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PORTUGAL POST Director: Mário G. M. dos Santos ANO XVI • Nº 183 • Outubro 2009 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 Leia nesta edição Página 8 Página 8 Página 4 Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 Comunidades Portugal tem emigrantes em 140 dos 190 países do mundo O caso da falsa doutora no consulado em Hamburgo Ministério Público arquiva acusação após confissão da ex- funcionária O efeito bola-de-neve do Manifesto contra o Cônsul Honorário de Portugal em Munique Alemanha Afinal como é com a reforma aos 67 anos? Pág.21 José Sócrates: “O povo português quer que o PS continue a governar Portugal” Partido Socialista vence as eleições legislativas

Portugal Post Outubro 2009

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Portugal Post Outubro 2009

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Page 1: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POSTDirector: Mário G. M. dos Santos

ANO XVI • Nº 183 • Outubro 2009 • Publicação mensal • 2.00 €

Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ComunidadesPortugal tem emigrantes em140 dos 190 países do mundo

O caso da falsa doutora no consulado em Hamburgo

Ministério Público arquiva acusação após confissão da ex-funcionária

O efeito bola-de-neve do Manifesto contra o Cônsul Honorário de Portugal em Munique

Alemanha Afinal como é coma reforma aos 67 anos? Pág.21

José Sócrates:“O povo português quer

que o PS continue a governar Portugal”

Partido Socialista vence aseleições legislativas

Page 2: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009

EditorialMário dos Santos

2PORTUGAL POST

Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

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o ganhar as eleições com maioria sim-

ples, o Partido Socialista consegue uma

vitória, ainda que limitada, que parece ser

do agrado dos seus dirigentes depois dos re-

ceios de uma anunciada derrota como con-

sequência dos resultados das últimas eleições

europeias.

Por seu turno, em maus lençóis fica o partido

de Manuela Ferreira Leite que sofre uma pe-

sada derrota depois de uma campanha elei-

toral pouco criativa e vazia de ideias, com a

sua líder a pedir um cheque em branco ao

eleitorado, isto é, sem apresentar ideias con-

cretas para governar o país e, por consequên-

cia, sem mobilizar os portugueses.

E foi isto que o eleitorado julgou.

De acordo com os seus antecedentes, o PSD

vai passar por um período conturbado de

luta pelo poder interno depois dos seus ac-

tuais dirigentes terem falhado o tiro e acer-

tado no próprio pé.

Por outro lado, o PS, agora sem maioria ab-

soluta, vai ter que negociar com os partidos

uma porção de coisas se quiser manter-se no

governo por bons e largos anos.

No entanto, e até tendo em conta a aritmé-

tica, difícil será o PS abrir os braços para aco-

lher o Bloco de Esquerda para constituir

coligação à esquerda. Por seu lado, a CDU já

recusou Sócrates .Neste quadro, a pergunta

vai ser se o PS governará sozinho ou acom-

panhado, e, se acompanhado, por quem?

No que diz respeito às comunidades, falta

saber que resultado sairá depois de contados

os votos no próximo dia 7. O resultado dos

votos dos “emigrantes” pode influenciar a

politica que o futuro governo do PS vier a

praticar para as comunidades.

Mas, e independentemente do resultado que

o PS conseguir nas comunidades, achamos

que tanto a politica para este sector como os

seus actuais protagonistas do governo ainda

em exercício devem ser repensados , ou, me-

lhor ainda, substituídos

Achamos que o PS deve nomear um novo Se-

cretario de Estado que sinta, veja e se rela-

cione com as comunidades; que intensifique

o diálogo de modo a que as pessoas encon-

trem no novo responsável governamental

pela tutela das comunidades não apenas o

politico ou governante mas alguém com sen-

sibilidade que possa contribuir para encurtar

distancias, todas, mesmo aquelas que têm a

ver com os afectos que devem ligar o pais às

comunidades.

É evidente que as politicas, isto é, aquilo que

mais toca nos interesses das comunidades

(como o ensino do Português, o apoio e ser-

viços consulares, as politicas sociais, entre ou-

tras), devem merecer uma atenção redobrada

porque o pais está a lidar com uma questão

sensível que são os cerca de cinco milhões de

portugueses e luso-descendentes no mundo

que constituem o mais importante patrimó-

nio , cultural, político e económico que o pais

actualmente possui.

Comunidades - o momento da mudança

A

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAHELENA GOUVEIA: BONAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAPAULO ALEXANDRE: HAMBURGOZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÒNIO JUSTO: KASSELDORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

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Page 3: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 3Legislativas 09

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O secretário-geral do PS, José

Sócrates, deixou em aberto todos

os cenários em matéria de enten-

dimentos. Em declarações na sede

de campanha, disse ser „cedo“

para revelar se governará sozinho

ou coligado, reservando o anún-

cio da „solução governativa“ para

depois da indigitação presidencial

e de consultas com restantes par-

tidos.

„O que farei é aguardar a in-

digitação presidencial e só depois

disso procederei a consultas com

os restantes partidos, e julgo que

é esse o dever de quem ganhou

as eleições, não com a maioria ab-

soluta, mas com uma maioria re-

lativa“, afirmou.

Quando faltava apurar quatro

deputados pelos círculos da emi-

gração, PS e CDS-PP somam 117

deputados, mais um do que o ne-

cessário para a maioria absoluta.

Em conjunto, socialistas e sociais-

democratas saem destas eleições

com 174 deputados (resultados

provisórios) mas o clima de cris-

pação e as declarações na noite

eleitoral tornam praticamente im-

possível a reedição do Bloco Cen-

tral com actual liderança do PSD.

À esquerda, os entendimentos

estão mais complicados, uma vez

que PS e BE juntos não ultrapas-

sam os 112 deputados. Seria ne-

cessário que os socialistas

recolhessem os quatro mandatos

da emigração para alcançar uma

maioria absoluta em conjunto

com os bloquistas, um cenário im-

provável. Os deputados somados

do PS e CDU não ultrapassam

também os 111, longe da maioria.

Cenário também improvável é

de um acordo alargado à es-

querda entre PS, bloquistas e

CDU, tendo em conta o que foi

defendido pelos três partidos du-

rante a campanha eleitoral.

A possibilidade de o PS gover-

nar sozinho com entendimentos

pontuais no Parlamento com o

CDS-PP em diplomas importan-

tes ganha assim maior peso, até

porque o líder dos centristas ins-

creveu na moção de estratégia su-

fragada pelos militantes que o

partido se encontra equidistante

de socialistas e sociais-democra-

tas.

De acordo com a legislação, o

Presidente da República, Aníbal

Cavaco Silva, apenas poderá con-

vidar o novo primeiro-ministro a

formar Governo depois de publi-

cados os resultados das eleições

legislativas em Diário da Repú-

blica, o que deverá ocorrer no

máximo até 17 de Outubro.

Contudo, o chefe de Estado

poderá começar a ouvir informal-

mente os partidos sobre os resul-

tados das eleições logo após o fim

do apuramento dos resultados

verificados nos círculos da emi-

gração (a 07 de Outubro).

Redacção

Partido Socialista ganha as eleições sem maioria absoluta

Uma vitória “extraordinária”O PS ganhou as

eleições com 36,56%dos votos (96 deputa-

dos) mas se quiser governar em maioria

absoluta terá de fazerentendimentos

à direita com o PSD(29,09%, 78 mandatos)

ou com o CDS-PP(10,46%, 21 mandatos).

Neste gráfico faltam os resultados pelos círculos da emigração que serão divulgados a 7 de Outubro.

Socialistas festejaram vitória sem maioria. Foto: Lusa

José Cesário, atribuiu os mausresultados do seu partido naslegislativas “a todos do PSD”,e não apenas à sua presidente,e criticou quem fez comentá-rios „a quente“.

José Cesário considerou que o

facto de o PSD não ter conseguido

traduzir em votos o descontenta-

mento dos portugueses em relação

ao Governo socialista „não é uma

falha” de Manuela Ferreira Leite,

“mas de todos“.

„Em Junho (nas eleições europeias)

houve uma vitória de todos, que

teve uma primeira protagonista.

Agora, havendo também uma pri-

meira protagonista, é uma derrota

de todos nós“, frisou.

Na sua opinião, a demissão do as-

sessor do Presidente da República,

Fernando Lima, devido ao caso das

alegadas escutas em Belém, acabou

por prejudicar o PSD nestas elei-

ções.

„O modo como as coisas se passa-

ram, o facto de o Presidente da Re-

pública não ter explicado a

demissão, influenciou de certeza.

Houve um clima de incredibili-

dade“, considerou.

José Cesário considera que os re-

sultados obtidos pelo PSD têm de

ser „devidamente analisados“, „sem

dramas“ e com a noção de que,

„em política, como na vida, hoje

ganha-se e amanhã perde-se“.

Por isso, lamentou as críticas inter-

nas que se fizeram ouvir ainda no

domingo à noite.

Lembrou que „há vários anos se

ouve dizer que o PSD precisa de

outra liderança“, mas que „não foi

pelo facto de o partido ter mudado

sucessivamente de liderança que as

coisas mudaram“.

Desdramatizando os resultados, o

líder distrital „laranja“ frisou que

papel do PSD „é servir o país, tanto

no Governo, como na oposição“,

devendo agora preocupar-se em

fazer „uma boa oposição“.

José Cesário lamenta derrota doPSD

Page 4: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 20094 Nacional & Comunidades

Segundo os primeiros dados

disponíveis no site do Observató-

rio da Emigração (www.observa-

torioemigracao.secomunidades.pt)

que foram disponibilizados on-line,

residem em França 567 mil portu-

gueses nascidos em Portugal, en-

quanto em países como Santa

Lúcia ou ilhas Maurícias existem

menos de 50 emigrantes portu-

gueses.

Os dados do Observatório da

Emigração, que nesta fase não re-

flectem ainda a realidade dos luso-

decendentes, revelam ainda que os

destinos da emigração portuguesa

que mais cresceram nos últimos

anos foram Espanha, Reino Unido

e Angola.

Em Espanha, o número de emi-

grantes portugueses quase dupli-

cou passando de 71 mil em 2004

para 136 mil em 2008, enquanto

no Reino Unido passou de 68 mil

para 77 mil e em Angola de 17 mil

em 2006 para 23 mil em 2008.

Um movimento traduzido

também no crescimento das re-

messas de dinheiro para Portugal,

que no caso de Angola subiram na

ordem dos 40 por cento, de 20 mil

euros para 70 mil euros em dois

anos.

Nesta primeira fase, o Obser-

vatório da Emigração reúne dados

recolhidos junto dos organismos

de estatística nos vários países,

com as inscrições consulares e

dados da Organização para a Coo-

peração e Desenvolvimento Eco-

nómico (OCDE), numa tentativa

de quantificar os número de emi-

grantes portugueses no mundo.

O site disponibiliza ainda infor-

mação sobre associações portu-

guesas no estrangeiro, uma base

de dados dos estudos sobre emi-

gração portuguesa e, mensal-

mente, uma entrevista com um

investigador com trabalho nesta

área.

„A página entrou on-line com

informação sobre os 140 países

onde há portugueses. A prioridade

foi organizar este instrumento e

através dele identificar esta rede

de representação de Portugal no

mundo por via dos seus emigran-

tes e depois de termos esta rede

disponível avançar para um traba-

lho mais sistematizado de estudo

e caracterização da comunidade“,

disse o secretário de Estado das

Comunidades durante o lança-

mento do site.

António Braga adiantou que

com os dados disponíveis não é

ainda possível validar a estimativa

de 4,5 ou 5 milhões de portugue-

ses tradicionalmente apontada por

entidades oficias de especialistas

na área da emigração, sublinhado

que falta „identificar a zona de pe-

numbra“ que constituem os luso-

descendentes.

„O número global dos portu-

gueses lá fora tem que levar em

linha de conta a perspectiva dos

nascidos em Portugal mas temos

que somar ainda os que já nasce-

ram lá fora e cujo apuramento é

mais difícil, uma vez que se confun-

dem com as nacionalidades“, justi-

ficou.

Portugal tem emigrantes em 140dos 190 países do mundo     

Analisando os dados, António

Braga destacou a disparidade

entre os números apontados para

a África do Sul e os apurados pelo

Observatório.

„Na África do Sul são menos

do que achávamos. A disparidade

é muito grande. Falava-se em 500

mil ou 600 mil emigrantes e, se-

gundo estes dados, na melhor das

projecções são 200 mil“, disse.

O Observatório da Emigração

resulta de uma parceria entre a

Secretaria de Estado das Comuni-

dades Portuguesas e do Instituto

Superior das Ciências do Trabalho

e da Empresa (ISCTE).

Portugal tem emi-grantes em 140 dos

190 países do mundo,sendo a França a

nação que concentramais portugueses eSanta Lúcia ou ilhas

Maurícias os Estadosque registam menosemigrantes, revelam

dados do Observató-rio da Emigração.

O Conselho Permanente das Co-

munidades Portugueses pediu ao Go-

verno um reforço de 30 mil euros

para a realização das reuniões das co-

missões especializadas daquele órgão

consultivo em matéria de emigração.

Reunidos em Lisboa, os membros

Conselho Permanente, órgão que tu-

tela o Conselho das Comunidades

Portuguesas (CCP), decidiram enviar

à Direcção-Geral dos Assuntos Con-

sulares e das Comunidades Portugue-

sas (DGACCP) uma carta para pedir

um reforço orçamental de 30 mil

euros para que as reuniões já calen-

darizadas para o próximo trimestre

„não estejam comprometidas“.

Segundo o presidente do Conse-

lho Permanente, Fernando Gomes, o

orçamento para este ano prevê uma

verba de 150 mil euros, mas não vai

chegar para a realização das seis reu-

niões das comissões especializadas.

„O dinheiro não é suficiente e

tem de haver um reforço este ano

para o funcionamento das seis comis-

sões da especialidade, três ficariam

por se realizar o que não é admissí-

vel“, disse Fernando Gomes.

Os conselheiros justificam o re-

forço do orçamento com a promessa

do secretário de Estado das Comuni-

dades, António Braga, de que as reu-

niões „não se deixariam de se realizar

por falta de verba“ e com o facto do

CCP ter sido „sancionado com cerca

de 30 por cento da verba que lhe foi

atribuída inicialmente“.

Os membros do Conselho Per-

manente adiantaram ainda que „não

têm dinheiro“ para realizar o plenário

mundial que reúne todos os mem-

bros daquele órgão de consulta do

Governo em matéria de emigração e

que está agendado para Novembro

do próximo ano.

De acordo com Fernando

Gomes, só a realização do plenário

está orçado em cerca de 150 ml

euros.

Conselho das Comuni-dades Portuguesaspede mais 30 mil eurosao Governo

Um homem de Famalicão que es-

capara ao cumprimento de 15 anos

de cadeia na Alemanha, após conde-

nação por fraudes fiscais, foi captu-

rado em Portugal e entregue às

autoridades daquele país, anunciou a

Polícia Judiciária.

O homem, que foi detido em

cumprimento de um mandado de de-

tenção internacional emitidos pelas

autoridades alemãs, encontrava-se em

Portugal desde meados de 2008.

Outro português procurado

pelas autoridades alemãs por crimes

naquele país, neste caso relacionados

com tráfico de estupefacientes, foi

detido também pela PJ em Póvoa de

Lanhoso e foi presente ao Tribunal da

Relação de Guimarães, a fim de ser

validada a sua extradição.

Fraudes fiscais: Português extraditadopara Alemanha vai cumprir 15 anos à cadeia

Page 5: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 5

O presidente da Venezuela,

Hugo Chávez, lançou oficialmente

os portáteis portugueses „Maga-

lhães“, nas escolas venezuelanas, pe-

dindo um aplauso para Portugal e

enviando uma saudação especial ao

primeiro-ministro, José Sócrates.

“Estamos a inaugurar um novo

projecto, que tínhamos anunciado

antes, que explicámos. É o Projecto

Canaima - são computadores espe-

ciais para crianças. Vejam o tamanho

do computador... A configuração é

muito compacta, pensada especial-

mente para crianças”, disse.

Na Venezuela, os computadores

portugueses „Magalhães“ assumi-

ram a designação „Canaima“, evo-

cando o parque nacional com o

mesmo nome, situado no Estado

Bolívar (a Sudeste de Caracas) e

que, em 1994, foi declarado Patri-

mónio da Humanidade pela

UNESCO.

„Canaima“ é também o nome

de um sistema operacional vene-

zuelano baseado no Debian/Linux e

adaptado pelo Centro Nacional de

Tecnologias de Informação (CNTI)

para atender às necessidades de

utilizadores finais da administração

pública e incluído nos portáteis.

A cerimónia de lançamento ofi-

cial foi coberta apenas pela estatal

Venezuelana de Televisão e teve

lugar na Unidade Educativa Ga-

briela Mistral do Bairro 23 de Ja-

neiro, um dos mais pobres e

populosos de Caracas.

Estavam presentes o embaixa-

dor de Portugal, João Caetano da

Silva, e um representante da JP Sá

Couto, empresa que produz os

computadores.

“Isto faz parte e é consequência

dos acordos internacionais que a

Venezuela continua a fazer, neste

caso, com a República irmã de Por-

tugal. Eu quero saudar, daqui, o pri-

meiro-ministro Sócrates. Graças a

ele, temos aqui estes computado-

res”, disse Hugo Chávez.

“Vamos dar um aplauso a Por-

tugal, ao governo de Portugal, um

governo amigo”, exortou.

Explicou que o seu primeiro

contacto com aqueles computado-

res aconteceu numa exposição,

quando de uma visita a Portugal, e

que, querendo saber mais, pediu in-

formações a José Sócrates, que o

pôs em contacto com os técnicos

e com a empresa que os produz.

“Fizemos um acordo e trouxe-

mos já 50 mil computadores mon-

tados e vão vir mais 300 mil”,

explicou.

“Agora estamos incorporar-

lhes o ‘software’ que se elaborou

aqui - não veio com o ‘software’ in-

ternacional! Não, não!” - adiantou.

O presidente da Venezuela re-

velou que o Projecto Canaima se

iniciou em 1.090 escolas e que se

trata de “tecnologia de informação

muito moderna para crianças no

primeiro grau, para que comecem

já a alfabetizar-se de maneira tecno-

lógica e para nos assegurar a igual-

dade”.

“Para que não haja um grupo de

meninos privilegiados que apren-

dam a usar as tecnologias moder-

nas de informação e (…) os

meninos do bairro, do povo, fiquem

atrasados. Aqui, estamos em cima

da alfabetização tecnológica”, de-

fendeu.

Na cerimónia, o ministro do

Poder Popular para a Educação,

Héctor Navarro, explicou que estes

computadores têm um sistema

operacional livre, com base em

‘software’ livre, o sistema operacio-

nal «Canaima». „Isto é muito im-

portante porque é parte da

incorporação da nossa tecnologia”,

comentou.

Hugo Chávez aproveitou a

oportunidade para recordar que se

está avançar com o projecto de ins-

talar, na Venezuela, uma fábrica des-

tes computadores. „Para que

produzamos milhões deles nos pró-

ximos anos”, desejou.

Venezuela: Hugo Chávez “lança” portáteis portugueses nasescolas e envia saudação a José Sócrates

Após uma campanha eleitoral

em que se limitou praticamente a

apelar à estabilidade e a fazer uma

vaga promessa de baixar os impos-

tos, Angela Merkel renovou o seu

mandato de chanceler da Alemanha

por mais quatro anos.

Os resultados eleitorais permi-

tirão à líder democrata-cristã for-

mar nova coligação com os

Liberais, libertando-se do actual

parceiro de governo, os sociais-de-

mocratas do SPD, “para libertar as

forças do crescimento” e tentar

deixar para trás a crise económica,

como Merkel disse no único debate

televisivo contra o seu rival directo,

Frank-Walter Steinmeier.

Depois de se doutorar em Fí-

sica em Leipzig, na Alemanha de

Leste, para onde foi viver com os

pais apenas com três meses, Merkel

despontou para a política como

porta-voz adjunta do primeiro go-

verno democrático da RDA, em

1990.

Mais tarde, após a reunificação

alemã, foi chamada pelo patriarca da

CDU, o chanceler Helmut Kohl,

para o governo federal, onde ocu-

pou as pastas da juventude e do

ambiente.

Ajudou depois, no entanto, a

desmontar a imagem de Kohl, já

após a derrota eleitoral dos demo-

cratas-cristãos, em 1998, no auge

do escândalo dos donativos ilícitos

para a CDU, com críticas directas

ao ex-chefe do partido num artigo

de jornal, tornando-se uma espécie

de consciência moral do abalado

partido conservador.

Foi um momento decisivo para

a carreira de Ângela Merkel, que em

2005 viria a bater o social-demo-

crata Gerhard Schoeder por es-

cassa margem e a tornar-se a pri-

meira mulher a chefiar um governo

na Alemanha.

Entretanto, tornou-se a mulher

mais poderosa do mundo, segundo

reputadas publicações internacio-

nais como a Forbes, e as suas quali-

dades de análise das mais difíceis

situações e de moderadora são fre-

quentemente realçadas.

“Ela tem uma grande experiên-

cia como generalista da política”,

observou recentemente um co-

mentador político da televisão pú-

blica ARD, aludindo à sua

capacidade de gerir a crise econó-

mica sem atender a opiniões mais

apressadas, que exigiam mais e

maiores planos conjunturais.

Como chanceler, Merkel “de-

senvolveu uma nova forma de auto-

ridade, que não se apoia nas

insígnias do poder, é muito mais si-

lenciosa e tranquila”, observou a

sua biógrafa Jacqueline Boysen.

A crise do SPD facilitou a sua

missão e durante a campanha elei-

toral quase não precisou de pro-

nunciar as três siglas do partido

rival ou de atacar as suas propos-

tas.

Pelo contrário, Merkel não se

cansou de louvar o trabalho da co-

ligação com os sociais-democratas

nos últimos quatro anos, porque si-

multaneamente estava a auto-elo-

giar a sua capacidade de liderança e

de concertação.Merkel também

não tardou a perceber que a aliança

com o SPD lhe permitiria moderni-

zar o seu próprio partido.

Desde que preside à CDU, tem

defendido que é necessário não

apostar apenas no eleitorado tradi-

cional dos democratas-cristãos, nas

bolsas católicas ou protestantes da

província, mas olhar também para

um eleitorado mais urbano.

Não foi por acaso que Angela

Merkel se tornou a primeira chan-

celer alemã a criticar abertamente

o papa, quando o seu compatriota

Bento XVI resolveu reabilitar uma

ordem de sacerdotes ultra-conser-

vadores que negam a gravidade do

Holocausto, o genocídio de seis mi-

lhões de judeus pelo regime nazi.

Francisco Assunção

Alemães renovaram a confiança em MerkelEleições na Alemanha

Page 6: Portugal Post Outubro 2009

Entrevista PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 20096

PORTUGAL POST- Na sua opi-nião há racismo na Alemanha?Çem Özdemir - Veja o caso do ho-

micídio de uma mulher egípcia num

tribunal em Dresden. O escândalo é

duplo. Pelo facto de ela ter sido assas-

sinada, claro. Mas também porque o

polícia no local suspeitou de imediato

não do assassino, mas do marido da

vítima. O que diz tudo sobre os pre-

conceitos existentes. Este agente é

apenas um exemplo para toda a so-

ciedade. Mostra que o caminho que

temos pela frente ainda é muito

árduo. Os Verdes querem uma socie-

dade na qual a origem das pessoas

deixe de ser relevante, Não importa

se os antecedentes são portugueses,

turcos ou persas, ou se lutaram con-

tra os romanos na invasão da Germâ-

nia. Isso pode ser uma informação

interessante. Mas mais importante é

ver o que faz a pessoa, onde quer

chegar, quais são os seus projectos?

É isso que deve defini-la. Não a sua

origem étnica, a sua religião, o seu

sexo, a sua orientação sexual ou a ca-

mada social a que pertence.

PP-Esteve nos Estados Unidosda América para concluir umainvestigação pertinente a estetema. Quais são as diferençascom a Alemanha?Çem Özdemir - Claro que tam-

bém nos Estados Unidos também há

discriminação. Mas a grande diferença

é aquilo a que chamamos o «sonho

americano». Trata-se da uma pro-

messa nem sempre cumprida, é evi-

dente. Mas que motiva muitas

pessoas porque acreditam nela, e as

deixa superar barreiras que pareciam

intransponíveis, para acabarem na

Casa Branca. É a promessa que todos

têm a oportunidade de conquistar o

seu lugar na sociedade. É uma utopia

que provavelmente nunca poderá ser

alcançada. Mas vale a pena lutar por

ela.

PP -Há um obstáculo logo à par-tida para a integração perfeitana Alemanha, que é a baixa taxade naturalização entre os imi-grantes.Çem Özdemir - Isso tem a ver com

o facto deste país não decidir o que

quer: facilitar ou dificultar a naturali-

zação? A chanceler Merkel recebe ce-

rimoniosamente na chancelaria os

novos cidadãos alemães, o que eu

saúdo e gostaria que já tivesse acon-

tecido mais cedo. Mas a política do

seu ministro do Interior e do Go-

verno é o oposto. Nos estados fede-

rados, os governos da CDU

dificultam permanentemente a natu-

ralização. Falta um consenso funda-

mental que estabeleça ser do

interesse da Alemanha que os estran-

geiros se tornem nacionais. É muito

mais fácil resolver problemas entre

nacionais do que entre nacionais e es-

trangeiros.

Um estrangeiro identifica-se menos

com os problemas na sua vizinhança

imediata, do que um cidadão que não

se limita a pagar os impostos, mas que

também participa na decisão sobre o

uso a dar aos seus impostos.

PP- Já existe o direito de votonas autarquias para os cidadãosda União EuropeiaÇem Özdemir - Por sorte a UE a

isso obrigou, mas é absurdo que ele

não seja estendido a nacionais de es-

tados terceiros. Fico muito contente

por qualquer cidadão português resi-

dente neste país há três meses obter

o direito ao voto comunal. Mas gos-

taria que os turcos, os bósnios e os

norte-africanos que vivem aqui há 30

anos obtivessem o mesmo direito. O

que só beneficiaria as autarquias e im-

pediria que o fosso entre a população

residente e o nacionais ainda se apro-

fundasse mais. É um fosso que existe

em todos os países. Mas se continuar

a aprofundar-se, os problemas vão au-

mentar.

PP - Os próprios imigrantesmuitas vezes resistem à noçãode uma nacionalização.Çem Özdemir - Como deputado

alemão e presidente de um partido

alemão, insisto para que os jovens fu-

tebolistas turcos joguem na selecção

alemã. Já tenho sido criticado por isso

pelos meus amigos turcos. Mas eu

sou alemão, a selecção alemã é a

minha selecção, e penso que é do in-

teresse da minha selecção ter os me-

lhores jogadores.

Para isso é necessário que a socie-

dade faça sentir a esses jovens que

fazem parte dela. E que aceite o hífen

na identidade desses jovens, que não

obrigue ninguém a assimilar-se. Quem

tem antecedentes portugueses tem o

direito de ser luso-alemão por defini-

ção. Queremos que isto não seja en-

tendido como uma contradição. A

minha língua oficial é o alemão, a

minha língua materna é o turco, a

minha cédula de nascimento diz que

sou muçulmano - uma religião que

eu nem escolhi - mas nada disso me

impede ser um bom cidadão alemão.

É esta, no fundo, a atitude moderna

necessária para organizar, hoje em

dia, um estado. Todo o resto é um re-

trocesso aos anos 50 do século pas-

sado.

PP - O Governo de coligação deSPD e Verdes alterou a Lei deCidadania. O que ficou entãopor fazer?Çem Özdemir - Nós tentámos al-

terar a situação com a nova Lei, mas

ela ficou a meio, enterrada no lodaçal

quando perdemos a maioria e tive-

mos que fazer compromissos doloro-

sos. Acabámos por conceder

demasiadas competências aos esta-

dos federados. E estes estão a desfa-

zer aquilo que o governo SPD/Verdes

tentou introduzir: uma Lei de Cidada-

nia aberta, moderna e liberal. Se os

Verdes regressarem ao governo, a re-

forma da Lei será uma prioridade má-

xima.

PP- Que mudanças pretendemos Verdes?Çem Özdemir -Por exemplo, que

as crianças que nascem na Alemanha

não sejam obrigadas a optar por uma

nacionalidade entre os 18 e os 23

anos.

PP - O que significa para a Ale-manha ter pela primeira vez umchefe de um partido parlamen-tar com antecedentes estrangei-ros?Çem Özdemir - Quando me ele-

geram presidente do partido não

mencionei uma única vez o tema

«imigração» no meu discurso de

agradecimento. Só falei da minha

visão de uma sociedade em que não

seja relevante se uma pessoa vem do

Cazaquistão – disse-o deliberada-

mente numa referência aos alemães

«retornados» do leste da Europa, que

são muitas vezes esquecidos, mas

também são imigrantes – , ou se os

seus antecedentes participaram na

batalha na Floresta de Teutoburgo

contra os romanos.

Eu não quero ser reduzido a uma po-

lítica subordinada ao ângulo étnico.

Faço uma política na base de convic-

ções profundas e fundamentais. Con-

vido toda a gente a fazer política

deste modo. A política não pode ser

uma política de etnias. E não devemos

escolher os nossos colegas, os nossos

parceiros e os nossos amigos com os

quais queremos mudar alguma coisa

na base da etnia, mas na base de con-

vicções partilhadas. Por isso sou

membros dos Verdes.

PP - Mas pode falar-se de “redu-ção” a uma política tratando-sede um tema tão importante?Çem Özdemir - Claro que continua

a ser um tema para mim. Mas o que

devia ser a normalidade é que alguém

que se chame Çem Özdemir seja en-

trevistado pelos noticiários alemães

sobre a economia e a União Europeia,

ou sobre o futuro da indústria do au-

tomóvel na Alemanha. Porque indirec-

tamente isso diz muito sobre a

política de integração. O Çem Öez-

demir a falar no telejornal sobre

temas da política alemã que não têm

nada a ver com a sua pertença étnica,

mas que dizem respeito a todos, isso

sim exprime a filosofia politica dos

Verdes. É um sinal também para os jo-

vens que jogam futebol comigo ao

domingo em Kreuzberg, que não fre-

quentam o liceu, que têm uma forma-

ção básica. Eles sabem que eu

também venho de uma família sim-

ples. A minha mãe esteve desempre-

gada, sou de uma família de

trabalhadores, não tínhamos muito di-

nheiro. É importante que eles saibam

que aquilo que eu consegui, eles tam-

bém conseguem. Devemos lutar por

uma mudança das estruturas para que

mais pessoas o consigam. Mas isso

não significa esperar que o estado

faça tudo. Cada um de nós tem que

contribuir para que a situação mude.

PP - E a melhor maneira de oconseguir é através da cidadaniaalemã?Çem Özdemir - Absolutamente. É

a minha posição e a minha recomen-

dação, sempre. Os cidadãos da União

Europeia têm maiores facilidades e

oportunidades, de modo que isto se

aplica mais aos estados terceiros. Mas

não exclusivamente, também é im-

portante para os cidadãos da UE.

Igualmente crucial: aprendam a língua

do país em que vivem. Quem não do-

mina a língua não pode ajudar os fi-

lhos na escola, não pode reivindicar

os seus direitos de consumidor, não

pode ser eleito como representante

sindical ou dos trabalhadores. A língua

é importante.

E o terceiro ponto: apoiem os vossos

filhos, façam com que eles frequen-

tem as melhores escolas. Se vocês

não falam muito bem alemão, o que

pode acontecer, frequentem cursos.

Ponham os filhos na creche. De pre-

ferência, logo no primeiro ano de

vida.

Organizem amigos alemães para os

vossos filhos, para que eles aprendam

rapidamente. Não se trata de decidir

se o alemão é mais importante do

que o turco. Ambos são importantes.

Trata-se de garantir que as crianças

aprendam correctamente ambas as

línguas.

O nosso problema não é, como

dizem muitos políticos alemães, que

as crianças aprendam alemão em casa

em vez de turco. É uma vantagem fa-

larem bom turco ou bom português.

Mas não é isso que se passa hoje em

dia. Os pais e os filhos falam uma

mistura de línguas que não é nada. Os

pais devem falar com os filhos a língua

que dominam. Seja português, alemão,

espanhol ou curdo. Mas é essa a lín-

gua que se deve falar com as crianças,

para que criar uma base sólida. E de-

pois há que velar por uma aprendiza-

gem perfeita da língua oficial.

Çem Özdemir, presidente do partido“Os Verdes”

Os pais devem falarcom os filhos a

língua que dominamÇem Özdemir foi o primeiro deputado com raízes tur-

cas a ser eleito para o Parlamento Federal. Apesar deviverem neste país perto de dois milhões de turcos,

muitas já da terceira e quarta gerações, foi preciso es-perar por 1994 para que o facto ocorresse. E só em

2009 um partido parlamentar elegeu para a sua presi-dência um alemão com antecedentes estrangeiros.

Desde o início do ano, Çem Özdemir partilha o cargono partido ecologista Bündnis 90/ die Grünen, com

Claudia Roth. Cristina Krippahl falou com Çem Özde-mir sobre as dificuldades de integração num estado

que só muito recentemente começou a aceitar o esta-tuto de país de imigração, apesar de todas

as evidências em contrário há 60 anos.

Cristina Krippahl

Page 7: Portugal Post Outubro 2009

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O ano lectivo para os cursosde Língua e Cultura Portu-guesas começou já em toda aAlemanha, em alguns esta-dos há pouco tempo, nou-tros, como Hamburgo ou aRenânia do Norte e Vestefá-lia, já lá vai mais de um mêsde aprender e ensinar.

No que respeita ao início das

aulas, não houve desta vez gran-

des atrasos a registar. Os profes-

sores, dos quais muitos

tinham  requerido renovação de

contrato, foram colocados e o

ano lectivo de LCP começou sem

problemas de maior.

Alguns cursos ainda sem aulas

começarão em breve, assim que

termine o concurso para candida-

tos à contratação local, que está

no momento a decorrer.

Já  no que respeita aos pro-

fessores o ano não começou tão

bem. Praticamente em Outubro,

encontram-se desde fim de

Agosto sem direito a assistência

médica , devido ao atraso no

envio, da parte dos serviços res-

ponsáveis em Lisboa, dos impres-

sos necessários à inscrição nas

caixas médicas estatais da Alema-

nha.

Este atraso é grave e causa

problemas mais graves ainda, visto

que, no caso de se registar alguma

emergência – e no mês de Setem-

bro já houve duas – os professo-

res encontram-se completamente

“ a descoberto” no referente à

assistência médica.

Trata-se de um atraso cró-

nico, devido à indiferença dos re-

feridos serviços pela situação dos

professores de português no es-

trangeiro, e que , lamentavel-

mente, parece destinado a

continuar, apesar dos repetidos

pedidos por parte dos sindicatos

e de algumas coordenações para

que o processo seja acelerado e

os docentes não fiquem lesados.

Os professores também con-

tinuam sem subsídio de refeição,

pois embora esse seja um direito

alienável de qualquer funcionário

público em Portugal, foi sempre

recusado aos professores de LCP,

de modo realmente incompreen-

sível, visto serem exactamente

esses que mais necessitam dele,

dado que na Alemanha não exis-

tem cantinas escolares  e  grande

parte dos professores passa mui-

tas horas fora de casa, devido a

longas deslocações entre cursos.

Pensava-se que finalmente o

problema estaria ultrapassado,

pois no passado mês de Abril foi

acordado em negociação sindical

que os professores de LCP teriam

direito ao referido subsídio, em-

bora  só lhes fosse concedida a

mesma quantia que teriam se lec-

cionassem em Portugal, e que é

insuficiente para o estrangeiro.

Alguns professores já o apeli-

dam de “subsídio de bica”, e com

razão, visto que basta para pagar

um café, mas não uma refeição,

por modesta que seja.

Mas, modesto ou não, o sub-

sídio de refeição continua a não

ser pago aos docentes , embora

muitos deles já leccionem desde

meio de Agosto.

Porém,  e apesar de tudo o

que foi dito, os professores conti-

nuam a dar as suas aulas , os alu-

nos   frequentam-nas e os pais

fazem o possível e por vezes

quase o impossível para levar os

filhos às escolas onde os cursos

funcionam.

E é por isso que o ensino de

LCP  sobrevive e espero sobrevi-

verá no futuro, devido ao

interesse e dedicação, indepen-

dentemente das condições , dos

pais, alunos e professores que co-

laboram entre si para manter viva

e actual a nossa língua e cultura

no estrangeiro.

Bom ano lectivo para todos.

Por Maria Teresa Duarte Soares

Início de Ano Lectivo na Alemanha

Professores sem caixa médica e sem subsídio de refeição

Comunidade - Alemanha

Page 8: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Comunidade - Alemanha8

António José Alves de Carvalho

é o novo Cônsul-Geral de Portugal

em Hamburgo. O diplomata, que

iniciou a sua missão em meados de

Setembro, exerceu as mesmas fun-

ções em S.Francisco da Califórnia,

EUA, durante cinco anos e chega

para substituir o cônsul Machado

Vieira que já se tinha despedido

num jantar que organizou para o

efeito com a participação dos ami-

gos e conhecidos.

António José Alves de Carva-

lho, casado, 50 anos de idade, nunca

tinha pisado chão alemão e, numa

curta conversa com o PP, diz-se

“agradavelmente surpreendido com

Hamburgo”, uma cidade de que

está a gostar muito.

Ainda a conhecer os cantos à

casa, o diplomata disse ao nosso

jornal que as suas preocupações no

que diz respeito à comunidade lusa

“será desenvolver o trabalho feito

pelos seus antecessores, nomeada-

mente em sectores da cultura, da

presença portuguesa, da língua e do

ensino do Português; na valorização

da imagem de Portugal que Portu-

gal, numa perspectiva histórica, tem

em Hamburgo”.

Também referiu que a sua acção

será para servir a comunidade por-

tuguesa e defender os interesses

nacionais. Redacção

Hamburgo tem novo Cônsul-Geralde Portugal

Cônsul-Geral de Portugal, AntónioJosé Alves de Carvalho, acompa-nhado pela sua esposa.

A recolha de assinaturas para o

Manifesto dos residentes portugue-

ses a solicitar a exoneração do ac-

tual Consul-Honorário de Portugal

na Baviera, o empresário do ramo

Imobiliário, Jürgen Adolff, segue em

bom ritmo, segundo apurou o

nosso jornal junto de um núcleo de

dinamizadores do referido pro-

cesso iniciado há cerca de dois

meses.“ Só o facto de se terem

postado as Férias Grandes de Verão

obstou a que o ritmo de recolha de

assinaturas não seja mais expres-

sivo. De qualquer das formas, cerca

de duas centenas foram recolhidas

até ao início do passado mês de Se-

tembro „, precisou a nossa fonte.

O manifesto, divulgado pelo

nosso Jornal na edição de Agosto,

causou muita perplexidade nos

meios oficiais de Lisboa. Foi criada

mesma uma comissão especial para

apurar a gravidade das acusações

contra o cidadão alemão ligado ao

ramo Imobiliário, que há mais de 15

anos exerce à revelia de qualquer

controlo as funções de represen-

tante na Baviera dos interesses e da

imagem de Portugal.

Especial melindre social e di-

plomático, que provocaram ondas

de repúdio nos meios do Ministério

dos Negócios Estrangeiros, é o teor

público das gravíssimas acusações

escritas e publicadas contra Jürgen

Adolff. Nomeadamente, segundo

conseguimos apurar, o lance em

que se afirma, preto no branco, que

„ não é possível enumerar ne-

nhuma acção promovida pelo sr.

Jürgen Adolff no sentido de apoiar

interesses, actividades ou aconteci-

mentos relacionados com Portugal

ou com Portugueses“.

Bem como a frontal acusação

de oportunismo comercial inaceitá-

vel e desprestigiante que lhe é as-

sacada de forma frontal pelos

portugueses residentes na Baviera:

„ O estatuto e a credibilidade ine-

rente ao posto que ocupa, ofere-

cida ao sr. Jürgen Adolff por

Portugal e pelos Portugueses, tem-

lhe permitido um aproveitamento

pessoal nas actividades comerciais

que exerce, nomeadamente no sec-

tor Imobiliário“.

O PORTUGAL POST tentou,

sem sucesso, chegar à fala com o

Jürgen Adolff para se pronunciar

sobre o assunto

F.Almeida Ribeiro

O efeito bola-de-neve do Manifesto contra o Cônsul Honorário de Portugal em Munique

Consul-Honorário de Portugal emMunique, Jürgen Adolff

Que se passa com o Conselho

das Comunidades Portuguesas da

Alemanha (CCP) que parece viver

um tempo de, como está na moda

dizer-se, asfixia?

Eleito pelos portugueses, os

conselheiros Piedade Frias, Rui Paz,

Alfredo Stoffel, José Eduardo e Al-

fredo Cardoso da última vez que fi-

zeram notícia foi quando se

encontraram com Cavaco Silva em

Osnabrück e lhe entregaram um

memorando que pode ser sempre

consultado no portal do nosso jor-

nal: www.portugalpost.de

E por falar em internet, o actual

CCP-Alemanha promove a confu-

são entre o povo e os outros com

o seu actual site. O cidadão que

consultar o www.ccp-alemanha

será confrontado com tamanha

confusão de nomes, de rostos e de

comunicados. Lá encontraremos os

antigos conselheiros com os res-

pectivos contactos e fotos, só

que...Só que de nada valerá a pena

o contacto porque os conselheiros

são outros.

Por isso, daqui o apelo ao CCP-

Alemanha que actualize o seu por-

tal, caso contrario a confusão está

instalada.

Mas ainda por falar em notícias

do CCP-Alemanha, não podemos

esquecer os dois encontros que os

conselheiros tiveram com o actual

embaixador de Portugal em Berlim,

encontros esses em que foram

abordadas questões de importância

para a comunidade.

De resto, as iniciativas dos con-

selheiros são pontuais. A falta de

meios é um grande problema com

que o CCP se debate. Por mais que

se queira, os conselheiros não

podem pôr o orçamento particular

a financiar as suas actividades ofi-

ciais e aqui está explicada a falta de

iniciativas e, de alguma maneira, o

silencio do CCP.

Mas, enquanto isso não é resol-

vido, vai daqui um apelo para que se

actualize o portal electrónico.

Redacção

Que se passa com o CCP?Página na internet não sofre actualização há anos

Mudança de HorárioHora de Inverno: Relógios atrasam 60 minutos Na madrugada de 24 de Outubro os relógios atrasam uma hora às 02:00

entrando-se na chamada Hora de Inverno, proporcionando mais uma

hora de sono ou de trabalho, conforme o caso.

Com a mudança da hora amanhece mais cedo mas em contrapartida

anoitece mais cedo, o que pode provocar pequenas perturbações devido

a alterações de ritmos, sobretudo em crianças.

A ex-funcionária do Consulado-

Geral em Hamburgo e ex-deputada

pela CDU à Assembleia Municipal

de Altona-Hamburgo, Alessandra

Venda do Rosário, que falsificou um

diploma de doutoramento foi bafe-

jada pela sorte ao não ir responder

a tribunal, ficando-se por uma multa

de 500 euros aplicada pelo Ministé-

rio Público que resolveu não dar

seguimento ao processo, arqui-

vando-o.

A decisão do Ministério Público

foi tomada depois de Venda do Ro-

sário ter confessado a falsificação

do diploma de doutoramento, título

com que se fez apresentar durante

anos e que apresentou aquando da

sua entrada ao serviço do Consu-

lado-Geral de Portugal em Ham-

burgo.

O facto de ninguém ter apre-

sentado queixa e também devido à

inexistência de antecedentes crimi-

nais, o Ministério Público decidiu ar-

quivar o processo contra uma

multa de 500 euros. Para contribuir

para esta decisão, o Ministério Pú-

blico explica que Venda do Rosário

confessou a falsificação do diploma

e, com este seu procedimento, se

ter prejudicada a si própria, arrui-

nando a sua reputação pessoal e a

sua carreira profissional e politica.

Este seu procedimento também

contribuiu para que tivesse de

depor o seu mandato de deputada

municipal e foi um motivo para per-

der o seu posto de trabalho no

consulado. Hoje, Venda de Sousa

vive do chamado Hartz IV, ou seja,

de ajuda social.

O caso foi descoberto quando

a autenticidade do diploma foi co-

locada em dúvida por funcionários

do consulado que detectaram erros

de alemão no documento, que tam-

bém estaria “primariamente falsifi-

cado”.

Confrontada com a situação

pelo Cônsul-Geral, que terá solici-

tado à funcionária o original do di-

ploma, a falsa doutora apresentou

de imediato a sua demissão ao

chefe daquele posto consular “por

motivos de saúde”.

Alessandra Venda do Rosário

não era apenas conhecida por

“doutora” no consulado.

Deputada desde 2004 pelo par-

tido CDU à Assembleia Municipal

de Hamburgo-Altona, Alessandra

Venda do Rosário era apresentada

oficialmente por aquele órgão mu-

nicipal com o título académico. Na

página oficial da Internet da Assem-

bleia Municipal, Alessandra Venda do

Rosário surgia como „doutora”

Entretanto fonte local da CDU,

que se manifestou chocado com a

situação, revelou que a ex-deputada

nunca mais se apresentou junto dos

seus colegas apesar de ter havido

tentativas de contacto por parte do

partido político.

Redacção

O caso da falsa doutora no consulado em Hamburgo

Ministério Público arquiva acusação apósconfissão da ex-funcionária

Alessadra Venda do Rosário - falcatrua levou- apara o „Hartz IV” . Foto: PP

Page 9: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Comunidade - Alemanha 9

GENTEAntónio Portela não é um músico qualquer,

mas sim um pianista gentleman que há mais de

25 anos anima musicalmente os bares dos ho-

téis de primeira classe no norte da Alemanha.

Este português açoreano que chegou à Ale-

manha em 1962 tem no seu curriculum de

músico pianista passagens por conhecidos bar-

cos de cruzeiro como M.S. Berlin ou o M.S.

Deutschland onde animou as noites concor-

ridas de baile com traje a rigor de passageiros

viajantes à procura da felicidade.

Mas António Portela, com o seu ar elegante e

educado, é, com o seu grupo de nome INSI-

DERS, um pianista conhecido dos galãs e dos

famosos que habitam passam por hotéis de

luxo da cidade hanseática de Hamburgo tais

como o „Vierjahreszeiten“, o “Atlantic“, o

“Elysee“ e o muito selecto „Anglo German

Club“

António Portela começou a sua carreira mu-

sical na conhecidíssima Grossen Freiheit num

Nightclub enfrente do famoso STARCLUB

por onde passaram os Beatles, Ray Charles,

etc.

Hoje o pianista António Portela depois de 47

anos de Alemanha é um português moldado

hamburguês que, depois de chegar à Alemanha

com um diploma de técnico de Radio e TV, se

revelou para a música .

O português António Horta fa-

lhou a eleição para uma junta de

freguesia de Gelsenkirchen, nas au-

tárquicas realizadas no mês pas-

sado, como candidato de uma

iniciativa de cidadãos estrangeiros,

a BIG, mas promete voltar à carga.

„Não logrei ser eleito para pre-

sidente de junta, consegui apenas

6,2 por cento dos votos, mas o

grupo vai continuar, para abrir ca-

minho às gerações futuras“, prome-

teu o emigrante português, que se

candidatava na freguesia de Uckers-

dor-Sud. Criada apenas há um ano,

a BIG conseguiu, no entanto, eleger

pela primeira vez dois representan-

tes à Assembleia Municipal de Gel-

senkirchen, graças aos 3,7 por

cento de votos alcançados.

António Horta era o primeiro

português na lista para a Assem-

bleia Municipal, em quinto lugar, mas

falhou também esta eleição.

A sua irmã Mariana Horta, que

se candidatou à junta de freguesia

de Uckersdorf-Nord, também não

logrou ser eleita, e o mesmo acon-

teceu com o primo Luís Raposo de

Matos, candidato pela BIG em Als-

tadt-Schalke.

As eleições autárquicas em Gel-

senkirchen, uma urbe mineira da

bacia do Ruhr, foram ganhas pelos

sociais-democratas do SPD, com

50,2 por cento dos votos, seguidos

pelos democratas-cristãos da CDU,

com 22,5 por cento.

Preocupante para todos os par-

tidos democráticos, segundo Antó-

nio Horta, foram os 4,3 por cento

conseguidos pelo grupo „Pró Gel-

senkirchen“, um aliado dos neofas-

cistas do NPD.

„Todos estamos de acordo que

é preciso combatê-los, mas ainda

não se sabe bem como“, admitiu o

mestre industrial, de 52 anos.

A BIG foi criada por membros

do Conselho dos Estrangeiros

junto da Câmara Municipal de Gel-

senkirchen, que se queixam de não

serem tidos na devida conta pelos

partidos tradicionais.

Esperavam recolher muitos

votos junto das numerosas comu-

nidades estrangeiras de Gelsenkir-

chen, onde há também cerca de

dois mil portugueses, mas muitos

emigrantes nem sequer estavam

inscritos para votar.

„Recebemos muitos apoios da

população, sobretudo de estrangei-

ros, mas isso é uma coisa e o voto

nas urnas é outra“, referiu António

Horta, que agora, como vogal da

junta de freguesia, se dedicará a de-

fender o programa eleitoral da BIG.

As principais preocupações

desta iniciativa são a segurança nas

ruas da cidade, a limpeza urbana, a

recuperação de prédios degradados

e a concentração excessiva de

crianças de uma só nacionalidade

em algumas escolas. FA

Português falha eleição para presidente de junta de Gelsenkirche

Em declarações exclusivas aonosso jornal, o Cônsul-Geralde Portugal em Estugarda, dr.Manuel Gomes Samuel, ga-rantiu que o Conselho Con-sultivo, órgão de apoiobenévolo ao Consulado, vaiser uma realidade tangível, apartir da segunda semana deNovembro próximo, quandoo número de consultores forcompletado na primeira reu-nião plenária do novel instru-mento de consulta e análisedas necessidades essenciaisda Comunidade Lusa resi-dente no Baden-Württem-berg e Baviera.

„Não houve qualquer tipo de

acção desfavorável à indigitação

dos consultores já empossados

no passado dia 20 de Setembro „,

acrescentou o diplomata.

Os já nomeados consultores

tomaram posse perante o Côn-

sul-Geral, o Coordenador do En-

sino Regional, João Mendes, e o

técnico Social Abílio Rodrigues. A

lista ainda incompleta, serão oito

elementos ao todo, conta com

Artur Amorim, em representação

da Associação Portuguesa de Lud-

wigsburg, Mário Moita, pelo Cen-

tro Desportivo de Estugarda,

Maria Ritter, pela Associação de

Bamberg (Baviera), Francisco

Costa, em representação da Sec-

ção de Estugarda do Partido So-

cialista, Maria do Céu Campos,

pela direcção do PSD-Alemanha,

e António Miranda, pela Missão

Católica de Estugarda.

Gomes Samuel frisou-os dois

pontos essenciais que nortearam

o desencadear desta iniciativa

protocolar, derivada da entrada

em funcionamento de um novo

Regulamento Consular. Portanto,

de acordo com o diplomata, o re-

gulamento previa que a selecção

dos elementos para o Conselho

Consultivo fosse da inteira res-

ponsabilidade do Cônsul-Geral.

Ora, aponta,“ considero que

tenho poucos meios para aferir

quais são os representantes que

devem ser seleccionados, para es-

colher A em vez de B ou C“.. De

forma que, frisa, „entendi que o

assunto devia ser colocado à Co-

munidade para que ela, de forma

aberta, democrática e transpa-

rente pudesse eleger os seus oito

representantes para o Conselho

Consultivo“. O número de con-

sultores é proporcional ao nú-

mero de inscritos no Consulado

Geral, número que ronda hoje os

35 mil abrangendo as duas re-

giões do Sul da Alemanha .

O segundo ponto nuclear rei-

terado pelo diplomata prende-se

com o sentido de missão que

norteia a sua actividade consular.

„No decorrer da minha vida pro-

fissional, e nos muitos países onde

já estive colocado, sempre de-

monstrei ter um grande respeito

pelas Comunidades. Parto do

pressuposto de que tenho que

reagir de uma forma completa-

mente equidistante. O Cônsul-

Geral tem que se assumir de uma

forma isenta e independente em

relação a todos para não causar

quaisquer tipo de desiquilíbrios.

Essa isenção tem que ser cum-

prida com um escrúpulo abso-

luto“, apontou.

„O papel do Consulado é, so-

bretudo, vender a imagem do País.

De forma que os alemães possam

ir cada vez mais a Portugal de fé-

rias - há poucos meios para ven-

der a imagem de um país como o

nosso - e essa é uma falha muito

grande. Envidamos todos os es-

forços para angariar, por outro

lado, o maior número possível de

investidores para Portugal. E não

regateamos esforços para apoiar

as iniciativas comuns de joint—

ventures ou de intercâmbio eco-

nómico entre os dois países „

acentuou.

F.Almeida Ribeiro

Manuel Gomes Samuel, Cônsul-Geralde Portugal em Estugarda, cria conselho consultivo

TRESPASSA-SECafé & Pastelaria em Osnabrück

Por motivos de saúdeLocal de venda

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Page 10: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200910 Festas

Como costuma adquirir o jornal?p Sou assinante p Compro no quiosque

Se não costuma comprar o jornal, onde o lê? p Na associação p No Restaurante /Café p Por empréstimo

Como conheceu o jornal?p Recebi em casa uma oferta p Não associação p No quiosquep Na internet p No consulado p Através de amigo/ap Outro meio

Acha a periodicidade actual do jornal a mais adequada?p Sim p Não, preferia: p Quinzenal p Semanal

Como qualifica o conteúdo do jornal?p Muito bom p Bom p Nem bom nem mau p Mau p Muito mau

Quais a rubricas que costuma ler?p Editorial p Nacional e Comunidades p Cultura p Comunidades Alemanha p Entrevistas p Economia p Opinião p Socie-dade p Consultório p Assuntos Sociais p Astrologia

Em sua opinião, sobre quais os assuntos/temas que gostaria de ver publicados jornal?

Costuma interessar-se pela publicidadepSim p Não

Se sim, que publicidade lhe interessa?

Ajude-nos a melhorar ! Dê-nos a sua opinião

Está satisfeito com o jornalp Sim p Nãop Penso que poderia melhorar em áreas como....

Pensa que o jornal poderia também publicar textos em Alemão?p Sim p Não p Indiferente

Que outros jornais portugueses costuma ler?

Interessa-se pelo serviço de vendas de livros do Jornal?p Sim p Não

Que tipo de livros gostaria de comprar através do jornal?p Romances de autores nacionais p Romances de autores internacionais p Culinária p Dicionários p Livros infantil/juvenilp Genéricos (orações, etc)

Costuma consultar o sitio do PP na internet?p Muitas vezes p Poucas vezes p Nenhuma vez

Estaria disponível para pagar pelos conteúdos da edição Online do jornal?p Sim p Não

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Idade Estado Civil Profissão

Telefone E-mail Nacionalidade

Tempo de permanência na Alemanha anos

InQUÉRITO • PORTUGAL POST • InQUÉRITO

$

O PORTUGAL POST continua a publicar um inquérito

junto dos seus leitores cuja única finalidade é tornar este

jornal mais próximo dos interesses de quem o lê. Ao

preencher o inquérito, o leitor está a ajudar-nos a melhorar o nosso trabalho e a contribuir

para reforçar a nossa missão enquanto porta-voz da Comunidade luso-alemã .

Por isso, ficamos muito gratos pelas contribuições de todos quantos queiram preencher o

inquérito que será para nós de muita utilidade para assim prestarmos um melhor serviço e

uma mais útil informação.

Nota: se não se quiser dar ao trabalho de preencher, recortar e enviar por correio o inquérito,

pode fazê-lo por email, bastando responder reproduzir e responder às perguntas que colo-

camos.

Obrigado pela ajuda.

A sua opinião é muito importante para nós.

Falando de festas, a notícia e a

novidade vai direitinha para a orga-

nização mensal de uma festa/noite

de disco organizada pela “Elegancia

Eventes” intitulada Portugal Sen-sation, uma empresa vocacionada

para a organização de serões de

dança e gerida por dois jovens luso-

descentes.

Paulo Gomes, um dos gerentes

da empresa, informou o PORTU-

GAL POST que iniciaram a organi-

zar festas desde o último mês de

Maio.

Com música para todos os gos-

tos, “dos 18 aos 40 anos, sendo que

quem tiver 50 também é bem vindo

e de certeza que haverá música

para o seu gosto”, como refere

Paulo Gomes, as festas são levadas

a cabo na Discoteca RheingoldDusseldorf Hauptbahnhof apartir das 22h00.

Segundo o gerente da Elegância

Events, Paulo Gomes, o objectivo da

empresa em promover mensal-

mente uma noite de disco é “fazer

com que haja um local de referencia

para o encontro dos jovens luso-

descendentes na área de Dussel-

dorf, para os juntar em festa e

noites de dança e, deste modo,

constituir também uma bolsa de

contactos entre os jovens.

A música das noites PortugalSensation abrange, como já se

disse, o maior leque possível de

gostos e está a cargo de alguns DJs,

alguns deles vindos de Portugal. Tal

como nos informou Paulo Gomes,

nas noites Portugal Sensation há

sempre uma surpresa artistica ao

vivo.

Os responsáveis já disseram

que pretendem alargar a iniciativa

também à cidade de Colónia em

2010.

Fica, portanto, aqui a sugestão e

votos de boa festa.

Próximas datas da PortugalSensation:   23.Outubro

Portugal Sensation dançar e conviver em português

Dois festivais de folclore me-

recem este mês uma nota de des-

taque. São eles o festival

organizado pelo grupo S.Pedro de

Colónia, que representa as danças

de Nazaré, e o do grupo folclórico

da Associação de Bonn & Lohmar.

Com sete grupos oriundos da

Alemanha e dois do Luxemburgo,

o festival de Colónia, habitual-

mente realizado sempre no mês

de Outubro, apresenta o que de

melhor se faz na Alemanha em

termos de folclore. As presenças

do Ancora do Mar de Rheine, do

Coração do Minho, de Hagen, dos

Campinos, de Remscheid, entre

outros, asseguram um bom espec-

táculo.

Com início às 16h30, o festival

de Colónia tem tudo para ser uma

boa festa portuguesa: Comes e

bebes, dança moderna e baile ani-

mado pelo grupo Aregetooo. A

entrada custa 6 euros e as crian-

ças até aos 14 anos não pagam en-

trada.

Falta dizer que a festa é a 24

deste mês na Europaschule Zolls-

tock, na Raderthalgürtel 3

Quanto ao grupo folclórico da

Associação de Bonn & Lohmar,

que realizará o 16º festival no pró-

ximo dia 10, a presença de cerca

de sete grupos no festival vem na

linha dos festivais por si organiza-

dos.

A jovem nascida na Alemanha

há trinta anos, Sílvia dos Santos, é

a presidente deste grupo que re-

presenta as danças e o cantares da

região do Douro. Os seus actuais

25 elementos dão vida a um grupo

que também nos habituou a boas

festas.

A festa deste grupo vai reali-

zar-se na Hauptschle em Lohmar

com início também às 16.30.

Festivais de folclore em Outubro paramatar saudades das tradições

Page 11: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 11PORTUGAL POST na Escola

Há já quatro décadas vivem portugueses na Alema-nha. Na Renânia do Norte-Vestefália chegam agora àescola, na 4ª geração!

COMO TUDO COMEÇOU

Na década de 60 iniciam os portugueses a emigração

para a Alemanha. Depois da Segunda Guerra Mundial as coló-

nias africanas revoltam-se contra Salazar e pedem a sua inde-

pendência. Muitos portugueses têm que ir para a Guerra

Colonial e, para fugir a isso, emigram para países europeus

como a França e a Alemanha. Outras razões são de natureza

económica: a fuga à miséria, ao desemprego e às más condi-

ções de trabalho.

Além disso, após a 2ª Guerra Mundial, a Alemanha tem

grande necessidade de mão-de-obra.

Os portugueses vêm sem intenções de ficar para sempre

no país de acolhimento. Mas as boas condições de vida levam

a que esses trabalhadores, que tinham vindo sozinhos, cha-

mem as suas famílias para junto de si em vez de regressarem

à sua Pátria.

A provar a grande vinda de portugueses para a Alemanha

está o facto de o milionésimo emigrante neste país ter sido,

em 1964, um português chegado a Colónia de comboio que

inesperadamente recebe, como reconhecimento, uma moto-

cicleta.

A QUARTA GERAÇÃO

Imensos portugueses na Alemanha não pensam voltar a

Portugal. Não admira que as primeiras crianças da quarta ge-

ração comecem a frequentar a escola.

Uma dessas crianças, talvez a primeira em toda a Ale-

manha, vamos conhecer mais detalhadamente. Um rapaz, Mar-

vin Figueira Cândido, nascido há 6 anos em Unna (Renânia do

Norte-Vestefália) que este ano entrou na escola primária

“Sonnenbergschule” em Langschede.

À primeira vista, ele não se distingue das outras crianças.

Mas, na verdade, a família dele tem um longo passado aqui na

Alemanha.

Dos bisavós, que também emigraram para a Alemanha na

década de 60, já só vive a bisavó.

Eram estes que ainda tinham bem enraizada a sua cultura

portuguesa e que a foram transmitindo a filhos e netos. Tam-

bém Marvin adquire, paralelamente à cultura alemã que vive

no dia-a-dia, a influência da sua família. Essa nota-se em vários

aspectos: Marvin fala perfeitamente Alemão assim como Por-

tuguês, adora a comida tradicional feita pela avó e vê também

televisão portuguesa.

Poder-se-ia pensar, que estes comportamentos não o

deixariam ter

um contacto tão intensivo com as outras crianças da

classe, uma vez que são conhecidos os problemas de integra-

ção de pessoas estrangeiras.

Mas o facto de ele ter crescido abertamente em duas

culturas, leva a que ele lide bem com as crianças alemãs sem

alhear as suas raízes. Assim se vê que o bilinguísmo não é uma

desvantagem na sociedade. E, na verdade, Marvin é como os

outros garotos: gosta de jogar futebol, às escondidas e no

computador...

... e agora, vem juntar-se a nós – os alunos portugueses

do concelho de Unna.

Nós, que já fizemos o mesmo caminho, frequentando

também as aulas de língua materna – Português – desde o 1°

ano, aperfeiçoando continuamente os nossos conhecimentos,

encontramo-nos agora no 10° ano. Ficamos felizes por ter

agora como colega o primeiro aluno que pode olhar para uma

já tão longa história familiar, desejando que, também ele, den-

tro de dez anos possa conseguir escrever, assim como nós

agora, umas “boas-vindas” em dois idiomas.

Estes dois idiomas, que nos acompanham ininterrupta-

mente completando-se!

Os alunos do 10° ano do Curso de Português da Kat-harinenschule – Unna

Carina CoimbraCindy PereiraGabriel HonórioIvone AlvesMelissa CarvalhoRafael AntunesRicardo JunqueiraSérgio FerreiraSofia VelhinhoProfessor Francisco Caetano

Um olhar para trás A história da quarta geração dos migrantes portugueses na Alemanha

Alunos do 10° ano do Curso de Português da Katharinenschule – Unna - escrevem ao PORTUGAL POST

Seit 4 Jahrzehnten leben portugiesische Migranten inNRW. Jetzt, erreichen sie die Schule – in der viertenGeneration!

WIE ALLES BEGANN

In den 60er Jahren begannen die ersten Portugiesen nach

Deutschland überzusiedeln. Nach dem zweiten Weltkrieg

wandten sich die afrikanischen Kolonien gegen Salazar, um ihre

Unabhängigkeit einzufordern und so mussten viele Portugie-

sen in den Kolonial-Kriegen kämpfen. Um diesem Schicksal zu

entfliehen, wanderten viele nach Frankreich oder Deutschland

aus. Andere Gründe waren natürlich aus wirtschaftlicher

Natur: Armut, Arbeitslosigkeit, Schlechte Arbeitsbedingungen...

Außerdem hatte Deutschland, nach dem zweiten Weltkrieg,

großen Bedarf nach Arbeitskräften.

Die Portugiesen hatten nicht die Absicht, für immer im

Gastland zu bleiben, aber wegen der guten Arbeits- und Le-

bensbedingungen blieben sie und holten ihre Familien nach.

Ein Beweis der großen Einwanderung von Portugal nach

Deutschland ist es der Fakt, dass der 1.000.000ste Einwande-

rer in Deutschland, ein Portugiese war, der, 1964 mit dem Zug

in Köln ankam und ein Motorrad, als Anerkennung, geschenkt

bekam.

DIE 4. GENERATION

Es gibt viele Portugiesen in Deutschland, die nicht daran

denken, nach Portugal zurückzukehren. Kein Wunder, dass be-

reits Kinder der 4. Generation das Schulalter erreichen.

Eines dieser Kinder, vielleicht das Erste in Deutschland,

werden wir näher kennen lernen. Ein Junge, Marvin Figueira

Cândido, 6 Jahre alt, aus Unna, der nun in die erste Klasse der

“Sonnenbergschule” in Langschede eingeschult wurde.

Auf den ersten Blick sieht er nicht anders als die anderen

Kinder aus, aber in Wahrheit hat seine Familie eine lange Ges-

chichte in Deutschland.

Von den Großeltern, die auch in den 60er Jahren nach

Deutschland kamen, lebt nur noch die Großmutter.

Es waren diese, die noch eine sehr lebendige portugiesis-

che Kultur besaßen und sie an ihre Kinder und Enkelkinder

weitergaben. Auch Marvin lernt, parallel zur deutschen Kultur,

die portugiesische von seiner Familie. Dies merkt man an vie-

len Aspekten:

Marvin spricht perfekt Deutsch und Portugiesisch, er liebt

das von seiner Oma zubereitete portugiesische Essen und

schaut portugiesisches Fernsehen.

Man sollte meinen, dass diese Verhaltensweisen den in-

tensiven Kontakt zu anderen Kindern aus der Klasse nicht zu-

lassen, was ein altbekanntes Integrationsproblem von Auslän-

dern ist.

Aber die Tatsache, dass er offenherzig in zwei Kulturen

aufgewachsen ist, bedeutet auch, dass er viel mit den deuts-

chen Kindern gemeinsam hat, ohne seine Wurzeln zu verlie-

ren. Somit ist klar, dass Zweisprachigkeit kein Nachteil in der

Gesellschaft ist. Und in der Tat, Marvin unterscheidet sich nicht

von den anderen Jungen:

Er spielt gerne Fußball, Verstecken und Computer…

…und jetzt schließt er sich uns an, den anderen portugie-

sischen Schülern aus dem Kreis Unna.

Wir sind denselben Weg gegangen und haben auch seit

der 1. Klasse am herkunftssprachlichen Unterricht teilgenom-

men, um unser Wissen zu erweitern und sind nun in der 10.

Klasse. Wir freuen uns, dass jetzt ein Mitschüler zu uns stößt,

der schon auf eine so lange Familientradition zurückschauen

kann und bald wie wir ein „Willkommen“ in zwei Sprachen

schreiben kann.

Diese beiden Sprachen, die uns anhaltend - ergänzend -

begleiten!

Die Schüler der 10. Klasse des Portugiesischkursesder Katharinenschule – Unna

Carina Coimbra Cindy PereiraGabriel Honório Ivone AlvesMelissa Carvalho Rafael AntunesRicardo Junqueira Sérgio FerreiraSofia Velhinho Lehrer: Francisco Caetano

Ein Blick zurück Die Geschichte der 4. Generation der portugiesischen Einwanderer

Page 12: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200912 Profissões

„Tens de tirar a fotografia é

ao mestre.“ Quando o fotó-

grafo o enquadra, Thomas Riese

pede para não ser protagonista

numa arte que não é a sua: a de

calcetar passeios. Mas fica des-

cansado. Jorge Duarte já falou

connosco. „Tu é que és o ar-

tista hoje“, confirma o mestre.

„Artista. Não gosto da palavra.

Parece que não sabemos o que

estamos a fazer“, responde

Thomas, enquanto se ajeita no

banco e retoma a posição: per-

nas arqueadas e costas curva-

das sobre o areão. À sua frente

estão alguns metros de calçada

portuguesa direitinha, o seu

trabalho da manhã. Thomas, o

alemão que apareceu na Escola

de Calceteiros da Câmara Mu-

nicipal de Lisboa para aprender

a fazer calçada portuguesa, con-

trasta com o resto do grupo: o

mestre Jorge, com o ar épico

dos heróis comunistas, Vítor, o

surdo-mudo que percebe asso-

bios, e Rui Dias, o Cristo, alcu-

nha ganha pelo desgrenhado

das barbas e do cabelo. Thomas

contrasta pelo aspecto de ale-

mão - olhos azuis, cabelo e pele

claros - e pela juventude dos

seus 29 anos. Thomas é o único

aluno de Jorge. A escola de Cal-

ceteiros existe há 23 anos.

Desde 2007 que o mestre não

tem a quem ensinar.

A poucos metros da fachada do Palácio da Independência

onde o grupo refaz a entrada, está o Rossio, uma das primeiras

praças a ser calcetada. Nos passeios, as ondas enchem a praça

há 160 anos e as medidas de Thomas desde que é arquitecto

paisagista. O gosto pela escultura trouxe-o a Lisboa, porque a

fama destes calceteiros chegou à Escócia, onde estudava.

„Disseram-me que aqui se faz a melhor calçada do

mundo“, diz num português irrepreensível para quem chegou

há um mês e meio. E não ficou desiludido. Quando não está a

partir pedra, Thomas fotografa passeios, imagina composições

e lê. Lê todos os livros que falem de calçada - „tens de ler o

livro do Eduardo Bairrada“, aconselha Thomas. O livro „Em-

pedrado Artístico de Lisboa“ é a bíblia dos calceteiros, o ma-

nual que a câmara ofereceu aos alunos da escola nos anos 80.

Aprender a fazer calçada não é um passatempo para Tho-

mas e o mestre certifica o seu talento, enquanto aponta para

a fila de quadrados de calcário enterrados no areão. „Está a

ver? Eu fiz o do lado direito e ele o esquerdo. Não se nota di-

ferença. Ele gosta disto“, diz Jorge que é formador da escola

desde 1998. Já lhe passaram dezenas de alunos pela mão. Jorge

não diz que Thomas é um dos melhores que já ensinou até

porque não é aluno. „Ele vem connosco mas pode ir embora

quando quiser“, diz.

Mas o trabalho do alemão impressiona-o e o seu empe-

nho também. Thomas cumpre o mesmo horário que os cal-

ceteiros - das oito às 18 horas - e aprende a fazer calçada com

a mesma rapidez com que passou a falar português. „Ele já faz

sextavados [quando as faces das peças formam hexágonos re-

gulares], que é uma das técnicas mais difíceis“, assegura o mes-

tre.

Jorge também gosta disto. „Não sou calceteiro de fazer

muita calçada, não sou, nunca fui. Quando estou a trabalhar,

tenho de fazer como deve ser. E tenho vaidade naquilo que

faço. Gosto de investir algum tempo a ver como vou fazer o

desenho.“ Talvez seja por isso que Jorge constrói puzzles nas

horas livres. Porque para fazer calçada é preciso escolher bem

as pedras, avaliar-lhes o volume e colocá-las no sítio certo.

„Sabe qual é a pior coisa para um calceteiro? É ter uma pe-

drinha assim e calha dar- -lhe um toquezinho e ela desfaz-se.“

E Jorge parte pedra como quem escreve ao computador

todos os dias. Já não precisa de olhar e reconhece o martelo

pelo tacto.

Thomas só começou agora, mas não quer deixar fugir a

experiência. Até porque volta para a Alemanha. „Mas ele já

andou aí a comprar pedra para levar para lá“, conta Jorge. Tho-

mas quer fazer um projecto de um jardim com as pedras que

encomendou durante o fim-de-semana, quando foi visitar a

pedreira em Leiria.

Depois de Thomas regressar a Colónia, o mestre ficará

sem alunos. „E este ano já sabe se vão abrir a turma?“ Jorge

ainda não sabe de certeza, mas desconfia da resposta que o

Instituto de Emprego e Formação Profissional lhe vai dar.

Aprender a partir pedra Entrar na Quinta Conde de Arcos

da Câmara Municipal de Lisboa, encaixada no meio da alga-

zarra dos Olivais, é como chegar a um novo tempo. As horas

agrupam-se em dois blocos, o da manhã e o da tarde, e cor-

rem tranquilas para não importunar o ritmo ditado pela na-

tureza. Foi nestes jardins que tudo começou para Jorge. A

escola de calceteiros é aqui.

„Aqui está o 2007“, diz o mestre enquanto mexe com o

pé nas ervas que nascem entre

as pedras da calçada. Os dese-

nhos da última turma foram en-

golidos pelo jardim que rodeia

o passeio de pedra. Aos poucos

- depois de vigorosas catanadas

-, as ervas desaparecem. Lá está

o sete, os dois zeros e ainda o

dois: 2007. O último ano em

que o mestre Jorge teve alunos.

„Ficou alguém desta

turma?“

„Esta malta deste último

curso? Não tenho cá ninguém.

Um, o Teixeira - que tinha um

motão -, é nosso colega. Está aí

à noite. É cantoneiro.“

Foi o único a ficar na câ-

mara. „Os formandos são um

bocado difíceis de captar para

esta arte. É dura, apesar de ele

ter bom físico“, explica o arqui-

tecto José Aparício olhando

para Jorge. E bate-lhe no

ombro para que não restem

dúvidas da dureza do músculo.

Confirma-se. O braço é largo e

as mãos calejadas, como se es-

pera de quem faz a vida a vestir

passeios. „Os mais antigos

estão todos com problemas de

coluna. Têm de estar de cóco-

ras ou sentados para executar

a calçada. Ao fim de uns anos

começam a ficar muito desgas-

tados“, continua o arquitecto

que coordena o curso desde 1986, o ano em que Jorge entrou

como aluno.

Dois anos depois, „a 4 de Abril de 1988“, lembra Jorge, o

mestre, então ajudante de calceteiro, estava já na rua a partir

pedra. Começou quando ser calceteiro era uma profissão de

muitas categorias - ajudante de calceteiro, calceteiro de 1.a,

de 2.a, mestre e batedor. „Eu ainda cheguei a fazer dois ou

três concursos. Tínhamos de fazer o desenho, os mestres viam

o cascalho... Hoje já não há concursos.“ As categorias enco-

lheram. „Hoje só há o ajudante, o calceteiro e o batedor“,

enumera Jorge. É uma ascensão mais rápida numa profissão

que poucos querem. Fazer calçada não atrai quem lê os anún-

cios dos centros de emprego, nem mesmo quando a câmara

alicia os desempregados com a promessa de um contrato e

um lugar fixo na função pública.

„O que mexe o homem é o dinheiro. Se pagassem melhor,

evitava-se que os que aprenderam fujam para outras profis-

sões“, sugere o arquitecto. No final de cada mês, Jorge ganha

730 euros, sem descontos, como mestre calceteiro. „A calçada

normal que nós fazemos custa 17,20 euros o metro quadrado.

Já vi calçadas a dois euros, mas isso são outras empresas“, ex-

plica Jorge, referindo-se àquelas que a câmara contrata para

calcetar a maior parte dos passeios. „O aspecto estético não

é o mesmo. Se passar um carro, cria ondas que levantam o pa-

vimento - e lá estão os sapatos das senhoras a ficar presos na

calçada“, diz. „E sabe uma coisa? Às vezes nem digo que sou

calceteiro“. Por vergonha? „Não é por vergonha do trabalho...

É pelos buracos que os outros deixam.“

Por Patrícia Silva Alves

Cortesia jornal „i“

O arquitecto alemão que se apaixonou pela calçada portuguesa

Thomas, 29 anos, quis aprender a arte com os melhores calceteiros do mundo.A fama dos mestres lisboetas

Page 13: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Outros Emigrantes 13

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Portugal é o sexto fornecedor de

jogadores para as cinco principais

ligas de futebol da Europa, apre-

sentando o terceiro contingente

entre países do Velho Continente,

com um total de 40 emigrantes.

Mesmo assim, os futebolistas

lusos são menos de um quarto

dos brasileiros (161) que alinha-

ram, em 2008/09, nos campeona-

tos de Inglaterra, Espanha, Itália,

França e Alemanha, segundo o

“Estudo anual do mercado euro-

peu de trabalho dos

jogadores de fu-

tebol 2009”, do

Observatório

dos Jogadores

Profissionais de

Futebol (OJPF).

Entre os 40 emigrantes portugue-

ses, a média de idades para a

transferência para estes campeo-

natos é de 23,85 anos, a quarta

mais elevada, seguida de perto

por espanhóis (23,43) e holande-

ses (23,27), mas somente batida

por italianos (24,40), gregos (25)

e turcos (26,57), que adquirem

ainda mais experiência antes da

primeira aventura nestas ligas.

Em quantidade, os brasileiros lide-

ram em Itália, França e Alemanha

e apenas são batidos pela Argen-

tina, em Espanha, França e Ingla-

terra, sem que isso coloque em

causa o “domínio” das principais

ligas.

Gauleses (103) e argentinos (100)

ocupam a segunda e terceira po-

sição do “ranking”, à frente do

Uruguai (43) e da Holanda (41),

que registou o maior reforço do

contingente nestes campeonatos,

com mais dez jogadores, entre as

épocas de 2007/08 e 2008/09.

Nas contas dos investigadores, o

campeonato português foi, entre

2005/06 e 2008/09, a oitava pre-

cedência preferida, tendo forne-

cido 79 jogadores, 18 dos quais na

última temporada, quando ascen-

deu à sétima posição entre os ex-

portadores para estas ligas, numa

ordenação encabeçada por

França (129), Inglaterra (117) e

Brasil (114).

“Os clubes que focam o seu re-

crutamento interna-

cional nas outras

quatro ligas de

‘top’, em Portu-

gal, Holanda,

Brasil, Argentina

e Suíça obtém uma

importante vantagem competitiva

em relação às outras equipas”, re-

fere o estudo do OJPF, que nasceu

de uma parceria académica entre

a Universidade de Neuchatel

(Suíça) e a Universidade de Fran-

che-Comté (França), unida pelo

Instituto de Ciências do Des-

porto da Universidade de Lausana

(Suíça).

Nas conclusões do quarto estudo

anual, que aborda além da demo-

grafia, o treino, o recrutamento

internacional, a mobilidade dos fu-

tebolistas e, pela primeira vez, o

mercado de treinadores, o OJPF

realça a diminuição do número de

jogadores formados nos clubes,

em contraste com o aumento dos

jogadores “importados”.

Entre 2007/08 e 2008/09, a per-

centagem de jogadores formados

nos clubes caiu de 22 para 21 por

cento, sendo que o

maior valor, regis-

tado em França

(30,3 por

cento), também

sofreu uma

queda de cinco

por cento, nas

referidas épocas.

Já a proporção de

jogadores estrangei-

ros cresceu pelo quarto ano con-

secutivo, atingindo agora 42,6 por

cento. Os clubes ingleses conti-

nuam a ser os principais empre-

gadores de forasteiros (59,2 por

cento), que, de forma inédita, ul-

trapassaram os alemães na Bun-

desliga (50,2). Neste campo, o

Liverpool é inigualável, com 90

por cento de jogadores estrangei-

ros.

Portugal é o sexto fornecedor de jogadores das cinco principais ligas europeias

Ricardo Carvalho, Simão, Quaresma, Mourinho, Hilário e Ronaldo são al-guns dos “Emigrantes” da bola que Portugal exporta

Page 14: Portugal Post Outubro 2009

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Portugal é o sexto país da UE

onde as pessoas com 65 anos têm

menos ‘anos saudáveis de vida’ pela

frente, apresentando os homens ní-

veis de bem-estar mais elevados do

que as portuguesas, segundo esta-

tísticas divulgadas.

Segundo o anuário de 2009 do

Eurostat, o gabinete de estatísticas

da União Europeia (UE), os homens

portugueses de 65 anos podiam

contar, em média, com mais seis

anos de vida saudável (healthy life

years, HLY na sua siglas em inglês)

em 2005, contando as portuguesas

com cerca de cinco.

Entre os 27 Estados-membros,

apenas os cidadãos da Letónia, Eslo-

váquia, Hungria, Lituânia e Estónia

estão atrás de Portugal. A Dina-

marca ocupa o topo da tabela, com

13 anos para os homens e 14 para

as mulheres, seguido de Malta, com

dez e onze anos, respectivamente.

Por outro lado, dados referentes

a 2006 indicam que, em Portugal,

cerca de nove por cento dos ho-

mens tinham ficado „severamente

incapacitados devido a problemas

de saúde“ nos últimos seis meses

antes da realização do inquérito, en-

quanto nas mulheres esse valor as-

cendia aos 13,4 por cento.

Relativamente à obesidade, os

dados da Eurostat referem que, em

2003, um pouco mais da metade

dos portugueses eram obesos e

cerca de 40 por cento apresenta-

vam excesso de peso. Apenas o

Reino Unido (60 por cento da po-

pulação), Alemanha, Malta, Grécia e

Hungria apresentavam, nesse ano,

maiores percentagens de obesidade.

Os dados do Eurostat também

adiantam que, em 2006, existiam em

Portugal 267,8 médicos por cada

100 mil habitantes, praticamente

menos de metade dos clínicos que

exerciam na altura na Grécia, país

que ocupa a primeira posição neste

indicador, seguido da Bélgica (404,7)

e Noruega (377,7).

Os hospitais portugueses dispu-

nham, em 2006, de 365,1 camas por

cada cem mil habitantes, enquanto

em 1996 o número era de 399,3.

Segundo o Eurostat, em 2005, a

média de camas hospitalares na UE-

27 por cem mil habitantes era de

590.

Portugal é 6º país da UE onde pessoas com mais de 65 têm menos anos saudáveis de vida pela frente

Page 15: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 15Publicidade

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Page 16: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Economia & Negócios16

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Na União Europeia, um dos

pólos de desenvolvimento econó-

mico e mundial, assiste-se a um

abrandamento das maiores eco-

nomias ou até mesmo a entrada

de algumas delas em recessão,

como são os casos do Reino

Unido, Espanha e Alemanha.

Neste último Estado, muitas vezes

retratado (com inteira justiça)

como o “motor” económico da

União Europeia as perspectivas

para 2009 são bastante desanima-

doras, com uma quebra generali-

zada da confiança dos

consumidores e sectores de pro-

dução industrial, como o sector

automóvel, a atravessarem a

maior crise desde 1945.

Face a este quadro de alguma

falta de esperança e de melhores

perspectivas comerciais interessa

verificar se existem algumas alter-

nativas que possam representar

um novo fôlego para as empresas

e empreendedores. É com esse

objectivo que, nesta ocasião, nos

dirigimos aos leitores falando de

um país em desenvolvimento eco-

nómico acentuado, Angola.

Após cerca de 30 anos de

guerra civil que deixaram o país

na mais absoluta carência dos

bens e equipamentos mais bási-

cos, Angola atravessa um período

de grande crescimento econó-

mico, aproveitando a sua riqueza

em petróleo e minerais para o in-

vestimento em estradas, recupe-

ração da rede ferroviária, portos,

estruturas médicas e de educa-

ção.

Angola apresenta uma esta-

bilização dos indicadores econó-

micos mais relevantes, como a

inflação e taxas de crescimento

económico, nos últimos anos,

acima dos 20%. Acompanhando

esta tendência começa a desen-

volver-se e a aumentar a necessi-

dade de produção, transporte e

comercialização de um sem nú-

mero de produtos quer para os

cidadãos angolanos que viram re-

forçada a sua condição econó-

mica, quer para as empresas e tra-

balhadores estrangeiros que se

têm vindo a estabelecer em An-

gola nos últimos anos.

Este mercado apresenta-se

pois com um potencial enorme

para todos os empreendedores e

empresas que queiram diversifi-

car os seus investimentos ou,

pura e simplesmente, rumar a

destinos mais dinâmicos.

A juntar a estes elementos o

governo de Angola tem vindo a

estabelecer condições favoráveis

ao investimento estrangeiro, no-

meadamente isentando os inves-

timentos em determinadas zonas

do país de impostos ou reduzindo

pelo menos reduzindo os mes-

mos.

De realçar ainda que tais be-

nefícios fiscais existem para inves-

timentos realizados num número

bastante alargado de actividades

económicas tais como: produção

agrícola; pecuária; industria trans-

formadora; pescas; saúde e edu-

cação; construção civil;

infra-estruturas rodoviárias; fer-

roviárias; telecomunicações; águas

e energia, embora a sua atribuição

dependa, igualmente, da zona do

país onde é implementado o in-

vestimento e do respectivo mon-

tante.

Estes processos de investi-

mentos, que correm junto de uma

agência angolana especializada, a

ANIP ( Agência Nacional do In-

vestimento Privado), são ainda

acompanhados de benefícios

como a possibilidade de transfe-

rência de lucros e dividendos, ob-

tidos pelas empresas em Angola,

para o estrangeiro o que de al-

guma forma confere um maior

grau de confiança aos possíveis in-

vestidores.

O dinamismo da economia

angolana apesar de sofrer algum

abrandamento com a crise inter-

nacional é, ainda assim notável,

permitindo uma diversificação do

risco a quem nela investe e até a

compensação de algumas perdas

sofridas nos mercados de origem

(Portugal; Alemanha e outros)

através do crescimento da activi-

dade naquele país.

As boas experiências de várias

empresas portuguesas de múlti-

plas dimensões tem permitido de-

senvolver Angola como mercado

de destino não só de produtos

mas também de investimentos,

com muitos investidores e em-

preendedores a recolherem infor-

mação jurídica e económica sobre

a realidade angolana com vista ao

seu lançamento naquele mercado

de forma sólida e apoiada por

profissionais conhecedores da-

quela realidade.

A existência de uma língua

comum, a estrutura jurídica seme-

lhante à portuguesa e a história

que liga Portugal e Angola têm

também contribuído para o au-

mento das relações comerciais

entre os dois países e tem tor-

nado uma verdadeira plataforma

de negócios para Angola.

A experiência profissional da

nossa sociedade em Angola, no

acompanhamento dos referidos

processos de investimento, e a

dos nossos clientes tem-se reve-

lado produtiva e, em tempos de

crise, julgamos que as boas expe-

riências económicas e de investi-

mento têm de ser transmitidas e

divulgadas.

Teresa Boino *

* Advogada cédula profissionalportuguesa e angolana, Sócia eCoordenadora do departamento deinvestimento estrangeiro em Angolada BPO Advogados

Plataforma de negócios para AngolaA crise que se vive é,

claramente, uma criseglobal afectando de

forma generalizada ospaíses que, tradicional-

mente, assumem omaior protagonismo na

economia mundial.

Foto de Luanda

Page 17: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Economia e Negócios 17

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Maurício Sobreiro, líder do

grupo Aurélio Martins Sobreiro &

Filhos, fundador da fábrica, vê na

unidade fabril de Carvoeiro um

dos seus motivos de orgulho. Mas

não esconde uma pequena decep-

ção: „A idade não perdoa e não

sou grande bebedor, o que não

me permite apreciar devidamente

a caneca. Mas a qualidade é o

nosso maior trunfo“, diz.

A história da Vianagrés re-

monta a 1987, ano em que o

grupo, dedicado às obras públicas

e com mais de 500 trabalhadores,

decidiu abandonar o grande ar-

mazém que detinha em Car-

voeiro, Viana do Castelo, passando

toda aquela estrutura para Vila

Praia de Âncora.

Sobrou o espaço propria-

mente dito, que rapidamente foi

aproveitado. „Na altura decidimos

rentabilizá-lo com uma unidade

de cerâmica. É uma zona agrícola,

sem muito emprego. Foi uma

forma também de a desenvolver“,

recorda Maurício Sobreiro.

A produção de louça de grés

para uso decorativo e utilitário,

além das canecas de cerveja, é

uma das vertentes da fábrica via-

nense. „Dá-nos alguma estabili-

dade ao negócio. Também temos

um forno rotativo, para rentabili-

zar ao máximo os equipamentos.

Tudo isso dá-nos dimensão“, ex-

plica o administrador da empresa.

Na história da Vianagrés as ca-

necas de cerveja são o episódio

mais recente. „Só as produzimos

há cerca de três anos.

Na compra de uma outra fá-

brica, de Braga, ficámos com o

equipamento, que é muito avan-

çado, e apostámos neste ramo

para diversificar e solidificar a em-

presa“, afirma.

Dos fornos da Vianagrés, para

todo o mundo, saem canecas de-

corativas e publicitárias com ca-

pacidades entre o meio e os cinco

litros. „O principal mercado é a

Alemanha, mas claro que a crise

tem criado algumas complicações.

Mas somos um dos principais

produtores de canecas de cerveja

a nível europeu“, sustenta o admi-

nistrador.

A tecnologia de ponta desta

unidade passa por uma máquina,

das mais avançadas do género a

nível mundial, que automatica-

mente cola as asas na caneca. As

mesmas que made in Viana são

depois colocadas à venda em

mercados tão diferentes como

Holanda, Estados Unidos ou

França.

No entanto, Maurício Sobre-

iro reconhece que a concorrência

dos países do Leste é uma

Viana vende canecas de cerveja à Alemanha

O Minho ainda revelaalguns segredos. Um

deles é o facto de a par-tir de uma fábrica decerâmica de Viana doCastelo, a Vianagrés,saírem todos os dias

mais de seis mil cane-cas de cerveja que têmcomo destino principala Alemanha. Númerosque fazem da empresaa primeira do género a

nível europeu.

ameaça séria. „Têm-nos criado

muitos problemas devido aos

nossos custos de produção. Mas a

qualidade é a nossa grande marca

e só pelo preço não conseguimos

competir.“

Com 65 trabalhadores, a es-

magadora maioria de Carvoeiro e

freguesias vizinhas, a Vianagrés

apresenta uma louça própria - co-

zida a altas temperaturas, resis-

tente e de baixa porosidade -

como imagem de marca, a qual,

afirma a administração, justifica „o

êxito junto dos consumidores“.

De Carvoeiro sai também a gama

de louça „vidrado de mostarda“,

uma exclusividade da Vianagrés à

venda em todo o País e feita à

base de uma pedra extraída ape-

nas no concelho.

Paulo Julião,

cortesia Diário de Notícias

Conforme estes dados, a im-

portação alemã de vinhos portu-

gueses atingiu numa fase

conjuntural crítica da economia

alemã taxas de crescimento de

8,8% em valor e de 12,5% em vo-

lume, ultrapassando assim de longe

o crescimento do total das impor-

tações de vinhos neste mercado

(0,9% em valor, -2,7% em volume).

Entre os 10 maiores fornecedores

do mercado alemão, Portugal ac-

tualmente representa o país com a

maior taxa de crescimento do valor

dos vinhos fornecidos, seguido pela

Áustria e pela África do Sul.

É de salientar que os vinhos

brancos portugueses atingiram

taxas de crescimento de 38% em

valor e 34,6% em volume, enquanto

a importação alemã de vinhos tin-

tos portugueses au-

mentou 14,8% em

valor e 16,1% em vo-

lume. Ao mesmo

tempo, a importação

alemã de vinhos for-

tificados portugue-

ses cresceu no

período mencionado

11,1% em valor e

2,3% em volume,

atingindo um valor

de 18 milhões de

Euros.

No período em

análise a Alemanha

importou vinhos

portugueses com

um valor total de 34 milhões de

Euros. Portugal continua a ocupar

no mercado alemão a 9ª posição

entre os países fornecedores com

uma quota de importação de 1,7%

(valor) e 1,2% (volume).

Este desenvolvimento positivo

tem a sua base na cada vez maior

qualidade de vinhos portugueses

bem como nos esforços no sector

de marketing por parte dos expor-

tadores nacionais e nas actividades

promocionais de vinhos portugue-

ses no mercado alemão.

Com um volume de importa-

ção 13,9 milhões de hl no período

em análise, a Alemanha representa

o maior importador mundial de vi-

nhos e situa-se com um volume de

consumo de cerca de 20 milhões

de hl no 4º lugar do ranking dos

maiores mercados consumidores

de vinho do mundo.

Fonte: Aicep-Portugal Global

A Associação Alemã de Viticultura publicou os dados sobre a importaçãode vinhos no período de Maio de 2008 a Abril de 2009

Page 18: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Kultur18

Großgewachsen, unbezwingbar,

gewandt und genial. Das ist das Bild,

das die Geschichtsschreibung una-

blässig vom Gründerkönig der por-

tugiesischen Unabhängigkeit

zeichnet, selbst nach dem Fall des

Salazar’schen Nationalismus im Jahr

1974. Bis vor Kurzem hielt sich die

Tradition der „Glorifizierung“

Afonso Henriques, die sich als „of-

fizielle“ Version der Biographie des

Königs ab dem 16. Jahrhundert ge-

festigt hatte, einer Zeit, in der an-

dere bis dahin beständige

Darstellungen vorsichtig in Abrede

gestellt wurden.

Einige dieser „althergebrachten“

Bilder offenbaren einen Krieger, der

zu großen Siegen und bemerkens-

werten Taten fähig war, aber auch

ein cholerisches Individuum, das sich

Exzessen hingab und einige Rücks-

chläge zu erleiden hatte. Schlimmer

noch sind die ziemlich schmutzigen

Anekdoten, die zwischen den Fami-

lien des nordportugiesischen Adels

entstanden sein werden und die sich

in den Abstammungsbüchern (livros

de linhagem) verewigten: Wahrheit

oder Lüge, so dienen sie doch dazu,

zu zeigen, dass, so wie es dem Nor-

malsterblichen geschieht, es widers-

prüchliche Darstellungen des

portugiesischen Königs gibt. D.

Afonso Henriques war mit Sicher-

heit ein großer militärischer Anfüh-

rer und begabt mit einem

geschickten politischen Sinn. Mit

einem cholerischen Temperament,

trotz des beständigen Mythos, ohne

Zweifel. Mit elf Jahren revoltierte er

gegen die Mutter, die zu jener Zeit

die Grafschaft regierte (er schlug

die Mutter nicht, er hatte einen ge-

wissen Hass gegen den Liebhaber

der Mutter), und er musste das

Haus verlassen. Etwa zwei Jahre da-

nach kehrte er nach Hause zurück

und schloss Frieden mit der Mutter.

Allerdings war die Sache nicht sehr

gut bereinigt, denn mit 19 Jahren

und bereits seinem eigenen militä-

rischen Korps stellte er sich den

Truppen der Mutti entgegen. Aus

dieser Konfrontation ging er sie-

greich hervor, was ihm die Macht

über die Grafschaft Portucalense

einbrachte. Dennoch bleiben viele

Zweifel bestehen.

Der erste König Portugals, der

schon im 12. Jahrhundert geboren

wurde, wahrscheinlich inmitten des

Klerus von Coimbra gegen Ende

des Jahres 1108, Anfang 1109, war

der Sohn des Grafen D. Henrique

de Borgonha und D. Teresa (unehe-

liche Tochter von D. Afonso VI de

Castela e Leão). Kurz danach dürfte

Teresa nach Aragão aufgebrochen

sein, wo sich ihr Ehemann aufhielt.

Die Mutter des zukünftigen Königs

hatte eine zweite Hochzeit mit dem

Edelmann Fernão Peres de Trava. Da

sie den Händen der Herren von

Riba de Ave anvertraut war, wird

der Prinz in Guimarães erzogen

worden sein. Im Jahre 1122 wird er

sich unter Missachtung des Kardi-

nals, der der Zeremonie in der Kat-

hedrale der Stadt Zamora vorsaß,

selbst zum Ritter geschlagen habe

(mit der wahrscheinlichen Hilfe der

Mutter, des Stiefvaters und der

Tante D. Urraca). Er rüstete sich in

einem ersten Anzeichen der Ab-

sicht, die Kontrolle über die Grafs-

chaft zu übernehmen, die seit dem

Tode von D. Henrique im Jahre 1112

in den Händen seiner Mutter lag. All

dies in einem turbulenten Ambiente

regionaler Autonomiebestrebungen,

die die Adeligen von Entre Douro

und Minho den galizischen Streitk-

räften und Afonso VII, König von

Leão e Castela gegenüberstellten

(und die in der Rivalität zwischen

Braga und Compostela ihren religiö-

sen Ausdruck fanden). Seine Mutter,

D. Teresa, versuchte zu Beginn ihrer

Regentschaft, die Grafschaft so weit

wie möglich unabhängig vom Köni-

greich von Leão zu machen. Jedoch

änderte sie unter dem Einfluss von

Fernão Peres de Trava ihre Position

und ging dazu über, eine klare Ab-

sicht zu demonstrieren, die Grafs-

chaft mit der Region Galizien, die

ein integraler Bestandteil des Koni-

greichs von Leão war, zu vereinigen.

Diese Tatsache gefiel den portuca-

lensischen Edelleuten nie, und sie

sahen in D. Afonso Henriques die

Möglichkeit, D. Teresa die Macht zu

entziehen. Er schoss die Mutter zum

Mond, ohne auch nur Auf Wieder-

sehen zu sagen. Der junge Sohn be-

gann, Signale seiner Genialität zu

empfangen – im guten wie im

schlechten Sinne. Afonso Henriques

umstellte die Stadt Guimarães und

erklärte den Krieg: Wer draußen

war, konnte nicht hinein, wer drin-

nen war, konnte nicht hinaus. Nicht

einmal die Mutter, die vermeintliche

Herrscherin der Grafschaft.

Während im Süden der Halbin-

sel die moslemischen Kräfte Stel-

lung hielten, revoltierten die

portucalensischen Barone gegen

die galizische Herrschaft und den

König von Leão, wofür sie den Prin-

zen als ihren Anführer auswählten.

Die Schlacht von São Mamede, die

sich Ende Juni des Jahres 1128 ereig-

nete, war der erste Sieg des Prin-

zen. Von diesem Datum an

übernahm er das Kommando der

Regierung „Terra Portucalense“ mit

dem Ziel, auf der einen Seite dieU-

nabhängigkeit gegenüber Leão zu

erwirken und auf der anderen die

Territorien südlich vonCoimbra von

den Mauren zu erobern. Er stürzte

sich Richtung Süden, richtete sich in

Coimbra ein und bekämpfte die

Mauren. In einem Dokument, das er

jemandem, der des Schreibens

mächtig war, diktierte, erklärte er:

„Ich, Prinz Afonso, Sohn des Grafen

Henrique, frei bereits von jeglicher

Unterdrückung und im friedfertigen

Besitz Coimbras und aller Städte

Portugals...“ In der Schlacht von

Ourique (zwischen 1139 und 1140),

wo er mit fünf maurischen Königen

die Klingen kreuzte, wird er auf sei-

nem Schild emporgehoben und als

König angerufen worden sein. Mit

30 Jahren erklärte er sich selbst

zum König von Portugal - er war in

der 30er-Krise, klar, er hatte es

nötig, sich zu beweisen, also... Aber

die Geschichte ist so wichtig, dass

sie die portugiesische Vorstellungs-

welt kennzeichnete und im Wappen

des Landes verblieb. Fünf Schilde,

fünf Burgen, jede einzelne mit fünf

Kugeln, die die fünf maurischen Kö-

nige repräsentieren, welche in der

Schlacht enthauptet wurden. Bis

heute diskutieren Historiker die

Episode.

Allerdings verbreiteten sich zu

jener Zeit die Nachrichten nicht so

schnell wie heute - es gab weder

Handys noch Internet - und deshalb

war es erst im Jahre 1143, dass

Afonso VII von Leão e Castela - der

benachbarte König - die Kunde ver-

nahm und ihm nun seinen Willen

ließ, indem er in Zamora einen Ver-

trag unterschrieb, welcher, man

stelle sich vor, als Vertrag von Za-

mora bekannt wurde.Und so wurde

1143 zwischen D. Afonso Henriques

und Afonso VII. der Vertrag von Za-

moraunterzeichnet. Es handelte sich

um einen Friedensvertrag, demzu-

folge D. Afonso als König und Lehns-

mann des Papstes zu behandeln war.

Nach der strategischen Errichtung

der Burg von Leiria (1135) eroberte

er im Jahre 1147 Santarém, Lissa-

bon, Almada, Óbidos, Palmela und

Sesimbra. 1158 war Alcácer do Sal

an der Reihe und 1165 Évora, wobei

er mit der Hilfe von Gonçalo Sem

Pavor rechnete. Gefecht für Ge-

fecht, Mauren tötend wie jemand

der Mäuse erschlägt, errichtete

Afonso Henriques sein Königreich.

Bei der sogenannten reconquista

handelte es sich um eine Politik der

Einebnung. Töten, was sich bewegt,

den Rest verbrennen.

Bis zu seinem Tode, am 6. De-

zember 1185 erlebte Afonso Henri-

ques, der Gründer des

portugiesischen Vaterlandes, Forts-

chritte und Rückschläge zwischen

Krieg und diplomatischem Handeln,

neben dem Königshaus von Leão

und dem Heiligen Stuhl in Rom.

Beide erkannten ihn erst 1179 als

König eines unabhängigen Landes

an, als Papst Alexander III die Bulle

Manifestis Probatum erließ.

Der König von Leão nannte ihn

im Jahre 1143 „rex“. 1146 da hatte

er Zeit, die zurückhaltende Franzö-

sin D. Mafalda de Sabóia zu heiraten,

mit der er sieben Kinder hatte und

über diese sieben Kinder hinaus

weitere fünf (soweit man weiß) mit

anderen Frauen. Über die Dauer

von 42 Jahren kam der Genius,

Staatsmann, politische Fuchs, Sie-

greiche, Unerbittliche, Superges-

cheite bis ganz unten auf dem Weg,

das was heute portugiesisches Ter-

ritorium ist und die erste europäis-

che Nation, die sich als

unabhängiger Staat inklusive des ga-

lego-portugiesischen als eigene

Sprache etablierte, zu erobern - und

in den Pausen schickte er sich an, ei-

nige Kinder zu machen, nicht nur

mit der Gattin, sondern mit ande-

ren, die er unterwegs kennenlernte.

Mit dem Erobern hörte er erst auf

anlässlich eines Unfalls in Cerco de

Badajoz, wo er ein Bein verlor als er

im Begriff war, den Rückzug anzutre-

ten. Sofort wurde er vom Gegner

gefangen genommen, der zufällig

sein Schwiegersohn, D. Fernando,

war - jene familiären Auseinander-

setzungen lagen ihm im Blut - so-

weit überliefert behandelte der

Schwiegersohn ihn gut und ließ ihn

frei als es ihm besser ging, aber, da

es zu jener Zeit unmöglich war, sich

von einer schweren Fraktur zu er-

holen, konnte er nie wieder ein

Pferd besteigen. Er ging dazu über,

sich in einem Karren aus Holz fort-

zubewegen, soetwas wie ein Rolls-

tuhl der damaligen Zeit. D. Afonso

Henriques starb im Jahre 1185 in

Coimbra, in der gleichen Stadt in

der er geboren worden war, und es

folgte ihm D. SanchoI, der Siedler,

nach, der in seine Fußstapfen trat.

Seinem Erben hinterließ Afonso

Henriques eine einzige geopolitis-

che Ermahnung. Die Errichtung

einer Brücke zwischen dem Norden

und dem Süden des Landes, damit

man nicht die Einheit verlor, die zu

bewirken und aufrecht zu erhalten

ihn soviel gekostet hatte. Es ist ein

Jammer, dass keine Aufzeichnungen

darüber existieren, ob Sancho den

väterlichen Anordnungen Folge leis-

tete oder nicht.

Übersetzt aus dem Portugiesis-chen von Aiko Thedinga

Geschichten aus der GeschichteIch starte heute eine Serie

von Artikeln über einige Kö-

nige Portugals sowie einige

wichtige

Schlachten der portugiesis-

chen Geschichte. Sie sind vor-

gesehen als kurze und

einfache Texte, die aber den-

noch Rechnung ablegen über

die wichtigsten Taten, die

jeder portugiesische Monarch

vollbracht hat. Es werden

reale Geschichten und Legen-

den sein… Ich werde versu-

chen, die Historie auf eine

leichtere Art und Weise wei-

terzugeben, so dass mir die

Historiker vergeben mögen,

wenn ich zuweilen mit erns-

ten Dingen Späße treibe.

D. Afonso Henriques, der erste portugiesische KönigJoaquim Peito

Page 19: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 Cultura 19

Alto, indomável, hábil e genial.

Esta a imagem que a historiagrafia

moderna continuou a dar do rei

fundador da independência portu-

guesa, mesmo após a queda do na-

cionalismo salazarista em 1974. Até

há pouco persistiu a tradição “glori-

ficadora” de Afonso Henriques e

cristalizada como a versão “oficial”

da biografia do rei a partir do sé-

culo XVI, altura em que outras ima-

gens, até aí persistentes, são

cautelosamente desacreditadas.

Algumas dessas vis?es “heredé-

ticas” revelam um guerreiro capaz

de grandes vitórias e feitos notáveis,

mas também, um indivíduo colérico,

dado a excessos e que sofreu alguns

revezes. Piores são as anedotas bas-

tante sórdidas que terão surgido

entre famílias da nobreza nortenha

e que se perpetuaram nos livros de

linhagem: verdade ou mentira, estas

servem para mostrar que, como su-

cede ao comum dos mortais, do rei

português há imagens contraditó-

rias. D. Afonso Henriques era, de-

certo, um grande chefe militar e

dotado de sentido político hábil.

Com um temperamento colérico,

apesar do mito persistente, sem dú-

vida. Com 11 anos revoltou-se con-

tra a mãe, que regia o condado na

altura (não bateu na mãe, tinha era

um certo pó ao amante da mãe), e

teve de sair de casa. Uns dois anos

depois voltou a casa, pazes feitas

com a mãe. Mas a coisa não ficou

muito bem resolvida porque aos 19

anos, já com um corpo militar pró-

prio, enfrenta as tropas da mãezinha

nesse confronto, sai vitorioso, o que

lhe concedeu a autoridade sobre o

condado Portucalense. Todavia mui-

tas dúvidas persistem.

O primeiro rei de Portugal nas-

cido ainda no século XII, provavel-

mente entre o clero de Coimbra,

nos finais de 1108, princípios de

1109, era filho do Conde D. Henri-

que de Borgonha e de D. Teresa

(filha bastarda de D. Afonso VI de

Castela e Leão). Pouco depois, Te-

resa deverá ter partido para Aragão,

onde se encontrava o marido. A

mãe do futuro rei teria um segundo

casamento com o fidalgo Fernão

Peres de Trava. Entregue aos cuida-

dos dos senhores de Riba de Ave, o

príncipe terá sido criado em Guima-

rães. Em 1122 ter-se-á armado a si

próprio cavaleiro, ignorando o car-

deal que presidia à cerimónia na ca-

tedral da cidade de Zamora (com o

apoio provável da mãe, do padrasto

e da tia D. Urraca). Arma-se numa

primeira manifestação de querer as-

sumir o controlo do Condado que

estava entregue à sua mãe desde a

morte de D. Henrique em 1112.

Tudo isto num ambiente turbulento

de tendências autonómicas regio-

nais que opunham os nobres de

Entre Douro e Minho às forças ga-

legas e a Afonso VII, rei de Leão e

Castela (e que tinham expressão re-

ligiosa na rivalidade entre Braga e

Compostela). A sua mãe, D. Teresa,

no início da sua governação, procu-

rou autonomizar ao máximo o

Condado, do Reino de Leão. No en-

tanto, sob influência de Fernão

Peres de Trava, alterou a sua posição

passando a evidenciar uma clara in-

tenção de unificar o Condado com

a região da Galiza, parte integrante

do Reino de Leão.

Este facto nunca agradou aos fi-

dalgos portucalenses que logo

viram em D. Afonso Henriques a

possibilidade de afastar D. Teresa do

poder. Ele manda a mãe para o es-

paço sem sequer dizer adeus. O

filho menino começa a emitir sinais

do seu génio – no bom e no mau

sentido. Afonso Henriques cerca a

cidade de Guimarães e declara

guerra: quem está fora, não

entra¸quem está dentro, não sai.

Nem a mãe, suposta rainha do con-

dado.

Enquanto a Sul da Península se

mantinham as forças muçulmanas,

os bar?es portucalenses revoltam-

se contra o domínio galego e do rei

de Leão, escolhendo a chefia do in-

fante. É a batalha de São Mamede,

ocorrida no final de Junho de 1128,

a primeira vitória do infante. A par-

tir desta data ele assume os coman-

dos do governo “Terra

Portucalense” procurando, por um

lado, a independência face a Leão e,

por outro, a conquista, aos mouros,

dos territórios a sul de Coimbra.

Lança-se para sul, fixando-se em

Coimbra e combatendo os mouros.

Em documento, ditado a alguém de

letras, declara: “Eu, o infante Afonso,

filho do conde Henrique, livre já de

toda a opressão e na posse pacífica

de Coimbra e de todas as cidades

de Portugal...”. Na batalha de Ouri-

que travada (entre 1139 e 1140)

contra cinco reis mouros, terá sido

elevado sobre o escudo e aclamado

rei. Com 30 anos, autoproclamou-

se Rei de Portugal - estava na crise

dos 30, claro, precisava de se afir-

mar, enfim... Mas a história é tão im-

portante que marca o imaginário

português e permanece no brasão

do país. Cinco escudos, cinco qui-

nas, cada qual com cinco bolas re-

presentando os cinco reis mouros

degolados na batalha. Até hoje, his-

toriadores discutem o episódio.

Mas nessa altura as notícias não

corriam tão depressa como nos dias

de hoje- não havia Telemóveis, nem

Internet - e por isso só em 1143 é

que o Afonso VII de Leão e Castela

- o Rei vizinho - ouviu a notícia e lá

lhe fez a vontade assinando um tra-

tado em Zamora, que ficou conhe-

cido como, imagine-se Tratado de

Zamora.

E assim, em 1143 é assinado o

Tratado de Zamora entre D. Afonso

Henriques e Afonso VII. Trata-se de

um tratado de paz, depois do qual

D. Afonso passa a ser tratado como

rei e vassalo do Papa. Em 1147 con-

quista Santarém, Lisboa, Almada,

Óbidos, Palmela e Sesimbra após a

construção estratégica do castelo

de Leiria (1135). Em 1158 é a vez

de Alcácer do Sal e em 1165 Évora,

para a qual contou com o auxílio de

Gonçalo Sem Pavor. Combate após

combate, destruindo mouros com

quem destrói ratos, Afonso Henri-

ques constrói o seu reino. Na

chamda reconquista, a política é de

terra arrasada. Matar quem se

movia, queimar o resto.

Até à sua morte, a 6 de Dezem-

bro de 1185, Afonso Henriques, o

pai da pátria portuguesa, viveu avan-

ços e revezes entre a guerra e a

acção diplomática, junto da realeza

de Leão e da Santa Sé, que só have-

ria de o reconhecer e à indepen-

dência, apenas em 1179 pelo Papa

Alexandre III, através da bula Mani-

festis Probatum, como rei de um

país independente.

O rei de Leão chamou-lhe “rex”

em 1143. Em 1146 lá teve tempo de

casar com a discreta francesa D. Ma-

falda de Sabóia, com quem teve sete

filhos e para além destes sete filhos

teve outros cinco (que se saiba)

com outras mulheres. Durante 42

anos o homem génio, estadista, ra-

posa política, vitorioso, implacável,

espertíssimo veio por ai abaixo a

conquistar o que hoje é território

Português e a primeira nação euro-

peia a estabelecer-se como estado

independente, inclusive com língua

própria o galaico-português e nos

intervalos ia tendo uns filhos, não só

da esposa mas de outras que ia co-

nhecendo pelo caminho. Só parou

de conquistar aquando dum aci-

dente no Cerco de Badajoz, onde

partiu uma perna ao bater a reti-

rada, logo foi feito prisioneiro pelo

opositor, que por acaso era o seu

genro D. Fernando - estava-lhe no

sangue estas discussões familiares -

Para que conste, o genro tratou-o

muito bem e libertou-o quando es-

tava melhor, mas, visto que naquele

tempo era impossivel recuperar de

uma fractura profunda, nunca mais

pode montar a cavalo, passando a

deslocar-se numa carreta de ma-

deira - que seria parecido com uma

cadeira de rodas da época. D.

Afonso Henriques morre em 1185

em Coimbra, a mesma cidade onde

nasceu e a ele sucedeu D. Sancho I,

o Povoador, seguindo-lhe as mesmas

passadas...

Ao seu herdeiro, Afonso Henri-

ques deixa a única recomendação

geopolítica. A construção de uma

ponte entre o norte e o sul do país

para não se perder a unificação que

a ele tão custou a fazer e a manter.

É pena que não existam registos se

Sancho obedeceu ou não, às ordens

paternas.

Histórias da HistóriaComeço hoje uma série de ar-

tigos sobre alguns reis de Por-

tugal e de algumas batalhas

importantes da história portu-

guesa. Pretendem ser textos

curtos e simples mas que

dêem conta dos mais impor-

tantes feitos alcançados por

cada monarca português. Serão

histórias reais e Estórias lendá-

rias... Vou tentar transmitir a

História duma maneira mais

leve, por isso perdoem-me os

historiadores se às vezes brin-

car com coisas sérias.

Dom Afonso Henriques. O primeiro rei de PortugalJoaquim Peito

Alto, indomável,hábil e genial.

Page 20: Portugal Post Outubro 2009

3Catarina Tavares

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AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação

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Tel.: 0221 – 356 73 82

Na sequência da abertura de

uma herança por morte de al-

guém, ou mesmo após o divor-

cio, os interessados tinham a

possibilidade de realizar a parti-

lha dos bens, quer fora dos tri-

bunais, através de uma escritura

de partilha, ou através do tribu-

nal, mediante o processo de in-

ventário.

Foi no entanto introduzido na

ordem jurídica um Novo Regime

Do Processo de Inventário, do

qual apenas, sete disposições en-

traram em vigor, entrando as

restantes apenas a 18 de Janeiro

e 2010.

Aquele regime vem conferir

poderes aos Cartórios Notariais

e Conservatórias para realizar

os processos de inventário, que

até então corriam apenas pelo

tribunal.

Das disposições já em vigor des-

taca-se a imediata aplicabilidade

dos serviços de mediação en-

quanto forma de resolução alter-

nativa dos litígios em torno dos

processos de inventário.

Com a alteração daquele pro-

cesso especial, pela Lei 29/2009

de 29 de Junho, à imagem daque-

las que têm vindo a ser as refor-

mas na justiça levadas a cabo

nesta legislatura, procurou incre-

mentar-se maior celeridade, reti-

rando-se a grande parte da sua

tramitação, directamente, sob a

exclusiva alçada dos tribunais.

A grande novidade é a subtrac-

ção do processo aos tribunais,

não num sentido pleno, mas em

sentido material, donde decorre

competência para a sua tramita-

ção.

Os processos passaram assim a

decorrer sob as conservatórias

de registo, e cartórios notariais,

aos quais, caberá realizar diver-

sas diligências, ficando ao juiz o

controlo geral do processo.

Assim, caberá por exemplo aos

conservadores ou notários, pre-

sidir à conferência de interessa-

dos, à qual, apenas sob motivo

que revele absoluta impossibili-

dade, não procederá, de ime-

diato e no mesmo dia, a decisão

da partilha.

Não obstante a transição de

parte do processo para estas en-

tidades, o juiz, na configuração

pretendida pelo legislador, ainda

que possa manifestar contacto

apenas a final com o processado,

será apenas garante último da le-

galidade. Ao juiz, exclusivamente,

caberá proferir a sentença ho-

mologatória da partilha, exer-

cendo controlo sucessivo, pela

remessa obrigatória a praticar

por conservadores e notários,

quando se trate entre outras, de

questões prejudiciais sobre a le-

gitimidade substancial, (arts. 6.º,

18.º, 31.º, n.º 2, 43.º, 62.º, n.º4,

30.º da Lei 29/2009 de 29/06).

Por outro lado, os interessados

legitimados poderão escolher

qualquer dos serviços anterior-

mente referidos, independente-

mente do local, ainda,

competente para interposição

da acção judicial, terminando

assim, à imagem de outras refor-

mas ocorridas nos serviços de

registo, a inexigibilidade de verifi-

cação de elementos de conexão

territorial – em termos a definir

pelo Governo em portaria a pu-

blicar, quer sob os mecanismos

electrónicos que o processo se

socorrerá, quer sob a determina-

ção dos específicos serviços

competentes.

A constituição de advogado con-

tinua, nos termos em que ainda

o é, hoje nos processos de in-

ventário, obrigatória, quando se

trate de questões de direito.

A PARTILHA DOS BENS – NOVO PROCESSO

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Page 21: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 21

3José Gomes Rodrigues

Assistente SocialCaritas Neuss

CHAMAMOS A ATENÇÃO dos leitores a colocar-nos as suasperguntas e sugestões pela forma escrita usando o correio oumelhor ainda o correio electrónico. Queiram também men-cionar o vosso número de telefone fixo para, sendo necessárioe em caso de urgência entrarmos em contacto consigo. Assuas questões e sugestões podem ser enviadas para as seguin-tes direcções:[email protected]: Tel. : 0231 8390289 - fax 0231 [email protected].: 02131 269320 - fax 02131 269 236 Desde já, muito gratos por este esforço e serviço que poderãodeste modo facilitar e aligeirar a vida a outros leitores. Agradecidos!

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Ex. mos Senhores da redacção doPortugal PostEx. mo senhor DirectorObrigado por todas as informaçõesdiversas sobre legislação social e la-boral. Tem-me sido muito útil e tem-me poupado muitos quebra-cabeçase uma certa segurança. Já me servi-ram de apoio em diversas ocasiõesde conflito e com diversas repartiçõespúblicas. A minha idade, já prestes dareforma, proporciona-me uma per-guntinha, cuja resposta poderá servirtambém a outros tantos compatrio-tasAs constantes alterações à legislaçãoprovoca nos cidadãos, como é naturaluma certa insegurança. As perguntassurgem por todos os lados e as res-postas são tão diversificadas que au-mentam esta insegurança. Mesmoos partidos que aprovaram esta novolei sobre a alteração de idade para areforma não gostam muito de mos-trar o seu rosto e procuram sacudira responsabilidade para outros. Enfimem que ficámos? Que acontecerá co-migo? Até quando terei de trabalhar?São as constantes perguntas que ul-timamente tem surgido. Vamos tentardesbravar este terreno na medido dopossível e baseamo-nos nas informa-ções que temos disponíveis.Leitor devidamente identificado

Caríssimo Leitor

Obrigado, estimado leitor, pelo pe-

dido de esclarecimento que vamos

cumprir, esperando fazê-lo duma

forma sintética e o mais com-

preensível possível. Sabemos que

este é um dos capítulos da legisla-

ção social mais exposto a altera-

ções. O que agora se toma como

certo poderá, dentro de alguns

anos, alterar-se de tal forma que a

actual versão pode perder a vali-

dade ou a actualidade. Mas faz bem

em permanecer atento e conve-

nientemente informado. Alegra-

nos que o nosso serviço neste

jornal tenha proporcionado a si e,

queremos acreditar em outros lei-

tores, uma maior segurança e que

o nosso jornal tenha sido um ins-

trumento eficaz nas suas dúvidas.

QUEM TERÁ DE TRABA-LHAR ATÉ AOS 67 ANOSCOMPLETOS PARA RECE-BER A REFORMA SEM COR-TES?

Retirar-se da vida laboral com 67

anos de idade, sem que lhe seja

descontado nada da sua reforma,

com essa idade todos os trabalha-

dores que tenham nascido em

1964 ou após essa data. A idade da

reforma irá ser aumentada paula-

tinamente a partir de 2012. Para

os que nasceram em 1947 a re-

forma aumentará anualmente. Para

os que nasceram a partir de 1959

a idade de reforma aumentará de

dois em dois meses por ano. No

fim incluiremos uma lista onde

pode rever o seu caso muito con-

creto.

O QUE PODERÁ ACONTE-CER QUANDO UM TRABA-LHADOR DECIDA IR PARAA REFORMA AOS 65 ANOSDE IDADE?

Para quem decidir ir antes ou seja

aos 65 anos, data limite até hoje,

sofrerá um corte de 0.3% por cada

mes em que adiante a sua reforma.

Exemplificando: se um operário

tiver direito a 1000 € de reforma

mensal e decidir ir dois anos

antes para a reforma ou seja aos

65 anos, será penalizado em 72 €

e este corte é valido para sempre

(0,30 x 24 meses = 7, 2%)

ESTA NOVA LEGISLAÇÃOTAMBÉM É VÁLIDA PARAQUEM TIVESSE DESCON-TADO 45 ANOS ?

Neste caso, para quem tenha

todos esses descontos ou até mais

poderá aos 65 anos requer a sua

merecida reforma, sem que lhe

seja retida qualquer quantia. Os

tempos de educação dos filhos e

até por ter cuidado intensiva-

mente de algum familiar incapaci-

tado, somam também para obter

este tempo global.

E QUE ACONTECE COMESTA ALTERAÇÃO DA LEICOM OS FUNCIONÁRIOSPÚBLICOS (“BEAMTE” ) ?

Para estas pessoas foi também al-

terada a lei para a reforma aos 67

anos obedecendo às mesmas clau-

sulas dos operários e funcionários.

Mas afinal quais são as razoes que

estão por detrás desta alteração

da lei?

A estrutura populacional da Ale-

manha irá sofrer uma drástica al-

teração até o ano 2030. Nessa al-

tura, segundo prevêem as estatís-

ticas, a população activa dos 20

aos 64 anos, diminuirá em cerca de

5 milhões. No mesmo período de

tempo a população reformada ul-

trapassará os 22 milhões. Actual-

mente são 6 milhões. Como o

sistema de reformas é financiado

pela população activa, foi necessá-

rio reorganizar o sistema para que

ele pudesse funcionar também no

futuro. Claro que a alteração não

se cingiu somente ao aumenta da

idade para a reforma. Paralela-

mente foram criadas outras alte-

rações como a obrigatoriedade

das reformas serem tributadas

pelo fisco, desde que ultrapassem

uma determinada quantia. Este ca-

pitulo já há tempo foi tratado no

nosso jornal.

SERÁ QUE, APESAR DES-TAS ALTERAÇÕES O PAGA-MENTO DAS REFORMASESTEJA NESSA ALTURASUFICIENTEMENTE SEGURO?

Segundo os políticos e peritos, o

esquema alterado daria segurança

ao pagamento da reforma. Esta al-

teração da reforma faz parte dum

pacote de alterações já a vigorar

há alguns anos. Entre outras alte-

rações conta também uma outra

modalidade de contagem da re-

forma que já vigora há bastantes

anos. Como se prevê uma diminui-

ção a longo prazo foi também in-

troduzida uma espécie de reforma

privada com ajuda de subsídios es-

tatais, é a chamada reforme de

Riester, que já aqui e por diversas

vezes tecemos alguns comentá-

rios. É a poupança privada com

ajuda de complementos estatais.

Segundo estudos levados a cabo

por institutos competentes, a re-

forma num futuro próximo será

15% menor da actual. Por essa

razão, o estado convida a todos a

usarem esses e outros tipos de

poupança para que a perda de

compra possa ser nivelada através

desses instrumentos.

A QUOTIZAÇÃO PARA OSEGURO DE REFORMAPERMANECERÁ ESTÁVELATÉ ESSE TEMPO?

Até o ano 2020 a participação

para esse seguro não deverá ultra-

passar os 20%: Para o ano 2030

poderá alcançar os 22%. Actual-

mente oscila entre os 19% e os

19,9%. Ainda no Outono de 2008,

em virtude da boa conjuntura

económica do ano 2008, pensou-

se em diminuir esta percentagem

para 19,2%. Será que se irá ficar

com essa promessa? A ver vamos,

pois a conjuntura económica não

só estagnou mas baixou enorme-

mente como é do conhecimento

de todos.

Afinal como é com a reforma aos 67 anos?

Ano inicio corte

1946 65 anos 0,0%

1947 65+1 0,3

1948 65+2 0,6

1949 65+3 0,9

1950 65+4 1,2

1951 65+5 1,5

1952 65+6 1,8

1953 65+7 2,1

1954 65+8 2,4

1955 65+9 2,7

1956 65+10 3,0

1957 65+11 3,3

1958 66 3,6

1959 66+2 4,2

1960 66+4 4,8

1961 66+6 5,4

1962 66+8 6,0

1963 66+10 6,6

1964 67 7,20

Page 22: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 200922

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2.10.2009 -GREVENBROICH -Actuação do grupo SINANOSSA. Início: 20h00. Local:Museum Villa Erckens, Am Stadt-park, 41515 Grevenbroich

3.10.2009 – BERLIM – Actuaçãodo grupo Extravagante. Eva Ven-tura (canto) Daniel Pircher (viola e guitarraportuguesa) e Benjamin Wal-brodt (violoncelo). Início: 18h00.Local: 03.10.2009 / 18h00,Jagdschloss Grunewald, Hütten-weg 100, 14193 Berlin

3.10.2009 – FELBACH - Festadas Vindimas a decorrer nas ins-talações do Centro Português deFellbach e.V., Stuttgarterstr.11270736 Fellbach a partir das20h00. Programa. Banda Ex-pression, Duo Músical J&F,grupo Jolina dancas e musicasmoderna Hiphop e Artista umsurpresa para animar mais afesta.Não faltarão os bons petiscosacompanhado de um bom vinho.Apareca e traga um amigo. Con-tacto: 0711/5789743

9.10.2009 – JENA – Trio FadoConcerto. Início: 20h00. Local:Jenaer Stadtkirche Kirchplatz 6, Jena.

10.10.2009 – LOHMAR- 16ºFestival de Folclore do grupo daAssociação de Bonn & Lohmar arealizar na Hauptschule em Loh-mar.

10.10. 2009 – EITORF – Grandeespactáculo com a participaçãode Nicole da Silva e Atlanticos,banda luso-alemã. Local: EitorfSiegparkhalle

14.10.2009 – BERLIM – Actua-ção do grupo Extravagante. EvaVentura (canto) Daniel Pircher (viola e guitarraportuguesa) e Benjamin Wal-brodt (violoncelo). Início: 20h00..Local: Café im Körnerpark,Schierker Str. 8, 12051 Berlin

18.10.2009 – GERA - Fado =Schicksal de Hugo Viera Coreo-grafia, Figurinos e Cenário: HugoViera Bailado, comparticipação/voz de Telmo PiresGuitarra portuguesa: Ivo GuedesViola: André Krengel Música:Amália Rodrigues, Mariza e Ca-mané, entre outros Bühnen der

Stadt Gera Großes Haus Theaterplatz 1 .Início: 14h30

22.10.2009 – GERA -. Concertode Telmo Pires (canto) e MariaBatist (Piano). Início: 20h00.Local: Kulturinsel Halle – Werft,Große Ulrichstr. 50/51, 06108Halle

23.10.2009 – DÜSSELDORF-Portugal Sensation Discoteca.Local: Rheingold / Düsseldorf -Rheingold

24.10.2009 – MESCHEDE -Festa de Aniversário da Associa-ção Portuguesa de MeschedeA realizar na Schützenhalle St.Georg em Meschede. Baile pelanoite a partir das 21 horas com ogrupo musical FM RADIO. Info:Associação : 0291-18096 .www.fmradio.de.com

24.10.2009 – COLÓNIA –Grande Festival de Folclore or-ganizado pelo grupo S. Pedro deColónia. Presença de 9 grupos

de folclor. Baile animado pelogrupo Aregetoo. Local Europa-schule Zollstock, D Raderthalgür-tel 3.

24.10.2009 – DORTMUND -Actuação do grupo SINANOSSA. Início: 20h00. Local:Dietrich-Keuning-Haus, Leo-poldstr. 50-58, 44147 Dortmund

24.10.2009 – GERA -. Concertode Telmo Pires (canto) e MariaBatist (Piano). Início: 20h00.Local: Kulturinsel Halle – Werft,Große Ulrichstr. 50/51, 06108Halle

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Page 23: Portugal Post Outubro 2009

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Conhecido por “fiel amigo”, o bacalhau temuma tradição muito particular e original nagastronomia portuguesa. Neste livro, fique aconhecer as origens da pesca deste peixe, assuas principais características, a melhor formade o arranjar e outros aspectos importantes,como a melhor forma de o escolher, conservar

e amanhar. Deleite-se com as nossas receitas e experimente-as todas. Fique, ainda,a conhecer as tradições deste peixe noutros países do Mundo.

O Grande Livro Receitas Bacalhau

Como Cortar Trabalhos deBruxaria

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Um ritual de magia negra posto emacção contra alguém pode prejudicar

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Nas alturas de maior fragilidade,há que mcriar uma protecção efectiva contra os possíveis efei-tos das energias negativas.Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fór-mulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara quepossa repelir esse encantamento maligno.

Aprenda a viver sem medoFormato: 15,5 X 23 cmPáginas: 92Preço: 18.99 €

Este livro pretende ajudá-lo a vencer os medos comque lida diariamente: o medo de desagradar, omedo de fracassar, o medo de ser rejeitado, o medoda mudança, entre outros, e a aprender a confiarem si mesmo e nas suas decisões.

Quando se vive com medo, nunca conseguimos ser quem realmente somos,pois forçamo-nos a ir contra a nossa natureza, contra a nossa essência, afugir cada vez mais da oportunidade de vivermos entusiasmados, de to-marmos as rédeas da nossa própria vida.

Orações aos Anjos da GuardaFormato: 14 X 21 cm.Páginas: 144Preço: 25,00 €Na primeira parte desta obra encontraráum vasto número de orações aos anjos daguarda, que certamente serão do seu in-teiro agrado.Na segunda parte deliciar-se-á com a lis-tagem completa dos 72 anjos protectores.Cada um destes anjos confere característi-cas particulares mao modo de ser e de

amar dos seus protegidos. Conheça o seu anjo e as características que ele lheimprime na sua vida. Estes seres celestiais estão constantemente ao nossolado, para nos proteger ou para nos afastar dos perigos.

Formato: 14x21cmPáginas: 340Preço: 25.99É uma extensa antologia com centenas de oraçõesa saantos, anjos, arcanjos e toda a corte celestial.Nestas páginas encontra uma mensagem de espe-rança, um motivo para acreditar que a fé existe eque nos rodeia em todos os momentos da nossavida. É o companheiro ideal, pois as suas oraçõestêm o poder de transmitir ao espírito a energia querestaura a alegria de viver e a confiança no amor, na paz e na espera-naa para o futuro.

Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 18,99Quanto mais tempo da sua vida é que estádisposto a desperdiçar? Quanto maistempo da sua vida está disposto a conti-nuar a sofrer? Quanto da sua vida está dis-posto a finalmente reivindicar hoje?Quanto mais tempo vai deixar que os ou-tros mandem nas suas escolhas? E, se rei-vindicar a sua vida, acha que fica a dever alguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo. Quando vocêcede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua vida. Você vive em per-manente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

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Page 24: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009Vidas24

Cavalheiro43 anos, deseja conhecer senhora dos 35 a 45anos para fazer amizade ou algo mais. Caso muito sério.Resposta a este jornal, se for possivel com foto, Refª A104.

Amizades &Afins

poesias de amore de outros sentires

Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ouaté mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contarcasos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo,como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos queacalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o pri-meiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada:PORTUGALPOSTBurgholzstr.4344145 DortmundFax: (0231) 83 90 351E mail: [email protected]

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida

CavalheiroDeseja conhecer Senhora na casa dos 55 anoslivre, sem qualquer compromisso. Boa apre-sentação, honesta, carinhosa e, acima de tudorespeitosa. Não importa que seja pobre.. Pro-curo felicidade. Assunto sério. Responder só que estiver inte-ressado. Contacto: 0160-1584521. Com carta enviada a este Jornal Refª A0108

Vou escrever-lhes para contarcomo cheguei à Alemanha cercade 40 anos.Eu era jovem, muito jovem. Tinharecebido ordem para me apresen-tar num quartel para iniciar o perí-odo da tropa. Portugal estava emguerra com os movimentos africa-nos de libertação ao tempo deno-minados de “turras” pelo regime.Lembro-me que me tinha de apre-sentar num quartel onde se forma-vam condutores. Todos, os daminha idade recebiam ordem demarcha para engrossar o exércitoportuguês que se batia em An-gola, Moçambique, Guiné-Bissau,etc.. Éramos obrigados e nuncaouvi ninguém que tivesse deacordo em ir para a guerra. Paraa tropa vá lá, mas quem ia à tropabatia com os costados na guerra.Todos tínhamos amigos, familia-res ou vizinhos que davam jovenspara a guerra. Apesar do governoesconder os mortos e os feridosquando desembarcavam no caisde Lisboa, sabíamos que as coi-sas não eram como a TV, a rádioe os jornais pintavam. No dizerdeles os soldados que iam para aÁfrica eram os “heróis da nação”. A rádio não parava de gritar “An-gola é Nossa!” e muitas esposasjovens, namoradas e mães ves-tiam-se de negro e tinham norosto a tristeza de alguém quesofre muito.Como eu tinha conhecidos queeram estudantes e me aceitavamno seu meio (naquele tempoquem era estudante tinha umacategoria que estava lá muitoacima de nós filhos de gente hu-milde e que fazíamos a quartaclasse para logo de seguida ir tra-balhar), fui-me apercebendo queeles diziam coisas que, de todas

elas, eu só percebia que falavamcontra a guerra em África.Foi assim que convivendo comesses estudantes fui tomandoconsciência do significado daguerra em África que não levavaa lugar nenhum a não ser a cau-sar morte, destruição e miséria.Foi assim que quando chegou omomento de me apresentar noquartel não pensei duas vezes efiz aquilo que muita gente fazianaquele tempo: dar o salto paraFrança.Todos aqueles que deixaram Por-tugal a salto, quer dizer, passaras fronteiras por vales e montan-has a pé, às vezes sem comer emuitas outras apenas com aroupa do corpo ou uma pequenamaleta que mais tarde passou a

chamar-se mala de cartão, todosesses, dizia eu, sabem do quefalo quando no meio da noitenegra se rasteja pela fronteira alipara os lados de Chaves com omedo terrível de sermos apanha-dos e, depois, no lado de lá, ca-minharmos receosos ao encontrodas luzes de alguma povoaçãoque se avista ao longe sem saber-mos onde estamos e o que aspróximas horas nos reserva.Depois de passar a fronteira e ca-minhar longas horas cheguei auma povoação. Ali fiquei na esta-ção, deitado mais ou menos es-condido até que a luz do diachegasse. De manha tomei um comboiopara Orense e dali comprei umapassagem para atravessar a

Espanha. Quando cheguei à fron-teira entre a Espanha e a Françafoi o cabo dos trabalhos. Depoisde deambular por ali alguns diasesfomeado e com frio e tentaratravessar um rio a nado que se-parava os dois países, valeu-meum rapaz do Porto que ajudava osportugueses a passar a fronteira.Aconselhado por este “passador”que, verdade seja dita, não melevou nada, lá consegui passar afronteira a salto que foi uma aven-tura que recordarei sempre.Quando me lembro disso pensoque hoje não conseguia fazer oque fiz, meter-me dentro do com-boio em Espanha para chegar aooutro lado da fronteira, sair antesdo comboio parar e correr e saltarvedações para chegar a um sitio

que eu pensava que era a França.Em França, como tinha bilheteque me dava até Paris, apanhei ocomboio e cheguei à capitalfrancesa já acompanhado de doisoutros portugueses que tambémfugiram à tropa e que conheciocasionalmente no comboio.A minha sorte foi ter encontradoesses dois companheiros que vin-ham verdadeiramente organiza-dos e com contactos em Paris aquem recorremos para ajuda. Aju-dados, lá conseguimos obter umapermanência provisória de esta-dia. Fiquei em Paris cerca de trêsmeses e durante esse tempo tra-balhei conseguindo amealharalgum dinheiro. Como um dos meus companhei-ros estava para seguir para a Ho-landa eu acompanhei-o. Já naHolanda conseguimos tudo: tra-balho e casa. Foi que comecei atrabalhar nas montagens. Um diaa empresa destacou-me a mim ea vários colegas para a constru-ção de uma central nuclear naAlemanha. Fiquei aí dois anos emudei-me para uma empresaalemã. Desde essa altura come-cei a viver na Alemanha. Estáva-mos em 1969 e desde esse anoque tenho na Alemanha o meupaís que foi o que me acolheubem, deu-me trabalho, onde euconstrui família e também me deua nacionalidade.

Luís A. CostaNürnberg

Nota: a pedido do leitor, a redac-ção corrigiu e trabalhou o textosem lhe alterar o conteúdoPedimos aos leitores para não sealongarem muito nos textos queenviam para esta rubrica. Obri-gado.

A minha aventura até chegar à Alemanha

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Partem tão tristes...

Senhora, partem tão tristesmeus olhos por vós, meu bem,que nunca tão tristes vistesoutros nenhuns por ninguém.

Tão tristes, tão saudosos,tão doentes da partida,tão cansados, tão chorosos,da morte mais desejososcem mil vezes que da vida.Partem tão tristes, os tristes,tão fora de esperar bemque nunca tão tristes vistesoutros nenhuns por ninguém

João Roiz de Castelo-Branco, Cancioneiro Geral

Page 25: Portugal Post Outubro 2009

PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 25

A vida é bela, é agradável e todos nós gostamos de viver e desfrutar as opor-tunidades, os desafios e as alegrias e os ciclos de vida.Porém como sabemos, ninguém é eterno e imortal. Há que pensar (quantoantes melhor) em segurar o nosso funeral para não deixarmos despesas quevão sub carregar quem ainda terá que suportar a nossa perda.Para mais informações sobre os nossos serviços funerários e como cobrir orisco financeiro do funeral. Contacte-nos sem compromissos.

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Numa entrevista de emprego numa repartição pública, o chefe per-gunta:- O senhor já sofreu algum acidente grave?- Sim. Quando servia o exército, participei numa batalha simulada eum tiro atingiu os meus tes..tículos. Tive que extraí-los !- Santo Deus! - Exclamou o entrevistador, sem conseguir disfarçar apiedade.- Bem, o emprego é seu! Nós chegamos sempre às 8, mas osenhor pode chegar às 10. Tudo bem...- Mas por que eu vou ter esseprivilégio ?- É que, o senhor sabe como é... Repartição pública... O pessoal ficasempre a coçar os tomates duas horas antes de começar a trabalhar

Um tipo passou por tudo o que era sinal vermelho. Um polícia man-dou-o parar e disse:-Bonito, hein?- Bonito e veloz! Sabe que posso tirar-lhe a carta de con-dução?-Não vejo como. Eu ando há dois anos a ver se a tiro e ainda não con-segui.-Engraçadinho cheio de humor. e o cinto de segurança?-Está no porta mala a segurar uma botija de gáz.Então o polícia, já irri-tado, perguntou à fulana que ia ao lado:- Ele é sempre assim engraçadinho e cheio de humor?-Não, senhor guarda, só quando está bêbado!

O homem pede à namorada, que era loira, para sair do carro e ver se o pisca está a funcio-nar. A mulher sai, olha para a luz e diz: Está, não está, está, não está, está, não está...

CARNEIROAmor: Avalie os prós e os contras de uma re-lação que se mostra saturada. Não se deixe ma-nipular pelos seus próprios pensamentos!Saúde: Relaxe. Deixe as coisas fluírem natu-ralmente.Dinheiro: Possíveis mudanças no sector pro-fissional.

TOUROAmor: Uma crise conjugal poderá fazer comque a sua relação seja reforçada. Domine a suaagitação, permaneça sereno e verá que tudo lhesai bem!Saúde: período marcado pela alegria e boadisposição.Dinheiro: Concentre-se nos planos que traçoupara este mês. Caso contrário corre o risco deprejudicar o bom desempenho do seu trabalho.

GémeosAmor: Se desconfia de algo, fale abertamentesobre as suas dúvidas com a pessoa que tem aseu lado. Não perca o contacto com as coisasmais simples da vida.Saúde: Imponha um pouco mais de disciplinaalimentar a si próprio.Dinheiro: Deve ter mais atenção com a formacomo gere as suas economias.

CARANGUEJOAmor: Prepare um jantar romântico com a suacara-metade e desfrute cada momento que es-tejam juntos. Que o Amor e a Felicidade sejamuma constante na sua vida!Saúde: Proteja o seu sistema imunitário atra-vés daquilo que come. Dinheiro: Iniciará um momento de viragemna sua vida profissional, imponha as suas ideiase faça com que as respeitem.

LEÃOAmor: Deixe que a sua cara-metade tenhauma palavra a dar na forma como a vossa rela-ção se tem desenvolvido. Seja menos autoritário.Que a leveza de espírito seja uma constante nasua vida!Saúde: Psicologicamente, estará um poucoinstável. Não acumule dentro de si tantas preo-cupações.Dinheiro: Trabalhe com determinação eafinco mas de forma que não prejudique o seubem-estar. Não seja tão obcecado pela perfei-ção.

VIRGEMAmor: A sua cara-metade poderá dar-lhe umanotícia muito agradável. A vida é uma surpresa,divirta-se!Saúde: Aproveite o tempo livre e vá dar umpasseio ao fim do dia. O contacto com a Na-tureza fará com que se sinta revigorado.Dinheiro: Dedique mais tempo ao descansoe não pense tanto nos problemas profissionais.Lembre-se que amanhã é um novo dia.

BALANÇAAmor: Deixe a timidez de lado para conquistara pessoa que ama. Fale a verdade, de modo ca-rinhoso.Saúde: Está sujeito a pequenos acidentes do-mésticos.Dinheiro: Seja perspicaz e poderá obter bonsresultados num negócio rentável.

ESCORPIÃOAmor: Os seus amigos vão dar-lhe toda a aten-ção de que precisa. Cultive o relacionamento in-terpessoal e verá que obterá benefícios.Saúde: Perigo de fracturas. Atenção a de-graus.Dinheiro: Uma actividade extra poderá esta-bilizar as suas finanças.

SAGITÁRIOAmor: É possível que sofra uma desilusão.Convide os seus amigos para sair, espaireça, nãofique em casa. Trate-se com amor!Saúde: poderá cometer um pequeno excessode vez em quando. Não se prive sempre das de-lícias de que mais gosta. Satisfaça a sua gula,desde que seja com conta, peso e medida.Dinheiro: Esqueça as tristezas dedicando-seno trabalho. Mãos à obra, tem muito trabalhopela frente.

CAPRICÓRNIOAmor: Viva romanticamente e demonstre àpessoa amada que pode acreditar nas suas in-tenções. Que a alegria de viver esteja sempre nasua vida!Saúde: Aproveite ao máximo a vitalidade quesentirá nestes dias.Dinheiro: Poderá ser-lhe atribuída uma ta-refa de grande responsabilidade.

AQUÁRIOAmor: Demonstre ao máximo o seu roman-tismo, deixe-se conduzir pela intuição. Permita-se a si próprio a visão da alegria e sinta-adiariamente.Saúde: Em vez de ter pensamentos negativos,consulte o seu médico e seja mais optimista. Dinheiro: Seja astuto e conseguirá aquelapromoção que deseja.

PEIXESAmor: Evite uma relação amorosa que já nãoo faça feliz. O seu bem-estar depende da formacomo encara os problemas.Saúde: Alguns problemas familiares poderãofazer com que se sinta triste. Cuide da suasaúde. Não é uma questão de querer, é umdever. Dinheiro: Deverá evitar ter problemas comidentidades bancárias.

Page 26: Portugal Post Outubro 2009

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Page 27: Portugal Post Outubro 2009

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PORTUGAL POST – Sendo o se-

nhor Alemão de origem angolana,

quer dizer-nos como surge o nome

Schall?

Zeca Schall – O nome provem da

minha ex esposa. Em 1990 quando

casei-me, umas das condições indis-

cutível para que um estrangeiro pu-

desse casar com um(a) cidadão da

então RDA (República Democrática

Alemã), tinha que adquirir o apelido

do parceiro, neste caso o alemão. Foi

assim que tive que levar o nome

Schall.

PP - Desde quando Zeca encontra-

se a residir na Alemanha, e por que

razão?

Zeca Schall – Encontro-me a viver

na Alemanha precisamente na cidade

de Thüringen desde 1988. vim Cum-

prir um contrato de trabalho inserido

na cooperação mutua entre a Repú-

blica de Angola e a RDA.

PP - É como aparece na política

Alemã?

Zeca Schall - Eu trabalho com o

programa de integração na cidade de

Thüringen desde o ano 1989 na

Igreja Evangélica. Naquela altura, a

Igreja já tinha um núcleo de integra-

ção do qual pertencia. Foi dai que de-

pois da subida de Angela Merkel em

Novembro de 2005 no poder, o nú-

cleo a que eu pertencia, foi anexado

no programa de integração do CDU

onde me encontro até a presente

data como chefe do gabinete de inte-

gração do estrangeiros na nossa ci-

dade (Thüringen).

PP - Sendo Thüringen assinaladas

como umas das cidades mais racista

na Alemanha, já vez se sentiu amea-

çado por ser de raça negra?

Zeca Schall – Eu sei que aqui tem

muito racismo, mas nunca foi alvo de

qualquer provocação por causa da

minha cor da pele até altura em que

a minha cara surgiu nos cartazes es-

palhados na cidade para a campanha

de eleições que se avizinham.

PP - Como é que surgiu a referida

provocação?

Zeca Schall – Precisamente na

tarde do dia (14.08), encontrava-me

em visita na casa de um amigo meu

angolano de longa a data que vive em

Bayer, lá foi contactado por Dieter

Althaus chefe do partido, orientando-

me que tinha que voltar imediata-

mente para a cidade porque havia

uma ameaça do NPD contra a minha

pessoa a circular. Com isso, nós reu-

nimos na sede do partido para uma

conferencia de imprensa apelando

pela minha segurança tendo contac-

tado de imediato as autoridades lo-

cais.

PP - Eles (NPD) estiveram alguma

vez junto do senhor?

Zeca Schall – Sim, na altura em que

eu me dirigia a casa, o Udo Voigt,

chefe do Partido NPD, estava em

frente da minha casa com cartazes

provocativos dizendo que queria falar

comigo. Eu rejeitei a conversação

com aquele grupo racista e a policia

que estava a tomar conta de mi, obri-

garam-lhe a se afastarem a 20 quiló-

metros da minha residência, onde

puseram-se a proclamar insultos pú-

blicos com cartazes inscritos (Boa

viagem de regresso a seu pais de ori-

gem, se não fores a bem irás a

força).

PP - Quais têm sido as medidas

adoptadas pela policia garantindo a

sua segurança?

Zeca Schall – A policia esta cons-

tantemente ao meu redor. Tenho uma

segurança pessoal levada acabo por

12 pessoas que rendem-se em tur-

nos, acompanhado-me onde quer que

seja 24 horas por dia.

PP – Tem recebido apoios de solida-

riedade de identidades?

Zeca Schall – Sim tenho sido forte-

mente encorajado pelos meus cole-

gas de partido, tenho recebido

constantemente comprimento de

confraternização e segurança de po-

líticos de outros partidos e de países

europeus e América. Conto igual-

mente com o apoio incondicional do

gabinete de representação do presi-

dente Barack Obama na Alemanha.

Entrevista com Zeca Schall, deputado regional da CDU na cidade de Thüringen de origem angolana

Zeca Schall, alemão origem angolana, pai de 2 filhas, residente hámais de 21 anos na Alemanha, é a cara do programa de integraçãonos grandes cartazes da campanha eleitoral do seu partido CDU(União Crista Democrática) da Alemanha, juntamente com o pri-meiro-ministro Dieter Althaus.Quatro semanas antes da realização das eleições distritais, os carta-zes em causa, originaram uma onda de ameaça contra Zeca, lan-çada por Udo Voigt, chefe do NPD (Partido nacional DemocráticoAlemão) através de um comunicado de impresa em que ameaçavamandar a força, o deputado de CDU para a sua terra natal (Angola). Zeca Schall, não está sozinho nesta luta. Conta com apoio e solida-riedade de centenas de personalidades que manifestaram o seu de-sagrado pela onda racial movida contra Schall. Um dia depois de divulgação da ameaça do NPD, Zeca recebeu maisde 600 mensagens de solidariedade, sendo uma delas escrita peloBispo de Erfurt Reinhard Hauke ao deputado negro através da pa-gina de Internet do CDU Thüringen. Entre as mensagens, 100 provi-nham de pessoas que residem em Thüringen. Zeca Schallencontra-se sobre protecção policial 24 horas que o acompanha paraonde quer que seja para que nada acontece ao referido deputado.O PORTUGAL POST entrevistou telefonicamente o referido depu-tado.

Kota Ngingas

ZECA SCHALL, DE 45 ANOS de idade, 21 dos quais vividos na Ale-

manha, nasceu na cidade de Sumbi província de Kuanza Sul, onde frequen-

tou o ensino primário. As suas manifestações políticas foram inspiradas a

partir de Angola onde fez parte da OPA (organização de pioneiros de An-

gola), mas tarde foi viver na cidade de Lubango onde fez a escola secundá-

ria. Nesta mesma cidade, foi membro da JMPLA (Juventude do Movimento

Popular de Libertação de Angola), onde foi nomeação chefe do sector des-

portivo daquela organização a nível da cidade.

Em 1988 vem para Alemanha (RDA), onde continuou fiel às ideias do

MPLA.

Após a reunificação, Zeca abandona as ideias marxistas e adere à CDU.

Hoje, Zeca apesar de se sentir Alemão, tem Angola no coração. Pai de duas

filhas de 15 e 18 anos de idade fruto da relação matrimonia com uma

Alemã da qual recebeu o apelido de Schall.

Divorciado há 2 anos, Zeca sente orgulho pelo facto de suas filhas terem

conhecido parte da sua família que vive em Portugal, ao ponto de ter pla-

neado já um próximo encontro com a família e as suas filhas em Portugal

para festejarem o Natal 2009.

Desde a reunificação da Alemanha a ex RDA (República Democrática

Alemã), tem sido um dos pontos com maior onda de violência racial na

Alemanha, movida por elementos neonazis contra as comunidades negras

que ai vivem, com a existência de “No-go-areas” (áreas não permitidas a

circulação de negros). Mas não é só o medo de ataques violentos que ca-

racterizam a vida quotidiana da população negra na Alemanha Oriental,

mas também a rejeição de sua integração na sociedade pelos alemãs locais.

Apesar do colorido da cidade de Berlim dado pela diversificação de raças,

os negros ai são fortemente descriminados.

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