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Portugal Post Novembro 2011

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Portugal Post Novembro 2011

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVIII • Nº 208 • Novembro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST

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“Reestruturação diplomática e consular” ou “Encerramento de Embaixadas e Consulados”? Pág.3

Governo prepara-se para manter ensino simbólicono estrangeiro, diz Teresa SoaresPág. 3

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Carta abertaao ministro Paulo Portassobre o encerramento doVice-Consuladoem FrankfurtPág. 17

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PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 20112

Director: Mário dos Santos

Redação e ColaboradoresCristina Krippahl: BonaFrancisco Assunção: BerlimJoaquim Peito: HanôverLuísa Costa Hölzl: Munique

CorrespondentesAntónio Horta: GelsenkirchenCristina Dangerfield-Vogt: BerlimElisabete Araújo: EuskirchenJoão Ferreira: SingenJorge Martins Rita: EstugardaManuel Abrantes: Weilheim-TeckMaria dos Anjos Santos: HamburgoMaria do Céu: MogúnciaMaria do Rosário Loures: Nuremberga

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Tradução dos textos Histórias da História:Barbara Böer-Alves

Assuntos SociaisJosé Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:Catarina Tavares, AdvogadaMichaela Azevedo dos Santos, AdvogadaMiguel Krag, Advogado

Fotógrafos:Fernando Soares

PublicidadeAlfredo Cardoso

Agências:Lusa. DPA

Impressão:Portugal Post Verlag

Redacção, Assinaturas PublicidadeBurgholzstr. 4344145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]

Registo Legal: Portugal Post VerlagISSN 0340-3718 • K 25853Propriedade:Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

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Agraciado com a Medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

Fundado em 1993

s primeiros 4 meses deste novo Go-verno dá para nós, sem sermos bru-xos, adivinharmos que nada de bomvai acontecer às comunidades.

Argumentando com a situação deausteridade com que Portugal e os portu-gueses se confrontam, os cortes já se come-çam a sentir.

No caso da rede consular na Alemanha,é sabido que o Vice Consulado em Frank-furt vai encerrar, estando a comunidadelocal a organizar neste momento formas deluta, como seja a manifestação a realizar nodia cinco deste mês de Novembro.

Como ainda o Governo não tirou os co-elhos da cartola, não se sabe se o Vice-Con-sulado em Osnabrück vai encerrar. Se fosseconsentido, as casas das apostas poderiamganhar alguma massa colocando nas listasdas apostas o (não) encerramento daquele

posto.Nestas coisas, como sói dizer-se em Por-

tugal, não há fumo sem fogo. E tendo emconta que o encerramento de Osnabrückanda nas bocas do mundo, acha-se preferí-vel que a comunidade vá pensando na mel-hor maneira de o evitar, como, diga-se, jápor uma vez o conseguiu.

É um erro fechar os vice-consulado naAlemanha. Como é um erro fechá-los semconsiderem os prós e os contras; os gastos eas despesas; as vantagens e as desvanta-gens.

Considerando isso, chama-se a atençãopara o artigo publicado na página 3 e aindapara o texto de opinião na página 6 destaedição.

Também no ensino, a comunidade co-meça a sentir na pele os cortes que este Go-verno está, assim como quem não quer a

coisa, a fazer.Não área de Estugarda, por exemplo, os

cursos de LCP sofrem cortes nas horas deaulas. Das duas horas semanais, passam ater uma, tanto que algumas comunidades jáviram que não há outra forma de lutar con-tra senão com manifestações de rua que seorganizam no princípio deste mês.

Mas não é apenas nos cortes nos horá-rios de aulas de que vive as preocupações dacomunidade. Refira-se, por exemplo, oscerca de 300 alunos que neste momentoestão sem professor e, logo, sem aulas.

Isto, como diz Teresa Soares, Secretaria-Geral do Sindicato dos Professores das Co-munidades Lusíadas, quer dizer que „tudoleva a crer que estamos a aproximar-nos apassos largos do fim do ensino do portuguêsno estrangeiro com professores qualificadose aulas presenciais regulares“

OComeça muito mal a política do Governo para as Comunidades

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PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 Comunidades 3

Desde há algum um tempo a estaparte que a comunicação socialnacional ora avança, ora retira osnomes de Embaixadas e Consula-dos a encerrar. Se tais oscilaçõesnão fossem acompanhadas de re-querimentos apresentados na As-sembleia da República por partede alguns deputados, as notíciaspoderiam morrer à nascença.

Será tudo contra-informação?Fumo sem fogo?

Assim, entendemos que a de-nominada “reestruturação” nadareestrutura, por se concentrarúnica e exclusivamente no fechode representações diplomáticas econsulares.

Concentremo-nos na Ale-manha. O PORTUGAL POST fezalgumas pesquisas, e, contactou oSecretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas, Dr. José Cesá-rio, para melhor nos inteiramosdas suas intenções. Demos aten-ção aos números, a muitos núme-ros, e também aos de quantoscidadãos portugueses essasmissões servem.

Temos assim a Embaixada dePortugal e a respetiva Secção Con-sular em Berlim que serve cerca de7 a 8 mil portugueses. Mais aNorte, temos o Consulado emHamburgo, o qual serve cerca de12 mil nacionais e o Vice-Consu-lado em Osnabrück, que servecerca de 22 a 23 mil utentes. OConsulado em Düsseldorf, servecerca de 32 mil nacionais, o Vice-Consulado em Frankfurt, servecerca de 24 mil nacionais e o Con-sulado em Estugarda que deveriaservir cerca de 34 mil cidadãos

portugueses. Olhámos com redobrada aten-

ção para estes 5 postos consulares,tendo verificado que o Consuladoem Estugarda cobre a maior áreageográfica, seguindo-se do Vice-Consulado em Osnabrück, en-quanto o Consulado emHamburgo não só serve a menorárea geográfica, como também omenor número de cidadãos nacio-nais.

Voltando à denominada ree-struturação consular, traduzívelno caso presente por encerramen-tos, parece ser intenção do atualgoverno “reestruturar” o Vice-Consulado em Frankfurt, vistoeste já ter recebido ordem de Lis-boa para rescindir o contrato dearrendamento no fim do correnteano.

Outra curisosidade, foi a de vernovamente o Vice-Consulado emOsnabrück na lista da reestrutura-ção, intenção essa que foi desmen-tida pelo Vice-Cônsul, bem comopelo Secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas.

Quem há muitos anos andapela Alemanha e conhece a fundoo funcionamento dos postos con-sulares não entende quais são oscritérios aplicados.

Se atendermos às áreas geo-gráficas abrangidas pelasrepresentações diplomáticas, veri-ficamos que o Consulado em Estu-garda serve a maior áreageográfica, seguindo-se o Vice-Consulado de Osnabrück, mas háquem diga que o Consulado emEstugarda se revela incapaz deservir dignamente os muitos dos

nossos compatriotas que vivem alargas centenas de quilómetros.

Tendo em mente o que temvindo a público pela comunicaçãosocial nacional, e o que foi deba-tido na Comissão Parlamentar dosNegócios Estrangeiros e Comuni-dades Portuguesas, concluiu-se oseguinte: os dias do Vice-Consu-lado em Frankfurt estão contadose a vida do Vice-Consulado de Os-nabrück parece insegura.

O trabalho que cada postopresta, seja qual for a sua quali-dade, é do conhecimento geral dacomunidade portuguesa residentena Alemanha. O que talvez nãoseja do conhecimento geral são osmeios de que cada posto dispõepara prestar o serviço de proteçãoconsular mau, suficiente ou bom.

Reunindo todos os dados dis-poníveis: área geográfica que ab-rangem, número de atosconsulares, número de nacionaisinscritos no recenseamento eleito-ral e quadro de pessoal, verificá-mos não existir justificação para oencerramento do Vice-Consuladoem Frankfurt, e muito menos parao encerramento do Vice-Consu-lado em Osnabrück.

Este último apresenta os mel-hores resultados laborais. Esteposto conta apenas com o Vice-Cônsul e três funcionárias, tem omaior número de portugueses ins-critos nos cadernos de recensea-mento eleitoral e é de longe o querepresenta menos despesa para oEstado Português, além de ser omais reputado junto da comuni-dade portuguesa.

O leitor interrogar-se-á o que

pode levar o governo a querer en-cerrar os dois Vice-Consulados,pergunta essa que também a nósse colocou.

Talvez pelo único fator queambos os Vice-Consulados(Frankfurt e Osnabrück) possuemem comum, fator esse que os dife-rencia dos postos em Estugarda,Düsseldorf e Hamburgo: os seustitulares não são diplomatas decarreira!

Se este governo quer fecharpostos consulares, uma vez que asituação económico-financeiraobriga a alguma contenção na de-spesa, então porque não utilizacritérios justos e transparentes,como por exemplo os custos, pro-dutividade e área consular?

De facto nenhum encerra-mento foi corroborado pelo atualgoverno, mas se o posto consularem Frankfurt já rescindiu o con-trato de arrendamento para 31 deDezembro, parece pouco provável,face aos invernos rigorosos da Ale-manha, que possa atender osutentes no exterior, facto que jálevou a comunidade a agendaruma manifestação para o dia 5 deNovembro.

Quanto ao Vice-Consulado dePortugal em Osnabrück o prog-nóstico ainda não é seguro. OVice-Cônsul, Manuel da Silva, temdesmentido “categoricamente”todas as notícias que apontampara o encerramento daquela re-presentação consular, quer no Fa-cebook do Vice-ConsuladoPortugal Osnabrück, quer em en-trevista recentemente concedida àRDPi. Falta saber se o mesmo tem

informações privilegiados porparte do Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas, Dr.José Cesário, ou, se os seus des-mentidos se baseiam unicamentenas declarações públicas daquelegovernante.

Se a intenção do Secretário deEstado das Comunidades Portu-guesas ou do Ministro dos Negó-cios Estrangeiros é económico-financeira, então porque motivonão olham para a produtividadedos cinco postos consulares, corri-gem o que está mal, põem fim aodesgoverno e responsabilizam osresponsáveis?

Quem certamente não é re-sponsável são os mais de 130 milcidadãos nacionais que já hojepercorrem centenas de quilóme-tros para tratarem da sua docu-mentação. Estes mesmos 130 milnacionais investem em Portugal,deslocam-se todos os anos a Por-tugal, gastando muito dinheiro nonosso país. Estes cidadãos nacio-nais não têm dupla nacionalidadecomo muitos dos nossos compa-triotas que vivem noutros países,maioritariamente fora do espaçoeuropeu: estes cidadãos necessi-tam de recorrer repetidamente aosseus consulados!

O governo tem toda a legitimi-dade para reestruturar, mas nãopode esquecer que apenas está le-gitimado para gerir o dinheiro pú-blico. Este direito obriga ogoverno a corrigir o que está mal enão a encerrar o que está bem, en-quanto mantém intocáveis aque-les que se destacam pelaincompetência.

“Reestruturação diplomática e consular” ou “Encerramento de Embaixadas e Consulados”?

O Sindicato dos Professores dasComunidades Lusíadas (SPCL)disse que o Governo se preparapara acabar com o ensino de por-tuguês no estrangeiro, mantendouma presença „simbólica“ apenasnas grandes cidades.

“Ainda não havia a crise queagora é usada como pretexto játinham começado os enormes cor-tes neste ensino. Agora conti-nuam. Os professores trabalhamem condições impossíveis, não háa mínima qualidade de ensino eessas condições vão tornar-seainda piores no próximo ano le-tivo“, disse a secretária-geral doSPCL, Teresa Soares.

A dirigente sindical adiantouque a situação está a „piorar gra-dualmente“, dando como exemploo corte de 30 cursos na rede de en-sino de português no estrangeiroem relação ao ano passado, deci-dido em junho, a que se seguiu,em setembro, a decisão de nãosubstituir professores que se en-

contrem em licença dematernidade ou que sereformem a meio doano.

„Todos esses alu-nos ficarão sem aulas.Na área de Estugarda,onde leciono, estão nomomento mais de 300alunos sem aulas eassim vão continuar atéfevereiro porque osprofessores estão comlicença de parentali-dade“, disse.

Acresce a isto, se-gundo Teresa Soares, ofacto de o Instituto Ca-mões, que tutela desde2010 o ensino de português noestrangeiro, ter cancelado um con-curso para colocar professores noensino básico e secundário e nosleitorados no estrangeiro.

A sindicalista lembra que oscandidatos tiveram que pagartodas as deslocações para fazer as

provas, a de conhecimentos naembaixada do respetivo país e aavaliação psicológica em Lisboa,para verem os resultados do con-curso cancelados por falta de ver-bas.

„Obviamente que os alunosque essas pessoas iam lecionar fi-caram sem aulas“, disse Teresa

Soares, adiantando nãoconseguir avançar comuma estimativa dequantos alunos foramafetados por esta deci-são.

Ainda assim, avan-çou que no total terãosido eliminados 100cursos de português.

Por tudo isto, TeresaSoares acredita que oGoverno se preparapara acabar com o atualmodelo de ensino deportuguês no estran-geiro.

„Tudo leva a crerque estamos a aproxi-

mar-nos a passos largos do fim doensino do português no estran-geiro com professores qualificadose aulas presenciais regulares“,acrescentou a dirigente sindical.

Teresa Soares sublinha a dis-tância entre „a propaganda polí-tica“ sobre a aposta na valorização

estratégica da língua portuguesa ea prática.

„Aqui só vejo uma estratégia,que é a de manter um ensino quenão será mais do que simbólico eque será, se continuarmos nestecaminho, apenas concentrado nasgrandes cidades onde há grandesconcentrações de portugueses.Depois os cursos para os portu-gueses que se encontram disper-sos e que até são em maioria irãotodos acabar. O resultado é que oensino praticamente desaparece eficamos com um ensino simbó-lico“, sublinhou.

Para a secretária-geral doSPCL, afeto à Federação Nacionalde Educação (FNE), o corte decursos de português junta-se ao„encerramento projetado“ de vá-rios consulados.

„Portugal é um país europeu,mas vamos ficar sem representa-ção na Europa porque não temosensino da língua e cultura nem re-presentação diplomática“, disse.

Governo prepara-se para manter ensino “simbólico” no estrangeiro, diz Teresa Soares

Teresa Soares secretária-geral do SPCL

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PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011Nacional & Comunidades4

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FLASHAristides de Sousa Mendes

ExposiçãoO Organismo de Coordenação

da Emigração na Europa (OCEE)do PCP considerou que as comu-nidades portuguesas têm sido “ob-jecto de uma ofensiva contra osseus direitos constitucionais”pelos últimos governos, em nomeda crise.

Em comunicado divulgado, oorganismo do PCP, que estevereunido em Paris para fazer umaavaliação da situação da emigra-ção, acusou ainda que o programado actual Governo “não apontauma única medida para fazer in-verter” os problemas que os emig-rantes enfrentam devido à criseeconómica e financeira.

“Os sucessivos governos da po-lítica de direita em Portugal fazemrecair também sobre os portugue-ses emigrados os custos do desa-stre económico e financeiro emque as suas políticas mergulharamo país”, acentuou, considerandoque “o programa do actual go-verno do PSD/CDS não apontauma única medida concreta para

fazer inverter esta situação”.A estrutura comunista afirmou

que nos últimos anos mais de duasdezenas de consulados “foram en-cerrados ou desprovidos” e que,no mesmo período, “o orçamentopara o Ensino do Português noEstrangeiro caiu de 43 para 33milhões de euros”.

Os comunistas consideraramque se “sucedem os sinais de queas comunidades portuguesas vãocontinuar a ser penalizadas commais cortes orçamentais e alvo demais uma ofensiva contra os con-sulados e o ensino do Portuguêsno estrangeiro, em nome do com-bate ao défice das contas públi-cas”.

Nesse sentido, denunciaramque, na Alemanha, o ano lectivopara as comunidades portuguesasse iniciou com “numerosos cursossem funcionamento”, estando semaulas 330 crianças, responsabili-zando o Instituto Camões (IC),que “por falta de verbas”, não sub-stitui professores que, por qual-

quer motivo, deixem de exercer aactividade, temporária ou definiti-vamente.

“Na Bélgica, apesar da manu-

tenção do número de alunos ins-critos, a maioria dos professoresestão com horários incompletos ea outros não foram atribuídos ho-rários”, especificaram, acrescen-tando que a criação de cursos érecusada pelo IC e que foram cor-tados este ano 30 horários, dei-xando “dezenas de professores

sem colocação”.A organização do PCP mani-

festou também preocupação emrelação aos postos consulares, re-alçando que o Governo “preparauma nova ofensiva de encerra-mentos, como é o caso do vice-consulado de Frankfurt”.

O OCEE considerou “necessá-rio rever a actual lei do Conselhodas Comunidades Portuguesas(CCP), por forma a permitir a esteorganismo “o exercício das suascompetências, com autonomia fi-nanceira e de funcionamento eque permita igualmente a suaactuação à escala de cada país, re-pondo os Conselhos Locais”.

Apontou também que “o fraconível de participação dos portu-gueses residentes no estrangeironos últimos atos eleitorais, de-monstra a necessidade de rever aLei do Recenseamento, repondo afigura do apresentante, de modo afacilitar a inscrição eleitoral dequem o desejar, mesmo que residalonge do respectivo consulado”.

PCP considera que comunidades portuguesas são alvode “ofensiva contra os direitos constitucionais”

O PCP denuncia que, naAlemanha, o ano lectivopara as comunidadesportuguesas se inicioucom “numerosos cursossem funcionamento”, es-tando sem aulas 330crianças

O aeroporto de Beja poderáreceber no próximo ano ope-rações de voos „charter“ des-tinadas a transportar turistasda Alemanha e da Holandapara o Alentejo, reveloufonte da ANA - Aeroportos dePortugal.

O trabalho de captação denovas operações de voos „charter“para o aeroporto de Beja a partirde mercados previamente identi-ficados pela ANA e pela AgênciaRegional de Promoção Turísticado Alentejo (ARPTA) „continua aser realizado, com uma focalizaçãonos mercados alemão e holandês“,disse o porta-voz da ANA, Rui Oli-veira.

Segundo o responsável, a foca-lização nos mercados alemão e ho-landês está a ser desenvolvida„com vista à materialização deoperações“ de voos „charter“ parao aeroporto de Beja no verão daAssociação Internacional deTransporte Aéreo, que vai deMarço a Outubro.

No entanto, frisou, apesar das„diligências no mercado holandês“com vista à realização de opera-ções „charter“ a partir deste mer-cado, „o principal foco dosparceiros“ para o verão da Asso-ciação Internacional de Trans-porte Aéreo será „o mercadoalemão“.

Em Março deste ano, o presi-dente da Turismo do Alentejo, An-tónio Ceia da Silva, já tinha dito àLusa que a ANA e a ARPTA esta-vam a trabalhar os mercados ale-mão e holandês, para serem feitas

„a partir de 2012 ou 2013“ opera-ções de voos „charter“ para o aero-porto de Beja e destinadas aturistas da Holanda e da Ale-manha. Na altura, segundo Ceiada Silva, tratava-se de „contactosexploratórios para que venham aser feitos para os mercados holan-dês e alemão contratos idênticos“ao feito para o mercado britânicocom o operador turístico Sunvil, opromotor da primeira operaçãocomercial de voos „charter“ no ae-roporto de Beja.

A operação, que liga semanal-mente o aeroporto de Heathrow, oprincipal de Londres, e o de Beja,começou a 22 de maio e terminadomingo, após 22 operações, numtotal de 44 voos „charter“.

Cada operação tem vindo arealizar-se ao domingo e incluídodois voos, um Heathrow-Beja eoutro Beja-Heathrow, num aviãoEmbraer da companhia aérea Bri-tish Midland International (BMI)com 49 lugares.

Segundo Rui Oliveira, „em ter-mos estatísticos“, até ao passadodia 9 de Outubro, quando se reali-zou a penúltima operação da liga-ção entre Londres e Beja, que„correspondeu às expetativas“,mas foi „bastante complicado“convencer operadores turísticos acomprar lugares, desembarcamno aeroporto de Beja 421 passagei-ros e embarcaram 377, num totalde 798.

Além do voo inaugural e dos

voos „charter“ da operação daSunvil, o aeroporto de Beja, que,desde que começou a operar, a 13de Abril deste ano, já teve 973 pas-sageiros, recebeu na segunda-feirao primeiro voo privado do opera-dor líder mundial na aviação exe-cutiva, a norte-americana Netjets,com o qual a ANA está a trabalharpara captar mais operações do gé-nero para a infraestrutura alente-jana.

Também o Grupo Vila Vita vairealizar oito voos entre o aero-porto alemão de Estugarda e o deBeja, que vão decorrer duranteeste mês e Novembro, para trans-portar clientes do grupo para a suaunidade hoteleira no concelho deBeja, a Herdade dos Grous.

Aeroporto de Beja

Voos “charter” para os mercados alemão em 2012› Novembro já conta com oito voos para Estugarda

Aristides de Sousa Mendes foium diplomata português. Cônsulde Portugal em Bordéus no ano dainvasão da França pela AlemanhaNazi na Segunda Guerra Mundial,Sousa Mendes desafiou ordens ex-pressas do seu ministro dos Negó-cios Estrangeiros, Antônio deOliveira Salazar, (cargo ocupadoem acumulação com a chefia doGoverno) e concedeu 30 mil vistosde entrada em Portugal a refugia-dos de todas as nacionalidadesque desejavam fugir da França em1940.

Aristides Sousa Mendes salvoudezenas de milhares de pessoas doHolocausto. Chamado de "oSchindler português", tambémteve a sua lista e salvou a vida demilhares de pessoas, das quaiscerca de 10 mil judeus.

Aé 16 de Novembro 2011

Page 5: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POSTNº 208 • Novembro 2011 Notícias 5

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Informação Consular

Í

DivórcioA partir de 01/03/2001, conformeresulta do disposto no Regula-mento (CE) n.º 1347/2000, de 29de Maio, as decisões proferidasnum Estado-Membro relativas àcompetência em matéria matrimo-nial e de regulação do poder pater-nal em relação aos filhos comunsdo casal, são reconhecidas nos ou-tros Estados-Membros sem neces-sidade de recurso a qualquerprocedimento.Deixou, portanto, de ser necessáriorecorrer ao Tribunal de Relação emPortugal para revisão de sentençaestrangeira quando existe uma sen-tença de divórcio pronunciada naAlemanha depois de 01/03/2001.O Regulamento (CE) n.º2201/2003 do Conselho, de 27 deNovembro de 2003, relativo àcompetência, ao reconhecimento eà execução de decisões em matériamatrimonial e emmatéria de responsabilidade paren-tal substitui e, por conseguinte, re-voga o Regulamento (CE) n.º1347/2000, com efeitos à data dasua aplicação, seguidamente indi-cada.Entrou em vigor em 01/08/2004 eé directamente aplicável a partir de1 de Março de 2005 nos Estados-Membros, em conformidade com oTratado que institui a ComunidadeEuropeia.Assim, todos os nacionais cujo ca-samento foi dissolvido por decisãode um Tribunal local, podem regu-larizar a sua situação, dirigindo-seao consulado da sua área.Fonte: Vice-Consulado em Osnabrück

O secretário de Estado das Co-munidades admitiu que possamser encerrados alguns consuladosna reforma que o Governo está apreparar na rede consular, em-bora diga não saber ainda precisaras alterações que vão ocorrer.

“Pode haver postos que vão terque encerrar”, afirmou José Cesá-rio, à saída de uma audição na Co-missão parlamentar dos NegóciosEstrangeiros e das Comunidades.

Perante os deputados, o gover-nante disse que está a “analisar arede consular”, que “pode haveralterações”, falou em “mexidas”,mas evitou admitir o encerra-mento de delegações diplomáticasportuguesas no estrangeiro, comoveio a fazer depois à saída, emborasem avançar pormenores.

Entretanto, e tal como noti-ciou o PORTUGAL POST na ante-rior edição, decido está oencerramento do Vice-Consuladoem Frankfurt.

Acerca dos contratos dos 40professores de Português que en-sinavam junto das comunidadesportuguesas e que não viram osseus contratos renovados, JoséCesário disse que se deve à falta deverbas.

“Não temos meios para cum-prir esses contratos”, disse à saída.

No início da sua intervenção, osecretário de Estado do Ministérioliderado por Paulo Porta disse queatual crise está a “arrastar parafora de Portugal milhares e milha-res” de pessoas, que optam poremigrar.

Entre as comunidades portu-guesas no estrangeiro, cujo totalestima em cinco milhões de pes-soas, José Cesário disse haver si-tuações diferenciadas, com“bolsas de pobreza que não exis-tiam” e “situações extremas de de-semprego”, de um lado, e“comunidades em situação de su-cesso extremo”, do outro.

Equipamentos portáteis de re-colha de dados para emissão decartões de cidadão, passaportes evistos vão funcionar ainda esteano ou no início de 2012 na redeconsular portuguesa, anunciou osecretário de Estado das Comuni-dades.

A mobilidade dos equipamen-tos vai possibilitar que funcioná-rios consulares se desloquem àscomunidades de emigrantes maisdistantes, evitando que as pessoastenham que percorrer grandesdistâncias para tratar da docu-mentação.

José Cesário disse que estãoser estabelecidos protocolos comassociações de emigrantes e ou-tras instituições para que o tra-

balho de recolha dos dados biomé-tricos para emissão da documen-tação, agora centralizada emLisboa, possa ser feita nesses lo-cais.

“É uma medida prevista no or-çamento do Estado do próximoano”, assegurou o governante,acrescentando que já estão a serrealizados testes com os equipa-mentos.“Será uma autêntica revo-lução no atendimento consular”,acrescentou José Cesário.

Os equipamentos portáteispermitem recolher as impressõesdigitais de todos os dedos dasmãos dos portadores, mas por en-quanto vão continuar a ser recol-hidas apenas as dos dedosindicadores.

O Governo tenciona criar gabi-netes de apoio nas instituições as-sociativas das comunidadesportuguesas, de acordo com a ver-são preliminar da proposta dasGrandes Opções do Plano (GOP)2012-2015.

Definindo as comunidadesportuguesas como “uma priori-dade absoluta no contexto da po-lítica externa”, o Governo atribuiaos gabinetes que serão criados odesenvolvimento das „vertentesda acção consular, do apoio sociale da acção cultural“.

Por outro lado, define a mobi-lização dos jovens luso-descen-dentes como “uma das primeiraspreocupações” e promete dar se-quência a programas que per-mitam a sua relação com a culturae a língua portuguesa e também“com a realidade do Portugal con-temporâneo.

Relativamente às comunida-des portuguesas, o Governo pro-põe-se também dar prioridade aoalargamento da participação elei-toral dos portugueses residentesno estrangeiro e, em simultâneo,

incentivar o recenseamento eleito-ral.

“O Conselho das ComunidadesPortuguesas e o movimento asso-ciativo da Diáspora serão conside-rados parceiros privilegiados,sendo chamados a pronunciar-seou a acompanhar o desenvolvi-mento das principais medidas”, lê-se no documento, em que tambémse refere a aposta em “mecanis-mos de captação de poupanças einvestimentos dos portugueses re-sidentes no estrangeiro”.

No âmbito das comunidades, éainda prioritária a reforma do en-sino do português no estrangeiro,com aposta num modelo que per-mita alargar a rede aos países forade Europa e desenvolver umanova plataforma de ensino à dis-tância.

O objectivo desta plataforma é„apoiar a ação dos professores, acertificação das aprendizagens ob-tidas, a articulação estratégicacom instituições formadoras exis-tentes em cada país ou cidade deacolhimento e a contratação localde professores“.

Secretário de Estado das Comunidades admiteencerramento de postos consulares

Equipamentos portáteis vão facilitar emissãode documentos aos emigrantes

Governo vai criar gabinetes de apoio àscomunidades portuguesas O deputado social-democrata pela

Europa, Carlos Gonçalves, defen-deu que a estratégia para a diplo-macia económica não pode excluiros empresários das comunidades,apontando o exemplo da Françaonde existem 45 mil empresas deportugueses.

„Não me parece poder, no in-teresse de Portugal, haver umaestratégia da diplomacia econó-mica sem contar com os empresá-rios das comunidades portuguesase com as organizações que existemnessas comunidades na área em-presarial“, disse Carlos Gonçalves.

O deputado, que na últimaquinzena tem mantido contactoscom empresários portugueses nasregiões francesas de Paris, Lyon,Orleans e Tours e com a Câmarade Comércio Franco-Portuguesa,sublinhou que „as comunidadesestão organizadas (empresarial-mente)“, sendo „essencial contarcom elas“.

„Só em França há 45 mil em-presas de portugueses, em diver-sas áreas, médios e grandesempresários, e, por isso, é funda-mental que nessa estratégia sejaincluída esta área. Sei muito bemque comunidades portuguesas ediplomacia nem sempre se com-patibilizaram, muitas vezes porpreconceitos, preconceitos essesque têm que ser ultrapassados“,disse.

Carlos Gonçalves explicou queos contactos com empresários têmcomo propósito chamar à atençãopara a importância das comunida-des portuguesas numa altura em

que foram conhecidas as váriaspropostas do grupo de trabalhopara a internacionalização da eco-nomia portuguesa.

Nos cenários apresentados,Carlos Gonçalves afirmou nãovislumbrar qualquer indicação deque as comunidades portuguesasserão incluídas neste processo,mas garante que esse é um dospropósitos do primeiro-ministro,Pedro Passos Coelho.

„No documento não fica ex-presso isso totalmente, por isso fiztambém este tipo de contactospara assinalar essa necessidade.Quero acreditar que aqueles queanalisam a economia portuguesaintegram no todo as comunidadesportuguesas, mas são necessáriossinais. Este foi só um grupo de tra-balho, acredito que estes sinaisserão dados e quero acreditar quea estratégia final terá de contarcom a área das comunidades por-tuguesas“, considerou.

Diplomacia económica tem que contarcom empresários das comunidades

Segundo Deputado do PSD Carlos Gonçal-

Carlos Gonçalves

O secretário das ComunidadesPortuguesas, José Cesário, admi-tiu à Agência Lusa em Paris que oOrçamento de Estado (OE) para2012 implicará „uma redução demeios“ na sua tutela.

„Haverá redução de meios,com certeza, mais numas áreasque noutras, mas haverá redução“,declarou José Cesário.

„Ainda não temos valores,temos uma ideia mas haverá even-tualmente acertos que virão a serfeitos. Mas admito que teremos defazer opções“, acrescentou o secre-

tário de Estado.„Vamos procurar corrigir todo

o tipo de desperdícios e depoissomos obrigados a fazer opções.Essas opções serão aquilo que nospermitem aproximar-nos das nos-sas comunidades e fazer com queas comunidades se sintam maisbem servidas“, explicou José Ce-sário. „Quando digo que vamosfazer opções, isso significa que háactividades em que provavelmentenão vamos reduzir meios e que háoutras que acabarão“, frisou tam-bém o secretário de Estado.

Orçamento do Estado implica “redução de meios”em 2012, diz José Cesário

Page 6: Portugal Post Novembro 2011

6 PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011

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So urteilt die Presse:«... für die sprachliche Grundausbildung an Universitäten ist es wohl uneingeschränktgeeignet. Ihm sind weitere Neuauflagen ... sowie zahlreiche Benutzer zu wünschen.»Daniel Reimann in «Zeitschrift für romanische Sprachen und ihre Didaktik», 10/08

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m consulado faz omesmo trabalho que umvice-consulado. O chefedum consulado é um di-plomata de carreira,

mais para representar do que paratrabalhar. E isto com a agravanteque, no consulado ele ainda sobre-carrega os outros funcionárioscom trabalho seu e ocupa um es-critório. Um Vice-cônsul faz o tra-balho dos dois mas maismodicamente e mais próximo dopovo.

As despesas com um Cônsulportuguês na Alemanha chega-riam para manter um vice-consu-lado. Pelo que consta, um cônsulalém do seu ordenado tem direitoa um subsídio mensal de renda decasa entre 3.000 e 4.000 euros, eum subsídio de representação de7.000 euros mensais. Um consu-lado tem o seu cônsul, um vice-cônsul e outros empregados. Se oGoverno nomeasse, em vez dum

cônsul de carreira, apenas umvice-cônsul residente no país doPosto consular, poderia empregaro subsídio de residência que gast-aria com o cônsul no aluguer dasinstalações para um vice-consu-lado e os sete mil euros de repre-sentação poderiam ser aplicadosprodutivamente. A redução dedois consulados para vice-consu-lados, na Alemanha, disponibiliza-ria dinheiros suficientes para semanter os vice-consulados deFrankfurt e de Osnabrück . Umcônsul custa ao erário público pelomenos 15 mil euros por mês.

Diplomatas de Carreira defen-dem as suas Mordomias

O Governo encontra grandeoposição ao seu plano de reestru-turação e poupança nas embaixa-das e consulados de carreira. Aípoderia o Estado poupar fortunasmas não parece ter poder contra aclasse dos diplomatas. Estes que-rem manter a maior parte de pos-

tos de carreira preferindo acabarcom os vice-consulados, porquenestes não são precisos diploma-tas de carreira. Será que PauloPortas não tem poder para ema-grecer este gordo couto, ou seráque o poder corrompe? Umanação economicamente ajoelhadatorna-se ridícula nas regalias quedá às suas mordomias de repre-sentação sem obter nada em con-trapartida. Naturalmente que asembaixadas se prestam param setornarem reservados de ilustresdos partidos.

De facto, o encerramento dumvice-consulado encontra o apoiodo corpo diplomático porque ovice-consulado faz o mesmo tra-balho dum consulado não preci-sando, para o efeito, pessoaldiplomático. Este opõe-se, porisso, à passagem de Consulados avice-consulados. Sabe-se porémque, duma maneira geral, Vice-consulados servem melhor o pú-

blico do que os consulados.O MNE ao seguir à pressão dos

diplomatas não toma a sério asmedidas de poupança.

O Estado deveria fazer contas.A falta de assistência aos portu-gueses desmotiva o envio de recei-tas para Portugal, fomenta anaturalização alemã bem como aida de pessoas idosas para Portu-gal. Tudo problemas complicados.É preciso emagrecer a máquina eaproveitar a reforma para salvaras instituições que funcionambem. A crise é uma grande oportu-nidade para finalmente se tomar asério o Estado e o povo. Se se pou-pam na reforma os senhores doolimpo, a credibilidade de Portu-gal, para resolver a crise, torna-senula. Senhor ministro Paulo Por-tas, aproveite a oportunidade paraficar na história como um esta-dista valente. Heróis só são possí-veis em tempos de crise, há quenão deixar passar a oportunidade.

É preciso arrumar com as teias dearanha que ainda restam no corpodiplomático. Diplomacia é boa senão for construída à custa de pri-vilégios que afastam do povo e ob-struam o melhor servir!

Como constatamos a vida éluta e muitos dos que lutam alcan-çam um lugar ao sol na sociedade.Os diplomatas defendem afinca-damente os seus privilégios por-que sabem disso. E o povo,ingenuamente, queixa-se em vezde se levantar e protestar com efi-cácia. Democracia corre o risco dese tornar num álibi para justificaro domínio dos que sempre domi-naram e viveram demasiado bemà custa dos Estados e dos Povos!

*Conselheiro Consultivo do Vice-Consu-lado de Frankfurt

Vice-Consulado de Frankfurt vítima de interesses duma classe

U

Page 7: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 Entrevista 7

No passado dia 1 de Outubro de-correu o 6º Festival de Folclore,organizado pelo Rancho Folcló-rico “As Lavradeiras de Güters-loh”, que contou com a presençados Ranchos Folclóricos “Arco-Íris” (Osnabrück), “Âncora doMar” (Rheine), “Coração doMinho” (Hagen), “St. António”(Dortmund) e um Rancho Folcló-rico vindo do Luxemburgo. O Fes-tival teve lugar em Verl, umapequena cidade vizinha, onde o FCPorto defrontou o SC Verl em jogode preparação no último verão.

Assistimos a um dia maravil-hoso, repleto de portugalidade,onde predominaram a amizade e aconvívio. Até a temperatura exte-rior ajudou, pois viveu-se um “1 deOutubro” nunca visto, de céu azule com temperaturas que mais fa-ziam lembrar o nosso lindo Portu-gal.

Ao som dos acordeões, os ran-chos folclóricos apresentaram oseu reportório, sempre muito bemanunciado pelo Sr. Machado,apresentador convidado para oefeito, que apresentou todo estefestival de uma forma muito pro-fissional.

A presença do Vice-CônsulManuel Correia da Silva foi visi-velmente apreciada por todos ospresentes, mesmo pelos elemen-tos dos ranchos folclóricos oriun-dos de outras áreas consulares. Énotável que este representante doEstado Português é muito apre-ciado pela Comunidade Portu-guesa, apreciação essa que não selimita à sua área consular.

No final da atuação de todos osranchos folclóricos a Presidentedo Rancho Folclórico “As Lavra-deiras de Gütersloh” convidou oVice-Cônsul a dirigir umas palav-ras às centenas de pessoas que seencontravam no pavilhão.

No seu discurso, livre e muitosentido, Manuel Correia da Silva

lembrou os presentes do que paraele representavam as Comunida-des Portuguesas, o associativismoe os ranchos folclóricos. Referiu-se ao “projeto de gerações”, poisentendia que todas estas agremia-ções que sobreviveram várias ge-rações só faziam sentido se fossementendidas como um verdadeiroprojeto de gerações, nunca termi-nando, mas evoluindo com osnovos tempos e gostos, sem nuncase esquecerem das raízes.

Mais lembrou o esforço finan-ceiro que o Estado Português temfeito para assegurar o ensino daLíngua e Cultura Portuguesa, aler-tando os presentes para o facto deque o ensino da língua portuguesacomeça em casa e é da competên-cia dos pais, cabendo aos profes-sores o aperfeiçoamento daproficiência linguística. O Vice-Cônsul afirmou convictamenteque “os bons conhecimentos dalíngua portuguesa são, cada vezmais, uma mais-valia no mercadode trabalho”.

Ao terminar o seu discurso oVice-Cônsul, de uma forma muitosentida, agradeceu à ComunidadePortuguesa a amizade e a exce-lente colaboração com as quaissempre contou, tendo frisado que“sempre lutou e sempre lutarápara defender os interesses dasPortuguesas e dos Portugueses”,pois são estes que representamPortugal. De seguida apelou atodos os Portugueses a não se re-signarem, mas sim a acreditar emPortugal e a ajudarem Portugal aenfrentar os atuais problemas eco-nómico-financeiros. “Não duvidoque juntos vamos conseguir ven-cer, desde que para isso todos co-laborem.”

De um modo muito subtilagradeceu aos dois patrocinadoresdo evento: Jorge Fiqueiredo, pro-prietário da empresa Esporal, eLuís Freitas, como Responsável doBanco Montepio na Alemanha,com sede em Frankfurt. Enalteceua presença de ambos, dizendo “aestes patrocinadores se deve este

evento, pois a existência destesRanchos Folclóricos depende depatrocinadores e do sacrifício pes-soal e financeiro dos seus elemen-tos. Quero agradecer-vos o vossoapoio e a vossa presença.”

Ouviram-se fortes aplausos detodos os presentes e quando oVice-Cônsul desceu o palco foi ro-deado por um grupo de jovensportuguesas do “R.F. Coração doMinho” de Hagen, área consularde Düsseldorf, as quais solicita-ram serem fotografadas com ele.

Depois de terminado o dis-curso foi a vez da Banda “Beto &Vitor & Sara” de Frankfurt abril-hantar a noite, destacando-se amúsica do Kuduro que fez todos ospresentes dançarem ao seu ritmo.

Para quem pôde estar presenteneste Festival, foi notório que obom trabalho prestado pelo Vice-Consulado em Osnabrück nãopassa despercebido e há muito écomentado e apreciado tambémpor nacionais que residem noutrasáreas consulares.

O Rancho Folclórico “As Lavradeiras de Gütersloh”organizou o seu 6º Festival› Discurso do Vice-Cônsul de Portugal em Osnabrück mereceu fortes aplausos

A Comissão de Pais de Fellbachenviou um comunicado ao POR-TUGAL POST no qual se insurgecontra o corte de um dia de aulasde ensino da língua e cultura por-tuguesas, ficando cerca de trintacrianças apenas com um dia deaulaspor sem naquela região.

“Venho em nome de todos osencarregados de educação doCurso de Fellbach (Baden Würt-temberg) apresentar o nosso des-contentamento em nos teremcortado tempos lectivos de aulasde português aos nossos filhos,pois tal não se justifica”, diz José

Loureiro, presidente da Comissãode Pais de Fellbach, que diz aindanão ver razões “para este procedi-mento visto que o número de alu-nos manteve-se igual ou terámesmo aumentado relativamenteao ano anterior”.

Confrontada pelo nosso jornalcom esta situação, a adjunta dosserviços de ensino da embaixadaremeteu-nos para António Moniz,Ministro Conselheiro da embai-xada que, em resposta a um emailnos disse que “o corte de um diade aulas do curso de LCP em Fell-bach está relacionado com os

actuais constrangimentos orça-mentais que levaram o InstitutoCamões a redifinir os critériospara a elaboração das redes esco-lares EPE (em todos os países enão apenas na Alemanha)”.

Explicado o corte por razõesde austeridade, a Comissão dePais de Fellbach pergunta “se évantajoso cortarem no ensino deportuguês”, impedindo as criançase os jovens a aprender português.

“Se, no futuro, as crianças re-gressarem ao seu país de origem,como será a sua integração?”, per-gunta a Comissão de Pais

“Será justo que a minha filhanão possa ter orgulho em ser por-tuguesa e em saber falar bem a lín-gua de que tanto me orgulho?”,pergunta José Loureiro.

Por último, a Comissão Pais deFellbach apela “aos responsáveispelo ensino do português noEstrangeiro, para que tomem me-didas urgentes em salvaguardar alíngua que utilizava o nosso PoetaCamões e deixem que a crise nãoafecte o ensino. Ou que pelomenos não nos ignorem e nos ex-pliquem o porquê de estarmos aser postos de parte”.

Comissão de Pais de Fellbach apela

“Não cortem o direito aos nossos filhos de aprenderem português!

O alemão Wolfgang Lenzen fazuma paragem em Vila Real, naviagem de bicicleta que está arealizar à volta do mundo paraangariar dinheiro para a lutacontra a sida e crianças caren-ciadas do Uganda e Equador.

Wolfgang Lenzen, professorde filosofia aposentado, de 65anos, partiu no dia 01 de outu-bro da sua cidade natal, Osna-brück, na Alemanha.

O seu desafio é cobrir umadistância equivalente à circunfe-rência total da Terra no Equa-dor (40,075 quilómetros)dentro do período de 12 meses,pelo que esta rota o irá levar aoscinco continentes.

Ao mesmo tempo, WolfgangLenzen tem um objetivo solidá-rio.

Como embaixador do Ro-tary Club Osnabrueck-Mitte, oalemão quer angariar dinheiropara „Für Afrika Aidshilfe“, umprojeto de luta contra a sida emSoroti, Uganda, e para „FeriaLibre - El Arenal“, um projetoeducativo para crianças caren-tes, em Cuenca, Equador.

A ideia é alcançar a equação:40.075 quilómetros = 40.075euros. Wolfgang Lenzen pre-tende conquistar amigos e pa-trocinadores que possam doarum euro por quilómetro.

A primeira parte da viagemde 4.000 quilómetros ao longodo Sul da Europa, está a condu-zir o professor pela Alemanha,França, Espanha e Portugal.

Nesse âmbito, chega a VilaReal na terça-feira, onde vai serrecebido na Câmara Municipal.

Esta passagem pela cidadetransmontana decorre no âm-bito da geminação entre o mu-nicípio de Vila Real e omunicípio de Osnabrück.

Com esta receção, a autar-quia quer, segundo um comuni-cado enviado à imprensa, darvisibilidade a esta iniciativa decarácter solidário do professoralemão.

Alemão faz paragemem Trás-os-Montesnuma volta ao mundoem bicicleta solidária

Manuel Silva enquanto discursava. à dir., Luis de Freitas do Montepio Geral

Page 8: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011Comunidade8

3 perguntas a...José Eduardo, membro do Conselho das Comunidades Portugueas

Acha que a comunidadevai assistir impotente aoencerramento do Vice-Consulado? Estou seguro de que a Comu-

nidade vai lutar pela defesa doVice-Consulado de Frankfurt.

Já quando se deu a despromo-ção havia na comunidade aquelesque defendiam que se devia ir paraa rua protestar. No entanto, e por-que fomos informados de que,para os utentes, não havia qual-quer diferença entre Consulado -Geral e Vice - Consulado,decidimos não reagir.

Ora, como sabíamos que esteera apenas uma figura de decora-ção (nunca tínhamos visto umCônsul-Geral mexer uma palha),achámos que sem tal figura onosso consulado continuaria a tra-balhar bem como o tinha feito atéentão. Depois tivemos a confirma-ção.

Decidiram fechar Frankfurt,não para poupar o erário público,mas sim para defenderem umaelite e porque é mais fácil. Podemfazê-lo sem beliscar o corpo diplo-mático que, a meu ver sempre,desconsiderou as comunidadesportuguesas. Ora conhecendocomo conhecemos Paulo Portas,sabemos que ele se vai decidir peladefesa das suas elites, ignorando

as comunidades, bem como osfuncionários que há dezenas deanos servem de forma soberanaessas mesmas comunidades.

Portanto e voltando à sua per-gunta estou seguro de que a mani-festação marcada para 5 deNovembro vai ter uma enormeadesão, vai deixar bem patente aindignação da comunidade, contraa intenção do Governo de encerraro Vice-consulado.

O Conselho das Comuni-dades foi ouvido nesta de-cisão do Governo?O Conselho das Comunidades

não foi ouvido por ninguém. Logoque tomei conhecimento da inten-ção do Governo, escrevi ao Se-nhor Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas apedir-lhe uma audiência. Fi-lo naminha qualidade de Conselheiroeleito por esta área consular. Paraalém disso, fiz também referenciaao facto de ser um dos decanos dacomunidade portuguesa, de seractivo e pioneiro nos conselhos deestrangeiros e um dos poucos au-tarcas portugueses neste País. Ex-pliquei ao senhor Secretário deEstado os motivos porque consi-derava errada esta intenção e mo-strei-me disponível para os poderapresentar de viva voz. Por razões

que desconheço, e contrariando oque dizia enquanto oposição, o se-nhor José Cesário não respondeuà minha solicitação. Ora eu achavamuito importante poder informá-lo pessoalmente dos meus conhe-cimentos sobre este assunto, atéporque estou certo de que esta in-tenção de encerrar Frankfurt seestá a basear em informações fal-sas, fornecidas por alguém que,como já deixei dito, “está-se nastintas”, quer para o erário nacio-nal, quer para a comunidade por-tuguesa, Repito o que está emcausa nesta intenção é a defesa dediplomatas, isto é cônsules que,como sabemos, salvo raras excep-ções, não fazem qualquer falta.

Para além de um comuni-cado, que iniciativas éque os Conselheiros doCCP têm em vista paraprotestar contra o encer-ramento do posto consu-lar?Como sabe o novo estatuto do

CCP acabou com os conselhos re-gionais. Nós, os conselheiros decada País estamos enquadradosnuma comissão permanente. Oracomo queríamos que a Alemanhaestivesse representada num má-ximo de comissões, decidimosentre nós em que comissão é que

íamos trabalhar. Portanto somosconselheiros da comissão X, Y ouZ e é nestas comissões que desen-volvemos as nossas actividades.Para um trabalho de colaboraçãoentre nós não há verbas. Alémdisso, também não há qualquerverba para um trabalho junto dascomunidades. Por isso e de umaforma sistemática temos cada umde nós tentado fazer algo pela de-fesa do Vice-Consulado de Frank-furt. De imediato tentámos falarcom a Embaixada. Tentámos falarcom o Secretário de Estado dasComunidades. Tentámos saber doPresidente do Conselho Perma-nente se este tinha sido ouvido.Entrámos em contacto com osgrupos parlamentares da AR. Emconjunto, elaborámos e assinámosum protesto que remetemos parao Ministro dos Negócios Estran-geiros. Resumindo todos nós esta-mos empenhados na luta peladefesa de Frankfurt. No entanto,como CCP Alemanha não somosreconhecidos, nada podemos fazera não ser empenhar-nos e apoiar-mos a luta da comunidade. É issoque estamos a fazer, apelando àcomunidade que não tenha medode demonstrar a sua indignaçãoatravés de uma participação mas-siva na manifestação bem comona recolha de assinaturas.

NOTA DA ADMINISTRAÇÃO DO

PORTUGAL POSTAOS NOSSOS LEITORES

ASSINANTES

A partir de Janeiro de 2012,o preço de assinatura anualdo PORTUGAL POST vai so-frer um ligeiro aumento.Em vez dos actuais € 20,45,os leitores passarão a pagar€ 22,45 pelo preço de assi-natura. Neste preço está jáincluída a taxa do IVA(MWSt 7%).

Recordamos que desde asua fundação (em 1993) ojornal nunca aumentou opreço de assinatura, istoapesar de ao longo destesanos todos se ter registadosignificativos aumentos deprodução e de envio, sendoo último dos quais o au-mento que o DEUTSCHEPOST nos impôs..

Ao fim e ao cabo, os lei-tores assinantes pagam ape-nas os custos de envio dojornal para sua casa.

Pedimos, pois, a com-preensão dos nossos leito-res assinantes por esteprimeiro aumento que faze-mos nestes quase 19 anos deexistência.Portugal Post Verlag

A administração

A comunidade portuguesa perten-cente à área de Jurisdição do Vice-Consulado em Frankfurt está aorganizar uma manifestação con-tra o encerramento daquele postoconsular noticiado pelo PORTU-GAL POST na anterior edição.

A notícia da manifestação foiavançada pelos membros do Con-selho Consultivo (CC) junto da-quele posto consular que dizemestar a organizar a manifestaçãopara o próximo dia 5 de Novem-bro, com percurso entre Alte Opere Consulado.

“Os trâmites legais estão regu-lados com o Ordnungsamt deFrankfurt, já se encontrando devi-damente autorizada essa manifes-tação, com início às 13h00 e termoàs 16h00”, disse-nos AntónioJusto, o membro do CC.

A comunidade local tambémestá a promover um abaixo assi-nado contra o encerramento doVice-Consulado porque, dizem-nos “a comunidade não está dis-posta assistir impávida e serena aofecho do “seu” posto consular”.

A notícia do encerramento doposto, que apanhou de surpresatoda a comunidade, também nãodeixou indiferente Os Conselhei-ros da Alemanha do Conselho dasComunidades Portuguesas (CCP).

Num comunicado enviado ànossa redacção, o CCP insurge-secontra o encerramento do Vice-Consulado.

“Convém relembrar que a áreaconsular de Frankfurt abrangecerca de 30 mil portugueses (comtendência a aumentar!); é o prin-cipal centro financeiro da Europa;placa giratória dos transportes aé-reos mundiais e da economia eu-ropeia; cidade alemã com o maiornúmero de representações diplo-máticas depois da capital, Ber-lim.”, acentua o comunicado,acrescentando ainda que “há anosque as comunidades portuguesasestão a ser alvo de uma ofensivacontra a rede consular e o ensinodo português, os dois vectoresfundamentais da sua ligação aPortugal. Os Conselheiros da Ale-manha apelam ao Governo paraque acabe de uma vez por todascom os constantes ataques contraos direitos das comunidades, no-meadamente contra o direito con-stitucional à “protecção doscidadãos portugueses que se en-contrem ou residam no estran-geiro”

Também as secções do PartidoSocialista de Münster e de Estu-garda se solidarizam com a comu-nidade afectada pelo fecho do

Vice-Consulado em Frankfurt.Alfredo Cardoso, coordenador

da secção de Münster, disse, numanota enviada ao PORTUGALPOST, “que o PS protesta contra oencerramento do Vice-Consulado”e, também, “manifesta solidarie-dade para com os trabalhadores

daquele posto consular”.Alfredo Cardoso diz ainda que

apoia a manifestação da comuni-dade marcada para o dia 5 destemês e apela à participação detodos.

Contactado pelo PORTUGALPOST, o Secretario de Estado das

Encerramento do Vice-Consulado em Frankfurt

Comunidade manifesta-se no dia 5 de Novembro

Comunidades, José Cesário, disseque „neste momento não confirmoqualquer encerramento específico.Poderá haver casos em que tal severifique fruto da delicadíssima si-tuação financeira que estamos aatravessar mas as decisões nãoestão tomadas”.

Edifício do Vice-Consuladoem Frankfurt

Page 9: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 Comunidade 9

GENTE

Fala o Leitor

Informação Consular

Í

Passaporte Electrónico

Na ultima década, as comemora-ções do 10 de Junho, (Dia de Por-tugal) na área consular deDüsseldorf caíram no esqueci-mento, isto salvo uma ou outra As-sociação que, no caso da data sera um fim-de-semana, tenha ten-tado comemorar esse dia com umbailarico ou algo do género.

Tendo isto como pano defundo, a Cônsul-Geral em Dussel-dorf, Maria Durão, convocou umareunião que se realizou no pas-sado dia 16 de Outubro nas insta-lações do Consulado para se falarsobre a possibilidade de se organi-zar os festejos do 10 de Junho de2012 em Düsseldorf.

Para esta reunião foram convi-dadas as 51 associações e ranchosfolclóricos inscritos no consulado,assim como alguns empresáriosda região

Compareceram nesse do-mingo de sol, além da Cônsul e deum funcionário, dezoito pessoas, asaber: cinco representantes de as-sociações (Düsseldorf, Hagen, So-lingen, Neuss e Gelsenkirchen);três de Ranchos Folclóricos: Cora-ção do Minho de Hagen, Danças e

Cantares de Krefeld e Quinas dePortugal de Düsseldorf); dois em-presários, assim como um mem-bro do CCP.

Antes de se falar naquilo parao qual os elementos foram convi-dados, a cônsul começou por ma-nifestar o seu descontentamentoface às autoridades municipaisalemãs em Düsseldorf que,quando convidadas para os feste-jos oficiais do 10 de Junho, têmignorado o convite .

Um outro momento de insatis-fação foi o desprezo de entidadesalemãs face a portugueses nas co-memorações dos 50 anos do tra-tado da Alemanha com a Turquia.Por essa ocasião, a cidade de Duis-burgo não só distinguiu e home-nageou turcos, como aindacidadãos de várias nacionalida-des, alguns com uma presença nu-mérica inferior à portuguesanaquela cidade.

Perante a questão colocadaaos presentes sobre alguma ideiarelativa a eventos para comemoraro Dia de Portugal em 2012, notou-se na cara dos presentes que estesestavam ali com a intenção de

saber como organizar juntos coma ajuda do Consulado algo que di-gnifique o nome de Portugal.

Depois de alguma informaçãopor parte dos presentes, algunspresentes alertaram para o factode um evento destes implicaravultados custos e requerer muitotrabalho voluntário.

Chamou-se ainda a atençãopara outros riscos, como sejam ascondições atmosféricas e a capaci-dade de decisão das actuais direc-ções de associações que nãopodem decidir iniciativas para ou-tros corpos gerentes acatar .

Neste entrementes, decidiu-seformar “Comissão Organizadorado Dia de Portugal 2012“, Co-missão que funcionará com aajuda do consulado.

À Comissão podem aderir ou-tros elementos que terão de mani-festar esse desejo até à próximareunião a realizar a 6 deste mês.

Para já foi acordado que oevento a ser realizado ocorrerá emdois dias e em Dusseldorf, talvezna Apoloplatz. Antonio Horta,Correspondente

Comunidade em Düsseldorf cria Comissão Organizadora do festejos do 10 de Junho em 2012

Comissão de Pais de Markgröningen

A/C: Serviços de Coordenação de EnsinoEmbaixada de Portugal - BerlimZimmerstrasse 5610117 Berlim

Assuntos: Redução do horário de 2 para apenas 1 diaSubstituição da professora em licença de maternidade

Exmos. Senhores,A Comissão de Pais de Markgröningen, pertencente à Área Con-

sular de Estugarda, vem por este meio manifestar, em nome doCurso de Português de Markgröningen, juntamente com todos osEncarregados de Educação (abaixo-assinado anexo), a sua discor-dância em relação à redução do horário deste Curso de 2 para apenas1 dia por semana.

Esta redução irá prejudicar em muito os alunos que frequentameste Curso, uma vez que, para mais de 35 alunos, do 1º ao 12º anos,para além de ser difícil elaborar um horário que seja compatível comos horários da Escola Alemã de todos estes alunos, já que muitostambém têm aulas à tarde, parece-nos completamente antipedagó-gica a tentativa de agrupar numa só tarde este número de alunos enessa mesma tarde esperar que seja possível ensinar tantos anos deLíngua e Cultura Portuguesas. Como consequência desta medida as-sistiremos não só à desistência de muitos alunos, assim como à de-gradação das condições de ensino-aprendizagem.

Esta é, do nosso ponto de vista, uma medida inaceitável e quedesrespeita de forma grosseira o direito que estes alunos têm àaprendizagem da Língua e Cultura Portuguesas.

Em segundo lugar gostaríamos também de manifestar o nossodesagrado perante a falta de resposta até agora obtida relativamenteà substituição da Professora Cláudia Cardoso, que lecciona nesteCurso e que de momento se encontra em Licença de Maternidade.Deste modo, estes alunos encontram-se na eminência de ficar semaulas até finais de janeiro, altura em que a referida professora reto-mará ao serviço.

Pedimos que a situação destes alunos seja vista com muito cui-dado, é nosso dever olhar pelos seus direitos e lutar por eles. Doponto de vista dos Encarregados de Educação estas são duas situa-ções inaceitáveis e incompreensíveis.

Agradecíamos um breve esclarecimento da situação. Mobilizar-nos-emos para que os nossos alunos possam aceder a este ensinonas condições que nos parecem ser as mínimas aceitáveis.

Sem mais outro assunto,Muito cordialmente,Markgröningen, 28 de Setembro de 2011A Comissão de Pais

Pais escrevem à embaixada e esperam e desesperam por uma respostaA carta que aqui reproduzimos foi-nos enviada pela Comissãode Pais de Markgröningen com pedido de publicação após tersido enviada para os Serviços de Coordenação de ensino naEmbaixada de Portugal em Berlim a 28 de Setembro que,conforme nos adiantou a Comissão de Pais, ainda não respon-deu às preocupações dos encarregados de educação.

O passaporte é um documento deviagem individual, o qual permiteao seu titular a entrada e saída doterritório nacional, bem como doterritório de outros Estados que oreconheçam para esse efeito.

Nas nossas páginas apresentamos uma síntese dos pontos mais sig-nificativos para os portugueses residentes na República Federal daAlemanha.Se pretender requerer um Passaporte Comum, o qual reveste aforma de Passaporte Electrónico Português deverá comparecer noVice-Consulado munido dos seguintes documentos:

► Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão válido;► Passaporte anterior, se possuir (caducado ou válido)

ABíLIO FERREIRA, Vice-Cônsul em Frankfurt verá, como tudo in-dica, o “seu” posto consular encerrado no final do presente ano.Com 35 anos ao serviço do consulado como Técnico Social, Abílio Fer-reira merece, de todo, destaque aqui neste espaço por ter sido um homemque sempre se dedicou à comunidade de alma e coração. Nomeado Vice-Cônsul em Agosto de 2009, Abílio Ferreira chegou à Ale-manha quando tinha 21 anos no ano de 1971, tendo entrado para o con-sulado em Outubro de 1976.Abílio Ferreira é um homem que compreende as preocupações da comu-nidade, daí que a manifestação contra o encerramento do Vice-Consuladoseja também uma manifestação de apoio a Abílio Ferreira e a todos osfuncionários consulares que, com ele, serviram a comunidade local.

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PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011Reportagem10

Ainda não recebe o PORTUGAL POST

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0231- 83 90 289

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No dia 3 de Outubro celebraram-se 21 anos da união da RepúblicaDemocrática Alemã com a Repú-blica Federal Alemã e, agora, nodia 9 de Novembro comemoram-se 22 anos da Queda do Muro. Oque é visto por uns como a reuni-ficação das duas “Alemanhas”, ésentido por outros como uma ane-xação do seu país, um arrasar doseu sistema social e laboral, umainvasão dos valores materialistas.Além disso, apesar de se ter lem-brado 50 anos da construção doMuro e as suas vítimas, com a re-cente inauguração do novo Memo-rial do Muro em Berlim-Mitte,continuam a existir muros entreos alemães orientais e os ociden-tais e até mesmo a separar algunsque desejam a sua reconstrução.

Durante o pós-guerra, a RFAnão só reconstruiu o país, mas ree-ducou os seus cidadãos para a de-mocracia deitando-os no sofácolectivo do psicanalista para ten-tar perceber a razão do seu desva-rio que terminou no Holocausto.

Durante o mesmo período, aRDA viveu isolada voluntaria-mente, impôs a ditadura do prole-tariado aos seus cidadãos evivenciou o seu socialismo e a con-strução de uma nova sociedade e oesculpir do novo Homem, per-dendo, desta forma, a oportuni-dade de analisar o passadodemasiado recente.

Neste mês de comemoraçõesrelembremos o que foi, e no que setornou, uma rua do antigo bairrojudeu em Berlim-Mitte.

A Grosse Hamburgerstr. éuma rua sossegada no centro do

Scheunenviertel, pela qual pas-seiam grupos de turistas, passamconfiantes os miúdos do colégiojudeu e corre a pequenada do inf-antário da paróquia de SantaSofia.

Nas imediações, um parque damemória, fechado por um portão,guarda no seu silêncio o túmulo deMoses Mendelsohn, o filósofojudeu alemão, em cuja vida o es-critor alemão Gotthold EpghraimLessing se baseou para criar a per-sonagem Nathan, da peça homó-nima, uma das obra-primas daliteratura alemã. Alberga ainda aspedras tumulares de muitos ou-tros judeus desaparecidos no pas-sado. As lápides escritas emalemão e em hebraico, que sobre-viveram à destruição hitleriana,foram encostadas à parede emmemória da História. Conside-rado o cemitério judeu mais an-tigo de Berlim foi inaugurado em1672, encerrado em 1827 e de-struído em 1943. Quando o meufilho frequentava o infantário con-tíguo, eu levava-o àquele parquesilencioso, que fora abandonadoao seu destino no tempo da RDA.No Outono, dourado pelas folhascaídas, atraía as crianças que gri-tavam de alegria e se atiravamsobre aquele tapete quebradiçoque cedia à leveza dos seus corpose parecia também rir e brincar,agaiatado. Por momentos, era umparque esquecido das suas má-goas. Por vezes, aparecia por alium cão a farejar, a tentar marcaro território, mas depressa era afu-gentado pelos pais dos infantesbrincalhões. Aquele lugar onde sebrincava era sagrado e fora teste-munho de atrocidades. Actual-mente, está cercado por grades efechado por um portão com horá-

rio de abertura. Encerrado noSabat e feriados judaicos, o parqueda memória está deserto de crian-ças e privado dos seus gritos ale-gres, porque ainda há aqueles queo desrespeitam.

Uma placa negra presa aomuro conta-nos a história de umpassado demasiado presente euma escultura com figuras huma-nas em bronze relembra os habi-tantes do lar de idosos deportadospara Theresienstadt e Auschwitz.Uma estrela de David confirma asua identidade religiosa. Inúmeraspequenas pedras e seixos foramcolocados na base da escultura eno alto da lápide de Mendelsohn -uma tradição judaica, em memó-ria dos outros, por aqueles que lápassam, e relembram avós, tios-avós e vidas sépia desaparecidasna grande Shoa.

A alguns metros, do ladooposto, encontra-se o hospital ca-tólico de Santo Hedwig, de boamemória. Foi ali que as freiras daordem esconderam vários judeus,fazendo-os passar por doentes esalvando-lhes a vida com risco deserem também, deportadas paraos campos de concentração.

Deixo as recordações boas emás e continuo o meu passeio poresta rua do Scheunenviertel, o an-tigo shtetl dos judeus ortodoxoseslavos, desaparecidos. Passo peloliceu judaico, de onde saem jovensfalando animadamente em russo,alemão e hebraico. Os políciasestão ao portão próximo do segu-rança de kipa e olhar severo numrosto jovem. O meu shalom solta-lhe um sorriso do semblante sério.Onde havia um mundo e um muroem ruínas, sobre o qual o meufilho equilibrava os seus 3 anos, háagora um muro com grades de

ferro e câmaras de vigilância e po-liciamento 24 horas. Proibidosubir ao muro, proibido estacio-nar, proibido...dizem os avisos fi-xados nas grades altas e que nosfalam de medos sobreviventes.Apesar de a rua estar quase todarestaurada e recuperados os seusprédios antigos, uma das paredesde um edifício do complexo daigreja de Santa Sofia, contígua aoJüdisches Gymnasium, ainda nosmostra as feridas deixadas pelasbatalhas de rua entre os soviéticose os nazis no final da SegundaGuerra mundial; a última paredede que ainda não foram apagadasas marcas do tempo que passa eque não deveria ser esquecido. Oandaime lá colocado deixa-nos an-tever para breve o apagão da me-mória física. Enquanto reflectiasobre estas questões, vejo quatroquadrados de cobre embutidos nopasseio com nomes e datas grava-dos, e leio - aqui viveu a famíliaRosenberg. A história conheço-ade Israel; ouvia-a em Telavive di-rectamente da fonte (o dentista domeu filho) enquanto lhe fixava oaparelho; os seus familiares quenão foram assassinados durante oholocausto, mudaram de apelidoem Israel. Um dia, vieram a Ber-lim colocar, na rua onde viveram,a memória das atrocidades paraque jamais se esquecesse aquelepassado de má memória. Apesarda história trágica da família, omeu filho, com avós alemães, foitratado com carinho pelo eméritoprofessor da universidade de Tela-vive, que lhe falava sempre na lín-gua de Goethe e da famíliaRosenberg assassinada em Ausch-witz!

Correspondente em Berlim

queda do muro de Berlim A propósito da

Os membros da família funda-dora dos supermercados Aldi,seguidos do dono da concor-rente Lidl, continuam a liderara lista dos 500 alemães maisricos, divulgou a revista Mana-ger Magazin.

Estas duas cadeias de super-mercados operam em Portugal.

A informação, divulgadapela agência noticiosa EFE,adianta que Karl Albrecht, de 91anos, ocupa o primeiro lugardos alemães mais ricos este ano,com um património estimadoem 17.200 milhões de euros.

Em segundo lugar, e a poucadistância do primeiro lugar,estão os herdeiros do seu irmãoTheo Albrecht (falecido emJulho do ano passado): Berthold(57 anos) e Theo (61), com umafortuna conjunta de 16.000 mil-hões de euros.

O proprietário da cadeira desupermercados Lidl, DieterSchwarz, de 72 anos, conta comuma fortuna de cerca de 11.500milhões de euros, cerca de maismil milhões de euros do que háum ano, o que o coloca na ter-ceira posição.

Apesar da crise do euro tertido repercussões na situaçãopatrimonial dos alemães maisricos, refere a revista, o númerode pessoas ou famílias na Ale-manha com fortunas de cerca demil milhões de euros aumentoupara 108 (em 2010 eram 91).

A herdeira da do fabricanteautomóvel BMW, Susanne Klat-ten, foi a que registou o maioraumento patrimonial, gan-hando mais de 1.050 milhões deeuros.

A empresária, de 49 anos,galgou várias posições até aoquinto lugar, com uma fortunade 8.900 milhões de euros, fi-cando atrás da família Otto, cujonegócio é vendas por catálogo.

Entre os 15 alemães maisricos estão os outros herdeirosda família Quandt (BMW)_ Jo-hanna Quandt, a mãe de Klat-ten, com uma fortuna estimadaem 5.200 milhões de euros, eStefan Quandt, seu irmão, comcerca de 4.900 milhões deeuros.

Cristina Dangerfield-Vogt

Donos dos supermercadosAldi e Lidl são os mais ricosda Alemanha

Uma placa negra presa ao muro conta-nos a história de um passado demasiado presente e uma escultura com figurashumanas em bronze relembra os habitantes do lar de idosos deportados para Theresienstadt e Auschwitz. Uma estrelade David confirma a sua identidade religiosa. Inúmeras pequenas pedras e seixos foram colocados na base da esculturae no alto da lápide de Mendelsohn. Foto:CDV

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PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011

Trabalho não falta a LeonelRocha no atelier onde passaos dias a fazer e a repararacordéons e concertinas, res-pondendo a encomendas quelhe chegam de todo o país etambém do estrangeiro.

O rés do chão da vivenda queconstruiu em Ferreira do Zêzereestá ocupado por centenas deacordéons, uns em construção,outros em reparação, e outrosainda já em exposição na loja queocupa a dianteira da casa.

“Este é todo feito aqui”, diz pe-gando um acordéon vermelho, lu-zente, incrustado de brilhantes,resultado de uma encomenda.Porque faz tudo à vontade do fre-guês.

“O que o cliente pedir é o queo cliente recebe”, afirmou, mo-strando os “50 a 60 moldes” dedesenhos com que trabalha, jáque, tirando algumas peças, comoos botões ou os chassis em alumí-nio, é das suas mãos que sai todaa estrutura do instrumento.

Leonel Rocha era emigrante

na Alemanha quando, já lá vão 30anos, se meteu à estrada rumo aItália à procura de quem lhe ensi-nasse a arte do instrumento que ofascinava desde criança, um “bi-chinho” que veio primeiro do avôe depois do pai, que animava asdescamisadas e os bailes da aldeiacom uma “concertinazita muito

velhinha”.Foi em 1981 que obteve da fa-

bricante italiana Accordiola umcontrato que o tornou represen-tante em Portugal, ficando regis-tada para si a marca Perle d’Or.

Nessa altura, ainda emigrante,comprometeu-se a vender 20acordéons por ano, que “despa-

chava” nas férias de Agosto e deNatal.

Regressado a Ferreira do Zê-zere, Leonel Rocha já perdeu aconta dos acordéons que lhe pas-saram pelas mãos e só lamentaque o tempo não lhe chegue paraas encomendas.

O instrumento voltou a estar

na moda e só na escola que acolhena sua vivenda andam “à volta dequarenta e tantos alunos”, alémdaqueles que o professor Brunotem em várias localidades da re-gião que percorre durante a se-mana.

O filho da empregada que oacompanha há mais de 20 anos éa garantia de que a sua arte teráseguidores.

“O Bruno hoje está um afina-dor exímio. Posso entregar-lhetoda a parte mecânica, e na afina-ção é um dos grandes ouvidos doacordéon”, disse.

O Atelier do Acordéon ocupa aparte central da área expositiva daFeira do Acordéon que se iniciousexta-feira em Ferreira do Zêzeree termina hoje com a segundaGala Internacional do Acordéon.

Foi a realização deste eventoem 2010 que levou a autarquia apensar numa iniciativa mais alar-gada, que permita aos amantes ecuriosos do acordéon, além de as-sistirem a espetáculos, poderemparticipar em workshops e de-monstrações.

Ferreira do Zêzere:

Ex-emigrante na Alemanha, Leonel Rocha, o homem que fazacordéons à medida do artista   

Page 12: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011Imobiliária12

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Os emigrantes voltaram acomprar casas em Portugal, oque fez aumentar o número devendas de habitações emAgosto, disse o presidente daAssociação dos Profissionais eEmpresas de Mediação Imobi-liária de Portugal (APEMIP)

“O aumento do número detransacções registado emAgosto foi particularmente sig-nificativo no interior Norte,fruto do efeito sazonal do re-gresso dos emigrantes”, adian-tou Luís Lima, considerandoque são “um potencial de negó-cio” em que é preciso reflectir.

Luís Lima defende que ofacto de os emigrante teremvoltado a comprar casa no seupaís é um sinal positivo.

"Este fenómeno é inclusiva-

mente susceptível de ser corro-borado pelos dados do Bancode Portugal sobre as origens doinvestimento directo estran-geiro no imobiliário nacionalque apontam a França e aSuíça, como dois dos princi-pais pólos investidores emPortugal, precisamente peloefeito dos emigrantes”, salien-tou.

Os distritos de Viseu,Guarda e Bragança foram osque registaram maiores incre-mentos do dinamismo imobi-liário em Agosto (com taxas decrescimento mensais de58,6%, 82,3% e 72,9%, respec-tivamente) e os de Lisboa, Por-talegre e a Região Autónomada Madeira, os que sofrerammaiores contracções, todas

elas superiores a 25%.De acordo com estimativas

da APEMIP, ao longo dos oitoprimeiros meses de 2011 foramtransaccionados entre 130.000a 135.000 imóveis (tanto urba-nos, como rústico e mistos).

Só em Agosto, este dina-mismo situou-se entre os16.350 e os 16.800 negóciosconcretizados, o que se tradu-ziu num crescimento mensalde 3,3% face a Julho.

Pela primeira vez este anoregistaram-se dois meses con-secutivos de expansão imobi-liária (sobretudo visível nointerior norte que não foi sen-tida nas áreas metropolitanas).

As estimativas da APEMIPreferem que as Áreas Metropo-litanas de Lisboa e Porto con-

centram cerca de 32,2% dasvendas registadas em Portugaleste ano (25,2% apenas emAgosto).

A Área Metropolitana deLisboa representa 19,9% dastransações imobiliárias regis-tadas em termos nacionais em2011, (14,6%, considerandoapenas Agosto), sendo que ado Porto não foi além dos12,1% ao longo dos últimosoito meses (10,4% em Agosto).

“O período de verão penali-zou de forma significativa asáreas metropolitanas (que re-gistaram uma quebra mensal,em Agosto, de 19,4%) que,

desta forma, não acompanha-ram a dinâmica nacional quese manteve em terreno posi-tivo”, sublinha a associação.

Em termos nacionais, cercade 30 municípios conseguiramjá assegurar a realização de,pelo menos, 1.000 transacçõesimobiliárias desde o início doano (9,7% dos 308 concelhosportugueses) e 43 ainda nãoconseguiram garantir a con-cretização de, pelo menos, 100negócios imobiliários ao longodo primeiro semestre (o que ésinónimo de uma média men-sal de transacções inferior a 13ocorrências), acrescenta.

Emigrantes voltam a comprar casa em Portugal e fazem subir número de transações

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Page 13: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 Cultura 13

Rui Calçada Bastos é um artistaplástico português que vive, traba-lha e expõe em Berlim-Mitte. Assuas obras dialogam connosco deforma intemporal e sem palavrasdesencontradas sobre pormenorespessoais do mundo global. Durantea adolescência, viveu em Macau eviajou pelo Oriente, passou pela es-cola António Arroio e frequentou afaculdade de Belas Artes no Portoe em Lisboa. Mais tarde, viveualgum tempo em Paris e em LosAngeles. O seu percurso levou-o apassar por cidades marcantes domundo da cultura, que comunicamediante expressões e linguagenscomuns e eclécticas, fixando-se emBerlim, onde Rui vive e trabalhadesde 2002. Foi na Galeria Invali-den 1 que nos encontrámos, poucashoras antes da inauguração da suamais recente instalação “if you´regoing through hell, keep going”,que estará patente ao público de 30de Setembro a 12 de Novembro econtou com o apoio da Embaixadade Portugal e do Instituto Camões.

O Rui recebeu-me amavel-mente na Invaliden 1 e, apesar deaquelas horas serem fundamentaispara acertar os últimos pormenores,guiou-me pacientemente por aquelerectângulo cinzento-escuro do qualse destacava ao fundo um écrã des-ligado, flanqueado por duas foto-

grafias iluminadas. Numa, via-seuma estrada de alcatrão cuja ascen-são terminava numa curva desmo-tivada e parecia desfalecer para sefundir numa colina semidesértica,permitindo-nos imaginar a conti-nuação da história. Observada a al-guns passos de distância e por umailusão de óptica, esta estrada trans-formava-se num perturbador lagode águas negras.

Noutra fotografia, sobressaíamumas mãos escuras e rugosas dededos grossos e fortes entrelaçadossobre um teclado de computador,que se prolongavam por uns braçospousados no tapete do rato colo-cado sobre a barriga de um torsohumano encasacado e reclinado,evocando o descanso depois de umbom almoço – a cabeça desapareciapara lá da fotografia, como se nãoencaixasse no todo, porém, adivin-hava-se à procura dos seus pensa-mentos.

A vidraça da montra da galeriafora pintada de preto para obscure-cer o espaço. O título da instalação“if you´re going through hell, keepgoing” evidenciava-se numa fraserecortada e colocada ao nível daestrada de forma a ver-se passar oscarros e não necessariamente aspessoas, aludindo a um mundo si-lenciado pela intransmissibilidadesonora do movimento exterior.

O Rui deu umas últimas pince-ladas para conseguir simultanea-mente prolongar a escuridão eacentuar o efeito luminoso: omundo parecia transpor-se para ainstalação filtrado por aquela bar-reira. A realidade da rua corria pa-ralela à acção de um curto filme dasua autoria projectado no écrã.

No vídeo, os automóveis circu-lavam à noite por uma auto-estradade seis faixas de rodagem, numaespécie de dança monocórdica dechapa e luzes, e os seus passagei-ros, fantasmas sem rosto, proferiamdiálogos entrecortados por acordesmusicais.

Concentrei-me naqueles diálo-gos em inglês americano, criadosem colaboração com o escritor ale-mão Patrick Findeis mas, o seu vo-lume ainda teria de ser ajustado àacústica da sala para serem com-preensíveis. Ouviam-se frasesestranhas que ficavam suspensas noar, que apareciam com cada auto-móvel, ocupando estes, por mo-mentos breves, o grande plano. Osautomóveis eram acompanhadospelo deslizar de um “travelling” ci-nematográfico; de um automóvelvermelho que passava saía a frase“none of us are saints” e de umoutro “anyway I had a good time”.Pensei que os automóveis poderiamser “Transformers”, mas o artista

censurou-me a banalidade inci-piente, contrapondo tratarem-se defrases de “Serial Killers”. Os auto-móveis rolavam sem rumo por ca-minhos que pareciam não terdestino. O filme projectava mo-mentos de vidas suspensos numaauto-estrada anónima e que, se nãofosse o sotaque que os situava nosEUA e a informação do Rui de queera uma auto-estrada de Los Ange-les, podiam ser vividos em qual-quer outro lugar do mundo. Comose o local fosse irrelevante – placesare interchangeable! Los Angeles éuma cidade de e para os automó-veis, onde não há passeios e se va-gueia de automóvel. Os diálogossaíam dos carros em bolhas auditi-vas e seguiam um caminho aparen-temente normal embora osparâmetros dos pensamentos se en-contrassem no limiar de um ca-minho sem retorno em direcção da(a)normalidade.

Este efeito de estranhamento,que me lembrou L´Étranger deCamus, é-nos transmitido de umaforma sublime e com uma simpli-cidade surpreendente pelo impactoque tem nesta instalação de RuiCalçada Bastos. A escuridão quenos rodeava acentuava o descon-forto e a sensação de vidas encalha-das num beco sem saída,encerradas numa claustrofobia de

pensamentos bipolares, que se po-deria interpretar como uma metá-fora bem conseguida sobre omal-estar e o desassossego que in-vadem a nossa sociedade.

Rui Calçada Bastos e Noé Sen-das irão estar em Bruxelas a trabal-har um projecto conjunto até ao fimdo ano. No início de Janeiro, o Ruiestará em Madrid com mais umainstalação.”

A Galeria Invaliden 1 foi fun-dada em 2005 por seis artistas, doisdeles portugueses com uma longa ediversificada carreira internacional,e funciona numa parceria artística,designada em alemão por “Produ-zenten Galerie”. O artista plásticoPedro Cabrita Reis e a bailarinaCláudia Serpa Soares são algunsdos nomes portugueses já apresen-tados nesta galeria, que ao longodos seis anos da sua existência temvindo a oferecer um programa in-ternacional, contando já comnomes como Ming Wong, Annikavon Hausswolf ou John Isaacs,entre outros.

“If you’re going through hell,keep going” estará patente ao pú-blico na Galeria Invaliden 1 até 12de Novembro, de 3ª feira a sábado,entre as 12:00h e as 18:00h.

Cristina Dangerfield-VogtCorrespondente em Berlim

Artista plástico português, Rui Calçada Bastos, expõe em Berlim

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Page 14: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POSTNº 208 • Novembro 201111414 Histórias da História

Vítima das perseguições do Marquêsde Pombal para com a sua família, a4° Marquesa de Alorna, Dona Leonorde Almeida de Portugal Lorena e Len-castre, nascida a 31 de Outubro de1750, passou a maior parte da sua in-fância na cadeia, mas foi a primeiramulher portuguesa a estimular a revo-lução do bom gosto. Esta mulher ex-traordinária brilhou nas letras,meteu-se na política, conheceu a re-clusão, a liberdade, o exílio, o re-gresso, os salões literários, asconspirações, os altos e baixos da for-tuna. Teve uma vida bem longa, mor-mente para aquele tempo: 89 anos,que abarcam a época do despotismoiluminado, a Revolução Francesa, asinvasões napoleónicas, a revolução li-beral portuguesa. E tudo isto foi maisdo que presenciado: foi vivido, foi ex-perimentado por esta mulher que teveuma vida nada fácil. Vamos à história!

O atentado contra D. José, nanoite de 3 de Setembro de 1758, tevecomo suspeito o Duque de Aveiro ecomo cúmplices o Marquês e a Mar-quesa de Távora, os seus filhos e oConde de Atouguia, D. Jerónimo deAlmeida. D. José foi atingido na car-ruagem e os suspeitos presos e barba-ramente justiciados em Belém.

Pombal (que, nessa altura, aindaera somente conde de Oeiras, mas jáera omnipotente) não esqueceu que opai da menina Leonor, D. João de Al-meida, 2° Marquês de Alorna, erafilho dos Marqueses de Távora e porisso foi imediatamente acusado de teremprestado uma das armas usadas noatentado. Foi encarcerado no Forte daJunqueira e a mulher e as duas filhas,Leonor com oito anos e Maria, deseis, foram enclausuradas no Con-vento de S. Félix, em Chelas, localfrequentado por muitos homens de le-

tras. Mas os anos passados em Chelasrevelar-se-iam profundamente conse-quentes na longa vida de Leonor. Ali,na incerteza do futuro, adquiriu ela asbases do gosto literário e do espíritocrítico que lhe permitiram fazer facea outros momentos negros da suavida.

Apenas o irmão, Pedro, de quatroanos de idade, ficou livre e foi admi-tido no Paço, vindo a morrer maistarde, após uma carreira militar, emKoenigsberg, depois de ter acompan-hado Napoleão à Rússia. Com a suamorte, o título dos Marqueses deAlorna passa para Leonor.

No convento, as duas criançasaplicam-se ao estudo das línguas e àpoesia, que Leonor faz durante os dezanos de clausura. Em pleno auge doIluminismo, a jovem Dona Leonordeu mostras de uma curiosidade inte-lectual rara em mulheres portuguesas,que a levou a ler Locke, Voltaire, Di-derot, Rousseau os enciclopedistas ea aprender línguas. Latim, inglês,francês. Estudou, leu, descobriu assuas aptidões literárias. Isto sem es-quecer a música e a dança, de que elae a sua irmã se orgulhavam de ser ex-celentes cultoras. Mesmo fechada noconvento, lia tudo o que podia e es-crevia. Inverte completamente o quese poderia esperar de uma rapariga doséc. XVIII. Ela era extremamenteconhecida no país. Uma figura mediá-tica, como hoje se diria, mas sem te-levisão. Só com a morte de D. José ea queda de Pombal, em 1777, e com asubida ao trono de D. Maria I, é que afamília é finalmente libertada. Umavez devolvida à liberdade, Leonor deAlmeida Portugal, então com 27 anos,uma idade já para ficar tia, não perdeutempo. Já vira o bastante para com-preender que a vida se agarra ou seperde com uma crueldade desar-mante. Entre os pretendentes, que nãolhe faltaram, escolheu, contrariandoum pouco os desejos da família, oconde de Oyenhausen-Gravenburg edo Sacro Império. O pai quis todosmenos o que ela queria. Mas opõe-seà vontade do pai e casa mesmo com o

conde.De enorme beleza e uma pessoa

excecional, Leonor casa em Outubrode 1750 aos 27 anos com Carlos Au-gusto, o Conde de Ceynhausen-Gra-venburg, um jovem oficialhanoveriano bonito, escorreito, limpoe com ideias abertas de 40 anos, vindopara Portugal com o conde reinante deSchaumbourg-Lippe, com a missãode reorganizar o exército português.Os pais não aprovaram logo o casa-mento, uma vez que este significavao afastamento da filha do país. Apósa sua nomeação como ministro é en-viado para Viena de Áustria em 1780,um ano após o casamento. Mas antes,o casal percorreu a Europa (Espanha,França, Alemanha) em algumasmissões diplomáticas e Leonor au-menta a sua bagagem literária e alargaos seus horizontes; trava conheci-mento com celebridades como Ma-dame de Stael. A marquesa não queriaficar nesse Portugal pequenino, tinhaum voo maior. Ela foi uma grandeviajante, queria conhecer o mundo.

Em Viena, a vida foi difícil eco-nomicamente, mas Leonor brilhou econviveu com figuras maiores da cul-tura europeia do seu tempo. Os filhosiam nascendo e o conde acaba pormorrer em 1793 com 54 anos. Deixaa mulher com cinco filhos menores euma pensão baixa, que mantêm a po-breza a rondar de perto. Em 1813,herda o marquesado de Alorna em cir-cunstâncias trágicas (uma vez mais):o irmão, Pedro, oficial ao serviço deNapoleão, morre na campanha daRússia, depois de ter perdido dois fil-hos ainda crianças, extinguindo-seassim, a linha varonil da casa deAlorna.

Entretanto, a Revolução Francesafermenta. De volta a Portugal, é denovo perseguida pelas suas ideias,desta vez por Pina Manique. A mar-quesa nunca deixou de ser uma mul-her do seu tempo. Ela sonha comideias de liberdade e a sua poesiatorna-se revolucionária. Vê a sua casarevistada e é exilada em Londres,onde permaneceu entre 1804 e 1814,

país que detesta. Só volta a Portugalem 1814, com enorme alegria, apesarde enfrentar enormes dificuldades fi-nanceiras. Empenha todos os seusbens, quadros e jóias e fica à mercêdos credores.

Mantém apenas uma pequenaparte da casa de Alorna, onde recebesempre os amigos, numa miséria dou-rada. Até com as filhas, a felicidadeanda longe. Uma é amante de Ando-che Junot, militar francês, sendo ca-sada, e a outra fora raptada por ummédico português fixado em Londres.

A sua residência transforma-senum foco de ebulição cultural, ondese debatem as novas ideias políticas etambém as novas correntes estéticas eliterárias. Presentes estão Bocage eAlexandre Herculano, em períodosdiferentes e outros poetas da Arcádiae depois da Nova Arcádia. Escolhe opseudónimo de “Alcipe” e trabalhaem traduções de latim, alemão, inglêse francês, cultiva a epistolografia e es-creve poesia, reunida em seis volumesdas „Obras Poéticas da Marquesa deAlorna“ (1844). Este nome poético“Alcipe”, que a marquesa usou, é o dafilha de uma divindade da Gréciaclássica.

Com tantas contrariedades, Leo-nor, marquesa de Alorna morre emLisboa, aos 89 anos, no ano de 1839,mas a sua influência literária produziuefeitos numa época de pré-roman-tismo, que marca a sua poesia, abertaque era a todas as culturas do seutempo. Ela foi uma poetisa de umaambição extremada, a única mulherdas Luzes conhecida em Portugal.Nunca ficou na penumbra, comoacontecia normalmente com as mul-heres do seu tempo.

Liberal, atacou as formas de des-potismo, de que foi vítima e exaltou aliberdade. As suas cartas a amigos efamília, constituem um documentohistórico da sua época, de um espíritoque viveu para lá do seu tempo.

UMA MULHER À FREnTE DOSEU TEMPO

A vida de Marquesa de Alorna é

uma história de amor à Liberdade e deamor a Portugal. A história de umamulher apaixonada, rebelde, determi-nada e sonhadora que nunca desistiude tentar ganhar asas em céus impro-váveis, como a estrela que, em pe-quena, via cruzar a noite. Leonor deAlmeida, Alcipe, condessa d’Oeyn-hausen, marquesa de Alorna – nomesde uma mulher única e plural, incon-fundível entre as elites europeias.Com a sua personalidade forte eenorme devoção à cultura, desconcer-tou e deslumbrou o Portugal do séc.XVIII e XIX, onde ser mãe de cincofilhos, católica, poetisa, política, in-struída, viajada, inteligente e sedutoraera uma absoluta raridade. Comomembro da alta nobreza portuguesa,ela esteve sempre apostada em seruma filha, mãe, esposa e aristocrataexemplares e em manter o status quoda sua linhagem. Viu Lisboa e a infân-cia desmoronarem-se no terramoto de1755, passou dezoito anos atrás dasgrades de um convento por ordem domarquês de Pombal e repartiu a vida,a curiosidade e os afetos por Lisboa,Porto, Paris, Viena, Avinhão, Mar-selha, Madrid e Londres. Viveu umavida intensa e dramática, sem nuncase deixar vencer. Privou com reis eimperadores, filósofos e poetas, influ-enciou políticas, conheceu paixões ar-dentes, experimentou a opulência e apobreza, a veneração e o exílio.

Necessariamente, muitíssimo ficapor dizer, aqui sobre a marquesa deAlorna. D. Leonor de Almeida Portu-gal foi, sem dúvida, uma poetisa demérito, onde escreveu odes, sonetos,éclogas, elegias, canções, apólogos,cantigas e epigramas sempre comespírito e inteligência. Um grandenome a reter na literatura portuguesa.Mas foi, sobretudo, uma voz de liber-dade. Uma voz de liberdade gritadano feminino, numa época em que asmulheres quase não tinham voz. Avida de Leonor daria, facilmente, vá-rios livros. E a sua vida, cheia de con-tradições e de peripécias, refletiufielmente o conturbado período histó-rico em que decorreu.

Marquesa de Alorna: A mulher da cultura e um turbilhão no feminino

Joaquim Peito

A VPU (Federação de Empresários Portugueses na Alemanha) vai organizar no dia 25 de Novembro 2011, pelas 16.30horas, na Theodor-Heuss-Ring 23, 50668 Köln – (rés-do-chão) , em Colónia, uma sessão de informação para empresáriose particulares com residência fora de Portugal sobre o tema “Incentivos Fiscais para Investimentos de Persona-lidades não residentes em Portugal” .

Para esse efeito, deslocar-se-á de Lisboa um membro da prestigiada empresa de consultadoria PricewaterhouseCoo-pers, o qual irá apresentar , as vantagens oferecidas pelo sistema fiscal no nosso país para os Não Residentes em Portu-gal.

Haverá ainda no final dessa sessão um debate sobre a tema “O que podemos nós (não residentes) contribuirpara ajudar Portugal ultrapassar esta crise”.

A VPU convida

› Esta mulher extraordinária brilhou nas letras, meteu-se na política, conheceu a reclusão, a liberdade, o exílio, o regresso, os sa-lões literários, as conspirações, os altos e baixos da fortuna.

Page 15: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 15Geschichten aus der Geschichte

Als Opfer der Verfolgungen ihrer Fa-milie durch den Marquis de Pombalverbrachte die 4. Marquise (Markgrä-fin) de Alorna, Dona Leonor de Al-meida de Portugal Lorena eLencastre, geboren am 31. Oktober1750, den größten Teil ihrer Kindheitals Gefangene; und doch war sie dieerste portugiesische Frau, die die Re-volution des guten Geschmacks beflü-gelte. Diese außerordentliche Frauglänzte in den Geisteswissenschaften,ließ sich auf die Politik ein, durch-lebte Zuchthaus, Freiheit, Verban-nung, Rückkehr, literarische Salons,Verschwörungen, Höhen und Tiefendes Glücks. Sie hatte, vor allem fürjene Zeit, ein recht langes Leben: inihren 89 Jahren sah sie den aufgeklär-ten Absolutismus, die FranzösischeRevolution, die napoleonischen Über-fälle, die liberale Revolution in Por-tugal. Und bei alledem war sie nichtnur dabei: diese Strömungen wurdenvon einer Frau, die keineswegs einleichtes Leben hatte, durchlebt unddurchlitten. Kommen wir zur Ges-chichte!

Für das Attentat auf D. José (I.) inder Nacht des 3. September 1758wurden der Herzog von Aveiro undals seine Komplizen der Marquis unddie Marquise de Távora, ihre Kinderund der Graf von Atouguia, D. Jeró-nimo de Almeida, verdächtigt.

Pombal (der zu jener Zeit erstGraf von Oeiras, aber bereits allmäch-tig war) vergaß nicht, dass der Vaterder Komtesse Leonor, D. João de Al-meida, 2. Marquis de Alorna, einSohn der Markgrafen von Távorawar; er wurde deswegen sofort ange-klagt, er habe eine der Waffen entlie-hen, die bei dem Attentat im Spielwaren. Er wurde im Fort Junqueirains Gefängnis geworfen und die Frauund die beiden Töchter, die achtjäh-rige Leonor und die sechsjährigeMaria, im Kloster S. Félix in Chelas,eingesperrt, einem Ort, in dem vieleLiteraten ein und aus gingen. Dochsollten sich in Leonors langem Lebendie Jahre in Chelas als prägend erwei-sen. Hier bildeten sich angesichtseiner ungewissen Zukunft die Grund-lagen für ihre Liebe zur Literatur undihr kritischer Geist heraus, die sie be-fähigten, anderen dunklen Augenbli-cken im Leben standzuhalten.

Nur ihr vierjähriger Bruder Pedroblieb in Freiheit und wurde bei Hofezugelassen; er starb später nach einermilitärischen Laufbahn in Königs-berg, als er Napoleon nach Russlandbegleitet hatte. Mit seinem Tod gehtder Titel Marquis/Marquise de Alornaauf Leonor über.

Im Kloster widmeten sich die bei-den Mädchen dem Erlernen von Spra-chen und der Poesie, die Leonorwärend der zehn Jahre ihrer Klausurpflegte. Auf dem Höhepunkt der Auf-klärung zeigte die junge Dona Leonoreine bei portugiesischen Frauen sel-

tene intelektuelle Wissbegierde, diesie Locke, Voltaire, Diderot, Rous-seau, die Enzyklopädisten lesen undSprachen erlernen ließ. Latein, Eng-lisch, Französisch. Sie lernte, las undentdeckte ihre literarischen Fähigkei-ten. Zudem waren Musik und Tanznicht vergessen, sie und ihre Schwes-ter pflegten sie in hervorragenderForm. Auch wenn sie im Kloster ein-geschlossen war, las Leonor alles Er-reichbare und schrieb selbst. Sie stelltdas, was man von einem Mädchen des18. Jahrhunderts erwartet hätte, aufden Kopf. Sie war außerordentlich be-kannt im Land. Einen Medienstarwürde man sie heute nennen, aberohne Fernsehen. Erst mit dem Todevon D. José I., dem Sturz Pombals imJahre 1777 und der Thronbesteigungvon D. Maria I. wurde die Familieendlich freigelassen. Sobald Leonorde Almeida Portugal mit 27 Jahren dieFreiheit wiedererlangt hatte, beinaheschon eine alte Jungfer, verlor siekeine Zeit. Sie hatte bereits genug ge-sehen und verstanden, dass man dasLeben entweder ergreift oder es mitentwaffnender Grausamkeit verliert.Es fehlte ihr nicht an Anwärtern, sieaber wählte – und durchkreuzte damitein wenig die Wünsche der Familie –den Grafen von Oeynhausen-Graven-burg aus dem Heiligen RömischenReich deutscher Nation. Der Vaterwollte alle, nur nicht den, den siewollte. Sie aber widersetzt sich demVater und heiratet den Grafen tatsäch-lich.

Im Oktober 1779 ehelicht Leonor,eine ausnehmend schöne Frau undeine Ausnahmepersönlichkeit, mit 29Jahren Karl August Graf von Oeyn-hausen-Gravenburg, einen 40-jähri-gen, jungen, hübschen, gesunden,sauberen Offizier aus Hannover, dermit dem regierenden Grafen vonSchaumburg-Lippe nach Portugal ge-kommen war, um das portugiesische

Heer neu aufzustellen. Die Eltern bil-ligen die Heirat nicht gleich, da sie dieTochter von den Eltern weit weg füh-ren würde. Nur ein Jahr nach derHochzeit wird der junge Ehemannnach seiner Ernennung zum Minister1780 nach Wien in Österreich ent-sandt. Zuvor aber bereist das Paar ineinigen diplomatischen MissionenEuropa (Spanien, Frankreich,Deutschland) und Leonor mehrt ihrenliterarischen Reichtum und erweitertihren Horizont; sie macht Bekannt-schaft mit Berühmtheiten wie Ma-dame de Staël. Die Marquise wolltenicht in diesem kleinen Portugal blei-ben, wollte höher fliegen. Sie reist lei-denschaftlich gern und will die Weltkennen lernen.

In Wien ist das Leben wirtschaft-lich schwierig, aber Leonor glänztund trifft mit großen Persönlichkeitender europäischen Kultur ihrer Zeit zu-sammen. Die Kinder kommen einsnach dem anderen und schließlichstirbt der Graf 1793 mit 54 Jahren. Erhinterlässt seine Frau mit fünf min-derjährigen Kindern und einer gerin-gen Pension, die sie stets an derGrenze der Armut leben lässt. 1813erbt sie die Markgrafschaft Alorna(wieder einmal) unter tragischen Um-ständen: ihr Bruder Pedro stirbt alsOffizier Napoleons im Russlandfeld-zug und, nachdem er bereits zweiSöhne im Kindesalter verloren hat, er-lischt so die männliche Linie des Hau-ses Alorna.

Inzwischen lodert die Französi-sche Revolution. Zurück in Portugalwird Leonor erneut ihrer Ideen wegenverfolgt, diesmal von (Polizeipräsi-dent) Pina Manique. Die Marquisehört nie auf eine Frau ihrer Zeit zusein. Sie träumt in Gedanken vonFreiheit und ihre Dichtkunst wird re-volutionär. Sie muss zusehen, wieman ihr Haus durchsucht und wirdnach London verbannt, wo sie von

1804 bis 1814 bleibt, ein Land, das siehasst. Erst 1814 kehrt sie in großerFreude nach Portugal zurück, obwohlsie auf riesige finanzielle Schwierig-keiten stößt. Sie versetzt all ihr Ver-mögen, Bilder und Schmuck und istvon ihren Gläubigern abhängig.

Sie behält nur einen kleinen Teildes Hauses Alorna, wo sie stetsFreunde empfängt – im vergoldetenElend. Selbst mit den Töchtern bleibtihr das Glück versagt. Eine ist Ge-liebte von Andoche Junot, einem ver-heirateten französischen Militär, unddie andere war von einem in Londonansässigen portugiesischen Arzt ge-raubt worden.

Ihr Haus wird zum Brennpunktbrodelnden kulturellen Lebens, indem neue politische Ideen, auch neueästhetische und literarische Strömun-gen diskutiert werden. Zu verschiede-nen Zeiten sind Bocage undAlexandre Herculano und andereDichter der Arcádia und später derNeuen Arcádia dabei. Sie wählt dasPseudonym “Alcipe” und arbeitet anÜbersetzungen aus dem Lateinischen,Deutschen, Englischen und Französi-schen, kultiviert das Briefeschreibenund schreibt Gedichte, die in sechsBänden der „Obras Poéticas da Mar-quesa de Alorna“ („DichterischeWerke der Marquise de Alorna“)(1844) zusammengefasst sind. DenDichternamen “Alcipe” borgt sich dieMarquise bei der Tochter einer klas-sischen griechischen Gottheit aus.

Nach so viel Widerwärtigkeitenstirbt Leonor, Marquise de Alorna,1839 mit 89 Jahren in Lissabon, ihr li-terarischer Einfluss jedoch zeitigtFrüchte in einer präromantischenEpoche, die ihre Poesie durchzieht,offen wie sie für alle Kulturen ihrerZeit war. Sie war eine Dichterin vonäußerstem Ehrgeiz, die einzige Frauder Aufklärung (im Século das Luzes)in Portugal. Nie blieb sie im Halb-schatten wie normalerweise dieFrauen ihrer Zeit.

Als Liberale griff sie die Formender Tyrannei an, deren Opfer sie war,und pries die Freiheit. Ihre Briefe anFreunde und Familie sind historischeZeitzeugen eines Geistes, der überseine Zeit hinaus lebendig war.

EInE FRAU, DIE IHRER ZEITVORAUS WAR

Das Leben der Marquise deAlorna ist eine Geschichte von Liebezur Freiheit und zu Portugal. Die Ge-schichte einer leidenschaftlichen, re-bellischen, entschlossenen Frau mitTräumen, die nie aufgab sich in jeneungeahnten Höhen aufzuschwingen,wo der Stern stand, den sie als Kindam Himmel hatte vorbeiziehen sehen.Leonor de Almeida, Alcipe, Komtessevon Oeynhausen, Marquise de Alorna– Namen einer einzigartigen, vielsei-tigen, unter Europas Eliten unver-wechselbaren Frau. Mit ihrer starkenPersönlichkeit und enormen Hingabean die Kultur bestürzte und verblüffte

sie Portugal im 18. und 19. Jahrhun-dert, in dem sie als Mutter von fünfKindern, katholisch, Dichterin, Poli-tikerin, gebildet, weitgereist, intelli-gent und verführerisch zugleich, eineabsolute Seltenheit war. Als Mitglieddes Hochadels war sie stets darauf be-dacht, als Tochter, Mutter, Ehefrauund Aristokratin untadelig zu sein undden Status quo ihrer Herkunft auf-recht zu erhalten. Sie hatte Lissabonund ihre Kindheit im Erdbeben von1755 untergehen sehen, verbrachteauf Anordnung des Marquis de Pom-bal achtzehn Jahre hinter den Gitterneines Klosters und verteilte ihr Leben,ihre Wissbegierde und Zuneigung aufLissabon, Porto, Paris, Wien, Avi-gnon, Marseille, Madrid und London.Sie lebte ein intensives und dramati-sches Leben, ohne sich jemals ge-schlagen zu geben. Sie hattevertrauten Umgang mit Königen undKaisern, Philosophen und Dichtern,beeinflusste Politiker, kannte bren-nende Leidenschaften, kostete Über-fluss und Armut, Verehrung undVerbannung.

Vieles über die Marquise deAlorna muss hier ungesagt bleiben. D.Leonor de Almeida Portugal war ohneZweifel eine vortreffliche Dichterin;sie schrieb Oden, Sonette, Schäferge-dichte, Elegien, Gesänge, Lehrfabeln,Lieder und Spottverse, immer geist-reich und scharfsinnig. Ein merkens-werter Name in der portugiesischenLiteratur. Vor allem jedoch war sieeine Stimme der Freiheit. Eine nachFreiheit schreiende Stimme in derweiblichen Welt zu einer Zeit, in derFrauen fast gar keine Stimme hatten.Leonors Leben könnte leicht mehrereBücher füllen. Und gewiss ist ihr anWidersprüchen und Kehrtwendungenso reiches Leben ein getreuer Spiegelder unruhigen Zeitläufte, in die sie hi-neingeboren war.

(Übersetzung aus dem Portugie-sischen von Barbara Böer Alves)

Die Marquise de Alorna: Eine gebildete Frau und ein Wirbelwind in der weiblichen Welt

Joaquim Peito

Page 16: Portugal Post Novembro 2011

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Caras leitoras, caros leitores,Nos últimos tempos, têm

surgido nos meios de comunica-ção cada vez mais notícias sobredetidos que foram condenadospor crimes graves de toda aespécie, inclusive crimes se-xuais, e que são postos em liber-dade, apesar de continuarem aconsistir um perigo para a socie-dade. A população em geral ficaespantada não só com as histó-rias de cidadãos indignados quenão estão dispostos a admitir noseio da sua comunidade umapessoa com tal passado, mastambém com os custos imensose com a envergadura dos meiosusados para a vigilância destescriminosos, vigilância essa des-tinada tanto a proteger os cida-dãos como também a evitar queo povo faça justiça pelas suaspróprias mãos. Por que razão se

actua desta forma? Por que éque não se deixa os criminososficarem na prisão? Por que é queo estado alemão despende tantodinheiro com a libertação de cri-minosos que continuam com-provadamente a consistir umperigo para a sociedade?

A razão está na história dochamado internamento cautelar.Trata-se de uma medida de pri-vação de liberdade cuja regula-mentação se encontra no CódigoPenal alemão. Ao contrário dapena de prisão normal, o inter-namento cautelar não se destinaà expiação de uma pena pelocrime cometido, mas é adicio-nado ao mesmo com o fim deproteger a sociedade de delin-quentes perigosos.

Até 1998, a aplicação do in-ternamento cautelar estava limi-tada a dez anos (no caso de setratar de uma primeira vez), sópodendo ser decretada em con-junto com uma sentença de pri-

são. Este limite máximo de dezanos foi eliminado em 1998.Além disso, houve nos anos se-guintes um grande número dealterações da lei que foram tor-nando mais fácil a imposição dointernamento cautelar. A opi-nião pública foi ainda bastanteinfluenciada por uma entrevistado chanceler de então (GerhardSchröder) que, no contexto dadiscussão sobre criminosos se-xuais, disse: “É pô-los a sete cha-ves. E para sempre”. Assim, noano de 2004, foi aprovada porexemplo a lei para a “Introduçãoda aplicação posterior do inter-namento cautelar”. Desta forma,o legislador pretendeu fecharuma lacuna da lei, designada-mente, o caso de não terem per-sistido na altura da condenaçãoquaisquer indícios que justifi-cassem um internamento caute-lar, mas de, na altura de ocriminoso ser posto em liber-dade, existirem todavia razões

que parecessem tornar necessá-rio tal internamento.

Mas foi precisamente istoque, a 13 de Janeiro de 2011, oTribunal Europeu dos DireitosHumanos declarou ser uma in-fracção contra os direitos huma-nos. Também o Tribunal FederalConstitucional declarou, emconsequência de acções inter-postas por criminosos afectados,que eram inconstitucionaistodas as prescrições relativas aointernamento cautelar. Deu aolegislador um prazo até Junhode 2013 para proceder a umnova regulamentação básica.

Para casos antigos, existeuma regulamentação transitóriade acordo com a qual os tribu-nais de execução terão de verifi-car se persiste um perigoeminente de serem cometidoscrimes violentos e sexuais, e se odetido que se encontra em inter-namento cautelar sofre de umaperturbação psíquica. No caso

de estes pressupostos não seconfirmarem, a libertação teráde ser decretada de forma a en-trar em vigor com um prazo má-ximo até 31 de Dezembro de2011.

Por consequência, poderásurgir a situação de, apesar deter sido pronunciado posterior-mente um internamento caute-lar, se tenha de pôr em liberdadedelinquentes perigosos, poisestes não o são “suficiente-mente” ou não sofrem tambémde uma perturbação psíquica.

Assim, em consequência dasfalsas vias tomadas pela legisla-ção relativamente ao interna-mento cautelar, o estado éobrigado a libertar de tal regimedelinquentes considerados peri-gosos. E, mesmo que nos pareçaum tanto estranho, é destaforma que o estado restabeleceuma situação que volta a serconstitucional e que respeita osdireitos humanos.

Internamento cautelarPor que razões são libertados criminosos sexuais apesar de perigo latente

Miguel Krag, Advogado

Page 17: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 17

Carta aberta

Exmo. Senhor Ministro dosNegócios Estrangeiros,

Permita que lhe expresseque partilho parcialmente asua visão economicista e quecompreendo que se terão deefectuar cortes nas despesas,atendendo à situação que sevive em Portugal. Até com-preenderia se se tratasse doencerramento de todos os con-sulados a nível mundial, emprol de uma medida de pou-pança e consolidação de servi-ços, deixando emfuncionamento apenas umaembaixada por país. Mas a no-tícia do eventual encerramentodo Vice-Consulado em Frank-furt, cujos custos são logica-mente mais circunscritos,deixando simultaneamenteabertos outros consulados ori-entados por cônsules “de car-reira”, cujos custos demanutenção são obviamentemais dispendiosos, deixou-meestupefacta. Consequente-mente, passo a focar algunsaspectos pragmáticos que esteseu propósito poderá acarretarnegativamente, tanto sob oprisma económico bem comosob o aspecto sociocultural, ga-rantindo estar isenta de qual-quer apologia pró oucontra-partidária.

No âmbito da contenção decustos, seria plausível sugerirque aos consulados existentesna Alemanha fossem reduzidasas despesas de representação esubsídios, montantes essesque, per se, já chegariam parafinanciar a continuação dofuncionamento do nosso Vice-Consulado de Frankfurt; aliásprática essa de poupança que,pude constatar, é já adoptadapor alguns ministros em Por-tugal.

Julgava eu – e muita gentecertamente – que Portugal,através da sua rede de embai-xadas e consulados, deveriadefender os interesses políti-cos, económicos, sociais e cul-turais do nosso país. Mas

mesmo subordinando todasestas vertentes ao mero inte-resse mercantilista, permitaentão que lhe chame a atençãopara o facto de Frankfurt ser ametrópole mais internacionalde toda a Alemanha com for-tíssimos laços económicos, emvirtude de se tratar, entre ou-tras actividades económicas,essencialmente da cidade dosbancos, das companhias deaviação e asseguradoras porexcelência. Com a inauguraçãoda nova pista de aterragem,desde há poucos dias, Frank-furt passou a constituir omaior aeroporto europeuainda antes de Heathrow (Lon-dres).

Além disso, é de salientarque Frankfurt desempenha umpapel económico relevante namedida em que se realizamaqui anualmente diversas fei-ras afamadas internacional-mente como seja o salãoautomóvel, a feira do livro e ados têxteis, em que participamigualmente comerciantes por-tugueses.

Trabalhei durante mais de30 anos para o primeiro bancocomercial alemão, tendo alcan-çado uma carreira de middlemanagement. Apenas pre-tendo dizer que escrevo comconhecimento de causa. Verifi-quei ao longo desses muitosanos, através do lugar que de-sempenhei, que de ano paraano havia mais portuguesescom possibilidades de carreiradentro da instituição. Já paranão falar do Banco CentralEuropeu e do papel económicoprimordial de que se reveste asua presença em Frankfurt; aconsiderar seriam igualmenteos braços portugueses desem-penhando funções dentro domesmo. E esta outra emigra-ção portuguesa de geraçõesmais novas também necessitade apoio consular! Há jovenscientistas que se encontram aconcluir estágios, investiga-ções ou até doutoramentos eque recorrem aos serviços con-

sulares.

E a emigração clássica? Eos cidadãos portugueses tra-balhando em ramos secundá-rios relacionados com asempresas dos ramos de servi-ços mencionados acima? Terãoque deslocar-se 200, 300 ou400 km para tratar de assun-tos burocráticos pessoais?Conheço bem a mentalidadedo patronato alemão e não meparece que estas deslocaçõesvão contribuir para um climaafável dentro das firmas. São30.000 os portugueses a sofreras consequências…Afectadospela medida seriam tambémportugueses com postos de tra-balho indirectamente atingi-dos como sejam por exemplotradutores ou, numa segundafase, eventualmente professo-res.

E os nossos filhos SenhorMinistro? Transformaremos acultura e língua portuguesasem reminiscências nostálgi-cas? Sabe Deus quão difícil é,motivá-los ou até obrigá-los afrequentar o ensino de portu-guês. Um consulado tão longesó contribuirá para que se ab-dique da aquisição de docu-mentos de identificaçãoportugueses, tornando-os cadavez mais “germanizados”. Ouseja, o nosso esforço, comopais, em proveito da criação deraízes com Portugal, é pura esimplesmente boicotado pelasdecisões injustas da burocraciaportuguesa. Os nossos filhosficam cada vez mais abandona-dos e voltados e votados aopaís de acolhimento. Pessoascom deficiência deixarão de teracesso a documentos de iden-tidade e, em consequência,serão extraditados para Portu-gal sobrecarregando assim,ainda mais, a rede social por-tuguesa. Na Alemanha não épermitida a residência aestrangeiros sem documentode identidade válido.

Mas também o investi-mento alemão no nosso paíspoderá ser afectado negativa-

mente. Esta intenção de encer-ramento do consulado, aefectivar-se, irá agastar o po-tencial investidor alemão que,ao perder a possibilidade defazer as suas procurações ouesclarecer as suas dúvidas, re-lativamente aos imóveis quepossui em Portugal, podeeventualmente acabar por ven-der os mesmos, deixando defazer turismo e trazer capitalde investimento para Portugal.

A maior economia europeianecessita já e nos próximostempos de mão-de-obra portu-guesa. Vão recrutar-se quadrostécnicos, médicos, engenheirose enfermeiros. É de presumirque haja jovens académicosportugueses que não queiramdeixar de aproveitar esta opor-tunidade. Portugal não temestrutura económica paraempregar esta gente, por umlado. Por outro lado, tambémlhe quer negar o auxílio a nívelde assistência consular que osmesmos necessitariam para seestabelecerem e permanece-rem na Alemanha. Ou seja opaís volta por duas vezes ascostas aos seus cidadãos... Étriste.

Uma vez que não vão fechartodos os consulados, seriaentão bastante mais lógico quedeixassem subsistir o consu-lado de Frankfurt, em virtudeda posição geográfica de quegoza, pois situa-se precisa-mente no centro da Alemanha.Foi exactamente a localizaçãogeográfica de Frankfurt quecontribuiu para o floresci-mento económico que usufrui.Frankfurt é um Decision Cen-ter! Os meus conhecimentoseconómicos levam-me a serapologista de medidas de “eco-nomization,” enfim, chame-mos-lhe o que se quiser, mas ofacto é que estas medidasdevem ser tomadas de formadiferenciada, esclarecida e comprecaução. Frankfurt é a se-gunda cidade da Alemanhacom maior número de consu-lados, 104 ao que parece. Não

seria mais inteligente manter aestrutura consular existente eutilizá-la no sentido da expan-são da economia portuguesa,inclusive tentando cativar o in-vestimento alemão em Portu-gal? O estado federal deHessen, teve um crescimentoeconómico de 4,3 % no últimosemestre!

Actualmente vivem 116 milportugueses na Alemanha.Uma vez que o Vice-Consuladode Frankfurt é responsável por30.000, corresponde a mesmafatia a cerca de 26 %. Não jus-tificará esta percentagem amanutenção dos serviços nanossa cidade? Em última aná-lise, poderia colocar-se a hipó-tese alternativa de alugarinstalações mais acessíveis, as-segurando a expedição de ser-viços consulares para que osutentes não fiquem desprovi-dos de toda e qualquer assis-tência.

Com a sua licença, SenhorMinistro, as coisas não podemser feitas “às cegas”. Vai des-culpar-me, mas duvido que os“experts” à sua volta tivessemtido os devidos conhecimentospara o aconselharem correcta-mente. O approach economi-cista seria aceitável, no âmbitode um tratamento de igual-dade, mas da forma em que oplano se apresenta, a comuni-dade só pode ter sentimentosde desilusão ou até raiva. Nasua página do facebook o Se-nhor escreve “por ti, portodos”. Definitivamente não seaplica esse lema. O Senhor Mi-nistro pretende proteger al-guns em desfavorecimento demuitos!

Solicito-lhe que reconsi-dere a sua intenção, à luz dosfactos expostos.

Com os meus melhorescumprimentos,

Maria Cristina Henriques da SilvaWeberFrankfurt, 25 de Outubro de 2011

Fala o Leitor

Carta aberta ao Dr. Paulo Portas relativa ao eventual encerramento do Vice-Consulado de Frankfurt

E os nossos filhos Senhor Ministro? Transformaremos a cultura elíngua portuguesas em reminiscências nostálgicas? Sabe Deus quãodifícil é, motivá-los ou até obrigá-los a frequentar o ensino de portu-guês. Um consulado tão longe só contribuirá para que se abdique da

aquisição de documentos de identificação portugueses, tornando-oscada vez mais “germanizados”. Ou seja, o nosso esforço, como pais,em proveito da criação de raízes com Portugal, é pura e simplesmenteboicotado pelas decisões injustas da burocracia portuguesa.

Page 18: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 201118Agenda

Tome NotaAs informações sobre os eventos a divulgar deverão

dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289

Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc..

Citações do mês"As pessoas vaidosas não podem ser astutas; elas são incapazes de se calar."Vauvenargues , Luc de Clapiers

"Para se desprezar o dinheiro é preciso justamente tê-lo, e muito.Pavese , Cesare

NOVEMBRO 2011

Grupo de Fados

Gerações

Actuações em qualquer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

FadistasCiro da SilvaNicole Cravide

Guitarra PortuguesaAugusto Santos

ViolaJoão Silva

Grupo de Fado TradicionalAntologia do Fado

www.fado-dortmund.de

Contacto:0231/330383060178 - 23 61 837

A partir de Janeiro de 2012, o preço de assina-tura anual do PORTUGAL POST vai sofrer um li-geiro aumento. Em vez dos actuais € 20,45, osleitores passarão a pagar € 22,45 pelo preço deassinatura. Neste preço está já incluída a taxa doIVA (MWSt 7%).

Recordamos que desde a sua fundação(em1993) o jornal nunca aumentou o preço de assi-natura, isto apesar de ao longo destes anostodos se ter registado significativos aumentos deprodução e de envio, sendo o último dos quais oaumento que o DEUTSCHE POST nos impôs.

Ao fim e ao cabo, os leitores assinantes pagamapenas os custos de envio do jornal para suacasa.

Pedimos, pois, a compreensão dos nossos lei-tores assinantes por este primeiro aumento quefazemos nestes quase 19 anos de existência.

Portugal Post VerlagA administração

NOTA DA ADMINISTRAÇÃO DO PORTUGAL POST

AOS NOSSOS LEITORES ASSINANTES

.2011 – SAARBRÜCKEN –Concerto de Sina Nossa –Local: Bei Étage-SpielbankSaarbrücken. Início: 20h30

5.11.2011 – OFFENBURG –Concerto de Sina Nossa –Local: Spitalkeller, Spitalstr 2.77625 Offenburg. Início:20h30

1 a 16. 11. 2011 – LANGEL-FELD – Esposição sobre Aris-tides de Sousa Mendes. Local.Rathaus Langenfeld – Foyer.Konrad Adenauer-Platz 1.

11.11.2011 – BERLIM – Diadas portas abertas na EscolaOficial Europeia de BerlimPortuguês-Alemão. Local:Grundschule Neues Tor, Han-noverschestr. 20

11.11.2011 – MÜNSTER - Fes-tas das Castanhas, Casa doBenfica em Münster e. V.Como conjunto musical os “Segura-te”.Local: Albersloherweg 587,48167 Münster, Telef. (0251)6279554: Início: 21h00

12.11.2011 – BRAUS-CHWEIG – Festa de S. Mar-tinho. Local: Centro Portuguêsde Brauschweig. Início: 17h00.Info: Tel.: 0531/375613 ou0531/508416

12.11.2011 – MAINZ - Festa

de S.Martinho. Há castanhas eágua pé. Local: UND Minz,Membacherstr 38b, Mainz.Início: 21h30

12.11.2011 – HAMBURGOFesta do São Martinho a partirdas 21:30 horas.Actuação do Conjunto BANDALUSITANA Local: Stenzelring24, Hamburgo Org.:JUVEN-TUDE DO MINHO, Info:www.bandalusitana.de

17.11.2011 – MUNIQUE –Concerto de Cristina Branco.Local: PrinzregententheaterMünchen. Início: 20h00

17.11.2011 – HAMBURGO –Trio Fado concerto. Local: Kul-turkirche Altona, Max-Brauer-Allee 199. Início: 20h00

19.11.2011. – BRAUS-CHWEIG - Noite de Fados.Local: Studio Saal da Bruns-wiga em Braunschweig Karl str23 38106 Brauschweig.Com o grupo "ANTOLOGIADO FADO" a partir das 20horas (entrada a partir da 19horas. Reservas e informacöespelos telefones 0531/375613ou 0531/508416

25.11.2011 – BERLIM –Telmo Pires & Ensemble. Pas-sionskirche, Martheinekeplatz1, Berlim. Início: 20h00

26.11.2011 – PADERBORN –Noite de fados com o grupoSina NossaLocal: Kulturwerkstatt, Bah-nhofstr 64, 33102 PaderbornInício 20h00

O CONSULADO-GERALDE PORTUGAL EM DÜS-SELDORF informa que, paraquestões relacionadas com oensino de Português, poderáser contactada a docente deapoio pedagógico, professoraJoana Andrade.Horário de atendimento ao pú-blico:4ª-feira das 10H00 às 12H30 edas 14H00 às 15H30.Para marcações prévias, porfavor contactar o Consulado(Ana Maria Schmitt – 0211-138783

Cristina Branco

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agora acesso a toda a informação que se

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CONTA-ME COMO FOI. A fic-ção acompanha o quoti-diano de uma famíliaportuguesa de classemédia, os Lopes, que habi-tam um andar de um bairrosocial na Lisboa do finaldos anos 60. Vivem comoa maioria da sociedadeportuguesa com limitaçõesfinanceiras, que aindaassim permitem a aventura

de comprar uma televisão. Um ”novo elemento dafamília” que vai ocupar lugar de destaque na casados Lopes. É a voz adulta de Carlos, o filho maisnovo, com 8 anos em 1968, que narra a história.

CONTA-ME COMO FOI1(ª série, Parte 2)

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Barry Hatton vive em Portugal há quase 25 anos. Correspondente da Associated Press em Portugal, o jor-nalista britânico revela no livro Os Portugueses aquilo que somos enquanto país e enquanto povo. Pelomenos aos olhos dos estrangeiros.No livro "Os Portugueses", Hatton relembra os principais momentos históricos que marcaram a nação,desde o período áureo dos Descobrimentos aos anos governados por Oliveira Salazar, sem esquecer a pelapeculiar relação com Espanha, e termina com uma análise sobre a modernidade.«A minha intenção é lançar algumas luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossincra-sias que tornam único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações, fazendo o le-vantamento do caminho histórico que levou os portugueses até onde estão hoje.», avança o autor na notaprévia da obra.Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os vários estereótipos que (ainda)reinam além fronteiras são abordados e apresentados através de episódios vividos pelo autor ou por pessoasque lhe são próximas. De leitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeira alma lusa, por-tugueses ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de forma apaixonada por um dos cor-respondentes mais antigos da imprensa internacional no nosso país.

Os PortuguesesAutor: Barry Hatton Preço: € 29,00

José Saramago ClarabóiaPreço: € 27,90

A ação do romance localiza-se em Lisboa em meados do século XX. Num prédio existente numa zona popular nãoidentificada de Lisboa vivem seis famílias: um sapateiro com a respetiva mulher e um caixeiro-viajante casado comuma galega e o respetivo filho – nos dois apartamentos do rés do chão; um empregado da tipografia de um jornale a respetiva mulher e uma “mulher por conta” no 1º andar; uma família de quatro mulheres (duas irmãs e asduas filhas de uma delas) e, em frente, no 2º andar, um empregado de escritório a mulher e a respetiva filha noinício da idade adulta.O romance começa com uma conversa matinal entre o sapateiro do rés do chão, Silvestre, e a mulher, Mariana,sobre se lhes seria conveniente e útil alugar um quarto que têm livre para daí obter algum rendimento. A conversadecorre, o dia vai nascendo, a vida no prédio recomeça e o romance avança revelando ao leitor as vidas daquelasseis famílias da pequena burguesia lisboeta: os seus dramas pessoais e familiares, a estreiteza das suas vidas, assuas frustrações e pequenas misérias, materiais e morais.O quarto do sapateiro acaba alugado a Abel Nogueira, personagem para o qual Saramago transpõe o seu debate– debate que 30 anos depois viria a ser o tema central do romance O Ano da Morte de Ricardo Reis – com Fernando

Pessoa: Podemos manter-nos alheios ao mundo que nos rodeia? Não teremos o dever de intervir no mundo porque somos dele parte integrante?

NOVO

«De Nordeste a Noroeste, caminhos que vão dar às "Meninas de Castro Laboreiro", à "História do soldado José Jorge"ou ao Monte Evereste de Lanhoso. Depois, as "Terras baixas, vizinhas do mar". Encontramos nelas "Um Castelo paraHamlet", e descobre-se que nem todas as ruínas são romanas. Viaja-se ainda pelas "brandas beiras de pedra", comas "novas tentações do demónio" e "o fantasma de José Júnior". Um convite, entretanto, a parar em todo o lado,entre Mondego e Sado, para observar "artes da água e do fogo" ou as chaminés e laranjais. E um passeio pela"grande e ardente terra de Alentejo". Aí, "a noite em que o mundo começou"; aí, "uma flor da rosa"; aí, onde "éproíbido destruir os ninhos". E mais o sol, o pão seco e o pão mole do Algarve, com "o português tal qual se fala"."Pelos caminhos de Portugal / Eu vi tantas coisas lindas vi o mundo sem igual", canta o cancioneiro popular, e assimfaz Saramago, com a diferença essencial que a qualidade da sua escrita está bastantes furos acima. Uma viagem, senão pelo Portugal profundo, pelo menos por uma forma profunda de ver Portugal.» (Diário de Notícias, 9 de Outubrode 1998)

José Saramago Viagem a PortugalPreço € 35,90

CONTOS POPULARES PORTUGUESESPreço: € 12,00Contos Populares Portugueses são contos de todos os tempos e detodas as idades. Uma obra que nos devolve o imaginário e o ma-ravilhoso da nossa cultura popular, e de que faz parte, entre ou-tras, «História da Carochinha», «A Formiga e a Neve», «OCoelhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Lobo e aComadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

Page 20: Portugal Post Novembro 2011

PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011Passar o Tempo2020

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICOE-mail: [email protected]: 00 351 21 318 25 91

Por Maria Helena Martins Previsões Novembro 2011

Cupão de Encomenda a: PORTUGAL POST SHOP na Pág.19

Encomenda de Livros

Como Cortar Trabalhos de BruxariaFormato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €Um ritual de magia negra posto em acção contra alguém podeprejudicar avítima e destruir a sua vida de forma brusca e sur-preendente. Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas.Tudo à sua volta parece ruir. E, mais graveainda, a vítima demagia negra não consegue encontrar forças para reagir. Nestelivro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceis deexecutar quepermitem criar uma aura de protecção.

Aprenda a Proteger-seContra a Inveja e Mau-OlhadoFormato: 15,5 X 23 cmPaginas: 156Preço: 19,90 €Nas alturas de maior fragilidade, há que criar uma protecçãoefectiva contra os possíveis efeitos das energias negativas.Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fór-mulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara que possarepelir esse encantamento maligno.

Orações para Todos os MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ouespirituais, todos mpassamos em algum momento por si-tuações difíceis. Nesta obra encontrará uma centena deorações adequadas a cada caso. Orações para encontrarmcompanheiro/a, para conseguir casar-se com o seu na-morado, pela paz da família, contra doenças, etc.

Formato: 14x21cmPáginas: 340Preço: 25.99É uma extensa antologia com centenas de orações a saantos,anjos, arcanjos e toda a corte celestial. Nestas páginas encontrauma mensagem de esperança, um motivo para acreditar que afé existe e que nos rodeia em todos os momentos da nossa vida.É o companheiro ideal, pois as suas orações têm o poder detransmitir ao espírito a energia que restaura a alegria de viver ea confiança no amor, na paz e na esperanaa para o futuro.

Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 20,99Quanto mais tempo da sua vida é que está disposto a desperdi-çar? Quanto mais tempo da sua vida está disposto a continuar asofrer? Quanto da sua vida está disposto a finalmente reivindicarhoje? Quanto mais tempo vai deixar que os outros mandem nassuas escolhas? E, se reivindicar a sua vida, acha que fica a deveralguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo.Quando você cede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua

vida. Você vive em permanente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

Grande Livro de Orações

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CARNEIROAmor: Estará muito carente,procure ser mais optimistaquanto ao seu futuro sentimen-tal.Saúde: Tendência para dores decabeça.Dinheiro: Período favorável,aproveite bem este momentopara dinamizar a sua vida finan-ceira.

TOUROAmor: O seu coração está umpouco dividido, pense bem qual ocaminho que deve seguir, pro-cure não ferir os sentimentos dosoutros.Saúde: Faça uma limpeza geralaos seus dentes para poder terum sorriso radiante.Dinheiro: A vitalidade e esforçoque tem demonstrado no traba-lho serão muito favoráveis parasi.

GÉMEOSAmor: O amor e o carinho reina-rão na sua relação afectiva, apro-veite para avançar para umcompromisso mais sério.Saúde: Tente controlar as suasemoções para que o seu sistemanervoso não se ressinta de formanegativa.Dinheiro: Não haverá nenhumaalteração significativa na sua vidaprofissional, e as finanças estãoestabilizadas.

CARANGUEJOAmor: Prepare um jantar espe-cial romântico para a sua cara-metade. Saúde: Procure relaxar maispara não andar muito tenso.Aprenda a descontrair.Dinheiro: Poderá ser surpreen-dido negativamente ao verificar oseu saldo bancário, por isso pre-vina-se contra surpresas menosagradáveis e aprenda a poupar!

LEÃOAmor: Dê mais atenção aos seusfamiliares, eles também precisamde si e sentem a sua falta.Saúde: Previna-se contra o co-lesterol evitando alimentos quelhe são prejudiciais.Dinheiro: Período bastante fa-vorável. Pode ter uma promoçãoou assumir novas responsabilida-des no local onde trabalha.

VIRGEMAmor: Deixe o ciúme de umavez por todas e aproveite bem osmomentos de que dispõe a sóscom o seu companheiro.Saúde: Cuidado com os excessosalimentares, anda a comer demais.Dinheiro: Não peça um em-préstimo neste mês, os temposnão estão favoráveis para con-trair dívidas de qualquer género.

BALANÇAAmor: A sua sensualidade e be-leza vão partir muitos corações,não se surpreenda com uma de-claração de amor. Saúde: Vigie a sua alimentação,consuma alimentos menos caló-ricos e evite abusar do sal.Dinheiro: Esta é uma óptimaaltura para tentar reduzir os seusgastos pois conseguirá fazer pou-panças neste período.

ESCORPIÃOAmor: Se ainda não encontrou oamor da sua vida prepare-se, poisestá mais perto do que imagina!Saúde: Faça exercício físico aoar livre, o contacto com a Natu-reza far-lhe-á muito bem.Dinheiro: Provável aumentodas suas finanças, pode aprovei-tar para pôr algum dinheiro departe.

SAGITÁRIOAmor: Cuide da sua aparência

física para conquistar quem maisdeseja ter a seu lado.Saúde: Poderá surgir uma infec-ção urinária, procure o seu mé-dico de imediato se notar algumsintoma menos comum.Dinheiro: Irá conseguir atingiros seus objectivos, graças a aju-das inesperadas que irão surgir.

CAPRICÓRNIOAmor: O amor poderá bater-lheà porta, por isso fique atento emostre-se disponível para a mu-dança.Saúde: Procure fazer uma vidamais saudável e corte de vez comqualquer vício. Dinheiro: Esta não é uma boaaltura para investir em negóciosde vulto ou compras que envol-vam muito dinheiro.

AQUÁRIOAmor: Neste período a tendên-cia é para andar hipersensível.Procure controlar as suas varia-ções de humor para evitar discus-sões desnecessárias.Saúde: Procure fazer uma ali-mentação mais equilibrada di-versificando os alimentos eapostando mais nos legumes everduras.Dinheiro: Não corra riscos des-necessários no que toca a gastose a investimentos, seja prudente.

PEIXESAmor: Dê mais atenção ao seucompanheiro, ele pode estar maiscarente do que é habitual e pre-cisa de maior atenção da suaparte.Saúde: Vá ao médico e aproveiteeste mês para fazer exames de ro-tina.Dinheiro: Seja mais exigenteconsigo, só assim conseguiráatingir o sucesso tão desejado ecumprir com os objectivos a quese propôs.

Repartição de Esmolas

Três padres conversavam a respeito da maneira como usavam as esmolasque os fiéis deitam na «Caixa das Almas».

Diz o francês: -Nós fazemos um risco no chão, quando abrimos a caixa, no fim do mês. As

moedas e as notas que caem à direita são para Deus; as outras são para as ne-cessidades da paróquia.

O espanhol: - Nós fazemos uma fenda, num estrado. Atiramos ao ar: as que entram pela

fenda são para Deus; as outras, as que caem fora, são para a paróquia. O português: -Nós fazemos isso mais simples. Abrimos a caixa, atiramos tudo ao ar, notas

e moedas. As que Deus apanha são para Ele.

Page 21: Portugal Post Novembro 2011

Capa duraNº de Páginas: 176Dimensões: 22,5 x 24 Preço: 35,00 €Conhecido por “fiel amigo”, o bacalhau tem uma tradição muito parti-

cular e original na gastronomia por-tuguesa. Neste livro, fique a conheceras origens da pesca deste peixe, assuas principais características, a mel-hor forma de o arranjar e outrosaspectos importantes, como a melhorforma de o escolher, conservar e am-anhar. Deleite-se com as nossas re-ceitas e experimente-as todas. Fique,ainda, a conhecer as tradições destepeixe noutros países do Mundo.

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VidasPORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 21

Tesouro das CozinheirasMais de 2000 receitas, 850 páginasPreço: € 70É livro de cozinha mais vendido em Portugal.Pela sua clareza, simplicidade e variedade constitui um precioso auxiliar na elaboraçãodas suas ementas diárias.

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Nos preços dos livrosjá estão incluídos osportes de correio edo IVA.Cupão de encomendana página 19

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos que nos enviam.Obrigado.

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Caros senhores ,Escrevo-vos para desabafar

um pouco esperando que os se-nhores publiquem o que eu aquinestas linhas quero contar.

Não é obrigatório que publi-quem, mas como já li coisas idên-ticas à minha situação acho queseria interessante publicar demodo a que os leitores leiam o quequero dizer.

Tenho 42 anos, vivo só há maisde 7 anos e nem sequer tive a feli-cidade de ter filhos. Hoje, como éfácil perceber, já pode ser tardepara os ter.

Se estou triste por não ter fil-hos, que me poderiam fazer agoracompanhia, também estou con-tente por não os ter. Ou melhor,estou contente por não os ter dohomem com quem casei e vivimais de 20 anos.

Hoje, felizmente, estou divor-ciada. Mesmo que agora prove aamargura de estar só, na solidão,isto é muto melhor do que a vidaque tinha quando era casada.

Ainda hoje penso como fui tãoburra ao ponto de ter de aguentarum homem que me fez mal du-rante quase toda a vida de casada.E eu pensava que tinha de aguen-tar aquilo, ou melhor, pensava queera a minha obrigação de esposater de carregar o fardo dos insultose dos maus tratos.

Quando viemos para a Ale-manha a nossa vida era como a detantos portugueses que para aquivieram. O nosso sonho era juntaralgum dinheiro, construir umacasa em Portugal e depois regres-sar para gozar o tempo que nosrestasse da vida.

Ele trabalhava numa fábrica eeu, para além de tratar da casa,fazia muitas horas a limpar. Quaseque trabalhava mais do que ele e,de certo modo, até às vezes che-gava a ganhar mais do que ele. Odinheiro que eu ganhava ia di-rectamente para a conta de umbanco em Portugal. Como éramossó os dois, parte do que ele gan-hava juntava-mos num Sparbuchaqui na Alemanha.

Ele o quem mais desejava erater filhos e, diga-se, eu também.Por isso fazíamos tudo para os ter.Aquilo era de noite e de diae...nada. Do modos que ele come-çou a dizer que era por minhaculpa que não eu não engravidava.

Mesmo assim eu tentava sem-pre e isso começou a ser para mimuma cisma a pontos de auto-cul-pabilizar-me por não ser capaz deengravidar.

A partir de uma certa altura elecomeçou a atirar as culpas paracima de mim e a dizer que eucomo mulher não prestava paranada. Isso fazia com que eu

quando estava com ele me entre-gasse mais ao ponto de muitasvezes fingir coisas que eu não sen-tia.

Paciente eu esperava uma gra-videz, mas nada.

O tempo passou assim. Eledesinteressava-se por mim e che-gávamos a um ponto que ele nãofalava ou quando se me dirigia eracom modos rudes e às vezes muitoinsultuosos.

Eu aguentava porque achavaque era o meu dever.

O tempo ia assim passando.Quando ele precisava de mim

servia-se e sem palavras virava ascostas, acendia um cigarro e ficavaem silêncio. E eu sofria.

Como pertencíamos na alturaa uma associação portuguesa nacidade onde vivíamos, ele come-çou a passar a maior parte dotempo lá e, como passava maistempo lá do que em casa, toda agente dizia à boca cheia que eletinha uma amante porque eu erafria.

Foi assim que desisti de lá ir.Continuava a fazer as limpe-

zas, a ter, enfim, uma vida negraporque ele começou a bater-mepor tudo e por nada,. E ainda porcima servia-se de mim como se eufosse uma coisa de usar e deitarfora.

A vida em casa tornou-seassim um inferno durante algunsanos.

Até que houve um momentoem que ele, para meu espanto, co-meçou a ter modos bons e a falarcomigo, perguntando-me se eunão queria ir aos baile da associa-

ção. Eu, sem ter por onde escol-her, ia. Então gozava esses mo-mento e aceitava-o como ummarido que teve momentos mause que de um momento para outropôs a mão na consciência e viuquanto era o mal que fazia à suamulher.

Quando estávamos na intimi-dade eu já estava mais relaxada eaceitava-o sem impedimentos.Nesses momentos ele começava-me a chamar por “minha mulherz-inha” e coisas assim, tanto que euvoltei a acreditar que ele voltava agostar de mim.

Mas, quando ia agora à asso-ciação, eu sabia que as bocasainda diziam coisas horríveissobre mim e que havia muitosolhos que me olhavam de formamuito estranha. Era também láque eu percebia que ele aindatinha a amante, uma portuguesamais nova do que eu e divorciadaque andava no rancho da associa-ção.

O paleio dele ainda continuavaa ser o mesmo. Minha querida pralá, minha querida pra cá, mal sa-bendo eu que ele andava com elafisgada.

Conclusão: comecei acreditarque o nosso casamento era agoraseguro e eu voltava a estar emcasa, a trabalhar e a estar com elecomo se nada acontecesse.

Quanto ao resto, eu deixavaque as más línguas falassem e de-fendia com unhas e dentes o ma-rido apesar de saber que ele tinhauma amante e que até não poucasvezes passava lá noites. Mas eu,com o medo de ficar só e, poroutro lado, também com o medode o exaltar e as coisas voltarem àsituação infernal por que tinhapassado, calava-me e esperançavaque um dia ele reconsiderasse edeixasse a amante e se dedicasse amim a cem por cento.

As coisas ia correndo assimnaquela rotina.

A partir de um momento elefazia as coisas com a amante assimtão descaradamente que mesmoos estranhos quase se envergonha-vam pelo comportamento deles.

Eu suportava. Pensava que eletinha a amante porque eu não osatisfazia como ele desejava e re-corria-se da amante para se satis-fazer. Eu nesses momentospreferia que ele fosse às mulheresda rua do que ter uma amanteassim às descaradas. O problemaé que as mulheres da rua custamdinheiro e elas não faziam o queele queria: tratar bem dele, cozin-har petiscos, apaparicá-lo, etc.

Facto é que agora ele passava

mais tempo com a amante do quecomigo. Era assim: amante dava-lhe cama e eu é que tratava dele,cozinhava, vestia-o , lavava-o, e elequando chegava do trabalhotinha-me a mim como escravapara pôr a comida em cima damesa. A única coisa que ele faziaquando esta em casa era estar nosofá a ver a Sport TV.

Eu, já se sabe, andava tão aba-tida e desanimada que um dia de-cidi ir consultar um médico paratentar compreender porque nãoengravidava. Pensava que se euengravidasse o prendia à casa eseria um motivo para ele abando-nar a amante.

Mas, ó sorte de um raio!, quemengravidou foi a amante e eu dissodesconfiei quando ele chegou acasa, meteu algumas coisas numamala disse-me com o ar mais na-tural do mundo que ia viver com asua nova mulher e que já estava atratar das coisas para o divórcio.

Sobre a gravidez da amantesoube mais tarde quando ele teveum filho e houve uma grande festade baptismo na associação portu-guesa.Leitora devidamente identificada

Quando a esperança era a última coisa a morrer

Ainda hoje penso como fuitão burra ao ponto de ter deaguentar um homem queme fez mal durante quasetoda a vida de casada. E eupensava que tinha de aguen-tar aquilo, ou melhor, pen-sava que era a minhaobrigação de esposa ter decarregar o fardo dos insultose dos maus tratos.

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PORTUGAL POST Nº 208 • Novembro 2011 Economia 23

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O Escritório de Representa-ção do MONTEPIO emFrankfurtt celebrou, recen-temente, 10 anos de activi-dade junto dos seus clientese associados na Alemanha.

Dirigido por Luís deFreitas, o MONTEPIO naAlemanha está ainda „re-presentado“ através de pro-motores em diversaslocalidades em que se re-gista uma significativa con-centração de portugueses.Ainda assim, o responsávelpelo Escritório de Repre-sentação na Alemanha dizque pretende “reforçar ealargar a nossa presença

junto da comunidade”.“Através do apoio a di-

versos dos muitos eventos,organizados pelas colectivi-dades na Alemanha, registoque o Montepio é muitoconsiderado pela comuni-dade portuguesa, ou seja, oMontepio também se di-vulga e promove através dasua “Responsabilidade So-cial”, acentua Luís de Frei-

tas.“Aumentar a sua influ-

ência junto da Comunidadeequivale a aumentar a car-teira de clientes e o volumede negócios”, diz aindaLuzis de Freitas.

“Registo com satisfaçãoum crescimento constantee, apesar das „turbulências“nos mercados, os clientesreconhecem no MONTE-PIO uma instituição de ges-tão prudente, comqualidade de serviço, comcomportamento ético e di-namizador da EconomiaSocial”., finaliza Luís deFreitas.

Escritório de Representação na Alemanha faz 10 anos

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