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  • Revista da Catlica, Uberlndia, v. 2, n. 3, p. 364-379, 2010 catolicaonline.com.br/revistadacatolica 364

    PSICOMOTRICIDADE: DA PRTICA FUNCIONAL VIVENCIADA

    Fernando Soares Machado* Helenice Maria Tavares**

    Resumo O presente artigo procurou por meio de uma reviso bibliogrfica compreender o processo histrico da psicomotricidade abordando suas diferentes vertentes corporais: a funcional e a vivenciada. Nesse sentido, h uma busca pelo entendimento dessas prticas com o intuito de esclarecer possveis divergncias tericas frente s questes relacionadas ao corpo. Este estudo resultou no esclarecimento sobre a importncia de cada uma destas teorias no contexto do trabalho psicomotor, alm disso, apontou uma evoluo desta rea do conhecimento no que tange valorizao corporal do indivduo como totalidade, principalmente pelo movimento associado s emoes, s relaes e aos sentimentos, alm da busca pelo desenvolvimento de novas potencialidades. Palavras-Chave: Corpo. Funcional. Vivenciada.

    A psicomotricidade, como uma rea do saber, sofreu ao longo dos anos, em seu processo de consolidao, diversas influncias cientficas de diferentes campos do conhecimento, e por este fato, surgiram algumas prticas e teorias com o intuito de se trabalhar e compreender o corpo. Essas disparidades tericas provocaram alguns conflitos em relao ao olhar e o como trabalhar o aspecto corpreo dos indivduos.

    a partir deste contexto que se faz necessria a realizao de um levantamento histrico acerca do processo de formao da psicomotricidade bem como sua evoluo, abordando as diferentes prticas existentes, suas peculiaridades e principais caractersticas em relao ao trabalho corporal dos indivduos.

    Para isso, foi realizado um levantamento bibliogrfico em relao ao assunto, a fim de se coletar informaes pertinentes capazes de sanar possveis questionamentos em relao ao tema em discusso.

    A finalidade da pesquisa bibliogrfica colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado assunto, [...] dessa forma a pesquisa bibliogrfica no mera repetio do que foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a concluses inovadoras. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 183).

    * Aluno do curso de ps-graduao em Psicomotricidade da Faculdade Catlica de Uberlndia.

    ** Professora orientadora do curso de Ps- graduao em Psicomotricidade da Faculdade Catlica de Uberlndia.

    Email: [email protected].

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    Ao iniciar o levantamento histrico bibliogrfico sobre a psicomotricidade, descobriu-se que o corpo humano sempre foi valorizado desde a antiguidade. Na cultura grega havia um culto excessivo do esplendor, principalmente relacionado s imagens das esculturas sempre presentes em locais pblicos. Nessa poca dualismo corpo e alma estava presente no pensamento e concepes de diferentes filsofos.

    Conforme Sousa (2004), Plato apresenta uma dicotomia entre psico motricidade pela ciso entre corpo e alma, como foi considerada na antiguidade, afirmando um dualismo radical dentro do ser humano, existindo assim duas realidades.

    No sculo XVII, Ren Descartes e toda a influncia do seu pensamento na evoluo cientfica considerava o corpo como objeto e fragmento do espao visvel e separado do sujeito conhecedor.

    Posteriormente, diversos pesquisadores ao longo deste processo histrico do estudo do corpo, contriburam para a construo e solidificao da psicomotricidade. Etimologicamente, a psicomotricidade tem sua origem no termo grego psyqu, que significa alma e no verbo latino moto, que significa mover frequentemente, agitar fortemente. (NEGRINE, 1995, p.33).

    Historicamente o termo psicomotricidade aparece a partir do discurso mdico, mais precisamente neurolgico, quando foi necessrio, no incio do sculo XIX, nomear as zonas do crtex cerebral situada alm das regies motoras e tambm por psiquiatras para a classificao de fatores patolgicos. Para Sousa (2004), justamente a partir da necessidade mdica de encontrar uma rea que explique certos fenmenos clnicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra psicomotricidade no ano de 1890.

    No incio do sculo XX no campo patolgico a partir dos estudos de Dupr, a psicomotricidade vista por meio de uma linha psiquitrica em que direciona suas pesquisas debilidade motora nos dbeis mentais, preocupando-se basicamente com os distrbios psicomotores.

    importante destacar que neste perodo a preocupao voltava-se somente ao corpo e com seus distrbios, dissociando-os de outras partes referentes s emoes e a cognio.

    De acordo com Fonseca (1995), Henri Wallon, o grande pioneiro da psicomotricidade vista como campo cientfico, inicia uma das obras mais relevantes no campo psicolgico da criana. Para Assis; Jobim (2008) h uma preocupao do movimento humano relacionado como instrumento de construo do psiquismo. Esta diferena permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, emoo, ao ambiente e aos hbitos do indivduo.

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    Sousa (2004), afirma que para Wallon o conhecimento, a conscincia e o desenvolvimento geral da personalidade no podem ser isolados das emoes.

    [...] o momento do paralelismo e, portanto, da relao (tentativa de separao do dualismo cartesiano) entre o corpo expressado basicamente no movimento, e a mente, expressada no desenvolvimento intelectual e emocional do indivduo. (LEVIN 1995, p.25).

    Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, lder da escola de psicomotricidade, delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre neurolgico e o psiquitrico a partir de tcnicas reeducativas. Ajuriaguerra atualiza o conceito de psicomotricidade, associando-o ao movimento, alm disso, com suas novas concepes tericas passa para a histria da psicomotricidade como o nico que conseguiu romper efetivamente com o imperialismo neurolgico e com o conceito de paralelismo psicomotor de Dupr.

    Para Sousa (2004), a prtica de Piaget tambm contribuiu para o enriquecimento terico da psicomotricidade, j que estudou com profundidade as inter-relaes entre a motricidade e a percepo, por meio de uma ampla experimentao. Para o referido autor, Piaget entende que a motricidade interfere na inteligncia, antes da aquisio da linguagem, pois considera que o resultado de uma certa experimentao motora integrada e interiorizada como processo de adaptao essencialmente movimento.

    No entanto, segundo Levin (1995), a partir de trs grandes vertentes chamados de cortes epistemolgicos h uma tentativa de aproximao desse corpo como sendo nico e global.

    O primeiro focado na neuropsiquiatria em que o corpo um instrumento, uma mquina de movimento; estava basicamente ligado reeducao psicomotora em que a reabilitao centrava-se por meio de exerccios motores repetitivos. Neste perodo foi marcante a presena e a fundamentao dos ideais tericos de Wallon e Dupr.

    O segundo ligado ao campo da psicologia gentica, nos quais os sentimentos passam a ter importncia na formao do indivduo, surgia ento, a terapia psicomotora que valoriza a emoo, a formao de um ser pensante global e total. Para Levin (1995), j no se trata de uma reeducao, mas de uma terapia em um corpo em movimento que constri a realidade, que sente e se relaciona. Alm disso, trs dimenses sero centradas pela psicomotricidade: a instrumental, cognitiva e a tnico-emocional. Nesse sentido, o novo enfoque dado relao, afetividade e ao movimento, possibilita uma reformulao na prtica da psicomotricidade.

    O terceiro, chamado de clnica psicomotora, iniciou segundo Sousa (2004), a partir das contribuies da psicanlise por meio de interesses tericos e metodolgicos dos

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    psicomotricistas. H uma mudana no que diz respeito ao olhar deste profissional, j que a preocupao foca-se num sujeito desejante, com seu corpo em movimento. Levin (1995) destaca que por meio do simbolismo o corpo no apenas se movimenta, mas se relaciona, tem seus papis definidos na sociedade, tudo isso influencia na tomada de um ser desejante. Ainda para Levin (1995 p.42).

    A clnica psicomotora aquela na qual o eixo a transferncia e, nela, o corpo real, imaginrio e simblico dado a ver ao olhar do psicomotricista. O sujeito diz com seu corpo, com sua motricidade com seus gestos, e, portanto, espera ser olhado e escutado na transferncia desde um lugar simblico.

    Para Negrine (1995), posteriormente, a partir dos estudos de Pierre Vayer e Le Bouch surge a educao psicomotora, que utilizava a educao fsica como meio de se trabalhar a psicomotricidade no contexto educacional com o intuito, a priori, de promover na criana inadaptada uma educao motriz (coordenao, equilbrio etc) e psicomotriz (memria e conscincia). Le Bouch (1983) prope uma educao baseada no desenvolvimento de qualidades dos indivduos, proporcionando uma relao melhor com seu meio, a psicocintica.

    Atualmente, a educao psicomotora vem sendo enfatizada em instituies escolares e pr-escolares, clubes, espaos de recreao etc. Atravs de variadas estratgias, os trabalhos multiplicam-se promovendo uma reviso da noo de infncia e da prxis educativa. Segundo Le Boulch (1983), a Educao Psicomotora pode ser entendida como uma metodologia de ensino que instrumentaliza o movimento humano enquanto meio pedaggico para favorecer o desenvolvimento da criana.

    Todo este processo de formao de uma rea do saber proporcionou uma identidade marcante na psicomotricidade com as questes voltadas a um conhecimento que tem uma aplicabilidade funcional; dirigida. Todas as vertentes comentadas anteriormente utilizam-se de ferramentas para atuar sobre o corpo de forma mecnica, embora alguns autores fundamentem suas teorias em relao importncia e a necessidade de compreender o ser humano como totalidade.

    Por meio de todas essas mudanas histricas influenciadas por diferentes reas do saber que influenciaram e ainda influenciam a psicomotricidade em relao ao seu objeto de estudo, o corpo, que se faz necessrio compreender este processo de construo e aplicao dessas novas prticas - funcional e vivenciada, as quais buscam um entendimento diferenciado sobre o desenvolvimento corpreo do ser humano.

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    Conforme Assis ; Jobim (2008), a psicomotricidade a capacidade psquica de realizar movimentos, no se tratando da relao do movimento propriamente dito, mas sim da atividade psquica que transforma a imagem para a ao em estmulos para os procedimentos musculares adequados.

    A partir dessa viso, o aspecto funcional da psicomotricidade objetiva uma complementao corporal para que a criana ou o indivduo consiga atingir um desenvolvimento global por intermdio do trabalho de alguns fundamentos psicomotores especficos de acordo com as necessidades e particularidades de cada um.

    Existem muitas classificaes e terminologias que abrangem as diferentes funes psicomotoras, entretanto ser abordada uma seqncia de carter global, enfatizando vrios aspectos relacionados ao desenvolvimento humano.

    O esquema corporal um elemento bsico indispensvel para a formao da personalidade da criana. A criana se sentir bem na medida em que seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utiliz-lo no somente para movimentar-se, mas tambm para agir.

    o conhecimento imediato e intuitivo que a criana tem do prprio corpo que a capacita a atuar tanto sobre suas partes quanto ao mundo exterior. Para Assis; Jobim (2008 p.7) o esquema corporal a organizao das sensaes relativas ao prprio corpo em conexo com os dados do mundo exterior e a utilizao da imagem do corpo.

    Uma criana cujo esquema corporal mal constitudo no coordena bem os movimentos, na escola a grafia feia, e a leitura expressiva, no harmoniosa: a criana no segue o ritmo da leitura ou ento pra no meio de uma palavra.

    A tonicidade de acordo com Fonseca (1995) est relacionada com a funo de alerta e de vigilncia, definida essencialmente como um componente corporal relacionado ao estado de tenso dos msculos e sua relao com os aspectos posturais do indivduo.

    J o equilbrio, ainda segundo o mesmo autor, pode ser descrito como sendo uma funo determinante para a construo do movimento voluntrio, condio indispensvel de ajustamento postural e gravitacional, tudo isso regulado pelo cerebelo.

    O equilbrio, tanto em seu aspecto dinmico quanto esttico, integra-se ao trabalho de coordenao global, e constitui parte indispensvel da mesma. (CONDEMARIN; CHADWICK; MILICIC, 1989, p. 133).

    De acordo com Assis ; Jobim (2008), o termo lateralizao vem do latim que quer dizer lado, contudo, so duas as teorias que tentam explicar a dominncia lateral: uma refere-se herana, isto a dominncia relacionada com fatores genticos e a outra se refere

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    dominncia de um lado do crtex cerebral sobre o outro, isto a dominncia hemisfrica que seria a determinante da lateralizao corporal.

    Fonseca (1995), afirma que existe uma progressiva especializao dos dois hemisfrios como o resultado das funes scio-histricas do trabalho e da linguagem, tendo adotado inclusive a designao de hemisfrio dominante para o esquerdo e de subdominante para o direito.

    No entanto, no se deve confundir esse conceito com a lateralidade, a qual diz respeito ao conhecimento e domnio dos termos esquerda e direita.

    De acordo com Assis; Jobim (2008), direcionalidade a capacidade de projetar as dimenses espaciais do corpo no espao imediato e de se apoderar de conceitos espaciais sobre o movimento ou localizaes de objetos no ambiente. Para Godall; Hospital (2004), ao fazer uso do espao h uma potencializao do movimento das sensaes e interpretaes dos smbolos. Quando o espao explorado, melhora-se o conhecimento do esquema corporal, dos prprios limites e possibilidades, alm da organizao e coordenao de movimentos e habilidades motoras em geral.

    A organizao temporal conforme Godall; Hospital (2004) corresponde capacidade de relacionar aes a uma determinada dimenso de tempo, em que sucesses de acontecimentos e de intervalo de tempo so fundamentais. Refere-se s relaes de perto, longe, em cima, embaixo, dentro e fora etc.

    Percepo a capacidade de captar e decodificar os estmulos do meio ambiente por meio dos rgos dos sentidos: olhos, ouvidos, paladar, tato e olfato, que recebem as primeiras impresses sensoriais do ambiente e as transmitem para o crebro.

    Conforme Harrow (1983), as capacidades perceptivas incluem todas as modalidades de percepo do indivduo atravs dos quais os estmulos so liberados aos centros superiores do crebro para serem interpretados. Portanto, os dados so apresentados para depois serem utilizados pelos centros cerebrais que emitem uma deciso como resposta.

    A capacidade gustativa a capacidade de perceber e diferenciar diferentes paladares (sabores, temperaturas e texturas dos alimentos).

    A discriminao auditiva a capacidade do indivduo de receber e estabelecer a diferena entre vrios sons, bem como o tom e a intensidade correspondentes (HARROW, 1983. p 70).

    Ainda de acordo com Harrow (1983), a discriminao ttil a capacidade do indivduo de estabelecer a diferena entre vrias texturas, simplesmente pelo uso da modalidade ttil.

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    Este contato permite ao indivduo uma compreenso mais rpida em relao descrio de alguns termos como: suave, spero, duro, mole e etc.

    A capacidade olfativa permite ao indivduo uma interao com o ambiente, descobrindo os diferentes odores presentes no mundo que o cerca. J a capacidade visual trata da percepo de objetos, formas, comprimentos, quantidades, tamanhos, orientaes, situaes, pessoas etc.

    A coordenao a resultante de uma harmonia de aes musculares em repouso e em movimento, como resposta a determinados estmulos. (CONDEMARIN; CHADWICK; MILICIC, p.131).

    Seguindo os pensamentos desses autores, esta coordenao refere-se flexibilidade no controle motor e aos mecanismos de ajuste postural que so realizados durante o movimento.

    Fonseca (1995) define coordenao como tarefas motoras seqenciais globais que se desenrolam num certo perodo de tempo e que exigem uma atividade conjunta de vrios grupos musculares.

    Para Harrow (1983), a coordenao motora global visa utilizar os grandes msculos (esquelticos) de forma mais eficaz tornando o espao mais tolervel dominao do corpo.

    A coordenao motora fina enfatiza o trabalho ordenado de pequenos msculos, ou seja, movimentos precisos e refinados. Godall; Hospital (2004) a define como a capacidade de usar de forma eficiente e precisa os pequenos msculos, produzindo assim movimentos delicados e especficos. Este tipo de coordenao permite dominar o ambiente, propriciando manuseio dos objetos. Ex; Recortar, lanar em um alvo, costurar, escrever, digitar, etc.

    A coordenao olho-mo ou viso motora conforme Harrow (1983), refere-se capacidade do indivduo de selecionar um objeto a sua volta e de coordenar visualmente esse objeto com um movimento manipulativo.

    A coordenao oculomanual compreende a capacidade de coordenar movimentos manuais com referncias perceptivo-visuais (FONSECA, 1995, p.229).

    Para o mesmo autor, esses movimentos esto ligados funo de coordenao dos olhos durante a fixao da ateno em relao manipulao de objetos que exigem um controle visual, alm de englobarem as funes de programao, regulao e verificao das atividades preensivas e manipulativas mais finas e complexas.

    Conforme Harrow (1983), a coordenao olho-p a capacidade do indivduo de distinguir um objeto a sua volta e de coordenar esse objeto percebido visualmente com o movimento de seus membros inferiores. A coordenao oculopedal compreende a

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    capacidade de coordenar movimentos pedais como referncias perceptivo-visuais (FONSECA, 1995, p.231).

    Segundo Negrine (2002), a psicomotricidade funcional compreende o desenvolvimento psicomotriz a partir de bases tericas de neuroanatomia funcional. Tal fundamento situa-se na concepo de que o processo de desenvolvimento humano decorrente dos processos de maturao. Sustenta os diagnsticos do perfil psicomotriz e a prescrio de exerccios para sanar possveis descompassos do desenvolvimento motriz.

    A estratgia pedaggica baseia-se na repetio de exerccios funcionais, criados e classificados constituindo as famlias de exerccios para as finalidades de aprimoramento dos fundamentos psicomotores. As atividades so pr-programadas, aplicadas e dirigidas pelos psicomotricistas, os quais adotam uma postura de comando frente a sua aplicao. Pode-se classificar este processo como educao pelo movimento em que basicamente a postura da criana de imitao dos movimentos do professor, de dependncia e de pouco contato corporal entre as demais crianas do grupo, j que so exerccios especficos e direcionados.

    De acordo com Assis; Jobim (2008), na dcada de 70 diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relao. Inicia-se, ento, uma diferena das posturas reeducativas e teraputicas que ao despreocupar-se da tcnica instrumentalista, ocupa-se do corpo de um sujeito valorizando a relao, a afetividade e os aspectos emocionais.

    Na origem deste novo campo de conhecimento, fundamentaram-se aspectos psicanalticos da relao do adulto com a criana. Tal fundamento apia-se nos estudos de alguns psicanalistas como: Winnicott, Dolto, Mahler, Klein. Neste perodo existe um evidente deslocamento do campo instrumental em direo ao campo relacional (NEGRINE, 1995, p.46).

    A psicomotricidade vivenciada est centrada em mtodos no diretivos em que as aes desta prtica fundamentam-se no jogo como ferramenta para o brincar da criana, proporcionando a representao, a imaginao e criatividade. Trabalha o indivduo em sua totalidade neste espao ldico e educativo, permitindo a exteriorizao de suas emoes, a interao com o ambiente, com os objetos e com outras pessoas.

    Negrine (2002) explica a importncia da ao do brincar como elemento motivador a fim de provocar a exteriorizao corporal da criana, pois entende que a ao de brincar impulsiona processos de desenvolvimento e de aprendizagem. Essas estratgias de intervenes pedaggicas criam tambm, condies importantes para a construo de um

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    vocabulrio psicomotor amplo e diversificado e servem como melhora das relaes da criana com o adulto, com os iguais, com os objetos e consigo mesma.

    A brincadeira fundamental na vida das crianas; no permitir que elas brinquem uma violncia, porque so nessas atividades que ela constri seus valores, socializa-se e vive a realidade de existir de seu prprio corpo, cria seu mundo, desperta a vontade, adquire conscincia e sai em busca do outro pela necessidade que tem de companheiros. (GIRARDI, 1993, p.80).

    Sendo o jogo um componente pedaggico capaz de possibilitar a exteriorizao das emoes e sentimentos das crianas, a psicomotricidade vivenciada baseia-se em trs objetivos importantes dentro de sua fundamentao: experincias corporais variadas pela explorao do espao, do corpo e dos objetos mediante o jogar e o fazer exerccios. Estimular a vivncia simblica, sendo que o movimento realizado com a inteno de representao ou imaginao e a comunicao, com a inteno de facilitar o contato das crianas atravs da expressividade e oralidade proporcionando a socializao e exteriorizao.

    Para que este processo corporal acontea, necessrio que se compreenda o corpo como um elemento principal no desenvolvimento das potencialidades, pois por intermdio dele ocorrem diferentes formas de expresses, permitindo a comunicao com os objetos a sua volta e com outros indivduos.

    Segundo Cabral (2001), este corpo inteiro, integrado, que o objeto da psicomotricidade, pode ser dividido didaticamente em o corpo como instrumento de ao (funcional), o corpo instrumento de conhecimento (cognitivo), corpo fantasmtico e relacional (relaes, afeto e sentimentos), corpo social (papis na sociedade).

    Outro aspecto importante que contribui com a psicomotricidade vivenciada so os jogos livres; traduzidos conforme Cabral (2001) em jogos simblicos definidos como jogos representativos, faz-de-conta e dramatizao que no apenas reproduzem uma ao, mas possibilitam ao indivduo a soluo de seus conflitos equilibrando o mundo interno com o mundo externo. Os jogos fantasmticos proporcionam ao indivduo expressar seus sentimentos, ou seja, se apresentam sem suas mscaras ou disfarces demonstrando seus desejos e frustraes.

    Existem ainda os jogos expressivos que envolvem descarga de tenses, busca de afirmao pessoal, alm da aprovao social. So expressivos de si mesmo, de si no confronto com os outros e do prazer que as habilidades e o funcionamento corporal permitem revelar. (CABRAL, 2001, p.42).

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    Os objetos tm um papel considervel neste processo, pois oportunizam a interao com os indivduos permitindo diferentes possibilidades simblicas com diversos materiais como: bolas, bambols, cordas, bastes, tecidos, jornais, caixas etc.

    Portanto, cabe ao facilitador/psicomotricista promover a interao, permitir-se corporalmente, isto , tocar o corpo da criana e deixar que ela o toque. Alm disso, reforar a prtica de algumas condutas motrizes, participar dos jogos das crianas demonstrando sua disponibilidade em relao ao grupo.

    Durante a abordagem sobre a prtica da psicomotricidade vivenciada importante destacar dois grandes inovadores que foram responsveis pelas mudanas acerca desta rea do conhecimento que so: Andr Lapierre e Bernard Aucouturier. [...] a inovao de Lapierre e Aucouturier psicomotricidade pedaggica [...] passa a potenciar o jogo como forma de conseguir seus objetivos (NEGRINE, 1995, p.65).

    De acordo com o autor, Lapierre foi o criador do mtodo da psicomotricidade relacional com sua fundamentao na teoria de Wallon. Tem sua sustentao na comunicao no-verbal enfatizando aspectos relacionais, psicofsicos, socioemocionais, cognitivos e afetivos do ser humano. Potencia o jogo simblico, procurando dar liberdade e espao onde as crianas sejam compreendidas em sua globalidade, manifestando suas emoes, fantasia e sua inteligncia em formao. Lapierre inclina-se a potenciar o jogo simblico [...] todo jogo da criana h uma inteno, mesmo que de forma inconsciente. (NEGRINE, 1995, p.65). Para Lapierre, a psicomotricidade relacional tem um papel de preveno, levando os alunos a alcanar o equilbrio no seu desenvolvimento; despertar o desejo de aprender, estimular a criatividade, a integrao social. Essa construo acontece atravs do jogo espontneo, integrando suas dificuldades, necessidades e linguagem, de forma harmnica, com a realidade e com o meio que est inserido.

    Ainda para o referido autor, Aucouturier tem seu referencial terico fundamentado em Piaget, alm disso, privilegia o jogo sensrio-motor entendendo que a psicomotricidade apresenta funcionalidade nas crianas entre sete e oito anos de idade.

    Aucouturier entende que o prazer sensrio-motor a vida real de mudanas da criana, a fonte de todos seus bloqueios, dos mais pequenos aos mais graves. Afirma que quando a criana experimenta o prazer sensrio-motor capaz de se abrir ao exterior. O prazer sensrio-motor produz uma abertura ao simblico porque libera a criana das tenses e das imagens que tem na sua cabea, libera as representaes mentais, os fantasmas e produz o desejo de atuar no espao (NEGRINE,1995,p.72).

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    Ainda segundo Negrine (1995), em relao prtica psicomotriz preventiva, Aucouturier entende que na sala de psicomotricidade a organizao do espao importante e necessria para a maturao da pulso de prazer da criana. Todo o espao existe o prazer sensrio-motor, jogo simblico e representao, porm cada espao tem uma dominante da expressividade motriz da criana, atravs das imagens mentais ou do lugar de representao.

    Defende que a prtica da psicomotricidade seja realizada em sesses, somente em ambientes fechados que possuam materiais fixos e diversos materiais complementares. A organizao da sesso segue uma seqncia, ou seja, a criana deve seguir uma determinada ordem para executar os jogos: momento inicial ou ritual de entrada; jogos de segurana profunda, jogos de prazer sensrio-motor, jogos simblicos, atividade de representao e momento final ou ritual de sada.

    De forma geral, a prtica se desenvolve a partir dessa rotina, e a funo principal do psicomotricista ficar na escuta da demanda da criana, sem implicar-se corporalmente nos seus jogos o que recomenda a teoria de Acouturier e seus seguidores. importante que se esclarea que o termo ficar na escuta significa desenvolver capacidades de observao para atuar em funo das necessidades emergentes da criana (NEGRINE, 1995, p.73).

    O mesmo autor ressalta que Aucouturier entende que os objetivos da prtica psicomotriz educativa so o favorecimento da expressividade psicomotriz da criana direcionados para o desenvolvimento da comunicao, criao e a formao do pensamento operatrio da criana.

    Basicamente, existem algumas diferenas entre o pensamento de Lapierre e Aucouturier, o qual enfatiza o jogo sensrio-motor, no havendo em suas sesses envolvimento corporal do adulto e entende que sua prtica deva favorecer o desenvolvimento cognitivo. Para Lapierre, a prioridade o jogo simblico, em suas sesses todo ato tem um significado simblico. Alm disso, o adulto na prtica psicomotriz deve implicar-se corporalmente e entende que a criana vivencie o prazer pelo movimento.

    Embora Lapierre e Aucouturier tenham algumas distines em relao as suas teorias sobre a psicomotricidade, ambos concordam quando o assunto a formao do psicomotricista.

    Um dos pontos nos quais se pode dizer que Lapierre e Aucouturier esto de acordo o relativo formao do psicomotricista [...] sua formao permanente deve ser essencialmente corporal que permita mais que um saber intelectual, uma integrao de conhecimentos de si mesmo, de suas reaes corporais afetivas e emocionais, e que possibilite compreender suas limitaes para fazer avanar sua prtica com crianas. (NEGRINE, 1995, p.70).

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    importante destacar que estes autores so os grandes pilares da psicomotricidade vivenciada no que dizem respeito valorizao da criana e do indivduo de uma forma potencializada e global por meio da ao do brincar.

    Em linhas gerais a prtica da psicomotricidade vivenciada valoriza ao livre do brincar pela criana, proporcionando uma maior independncia nas relaes, pois decide o que quer fazer. Alm disso, a criana vista em sua totalidade, cabendo ao psicomotricista ajudar, compreender e estimular a prtica psicomotriz e acima de tudo adotar uma posio de escuta neste processo.

    Para isso, toda essa prtica ou vivncia corporal deve ser realizada de preferncia em espaos fechados, pois importante que este ambiente oferea criana uma maior expressividade e segurana no processo de desinibio.

    Atualmente, novas teorias surgem com o propsito de compreender o corpo sobre diferentes aspectos de desenvolvimento como, por exemplo, a psicomotricidade sistmica e a sociopsicomotricidade Ramain Thiers.

    De acordo com Prista (s.d), a formao em terapia oriental introduziu uma srie de revolues tericas sobre a necessidade do movimento leve, livre, calmo, auto-centrado e o rompimento da idia de corpo-mente como instncias separadas. Com o objetivo de retomar a auto-organizao do sujeito fazia-se necessrio um estudo mais aprofundado do inconsciente.

    Assim nasce a psicomotricidade sistmica, cuja proposta de favorecer criana situaes nas quais ela passa a ser concebida como um ser ativo, em desenvolvimento e possuidora de um potencial para superar a si e criar novas possibilidades e novos comportamentos para sua prpria auto-organizao.

    Para Prista (s.d), a criana faz escolhas, assume-as e promove um processo de reestruturao cerebral a partir do momento que se coloca em ao a partir de suas prprias necessidades auto-conscientizadas. O caminho metodolgico inicial a livre expresso como a forma de minimizar resistncias introduo de um novo olhar e de novas posturas. O encontro essencial para o estabelecimento de uma relao de segurana com o educador ou terapeuta. O dilogo corporal intensificado, tcnicas e expresses verbais so posteriormente introduzidas.

    Assim nesta abordagem a psicomotricidade foi definida nos anos 80 como a cincia da relao. A relao que se estabelece em nvel interior, com os outros e com o espao micro e macro.

    Surge ento a denominao psicomotricidade sistmica que marcava epistemologicamente que o homem uma unidade e que todas as suas dimenses esto

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    entrelaadas dinamicamente. O pensamento sistmico pensamento de processo e, por conseguinte, a viso sistmica encara a sade, em termos de um processo contnuo. (PRISTA, s.d, p.01)

    A autora destaca que um caminho cientfico de aplicabilidade no estudo da relao humana. Promovendo o desenvolvimento do ser humano com qualidade e harmonia ao mobilizar os recursos internos do sujeito na relao com o mundo. Sua aplicabilidade permite a conscientizao do ser humano para a necessidade de um olhar para si e suas relaes com os objetos e com os outros. Estabelece a base do desenvolvimento humano descrevendo etapas e aes educativas para a construo de um homem crtico e criativo, assim como mediaes clnicas de resgate do potencial quando bloqueado nas relaes scio-culturais.

    O trabalho metodolgico segundo Prista (s.d), se amplia e a busca de uma prtica imersa na complexidade estabelecida. A busca pelo potencial humano, a humanizao dos adultos, a conscincia ecolgica passam a ser desenvolvidas atravs de tcnicas simples, mas profundas, desconstruindo caminhos cartesianos e propondo abertura para novas modalidades de aprendizagem.

    A sociopsicomotricidade de Ramain Thiers, conforme Lobo; Mazzolini (1997) uma tcnica psicoteraputica que utiliza a psicomotricidade como instrumento para a mobilizao psquica e afetiva do sujeito e do grupo em terapia, promovendo o desencadeamento de contedos psquicos inconscientes, cuja leitura feita pelo socioterapeuta luz da psicanlise.

    A teoria que fundamenta o Mtodo entende-se ao estudo do movimento e percepo corporal, entendidos como parte integrante do psiquismo, ou seja, como uma extenso concreta dos contedos psquicos simblicos. Dentro dessa viso, o movimento se transforma em um ato psicomotor que pode ser lido, pontuado e interpretado, pois tal qual a palavra, contm em si representaes psquicas inconscientes. (LOBO; MAZZOLINI, 1997, p.02).

    O objetivo da sociopsicomotricidade promover a capacidade de ateno interiorizada, desenvolver o potencial criativo e propiciar a busca de autonomia, como elementos bsicos para alcanar uma mudana de atitude. Deste modo, dentro da rea educacional segundo Lobo; Mazzolini (1997), a Sociopsicomotricidade Ramain Thiers pode ser utilizada como um elemento facilitador para a compreenso dos diferentes comprometimentos apresentados por estudantes em sala de aula, bem como no desenvolvimento de propostas que objetivem a integrao e sensibilizao de grupos de pais ou professores.

    Ainda sobre o pensamento destes dois autores, as atividades de Ramain Thiers estruturam-se por meio de trs sesses. A primeira direcionada ao trabalho corporal que visa a formao do esquema da imagem corporal, pois facilita a interao do sujeito no grupo,

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    liberando recalques corporais, j que despertam e refinam a sensibilidade, fortalecendo a estrutura egica do sujeito por intermdio da ao consciente o ato motor que realiza.

    J a segunda sesso intitulada de psicomotricidade diferenciada acontece por intermdio de atividades de expresso motora fina, as quais correlacionam a determinados aspectos do desenvolvimento emocional do ser humano entre o ato psicomotor e aos contedos psquicoafetivos. A terceira sesso chamada de verbalizao, busca a expresso verbal dos indivduos sobre o que vivenciou e executou durante as atividades, cabendo ao socioterapeuta uma posio de escuta neste processo.

    Diante dos apontamentos realizados no presente trabalho em relao trajetria da formao da psicomotricidade como um campo do saber e de suas diferentes prticas, percebe-se que esta rea sofreu influncias tericas relevantes constituindo-se em duas grandes vertentes de atuao frente s questes voltadas ao corpo: a prtica funcional e a vivenciada.

    Estas prticas demonstram acima de tudo diferentes vises e abordagens no que dizem respeito ao trabalho corporal e aos mtodos de aplicao. Isso no quer dizer que exista uma teoria certa e outra errada, mas sim demonstra enfoques diferentes de acordo com a diversidade de pensamentos presentes em cada uma.

    importante destacar que neste processo de formao a psicomotricidade evoluiu, sobretudo em relao compreenso do indivduo como um ser de totalidade, embora houvesse tal preocupao por alguns tericos da prtica funcional, sua aplicabilidade centrava-se em aspectos puramente motores, em que o movimento e a repetio de exerccios resolveriam eventuais problemas ou promoveriam o desenvolvimento do indivduo.

    Essa transio para a prtica vivenciada, possibilitou a percepo de que o corpo do indivduo muito mais que um simples ato motor; o movimento traduzido por intermdio das emoes, dos sentimentos, da expresso e da aprendizagem por meio da relao com o outro. Esta compreenso permite direcionar o desenvolvimento e a descoberta de novas potencialidades, muitas vezes escondidas dentro de cada um.

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