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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS – REGULAR PROFESSORES: ADRIANA FIGUEIREDO E FERNANDO FIGUEIREDO www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 0 – As Conjunções Coordenativas Olá a todos! Esta é a nossa aula demonstrativa do curso que preparamos para vocês de Língua Portuguesa para concursos públicos. É um grande prazer desenvolver com vocês este novo trabalho. Somos os professores Adriana e Fernando Figueiredo, preparamos os alunos para concursos públicos pelo Brasil há mais de dez anos, aqui no Rio de Janeiro. Eu, professora Adriana Figueiredo, trabalhei como Analista Judiciário por mais de dez anos aqui no Rio, concurso em que me destaquei, obtendo a 9ª colocação. Desde aquela época, venho lecionando em cursos preparatórios, função que hoje desempenho com exclusividade. Eu sou o prof. Fernando Figueiredo, autor do livro Português Simplificado para Concursos, da Editora Elsevier. Esse é um dos muitos projetos que desenvolvo com a profª. Adriana Figueiredo. Também natural do Rio de Janeiro, leciono em vários cursos pelo Brasil, presenciais e não presenciais. Em que tipo de trabalho nós acreditamos? Entendemos que a preparação para um concurso em Língua Portuguesa deve compreender três etapas. A primeira é a apresentação de teoria, que deve ser desenvolvida de forma breve e objetiva, para que o candidato não se perca em meio a uma série de informações amontoadas, com as quais deverá lidar diante da questão. Acreditamos que cabe ao professor filtrar, da teoria, apenas as informações indispensáveis às resoluções das questões. A segunda etapa consiste na fixação dos conceitos apresentados por meio de frases curtas, seguidas de sua explicação. Entendemos que não é didático ensinar o conceito e levar o aluno à questão de concurso, sem que ele tenha praticado os fundamentos em exercícios de fixação. Por fim, apresentamos questões de concursos das mais variadas bancas com comentários em relação a cada alternativa. Na nossa matéria, temos a vantagem de poder lidar com questões de diferentes bancas para cada assunto: o candidato que aprendeu devidamente os conceitos deverá estar apto a resolver qualquer tipo de questão, independentemente da banca.

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Aula 0 – As Conjunções Coordenativas

Olá a todos! Esta é a nossa aula demonstrativa do curso que preparamos para vocês de Língua Portuguesa para concursos públicos. É um grande prazer desenvolver com vocês este novo trabalho. Somos os professores Adriana e Fernando Figueiredo, preparamos os alunos para concursos públicos pelo Brasil há mais de dez anos, aqui no Rio de Janeiro.

Eu, professora Adriana Figueiredo, trabalhei como Analista Judiciário por mais de dez anos aqui no Rio, concurso em que me destaquei, obtendo a 9ª colocação. Desde aquela época, venho lecionando em cursos preparatórios, função que hoje desempenho com exclusividade.

Eu sou o prof. Fernando Figueiredo, autor do livro Português Simplificado para Concursos, da Editora Elsevier. Esse é um dos muitos projetos que desenvolvo com a profª. Adriana Figueiredo. Também natural do Rio de Janeiro, leciono em vários cursos pelo Brasil, presenciais e não presenciais.

Em que tipo de trabalho nós acreditamos?

Entendemos que a preparação para um concurso em Língua Portuguesa deve compreender três etapas.

A primeira é a apresentação de teoria, que deve ser desenvolvida de forma breve e objetiva, para que o candidato não se perca em meio a uma série de informações amontoadas, com as quais deverá lidar diante da questão. Acreditamos que cabe ao professor filtrar, da teoria, apenas as informações indispensáveis às resoluções das questões.

A segunda etapa consiste na fixação dos conceitos apresentados por meio de frases curtas, seguidas de sua explicação. Entendemos que não é didático ensinar o conceito e levar o aluno à questão de concurso, sem que ele tenha praticado os fundamentos em exercícios de fixação.

Por fim, apresentamos questões de concursos das mais variadas bancas com comentários em relação a cada alternativa. Na nossa matéria, temos a vantagem de poder lidar com questões de diferentes bancas para cada assunto: o candidato que aprendeu devidamente os conceitos deverá estar apto a resolver qualquer tipo de questão, independentemente da banca.

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De que maneira preparamos o aluno para os concursos?

Desenvolvemos uma técnica de preparação cuja finalidade é agrupar assuntos afins, para que o aluno deixe de enxergar a matéria como um emaranhado de conceitos, alguns deles perfeitamente dispensáveis. Por exemplo, ensinamos as principais classes gramaticais (substantivo, adjetivo, advérbio) não em uma aula à parte, mas dentro de Concordância Nominal. Isso porque observamos nas provas que tais assuntos aparecem interligados, e não como conteúdos “estanques”.

Com que bancas organizadoras costumamos trabalhar?

Em nosso curso teórico com exercícios, lidamos com questões das bancas mais tradicionais em concursos públicos (ESAF, Cespe/UnB, FGV, FCC...). Como já dissemos, o candidato que sabe mesmo a matéria é capaz de lidar com todo tipo de questão. Conhecer mais de uma banca conferiria domínio de conteúdo.

Por outro lado, em trabalhos mais específicos, que antecedem editais, procuraremos enfocar várias questões de uma única banca. Nesse caso, o aluno, que já domina a matéria, deve adquirir agilidade de resolução das questões de prova. É o adestramento propriamente dito. Nessa linha de preparação, vale lembrar que cada banca tem o seu perfil, que deve ser desvendado para o candidato. A Esaf, por exemplo, traz em suas provas questões longas, que as tornam bastante trabalhosas. Mas o domínio do conteúdo e a experiência de resolução de provas conseguem minimizar os efeitos de questões tão longas. Já a FCC apresenta, normalmente, os mesmos assuntos nas questões: basta que o aluno conheça os tópicos que mais aparecem em suas provas. O Cespe/UnB, por sua vez, costuma trazer mais questões de reescritura de frases. Nelas, o aluno precisa conjugar os conceitos de morfologia e sintaxe em uma mesma questão.

Cada uma com sua característica, porém o conteúdo que se aprende, se compreendido com lógica, servirá para desvendar as estratégias de qualquer que seja a banca. Acreditamos que o aluno precisa entender a matéria e aprender a fazer a prova.

Fundamentalmente, é preciso que se encare o estudo do português não como uma simples memorização de conceitos, mas como regras que possuem lógica e, acima de tudo, se complementam. E, para passar em um concurso, entender que abrir a gramática é algo que pouco se fará antes da prova: as regras serão estudadas e apreendidas na prática, de forma instrumental, por meio de resolução de provas.

Nesta primeira aula, selecionamos um assunto que vem se repetindo em muitos concursos de todo o Brasil. A aula servirá para que você entenda a nossa proposta: ensinar você a pensar a Língua Portuguesa.

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CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações de sentido completo, independente, que não exercem função sintática em relação entre si: uma não é sujeito, objeto direto da outra... Essa é a principal diferença entre as conjunções coordenativas e as subordinativas: a relação sintática que não existe entre as primeiras, ocorre com as últimas. Mas você deve estar se perguntando: vou ter que pensar nisso tudo na hora de classificar as conjunções? Fique tranquilo, a resposta é não. Para identificar as conjunções, não será preciso pensar em análise sintática. Basta entender o que cada conjunção indica: o que é adicionar, opor, o que é causa, concessão, efeito, etc.

Assim, comecemos pelas coordenativas, que integram o primeiro bloco, entendendo cada ideia que elas iniciam, aproveitando também para conhecer as conjunções e, se possível, memorizar, ao menos, meia dúzia de cada uma delas, para poupar futuramente seu tempo de resolução de prova. As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

As conjunções aditivas são aquelas que ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), além das expressões correlativas, que vêm em pares e também somam: não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. Veja a frase:

A sua pesquisa é clara e objetiva.

Aqui, a conjunção aditiva liga termos (adjetivos) e não orações (sim, porque não se engane achando que a conjunção só pode ligar orações). Tais informações se adicionam, acrescentam.

Observe ainda:

Ele não só entrou na sala como também dirigiu-se aos pais.

Nesse caso, temos as expressões correlativas, que ligam duas orações, indicando ações que se somam.

As conjunções adversativas são aquelas que ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante. Em relação às conjunções adversativas, considero interessante frisar que elas nem sempre opõem, mas podem também compensar, ressalvar.

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Veja:

Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

Aqui, a conjunção adversativa opõe, o que podemos observar pelas expressões “tentei chegar” e “não consegui”. Logo, esse exemplo nos traz uma conjunção adversativa com valor de oposição, contraste.

Agora, observe:

Seu discurso foi breve, mas violento.

Nesse caso, temos palavras que não se contrastam: breve não é contrário de violento, mas é sua compensação. Logo, temos aqui conjunção adversativa com valor de ressalva, compensação.

As conjunções alternativas são aquelas que ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja. O que é interessante evidenciar nesse conceito é que elas podem, então, indicar, basicamente, duas ideias:

Ou saio eu, ou sai ele desta sala. (exclusão, escolha)

O cavalo avançava ora para a esquerda, ora para a direita. (alternância).

Você deve estar se perguntando: por que é preciso saber que a conjunção alternativa indica duas ideias (alternância ou exclusão)? Por dois motivos: primeiro, porque assim você não se engana achando que, se a conjunção é alternativa, só pode indicar alternância. Depois porque, em algumas questões, o examinador pode exigir um conhecimento mais específico: não que se diga apenas o nome da conjunção, mas que se explique o valor semântico que ela traz.

As conjunções conclusivas são aquelas que ligam à anterior uma oração que expressa ideia de conclusão ou conseqüência. São elas: logo, pois (dica importante: quando deslocado na oração, depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.

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Veja um exemplo:

Ele estava bem preparado para o teste, portanto não ficou nervoso.

Aqui, o fato de não ficar nervoso é o resultado de ele ter se preparado bem para o teste. É a sua conclusão.

As conjunções explicativas são aquelas que justificam a ideia da oração a que se referem. São elas: que, porque, pois (dica importante: quando iniciar a oração, antes do verbo), porquanto. Assim, temos:

Venha para casa, pois está começando a chover.

Não demore, que o filme vai começar.

Interessante observar que as conjunções explicativas normalmente vêm ligadas a orações com verbos no imperativo – ordem, pedido, conselho (“venha para casa”, “não demore”). Isso ocorre porque é uma questão de educação dar a ordem e, na sequência, explicar, justificar o porquê daquele comando. Essa é uma boa dica para reconhecer as conjunções explicativas com mais rapidez nas frases. Eis uma notícia boa: ao ver uma oração com verbo no imperativo, ligada a um porque, pois, porquanto, normalmente a conjunção será explicativa. A notícia ruim é que a conjunção explicativa pode vir também ligada a oração sem verbo no imperativo. Mas aí, para identificá-la facilmente, é só se lembrar do seu conceito: ela indica a explicação, a justificativa para o que foi dito anteriormente. Assim,

“Fazia tudo para ser agradável, pois não deixava uma pergunta sem respostas” (E. Bechara)

Aqui, a segunda oração explica, justifica aquilo que se disse na primeira. A conjunção é, então, explicativa.

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Uma prova que tratou da conjunção explicativa ligada a verbo no imperativo foi a de Perito Criminal da Polícia Civil, Fundação Getúlio Vargas, realizada em 2009. Veja: Quase Nada (Fábio Moon e Gabriel Bá. Folha de São Paulo, 28 de dezembro de 2008.)

No quarto quadrinho, a palavra que introduz uma: a) causa. b) consequência. c) explicação. d) condição. e) concessão.

Comentário: A conjunção que aparece ligada a verbo no imperativo – acorda – indicando uma explicação para o que se disse na outra oração. Poderíamos até trocar o que por outra conjunção explicativa – porque, pois. Observe que a banca não se preocupa tanto com o nome da conjunção (coordenativa explicativa), e sim com o valor semântico que ela indica – explicação. É uma tendência das bancas atuais: não cobrar do aluno memorização da nomenclatura, mas compreensão das ideias expressas pelos conectores.

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Antes de partirmos à análise de outras questões de concursos, vamos fixar os conceitos por meio de frases curtas, para verificar se você entendeu a teoria.

►Classifique as conjunções coordenativas das frases abaixo:

1. Fale baixo, porque todos estão dormindo. (Ordem seguida da explicação: conjunção explicativa)

2. Não só passeia, mas ainda cumpre a obrigação. (As duas ações se somam, ele passeia e cumpre a obrigação: “não só, mas ainda” são expressões correlativas aditivas)

3. Estudou muito e não foi aprovado. (Apesar de a conjunção “e” ser normalmente aditiva, aqui ela contrasta, não segue o esperado: o que se esperava seria estudar e ser aprovado: conjunção adversativa)

4. Estudou muito e foi aprovado. (Nesse caso, a conjunção não soma nem opõe, ela indica o resultado, a conclusão: conjunção conclusiva).

ATENÇÃO! Aqui, vale um recado: a conjunção e pode ter valor aditivo, adversativo ou conclusivo.

5. Você leu as cláusulas do contrato; não reclame, pois, das dificuldades que surgirem. (Observe bem: a conjunção pois veio após o verbo, entre vírgulas, o que indica o seu deslocamento; além do mais, traz ideia de resultado: conjunção conclusiva)

6. Nem estuda nem deixa os outros estudarem. (Dizer que nem estuda nem deixa os outros estudarem é o mesmo que dizer que não se fazem as duas coisas: não estuda e não deixa os outros estudarem. A conjunção é aditiva. Cuidado para não confundir com as alternativas: não são ações que se alternam e sim que se somam).

7. Analisamos o projeto com muita atenção, estamos, pois, aptos a executá-lo. (Novamente, o pois deslocado. As vírgulas são uma preciosa dica. Ideia de resultado, conclusão. Conjunção conclusiva.)

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8. O regulamento era bastante claro a esse respeito; no entanto, muitas pessoas teimavam em fingir que não sabiam de nada. (Apesar da clareza do regulamento, pessoas fingiam não saber de nada: oposição, contraste. A conjunção é adversativa. Além do mais, as conjunções entretanto, porém, no entanto serão sempre adversativas!)

9. Ou não entendeu, ou fingiu-se de tolo. (Duas opções que se excluem, as conjunções são alternativas e o valor semântico é de exclusão, escolha: uma coisa ou outra).

10. As autoridades levantaram-se e aplaudiram o velho professor. (Finalmente um e que soma: duas ações que se adicionam. Conjunção aditiva)

11. Saia da varanda, que está muito frio. (Aproveite a estruturação da frase: temos a ordem (verbo no imperativo), seguida da explicação. Conjunção explicativa.)

12. Ele agradeceu a mim bem como a todos os presentes pela ajuda recebida. (Ele agradeceu a mim e a todos: conjunção aditiva)

Vamos resolver algumas provas? Mas antes uma dica importante: nas provas atuais de concursos públicos, podemos observar duas tendências de questões em relação ao assunto que estamos abordando. Entenda:

1. Existem as questões que retiram um trecho do texto e pedem que você classifique a conjunção destacada ou, simplesmente, indique o valor semântico que ela representa.

2. Há, também, as questões de reescritura, em que se retira um trecho de um texto, com determinada conjunção em destaque, para que o aluno julgue que outras conjunções seriam capazes de substituí-la, mantendo-se o sentido original da frase.

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Para resolver as questões do primeiro tipo, é preciso que você identifique a conjunção na frase em destaque, analisando a ideia que ela indica. Eis um exemplo:

(TRF- 2ª R/FCC) No texto, o segmento ...podem ora ser consideradas como orientação geral, ora como disposição... expressa ideias de ações:

a) opostas b) repetidas c) alternadas d) simultâneas e) concomitantes

Comentário: O que temos na frase são ações que se alternam na linha do tempo. Os próprios conectivos ora, ora confirmam essa ideia.

Análise das outras alternativas:

A letra A seria a resposta, caso se tratasse de conjunção adversativa. Quanto à letra B, imagino que a banca esteja tratando de ações que se somam (aditivas). Já as letras D e E referem-se às conjunções temporais, que podem indicar ações que ocorrem ao mesmo tempo (simultâneas, concomitantes).

Conclusão: para resolver uma questão como essa, basta que você leia a frase com cuidado para entender o valor semântico indicado pela conjunção.

Outro exemplo: (TRF- SP/FCC)

O emprego do elemento sublinhado compromete a coerência da frase: a) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são influenciados pelos valores socialmente dominantes. b) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conseguinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno. c) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescente, bem comoalimentar a confiança em sua própria capacidade criativa. d) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as gerações seguintes serão tão conformistas quanto a atual. e) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, porquanto parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto.

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Comentário: O enunciado busca a alternativa que apresente uma conjunção mal

escolhida, ou seja, que não expresse a ideia que ela deveria indicar. A alternativa B traz o conectivo por conseguinte, cuja ideia é de

conclusão. No entanto, esse conectivo está introduzindo uma oposição: os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, mas alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno. Assim, a conjunção que deveria unir essa duas orações deveria ser adversativa (mas, porém, contudo, todavia etc.), e não conclusiva.

Análise das outras alternativas:

A letra A apresenta uma afirmativa seguida de sua explicação, confirmada pelo conectivo pois.

A letra C apresenta duas informações que adicionam, o que se percebe pela conjunção aditiva bem como.

A letra D introduz uma condição para que a outra oração ocorra, o que estudaremos nas conjunções adverbiais condicionais.

Finalmente, a letra E traz um porquanto, que estabelece uma explicação para a outra oração.

ATENÇÃO! Aqui, vale um recado: não confunda a conjunção porquanto com portanto. Porquanto é o mesmo que porque.

Conclusão: nesse tipo de questão, além de entender a ideia que cada conjunção está veiculando, é necessário ter memorizado uma lista básica de conjunções para cada classificação. Isso agiliza o tempo de resolução da questão. De outra forma, além de ler cada frase e entender a sua mensagem, o aluno teria que fazer um certo esforço para lembrar o que cada uma das conjunções normalmente indica. Aqui, então, você precisaria entender a ideia estabelecida por cada conjunção (oposição, ressalva, explicação, etc.) e memorizar uma lista mínima de conectores.

Quanto às questões do segundo tipo, aquelas que buscam reescrituras, substituições de conjunções por outras que expressem a mesma ideia, entendemos que a memorização da lista das conjunções seja mais importante do que a compreensão do que está escrito na frase.

Veja um item de uma prova para o Ministério das Relações Exteriores, da banca organizadora Cespe/Unb, ocorrida no ano de 2009. Nela, esperava-se que o candidato julgasse a assertiva como certa ou errada.

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Texto:

Essas disputas, contudo, podem ter mais relação com o perfil de potência regional do Brasil, uma vez que suas empresas multinacionais competem de modo mais agressivo por negócios além das fronteiras brasileiras.

a) A expressão “uma vez que” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período e sem alteração das informações originais, ser substituída por qualquer uma das seguintes: visto que, já que, pois, porque, porquanto.

Comentário:

A alternativa está certa. As conjunções se substituem, se reescrevem. Nesse caso, o mais importante não era entender a frase do texto, e sim ter memorizado as conjunções. Consulte a lista de conjunções explicativas que você possui e veja se não estão todas lá. Simples, não é? Já para o aluno que não memorizou...

Mais uma questão, do mesmo concurso: pedia-se o de sempre, julgar a alternativa como certa ou errada.

Texto:

Com isso, a partir de janeiro de 2009, a produção terá redução total de 4,2 milhões de barris diários. A medida, que foi acompanhada por países fora do cartel, não conseguiu, no entanto, segurar o preço da commodity, que caiu abaixo dos US$ 40.

(O Globo, 18/12/2008.)

a) O termo “no entanto” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período e sem alteração das informações originais, ser substituído por qualquer um dos seguintes: porém, contudo, conquanto, contanto que.

Comentário: A alternativa está errada. A conjunção no entanto é adversativa. Na lista das coordenativas adversativas só aparecem as duas primeiras: porém e contudo.

Conquanto é uma conjunção concessiva, que, apesar de indicar a mesma ideia de contrariedade, levaria o verbo para o subjuntivo (assunto que vamos explorar na aula 03). Logo, tal conjunção até manteria a ideia da adversativa “no entanto”, mas prejudicaria a correção gramatical do período.

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ATENÇÃO! Aqui, vale um recado: a conjunção conquanto tem o mesmo valor semântico que uma conjunção coordenativa adversativa, só que está na lista das conjunções subordinativas concessivas. Elas indicam a mesma ideia (oposição, contrariedade), mas a adversativa leva o verbo para o indicativo e a concessiva, para o subjuntivo. Trocar uma pela outra exigirá, portanto, alteração na estrutura da frase.

Contanto que é conjunção condicional, que nada tem de semelhança com a conjunção adversativa do texto.

Você deve estar se perguntando: então, para resolver as questões de conjunções, basta que eu decore a lista de cada uma delas? Infelizmente, não. Ainda que para algumas questões, a memorização baste, entender as relações semânticas que as conjunções estabelecem nas frases é fundamental por alguns motivos:

1. Algumas conjunções estabelecem mais de uma ideia, aparecem em mais de uma lista. Você vai aprender que um porque pode ser causal, explicativo ou final. Um pois pode ser conclusivo, explicativo ou causal. Além dessas conjunções, há outras que podem ter mais de um classificação (desde que, que, se...). Assim, só uma leitura cuidadosa da frase permitiria a classificação da conjunção. Nesse caso, ter memorizado as conjunções ajuda, mas não resolve a questão.

2. Há questões que pedem que se identifique o valor semântico da conjunção, e não simplesmente que dê a sua classificação. Vimos, por exemplo, que a conjunção adversativa mas pode indicar adversidade ou ressalva: haverá questões que vão buscar que você identifique qual das duas ideias a conjunção indica. Decorar a lista, aqui, resolveria o seu problema?

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COMO ESTUDAR AS CONJUNÇÕES

Entendemos que estudar as conjunções é tarefa que compreende as

seguintes etapas:

1. Entender o valor semântico que cada conjunção expressa: saber o

que é adição, alternância, adversidade, etc.

2. Sistematizar as conjunções que podem apresentar mais de uma ideia.

A conjunção alternativa, por exemplo, não indica só alternância,

pode indicar também escolha ou exclusão.

3. Memorizar uma lista básica de conjunções para cada grupo (aditivas,

explicativas...)

4. Apresentar as conjunções que podem aparecer em mais de uma lista.

A conjunção e, por exemplo, vocês verão que pode ser aditiva,

adversativa ou conclusiva. Sistematizar essas conjunções poupará ao

aluno tempo de raciocínio para resolução da questão.

Parece muito? Talvez, até porque estamos falando de um assunto, que,

comprovadamente, é um dos que mais aparecem nas provas de português.

Mas tudo fica muito simples, uma vez que se crie um método de análise das

questões. Aí, a Língua Portuguesa deixa de ser um amontoado de regras e

informações e passa a ser vista como disciplina que hoje é trabalhada por

meio de um raciocínio lógico e objetivo nas provas de concursos públicos.

Nessa aula, conhecemos as conjunções coordenativas e os valores

semânticos que elas representam. Na nossa aula 03, estudaremos as

conjunções subordinativas e seus respectivos valores, comparando os dois

grupos, preparando você para as mais variadas questões de provas.

Por ora, ficamos por aqui e esperamos vocês em nossos próximos

encontros. Um abraço a todos!

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