estamos com a figura ju-rídica da comissão de serviço, queprevê que a pessoa possa manter oseu lugar em Portugal sem ter depedir nenhuma licença sem venci-mento”, explicou.

Teresa Duarte disse que, “paraa grande parte dos professores,isso é positivo, mas para os profes-sores que têm contrato com enti-dades alemã tornou-se um grandeproblema porque as escolas recu-sam-se a dar licenças sem venci-mento porque é uma figura quedeixou de existir”.

“Acontece que em Maio, o In-stituto Camões (que tutela o en-sino do português no estrangeiro)deu instruções à coordenação paraque os professores que tenhamcontrato com as entidades alemãspeçam por mais um ano às suasescolas de origem a licença semvencimento”, acrescentou.

Sem essa licença, os professo-res “renunciam à sua qualidade defuncionários do Estado português,perdendo o vínculo às suas escolasem Portugal, perdendo também odireito à contagem de tempo deserviço, ou mantêm essa situaçãoabandonando a sua casa e a sua fa-mília, apresentando-se nas escolasde origem em Portugal no pró-ximo dia 01 de Setembro”, afirmao SPCL em comunicado.

Teresa Duarte denunciouainda as avaliações de desem-penho feitas aos professores deportuguês em Espanha e Andorra,afirmando que foram “extrema-mente incorrectas”.

“O processo de avaliação cor-reu bem em todos os países ex-cepto em Espanha”, acrescentou.

A sindicalista referiu-se emespecífico ao caso de uma profes-sora em Andorra, a dois anos dareforma, que foi vítima “da má-féda coordenadora” que lhe deu “in-suficiente”, impedindo-a assim detrabalhar no próximo ano lectivo.

A professora questionou aindaa avaliação, afirmando que umadas críticas que lhe foram aponta-das foi a de que “não tem compe-tência pedagógica”.

“Quem disse isto nunca foiprofessora e não assistiu a umaúnica aula minha”, sublinhou.

Até à altura do fecho de redac-ção não foi obter explicações doInstituto Camões para estes doiscasos.

Nove professores de português em risco deperder vínculo ao Estado

Sindicato do sector denuncia

Nove professores de portu-guês na Alemanha estão emrisco de perder o seu vínculoao Estado português porcausa de uma lacuna no novoregime jurídico dos professo-res no estrangeiro, denunciouum sindicato do sector.

De acordo com despacho doDiário da República, João Wein-stein, que deixou o cargo no finalde Agosto, é transferido para osServiços Internos do Ministériodos Negócios Estrangeiros.

Para o seu lugar, o Secretáriode Estado nomeou a diplomataMaria Manuel Quintela BaptistaDurão Cônsul-Geral do posto emDüsseldorf.

Fonte ligada aos meio diplo-máticos disse-nos que a nova côn-sul é tida como “uma pessoa debom senso que poderá trazer esta-bilidade à forma como o consu-lado foi dirigido” até à saída doconsul João Weinstein.

A não nomeação de JoãoWeinstein para outro consulado étambém vista por algumas pes-soas com quem falámos comoconsequência do incómodo quecausou ao lidar com alguns casos,como por exemplo, o facto de o ex-cônsul “querer resolver assuntosinternos em reuniões públicas”.Um dos exemplos apontados tem

a ver com a questão da falta de umDocente de Apoio Pedagógico noconsulado, questão trazida a pú-blico numa reunião convocada emJunho, o que levou a Federação deAssociações a ameaçar fazer mani-festações de rua.

Recorde-se que o cônsul ini-ciou as suas funções em Düssel-dorf no ano de 2006

Cônsul-Geral em Düsseldorf de malasaviadas para Portugal

O Cônsul-Geral de Düssel-dorf, João Weinstein, foi exonerado do cargo pordespacho do Secretário deEstado das Comunidades.

Tschüss

O extremo português Carlitos,que representou o Basileia, daSuíça, nas últimas três épocas, as-sinou um contrato válido por doisanos com o Hannover, da Ligaalemã de futebol.

Carlitos inicia a sua terceiraexperiência no estrangeiro, depoisdo Basileia e do Sion, ao qual che-gou por empréstimo do Benficaem 2006/07. Em Portugal, inicioua carreira no Amora (2000-2002),passou pelo Estoril (2002-2004) erumou então ao Benfica, no qualfez apenas uma época completa(2004/05), antes de ser empres-tado ao Vitória de Setúbal(2005/06).

„Estou ansioso por jogar peloHannover na ‘Bundesliga’ e achoque posso ajudar a equipa“, disseo português, de 27 anos, que vaiser companheiro do compatriotaSérgio Pinto no conjunto alemão.

Carlitos é a primeira de „duasou três contratações“ prometidaspelo presidente do Hannover,Martin Kind, antes da derrota desábado à noite com os espanhóisdo Valência (2-1), em jogo particu-lar.

„Estávamos a observá-lo háalgum tempo. Sabe jogar com osdois pés e tanto na ala esquerda

como na direita, bem como nocentro do meio campo“, afirmou odirector desportivo do Hannover,Jorg Schmadtke. „Carlitos vai aju-dar-nos com o seu olho para o goloe com a sua versatilidade“, acres-centou.

Carlitos, que marcou 11 golosem 76 jogos com o Basileia, vaijuntar-se aos novos companheirosna terça-feira, nos trabalhos depré-temporada.

Futebol Carlitos assina dois anospelo Hannover

Teresa Duarte, secretária geral do Sindicato dos Professores nas Comunida-des Lusíadas (SPCL).

João Weinstein

União Lusitana Rhein Necker e.VInforma Estão abertas as inscrições

Torneio de FutebolPara equipas não federadasINSCRIÇÕES ATÉ 1DE OUTUBROA direcção gostaria de fazer deste dia, para alem do evento desportivo, umdia de convívio entre a comunidade Portuguesa local, bem como com toda acomunidade que se desloque a Weinheim.A todas as Associações ,Centros, Clubes Portugueses, Empresas e outros. Endereçamos o convite a todos aqueles que gostam de praticar futebol paraparticiparem neste evento, pois trata-se de um Torneio onde qualquer grupode amigos pode formar uma equipa , fazer uma inscrição e participar. Au-mentando assim o número de equipas portuguêsas a participar neste Tor-neio.Pode pedir toda a informação sobre este torneio pelo email da nossa Asso-ciação : [email protected] Bem como pelo nr. de telm. 01736740561( Vitor

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Page 8: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 20108

O emigrante António Rapaz,reformado e ainda residente emHamburgo, deixou o país corria oano de 1960, 15 anos depois de terterminado a segunda guerra quedeixou a Alemanha completa-mente arrasada

Nascido em Peniche em 1941,António Rapaz,“insatisfeito com oregime ditatorial vigente na alturaem Portugal”, partiu de Portugalem Junho de 1960, tinha apenas18 anos de idade. O destino eraParis, à procura “da liberdade e deuma vida melhor”, onde permane-ceu três meses, vindo a abandonara capital francesa rumo a Ham-burgo porque “em paris não tinhagrandes perspectivas”, chegando aHamburgo numa manhã de se-gunda-feira, marcava o calendárioo dia 19 do mês de Setembro de1960.

Sem falar nada alemão, ojovem emigrante trabalhava de diaem fábricas e à noite visitava a

Berliz-School, com a finalidade deaprender o elementar da línguateutónica para se pode defenderno na rua e no trabalho.

Em Maio de 1961, como já sedominava a língua alemã, foi tra-balhar de electricista para os esta-leiros navais do Howaldtswerk edepois na Deutsche Werft, Ham-burgo, até Novembro de 1964.

Nessa altura trabalhava cercade 12 horas diárias. Ganhou din-heiro suficiente para, mais tarde,

poder trabalhar menos e frequen-tar uma escola de dia de forma apoder melhorar o conhecimentoda língua alemã.

De Novembro de 1964 até No-vembro de 1967 trabalhava denoite na Axel Springer Verlag (edi-tora do Bild Zeitung) das 22h00 às03h00 horas da manhã. Isso dava-lhe a possibilidade de estudar oalemão durante o dia na Volks-hochschule, tendo também apren-dido em seis semanas a escrever àmáquina com os 10 dedos semolhar para o teclado.

Como por essa altura (comsete anos de Alemanha) já se sen-tia familiarizado com o idioma eos hábitos deste país, decidiu co-meçar a trabalhar na área comer-cial e até Setembro de 1970trabalhou na companhia de nave-gação “Paul Günther, Hamburgo,na secção de controlo e desenrola-mento de cargas nos navios paravários portos de Portugal,Espanha, África, América do Sul eAsia”.

A 1 de Outubro de 1970 oBanco do Brasil abriu uma sucur-sal em Hamburgo onde se empre-gou para melhorar a sua situação

social e financeira. Cinco mesesdepois deixou este banco “porquerer trabalhar apenas em casascomerciais alemãs”.

A 1 de Abril de 1971 começou atrabalhar no Deutsch-Südamrika-nische Bank AG. onde permane-ceu trinta e três anos até à suareforma, quer dizer, até ao dia 31de Outubro de 2004, tinha então63 anos de idade.

António Rapaz também cola-borou nas actividades da comuni-dade lusa em Hamburgo,pertencendo em 1968 à direcçãoda extinta Associação Portuguesaem Hamburgo (APH). Tambémem 2004 chefiou uma comissãocom o fim de sanear a calamitosasituação financeira da APH, queviria a não dar resultado devido àsituação de banca rota em que aassociação se encontrava.

Para recordar toda a sua vidapassada em Hamburgo, AntónioRapaz vai festejar com a família eseus amigos os seus 50 anos depresença em Hamburgo. A festaserá realizada no próximo dia 19deste mês, um domingo, nas ins-talações do Clube recreativo Por-tuguês de Harburgo. MS

Emigrante festeja cinco décadas de vida em Hamburgo

Chegou à Alemanha em 1960

Não foi o primeiro, mas dosprimeiros emigrantesportugueses a chegar aHamburgo há 50 anos.

COMUNIDADE - ALEMANHA

Caro/a Leitor/a: se o seu exemplo é semelhante ao do nosso leitor António Rapaz, não hesite em contactar-nospara também lembrar e escrever a sua vinda para a Alemanha.

O violador de Verl de uma me-nina, Manuel R., foi notificadopara se apresentar na prisão paracumprir a pena de seis de prisão aque tinha sido condenado.

Conforme referiu o PP na pas-sada edição, o advogado de Ma-nuel R. tinha conseguido oadiamento da detenção do seucliente para cumprir a pena “de-vido aos seus problemas desaúde”, o que tinha indignado ospais da menina agredida sexual-mente.

Sem saberem o que fazer, ospais da vítima recorrem à im-prensa para denunciar a situaçãoe falaram com dois jornais: oPORTUGAL POST e WestfalenBlat.

Cerca de dois dias após a di-vulgação do caso nos jornais, oprocurador de justiça de Bielefeldrevogou o adiamento de detenção,que foi inicialmente aprovada atéao final deste ano. Ao mesmotempo notificou o condenado acomparecer na prisão para cum-prir a sua sentença.

Foi, assim, graças pressão daopinião pública depois do assuntoter sido denunciado pela imprensaque o procurador respondeu orde-nou a prisão de Manuel R..

Inicialmente, o argumentopara a sua não detenção era “quenão havia na Alemanha prisõespara acolher o detido que sofre de

diabetes, hipertensão e demên-cia”.

„Estamos muito aliviados!“,Disse a mãe da menina que foi vio-lada várias em 2008 por ManuelR.

A menina, desesperada, “quejá havia havia perdido a fé na jus-tiça quer agora esquecer toda ahistória o mais rapidamente pos-sível.“

Violador de Verl já está na prisão

Família da vitima respira de alívio

Depois de Hamburgo e Estugarda,agora também os postos consula-res em Dusseldorf, Frankfurt e Os-nabrück estão tecnicamentepreparados para emitir o cartão decidadão.

O cartão de cidadão constituitítulo bastante para provar a iden-tidade do titular perante quais-quer autoridades e entidadespúblicas ou privadas, sendo válidoem todo o território nacional.

O cartão de cidadão contém osdados de cada cidadão relevantespara a sua identificação e inclui onúmero de identificação civil, onúmero de identificação fiscal, onúmero de utente dos serviços de

Cartão de Cidadão já é emitido emDusseldorf, Frankfurt e Osnabrück

saúde e o número de identificaçãoda segurança social.

A obtenção do cartão de cida-dão é obrigatória para todos os ci-dadão nacionais, residentes emPortugal ou no estrangeiro, a par-tir dos 6 anos de idade ou logo quea sua apresentação seja exigidapara o relacionamento com algumserviço público.

Entretanto, o Consulado Geralem Hamburgo divulgou o seunovo horário de atendimento:

De segunda a quarta-feira das9h00 às 14h00. Quintas, das 9h00às 17h00 e sextas das 9h00 às13h00

“Dixit

Antes de ir de férias quero informar que o as-sunto da falta do docente de apoio no Consu-lado e a situação da substituição dosprofessores que deixaram o ensino o Portu-guês se está a resolver.Como falado depois da reunião dia 20.06 noconsulado foi preparado uma carta para en-viar ao Embaixador assim com ao Secretáriode Estado. Durante a preparação da cartaouve informações que o assunto já estava aser tratado pelo Instituto Camões.Decidi-mos assim esperar com o envio dacartaRecebemos do consulado nestes dias a infor-mação que o Instituto Camões informou que olugar do docente de apoio em Düsseldorf iriaser ocupado assim como já foi aberto o con-curso para ocupar as vagas dos professoresque saíram.Vamos agora esperar até início de Setembropara depois ver como está o assunto, espe-rando que não seja necessário acções danossa parte.

InE-mail posto a circular pelo presidente daFAPA, Vítor Estradas

As acções daFAPA

A secção do PSD na Alemanha vaicriar núcleos em Arnsberg(NRW), Osnabrück e Nürenberg.

De acordo com uma informa-ção do presidente da secção dopartido, Artur Amorim, o PSD re-gista desde há algum tempo paracá um crescente no que se refere àadesão das pessoas. Para isso con-tribui o trabalho da sua secção edas reuniões que amiúde se fazem.

O PSD é, neste momento, omaior partido da oposição e com aeleição do seu dirigente máximo,Passos Coelho, registou, segundoas sondagens, uma aumento nasintenções de voto.

Para alem do PSD, os partidosorganizados no seio da comuni-dade lusa são o Partido Comunistae o Partido Socialista.

PSD reforça a sua área de influência na Alemanha

O violador de Verl Manuel R.,

Page 9: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 9

GENTEFala o Leitor

Teresa Crawford Cabral , pintora ra-dicada na Alemanha, Dortmund, desde1985, é uma artista cuja obra tem sido ob-jecto de admiração e de elogio entre a Ale-manha e Portugal, vendo uma das suasobras a classificar-se nos primeiros luga-res de um concurso mundial em que con-correram cerca de três mil quadros.Licenciada em filosofia na FLUL, TeresaCrawford Cabral tem uma passagem pelojornalismo e, nos finais dos anos oitenta,trabalha como monitora cultural serviçodo Círculo Português de Artes e Ideias.. Em 1994 reata o percurso iniciado eorientado para as artes plásticas e gráfi-cas,. Estuda Design Gráfico e Comunica-ção Visual na Fachochschule Dortmund,desenvolvendo paralelamente actividadena produção teatral na área do designgráfico.Da sua biografia consta uma exposição in-dividual na Casa das Mudas, Madeira, doespólio adquirido pela Colecção Berardo.

26 do passado mês de Junho,Filipe Mirante abriu ao mundo

a forma do seu sonho: a inaugura-ção de um atelier e de um espaçode mostra de arte, da sua e de ou-tros artistas.

Filipe Mirante, alentejano nas-cido em Borba no ano de 1955, es-cultor de pedra mármore, que oamor trouxe para Alemanha hácerca de 20 anos. Aqui assentouarraiais e começou a esculpir már-more que importa do seu Alentejo,dando-lhe as mais variadas for-mas apuradas numa inspiraçãocuja fonte será, dizemos nós, abusca da perfeição e da sereni-dade.

Nas suas mãos, toneladas demármore em bruto conseguemformas como se a pedra fosse ma-leável e tivesse nascido para en-cantar.

Perfis e bustos de corpos femi-ninos; estátuas de longas formassinuosas de mármore tão veludocomo a seda são as obras que todoo visitante pode apreciar na suanova e espaçosa galeria.

Filipe Mirante é um artista au-todidacta. Quem o conhece diráque o seu talento e a sua sensibili-dade nascem da sua forma simp-les e humilde de ser, tal como osverdadeiros artistas que vivem dee para a sua arte.

Muitos dos seus trabalhosestão patentes em várias partes daAlemanha. A chanceler Merkel jáposou ao lado de uma sua obra.

O espaço inaugurado que criouno passado dia 26 de Junho foitambém fruto das suas mãos. Aele, Filipe Mirante, ajudado pelasua mulher, Margit Mirante, en-tregou-se na sua restauração du-

rante cerca de sete anos, transfor-mado a velha quinta em local deArte. Para além da galeria de ex-posições, no espaço funciona tam-bém o seu atelier onde o artista,com as ferramentas de escultura,dedica os dias a criar.

Filipe Mirante recorda-nosque o espaço era uma pequenaquinta com celeiros e casa dos la-vradores que adquiriu fazendodela uma atracção cultural da re-gião. Lá se organizam Workshops,cursos, exposições de pintura e fo-tografia.

No dia da inauguração, FilipeMirante teve o prazer de receberamigos, admiradores, artistas, au-toridades alemãs, o vice-cônsul dePortugal para lhes mostrar, nãosem orgulho, o fruto de sete anosde trabalho transformado numespaço que veio enriquecer cultu-

ralmente a localidade e a região.Orgulhoso da sua obra, Filipe Mi-rante também dirigiu um conviteà Embaixada de Portugal em Ber-lim, convite esse confirmado edesdito à última hora sem se apre-sentar razões que desculpassem aausência de alguém da embaixadanum evento que não prestigia ape-nas a cultura, como também o paíse a sua valiosa pedra mármore.

Desiludido com a escusa daembaixada, Filipe Mirante conti-nua a granjear reputação dehomem de arte junto do público,

dos artistas e das entidades ofi-ciais alemãs. O seu amor pela suaterra não vai esmorecer pela faltade reconhecimento de quem temresponsabilidades na embaixadaem proteger a arte e os artistasportugueses.

Melhor é fazer aqui um convitea todos os interessados em conhe-cer o espaço, os trabalhos e o ar-tista na sua galeria ou na seuatelier. Verá que não deixará deficar surpreendido e orgulhosonos homens da arte que a comuni-dade lusa tem na Alemanha. MS

O artista na companhia de algumas personalidades presentes na inauguração:(da esq. para a dir.) : Marcus Held, presidente da Câmara Municipal de Op-penheim, Thomas Günther , deputado regional e presidente da Câmara Muni-cipal de Nierstein, Margit Mirante, esposa do escultor, Klaus Penzer,presidente da área regional Nierstein-Oppenheim), Filipe Mirante, Abílio DiasFerreira, Vice-Cônsul de Portugal em Frankfurt, Gerhard Heldpresidente daJunta de Freguesia de Friesenheim), Gabriela Pavón de Naumann, pintora.

Escultor Filipe Miranteinaugura atelier e espaço para exposições

COMUNIDADE - ALEMANHA

Faleceu no último dia 1 deAgosto,no Seminário Francis-cano da Luz, em Lisboa,onde resi-dia desde que,depois de 27 anosde serviço na Missão Católica deUlm-de 1972 a 1999,missão essaque engloba as comunidades deUlm,Ravensburg,Wangen,Reu-tlingen,Weilheim e Kirscheim-Teck e Bad Urach, o Sr. PadreJoão Soares. Regressou a Portugaljá com 82 anos e com a saúde aba-lada. Tinha 92 anos e faria 93 nodia 7 desse mês.

O Padre Soares, como era ca-rinhosamente conhecido, deixouobra meritória e muitos e verda-deiros amigos que, na altura, lheprestaram homenagem em todasos locais onde exerceu a suamissão de sacerdócio (lembro-meque em Ravensburg se realizouuma festa de despedida que tevepresença de representantes dasCâmaras Municipais, das assem-

bleias municipais e da Igreja dascidades de Ravensburg e Weingar-ten) e com cobertura jornalisticado maior jornal aqui publicado.

Recordamos o Sr. Padre Soa-res com saudade, pessoas simplesde gostos simples e,também,umgrande Sportinguista.

Conforme era uma almajusta,assim encontrará um lugarno reino dos justos.

No próximo dia 12 de Setem-bro,próxima missa em língua por-tuguesa em Ravensburg,serácelebrada por sua alma e recordá-lo-emos,mais uma vez,com muitasaudade e não o esqueceremosnunca.

Óbito Faleceu o padre Franciscano da Luz

Chegou a hora do adeus,Padre Soares já partiucom fé e confiança do mundo se despediu.Partiu com a esperança de no céu ir morarNão mais o esqueceremos e por ele vamos rezar

Maria do Céu CamposRavensburg

A

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 201010 A NOSSA HISTÓRIA

O Portugal arcaico, rural de1910 – Algumas realidades paranos darem uma imagem dotempo: Cinco milhões de habi-tantes com índices de misériaproporcionais, seis em cada dezeram agricultores, com cerca de80% de analfabetos. Era o tempode uma sardinha para quatro, àrefeição familiar. Publicavam-secerca de 500 jornais: se era amédia dos países europeus, asua tiragem era muito inferior.O comboio, Lisboa/Porto, le-vava 12 horas, a cavalo eram ne-cessários três dias, e, de carro,ia-se a uma velocidade de 20/30Km/h. Havia 30 telefones nopaís, e um cinema em Lisboa; ascasas, mesmo nas cidades, nãotinham saneamento nem água.O descanso semanal havia che-gado em 1907.

O regicídio abala a monarquia

Após a insurreição desenca-deada a 4 de Outubro, a repú-blica foi proclamada em Lisboano dia seguinte em 1910. Asaspirações democráticas e repu-blicanas encontravam-se em ge-stação na sociedade portuguesadesde meados do séc. XIX e, de-pois do trauma nacional provo-cado pelo ultimato britânico de1890, a revolta de 31 de Janeiro,a ditadura de João Franco euma intolerância crescente àmonarquia que culminaria como regicídio, receberam um im-pulso irresistível. Em 1908, oassassínio de D. Carlos I e o del-fim Luís Filipe em plena rua pordois membros de uma organiza-ção secreta fundada nos finais doséc. XIX, a partir de um ramo daMaçonaria académica, a Carbo-nária não produziu a onda de in-dignação que os indefectíveis damonarquia talvez esperassem.Tratou-se do primeiro regicídioocorrido na história de Portugal.

Numa lógica populista, os líderesrepublicanos tudo fizeram paracapitalizar os efeitos do redigício:criaram fundos de ajuda aos fa-miliars dos autores do atentado eguindaram-nos ao estatuto demártires da liberdade. Após amorte de D. Carlos I, sucedeu-lheno trono o seu segundo filho D.Manuel II. Cada vez mais isoladado resto da sociedade, a monar-quia oscilou entre a reforma e arepressão, mostrando-se incapazde apaziguar o descontentamento

popular. Vitoriosos nas principais ci-

dades nas eleições de Agosto de1910, os republicanos sabiam queo sistema eleitoral jamais lhespermitiria aceder ao poder pelavia legal e, a partir do Verão, de-senvolveram contactos conspira-tivos para o derrube da

monarquia.Os êxitos dos revoltosos na

Rotunda, o bombardeamento doPalácio das Necessidades e doRossio, assim como a notícia dafuga da família real para oestrangeiro (colocando um pontofinal ao reinado da dinastia deBragança, no trono desde 1640),lançam o desânimo entre a tropaleal ao governo. Na manhã do dia5 de Outubro, a república é pro-clamada nos Paços do Concelhoao país “ por telégrafo”.

A proclamação da república não trouxe estababilidade a Portugal

O governo provisório, che-fiado pelo professor de literaturaTeófilo Braga, procurou cumpriros principais pontos do programarepublicano, consolidar o regime,

garantir a ordem pública e obtero reconhecimento das potênciasinternacionais. Algumas refor-mas há muito prometidas foramintroduzidas: uma Constituiçãomais democrática, a abolição dosvestígios do antigo regime (Câ-mara dos Pares, títulos da no-breza, etc), a lei de separação daIgreja e do Estado, a laicização davida social, a consagração do di-reito à greve, a lei do divórcio.Muitas destas medidas suscita-ram uma forte animosidade junto

dos sectores mais conservadoresda sociedade, os quais, em articu-lação com a Igreja Católica, tudofizeram para minar a estabilidadedo regime republicano.

Embora o novo regime trou-xesse melhorias significativas nodomínio da educação e dos direi-tos sociais, o facto é que as contí-

nuas mudanças de governo, oclientelismo e o ambiente de es-cândalos e intrigas continuarama marcar, pela negativa, a vida dopaís. A república revelou-se inca-paz de travar a crise do estado li-beral e viveu mergulhada numainstabilidade permanente. Entre1911 e 1926, houve 20 revoluçõese golpes de estado, 8 presidentese 44 governos. De facto, a I Repú-blica nunca conseguiu estabele-cer um diálogo aceitável com ooperariado nem soube resolver os

conflitos existentes no seio dassuas elites. Esta crispação socialagudizou-se nos anos que se se-guiram à I Grande Guerra.Desde a sua génese, o 5 de Ou-tubro foi tudo menos uma revo-lução com cravos. E o resultado,foi um golpe militar. As ForçasArmadas anularam a Constitui-ção e implantaram um regimeautoritário com a subida aopoder de Salazar. Sob o EstadoNovo, os portugueses viveramprivados da liberdade e da de-mocracia, situação que só viriaa alterar-se com o 25 de Abrilde 1974. Mas desta vez, a revo-lução foi com cravos.

Não é possível passar estedia sem olharmos para nós.Mas podemos fazê-lo com cons-ciência. E simplicidade. Deve-mos aproveitar estacomemoração para melhor ligaro passado com o futuro.

E em tempos de „crises“ devalores e de referências, esta co-memoração serve para relem-brar o passado, que, pelo seuvalor simbólico, permite conso-lidar a nossa memória colectivae a nossa identidade nacional.Mas, sobretudo, deve propor-cionar uma reflexão críticasobre o presente para desbravar

caminhos para uma Repúblicaque respeite e cumpra, efectiva-mente, o seu ideário e os seus va-lores.

Uma República da dignidade,da liberdade, da justiça, da igual-dade, da solidariedade, da demo-cracia. Quem housa dizer que jápassou à História?

5 de Outubro A Revolução sem cravosHá cem anos umarevolução pôstermo à velha mo-narquia para procla-

Joaquim Peito

mar uma república.Foi no dia 5 de Ou-tubro de 1910. Porisso, estamos a co-

memorar o cente-nário de uma repú-blica cujos valores eideário, com múlti-

plas vicissitudes esignificativos des-vios, dos quais omais traumático é a

longa ditadura sala-zarista, sobrevive-ram até aos nossosdias.

Acima de tudo, Informação.

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 11DOIS AMORES

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Eleito pelo círculo daEuropa, Paulo Pisco é um(muito) invulgar adepto dosdois grandes rivais de Lisboa,por culpa de um tio „doentepelo Sporting“, nos temposdo ciclista Joaquim Agos-tinho, e um pai, menos do-ente, do Benfica.

„Como ocorre como todasas crianças, fui oscilando naminha infância entre Benficae Sporting, até que me fixei...nos dois. Desde que me con-heço senti esta simpatia pelos

dois clubes da minha cidade“,confidencia Paulo Pisco, or-gulhoso pela diferença.

O deputado do Partido So-cialista salienta que Benfica eSporting „são dois grandes

clubes populares que arras-tam muita gente e implicamódios e paixões“, mas o origi-nal adepto sempre se man-teve „pela moderação“.

Paulo Pisco reconhece que

esta dupla afeição gera, porvezes, alguma estranheza einspirou mesmo uma crónicado camarada, e amigo, JoséLello, quando o também de-putado socialista, sócio doBoavista, colaborava com odiário desportivo A Bola.„(José Lello) Achava aquilomuito estranho“, diz, no meiode sorrisos.

„Tenho amigos dos doisclubes. Alguns fanáticos e ra-dicais, que gostam que o rivalperca. Eu acho isso um poucoirracional. Um radicalismoque não partilho. Prefiro queganhem os melhores. É pontode honra não querer mal anenhum clube“, revela.

Parlamento –Paulo Pisco, um estranho caso de um deputado verde e encarnado Um adepto do futebol que divide as afinidades entre Benfica e Sporting é uma improbabilidade semelhante à de ganhar o Euromilhões, mas a verdade é que existem, um deles deputadoda Assembleia da República,o socialista Paulo Pisco.

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 201012 PUBLICIDADE

As inscrições para a quarta edição do festival demúsica Lusavox estão abertas a partir de agora,estando previsto que a grande final do concursodecorra em Novembro, anunciou o gabinete dosecretário de Estado das Comunidades.

Os concorrentes interessados devem enviaras suas músicas originais para o site www.lusa-vox.pt ou entregá-las nos consulados portugue-ses.

Numa iniciativa do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, o Lu-savox é dirigido aos portugueses e luso-descendentes que residem no estrangeiroe pretende descobrir talentos musicais nas comunidades portuguesas.

Este ano, o festival terá como director musical o músico Luís Represas.Depois de em edições anteriores ter passado por Braga, Porto e Algarve, a ce-

rimónia da quarta edição do Lusavox deve realizar-se no Funchal, ilha da Ma-deira.

As letras das canções concorrentes não têm de ser todas em português, mas oregulamento prevê que, pelo menos, uma estrofe tem de ser em língua portuguesa.

Os participantes no concurso têm de estarem inscritos no consulado há pelomenos um ano.

Do Lusavox vão sair dois vencedores: um eleito pelo público, que irá recebercinco mil euros, e outro eleito por um júri, que irá gravar um CD.

O Lusavox é uma iniciativa do Governo português em parceria com a Valentimde Carvalho, o portal Sapo e a RTP.

Abertas inscrições para o Lusavox

Aos talentos musicais

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PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 13AS MAIORES FORTUNAS DA ALEMANHAAS MAIORES FORTUNAS DA ALEMANHA

Hoje em dia, o sexto alemãomais rico da Alemanha está col-hendo os frutos de seu trabalhocoleccionando arte e andando nasua moto Harley-Davidson.

O Grupo Würth, que comer-cializa e distribui todos os tipos deparafusos, chaves de fenda e tubu-lações para água potável, é umadas maiores histórias de sucessona Alemanha do pós-guerra.

A empresa com sede no Es-tado de Baden-Württemberg re-gistou um volume de vendas de6,2 bilhões de euros em 2004 eemprega cerca de 47 mil pessoasem 81 países.

Muito deste sucesso podeser atribuído a Reinhold Würth,que, mesmo sem ser o fundadorda companhia, é o homem quetransformou a empresa de umapequena cidade provinciana emum império com mais de 340 em-presas.

Isso tudo começou com para-fusos. Corria o ano de 1945, e

grande parte da Alemanha estavaem ruínas. Foi quando o pai deReinhold Würth, Adolf, fundousua companhia de parafusos.

O jovem Reinhold começoucomo aprendiz. Quando Adolfmorreu repentinamente de umataque cardíaco em 1954, seu

filho, então com 19 anos, assumiuo controlo da fábrica.

Muito cedo, Würth mostrouum apurado senso de negociante,conseguindo altas taxas de cresci-mento para a empresa.

A época era apropriada. Mui-tas cidades precisavam ser recon-

struídas após a guerra, e parafusostinham uma grande procura.

Würth concentrou-se em umarede de pequenas oficinas e arte-sãos, e nunca dependeu só de al-guns clientes de grandesindústrias, para evitar que fizes-sem pressão para reduzir os pre-ços.

Würth foi o pioneiro em novastécnicas de administração. Eledescentralizou, por exemplo, a to-mada de decisões. Würth é recon-hecido como criador de umsentido de corporativismo quemotivou os empregados e impul-sionou os lucros.

Ele chegou a organizar viagensà Suíça e às Caraíbas para os emp-regados mais destacados. A maiordessas “excursões com as famílias”incluiu 1600 pessoas, que forampara a França com tudo pago pelaempresa.

Motos e arte moderna

Em 1994, Würth retirou-seda administração operacional dacompanhia e assumiu o papel deconsultor. Mas em vez de descan-sar, passou a dedicar-se aduas paixões: arte e motos.

O seu entusiasmo pela arte co-

meçou nos anos 60, quando com-prou uma aguarela de EmileNolde.

Hoje, ele tem uma colecção de8 mil peças de arte moderna econtemporânea, incluindo trabal-hos de Picasso, Max Beckmann,Munch e Christo.

Em 1991, Würth, agora um dosmais importantes coleccionadoresde arte da Alemanha, abriu ummuseu no município de Künzel-sau-Gaisbach, onde está localizadatambém a sede da companhia.

Em Maio de 2001, foi inaugu-rada a Galeria de Arte Würth emSchwäbisch Hall, tornando-seoutro fórum de exibição para suaextensa colecção.

Quando não está a comprararte, Würth, de 70 anos, diverte-seandando sua “amada” Harley-Da-vidson. Ele também gosta de “voarcéu” com suas duas aeronavesparticulares.

Até o final de 2003, ele era ca-tedrático na Universidade deKarlsruhe, onde ensinou noçõesbásicas de organização empresa-rial.

Nada mau para um homemque deixou os estudos aos 14 anosde idade.Cortesia DW

O rei alemão dos parafusosReinhold Würth transfor-mou a companhia de vendade parafusos por atacado de seu pai em um gigante multinacional.

Reinhold Würth diante da Galeria de Arte Würth, em Schwäbisch Hall

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Page 14: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 201014

Passei as minhas férias naQuinta Outeiro da Luz, navila da Branca, Albergaria-a-Velha.

Desfrutei duma paisa-gem incomparável e docontacto com um povomuito rico em humani-dade; usufrui também dapiscina e de visitas a Aveiro,Arouca, S. João da Ma-deira, Porto, Coimbra,Braga, Praia da Costa Nova,Espinho, Serra da Freita,

Curía, etc. Encontrei, um povo exemplar no trabalho e familiar

no contacto mas um pouco complexado, como que im-pedido da sua realização; à superfície, um Portugal decara lavada, com um sentir fatídico de desilusão e até derevolta; um povo que desculpa as suas fragilidades nafragilidade política, numa atitude de „virgens loucas“queficam à porta do banquete nupcial nacional concebido sópara alguns. Numa palavra, vi um rebanho sem pastorescom senhores autoritários e convencidos de si mesmos esem consciência social. As prioridades da sociedade estãosubjugadas a interesses pessoais e partidárias. De diaaponta-se à esquerda para de noite se ir caçar à direita.A política parece indiferente à fractura social, não admi-rando por isso encontrar os portugueses em depressão.Um povo de adaptados vai-se arranjando com o que tem.Antidepressivos, televisão e futebol vão aliviando ma dore postergando a reflexão!

Ao Portugal enevoado e intoxicado pelo fumo dosfogos de Verão corresponde o nevoeiro tóxico de elitesinteresseiras e egoístas sem consciência cívica de povonem de país. O Povo quer trabalhar mas não tem políti-cos com capacidade de mando, o que torna um país in-teressante para se visitar e para emigrar! António da Cunha Duarte Justo, Professor, Kassel

Cumprido para muitos o tempo de férias, talvez o período mais esperadodo nosso calendário pessoal, muitos rumam a Portugal para “matar sau-dades” (se é que as saudades algum dia morrerão), visitar os amigos, a terrae andar pelo país. Chegados à Alemanha, à terra que também é um pouco nossa, pensamosno que vimos e sentimos durante a nossa permanência “na santa terrinha”.Pedimos a alguns dos nossos leitores que nos respondesse às seguintes

questões: Se e onde passou férias em Portugal e como, na sua perspectiva, encon-trou o país: bem, mal, desenvolvido, e se é um local ideal para viver e tra-balhar...Se não passou férias em Portugal. Qual o motivo? Acha caro, pouco atractivo, ou quis conhecer outros des-tinos, etc..

Um país interessante para se visitar e para emigrar!

Estive quase quatro semanasem Portugal, uma parte emLisboa e outra parte no Alen-tejo. Neste momento, não hácomboios para o Alentejo, opaís aqui está a andar paratrás. Como passei um In-verno muito frio e prolon-gado em Berlim, achei destavez que todo o calor erapouco e andei qual lagarto aosol... A nossa gastronomia,sim... continua belíssima,além da hospitalidade e docalor humano, da paisagem

natural e do património... Mas o país não está famoso, ou melhor, só está bem

para uma escassa minoria, uma burguesia insensível,novos-ricos incultos... o país está assim-assim para certaclientela política, pequena e média burguesia, por umalado, que constitui o tampão entre os grandes explorado-res e desfrutadores e os pobres, por outro lado, ou muitopobres que são bastantes, talvez milhões... Para estes opaís está péssimo. Para estes, o país dificilmente poderiaestar pior.

Para os jovens que não encontram emprego ou tra-balho, está terrível e a safa será a emigração. Será? Paramuitas portuguesas que levam pancada dos companhei-ros, o escândalo continua... E quem estiver ou cair doentee vá a uma urgência, depara-se com situações difíceis. Eainda há quem queira acabar com o que resta do ServiçoNacional de Saúde.

Ora, vendo bem as coisas, os portugueses têm liber-dade de votar, já não é como no tempo do horrendo dita-dor de Santa Comba, mas há mais de três décadas que sóvotam nos partidos de direita e no PS...

E, por vezes, andam é muito preocupados com o queganha o Ronaldo e se o Sporting vai ficar outra vez emquarto lugar ou se é o Benfica ou o Porto que vai ser cam-peão. Tudo muito legítimo, certamente, mas os resulta-dos estão inexoravelmente à vista, e o país não progrideem aspectos fundamentais. Há tanta gente pelas ruas apedir, como nos meus tempos de estudante ou se calharainda pior, quando eu sonhava que um dia em Portugalnão haveria mais mendigos...

Mas não, as políticas que lá se praticam fazer brotarmuitos pobres, que nem cogumelos na floresta...e depoisfundam-se grupos para academicamente discutir a po-breza e a exclusão social, a miséria dos outros...

Um abraço, algo melancólico para as comunidades,mas também um abraço de luta, sempre...Luciano Caetano da Rosa, Professor Catedrático,Berlim

O país só está bem para os novos-ricos incultos

É muito difícil responder aestas questões com provaspessoais visto que só me en-contro em Portugal 3 sema-nas por ano.

Além disso não tenho emPortugal património e negó-cio próprio para avaliar ecomparar situações idênticascom as da Alemanha.

Mas posso-lhe adiantarque nao temia uma tal expe-riencia com as mesmas con-dições salariais.

A matéria prima têm osmesmos custos ou são mesmo mais caras que na Ale-manha, mas os serviços, e a comida são muito mais emconta visto do aspecto de qualidade.

O custo da saúde é igual nos dois países além de ter-mos que admitir que na Alemanha a estrutura seja maisfavorável. Portugal em geral tem igual ou talvez melhoresestradas do que a Alemanha que nós conhecemos.

O ambiente com mar e pinhal por perto torna a fas-quia do nível de vida mais alta que na Alemanha mesmotendo em conta que temos mais férias e menos horas detrabalho.

Na minha opinião um casal de reformado na Ale-manha com 1.500€ mensais (excelente reforma) temmais dificuldade no seu dia-a-dia na Alemanha do queum casal reformado com 800,-€ mensais em Portugal. Ocasal português tem o 13º e 14º mês o da Alemanha nãotem. O casal português vive em casa própria, o casal ale-mão provavelmente paga € 600 de renda da sua habita-ção (incluindo renda e condomínio). Sem jardim para teruma horta própria e com mais de custo o casal reformadoda Alemanha. Com custos de 300 € mensais e para a ali-mentação e 200 € para o seu automóvel não lhe sobramuito para férias e oferecer umas prendinha aos netos efilhos na época do natal e aniversário.José João, Engenheiro, Essen

Portugal tem talvez melhores estra-das

Momentos de reflexão sobre Portugal em tempo de férias

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Pense nas coisas boas e doces da vida. Pense em nós!

IMPRESSÕES

Page 15: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 15

Passei duas semanas deli-ciosas em Portugal. Nacompanhia da minha mu-lher e dos nossos dois filhosvivemos momentos ines-quecíveis. Passo habitual-mente as férias emFerragudo, concelho deLagoa, freguesia natal daminha mulher. Nesse cantodo Algarve residem os meussogros e outros amigos delonga data.

Cabe-me depois passarpor Vila Nova de Famalicão

no Minho, onde vivem os meus pais, familiares e amigosde infância. O Minho, além de uma paisagem feérica,possui a mais variada das cozinhas portuguesas. PorquePortugal, apesar das pequenas dimensões, apresenta asregiões muito diversificadas desde as praias algarviasaos campos minhotos. As pessoas são amáveis e hospi-taleiras, o que torna Portugal um país agradável,atractivo para todas as idades, e susceptível de satisfazermais variados gostos. O País conta com uma extensarede rodoviária, o que permite conhecê-lo melhor, e,descobrir os seus tesouros mais recônditos, como a costaalentejana. Possui praias fantásticas com pequenos re-fúgios desertos e inexplorados.

Mesmo depois de ter visitado outros países, bemmais publicitados, sinto em Portugal, o tal gostinhoespecial que o sobrepõe a todos os outros.Manuel Siva, Vice-Cônsul de Portugal em Osnabrück

Duas semanas deliciosas

Este ano estive em Portugalnas últimas duas semanasde Maio fui, como sempre,para a Figueira da Foz.

Este ano desloquei-metambém a Aveiro , Ílhavo,Coimbra , Penela e a Óbi-dos, regiões onde tenhoamigos e que todos os anosvisito.

Como achei o país, oumelhor, como achei estasregiões? A primeira impres-são é positiva, mas assim

que entramos em pormenores é que se apresentam as di-ficuldades com que os meus amigos (e muitas das pes-soas que conheço) têm que lidar no dia-a- dia.

Em alguns sectores o país está bastante bem desen-volvido, noutros é só fachada. A falta de profissiona-lismo, o desenrasca e o compadrio fazem com que odesenvolvimento (visível em determinados ramos) nãoseja sustentável.

Gostaria de lhe poder dizer que seria o lugar idealpara se trabalhar - mas infelizmente não é, e por isso,por agora também não é para viver.Alfredo Stoffel, Conselheiro do CCP, Cuxhaven

Em alguns sectores o país está bastante bem desenvolvido

Como sempre, passei também este ano as mi-nhas férias do Verão na zona de Lamego e Lis-boa e encontrei o país não só numa crise, mastambém numa grande miséria.

Além dos grandes incêndios que destroemas nossas belas florestas e propriedades de po-bres cidadãos e que os políticos não conside-ram grave por haver menos área queimadarelativamente a outros anos, achei a vida emPortugal muito cara, por vezes mais cara quena Alemanha, e muito difícil em relação à pro-cura de emprego.

Enquanto os ricos se tornam cada vez maisricos e os políticos desperdiçam dinheiro pú-

blico em luxos desnecessários, cabe aos mais pobres pagar as suas asneiras através deaumentos de impostos, tornando a sua vida cada vez mais difícil.

Mas há também aqueles que têm dinheiro para tomar todos os dias o pequeno-al-moço no café. À custa dos que trabalham muitos levam uma vida de rei.

Apesar do mercado de emprego se encontrar numa fase complicada, muitos tambémnão querem trabalhar uma vez que recebem o subsídio mínimo que em muitos casos émais alto do que o ordenado que lhes é oferecido e do que as reformas de muitas pessoasque trabalharam 20 ou mais anos, e ainda se riem daqueles que trabalham.

Sobretudo na agricultura há falta de pessoal, mas ninguém quer cultivar terras etodos querem ir para as grandes cidades, que já estão lotadas com tantas pessoas e de-sempregados.

A crise e a situação miserável de Portugal têm que ter uma solução e a diferençaentre ricos e pobres tem que diminuir. Elisabete Araújo, professora, Euskirchen

Encontrei o país não só numa crise, mas tambémnuma grande miséria.

Respondendo-nos de Es-panha a caminho da Ale-manha depois de terpassado férias em Portu-gal, a nossa leitora Ana-bela Barata, residente emHilden, empregada de es-critório e membro da As-sembleia Municipal deHilden, disse-nos que jánão ia a Portugal há 2anos e sempre que vai aPortugal sente que as di-ferenças entre Portugal eAlemanha são cada vezmais curtas. “Acho Portu-gal cada mais desenvol-vido e moderno. Ascidades já não são comoeram antigamente, por-que se regista uma evolu-ção a olhos visto.Surpreende-me o poderde oferta cultural das ci-dades.

No que se refere aomeio-ambiente, a nossaleitora diz que, por exem-plo, “as praias estão cadavez mais limpas”.

No aspecto social,Anabela Barata diz quetambém Portugal se res-sente da crise e a pagacom desemprego e carên-cias sociais das pessoas.

“Portugal não foge àcrise e, como todos ospaíses, ainda se está re-compor da sua conse-quências e isso nota-se nodia-a-dia das pessoas”,disse-nos.

Isto foi o que a leitoranos pôde dizer ao telefonealgures numa área de ser-viço em Espanha a ca-minho de casa..

Um país desenvol-vido e moderno

Anabela Barata, Hilden

Pessoalmente sou fã do sotavento algarvio, e apesarde ter nascido na cidade de Faro, para mim Tavira éde todas as cidades algarvias, aquela que consideromais autêntica e pitoresca, pois mantém ainda a traçaantiga e não sofreu com a construção, por vezes ex-cessiva, dos últimos anos. Em comparação com anosanteriores notei uma menor presença de turistas es-trangeiros (excepto alemães e franceses que conti-nuam fiéis ao sotavento algarvio), mas que, contudo,

foi compensada por uma presença em força de turistas portugueses. Os incêndios, felizmente, não se fizeram sentir naquela região e o mar esteve excep-

cionalmente quente (temperatura da água rondava os 25 ºC!). As praias que costumofrequentar (Manta Rota e Praia do Barril) tinham este ano mais areal e por isso, apesarde novamente cheias de turistas, nunca senti que houvesse gente a mais. A temperaturado ar raramente ultrapassou os 30ºC, o que também foi extremamente agradável. Resu-mindo, só foi pena ter sido umas férias tão curtas!Paulo Palhota, Técnico de Turismo, Berlim

Tavira é a cidade que considero pitoresca do Algarve

Vejo e sinto a alegria na face das pessoas... como em outrospaíses!

Vejo e sinto o receio do futuro principalmente nos paisde jovens em relação ao aspecto profissional... como emoutros países!

Vejo e sinto o abandono, a pobreza, o esquecimento aletargia de pequenas aldeias longe dos grandes centros...como em outros países!

Vejo e sinto a vida a irromper, a riqueza a invadir res-taurantes e locais de lazer, a abundância de trânsito e a vai-

dade do muito tempo livre... como em outros países!Vejo e sinto a falta de solidariedade dos que estão bem para com os carentes... como

em outros países!Vejo e sinto filas imensas de espera e a sua aceitação - é assim, quem não concebe

outra configuração não contesta... como nos outros países! Vejo e sinto a felicidade no ar, a satisfação pelo bom tempo, o esquecimento co-

lectivo das horas... como nos outros países!Vejo e sinto o descontentamento com a política descuidada, governantes abs-

tractos, zonas desmazeladas... como em outros países!Vejo e sinto áreas lindas, protegidas, acuradas, prazer para visitantes... como nos

outros países! Vejo e sinto um país como os outros... gente feliz, gente triste! Assim é a vida.

Maria José Caetano, Assistente Social, Dortmund

Assim vejo e sinto o país que visitei...

PORTUGAL POSTMudam-se os tempos e as vontades

Para além da edição em papel, os nossos leitores

podem ler o PP em edição digital.

· Veja em www.portugalpost.de(Acesso livre para os assinantes da edição em papel. )

IMPRESSÕES

Page 16: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 201016

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Miguel Krag, AdvogadoPortugal HausBüschstr.7 - 20354 HamburgoLeopoldstr. 1044147 DortmundTelf.: 040 - 20 90 52 74

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Caso o inquilino não pagar(pontualmente) o total ou umaparte considerável da renda du-rante dois meses seguidos, ou sepagar apenas partes da mesmadurante um período superior adois meses e estiver a dever umaimportância total correspondentea dois meses, o senhorio poderáproceder a rescisão extraordináriae imediata do contrato de arrenda-mento.

O inquilino correrá assim orisco de ter de sair da habitação nodia seguinte à comunicação de talrescisão, dado que, no caso deatrasos ou falta de pagamento,

não será necessário qualquer avisoprévio e a denúncia do contratoterá validade imediata. Se o inqui-lino não sair de livre vontade, o se-nhorio poderá/deverá interporuma acção de despejo.

Para que tal aconteça, terámesmo de persistir a mora de doismeses de renda, o que não se veri-ficará se o inquilino alegar factosque exijam compensação, taiscomo deficiências da habitação.

Além disso, a denúncia do con-trato terá de ser efectuada por es-crito e mencionar as respectivascausas. Bastará assim que o se-nhorio refira a falta/o atraso depagamentos e indiquea importância total darenda em mora.

Neste contexto,será importante saberque na legislação sobreo arrendamento de ha-bitações existe uma re-gulamentação especialem favor do inquilino:

este tem a possibilidade de liqui-dar as rendas em atraso duranteum período de dois meses, a con-tar a partir da notificação da acçãode despejo. Se proceder ao paga-mento das suas dívidas dentrodeste prazo, poderá continuar autilizar a habitação, tendo porémde acarretar com as custas do pro-cesso judicial. Não terá, porém, talpossibilidade se tiver já feito usoda mesma nos últimos dois anos.

Como os custos de uma acçãode despejo são bastante conside-ráveis, logo que receba a comuni-cação de rescisão imediata docontrato de arrendamento, o in-

quilino não deveráficar à espera, mas simreagir prontamente. Seliquidar a mora comtoda a celeridade, nãohaverá acção de de-spejo e a rescisão de-vido aos motivosreferidos deixará de tervalidade.

Como temos verificado em fre-quentes casos do nosso dia-a-dia,pouco depois de comunicarem adenúncia do contrato de arrenda-mento, os senhorios ainda estãodispostos a negociar, mesmo quese trate de uma segunda rescisãoem dois anos, pelo que nos temsido possível chegar frequente-mente a um acordo que permiteao inquilino continuar na habita-ção em causa.

Tal poderá ainda acontecerdurante ou após a acção dedespejo, mas se já tiver sido pro-nunciada uma sentença ou se umoficial de diligências já estiver en-carregado de proceder ao despejo,a disponibilidade do senhoriopara efectuar quaisquer negocia-ções será cada vez menor.

Portanto, quanto mais cedo sesalvaguardar os seus direitos e seiniciarem negociações com o se-nhorio, maiores serão as per-spectivas de se conseguir podercontinuar a utilizar a habitação.

Pagamento da renda da casa em atraso ou em falta?· A acção de despejo está à porta!

Os atrasos ou a falta de pagamento da renda da casasão uma das razões maisfrequentes para o senhoriopôr um inquilino na rua.

Miguel Krag

No caso de atrasos oufalta de pagamento, Oinquilino correrá assimo risco de ter de sair dahabitação no dia se-guinte

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Page 17: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 17

3José Gomes Rodrigues

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Ex.mos senhores Costumo visitar a estação dos ca-minhos-de-ferro da minha ci-dade. Foi com surpresa e alegriaque vi o vosso jornal à disposição.Comprei-o imediatamente e levei-o para casa. O meu pai e a minhamãe foram os primeiros a esfo-lhá-lo e a lê-lo com toda a aten-ção. Despertou-me a atenção asdiversas notícias e as informa-ções sócio culturais e legislativascontidas. Prometo que mensal-mente o irei procurar. Sou jovem e os meus pais semprecuidaram que eu aprendesse umaprofissão. Depois de acabar a es-colarização obrigatória e paranão ser um peso financeiro emcasa, trabalhei um ano como au-xiliar numa firma de limpezas. Omeu objectivo foi sempre encon-trar um lugar de aprendizagemprofissional. Escrevi dezenas decartas para diversas empresas.Ser mecânico de automóveis foi omeu sonho. Há alguns anos con-segui um lugar numa pequenaoficina de reparação geral de me-cânica. Acontece que gostaria termais alguma informação sobrecomo me deverei comportar paracom a empresa, obtendo assim al-gumas informações e orientaçõesúteis sobre direito de trabalhopara aprendizes desta profissão eem geral.Leitor devidamente identificado

Caríssimo jovemAlegrou-nos teres encontrado onosso jornal e servir-te dele parate informares assim como toda atua família. É para isso que ele éeditado e distribuído tambématravés das muitas estações doscomboios por essa Alemanha fora.Continua! Parabéns pela tua vidaresponsável e pelo teu empenhoem não perderes tempo e pela ca-pacidade de procurares caminharpelos teus próprios pés. Não per-cas esse teu querer. É com todo oprazer que vamos ao teu encontroe dar-te a ti a quem ler o nossojornal alguma orientação nestesector. O que vamos expor serve,não só para o teu caso concreto,mas para outras formações profis-

sionais que obedecem ao métododual, ou seja aulas teóricas combi-nadas com a formação profissio-nal prática numa empresa. Quemenfrenta esta nova experiênciaterá de conhecer muito bem assuas regras para não cair em arti-manhas que lhe poderão azedar avida.

Horário de Trabalho

Os formandos menores de idade,só são autorizados a trabalhar 8horas diárias ou o correspondentea 40 por semana, no máximo.Podem também trabalhar 8h30por dia desde que lhe seja conce-dido sair mais cedo na Sexta-feiraou noutro dia útil. Os que tenhamatingido a maioridade poderãotrabalhar até dez horas diárias,desde que lhe sejam compensadascom o tempo livre correspon-

dente, já que no seu total não po-derão alcançar mais de 40 horassemanais. Mesmo que no contratode trabalho ou de aprendizagemtenha sido fixado um outro horá-rio, este perderá a validade, já quea lei geral não pode ser de formaalguma alterada com outro con-trato. Estes devem obedecer aosregulamentos em vigor.

Tempo de prova

O tempo de prova serve para verse o aprendiz tem condições psí-quicas e humanas e digamos capa-cidade para fazer essaaprendizagem. São quatro meses o tempo má-ximo que é considerado comoprova. Durante este tempo pode aempresa responsável pela forma-ção profissional do aprendiz dis-pensá-lo sem ser necessário dar as

devidas razoes. Só por sérios mo-tivos poderá ser despedido. Con-tudo e empresa deve avisá-lo coma devida antecedência da situaçãoe admoestá-lo com antecedência econvenientemente.

Horas extraordinárias

Os aprendizes não são obrigados atrabalharem mais que as horas fi-xadas pela lei que transcrevemosanteriormente. Só poderão fazeressas horas duma forma voluntá-ria. Esse tempo deve ser-lhe pagoextra ou então compensá-lo pro-porcionar-lhe tempo livre.

Direito a férias

Também os aprendizes, comotodos os trabalhadores duma em-presa, tem direito às suas mereci-das férias. Contudo devem

procurar combinar as suas fériascom as férias regulares da escola.Não podem exigir que o seu chefelhe conceda as férias como elesexigem. As férias devem ser regu-lamentadas de acordo com a em-presa obedecendo às mesmascláusulas dos empregados damesma empresa. Só depois de seismeses de permanência na em-presa, terão o devido direito a fé-rias. Exemplificando: se umaprendiz iniciar a sua carreira pro-fissional a 1 de Setembro, só a par-tir de Março poderão fazer contasàs suas férias.

Trabalho paralelo noutra empresa

O Aprendiz terá de assimilar aprofissão escolhida e para a qual eempresa o aceitou. No contrato deaprendizagem esta expresso que oaprendiz terá de paulatinamentede interiorizar todos os aspectospráticos da pretendida profissão enão pode, de forma alguma, estarà mercê dos caprichos do seuchefe ou dos colegas da empresa.Estes conhecimentos são mesmonecessários para poder obter ocorrespondente diploma final eprofissional. Ir ao mercado, com-prar bebidas para o chefe ou cole-gas; cuidar da vida caseira dosseus superiores, etc. é expressa-mente proibido.

Havendo problemas com o cum-primento do teu contrato deaprendizagem recorre sempre àscâmaras de indústria, que são res-ponsáveis também para que a em-presa cumpra com oestipulado.Esperamos ter-te eluci-dado convenientemente. Continuacom a força e a vontade que parecepossuir. Luta, pois a vida é feita demuitas conquistas e só o que lutaconsegue vencer. São essas lutas eas pequenas vitórias que nos dãoalegria, felicidade e entusiasmo navida. A dependência de alguém,seja dos pais só nos faz preguiço-sos e dependentes e a devida insa-tisfação. Luta e vencerás! Um abraço e conta com o nossoapoio

> Formação profissional> Horários de trabalho, direito a férias, trabalho paralelo etc.

Exmos. SenhoresAté que enfim! estamos prestes aregressar definitivamente a Por-tugal. A azáfama do regresso ini-ciou-se. Transformámos asnossas lágrimas e o nosso sanguenuma linda casa na nossa aldeia.Juntámos algumas poupançasque investimos. As nossas refor-mas não são elevadas, mas le-vando uma vida recatada e comos frutos do nosso quintal iremos,se Deus quiser, viver com certaqualidade. Nunca nos esquecere-mos dos tempos que vivemosaqui, dos nossos muitos colegasde trabalho, das nossas festas. Anossa sentida gratidão estende-seà sociedade alemã, aos nossos pa-trões e colegas de trabalho. Re-gressamos felizes e muitoreconhecidos e sem qualquer ani-mosidade, mas com muita emo-ção e energia positiva. Que esta

energia e que o que vivemos aquicontinue sempre com uma óptimarecordação gostaríamos de assi-nar o nosso jornal que, desde oseu nascimento, sempre nosacompanhou e foi sempre comentusiasmo que o vimos crescer.É um filho nosso também.Muito obrigado.

Leitor devidamente identificado

Que bom! Parece sentir os vossoscorações a pular de alegria dequem esperou décadas pela reali-zação dum sonho e vê com olhosabertos e alguma lágrima de emo-ção o desfecho desta feliz históriade emigração. Obrigado pelo seutestemunho agradável. A gratidãoextensiva a todos os que o segui-ram e acompanharam os seus pas-sos é um gesto que nos eleva atodos. Na verdade estas terras

constituíram e constituem paramuitos milhares ainda e por muitotempo a nossa verdadeira pátria, anossa verdadeira mãe, que nosabriu as mãos e até os braços e nosproporcionou uma nova vida, vidaque o nosso Portugal, por razãoque conhecemos, não nos facul-tou, como deveria ser. O Portugal Post deseja tambémser seu companheiro de viagem ede aventuras na sua nova residên-cia em Portugal e onde quer queesteja. Obrigado pela sua simpá-tica companhia.Claro que pode contar com o PP.Pode assinar a edição digital em“PDF”, basta consultar o sitewww.portugalpost.de e clicar nocampo assinatura digital. Lá po-derá consultar o modo de o rece-ber e as devidas condições. Veráque o PP continuará a ser um óp-timo companheiro.

É possível ler o PP na internet ?

Page 18: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 201018

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Citações do mêsO homem que não comete erros geralmente não faz nada Phelps, E.J.

O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que dizAristóteles

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc..

Jorge Weissmann, médico de medicina geral convida para palestra do

Prof. Dr. José Pinto da CostaUm passeio pela medicina legal.

Temas a abordar:1. O local do crime2. Crimes Sexuais3. Queda da Ponte Entre-os-Rios4. Violência doméstica5. Perguntas e Respostas

11 de Setembro 2010 pelas 16h00A Palestra será realizada em Português

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O convívio, que se realiza às começa às 18h00, é realizado pelo quarto ano consecutivoe é organizado por um grupo de ex-militares organizados numa Comissão criada para oefeito.

Os interessados em participar, poderão solicitar informações através do seguinte nú-mero de telefone: 0176 - 52210055

Confraternização dos ex-militares dos três ramos dasForças Armadas Portuguesas em Münster

03.09.2010 – Berlim – Con-certo Trio Fado. Local: Skulp-turenpark, SchönebergerSüdgelände. Início: 19h30

08.09.2010 - Osnabrück –Concerto Trio Fado . Local:Ci-nema Arthouse, Erich-Maria-Remarque-Ring 16. Início:20H00

11.09.2010 – Aachen – Pales-tra com o Prof. Dr. José Pintoda Costa, Um passeio pela me-dicina Legal. Local: Mercure-Hote, Europaplatz. Início:16H00.

16.09.2010 – St. Wendel –Actuação de Ana Moura.Local:Gaststätte Saalbau, Bal-duinstr.45. Início: 20h00

17.09.2010 – Erkelenz- Con-certo Trio Fado. Local:HausHohenbusch, HohenbuscherStr. Início: 20h00

17.09.2010 – Darmstadt –Actuação de Ana Moura. Local:Centralstation, Im Carree. Iní-cio:20h00

18.09.2010 -Krefel – Con-certo Trio Fado. Local: VictorEstrela Import, Gatherhofstr.35, 47804 Krefeld. Início:20H00

18.09.2010 – Colónia- Portu-gal Sensation com DJ Leonel eDJ Crazy Cool. Local: Disco-teca Club DÉ JÀ VU, In MediaPark 4. Início: 23h00

19.09.2010 – Wesel- Con-certo Trio Fado. Local: Mu-seum und HeimathausEiskeller Diersfordt, AmSchloss 1A. Início: 19h30

25.09.2010 – Bad Salzun-gen – Concerto Trio Fado-Local:Kunsthaus HaunscherHof, Unter den Linden 4 2. Iní-cio: 20h00

25.09.2010 – Einbeck – Ar-raial minhoto e festa dos 30anos do Centro Português deEinbeck. Não falte! Vá e jude oCentro Português de Einbeck.Local: Koeppenweg 1. Mais in-formações: 05561-925851

26.09.2010 – Colónia –Maria João Pires, concertocom Chamber Orchestra of Eu-rope . Local: Philharmonie,Bischofsgartenstr. 1. Início:20H00. Obras de WofgangAmadeus Mozart, Felix Men-delssohn Bartholdy e FranzSchubert.

29.09.2010- Bad Salzungen– Concerto Trio Fado. Local:Kurhaus am Burgsee, Am See49. Incio: 10h00

30.09.2010 – Frankfurt –Maria João Pires, concertocom Chamber Orchestra of Eu-rope . Local: Alte Oper, Opern-platz . Início: 20H00. Obrasde Wofgang Amadeus Mozart,Felix Mendelssohn Bartholdy eFranz Schubert.

Locais dos concertos:02.10.2010 Lörrach – Local do Concerto: Burghof05.10.2010 München - Local do Concerto Ampere 06.10.2010 Bonn - Local do Concerto Harmonie09.10. 2010 Berlin - Local do Concerto Passionskirche10.10. 2010 Hamburg - Local do Concerto FabrikOrganização: Prime Tours

Rodrigo Leão na Alemanha

Page 19: Portugal Post Setembro 2010

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Page 20: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 201020

Memória futura

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Talvez alguns dos leitoresconheçam ou reconhe-çam os rostos desta fototirada à porta da estaçãode comboios em Ham-burgo-Harburgo aquandoda chegada de compa-triotas àquela cidade parainiciarem a vida de emi-grante à procura dosonho de uma vida dignae sem sobressaltos.

1965

A minha vinda para Alemanha fezcom que a minha vida se cruzassecom um família deportada notempo do Terceiro Reich quemorou na casa onde eu hoje ha-bito e sempre habitei.

Nos finais dos anos 70 quando

cheguei aqui fui morar para um

quarto. Lá permaneci cerca de 8

meses até arranjar a casa de onde

nunca mudei.

Era uma casa como tantas outras

existentes numa rua que se fosse em

Portugal seria com certeza uma ave-

nida. O que mais me agradou na casa

era a sua fachada oitocentista, com

pedra talhada e com figuras em re-

levo a decorar toda a sua frente que

estava maltratada pelo tempo; suja e

com partes de parede deterioradas.

Tinha (e tem) três andares. Fui

habitar o 1º do lado esquerdo. Com

o tempo, tomei conta do lado direito

e fiz uma casa só, grande como eu

gostava. Uma família de italianos ocu-

pava o andar de cima. Éramos os úni-

cos habitantes do prédio.

Passavam os dias. Entrava e saia

de casa.

O que eu mais gostava daquela

rua era no verão ao fim da tarde

quando o perfume das árvores de tília

inundava toda a rua e entrava-me até

pelas janelas abertas de par em par

para acolher o perfume.

Fui-me habituando à casa, à rua e

à minha vida aqui na Alemanha.

A dona do prédio, que morava

em frente, era uma senhora aí na casa

dos 70 e muitos, muito simpática que

vivia sozinha porque, contou-me mais

tarde, tinha ficado sem o homem na

guerra. A última vez que o vira foi

aquando da sua mobilização para a

frente quando o exército alemão en-

trou pela Rússia. A sua volumosa ca-

beleira totalmente branca inspirava

respeito. O seu rosto dizia que ela

teria sido muito bonita quando

jovem.

Enfim, eu a senhoria conversáva-

mos quase sempre quando ela se

punha à janela com os braços apoia-

dos numa almofadinha a ver o que se

passava já que o seu mundo que se li-

mitava à rua onde vivíamos.

Um dia, talvez um domingo ou dia

feriado, retirei a bicicleta da cave para

dar uma volta. Coloquei a bicicleta a

jeito e sentei-me na soleira da porta

da rua para lubrificar a corrente e de-

parei no chão algo que atraiu a minha

curiosidade. Eram alguns pequenos

blocos em bronze em forma de pe-

quenas lápides onde estava inscritos

nomes e datas. Porque estavam não

gastos mas com a superfície muito

suja, fui buscar uma escova e água e

limpei a superfície dos blocos de

bronze colocados ali como se fossem

lápides para lembrar algo ou alguém.

Todas as lápides lembravam que

“aqui tinham morado” seguindo-se

do respectivo nome. Lendo atenta-

mente percebia-se que os nomes dos

sete blocos correspondiam a mem-

bros de uma só família, entre eles

duas crianças de pouca idade. Nas lá-

pides indicavam que todos eles ti-

nham sido deportados para campos

de concentração e, como consequên-

cia, assassinados. O destino de alguns

era um ponto de interrogação, não

sendo, porém, difícil adivinhar qual o

destino.

Fiquei apreensivo. Aquelas lápides

no chão defronte à porta onde eu

vivia lembrando que aquelas pessoas

tinham vivido ali no prédio onde eu

vivia e tinham sido deportadas e as-

sassinadas pelo regime que tinha

posto a Europa a férreo e fogo eram

motivo de reflexão.

Fiquei-me por ali, mas a partir

desse dia quando punha um pé na so-

leira nunca mais deixei de olhar para

aqueles pequenas lápides que me

ocupava o pensamento quando estava

só em casa a perguntar-me a mim

mesmo se eles teriam morado na

casa que eu agora habitava.

Um dia, aproveitando a presença

da minha senhoria à janela a ver quem

passava, falei com ela como era habi-

tual sobre a sua saúde, o tempo ou as

novas da rua que ela presenciava.

Falei-lhe então das lápides no passeio

defronte à porta e perguntei-lhe se

ela era na altura a senhoria do prédio.

Olhou-me e disse O que quer

saber? Deu-me a perceber que eram

eram coisas que ela queria esquecer,

logo também eu não deveria dar im-

portância às lápides. Após a minha in-

sistência pediu-me que a visitasse no

próximo domingo que me preparava

um café.

No dia combinado, fui visitá-la e,

enquanto bebíamos o café, contou-

me quase sem pausa o seguinte:

“Esther Jäger, Chaje Jäger, Rosa

Jäger, Josef Kalt, Rosa Kalte e os seus

filhos Lilli Kalt e Jakob Kalt perten-

ciam todos à mesma família e ocupa-

vam na altura todo prédio. O prédio

pertencia ao meu marido que tinha

um talho. A família Jäger tinha uma

loja de produtos alimentares que fi-

cava no rés-do-chão do prédio” – re-

velou-me a senhora.

“Para além de nós sermos senho-

rios e eles inquilinos, éramos bastan-

tes amigos e Chaje Jäger combateu ao

lado do meu marido em França, na

primeira guerra. Para mim eram tão

alemães como nós.

“Antigamente, esta era uma rua

com muitas lojas e cheia de movi-

mento. No verão, aproveitando a

sombra que as árvores de tília pro-

porcionavam, as pessoas sentavam-se

aí pelos bancos e este era um local

muito agradável de viver” – dizia-me

a senhora Weber.

“Até que um dia, de repente, tudo

mudou. Esta rua nunca mais foi o que

era a partir do momento em que co-

meçaram a marchar por aí alguns uni-

formizados e com cassetetes nas

mãos. Muitos deles, conhecidos, mo-

ravam por aqui.

Quando Hitler tomou conta

disto, muitos de nós dizíamos que ele

não ia a lado nenhum, ou melhor, al-

guns, inclusive o meu marido e os

Jäger, não acreditavam que os alemães

entregassem o país ao Hitler.

Não demorou muito até que as

pessoas começassem a acreditar ce-

gamente no Führer. Pensavam que a

Alemanha tornar-se-ia num país

grande e rico. Ninguém diria que te-

ríamos de viver uma guerra como a

que vivemos.

O tempo ia passando. Às vezes

ouvíamos uns ditos sobre coisas que

os do NSDAP faziam mas, como não

víamos, não nos interessava assim por

aí além.

“ Em 1938, em Novembro, eu não

queria acreditar no que os meus

olhos viam. Muitos idiotas fardados

das SA (Sturmabteilung) movidos por

um ódio que não sei onde foram bus-

car, atacaram violentamente os Jäger,

os Kalt e uma outra família, os Kahn,

que morava aqui ao lado.

“Pintaram a loja com insultos

odiosos e escreveram a tinta branca

que aquela era uma loja de judeus. Ar-

rastaram os membros da família para

a rua e espancaram-nos violenta-

mente. O meu marido que se intro-

meteu para auxiliar os Jäger e acabar

com aquela bestialidade também foi

brutalmente agredido. A partir daí

nunca mais teve paz e aqui em casa

vivíamos com o medo que fizessem

ao nosso talho o mesmo que fizeram

à loja dos Jäger.

“Mais tarde, creio que por aí

antes do Natal, parou uma carrinha à

porta dos Jäger de onde saltaram

meia dúzia de danados da Sturmab-

teilung, invadiram o prédio em frente

e arrastaram todos os inquilinos para

a rua. Também entraram aqui neste

prédio e no do lado, no número 37.

Encostaram toda a gente à pa-

rede e um dos SA atirou para o chão

a Esther e Chaje Jäger, marido e mu-

lher, a irmã do Chaje, a Rosa, e tam-

bém o Josef e Rosa Kalt,

meterem-nos na carrrinha e nunca

mais os vimos.

Algumas horas mais tarde, uma

horda de furiosos SA invadiu esta rua

e avisaram por megafone que os mo-

radores dos prédios do lado e en-

frente onde moravam os Jäger

deveriam sair todos para a rua e co-

locarem-se em fila. Feito isso, o chefe

dos SA, que era um estúpido que mo-

rava mais ali à frente, no número 52,

conhecido por Jürgen, disse de modo

irónico que “tinha reservado belos

aposentos num campo de férias”,

para aquele ou aqueles que tinham

escondido os pequenos Jäger. Claro

que percebemos que ele se referia a

campos de internamento.

Não demorou muito que um dos

SA apareceu com os miúdos que cho-

ravam desesperados. Soubemos de-

pois que eles se tinham escondido na

cave da casa.

“Nunca mais ouvimos falar da-

quela família que, como outras, ti-

nham desaparecido e nós nunca

soubemos explicar porquê.

Para a não interromper, deixei a

velha senhora falar do que veio a se-

guir: uma histeria em volta de um

homem, Adolf Hitler, e de um ideal, o

nacional-socialismo. “Depois, ninguém

ousava falar contra e todos tínhamos

medo de cada um e quem não ade-

risse às ideias corria o risco de desa-

parecer pela calada da noite”, disse a

senhora.

“A guerra foi o que toda a gente

sabe: miséria, morte, medo e conse-

quências terríveis para todos. O meu

marido também ficou lá e nem se-

quer lhe pude fazer o funeral. Disse-

me ainda que as lápides tinham sido

postas por antigos vizinhos que esti-

mavam muito a família Jäger.

Saí da casa da minha senhoria

com a impressão de uma grande ter-

nura por ela. Alguns meses depois, ela

foi juntar-se ao marido.

O prédio onde eu vivia e vivo

passou a pertencer a parentes da

velha senhoria. Pago a renda e nunca

vi o rosto dos novos proprietários

que a entregaram a administração do

prédio a uma empresa de gestão de

condomínios.

Desde aí, a minha casa tornou-se

outra. Às vezes acordava de noite

porque me parecia ter visto sombras

ou ouvir gritos de quem sofre.

Resisti. Permanaci na casa porque

sabia que tinha pertencido a quem

tinha sido maltratado e assassinado e

não aos seus algozes. Comecei a tra-

tar das lápides e nunca mais ficaram

sujas de modo a quem passasse pu-

desse ver que ali tinham vivido pes-

soas que morreram vítimas de um

maldito regime.

M. Gomes Moreira

A minha casa e a sua história VIDAS

Foto das lápides enviada pelo leitor

Page 21: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 21

Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou atémesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casosde que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, comocá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamospara aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de tra-balho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada:PORTUGALPOSTBurgholzstr.4344145 DortmundFax: (0231) 83 90 351E mail: [email protected]

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A Verdadeira CausaUm homem de oitenta e cinco anosestava a fazer o check-up anual e omédico perguntou como se estava asentir. — Nunca me senti tão bem — res-pondeu. — A minha nova mulhertem dezoito anos e está grávida, à es-pera de um filho meu! Qual é a suaopinião a respeito disto, senhor dou-tor? O médico reflectiu por um mo-mento e disse: — Deixe-me contar-lhe uma história.Eu conheço um homem que era um grande caçador, nunca perdeuuma estação de caça. Mas um dia, por engano, colocou o guarda-chuva na mochila em vez da arma. Quando estava na floresta, umurso apareceu repentinamente à sua frente. Ele tirou o guarda-chuva da mochila, apontou para o urso e este caiu morto. — Isso é impossível! — disse o velhinho. — Outro caçador deve teratirado e acertado no urso!

Entre amigos: — Gostas mais de loiras ou de morenas? — De morenas. — E de castanhas não gostas? — Só com água-pé...

PASSAR O TEMPO

Page 22: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POSTNº 194 • Setembro 201022

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Page 23: Portugal Post Setembro 2010

PORTUGAL POST Nº 194 • Setembro 2010 23Prova de Vinhos

A Região do Vinho do Dão évista por conceituados críticosestrangeiros como sendo“uma das mais interessantesde todo o mundo”, conside-rando-a a “Arca de Noé dascastas”.

O jornalista americano Paul

White sustenta que “não há outra

região no mundo que tenha mais

castas desconhecidas que o Dão”.

Segundo ele “o Dão é a arca de

Noé das castas”, numa alusão à

enorme variedade nesta região vi-

tícola portuguesa.

Já o perito inglês Charles Met-

calfe destacou a região do Dão

como sendo uma das suas preferi-

das, “por causa da acidez que os vi-

nhos revelam”.

Aponta que se trata de „um

vinho que se pode beber agora, ou

daqui a 30 anos“. E conclui que

„não há muitas regiões no mundo

com vinhos com esta capacidade de

longevidade”.

Paul White chamou também a

atenção para o facto de a Região do

Vinho do Dão estar a atravessar

uma mudança provocada pelo desa-

parecimento das cooperativas. No

seu ponto de vista, as cooperativas

provocaram uma separação entre o

cultivo da vinha e a produção do

vinho e, com esta mudança “os pro-

dutores estão a redescobrir esta

terra”.

Paul White aponta os solos gra-

níticos como um dos principais fac-

tores para que “o vinho do Dão

tenha uma frescura natural e uma

boa acidez”. Para além disso, “tam-

bém os montes e os rios protegem

as vinhas, permitindo a frescura do

vinho, o baixo teor de álcool e uma

maior acidez”, acrescenta. Refere

que em outras regiões do mundo e

até de Portugal, os vinhos têm 14,5

ou 15 graus, enquanto que “no Dão

há excelentes vinhos a partir de 13

graus”.

Tal característica fica a dever-se

“à combinação do solo excelente,

com o clima e o facto de serem os

produtores a trabalharem as pró-

prias uvas”. O crítico americano

sustenta ainda que atualmente “as

pessoas no mundo estão cansadas

das mesmas castas, nomeadamente

a Chardonnay ou Sauvignon Blanc,

e agora procuram coisas novas. “Em

Portugal há novos sabores e castas.

No caso do Dão, há ainda mais

novos sabores e castas”, frisou.

Vinhos: “Região do Dão é a Arca de Noé das castas”  

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Page 24: Portugal Post Setembro 2010

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