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PORTUGAL POST Director: Mário G. M. dos Santos ANO XVI • Nº 182 • Setembro 2009 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 Leia nesta edição Página 9 Página 11 Página 9 Página 14 Página 3 Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 Informe-se, escolha e vote 2009 Encontro Candidatos do PS, Paulo Pisco e Dora Mourinho, encontram-se com dirigentes da FAPA Portugal Emigrantes de férias surpreendidos com preços altos num Portugal em crise Osnabrück Manuel Silva nomeado Vice-Cônsul Viagens Comboio de Emigran- tes ainda apita com o nome Sud-Express Gripe A Alemanha terá a maior campanha de vacinação do pós-guerra Legislativas Paulo Pisco, Cabeça de lista do PS pelo circulo eleitoral da Europa Dora Mourinho, residente em Essen (NRW), candidata pelo PS José Sócrates. Secretário-Geral do PS Carlos Gonçalves, Cabeça de lista de PSD pelo circulo eleitoral da Europa Manuel Ferreira, residente em Frankfurt, candidato pelo PSD Manuela Ferreira Leite, Presidente do PSD São Belo, Cabeça de lista da CDU pelo Círculo eleitoral da Europa Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP

Portugal Post Setembro 2009

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Portugal Post Setembro 2009

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Page 1: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POSTDirector: Mário G. M. dos Santos

ANO XVI • Nº 182 • Setembro 2009 • Publicação mensal • 2.00 €

Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

Informe-se, escolhae vote2009

EncontroCandidatos do PS,

Paulo Pisco e Dora Mourinho,

encontram-se com dirigentes da FAPA

PortugalEmigrantes de férias

surpreendidos com preços altos num

Portugal em crise

OsnabrückManuel Silva

nomeado Vice-Cônsul

ViagensComboio de Emigran-tes ainda apita com o

nome Sud-Express

Gripe AAlemanha terá a maiorcampanha de vacinação

do pós-guerra

Legislativas

Paulo Pisco, Cabeça de lista do PS pelo circuloeleitoral da Europa

Dora Mourinho, residente em Essen (NRW), candidata pelo PS

José Sócrates. Secretário-Geral do PS

Carlos Gonçalves, Cabeça de lista de PSD pelocirculo eleitoral da Europa

Manuel Ferreira, residente em Frankfurt, candidato pelo PSD

Manuela Ferreira Leite, Presidente do PSD

São Belo, Cabeça de lista da CDU pelo Círculoeleitoral da Europa

Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP

Page 2: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009

EditorialMário dos Santos

2

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAHELENA GOUVEIA: BONAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAPAULO ALEXANDRE: HAMBURGOZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÒNIO JUSTO: KASSELDORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

PUBLICIDADE: TELMA BONITO

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICU-LAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

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de endereço

Fax: 0231 - 83 90 351Tel.: 0231 - 83 90 289

[email protected]#

s resultados das eleições a realizar no

próximo dia 27 deste mês em Portugal

(exactamente no mesmo dia em que

acontecem as eleições na Alemanha)

irão ditar qual o governo que os portugueses

querem para os próximos quatro anos.

Contrariamente ao desinteresse que a opi-

nião publica e publicada em Portugal dá aos

votos provenientes da “emigração”, a verdade

é que os “nossos” votos poderão ser decisi-

vos em caso de empate entre os dois maiores

partidos. Os quatro deputados que os portu-

gueses residentes fora de Portugal elegem

podem fazer a diferença e até podem contri-

buir para que dêem a vitória ao Partido So-

cialista ou ao Partido Social Democrata, os

dois partidos que normalmente disputam o

poder em Portugal.

Pelo círculo eleitoral da Europa, são dois os

deputados a eleger. PS, PSD e CDU são as

forças policias que reúnem condições para

conquistar deputados.

Os dois deputados a eleger por este círculo

são normalmente distribuídos pelos partidos

PS e PSD. No entanto, nem sempre foi assim.

PS já conseguiu os dois deputados e, nas últi-

mas eleições, faltaram cinco votos aos socia-

listas para fazer o pleno.

A CDU, a coligação entre comunistas e Ver-

des, também se posiciona na campanha elei-

toral animada pelos votos conseguidos nas

últimas eleições europeias. A ver vamos se a

força militante dos comunistas consegue ser

traduzida em votos.

É sabido que por um voto se perde e por um

voto se ganha. Assim sendo, está nas mãos

dos eleitores o futuro da governação do país.

Como tem sido habitual, O PORTUGAL

POST concede espaço aos partidos que

lutam por conquistar deputados pela emigra-

ção, cumprindo, deste forma, um serviço pú-

blico e contribuindo para o esclarecimento

dos eleitores, eleitores que são aqueles que

vão escolher o partido para governar o país

e os deputados merecedores da sua con-

fiança para os representar num importante

órgão de soberania de Portugal que é a As-

sembleia da República.

Por isso, informe-se, escolha e vote.

A SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS.

Na página 10 desta edição, o PORTUGAL

POST publica um inquérito a todos os que

nos lêem que tem como única finalidade tor-

nar este jornal mais próximo dos interesses

dos seus leitores. Ao preencher o inquérito,

o leitor está a ajudar-nos a melhorar o nosso

trabalho e a contribuir para reforçar a missão

de porta-voz da comunidade do PORTUGAL

POST.

Por isso, ficamos muito gratos pelas contri-

buições de todos quantos preencherão o in-

quérito que será para nós de muita utilidade

para assim prestarmos um melhor serviço e

uma mais útil informação.

OInforme-se, escolha e vote

Page 3: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 3Nacional & Comunidades

Publicidade

Emigrantes de férias em Portugal

levaram menos dinheiro o objec-

tivo de gastar o menos possível,

num país onde se vive pior do que

naqueles que eles escolheram para

trabalhar e agora ainda mais por

causa da crise.

O fim-de-semana que marcou a

entrada da segunda quinzena de

Agosto foi de partidas e chegadas

em Vilar Formoso, porta de entrada

num país que recebe nesta altura

do ano milhares de emigrantes, que

enchem os depósitos no último

posto de combustível espanhol e

param no primeiro café em Portu-

gal.

Jorge e Cristina Serra, mais a

pequena Matilde, vivem nos arredo-

res de Paris, onde todos nasceram,

e preparam-se para visitar os dois

lados da família, na Figueira da Foz

e em Pinhel.

“Vamos tentar gastar menos e,

desta feita, não vamos para o Al-

garve para podemos jantar mais

vezes fora”, diz Jorge Serra, cons-

ciente “dos altos preços dos com-

bustíveis e dos baixos salários em

Portugal”.

“A classe média e a baixa tam-

bém está a sofrer em França”,

afirma Jorge Serra, que é funcioná-

rio de uma empresa de telecomu-

nicações móveis. A mulher trabalha

numa pequena empresa de soft-

ware.

O casal não pensa trocar

França por Portugal, porque lá há

melhores condições de vida e um

sistema nacional de saúde mais efi-

ciente.

Já de férias em Portugal, Abel

Silva, 54 anos, que há 19 trocou

uma pequena aldeia da freguesia de

São Mamede, no concelho da Bata-

lha, pelo Canadá, sente que “tudo

melhorou um pouco” em Portugal,

mas “continua a ganhar-se mal”.

“Ganha-se pouco e as coisas

estão caras”, constatou, acrescen-

tando que “todas as pessoas se

queixam”, uma situação que atribui

à crise.

Abel Silva adiantou que, embora

“as pessoas tentem poupar alguma

coisa”, a crise é um impedimento

Quanto a um hipotético re-

gresso a Portugal, o emigrante res-

ponde: “Com a minha idade não é

fácil arranjar emprego”. Por isso,

adia para uma idade mais próxima

da reforma a possibilidade de refa-

zer a vida em Portugal.

Quem acredita num regresso

mais cedo é Noémia Reis, 57 anos,

emigrante em França.

Natural de Aljustrel, Fátima, a

emigrante, empregada de limpeza,

completa agora 35 anos em França,

onde estão os seus três filhos e os

três netos, e assegura que não será

a crise a impedi-la de regressar.

“Em Portugal, sinto-me mais

alegre. Lá é casa-trabalho-

trabalho-casa”, assegurou Noémia

Reis, que vê Portugal um país “mais

avançado”, mas muito caro e com

um serviço de saúde que gostaria

que fosse igual ao de França.

“O meu filho diz que aqui os io-

gurtes são mais caros”, observou a

emigrante, assegurando não ter dú-

vidas de que “em Portugal quem

tem dinheiro vive bem”. O pro-

blema é que „a maior parte das

pessoas não tem dinheiro”.

Noutra latitude, Teixoso, na Co-

vilhã, Maria José Fernandes, 61 anos,

está de regresso a casa, embora

ainda continue a visitar, “mês sim,

mês não“ os arredores de Paris,

onde trabalhou mais de três déca-

das como ama.

“Também lá há muita crise, com

muito desemprego. Mas acho que a

atitude dos franceses e sobretudo

dos emigrantes portugueses em

França é muito diferente”, des-

creve.

“Aqui as pessoas ficam muitas

vezes à espera das ajudas, como o

subsídio de desemprego, refere

Maria José Fernandes. „Lá é dife-

rente: quando alguém está no de-

semprego, luta logo por alguma

coisa”, descreve, confessando ainda

“estranheza” por ver pessoas “com

tão pouco a comprar tanta coisa”.

“Depois vem-se a saber que

estão endividadas. Em França tam-

bém não é assim”, conta. “Às vezes

é preciso sofrer, sobretudo nesta al-

tura de crise, mas há muita gente

que não quer sofrer.”

Já os emigrantes que desembar-

cam no aeroporto da Portela gos-

tam de Portugal, mas só para férias,

já que não pensam regressar em

definitivo tão cedo, sobretudo pela

percepção que têm da situação da

economia portuguesa.

„Neste momento, não há nada

a esperar de Portugal. Não vejo

perspectivas de melhoras (da eco-

nomia)“, declarou Sérgio Crespo,

30 anos,no aeroporto de Lisboa,

chegado de Inglaterra para passar

férias.

Sérgio Crespo, que mora com a

mulher há dois anos em Reading,

considera que a crise financeira in-

ternacional está a ter impacto em

Portugal, „porque a economia por-

tuguesa depende muito de outros

países“.

Os emigrantes também apon-

tam os baixos salários, o baixo pa-

drão de vida em relação aos outros

países da Europa, a falta de estru-

tura dos serviços básicos forneci-

dos pelo Estado, sobretudo na área

da saúde, e o baixo valor das refor-

mas como alguns factores para con-

tinuarem a trabalhar no

estrangeiro.

„Os ordenados são muito bai-

xos (em Portugal) e passei seis anos

sem receber um aumento, a traba-

lhar para o Estado português“, de-

clarou Crespo, natural do Cartaxo

e que trabalha em Inglaterra como

administrador de sistemas informá-

ticos.

„O nível de vida é definitiva-

mente diferente, muito melhor, mas

custa-nos estar longe do nosso

país“, referiu ainda Crespo, que está

em permanente contacto com as

notícias de Portugal através da in-

ternet.

Para a sua mulher, Paula Vaz, 27

anos, também natural do Cartaxo,

existem muitas facilidades para as

pessoas em Inglaterra, „além do

serviço de saúde e do sistema de

serviços do Estado em geral serem

muito melhores“ do que em Portu-

gal.

„Em Portugal, as coisas demo-

ram muito tempo a acontecer. Em

Inglaterra, tudo é resolvido rapida-

mente, disse Paula Vaz, que trabalha

como recepcionista num ginásio.

O casal não pretende retornar

a Portugal tão cedo e vem ao país

„apenas para passar férias“.

Duas outras emigrantes em fé-

rias, Isabel Klose e Ana Maria Gou-

veia, residentes há mais de 30 anos

na Alemanha, também acreditam

que a situação económica de Por-

tugal continua a não ser das melho-

res.

„Pelo que nós vemos nos noti-

ciários portugueses da televisão,

está tudo muito difícil, tudo está

mais caro. A situação económica do

país está pior“, indicou Ana Maria

Gouveia, natural de Seia e que mora

há 35 anos em Nuremberga.

„A assistência médica é muito

melhor na Alemanha. O padrão de

vida lá é muito melhor“, referiu Ana

Maria Gouveia, 60 anos, que traba-

lha numa fábrica de munições e

vem todos os anos passar férias a

Portugal.

Esta é a mesma opinião de Isa-

bel Klose, uma administrativa de 53

anos, há 36 anos na região de Estu-

garda e que acompanha as notícias

de Portugal pela televisão.

Ao contrário do casal de Ingla-

terra, Isabel Klose e Ana Maria pla-

neiam voltar assim que se

reformarem.

„Como a reforma da Alemanha

dá para viver bem aqui (Portugal).

Não posso dizer a mesma coisa da

reforma portuguesa, que é muito

baixa“, declarou Isabel Klose.

„Vou reformar-me daqui há três

anos e volto para Portugal, mas, se

não tivesse essa reforma garantida,

ficava na Alemanha“, finalizou Ana

Maria Gouveia.

Lusa /PORTUGAL POST

Emigrantes deférias

surpreendidoscom preços

altos num Portugal em

criseJorge (D) e Cristina Serra (E), e Matilde, vivem nos arredores de Paris, e estão a passar férias em Portugal, temem ospreços altos e trazem o objectivo de gastar o menos possível, num país onde se vive pior do que naqueles que eles es-colheram para trabalhar e agora ainda mais por causa da crise, LUSA

E os que desembarcamna Portela queremmesmo é passar férias

Page 4: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 20094 Eleições Legislativas 09

No dia 27 deste mês, os portu-gueses vão ser chamados a ele-ger os 230 deputados, 4 dosquais representam os círculoseleitorais da Europa e de Forada Europa, que irão compor opróximo parlamento que, porsua vez, elegerá o próximo Go-verno de acordo com os resul-tados eleitorais.

Os cerca de 11.000 eleitores

devidamente recenseados na Ale-

manha receberão em casa o bole-

tim de voto que o terão de enviar

(de preferência em carta registada)

devidamente preenchido até ao dia

27.

Cada um votará em consciência

na força politica que lhe inspira

mais confiança. Para ajudar a con-

vencer os eleitores, os partidos têm

programas e, para dar a cara por

eles, as forças politicas têm rostos,

sendo que também estes acabarão

de alguma maneira por influenciar

os eleitores.

Por isso, alguns partidos apre-

sentam rostos que são, mais ou

menos, conhecidos dos eleitores da

Alemanha. E se não o são, os parti-

dos ao colocá-los nas suas listas

querem dar o sinal aos eleitores de

que estão próximos deles e que os

seus candidatos conhecem os seus

anseios e compreendem as suas ne-

cessidades.

Mas falando no que aos eleito-

res da Alemanha diz respeito. Par-

tido Socialista e Partido Social

Democrata colocam nas suas listas

candidatos aqui residentes. O PS ao

colocar a socióloga Dora Mouri-

nho, residente em Essen, nas suas

listas “quer dar um sinal à comuni-

dade que está a dar importância

aos portugueses da segunda gera-

ção. Por outro lado, Dora Mourinho

é uma pessoa com profundos co-

nhecimentos na área da integração

e migrações”, informa o responsá-

vel do PS pelo Departamento das

Comunidades, Paulo Pisco, que tam-

bém encabeça a lista por aquele

Partido.

Já o PSD coloca dois cidadãos

residentes na Alemanha. São eles

Manuel Ferreira, que se candidata

pela terceira vez e que já passou

pelo parlamento por duas vezes

para substituir Carlos Gonçalves

que tutelou a pasta da Secretaria de

Estado das Comunidades no Go-

verno de Santana Lopes. Manuel

Ferreira, director de uma caixa de

poupança alemã, surge em segundo

lugar da lista.

Por seu turno, Maria do Céu

Campos, uma emigrante residente

no sul da Alemanha, ocupa o quarto

lugar da lista, isto é, segundo su-

plente, do PSD (ver texto nesta edi-

ção). Carlos Gonçalves, Cabeça de

lista do PSD justificou ao nosso jor-

nal a colocação de dois portugue-

ses residentes neste pais devido ao

facto da “estrutura do PSD ser

muito forte”.

No que diz respeito à CDU

(coligação entre Verdes e comunis-

tas), na lista pelo círculo eleitoral da

Europa deste partido não consta

nenhum residente na Alemanha. Há,

porém, a registar o nome de Lu-

ciano Caetano da Rosa, um profes-

sor universitário residente em

Berlim, mandatário desta lista .

O cabeça de lista deste partido

é uma emigrante na Suíça conhe-

cida na comunidade local por São

Belo, uma operária da relojoaria e

presidente do rancho folclórico

Duas Rosas

No que concerne aos progra-

mas, o nosso jornal solicitou (por

escrito) entrevistas aos principais

partidos para lhes colocar questões

que têm a ver com os programas

eleitorais. PSD e CDU neste edição

e PS na anterior divulgam o mais

importante dos seus programas.

Assim, restará aos leitores a apre-

ciação e julgamento de cada um

deles.

Redacção PP

Os candidatos emigrantes às eleiçõeslegislativas

Dora Mourinho, Essen,candidata pelo Partido Socialista

Manuel Ferreira, Frankfurt, candi-dato pelo PSD

Maria do Céu Campos, Ravensburg,candidata pelo PSD

São Belo, Suíça, candidata pelaCDU

“Devemos considerar como

prioridade de vários departamen-

tos do Estado a defesa da nossa lín-

gua”, afirmou José Sócrates em

Lisboa, dirigindo-se a um grupo de

representantes das comunidades

portuguesas no estrangeiro, no âm-

bito da pré-campanha às eleições

legislativas de 27 de Setembro.

Para além da defesa da língua,

José Sócrates apontou a necessi-

dade de “ajudar à afirmação das co-

munidades portuguesas”, já que

desta depende “grande parte da

afirmação do país”.

“Tem sido um erro que come-

temos ao longo de várias décadas

não perceber que grande parte da

afirmação do país está dependente

da afirmação das comunidades”,

que constituem a “guarda avançada

do país”.

Sócrates deu o exemplo da re-

lação comercial entre Portugal e Ve-

nezuela que “foi finalmente

potenciada” porque o Governo “se

deu conta que a comunidade por-

tuguesa era uma arma ao serviço

dessa relação económica”.

A simplificação dos actos admi-

nistrativos que os órgãos da admi-

nistração prestam aos emigrantes e

O PSD revelou que quer"alargar a nacionalidade por-tuguesa aos netos de cidadãosnacionais por mero efeito davontade" e criticou a actua-ção do Governo neste campo,acusando-o de "ter feito tudocontra" os emigrantes portu-gueses.

Falando no final de uma audiên-

cia com representantes das comu-

nidades portuguesas na sede do

PSD, Manuela Ferreira Leite acusou

o executivo socialista de "não ter

cumprido em nada nenhuma das

promessas que fez sobre esta temá-

tica" e defendeu que o seu partido

"sempre tem dado enorme impor-

tância ao longo da sua história" aos

emigrantes, "com uma preocupação

fundamental de manter unidos

todos aqueles que são portugue-

ses".

"A actual lei da nacionalidade

prevê que a segunda geração, ou

seja os netos, possam ter a acesso

à nacionalidade portuguesa por na-

turalização, mas não por efeito de

vontade", explicou o deputado José

Cesário (PSD).

O deputado sublinhou ainda

que "a aquisição da nacionalidade

por naturalização não é extensível

aos filhos dos respectivos, de quem

adquirir esta nacionaldade, e pode

implicar, em alguns casos, na perda

da nacionalidade originária".

"O que nós propomos é a reto-

mada da proposta que já apresen-

támos no curso desta legislatura,

por duas vezes, que prevê a trans-

missão da nacionalidade portuguesa

aos netos de portugueses, ainda

que os pais não a tenham, por

efeito de vontade", referiu ainda

José Cesário.

Lusa / PP

a valorização das comunidades en-

quanto “instrumento da afirmação

do país” é o objectivo das candida-

turas do PS pelos círculos da Eu-

ropa e Fora da Europa, disse.

Em panfletos distribuídos na ini-

ciativa, que decorreu num hotel de

Lisboa, o PS compromete-se a

transformar os serviços da adminis-

tração pública da rede consular em

“verdadeiras lojas do cidadão” e a

deslocar funcionários consulares

para “irem ao encontro das comu-

nidades mais pequenas e isoladas”.

Incentivos às associações de

emigrantes que se destaquem na

“actividade em prol da comuni-

dade” e a criação de “novas moda-

lidades de apoio ao regresso de

idosos são outras prioridades do

programa socialista dirigido aos

emigrantes.

Lusa /PP

José Sócrates quer dar prioridade à defesa dalíngua portuguesa junto da emigração

PSD quer alargar nacionalidade portu-guesa a netos de cidadãos nacionais

O secretário-geral so-cialista, José Sócrates,defendeu que a priori-dade de “vários depar-tamentos do Estado”deve ser a valorizaçãoda língua portuguesajunto dos países ondeexistem comunidadesportuguesas, que classi-ficou como “a guardaavançada“ de Portugal.

No dia 27 de Setembro, mais de 62

milhões de eleitores alemães serão

chamados às urnas a fim de eleger os

deputados à 17ª legislatura do Parla-

mento federal alemão. Por sua vez, os

parlamentares elegerão o ou a chan-

celer federal. Assim, o resultado da

eleição é também uma decisão sobre

quem chefiará o governo federal nos

próximos quatro anos, ocupando a

Chancelaria Federal em Berlim.

Tudo indica que a grande coliga-

ção, chefiada pela primeira chaceler

alemã, Angela Merkel, entre o SPD e

a CDU não terá continuidade.

De quatro em quatro anos, o elei-

torado escolhe a nova composição

política do Bundestag. O Parlamento

federal, composto regularmente por

598 deputados, é principal órgão de

soberania da República Federal da

Alemanha. Legislar é uma das suas ta-

refas principais. Todas as leis federais

têm de ser debatidas e aprovadas

pelo Parlamento. Na sua 16ª legisla-

tura, recém encerrada, o Parlamento

federal alemão aprovou cerca de 600

leis. Ao lado desta importante função

legislativa, o Parlamento também é

responsável pela eleição do chefe de

governo, o chanceler federal, e pelo

controlo do governo federal.

O Parlamento federal alemão

tem, há dez anos, a sua sede no edifí-

cio histórico do Reichtag. Na última

eleição para o Parlamento federal, em

Setembro de 2005, foram seis os par-

tidos políticos que conquistaram

mandatos parlamentares.

Nas anteriores eleicões, em 2005,

houve uma percentagem eleitoral de

77,7% . Na 16ª legislatura do Bundes-

tag, a CDU/CSU formou a maior ban-

cada parlamentar, com 222 mandatos.

Seguiu-se o SPD, com 221 deputados.

O FDP obteve 61 lugares; A Esquerda,

53; e a Aliança90/Os Verdes, 51. A isto

se soma três deputados sem bancada.

A Alemanhavai a votos

Page 5: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 Eleições Legislativas 09 5

Perguntas a... Carlos GonçalvesCabeça de lista do PSD pelo Círculo da Europa Por Mário dos Santos

P Divulgados que estão os nomes

dos candidatos pela Comunidades,

quais as propostas políticas que o

PSD vai apresentar para convencer

o eleitorado?

R O PSD apresenta-se nesta cam-

panha com um conjunto de propos-

tas sérias e, acima de tudo,

exequíveis, imbuído de um profundo

espírito reformista e com o objec-

tivo prioritário que é o de garantir

a reaproximação entre Portugal e

todos os portugueses que se encon-

tram espalhados pelo mundo.

Para nós as Comunidades Portugue-

ses devem de novo assumir-se

como fundamentais no contexto da

nossa política externa sendo nossa

intenção desenvolver, entre outras,

as seguintes medidas caso tenhamos

a responsabilidade do Governo de

Portugal.

Aumentar a participação cívica e

política das nossas comunidades na

vida política nacional e nos países de

acolhimento;

-Desenvolver mecanismos de capta-

ção de poupanças e investimentos

dos portugueses residentes no es-

trangeiro nomeadamente restau-

rando as conta poupança-migrante;

Dar sequência a programas que in-

centivem a mobilização dos jovens

luso-descendentes para uma maior

relação com a nossa Cultura, a nossa

Língua e a realidade do Portugal mo-

derno;

Será dada prioridade à reforma do

sistema de voto dos portugueses re-

sidentes no estrangeiro, adoptando

nomeadamente o sistema de voto

electrónico;

Valorizar as celebrações do Dia de

Portugal, de Camões e das Comuni-

dades Portuguesas e do dia 25 de

Abril;

Desenvolver novos mecanismos de

captação de poupanças e investimen-

tos dos Portugueses residentes no

estrangeiro;

Incentivar a organização empresarial

no seio das nossas Comunidades

numa óptica de aproximação ao te-

cido industrial e comercial nacional;

Reformar a rede consular de forma a

garantir uma melhor ligação às comu-

nidades portuguesas;

Iniciar o processo de criação dos “Es-

paços Portugal”, enquanto estruturas

capazes de integrar no seu seio orga-

nismos oficiais e empresas ou asso-

ciações empresariais e culturais que

possam dar um importante contri-

buto para a defesa dos nossos inte-

resses e a aproximação à nossa Diás-

pora;

O alargamento da nossa acção con-

sular deverá contar igualmente com

a rede de associações portuguesas,

com as quais deverão ser estabeleci-

das novas modalidades de coopera-

ção;

Dar prioridade à celebração de acor-

dos bilaterais na área da segurança

social que permitam uma maior pro-

tecção dos direitos dos cidadãos por-

tugueses que trabalham no

estrangeiro;

Será retomada a proposta do alarga-

mento da nacionalidade portuguesa

aos netos de cidadãos nacionais por

mero efeito de vontade;

O voto dos não residentes nas elei-

ções autárquicas voltará a ser defen-

dido;

A reforma do ensino do Português

no estrangeiro terá continuidade,

apostando-se num modelo que per-

mita alargar a rede aos países de fora

da Europa e garanta a articulação es-

tratégica com instituições formadoras

das próprias comunidades e a contra-

tação local de professores;

O apoio aos Portugueses em situa-

ções economicamente mais difíceis e

mais fragilizados socialmente será

uma prioridade;

Serão valorizados os órgãos de co-

municação social das nossas Comuni-

dades.

P O PSD ao integrar na lista pelo cir-

culo eleitoral da  Europa dois candi-

datos residentes Alemanha quer dizer

que vai apostar mais forte no eleito-

rado deste país ou isso significa uma

mera coincidencia?

R A Alemanha foi, certamente, dos

grandes países de comunidades por-

tuguesas um dos mais maltratados

pelo Governo do Engº Sócrates. Com

efeito, desde a rede Consular que se

encontra com uma escassez de re-

cursos humanos preocupante – vejam

os casos de Hamburgo, Frankfurt ou

Estugarda., continuando pela extinção

do Consulado Geral de Frankfurt –

recentemente transformado em ape-

nas vice-consulado apesar da impor-

tância de que se revestia para as

nossas comunidades os interesses da

nossa política externa, destacando o

facto de Estugarda não ter tido Côn-

sul por vários anos, prosseguindo o

desinvestimento na área dos cursos

de língua portuguesa que tanto

deram que falar nesse país e termi-

nando numa ausência total de sensi-

bilidade para a área social em virtude

da Alemanha não merecer sequer ter

um Conselheiro Social que possa

acompanhar as questões sociais e o

importante, por vezes decisivo na

aplicação das políticas para esta área

de governação, tecido associativo

português.

Face a esta situação, o PSD não podia

deixar de apresentar nas suas listas

candidatos que possam de uma forma

clara e séria defender os interesses

dos portugueses residentes na Ale-

manha.

Foi a pensar neles que o PSD não

hesitou em constituir uma lista com-

posta por dois elementos emigran-

tes nesse país.

P Quando for eleito, em que domí-

nios é que vai centrar o seu trabalho

no Parlamento?

R Par mim a resposta a essa per-

gunta é muito simples. Apenas darei

continuidade ao trabalho que reali-

zei nos anos em que tenho sido De-

putado. Vejam a minha actividade

parlamentar – podem fazê-lo con-

sultando o sítio da Assembleia da

República www.parlamento.pt – e

poderão constatar que no exercício

das minhas funções fui a voz das co-

munidades portuguesas no Parla-

mento e, muitas vezes, a voz da

comunidade portuguesa residente

na Alemanha.

P Caso o seu partido ganhe as elei-

ções, vai ocupar de novo a pasta da

Secretaria de Estado das Comunida-

des? 

R Quanto à pergunta que me faz

não tenho qualquer tipo de expec-

tativa em ser de novo membro do

Governo. Tenciono ser Deputado,

realizar um trabalho que dignifique

a função que assumo e que esteja à

altura das expectativas que possa

criar junto dos portugueses residen-

tes no estrangeiro ao apresentar-me

a um acto eleitoral acompanhado

exclusivamente de emigrantes e

com propostas exequíveis e sérias.

P Divulgados que estão os nomes

dos candidatos pela Comunidades,

quais as propostas políticas que o

PCP vai apresentar para conven-

cer o eleitorado?

R A primeira grande proposta que

fazemos ao eleitorado, ao povo

português e às comunidades é pôr

fim em Portugal a uma política que

à semelhança da que vem sendo

seguida na União Europeia, tem

dado tanta força aos grandes capi-

talistas e banqueiros e tem reti-

rado tantos direitos aos

trabalhadores e às comunidades

portuguesas. Não há dinheiro para

se manter os consulados nem para

se reforçar a rede de ensino mas

para os especuladores e explorado-

res o dinheiro do Estado nunca se

acaba. Sócrates demonstrou que

um primeiro ministro do PS a ma-

lhar nos trabalhadores não fica

atrás da direita.

P Que resultado espera para a

CDU na Alemanha e que tipo de

campanha vai fazer para falar com

as pessoas?

R Mesmo tendo em conta que

muitas pessoas que gostariam de

votar contra a política deste Go-

verno não estão inscritas, estamos

confiantes que a CDU no círculo da

Europa vai obter um bom resul-

tado, o que já aconteceu nas últimas

eleições europeias onde por exem-

plo, pela primeira vez na Alemanha,

a CDU ganhou a área consular de

Dusseldorf , obtendo mais votos do

que o PS e o PSD juntos.

P Se for eleita, em que domínios é

que vai centrar o seu trabalho no

Parlamento?

R É muito importante que as co-

munidades sintam que os deputa-

dos pela emigração actuam na de-

fesa dos seus direitos. A actual

maioria absoluta de deputados do

PS acabou com a Subcomissão das

Comunidades Portuguesas na As-

sembleia da República. Criou legis-

lação que conduziu praticamente à

paralisação do Conselho das Co-

munidades Portuguesas.

Transferiu para os cônsules pode-

res de nomeação dos representan-

tes das comunidades nas comissões

consulares. Isto demonstra bem o

medo que o PS tem da democracia.

A actual deputada do PS é conhe-

cida pela deputada virtual como os

consulados que o seu governo pre-

coniza, ou seja invisível.

Há imenso trabalho a fazer no

campo do apoio social, do ensino,

do estímulo aos ranchos folclóri-

cos, ao movimento associativo e às

suas federações. A força política

com maior capacidade moral, sen-

tido patriótico e provas dadas na

defesa das comunidades é a CDU.

P Já identificou os problemas com

que a Comunidade na Alemanha se

debate?

R Como verifiquei ao visitar a Ale-

manha durante a campanha para as

eleições europeias de Junho pas-

sado, os problemas da comunidade

portuguesa aqui não são muito di-

ferentes das dificuldades das comu-

nidades de outros países da Europa.

A exemplo do que aconteceu na

França e noutros lados, a Alemanha

já perdeu num curto espaço de

tempo dois consulados-gerais. É sig-

nificativo que para mudar o nome

ao escritório consular de Osna-

brück o PS tenha demorado quatro

anos e só o tenha feito debaixo de

grande pressão à beira das eleições.

Mas o ensino do português como

língua materna é outra das preocu-

pações maiores.

Sem portugueses a falar português

não teremos comunidades portu-

guesas dignas desse nome. Na Ale-

manha foram necessárias pelo

menos três manifestações, em Dus-

seldorf, Frankfurt e Stuttgart, para

obrigar este Governo a respeitar o

direito dos nossos filhos ao ensino.

Um direito que continua em perigo.

Há muito para fazer. É por isso que

é necessário levar a luta até ao

voto, votando na CDU.

Perguntas a... São BeloCabeça de lista da CDU pelo Círculo da Europa Por Mário dos Santos

Agenda da CDU

1. Sábado, dia 5 de Setembro, en-

contro de activistas da CDU da

Alemanha às 16 horas na Festa do

Avante no stand da Emigração do

PCP, na Quinta da Atalaia na

Amora, Seixal.

2. Durante todo o mês de Setem-

bro e até ao dia 25, sexta-feira, a

CDU vai em várias associações

portuguesas na Alemanha informar

os associados sobre as suas pro-

postas e o seu programa para as

comunidades.

3. Na Alemanha, o ponto alto da

campanha eleitoral será a partici-

pação do deputado no Parlamento

Europeu, João Ferreira do PCP, e

do Mandatário da CDU pelo cír-

culo da Europa, Luciano Caetano

da Rosa na “Festa dos Cravos” no

Sábado, dia 19 de Setembro em

Leverkusen. A Festa que é aberta a

toda a comunidade portuguesa de-

correrá na Karl-Liebeknecht-

Schule, am Stadtpark 68,

Leverkusen, das 11 horas da

manhã até à noite. Haverá música

portuguesa e internacional ao vivo

e comes e bebes à portuguesa.

Page 6: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009Crónica6

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ausou grande consterna-

ção um artigo de opinião

recentemente publicado

no semanário português

«Expresso», que tentou

o feito inédito de ofen-

der de uma assentada cinco mi-

lhões de portugueses. Digo

tentou, porque a meu ver só se

ofende quem quer ser ofendido.

Mas espanta-me a consternação. É

possível que seja novidade para al-

guém que uma grande parte da

população portuguesa continua a

achar que os emigrantes são cida-

dãos de segunda? Depois da forma

como nos tratam há anos os su-

cessivos governos, os políticos que

supostamente nos representam, as

entidades pagas para nos assisti-

rem, foi preciso um rapazote qual-

quer debitar meia dúzia de

bacoradas num jornal às moscas

por causa da «silly season» para

nos apercebermos da considera-

ção que nos têm na pátria?

Pessoalmente acho bastante mais

assustador e significativo que um

licenciado em História Contem-

porânea tenha tão poucos conhe-

cimentos sobre a História do seu

país. Não vou tecer considerações

sobre a instituição que o formou.

Não sei se é uma daquelas «uni-

versidades» que proliferam no

Portugal moderníssimo, criadas

expressamente para garantir um

canudo a troco de muito dinheiro

e pouco talento a quem tenha pai-

zinhos em condições financeiras.

Se calhar também as universidades

portuguesas ditas sérias preferem

calar algumas realidades mais incó-

modas. Por exemplo, a de que os

emigrantes, pelo menos os na Eu-

ropa, pagaram duplamente pela

modernização de Portugal nos úl-

timos 50 anos: primeiro através

das remessas e segundo através

dos impostos e das contribuições

nos países que trabalham, que são

a base dos fundos estruturais eu-

ropeus, que, por sua vez, deram a

Portugal tantos e tão bonitos es-

tádios e autoestradas vazios. Isto

porque os políticos portugueses li-

geiramente atrasados em relação

ao que se sabe serem as priorida-

des para um país apostado no de-

senvolvimento, acham que investir

no futebol e nos automóveis para

todos faz mais sentido do que

construir um sistema de ensino e

formação ao nível europeu. Os re-

sultados estão à vista.

Confesso que pertenço ao nú-

mero de emigrantes que, todos os

anos, no Verão, «invade» a pátria,

se bem que não «montada» na

minha «fanfarrona bomba de ma-

trícula amarela». Primeiro, porque

não me parece que isso descreva

correctamente o meu VW Golf.

Segundo, porque não me apetece

levar a viatura para Portugal, país

onde a miséria ainda é tanta que

qualquer carro com matrícula es-

trangeira se arrisca a ser assaltado

por quem acha que os emigrantes

guardam sempre as suas poupan-

ças da vida debaixo do assento do

condutor. Prefiro deixar o meu

carrinho abandonado durante qua-

tro semanas à porta da casa na Eu-

ropa, porque não tenho garagem,

nem preciso, num país civilizado

onde em 30 anos não sofri um

único arrombo. E terceiro, porque

guiar nas estradas portuguesas é

mais ou menos como guiar no

Cairo: só para quem procura aven-

turas de alto risco. O atraso de

Portugal em relação à Europa no

desenvolvimento do mais rudi-

mentar civismo faz-se notar com

particular ferocidade na forma

como os portugueses guiam.

Mas não só. A nós os emigrantes

de «modos rurais» todos os anos

nos choca de novo a dimensão do

atraso, que tentamos depois es-

quecer entre Setembro e Julho: o

lixo nas ruas, nas matas e nas

praias. Os carros estacionados em

cima dos passeios que obrigam

mães com filhos pequenos a arris-

car a vida quando andam nas cida-

des. As cuspidelas para o chão. A

prepotência da polícia. A corrup-

ção a todos os níveis da sociedade.

O colapso total da justiça. As tele-

visões que tratam os espectadores

como atrasados mentais. Mas

como é o nosso país, encontramos

mil desculpas: « … a Democracia

não se faz em 20, 25, 30, 35 anos»,

« … mas tem bacalhau e pastéis

de nata», « … as praias são lin-

das» (e mortíferas por causa dos

crimes que se cometem contra a

ecologia). E por aí fora. Como é só

para as férias, aguenta-se bem.

Desde que não nos caia uma falé-

sia em cima. Mas muitas vezes nos

perguntamos: como é que «eles»

aguentam? «Eles», claro, são os dez

milhões que ficaram.

Como é sabido, a esperança é a úl-

tima a morrer. E assim nós os emi-

grantes continuamos alegremente

a enviar dinheiro, a investir em

Portugal, a passar lá as férias e a

contribuir para os fundos estrutu-

rais, porque estamos convencidos

– muito mais do que os que lá

vivem - que um belo dia Portugal

há-de começar a recuperar deste

atraso enorme que leva em rela-

ção à Europa onde nós vivemos.

Com um bocadinho de sorte, será

um processo que até incluirá a im-

prensa, que poderá então apostar

mais na informação feita por pro-

fissionais pagos e menos na opi-

nião com que agora enche as

páginas porque é de graça, para

não dizer gratuita. E quando publi-

car uma opinião, será de comenta-

ristas com coisas inteligentes para

dizer.

A minha «fanfarrona bomba de matrículaamarela» e eu

C

Page 7: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 7Comunidade Alemanha

OpiniãoPor Luísa Costa Hölzl

Que cônsul queremos nós?Em lugar de destaque, logo napágina 3, o Portugal Post publi-cou na edição de Agosto umartigo sobre o facto do cônsulhonorário de Munique estar aser „contestado pela comuni-dade“.

Fazendo eu parte desta comu-

nidade desde 1975, quando, como

estudante e bolseira do DAAD vim

estudar para a cidade de Munique,

e sendo membro activo da mesma

em sucessivas fases - empenho na

Missão Católica, participação em

associações, professora de portu-

guês, fundadora da LUSOFONIA e

como tal, desde 1995, ocupada com

a curadoria e organização de bastos

e vastos projectos culturais - sendo

eu pois aqui - e para quê falsas mo-

déstias? - uma espécie de „adida

cultural“, espanta-me eu não ter

sido interpelada, até ao momento,

por ninguém, para juntar-me aos

protestos em favor dum afasta-

mento do Cônsul Dr. Adolff.

Mas o meu espanto vai mais

longe: como é que, só agora, depois

de mais de 15 anos de „deixa-

andar“ em relação à comunidade, se

levantam protestos? O consulado

do Dr. Adolff pareceu na altura co-

meçar bem...foi uma festa com

pompa e circunstância, própria do

corpo diplomático. Acho que à

época a comunidade se alegrou,

pois, o trauma de termos perdido

na capital da Baviera os serviços

consulares havia deixado uma ferida

em todos nós. Tínhamos pois côn-

sul...lembro-me que houve discur-

sos e que o Cônsul proferiu longas

passagens em português. Mas

quando chegou a fadista, não se fez

o silêncio apropriado, era só baru-

lho e comes e bebes e logo ali senti

uma pontinha de desprezo pelo bo-

cadinho de cultura portuguesa...

Essa sensação, naturalmente muito

subjectiva,   foi tomando formas

concretas. Assim, lembro-me de

pedir apoios para leituras com es-

critores portugueses: salvo erro, só

uma vez tive sucesso. Depois fiz su-

gestões para semanas culturais...

Houve, pelo meio, um certo inter-

câmbio, mostra de interesse, até

presença em alguns eventos e, cer-

tamente, um reconhecimento pes-

soal dos meus méritos como

portuguesa empenhada na difusão

da cultura de língua portuguesa. Ha-

vendo pois da parte do Cônsul

pouquíssimas iniciativas - e estas

poucas restringindo-se à economia

e ao comércio, funcionando a cul-

tura apenas como enfeite, não dei-

xei de sentir,  às minhas próprias

iniciativas,  um certo estímulo, ao

qual sempre me mostrei grata, mas,

infelizmente, percebi sempre nesse

estímulo a tal pontinha de des-

prezo: ela que faça lá essas coisas da

cultura, que eu sou homem de ne-

gócios e é para isso que cá estou.

É esse o busílis da questão: o

cônsul honorário está aqui para

quê? Qual a sua verdadeira função?

Existe uma espécie de acordo entre

essa pessoa e o país representado?

E para representar um país que

dotes, que competências ele terá de

demonstrar? Apenas uma relação

comercial, neste caso investimentos

imobiliários numa qualquer região

portuguesa?... Que deseja o nosso

país de seus cônsules honorários?

Basta que ele ponha o seu escritó-

rio uma vez por semana ao dispor

do serviço consular? (e isto ao fim

de uma década sem nada...) É sufi-

ciente um cônsul honorário ter a

credencial do país em que se en-

contra ? Que exigências lhe podem

ser feitas por parte do país repre-

sentado? E representa ele esse país

ou também a comunidade local na

diáspora? E, se é assim, como teria

de funcionar essa representativi-

dade?

Volto então à minha pergunta:

porquê só agora este abaixo-assi-

nado? Ao fim de 15 anos esta inicia-

tiva? Talvez seja este o sinal mesmo

desta nossa comunidade. Não nos

juntamos regularmente, não temos

uma associação aqui em Munique,

não somos muitos e vivemos espa-

lhados...tudo argumentos para uma

certa morosidade, um típico

„deixa-andar“ que criticamos no

dignatário e que, afinal, também nos

caracteriza a nós...

Não houve eleição para o côn-

sul, nunca o haverá...o corpo diplo-

mático serve o país, não serve o

governo, fica pois à margem das es-

truturas democráticas, sempre

assim o foi, por todo o lado. Os go-

vernos caem, os diplomatas ficam e,

em muitos casos e em várias épo-

cas e nalguns países, isso tem sido

até positivo.

Um cônsul saído da própria co-

munidade, com apoio da mesma,

poderia fazer um lugar em prol dos

seus ( não próprios!) interesses?

Ficam aqui as minhas questões, as

minhas dúvidas...

Se cada comunidade tem o côn-

sul que merece, façamos por mere-

cer outro!

Talvez o abaixo-assinado dê

para isso os primeiros passos...

Ao apresentar os candidatospelo círculo eleitoral da Eu-ropa, o PSD volta a colocarManuel Ferreira em segundolugar da lista encabeçada peloactual deputado Carlos Gon-çalves.

Manuel Ferreira, que já foi de-

putado, substituindo no parlamento

Carlos Gonçalves quando este as-

sumiu a pasta da Secretaria de Es-

tado das Comunidades no Governo

de Santana Lopes, exerce funções

de Director-Geral do departa-

mento Sul da Europa da caixa de

poupança alemã BKM.

Do seu curriculum político,

consta-se-se também a sua partici-

pação nas listas do PSD pela emi-

gração nas eleições de 2002.

Natural de Santa Comba Dão,

Manuel Ferreira, de 47 anos de

idade, justifica a sua candidatura

para “defender uma política justa e

de afirmação das nossas Comunida-

des Portuguesas”, disse numa nota

enviada por escrito ao PP.

Defendendo o PSD “como o

único partido com assento na As-

sembleia da República que tem de-

fendido os interesses dos

portugueses que trabalham e resi-

dem no estrangeiro”, Manuel Fer-

reira diz ao nosso jornal que “ainda

hoje os portugueses são obrigados

a emigrar para poder garantir a

subsistência das suas famílias” e

aponta o actual Governo como res-

ponsável de “politicas erradas” para

as comunidades. “Por isso” – diz

Manuel Ferreira - “Torna-se pri-

mordial restabelecer a confiança

dos portugueses no nosso país, e

este governo socialista desgastado

já não consegue restabelecer essa

confiança. É no PSD que as portu-

guesas e os portugueses têm con-

fiança para restabelecer de novo a

nossa Economia”

Também na mesma lista do par-

tido de Manuela Ferreira Leite pela

emigração surge em último lugar

uma portuguesa residente em Ra-

vensburg, Baden-Wurttemberg,

Maria do Céu Campos.

Esta candidata, de 56 anos de

idade, militante assumida do PSD e

da CDU, pertencendo mesmo à di-

recção deste partido em Ravens-

burg, reside na Alemanha há 33

anos e foi candidata autárquica pela

CDU na cidade onde vive.

Explicando as razões da sua

candidatura, Maria do Céu Campos

apresenta um rol de argumentos

contra o Partido Socialista, atri-

buindo a este partido a responsabi-

lidade da inexistência de um

Conselheiro Social na embaixada.

A candidata diz candidatar-se

“porque entendo que, com a expe-

riência adquirida, posso contribuir

para uma política mais justa e cons-

trutiva para com as comunidades

portuguesas”, diz numa longa decla-

ração enviada ao PP, na qual faz a

listagem dos pontos mais importan-

tes do programa do PSD para as

comunidades pormenorizadas na

entrevista que o cabeça de lista dá

à presente edição do PP.

.

Eleições legislativas 09

Manuel Ferreira e Maria do Céu Campos concorrem na lista do PSD Socialistas portugueses e ale-

mães realizam no Outono em

Munster um seminário para conso-

lidar as relações políticas e aprofun-

dar a forma de chegar aos cidadãos

portugueses que residem na região.

Segundo fontes do PS, a inicia-

tiva de realizar o seminário saiu do

encontro realizado em Münster,

em que estiveram presentes diri-

gentes socialistas alemães (SPD).

„Além de termos discutido o

programa do PS para as comunida-

des, ficou decidido que o PS e o

SPD vão fazer um seminário con-

junto para aprofundar o relaciona-

mento e a forma de conseguirem

chegar aos português e desenvolver

politicamente“, disse fonte do PS.

O seminário realiza-se em Ou-

tubro ou em Novembro, em Muns-

ter.

Breves ++ Breves ++ Breves ++Breves ++ BrevesSocialistas portugueses e alemães realizam semi-nário conjunto após legislativas nos dois países

Uma explosão destruiu parcial-

mente um Mercedes, de matrícula

alemã, pertencente a um emigrante

que estava de férias, e causou danos

em outras duas viaturas, na fregue-

sia de Nogueira, Braga. No local do

incidente, os vizinhos falam em

ajuste de contas, mas a polícia não

adiantou pormenores sobre o

crime.

A explosão ocorreu por volta

das 02.45, de Nogueira, e causou o

pânico entre os moradores da fre-

guesia que acordaram com o „es-

trondo“. Mas, por sorte, o incidente

não causou vítimas. A explosão

destruiu parcialmente o Mercedes,

de cor cinzenta, propriedade de um

emigrante que se encontra a passar

férias em Braga.

A explosão terá sido causada

pela introdução de algum elemento,

por apurar, no depósito de combus-

tível do Mercedes.

Carro de emigrante alvo de atentado à bomba

A comunidade católica portu-guesa em Münster deu as boasvindas ao novo Pároco que vempresidir à missão católica local.

Assim, o Padre Vítor Medeiros,

oriundo dos Açores, tomou posse da

Diocese Portuguesa em Münster d

urante a Celebração da Eucaristia

com a Igreja Matriz repleta de paro-

quianos durante.

O novo Padre foi ordenado a 14

de Dezembro de 2002 em S. Miguel

(Açores) de onde é natural, estando

ao serviço da Diocese da Ilha das Flo-

res desde 2006 até 2009.

Congratulando-se com a pre-

sença de muitos fiéis de outras paró-

quias que lhe vão ser confiadas, o

Padre Vítor Medeiros apelou à uni-

dade da comunidade em torno da

igreja.

No final foi servido um lauto ban-

quete confeccionado gratuitamente

pelas comunidade, sendo este o mo-

mento de troca de impressões entre

o padre e os paroquianos, disponibili-

zando-se para ajudar as paróquias

que irão estar à sua responsabilidade

(Münster, Rheine, Osnabrück, Stad-

tlohn Ochtrupe Epe).

Alfredo Cardoso, correspondente

Münster tem novo Pároco

Page 8: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009Publicidade8

Page 9: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 Comunidade Alemanha 9

GENTEPETIT, jogador português de fu-

tebol que actua no FC Köln, tem

tido uma boa prestação desde

que chegou ao clube alemão em

2008.

Para surpresa dos entendidos do

desporto-rei,o ex-internacional

português foi eleito o melhor

médio-defensivo da Bundesliga e

titular do onze ideal da época

2008/2009.

A ver vamos se o atleta português

consegue na época que já está a

decorrer manter a mesma cate-

goria com tem actuado e que faz

dele um dos melhores jogadores

estrangeiros a actuar na Bundes-

liga.

O cabeça de lista do PS pelo círculo da Europa,

Paulo Pisco, realizou a sua primeira acção de pré-

campanha com uma deslocação à Alemanha.

Acompanhada por Dora Mourinho, candidata

número três da Lista do PS,Paulo Pisco cumpriu

um programa de visitas às cidades de Solingen,

Dortmund, Münster e Osnabrück nos

dias 15, 16 e 17 de Agosto.

Em Solingen, o candidato do PS

manteve, a seu pedido, uma reu-

nião com a direcção da Federação

de Associações Portugueses na

Alemanha (FAPA) durante a qual o

candidato se inteirou dos proble-

mas com os quais o movimento

associativo na Alemanha se de-

bate. Neste contexto, Vítor Estra-

das, Presidente da FAPA,

apresentou algumas propostas que

podem ajudar as associações a sair

da crise, “como por exemplo a

necessidade da formação dos ele-

mentos directivos das associa-

ções”. Por seu turno, Paulo Pisco,

que também se fazia representar

por Manuel Botelho, destacado

membro do PS da área de Dussel-

dorf, disse ao nosso jornal que

tentou transmitir à FAPA o impor-

tante papel que esta Federação

tem na renovação do movimento

associativo. Paulo Pisco sugeriu

mesmo que a FAPA “se deve trans-

formar numa estrutura com uma

função mais profissionalizada de

modo a prestar um serviço às as-

sociações em áreas como a jurí-

dica e de animação cultural”. Para

Paulo Pisco, a função da FAPA é,

neste momento, tão importante e

que, por isso mesmo, “não deve

gastar energias em questões que

não têm nada a ver com o associa-

tivismo”.

Vítor Estradas, por seu lado,

acha estes encontros bastante po-

sitivos e disse ao PP que a FAPA

está aberta a reunir com os candi-

datos de todos os partidos.

Paulo Pisco presidiu a ainda a

um debate com eleitores no Cen-

tro Português de Münster em que

esteve em discussão o programa

eleitoral do PS às próximas elei-

ções. Neste encontro bastante

concorrido, o candidato do PS

Candidatos do PS, Paulo Pisco e Dora Mourinho, encontram-se com dirigentes da FAPA

fazia-se acompanhar pelo depu-

tado do SPD ao Bundestag, Chris-

toph Strässer.

Paulo Pisco anunciou ainda que

socialistas portugueses e alemães

realizarão no Outono, em Müns-

ter, um seminário para consolidar

as relações políticas e aprofundar

a forma de chegar aos cidadãos

portugueses que residem na re-

gião.

A iniciativa de realizar o semi-

nário saiu do encontro realizado

no Centro Português de Munster

em que estiveram presentes diri-

gentes socialistas alemães (SPD).

Em Osnabrück, Paulo Pisco vi-

sitou o Centro Português local

onde se realizou uma sessão pú-

blica com o candidato do Partido

Socialista a conctactar de perto

com os eleitores. Falando ao

nosso jornal, Paulo Pisco disse

atribuir „grande significado polí-

tico a esta deslocação a Osna-

brück porque, como sabe, o

Governo cumpriu a promessa de

criar o VIce-Consulado, que o PSD

quis encerrar contra a vontade

dos cerca de vinte mil portugueses

espalhados pelos três Estados que

a área consular abrange”.

Na sua deslocação a Osna-

brück, Paulo Pisco foi recebido

pelo novo Vice-Cônsul , Manuel

Silva, nas instalações do Vice-Con-

sulado português naquela cidade .

Redacção PP

Da esq.: Dora Mourinho e Paulo Pisco, candidatos e membros da direcçãoda FAPA. Foto: PP

O encontro entre o candidato

Paulo Pisco (que é também respon-

sável do Partido Socialista pela emi-

gração) e a FAPA foi oportuno e

merece aprovação. Oportuno por-

que os dirigentes da FAPA tiveram

a possibilidade de falar com o poli-

tico sobre as necessidades e as

preocupações que em seu entender

são aquelas que o movimento asso-

ciativo sentem.

Num momento em que a crise

económica abala a disponibilidade

das pessoas se entregarem ao de-

sempenho de funções voluntárias

nas associações, crise que também

tem consequências na sua sobrevi-

vência financeira, a FAPA faz bem

em reunir-se com candidatos e po-

líticos sempre com o intuito de ver

concretizadas acções de apoio às

colectividades.

É certo que este não é o mo-

mento para pedir dinheiro ao Es-

tado para resolver problemas de

caixa de associações que enfrentam

crises. Basta que a FAPA elabore um

programa (como, por exemplo, o da

formação das pessoas para pode-

rem estar à altura de gerir uma as-

sociação) que aponte para

inovação no modo e jeito de fazer

das associações Casas de Portugal

com gestão semi ou mesmo profis-

sionalizada, como de resto sugeriu

o candidato Paulo Pisco durante a

reunião que aqui se faz referencia.

Por isso se saúda o diálogo

entre o PS e a estrutura federativa

das associações portuguesas .

Mário dos Santos

ComentárioO diálogo necessário

Manuel Silva é oficialmente Vice-

Cônsul de Portugal em Osnabrück.

Nomeado a 10 de Agosto último,

Manuel da Silva passa a chefiar o novo

Vice-Consulado naquela cidade.

Agora com autonomia e com

uma área de jurisdição própria, o

Vice-Consulado fica apto a praticar

todos os serviços consulares sem que

os seus utentes tenham de se deslo-

car ao consulado em Hamburgo.

O elevação do escritório consu-

lar em Osnabrück a Vice-Consulado

foi uma reivindicação da comunidade

local após uma tentativa de encerra-

mento por parte do ex-Secretário de

Estado das Comunidades, José Cesá-

rio.

O novo Vice-Consulado serve

cerca de 20.000 portugueses espalha-

dos por três Estados: NRW, Baixa-Sa-

xónia e Bremen.

Manuel da Silva, que até ao pas-

sado dia 10 de Agosto acumulava as

funções de técnico de serviço social

e cultural com as de responsável pelo

ex-escritório Consular, disse ao PP

que pretende “aproximar o posto

consular das pessoas com a introdu-

ção de serviços de presença consular

em cidades distantes de Osnabrück”.

Segundo Manuel Silva, este serviço

far-se-á nas instalações de associa-

ções em dias previamente marcados.

O novo Vice-Cônsul anunciou

ainda a intenção de se reunir com os

membros do Conselho Mundial das

Comunidades Portugueses e com a

Federação das Associações Portugue-

sas na Alemanha.

Manuel Silva foi nomeado Vice-Cônsulem Osnabrück

Manuel Silva, à direita, recebeu ocandidato do PS Paulo Pisco jácomo Vice-Cônsul.

Page 10: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POSTnº 182 • Setembro 200910 Comunidade Alemanha

Como costuma adquirir o jornal?p Sou assinante p Compro no quiosque

Se não costuma comprar o jornal, onde o lê? p Na associação p No Restaurante /Café p Por empréstimo

Como conheceu o jornal?p Recebi em casa uma oferta p Numa associação p No quiosquep Na internet p No consulado p Através de amigo/ap Outro meio

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Quais a rubricas que costuma ler?p Editorial p Nacional e Comunidades p Cultura p Comunidades Alemanha p Entrevistas p Economia p Opinião p Socie-dade p Consultório p Assuntos Sociais p Astrologia

Em sua opinião, sobre quais os assuntos/temas que gostaria de ver publicados jornal?

Costuma interessar-se pela publicidadepSim p Não

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A sua opinião é muito importante para nós!Está satisfeito com o jornalp Sim p Nãop Penso que poderia melhorar em áreas como....

Pensa que o jornal poderia também publicar textos em Alemão?p Sim p Não p Indiferente

Que outros jornais portugueses costuma ler?

Interessa-se pelo serviço de vendas de livros do Jornal?p Sim p Não

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InQUÉRITO • PORTUGAL POST • InQUÉRITO

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PP RepórterEnvie-nos a sua históriapor E-Mail,Cartaou [email protected]. 4344145 Dortmund

Os emigrantes queixam-se de

ter sido burlados através de um

esquema de investimentos imobi-

liários, mas o candidato do PSD

alega que não cometeu nenhuma

ilegalidade e salienta que ganhou

todos os processos civis que

foram movidos contra ele na Ale-

manha por quatro famílias portu-

guesas.

Manuel Ferreira é director co-

mercial para o sul da Europa da

BKM, uma caixa de poupança

alemã de Mainz especializada em

crédito hipotecário, e dirige em

toda a Alemanha uma rede de

mais de 100 angariadores que tra-

balham junto da comunidade por-

tuguesa.

Os queixosos, representados

por uma advogada alemã, que

apresentou queixas-crimes nos

tribunais de Munster e Osna-

bruck, dizem que lhes promete-

ram juros anuais de 11 por cento,

a troco de um investimento mí-

nimo de 30 mil euros, mas acaba-

ram por perder tudo.

A advogada de quatro famílias

portuguesas lesadas, Stephanie

Mueller-Bromley, disse à Lusa que

duas queixas-crime apresentadas

em processo civil em Osnabrueck

e uma em Munster foram rejeita-

das, mas os respectivos ministé-

rios públicos estão agora a inves-

tigar os casos na esfera criminal.

„Por agora o senhor Manuel

Ferreira é acusado, mas se o mi-

nistério público, que está a proce-

der a interrogatórios, decidir

levar o caso a tribunal, passará à

condição de arguido“, explicou.

O sistema funcionava através

da captação de investimentos em

habitações da imobiliária portu-

guesa Citymar, de Almada, que en-

tretanto abriu falência.

Confrontado com estas acu-

sações, Manuel Ferreira disse à

agência Lusa: „É uma história de-

sagradável, mas estou de cons-

ciência tranquila e não vejo

razões para não continuar a ser

candidato do PSD“.

Manuel Ferreira lembra que

ganhou em tribunal os processos

movidos contra ele, o último dos

quais na semana passada, em

Munster.

Quanto ao facto de dois mi-

nistérios públicos alemães esta-

rem a investigar o caso na esfera

criminal, Manuel Ferreira alegou

que a justiça alemã esperava pre-

cisamente o desfecho dos proces-

sos civis, que acabou por lhe ser

favorável.

O candidato do PSD alegou

também que não foram só os

seus clientes que perderam di-

nheiro, porque também ele e sete

colaboradores do BKM investi-

ram dinheiro no mesmo projecto

e perderam-no.

Segundo Manuel Ferreira, as

notícias sobre este caso surgem

por ser candidato do PSD pelo

círculo da Europa às eleições le-

gislativas de 27 de Setembro e

têm como objectivo atingir o seu

partido.

A Lusa contactou o PSD na-

cional mas não foi possível até ao

momento obter um comentário a

este caso.

Lusa

Número dois do PSD pelo círculo da Europa processado na Alemanha por emigrantes portugueses“Estou de consciência tranquila”, diz Manuel Ferreira 

O número dois da lista do PSD pelo

círculo da Europa, Manuel Santos

Ferreira, foi judicial-mente processado na

Alemanha por emi-grantes portugueses,

mas diz estar de consciência tranquila,

garantindo que não vai desistir da candidatura.

Page 11: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 11ViagensO Sud-Express ainda apita etransporta solitários e famíliasinteiras de portugueses, quecontinuam a viajar no „com-boio do emigrante“ pelacarga sentimental, pela como-didade e pelo preço acessívelque lhes oferece nos dias dehoje.

Quarenta e cinco minutos de-

pois das cinco da manhã, chega à

estação de Vilar Formoso, recheada

de painéis de azulejos do século

XIX, que brindam os viajantes com

imagens dos principais monumen-

tos de Portugal.

Numa das últimas manhãs, o

Sud-Express trazia cerca de 250

passageiros oriundos dos mais di-

versos pontos da Europa, lotação

que, segundo o revisor do dia, tem

rondado os 90 por cento neste

mês de Agosto.

Franco, como quer que o tra-

tem, trabalha há cerca de 30 anos

nos Comboios de Portugal e uma

vez por mês no Sud-Express, em

Vilar Formoso, rende os seus ami-

gos espanhóis.

„Tenho conhecimento de um

aumento de passageiros nos últi-

mos anos, talvez pela crise“, afirma

Franco, acrescentando conhecer

„muita gente que continua a viajar

neste comboio pela carga senti-

mental que ele lhes traz“.

„Ainda vêm famílias inteiras, e

não se pense que são só de estra-

tos mais baixos“, sublinha este

homem, que é uma espécie de

conselheiro, meteorologista e pri-

meiro cicerone à chegada dos emi-

grantes a Portugal.

„As pessoas revelam-me senti-

mentos de saudade, que eu aprecio

como bom português“, acrescenta

Franco, que também já tem um

pouco de emigrante, reconhece.

„São pessoas fiéis ao comboio,

até porque hoje em dia já ninguém

passa sem pagar, e eu gosto desta

gente“, acrescenta, enquanto nos

conduz ao vagão restaurante.

Está a amanhecer e os primei-

ros madrugadores já se encontram

fora das „cochetes“, quer das de

primeira classe ou das de cinco

camas individuais, e preparam-se

para tomar o pequeno-almoço e

não perder pitada das paisagem da

Beira Alta. Francisco e Priscila, e os

pequenos Laura e Lucas, são os

primeiros a chegar ao vagão res-

taurante. Bem dormidos, apresen-

tam-se frescos para a primeira

manhã de férias em Portugal. Vêm

de Nimes (França), de onde par-

tem todos os anos para visitar a fa-

mília Costa, do Francisco, natural

de Ponte da Barca.

„Faz dez anos que vimos neste

comboio, todos os meses de

Agosto, porque a viagem é muito

mais tranquila e cómoda, principal-

mente para os miúdos“, afirma

Francisco Costa, que gasta cerca

de 300 euros com a família, ida e

volta.

O Sud-Express, que antiga-

mente vinha directo de Paris, parte

agora depois de dois ou três

TGV’s, apenas em Irún, com as

mesmas carruagens de há 30 anos,

seguindo em direcção a Lisboa,

todos os dias do ano, para regres-

sar à noite.

Comboio de Emigrante ainda apitacom o nome Sud-Express

Alfredo Franco, revisor do Sud Express, leva 30 anos no ‘Comboio do Emigrante’ e é igualmente uma espécie de conselheiro, meteorologista eo primeiro cicerone à chegada dos emigrantes a Portugal, Vilar Formoso DANIEL GIL/LUSA

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Page 12: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 200912 Música

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port de origem portuguesa,

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o Joaquim Madeira, acaba de

abrir um bar de Comidas &

Petiscos em Estugarda. Trata-se

de uma aposta sólida e cora-

josa, em primeiro lugar. Com a

sua humildade e optimismo, o

Quim, como é por todos co-

nhecido, arranjou um espaço

confortável e caloroso para

dar a conhecer os „ mimos“-

queijos, enchidos e iguarias-

que descobre pelo interior de

Portugal. Os amigos mais che-

gados e, sobretudo o clan Ma-

deira- há mais de 40 anos em

Estugarda- uniram-se para gal-

vanizar o novo desafio do

aguerrido Quim. Ele tem um

apurado sentido do „ forno „

e conhece o que é bom: ma-

risco, bacalhau e cabrito na

grelha. A carta de Vinhos- a

preços moderados- inclui o

Curral-da-burra (Dão), o céle-

bre Quinta da Pacheca

(Douro), o Coelheiros ( Riba-

tejo) e os Alentejanos de Jorge

Bhöm, em grande destaque. O

lote dos Vinhos Verdes é tam-

bém pujante, com destaque

para o Muralhas (Monção) e

os da Aveleda e Ponte de Lima.

Ambiente simpático, familiar e

solidário: F.A.R.

Parecia que ninguém que-

ria vir, o serão já primaveril

convidava os muniquenses a

saborearem uma cerveja noc-

turna no ar ameno de um

„Biergarten“. Uma fadista e

nada de fãs...

Os nossos receios não se

justificaram. O clube „Am-

pere“ nas instalações de uma

antiga central eléctrica junto

ao rio Isar, palco de muitos gé-

neros de música e apreciado

por qualquer faixa etária, iria

afinal juntar amantes da cul-

tura portuguesa, curiosos de

„world music“ de especial

cariz e alguns poucos portu-

gueses, felizes com a perspec-

tiva de uma noite de fado.

Não seria em adega, aguenta-

ríamos de pé, mas o espaço

consegue uma intimidade aco-

lhedora. 

Ali estávamos pois para

receber a jovem fadista ANA

MOURA, cuja voz se foi ou-

vindo até que uma figura de

jovem, muito esguia num ele-

gantíssimo vestido de lante-

joulas, surgiu acompanhada

pelos seus músicos:  José Ma-

nuel Neto à guitarra, José El-

miro Nunes à viola e Filipe

Larson na viola baixo. A fadista começou por, calorosamente,

cumprimentar em português, para depois, gentilmente, passar

ao inglês.

Ana Moura, nascida em Coruche, em 1979, vem ocupando

um lugar de destaque entre os mais novos fadistas. Foi des-

coberta e veio para ficar. Dia 7 de Abril, em Munique, apre-

sentou um repertório de fados tradicionais, fado menor, fado

maior, corrido, mouraria e outros que, com letras conhecidas

(Vou dar de beber à dor) ou originais, proporcionaram um

ambiente quase familiar, simples e castiço.

A sua actuação viveu da presença em palco, duma lingua-

gem corporal muito sensível em que os mais ínfimos gestos

emprestam significado à melodia e ao verso, e de uma voz ver-

dadeiramente sensacional, madura, sonora que lembra não a

Amália mas antes a Hermínia Silva,  também ela uma grande

fadista. Talvez Ana Moura seja uma neta da Hermínia, mas sem

a sua rusticidade, pois as suas

interpretações oscilam entre

um certo marialvismo (não

nega pois as origens) e uma

sofisticação a que o fado re-

cente nos tem habituado  - é

que o fado tornou-se música

do mundo, de certo modo

global e tem vindo a ultrapas-

sar o bairrismo que, apesar do

sucesso internacional de Amá-

lia, ainda havia conservado du-

rante décadas. Ana Moura

participou num projecto mu-

sical com os Rolling Stones,

que, também eles, acharam a

sua voz fascinante.

Em Munique, tomando

como base uma melodia tra-

dicional, interpretou, em tom

de fado, dos Rolling Stones

„No expectations“, maravilho-

samente adaptado à linguagem

musical da guitarra - o público

vibrou. Mas também vibrou

com um Malhão e participou

com „Canto o Fado“ e ba-

tendo palmas segundo o

ritmo.

Ana Moura cativou o pú-

blico, com presença e simpatia

e com um timbre que encan-

tou. As palmas foram muitas,

ela e os seus esplêndidos mú-

sicos reapareceram. Ao fim, um fado corrido e depois a faixa

linda „Búzios“. Daí me ficaram no ouvido os últimos versos:

„Vê como os búzios caíram virados p’ra norte / Pois eu vou

mexer o destino, vou mudar-te a sorte“.

Os poemas do serão falavam de amor, paixão, saudade -

os temas de sempre, que continuam a „mexer o destino e a

mudar a sorte“, então se envolvidos numa voz de fadista

maior.

AnaMouraencantaMunique

Por Luísa Costa Hölzl

Page 13: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 Efeméride 13

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Bartolomeu de Gusmão agitouhá 300 anos a pacatez da socie-dade lisboeta com experiênciaspioneiras no domínio da Física,que interessaram e divertirama corte mas foram alvo da cha-cota popular.

O „padre voador“, como lhe

chamava o povo, inventou os aerós-

tatos, ao lançar pela primeira vez ba-

lões de ar quente, quando tinha

apenas 24 anos.

Apesar de rudimentar, o lança-

mento dos balões marcou a pri-

meira ascensão de um objecto mais

pesado do que o ar e precedeu em

74 anos o primeiro voo em balão

tripulado pelos franceses Pilâtre de

Rozier e marquês de Arlandes, assi-

nalou Isabel Malaquias, do Centro de

Estudos de História e Filosofia da

Ciência e da Técnica da Universi-

dade de Aveiro.

Como recorda o físico e poeta

Rómulo de Carvalho no seu livro

„História dos Balões“, Bartolomeu

construiu o engenho com arames,

papel grosso e madeira fina e „ser-

viu-se do fogo para os fazer subir“,

inspirado na elevação de uma bola

de sabão por efeito de uma fonte de

calor.

As experiências decorreram em

Agosto de 1709, na Sala das Embai-

xadas da Casa da Índia, situada no

que é hoje o Terreiro do Paço, e

foram apoiadas por D. João V, que a

elas assistiu, juntamente com a rai-

nha, os infantes e o marquês de Fon-

tes, protector do jovem cientista.

Bartolomeu enumerou as vanta-

gens do seu invento „para andar

pelo ar da mesma sorte que pela

terra e pelo mar“, tanto para as co-

municações, como para a guerra e o

comércio.

O projecto previa a possibili-

dade de criar um instrumento que

permitisse mandar avisos a territó-

rios longínquos, transportar produ-

tos ultramarinos, socorrer praças

sitiadas, descobrir as regiões próxi-

mas dos pólos e resolver o pro-

blema das longitudes.

A Biblioteca Geral da Universi-

dade de Coimbra guarda um mani-

festo de Bartolomeu sobre o

invento, tal como uma cópia da pe-

tição que dirigiu a D. João V para lhe

ser concedido o privilégio de só ele

poder „fabricar instrumentos para

voar“.

Segundo as crónicas, à primeira

tentativa a Passarola „não subiu mais

que 20 palmos no ar antes de

arder“, o que fez de Bartolomeu um

alvo da chacota popular.

Onze anos depois das experiên-

cias, Bartolomeu doutorou-se em

Cânones pela Universidade de

Coimbra e foi incluído por D. João V

nos primeiros 50 sócios da então

criada Real Academia Portuguesa de

História. Em 1722 foi nomeado fi-

dalgo capelão da Coroa Real.

Bartolomeu de Gusmão nasceu

em Dezembro de 1685 em Santos,

no Brasil, então território portu-

guês. Foi aluno do Seminário Jesuíta

de Belém, na Baía, ingressou na

Companhia de Jesus, esteve de 1701

a 1705 em Lisboa, para onde veio

definitivamente em 1708.

Nos últimos anos de vida ter-se-

á envolvido „num processo escanda-

loso que incluía o rei, um irmão

deste, as suas amantes, freiras, bru-

xas e alcoviteiras, mais o Tribunal da

Inquisição, obrigando-o a fugir de

Portugal“, clandestinamente, de

acordo com o referido livro de Ró-

mulo de Carvalho.

Bartolomeu pretendia ir para

Paris, mas adoeceu em Toledo, Espa-

nha, onde viria a falecer a 19 de No-

vembro de 1724.

O padre voador

Bartolomeu de Gusmão inventou os aeróstatos há 300 anos e com isso agitou Lisboa

Page 14: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009Gripe H1N114

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O governo alemão aprovou

campanha para a maior campanha

de vacinação no país desde a se-

gunda guerra mundial. Para isso,

foram encomendadas 50 milhões

de doses da vacina, que deverão

estar à disposição já no final de Se-

tembro.

A vacina contra o vírus H1N1

será dada inicialmente a grupos de

risco, como grávidas, pessoas que

sofrem de doenças crónicas, profis-

sionais da saúde, além de policiais e

bombeiros. O Ministério da Saúde

estima que serão abrangidas numa

primeira fase cerca de milhões de

pessoas.

A ministra alemã da Saúde, Ulla

Schmidt, disse que a vacina estará

ao alcance de qualquer cidadão

desde que o deseje. „A melhor

protecção contra essa gripe é a va-

cina“, assegurou Schmidt. A minis-

tra, no entanto, adverte que

crianças não devem ser vacinadas

até que sejam concluídos os estu-

dos clínicos conduzidos pela Uni-

versidade de Mainz.

O governo estima um custo de

28 euros para cada pessoa que re-

ceba duas doses da vacina. Ainda

neste ano, serão gastos 600 milhões

de euros e, em 2010, outros 400

milhões no programa de vacinação.

A vacina deverá ser distribuída

em hospitais e consultórios médi-

cos. Para cada vacinação em consul-

tório, o médico deve receber cinco

euros.

Alemanha terá a maior campanha de vacinação do pós-guerra

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Page 15: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POSTnº 182 • Setembro 2009 15Identidade Portuguesa

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Quer admitam quer não, todos

os portugueses têm um caracter in-

ternacional e um grave problema de

identidade.

Senão vejamos a questão da

nossa internacionalização:

Se um português tem um pro-

blema complicado para resolver

“vê-se grego” (lembram-se do

EURO 2004 em Portugal!), se não

entende alguma coisa “aquilo para

ele é chinês”, tem uma invenção

moderna nas mãos “é uma america-

nice”, trabalha de manhã à noite

“que nem um mouro”, se alguém

fala muito depressa “parece um es-

panhol” e se vive uma vida de luxo

“é à grande e à francesa”.

E se por acaso alguém quer

causar boa impressão “é só para in-

glês ver”, se é muito agarrado ao di-

nheiro “é pior que um judeu”, se

quer um café curtinho “pede uma

italiana”, se uma máquina funciona

bem “é como um relógio suíço” e

se funcional mal “é mesmo à portu-

guesa”.

Uma das coisas que eu mais

gosto nos portugueses é a capaci-

dade para explicar algo, por exem-

plo, quando tentam falar de alguém

mas, não se lembram do nome:

“Tu sabes quem é... Não me

lembro do nome como é que ele se

chama mas, tu conheces! Ele traba-

lhou muito tempo com o... Aquele

que a irmã teve um ataque de

caspa... Ela até chegou a estar ca-

sada com aquele rapaz que calçava

as sapatilhas ao contrário... Aquele

que o irmão é viciado no jogo! É

tão viciado que o patrão para o

conseguir despedir teve de dizer

“game over”... Mas de quem é que

estávamos a falar ao início?!

Damos tantas voltas que acaba-

mos por perder-nos... De qualquer

maneira eu acho que nós os portu-

gueses somos bastante inteligentes

ou (Xico-espertos), até que acho

que se cada português recebesse

um chocolate mediante o tamanho

da sua inteligência, todos nós tería-

mos direito a grandes tabletes. O

chocolate é muito bom mas, não

podemos abusar dele. À custa de

chocolates existem pessoas

que engordam tanto que, no

seu vigésimo aniversário

existem vinte bolos e apenas

uma vela. Dizem que uma das

coisas que provoca a obesi-

dade é passar-se horas a

horas a fio sentados no sofá

a ver televisão e a comer

sem parar... pelo menos acho

que devemos escolher com

cuidado os programas que

vemos. Se eu tivesse que es-

colher entre ver Alberto

João Jardim (AJJ) na RTP1 e

ver Rui Santos (comentador

desportivo) na SIC Notícias,

logicamente que optaria por

desligar a televisão!

Vejamos agora a questão

do nosso problema de iden-

tidade:

A identidade que Portu-

gal não descobre “lá fora”,

nem em si certezas.

Nestas férias de Verão

aproveitei o solzinho algarvio

para ler, entre outros, o último

livro de José Gil “Em busca da Iden-

tidade” com o subtítulo “o des-

norte”. Não basta sabermos que é

um dos portugueses mais interna-

cionais, ou seja, com maior credibi-

lidade em terras além-fronteiras.

Não basta pensarmos no impacto

que um livro como “Portugal Hoje –O Medo de existir” (2004) provocou

na comunidade socialmente cientí-

fica... e nos tops de venda. Quer-me

parecer que a tese principal deste

pequeno livro (meia centena de pá-

ginas) é a de que os portugueses

têm um grave problema de identi-

dade. Por um lado, função da nossa

hiperidentidade, somos pessoais e

auto-reflexivos e em função disso

somos autocomplacentes, pouco

confiantes, queixinhas, invejosos,

dominados pela inércia. São as pra-

gas nacionais que nos envenenam. A

hiperidentidade „fecha-nos sobre nósmesmos, impedidndo-nos de criar um„fora“, ar e vento livre, respiração paraviver“. Somos portugueses antes de

sermos homens. É a chamada

doença da hiperidentidade. O filó-

sofo continua a dissecar a alma por-

tuguesa, onde, além de pegar

regressar aos medos já tão mencio-

nados, revelados no outro livro,

aborda a busca contínua da identi-

dade de um povo que se encontra

decaracterizado, sem identidade,

sem comportamento definido e a

percorrer trilhos estranhos sem al-

cançar o destino almejado.

O autor analisa numa linguagem

que permanece acessível e simplifi-

cadamente filosófica, a evolução ve-

rificada com a transição para a

democracia imposta pelo 25 de

Abril e com as mudanças verifica-

das no período que se seguiu à re-

volução, em particular após a

„normalização“ do final dos anos 70

e os efeitos da crise actual. Pelo

meio José Gil dedica uma grande

atenção ao papel do actual Go-

verno - em particular através da

análise do discurso do primeiro-mi-

nistro, o polémico estado da educa-

ção no país e do recurso à avaliação

„enquanto método universal de

formação de identidades necessá-

rias à modernização“ - na formação

da nossa subjectividade. José Gil ar-

ranca pedaços do quotidiano nacio-

nal e atribui-lhe os sentidos mais

básicos, primários, aqueles que por

vezes parecem escapar ao observa-

dor mais atento.

As conclusões não são anima-

doras: „ (...) A crise actual vai assim

tocar num aspecto da nossa vidaque,aparentemente, nada tem a vercom ela; o sentimento da identidade(individual e nacional). Até agora, vivía-mos recolhidos em nós, protegendo-nos ainda do choque com um „fora“

que não pára de nos invadir - A UniãoEuropeia. Apesar das perdas, aqui e ali,

de soberania, o ganho de ade-são à UE foi sentido como lar-gamente positivo pelapopulação. Tanto mais queessas perdas não destruíramo nosso „cantinho“ familiar, anossa maneira de viver, anossa intimidade, quer dizer,o modo como gostamos e nosdetestamos a nós mesmos,aos outros e ao nosso país. AEuropa continua a estar « láfora», o que preserva o nosso«dentro». Um «lá fora» quenunca foi realmente um«fora» no sentido de umaforça exterior que nos afectae nos obriga a mudar. A «Eu-ropa» não faz ainda parte daexperiência consciente quoti-diana dos portugueses. (...) Aameaça total que pesa sobreas nossas vidas, sobre as fa-mílias, sobre o emprego, sobrea educação, sobre a saúde -para não falar no espectro dafalência do Estado -, obriga-nos a descobrir a dependên-cia radical do nosso país

relativamente ao resto do mundo. Serportuguês já não protege. A vacinaidentitária que nos manteve imunes àsdoenças do mundo por tantas décadasacaba de falhar. Por isso os nossos mi-nistros insistem tanto nas especificida-des do nosso sistema financeiro: serportuguês é ainda vantajoso. Mascomo o descalabro do sistema já nãoé dissimulável, têm também de assina-lar a gravidade da crise e a nossa par-ticular debilidade. E, aí, a reacção daspessoas pode tornar-se excessiva: nas-cer português é um azar do des-tino.(...) Um dos traços dessaidentidade é a capacidade que temosde viver o local como global. Trata-se

de uma questão de alcance de percep-ção. O nosso território mental é limi-tado, e as suas fronteiras muralhasque nos reenviam a nossa imagem, oque nos permite reconhecermo-nosimediatamente.(...)“

Outro dos pontos fulcrais desta

perpectiva filosófica da actualidade

portuguesa é o “chico-espertismo”,

fenómeno nacional que se infiltra

em todo “o tipo de subjectividade

da nossa sociedade, sendo transver-

sal a todas as classes, grupos, géne-

ros e geraççes”, ironizando com

exemplos de contorno dos mean-

dros legislativos. Há chico-esper-

tismo em todos os campos. Desdeo automobolista que aproveita um es-paço vago na biche à sua frente e seprecipita ultrapassando os outros paraganhar um ou dois lugares até às de-cises ministeriais que fazem os “ricos”(que ganham mais de 5000 € men-sais) pagar IRS para compensar “aclasse média” sacrificada (...). Toda avida social, política e privada dos por-tugueses é um constante rodopio degolpes de chico-espertismo.

Uma leitura muito apropriada

num ano decisivo em que as próxi-

mas eleições irão definir o futuro

próximo do país e não só. Esta aná-

lise corrosiva da mentalidade

“dócil” tão portuguesa é mais um

contributo para o debate que teima

em não surgir. “Tudo isto está a es-boroar-se, com a crise global a acele-rar bruscamente o processo. (...) É aameaça psicótica de perder a imagemde si, ou a identidade. De desaparecer,enfim”. Explica muita coisa.

Não é estranho, portanto, o re-

torno do autor às palavras melan-

cólicas do poeta Pessoa e às

“lágrimas de Portugal”.

Um livro de leitura obrigatória.

Palavras há muitas...A sério dizem-se verdades. A brincar também. Joaquim Peito

Há chico-espertismo em todos os campos. Desde o automobolista que aproveita um espaçovago na biche à sua frente e se precipita ultrapassando os outros para ganhar um ou dois lugaresaté às decises ministeriais que fazem os “ricos” (que ganham mais de 5000 € mensais) pagarIRS para compensar “a classe média” sacrificada (...). Toda a vida social, política e privada dosportugueses é um constante rodopio de golpes de chico-espertismo.

Page 16: Portugal Post Setembro 2009

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verdade que já se afirma

que a crise financeira atin-

giu o seu ponto mais baixo.

Mas não há dúvida de que

há muita gente que sente os

efeitos da recessão, quer

por ter de trabalhar a tempo redu-

zido, quer mesmo por ter sido ví-

tima de um despedimento. Por isso,

quero alertar hoje os leitores para

o facto de que, precisamente no di-

reito do trabalho, uma reacção rá-

pida constituir muitas vezes o único

pressuposto para que cada um

possa fazer prevalecer os seus direi-

tos. Tal acontece não só no caso de

uma acção de defesa contra despe-

dimento injustificado, que terá de

ser interposta no prazo de 3 sema-

nas, como também no caso do re-

querimento para indemnização por

insolvência, que deverá ser efec-

tuado no prazo de 2 meses. Sobre

este assunto já escrevi vários artigos

na Portugal Post que estão igual-

mente à disposição na nossa home-

page e que poderão ser consultados

em “www.kohnen-krag.de”.

Precisamente no que diz respeito a

muitos outros direitos relativos ao

vínculo laboral, nomeadamente o

pagamento do ordenado, existem os

chamados prazos improrrogáveis,

após os quais a respectiva reivindi-

cação está absolutamente excluída.

Estes prazos são muito comuns no

mundo laboral: vêm frequentemente

pessoas ao nosso escritório a quem

a entidade patronal foi constante-

mente dizendo para esperarem mais

algum tempo; quando perdem a pa-

ciência e resolvem ir consultar um

advogado, já é muitas vezes tarde

demais.

Por isso, estude bem o seu contrato

de trabalho e verifique os prazos es-

tipulados. Em caso de dúvida, será

preferível pedir o conselho de um

especialista jurídico, pois o ajuste de

tais prazos exige determinados

pressupostos: foi por exemplo de-

cretado numa sentença do Tribunal

Federal de Trabalho que o prazo de

dois meses acordado num contrato

de trabalho para a caducidade de

determinados direitos, era dema-

siado curto e carecia portanto de

qualquer validade jurídica. Mas, em

todo o caso, será sempre melhor

agir mais cedo do que tarde demais.

Se no contrato de trabalho estiver

prescrito um determinado prazo,

será preferível cumpri-lo. Verifique

se a reivindicação deverá ser efec-

tuada de uma forma específica (fre-

quentemente, terá de ser feita por

escrito). Se o prazo ajustado já tiver

expirado, consulte um advogado o

mais breve possível, a fim de o

mesmo verificar se tal prazo tem va-

lidade jurídica.

Ainda mais perigosos do que os pra-

zos improrrogáveis dos contratos

individuais, são os dos contratos co-

lectivos. Por um lado, poderão ser

mais curtos, e por outro, o assala-

riado não sabe muitas vezes que ao

seu contrato é aplicado um contrato

colectivo ou que do mesmo consta

uma cláusula desta natureza.

Se no contrato de trabalho estiver

mencionado que o mesmo é regido

por um determinado contrato co-

lectivo, não haverá outra coisa a

fazer: leia o contrato colectivo e ob-

serve os prazos aí estabelecidos.

Mas poderá ainda dar-se o caso de

os contratos colectivos poderem

ser aplicados a muitos contratos de

trabalho, sem que seja necessário

mencionar tal facto. Tal acontecerá

sempre que tais contratos forem de-

clarados como tendo obrigatorie-

dade geral. É o caso da construção

civil e das empresas de limpeza. Em

ambos os ramos, as reivindicações

terão de ser efectuadas por escrito

no prazo de 2 meses, a contar a par-

tir da data de vencimento. Se não se

observar este prazo, será excluída

toda e qualquer possibilidade de rei-

vindicação. Se a entidade patronal

não reagir no prazo de 2 semanas,

ou se rejeitar a reivindicação, terá de

ser interposta uma acção no prazo

de 2 meses, a contar a partir da ex-

piração do prazo ou da recusa. Se

não for interposta qualquer acção

dentro deste prazo, a reivindicação

será excluída.

Mas no caso de não se ter cumprido

um prazo improrrogável, nem sem-

pre está tudo perdido. Em certas

constelações, os tribunais permitem

que sejam levadas a cabo determi-

nadas reivindicações. Muitos tribu-

nais alegam que a entidade patronal

está legalmente obrigada a entregar

aos assalariados um comprovativo

de trabalho do qual deverão constar

os regulamentos laborais mais im-

portantes, inclusive informações

sobre um eventual contrato colec-

tivo. Nos termos desta legislação, se

a entidade patronal não agir da

forma mencionada, como acontece

em contratos ajustados apenas oral-

mente, tal entidade não poderá ba-

sear-se nas cláusulas de exclusão

contidas em tais contratos colecti-

vos. Foi constatado o mesmo relati-

vamente a salários inferiores aos

que foram estipulados nos contratos

colectivos de trabalho.

Todavia, o leitor não deveria confiar

demasiado nestes casos, pois os tri-

bunais decidem de forma bastante

diferenciada. Vá pelo seguro e faça as

suas reivindicações dentro dos pra-

zos estipulados. Está no seu direito!

Prazos improrrogáveis – Perigo no Direito do Trabalho

É

Page 17: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 17

3José Gomes Rodrigues

Assistente SocialCaritas Neuss

CHAMAMOS A ATENÇÃO dos leitores a colocar-nos as suas perguntas e sugestões pela forma es-crita usando o correio ou melhor ainda o correioelectrónico. Queiram também mencionar o vossonúmero de telefone fixo para, sendo necessário eem caso de urgência entrarmos em contacto con-sigo. As suas questões e sugestões podem ser en-viadas para as seguintes direcções:[email protected]: Tel. : 0231 8390289 - fax 0231 [email protected].: 02131 269320 - fax 02131 269 236 Desde já, muito gratos por este esforço e serviçoque poderão deste modo facilitar e aligeirar a vidaa outros leitores. Agradecidos!

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Amigos do Portugal PostTanto eu como o meu marido recebemos ajuda social do fundo dedesemprego, depois de receber do seguro de desemprego. Nãonos encontremos bem a viver dependentes desta ajuda, pois sabe-mos que esta advém do erário público. Temos multiplicado esforçospara sair desta situação. Eu já encontrei um pequeno trabalho, foio que apareceu. O Meu marido tem tido alguns problemas desaúde, mas mesmo assim não se tem poupado a esforços. Já fezum curso de Alemão. Até de computador ele já fez. Todas as sema-nas vai à Caritas, onde pode através da Internet ver as ofertas detrabalho e com a ajuda de um alemão que trabalha lá voluntaria-mente algumas horas, tem-no apoiado e escrever mesmo o curri-culum e até os pedidos de trabalho por escrito. Temos de pouparmuito para conseguir levar a carga familiar. Temos três filhos me-nores que ainda frequentam a escola e tudo queremos fazer poreles. Quando chegam estas alturas das matriculas...o peso finan-ceiro com o material escolar é quase insuportável, esticamos aomáximo as poupanças. Ouvimos dizer que existem ajudas paraos filhos nesta situação. Sabem-me dizer como poderei requereresta ajuda?Leitora devidamente identificada

Caríssima amiga, obrigado pela sua carta e pela confiança de-

positada ao descrever-nos de uma forma tão realista e sem

rodeios, a vossa situação familiar derivada ao desemprego in-

voluntário em que vos encontrais. Não podemos de forma al-

guma deixar de vos dar os parabéns pelo esforço que, apesar

da saúde precária do seu marido, estão fazendo para deixar

de depender dessa situação de ajuda social do fundo de de-

semprego. Não se pode de forma alguma fechar-se em casa

ou deambular pelas ruas esperando que alguma ajuda possa

cair do céu, ou de terceiros ou simplesmente a colocarem-se

numa situação de criticar tudo ou todos. É necessário conti-

nuar a permanecer activos e úteis, aproveitando devidamente

este tempo livre para adaptar-se aos novos tempos utilizando

todas as iniciativas possíveis para uma requalificação profis-

sional e aptidão para um novo e possível trabalho. Mesmo que

este não apareça facilmente, a vossa atitude é meritória, pois

a pessoa humana não se pode reduzir simplesmente à produ-

ção e a cifrões. A sua dignidade ultrapassa tudo isso. Que o

vosso exemplo seja seguido por muitos outros e estamos

convencidos que outros compatriotas estão usando este

tempo da forma activa e usada para uma reciclagem e forma-

ção profissional e até humanista.

Após esta observação que achamos também úteis, vamos res-

ponder à sua pergunta.

Já em Dezembro de 2008 foi introduzido na legislação social

a possibilidade duma ajuda financeira para as crianças e jovens

em idade escolar e até aos 25 anos de idade. Pela critica que

se levantou em volta desta alteração, este regulamento só en-

trou em Agosto do presente ano.

QUAL A QUANTIA A RECEBER?Cada criança em idade escolar e que não ultrapasse os 25

anos de idade receberá uma ajuda financeira anualmente no

valor de 100 €.

QUAIS AS CONDIÇÕES PARA ESSA AJUDA?Se no agregado familiar um dos progenitores esteja a usufruir

da ajuda social de desemprego a 1 de Agosto do ano em ques-

tão. A ajuda não será facultada quando o jovem receba uma

outra ajuda, em virtude de se encontrar em formação profis-

sional.

QUEM RECEBERÁ TAMBÉM ESTA AJUDA?Além de usufruir desta ajuda os agregados familiares que usu-

fruem da ajuda social ao desemprego, também quem receber

um apoio financeiro ao Abono de família ( Kindergeldzus-

chlag) poderá também auferir este financiamento.

QUEM E ONDE SE APARENTARÁ ESTE REQUERI-MENTO?Para quem receber a ajuda social ao desemprego ( ALG 2)

será a administração do Instituto do desemprego ( ARGE) e

emitir a ajuda. Para quem esteja a receber a ajuda ao Abono

de Família deve ser a administração do Abono de Família ou

seja as caixas de família correspondentes, a “Familienkasse” a

decidir do requerimento.

Segundo a lei, sendo os filhos maiores de idade, deverão eles

mesmos apresentar o pedido, sendo menores serão os pais a

ter de o fazer. Os filhos adultos poderão delegar os pais a

fazê-los por si.

SERÁ NECESSÁRIO APRESENTAR ALGUM CERTI-FICADO ESCOLAR?Geralmente dos 7 aos 15 anos não será necessário apresentar

qualquer justificação escolar. Em alguns estados federados po-

derão exigir a apresentação de comprovantes escolares a par-

tir dos 14 anos.. Se não for apresentado qualquer documento

até o dia 1 de Agosto, poderá ser dado um prazo limite para

a sua apresentação.

SE RECEBER AJUDAS DOUTRAS INSTITUIÇÕESSERÃO REDUZIDAS ESTAS AJUDAS?Geralmente não serão tidas em conta para a supressão ou re-

dução deste subsidio escolar ajudas financeiras para o efeito

que poderiam ser dadas por uma instituição particular de ca-

ridade ou mesmo pela escola.

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Page 18: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POSTnº 182 • Setembro 200918

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20h00. Local Immanuel-Ka-

pelle, Elisabethstr. 17/18 -

28217 Bremen

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tro Português de Euskirchen.

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das 21h00 com a banda FM

Rádio. Local : Bendengasse 3

em EuskirchenInfo: : 02251-

57561 ou 0171 – 6819590

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8.º Congresso da Associação

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versidade de Munique - Lud-

wig-Maximilians-Universität

München. Geschwister-Scholl-

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tanistenverband.de

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20h00. Local Theater Labora-

torium, Kleine Str. 8, 26121

Oldenburg

11.09.2009 – BERLIM – Ex-

travagante – Concerto. Início:

20h00. Local: Teehaus im En-

glischen Garten - Altonaer

Str. 2 - 10557 Berlin

19.09.2009 – BERLIM – Trio

Fado Concerto .Início:

20h00. Local Admiralspalast –

Studio, Friedrichstr. 101,

10117 Berlin

19.09.2009 – ERKELENZ-HETZERATH – Trio Fado

Concerto .Início: 20h00.

Local Haus Hohenbusch –

Atelier, Hohenbuscher Str.,

41912 Erkelenz-Hetzerath

24.09.2009 – LEIPZIG –

Sara Tavares Concerto . Início:

20h00. Local: Gewandhaus

Augustusplatz 8 - 04109

Leipzig

25.09.2009 - GERA- Fado =

Schicksal

de Hugo Viera .Coreografia,

Figurinos e Cenário:

Hugo Viera . Bailado, com par-

ticipação/voz de Telmo Pires

.Guitarra portuguesa: Ivo

Guedes .Viola: André Krengel

.

Música: Amália Rodrigues, Ma-

riza e Camané, entre outros

.Iní: 19h30. Local: Bühnen der

Stadt Gera -Großes Haus -

Theaterplatz 1 -07548 Gera

25 09.2009 – DÜSSEL-DORF – Trio Fado Con-

certo .Início: 20h00. Local

Bistro im Tanzhaus NRW,

Erkrather Str. 30, 40233

Düsseldorf

26.09.2009 – KREFELD –

Trio Fado Concerto .Início:

20h00. Local “Sardinhada” –

Estrela Weine, Gatherhofstr.

35, 47804 Krefeld

27. 09.2009 – COLÓNIA– Trio Fado Concerto .Iní-

cio: 20h00. Local: Arcadas

Theater – Bühne der Kultu-

ren, Platenstr. 32,

Page 19: Portugal Post Setembro 2009

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Anónio Lobo AntumesOs Cus de JudasPreço: € 11.50António Lobo Antunes nasceu em Lisboa, em 1942.Estudou na Faculdade de Medicina de Lisboa e espe-cializou-se em Psiquiatria. Exerceu, durante váriosanos, a profissão de médico psiquiatra. Em 1970 foimobilizado para o serviço militar. Embarcou para An-gola no ano seguinte, tendo regressado em 1973. Em1979 publicou os seus primeiros livros, Memória deElefante e Os Cus de Judas, seguindo-se, em 1980,Conhecimento do Inferno. Estes primeiros livros são

marcadamente biográficos, e estão muito ligados ao contexto da guerra colonial; ime-diatamente o transformaram num dos autores contemporâneos mais lidos e discutidos,no âmbito nacional e internacional.

Miguel TorgaBichosPreço: € 11.50«Querido leitor:São horas de te receber no portaló da minha pequena Arca deNoé. Tens sido de uma constância tão espontânea e tão pura avisitá-la, que é preciso que me liberte do medo de parecerufano da obra, e venha delicadamente cumprimentar-me umavez ao menos. Não se pagam gentilezas com descortesias, eeu sou instintivamente grato e correcto (…)»

Manuel AlegrePreço: € 11,50As memórias de infância. Os cheiros,as vozes, as emoções de um tempoem que o tempo não tem fim e o sig-nificado está presente nas mais pe-quenas coisas. Todas elas ficamsempre, como marcas na alma, princí-pios que norteiam a vida. A nostalgiados lugares mágicos da infância. DeAlma, vila encantada onde convive

tradição e subversão, melancolia e audácia, crendices, ideolo-gia e futebol... Pela voz audaciosa de quem não receia dar-sea conhecer, chegam-nos ecos de um Portugal dividido entre aRepública e a Monarquia, um país que era, á época, o mundode uma criança expectante e atenta. De Alma, partiu toda asua vida.

Ler + português

Eça de QueirósA CIDADE E AS SERRASPreço: 11.50

A Cidade e as SerrasEça de QueirosO romance foi publicado em 1899 (um anoantes da morte de Eça) na Revista Moderna, esaiu em livro em 1901. Pertence à última fasedo escritor, quando Eça se afasta do realismo edeixa a crítica dura que fazia à sociedade por-tuguesa da época.

CONTOS POPULARES PORTUGUESESPreço: 11.50Contos Populares Portugueses sãocontos de todos os tempos e de todasas idades. Uma obra que nos devolveo imaginário e o maravilhoso danossa cultura popular, e de que fazparte, entre outras, «História da Caro-chinha», «A Formiga e a Neve», «O Co-

elhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Loboe a Comadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

A CASA DA RÚSSIAJohn le CarréPreço: 13,50 Publicado em 1989, apresenta os meandos de espionagem e con-tra-espionagem entre o Ocidente e a antiga União Soviética.John le Carré arrasta-nos, uma vez mais, para o seu mundo secretoe faz dele o nosso.Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha da costa doMaine que pertence à CIA, e no coração do próprio Barley Blair, Carré

desenvolve não apenas uma história de espionagem, mas uma alegoria do amor individualconfrontado com atitudes colectivas de beligerância.

TRAVESSIA DE VERÃOTruman CapotePREÇO: 11.50Obra póstuma e inédita, Travessia de Verão é um primeiro romance precocee seguro que mostra o sentido implacável da narração de um dos maioresescritores do século XX. Os seus fraseados imaculados, a sua crua ironia ea sua visão das subtilezas das diferenças de classe anunciam os futurostriunfos de Capote. Digno de um lugar em qualquer estante de um leitor

de Capote, este é, em todos os sentidos, um tesouro perdido e reencontrado.

AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMESPreço: 11.50Aventuras de Sherlock Holmes é uma colectânea de 12 con-tos de aventuras publicada em 1892. Os contos foram origi-nalmente publicados na revista Strand Magazine, nos anosde 1891 e 1892.

Orações para Todos os MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares,afectivas, materiais ou espirituais,todos mpassamos em algum mo-mento por situações difíceis. Nestaobra encontrará uma centena de ora-ções adequadas a cada caso. Oraçõespara encontrar mcompanheiro/a,para conseguir casar-se com o seu na-

morado, pela paz da família, contra doenças, etc.

Aprenda aProteger-seContra a Inveja e Mau-OlhadoFormato: 15,5 X 23 cmPaginas: 156Preço: 19,90 €

Nas alturas de maior fragilidade, há quemcriar uma protecção efectiva contra ospossíveis efeitos das energias negativas.Neste livro damos-lhe conhecimento demantigos amuletos, fórmulas, rituais práti-

cos, orações e rezas especiais mpara que possa repelir esse encantamentomaligno.

Como Cortar Trabalhos de BruxariaFormato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €Um ritual de magia negra posto em acção contra al-guém pode prejudicar avítima e destruir a sua vida deforma brusca e surpreendente. Todas as áreasestão su-jeitas a ficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir.

E, mais graveainda, a vítima de magia negra não consegue encontrar forçaspara reagir. Neste livro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceisde executar quepermitem criar uma aura de protecção.

Page 20: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009Vidas20

Cavalheiro43 anos, deseja conhecer senhora dos 35 a 45anos divorciada, separada ou viuva, para fazeramizade ou algo mais. Caso sério.Resposta a este jornal, se for possivel com foto, Refª A104.

Amizades &Afins

CavalheiroSó, 67 anos, 1,65 m, meigo, honesto, livre eindependente, da área de Matosinhos, não fu-mador, a residir na Alemanha (NRW), procuraSenhora com qualidades atrativas, só, sem en-cargos, mais ou menos da idade, compatível,para amizades ou algo mais. Se sim, escrevahoje mesmo . Carta com foto é gentil, na res-posta a este jornal Refª A 205

Senhor56 anos, divorciado, não fumador,residentena Alemanha deseja conhecer senhora na casados cinquenta para fins de amizade. Resposta a este jornal Refª A107

poesias de amore de outros sentires

Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ouaté mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contarcasos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo,como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos queacalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o pri-meiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada:PORTUGALPOSTBurgholzstr.4344145 DortmundFax: (0231) 83 90 351E mail: [email protected]

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vidaSegredo

Nem o Tempo tem tempopara sondar as trevas

deste rio correndoentre a pele e a pele

Nem o Tempo tem temponem as trevas dão tréguas

Não descubro o segredoque o teu corpo segrega

David Mourão Ferreira

CavalheiroDeseja conhecer Senhora na casa dos 55 anoslivre, sem qualquer compromisso. Boa apre-sentação, honesta, carinhosa e, acima de tudorespeitosa. Não importa que seja pobre.. Pro-curo felicidade. Assunto sério. Responder só que estiver inte-ressado. Contacto: 0160-1584521. Com carta enviada a este Jornal Refª A0108

Não vou aqui contar a minha vida

porque sei que ocuparia muitas e

muitas páginas do vosso jornal.

Prefiro antes escrever e contar as

razões porque estou aqui.

Nasci em Angola já lá vão uns ani-

tos. Quando aconteceu a revolu-

ção em Portugal em 1974 toda a

minha família estava em Angola,

meus pais e os meus três irmãos

e duas irmãs.

Depois de acontecer a revolução

em Portugal foi o que toda a

gente sabe, quero dizer, tivemos

de fugir a bom fugir com uma

mão à frente e outra atrás. Foi

uma desgraça. Ficámos sem nada

e chegámos a Portugal com a

roupa que tínhamos no corpo

porque já foi bom sair vivo da-

quela confusão em Angola que a

revolução causou.

Depois de desembarcar em Por-

tugal, fomos para perto de Tavira,

no Algarve, onde moravam uns

parentes afastados de meus pais.

A partir daí agarrei-me a tudo

para ganhar para a bucha e até fui

pescador numa embarcação pe-

quena. As coisas iam mal. Nesse

tempo não havia muito emprego

e em casa passávamos mal.

Foi então que conheci a mulher

com quem vivi. Era alemã, mais

velha do que eu quase quinze

anos. Na altura eu tinha 27 anos

e ela tinha 42 anos. Conheci-a

numa praia no Algarve quando es-

tava de férias. Eu arranhava um

pouco de inglês e ao fim de três

semanas já não podíamos estar

um sem o outro. Até que veio o

dia que ela tinha de voltar para a

Alemanha. Nas despedida, que foi

muito difícil para os dois, ela pro-

meteu-me que quando chegasse à

Alemanha começaria aprender

português. O tempo passou e os

nossos contactos foram rareando

e a minha vida continuou lá no Al-

garve a contar os tostões para ir

vivendo.

Um dia as coisas complicaram-se

e fiquei sem trabalho. Andei du-

rante muito tempo a passar por

dificuldades. Um dia, já sem espe-

rança e farto da vida que levava,

telefonei à mulher

alemã que tinha

conhecido na praia

e contei-lhe como

pude as dificulda-

des e disse-lhe que

gostaria de ir para

Alemanha para ar-

ranjar vida. Não

disse que não. Por

correio mandou-

me dinheiro para a

viagem de com-

boio e dias depois desembarquei

numa estação na Alemanha. De-

pois tive que apanhar um outro

comboio e cheguei ao meu des-

tino já noite. Telefonei à alemã e

passado algumas horas estava em

casa dela. Quando cheguei a sua

casa não queria acreditar no que

os meus olhos viam. Aquilo não

era uma casa, era um palácio!!!

Em comparação com a casa onde

morava em Portugal, aquilo era

para mim um palácio.

Quando cheguei a sua casa não

sabia o que ela pensava sobre a

relação que tivemos no Algarve.

Talvez ela visse agora aquilo como

uma aventura de férias e nada

mais. Mas para minha admiração

ela tratou-me muito bem e até

preparou um jantar que era

aquilo que na altura eu mais de-

sejava já que a fome era muita.

Fui ficando e a nossa relação re-

começou. Mas o mais importante

de tudo não era isso, é que eu fi-

quei a saber que ela era rica,

muito rica. A casa pertencia-lhe e

era também proprietária de mui-

tos prédios.

Fui ficando por ali. Para me entre-

ter ia cuidando do jardim da casa.

Ela impôs que eu fosse para uma

escola aprender alemão, o que fiz.

E ia vivendo bem. Às vezes dáva-

mos grandes passeios de carro e

também comecei a tirar a carta

de condução. Estava bem.

A família dela, a mãe e os seus

dois irmãos, simpatizam também

comigo. Eu também lhe fazia o

trabalho de jardim já que não

tinha nada que fazer.

Um dia fomos ao Algarve, para

perto da localidade onde tinha vi-

vido, onde viviam os meus paren-

tes e amigos. A minha chegada

causou grande espanto junto de

quem me conhecia. Agora, em

vez da casa sem condições, tinha

alugado um quarto num hotel

caro e conduzia uma bruta má-

quina alugada. Era um senhor!

Tinha dito adeus às preocupações

e sentia-me que nem um rei.

Durante o tempo que vivi com

ela nunca soube ao certo o que

tinha quanto e que fortuna pos-

suia. Disso ela nunca me falava.

Para separar as coisas, ela abriu-

me uma conta na

Sparkasse e de

seis em seis

meses fazia trans-

ferências para co-

brir as minhas

despesas: cigar-

ros, para a gaso-

lina do carro que

então já tinha, e

para pagar a

conta do restau-

rante quando

íamos jantar fora ou passear.

As coisas foram andando assim.

Eu já estava bem integrado no

meio que ela frequentava e, ver-

dade seja dita, não me faltava

nada. Tinha conhecido um portu-

guês na escola onde aprendi ale-

mão e era com ele que eu saía

para espairecer. Foi esse portu-

guês que me incentivou a pedir-

lhe em casamento . Dizia que

teria o meu futuro assegurado. E

assim fiz, fiz e nunca o deveria ter

feito. Nesse dia a verdade, a ver-

dade da vida que eu vivia se mos-

trou. Disse-me não, nunca! Que

vivíamos assim bem e que não

queria compromissos comigo. Es-

tava até a pensar falar comigo

para eu ir viver numa outra casa

e quando quiséssemos podería-

mos encontrar. Muito admirado

perguntei se ela já não gostava de

mim e se já não queria nada co-

migo. Não, claro que gostava, mas

não era um gostar como eu pen-

sava e ademais eu tinha que ar-

ranjar maneira de me sustentar e

olhar pela minha vida. Disse que

me ajudava a encontrar e a re-

chear a casa com as mobílias ne-

cessárias.

Percebi tudo e pela primeira vez

vi que, confrontado com a aquela

realidade, tinha de viver um

sonho.

Passado alguns tempos tinha um

apartamento e conseguido traba-

lho numa fábrica de contrapla-

cado de uns amigos dela.

Durante os primeiros tempos

ainda a vi algumas vezes, mas

fomo-nos afastando um do outro

à medida que o tempo passava.

Hoje, passado já quase trinta

anos, tenho a minha vida: trabalho

e tenho família. Às vezes arre-

pendo-me de ter vindo com vim

para a Alemanha. Mas se não ti-

vesse vindo não sei o que teria

acontecido à minha vida.

Para terminar, peço aos senhores

para corrigir esta minha carta e

para não divulgarem o meu nome.

Nota: A redacção corrige apenas aortografia e/ou substitui vocabuláriomenos adequado

Leitor identificado

Foi o destino que me trouxe para a AlemanhaJulguei que ia casar com uma mulher rica

Era um senhor! Tinha dito adeus às preocupações e sen-tia-me que nem um rei.Durante o tempo que vivi com ela nunca soube ao certoo que tinha quanto e que fortuna possuia. Disso elanunca me falava. Para separar as coisas, ela abriu-meuma conta na Sparkasse e de seis em seis meses faziatransferências para cobrir as minhas despesas: cigarros,para a gasolina do carro que então já tinha, e para pagara conta do restaurante quando íamos jantar fora ou pas-sear.

Page 21: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 2009 21

A vida é bela, é agradável e todos nós gostamos de viver e desfrutar as opor-tunidades, os desafios e as alegrias e os ciclos de vida.Porém como sabemos, ninguém é eterno e imortal. Há que pensar (quantoantes melhor) em segurar o nosso funeral para não deixarmos despesas quevão sub carregar quem ainda terá que suportar a nossa perda.Para mais informações sobre os nossos serviços funerários e como cobrir orisco financeiro do funeral. Contacte-nos sem compromissos.

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As Galinhas do VizinhoO agricultor mandou o filho ir à casa de um vizinho buscar uma

caixa com galinhas.

O rapaz foi mas, pelo caminho para casa, deixou cair a caixa, que

se abriu, e as galinhas fugiram.

O rapaz foi atrás delas por todo o lado e juntou-as novamente na

caixa, mas não tinha a certeza se as tinha apanhado todas.

Chegando a casa, vira-se para o pai e diz, mostrando a caixa com

algum receio:

- Pai... As galinhas fugiram-me, mas eu consegui apanhar as doze...

- Caramba, filho, mas eram só sete...

Pagamento AdiantadoEra sábado e a adolescente foi confessar-se:

— Padre, eu dormi com meu namorado.

— Pecado, minha filha, pecado. Reza dez ave-marias. A adolescente

foi-se levantando, andou uns passos e voltou de novo ao padre.

— Posso rezar vinte, senhor padre?

— Porquê, minha filha?

— É que a gente vai passar este fim-de-semana fora...

Briga que Acaba com a Mulher de Joelhos— Então? Como acabou a discussão com a tua mulher?

— Como eu esperava: veio ter comigo, de joelhos.

— Sim? E depois?

— Aproximou-se e gritou: saia debaixo da cama, seu covardão.

CARNEIROAmor: Poderá ser invadido pela saudade, vivamais focado no presente. A felicidade espera porsi, aproveite-a!Saúde: Procure fazer uma vida mais salutar. Cui-dar da sua saúde não é uma questão de querer.É um dever. Dinheiro: Esta não é uma boa altura para inves-tir nos negócios.

TOUROAmor: Dê mais atenção à sua família. Ela tam-bém necessita de si. Que o Amor seja uma cons-tante na sua vida!Saúde: Poderá ter dificuldades em dormir. Dinheiro: Se pretende abrir um negócio não ofaça já. Espere por dias melhores.

GÉMEOSAmor: É uma boa altura para os nativos solteirosiniciarem um relacionamento estável. Procureintensamente sentimentos sólidos e duradouros,espalhando em seu redor alegria e bem-estar!Saúde: O descanso e o exercício físico são fun-damentais para conseguir aguentar a pressãoexercida sobre si durante este mês.Dinheiro: Planifique a sua vida profissional paraque possa ser mais organizado e rentabilizar oseu trabalho.

CARANGUEJOAmor: Ponha as cartas na mesa e evite escondera verdade. Enfrente os seus medos e as suas dú-vidas e será feliz!Saúde: É possível que se sinta psicologicamenteesgotado. Descanse mais.Dinheiro: É possível que tenha alguns problemas

com o seu patronato.

LEÃOAmor: Esqueça o seu passado afectivo e partaem direcção à felicidade. Que o futuro lhe sejarisonho!Saúde: Andará mais impaciente nesta altura.Dinheiro: Financeiramente tudo se apresenta es-tável.

VIRGEMAmor: Altura ideal para efectuar a mudança quetanto necessita de fazer. É tempo de um novorecomeço!Saúde: Canalize a sua energia para actividadesde lazer. Faça apenas aquilo que realmentegosta.Dinheiro: Esforce-se por aumentar os níveis dosseus rendimentos, para conseguir melhorar asua situação económica.

BALANÇACarta do Mês: 8 de Paus, que significa Rapidez. Amor: Evite as discussões com alguém que lhe émuito querido. Agora é tempo para desenvolvera paciência e a vontade de partilhar.Saúde: Previna-se contra gripes. Dinheiro: Dê mais valor ao seu trabalho, e sóterá a ganhar com isso.

ESCORPIÃOAmor: Poderá ser surpreendido pelo seu par.Aproveite a surpresa. Viva o presente com con-fiança!Saúde: Tente manter a calma, pois o seu sistemanervoso anda um pouco frágil.Dinheiro: Este é um momento favorável, apro-

veite para fazer o que já tinha planeado.

SAGITÁRIOAmor: Saiba desculpar e pedir desculpa. O seupar apreciará a sua atitude. Siga a sua intuição,siga o caminho do amor!Saúde: Faça mais exercício físico. Olhe mais pelasua circulação sanguínea. Dinheiro: Tente poupar algum dinheiro. Maistarde poderá precisar dele.

CAPRICÓRNIOAmor: Mês de grande harmonia entre o casal.Aproveite ao máximo os momentos de alegriapara agradecer a Deus tudo o que tem!Saúde: Modere o seu estado de ansiedade. Dinheiro: Êxitos a nível pessoal e profissional.

AQUÁRIOAmor: Sentirá a necessidade de fazer alguns sa-crifícios para manter o bem-estar familiar. Re-jeite pensamentos pessimistas e derrotistas. Dêmais de si.Saúde: Tendência para sentir uma ligeira indis-posição que o conduzirá à redução do seu ritmodiário. Dinheiro: Poderá ter as condições necessáriaspara se dedicar a um projecto deixado na ga-veta.

PEIXESAmor: Sentir-se-á liberto para expressar os seussentimentos e amar espontaneamente. Que oAmor seja uma constante na sua vida!Saúde: Estará melhor do que habitualmente.Dinheiro: Boa altura para pedir aquele aumentoao seu chefe.

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Page 22: Portugal Post Setembro 2009

PORTUGAL POST nº 182 • Setembro 200922

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Page 23: Portugal Post Setembro 2009

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Lusofonia

Durante uma deslocação a Dort-

mund para actuar na festa do quinto

aniversário da revista Ngingão, o can-

tor angolano Bonga decepcionou a

plateia ao revelar um carácter que

deixa muito a desejar.

A sua tão esperada presença aca-

bou por se tornar numa figura de ter-

ror para as centenas de fãs que

estiveram presentes para assistir ao

concerto.

Tudo começou na tarde de sá-

bado com a chegada do músico ao

salão para fazer o som check (ensaios

preliminares de som). Bonga, coadju-

vado por Lito Graça, baterista do

Semba Master, grupo que o acompa-

nhou, revelou a sua performance em

arrogância, dizendo ordinarices à mis-

tura com insultos públicos.

O jogo de códigos entre os dois

arrogantes ajudou a identificar a falta

de personalidade de Bonga perante a

entidade (Revista Ngingão) que por

respeito e carinho pela carreira mu-

sical do artista lhe preparara uma ho-

menagem.

O medo de não ser pago foi a

razão de sua insegurança. O compor-

tamento mesquinho de Bonga e do

seu acompanhante permitiu entender

que o artista não conhece realmente

o seu valor na arena musical.

Quando se fala de Bonga, pensá-

vamos nós que se tratava de uma per-

sonalidade com estatuto equiparável

a Cesária Évora, Bana, Martinho da

Vila, Djavan, Alcione e outros, em que

seus concertos são tratados por

agentes profissionais em condições e

que garantem a salvaguarda dos seus

mandantes.

Mas, isso não acontece com o

cantor em causa. Bonga, na sua arro-

gante vinda à Alemanha, mostrou-se

desprovido de conhecimentos con-

tratuais não possuindo qualquer

Home Page ou agente que fale por

ele. O artista, usando mecanismos ru-

dimentares, começou por tropeçar

com o contrato muito antes de ter cá

chegado.

Lamentavelmente Bonga não sabe

conciliar a sua reputação artística

com a celebração de contratos. Ao

aperceberem-se dos acordos feitos

entre o artista e a parte contrata-

dora, os seus acompanhantes confir-

maram as trafulhices do mais velho.

“O kota já está velho e mesmo

assim quer continuar a fazer coisas

que não entende. Nós dizemos-lhe

sempre que seria melhor que fosse-

mos nós a tratar da parte administra-

tiva e ele apenas da parte artística,

mas ele não nos ouve e por isso

temos tido problemas idênticos”,

disse Lito Silva, seu fiel acompa-

nhante. Os outros dizem ainda que a

desordem de Bonga está a fazer com

que outros músicos percam vontade

de trabalhar com ele. “Se ele conti-

nuar assim vai acabar sozinho, muitos

já não querem trabalhar com ele,

como é o caso do nosso colega que

ficou em casa por causa destas con-

fusões”, prosseguiu Betinho Feijó,

desculpando-se pelo comportamento

de Bonga. No contrato, Bonga exigiu

honorários para quatro elementos

que o acompanhariam. embora a

parte contratadora ter cumprido

com a exigência, Bonga veio apenas

com 3 elementos e sem pudor, em-

bolsou o dinheiro destinado ao

quarto comportando-se como um

avarento querendo enriquecer em re-

cuperação do tempo que perdeu.

O comportamento de Bonga na

sua última visita a Alemanha não foi

diferente ao de qualquer outro que

ele usa em criticar nas suas canções.

A única diferença é que as persona-

gens referidas em suas músicas pos-

suem poderes que Bonga não tem

para poder sustentar e tornar visível

o seu complexo e arrogância.

Em palco, as suas anedotas ordi-

nárias aterrorizaram os assistentes

que lá se dirigiam, pois tinham medo

de ser agredidos verbalmente pelo

artista. O seu comportamento pouco

escrupuloso deixou a plateia decep-

cionada.

Durante o concerto, Bonga cor-

reu com todos os rapazes que subi-

ram ao palco para lhe entregar

qualquer mimo, dizendo repetidas

vezes que gostaria que as coisas lhe

fossem entregues apenas por mulhe-

res e não por homens.

O denominado Rei do Semba re-

gistou o seu ponto alto na década de

80 com canções de intervenção con-

tra o regime angolano no poder. Na

altura, pela sua firmeza e determina-

ção, ganhou carinho e admiração pelo

mundo fora, especialmente entre os

angolanos que chegaram a considerá-

lo como sendo a voz da razão. Con-

trariamente, no espectáculo do dia

dois de Maio, em Dortmund, Bonga

mostrou-se cansado do título, assi-

nando as afirmações dos desiludidos

fãs que o consideram covarde por ter

se rendido à causa que aparentava de-

fender.

Neste espectáculo ao interpretar,

a pedido da plateia, “Tenho uma lá-

grima no canto do olho”, um dos seus

grandes sucessos, furioso pediu repe-

tidas vezes ao camaraman que pa-

rasse com a gravação naquele

momento. O comportamento do ar-

tista deixa um ponto de interrogação.

Porquê apenas naquela canção?

Preferia não acreditar que Bonga

está com medo de ser visto em An-

gola a cantar os seus êxitos. A ver-

dade é que não se importou que as

filmagens prosseguissem depois da

canção ter acabado!...

Malcom X, Bob Marley e muitos

outros considerados defensores de

qualquer causa morreram repletos de

fidelidade, o mesmo não se pode

dizer de Bonga se formos a julgá-lo

com base no seu comportamento no

concerto de Dortmund. Aí deixou

muito a desejar, com um cachet

ganho quase de graça, porque Bonga

não cantou, ridicularizou-se e mos-

trou o seu lado insociável.

Bonga portou-se mal em Dortmund

Já não tem umalágrima ao cantodo olhoPor Kota Ngingas

Foto:Bonga (E) acompanhado por um elemento da organização do espectáculo

Zeca Schall, angolano naturali-

zado alemão desde 2004, é um mem-

bro do partido democrata-cristão da

chanceler alemã, Angela Merkel, e está

a ser foi alvo de ameaças por parte

do NPD em Turíngia. Este partido da

extrema-direita diz que a Zeca Schall

deve „voltar para casa“.

A campanha do NPD contra

Zeca Schall deve-se ao facto deste

aparecer num cartaz de campanha

eleitoral da CDU.

Zeca Schall, 45 anos de idade, vive

na Alemanha desde 1988, é membro

da CDU local, partido pelo qual tam-

bém concorre localmente em elei-

ções regionais a realizar a 30 de

Agosto. Zeca Schall é encarregado

das questões de imigração e multicul-

turalismo da CDU no Estado da Tu-

ríngia.

„Estes ataques surpreenderam-

me porque já no início do ano havia

cartazes meus espalhados em Hild-

burghausen, onde havia eleições dis-

tritais“, disse Schall à Deutsche Welle.

Preocupado com as ameaças e a

campanha do NPD, O angolano na-

turalizado alemão encontra-se sob

escolta policial. Mesmo assim, Zeca

Schall diz não ter medo. „Neste mo-

mento chegou um caminhão do NPD,

que está contra mim, fazendo campa-

nha também na estrada. Mas não

temos medo, temos protecção e que-

remos continuar nossa campanha até

o fim“, disse à Deutsche Welle.

„Bom regresso a casa, Zeca!“,

dizia uma faixa colocada num auto-

carro do NPD.

Entretanto, A CDU apresentou

queixa à Justiça alemã após o NPD

ter afirmado que Schall „preenche a

cota de negros da CDU“, que a pre-

sença do político „não é necessária“

e que ele „deveria voltar para casa“.

NPD ameaça politico de origem angolanaUm cidadão alemão natural

de Angola que é candidato

pela União Democrata-

Cristã (CDU) às próximas

eleições regionais na Ale-

manha está sob protecção

policial devido a ameaças

da extrema-direita

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