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Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XIX • Nº 221 Dezembro 2012 Publicação mensal 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 44145 Dortmund Tel.: 0231-83 90 289 Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] www. portugalpost.de K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Entrevista Nuno Crato assina acordo em Berlim para reforçar ensino profissional //P7 Foto: Gonçalo Silva Arte Filipe Mirante - Paixão, Sensualidade e Luta // P3 O Eng. José Luís de Moura, respeitada figura do turismo português, faleceu com 88 anos de idade na sua resi- dência em Kronberg. // P9 Um português notável www.portugalpost.de Pub

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ANO XIX • Nº 221 • Dezembro 2012 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] • www. portugalpost.de • K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POSTEntrevista

Nuno Crato assina acordo em Berlimpara reforçar ensino profissional //P7

Foto

: Gon

çalo

Silv

a

Arte Filipe Mirante - Paixão, Sensualidade e Luta

// P3

O Eng. José Luís de Moura,respeitada figura do turismoportuguês, faleceu com 88anos de idade na sua resi-dência em Kronberg. // P9

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PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 20122

Director: Mário dos Santos

Redação e ColaboradoresCristina Dangerfield-Vogt: BerlimCristina Krippahl: BonaJoaquim Peito: HanôverLuísa Costa Hölzl: Munique

CorrespondentesAntónio Horta: GelsenkirchenElisabete Araújo: EuskirchenFernando Roldão: Frankfurt/MJoão Ferreira: SingenJorge Martins Rita: EstugardaManuel Abrantes: Weilheim-TeckMaria dos Anjos Santos: HamburgoMaria do Rosário Loures: NurembergaVitor Lima: Weinheim

ColunistasAntónio Justo: KasselCarlos Gonçalves: LisboaGlória de Sousa: BonaHelena Ferro de Gouveia: BonaJoaquim Nunes: OffenbachJosé Eduardo: Frankfurt / MLuciano Caetano da Rosa: BerlimLuísa Coelho: BerlimMarco Bertoloso:  ColóniaPaulo Pisco: LisboaRui Paz: DusseldórfiaSalvador M. Riccardo: Teresa Soares: Nuremberga

Tradução: Barbara Böer Alves

Assuntos Sociais: José Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:Catarina Tavares, AdvogadaMichaela Azevedo dos Santos, AdvogadaMiguel Krag, Advogado

Fotógrafos: Fernando Soares

Publicidade: Fernando Roldão (Sul)

Impressão: Portugal Post Verlag

Redacção, Assinaturas PublicidadeBurgholzstr. 43 • 44145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289 • Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]/portugalpostverlag

Registo Legal: Portugal Post VerlagISSN 0340-3718 PVS K 25853Propriedade: Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

Os textos publicados na rubrica Opinião sãoda exclusiva responsabilidade de quem os as-sina e não veiculam qualquer posição do jor-nal PORTUGAL POST

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Agraciado com a Medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

Fundado em 1993

Veja os preços e formas de encomenda na página 22PUB

m país desolador, social, cultural e po-liticamente angustiante é o que o actualGoverno está a oferecer aos portugue-

ses – aos de dentro, aos de fora e à opinião pú-blica mundial.

Cada vez que o Primeiro-Ministro (PM) falajá não é sinónimo de entrar mosca e sair outracoisa, mas sim como um juiz que não percebenada de direito, justiça, da vida e começa a sen-tenciar a morte dos réus, das testemunhas, dosdefensores legais, da própria assistência e, nofinal, suicida-se.

É impossível continuar a governar da ma-neira como os actuais responsáveis estão a fazer.Quando se governa é suposto que se construa;que se mobilize as populações para desígnios na-cionais, que a todos, mas todos, dizem respeito.

Não é isso que se passa. O Governo governacontra tudo e todos, insensível aos apelos, àscondições sociais das pessoas, às vozes daquelesque nele votou; sem querer falar e negociar para

cumprir “custe o que custar” objectivos que jáse provou ser impossíveis de atingir.

Os números da actual desgovernação são as-sustadores: 21% dos idosos vive na miséria, semdinheiro para o pão e para o caixão; 1,4 milhõesde desempregados, dos quais apenas 370 miltêm apoios mensais do estado; crianças comfome que estão a dar entrada em hospitais comdoenças provocadas pela falta de alimentação...

Não está em causa o Governo pertencer aeste ou aquele partido, mas uma coisa é certa:aqueles que agora governam têm um pensa-mento que pertence ao pior daquilo que os de-fensores do capitalismo puro e duro ousamdefender.

Chegado a este estado, o actual Governodeixou de ter legitimidade para concretizar assuas pretensões. Já não se fala da duríssima aus-teridade imposta a um povo já chupado até aotutano. Já não se fala nas medidas gravosas pre-vistas para o ano, do desmantelamento de fun-

ções essenciais do Estado , do plano de privati-zações sem salvaguardar os interesses do país edas populações, da fuga dos jovens do país, daemigração a que os portugueses em situações dedesespero se entregam, chegando a países comoà Alemanha com uma mão à frente e outraatrás...

Para além deste rumo de empobrecimento,vem agora o PM avisar que até o ensino secun-dário deixa de ser um direito, mas uma venda deum serviço. Quem quiser ir para a escola vai terque pagar! É isto que o PM disse aos portugue-ses numa entrevista a uma TV.

Isto não é uma novidade. Quanto a nós, amedida do Governo ao criar uma propina paraos jovens alunos filhos de emigrantes trazia“água no bico“. Essa medida foi criada bem aojeito da política de propaganda do actual go-verno: primeiro anuncia-se para ver se resulta...Mas, neste caso concreto, a cobaia foram os por-tugueses residentes no estrangeiro.

Um governo desoladorU

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PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 3A abrir

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Filipe Mirante é um escultor au-todidacta alentejano – e o que nele meimpressionou de imediato foi a suaautenticidade. Uma destas pessoasque ama a sua terra e que, de certaforma, se sente traído por esta, na Ale-manha. Embora não pelos portugue-ses de Portugal mas, sim, pelosportugueses na Alemanha e, sobre-tudo, até esta sua última exposição,pelos representantes do Estado portu-guês. Um artista plástico que importaos seus materiais de Portugal, do seu

Alentejo, muitas vezes de Borba, olugar onde nasceu – aquele mármorealentejano lindo, que esconde a suabeleza na natureza até as mãos cale-jadas do escultor depois de o trabal-harem sem descanso, acariciarem porfim a sua perfeição tão esforçada-mente alcançada – o escultor cobertopelo pó que escondia a sua beleza; edepois de ter talhado e polido, e ter vi-vido solitário com aquele bloco depedra, que foi agreste, desvenda-lhe abeleza que os seus olhos tinham ima-

ginado. Filipe Mirante trabalha osseus blocos de mármore bruto comouma amante até à exaustão – para ele,a sua obra está sempre inacabada, é amulher Margit que lhe diz “Basta!”. Aseparação é dolorosa!

Nas suas obras expostas no hotelMaritim proArte, está patente a evo-lução do artista em três fases distintas,mas sempre femininas, embora a faseorgânica seja por vezes sexualmenteindefinida e um pouco um exercíciode formas entrelaçadas em movimen-tos de ballet. Uma primeira fase, emque o bloco foi trabalhado em figurasfemininas sem perder a qualidade ori-ginal de bloco de pedra, ou seja, emque se vê uma ligação nítida da na-tureza bruta com a arte, os pés bemassentes na terra de onde partiu, quenos tocam pela sua ancestralidade eque, de certa forma, faz lembras asestátuas da civilização dos hititas;uma segunda fase em que no blocosão talhadas e desenhadas formas or-gânicas e vegetais ou abstractas semse perder os horizontes do bloco; umaterceira fase, muito sensual, que sepoderia designar por quase-erótica,em que o escultor pega num bloco e otrabalha até nos enfeitiçar com torsosfemininos de uma beleza clássicaidealizada, em que as formas são cin-zeladas ao mais pequeno detalhe. Pas-sando a mão numa carícia pelo torsona fotografia, a suavidade e os porme-nores anatómicos parecem quase umaobra de magia e impossível de produ-

zir com este material duro. Mas FilipeMirante é um artista que aprendeu atrabalhar a pedra com artesãos emBorba, Vila Viçosa, Estremoz eÉvora; ele é um perfeccionista, quepercebe do seu ofício. Os seus primei-ros trabalhos reflectem algumas influ-ências do escultor João Cutileiro.

“Quando era jovem fui para Lis-boa trabalhar com uma amiga numatelier de olaria. Fazia a Olívia Palitoe a pantera cor-de-rosa. Rapidamenteme cansei porque não tinha mais nadapara aprender, e decidi-me por ummaterial que é mais nobre”.

Mais nobre, que dá luta, uma lutaentre gigantes, entre a pedra e o cria-tivo. O escultor fecha-se no seu ate-lier, numa quinta em Friesenheim, evive meses na companhia daquelebloco agreste e em mutação, no meiode um barulho infernal, de rebarba-dora, ar comprimido e flex, numa tur-bulência de poeiras iluminadas –dá-lhe os primeiros golpes e inicia ametamorfose; o escultor descobre nobloco os veios da pedra e vira-o demodo a correrem na vertical; para issoé preciso molhar a pedra e despi-lados seus véus. “O trabalho tem de sermuito preciso, uma ferida na pedra,uma mazela – são falhas que sepagam caro. Com o ponteiro e a ma-ceta quero mostrar a beleza natural dapedra” - afirma com aquela concen-tração tenaz que lhe é típica.

A sua mulher Marguit acredita nosonho dele, embora já tenha havido

momentos de desalento. Os blocossão caros, a distância e o transporteencarecem ainda mais o material dasesculturas, e um projecto que tenhaum tema pode demorar anos a produ-zir. Filipe Mirante cerra os dentes evai para a frente - tem um tipo de“drive” que o faz sobreviver ao queJoão Cutileiro designou por “a má-quina de trituração do mundo dasartes plásticas que leva muitos artistasao abismo”. Mas Filipe Mirante temuma visão: continuar a desvendar ossegredos do mármore e os seus pró-prios, esculpir a pedra da sua paixãoe honrar a arte que aprendeu no seuAlentejo.

O escultor tem trabalhado em vá-rios projectos locais e participado emsimpósios internacionais de escultura.As suas obras estão patentes ao pú-blico no seu atelier e no átrio de en-trada do hotel Maritim proArte, nocentro de Berlim. O Senhor RobertKlimsch, o director do hotel, é umapaixonado pelas artes plásticas quese orgulha das centenas de objectos dearte expostos nas suas instalações. Oshóspedes parecem partilhar do seu en-tusiasmo fotografando e comentandoos artefactos à sua volta. Filipe Mi-rante chegou há uns anos à capitalcom a sua arte e os seus mármoresestão sem dúvida expostos no sítiocerto.

Cristina Dangerfield-VogtEm Berlim

Arte Filipe Mirante –Paixão, Sensualidade e Luta

O escultor Filipe Mi-rante veio a Berlim decamião com as suas es-culturas de mármorealentejano. No dia de 7de Novembro, o hotelMaritim proArte, o em-baixador Luís de Al-meida Sampaio e oescultor convidaram al-guns portugueses emBerlim para um jantarde confraternização e deconvívio, com uma mos-tra das obras do escultor,e no fim do jantar o TrioFado fez ouvir as suasvozes e instrumentos.

Filipe Mirante, escultor,junto a uma das suas obras.Foto: PP

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PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012Nacional & Comunidades4

O secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas, José Cesário, ga-rantiu que o orçamento consularprevisto para 2013 permitirá prosse-guir os principais projectos do sector,com destaque para as permanênciasconsulares.

„Ainda não me vou pronunciarsobre as consequências do Orçamentodo Estado, mas para já posso dizerque temos os instrumentos indispen-sáveis e orçamento suficiente para ga-rantir o desenvolvimento dosprincipais projectos em curso, parti-cularmente o que dá mais alcance,que são as permanências consulares“,afirmou o secretário de Estado.

Cesário recordou que o projecto,iniciado em Maio desde ano e já im-plantado em mais de cinco países,entre eles França, Alemanha, EstadosUnidos, Canadá e Brasil, não repre-

senta novos custos, e sim novas recei-tas para o Estado.

„[A expansão das permanênciasconsulares] implica aumento da re-ceita, porque o investimento já estáfeito, os equipamentos já estão pagos,o único que é preciso fazer agora épagar a despesa dos funcionários“,explicou.

As permanências consulares sãorepresentações móveis, equipadaspara prestar os mesmos serviços queum consulado, com o objectivo deatender aos cidadãos que se encon-tram em municípios menores, ondenão se justifica a manutenção de umasede oficial.

Cesário garantiu, no entanto, queas permanências não são vistas comouma opção para substituir actuais con-sulados, na tentativa de reduzir cus-tos. „Os consulados têm outras

funções, nomeadamente a representa-ção do Estado e, portanto, não é sub-stituível por equipamentos móveis.Não está em causa hoje nenhuma sub-stituição desse tipo“, avançou.

Evitando comentar sobre em queárea incidirão os cortes anunciadoshoje no Orçamento do Estado para2013, Cesário comentou apenas quealguns „edifícios desaproveitados“ noexterior poderão ser colocados àvenda.

„Há vários edifícios que estão àvenda neste momento e outros quepoderão ser colocadas em breve, masisso é uma matéria sobre a qual eu nãome pronuncio, não é a minha compe-tência. Em todos os casos, são postosà venda apenas nas situações em que[representações, consulados, residên-cias] já foram desactivados“, comple-tou.

Orçamento de Estado 2013

José Cesário diz que é suficiente para manutenção dos principais projectos consulares

As remessas de emigrantes deve-rão atingir este ano 2.700 milhõesde euros, um crescimento de 15por cento que o secretário de Es-tado das Comunidades disse ser„revelador de confiança no nossosistema financeiro“.

„É quase tanto como o país recebeda União Europeia, de fundos estru-turais“, sublinhou José Cesário, quefalava na Fundação Cupertino de Mi-randa, no Porto, ao encerrar o semi-

nário „A Emigração Portuguesa naEuropa - Desafios e Oportunidades“.

Para enfatizar o potencial econó-mico da população emigrante, o go-vernante afirmou que no I Salão doImobiliário Português, realizado re-centemente em França, „houve em-presas nacionais que venderam maisdo que comercializam cá durante umano inteiro“.

„Temos aqui, portanto, uma opor-tunidade extraordinária, sob todos ospontos de vista, que mau seria se con-

Remessas de emigrantes vão crescer 15% este ano, prevê secretário de Estado

“É inaceitável, é inadmissível, jánão em termos democráticos, mas emtermos de sociedade, em termos dehumanização, que haja cidadãos, so-bretudo crianças, que não tenham di-reito àquilo que é fundamental”,nomeadamente o direito à alimenta-ção, disse o antigo presidente da Re-pública, à margem das comemoraçõesdo 37.º aniversário do 25 de Novem-bro de 1975.

Também presente nas comemora-ções, o ex-chefe de Estado-Maior doExército disse, à margem da inicia-tiva, que vê com “grande apreensão”as dificuldades que os portuguesesestão a viver e que “são fruto das cir-cunstâncias” que o país vive.

“Valeu a pena tudo aquilo que seconstruiu até hoje”, após o 25 de Abrilde 1974, mas “todos aqueles que vi-veram este período vêem com grande

apreensão as dificuldades que o paísvive hoje”, afirmou o general PintoRamalho.

Estas dificuldades dizem respeitoa todos os portugueses, que precisamde entender a razão dos sacrifíciosque estão a fazer, a sua finalidade e,sobretudo, terem “a percepção de queesses sacrifícios valem a pena”, sub-linhou.

“Se houver dúvidas em relação aisso, se houver um sentimento de quenão há equidade nos sacrifícios e queos sacrifícios não vão na direcção quepretendemos ou esperamos que seja aresolução dos problemas do país” élegítimo que os portugueses se ques-tionem sobre o que se está a passar,disse.

Para Pinto Ramalho, “é legítimo”que os portugueses se interroguemquando são postas em causa “con-quistas da sociedade”, como o acessoao ensino, à saúde, à justiça e “à mel-horia efectiva das suas condições devida”.

“Todos os portugueses, incluindoos militares, anseiam por ter uma per-

spectiva clara daquilo que são os sa-crifícios”, disse, esperando que “opaís não retroceda”.

Segundo defendeu, “só faz sen-tido fazer sacrifícios e reformas se daíresultar qualquer coisa que seja maispositivo, mais agregador, que fomentea coesão nacional, o desenvolvimentoe o bem-estar das pessoas”.

O antigo presidente da Repúblicaconsiderou que este é o momento parapensar e perceber que “só a democra-cia permite viver em paz” e que “oshomens sejam cidadãos e, nessa qua-lidade, se relacionem com todos osoutros com respeito, com tolerância ecivilmente”.

Para Ramalho Eanes, “a autênticademocracia é um propósito tão ele-vado que poucos são os povos queconseguem chegar lá”, mas revelouque desejava essa democracia paraPortugal.

“É isso que quero para o meupaís, por todas as razões, porque souportuguês, nasci aqui e porque voucontinuar aqui mesmo depois de mor-rer através dos meus filhos”, frisou.

Ex-presidente Ramalho Eanes considera inaceitável haver crianças a passar fome

Ramalho Eanes

O ex-presidente da República Ra-malho Eanes considerou “inacei-tável e inadmissível” que hajapessoas, sobretudo crianças, apassar fome em Portugal.

tinuássemos a desaproveitar“, frisou.José Cesário secundou as palavras

do primeiro-ministro, proferidas naabertura do mesmo seminário, no sen-tido de o país tentar evitar a massifi-cação da emigração, mas sublinhoutambém que a opção pelo trabalho noestrangeiro „representa, muitas vezes,um universo extraordinária de opor-tunidades“, num mundo globalizadoem que os migrantes geram já uma ri-queza equivalente à da quinta maioreconomia do mundo.

Ao fim de 15 anos praticamenteesquecida, a emigração voltou à ri-balta com a crise de 2008. Para ocoordenador do Observatório daEmigração, esta atenção deve-semais ao perfil daqueles que emi-gram e menos aos números.

„Finalmente chegou às famíliasque contam (…) Isto é, chegou aos‘nossos’. Já não são só ‘eles’ que emi-gram“, disse o coordenador científicodo observatório, Rui Pena Pires, du-rante um debate sobre „A actual situa-ção migratória de Portugal“.

Afirmando não querer ser cínico,o investigador admitiu ser essa a suaexplicação para a percepção do au-mento da emigração num momentoem que, dizem os números, ela está acair.

Segundo os dados do Observató-rio, a emigração portuguesa aumentouaté 2007 - saíram nesse ano 59.912pessoas para Espanha, Suíça, ReinoUnido, Alemanha e Holanda - mas co-meçou a cair em 2008 (53.710) e odeclínio prosseguiu até 2011(43.225), último ano de que há regis-tos.

Isto acontece, explicou, porque acrise não foi exclusiva de Portugal eo desemprego afectou praticamentetodos os países desenvolvidos, no-meadamente os tradicionais destinosda emigração portuguesa.

Rui Pena Pires negou tambémque se registe um aumento proporcio-nal da emigração de quadros qualifi-cados: „Sempre emigraram quadrosem Portugal. Agora emigram emmaior número porque há mais qua-dros do que há 20 anos“, disse.

Para o investigador, a emigraçãotem hoje uma visibilidade que nãotinha porque, “pela primeira vez, a ne-cessidade de emigração chegou a gru-pos sociais com maior qualidade devida, mais acesso a informação, maiorinfluência e, por isso, passou a ser umproblema público”.

Antes disso, entre os anos 1990 eo início da crise, a emigração estevepraticamente esquecida, tanto da po-lítica como da academia, disse por seulado, no mesmo evento, o investiga-dor do Centro de Estudos Geográficosda Universidade de Lisboa Jorge Mal-heiros.

Admitindo que a justificação paraesse „esquecimento“ seja o apareci-mento do fenómeno da imigração,que „era novidade“ e de que pouco sesabia, Malheiros defendeu que issonão explica que durante uma décadae meia se tenha estudado tão pouco aemigração - sobretudo quando se sabeque „as saídas nunca desapareceram“.

Os números do Instituto Nacionalde Estatística - que pecavam por de-feito - apontavam para mais de 20 milsaídas por ano.

Além disso, embora até há quatroou cinco anos o saldo migratóriotenha sido favorável a Portugal - en-trava mais gente do que saía - o nú-mero absoluto de portugueses noexterior (que varia entre 2,5 e quatromilhões consoante a fonte) sempre ul-trapassou largamente o número deestrangeiros em Portugal (500 ou 600mil), explicou depois aos jornalistas.

Também nas remessas, o peso daemigração sempre foi maior, lembrouo investigador: embora o fluxo desaída de remessas tenha crescido sem-pre, as entradas foram sempre maio-res do que as saídas.

„Nunca deixámos de ser um paísde emigração, qualquer que seja a me-dida“, afirmou.

Porquê, então, o foco na imigra-ção? Porque havia a noção, defendeuMalheiros, de que a emigração era umfenómeno „do Portugal atrasado, an-tigo“.

„Havia um certo apagamento doimaginário do emigrante da mala decartão que vai para fora porque nãotem oportunidades num país pobre“,disse o investigador, lembrando que aimigração „foi uma boa notícia paraPortugal“.

„Foi provavelmente o período emque Portugal viveu mais feliz. (...)Tínhamos obras públicas, festas na-cionais, Expos, campeonatos de fute-bol, taxas de desemprego baixíssimase muitos imigrantes“, lembrou.

Hoje, lamentou, o discurso polí-tico passou de um extremo ao outro.Da negação da emigração para o seuelogio: „Não há alternativas em Por-tugal e por isso é normal emigrar“.

O problema, sublinhou, é que„quando não há alternativa dentro [dopaís], a emigração deixa de ser umaopção. É a única saída“.

Os novos emigrantes

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PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 Nacional e Comunidades 5

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Dizem os mais puristas da gramáticaalemã que o carismático presidentenorte-americano John Fitzgerald Ken-nedy terá dito „Sou uma bola de Ber-lim!“ em vez de „Sou um berlinense!“no seu famoso discurso em 1963,cerca de três meses antes de ser assas-sinado em Dallas no Texas. Quase 50anos depois Marcelo Rebelo deSousa, o político-comentador televi-sivo, ressuscita a mítica frase e revi-taliza o célebre discurso num vídeoem estilo caseiro que supostamentedeveria sensibilizar os alemães para oesforço brutal a que estão sujeitos osportugueses devido às medidas deausteridade e ao desdém da Alemanhapara com uma nação esforçada com

quase 40 anos de democracia e recu-pera algumas das mais estreitas liga-ções, diferenças e semelhanças quePortugal mantém com a Alemanha.Não faltam as referências a submari-nos, à rede de carros elétricos, à su-bida da idade mínima de reforma, aosinúmeros estádios de futebol herdadosdo Euro 2004, ao desaparecimentodos subsídios a mãos da Troika, acomparação disparatada entre a quedado muro de Berlim e a presente situa-ção em Portugal, que só faz lembraraos alemães quanto lhes custou a in-tegração da antiga RDA.

Vi no Youtube o vídeo de 4:45minutos „Ich Bin Ein Berliner“ (SouBerlinense), sugerido por MarceloRebelo de Sousa para dar a conheceraos alemães mais sobre Portugal esinceramente não sei como qualificareste vídeo. Esteticamente, o amado-rismo é patente. A meu ver, palavrascomo “foleiro”, “piroso” e sinónimossão perfeitamente aplicáveis. É atodos os títulos revoltante. O objetivoseria dar a conhecer ao povo alemãoa dura realidade portuguesa. Os por-tugueses trabalham mais horas, têmmenos férias e reformam-se maistarde do que os alemães. Explicar-lheque nós por aqui andamos à míngua,enquanto eles continuam a viver àgrande e à ...alemã. Boas intenções,portanto.

Em nada me espanta que os ale-mães, que são criticados no filmecriado pelo blogger dirigente do PSDRodrigo Moita de Deus, não o quise-ram exibir em público na praça Sonyem Berlim – como era intenção dosseus promotores - no dia em que achanceler Angela Dorothea Merkelvisitou Portugal e viu um país muitoagradável, um povo orgulhoso e bo-nito.

Segundo os alemães o motivopara esta decisão prendeu-se com ocarácter politizado da mensagem que,no seu entender, não é apenas uma de-monstração do que é Portugal nemtampouco o de provar que não somospreguiçosos. Estaríamos nós portu-gueses dispostos a mostrar uma res-posta alemã no Terreiro do Paço?

Então como entender este apa-rente atentado contra a liberdade de

informação? Será que a história é bem con-

tada? É isto defender a pátria? Mas omais irónico do filme Portugal nãoavança. Portugal não sai do mesmolugar. Caminha-se que se farta novídeo, mas não se ganha distância emrelação ao Padrão dos Descobrimen-tos (e logo o Padrão!!! Símbolo danossa gloriosa história e do períodoáureo dos descobrimentos, que man-tém a nostalgia do império, das Áfri-cas, das Índias e dos Brasis...) é umdetalhe apenas, mas tem de ser anali-sado.

O vídeo começa em 1974 com arevolução dos cravos que pôs fim auma ditadura bafienta e sufocante queusou a tortura e a opressão contra aoposição.

Melhoramos as condições de vidados portugueses, a alfabetização, ataxa de mortalidade infantil e a espe-rança de vida tudo sem recurso aoPlano Marshall. Aqui começa a pri-meira não-verdade do vídeo. Portugalrecebeu entre 1950 e 1951, 70 mil-hões de dólares. Mas esta alfinetadado plano Marschall era perfeitamentedesnecessária. Em 1974, esses planojá tinha passado à história. Em com-pensação, muito do esforço de desen-volvimento português dos últimostrinta anos foi financiado pela UE afundo perdido. Se fizermos as contas,às tantas ainda vamos concluir que,per capita, os portugueses receberammuito mais da UE que os alemães re-ceberam do plano Marschall.

Depois passamos ao mea culpapelo modo como gastamos ou esban-jamos dinheiro onde vemos uma se-nhora na casa dos seus sessenta amostrar um cartão de crédito en-quanto ao lado esquerdo vemos umBMW série 5. Afinal 41,3% do par-que automóvel português são viaturasMade in Germany. Pois... que culpatemos nós da qualidade dos VW,Audi, BMW, Porsche e Mercedes?

Depois a tentativa de responsabi-lizar a Alemanha pelos gastos dispa-ratados que fizemos, como ossubmarinos Trident ao custo de bi-

liões de euros, a rede de fornecimentode energia para carros elétricos semos ditos estarem construídos (comcerteza que alguém beneficiou com anegociata), ou mais as negociatas coma construção dos estádios do Euro2004, a pretexto de que foram contra-tados alemães para o efeito. A Ale-manha organizou o Mundial de 2006e não construiu um único estádio, fa-zendo apenas melhorias nas estruturasque já tinha. Do bebé ao idoso todossaíram prejudicados mas talvez pen-sem mal de nós e nos vejam comouma espécie de Brasil europeu onde atristeza é esquecida com o Carnaval,festas populares, futebol e telenove-las.

Repito. É a todos os títulos revol-tante. Em primeiro lugar a manipula-ção óbvia, como dizer que a idade dareforma na Alemanha é de 61,7 anos,quando é de 67 anos ou à eliminaçãode feriados em Portugal que só vigorano próximo ano e não temos tantosdias de férias e feriados como os ale-mães mas eles deveriam saber quesomos trabalhadores árduos mas malpagos. Deveriam saber que além dissopagamos muito mais impostos equando protestamos nas ruas até abra-çamos a polícia de intervenção. Qualé a nossa desculpa, então para viver-mos muito pior do que os alemães? Odesequilíbrio no comércio externo:sim, é verdade e tem de ser alterado.

Porque não um vídeo mais escla-recedor - aos alemães à Europa e aomundo - da classe política eleita pelopovo (que confiou e depositou a suaesperança neles) sobre as negociatas,os absurdos da corrupção do Estadoportuguês e de muitos dos seus polí-ticos, dos planos de tantos projetosmegalómanos como o TGV, o novoaeroporto e novas auto-estradas.

É por demais evidente que o pro-blema é sobretudo político e a inten-ção do vídeo é porventura necessáriano contexto de desmoralização e pes-simismo em que se vive corrente-mente. Temos de levantar a cabeça!

Se temos tudo aquilo que têm osalemães mais um país com uma gas-tronomia e paisagens fantásticas por-

que motivo eles chegaram onde che-garam e nós não? Quem está mal?Quem é realmente o verdadeiro cul-pado?

O vídeo é um erro em si mesmo.Nem mesmo a intenção me parece ra-zoável pois tanto a forma como o con-teúdo são constrangedores, comcaraterizações grosseiras de um paísque já não é assim. Percebe-se clara-mente que foi produzido „da noitepara o dia“ e com pouquíssimos re-cursos, mas não há desculpas para umresultado tão sofrível.

Se é para dizer aos alemães quetrabalhamos mais horas que eles, dougraças por não ter sido autorizado ofilme/video/clip na Praça Sony emBerlim.

“Somos tão bonzinhos! Porquenão gostam de nós?” Mas que grandecomplexo de inferioridade! Quandodeixaremos de sermos “bonzinhos”?O mais engraçado é que os alemãesaté gostam de nós!

Chega de ridículo.

Retratos de um país:

Joaquim Peito

Marcelo sagt: Ich bin ein bola de BerlimEm nada me espanta que os alemães, que são criticados nofilme criado pelo blogger dirigente do PSD Rodrigo Moitade Deus, não o quiseram exibir em público na praça Sonyem Berlim – como era intenção dos seus promotores - nodia em que a chanceler Angela Dorothea Merkel visitouPortugal e viu um país muito agradável, um povo orgulhosoe bonito.

Na foto: o pai da ideiado video Ich Bin Ein Berliner“, o comentarista político Marcelo Rebelo de Sousa.

Page 6: Portugal Post Dezembro 2012

6 PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012

uando fomos eleitos, no prin-cípio de 2008, eu e os meuscolegas das outras áreas con-sulares, nunca pensamos que

só quase seis meses depois da eleiçãoviéssemos a ser convidados para ir aLisboa ao Plenário do CCP. Este tevelugar em Outubro, no Centro Culturalde Belém; recebemos solenemente anossa credencial e tomámos possecomo Conselheiros das Comunidades.

Formaram-se as Comissões Per-manentes (6 no total) e depois de mui-tas peripécias e controversas foi eleitoo Conselho Permanente.

Embora a lei que rege o Conselhodas Comunidades Portuguesas tenhasido contestada por muita gente, a suainsuficiência fez-se logo sentir no Ple-nário e desde há quatro anos que meconvenço que desde o início, a desar-ticulação do CCP estava prevista.Além de não existir um Conselho Re-gional ou de País, o CCP também nãotem autonomia financeira.

A não existência destas duas com-ponentes acima mencionadas é umfactor importante que agrava emmuito o trabalho dos Conselheiros.Na Alemanha estamos sujeitos aosencontros periódicos com os repre-sentantes diplomáticos e seus colabo-radores; em Portugal temos asreuniões das Comissões Permanentese o Plenário (nestas reuniões falamoscom Membros do Governo, Deputa-dos, Comissões da Assembleia da Re-pública, etc.).

Na lei não está previsto o relacio-namento directo dos Conselheiroscom as Comunidades ou com as suasestruturas; esperamos que a proposta

de lei que está a ser elaborada corrijaos erros e dê aos Conselheiros o esta-tuto que devem ter – ser o elo entrePortugal e as Comunidades.

Uma agravante para o trabalho doCCP é o abusivo não cumprimento dalei por parte da entidade responsávelou seja a SECP; esta não só demons-tra resistência em se deixar aconselharcomo corta os já míseros meios finan-ceiros, previstos para o funciona-mento do CCP.

Neste período conhecemos doisgovernos: um governo PS (com Antó-nio Braga como Secretário de Estado)e, como é do conhecimento geral,temos agora um governo PSD-CDScom o MNE Paulo Portas e José Ce-sário como SECP.

Na Alemanha conhecemos doisEmbaixadores, em cada região consu-lar dois Cônsules-Gerais, duas Coor-denadoras para o Ensino, doisVice-Consulados foram encerrados,iniciaram-se as Permanências Consu-lares, o Governo e o Instituto Camõesavançaram com a “Propina”.

Os membros do CCP-Alemanha,não só no âmbito das suas competên-cias na Alemanha, como também atra-vés do trabalho desenvolvido nasComissões Permanentes em que par-ticipam, estiveram sempre envolvi-dos em todas as vertentes dasreivindicações feitas pelo CCP para asComunidades sendo de registar que asentidades responsáveis não tiveramem conta os nossos contributos.

Os actuais problemas da Comuni-dade são multifacetados, no entantosempre com as características comunsa todos os problemas com que se de-pararam os anteriores Conselhos: oEPE, o Associativismo, a Segurança

Social e a Reforma, os Fluxos Migra-tórios, a Rede Consular, o incentivo àParticipação Cívica, o Recensea-mento Eleitoral, o problema da DuplaTributação, o relacionamento entre asEstruturas do Estado e os Represen-tantes das Comunidades.

Aconselhar para problemas pode-rem ser resolvidos é a essência donosso trabalho. Infelizmente os nos-sos interlocutores em Portugal prefe-rem usar o discurso de circunstância.Durante o governo PS, com o agrava-mento da crise económica, começa-mos a dar informações sobre oaumento da emigração e sobre os pro-blemas sociais provenientes dumaemigração descontrolada. Fomos ape-lidados de irresponsáveis e de drama-tizarmos. Uma situação que nãoexistia na altura os dirigentes recusa-vam-se a chamar “emigração”, apeli-davam a saída como sendo“mobilidade dentro do espaço comu-nitário”.

Com a mudança de governo o dis-curso foi alterado; a crise económicapiorou ainda mais a situação dos por-tugueses. O governo assumiu que háuma crise social-económica, mas quea crise económica pode abrir novasoportunidades (o tal aconselhamentoà saída). Hoje o aumento da emigra-ção é visível e um facto consumado.

A crise e a austeridade são osfactores que norteiam a actividade dosnossos governantes. Estes actuamcom algum acionismo, com compor-tamentos e decisões contraditórias,abrem-se plataformas com programasde fachada e sem sustentabilidadenenhuma (mas soam bem e apresen-tam-se bem nos média), no entanto asnossas propostas e recomendaçõesnão são tidas em conta.

AQUI ALGUnS EXEMPLOS:

Continua a não haver uma políticade Língua e de Ensino, sustentável,para as Comunidades. Contudo, oSECP e o Instituto Camões apregoamque melhorou a qualidade do EPE –mas o facto é que o número de profes-sores diminuiu, a carga horária dispo-nível foi reduzida, mantendo-se maisou menos o mesmo número de alunos.A “propina” vem agravar ainda maisa já critica situação do EPE ( foi feitaem cima do joelho, foi mal comuni-cada e é difícil de justificar, conside-rando que os custos dos manuais e dacertificação seriam legítimos, o restoque está planeado é da competênciado IC e não dos pais ).

Iniciámos uma Petição contra a“propina” e pela manutenção do EPE,esperamos em breve ter as assinaturasnecessárias para a entregarmos na As-sembleia da República;

As recomendações feitas, ao Go-verno, pela Comissão dos AssuntosSociais e Fluxos Migratórios foramsimplesmente ignoradas;

Os Vice-Consulados (Frankfurt-am-Main e Osnabrück) foram encer-rados e os funcionários passaram atrabalhar em Estugarda, Düsseldorfou Hamburgo.

O encerramento foi justificadocom o elevado custo para manter osmesmos e com a criação das Perma-nências Consulares. Sem dúvida queeste serviço vai ao encontro das nos-sas comunidades mais afastadas dosConsulados-Gerais. Entretanto colo-cam-se várias questões:

1) Qual é a relação despesa – re-ceita?

2) Há um programa de compensa-ção de horário para os funcionários?

3) Como é que se estruturam osConsulados-Gerais a nível de recursoshumanos se as Permanências Consu-lares continuarem por um período in-determinado?

Recentemente foi nomeado peloGoverno um Cônsul – Honorário paraFrankfurt-am-Main. Os Conselheirosquestionam o porquê de um Cônsul-Honorário para uma metrópole tãoimportante como Frankfurt? Fizemosa pergunta ao Sr. Embaixador e a res-posta não nos convenceu!

Acho que chegou o momento defazer um balanço destes quatro anoscomo Conselheiro das Comunidades,tendo em atenção todo o rol de coisasque até agora escrevi.

Foi uma grande experiência e,sim, valeu a pena!

Conheci:* Conselheiros muito dedicados ássuas Comunidades; * Conselheiros com um carácter hu-mano exemplar;* Homens e mulheres de bem que,nos países de acolhimento, contri-buem com as suas actividades, com oseu trabalho para dar uma boa ima-gem de Portugal.

Há problemas importantes quenão foram resolvidos e por isso con-tinuo a insistir nesta luta em prol daComunidade.

Tenho a consciência tranquilaporque aproveitei todas as oportuni-dades para apresentar, discutir e pro-curar soluções para os problemas daComunidade. Se os resultados conse-guidos não são satisfatórios, deve-seà falta de colaboração dos nossos in-terlocutores ao nível do governo.

*Conselheiro das Comunidades Portuguesas

20082012

Quatro anos como Conselheiros dasComunidades - um balanço

Alfredo Stoffel *

Q

Licenciado e doutorado em en-genharia electrotécnica, Miguel Mar-tins trabalhava há sete anos comoinvestigador numa universidadequando Portugal pediu assistência fi-nanceira ao FMI, Banco CentralEuropeu e Comissão Europeia(troika) e ambicionava um trabalho nosector industrial.

„Tinha um contrato a prazo queiria acabar em 2013 e não estava a verperspectivas, depois desse período, de

conseguir encontrar uma posição in-teressante, quer no ensino, quer na in-dústria“, contou à agência Lusa.

Com algum tempo ainda pelafrente até à conclusão do contrato, co-meçou a procurar „confortavelmente“uma nova posição.

„Tinha algum gosto e interesseem trabalhar no estrangeiro e, comojá estava há sete anos na área da in-vestigação, pensei que se não voltasseà indústria perderia empregabilidadea curto prazo“, diz.

Em Setembro de 2011, chegava aBerlim depois de ter conseguido co-locação numa empresa de microelect-rónica. A troika tinha vindo em Abril,lembra Miguel Martins, e „as per-spectivas eram de degradação da eco-nomia“.

Casado e com filhos pequenos,

viveu durante quatro meses longe dafamília. A esposa chegaria à Ale-manha apenas em Janeiro de 2012 eos filhos no mês seguinte.

Com emprego estável numa segu-radora na região de Lisboa, a mulherde Miguel Martins aproveitou a opor-tunidade para também ela se „interna-cionalizar“. Apesar de reconhecer quehá sempre algumas dificuldades deadaptação, o engenheiro, que residianos arredores de Lisboa, destaca so-bretudo as diferenças positivas que amudança para Berlim trouxe.

„O preço da habitação não émuito diferente de Portugal. Os nos-sos filhos estão num infantário pú-blico e o que temos aqui de abono defamília cobre a despesa do infantá-rio“, exemplifica.

Sobre as saudades do país e da fa-

mília, Miguel desdramatiza, lem-brando que em Portugal também es-tava fisicamente longe dos pais, quevivem no Fundão.

„Neste momento, as fronteiras jásão mais virtuais do que reais e, paramim, trabalhar num país estrangeironão tem grande diferença. As ligaçõessão excelentes e não me sinto afastadodo país. Vivo numa cidade que temuma comunidade portuguesa bastantegrande e também não me sinto afas-tado da sociedade“, considera.

Diz que todos os dias lhe chegampedidos de informações de portugue-ses sobre como arranjar uma casa ouum emprego na Alemanha, e mostra-se triste com crise que se vive em Por-tugal.

„Entristece-me porque não gostode ver o meu país numa situação de-

sagradável“, diz, lamentando que Por-tugal esteja a ser „tão pressionadopara cumprir [as metas do ajusta-mento] em tão curto espaço detempo“. Ainda assim, lembra que opaís e os portugueses também têm re-sponsabilidade na situação que atra-vessam.

„Acho que a culpa é mais nossaque da União Europeia ou da Ale-manha porque houve alguma irre-sponsabilidade no passado“, diz,considerando, no entanto, que a „aus-teridade que está a ser imposta aosportugueses não é a receita certa“.

Quanto a um eventual regresso,Miguel Martins tem apenas certeza deque continuará na Alemanha en-quanto se sentir mais confortável doque se sentiria em Portugal.Lusa

Com emprego, mas sem perspectivas, jovem engenheiro veio à procura do futuro na Alemanha Há pouco mais de um ano, o en-genheiro Miguel Martins tinhaemprego, mas faltavam-lhe pers-pectivas de futuro. Hoje, olhapara o país a partir de Berlim,satisfeito por ter decidido emi-grar, mas triste com o rumo dePortugal.

Comunidades

Page 7: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 Entrevista Exclusiva 7

Senhor Ministro, como se pre-tende adaptar o sistema dual deformação profissional a Portu-gal?Em primeiro lugar queremos con-

hecer melhor o sistema alemão. Nãoqueremos fazer uma adaptação ime-diata mas queremos explorar umasérie de aspectos que existem no sis-tema alemão e que nos parecem posi-tivos e ver como se pode adaptá-los aPortugal. A questão de fundo é a se-guinte: sabemos que em Portugalexiste muito desemprego jovem, al-guma desadaptação entre o mercadode trabalho e a formação dos jovens.Ou seja esta relação pode ser melho-rada, não esquecendo a formaçãogeral dos jovens nas matérias funda-mentais.

Para quando está prevista atransposição deste sistema à rea-lidade portuguesa?Não sei se vamos transpor exacta-

mente este sistema. Temos já em Por-tugal um sistema de ensinoprofissional que tem cerca de umterço dos jovens do ensino secundá-rio. Começou este ano uma experiên-cia piloto de ensino vocacional que éum pouco anterior ao secundário eque começa no 10º ano de escolari-dade, e a nossa experiência começaum pouco antes, com jovens de 13, 14anos. Tanto esta experiência do voca-cional como do profissional são expe-riências que vão todas no mesmosentido e que, além da formação prá-tica, pretende responder às necessida-des dos jovens e permitir-lhes umaentrada mais directa e mais rápida nomercado de trabalho.

O ensino vocacional em Portu-gal também tem uma compo-nente na empresa tal como o

sistema alemão ou funciona ape-nas na escola?O que existe até agora funciona

essencialmente na escola. Emboratenha algumas componentes nas em-presas mas não de forma sistemática.O ensino vocacional tem contactocom várias profissões que é feito emparcerias com empresas, mas este en-sino dual alemão com alternância es-cola/empresa, em que a empresa temum papel essencial, não existe emPortugal.

Podemos dizer que seria um sis-tema revolucionário para Portu-gal. Até para as própriasempresas formadoras porque po-deriam, deste modo, veicular aosformandos a própria filosofia daempresa. Aliás, suponho, queesses jovens até seriam exportá-veis para a Alemanha no caso defazerem uma formação profissio-nal que siga alguns parâmetrosdo sistema alemão!Para a Alemanha, outros países e

mesmo em Portugal. Não está isso emcausa. O importante é dar uma ofertaadicional que lhes permita entrar maisdirectamente em contacto com aquiloque é necessário e de valor numa pro-fissão. A nossa preocupação não éimitar ou não imitar o modelo alemão,mas sim desenvolver em Portugal ummodelo de ensino vocacional quepode ter componentes como o alemãoou não os ter. Trata-se de adicionaruma oferta e dar mais capacidade desucesso a esta oferta.

Então poderíamos dizer que setrata de um reforço do sistema jáexistente. Qual é “de facto” acontribuição alemã?Estamos a começar! A contribui-

ção alemã é sobretudo de apoio

técnico. Ficou decidido que vamosconstituir um grupo de trabalho quese vai reunir em Portugal muito embreve e que vai explorar os aspectostécnicos do ensino profissional ale-mão e a possibilidade da implementa-ção de alguns desses aspectos emPortugal. É um grupo técnico em quevai haver empresas, necessidades domercado de trabalho, profissões, cur-ricula, enfim todos os aspectos neces-sários para a formação deste sistema.O que é que foi mais visto com a mi-nistra Shavan além da criação destegrupo de trabalho e da declaração deinteresse em cooperar nesta matéria?Vamos estar presentes numa confe-rência que terá lugar em Berlim emDezembro onde vão estar vários ou-tros países interessados neste ensinovocacional e vamos explorar outrasformas de cooperação, nomeada-mente científica. Esta primeira reu-nião foi exploratória mas que foimuito bem-sucedida neste aspecto emtermos práticos porque já sai destareunião um grupo de trabalho parafazer propostas para o ensino profis-sional, já saem ideias em relação à co-operação científica e já saiu estenosso compromisso de participarnesta reunião em Novembro.

Estamos então a falar de um en-contro “think-tank”?Sim, mas um “think-tank” pouco

diletante e muito prático! Estamos jáa pensar o que fazer com a especifici-dade portuguesa para o desenvolvi-mento do ensino profissional emPortugal.

Suponho que a Alemanha dispo-nibilizará técnicos que serãoconsultores. Pergunto quem iráfinanciar estes técnicos?De momento, o funcionamento

deste grupo de trabalho e destas acti-vidades bilaterais que estão agora aser desenvolvidas são financiadaspelos dois estados. Mas a nossa ideiaé que se possa criar a nível europeuum grupo que possa utilizar fundoseuropeus, visto tratar-se de uma preo-cupação europeia, para desenvolver oensino profissional

Há uma dotação de 55 mil mi-lhões de euros do FSE exacta-mente para apoio aos jovensdesempregados do designado“club-med”, não é?Sim, mas queríamos ser mais

específicos e falar mesmo do ensinovocacional. Existe ainda outroaspecto importante desta nossa reu-nião e que é ser nossa intenção fazerum intercâmbio não só de experiên-cias, mas também de professores ealunos.

Também tinha essa perguntamas mais especificamente rela-cionada com os luso-descenden-tes. Como é que eles poderiamparticipar num programa dessesvisto eles serem uma espécie deponte entre culturas, falam ale-mão e português, conhecem bemo sistema dual na formação pro-fissional – logo eles seriam semdúvida uma mais-valia para aimplementação do sistema de en-sino profissional dual em Portu-gal!Os filhos, os netos dos portugue-

ses que vivem na Alemanha são aponte cultural entre os países muitoimportante e serão sem dúvidas osprimeiros a serem convidados nestetipo de parcerias e entre eles estarãoalguns dos mais interessados. Con-heço relativamente bem a situaçãodos imigrantes porque tenho uma

filha que nasceu fora e um filho quefoi criado fora de Portugal e eu seique os descendentes dos portuguesesemigrados são habitualmente os jo-vens entusiastas pelo conhecimento epelo contacto com a cultura do país deorigem dos pais. Portanto os luso-des-cendentes serão os primeiros candida-tos a este intercâmbio.

Isto seria uma forma de aprovei-tar as sinergias existentes, seriatalvez a mensagem de esperançaa Portugal. Quem fará o inter-face entre os ministérios alemãoe português?As equipas técnicas são dos dois

ministérios. Porém serão coadjuvadaspor membros da Central alemã de Co-operação Internacional no âmbito doEnsino Profissional do BIBB e doequivalente em Portugal que é aANQEP (agência nacional para a qua-lificação e o ensino profissional).

Já existe uma lei-quadro paraeste projecto?Existe uma lei-quadro do ensino

profissional.

Mas sem a componente do en-sino profissional dual, suponho?Não, não existe, mas está previsto

em decreto-lei o ensino vocacional eofertas equivalentes de ensino profis-sional. Há abertura legal para a cria-ção destas ofertas. Enfim, isto não éuma coisa nova, mas sim algo em queandamos a falar desde que chegámosao governo.

Portanto, na prática, estamos afalar da diversificação do en-sino?Sim, da diversificação das ofertas

de formação profissional. Mas esta-mos mais interessados em falar dasexperiências concretas do que fazer jáleis sobre o assunto. Vamos começarpelos aspectos práticos.

A Câmara de Comércio e Indús-tria luso-alemã (CCILA) já ofe-rece o sistema dual de ensinoprofissional na sua página na in-ternet para o ano lectivo 2012-2013. Sim, e a CCILA também será um

dos parceiros a chamar para estes gru-pos de trabalho e de discussão técnica.

á houve algum contacto com em-presas em Portugal para conse-guir postos de trabalho, estágiospara os formandos?Há empresas que à partida se ma-

nifestam interessadas neste tipo de en-sino profissional.

Como é que vê a receptibilidadedos portugueses a um ensino quefoge ao ensino académico tradi-cional e que não tem por fim a li-cenciatura num canudo?

Há evidentemente pessoas queterão o que eu chamo de preconceitointelectual contra o ensino profissio-nal mas a realidade encarregar-se-á demostrar que ter mais ofertas é bom, eque muitos jovens gostarão de utilizarestas ofertas.

Entrevista conduzida por Cristina Dangerfield-Vogt- Berlim

Nuno Crato, Ministro da Educação

Assinatura de protcolo sobre ensino profissional dual faz deslocar Nuno Crato a Berlim

O ministro da educação e ciência,Nuno Crato, assinou em 5 de No-vembro, um protocolo de entendi-mento sobre a cooperação noâmbito do ensino vocacional coma sua homóloga alemã AnnetteShavan. Com este importantepasso pretende-se reforçar o en-sino profissional existente emPortugal e criar condições paraacentuar a vertente de prática nasempresas. O sistema dual de for-mação profissional existente naAlemanha, que é conhecido e re-conhecido internacionalmente, iráservir de paradigma para umaaplicação adaptada às realidadesdo ensino e da população estudan-til em Portugal, e também às ca-racterísticas do mercado detrabalho no nosso país. O PortugalPost falou com Nuno Crato sobreos objectivos da sua visita e as es-peranças que leva consigo, a quenão faltou um “crash-course” dedois dias sobre o ensino profissio-nal dual na Alemanha.

Nuno Crato a ser entrevistado pelo PP (Foto: Gonçalo Silva)

Page 8: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012Comunidade8

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Pelo palco desfilaram caras bemconhecidas na Alemanha, como ogrupo “Gerações”, que soube cativara audiência com o seu novo reportó-rio.

Ana Laíns, a fadista lisboeta ga-lardoada com o prémio da GrandeNoite do Fado no Coliseu dos Re-creios, actuou em Paderborn, a cidadedenominada por Manuel Silva como“a capital do fado na Alemanha”.

Na presença de mais de três cen-tenas de amantes do fado, dois terçosalemães, assistiu-se a uma noite defados que não cedeu em qualidade aossaraus de fado de Lisboa ou Coimbra.

A noite celebrou-se à luz de velanum aconchegante cenário semeadode mesas pequenas e redondas comvinho e petiscos portugueses. Só fal-tou espaço para acolher nas suas ins-talações repletas muitas outraspessoas que já não puderam assistir aoevento.

Entre os presentes contavam-se:os patrocinadores do sarau, e comoconvidados de honra Manuel Silva, oex-titular do Vice-Consulado em Os-nabrück, e, o Presidente da CâmaraMunicipal de Paderborn, representadopelo Vice-Presidente, Sr. Pantke.

Artur Domingues, o líder dos Lu-sitanos de Paderborn agradeceu calo-rosamente aos seus colegas de direçãoe aos patrocinadores todos os esforçosque haviam dedicado aquela “consa-gração do fado”, e estes levaram con-sigo uma belíssima e bem simbólicagarrafa de vindo do porto, enriquecidapelos aplausos de mais de três cente-nas de pessoas.

Artur Domingues comentou quese Manuel Silva, atualmente em Ham-burgo, ali se encontrava como convi-

dado de honra n.º 1. Manuel Silva,muito grato pelo reconhecimento epela amizade que nutre com a comu-nidade portuguesa, iniciou o seu dis-curso em alemão, agradecendo emprivado às autoridades alemãs oalento e bom enquadramento que ha-viam proporcionado aos “Lusitanosde Paderborn”. Inesperadamente, so-licitou aos alemães presentes que tin-ham visitado Portugal a erguer a mão.Foi uma agradável surpresa constatar-se ali que quase todos convidados ohaviam feito. Disse então ao Sr. ArturDomingues que apenas poderia deixarde organizar as belíssimas noites defado quando todos os braços se er-guessem.

Manuel Silva falou à comunidadeportuguesa da drástica situação dePortugal, mas afiançou acreditar queos problemas actuais se poderiam re-solver graças aos Portugueses, em quedepositava a maior confiança. Confi-denciou com maior franqueza: “nen-hum dos Portugueses residente no

estrangeiro pense que a situação vi-vida em Portugal não o afecta, poistodos nós tempos os nossos amigos efamiliares em Portugal. Os portugue-ses residentes no estrangeiro são tãoportugueses como aqueles que resi-dem em Portugal, nos bons e mausmomentos.”

“Fiquei agradavelmente surpreen-dido que numa localidade, ondevivem menos de uma centena de por-tugueses, tenha aqui duas centenas dealemães a assistir à noite de fados.Destas duas centenas a maioria já vi-sitou Portugal e este facto deve-se aoespantoso empenho dos “Lusitanos dePaderborn. Vocês são a melhor provada mais-valia de uma comunidade or-ganizada, que diariamente promove onosso País, pois estes eventos contri-buem para a resolução do problema,pois quanto mais turistas houver emPortugal e mais produtos portugue-ses sejam consumidos no estran-geiro, mais depressa se resolverá onosso premente problema económico-

financeiro. Todos nós temos o direitoe a obrigação de contribuir para a rá-pida recuperação e estou muito felizpor mais uma vez testemunhar o tra-balho desenvolvido por vocês”, disseManuel Silva.

O Vice-Presidente da CM de Pa-derborn falou igualmente da situaçãofinanceira, da União Europeia, e dosamigos portugueses, dando tambémele uma palavra de esperança quantoao futuro de Portugal.

Ana Laíns, a fadista que se en-contrava em tournée pela Alemanha,deixou todos os amantes do fado bo-quiabertos. A sua voz, a sua presençaem palco e o ambiente vivido nestanoite de 17 de Novembro criaram umambiente feérico que muito impres-sionou os presentes.

Fica aqui para Artur Domingues eos seus colegas da Direcção dos “Lu-sitanos de Paderborn” os parabénse um grande desafio para a próximanoite de fado a ter lugar na “capital dofado”: Paderborn.

Grande noite de fado organizada pelos “Os lusitanos de Paderborn”

O fado também toca a alma dos alemãesRealizou-se no passado sá-bado, dia 17 de Novembro,  a20ª Noite de Fados organizadapelos “Lusitanos de Pader-born”. O evento teve lugar nasinstalações da “Kulturwers-tatt” (oficina de cultura) da ci-dade de Paderborn.

Aspecto da sala onde decorreu o serão e, à direita, Manuel da Silva (enquanto falava para a plateia) acompanhadopelo impulsionador da noite de fado. Foto JS

A entrada de emigrantes portuguesesna Alemanha aumentou 53% no pri-meiro semestre de 2012, num total decerca de duas mil pessoas, anunciou odepartamento oficial de estatísticasalemão, Destatis.

A imigração aumentou 15 porcento na Alemanha no primeiro se-mestre de 2012, em resultado do fluxode pessoas provenientes de países eu-ropeus tocados pela crise económica,de acordo com o Destatis, que divul-gou os dados num comunicado.

O saldo migratório (diferençaentre as chegadas e as saídas) aumen-tou 35% no período de Janeiro aJunho, em 182 mil pessoas, assinalouo organismo alemão no comunicado.

Cerca de 500 mil chegadas (15

Emigração portuguesa aumenta mais de 50% na Alemanha

A „insegurança“ laboral e finan-ceira em Portugal levou ao aumentoda entrada de emigrantes portuguesesna Alemanha, com os sectores dasaúde e da construção a serem os maisprocurados, disse um conselheiro dasComunidades Portuguesas.

Alfredo Stoffel, conselheiro doConselho das Comunidades Portu-guesas (CCP) na Alemanha, comen-tava dos dados divulgados pelodepartamento oficial de estatísticasalemão.

Na origem desta subida estará, se-gundo Alfredo Stoffel, „a insegurançaque há em Portugal em termos la-borais, como financeiros“.

„Há muita gente que sai pela in-segurança ou porque já foi atingida

pelo desemprego“, disse o consel-heiro das Comunidades Portuguesas,referindo que a maioria dos emigran-tes procura trabalho na área da saúdee da construção civil.

No caso concreto da saúde, expli-cou, „são pessoas mais novas queestão a trabalhar em condições precá-rias e para quem é mais fácil abando-nar o país“.

Mas para quem vai trabalhar paraa Alemanha, a língua ainda continuaa ser uma barreira.

„Se tiverem sorte de ter um emp-regador que dê aulas, muito bem; senão houver essa benesse, há muitagente que terá problemas. Não digoque não se aprenda, mas demora umbocadinho“, afirmou Alfredo Stoffel.

Alfredo Stoffel alerta para aumento da emigração para a Alemanha

por cento) foram registadas, contra318 mil saídas, segundo dados preli-minares.

A maior parte das pessoas que en-traram na Alemanha são origináriasde países da União Europeia, sublin-hou o Destatis, que forneceu umacifra de 306 mil, um aumento de 24por cento.

“O destaque no primeiro semestrede 2012 é o forte aumento da imigra-ção dos países da União Europeia,particularmente tocados pela crise fi-nanceira”, sublinhou o instituto deestatísticas.

A maior parte dos migrantes sãoprovenientes de países da Europa cen-tral e a Polónia situa-se em primeirolugar no ranking (89 mil entradas no

primeiro semestre).“A imigração proveniente da

Europa do sul tem números mais bai-xos, mas regista um recorde na taxade progressão”, indicou o instituto.

As entradas de gregos cresceram78%, uma subida de 6.900 imigrantesem relação ao mesmo período do anoanterior.

A imigração proveniente daEspanha para a Alemanha tambémaumentou 53 por cento (cerca de3.900 pessoas), assim como a portu-guesa (2.000 pessoas).

A Alemanha já tinha registado umaumento de 20 por cento da imigraçãoem relação ao ano precedente, quepermitiu um ligeiro aumento da popu-lação alemã.

No âmbito da visita do Ministroda Educação e Ciência de Portu-gal, Nuno Crato, no dia 5 e 6 deNovembro de 2012 a Berlim, foiassinado um protocolo de enten-dimento com a Ministra da Edu-cação da Alemanha, AnnetteSchavan, visando a cooperação naárea do ensino profissional dual.

Neste contexto Nuno Cratoreuniu com a Federação de Em-presários Portugueses na Ale-manha (VPU) na Embaixada dePortugal em Berlim. O tema cen-tral deste encontro foi uma futuracooperação entre a VPU e o Mi-nistério da Educação e Ciência dePortugal, com vista à introduçãode alguns aspectos do modelo ale-mão de ensino dual de formaçãoprofissional no sistema de ensinoprofissional em Portugal. Tendoem consideração que a VPU co-operou no passado emprojectos nesta área (elaboraçãode um estudo de viabilidade e in-tercâmbio de especialistas, etc),possui experiência prática que atorna um parceiro importantenesta primeira fase de cooperação.

As acções de cooperação luso-alemã deverão ter início já em De-zembro deste ano. A VPU irádivulgá-las oportunamente.

Berlim

Encontro entre o Ministro da EducaçãoNuno Crato e a VPU

Page 9: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 Comunidades 9

O culminar da sua carreira de en-genharia foi o projecto e execução daelectrificação da Ponte sobre o Tejono final dos anos 60.

Foi após o 25 de Abril, quandoexercia o cargo de Presidente da Re-gião de Turismo do Algarve, que foiconvidado pelo Governo Portuguêspara vir para a Alemanha como Di-rector do Centro de Turismo de Por-tugal em Francoforte.

Aceitou o desafio e ali encontrouuma equipa jovem e inexperiente, aquem tinha faltado até essa altura umaliderança firme para o desenvolvi-mento do trabalho de promoção turís-tica do nosso País neste importante

mercado emissor.E durante 18 anos o “nosso Eng.”

como os seus colaboradores carinho-samente o chamavam, incansavel-mente colocou o destino Portugal nomapa turístico da Alemanha.

Soube entusiasmar os grandesoperadores para incluir o País nosseus catálogos, apresentar Portugalnas maiores feiras de turismo paratrade e público, organizar semanasgastronómicas em grandes cadeias dehotéis e mostrar aos media alemães oque tínhamos para oferecer.

O mercado começou a falar dePortugal e o interesse cresceu rapida-mente. No final da sua carreira o nú-mero de turistas alemães paraPortugal tinha aumentado de 120.000para 1.200.000.

E durante a sua chefia o Centro deTurismo foi classificado pelos mediade turismo alemães como a melhordelegação estrangeira na Alemanha.

Foi nessa altura que fez um levan-tamento dos clubes e centros de con-vívio portugueses existentes naAlemanha e iniciou contactos com a

finalidade de incentivar os emigrantesportugueses a ir à descoberta do Paísdurante as férias anuais com as suasFamílias residentes em Portugal e so-bretudo a serem verdadeiros embaixa-dores da sua Pátria junto de amigos ecolegas de trabalho alemães.

Enumerar os grandes eventosque implementou seria impossível.Citamos, entre muitos outros, a reali-zação do Congresso do DRV, a Asso-ciação do Turismo Alemão, que oEng. Moura em concorrência comgrandes destinos turísticos conseguiulevar a Portugal através dos seus ex-celentes contactos com os responsá-veis da organização.

Foram cerca de 1.200 agentes deviagem, operadores e jornalistas queparticiparam neste congresso em Lis-boa e mais de 750 os que prolonga-ram a sua estadia em numerosasvisitas antes e após o congresso aosdiversos destinos turísticos de Portu-gal Continental, Madeira e Açores.

Como exemplo da sua capacidadeinovadora e grande poder de organi-zação lembra-se a presença da Banda

Faleceu José Luís de Moura

Um português notávelO Eng. José Luís de Moura, respeitada figurado turismo português, faleceu com 88 anosde idade na sua residência em Kronberg.

“Quem faz oque pode, fazo que deve”frase de Mi-guel Torgaque ficoucomo lemade vida deMaria doCéu Campos.Ela vive naAlemanha ,desde De-

zembro de 1975, na linda cidade deRavensburg. Trabalhou na MissãoCatólica de Ulm como voluntária emdiversos cargos pastorais. Foi sempreuma mulher sempre solicitada e soli-dária. Nasceu e cresceu na vila ser-

rana de Arganil. Foi dirigente associa-tiva durante muitos anos. É membrodo Conselho da cidade desde 1989para questões de Integração da Câ-mara Municipal de Ravensburg ecomo porta - voz do Conselho Muni-cipal para os Seniores. Foi membrodo Fórum da Cultura da mesma Câ-mara. Foi candidata por três vezes àseleições autárquicas colaborando nogrupo organizador das semanas dosestrangeiros, e em projetos pontuais,quando é solicitada. Pertence ao Con-selho Consultivo do Consulado de Es-tugarda.

A Maria do Céu define integraçãocomo participação na vida social e po-lítica no lugar onde se vive e se tra-balha sem haver assimilação. Ela

As causas cívicas de Maria do Céu Campos

“Quem faz o que pode, faz o que deve”

Montada da Guarda Nacional Repu-blicana num dos maiores eventosequestres em Berlim.

Se não nos esquecermos que na-quela época Berlim era uma cidadedividida, uma “ilha” no meio da Re-pública Democrática Alemã, será fácilavaliar a burocracia feroz para a en-trada de um grupo de militares comfardas, equipamento e cavalos.

O Eng. Moura pôs mãos à obra emobilizou os seus contactos na Ale-manha e em Portugal. A Embaixadade Portugal em Bona, na qual José deMoura era Adido Comercial, empen-hou-se no apoio ao projecto. A ForçaAérea alemã tratou do transporte daGuarda Republicana até Hanover. Oscavalos vieram por terra numa longae aventurosa viagem. A Polícia deBerlim Oeste recebeu os seus colegasportugueses com carinho e eficiência.E no meio de toda esta organização, oEng. Moura mexia os cordelinhospara que tudo estivesse perfeitamentecoordenado.

Foi um grande sucesso para Por-tugal, com uma cobertura mediática

invulgar. Quanto às empresas de turismo

portuguesas, a porta do seu gabinetesempre lhes esteve aberta para apoioàs suas acções de vendas na Ale-manha. Uma conversa sossegadasobre a situação do mercado, as opor-tunidades de negócio e os planos fu-turos ajudavam os parceirosportugueses, que pelo seu lado sem-pre apoiaram incondicionalmente asactividades do Centro de Turismo nassuas visitas educacionais de media ede operadores a Portugal.

Em Berlim, durante a Bolsa deTurismo ITB, realizou anualmente o“Jantar de Portugal” para o trade por-tuguês e alemão, confeccionado porcozinheiros portugueses que convi-dava para o efeito. A animação do jan-tar era por ele cuidadosamenteescolhida, mostrando de ano para anoa diversidade da cultura musical por-tuguesa.

Envio de convites quase não eranecessário. O trade português pre-sente na feira sabia que podia trazeros seus parceiros alemães, os media eas grandes figuras do turismo alemãotinham já marcada nas suas agendas aterça-feira como a noite de Portugal,um dos eventos mais cobiçados daITB.

O Eng. Moura foi uma figura ca-rismática nos círculos turísticos emPortugal e na Alemanha. A direcçãoda ITB, a maior feira de turismo doMundo, convidou-o para membro doseu Fachbeirat (Conselho Técnico),cargo que exerceu durante longosanos. Lisboa honrou-o com a Me-dalha de Mérito Turístico.

E o Governo Alemão concedeu-lhe em vida a Bundesverdienstkreuz,uma das suas condecorações maisprestigiantes, facto que não é do con-hecimento geral pois José de Mouranão gostava – nem tinha necessidade- de fazer a sua auto-promoção.

Com efeito, sempre partilhou ge-nerosamente os seus sucessos com asua equipa em Francoforte. Costu-mava dizer que “para conseguirmosresultados temos que estar todos nomesmo barco”.

O barco que pilotou foi umgrande navio! A sua equipa não o es-quecerá.Manuela Alves-Christiansen

sente-se com a sua experiência, cul-tura e ideias capacitada para enrique-cer o meio em que vive e deixar-seenriquecer pelos outros. É ufana emser portuguesa de alma e coração.Cumpre com as suas obrigações de ci-dadã. Por essa razão sente-se no deverde exigir os seus direitos. É o Estadoalemão que cabe a responsabilidadesocial de cuidar da terceira geração, jáque foi aqui que se fizeram os maioresdescontos.

“Noto que existe uma grandefalta de informação. Entendo que de-veria haver na Embaixada de Portu-gal um Conselheiro Social, como jáem tempos houve. Nos Consuladosdeveria publicar-se um boletim infor-mativo, com as informações mais ne-

cessárias e prioritárias como já exis-tiu, se a memória não me engana.Existem informações em línguaalemã, mas nem todos os nossos com-patriotas dominam o idioma. Tanto asmissões católicas, como outras insti-tuições incluindo outros conselheirosdeveriam servir como pontes dessasinformações emanadas pela embai-xada e consulados”, disse-nos.

No seu mandato anterior no Con-selho para os Seniores procurou-seque as instituições responsáveis pelaassistência na velhice se debruçassemsobre os problemas dos estrangeiros,seus anseios, sua cultura e seus dese-jos num internamente num lar ou as-sistência domiciliária. “Sei que,apesar de a nossa comunidade aindanão necessitar, mas que num futuropróximo irá necessitar. Aqui só na ci-dade de Ravensburg residem cerca de260 portugueses”.

Maria do Céu já não regressaráa Portugal quando terá atingido a re-

forma e dividirão o tempo entre cá elá.

Cada vez mais nota ela que vãopor aqui ficando bastantes compatrio-tas e fará tudo o que for possível paraorganizar de forma a que eles sejamseniores activos e participantes. Serreformado é ter tempo para fazermuita coisa, é a idade de ouro, quandoa saúde o permite. Os netos ficamtodos contentes se tiverem os avóspara lhes dar atenção e colo, as crian-ças são uma fonte de energia inesti-mável.

Gostaríamos de terminar com estafrase cujo autor desconhecemos:

“Quando jovens, sonhámos.Como adultos, construímos tais son-hos. E, um dia, já idosos, brindaremoscom paz e com serenidade própriasdessa fase da vida e moraremos den-tro dos sonhos, não só no usufrutomerecido, mas no papel de experien-tes conselheiros e sábios...”José Gomes Rodrigues

Licenciou-se em engenhariaelectrotécnica no Instituto Su-perior Técnico em Lisboa eexecutou na sua vida profissio-nal grandes obras de engenha-ria, entre elas na Petroquímicae Siderurgia Nacional, bemcomo a montagem da estaçãode radar na Serra da Estrela.

Maria do Céu Campos (foto particular)

Page 10: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012Comunidades10

De acordo com oanunciado em ante-riores edições, oPORTUGAL POSTrevela as personalida-des da comunidadeportuguesa na Ale-manha que mais sedestacaram no ano2012. A escolha daspersonalidades obe-dece a uma aprecia-ção que o jornal fazdo trabalho das pes-soas listáveis.O critério da selecçãodas pessoas tem a vercom a dedicação e aforma desinteressadacom que os escolhi-dos colocam ao ser-viço da comunidadeos seus préstimos emáreas como a solida-riedade social, o asso-ciativismo, a acçãocívica e politica, di-plomacia, etc..Algumas das persona-lidades da lista foramsugeridas por leitoresdo jornal.Por último, felicita-mos estas nossasilustres personalida-des.

Publica-se nesta pá-gina a lista por ordemalfabética.

António Horta, Gelsenkirchen55 anos, mestre de indústria, foi 12 anos mem-bro eleito do Conselho de Estrangeiros em Gel-senkirchen, sendo também um dos fundadoresdo agrupamento político BIG (Bürger InitiativeGelsenkirchen) concorrente  às eleições autár-quicas de 2009.É membro do Conselho Consul-tivo (Gebietsbeirat) da freguesia de Ückendorf,

membro da Comissão (Ausschuss) da Cultura e Turismo, membro daComissão de “Idosos e lares de repouso” (Senioren und Pflege-heim)  da cidade de Gelsenkirchen e membro do Conselho Consultivodo Consulado Geral de Portugal em Düsseldorf. Foi ainda durante 12 anos presidente do Centro Português Unidos aGelsenkirchen

José Gomes Rodrigues,61 anos, foi desde 1977 até Dezembro de 2010Assistente Social no departamento de Integra-ção da Caritas. Antes desta data, exerceu fun-ções pedagógicas como professor da escolacomplementar de Língua e Cultura Portuguesasnas cidades de Dortmund, Mulheim/Ruhr, Duis-burg e Bochum.

Hoje, mesmo aposentado, José Gomes Rodrigues ocupa o seu tempona procura de ajudar quem dele precisa e em acções de solidariedadehumana e social.

Embaixador Luís de Almeida Sampaio, BerlimApesar de ter iniciado as suas funções há poucosmeses, o Embaixador Luís de Almeida Sampaio,54 anos, tem demonstrado neste curto espaçode tempo uma dinamismo excepcional, mor-mente no que respeita às questões e à vida daComunidade. Uma das observações que o PP re-gista do trabalho do Embaixador é a capacidadede diálogo, o seu interesse pelas pessoas e or-

ganizações e ainda a sua preocupação em unir os diversos interessesem prol de Portugal.

Luis de Freitas, Frankfurt52 anos, bancário, foi cerca de 32 anos dirigentee sócio activo no Centro Cultural Português deFrankfurt.Actualmente faz parte do corpo directivo daU.J.P.N ( União da Juventude Portuguesa deNiederrad ).Vive na Alemanha desde 1975

Manuel Correia da Silva, Osnabrück43 anos de idade, dirigente do Sindicato dosTrabalhadores Consulares e das Missões Diplo-máticas e responsável pelo posto consular emOsnabrück de 01 de Outubro de 2003 a 09 deAgosto de 2009. Foi Vice-Cônsul do mesmoposto de 10 de Agosto de 2010  até ao seu en-cerramento (29.02.2012)

É uma das personalidades mais prestigiadas da Alemanha.Nasceu na Alemanha

Maria do Céu Campos, Ravensburg60 anos, funcionária, dirigente associativa du-rante vinte anos no Centro Português de Ra-vensburg, Weingarten Weissenau e.v.É membro do conselho para questões de inte-gração da Câmara Municipal de Ravensburg, doConselho Municipal para os Seniores da mesma

Câmara. Pertence à direcção do CDU em Ravensburg, presidente damesa assembleia geral do PSD Alemanha, membro do conselho con-sultivo do Consulado Geral de Portugal em Estugarda.Na Alemanha desde 1975

Rogério Pires, Colonia45 anos, bancário, é actualmente presidente daFederação de Empresários Portugueses na Ale-manha. Rogério Pires foi presidente da Uniãodesportiva de Colónia e sindicalista da DGB.Fez parte do segundo Conselho das Comunida-des no início dos anos 90.Na Alemanha desde 1978

Rui Paz, Düsseldorf63 anos, professor de música e compositor, é ex-membro do Conselho das Comunidades Portu-guesas (CCP). Na Alemanha concluiu o mestrado em ciênciasmusicais com uma tese sobre a „Instrumenta-ção e o Contexto Dramático nas Óperas deGeorg Friederich Händel“ e frequentou o curso

de composição algorítmica no Robert Schuman. Para além da sua actividade profissional, Rui Paz é uma personali-dade empenhada na defesa dos direitos dos portugueses emigrantes.

Teresa Duarte Soares, Nürnberg58 anos, professora de língua e cultura portu-guesa na área consular de Estugarda e secre-tária-geral do Sindicato dos Professores nasComunidades Lusíadas (SPCL).A partir de 1982, professora de Língua e Cul-tura Portuguesas no Estrangeiro, na Alemanha.De 200 a 2007, professora de LCP na Suíça,área de Zurique.

Entre 1997 e 2001, professora de Português para estrangeiros, nodepartamento de línguas da Universidade Carolo-Wilhelmina emBraunschweig.

Teo Ferrer de Mesquita, Frankfurt67 anos, livreiro e editor em Frankfurt, sóciofundador de Centro Cultural Português emFrankfurt e da Associação de Lusitanistas Ale-mães.Divulgador e defensor da literatura portu-guesa. Graças a Teo F. Mesquita os portugue-ses têm acesso aos maiores autores da

literatura lusófona. Na Alemanha desde 1964

C o m u n i d a d e 2 0 1 2

Escolhemos as personalidades mais influentes da comunidade em 2012

Page 11: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 11Entrevista

O Sr. Amorim é presidente doPSD-Alemanha desde quando?Permitam-me desde já de agrade-

cer ao PORTUGAL POST a oportu-nidade que me é dada de partilharcom os seus leitores um conjunto detemas e preocupações em torno da co-munidade portuguesa residente naAlemanha.

Quanto à pergunta que me é feitaposso dizer que assumi funções comoPresidente do PSD Alemanha em2008.

De que forma é que o PSD-Ale-manha está organizado?O PSD Tem vários núcleos de mi-

litantes espalhados pela Alemanhasendo Estugarda e a sua Secção o cen-tro de toda a organização. Esta es-colha por Estugarda deve-se ao factode o PSD Alemanha ter sido criadoem 1975 a partir desta cidade.

Quantos militantes tem o partidona Alemanha?O número concreto não o tenho

mas serão cerca de 300 militantesactivos.

O senhor também alinha com aposição de alguns destacadosmembros do PSD que estão con-tra a forma como o actual Go-verno tem insistido naausteridade a todo o custo ouprefere estar em consonânciacom a linha dita oficial, isto é,defende o que o seu partido estáa fazer no governo?No meu partido há diversidade de

opinião mas a grande maioria dos

seus dirigentes e militantes estãoapostados em ajudar o Governo e opaís a superar este momento difícil.

O actual executivo está refém deum pedido de ajuda financeira solici-tado pelo anterior Governo para evitara bancarrota. A austeridade de hoje éo fruto dos erros do passado. Portugaltem um problema de dívida e de fi-nanciamento grave e não me parecehaver outro caminho para o ultrapas-sar a não ser que a Europa no seu todotenha uma postura diferente.

No entanto, seria bom que aque-les que foram os culpados da actualsituação também dessem o seu contri-buto para ultrapassar o momento difí-cil que vivemos. Mais importante queas tácticas partidárias está o país e osPortugueses

O governo PSD/CDS extinguiuduas das cinco representaçõesconsulares, encerrando os postosque melhor serviam a comuni-dade e os menos dispendiosos.Hoje chegam-nos várias recla-mações de pessoas que nemconseguem contactar telefonica-mente o Consulado em Estu-garda e muitas reclamações deportugueses que se sentem semqualquer protecção consular. Oque pensa o Presidente do PSD-Alemanha Artur Amorim a esterespeito?O actual Governo procedeu a uma

revisão da rede consular e diplomáticaque levou ao encerramento das estru-turas de Frankfurt e Osnabruck. Noentanto, a reforma consular deste Go-verno, ao contrário do anterior, só en-

cerrou pequenas estruturas tipo Vice-Consulado. Para que os leitores per-cebam no caso de Frankfurt oConsulado Geral que ali existia foiencerrado em 2007 e substituído peloVice-Consulado. O grande esforço depoupança do Ministério dos NegóciosEstrangeiros foi feito através do en-cerramento de Embaixadas e no re-gresso de quase uma centena detécnicos e diplomatas a Portugal.

Ou seja, no esforço de contençãode despesa o serviço prestado às co-munidades portuguesas foi tido comoprioritário havendo apenas encerra-mentos em França e Alemanha de al-gumas estruturas mas nenhumConsulado.

No entanto, em nome do PSDAlemanha e como Conselheiro Na-cional tive oportunidade de reivindi-car a necessidade de haver um apoioalternativo o que finalmente veio aacontecer com a criação das perma-nências consulares que, pelo que sei,estão a ter um enorme sucesso e jáelogiadas no Portugal Post. As perma-nências são a forma dos serviços con-sulares irem junto dos cidadãos e irema locais onde o nunca estiveram.

Parece-me que os interesses dacomunidade portuguesa ficaram sal-vaguardados e agradeço sobre estamatéria o apoio dos militantes do PSDAlemanha nas posições que em nomedeles tomei.

O ensino do português gratuito éum direito constitucional. O go-verno PSD/CDS trata os portu-gueses residentes no estrangeirocomo portugueses de segunda

classe, exigindo o pagamento depropinas e violando assim aConstituição da República. Con-corda com esta decisão? Qual foi a sua tomada de posiçãojunto do seu partido?Permitam-me que fale daquilo

que é verdadeiramente importante. Aqualidade do Ensino de Português noEstrangeiro. Como sabem foi apro-vado recentemente o novo RegimeJurídico do Ensino de Português noEstrangeiro e que após um período denegociação teve o acordo dos doissindicatos dos professores à excepçãoda dita propina. O EPE vai beneficiaragora de uma certificação de aprendi-zagens, de avaliação dos alunos e deformação dos professores. Pareceestranho que num momento de con-tenção orçamental e que, apesar disso,se introduz factores de qualidade aoEPE apenas queiram falar da propina.Também gostaria de referir que tam-bém estará disponível um plano e pro-grama de estudos. Tudo isto pareceser natural mas, infelizmente, nãohavia.

Quanto à propina queria apenasesclarecer o seguinte. A propina já in-clui o manual, que até aqui era com-prado pelos pais, ficando o resto daverba para a certificação e, sobretudopara a formação. Caso o anterior Go-verno não tivesse diminuído para me-tade a verba do ensino de portuguêsno estrangeiro e talvez não fosso ne-cessário solicitar este contributo.

O Sr. Artur Amorim foi segundoda lista do PSD pelo círculo elei-toral da Europa aquando as úl-timas eleições legislativas e éPresidente do PSD na Alema-nha. Quais têm sido as suas ac-tividades nessa dupla função?.É estranho. Para além do trabalho

normal no plano interno de uma estru-tura da emigração tenho promovidoum conjunto de iniciativas para refor-çar o peso das comunidades portugue-sas no seio do meu Partido. Assim,temos (não trabalho sozinho no PSDAlemanha) coorganizado o encontrosemestral PSD Alemanha-França, co-laborado nas deslocações à Alemanhado Deputado eleito por este círculoeleitoral (18 visitas à Alemanha desdeque sou Presidente), participado nasreuniões do PSD Europa apresen-tando propostas concretas relativas ànossa comunidade residente na Ale-manha, subscritor da Moção ao Con-gresso do PSD Emigração, reunindoregularmente com os núcleos de mili-tantes, participando nas reuniões doConselho Nacional do PSD e muitosoutras acções junto da comunidadeouvindo-a e partilhando com ela a dis-cussão dos temas que para nós são im-portantes.

Se o Governo sofrer uma remo-delação e o Secretário de EstadoJosé Cesário for sucedido pelo

deputado Carlos Gonçalves, à se-melhança do que aconteceu noúltimo governo PSD, o Sr. ArturAmorim seria o deputado. Sente-se com capacidade paraocupar o cargo? E quais as poli-ticas dirigidas às ComunidadesPortuguesas que o Senhor ArturAmorim pretenderia introduzir?Essa é uma pergunta que não tem

resposta. Não sei como chegam à con-clusão que actual Secretário de Estadovai sair e que será substituído peloCarlos Gonçalves. Eu não desenvolvoa minha actividade política em basede hipóteses. Não é dessa forma quese contribui para resolver os proble-mas das pessoas.

Eu fui candidato a deputado como apoio dos militantes do PSD Ale-manha e penso que para a nossa co-munidade residente neste país foiimportante que o PSD incluísse na sualista de candidatos um militante doPSD Alemanha em 2º lugar. Orgulho-me de pertencer a uma lista compostasó por elementos da emigração. OCarlos Gonçalves foi cabeça de listamas é o Presidente do PSD Paris.Seria bom que todos os partidos des-sem hipóteses aos seus militantes daemigração de chegarem ao Parla-mento.

Caso eu chegue ao Parlamento,hipótese que não considero plausível,não deixarei de fazer o que sempre fizaté aqui. Trabalhar em favor das nos-sas comunidades.

Quanto às políticas que iria defen-der basta lerem a Moção ao últimoCongresso do PSD na qual colaborei.

A chegada a este país de muitosportugueses que fogem à situa-ção de desemprego e a situaçõesde extrema precariedade social éuma preocupação do seu partidoaqui na Alemanha? De queforma é que faz chegar aos res-ponsáveis nacionais do partidoas suas preocupações?Desde o dia em que assumi fun-

ções como Presidente do PSD Ale-manha chamei a atenção para aquestão dos fluxos migratórios.Fomos uma das estruturas que solici-tou junto do nosso Grupo Parlamentarpara estarem atentos a esta questão ereconheço que os nossos Deputadostêm dado uma resposta positiva nãoescamoteando, ao contrário de outrosno passado, uma realidade que deveser considerada como prioritária.

Acha que o seu partido está acumprir o programa eleitoral noque concerne às comunidades?E que medidas concretas do pro-grama foram concretizadas?Com apenas um ano de governa-

ção e apesar das dificuldades finan-ceira o actual executivo está a cumpriro seu programa eleitoral e dando naárea do Ministério dos NegóciosEstrangeiros uma especial atenção àscomunidades portuguesas. Comefeito, na reunião na Assembleia daRepública para a discussão do orça-mento de Estado para 2013 o Ministrodos Negócios Estrangeiros referiu quea sua grande prioridade era o Ensinodo Português no Estrangeiro. Paraquem tem dúvidas fica devidamenteesclarecido.

#

Mário dos Santos

Artur Amorim, presidente do PSD Alemanha

“Caso eu chegue ao Parlamento nãodeixarei de fazer o que sempre fiz”

A entrevista que publicamos nesta edição é a primeira de uma série que vamosfazer junto de responsáveis pelos partidos que possuem estruturas organizadasna comunidade portuguesa neste país.A primeira é com Artur Amorim, presidente do PSD Alemanha, que nos concedeua entrevista por escrito

Page 12: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012Comunidade12

“Pelo sonho é que vamos, / Comovi-dos e mudos. / Chegamos? Não che-gamos? / Haja ou não frutos,/ PeloSonho é que vamos.”

stou bem de acordo com Se-bastião da Gama, o autordeste lindo poema, ao dizer

que é o sonho a força que mais nos fazavançar na vida. No começo das gran-des mudanças e andanças a que navida nos metemos está um sonho. Es-teve um sonho em que acreditamos edepois tentamos concretizar. A emi-gração o que foi, para a maior partede nós, senão a procura de concreti-zação de um sonho?! O sonho demudar a vida. O sonho de andar emfrente. O sonho de ser feliz. E avan-çámos. Metemo-nos ao caminho, “co-movidos e mudos”...

É verdade que há também mudan-ças na vida provocadas por aconteci-mentos não desejados e sem “sonho”nenhum. As mudanças que tivemosde fazer para enfrentar ou reagir a si-tuações onde nos vimos metidos, semser esse o nosso sonho. Felizes daque-les que não perdem a capacidade de

sonhar, apesar de todos os pesadelos,nem perderam de vista o “sonho” dasua vida, mesmo quando ela pareceparada. “Pelo sonho é que vamos”.

E aquilo que vale para a vida decada um de nós, vale também para ahistória dos povos e da humanidade.Um povo que tem um sonho como“programa” tem futuro. Aqui pode-seà vontade discordar dos que defende-ram ou defendem que são as revolu-ções ou as guerras que fazem avançara história. Ou então daqueles que ar-gumentam com o pragmatismo doprogresso, que não se avança a “son-har” mas a “fazer”, a produzir, acu-mulando e gerindo. Veja-se, a títulode exemplo, quanto não fez avançara sociedade americana esse sonho deum homem chamado Martin LutherKing, que, assumindo a luta pacíficacontra o racismo, proclamava: “Eutenho um sonho que um dia os filhosdos descendentes de escravos e os fil-hos dos descendentes dos donos deescravos poderão se sentar junto àmesa da fraternidade. Eu tenho umsonho que os meus quatro filhos vãoum dia viver numa nação onde eles

não serão julgados pela cor da pele,mas pelo conteúdo de seu carácter. Eutenho um sonho hoje!” (1963).

Um dos sonhos mais bonitos queconheço está na Bíblia e talvez vamos“encontrá-lo” neste tempo de prepa-ração para o Natal. Alguns séculosantes de Cristo, numa época em queainda não se falava de direitos huma-nos, nem de “nações unidas”, nem detribunais internacionais, um profetade Israel anunciava um sonho de fu-turo, na imagem de um menino a nas-cer no seu povo mergulhado emdepressão, como um novo rebentonuma árvore velha. E avança: “Sobreele repousará o Espírito do Senhor....Ele julgará os pobres com justiça ecom equidade os humildes da terra...Então o lobo habitará com o cordeiro,e o leopardo deitar-se-á ao lado do ca-brito; o novilho e o leão comerão jun-tos, e um menino os conduzirá.... Acriancinha brincará na toca da víborae o menino desmamado meterá a mãona toca da serpente”.

Quantos anseios de paz e de fra-ternidade nestas imagens do sonho deIsaías! É o sonho da um mundo que

não se cansa de procurar a paz nomeio e apesar das guerras que nãoparam, começa uma, acaba outra. É osonho de uma sociedade de igual-dade, de justiça e de direito contra asgrandes desigualdades que desfigu-ram e ofendem a dignidade humana.É o sonho de um mundo onde ohomem deixará de ser o lobo dohomem, mas irmão. No Natal, cele-bramos isso tudo. É a festa da família,sim, mas não só da nossa pequena fa-mília reunida à volta da mesa da con-soada, numa casa decorada a gostodas crianças. É a festa da família hu-mana, a festa da fraternidade dospovos. É a festa de todos os que acre-ditam nesse sonho, apesar de todas asdesilusões e durezas da realidade.Para os cristãos, o sonho tem o rostode uma criança, e essa criança tem umnome. Mas o Menino Jesus dos cris-tãos não é propriedade de ninguém.É sonho de Deus para a humanidade.

Será que ainda somos capazes desonhar, ao menos em tempo de Natal?Ou vamo-nos ficar no nosso realismopragmático? Capazes de sonhar, ape-sar da crise? Ou então, capazes de

sonhar, para além do nosso bem estaradquirido, das compras, das prendas,da nossa mesa recheada em dia deconsoada? Sonhar um mundo dife-rente e uma vida melhor para mim epara cada criatura humana nestemundo que é a nossa terra é celebrarverdadeiro Natal.

Creio que nós migrantes, genteque se deixou mover por um sonho,ainda estaremos disponíveis para a“utopia” e provar que o sonho faz av-ançar a vida e ajuda a mudar omundo. O sucesso da emigração seriabem pequeno se fizesse de nós pes-soas satisfeitas, “emigrantes de su-cesso”, mas sem “sonhos”...

Comecei com um poema de umpoeta português: “Pelo sonho é quevamos” de Sebastião da Gama. Ter-mino com outro poeta, também por-tuguês: “Eles não sabem, nemsonham, /que o sonho comanda avida. / Que sempre que um homemsonha / o mundo pula e avança / comobola colorida /entre a mãos de umacriança.” (António Gedeão).

Bom Natal para todos: vivido,celebrado, sonhado!

Crónica Por Joaquim Nunes

"Natal... pelo sonho é que vamos!"

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Um autêntico encontro de juventudee alegria foi o 6º Festival do RanchoFolclórico Português de Wisbaden or-ganizado no 27 de Outubro. Mesmoaqueles, que já sendo veteranos nestasandanças, continuam com o seu es-forço e dedicação a ajudar a manterbem vivas as tradições portuguesasem terras germânicas.

Trajes ricos e originais, ostenta-dos com orgulho por cada um dosseus representantes.

Um belo exemplo de como sepodem manter bem apertados os laçosque ligam cada um dos participantesàs suas raízes, mostrando aos maiscépticos que afinal a cultura portu-guesa está bem viva e de saúde.

No final deste desfile cultural, aBanda Chiclete animou o convívio.Também não faltaram, como nãopodia deixar de ser, os petiscos e asiguarias de sabor lusitano.

Antes de nos fazermos à estradanuma noite fria, estivemos à conversacom os responsáveis por esta inicia-tiva, António Correia e Aurora Alves,que nos disseram que o Rancho Fol-clórico de Wiesbaden foi fundado em1994 e que conta actualmente com 52elementos, com idades compreendi-das entre os 2 e os 70 anos, sendo quecerca de 50 % tem menos de 35.

Estes festivais tiveram algunsinterregnos devido à falta de espaçosdisponíveis e adequados para a reali-

zação deste tipo de eventos.António Correia fez questão de

referir que toda esta organização eboa vontade advêm dos tempos livresque cada um tem nas suas vidas pro-fissionais e pessoais.

Está desde o inicio neste projecto,que nasceu da necessidade que umgrupo de jovens ,entre os 14 e os 20anos, sentiu em fundar um grupo comestas características.

Com o apoio da comunidade ca-tólica portuguesa de Wiesbaden con-seguiram pôr de pé este projecto.

As danças e cantares do Minho eDouro Litoral são a sua opção, devidoàs fortes ligações de quase todos aessas províncias portuguesas, a come-çar no ensaiador Miguel Reis, pas-sando também pelo CristianoFeliciano.

A Aurora Alves juntou-se aogrupo há cerca de dois anos, mas já

tinha experiência de ranchos vai paraum quarto de século. Começou com aidade de 12 anos a dançar e ainda hojeesta paixão continua bem viva.

Fez questão de referir que hoje ostempos são outros e que as dificulda-des financeiras são muitas.

Contam também, para além daMissão Católica de Wiesbaden, comos apoios da associação de pais deWiesbaden e de outras associações.

As recolhas do reportório sãoefectuadas através da pessoas maisvelhas, de outros ranchos e aprovei-tando a possibilidade que a internetlhes dá, para poderem, assim, melho-rar e actualizar o mesmo.

Quantos aos trajes, os tempostambém mudaram. Nos primeirostempos tiveram ajudas para adquiri-rem uma boa parte deles, que são per-tença do rancho e que, por sua vez, osempresta aos elementos.

Hoje em dia já há muitos a adqui-rem os seus próprios trajes.

Quanto às deslocações, que sãotambém às suas custas, são quase natotalidade por toda a Alemanha, con-tando ainda com algumas saídas aoLuxemburgo e Suiça.

Superam esta dificuldade demeios financeiros fazendo intercâm-bio entre todos os ranchos de forma aque, com os seus festivais possam terreceitas para assegurar as suas neces-sidades nessa área.

Estas deslocações ajudam e ser-vem de motivação para seguirem emfrente. Conseguem também cativarmais e mais jovens para este projecto.

Como sublinharam António Cor-reia e Aurora Alves, a juventude estáactiva e orgulhosa em proteger a cul-tura que lhes foi doada pelos seus paise avós.

Sentem que é preciso inovar e

modernizar estes festivais para quenão caiam numa rotina que os possaatirar para o esquecimento e “os jo-vens têm uma palavra a dizer nestamatéria e quem aqui esteve hoje aquiteve oportunidade confirmar a aderên-cia da juventude a estes festivais”.

Existe uma boa relação com asautoridades locais que estão semprepresentes nestas iniciativas. A confir-mação desta boa relação acontecequando são convidados a integrar asfestas da cidade.

Para terminar, Aurora Correia fazum apelo para que os jovens adirammais às direcções a fim de poderemassegurar o futuro destes projectosculturais.”É preciso continuar o tra-balho dos nossos pais e isso só se con-segue com a juventude a liderar asassociações porque os mais velhosvão saindo”.Fernando Roldão

Festival de Folclore em Wiesbaden: orgulho e dedicação

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PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 201216 Berlim

Encontrámo-nos na Embaixada doBrasil, no pequeno espaço do átriodedicado à mostra fotográfica, dequatro fotógrafos lusófonos, cujotema era os seus olhares sobre Ber-lim. Esta exposição conjunta mos-trava uma pequena amostra defotografias de cada um dos fotógra-fos e esteve patente ao público du-rante um mês, no âmbito do FestivalBerlinda. Gonçalo Silva, que foi oúnico português entre os fotógrafosdaquela mostra, escolheu fotos mar-cadamente urbanas, despidas depessoas. As cidades são centros decriatividade, habitualmente buliço-sos, e não é fácil apanhar-lhes osmomentos desabitados em que asestruturas estritamente urbanas seimpõem sem aplicar o abracadabrado photoshop. Porém Gonçalo Silvanão usa esta varinha mágica cosmé-tica neste seu trabalho, preferindo asua autenticidade, o que lhe ficou dafotografia analógica. O fotógrafoescolheu reflectir o seu olhar sobreo centro de Berlim, os seus monu-mentos, os edifícios e as ruas icono-gráficas, que são os favoritos demuitos fotógrafos – correndo orisco da repetição que assumiu e de-safiou através de escolhas específi-cas, muita criatividade e ousadapersistência – e foi bem-sucedido.O desafio foi considerável, até por-que não escolheu a madrugada, por-ventura, o momento mais deserto e

menos ruidoso em termos de foto-grafia mas, sim, o crepúsculo. Elepreferiu a luz mesmo antes de caira noite entre chiens et loups – umahora indefinida, mística, esperandoo tempo necessário para captar coma sua objectiva aqueles segundos deluminosidade fugaz. Mas nem todosos dias aquela almejada luz, sobreaquele enquadramento, se revela aofotógrafo. A fotografia como paixãoé um jogo de espera, em que o mo-mento certo se esconde caprichoso,sorrindo uns segundos, para voltara esconder-se. Gonçalo Silva étenaz e paciente, porque sabe que, arevelação que irá transmitir o seuolhar, acabará por se lhe desvendar.

O fotojornalismo é o contráriodesta espera quase amorosa, é o in-stantâneo do aperto de mão sorri-dente, é o clicar do disparador dassequências na esperança de ter ap-anhado os sujeitos no melhor ân-gulo; ao processo não falta um jogode cotoveladas com os colegas e al-gumas rasteiras para conseguir amelhor foto do dia, enviá-la rápidopara a agência, estar entre os pri-meiros e ser eleito com as melhoresfotos. Nos eventos mais mediáticossão às dezenas os jornalistas queapressados, invadem os corredoresdo poder, comprimindo-se à pro-cura do melhor ângulo, as objecti-vas em riste para tirar as fotos quevão correr mundo. Gonçalo Silvacompete com os fotógrafos de agên-cias mundiais, como a Reuters,cujos recursos são inesgotáveis.

Mas o talento não é de subestimar,havendo momentos para o usar –“aquele instante em que a Chance-ler Merkel não está a pousar para afoto, em que lhe escapa um gestonatural e o fotógrafo está atento”explica Gonçalo Silva. “Ou um ân-gulo diferente que revela estruturase cores do local” – realça ainda.Também no fotojornalismo é possí-vel “dar emoção às fotos e adaptaro gesto do fotografado ao conteúdodo artigo. É importante ter corageme sensibilidade para dar também umtoque pessoal ao básico”.

Gonçalo Silva afirma ser umportuguês muito português. “Gostodo meu país, mas fico feliz por sairoutra vez, para aprender. Tento vero que há de parecido, o que me po-deria fazer lembrar o meu país. Porexemplo, na exposição conjuntasobre o porto de Valparaíso, noChile, os contentores eram o deno-minador comum com o porto deLisboa”. O fotógrafo viajou pelodeserto de Atacama, a Terra doFogo e a Ilha da Páscoa sempre afotografar. “Esperei horas a fio, ti-ritando de frio para tirar a foto quequeria e, mesmo assim, ainda pode-ria ter esperado mais tempo”. Gon-çalo Silva tem um palmarésconsiderável de exposições naEuropa e na América Latina, e, pelanatureza da sua vida privada, a suacarreira fotográfica internacionalirá, sem dúvida, prosseguir nestesentido. A curiosidade e a versatili-dade dos temas que fotografa são

também uma vantagem para o fotó-grafo.

“Gonçalo, voltemos à tua expo-sição aqui, na Embaixada doBrasil, onde, relembro, esta-mos neste momento, porqueparece que a paixão pela foto-grafia já nos tinha levado deviagem, qual tapete mágico!Comecemos por esta aqui, aPorta de Brandenburgo, umtema muito batido. O que há dediferente nesta tua fotografia?”

A esta pergunta, o fotógrafo re-alçou que era esse o desafio. Re-flectir um olhar diferente sobre esteícone turístico de Berlim. Escolheufazer uma fotografia clássica e cen-trada,“a luz é diferente, é luz cre-puscular e outonal, num fim detarde sem nuvens. Isto é, para con-seguir captar este momento foi ne-cessária muita paciência, porqueesta luz na minha fotografia foi uminstante que passou!” Um momentoque o fotógrafo eternizou. E não ésó a luz natural, é também o mo-mento certo na luminosidade artifi-cial do próprio monumento, o seucontraste com a luz natural, que re-alça as qualidades do monumento.Ao crepúsculo é impossível foto-grafar a Porta de Brandenburg de-serta e o facto é que esta foto estávazia de pessoas e de movimento; éuma foto em que o monumento e aquadriga que o encima são protago-nistas absolutos daquela passagem

entre a antiga Berlim Oriental eOcidental. Gonçalo Silva conseguiueste efeito sem photoshop, jogandocom a abertura e a velocidade dasua máquina, o que se vê no feixede luz dos faróis dos automóveisque passam por detrás do edifício.“À noite, ou ao crepúsculo, a luz deBerlim é diferente de muitas outrascidades, é uma luz amarela, quente,lembra-me Lisboa e, por isso, gostode fotografar nessas altura do dia.Mas o crepúsculo é o meu favorito”.De facto, as sete fotografias, queGonçalo Silva escolheu para a ex-posição caracterizam-se pela lumi-nosidade crepuscular, ou nocturna,o que vem realçar o cromatismo dasluzes da noite, acentuando o ca-rácter urbano destas fotografias.

Gonçalo Silva tem planos paraBerlim e já está agendada uma ex-posição dupla em que apresentaráos seus trabalhos “Ecos de Lisboa”,a preto e branco, e que sente deforma especial “Guardo Lisboa napalma da minha mão...” – citado doblog “ecos de Lisboa “ do fotógrafo.Apresentará também o seu novo tra-balho “Rugas do Tempo”, com fo-tografias de edifícios abandonadose que descreve no seu blog homó-nimo, como “o meu olhar sobre asmarcas do passado que perduramnos edifícios abandonados da ex-RDA”. A inauguração da exposiçãoterá lugar no dia 11 de Dezembro,pelas 18 horas, na escola Neues Tor,e estará patente ao público cerca deuma semana.

Berlim // Retrato de Gonçalo Silva: fotógrafo e fotojornalista

O que há de comum entre a fotografia urbana e o fotojornalismo, ou será que são diame-tralmente diferentes? Gonçalo Silva move-se com fluidez entre este dois mundos;

O fotojornalismo é a sua profissão e a fotografia a sua paixão e, muitas vezes, no seu foto-jornalismo explode a sua paixão.

A fotografiacomo paixão

“Merkel com Samarras e os fotógrafos”

Fotografia de Gonçalo Silvapublicada na revista “Time”

Cristina Dangerfield-Vogt em Berlim

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PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012Alemanha 18

Depois de chegarmos e de nostermos acomodado nos diversos ho-téis e pensões da cidade, reunimo-nosno salão de recepção do Novotel, nocoração da cidade, logo em frente daestação dos Caminhos de ferro da ci-dade. Fomos recebidos com uma be-bida de boas vindas. Nos rostosalegres das mais de sessenta pessoasa alegria era notória. Repartidos emdois grupos, saímos para descobrir-mos o que há de melhor e de históricoda cidade. Como nunca tinha visitadoa cidade, fiquei maravilhado com asua arquitectura. O fecho da tarde cul-minou com um jantar num dos maisemblemáticos restaurantes da cidade.

No dia seguinte, sábado, o almoçoteve sabores portugueses, servido noúnico restaurante português, o “Por-tugal”, gerido pelo jovem viseenseMiguel Loureiro. O nosso apreciadoe fiel vinho do Dão foi o fiel compan-heiro de mesa. Com as forças redo-bradas, iniciámos a parte maisimportante do encontro.

O Museu da Música albergou-nos

O palco escolhido para esse im-portante sábado de trabalhos foi umasala nobre do museu de músicaGrassi, rodeado de frondosos e verde-jantes jardins. Uma pérola das muitasexistentes na cidade. Depois de per-corridos os enormes corredores, cer-cados de antigos e raros instrumentosmusicais, entrámos numa luxuosasala, toda a rigor para o encontro. Aabertura foi iniciada com música clás-sica ao piano pelo estudante portu-guês Manuel Durão, que frequenta aescola superior de música de Leipzig.

Enquanto se esperava o embaixa-dor, iniciaram-se os trabalhos com ostemas pré - anunciados, própriosduma Assembleia-Geral. O presi-dente, Harald Heinke, saudou os pre-sentes. Seguiu-se a apresentação decontas pela tesoureira da agremiação,Gabriele Baumgarten-Heinke. Usouuma linguagem concisa e clara. Os

presente foram informados de quemaior fatia das despesas coube à edi-ção do boletim Report. Foi comagrado que os presentes certificaram-se que, desde 2008 até hoje, tenha ha-vido gradualmente uma melhoriageral nas finanças.

Entretanto chegou o embaixador,Dr. Luis de Almeida Sampaio,acompanhado pela sua esposa e porAlexandra Schmitz, coordenadora dasecção cultural na embaixada. Toma-ram assento na mesa da Assembleia-Geral e, após as boas vindas dopresidente da DPG, foi-lhe dada a pa-lavra, tendo tecido palavras de apreçoaos associados em geral. Na sua inter-venção, o embaixador falou da situa-ção de crise que Portugal vive e nãodeixou de transmitir uma palavra deesperança, dizendo que “a dificil si-tuação será ultrapassada”.

O embaixador na Alemanha faloudo importante papel da DPG nestafase histórica de Portugal.

“É imperativo promover ummaior investimento alemão em Portu-gal e que as empresas portuguesaspossam exportar os seus produtospara o mercado alemão. A cultura por-tuguesa tem de ser promovida na Ale-manha e vice-versa. Apesar dosparcos meios financeiros disponíveis,temos de implementar mais progra-mas culturais coerentes que sejambem organizados, em cooperação comas instituições públicas e privadas. Aoferta destes eventos tem de estar deacordo com a procura. A cultura nãose limita ao fado. Será necessárioaproveitar as sinergias da populaçãoportuguesa aqui residente. A embai-xada deve reforçar a equipe culturaltransformando-se num parceiro privi-legiado na programação e na articula-ção das ofertas. A cultura é a maiorriqueza duma nação. Se quisermos sercompetitivos, temos necessariamentede nos afirmar com os nossos valorescomuns, familiares e universais. Hámuitas pessoas hoje a falar português,mais até que o alemão. A nossa língua

será no futuro o porta-voz da globali-dade. Será uma ponte entre os diver-sos mundos”, disse o embaixador.

Após esta intervenção, o presi-dente agradeceu a simpática presençae as palavras do embaixador, não dei-xando de apelar a uma mais concer-tada coordenação das actividadesculturais. Formulou o desejo de quefosse formada, sob a coordenação daembaixada, uma mesa redonda quegerisse as tantas e variadas activida-des culturais que ultimamente têmsurgido no tecido geográfico alemão,incluíndo as da DPG. A colaboraçãocom os empresários portuguesas emBerlim e não só, tem sido exemplar e,somente para mencionar alguns, oSana Hotel, o Hotel Pestana e o Cen-tro Comercial Alexa, entre outras.

De uma forma sucinta, e atravésdum Power Point, foi apresentadopelo presidente o trabalho da DPGtestemunhado por diversas fotos e do-cumentações. Este trabalho tem tidoum óptimo impacto na sociedade.Houve sócios que deram o melhor desi tendo até alguém sido agraciadopelas autoridades locais alemãs peloseu papel na integração das pessoasna sociedade de acolhimento. Houveacções dignas de mérito em toda aAlemanha, desde Freiburg, passandopor Frankfurt, Colónia, Aachen eLeipzig. Realçado foi o trabalhoexemplar no campo do turismo numaóptima colaboração com o Institutodo Turismo na pessoa da Sra Mada-lena Fischer.

Gesto significativo do embaixador

Com um gesto simbólico, mas degrande sentido, o embaixador agra-ciou, com a entrega solene de um di-ploma, os sócios mais antigos daagremiação. Foi um reconhecimentopublico da acção sócio-cultural da as-sociação neste reforço de laços entreos dois povos. Foram os seguintes osagraciados: Werner Schümann (Ham-burg), Andreas Lausen (Mecklenburg

Vorpommern), Dr. Dieter Hundert-mark (Südwürttemberg/Hohenzol-lern), Marys Neufert (NRW–Köln),Richard Blumenthal (Redaktion Por-tugal Report Berlin), Roman Sieger(NRW –Bonn) und Harald Heinke(Berlin).

Perspectivas para o futuro

O próximo encontro anual ficouagendado para Berlim em Outubro de2013, indo ao encontro duma decisãotomada anteriormente. Colocou-sesobre a mesa a ideia para apreciaçãode numa das próximas oportunidadespoder realizar-se em Lisboa. Comoexiste uma certa afinidade com umaassociação congénere na Áustriahouve quem não achasse descabidoorganizar-se em Viena num futuropróximo. Um postal dirigido à Chan-celer Alemã, Ângela Merke,l com assaudações amistosas da DPG, foi as-sinado por todos para mais tarde ser-lhe enviado.

Arte, culinária ultimaram o encon-tro.

A história, a música, a arqui-tectura, a artes plásticas e a culináriaconstituíram o epílogo por excelênciado encontro. Foi tudo preparado arigor, dando uma dignidade invulgara todo o desenrolar dos trabalhos. Osol generoso e tímido desse domingode Outubro envolvendo-nos no per-curso até ao escritório dos advogados“Hager Partnerschaft”, a funcionarnas instalações duma antiga fabricaadaptada para estes fins. O associadoFalk Zirstein abriu a sessão apresen-tando dois artistas plásticos, amantesde Portugal, cuja temática abordou oque de mais belo existe em Portugal.Gerd Thielemann, com residência emLeipzig, com admirável currículo naárea da pintura expôs em casa algu-mas das suas obras primas.

A cerâmica portuguesa estevepresente através da esmerada obra de

António Pedro Oliveira, natural dePorto de Mós e já há alguns anos re-sidente em Leipzig. Apesar de jovem,as suas obras são conhecidas umpouco por toda a Alemanha. Procuraestar sempre presente nas melhoresfeiras da especialidade.

A música esteve a cargo de maisum estudante português de clarineteda Escola Superior de música.

Dieter Dornig, cozinheiro chefedo Hotel Pullman de Desden, tambémele sócio, presenteou-nos, com a suaaprimorada equipe, com um buffet desabores mediterrâneos.

Para muitos dos sócios a Assem-bleia-Geral terminaria aqui. Para ou-tros terá terminado após um concertointernacional. Portugal estaria pre-sente nas artes musicais tradicionaisatravés dum quarteto de acordeõesvindos de Águeda, “Danças Ocultas”.Realizou-se pela tarde adentro nasinstalações da recente fábrica daBMW. Acompanhariam a diva deJazz Maria João, vinda de Lisboa paraa efeméride. É justo elevar o papel doSr. Popittz, entre outros, na organiza-ção deste evento.

Em forma de conclusão

Vale a pena pertencer a uma famí-lia destas. O amor a Portugal manifes-tado de diversos modos é repartido evivido entre elementos das diversascomunidades e culturas . Eles unem-se e vivem entusiasmados num únicoanseio: reforçar os laços de amizade ereconhecimento mútuo entre os doispovos.

Se me permitem, apelo aos com-patriotas que, dentro das possibilida-des, colaborem nas diversasiniciativas que estão a ser a ser leva-das a cabo e, sendo o caso, façamparte, como associados. Vale a pena!A porta permanece sempre aberta aquem quiser dar uma mão a estanobre missão. Podem informar-sejunto do portal www.dpg-report.de oujunto de qualquer associado.

Associação Luso – Alemã (DPG) em simpósio anual

Alemães da DPG na linha da frente por Portugal

Leipzig foi o palco escolhidopara o encontro anual da DPG(Associação Luso - Alemã).Estes encontros, organizadossempre em cidades diferentes,revestem-se de uma atmosferaagradável em que não faltamalguns momentos culturais,tais como: arte, história, tu-rismo, culinária e muita infor-mação e formação. Dosdiversos pontos da Alemanha,foram chegando, nessa sexta-feira, dia 19 de Outubro, osseus sócios e amigos.

José Gomes Rodrigues (texto e foto), sócio da DPG e correspondente do PP

O presidente Harald Heinke durante o discurso de boas vindas. Ao centro, o Embaixador de Portugal.

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PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 19Sociedade

Após o final da época balnear, a15 de Setembro, a Resgate iniciou umprograma de voluntariado na costaalentejana, para o qual se ofereceramseis jovens nadadores-salvadores doconcelho de Odemira, disse agênciaLusa António Mestre, o presidente daassociação.

“A Resgate fornece o equipa-mento, que tem de andar com eles nocarro”, enquanto os nadadores-salva-dores têm de ter “o telefone sempre li-gado” e estar disponíveis para, “aotoque do telemóvel, correr para umapraia para socorrer alguém”, explicou.

O projecto foi posto à prova pelaprimeira vez a 03 de Outubro, quandoduas crianças de nacionalidade alemãforam arrastadas pela corrente napraia da Zambujeira do Mar.

Quando dois voluntários da Res-gate chegaram à praia, as crianças já

tinham sido resgatadas do mar portrês elementos da associação de body-board local, mas Zora Lutz, de 15anos, encontrava-se inanimada.

Segundo António Mestre, os na-dadores-salvadores “iniciaram ime-diatamente a reanimação” da meninae foi isso que “fez a diferença entre aZora morrer e a Zora viver”.

Após cerca de meia hora de ma-nobras de suporte básico de vida, ajovem alemã foi reanimada e trans-portada de helicóptero para o Hospitalde Santa Maria, em Lisboa, onde es-teve 12 dias em coma.

“Acreditei sempre que ela iria so-breviver e, se sobrevivesse, gostavaque o nome dela ficasse associado auma coisa boa”, disse o presidente daResgate.

A menina recuperou e regressoucom a família para a Alemanha a 17de Outubro, tendo a mãe autorizado aassociação de nadadores-salvadores,que actua nos concelhos de Santiagodo Cacém, Sines e Odemira, a utilizaro nome da filha no seu projecto.

Os jovens voluntários “não rece-bem nada em troca”, esclareceu An-tónio Mestre, sendo-lhes apenasgarantida “uma justificação”, porparte da Capitania do Porto de Sines

ou do município, “para que não sejampenalizados no trabalho ou nos estu-dos”.

“Fazemos estas coisas pormissão. Muitos de nós já andarampróximos de morrer afogados, euprincipalmente”, confidenciou.

O projecto Zora Lutz englobatodas as actividades que a associaçãodesenvolve no domínio da prevençãodo afogamento, como a sensibilizaçãojunto de 500 alunos do ensino pré-es-

colar e do primeiro ciclo da região.“Este é um papel que deveria ser

o Estado a fazê-lo, nem que fosse comuma verba para apoiar este tipo de ini-ciativas, mas infelizmente isso nãoacontece”, lamentou António Mestre.

O nadador-salvador estima que oafogamento de Zora Lutz tenha cus-tado ao Estado português “acima dos100 mil euros”, entre “o helicóptero,as ambulâncias, os homens, os medi-camentos e o tratamento hospitalar”.

“Precisávamos de muito menosde 100 mil euros para ter uma equipade quatro pessoas todo o ano”, disse,o que permitiria “intervir imediata-mente e fazer acções de sensibilizaçãoe prevenção junto dos banhistas”.

“Se estivesse um nadador-salva-dor na praia ou na zona, não tinhaacontecido”, assegurou, referindo-seao afogamento da menina alemã.

“Mas somos um país reactivo enão preventivo”, concluiu.

Menina alemã salva na Zambujeira do Mar dá nome a projecto deprevenção de afogamentos na costa alentejanaA Associação de Nadadores Sal-vadores do Litoral Alentejano(Resgate) decidiu dar ao seuprojeto de prevenção de afoga-mentos o nome Zora Lutz, deuma menina alemã resgatadapor banhistas na Zambujeira doMar (Odemira), no início de Ou-tubro.

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Deverá ter muito cuidado comas burlas na internet. A distância éamiga de alguns indivíduos menosescrupulosos que se aproveitam depessoas menos informadas.

Um dos últimos métodos deburla prende-se com a venda de au-

tomóveis.Se colocar à venda ou andar à

procura de comprar carro na inter-net poderá encontrar alguns negó-cios irresistíveis. Normalmente, opreço é muito baixo e o modelomuito procurado. Este é o primeirosinal de que algo está mal: lembre-se do ditado “quando a esmola égrande o pobre desconfia”.

O procedimento é relativamentesimples: quando vê um negócio quelhe interessa contacta o vendedor.Este diz-lhe que o carro não está naAlemanha e que precisa que pagueem adiantado um valor, seja para otransporte, seja para sinalizar ou atépara o seguro ou despesas. Para tal,e para que não desconfie, diz-lheque deverá utilizar uma empresa demediação que recebe de si o valor esó a entrega ao vendedor quando onegócio for finalizado.

As variações no discurso sãomuitas: o carro poderá estar numpaís e a pessoa noutro, é preciso

pagar o seguro do transporte, pre-cisa de um sinal de boa fé, o din-heiro é-lhe devolvidoposteriormente, e por aí fora.

Encaminham-no para um site nainternet da suposta empresa de me-diação para que possa comprovar asua existência. A existência de umsite não comprova de todo a sua le-

galidade e a existência de uma em-presa por trás.

O objectivo é fazer com quetransfira uma importância atravésde transferência bancária. Uma veza transferência realizada, podeacontecer uma de duas coisas: oulhe pedem mais dinheiro porque jáviram que mordeu o isco, ou nunca

mais ouve falar do vendedor e dadita empresa de mediação.

Não se deixe enganar por mora-das, números de telefone e acredita-ções. Em quase todos os casosestamos a falar de burlas. Nuncaadiante dinheiro, seja a que propó-sito for, a não ser que tenha certezaabsoluta de que o vendedor existe.O ideal será sempre testar o negó-cio: se lhe dizem que é para o trans-porte, diga que vai levantarpessoalmente, se lhe dizem que épara o seguro, diga que faz você oseguro, mesmo que assim não seja,poderá logo analisar a veracidadede todas estas desculpas.

Tome cuidado também com asprovas de boa vontade, como osdescontos ou o pagamento de todasas despesas, são formas de tentarcom que faça a transferência o maisdepressa possível.

Não se deixe enganar: se lhe pa-rece bom demais é porque se calharé!

Burlas na internet – automóveisSão três casos atuais de burlarelacionados com a compra deviaturas online através da pla-taforma Ebay com respetivosdanos financeiros dos compra-dores, seguidos de denúnciasfeitas aos órgãos de políciacriminal e processos de inves-tigação judicial - lamentavel-mente com pouca perspetivade sucesso – que me levaram aescrever este artigo

Page 21: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 21

3José Gomes Rodrigues

[email protected]

VIDA SOCIAL

Não se isole! Os amigos, anti-gos colegas, parentes e vizinhosterão todo o prazer em conversarconsigo e em passar algum tempona sua companhia. Vá ao seu en-contro, lembre-se que eles nãopodem ler os seus pensamentos.Não tenha vergonha de conversarcom as pessoas que encontra, queras conheça, quer não, mesmo quenão sejam da sua idade. Contactecom as pessoas. É particularmenteimportante, à medida que se en-velhece que a entreajuda e a com-panhia são muito importantes. „

Se tiver perdido o seu comp-anheiro ou companheira, nãotenha receio de travar conheci-mento com outras pessoas e defazer novas amizades. Participarna vida comunitária e continuar ater projectos são factores impor-tantes para viver bem.

Um dia você aprende que asverdadeiras amizades continuama crescer, mesmo a longas distân-cias. E o que importa não é o quevocê tem na vida, mas quem vocêtem na vida.“

ACTIVIDADE InTELECTUAL

Mantenha-se activo intelectu-almente. Leia, jogue xadrez oucartas, faça puzzles. Interesse-sepor coisas novas. Vá visitar sítiosque não conhece. Passe as fériasnum novo local. Experimentenovas receitas de cozinha. Vá aexposições. Converse com pes-soas diferentes de si. Aprenda coi-

sas novas. Tome nota dos assun-tos que tem de tratar: datas de pa-gamentos, compras a fazer...Coloque os objectos indispensá-veis, como os óculos, em sítioscertos, onde estejam bem visí-veis. Mantenha-se actualizadosobre o que se passa à sua volta eno mundo.

ALIMEnTE O ESPÍRITO

Como é do conhecimentogeral, não somos só corpo, mastambém espírito. É este que mui-tas vezes dirige os nossos passos.Conduz-nos e alenta-nos parauma vida mais sã. A boa leitura, aparticipação num bom concertoou numa conferência temática deinteresse aumenta o alcance doespírito. A participação activa emprojectos de solidariedade ou deentreajuda alimenta este espírito eempresta-lhe razões válidas paraviver com qualidade.

Se é cristão procure revitalizara sua fé e adequá-la ao novomundo, à sua nova vida. Não pra-

tique só por praticar ou simples-mente para obedecer a uma tradi-ção transmitida de geração emgeração ou simplesmente para al-cançar o paraíso. Mas viva a fé eda fé, pois deste modo vale a penadá-lhe muita esperança e certezanas suas relações humanas e como meio ambiente. Cada dia é umpresente, e enquanto meus olhosse abrirem, vou focalizar o novodia, mas também as lembrançasalegres que eu guardei para estaépoca da vida.

A velhice é como uma contabancária: você só retira aquilo queguardou. Então, meu conselhopara si é depositar um monte dealegrias e felicidade na sua Contade Lembranças. E, aliás, obrigadapor este seu depósito no meuBanco de lembranças. Como vocêvê, eu ainda continuo deposi-tando e acredito que, por maiscomplexa que seja a vida, sábio équem a simplifica

MAnTEnHA-SE ATIVOA actividade física diária, a in-

tensidade e a duração adequadas,é um óptimo investimento para asaúde. Diminui o risco de muitasdoenças, como o enfarte do mio-cárdio, a hipertensão, a osteopo-rose ou a obesidade. Promove asaúde mental, contribuindo parareduzir a ansiedade, as insónias, adepressão e ajuda a controlar ostress. Ande a pé pelo menos meiahora por dia. Esta meia hora podeser distribuída ao longo do dia.Em vez de andar a pé, pode usaras escadas, jardinar, realizar tare-fas domésticas ou ir às compras.Se sofre de doença crónica ou ne-cessita de mais informação, con-sulte o seu médico.

ALIMEnTAÇÃO SAUDÁVEL

Faça uma alimentação saudá-vel. A alimentação influencia anossa saúde e o nosso bem-estar,sendo uma importante fonte deprazer. Faça uma alimentação va-riada. Reparta os alimentos porvarias refeições ao longo do dia.

Consuma diariamente, frutafresca, legumes e cereais. Bebameio litro de leite meio-gordo oumagro por dia. Se não gosta deleite, pode substituí-lo por cercade 60 gramas de queijo magro oupor quatro iogurtes. Use poucaquantidade de sal e açúcar.

Prefira os alimentos compouca gordura. (A gordura li-quida, em especial o azeite, é pre-ferível às gorduras sólidas, comoas margarinas ou a manteiga.Beba cerca de um litro e meio deágua por dia). Seja moderado noconsumo de bebidas alcoólicas.Procure manter o peso adequadoao seu sexo e idade.

ALGUMAS nOTAS!

É preciso não parar, não seaposentar da vida, não deixar apo-drecer aquilo que temos de maisnobre: o pensar, o sentir, o agir, anossa mente, a nossa alma, anossa vida! Só assim a nossa pe-regrinação continua aos médicosdiminuirá. Não há tempo paraessas coisas!

Persegue-nos continuamente atentação de exigir das autoridadesportuguesas mais e melhor assis-tência às nossas idades. Com la-mentações não vamos a ladonenhum! Se foi na Alemanha quetrabalhámos, lutámos, envelhece-mos, e vivemos ainda... Entãoaceitemos que seja com eles queadministremos e valorizemos estetesouro que é o tempo disponível.

Viver é investir na alegria, noprazer, na satisfação e, no fim,colher paz, serenidade e sabedo-ria, que é a arte de viver com equi-líbrio.

A troca do vício de um mundoindividualista, por um mundo emque as pessoas voltam a relacio-nar-se é uma chance enorme. Épreciso valorizar a sabedoria,como instrumento de entender ouniverso que nos cerca.

Terceira Idade: a idade das novas descobertas

Como prometemos na últimaedição, voltamos nesta ediçãoa debruçar-nos sobre a ter-ceira geração. Desta vez quere-mos dar algumas achegas edicas para melhor transformarem mel e flores o fel e o Ou-tono da vida. São alguns apon-tamos dos muitos que fuicuidadosamente armazenandono meu baú das “pérolas” eque tenho o prazer de os com-partilhar com os leitores.Quem dá o que tem...Assimreza e com muita sabedoria onosso povo.

Gostaria de colocar as suasquestões a

José Gomes Rodrigues?Faça-o por email:

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Page 22: Portugal Post Dezembro 2012

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O Amor nos Tempos de CóleraGabriel Garcia MarquezPreis: € 15,95

Ao longo de quatrocen-tas páginas vertigino-sas, compostas numaespécie de pauta estilís-tica e musical, onde sefundem o fulgor ima-gístico, o difícil triunfodo amor, as aventurase desventuras da pró-pria felicidade humana,O Amor nos Tempos deCólera é um romanceque leva o leitor numa

aventura encantatória, de uma escrita que não tem imitado-res à altura. IMPERDÍVEL

Nascida em Cabo Verde de família branca e abastada, Carol nuncase resignou à miséria das ilhas. E, movida pelo sonho de construiruma sociedade mais justa, ingressou ainda jovem no Partido Co-munista. Não se importando de usar a beleza como arma ideoló-gica, abraçou a luta revolucionária, apaixonou-se por umcamarada e ficou grávida pouco antes de ser presa. Foi a sua mãequem tratou de Helena nos primeiros tempos, mas, depois de li-bertada, Carol levou-a para Moscovo.. Aí, o contacto com as purgasestalinistas não chegou para abalar as suas convicções, mas oclima de denúncia e traição catapultou-a para o cenário da GuerraCivil espanhola, obrigando-a a deixar Helena para trás; e, apesarde ter escapado aos fuzilamentos franquistas, a eclosão da Se-gunda Guerra Mundial impediu Carol de voltar à União Soviéticapara ir buscar a criança. Será apenas vinte anos mais tarde quemãe e filha se reencontrarão em Berlim, mas a frieza e o ressen-timento de Helena farão com que, na viagem de regresso a Lisboa,Carol decida escrever um romance autobiográfico com o qual afilha possa, se não perdoar-lhe, pelo menos compreender as cir-cunstâncias do abandono, a clandestinidade, a prisão, a guerra,a espionagem e o inconcebível casamento com um inspector dapolícia política. Inspirado na vida de Carolina Loff da Fonseca,este romance extremamente empolgante vai muito além dosfactos, confirmando Ana Cristina Silva como uma das mais dotadasautoras de romance psicológico em Portugal.

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José Saramago O Evangelho segundo Jesus CristoPreço: € 31,50 (Livro de Bolso)

"O filho de José e de Maria nasceu como todos

os filhos dos homens, sujo de sangue de sua

mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo

em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e

chorará por esse mesmo e único motivo." Todos

conhecem a história do filho de José e Maria,

mas nesta narrativa ela ganha tanta beleza e

tanta pungência que é como se estivesse sendo

contada pela primeira vez. Nas palavras de José

Paulo Paes: "Interessado menos na onipotência

do divino que na frágil mas tenaz resistência do humano, a arte magistral

de Saramago excele no dar corpo às preliminares e à culminância do drama

da Paixão"

Aprenda a Viver Sem StressPáginas: 100Preço: 18,99

Quanto mais tempo da sua vida é que está disposto adesperdiçar? Quanto mais tempo da sua vida está dis-posto a continuar a sofrer? Quanto da sua vida está dis-posto a finalmente reivindicar hoje? Quanto mais tempovai deixar que os outros mandem nas suas escolhas? E,se reivindicar a sua vida, acha que fica a dever algumacoisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser vocêmesmo. Quando você cede ao stress, você passa ao ladoda vida, da sua vida. Você vive em permanente sobrevi-vência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda areencontrar-se.

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NOVO

Page 23: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 23

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Consulado-Geralde Portugal em Düsseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

Consulado-Geralde Portugal em Estugarda

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)Postfach 10 27 11

50467 KölnTel.: +49. 221 789 52 412

E-Mail: [email protected]

Federação das Associações Portuguesas na Alemanha

(FAPA)www.fapa-online.de

Postfach 10 01 05D-42801 Remscheid

Endereços Úteis

Agenda & SugestõesAs informações sobre os eventos a divulgar deverão dar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

FERNANDO ROLDÃO

ORGANISTA E CANTORBAILES - CASAMENTOS - FESTAS -

EVENTOS - KARAOKEALEMANHACONTACTOS

0151 451 724 [email protected]

DEZEMBRO 2012

2.12.2012 – BREMEN – Con-certo de Carminho (fadista).Local: Kesselhalle des Kultur-zentrums Schlachthof . Início:20h00

2.12.2012 – HANNOVER –Concerto de Carminho (fadista).Local: Pavillon Hannover

7.12.2012 – DUISBURG – Ce-rimónia de encerramento da ex-posição de fotografias de JoséGomes Rodrigues sobre Moçam-bique com o tema Rostos queFalam na VHS em Duisburg .Início: 19h00

14.12.2012 – MAINZ – Semi-nário subordinado ao tema. Mul-heres Portuguesas na Alemanhacom a presença da Dr. ManuelaAguiar. Local: UDP Mainz. Iní-

cio: 19h15

15.12.2012 – WIESBADEN –Seminário subordinado ao tema.Mulheres Portuguesas na Ale-manha com a presença da Dr.Manuela Aguiar. Local: club 8Dezembro: 19h00

15.12.2012 – Calw – Noite deFado com a fadista Sara Gonçal-ves vencedora do concurso daRTP "Nasci para o Fado". Bilhe-tes a venda no Centro EscolarJuvenil Português de Calw e.V.(07051/30979).

15.12.2012 – HAMBURGO –Noite de Fado com o grupoFado-Nosso (Henrique Marce-lino, Francisco Fialho, Franciscound Michel Pereira). Local:Café Tonata, Woldsenweg 1 (Ep-

pendorf). Início: 20h00

16.12.2012 – HAMBURG - DieÜbersetzerin Maralde Meyer-Minnemann liest aus dem neuenBuch von Paulo Coelho, DieHandschrift von Akko (erscheintim nächsten Jahr). Ort: Café Ri-batejo, Bahrenfelder Str. 56(www.ribatejo.de). 17,00 Uhr

29.12.2012 – BERLIM - Con-certo de Fado com Nazareh Pe-reira. Local: KammermusiksaalPhilharmonie de Berlin. Início:20h00

BERLIM - Mostra Fotográficade Gonçalo Silva. "Ecos de Lis-boa" e "Rugas do Tempo"Escola "NEUES TOR" Neuestor,11. 18h00

Desejamos a todos os nossos leitores, clientes ecolaboradores um Feliz Natal e que 2013 seja umano sereno, fértil em saúde e com muitos êxitospessoais, profissionais, empresariais e familiares.Agradecemos a todos o favor de nos terem acomp-anhado desde há 20 anos nesta luta pela informa-ção. Esperamos fazer mais e melhor no novo anoque se avizinha.Boas festas!Portugal Post VerlafgA Direcção

Page 24: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 201224

poesias de amore de outros sentires

Passar o Tempo

Receitas CulináriasSaúde e Bem estar

Números em Síntese

Amizades & Afins

Nota:Os anúncios para este espaço devem ser bemlegíveis e dirigidos ao jornal devidamenteidentificados com nome, morada e telefonedo/a anunciante.O custo para anunciar neste espaço é de17,50. O preço dos anúncios que requeremresposta ao jornal é de € 27,50.+ Informações: 0231-8390289

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ou vai mudar de residência.

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deixa de receber o jornal

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É livro de cozinha mais vendido em Portugal.Pela sua clareza, simplicidade e variedade constitui um preciosoauxiliar na elaboração das suas ementas diárias.Aqui encontrará garantidamente todas as receitas e todas as su-gestões que procura.A variedade, o rigor e a apresentação cuidada fazem desta obrauma referência incontornável e indispensável em todas as cozin-has.

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ARTRITE Bacalhau à Brás

Número de exemplaresimpressoa do jornalPortugal Post durante19 anos

Vendem-se Cabeças de BurroUm camponês passa por uma loja que tinha as estantes quase vazias, eperguntou com ironia ao caixeiro o que é que se vendia ali. O caixeiro,querendo também troçar dele, disse-lhe em tom aborrecido: — Aqui vendem-se cabeças de burro. — Grande negócio tem feito esta casa. pelo que vejo, pois não restasenão a tua — respondeu o camponês às gargalhadas.

Se você quiser que o peixe congelado fique com sabor de peixe fresco, des-congele-o diretamente no leite.

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A artrite se manifesta como dor e inflamação e/ou desgaste das articulações,sendo esta de dois tipos:1) A osteoartrite é uma deformação produzida pelo desgaste das cartilagensentre ossos, de tal maneira que estas cartilagens desaparecem provocandoo atrito dos ossos uns com os outros, principalmente nas extremidades.2) A artrite reumatóide, que é diferente da anterior, estende-se por todo ocorpo, inflamando as cartilagens e a membrana sinovial ao redor das junçõesdos ossos, ocasionando a saída do líquido sinovial (líquido gorduroso queserve para lubrificar e proteger os ossos contra o atrito e o desgaste).Esta enfermidade não é frequente, porém quando se apresenta requer aten-ção médica.SINTOMAS: inflamação e dor nas articulações, começando geralmente nasmãos e pés, podendo, porém, apresentar-se na coluna vertebral ou em outrasáreas. O tempo húmido e frio aumentam a dor. A pessoa apresenta dificul-dade para movimentar-se e também sofre uma deformação da parte docorpo que é afectada (mãos, pés etc.), a qual aumenta com o tempo, impe-dindo que a pessoa possa mover-se com facilidade.COMO TRATAMENTO recomenda-se suprimir as carnes vermelhas, o ál-cool, o cigarro e outros tóxicos. Alguns alimentos podem ser alérgicos parao organismo e produzir inflamação nas articulações. Os mais comuns são: afarinha refinada, açúcar refinado, bem como o leite integral, as batatas e apimenta. (Prove-os com cautela para detectar se alguns destes vão produzirinflamação nas articulações). Evite a manteiga e os alimentos gordurososcomo os fritos.As carnes vermelhas contêm um ácido gordo chamado Ácido Araquidónico.Este ácido contribui grandemente para a inflamação dos tecidos, isto nãoacontece com as gorduras polinsaturadas (gorduras benéficas), como oazeite de oliveira. A dieta vegetariana impede e bloqueia o processo de con-versão do ácido araquidónico em prostaglandinas inflamatórias.Esta mesma função benéfica é realizada com êxito pelo óleo de peixes deáguas frias, que contém ácidos gordos polinsaturados (EPA) (gorduras be-néficas) como o Ómega 3. Também a realizam o Ómega 6 e o Ómega 9 (ácidooleico contido no azeite de oliva).Inicie sua dieta sob supervisão médica.ATENÇÃO: Se sua artrite aumentar e não conseguir detê-la, consulte seumédico.Fonte: Saúde e bem-estar

Ingredientes do bacalhau:

600 gramas de bacalhau0,5 dl de azeite30 gramas de margarina1 dente de alho1 cebola grande150 gramas de chouriço de carne750 gramas de batatas6 ovossal e pimenta q.b. (quanto basta)alsa e azeitonas

Modo de preparar:

Limpe o bacalhau, retire-lhe todas as espinhas que puder e corte-o em cuboscom 1 cm. de lado, aproximadamente. Corte o chouriço também em peque-nos dados iguais. Descasque as batatas, corte-as igualmente em pequeninoscubos, lave-as muito bem, escorra-as e frite-as; tempere-as depois de fritar(com sal). Parta os ovos para dentro de um recipiente e bata-os.Até aqui foi tudo de preparação. Agora, pique grosseiramente a cebola e odente de alho, deite-os num tacho largo (ou numa frigideira), leve ao lumea refogar e, logo que comece a querer alourar, junte o chouriço e o bacalhaue vá mexendo sempre, sobre o lume, durante 2 minutos. Junte depois as ba-tatas, mexa muito bem mais um minuto e, por fim, junte os ovos batidos. Vámexendo com cuidado até os ovos estarem mais ou menos passados, a seugosto. Deite então numa travessa ou pirex e sirva quente, polvilhado comsalsa picada e azeitonas. Pode decorar com raminhos de salsa. E bom ape-tite! Geralmente acompanha-se com vinho branco, muito fresco, verde ou maduro,depende do gosto. Se gostar do maduro, aconselho vinho alentejano (Portu-gal), com zonas demarcadas de Reguengos, Borba ou Vidigueira. Não es-queça: fresco, sem ser gelado.

Não durmasagoraa noitedespeas palavrase as perfumade prazerrolamno desejobrancodos lençóispor fimdeitam-seno linhoperdidasna salivados beijos

Isaac Nin

O Alho tem várias aplicações. As aplicações do alho regra geral são as se-guintes:AntibióticaAnti-inflamatóriaAnti-microbianaAnti-asmáticaAnti-oxidanteAnti-cancerígenoProtector cardiovascular

Recomenda-se

Feliz Natal e um Ano Novo com muita saúdesão os desejos para todos os nossos leitores.

Page 25: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 25Vidas

Por

: Pau

lo F

reix

inho

Palavras cruzadas

OláTenho lido as histórias que são

publicadas aí nesse jornal e, precisoque o diga, é a primeira coisa que leioquando o jornal chega a casa.

Se os senhores publicaram, gosta-ria de contar aqui uma história que sepassou comigo com a condição denão divulgarem o meu nome nem acidade onde vivo.

Antes de mais, quero dizer quesou uma senhora divorciada e mãe deuma filha já casada. Quando me di-vorciei do meu marido foi porque elenão parava em casa e, nas viagens quefazia em trabalho, tinha sucessiva-mente amantes. Nós vivíamos bem,até porque o meu marido tinha umaempresa que fazia bons negócios. À

parte a sua inclinação para as aman-tes, ele era uma boa pessoa mas ummau marido. Em suma, separamo-nosa bem e sem conflitos. Ele, por suavez, lá anda na vida das amantescomo se isso fosse uma sua doença.

O divórcio com o meu maridoaconteceu há cerca de dez anos, tinhaeu 41 anos de idade.

Fiquei sozinha com a minha filha.E, diga-se, fiquei bem. Tenho algumascasas das quais retiro algum rendi-mento e, à parte disso, colaboro numaobra social da igreja aqui na cidadeonde vivo.

Quando me divorciei do meu ma-rido fiquei tão desiludida com oshomens que fez com que eu não fosselogo atrás de um outro. Vivia para a

minha filha, para as minhas casas eocupava parte do dia na paróquia.

O tempo assim corria.Tinha amizades, senhoras que

também colaboravam comigo na pa-róquia. De todas, havia duas brasilei-ras, uma espanhola e três portuguesas,comigo incluída.

Com quem eu me dava bem,muito bem, diga-se, era com as duasbrasileiras e uma portuguesa. A nossasituação civil era diferente: eu divor-ciada, a portuguesa separada e as duasbrasileiras casadas com dois cidadãosalemães.

Convivíamos muito. Às vezes, aofim-de-semana, íamos jantar fora:umas vezes com os maridos das casa-das, outras sozinhas. Como não tra-

balhava e não precisava de o fazer, omeu passatempo era o trabalho socialna paróquia. Para me divertir, o queera raro, ia com uma amiga portu-guesa a um salão de dança e aí pas-sava sempre umas duas horas adançar e a conviver.

No fundo, não tinha uma vidanada intensa. As minhas relações comhomens remetiam-se a conversas quetinha com os maridos daquelas quetambém colaboravam comigo naacção social.

Nunca me tinha passado pela ca-beça iniciar uma relação.

Sabia que eu interessava aoshomens. Na rua, ou em qualqueroutro lugar, sentia os olhares doshomens quase em cima de mim. Mui-tas vezes ao passar recebia piropos dehomens e, para ser sincera, gostava deouvir alguns. Dos homens que me ol-havam, em muitos sentia um intensodesejo que tinham de mim. Eu sentiatão intensamente isso que, não poucasvezes, apetecia-me perder a cabeça eentregar-me àqueles que olhavamcom um olhar cego de cobiça pelomeu corpo.

Felizmente que isto não aconteciasempre. Eram fases absolutamentenormais. Afinal, eu era e sou umamulher que também tem as fraquezasda carne e, quando assim é, tambémtemos o direito a perder a cabeça pelodesejo.

Ia eu com cinco anos de divor-ciada quando conheci um homem. Eraum português que tinha ido morarpara a cidade onde eu habito e que setinha oferecido para também ajudarna paróquia. Natural de Braga, dizia-se ( praticava) um católico muitocrente. Na altura, era um gosto vê-lona missa todo entregue à sua fé.

Conhecemo-nos como não podiadeixar de ser. Ele passava todos osfins-de-semana na paróquia a fazeristo e aquilo. Havia sempre que fazer.Durante as nossas conversas foi-medizendo que era também divorciadomas que não tinha filhos.

Tornamo-nos amigos e passadoalgum tempo já o convidava para irjantar a minha casa. A nossa relaçãocomeçou a ser mais íntima. Um dia,ou melhor, um sábado à noite convi-dei-o para jantar em minha casa,como, de resto, já o tinha feito por vá-rias vezes. No fim de jantar, quando aminha filha foi para o quarto dela, eleatirou-se descaradamente a mim semque eu pudesse repelir a sua investida.Parecia um animal ferido de cio. En-quanto me beijava e me apalpavadizia-me coisas que me punhamdoida: que me queria; que estava apai-xonado por mim desde o primeiro diae dizia insistentemente uma coisa queeu não me lembrava de alguém me terdito: “Meu Amor” e outras coisas queainda hoje coro de vergonha.

Essa noite passou-a toda comigono meu quarto. Foi uma noite em quemal dormi. Aquele homem tinha-meposto doida, completamente. Pela pri-meira vez na vida tive sensações e

prazeres que até ali ninguém tinhaconseguido despertar em mim.

Foi uma noite que me fez entregara ele quase cegamente.

Como não podia deixar de ser, fi-cámos amantes. Afinal, não havianada de mal nisso. Éramos livres,amantes livres.

A nossa relação ficou assim bap-tizada. A partir daquele momento pas-sávamos as noites juntos; noitesdoidas de prazer. Descobri em mimuma “fome” de prazer que não paravade saciar. A verdade é que ele desco-briu em mim uma mulher que eu pen-sava não existir com uma fome vorazde desejo que quase me assustava.

Andava feliz.Um dia, quando fomos todos a

um restaurante, disse-me ele que aminha amiga portuguesa (aquela quecolaborava connosco na paróquia) an-dava com fome de... (e não digo a pa-lavra por vergonha). Perguntei-lhecomo é que ele sabia o que dizia. Res-pondeu-me que bastava olhar para acara dela. Não liguei assim muitoàquilo. Nessa mesma noite, e no res-taurante, às tantas olhei e não o vi. Aminha amiga portuguesa também nãoestava presente. Minutos mais tardereparei que a minha amiga retomavao seu lugar à mesa. Vinha como quetranstornada, os seus olhos brilhavamcomo se estivesse a viver uma se-gunda vida. Nunca a tinha visto co-rada e quando reparou que eu aobservava virou o olhar para o outrolado.

Naquele dia nunca me passoupela cabeça que os dois tivessem es-tado juntos algures não sei onde. Sómais tarde é que ele me disse que a“tinha comido”, como ele gostavadizer de todas as mulheres.

E era um pouco verdade.Nunca imaginei ninguém assim.

O homem atirou-se a todas as amigase apenas uma das brasileiras resistiu.O problema é que eu não sabia. Paramim aquilo era como uma família eeu nada desconfiava porque pensavaque a irmandade fazia com que todosfossemos muito chegados.

Quando comecei a desconfiar,dizia-me ele que sim, que “as comia”,mas “amar amar só me amava a mim”e eu, no final, não tinha forças para omandar embora e desistir dele.Quando eu tentava, ele tinha artes e ocondão de me pôr louca e de me agar-rar a ele e dizer-lhe que o queria sópara mim.

Depois chorava, arrependida. Ena noite a seguir tudo voltava aomesmo.

Uma noite, estávamos na cama,contou-me como era ter relações comas outras, o que elas faziam, como fa-ziam e o que diziam. Senti-me mal.Saí da cama e vim dormir para o sofá.

Decidi então acabar com tudo,Contar tudo na paróquia, expulsá-loda minha vida e do meu pensamento.

Leitora identificada

HORIZOnTAIS: 1 - Título. Relativo à face. 2 - Consentir. Tecido muscular do homem e de outros animais. 3 - Preposiçãoque designa posse. Criada de quarto. Espécie de bigorna de cuteleiro. 4 - Altar. Génio ou entidade inspiradora de umpoeta. Sétima nota musical. 5 - Naquele lugar. Redução da palavra fotografia. 6 - Portas de (...), ex-líbris de Berlim,entrada construída entre 1788 e 1791 por Carl Gottard Langhans, encimada pela famosa Quadriga da Vitória. 7 - Desmo-ronar-se. Rebordo do chapéu. 8 - Contracção dos pronomes „me“ e „o“. Em maior quantidade. Época. 9 - Café tomadoem chávena própria (regional). Aguardente obtida da destilação do melaço depois de fermentado. A unidade. 10 - Campode liça. Asseado. 11 - Que tem muitos ramos. Suspirar.VERTICAIS: 1 - Coisa nenhuma. Tornar bambo. 2 - Agravar com tributos. Tontura. 3 - Filho de burro e égua ou decavalo e burra. Em forma de asa. Dez vezes dez. 4 - Interjeição que se emprega para excitar ou animar. Desumano. 5 -Víscera dupla. Espaço de 24 horas. Elas. 6 - Obter. 7 - Antes de Cristo (abrev.). Debaixo de (prep.). Ponto cardeal. 8 -Ave do grupo dos papagaios que habita na Ásia. Dá mios. 9 - Cólera. Globo. Terceira nota musical. 10 - Erva-doce. Partesuperior de certos animais entre o lombo e a cauda. 11 - Que causa lesão. Inclinação da alma e do coração.

SOLUÇÃO:HORIZOnTAIS: 1 - Nome. Facial. 2 - Anuir. Carne. 3 - De. Aia. Tais. 4 - Ara. Musa. Si. 5 - Ali. Foto. 6 - Brandeburgo.7 - Ruir. Aba. 8 - Mo. Mais. Era. 9 - Bica. Rum. Um. 10 - Arena. Limpo. 11 - Ramoso. Aiar.VERTICAIS: 1 - Nada. Bambar. 2 - Onerar. Oira. 3 - Mu. Alar. Cem. 4 - Eia. Inumano. 5 - Rim. Dia. As. 6 - Auferir. 7- AC. Sob. Sul. 8 - Catatua. Mia. 9 - Ira. Orbe. Mi. 10 - Anis. Garupa. 11 - Lesivo. Amor.

O casanova da paróquia

Page 26: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 201226 Publicidade

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Page 27: Portugal Post Dezembro 2012

PORTUGAL POST Nº 221 • Dezembro 2012 27

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A crise económica e socialmundial, começou por ser umacrise financeira. Face a estagrave crise, algumas econo-mias nacionais na zona euro,nomeadamente os países dosul da europa, cuja sustentabi-lidade das finanças públicaseram mais instáveis e fracascederam e deixaram de supor-tar o endividamento a longoprazo.

Passamos, pois, a umacrise de dívidas soberanas. Aotodo, são cinco os países já in-tervencionados pelo meca-nismo de ajuda internacional,Irlanda, Grécia, Portugal,Espanha e Chipre. Embora soba disciplina da Troika estejamsomente a Irlanda, a Grécia ePortugal. Mas outros paíseseuropeus estão sob observaçãoda crise de dívidas soberanas,Itália e Espanha.

A zona euro ruma hoje àestabilização financeira e orça-mental, embora com vulnera-bilidades por efeito decontágio do eventual incum-primento das reformas de ajus-tamento exigidas aos paísesintervencionados e à porven-

tura insustentabilidade políticae social.

A crise financeira e deconfiança que se abate naeuropa, desde 2010, designa-damente sobre a União Euro-peia, demonstrou fragilidadese interdependência nas econo-mias dos países da UE, e é porisso mesmo um desafio de ge-rações, no qual se pretendereafirmar e reforçar o projetoeuropeu em torno de umaunião mais estreita e da estabi-lidade e prosperidade econó-mica.

Foi neste enquadramentoque ocorreu a visita da chefedo Governo alemão, AngelaMerkel, a Portugal. Poucomais de cinco horas, ao bomestilo alemão, pragmático, ob-jetivo, funcional e eficaz, bas-taram para acalmar mercados edemonstrar a solidez do pro-jeto que se pretende para aUnião Europeia.

A visita da Chanceleralemã visou demonstrar oapoio da Alemanha a Portugal,elogiar e apoiar os esforços fei-tos pelo Governo português na

adoção e implementação dasmedidas de austeridade e,ainda, incentivar a cooperaçãoempresarial entre os dois paí-ses.

A Chanceler alemã refor-çou que Portugal segue o rumocerto embora com alguns con-tratempos procedentes do am-biente externo. Isso mesmoficou demonstrado na entre-vista à televisão pública portu-guesa, em vésperas da visitaoficial, na qual referiu que Por-tugal não precisa de maistempo nem de renegociar a dí-vida. A convicção é que Portu-gal vai conseguir cumprir omemorando de entendimentocom a Troika, aludindo às

cinco avaliações já realizadas,no âmbito da verificação dasmedidas de acompanhamentoe aval das parcelas. Portugalestá a cumprir o programa con-forme o prescrito no plano daTroika para reduzir o défice or-çamental, retomar a competiti-vidade e superar a dívidasoberana.

Nesta que foi a primeiravisita oficial a Portugal, aChanceler alemã, conhecedorada importância do investi-mento externo para o relança-mento da competitividadeeconómica e ciente das carên-cias que Portugal tem nesteâmbito, fez-se acompanhar poruma comitiva de empresários

alemães.Da agenda da visita, desta-

cam-se as reuniões com o Pre-sidente da República, com oPrimeiro-Ministro e o Ministrode Estado e dos NegóciosEstrangeiros, um almoço detrabalho e a participação e in-tervenção num encontro comempresários portugueses e ale-mães.

Na intervenção no Encon-tro Empresarial Luso-Alemão,a Chanceler culminou congra-tulando as empresas alemãs decooperarem no programa dereindustrialização e, conse-quentemente, participarem norelançamento da competitivi-dade e crescimento da econo-mia portuguesa, apontandoque mais de metade das ex-portações alemãs são para aUnião Europeia num claroapontamento para a questão dainterdependência das econo-mias dos países Estados-Mem-bros.

Angela Merkel prometeuainda estreitar relações comPortugal, visando a expansãocomercial alemã aos mercadoslusófonos, servindo-se do im-portante elo de Portugal juntoda Comunidade dos Países daLíngua Portuguesa (CPLP), edo facto do português ser a 3.ªlíngua europeia mais falada no

A prepósito da visita de Angela Merkel a Lisboa

Artigo de Opinião

Por Rogério Pires. *

mundo que, por isso, usufruide credibilidade externa e tempresença forte onde a Ale-manha tem dificuldade deacesso.

No fundo, a visita oficialda Chanceler Alemã preten-deu:* transmitir esperança e con-fiança aos mercados;* elogiar o ajustamento daeconomia portuguesa, comperspectivas de crescimentogradual face à consolidaçãoorçamental pelas reformasadoptadas;* reiterar o apoio à constitui-ção de um Banco de Fo-mento, em Portugal, para orelançamento da indústria,em colaboração com o Kre-ditanstalt für Wiederaufbau(KfW):* congratular a presença deempresas portuguesas naAlemanha e todas aquelasque pretendem alcançar omercado alemão;* apoiar a implementação domodelo de ensino dual deformação profissional ba-seado no sistema educacional alemão.

* Presidente da Federação de Empresários Portugueses naAlemanha

www.vpu.org

Economia e Negócios

As pensões de reforma vãosubir até 11 % na Alemanhanos próximos quatro anos, deacordo com um inédito relató-rio sobre pensões do GovernoFederal que revela, esta se-gunda-feira, o diário Bild.

O relatório prevê um au-mento escalonado das pensõesaté 2016 e de 8,67 % para osreformados da Alemanha oci-dental e de 11,01 % para os re-sidentes nos seis novos estados

federados criados no este dopaís após a reunificação nacio-nal e cujos vencimentos sãomenores.

Além disso, os reformadosda Alemanha ocidental terãoapenas um aumento de 1 % daspensões em 2013, mas em2015 a subida será de 2,55 %,a percentagem mais alta desde1993.

O relatório de pensões, queabrange cerca de 20 milhões

de pessoas deverá ser apro-vado na quarta-feira na reuniãodo Conselho de Ministros.

Para 2013, o relatórioprevê aumentos de 1 % nooeste e de 3,49 % no este, em2014 de 2,33 % e 2,4 %, re-spectivamente, e em 2015 bde2,55 % e de 2,65 % e em 2016de 2,39 % para os reformadosda Alemanha ocidental e de2,47 % para os da antiga Ale-manha de leste.

Pensões de reforma na Alemanha vão subir até 11 % em quatro anos

O grupo alemão SGL anunciouque vai investir 25 milhões deeuros na Fisipe, empresa de fi-bras sintéticas localizada noBarreiro, sendo a escolhidapara produção da matéria-prima para fibras de carbono.

O grupo alemão comproua Fisipe em outubro por 29milhões de euros, que assimintegrou o conjunto de 47 fá-bricas do grupo, e agora vai in-vestir 25 milhões de euros paratransformar e ampliar duas dasdez linhas de produção da em-presa para o fabrico de precur-

sor (matéria-prima para fibrasde carbono).

„Vamos criar 12 novospostos de trabalho para a pro-dução de precursor e asseguraros actuais 330 no futuro, umavez que mantemos a produçãodas fibras acrílicas na íntegra“,informa o administrador-dele-gado da Fisipe, Stefan Seibel.

No próximo ano vai serpreparado o arranque da pro-dução do novo produto,estando a sua comercializaçãoprevista para o início de 2014.

„O SGL procurou uma fá-

brica na Europa para produzirprecursor e a Fisipe conven-ceu-nos pela alta competênciatécnica, pela boa produtividadee pela grande visão dos gesto-res“, explica o responsável ale-mão.

Com uma produção anualde 50 mil toneladas, a Fisipetem 275 clientes em 40 países,sendo os mercados principaisChina, EUA e Canadá.

Na Europa, fornece sobre-tudo para Espanha e Itália. Ataxa de exportação é de 99 porcento.

Grupo alemão SGL anunciou investimento de 25milhões de euros na empresa Fisipe

A unificação da União Europeia pós-crise adviráde uma maior cooperaçãopolítica e económica na

zona euro e na UE.

Manuel Borges

Messe & LadenbauTischler ­ Monteur

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Page 28: Portugal Post Dezembro 2012

Última • Nº 221 • Dezembro 201228

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stava ansioso porconhecer o pequenohotel familiar ondetinha reservado umquarto. Do exterior,

o hotel em estilo chalé de monta-nha, todo em madeira, e com por-tadas de madeira nas janelas,dava-me esperanças de poderestar à altura da pequena fortunaque me propunha pagar para aípernoitar durante uma semana.

Ninguém no seu perfeito juízoprograma o seu despertador paradurante as férias tocar às setehoras da manhã, mas quem gosta

de esquiar sabe bem que deslizarpelas encostas e desfrutar de pai-sagens deslumbrantes implica al-guns sacrifícios. Mal terminei opequeno-almoço onde abunda-vam as toalhas de mesa em xa-drez, os cestos em vime e ascompotas caseiras, desci as esca-das cobertas de neve para entrarna loja de aluguer de equipamento

de ski. Aqui, as botas que a sim-pática funcionária colocava àminha frente, depois de calçadas,pareceram-me mais um “quebra-nozes” do que um passaporte parauns bons momentos de prazer.Todos os anos o ritual repete-se: oesforço de carregar os skis na sub-ida a pé pela neve até às telecabi-nes que nos levam às pistas,

assemelha-se mais ao cumpri-mento de uma penitência do que auns programados momentos deprazer. Mas uma vez vencida a in-segurança da primeira descida, aadrenalina dispara e o prazer in-vade o nosso corpo. A sensaçãoestimulante de inalar o ar fresco erevigorante das montanhas acom-panha o nosso olhar que abraça a

paz da natureza. O esplendor damontanha é de tirar o fôlego.

Garmisch-Partenkirchen,“snowtown” alemã, atrai grandesfluxos de dinheiro e de personali-dades famosas. Possui uma quan-tidade quase disparatada de lojasde luxo.

O show começa depois dascinco da tarde, hora a que fechamas pistas, na „Historische Ludwig-strasse“, uma rua comercial chi-que e elegante no coração dePartenkirchen.. Na rua as mulhe-res passeiam-se acompanhadaspor cães de raças exóticas e aque-cidas por casacos comprados apreços “exorbitantes”.

À noite rumei para o “P1 vonGarmisch” que me foi anunciadocomo o equivalente ao “P1” deMunique em Garmisch-Partenkir-chen e onde se encontram os fa-mosos que querem ficar longe dasdos fãs embasbacados. Ao meulado no bar, uma mulher alta e es-belta, o cabelo louro platinadocintilando à iluminação suave doclube, sorriu e perguntou-me –“Também veio para cá para esca-par aos seus fãs?”

Garmisch-Partenkirchen - de skis nos pésO caminho para Garmisch-Par-tenkirchen, na Baviera ofereceuma visão estonteante. A es-trada em ziguezague passa porflorestas de pinheiros e rioscongelados. Os ramos das ár-vores cobertos de neve brancadobram-se com o peso da neve,que ao cair liberta no ar peque-nas nuvens de pó branco. Umambiente mágico.

Salvador M. Riccardo

E