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Página 4 Página 9 Página 5 Página 17 Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVIII • Nº 206 • Setembro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Entrevista Rubrica de Informação Social “Quanto mais lá vou, mais quero lá voltar” Págs. 3 /10 /11 Colaboradores e leitores do PP falam das suas férias em Portugal Movimento associativo vai de mal a pior Pág. 8 As experiências de uma portuguesa em Israel Cristina Vogt-da Silva Comunidade José Cesário: Emigrantes-empresários são ideais para ajudar quem quer investir no estrangeiro RDPI Deputado do PS acusa Governo de „arbitrariedade“ na suspensão das emissões em onda curta Falha técnica Vice-Consulado em Frankfurt sem Emails desde Julho Subsídio por maternidade ou paternidade? Ronda pelos tribunais: direitos de trabalho

Portugal Post Setembro 2011

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVIII • Nº 206 • Setembro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST

› Entrevista

Rubrica de Informação Social

“Quanto mais lá vou,mais quero lá voltar”Págs. 3 /10 /11

Colaboradores e leitores do PP falam das suas férias em Portugal

Movimento associativo vai de mal a pior Pág. 8

As experiências de uma portuguesa em IsraelCristina Vogt-da Silva

Comunidade

José Cesário:Emigrantes-empresários sãoideais para ajudar quem querinvestir no estrangeiro

RDPIDeputado do PS acusa Governode „arbitrariedade“ na suspensão das emissões emonda curta

Falha técnicaVice-Consulado em Frankfurtsem Emails desde Julho

› Subsídio por maternidade ou paternidade?› Ronda pelos tribunais: direitos de trabalho

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 20112

Director: Mário dos Santos

Redação e ColaboradoresCristina Krippahl: BonaFrancisco Assunção: BerlimFernando Ribeiro: EstugardaJoaquim Peito: HanôverLuísa Costa Hölzl: Munique

CorrespondentesAlfredo Cardoso: MünsterAntónio Horta: GelsenkirchenElisabete Araújo: EuskirchenJoão Ferreira: SingenJorge Martins Rita: EstugardaManuel Abrantes: Weilheim-TeckMaria dos Anjos Santos: HamburgoMaria do Céu: MogúnciaMaria do Rosário Loures: Nuremberg

ColunistasAntónio Justo: KasselCarlos Gonçalves: LisboaJosé Eduardo: Frankfurt / MLagoa da Silva: LisboaMarco Bertoloso:  ColóniaMaria do Rosário Loures: NurembergPaulo Pisco: LisboaRui Paz: DusseldórfiaTeresa Soares: Nuremberg

Assuntos SociaisJosé Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:Catarina Tavares, AdvogadaMiguel Krag, Advogado

Fotógrafos:Fernando Soares

Agências:Lusa. DPA

Impressão:Portugal Post Verlag

Redacção, Assinaturas PublicidadeBurgholzstr. 4344145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]

Registo Legal: Portugal Post VerlagISSN 0340-3718 • K 25853Propriedade:Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

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Agraciado com a Medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

Fundado em 1993

com esta citação do escritor espanholMiguel de Unamuno (1864 – 1936)que o PORTUGAL POST faz, nesta

edição, manchete.O escritor do país nosso vizinho expres-

sava desta maneira o seu sentimento sobrePortugal sempre que o visitava.

Tal como Miguel de Unamuno, tambémos portugueses residentes fora de Portugalsentem que quando de lá voltam, mais que-rem lá voltar.

Agora que Portugal passa por uma daspiores crises de sempre, é importante láirmos mais amiúde fazer férias e que, sem-pre que possível, levemos amigos, colegas evizinhos porque assim estamos a contribuirpara a economia do país.

Mas não é só quando lá vamos que esta-mos a contribuir para a recuperação econó-mica do país. Para além das remessas queenviamos, é importante que percebamos

quanto somos importantes para a divulga-ção de Portugal enquanto destino turísticojunto de quem (con)vivemos no país deacolhimento, isto é: é importante que per-cebamos a nossa função enquanto multipli-cadores de modo a contribuirmos para oaumento do número de turistas para onosso país

Em nosso entender, os assim chamadosemigrantes constituem uma plataformamuito mais importante do que a delegaçãodo Turismo de Portugal no que concerne àdivulgação do Portugal turístico.

Mas não só.Veja-se o que o actual Secretario de Es-

tado das Comunidades diz sobre o potencialque os emigrantes empresários represen-tam para a economia do país e até para asexportações: “Podemos mandar técnicos daAICEP ou diplomatas para onde quer queseja, mas nenhum empresário português ar-

ranja melhor parceiro do que um portuguêsque já lá tem uma empresa.”

Impõe-se, pois, aos responsáveis queestão aqui à frente das delegações do Tu-rismo de Portugal e da AICEP deixar de ladoos complexos que têm em relação à comu-nidade portuguesa e aproveitam o que elapode representar para o êxito da suamissão, porque – muito mais neste mo-mento – é Portugal que nos une.

Também a Embaixada de Portugal devevoltar a atribuir às estruturas da comuni-dade , como sejam as agremiações, o recon-hecimento merecido e se não há meios paraapoios concretos, então que o embaixadorestabeleça um programa de visitas às asso-ciações que mais se destacam de forma adar um sinal expressivo de como essasestruturas são importantes enquanto cen-tros de afirmação e de divulgação de Portu-gal.

“Quanto mais lá vou, mais quero lá voltar”

É

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 Destaque 3

De regresso para gozar as deseja-das e merecidas férias de Verão,estão no nosso país muitos dosnossos compatriotas emigradospor esse mundo fora, onde hojetambém me incluo. É esta a alturado ano, que milhares dos emigran-tes portugueses regressam à suaterrinha para matarem saudades ereverem locais e familiares e, comeles, vêm também muitos dos seusdescendentes para que estes te-nham a possibilidade de conhecerfamiliares, a terra, a cultura e ahistória dos seus progenitores. Osnetos já estrangeiros passam fé-rias em memórias que não sãosuas. Atravessar a Beira Interior eTrás-os-Montes no mês de Agostoé viajar pelo nosso passado. Gera-ções de um povo em fuga quetodos os anos regressam para noslembrar como já fomos pobres. Éum voltar para o reencontro dosamigos e familiares, é o melhorque podem desejar. Enchem asfestas das aldeias, os cafés e osparques de estacionamento com oseu linguajar afrancesado, estran-geirado, as suas roupas extrava-gantes e as suas altas máquinas.Sempre ouvimos falar que sódamos valor à saúde que temos,quando a perdemos. Tambémneste particular da emigração ouseparação daqueles ou daquiloque mais gostamos, passamos adar mais valor quando afastadospor algum tempo, recuperamos apresença dos que nos são maisqueridos e amados. Até passamosa dar mais atenção e mais respeitoàs pessoas que revemos com ale-gria a alguma saudade. Foi o queme aconteceu algumas vezes du-rante estas minhas férias de Verãoao dar comigo a cumprimentarpessoas amigas ou simplesmenteconhecidas que por mim passa-vam quando me encontrava sen-tado a ver as pessoas a passear, aler as notícias do dia, ou a ler a li-teratura de Verão numa esplanadaacompanhado por uma bica e umaágua do Luso com uma vista fabu-losa virada para a Atlântico. É opaís, onde se diz que nós portu-gueses trabalhamos pouco, mastambém é o país onde ganhamospouco. O que nos salva é real-mente o clima. E o nosso clima émuito bom. É o mesmo quedizer…

“Quanto mais lá vou, maisquero voltar”

E nesta conversa de esplanadaentre amigos e (des)conhecidos ,alguém me disse que detestava

aqueles emigrantes que chegadoscá ao cantinho de Portugal, se ar-mavam a falar a língua do país queos acolheu. E pior do que isso erafalarem uma mistura dessas lín-guas estrangeiras com a nossaquerida língua portuguesa. O quequer dizer a (mal)tratar o portu-guês, no bom sentido da palavra.

Não teria necessariamente quedefendê-los, mas conhecendo bema realidade desse nossos emigran-tes, a sua formação académica, asua realidade socio-económica econdição de trabalhadores atempo inteiro, não lhes deixa infe-lizmente espaço e tempo cultural-mente se enriquecerem. Claro efelizmente que há muitas exce-ções.

Mas dessas vamos muitasvezes ouvindo falar, cá ou lá, por-que são notícia pela sua participa-ção ou simples presença, nasmuitas e variadas associações cul-turais/desportivas que felizmente,apesar de cada vez menos, deixamconfirmada a cultura portuguesaàs gerações mais novas.

É sempre muito bom e bas-tante saudável para o orgulho na-cional assistir, ano após ano edesde que se deu o grande “boom”da emigração portuguesa nos anossessenta e setenta, em especialpara a França, Alemanha, Luxem-burgo, Suíça, Holanda, Bélgica, es-sencialmente, à vinda destescompatriotas, com reflexos socioe-conómicos importantes. São cercade 5 milhões de cidadãos, de ori-gem portuguesa que reside naatualidade nos cinco continentes.As causas, sabemos muito bem,foram e são, e agora muito maiscom a atual crise económica comque Portugal se defronta, de ori-gens económicas: o desejo de en-riquecer ou pelo menos, demelhorar as condições de vida.Também não nos devemos esque-cer que houve causas políticas:fuga a perseguições políticas, du-rante o Estado Novo e tentativa deevitar a participação na Guerra co-lonial, iniciada no ano de 1961 emAngola. Em 1969, mais de 85 milportugueses terão “dado o salto”,juntando-se aos cerca de 70 milque passaram as fronteiras legal-mente.

Durante o século XX mais dedois milhões de portugueses emi-graram para todo o mundo.Porém, a saudade é uma constantee muitos são aqueles que pensamem regressar definitivamente.Quando regressam, provisória oudefinitivamente, os emigrantestrazem consigo novas formas defalar, vestir, agir. Muitas vezes,utilizam a língua do país, onde se

fixaram.No Verão, em várias aldeias

espalhadas pelo país fora, de nortea sul, da costa ao interior, muitasdessas aldeias desertificadas du-rante o ano, é este o periodo de(quase) único movimento e vidadaquelas povoações que gerarame criaram portugueses que hojeestão espalhados por esse mundofora, com destaque para o cerca deum milhão só nos países da UniãoEuropeia. Verifica-se, contudo,que há cada vez mais um desen-raizamento linguística e cultural,pois não tem havido o cuidado decriar as condições minímas para

tal não acontecesse ou de efeitomais reduzido. Culpa de quem?

Culpa das entidades portugue-sas (Governo, ministério da edu-cação, embaixadas, InstitutoCamões, etc), mas, em primeirolugar, culpa dos próprios emigran-tes que descuram a transmissãoaos seus descendentes dos valoresculturais e da língua portuguesa,menosprezando a importância,pelo que é triste verificar que sãoos poucos os luso descendentesque dominam a língua portu-guesa. Mais estranho ainda é ofacto de alguns deles ocuparemcargos relevantes nas comunida-des e instituições desses países(sejam elas locais ou nacionais epúblicas ou privadas). Não nos po-demos desculpar ao afirmar, di-zendo que pertencem à chamadaterceira geração. Não chega e nãoé suficiente mostrarem o seu or-gulho das suas raízes portuguesas,passeando nas ruas com a cam-isola das quinas, ou ao deitarem-se na praia a apanhar banhos de

sol e mar com a tolha da bandeiranacional. E quando regressam aosseus países de acolhimento, vãocarregados de pequenas lembran-ças ou souvernir, transportandonas suas malas de viagem ou nasbagageiras dos seus carros, o galocozido e pintado de Barcelos, umagarrafinha de Água Santa de Fá-tima, um vinho de Porto, um CDde fadinhos e o último do QuimBarreiros e companhia, uns qui-linhos de bacalhau, uma dúzia depastéis de nata, queijinhos daserra e uma série infinita de chou-riços, morcelas e enchidos.

Por várias razões, mas agora

reforçada nesta era da globaliza-ção que vivemos, onde o mundo éuma pequena aldeia, a língua por-tuguesa continua a merecer desta-que nas empresas e organizaçõesinternacionais, pelo que o conhe-cimento da nossa lingua, pelosemigrantes e seus descendentes,para além da língua desses país ede outras, é uma mais valia e faci-litadora da ascensão socioprofis-sional nesses países . Temos queter a consciência e de nos menta-lizar que a língua portuguesa,hoje, é uma língua de trabalho e deciência.

Por isso, os emigrantes, salvohonrosas exceções, não entende-ram a sua importância e infeliz-mente não investiram o suficientena formação dos seus descenden-tes. Há tempos, dizia-me umamigo de um familiar meu que es-tava muito arrependido dessafalta, pelo que os seus filhos poucoou nada sabem da nossa língua!Num programa da nossa queridae estimada RTP1 ouvi um político

a dizer em jeito de pergunta: “In-vestir para quê?! Se eles não pen-sam em vir para Portugal …”

O domínio da língua mãe é im-prescindível, mas lá como cá, esseé também um dos nossos pontosfracos.

Somos mesmo muito bonsa fazer tudo mal?

Infelizmente e sem qualquerofensa, estas atitudes estão rela-cionadas com a baixa escolaridadede muitos dos nossos emigrantesda geração de sessenta/setenta,muito diferente da formação dosatuais emigrantes. Aliás, o insu-cesso escolar dos luso descenden-tes ultrapassa a média dos paísesonde nasceram e vivem. Tambéme tal como cá, existe esse tipo decorrelação.

O resultado dos recentes exa-mes nacionais mostraram-nosuma triste realidade e um cre-scendo no “analfabetismo” lin-guístico, pelo que o investimentonesta área é imprescindível. Asnovas tecnologias e uma ofertavariada de alternativas desviam osjovens das formas de comunica-ção, verbal e escrita assente na lín-gua materna.

Vale a pena saber bem o por-tuguês, aqui e junto das nossascomunidades emigrantes? Obvia-mente que sim, pela importânciaque tem o domínio da língua mãe,mas se não houver um esforçoconjugado de todos os envolvidos,então não haverá melhorias. JoséMourinho, Villas Boas, CristianoRonaldo, etc poderiam até daruma pequena ajuda para que osnossos emigrantes sentissem or-gulho na sua língua e vontade de atransmitir aos seus educando-os,mas , infelizmente, os seus clubes(entidades patronais) exigem queestes usem a língua desses países,nas comunicações oficiais doclube!

Diz o provérbio popular que o“saber não ocupa lugar” e inde-pendentemente de pensarem ounão em regressar ou vir para Por-tugal, os emigrantes e os seus des-cendentes devem investir na suaformação, pois sem ela sobrarãopara eles apenas as tarefas onde asexigências de conhecimentos eformação são menores. Por quenão enviarem os filhos para Portu-gal estudar, fazerem cursos inten-sivos de Verão, participar noprograma intercâmbio Erasmus,para os que estudam em institui-ções universitárias, fazerem está-gios, babysitter, voluntariado, etc.

Custa entender isto? Sejamsempre bem-vindos!

“Aqui onde o mar acaba e a terra espera”

EmigrantesE a língua Portuguesa

Joaquim Peito

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011Nacional & Comunidades4

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FLASHA presidente do Instituto Ca-mões, Ana Paula Laborinho,considerou que é ao Ministérioda Educação que devem serpedidos esclarecimentos sobrea situação das licenças semvencimento dos professorescontratados para ensinar por-tuguês no estrangeiro.

Em causa está a situaçãodos professores contratadospor associações de emigrantesportugueses para ensinar Lín-gua e Cultura Portuguesa noestrangeiro aos luso-descen-dentes e que enfrentam a hipó-tese de não lhes ser concedidalicença sem vencimento paracontinuarem a trabalhar nopróximo ano lectivo. Se volta-rem depois das férias podemperder o lugar que deixaramem Portugal e deixar de lhesser contado para a reforma otempo de trabalho no estran-geiro.Citada pela Lusa, AnaPaula Laborinho destacou queo Instituto Camões “não tempossibilidade de resolver esseassunto” e encaminhou a ques-tão para o Ministério da Edu-cação e Ciência (MEC).

“Esses professores são pro-fessores que pertencem aoMEC e portanto pediram assuas licenças ao MEC e porisso o que haverá é que escla-recer junto do MEC qual é a si-tuação dessas licenças”,afirmou, realçando que devidoà tomada de posse recente doGoverno haverá que ter emconta que a tutela precisa detempo para se inteirar do pro-blema e encontrar soluções.

Esta responsável destacouainda que a situação não énova, pois “já o ano passadotinha havido alguma dificul-dade na atribuição dessas li-cenças”, questionando-seespecialmente como iria serfeita a avaliação destes docen-tes e como se iria processar asua reintegração na carreiraquando regressem ao país.

“Do nosso lado o que noscertamente continuaremos afazer é fazer notar que se tratade professores que importamanter no sistema tendo emconta que são pagos pelas au-toridades locais ou pelas asso-ciações e portanto que são umcontributo igualmente impor-tante para o ensino do portu-guês no estrangeiro”, destacou.

Entretanto, o Sindicato dosProfessores no Estrangeiro(SPE) afirmou que a situação

está por resolver devido à faltade vontade política para umentendimento entre os minis-térios da Educação e dos Negó-cios Estrangeiros.

„O SPE sempre pressionoupara que se arranjasse um sis-tema de integração para osprofessores não serem prejudi-cados, que tem que ser acor-dado entre ambos osministérios. Por falta de von-tade política ou por ‘dor de co-tovelo’ por ter perdido a tutelada rede [em 2010] e dessemodo uma fatia substancial doseu orçamento, a anteriorequipa do Ministério da Edu-cação disse que já não tinhanada a ver com isso“, sublin-hou Carlos Pato.

Carlos Pato, responsávelpor esta estrutura, esclareceuque são “vinte e alguns profes-sores nos Estados Unidos, Ca-

nadá, alguns na Alemanha etambém em algumas partes daAustrália” e destacou queassim “há centenas de luso-descendentes que se verão pri-vados do ensino doPortuguês“.

Embora haja mais de 500professores de português colo-cados nas comunidades emig-rantes, estes dos EstadosUnidos, Canadá e Alemanhaestão fora da rede, que foimontada a pensar nos paíseseuropeus com mais implanta-ção de portugueses, referiu.

Carlos Pato acrescentouque „o Estado português nãogasta um cêntimo com estesprofessores“ e informou quepediu uma reunião ao actualsecretário de Estado das Co-munidades, mas José Cesárioainda não lhes respondeu, la-mentou.

Instituto Camões afirma que esclarecimentos sobre professores de português no estrangeiro cabem ao ministério

A presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho,

O secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas, JoséCesário, considerou que os em-presários-emigrantes consti-tuem “uma plataforma fabulosa”de contactos para os portugue-ses que queiram investir no es-trangeiro.

“Podemos mandar técnicosda AICEP ou diplomatas paraonde quer que seja, mas nen-hum empresário português ar-ranja melhor parceiro do queum português que já lá tem umaempresa”, afirmou o governante,considerando que o empresa-

riado português emigrante con-stitui uma “plataforma de con-tactos fabulosa”.

Só em França, “estima-seque haja 45 mil empresas cujosdonos são pessoas de origemportuguesa”, sublinhou José Ce-sário, que falava durante um de-bate sobre políticas para aemigração, na Universidade Lu-sófona do Porto.

Lembrando que há noestrangeiro cinco milhões depessoas com a nacionalidadeportuguesa, José Cesário disseque “num contexto de crise

como aquele em que vivemos”, opaís não pode desprezar esta“realidade muito forte”.

Sobretudo num momentoem que “há cada vez mais gentea emigrar” (100 mil a 150mil/ano, segundo estimou), osecretário de Estado defendeuque a administração portuguesa“não pode continuar a tratar osemigrantes como se fossemestrangeiros”.

Entre as suas apostas, JoséCesário referiu a intenção de re-forçar o ensino do português nascomunidades, menos com o

envio de professores e mais emarticulação com instituições quejá tem experiencia de ensino doidioma.

Tornar o Conselho das Co-munidades Portuguesas um real“parceiro efetivo” do Governo nadefinição das políticas de emi-gração é outros dos seus objeti-vos.Já para a área consular, JoséCesário preconizou serviços mo-dernos e eficazes e admitiu quea este nível, há ainda “muitopara fazer” para dar aos emig-rantes “uma resposta rápida” emtermos administrativos.

José Cesário:

Emigrantes-empresários são ideais para ajudarquem quer investir no estrangeiro

EXPOSIÇÃODe 10 de Setembro a 9 de Outu-bro, estará patente na Kunsthallede Düsseldorf uma exposição dosartistas plásticos portuguesesJoão Maria Gusmão e Pedro Paiva

Trata-se da primeira exposi-ção individual na Alemanha paraambos os artistas, representantesde Portugal na Bienal de Veneza2009, e a primeira exposição deartistas portugueses no Kunsthallede Düsseldorf.

FUTEBOL: O FC Porto emprestou o defesaportuguês Sereno ao Colónia, daLiga alemã de futebol, anunciou oclube onde atua Petit na sua pá-gina oficial na internet.Esta é a se-gunda experiência no estrangeirode Sereno, depois de em 2009/10ter atuado na segunda metade datemporada nos espanhóis do Val-ladolid.

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 Notícias 5

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Informação Consular

ÍViagem de menores

O deputado do Partido So-cialista, Paulo Pisco, ques-tionou o ministro deEstado e das Finançassobre a eliminação do pri-vilégio concedido aos por-tugueses residentes noestrangeiro de terem re-servada uma percentagemdo capital das empresas aprivatizar.

„Prevê o Governo compen-sar, de alguma forma, a elimi-nação da possibilidade de osportugueses residentes noestrangeiro terem perdido oprivilégio de terem reservadouma parte do capital das em-presas a privatizar“, questio-nou Paulo Pisco, numamensagem enviada à presi-dente da Assembleia da Repú-blica e destinada ao ministrode Estado e de Finanças, Vítor

Gaspar. Sublinhando que o ar-gumento usado pelo governopara a aplicação desta medidafoi a „necessidade de confor-midade com o direito comuni-tário“, Paulo Pisco lembrouque nos últimos 20 anos„o eventual incumprimentonunca foi objecto de reparo porparte da União Europeia“.

No documento, Paulo Piscosublinha que numa altura emque o governo quer privatizar„um grande número de empre-sas“, algumas com „um ele-vado simbolismo nacional“,este seria „um bom momento“para os portugueses residentesno estrangeiro „poderem dar oseu contributo no esforço derecuperação da economia“.

„O programa do governorefere em várias ocasiões a im-portância de envolver os por-

tugueses residentes no estran-geiro no esforço de recupera-ção do país, dado o seu grandepotencial económico e a suavontade de investir em Portu-gal“, lembra o deputado socia-lista.

Paulo Pisco destaca, poroutro lado, na mesma cartaque a Lei-Quadro das Privati-zações também faz referência„à necessidade de preservaçãodos interesses patrimoniais doEstado e do interesse nacio-nal“, e procura „promover umaampla participação dos cida-dãos portugueses na titulari-dade do capital das empresas aprivatizar“.

De acordo com o deputadosocialista, neste contexto e nãoobstante a necessidade de con-formidade das leis nacionaiscom o direito comunitário,

„não deixa de haver contradi-ção com as intenções manifes-tadas durante a campanhaeleitoral do PSD e do seu pro-grama do Governo e a Pro-posta de Lei nº 6/XII, agoraaprovada“.

Na mesma carta, PauloPisco pergunta ainda se o go-verno tenciona „fazer algumtipo de publicidade juntodas comunidades portuguesas,para que possam participar noprocesso de aquisição de capi-tal das empresas a privatizar“.

O deputado do PS pretendeigualmente „saber que medi-das prevê o Governo adoptarcom o objectivo de envolver osportugueses residentes noestrangeiro, particularmenteos empresários, no processo derecuperação económica e dedesenvolvimento do país“.

Deputado do PS questiona Ministro de Estadoe das Finanças

O desemprego entre acadé-micos e trabalhadores espe-cializados na Alemanha temaumentado, apesar das difi-culdades de muitas empresasem encontrar pessoal qualifi-cado, segundo um estudo pu-blicado pela Confederaçãodos Sindicatos Alemães(DGB).

Na primeira metade de 2011,inscreveram-se no fundo de de-semprego alemão 110 mil trabal-hadores com cursos superiores oucursos profissionais concluídos, oque corresponde a 3,6 por centodo total dos trabalhadores comtais qualificações, adianta o docu-mento da DGB.

Recentemente, a Agência Fe-deral do Trabalho (BA) anuncioua intenção de procurar trabalha-dores qualificados em países daUnião Europeia, nomeadamentena Espanha, Grécia e Portugal,para suprir a escassez de quadrosna maior economia europeia, so-bretudo nas áreas de engenharia eda saúde pública.

Segundo a BA, existe, porexemplo, interesse de enfermeirose auxiliares de enfermagem portu-gueses interessados em trabalharna Alemanha, embora a falta deconhecimentos da língua seja umóbice considerável.

Já em finais de Julho, a portavoz da Agência de Mediação de

Trabalhadores EspecializadosEstrangeiros (ZAV), uma institui-ção da BA, reconheceu à Lusa,porém, que “não há números con-cretos” de especialistas portugue-ses interessados em mudar-separa a Alemanha, nem do eventualinteresse de empresas alemãs nasua contratação.

“Iniciámos já um projeto, e es-tamos sondar empregadores ale-mães, de hospitais e sobretudo deinstituições que prestam cuidadoscontinuados, para saber se preci-sam destes especialistas”, explicouBeate Raabe.

No entanto, adiantou “não épossível, de momento, quantificarnem a oferta nem a procura de en-

fermeiros portugueses, quer parahospitais, quer para instituiçõesque prestam cuidados continua-dos”, acrescentou a mesma re-sponsável.

Para o especialista da DGB emprospeção do mercado de tra-balho, Wilhelm Adamy, a discre-pância entre a falta detrabalhadores especializados naAlemanha e o aumento do de-semprego entre quadros técnicos“deve-se sobretudo ao facto demuitos desses trabalhadoresterem adquirido qualificações quenão correspondem às necessida-des do mercado, enquanto a for-mação noutros setores eradescurada”.

Desemprego entre especialistas na Alemanha aumenta, apesar da falta de quadros em muitas empresas

O deputado Paulo Pisco (PS) acu-sou o governo português de “arbi-trariedade” e de falta de“consistência” na decisão de sus-pender as emissões em ondacurta.

As acusações constam de umcomunicado enviado à imprensa,e em que reage à resposta do go-verno ao requerimento que enviouem Julho passado, em que ques-tionava a nova política para o ser-viço público de televisão,designadamente a anunciada sus-pensão das emissões de ondacurta. “Revela-se que os argumen-tos que a sustentam (decisão de

suspensão da-q u e l a semissões) sãoinconsistentes,que a decisão éarbitrária e assenta apenas navontade de poupar uma somaanual pouco significativa”, salien-tou o deputado.

Para Paulo Pisco, o “eventualfim das emissões em onda curtasurge em flagrante contradiçãocom os propósitos enunciadospelo governo de considerar as Co-munidades Portuguesas, a LínguaPortuguesa e a Lusofonia âncorasda sua política externa”.

Por outrolado, face àresposta dogoverno, PauloPisco destaca

que a decisão de suspensão dasemissões “não significa necessa-riamente o seu fim”.

A concluir, o deputado socia-lista frisou que o fim das emissõesem onda curta vai “contra o inte-resse nacional”, constituindo“uma perda para as ComunidadesPortuguesas e para a Lusofonia”.

No passado dia 06 de Julho,em declarações à Lusa, PauloPisco justificou o requerimento ao

Governo com o facto de na ante-rior legislatura se ter manifestadocontra a suspensão daquele tipode emissões.

A RDP Internacional, inte-grada no grupo RTP, deixou detransmitir em onda curta em 01 dejunho para as regiões da Américado Norte, América do Sul (Brasil eVenezuela), Europa e África.

Para Paulo Pisco, “ao tomar-seuma decisão desta natureza, é ne-cessário perceber o impacto queesta vai ter” no universo de pes-soas que recebiam as emissões emonda curta, justificou nas declara-ções feitas em Julho à Lusa.

Deputado do PS acusa Governo de „arbitrariedade“ na suspensão das emissões em onda curta

As autorizações de viagem são ne-cessárias para os menores saíremde Portugal, apesar de na prática severificar que a sua apresentaçãotem de ser feita ao sair da Alema-nha. Os menores, quando viajam sós,devem apresentar autorização deviagem assinada por, pelo mínimo,um dos progenitores, quando casa-dos, ou por quem exercer o poderpaternal. Os filhos de pais não unidos pelocasamento podem viajar sem auto-rização de saída desde que acom-panhados por um dos progenitores,devendo, no entanto, juntar docu-mentos que comprovem essa filia-ção.A autorização de viagem deveconstar de documento escrito, da-tado e com a assinatura de quemexerce o poder paternal, com reco-nhecimento notarial, conferindopoderes de acompanhamento porparte de terceiros, devidamenteidentificados.A autorização de viagem pode serutilizada ilimitadamente, dentro doprazo de validade que o documentomencionar, a qual, no entanto, nãopoderá exceder o período de umano civil.Documentos a apresentarem:Bilhete de identidade válido do paie da mãe, desde que detentor dopoder paternal ou bilhete de iden-tidade da mãe se for filho de mãesolteira, separada, divorciada ouviúva,ou bilhete de identidade dequem detenha o poder paternal;Documento de identificação domenor.

6 PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011

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OpiniãoPaulo Pisco*

crise europeia não de-sapareceu com a to-mada de posse do novoGoverno, embora eleinsista em não lhe fazerqualquer referência noseu programa. Com-

preende-se a estratégia: comoantes recusou assumir que a criseportuguesa tivesse origem ex-terna, também agora não o querreconhecer. Mas a verdade é que aEuropa vive um momento dramá-tico e é necessário fazer tudo paraimpedir o naufrágio do projectoeuropeu. Exige-se, por isso, umelevadíssimo sentido da responsa-bilidade nas democracias euro-peias e dos seus partidos políticos.Um sentido da responsabilidadeque o PSD e os restantes partidosda oposição não tiveram durante oúltimo Governo do PS, quando de-cidiram rejeitar o PEC em 23 deMarço, agravando a nossa situa-ção económica e financeira e pre-judicando a nossa imagem ecredibilidade externa.

Esconder uma crise desta na-tureza não é um bom princípio.

Ela obrigou os governos anterioresdo PS a tomarem um conjunto su-cessivo de medidas para protegeras famílias e as empresas e depoisa capacidade de financiamento doEstado. Já foram, portanto, toma-das demasiadas medidas de auste-ridade para evitar a degradação dasituação económica e financeirado país. O acordo assinado com a“troika” devia ser o limite para ossacrifícios impostos aos portugue-ses, a menos que se prove seremabsolutamente necessárias maismedidas de austeridade.

Com efeito, o programa da“troika” já representa um sério au-mento das dificuldades económi-cas e sociais, com todo o seucortejo de reduções salariais, eli-minação de deduções fiscais, au-mento de impostos e subida nospreços de alguns serviços públi-cos, com o que isto significa de re-dução do rendimento disponíveldas famílias. Mas, para surpresade todos, eis que da cartola do Pri-meiro-Ministro sai, nada maisnada menos, do que um corte de50 por cento no subsídio de Natal,

que não é exigido pela “troika”,não foi anunciado no programaeleitoral do PSD nem constava doprograma do Governo e certa-mente contribuirá para contrairainda mais a economia. Sãomenos 800 milhões de euros quese gastam ou se poupam saídos di-rectamente dos bolsos dos contri-buintes e sem retorno.

Não se compreende que o Go-verno queira ser “mais ambiciosono processo de ajustamento daeconomia portuguesa”, sem queesteja para já provada a necessi-dade de mais medidas adicionais.Já basta a invasão de medidas pre-vistas no memorando da “troika”.Se as medidas implementadaspelos anteriores Governos do PS eas que constam do acordo com a“troika” forem bem sucedidas,torna-se quase imoral exigir maissacrifícios aos portugueses. A ver-dade é que, até ao momento, alémdos dados de execução orçamentalestarem dentro dos objectivos pre-vistos, ainda não se comprovou anecessidade de medidas adicio-nais. A invocação da execução or-

çamental do primeiro trimestrepara justificar o corte no subsídiode Natal é pura batota.

Além disso, uma das preocu-pações de Pedro Passos Coelho naUnião Europeia tem sido explicarque a situação de Portugal nadatem a ver com a da Grécia. Por-tanto não deveria lançar medidascomo as que naquele país estão aser adoptadas. É preciso não es-quecer que, para fazer face à crise,os Governos anteriores tiveram deadoptar vários pacotes de medidascujos resultados têm estado gene-ricamente dentro dos objectivosesperados. E que os efeitos dasmedidas que foram acordadascom a “troika” só daqui a algunsmeses se vão sentir. E tambémque ainda está para ver o que nosvai trazer o próximo o próximoOrçamento de Estado. A menosque os resultados da execução or-çamental cumpram os seus ob-jectivos de reequilíbrio das contaspúblicas. Mas se isso acontecer,ficar-se-á a dever, sobretudo, aosanteriores Governos do PS.

É preciso, portanto, fazer

apelo à coerência. Então não foiPedro Passos Coelho que justifi-cou o derrube do Governo com anecessidade de pôr fim aos sacri-fícios dos portugueses? E não bas-tou já o aumento das dificuldadesprovocadas pela instabilidade po-lítica que se viveu no último ano emeio desde que Passos Coelho as-sumiu funções? Pretende agora oGoverno quintuplicar as dificulda-des? Em nome de quê? O actualGoverno não pode passar umaesponja pelo passado, nem come-çar candidamente a fazer coisasque antes dizia que nunca faria(aumentar impostos) ou anunciarmedidas que não estão previstasnem no programa do Governonem são exigidas pela “troika”. Oque vemos, para já, são cortes eprivatizações. Angela Merkel já foiacusada pelo antigo chancelerHelmut Khol de estar a destruir aEuropa. Esperemos que o novoGoverno não esteja a afundar Por-tugal.

* Deputado do PS eleito pelas Comunidades

AAdeus subsídio de Natal

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häufiger regelmäßiger und unregelmäßiger Verben, ein alphabetisches por-tugiesisch-deutsches und ein portugiesisch- brasilianisches Wörterverzeichnisrunden das Buch ab. Ergänzend zum Lehrwerk sind ein Lösungsheft und zweiAudio-CDs im Buchhandel erhältlich.Der Autor Joaquim Peito ist Lektor fur Portugiesisch an der Georg-August-Universität in Göttingen.

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 Entrevista 7

O seu livro “Um ano em Tela-vive” é um diário ou trata-se de umlivro de viagens?

Um ano em Telavive não é umdiário, mas sim um livro de literaturade viagem de estilo anglo-saxónicocomplementado com uma selecção de53 fotografias minhas, sou fotógrafaamadora, e um glossário, que reflectea minha vertente de linguista. Atravésdas viagens que faço informo o leitor,sem lhe formar a mente, e para issoescolhi um estilo escrita com técnicacinematográfica, como se os meusolhos, ou a câmara de filmar, fizessemum “travelling” pelo país, no sentidopróprio, e no sentido figurado de mo-vimento formal da câmara. O leitor de“Um Ano em Telavive” tem uma ex-periência visual que o deixa comple-tamente livre. Eu não lhe imponho aminha perspectiva pessoal e, foi comeste objectivo que prescindi o maispossível da perspectiva subjectivaneste meu primeiro livro. Contudo, étambém um livro que informa sobre acultura israelita, principalmente judia,mas também árabe, a história recentedo país, os povos que lá vivem, as vá-rias vertentes populacionais, as suaslínguas e culinárias, as suas religiõesdiversas...e é um livro que pretendeum entendimento e um diálogo cul-turais através da informação. Ou seja,retirar o potencial xenófobo a estazona de conflito, mostrando o seuquotidiano e focando o que há tam-bém de comum entre os povos quevivem nesta parte do mundo.

Porquê Telavive e não outro des-tino mais, digamos, exótico?

Vivi em Telavive com a minha fa-mília durante 3 anos e meio por moti-vos meramente profissionais.Telavive fica situada a uns 70km deGaza, a 60km de Jerusalém, a uns25km da linha verde definida pelosacordos de Oslo, onde começaria oterritório da Cisjordânia; a 2 horas doLíbano, a 1 hora e meia da Síria, a 1hora da Jordânia, a 2 horas do Egipto,península do Sinai, a 1 hora do de-serto do Negev...não fossem os postosde controlo, a 1 hora de Nablus, a 1hora e 15 m de Ramallah, a 1 hora deBelém, a 1 hora e um quarto de Heb-ron...a 1 hora e meia do Mar Morto...

Telavive foi a base de partida paramuitos outros lugares, tão longe e tãoperto. Telavive (TA) é uma cidadeconhecida por a “Bubble”, ou sejauma redoma de vidro em que se viveprotegido de todos os males. EmJaneiro de 2009, bebia-se a bica nasesplanadas de TA, aliás estava umtempo de praia fabuloso, e as bombascaíam em Gaza. Os cidadãos árabesisraelitas faziam uma espargata emo-cional entre a fidelidade ao país emque vivem e a solidariedade com osirmãos palestinianos...

Decidi-me pelo Título “Um Anoem TA” para limitar o meu projectotemporalmente. Um Ano, é apenasum ano, como tal nunca se lhe exigiráque seja um tratado sobre o país. UmAno é muito e é pouco, depende doque se faz e se aprende nesse períodode tempo. Caminhei sempre de olhosmuito abertos, primeiro a medo, apa-vorada pelas notícias que lia e ouvia;mas a realidade é sempre menosespectacular e por isso calcei as botasdas sete léguas e calcorreei o país.

Estando Telavive inserida numaregião conflituosa do mundo, nãosentia perigo nenhum?

Concordei em ir viver para Israelpor tempo indeterminado - apavor-ada! Qualquer pessoa no aeroportocom aspecto de árabe me deixava ner-vosa. Mas aparentemente, os seguran-ças reagiam da mesma forma, vistoque essas pessoas eram encaminhadaspor outros túneis...Nos restaurantessentava-me longe da esplanada –sempre se ouviu nas notícias que as

bombas vivas rebentam na rua ou àentrada dos cafés, restaurantes, etc.Para isso lá estão os seguranças de re-vólver à cinta para dispararem rápidose sem perguntar primeiro: “O senhorou a senhora são terroristas”? Masconfesso que os “cheks” dos seguran-ças nos lugares públicos, não sãomuito tranquilizantes. De qualquerforma e com aquele calor, as belaspraias – a que não seriam atribuídasbandeiras azuis na Europa, mas podeser que entretanto tenha havido mud-anças positivas, e a vida hedonista dacidade, rapidamente se esquece osmédia...e por cada aventura sem con-sequências nefastas nos tornamosmais afoitos. E o facto é que, viajá-mos por todo o país e, finalmente,passado um ano atravessámos a linhaverde e, isto durante 3 anos e meio.Excepto nos últimos 3 meses, quandona Cisjordânia a situação ficou maistensa. Foram baleados vários carrosde matrícula israelita conduzidos porcolonos. É que, enfim, de longe nãose vê se quem viaja é colono ou ape-nas turista estrangeiro cheio de amorpelos palestinianos. Gaza nem vale apena falar, todos sabem que o acti-vista italiano que estava lá para que-brar o bloqueio foi cobardementeraptado e assassinado por um gru-pelho incontrolável. Portanto, possodizer que os medos desaparecerammas não o bom senso! Há Expats,estrangeiros que são delegados pelasempresas ou embaixadas, etc. e quevivem no país por motivos profissio-nais, que quase não saem de casa du-rante toda a colocação em Israel...

De todo o tempo que esteve naregião, o que é que mais a impressio-nou?

O estilo de vida ocidental naquelaparte do mundo! O facto de os judeusnão saberem nada sobre os árabes e osárabes não saberem nada sobre os ju-deus. Esta ignorância que engendrauma violência sem fim, a falta de diá-logo entre uns e outros. A recusa emprocurar semelhanças, a ênfase con-stante na diferença e a falta de humorna região. Suponho que isso é umluxo dos países ricos e pacíficos inter-namente. O haver tantas correntes di-ferentes do Judaísmo; Judeus que nãoreconhecem o estado de Israel e quesão contra o sionismo. Judeus que sãocontra a ocupação. E o facto de em Je-rusalém as religiões abraâmicas e osseus artefactos serem comercializadossem respeito pela sua santidade.Aquelas lojas que vendem tudo, mão-zinhas judias “hamsa”, mãozinhasárabes “fatma”, a profusão de Cris-tos...das várias confissões cristãs. Acomercialização de cada pedra de Je-rusalém, a cidade santa, para todos, eo local de maiores conflitos da huma-nidade durante séculos – os combatespor aquela milha quadrada ...o montede Moriá!...é impossível limitar-meao que mais me impressionou porquenaquele país há tantos contrastes edisparidades chocantes e perversasque é impossível mencionar apenasum...ou talvez seja possível: a falta dediálogo entre todos que é uma con-stante de todos os conflitos da Huma-nidade.

Que diferenças sociais e cul-turais notou entre aquela região ePortugal, por exemplo?

Poucas e muitas. Em Israel tam-bém há judeus vindos da Espanha ePortugal. Os sefarditas (Sfarad –Espanha em hebraico) que foram ex-pulsos da península ibérica nos tem-pos da Inquisição e encontraramrefúgio na Turquia durante vários sé-culos e que depois da criação do es-tado de Israel fizeram Aliya(imigração judia – significa ascendera ....) Para além dos pormenores reli-giosos diferentes há muitas semelhan-ças culturais. Os Ashkenazis daEuropa Central têm mentalidadealemã – são hiper-pontuais e no pinodo verão cozinham Gulash – cozidode carne!

Enquanto nós no verão dormimosa sesta, mesmo quando fazemos men-ção de trabalhar, os israelitas fazemjogging, ciclismo, rollerskating à tor-reira do sol das 2 horas da tarde!...osárabes palestinos procuram a sombratal como nós...

Os israelitas são muito directos,para eles só há sim ou não, não há nu-ances, nem sequer tempo para elas; édifícil negociar porque eles não nego-ceiam e são duros, muito duros. Umadureza aprendida na diáspora e nasguerras! Nós somos um país de bran-dos costumes...temos vergonha dedizer - não!

Os jovens e as jovens fazem ser-viço militar, também nos comandos.As mulheres são mais guerreiras doque as portuguesas, mais duras, de-senvolvem vozes de comando. Vêemmorrer os filhos na guerra, os pais, ostios, os primos... É assim, vivem umdestino de perdas e sofrimento, lu-tando sempre até ao fim. Nós? Nóstemos o fado e isso aproxima-nos damentalidade árabe. Oxalá, Inshal-lah...foram 7 séculos de domínioárabe no que é hoje Portugal e as nos-sas guerras são História!

Israel é um país novo sempre àprocura de símbolos que o sustentem,Portugal é um país muito antigo, quetem passado por todas as fases de umdesenvolvimento sócio-histórico-político ao longo da sua evolução. AIsrael falta a maturidade de um paísantigo. Eles ainda estão a viver a Re-conquista, penso que é assim que osentem!

Quer dizer que foi em Telaviveque descobriu a sua “veia” de narra-dora. Conte-nos como foi?

O livro começa com uma explo-são de primeiras impressões, porqueeu me sentia como um balão alimen-tado por uma bomba de ar! Escreviacartas para todos os cantos do mundonuma babel de línguas num processode catarses que terminou num pro-jecto de livro. Felizmente, os meusamigos tinham guardado os primeirosemails que eu tinha escrito em escritaautomática bretoniana, ou pelo menosfoi assim que tudo começou; mas ra-pidamente se transformou em algomais construtivo: o desejo de comu-nicar sobre aquele lugar tãofascinante, cru, violento, contras-tante...aquilo que eu vivia e que nãolia em jornal nenhum, o quotidianodesconhecido e quase banal que mo-stra como o ser humano se adapta econsegue viver a sua vida em todas ascircunstâncias, ....

Há quantos anos vive na Ale-manha e, se é que nos permite per-guntar, quis foram as razões da suavinda para este país?

Vim para a Alemanha porquecasei com um alemão que tinha con-hecido em Sintra, era o sobrinho daminha vizinha da moradia em frente.Conhecemo-nos, cada um partiu parao seu destino, mas ficámos em con-tacto. Eu voltei para Londres, o meumarido para Hamburgo. Um ano maistarde, e depois de várias visitas mú-tuas, e horrendas contas de telefone,nessa altura não havia internet, nemskype, nem tarifas “0”, o meu maridofoi-me “raptar” a Londres num Ci-troen verde dos anos 60, muito clás-sico. Vinha vestido completamente depreto, com o cabelo muito louro. Pa-recia um cavaleiro moderno...era amoda entre os criativos! Os meusamigos londrinos fizeram apostassobre o tempo que eu por aqui ficaria.Nenhum acertou, porque fiquei naAlemanha sem prazo! Mário dos Santos

Cristina Vogt-da Silva

Cristina Vogt-da Silva, nasceu emLisboa a 23 de Fevereiro de 1959,residente em Berlim, publicou re-centemente um livro intitulado“Um ano em Telavive” sobre assuas experiências em Israel, paísonde morou cerca de três anoscom a sua família.O PORTUGAL POST entrevistou aautora para partilhar com os leito-res as razões que a levaram à pu-blicação do livro.

As experiências de uma portuguesa em Israel

PORTUGAL POST Nº 205 • Agosto 2011Comunidade8

O movimento associativo passapor uma fase desgraçada. Para osmenos informados, as associaçõesna Alemanha tiveram já um tempode glória e eram vistas e sentidasjunto da comunidade portuguesacomo uma extensão da sua pró-pria vida aqui na Alemanha. Elasfuncionavam como quase tudo:sala de estar dos portugueses,bolsa de contactos sociais, local depreservação de cultura e hábitospopulares... O seu funcionamentoensinava a praticar a democraciacom a criação de grupos disto edaquilo eleitos como consequên-cia do voto em assembleias geraisque elegiam e mandatavam osseus corpos gerentes.

Com o tempo, a lenta agoniadestas casas portuguesas iria re-sultar no seu desaparecimento,isto é, no desaparecimento ingló-rio de associações construídascom o suor e o orgulho dos primei-ros portugueses a chegarem a Ale-manha.

A gerações que se seguiramnão deram muita importância aesse movimento. Os seus interes-ses e a sua natural integração navida local levou-os a afastarem-sedo gueto associativo em que mui-tas funcionavam.

A primeira associação de vultoa desaparecer foi a célebre Asso-ciação Portuguesa em Hamburgo

(APH), fundada em 1964 e tidacomo a primeira colectividade deemigrantes portuguesas nos paí-ses europeus que tinham acolhidocompatriotas fugidos ao país mi-serável que Salazar patrocinava.

A Associação Portuguesa emHamburgo foi uma agremiaçãoexemplar nos seus tempos áureos.Lá funcionava um jardim Infantile faziam parte dela proeminentesfiguras da cultura e da vida luso-alemã em Hamburgo, chegando,nos seus bons tempos, a ter 1000sócios. Acabou com 150 (nemtodos sócios pagantes) devido amá gestão e outras atitudes poucodignas de gente que não soube in-terpretar o desejo da comunidadelocal em ter uma casa como aAPH. A cerimónia de extinção daAPH ocorreu a 14 de Junho de2007 no consulado portuguêscom sócios da comissão de insol-vência a entregarem ao Cônsul-Geral de então os restos dopatrimónio onde se incluía duasobras da pintora Maria Lino data-das de 1970 , que terão, entre-tanto, sido desaparecidas doconsulado.

O fim da APH foi o início daextinção de grandes associaçõesem cidades onde a comunidadelusa era numerosa, como seja ocaso do Centro Português emDortmund fundado em 1966 e que

viu o seu fim em meados dos anos2000. Diga-se que Dortmund foium cidade pioneira no que con-cerne a iniciativas e agremiaçõesculturais , como seja o caso da as-sociação de utilidade pública denome AURA- Círculo de Artes eIdeias a quem coube a publicaçãode uma revista bilingue que tinhacolaboradores de alto gabarito eassinantes como o escritor GünterGrass, o escritor e tradutor CurtMeyer-Claso. Esta revista de nomeArcada tinha como director oactual director do PORTUGALPOST, Mário dos Santos, que foi,recorde-se, também o seu funda-dor.

Após o fim da associação emDortmund, seguiu-se a extinçãoda vigorosa Associação Portu-guesa em Dusseldorf, tambémesta uma das referencias do movi-mento associativo.

Outras se seguiram e, recente-mente, desaparece o Centro Por-tuguês de Münster, o que causougrande consternamento entre acomunidade local.

Uma fonte consular disse-nosque não há dia nenhum que nãodesapareça uma associação e queé muito difícil impedir este eclipseassociativo devido não apenas àsdificuldades materiais como à in-capacidade de gestão das casasnum momento em que é impor-tante rever a sua forma de estar ede oferta de serviços culturais eoutros.

Há quem pergunte pela res-ponsabilidade da embaixada nesteagonizar das associações e, per-guntamos nós, se o actual embai-xador já terá visitado umaassociação para se inteirar das di-ficuldades por que passam...

Para se ter uma ideia da falta

de interesse das instituições ofi-ciais, ainda hoje aparecem noWebsite da Secretaria de Estadodas Comunidades associações quehá muito se extinguiram.

É, pois, tempo de pôr mão aesta situação para impedir ao de-saparecimento das estruturas as-sociativas portuguesas naAlemanha que restam. As respon-sabilidades são, em primeiralinha, das próprias associaçõesque não sabem encontrar camin-hos para a sua salvação.

Neste contexto, pergunta-seonde estão os resultados dos en-contros entre os membros do Con-selho das ComunidadesPortuguesas (CCP) e a Embaixadade Portugal representada pelo em-baixador?

Também se pergunta pelas ini-ciativas das duas federações de as-sociações existentes na Alemanha.Que fizeram para terem o direitoem se auto-dominarem federa-ções, isto é, estruturas que congre-gam e defendem supostamente osinteresses das colectividades?.Uma delas, a FAPA, teima desde2005 (!) enviar um questionáriopara as associações com o intuitode fazer um levantamento “paraverificar o número mais ou menoscerto das colectividades existentesna Alemanha”, dizem.

Este trabalho de apurar aocerto o número das associaçõescabe aos consulados. Só eles têmos instrumentos capazes parafazer tal levantamento. Neste pe-ríodo e com esta situação, cabe àsfederações defender os interessesde todas a associações apresen-tando soluções a quem de direitopara salvar o que resta do movi-mento associativo.MS

Movimento associativo vai de mal a piorA primeira associação de vulto a desaparecer foi acélebre Associação Portuguesa em Hamburgo(APH), fundada em 1964 e tida como a primeira co-lectividade de emigrantes portuguesas nos paíseseuropeus que tinham acolhido compatriotas fugi-dos ao país miserável que Salazar patrocinava.

As associações foram e são um importante centro para uma vida social saudável e uma importante bolsa de contactos. Foto tirada numa associação portu-guesa em Hessisch Oldendorf, norte na Alemanha, no ano de 1996. Foto Arquivo PP

O nascimento de indivíduosque tenham direito à naciona-lidade portuguesa devem serregistados no Consulado darespectiva área.O registo de nascimento éfeito por inscrição, mediantedeclaração dos pais, (os quaisdevem estar inscritos nos ser-viços consulares).Se o nascimento tiver ocor-rido há mais de 14 anos, o re-gisto só pode ser efectuadomediante a organização doprocesso de autorização parainscrição tardia de nasci-mento.Documentos a apresentar noscasos mais comuns (pais casa-dos entre si):- Bilhete de Identidade dospais.- Certidão de Nascimento("Geburtsurkunde") dacriança, emitida pelo RegistoCivil ("Standesamt") compe-tente.- Certidão de casamento dospais.- Documento justificativo deresidência (principalmente setiver de ser efectuada a inscri-ção consular dos pais). Observação: noutras situaçõesou em caso de dúvida sobrequais os documentos necessá-rios para o registo da criança,é aconselhável contactar pre-viamente o consulado atravésdo telefone.A presença do registando(bébé) não é obrigatória.Os nascimentos de portugue-ses ocorridos no estrangeirosão registados naConserva-tória dos Registos Centraiscom instalações na:Rua Rodrigo da Fonseca, 1981099-003 Lisboa elef: (00351) 213817600 e213817699Fax: (00351) 213817698

Informação Consular

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PORTUGAL POST Nº 205 • Agosto 2011 Comunidade 9

GENTE

Procuração é o acto pelo qual alguém atribui aoutrém, voluntariamente, poderes de representa-ção.As procurações que exijam intervenção notarialdevem ser feitas de uma das seguintes formas:a) Por instrumento Público (feito no Consulado)b) Por documento escrito e assinado pelo repre-

sentado (com reconhecimento presencial de letra e assinatura) c) Por documento assinado pelo representado (com reconhecimento de assinatura)

IMPORTANTE: as procurações que confiram poderes gerais de administração civil ou de gerênciacomercial; para contrair obrigações cambiais; para fins que envolvam confissão, desistência outransacção em pleitos judiciais, ou a representação em actos que devam realizar-se por escriturapública ou outro modo autêntico, devem ser feitas por uma das formas indicadas em a) ou b).Para esse efeito, torna-se necessário a presença do interessado no Consulado.Documentos a apresentar: - Bilhete de Identidade/Passaporte.- Minuta da procuração (se a tiver).NOTA: é aconselhável a marcação prévia, que poderá fazer através do telefone.

Informação Consular

Í

Procuração

MARIA TERESA ULRICHÉ uma luso-alemã cantora mezzo-so-prano na ópera de Estugarda. A suacarreira está recheada de actuações emomentos de sucesso em alguns dosmelhores palcos de ópera na Alema-nha.Tendo já sido agraciada com a meda-lha de mérito “Portugaleser” , prémioinstuido pelo PORTUGAL POST,Maria Teresa Ulrich, que tem mãeportuguesa e nasceu em Bad Godes-berg, começou por ser uma jovemque começou a cantar numa bandaRock para depois vir a descobrir quea ópera era o seu caminho.

Os cantores líricos portuguesesNuno Dias, Marco Alves dos San-tos e Raquel Alão integraram oelenco da “A Flauta Mágica”, deMozart, que esteve em palco entreos dias 11 e 28 de Agosto em Ber-lim, no Seefestspiele, festival ao arlivre nas margens do lago Wann-see.

Tratou-se de uma mega pro-dução a cargo da encenadoraalemã Katharina Tallbach, e ostrês cantores portugueses foramconvidados pelo director do festi-val Seefestspiele Berlin, ChristophDammann, antigo director artís-tico do Teatro Nacional de SãoCarlos.

A soprano Raquel Alão, quetambém fez parte do elenco do SãoCarlos, até 2010, dividiu um dos

principais papéis da famosa óperado compositor austríaco, a Rainhada Noite, com a canadiana ChelseySchill.

O tenor Marco Alves dos San-tos, que já trabalhou, por exemplo,na Ópera du Rhin, em França, es-teve no papel de Monostatos, o es-cravo de Sarastro que mantémsequestrada a princesa Pamina.

O baixo Nuno Dias foi um dosguardas. O cantor formou-se naUniversidade de Aveiro, e já ac-tuou, entre outras salas, no Teatrode São Carlos e na Casa da Música,no Porto.

A direcção musical foi confiadaà maestrina alemã Judith Kubitz,com a orquestra da Kammeraka-demie de Potsdam e o respectivocoro. Os cenários foram de

Momme Röhrbein e os figurinosde Angelika Rieck.

A nova encenação teve ainda aparticularidade de o papel de Pa-pageno, uma das figuras centraisde “A Flauta Mágica” normal-mente interpretada por um barí-tono, ter sido desempenhado nãopor um cantor lírico, mas por umconhecido actor alemão de teatro,cinema e televisão, GuntbertWarns.

Sarastro, outra das persona-gens centrais da ópera, foi dupla-mente desempenhada pelosbaixos Andreas Hörl e Karl Huml.

Esta encenação de „A FlautaMágica“ teve mais de 250 figuran-tes e um cenário dominado poruma pirâmide de 20 toneladas e18 metros de altura.

Três cantores portugueses integraram encenação de “A Flauta Mágica” em Berlim

Elbatejo é uma associação fun-dada em Hamburgo que nasce apartir do Grupo dinamizador dacultura portuguesa em Hamburgocriado aquando da visita de ex-se-cretário de Estado das Comunida-des para inaugurar as novasinstalações do consulado em2007.

O grupo congregava elementospertencentes a várias organizaçõesculturais da cidade, como porexemplo, a Associação luso-Han-seática, o grupo folclórico Retal-hos de Portugal, Os Lusitanos,Instituto Camões, Caritas, MissãoCatólica, etc.

Nas suas iniciativas, o grupocontava com uma estreita coope-ração com o Consulado-Geral dePortugal e o Museu Etnográfico dacidade.

Como não tinha associados,corpos gerentes e vida associativa,o grupo recebe a sugestão da Se-cretaria de Estado das Comunida-des para mudar de nome, arranjarestatutos e eleger presidente e res-tantes corpos gerentes, “assim,Adelina de Almeida Sedas, com a

ajuda de algumas amigas, inven-tou o nome de Elbatejo”, lê-se noboletim da Associação Luso-Han-seática.

Elbatejo ,- nome que significaa conjugação dos rios Elba e Tejo– que pretende criar a ideia daforte presença da cultura portu-guesa na cidade, será então onome da associação com estatutosaprovados. “Divulgar e apoiar ini-ciativas culturais, estabelecendocontactos regulares com grupos,associações e organismos que con-tribuam para a valorização da cul-tura portuguesa” é aquilo a que sepropõe a Elbatejo.

Sem presidente e sem associa-dos inscritos, a Elbatejo temmembros por convite, como sejamos casos de representantes de as-sociações e instituições, sem es-quecer membros que sãoconvidados a título particular.

O último e grande evento quea Elbatejo levou a cabo foram osDias de Portugal por a ocasião do10 de Junho, iniciativa realizadaentre os dias 4 e 11 do passado mêsJunho no Museu Etnográfico.

Associacão “Elbatejo” impulsiona acultura portuguesa em Hamburgo

O Vice-Consulado em Frankfurtestá sem poder utilizar o correioelectrónico desde o passado dia 15de Julho.

Tal como nos informou umafonte junto daquele posto, “háuma avaria técnica no servidorque não deixa entrar nem sairemails”, o que impede que os fun-cionários recebam e enviememails.

“Voltamos agora ao tempo dosfaxes, o que muito vem complicaro serviço porque muitos númerosde faxes para onde queremos en-viar para Portugal estão errados”,disse-nos a mesma fonte, que nosadiantou que estão à espera de umtécnico de Lisboa para solucionaro problema.

Os emails são nos dias de hojeuma importante ferramenta de co-municação e o posto consular

sente, e de que maneira, a faltadesse meio. “Estamos impedidosnão apenas de comunicar com oscidadãos e o cidadãos connosco,como ainda impedidos de con-tactar via email conservatórias deregisto civil, instituições várias,etc.”, desabafou a nossa fonte.

Resta agora ao Vice-Consu-lado esperar pelo técnico de Lis-boa. O receio é que neste tempo,em que Portugal está a contar ostostões para viver, a vinda dotécnico não se transforme no diade S. Nunca.

“ Os emails são importantespara a vida e bom funcionamentodo consulado e esperemos queesta situação se resolva rapida-mente”, disse-nos a nossa fonte.

Recorde-se que o Vice-Consu-lado tem oito funcionários e servecerca de 25.000 utentes

Vice-Consulado em Frankfurt semEmails volta ao tempo dos faxes

PORTUGAL POSTNº 206 • Setembro 201110 Impressões

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Cumprido para muitos o tempo de férias, talvez o período maisesperado do nosso calendário pessoal, muitos rumam a Portu-gal para “matar saudades” , visitar os amigos, a terra e andarpelo país. Chegados à Alemanha, à terra que também é um pouco nossa,

pensamos no que vimos e sentimos durante a nossa permanên-cia “na santa terrinha”.Pedimos a alguns dos nossos leitores e colaboradores um curtodepoimento sobre as suas impressões sobre Portugal emtempo de férias.

Impressões sobre em Portugal em tempo de férias

Portugal, tão dis-tante no tempo e tãolonge do meu dia-a-dia. Aqueles novedias que por lá passeijuntamente comparte da minha famí-lia, aliviou um poucoeste estado de espí-rito e ajudou a reen-contrar-me com um

Portugal que aprendi a julgar à distância. Nessa primeira semana depois da ida às urnas,

em pleno período de ressaca eleitoral e da expecta-tiva criada à volta do caráter milagroso do próximogoverno a formar, pareceu-me, que grande partedos meus concidadãos já estava habituada à lenga-lenga da praxe e, que por isso se dedicavam de-spreocupados às coisas mundanas. As lojas,supermercados e cafés continuavam a ser frequen-tadas com assiduidade do costume, nas bombas degasolina havia filas, a linha verde continuava a serutilizada nas autoestradas. E na televisão dos cafése coletividades passa o futebol e as reportagens emdireto sobre acidentes de viação ou mesmo ao vivodurante um fogo na floresta.

Mas também me apercebi que as listas de esperapor uma intervenção cirúrgica já não eram tabu eque as receitas médicas só eram levantadas parci-almente na farmácia e que os depósitos dos carrosjá não eram cheios a atestar.

Falava-se de crise, como se se tratasse duma do-ença passageira. Se não fosse o acontecimento felizque me lá levou, o casamento da minha irmã, teriatido com certeza dificuldade em considerar esta vi-sita um reencontrar com o meu Portugal, principal-mente depois de serem conhecidos os resultadoseleitorais naquele domingo de 5 de Junho de 2011. Arménio Fortunato,Seelow Proprietário da agência de publicidade“Fortunato Werbung”

Visita de médico

Para lá somos atraídospela família e amigos.O Verão no nosso Paísconvidativo para recar-regar baterias que pos-sam fazer frente ao frioInverno da Alemanha.

Quanto ao Paísque encontrámos, devo

dizer que mais uma vez me senti baralhado. Aolongo do ano andamos a ouvir falar de um País emcrise, com muitas dificuldades, muito desempregoe de uma „geração à rasca“. confesso no entantoque quando chego fico com a impressão que defacto esse País em crise não existe ou então queaqui se vive muito acima das possibilidades. Como andar dos tempos vamo-nos apercebendo da ver-dadeira realidade do nosso País. Uma grandemaioria dos nossos compatriotas vivem mesmo emcrise e com muitas dificuldades. Há no entanto al-guns que nos fazem criar a impressão de que sevive num País de maravilhas. Para esses, uma mi-noria que vive à conta da desgraça dos outros, nãohá crise. Entretanto, mesmo com tanto sacrifíciopara a maioria do nosso povo, o País não pára dese afundar por causa desses que vivem acima dassuas possibilidades. Para nós, emigrantes reforma-dos da Alemanha, férias no nosso País começam atornar-se demasiado caras. Apenas fica o prazer doencontrarmos os nossos familiares e amigos. José Eduardo, Frankfurt

Quando se chega não se notaa crise A terra onde nasci,

que trago sempre nomeu coração apesar,ou se calhar até pelofacto de ter passado amaior parte da minhavida naAlemanha. Uma sau-dade de conhecer me-lhor o meu país

levou-me a vir viver para cá. Para Lisboa, uma dascidades mais mágicas que conheço, a minha paixão.

Passei então a ver Portugal sem os famosos ócu-los “cor de rosa” como se diz em alemão. Vejo oPortugal turístico, fascinante e moderno, vejo aspessoas humildes, generosas, prontas a ajudar emqualquer lugar e qualquer pessoa, saibam falar alíngua ou não. Nada se torna em obstáculo. Há umPortugal muito rico. Rico em beleza e valores, cujopovo agora sofre sob erros cometidos no passado.Mas também isso vai ser ultrapassado.

Quer costa quer interior, há cidades e paisagensdeslumbrantes de mãos e braços abertos para acol-her todos aqueles que por cá queiram passar... ouficar. Portugal tem a vontade e o potencial paragrande desenvolvimento, mantendo a sua tradiçãoe a sua alma única.Telmo Pires, Berlim e Lisboa

A terra onde eu nasci

Passei as minhas férias com omeu marido no período de 25de Julho a 11 de Agosto, indodaqui da Alemanha com des-tino ao Porto.

Visitámos Porto, Coimbra,Aveiro, Braga, Valência, Vianado Castelo e Guimarães.

Em todas estas cidades nãoencontrei nada que dissesse

que o país está em crise: praias cheias, restaurantes e centrocomerciais apinhados de gente para consumir e comprar.Portanto, nada diferente devido à crise.

Perguntamos a algumas pessoas residentesnessas cidades se estavam contentes ou se sentiam aus-

teridade, “não”, diziam, para já não tinham reparado emnada.

A minha opinião é que devemos passar férias no nossopaís. Para além de ajudarmos, é muito bom e tem coisaslindíssimas para visitar.

Eu não abdico de lá ir três vezes por ano, e como nóscerca de 80% das pessoas que aqui abordamos são damesma opiniãoMaria do Céu, Mainz

Não vi crise nenhuma

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 11Impressões

Neste país do pouco. Neste país do muito. (Manuel Alegre)

Aterro neste país em inho queserá no atlas apenas retânguloestreito debruçado sobre omar, mas que é o meu. Havía-mos sobrevoado linhas deareia ao longo do Tejo, maisareais para o sul, tarde de solesplendorosa, de agosto, nãodemasiado quente, recebe-nosa brisa marítima que irá refres-car-nos as noites. As primeirashoras são de beijos e abraços,de conversinhas a pôr em diado que ao telefone ficou esque-cido e logo entrar em cabelei-reiro, lugar da fruta, lojeca deeletrodomésticos. O tempo es-corre tão devagar, ninguémdiz, desculpe, tenha paciênciaagora não pode ser. Tudo feitomorosa e amorosamente comose fôssemos parentes queridos,quer se trate de arranjar as so-brancelhas ou de escolher ummelão maduro. Depois há ser-viços que nem pagos são,quanto devo? Um bom diabasta. Mas estivemos ali meiahora a ouvir explicações e con-selhos. Isto à potência, no meupaís em inho, temos os favoresmultiplicados mas nuncapagos. Se o país pouco produze nada exige por serviços –porque não é serviço, é apenas

um favorzinho - onde irá entãobuscar os proventos?

No meu país em inho ban-cos e hipermercados financiamfestivais, eventos, espetáculos,monstros insufláveis no meiodo Rossio, em agosto andamtodos numa boa e, havendogostos para tudo, as ofertas va-riam entre noites de fado emespaços lindos e publicidadeagressiva a créditos e emprés-timos. Subo escadinhas até àigreja de São Roque. O altar deSão João Baptista, em reforma,está a ser limpo, a talha dou-rada, o lápis-lazúli, a riquezadescomunal que Dom João Vmandava vir das minas brasi-leiras e enterrava em templospara alegria do clero e prestígiopróprio. O que seria do país seesse rei – que ficou na históriacomo o magnânimo – tivessemetido as toneladas de ouro nodesenvolvimento do país, naagricultura, na educação, naindústria e técnica que come-çavam a desenvolver-se naEuropa setecentista?

À beira-rio ouço o que mecontam, dos jovens que par-tem, não já os filhos da terra,sem estudos nem posses, agorasão os formados e com futurono papel que desistiram destepaís em inho e se vão, engen-heiros, médicos, gestores.Quem fica fala muito, vai à te-levisão e consegue discutir du-rante toda uma manhã aefeméride de 60 anos de bi-quíni. Mesmo assuntos maissérios, crises, mudanças, sacri-fícios, tudo se empacota emverborreia como se debates,entrevistas, falatórios infindá-veis, uns até com acerto eaprumo, resolvessem o desreg-ramento geral. A palavra crisesalta de boca em boca, a classe

média tremelica e procura su-perar, a nível privado, o mo-mento crítico. E verifica-se quetalvez nem mude tanta coisaassim; rico continua rico e atéganhará com tudo isto, os ca-renciados, indigentes, pobresde pedir, 18% da populaçãoportuguesa a viver abaixo do li-miar da pobreza, esses conti-nuam como estão ou piorammesmo. Não fomos sempre umpaís de pobrezinhos, „Armen-haus“ da Europa, epíteto de al-gumas décadas na imprensaalemã?

Mas o meu país em inho in-clui outras paisagens, passeioao norte, quinta no Douro quecontinua a produzir um vinhoverde excelente e produtos quenos chegam às refeições emforma de belas saladas, frangosguisados e marmeladas gosto-sas. Nadamos no Douro e seusafluentes, recantos em mar-gens de vinhas, arvoredos e es-carpas. Rio vital que osincêndios destes dias muitoquentes cobrem de nuvens ne-gras e que nos assustam umpouco. Este país em inho éreal, laborioso, movimentadosem stresse urbano e – bemhajam autarquias inteligentese alguns dinheiros investidos àlarga – também asseado, arru-mado, produtivo e atraente.Quantas potencialidades a de-senvolver no meu país eminho, quanto encanto. Apro-veito-lhe as graças, as benessesdos dias soalheiros, das noitesfrescas e das manhãs lavadas eos bens da amizade e da alegriados reencontros. Mais uma vezlevarei no bolso o meu país eminho, de regresso ao dia a diaoutonal.Luísa Costa Hölzl, Munique

No meu país em inho

Encontrei-me em Portugal,respectivamente em Lisboa,e no litoral do Baixo Alen-tejo, na minha aldeia, aquem chamam de nova, mastem o nome de Bemposta, adois quilómetros de Ode-mira durante o mês de Maio.Em Lisboa apesar da po-breza que por lá gira não en-contrei mais pedintes do queaqui por Nuremberga, ci-dade onde eu vivo. O mer-cado automóvel continuavaem muito boa forma. Sa-bendo nós em que situação opaís se encontra, só possoresumir que o povo portu-guês sabe esconder muitobem a miséria. Somos umpovo católico com espíritocalvinista. Encontrava-meem Lisboa pelo Santo Antó-nio e andei pela Mouraria,era um mundo de gente, nãosó a passear como também acomer e a beber. Ouvi naRTP da boca de um vende-dor de sardinhas que nuncatinha vendido tanto e quenunca tinha visto por látanta gente desde que co-nhece os santos populares.Contudo toda a gente se la-mentava, e ouvi da boca devárias pessoas empresáriasde pequenas empresas, al-gumas atingidas pela crise,que as formas de adminis-tração aduaneira ajudam alevar algumas firmas à falên-cia. Os médios e pequenosempresários que têm a vercom a exportação e a impor-tação têm um grande sonho“o bom funcionamento dosserviços alfandegários”.

Na minha aldeia, isto é,uma aldeola, que era umadas mais pobres do nossopaís, miséria não vi, po-breza no vero sentido da pa-lavra não existe. Mas oreceio que ela possa vir achegar já paira pelo ar!Maria do Rosário LouresNuremberg,

As minhas fériasem Portugal

Barry Hatton vive em Portugal há quase 25 anos. Correspondente da Associated Press em Portugal, ojornalista britânico revela no livro Os Portugueses aquilo que somos enquanto país e enquanto povo.Pelo menos aos olhos dos estrangeiros.No livro "Os Portugueses", Hatton relembra os principais momentos históricos que marcaram a nação,desde o período áureo dos Descobrimentos aos anos governados por Oliveira Salazar, sem esquecer apela peculiar relação com Espanha, e termina com uma análise sobre a modernidade.«A minha intenção é lançar algumas luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossin-crasias que tornam único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações, fazendoo levantamento do caminho histórico que levou os portugueses até onde estão hoje.», avança o autor nanota prévia da obra.Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os vários estereótipos que(ainda) reinam além fronteiras são abordados e apresentados através de episódios vividos pelo autorou por pessoas que lhe são próximas. De leitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeiraalma lusa, portugueses ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de forma apaixonadapor um dos correspondentes mais antigos da imprensa internacional no nosso país.

Os PortuguesesAutor: Barry Hatton Preço: € 29,00

Portugal, visto por Barry Hatton, um inglês que escreveusobre nós e que vive no nosso país há 25 anos.Cupão de encomenda na página 19

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PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011Cultura12

Venda ao Domicilio e fornecimento de toda a pastelaria portuguesa para restaurantes, pastelarias, cafés, eventos, público, etc.

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O PORTUGAL POST está à venda em cerca de 300 postos de venda em mais

200 localidades alemãs.O porta-voz da comunidade portuguesa na Alemanha

Quem não possui um computa-dor ou um destes moderníssi-mos aparelhos a que deram onome de iPad não pode, eviden-temente, participar nas redessociais. Chama-se rede mas redenão é. Pois têm a habilidade dese fazer e desfazer rapidamente.Muito embora um dos princí-pios da rede seja a sua aberturae porosidade, por ser uma liga-ção social, a ligação fundamen-tal entre as pessoas dá-seatravés da identidade. Os limi-tes das redes não são um limitefísico, mas um limite de expec-tativas, de confiança e lealdade,o qual é permanentementemantido e renegociado pelaredes de comunicação. As redessociais podem operar em dife-rentes níveis, como por exemploredes de relacionamento (Face-book, Twitter ou outras). Exis-tem também redes profissionaiscomo por exemplo o LinkedI.

A mim, como emigrante,esta forma de rede veio influen-ciar grandemente a minha vidae realização pessoal. Se há unsvinte e oito anos eu era absolu-tamente contra a computoriza-ção, recusando-me a aprender alidar com um computador, hojeestou muito feliz pela sua exis-tência, pois sem computadoresnão existiriam as redes sociais.

Através de uma rede socialreencontrei grandes e boas ami-gas e o tu por tu com a minhalíngua materna. Em mil nove-centos e noventa e oito publi-quei um livro de poemas, aquina Alemanha, que escrevi emalemão, no qual se encontravaum poema com esta estrofe:

traí-te hoje danço com ela a minha valsamas a ti língua do meu berçocontinuo a amar

Era o meu sentimento deculpa por escrever na língua deGoethe e não na língua de Ca-mões, que também é a minha.Quando escrevia o que me ia naalma, quando escrevia algo queobservava e tinha logo que pas-sar para o papel escrevia na lín-

gua que tinha nos ouvidos ouque os meus olhos estavam ha-bituados a ler. Através de umarede social e o contacto diáriocom os meus amigos, reais ouvirtuais recomecei a escrever nalíngua portuguesa para grandefelicidade do meu ser. Escreviapoemas, publicava-os na rede,lia os comentários e até vim aser convidada por uma editoraportuguesa, para a publicaçãodos mesmos.

Contudo a vida social na In-ternet não apresenta unica-mente aspectos positivos.Existem pessoas completa-mente dependentes desta tecno-logia, pessoas que não sabemseparar a vida virtual da vidareal. Pessoas existem que per-dem o contacto com o mundoreal, já que por vezes é maisfácil desabafar com alguém amuitos quilómetros de distânciado que com alguém que está aoseu lado. Na emigração umaferramenta muito útil paraaqueles que não são senhores,ou senhoras da língua do país deacolhimento, mas na maiorparte das vezes são mesmo essaspessoas as quais não têm qual-quer conhecimento ou possedos meios para entrar neste tipode vida social. Principalmenteos jovens, que já nascem e cres-cem com essa abundância de in-formações e novidades semdevido acompanhamento ten-dem a tornar-se depressivos,com medo de se expressaram nomundo real, já que muitas vezesé mais fácil abrir-se com alguémdo mundo virtual do que domundo real.

Não se deve colocar a nossavida toda no perfil da rede so-cial. Ter-se falado demais nosperfis da rede, até pode levar àperda de emprego, através dedesvios de comportamento, poisactualmente as empresaspodem controlar o nosso dia-a-dia “on line” .

O que prometia ser uma fer-ramenta revolucionária paraaproximar as pessoas, muitasvezes pode ter o efeito reverso.Maria do Rosário Loures

As Redes Sociais na Internet

Não há bela sem senão

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 Acordo ortográfico 13

Como costuma adquirir o jornal?p Sou assinante p Compro no quiosque

Se não costuma comprar o jornal, onde o lê? p Na associação p No Restaurante /Café p Por empréstimo

Como conheceu o jornal?p Recebi em casa uma oferta p Não associação p No quiosquep Na internet p No consulado p Através de amigo/ap Outro meio

Acha a periodicidade actual do jornal a mais adequada?p Sim p Não, preferia: p Quinzenal p Semanal

Como qualifica o conteúdo do jornal?p Muito bom p Bom p Nem bom nem mau p Mau p Muito mau

Quais a rubricas que costuma ler?p Editorial p Nacional e Comunidades p Cultura p Comunidades Alemanha p Entrevistas p Economia p Opinião p Socie-dade p Consultório p Assuntos Sociais p Astrologia p vidas

Em sua opinião, sobre quais os assuntos/temas que gostaria de ver publicados jornal?

Costuma interessar-se pela publicidadepSim p Não

Se sim, que publicidade lhe interessa?

Ajude-nos a melhorar ! Dê-nos a sua opinião

Está satisfeito com o jornalp Sim p Nãop Penso que poderia melhorar em áreas como....

Pensa que o jornal poderia também publicar textos em Alemão?p Sim p Não p Indiferente

Que outros jornais portugueses costuma ler?

Interessa-se pelo serviço de vendas de livros do Jornal?p Sim p Não

Que tipo de livros gostaria de comprar através do jornal?p Romances de autores nacionais p Romances de autores internacionais p Culinária p Dicionários p Livros infantil/juvenilp Genéricos (orações, etc)

Costuma consultar o sitio do PP na internet?p Muitas vezes p Poucas vezes p Nenhuma vez

Se é assinante, acha que o preço de assinatura é p Caro p Barato

Nome

Morada

Cód. Postal Cidade Estado

Idade Estado Civil Profissão

Telefone E-mail Nacionalidade

Tempo de permanência na Alemanha anos

INQUÉRITO • PORTUGAL POST • INQUÉRITO

$

O PORTUGAL POST continua a publicar um inquéritojunto dos seus leitores cuja única finalidade é tornar estejornal mais próximo dos interesses de quem o lê. Ao preen-

cher o inquérito, o leitor está a ajudar-nos a melhorar o nosso trabalho e a contribuir para reforçar

a nossa missão enquanto porta-voz da Comunidade luso-alemã .Por isso, ficamos muito gratos pelas contribuições de todos quantos queiram preencher o inquéritoque será para nós de muita utilidade para assim prestarmos um melhor serviço e uma mais útil in-formação. Obrigado pela ajuda.

A sua opinião é muitoimportante para nós.

Ensinar as principais alteraçõesdo novo acordo ortográfico en-quanto se toma um café é o ob-jectivo dos pacotes de açúcarpostos no mercado por umamarca de cafés, ao abrigo de umprotocolo com o Ministério daEducação.

A iniciativa surge na alturaem que o acordo ortográfico vaiser aplicado no sistema educa-tivo, no ano lectivo de2011/2012, conforme resoluçãoaprovada pelo anterior Go-verno e confirmada pelo actualsecretário de Estado da Cul-tura.

Ao contrário do que nor-malmente acontecia, algunsclientes que agora vão tomarcafé não deitam fora as cartei-ras de açúcar, mas guardam-nas no bolso, porque podemconstituir “excelentes auxiliares

de memória”.“A partir de agora, vou levar

as carteiras para casa. São prá-ticas, claras e podem dar muitojeito”, atirava um professor quetomava um café em Barcelos.

O proprietário do café ga-rantiu que já tem vários clientesa fazer o mesmo e que algunslhe pediram para guardar ascarteiras, para juntarem “a co-lecção completa”.

Outros clientes não as guar-dam mas “espreitam-nas” antesde as deitarem para o lixo,sendo que, por vezes, algumaspalavras, como “teto”, conse-guem substituir o futebol comotema principal das conversasde café.

A Delta Cafés, ao abrigo deum protocolo celebrado com oMinistério da Educação, pôs nomercado pacotes de açúcar em

que se dá conta das principaisalterações na escrita do portu-guês.

Constituída por 10 saquetasdistintas, esta campanha arran-cou em Agosto e vai prolongar-se durante três meses.

As carteiras ensinam a novagrafia de algumas palavras nor-

malmente muito usadas nas es-colas, como óptimo, extracurri-cular, autoavaliação, ata,redacção ou pré-escolar.

“O comboio que vai para oPorto não para no Entronca-mento” é uma das frases inscri-tas nas carteiras, para lembrarque, a partir de agora, o verbo

parar no presente não levaacento agudo.

As carteiras ensinam aindaque o país Egito perdeu o “p”mas os seus habitantes conse-guiram segurá-lo, pelo que con-tinuam a ser egípcios.

De resto, apresentam umasérie de palavras que perderama consoante muda, como espe-táculo, rececionista e coleciona-dor.

Uma atenção especial é de-dicada à não aplicação do hífen,com exemplos como autorrá-dio, suprassumo, megacon-certo, coautoria, fim desemana, hei de, cor de vinho oucaixa de óculos.

Menção ainda para uma pa-lavra que sofreu duas altera-ções, passando de“peremptório” para “perentó-rio”.

Tomar um café e aprender nos pacotes de açúcar a nova grafia do português

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 20111414

IO futebol a unir - nos num abraçosem distancias

Em Maputo, numa noite, en-quanto o sono teimava a invadir-me,eis que uma enorme tempestade dechuva invadiu o silêncio da noite,que prometia ser tranquila. Passadosalguns minutos, lá pela meia-noite,eis que o barulho ensurdecedor dosmotores se multiplica na rua. Os car-ros buzinavam, parecendo pedir so-corro. “Bom, são os bombeiros alibertarem as caves das chuvas” pen-sei eu, envolvido nos cândidos len-çóis. Na manhã seguinte,preocupado, pergunto ao amigo esempre solicito P. Xavier, superior dacasa, se a nossa cave estaria tambéminundada e se era necessária a minhaajuda para a libertarmos.

Olhou-me nos olhos e, sorrindode contentamento, comunicou-meque a vizinhança saiu em peso à ruapara confraternizar e saudar a vitóriado FC Porto. Era a alegria da vitóriaantecipada. Fiquei estupefacto. Masserá possível? Tão longe, outro povo,outra cultura... e tão unido e ferrenhodo FC Porto? “Não só o FC Porto,mas o Benfica tem também aquimuitos adeptos”, acrescenta o bon-doso anfitrião, dilatando o seu rego-zijo, não fosse ele também umadepto ferrenho FC do Porto. Deixe-mos o desporto de lado, pois comoSportinguista nato só poderei viverna paciência e na esperança... equanta! Mas a lógica Sportinguista édiferente e isto me consola! A vida étambém sofrimento e luta. Estas pro-vocam o aumento da capacidade deresistência e conduzem à vitória quepode ser sinónimo de felicidade.

IIO mar extenso que nos quer abraçar

No passado domingo estivemosna Costa do Sol. Afinal fica mesmosobranceira à casa onde me encontroalbergado, ao lado do jardim dos na-morados. Convidei a comunidadepara almoçar no restaurante “Mira-

mar” mesmo em frente ao aprazívelOceano Indico, cujas areias brancasda praia se estendem quilómetrossem fim. Convém salientar que osportugueses estão muito bem repre-sentados na restauração. Na Baixa deMaputo, núcleo cultural e cartão devisitas da cidade, abundam restau-rantes lusos e alguns de requinte, amaior parte para clientes selectos.Pedimos um prato de marisco va-riado, o que aqui não falta e a preçosinvejáveis. O vinho verde bemfresco, uma „Lagosta“ acompanhou-nos e bem, neste fraterno conví-vio. No fim, como que a bafejar anossa presença, a música ao vivo,com adaptação africana das nossasmúsicas populares que deixam sau-dade, invadiu alegremente estes aresaprazíveis. Abandonamos o am-biente que entretanto tinha aquecidoainda mais com a assalto perpetradopor gente jovem com o intuito dumpé de dança ritmada.

Empreendemos a viagem de re-gresso a casa, aproveitando para vi-sitar aqueles lugares onde os nossoscompatriotas no seu tempo costuma-vam libertar-se e fortalecer-se doestresse semanal. Foram quilómetrosde estrada, onde o alcatrão deixa debrilhar pela sua ausência. Os buracosvão sendo tapados com a terra bar-renta e vermelha, típica da zona. Aágua, que de vez em quando cai àsenxurradas, vai empurrando a terra,dando origem a buracos que mais separecem a crateras. É necessária umagrande gincana para poder avançar.Faz lembrar os batuques das tribosafricanas ou indianas, que vimosainda nos filmes. O motor e a velo-cidade são o rufar dos tambores.

A marginal está repleta de peque-nas barracas, feitas com chapas dezinco, cartão e madeira que a idadeesqueceu e sol intenso queimou. Ca-misas, calções de cores vivas, feitosde capolanas e não só, sapatos, san-dálias e toalhas, como bandeiras des-fraldadas ao vento, sobressaem no arunidas por grandes cordas atadasduma arvore à outra. De tudo sevende, mas sobressaem as roupas ecalçado usados. É a “calamidade”,

como chamam a estes produtos, frutode peditórios efectuados um poucopor toda a Europa.

Móveis de esteira, num arealenorme, como se de enormes tapetesse tratasse, formam exposições que ocomerciante tenta vender ao trans-eunte que, sem pressas, deambulapor todo o lado. Este tipo de comér-cio é geralmente dirigido aos poucosturistas Europeus, Sul Africanos oudo Zimbabue. Abastecer-se neste co-mercio de rua, não é fácil. É neces-sária muita astúcia e saber. Astransações de mercadorias têm assuas regras. De forma alguma sepodem aceitar os preços que pedem.O regateio faz parte do negócio.

IIIAs novas seitas invadem a orla marítima

É nesta zona que, aos sábados, ospastores de diversas seitas se juntampara baptizar nas águas mornas desteimenso mar os seus novos fiéis. Pe-quenas ilhas brancas podem ver-seespalhadas pela praia e pelo mar den-tro. São os pequenos grupos de fiéisque testemunham o acto de iniciaçãoà seita ou movimento de sincretismoreligioso. Em Moçambique, comoquase em toda a África, este é umcampo fértil.

É muito notória apresença decurandeiros, também apelidados demédicos tradicionais ou astrólogos.Os cartazes e folhetins propagandoeste novo e antiquíssimo negócioestá presente por todos os cantos epor todos os bairros e aglomeradoshumanos. A falta de médicos égrande! Estes médios são oriundos,geralmente, dos grandes lagos, nocentro do extenso continente afri-cano. O típico curandeiro moçambi-cano ainda não possui essas técnicasmodernas para dar publicidade aopoder que dizem possuir. São ávidosdo parco dinheiro deste povo. Feiti-çarias, Impotência sexual, esterili-dade, fraca memória, libertação dosódios, do mau olhado... de tudodizem curar, excepto da sida comorezam alguns cartazes espalhados

pelos bairros. A imensidade do marcom os seus segredos a implorar oinfinito, a sua potência, o desconhe-cido, aliado à afluência constante detanta gente nestas paragens, e aamena temperatura, facilitam-lhes oritual, fortalecendo o poder que jul-gam possuir.

As Testemunhas de Jeová escol-heram também este local para o seuseminário, um complexo de prédiosmodernos rodeados por um muroquase intransponível, recém-pintadode azul a parecer um antigo quarteloutrora habitado pelas tropas colo-niais.

A escola privada portuguesa nãofica longe deste bairro da Costa doSol. Nas traseiras desta escola ficaum bairro dos trabalhadores, o bairroda Costa do Sol, que diariamente, aoraiar da manhã, saem como formi-gas, para os seus diversos lugares deserviço e de trabalho na capital. É aperiferia que se desloca diariamentepara o centro!

Passamos pelo conhecido mer-cado do peixe, apinhado de gente quedeambulava alegremente, mas infe-lizmente não tivemos ocasião de vi-sitar e de o desfrutar. É um lindoespaço onde se compra o peixe abom preço e ao lado se pode pedir,nas inúmeras barracas, resguardadaspor frondosas e sombrias árvores,para assar a preço do consumo dasbebidas.

Continuando no nosso jipe, umNissan de caixa aberta com a frentebem resguardada por uma fortegrelha de ferro, no regresso a casa,passamos pelas vilas e palácios dosdiversos embaixadores e dos repre-sentantes dos organismos internacio-nais. Sempre bem guardados pelossempre presentes seguranças priva-dos. Muitos até impondo uma armapara angariar o respeito do transeuntemenos cauto. É só fogo de vista, poisse te aproximares e iniciares umaconversa eles acolhem-te com muitasimpatia. Sentes-te bem e seguro,apesar da farda impecável das coresmilitares. A segurança é enorme, nãosó nestas casas. Quase todas as casassenhoriais, comércios, serviços, têm

seguranças privados de dia e denoite. Ao verem que somos europeusnão tardam em estender a mão. Osordenados são tão baixos, varia 50aos 70 € semanais que, apesar daenorme ginástica não conseguemconduzir convenientemente o barcofamiliar.

As noites aqui são curtas e já senota, no horizonte, as cores quentese típicas do raiar da manhã, nestesmares imensos! A rua já começa aencher-se de ruídos próprios de quemtrabalha! Como se vê há muito querelatar! Já não vou contar, por agora,a ida ontem a Catembe...só levantoum pouco o véu. O quilo de camarãocomprado ao pescador, com quemfalei na praia, custa 150 Meticais, ouseja 3,00 €.

IVNa bacia de Catembe e a despedida saudosa

O encontro alegre com o guitar-rista ceguinho no cais, de terra batidae rodeado de barracas, nunca esque-cerei. Dei, juntamente com ele, asasà música popular portuguesa, can-tando em duo, provocando, destemodo, um convívio luso - moçambi-cano. Formamos em pouco tempo,um coro não programado, onde asemoções e a história passada se fun-diram com ritmos de saudade. Era oúnico branco no meio dessa pequenamultidão! Senti-me em casa, semdistancias geográficas e culturais! Ahistória parecia ter travado com a re-volução.

Despedi-me dessa boa gente le-vando um premente pedido do Sr.Anacleto. Dar um grande abraçoàquela que foi a sua professora na es-cola de cegos, à Sra Celeste, que,estando ainda viva, residiria alguresnos arredores do Porto. Quem sabese o PORTUGAL POST não se fazeco deste pedido?

Cheguei a casa com o coraçãotransbordante de satisfação...afinalPortugal continua presente naquelescorações simples e ávidos dum ver-dadeiro abraço luso. É a língua, ahistória comum e até o desporto e amúsica nos faz irmãos.

Algumas impressões sobre uma viagem a MoçambiqueComo o nosso enviado viu e sentiu a ligação dos moçambicanos a Portugal

O velho Lourenço matando saudades Portugal e dos portu-gueses com a música popular em Catembe

Ainda no bairro Xipamanine, bem perto do Aeroporto de Ma-puto como ajudante de cozinheiro

Restos de edifícios deixados pelos portugueses hoje em estadode degradação

Reportagem

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 15Sociedade

Sete euros e meio pelo aluguer dofrango, mais uma nota de cinco parao banheiro: foi esta a “fatura” pagapor aqueles que se submeteram ao tra-tamento “receitado” por S. Bartolo-meu para afastar medos e esconjurardiabos.

É o chamado “banho santo”, umatradição que se repete a 24 de Agosto,pelo menos desde 1566, em S. Barto-lomeu do Mar, Esposende, e que, se-gundo a crença popular, “é altamenterecomendável” para livrar as criançasde maleitas como medo, gaguez, gotaou epilepsia.

Afastar más influências e escon-jurar todas as doenças e malefícios dodiabo são outras das “indicações” da-quele banho.

O filho de Manuel Barreto “temalgum atraso na fala” e o pai decidiu,este ano, submetê-lo ao banho santo.

“Como isto é tradição, vamosbotá-lo à água, a ver”, explicou.

Ao lado, uma mulher fazia filapara também levar ao banho os seusdois filhos, de quatro e oito anos.

“Têm vários receios, medos a ani-mais, à água do mar. Várias fobias.Por isso viemos cumprir a tradição etambém com um bocadinho de fé,para ver ser isto resulta”, referia amãe.

No local, dois banheiros de servi-ços, identificados pelo fato oleadoamarelo, cobravam cinco euros porcada banho.

Em tempo de crise, o preço afigu-rava-se “proibitivo” para algumas car-teiras, pelo que alguns pais e avósdecidiram dar o banho santo às crian-

ças.“São cinco euros fáceis de pou-

par, e aposto que sendo eu a dá-lo, obanho ainda é mais santo”, brincavaum avô.Mesmo assim, José Ramiro,58 anos, banheiro desde os 17, não sequeixava da falta de clientela.

“Aqui não chega a crise. Isto éuma tradição, uma vez por ano. E,ainda por cima, hoje a água está boa,mesmo boa. Um espectáculo”, garan-tia.

Mas, antes do banho, o „trata-mento“ de S. Bartolomeu obriga a quecrianças e respectivos dêem três vol-tas à capela da freguesia, carregandofrangos pretos.

Para “facilitar a vida” aos devo-tos, a comissão de festas instalou noadro um galinheiro, com frangos paraalugar, mas nem todos pretos, “queencontrá-los não é fácil”.

“O S. Bartolomeu vai ser benevo-lente e não será certamente por causa

da cor do frango que deixará de dar asua bênção”, atirava um membro dacomissão.

O problema é que o aluguer cus-tava sete euros e meio, o que fez “es-morecer” a fé de muitas pessoas.

“Com sete euros e meio vou masé comer um frango de churrasco, issosim”, referia um popular.

Outros, mais prevenidos, trouxe-ram o frango de casa.

Cumpridas as três voltas, os fran-

gos são devolvidos ao galinheiro para,mais tarde, serem vendidos em leilão,cuja receita ajudará a custear a festa.

Pais e filhos entram depois notemplo, para passarem por debaixo doandor de S. Bartolomeu, sendo opasso seguinte a bênção da criança„doente, ou que se teme venha a ficardoente“, missão que fica a cargo deum membro da comissão de festas,que lhe encosta à cabeça uma pequenaréplica da imagem do santo.

Tradição:

Receita“ de S. Bartolomeu para afastar medose esconjurar diabos custa 12,5 euros

O número de pessoas que procuraajuda para comer aumentou entre 20a 30 por cento em Portugal desde2008, altura em que a situação econó-mica piorou, disse o vice-presidentedo Centro de Apoio aos Sem-Abrigo(CASA).

Apesar de os “tradicionais sem-abrigo, que dormem na rua”, nãoterem aumentado, nota-se “um au-mento grande nas famílias e pessoascarenciadas”, avançou Nuno Jardim.

“A maior parte são pessoas queestão sozinhas, perderam os empre-gos, têm dificuldades financeiras evão pedir ajuda para tomar uma refei-ção”, explicou, sublinhando que “oconceito de sem-abrigo, de acordocom o plano nacional, engloba essassituações”.

Admitindo ser muito difícil con-tabilizar os sem-abrigo, até porque“conseguir recolher informação écomplicado, porque eles mudam

muito de local”, Nuno Jardim refereque, pela observação possível, o nú-mero de pessoas que pedem refeições“aumentou à volta dos 20 a 30 porcento” desde 2008.

“Notamos esse aumento das difi-culdades desde 2008”, adiantou,acrescentando que “este ano têm apa-recido mais pessoas, mas é já resul-tado dos outros anos”.

A região mais afectada é, segundoeste responsável, o Algarve porque,“só por si, já é uma região pobre”,sendo que o “distrito de Faro” foi oque registou um crescimento maiordestas situações.

O principal motivo que as pessoasalegam para pedir refeições às organi-zações de solidariedade é o desemp-rego, mas nem sempre.

“Há pessoas que têm emprego eum teto onde viver, mas o dinheiroque ganham vai todo para a casa oupara o quarto e acabam por não ter

dinheiro para mais nada”, referiu.“Depois também há questões de

estrutura familiar que se desfaz total-mente e algumas pessoas não conse-guem aguentar e vão parar à rua”,afirmou Nuno Jardim.

Também o presidente da Cais,Henrique Pinto, admite não conhecero número exacto de sem-abrigo emPortugal, até porque “muitas vezes acontagem é feita a partir dos al-bergues e dos quartos pagos pela Se-gurança Social ou pela Santa Casa daMisericórdia, mas há um grande nú-mero de pessoas que vive em casasabandonadas, devolutas e pessoas quevivem de facto na rua”.

Os órgãos de comunicação social“falam em 3.000 em Lisboa e cerca de2.000 no Porto mas não há dadosactualizados e rigorosos”, ressalvaHenrique Pinto.

O responsável lembra que noPorto, ao abrigo da estratégia nacional

de apoio à população sem-abrigo,conseguiu-se retirar das ruas cerca demil pessoas nos últimos dois anos.

Ainda assim, Henrique Pinto re-conhece que tem notado um aumentode carenciados.

“A classe média é a que mais temsofrido. Aqueles que já viviam na rua,agora têm uma sopa a menos, mas jáeram pessoas numa situação de po-breza severa. Agora quem perdeu otrabalho, tem filhos, uma casa parapagar, não consegue viver”.

Os problemas familiares são tam-bém a razão apontada por Isabel Tei-xeira, técnica da Legião da instituiçãode solidariedade Boa Vontade, noPorto.

“Um dos motivos principaisprende-se com problemas familiares,divórcios, morte de progenitores.[quando] Há uma rotura com a famí-lia”, explicou.

Depois não têm rendimentos

fixos nem certos, há muitos quefazem biscates ou arrumam carros oubeneficiam do rendimento social deinserção ou de reformas.

Ainda sem números relativos a2011, a Assistência Médica interna-cional (AMI) contabilizou em Portu-gal 12.383 pessoas em situação depobreza no ano 2010, o que repre-senta um aumento de 32 por centoface ao ano anterior.

Destas, 1.821 pessoas encontra-vam-se na situação de sem-abrigo,mais 13 por cento que em 2009.

A população sem-abrigo divide-se, de acordo com a Federação Euro-peia de Organizações Nacionais queTrabalham com Sem-Abrigo (FE-ANTSA), em quatro grandes grupos:sem-tecto (vivem na rua), sem casa(vivem em habitações temporárias),habitação precária (foram despejados)e habitação inadequada (estão emconstruções abarracadas).

Número de sem-abrigo aumentou 20 a 30% desde 2008Pobreza:

Banho Santo na Romaria de São Bartolomeu do MarJosé Ramiro, 58 anos, banheiro desde os 17, leva uma criança ao banho Santo, um ritual religioso popular com o objectivo de livrar as crianças de maleitas eque faz parte da celebração da Romaria de São Bartolomeu do Mar, 24 agosto de 2011, em Esposende. Foto: Estela Silva / LUSA

Catarina Tavares,Advogada em Portugal

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em Frankfurt/M. e Stuttgart

Claus Stefan Becker

AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação

Hansaring 11550670 Köln

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O consultório jurídico tem a colaboraçãopermanente dos advogados

Catarina Tavares, Lisboa, e Miguel Krag, Hamburgo

Miguel Krag, AdvogadoPortugal HausBüschstr.7 - 20354 HamburgoLeopoldstr. 1044147 DortmundTelf.: 040 - 20 90 52 74

Rechtsanwalt/Advogado

Victor Leitão Nunes

Consultas em português40210 Dusseldorf Immermannstr. 27

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Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudou ouvai mudar de residência

Deverá entretanto ser do conhe-cimento geral que é proibido usaro telemóvel enquanto se conduz.Até que ponto vai esta proibição ecom que consequências terá ocondutor de contar no caso deviolação da mesma, é uma ques-tão que se põe frequentemente.Eis a razão do presente artigo.

O parágrafo 23, alínea 1a doCódigo de Estrada prescreve emque casos o condutor terá de con-tar com uma sanção, se utilizar otelemóvel enquanto vai ao vo-lante. O teor de tal parágrafo é oseguinte:

“É vedado a todo o condutorde veículos a utilização de um te-lemóvel ou de um telefone de au-tomóveis, sempre que para taltenha de segurar o telemóvel ou oauscultador do telefone de auto-móveis. A proibição deixará depersistir, se o veículo estiver pa-rado e se, no caso de automóveis,

o motor estiver desligado.”A prescrição é, portanto, per-

feitamente óbvia. Logo que seligue o motor do veículo, deixaráde ser permitido usar telefonesmóveis.

Nos termos deste parágrafo, autilização do telemóvel refere-sea todas as funções possíveis domesmo em que seja necessáriosegurá-lo na mão. Assim, se-gundo a lei, tal utilização incluiráigualmente, a título de exemplo,a leitura de uma mensagem me-morizada ou, simplesmente, aconsulta das horas.

A única possibilidade de se te-lefonar enquanto se conduz, é autilização de um equipamento“mãos livres”. Ao contrário do te-lemóvel, este encontra-se insta-lado no veículo e não necessita deser segurado na mão quando estáa ser usado. É esta a diferença de-cisiva.

No outono do ano passado, oTribunal da Relação de Hamm

proclamou uma sentença queveio novamente comprovar aforma severa com que é punida aviolação do parágrafo acima refe-rido. Neste caso, um motorista decamiões tinha pegado no telemó-vel para procurar um número detelefone que queria depois mar-car no dispositivo “mãos livres”.Poderá concluir-se da sentençaem causa que o simples facto dese pegar num telemóvel e de se osegurar na mão, constitui já umaviolação do Código de Estrada.

Os tribunais sancionam com omesmo rigor a questão do veículoparado com o motor a trabalhar.A multa que recebeu um condu-tor por atender o telemóvelquando estava parado nos semá-foros, foi confirmada pelo tribu-nal. Os juizes chamaram aatenção para o facto de que nãoserá suficiente parar-se. No re-spectivo parágrafo do Código deEstrada está prescrito que, antesde se poder telefonar, terá de se

desligar o motor.Assim, antes de se usar o tele-

móvel para fazer um telefonema,será conveniente parar-se naberma da estrada e desligar omotor. Desta forma, evitar-se-áuma multa que comportará geral-mente 40 euros, assim como umponto em Flensburg.

Será também interessantesaber-se que, no caso de um aci-dente, se correrá o risco de o se-guro não pagar, se se tiver usadoo telemóvel enquanto se condu-zia.

Finalmente, uma pequena in-formação para as suas férias emPortugal. Evidentemente quetambém aí é proibido telefonar-seao volante. Mas, em comparaçãocom as leis portuguesas, a sançãoalemã é relativamente suave. Sese for apanhado pela GNR com otelemóvel no ouvido enquanto seconduz, a multa poderá compor-tar o triplo da que é passada naAlemanha.

Utilização do telemóvel ao volanteSanções severas por parte dos tribunaisMiguel Krag, Advogado

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 17

3José Gomes Rodrigues

Caríssimo director do PortugalPost

Estou consciente da importânciada informação neste mundo glo-bal, não só a informação social,mas de toda a informação des-crita no vosso e nosso jornal. Es-tais de parabéns e que tenhamforca para continuar e se possívelexpandir-se ainda mais. Venhohoje com um pedido particular.Minha esposa esta grávida e tra-balha auferindo um ordenado se-melhante ao meu. Gostaríamosde dividir o tempo de férias pormaternidade / paternidade pelosdois. Se for possível como pode-mos fazer? Aliás, a criança,mesmo recém-nascida, necessitado carinho e a presença dos doise do contacto dos dois. Desde jáagradecemos que reproduzam nojornal a nossa carta e a respec-tiva resposta, mas duma formaanónima. Deste modo poderãoficar outros compatriotas esclare-cidos. Muito obrigado e conti-nuem!

Leitor devidamente identifi-cado

Permita agradecer-lhe, antesde mais, os elogios ao serviço queprestamos à comunidade. Obri-gado por autorizar a publicação dasua carta e da respectiva respostanas folhas do mesmo. Isto de-monstra, da sua parte, que o com-patriota interessa-se tambémpelos outros. O altruísmo é umbem a conservar e a alargar-se. Sódando é que se recebe também.Nós é que temos a agradecer. Pa-rabéns pelo novo rebento que estáprestes a enriquecer este planeta.Que ele ou ela tenha um nasci-mento normal e que nasça saudá-vel. O nascimento duma criança,no seio duma família e não só, ésempre uma bensão e deveria serassim considerado pela sociedadeque o acolherá. Por esta e outrasrazões, é que os diversos governostêm criado leis adequadas ara pro-porcionarem um clima socioeco-nómico favorável ao nascimento eeducação. Se o é ou não, isto seráum outro discurso a necessitaruma análise comparativa maisprofunda.

O financiamento do tempo depaternidade (Elterngeld) veio sub-stituir a anterior legislação a partir1 de Janeiro 2007 era a então leichamada subsídio para a educação(Erziehungsgeld). Este subsidio,seria uma ajuda financeira do es-tado para os pais poderem, du-rante um ano, co-financiarem osgastos com o bebé. Deste modo e,conforme a intenção do legislador,poder-se-ia atenuar uma possívelperda financeira pela interrupçãotemporária do trabalho.

POR QUANTO TEMPO SEPODERÁ USUFRUIR DESTEBENEFÍCIO?

Esta medida será facultada du-rante o mínimo de doze meses po-dendo prolongar-se até máximode até ao máximo 14 meses. Se ooutro dos progenitores fizer usodesta possibilidade durante o mí-

nimo de dois meses, deixando,claro, de trabalhar, então serãoconcedidos mais estes mesescomplementares.

Este tempo complementar foipensado com o intuito do pai sesentir motivado a intensificar a co-responsabilidade na educação dobebé nos primeiros meses da suavida.

As mães solteiras poderãotambém beneficiar dos 14 meses,desde que sejam só elas as deten-toras do poder paternal. Se vive-rem com um companheiro, e queeste não seja o pai da criança, temigualmente a possibilidade de re-querer os 14 meses de ausência dotrabalho e o devido pagamento dosubsidio.

Fazendo bem as contas seriam10 meses somente, já que as pri-meiras oito semanas, ou sejam, osdois primeiros meses, após o nas-cimento, que recebem já subsídiode maternidade, que correspondeao ordenado mensal que tenhamauferido antes do nascimento, du-rante o tempo de trabalho regula-mentar. Este tempo, após onascimento, só a mãe poderá rece-ber. É compreensível, já que foi amãe a suportar as dores de partoe, em consequência, será ela a des-cansar e a retemperar as forcas de-

spendidas com as dores de partodurante esse tempo.

QUAL SERÁ A QUANTIA AUSUFRUIR DURANTE ESTETEMPO?

O subsidio estatal mensal a re-ceber, depende da média do orde-nado auferido no ultimo ano antes

do nascimento. A requerente re-ceberá o equivalente a 67% destamedia, desde que a media do or-denado liquido não ultrapasse os1. 240 €.

Entre os 1.000 € e os 1. 240 €corresponde o subsídio a 66 até67%.

Ordenados inferiores a 1.000€ corresponderá uma ajuda quecorresponde a 67 % a 100%.

Isto significa que, quanto maisbaixo for o ordenado, menos des-contará e mais receberá. Em todoo caso o mínimo a receber foi fi-xado em 300€ e o máximo nãopode ultrapassar os 1.800 € men-sais. Contudo, quem receber estesuporte financeiro, poderá, sendopossível, trabalhar parcialmente,desde que não ultrapasse as 30horas semanais. Optando por estamodalidade, o subsidio de mater-nidade / paternidade será de 67%da diferença do liquido auferidoantes do nascimento e o do orde-nado auferido pelo actual horárioreduzido.

Famílias com mais filhos, rece-bem um bónus familiar de 10% dosubsídio ou de 75 € mensais. Acondição para este suplemento fa-miliar é a de que haja na famíliamais duas crianças com menos de

três anos de idade ou então trêscrianças menores de seis anos masque habitem no mesmo agregadofamiliar.

EXEMPLIFICANDO:

* Os que tiverem de ordenadouma media mensal líquido de1.100 €, receberão mensalmente737 € ( 67%, dessa quantia).* Quem tiver recebido 3.000 €,não receberão os 2.010 €, como acorrespondente lógica o teria di-tado, mas sim 1.800 €, conformeo que indicamos. É o máximo quese pode usufruir.* Quem tiver tido o ordenado de800 € receberá 616 €, conforme oque descrevemos.

SUBSIDIO DE MATERNI-DADE E OUTRAS SUBVEN-ÇÕES ESTATAIS

Desde Janeiro do presenteano, o subsidio descrito não poderser de forma alguma descontadoa quem receber a ajuda social aodesemprego, o tal famoso HartzIV. Do mesmo modo esta ajudanão conta para o pagamento aosuplemento do abono de famíliaou outra ajuda estatal de sobrevi-vência.

A ajuda ao abono de família(Kindergelzuschlag), já foi referidanestas páginas e já lhe demos-lhealgum realce no nosso jornal. Éum subsidio para os que, apesarde trabalharem, recebem um or-denado insuficiente para o sus-tento familiar. Para que não sejamobrigados a requerer as ajudas so-ciais complementares, então pro-cura-se atribuir um abono defamília superior às pessoas emquestão.

ONDE REQUERER ESTESUBSIDIO?

Em princípio o pedido é feitojunto duma entidade publica re-sponsável que geralmente fun-ciona junto das respectivascâmaras é o assim chamado “Ver-sorgungsmt”. Convém fazer o pe-dido quanto antes e logo após onascimento, já e os documentos aajuntar ao requerimento são vá-rios e poder demorar o seu tempo.

Caríssimo compatriota, espe-ramos tê-lo elucidado convenien-

temente, de forma a poder deci-dir-se o melhor possível e semprepara bem do seu filho, prestes aolhar este mundo. Mais uma vezdesejamos-vos muitas felicidadese muita saúde para que o rebentopossa crescer em todos os senti-dos: humano, psíquico e espiri-tual.

RESCISÃO DO CONTRATODE TRABALHO POR UMDESVIO DE UMA SALSICHA

A Igreja Evangélica despediuum empregado, ajudante de enfer-magem, simplesmente pelo desvioduma salsicha. Passado algumtempo e, depois do patrão ter re-pensado o assunto e sem sequerter de esperar por uma decisãoconclusiva do tribunal de tra-balho, como já estava agendada, aIgreja evangélica, responsávelpelo lar, retirou e processo de de-spedimento.

O empregado em questão pos-suía um determinado grau de de-ficiência e já trabalhava há 18 anosnesse lar de cuidados intensivospara a terceira idade. Mesmo queo “roubo”, apesar de insignifi-cante, pudesse justificar este de-spedimento, os responsáveis daIgreja consideraram que o amorao próximo nesta decisão tinhaum peso superior ao despedi-mento. O encontro no tribunal detrabalho foi então anulado peladecisão antecipada do patronato.

CERTIFICADO MÉDICO DEBAIXA É INCONTESTÁVEL

O valor de um certificado mé-dico declarando baixa por motivosde saúde é indiscutível e não podeser revogado pelo patrão. Foi oque decidiu o tribunal do Estadoda Renânia Palatinado de Mainz(Az.:9 As 156/09). O patrão nãopagou a baixa total ao trabalhador,alegando que este, apesar de terapresentado a baixa médica, con-siderou não ter estado doente.Para tal teria uma testemunhacontra o individuo em questão. Opatrão não apresentou, além daaludida testemunha, outros argu-mentos.

Para que fosse dada razão aoacusador, este deveria ter apresen-tado razões mais fortes e mais cre-díveis. Uma simples suposição oudesconfiança não são de forma al-guma insuficientes.

› Subsídio por maternidade ou paternidade?› Direitos e deveres› O seu cálculo› Ronda pelos tribunais: direitos de trabalho

RONDA PELOS TRIBUNAIS

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 201118Agenda

Tome NotaAs informações sobre os eventos a divulgar deverão

dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289

Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc.. Citações do mês

"E cada homem é um livro onde o próprio Deus escreve."Fonte Victor Hugo

"Há mais felicidade em dar que em receber.Textos Bíblicos

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Vice-Consulado de Portugal em Osnabruck

Schloßwall 2 49080 Osnabruck

Tel:0541/40 80 80

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

Vice-Consuladode Portugal em Frankfurt

Zeppelinalle 15 60325- Frankfurt

Tel: 069/979880-44;45

Consulado-Geralde Portugal em Stuttgart

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)

Hanauer Landstraße 114-11660314 Frankfurt

Tel.: +49 (0)69 90 501 933Fax: +49 (0)69 597 99 529

Endereços ÚteisSetembro 2011

Grupo de FadosGerações

Actuações em qualquer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

FadistasCiro da SilvaNicole Cravide

Guitarra PortuguesaAugusto Santos

ViolaJoão Silva

Grupo de Fado TradicionalAntologia do Fado

www.fado-dortmund.de

Contacto:0231/330383060178 - 23 61 837

1 -18. 09.2011 – MARBURGO– Fernão Mendes Pinto, des-lumbramentos do olhar. Expo-sição concebida pela Prof. Dra,Ana Paula Laborinho.Philipps-Universität MarburgUniversitätsbibliothekWilhelm-Röpkestr. 435039 Marburg

1-27. 09.2011 – LANGEN-FELD – Azulejos. Exposição doInstituto Camões. Local: Stadt-bibliothek Langenfeld, Hauptstr131. 40764 Langenfeld.

03.09.2011 – HAMBURGO-Sporting Clube de Hamburgo.Grande festa com BANDA LU-SITANA a partir das 21h30 .Local: Wandalenweg 4, 20097HamburgoInfo: www.bandalusitana.de

3.09.2011- REMAGEM .Grande Noite de Fado com ogrupo “Gerações“. Local: Markt-platz Remagem. Open Air Iní-cio: 19h00

4.09.2011 - OSNABRÜCK -STOCKHOLM LISBOA PRO-JECT Músicos Portugueses eSuecos juntaram-se neste pro-jecto para explorar pontos deencontro entre as suas tradiçõesmusicais. Local: „Lutherhaus“,Jahnstraße 1, 49080 Osna-brück. Info: Tel 05 41.20 01 831

4.09.2011 – BRAUNS-CHWEIG – Mísia – Senhora

da Noite, Concerto. Local: Kul-turimZeit, Bürgerpark, 38100Braunschweig. Início: 20h00

10.09.2011 – HAMBURGO-Juventude do Minho. Grandefesta com BANDA LUSITANA apartir das 21h30 . Local: Sten-zelring 24, 21107 HamburgoInfo: www.bandalusitana.de

14.09.2011 – MÜLHEIM A.D.RUHR – Concerto de SinaNossa. Local: Dimbeck 2. Início:20h00

16. 09.2011 – GELSENKIR-CHEN – Noite de Fados noBarco Santa Minika. Uma pas-seio de 4 horas com fados peloRhein-Herne-Kanal com a fa-dista Sara Raquel.Preço: € 10. Info: 0173 2642453

16.09.2011 – UNNA – Concertode Sina Nossa. Local: Kultur-zentrum Lindenbrauerei, Mas-senerstr. 33-35. Início: 20h00

24.09.2011 – HAGEN – Festada Sardinha. Local: Im Mühlen-wert 20, na União Portuguesade Hahen Início: 17H00. Actua-ção do cantor Nel Monteiro ebaile abrilhantado pelo con-junto FM RADIO. Entrada livre.Info: 02331 – 371100

24.09.2011 – KREFELD –Concerto do grupo Trio Fado.Local:Gatherhofstr.35. 47804Krefeld. Início: 20h00

24.09.2011 – ESSEN – Con-certo de Sina Nossa. Local: Ka-takomben Theater, Girardetstr.2. Início: 20h00

30.09.2011 – HAMBURG –Concerto de Sina Nossa. Local:Lola Kulturzentrum, Lohbrüg-ger Landstr. 8. Início: 21h00

NEUSS - Encontra-se patente,até ao próximo dia 4 de Marçode 2012, no Siza-Pavillon, Rake-tenstation Hombroich, emNeuss, uma exposição sobre aobra do arquitecto portuguêsÁlvaro Siza Vieira, intitulada“Von der Linie zum Raum”.

2.10. 2011 – EMDSDETTEN -5° Encontro de Confrater-nização dos Ex-Militaresdos três Ramos das ForçasArmadas. Local: Associa-ção portuguesa em Emds-detten na Kolppingstr. 11.Almoço dos ex-militaresseus familiares e amigos.Inscrições podem ser feitasaté ao dia 25.9.2011, juntoda Comissão Organizadora.António Dias 0172-2764500António Fernandes 0171-2146076António Cardoso 0176-52210055Alfredo Cardoso 0712-5352047

A CASA DA RÚSSIAJohn le CarréPreço: 13,50 Publicado em 1989, apresenta os me-andos de espionagem e contra-espio-nagem entre o Ocidente e a antigaUnião Soviética.John le Carré arrasta-nos, uma vezmais, para o seu mundo secreto e faz

dele o nosso.Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha dacosta do Maine que pertence à CIA, e no coração do próprioBarley Blair, Carré desenvolve não apenas uma história deespionagem, mas uma alegoria do amor individual confron-tado com atitudes colectivas de beligerância.

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Veja a nossa colecção na página 24Reveja os sucessos que fizeram rir

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de comprar uma televisão. Um ”novo elemento dafamília” que vai ocupar lugar de destaque na casados Lopes. É a voz adulta de Carlos, o filho maisnovo, com 8 anos em 1968, que narra a história.

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crua ironia e a sua visão das subtilezas das diferenças declasse anunciam os futuros triunfos de Capote.

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conhecidos por Capitães da Areia.

Barry Hatton vive em Portugal háquase 25 anos. Correspondente da As-sociated Press em Portugal, o jorna-lista britânico revela no livro OsPortugueses aquilo que somos en-quanto país e enquanto povo. Pelomenos aos olhos dos estrangeiros.No livro "Os Portugueses", Hatton re-lembra os principais momentos histó-ricos que marcaram a nação, desde operíodo áureo dos Descobrimentosaos anos governados por Oliveira Sa-lazar, sem esquecer a pela peculiar re-lação com Espanha, e termina comuma análise sobre a modernidade.«A minha intenção é lançar algumas

luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossincrasias que tor-nam único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações,fazendo o levantamento do caminho histórico que levou os portugueses até ondeestão hoje.», avança o autor na nota prévia da obra.Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os váriosestereótipos que (ainda) reinam além fronteiras são abordados e apresentadosatravés de episódios vividos pelo autor ou por pessoas que lhe são próximas. Deleitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeira alma lusa, por-tugueses ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de formaapaixonada por um dos correspondentes mais antigos da imprensa internacionalno nosso país.

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Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Lobo e a Co-madre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011Passar o Tempo2020

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Por Maria Helena Martins Previsões para Setembro de 2011

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Como Cortar Trabalhos de BruxariaFormato: 14x21cmPáginas: 152Preço: 25,00 €Um ritual de magia negra posto em acção contra alguém podeprejudicar avítima e destruir a sua vida de forma brusca e sur-preendente. Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas.Tudo à sua volta parece ruir. E, mais graveainda, a vítima demagia negra não consegue encontrar forças para reagir. Nestelivro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceis deexecutar quepermitem criar uma aura de protecção.

Aprenda a Proteger-seContra a Inveja e Mau-OlhadoFormato: 15,5 X 23 cmPaginas: 156Preço: 19,90 €Nas alturas de maior fragilidade, há que criar uma protecçãoefectiva contra os possíveis efeitos das energias negativas.Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fór-mulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara que possarepelir esse encantamento maligno.

Orações para Todos os MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ouespirituais, todos mpassamos em algum momento por si-tuações difíceis. Nesta obra encontrará uma centena deorações adequadas a cada caso. Orações para encontrarmcompanheiro/a, para conseguir casar-se com o seu na-morado, pela paz da família, contra doenças, etc.

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Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 18,99Quanto mais tempo da sua vida é que está disposto a desperdi-çar? Quanto mais tempo da sua vida está disposto a continuar asofrer? Quanto da sua vida está disposto a finalmente reivindicarhoje? Quanto mais tempo vai deixar que os outros mandem nassuas escolhas? E, se reivindicar a sua vida, acha que fica a deveralguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo.Quando você cede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua

vida. Você vive em permanente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

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CARNEIROAmor: Sentir-se-á muito nostál-gico durante este mês. Seja maisoptimista! Pratique o pensamentopositivo e as acções construtivasagora!Saúde: lembre-se que o desâ-nimo se reflecte negativamente nasaúde. Tenha pensamentos posi-tivos e verá que se sentirá melhor.Dinheiro: Evite precipitar-se, dêum passo de cada vez.

TOUROAmor: Pense bem antes de se en-volver numa nova relação. Desen-volva a sua clareza mental,emocional e espiritual.Saúde: Mês estável e cheio deenergia positiva.Dinheiro: É um bom momentopara negócios, propício à vendade imóveis.

GÉMEOSAmor: Deixe o seu orgulho delado e opte por conversar calma-mente com a sua cara-metade.Abra o seu coração e seja fiel aoque ele lhe transmite.Saúde: Possíveis problemas res-piratórios. Dinheiro: Avance com a aber-tura de um negócio próprio, masinforme-se bem antes de o fazer.

CARANGUEJOAmor: Evite pensamentos nega-tivos. Adopte uma postura maisdescontraída perante a vida. Des-cubra a força imensa que trazdentro de si!Saúde: Tendência para apanharuma pequena constipação. Dinheiro: Acontecimentos ines-perados farão com que seja pro-movido mais cedo do que julga.

LEÃOAmor: Poderá viver uma aven-tura de grande importância parasi. Mostre toda a sua força, deter-minação e criatividade, e ponhaem prática os seus projectos compaixão.Saúde: Dê mais atenção às doresde cabeça.Dinheiro: Não seja tão materia-lista, pois só tem a perder comisso.

VIRGEMAmor: Tenha uma atitude deconfiança para com a pessoaamada. Abra o seu coração, e issotrará um novo sentido ao seu re-lacionamento.Saúde: Possíveis dores de ouvi-dos. Dinheiro: Cuidado com as finan-ças. Vigie melhor as suas despe-sas.

BALANÇAAmor: Aposte no diálogo e nacompreensão. Que a luz da suaalma ilumine todos os que vocêama!Saúde: Estão previstos algunsproblemas digestivos. Dinheiro: Excelente oportuni-dade para equilibrar as suas con-tas.

ESCORPIÃOAmor: O companheirismo é abase de qualquer relação. Falesobre o que é necessário e seja ca-rinhoso.Saúde: Combata a tendênciapara se isolar e reflectir dema-siado.Dinheiro: Algo inesperado po-derá acontecer e colocar em causaa sua competência. Mostre o que

vale com determinação e cora-gem!SAGITÁRIOAmor: Procure ser mais com-preensivo com quem o rodeia.Procure dizer coisas boas, a pala-vra tem muita força!Saúde: Ao longo deste mês po-derá ser incomodado por algunsproblemas de coluna.Dinheiro: Acredite nas suas ca-pacidades profissionais.

CAPRICÓRNIOAmor: Uma data muito impor-tante aproxima-se, não se esqueçadela. Exercitar a arte de ser feliz émuito divertido!Saúde: Proteja-se, não ingiranada que seja nocivo para o seuorganismo. Dinheiro: Uma viagem de traba-lho irá obrigá-lo a ausentar-se du-rante mais tempo do que oprevisto.

AquárioAquárioAmor: Deixe o orgulho de lado epeça desculpa sempre que errar.Se quer ser verdadeiramente vito-rioso, vença-se a si próprio!Saúde: Proteja-se do frio, oupode ser surpreendido por umaconstipação.Dinheiro: Cuidado com os gas-tos supérfluos.

PEIXESAmor: Surgirá um novo interesseromântico na sua vida. Procureintensamente sentimentos sólidose duradouros, espalhando em seuredor alegria e bem-estar!Saúde: Regular. Sem nada degrave a assinalar. Dinheiro: Prosperidade para avida financeira.

Ajuda na CampainhaUm polícia vai passando na rua e vê um rapazinho tentando chegar à cam-painha de uma porta. Aproximou-se e perguntou-lhe se queria que o aju-dasse. O garoto diz que sim, e o polícia carregou no botão da campainha.Então o miúdo adianta-se, puxa-lhe pela manga e grita: — Agora é cavar, para não nos caçarem!

Tremenda MentirosaDois grandes amigos conversam: — Olha, rapaz... A minha mulher é uma tremenda mentirosa. — A Gabriela? — surpreende-se o amigo — Então, o que aconteceu? Porqueestás a dizer isso? — Ah, ontem não dormiu em casa e inventou que passou a noite com a irmã. — E não passou? — Claro que não! Quem passou a noite com a irmã dela fui eu!

É Melhor Pensar duas vezesEntre amigos: — Vou divorciar-me. A minha mulher há dois meses que me não fala. — Pois pensa duas vezes e olha que sortes dessas não se tem todos os dias.

Capa duraNº de Páginas: 176Dimensões: 22,5 x 24 Preço: 35,00 €Conhecido por “fiel amigo”, o bacalhau tem uma tradição muito parti-

cular e original na gastronomia por-tuguesa. Neste livro, fique a conheceras origens da pesca deste peixe, assuas principais características, a mel-hor forma de o arranjar e outrosaspectos importantes, como a melhorforma de o escolher, conservar e am-anhar. Deleite-se com as nossas re-ceitas e experimente-as todas. Fique,ainda, a conhecer as tradições destepeixe noutros países do Mundo.

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Tesouro das CozinheirasMais de 2000 receitas, 850 páginasPreço: € 70É livro de cozinha mais vendido em Portugal.Pela sua clareza, simplicidade e variedade constitui um precioso auxiliar na elaboraçãodas suas ementas diárias.

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Nos preços dos livrosjá estão incluídos osportes de correio edo IVA.Cupão de encomendana página 19

Exmo Senhor director, Tenho lido as histórias de algu-mas pessoas que muito me têmsensibilizado. Por isso penseiescrever a minha, ou melhor, ade um amigo meu que passoupor momento muito desagradá-veis, por culpa sua, diga-se.

Ele era e é casado com umamulher que eu considero umaesposa esplêndida. Para além deser atractiva e muito bonita, elaé também uma esposa exemplar.Nunca está parada. Trata doúnico filho que eles têm e temsempre que fazer em casa e senão é em casa é no jardim, e senão é no jardim é a fazer favoresaos vizinhos mais velhos e atodos os que precisam. Nunca viuma mulher assim, generosa ebonita.

Diga-se que eu não estou aimaginar e nunca imaginei quelhe passasse pela cabeça o adul-tério ou algo que se pareça.

Dizia e digo sempre ao meuamigo que uma mulher daquelasé um achado raro e que ele de-veria dar-se por feliz. Se eu esti-vesse no lugar dele, com amulher que tem, não a deixariafugir.

Eles não são pessoas de pos-ses. O casal, que apenas vive doordenado dele, habita uma casasimples, aquilo que se chamauma “Reihenhaus” compradadepois de terem pedido um cré-dito para a sua compra. A suaesposa, a que se chama Lurdes,tem muito gosto na casa e põe-na num brinco, tanto que os seusvizinhos alemães ficam impres-sionados pela energia da Lurdes.Quando o filho está na escola, évê-la a limpar ajudando os seusvizinhos numa alegria que con-tagia tudo e todos.

A Lurdes quando sai é umamulher apreciada por todos, jáque no seu corpo tudo lhe ficabem. Às vezes parece umaestrela de cinema dentro de ves-tidos simples mas de muito bomgosto. Eu nunca lhe vi umaqueixa, um dizer mal de alguémou coisa semelhante.

É por isso que ainda hojedigo que o meu amigo é um sor-tudo em ter a mulher que tem.

Eu no lugar dele segurava amulher com todas as forças eseria muito feliz por isso. Masele nem sempre o fez, ou pelomenos, que eu saiba, não o fezuma vez.

Diga-se também que o meuamigo é um homem bem pare-cido. É alto, tem olhos cinzentose o desenho do seu rosto encantaqualquer mulher. Sorri sempre,não um sorriso qualquer, mas

um sorriso amistoso e que põe àvontade quem está a falar comeele.

Em suma, a Lurdes e ele for-mam um casal quase perfeito.

Mas não foi sempre assim.Ele trabalha na recepção de

um hotel muito conhecido naAlemanha pelo seu luxo. (Omitoaqui a cidade porque não vem aocaso).

É um trabalho agradávelainda que tenha de trabalhar porturnos, o que nunca agradou aLurdes.

Aqui há cerca de três anostinha o meu amigo o turno queia das 20.00 às 04.00 horas damanhã. Chegava a casa aí pelas05.00 horas e a Lurdes faziaquestão de ter um pequeno al-moço leve antes dele se deitar.

Um dia, ou melhor, umamanhã ele não apareceu comode costume. A Lurdes, preocu-pada, telefonou para o hotel efoi-lhe dito que ele já tinhasaído.

Quando ele chegou a casadesculpou-se com uma avaria nocarro o que resultou na demora.A explicação foi bem aceite pelaLurdes que o deve ter abraçadoe dito para que ele fosse descan-sar.

Nos dia seguinte a mesmacoisa. Quando ele chegou a casatarde, em silêncio se deitou paraespanto da Lurdes.

Os dias seguintes continua-ram a ser de mistério. Ele che-gava a casa tarde e, semqualquer explicação, deitava-se.

Um dia a Lurdes barrou-lheo caminho e disse-lhe Uma ex-plicação e já para este chegar

tarde! Ele respondeu com o si-lêncio. O ambiente em casa es-tava muito mau e o casal passoua viver uma fase difícil. Ele per-sistia em chegar tarde, entrandoem casa em silêncio para se dei-tar mudo. A sua mulher já nãotinha dúvidas sobre a sua sus-peita de ter um marido que a en-ganava e que, aos seus olhos, setinha tornado num mau maridoe sobretudo num cobarde pornão ter a coragem de contar oque se passava com ele.

Um dia ele chegou tardecomo de costume e achou aporta trancada. Bateu à porta e aLurdes do interior da casa disse-lhe que só entrava se ele con-tasse tudo tim tim por tim tim.Sentou-se cerca de uma hora nasoleira da porta e em silêncioabandonou a porta vindo bater àporta da minha casa para mepedir guarida. Como era e somosmuito amigos não lhe recusei onosso quarto de hóspedes enesse dia lá dormiu.

Quando se levantou, sentou-se à nossa mesa e disse-me quea Lurdes lhe tinha trancada aporta e foi aí que soubemosdesta tormenta na vida deles.

Naturalmente que lhe per-guntei pela razão do procedi-mento da sua mulher. Após umprolongado silêncio, ele lá mecontou o que estava a suceder,acrescentando que a razão detudo aquilo se devia ao facto deele ter conhecido uma mulherque era hóspede no hotel ondeele trabalhava.

Fiquei então a conhecer ahistória. Ele era amante desdehá pouco tempo de uma mulher

que era por sinal muito rica.Sentia-se muito atraído por ela equando estavam juntos pensa-vam muito naquela situação e nomal que estava a fazer à sua mul-her, mas a verdade é que não en-contrava forças para se separarda amante.

Disse-me ainda que aamante era mulher de um ricaçosuíço que estava naquele mo-mento a tratar do divórcio.

A mulher tinha saído dohotel e alugado uma casa de luxona cidade onde eles se começa-ram a encontrar. Não me con-tava aquilo com prazer de quemé engatatão e leva uma mulherrica a apaixonar-se por ele. Sen-tia-se mais triste e pensava queo melhor era abandonar a casa epedir o divórcio em vez de viveresta situação com remorsos.

O tempo passou e ele conti-nuava a viver em nossa casa. Umdia disse-lhe que era tempo deele ficar lá na casa de luxo da suaamante e levar para lá a suatrouxa. Respondeu-me que játinha pensado nisso mas quenão o fazia por pensar que seriauma atitude menos honrosa, istoé, de chulo.

Sabia também que a Lurdesandava despedaçada com a si-tuação e não encontrava explica-ção para a atitude do seuhomem em quem tinha sempredepositado a sua vida e o futurode toda a família.

Um dia ela soube pela minhamulher que o marido já nãotinha tanto contacto com aamante ou que a amante não seencontrava momentaneamentena cidade e a única coisa que ela

perguntou à minha mulher erase o seu marido se encontravabem e se andava tristonho e ta-citurno.

Uma ocasião ele não apare-ceu na nossa casa. Telefonei-lhepara o telemóvel e, para sur-presa minha, disse que estavaem casa, mas que casa, pergun-tei eu, a dele, a verdadeira casa,disse.

O que se tinha passado diz-seem poucas palavras e demonstracomo uma mulher, como a dele,pode ser forte ao ponto de es-quecer as amarguras e as trai-ções do marido para salvar o seucasamento e, afinal, a sua famí-lia.

A Lurdes, que não tinha nadaa perder, um dia deslocou-se acasa da amante do marido can-tou-lhe das boas dizendo-lhe sea partir daquele momento nãodeixasse o seu marido e a sua fa-mília em paz não respondia porela. Depois, dirigindo-se ao ma-rido disse anda para casa que atua família está à tua espera.

Hoje, ele esqueceu a amantepediu perdão à mulher e ela per-doou-lhe. António Marques

Uma mulher forte

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os textosque nos enviam.Obrigado.

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PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011 Economia 23

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Deichmann abre primeiraloja amanhã, no Fórum Sin-tra, e mais quatro até aofinal do ano, com um con-ceito que assenta na ofertade modelos a baixo preço.

o "Diário Económico"escreve que a Deichmann,líder europeia em lojas decalçado, abriu no passadodia 25 de Agosto, a sua pri-meira loja em Portugal, noFórum Sintra. E, até ao finaldo ano, a empresa alemãplaneia uma rede de cincosapatarias na Grande Lis-boa, todas em centros co-merciais.

A marca, que exploramais de três mil lojas emtodo o mundo, está interes-sada "em expandir, o má-ximo possível", a sua

actividade no mercado por-tuguês, tendo sempre emconta "boas localizações",revelou ao jornal fonte daDeichmann.

O conceito de negócio

da Deichmann assentanuma vasta oferta de mode-los a baixo preço, que tam-bém incluem acessórios,para todos os grupos etá-rios".

Deichmann abre lojas em Portugal

PORTUGAL POST Nº 206 • Setembro 2011Última24

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A estação de caminhos-de-ferrode São Bento, no Porto, foi refe-renciada pela edição da internetda revista norte-americana Tra-vel +Leisure, como uma das “16estações mais bonitas domundo”, lista onde também fi-gura a estação de Maputo, emMoçambique.

A revista de turismo e lazer,que afirma ter 4,8 milhões de lei-tores, destaca na estação de SãoBento os painéis de azulejos daentrada: “Se o exterior é certa-mente bonito – e traz-nos à me-mória a arquitectura parisiensedo século XIX, com o seu telhadode mansarda e a frontaria depedra, é o átrio principal que ofará engolir em seco. As paredesestão cobertas por 20.000 es-plêndidos azulejos, que levaram11 anos para o artista Jorge Co-laço completar.”

A listagem inclui, entre ou-tras, a neoclássica Gare du Nord,em Paris, os jardins interiores deAtocha, em Madrid, as modernasestações de Kanazawa, no Japão,e de Melbourne, na Austrália, oterminal Arte Nova do Expressodo Oriente, em Istambul, ou a be-líssima estação neogótica de S.Pancras, em Londres.

A estação de Maputo, dos Ca-minhos-de-Ferro de Moçambi-que, é a única do continenteafricano a figurar na lista. O ar-tigo da revista Travel+Leisure

destaca os exteriores “verdejan-tes”, a “larga cúpula” e o trabalhointricado do aço que fazem doedifício “uma inesperada, mesmoque modesta, beleza”. A estação,

construída entre 1913 e 1916, éerradamente referenciada comopodendo ter sido desenhada porGustave Eiffel, já que é dos arqui-tetos portugueses Alfredo Au-

gusto Lisboa de Lima, MárioVeiga e Ferreira da Costa.

A gare de São Bento que seergue no local onde se encon-trava o mosteiro de São Bento daAvé Maria, e está classificadacomo Património da Humani-dade, foi construída após se ven-cer a difícil tarefa de prolongar alinha que terminava em Cam-panhã, através dos túneis daQuinta da China, do Monte doSeminário e das Fontaínhas, queficou concluído em 1896. O pro-jeto da estação só viria ser apro-vado em 1900, ano em que os reisD. Carlos e D. Amélia presidiramao início das obras, que termina-riam 16 anos depois.

O projecto de decoração dagare em azulejos de Jorge Colaçofoi adjudicado em 1905 pelaquantia de 22 mil réis, conside-rada muito elevada para a altura.Os painéis, assentados em 1915,representam cenas da história dePortugal, como Egas Moniz pe-rante o rei de Leão, o casamentode D. João I, a conquista deCeuta, temas de etnografia doMinho e do Douro, figuras sim-bólicas e no friso superior émesmo retratada a evolução dostransportes.

Porto:

Estação de S. Bento entre as “16 mais belas do mundo”

Aspecto geral da estação de S. Bento