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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA RESÍDUOS SÓLIDOS: DESTINAÇÃO FINAL Por: Maria Aparecida Salgado Soares Orientador Prof. Maria Esther de Araujo Oliveira Rio de Janeiro 2012

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE … · De acordo com a A NBR 10.004/04 da ABNT que dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

RESÍDUOS SÓLIDOS: DESTINAÇÃO FINAL

Por: Maria Aparecida Salgado Soares

Orientador

Prof. Maria Esther de Araujo Oliveira

Rio de Janeiro

2012

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

RESÍDUOS SÓLIDOS: DESTINAÇÃO FINAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestor Ambiental.

Por: Maria Aparecida Salgado Soares.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pela força e

luz na minha vida.

Obrigada minha filha, netas, genro

e esposo pela compreensão nas

minhas ausências, a meu pai, irmãos,

sobrinha, a professora e orientadora

Maria Esther pelo apoio, ao professor

Djalma pelas dicas e com muito

carinho a minha irmã por tudo.

Enfim, agradeço a todos que de

alguma forma estão juntos a mim. Um

muito obrigada a todos vocês.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus que colocou

em meu caminho pessoas que tiveram

envolvimento em meu trabalho. E

também a meu pai pelo amor e pela

participação necessária e a todos que me

ajudaram fazendo parte de minha vida.

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RESUMO

Os Resíduos sólidos sejam de que natureza forem, se não condicionados de

forma adequada acabam trazendo grandes conseqüências para toda a vida no

planeta, para que isso não ocorra são determinados alguns tipos de

tratamentos para os mesmo como: incineração, co – incineração,

biogasificação, entre outros, com destaque maior para a reciclagem de alguns

destes resíduos.

Os Resíduos podem ser classificados em perigosos, não perigosos, não

inertes e inertes e seguem critérios técnicos quanto a sua origem podendo ser:

urbanos, industrias, hospitalares e eletrônicos entre outros. Cada um possuem

um critério de reciclagem para melhor aproveitamento dos mesmos.

Atualmente existe um mercado para os resíduos reciclados, com a finalidade

de ser ter uma economia maior em relação a gastos para construções e

produtos artesanatos. A legislação brasileira ainda é um pouco fraca em

relação ao cumprimento das leis sobre aqueles que despejam os resíduos em

lugar desapropriado para a sua destinação final. Para este fim existem os

lixões, forma ainda inadequada, e os aterros sanitários, que segundos alguns

autores, seja o melhor destino final para os resíduos. O que pode ajudar na

destinação final é a coleta seletiva, uma forma mais eficaz de já deixar o que

pode ser reutilizado separado daquilo que não pode e não possui mais

serventia.

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METODOLOGIA

O estudo apresentado será desenvolvido, realizado através de pesquisa em

Bibliografia disponíveis aos interessados com: Livros, revistas, jornais, meios

eletrônicos: sites, artigos e fotos retiradas na internet.

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO............................................................................................

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CAPÍTULO I - Resíduos Sólidos................................................................. 11

1.1- Classificação dos Resíduos...................................................... 12

1.1.1 - Resíduos Classe I – Perigosos ........................................... 13

1.1.2 – Resíduos Classe II A– Não Inertes...................................... 14

1.1.3 – Resíduos Classe II B – Inertes............................................ 15

CAPÍTULO II - O Desenvolviemnto do Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 15

2.1 – Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos..................... 17

2.2 – Conceitos Fundamentais........................................................ 18

2.3 – Objeções aos Resíduos Sólidos............................................. 19

2.4 – Critérios Técnicos................................................................... 21

2.5 – Resíduos Sólidos Urbanos...................................................... 22

CAPÍTULO III Disposição Final de Resíduos Sólidos ................................ 23

3.1 – Aterros Sanitários.................................................................... 24

3.1.1- Condições Características..................................................... 25

3.2 – Lixões...................................................................................... 28

3.3 – Cooprocessamento................................................................. 29

3.4 – Incineradores.......................................................................... 29

3.5 – Co – incineração..................................................................... 32

3.5.1- Co – incineração em Cimenteiras.......................................... 32

3.6 – Biogasificação......................................................................... 33

3.7 – Reciclagem............................................................................... 34

3.8 – Vantagens da Reciclagem........................................................ 35

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3.8.1 – Tipos de Reciclagem............................................................. 37

3.8.2 – Reciclagem do Aço............................................................... 38

3.8.3 – Reciclagem de Embalagens Longa Vida............................... 39

3.8.4 – Reciclagem do Papel............................................................. 40

3.8.5 - Reciclagem do composto de polietileno e alumínio.............. 41

3.8.5.1 - Fabricação de peças plásticas............................................ 41

3.8.5.2 - Fabricação de placas e telhas............................................. 42

3.9 - Reciclagem de entulho.............................................................. 43

3.10 – Reciclagem de Resíduo eletrônico............................................ 45

CAPÍTULO IV - Mercado da reciclagem de resíduos da Construção Civil e

Demolição - RCD......................................................................................... 47

4.1 - Reciclagem do concreto...................................................................... 48

4.1.1 - Produtos obtidos na reciclagem....................................................... 49

4.1.2 - Reciclagem de tijolos....................................................................... 50

4.2 - Legislação no Brasil............................................................................ 52

4.3 - União Europeia................................................................................... 52

CONCLUSÃO.......................................................................... 53

BIBLIOGRAFIA CITADA............................................................................ 54

ÍNDICE....................................................................................................... 57

INTRODUÇÃO

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Atualmente muito se fala em reciclagem e sustentabilidade e no entanto as

medidas tomadas estão aquém de uma grande problemática que é a

administração dos resíduos sólidos e sua destinação final.

Segundo a Agenda 21 Global, “Os Resíduos Sólidos compreendem todos os

restos domésticos, resíduos comerciais e institucionais, o lixo da rua e os

entulhos de construção. Em alguns países, o sistema de gestão de resíduos

também se ocupa de resíduos humanos, tais como excrementos, cinzas de

incineradores, sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento

de esgoto. Manifestam características perigosas, esses resíduos Perigosos.

O Aterro Sanitário tem como finalidade, acondicionar resíduos sólidos que

dentro da conformidade, sob nenhuma hipótese receber resíduos sólidos de

Classe I. É uma das técnicas mais seguras e de menor custo para a

disposição do lixo.

Devendo obedecer critérios de engenharia e normas técnicas, tem como

confinar os resíduos sólidos de forma segura controlando a poluição ambiental,

protegendo ,assim, a saúde pública e de acordo com a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, os lixões devem ser substituídos por aterros sanitários até

2014 pois o acúmulo do lixo desordenadamente torna-se local ideal como

criadouro de insetos, diversos vetores de transmissão de doenças. Entre eles

o Aedes Aegypti , mosquito transmissor da dengue, doença que se encontra

largamente disseminada no Brasil.

O Dr. Jair Rosa Duarte do Ministério da Saúde afirma que ultimamente as

autoridades assumiram a realidade da impossibilidade de controlar a

proliferação de tal pernilongo ( da dengue), que geneticamente tem

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resistência a vários tipos de inseticida e o uso prolongado de um único tipo

de inseticida irá selecionar populações resistentes ao produto.

Projeto de uma Política Pública adequada à solução do problema dos

resíduos sólidos é com certeza, uma viável perspectiva e o IBGE baseado

em uma pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2000, revela uma

tendência de melhora da situação da destinação final do lixo coletado no país

nos últimos anos caindo então, a participação dos lixões.

As medidas de preservação do Meio Ambiente, vem oportunamente, de

encontro à questão de como mitigar os resíduos e detritos sólidos, que

entulham e poluem a natureza circundante sem que , entretanto, no

processamento utilizem métodos que venham a contribuir ainda mais para

poluir o ecossistema.

O Objetivo geral do trabalho e a realização de pesquisas, métodos e

resoluções que levem toda uma sociedade a trabalhar com alternativas

sustentáveis para possível reaproveitamento desse descarte e promover

harmonia entre seres humanos e os Objetivos Específicos:

Estudar a sustentabilidade ecológica e econômica, analisar os impactos

Ambientais negativos bem como pesquisar medidas de integração entre o

poder público e iniciativa privada.

CAPÍTULO I

RESÍDUOS SÓLIDOS

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Os Resíduos Sólidos são todos os restos sendo sólidos ou semi-sólidos

provenientes das atividades que podem ser de nós seres humanos ou não.

Também conhecidos como lixo, constituem uma preocupação ambiental

mundial especialmente em grandes centros urbanos de países

subdesenvolvidos.

Segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda, Lixo é aquilo que não

presta sujidade; imundície; coisas inúteis, sem valor.

Resíduos vem do latim (residuu) aquilo que resta de qualquer substância;

resto. Logo, é óbvio que a segunda definição do dicionário é a mais aceita

pois nem todo o “material” descartado é inútil, não tem valor. Há a importância

da aplicação do conceito 3R’s (Reduzir, Reciclar e Reutilizar).

A população pouco conhece sobre as repercussões da disposição desses

resíduos a céu aberto na saúde humana. O crescente número populacional

sem planejamento em grandes núcleos urbanos torna inviáveis ações de

manejo dos resíduos. São constituídos de materiais heterogêneos que quando

acumulados no meio ambiente são ignorados, acarretam sérios problemas e

caracterizam também um desperdício da matéria originalmente utilizada.

A ISO 14.001 é uma ferramenta criada para auxiliar empresas a identificar ,

priorizar e gerenciar seus riscos ambientais como parte de suas práticas

usuais . A norma leva a empresa a comprometer-se com a prevenção da

população e com melhorias contínuas.

Cabe ao gerador a responsabilidade pela gestão de resíduos sólidos. Sendo

de pessoa física ou jurídica, pública ou privada que gera resíduos sólidos

através de seus produtos e atividades ou que desenvolva ações que

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manipulam ou causem fluxo desses resíduos. Sendo assim, essa incumbência

se fundamenta na origem dos resíduos sólidos que podem ser agrupados em

diversas classes com suas respectivas responsabilidades.

1.1 – Classificação dos resíduos

De acordo com a A NBR 10.004/04 da ABNT que dispõe sobre a classificação

dos resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à

saúde pública para que possam ser gerenciados adequadamente.

Conforme esta Norma, resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e

semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica,

hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta

definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles

gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como

determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento

na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções

técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Os resíduos são classificados, de acordo com a NBR 10.004/04, como:

- Resíduos Classe I – Perigosos

- Resíduos Classe II – Não Perigosos

- Resíduos Classe II A – Não Inertes

- Resíduos Classe II B – Inertes.

1.1.1 - Resíduos Classe I – Perigosos

Ainda de acordo com a NBR, 10.004094, os resíduos perigosos são aqueles

que apresentam periculosidade e características como inflamabilidade,

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corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Um resíduo é

considerado inflamável quando for um líquido com ponto de fulgor inferior a

60ºC, não ser líquido, mas ser capaz de produzir fogo por fricção, absorção de

umidade ou por alterações químicas nas condições de temperatura e pressão

de 25ºC e 1atm, ser um oxidante definido como substância que pode liberar

oxigênio ou ser um gás comprimido inflamável.

Um resíduo é caracterizado como corrosivo se este for aquoso e apresentar pH

inferior ou igual a 2 ou superior ou igual a 12,5, ou sua mistura com água, na

proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2

ou superior ou igual a 12,5, ser líquida ou quando misturada em peso

equivalente de água, produzir um líquido e corroer o aço a uma razão maior

que 6,35mm ao ano, a uma temperatura de 55ºC.

Um resíduo é considerado como reativo se ele for normalmente instável e

reagir de forma violenta e imediata, sem detonar, reagir violentamente com a

água, formar misturas potencialmente explosivas com a água, gerar gases,

vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos à

saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água, possuir

em sua constituição os íons CN- ou S2- em concentrações que ultrapassem os

limites de 250mg de HCN liberável por quilograma de resíduo ou 500mg de

H2S liberável por quilograma de resíduo, ser capaz de produzir reação

explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação catalítica ou

temperatura em ambientes confinados, ser capaz de produzir, prontamente,

reação ou decomposição detonante ou explosiva a 25ºC e 1 atm, ser

explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado

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prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não esta

substância contida em dispositivo preparado para este fim.

Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra representativa

dele, contiver ou se houver suspeita de conter, microorganismos patogênicos,

proteínas virais, ácidos desoxiribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico (ARN)

recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios,

cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em

homens, animais ou vegetais.

1.1.2 - Resíduos Classe II A – Não Inertes

São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I -

Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe II A – Não

inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,

combustibilidade ou solubilidade em água.

1.1.3 - Resíduos Classe II B – Inertes

São quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa

e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou

deionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes

solubilizados a concentrações superiores aos padrões de portabilidade de

água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

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Neste capítulo procurou-se relatar o que é resíduo sólido e suas características

quanto aos diferentes tipos de classificação e os fatores que podem causar

risco a saúde humana e a vida ambiental, e suas caracterizações em:

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade bem

como o seu conceito que é bem diversificado em relação a diversos autores e

estudiosos sobre o assunto.

CAPÍTULO II

2. O DESENVOLVIMENTO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo BRAGA e DIAS(2008), o gerenciamento de Resíduos Sólidos pode

ser definido como as ações associadas ao controle da geração,

armazenamento, coleta, transporte, processamento e disposição de resíduos

sólidos de maneira que esteja de acordo com os melhores princípios de saúde

pública, economia, engenharia, conservação dos recursos naturais, estética e

outras considerações ambientais e que, também, possa representar as

atitudes e mudanças de hábitos das comunidades. De uma maneira geral, o

gerenciamento de resíduos sólidos inclui todas as funções administrativas,

legais, financeiras, de planejamento e de engenharia envolvidas na solução

dos problemas relativos aos resíduos sólidos. As soluções podem envolver

relações interdisciplinares complexas entre áreas de atuação como as ciências

políticas, o planejamento urbano, a geografia, a economia, a saúde pública, a

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sociologia, a demografia, a comunicação social, a conservação ambiental, bem

como as engenharias e ciência dos materiais.

O problema do gerenciamento dos resíduos sólidos nas sociedades atuais

tornou-se complexo devido à quantidade e diversidade dos resíduos, à

explosão das áreas urbanas, à limitação dos recursos financeiros públicos em

muitas cidades, aos impactos da tecnologia e às limitações tanto de energia

quanto de recursos naturais.

Portanto, se o gerenciamento dos resíduos sólidos for realizado de maneira

ordenada e eficiente, os aspectos e as relações fundamentais envolvidas

podem ser identificados e ajustados para a uniformização dos dados e um

melhor entendimento

das ações necessárias ao bom andamento das políticas públicas de

fornecimento de

serviços municipais de gerenciamento de resíduos sólidos. As atividades

relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos, do ponto de vista da

geração à disposição final, podem ser agrupadas em seis grupos funcionais:

• geração dos resíduos;

• manuseio e separação, armazenamento e processamento dos resíduos na

fonte;

• coleta;

• separação, processamento e transformação dos resíduos;

• transporte e

• disposição final.

Através da consideração isolada de cada elemento funcional é possível:

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• identificar os aspectos e as relações fundamentais envolvidas e

• desenvolver, onde possível, relações quantificáveis para a os propósitos de

comparações de métodos de engenharia, análises e avaliações.

2.1. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

Ainda segundo BRAGA(2008), o gerenciamento integrado de resíduos sólidos

pode ser definido como a seleção e a aplicação de técnicas, tecnologias e

programas de gerenciamento adequados, para alcançar metas e objetivos

específicos no tratamento e disposição de resíduos sólidos. Quando todos os

elementos funcionais tiverem sido avaliados para uso, e todas as interfaces e

conexões entre os elementos tiverem sido relacionadas para uma maior

efetividade e economia, pode-se dizer que a comunidade desenvolveu um

sistema de gerenciamento integrado de resíduos sólidos.

Um processo de hierarquização em gerenciamento de resíduos sólidos pode

ser utilizado para estabelecer um ordenamento das ações a serem realizadas

para a implantação e implementação dos programas em uma determinada

comunidade. De

maneira genérica pode-se sugerir os seguintes elementos para comporem um

programa integrado de resíduos sólidos:

• redução na fonte;

• reciclagem e reutilização;

• recuperação de recursos e

• aterramento.

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2.2. Conceitos Fundamentais

• Redução na Fonte

A redução de resíduos na fonte envolve a redução das quantidades e/ou

toxicidade dos resíduos gerados. O posicionamento deste elemento no topo da

hierarquia do gerenciamento integrado de resíduos sólidos é devido à

efetividade que esta ação pode representar na redução da quantidade de

resíduos gerados, no gerenciamento dos custos associados e seus impactos

ambientais. A redução dos resíduos pode ocorrer através de projeto,

manufatura, ou embalagem de produtos que apresentem o menor potencial

tóxico possível, o menor volume e a maior vida útil. Pode ocorrer no âmbito

doméstico, comercial ou industrial através de padrões seletivos de compra e

venda bem como de reutilização dos materiais separados.

• Reciclagem

A reciclagem envolve a separação e a coleta de materiais; a preparação destes

materiais para o reuso, reprocessamento e remanufatura propriamente ditos. A

reciclagem é um importante fator no auxílio à redução da demanda sobre os

recursos naturais e sobre o tempo de vida útil dos aterros sanitários, futuros e

em operação.

• Recuperação de Recursos

A recuperação de recursos é representada pelas operações de

reaproveitamento de resíduos sólidos para a produção de energia através da

incineração e pela compostagem da porção biodegradável para a utilização na

agricultura ou em substituição à terra vegetal em parques e praças. Como

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recursos recuperados a partir do gerenciamento de resíduos sólidos também

pode ser citada a utilização do biogás produzido nos aterros sanitários como

conseqüência da decomposição anaeróbia da fração orgânica dos

componentes dos resíduos sólidos.

• Aterramento

Apesar de todas as alternativas que podem ser identificadas para resolver o

problema da disposição final dos resíduos sólidos sempre haverá a

necessidade de dispor as frações que não podem ser recicladas ou não têm

utilização posterior; o material residual sem aproveitamento após o processo

de separação e reciclagem e os materiais residuais resultantes dos processos

de recuperação de recursos (cinzas). Portanto, existem alternativas aplicáveis

para o gerenciamento dos resíduos em longo prazo que estão relacionadas ao

aterramento de resíduos em áreas previamente escolhidas e definidas de

acordo com critérios técnicos de engenharia e de geologia.

2.3. Objeções aos Resíduos Sólidos

Ainda de acordo com BRAGA e DIAS(2008), os resíduos sólidos são

produzidos onde quer que o homem se encontre. Os tipos e quantidades de

resíduos sólidos são grandemente determinados pelos hábitos culturais e

pelas instituições econômicas e, desde as sociedades primitivas, seres

humanos e animais têm usado os recursos naturais do planeta para dar

suporte à vida e para dispor os seus resíduos.

As objeções às quantidades crescentes de resíduos sólidos podem ser

comumente enquadradas em cinco categorias: saúde pública; estética;

ocupação do solo; custo da coleta, transporte e destinação final e degradação

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dos recursos naturais. Todas representam formas de custos econômicos pois,

mesmo que tardiamente, implicarão no modo de usufruir os recursos naturais.

Na maioria das vezes, apenas os custos da coleta, do transporte e da

destinação final são utilizados como indicadores econômicos usuais.

Entretanto, a abordagem pela relação custobenefício tem-se tornado mais

freqüente quando se trata de avaliar e mitigar os problemas relacionados à

disposição inadequada dos resíduos sólidos e dimensionar ações no sentido

da melhoria tanto da qualidade de vida quanto da ambiental, pois ambas estão

intimamente relacionadas.

Embora a natureza tenha capacidade para absorver, degradar, diluir e

dispersar ou reduzir o impacto dos resíduos indesejados, a ocorrência de

desbalanceamentos nos ecossistemas naturais em conseqüência da

contaminação do ar, da água e/ou do solo tem ocorrido onde os ecossistemas

e a atmosfera perderam ou tiveram a sua capacidade assimilativa excedida.

2.4. Critérios Técnicos

Uma vez resguardas as características de periculosidade e de toxicidade dos

resíduos sólidos, a alternativa do aterramento, que deverá ser baseada em

critérios técnicos de dimensionamento, implantação e operação de aterros,

também pode ser utilizada para a disposição final da massa total de resíduos

sólidos. Entretanto, deve ser salientado que:

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• deverão ser dimensionados e implantados programas que visem a diminuição

da massa total a ser disposta em aterros, para que a vida útil do aterro possa

ser otimizada, e que

• resíduos industriais e hospitalares deverão ter acondicionamento e

destinação final adequados e compatíveis com as normas e regulamentações

federais. No caso dos resíduos industriais, a sua disposição com resíduos

domésticos deve ser desconsiderada devido ao fato de possuírem

características de periculosidade e toxicidade, o que os torna incompatíveis

com os resíduos domésticos. Existindo, para estes resíduos, a necessidade da

escolha de uma área própria e dimensionamento de acordo com critérios

técnicos específicos para aterros com esta finalidade. Para o caso dos

resíduos hospitalares, que apresentam, além do potencial tóxico,

características patogênicas, projetos específicos também deverão

apresentados.

2.5. Resíduos Sólidos Urbanos

Em seus estudos, BRAGA(2008), identifica os fatores positivos e negativos

relativos à implantação de um aterro sanitário para a disposição final dos

resíduos sólidos urbanos.

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• Conceito de aterro sanitário: consiste basicamente na disposição dos

resíduos em camadas ou células e na sua compactação, devendo apresentar

captação adequada de chorume e de biogás;

• Vantagens da implantação de um aterro sanitário: custos de implantação e de

operação relativamente baixos; recuperação de energia a partir do biogás,

quando produzido em volume suficiente para justificar a coleta e utilização

como fonte alternativa de energia;

• Desvantagens: possibilidade de contaminação do lençol freático; diminuição

do valor comercial da terra; poluição sonora; desenvolvimento de maus odores

devido à decomposição anaeróbia da matéria orgânica; alteração da

paisagem; risco de explosão devido ao aumento na concentração de biogás;

disponibilidade de áreas

adequadas;

• Fatores que interferem na escolha da área para a implantação de aterros

sanitários: legislação de uso do solo; orientação dos ventos; topografia;

geomorfologia; acesso; usos possíveis da água e vida útil versus área

disponível.

A elaboração de projetos de aterros sanitários deverá ser adequada à Norma

ABNT-NBR 8419 / Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de

Resíduos Sólidos Urbanos, de março de 1984. Por se tratar de atividade

potencialmente poluidora do meio ambiente, para a execução das obras do

aterro, deverá ser solicitado o licenciamento ambiental de sistemas de

disposição final de resíduos sólidos urbanos junto ao órgão de controle

ambiental estadual competente.

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O capítulo II, traz os elementos para comporem um programa integrado de

resíduos sólidos, bem como: redução na fonte; reciclagem e reutilização;

recuperação de recursos e aterramento. A elaboração de projetos de aterros

sanitários deverá ser adequada à Norma ABNT-NBR 8419, e os tipos e

quantidades de resíduos sólidos que são grandemente determinados pelos

hábitos culturais. Abordando ainda os Conceitos Fundamentais e como o

gerenciamento de Resíduos Sólidos pode ser definido como as ações

associadas ao controle da geração, armazenamento, coleta para a os

mesmos. Outro ponto importante são os fatores negativos e positivos para a

implantação de um aterro sanitário.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A área selecionada para implantação do sistema de disposição final dos

resíduos sólidos deverá ser isolada com cerca, impedindo a entrada de

pessoas não autorizadas e de animais (BRAGA e DIAS, 2008). O lixo é

coletado ou pelas prefeituras ou por uma companhia particular e levado a um

depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área. Lá pode haver

uma certa seleção - sobras de metal, por exemplo, são separadas e

reaproveitadas. O resto do lixo é enterrado em aterros apropriados. A grande

São Paulo descarta 59% de seu lixo por esse processo e para os lixões

seguem 23%. Além dos aterros sanitários existem outros processos na

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destinação do lixo, como, por exemplo, as usinas de compostagem, os

incineradores e a reciclagem (Ambiente Brasil online).

3.1 - Aterros sanitários

Segundo a ABNT-NBR 8419, Aterros sanitários são considerados como um

solução prática, relativamente barata de disposição final de resíduos urbanos e

industriais - inclusive de resíduos que poderiam ser reciclados. Todavia

demandam grandes áreas de terra, onde o lixo é depositado. Após o

esgotamento do aterro, essas áreas podem ser descontaminadas e utilizadas

para outras finalidades. Todavia, se o aterro não for adequadamente

impermeabilizado e operado, constitui-se em fator de poluição ambiental e

contaminação do solo, das águas subterrâneas e do ar. A poluição se deve ao

processo de decomposição da matéria orgânica, que gera enormes

quantidades de chorume (fluido que se infiltra para o solo e nos corpos de

água) e biogás, composto de metano e outros componentes tóxicos.

A construção do aterro sanitário requer a instalação prévia de mantas

impermeabilizantes, que impedem a infiltração do chorume no solo e no lençol

freático. O líquido que fica retido no aterro, o chorume, é então conduzido até

um sistema de tratamento de efluentes para posterior descarte em condições

que não agridam o meio ambiente.

É um espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos gerados pela

atividade humana. Nele são dispostos resíduos domésticos, comerciais, de

serviços de saúde, da indústria de construção, e também resíduos sólidos

retirados do esgoto.

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Aterro sanitário não controlado Fonte:www.wikipedia.org/wiki/ficheiro:Aterro-Sanitario.hpg, acessado em 17/01/2012

3.1.1 - Condições e características

A base do aterro sanitário deve ser constituída por um sistema de drenagem

de efluentes líquidos percolados (chorume) acima de uma camada

impermeável de polietileno de alta densidade - PEAD, sobre uma camada de

solo compactado para evitar o vazamento de material líquido para o solo,

evitando assim a contaminação de lençóis freáticos. O chorume deve ser

tratado e/ou recirculado (reinserido ao aterro) causando assim uma menor

poluição ao meio ambiente.

Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a

coleta do biogás, que é constituído por metano, gás carbônico(CO2) e água

(vapor), entre outros, e é formado pela decomposição dos resíduos. Este

efluente deve ser queimado ou beneficiado. Estes gases podem ser

queimados na atmosfera ou aproveitados para geração de energia. No caso de

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países em desenvolvimento, como o Brasil, a utilização do biogás pode ter

como recompensa financeira a compensação

por créditos de carbono ou CERs do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo,

conforme previsto no Protocolo de Quioto.

Sua cobertura é constituída por um sistema de drenagem de águas pluviais,

que não permita a infiltração de águas de chuva para o interior do aterro. No

Brasil, usa-se normalmente uma camada de argila.

Um aterro sanitário deve também possuir um sistema de monitoramento

ambiental (topográfico e hidrogeológico) e pátio de estocagem de materiais.

Para aterros que recebem resíduos de populações acima de 30 mil habitantes

é desejável também muro ou cerca limítrofe, sistema de controle de entrada de

resíduos (ex. balança rodoviária), guarita de entrada, prédio administrativo,

oficina e borracharia.

Quando atinge o limite de capacidade de armazenagem, o aterro é alvo de um

processo de monitorização especifico, e se reunidas as condições, pode

albergar um espaço verde ou mesmo um parque de lazer, eliminando assim o

efeito estético negativo.

Existem critérios de distância mínima de um aterro sanitário e um curso de

água, uma região populosa e assim por diante. No Brasil, recomenda-se que a

distância mínima de um aterro sanitário para um curso de água deve ser de

400m.

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A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define da seguinte forma

os aterros sanitários:

"aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos,

consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos

no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à

segurança, minimizando os impactos ambientais, método este

que utiliza os princípios de engenharia para confinar os

resíduos sólidos ao menor volume permissível, cobrindo-os

com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de

trabalho ou à intervalos menores se for necessário."

No Brasil, um aterro sanitário é definido como um aterro de resíduos sólidos

urbanos, ou seja, adequado para a recepção de resíduos de origem doméstica,

varrição de vias públicas e comércios. Os resíduos industriais devem ser

destinados a aterro de resíduos sólidos industriais (enquadrado como classe II

quando não perigoso e não inerte e classe I quando tratar-se de resíduo

perigoso, de acordo com a norma técnica da ABNT 10.004/04 - "Resíduos

Sólidos - Classificação").

De acordo com o blog da Agência Minas, a produção de lixo aumenta

continuamente e por isso novas soluções são procuradas para desafogar os

aterros. Em Contagem, Minas Gerais, tem sido usado o fosfogesso para

redução de 30 a 50% do volume de resíduo sólido. Antes da implantação, a

alternativa foi testada pelo laboratório do Institute of Phosphate Reserarch

(FIPR),

3.2 - Lixões

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"Lixão", vazadouro ou descarga de resíduos a céu aberto é uma forma

inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela

simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio

ambiente ou à saúde pública.

No "lixão" não há nenhum controle quanto aos tipos de resíduos depositados.

Resíduos domiciliares e comerciais de baixa periculosidade são depositados

juntamente com os industriais e hospitalares, de alto poder poluidor. A

presença de catadores, que geralmente residem no local, e de animais

(inclusive a criação de porcos), os riscos de incêndios causados pelos gases

gerados pela decomposição dos resíduos constituem riscos associados aos

lixões.

Lixômetro na Praça Sete de Setembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.Fonte:

www.prefeiturabh.mg.gov.br

3.3 - Coprocessamento

Cooprocessamento é o sistema utilizado com o uso de resíduos industriais

e/ou urbanos, no processo de fabricação do cimento, a fim de gerar energia

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e/ou recuperação de recursos e resultar na diminuição do uso de combustíveis

fósseis e/ou substituição de matéria-prima

3.4 - Incineradores

Incineradores reduzem o lixo a cinzas. São altamente poluidores, gerando

dioxinas e gases de efeito estufa. É o método utilizado para a destruição de

lixo hospitalar, que pode conter agentes causadores de doenças

potencialmente fatais. No século passado até meados dos anos cinqüenta era

prática comum , o resíduo industrial e até a matéria orgânica serem eliminados

com uso de grandes fornos por dissipação atmosférica das chaminés.

Incineração é a queima do lixo em fornos e usinas próprias. Apresenta a

vantagem de reduzir bastante o volume de resíduos. Além disso, destrói os

microrganismos que causam doenças, contidos principalmente no lixo

hospitalar e industrial.

Depois da queima, resta um material que pode ser encaminhado para aterros

sanitários ou mesmo reciclado. É recomendada a reutilização racionalizada

dos materiais queimados para a confecção de borracha, cerâmica e

artesanato. O Obelisco de Ipanema foi realizado com entulho de concreto

incinerado.

Com a incineração é possível uma redução do volume inicial de resíduos até

cerca de 90% através da combustão, a temperaturas que se elevam a mais de

900°C. Por isso tem vindo a ser implementado em zonas de grande produção

de lixo. No entanto, certos resíduos liberam gases tóxicos aos serem

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queimados. Nesses casos, para evitar a poluição do ar, é necessário instalar

filtros e equipamentos especiais – o que torna o processo mais caro.

Trata-se de um sistema útil na eliminação de resíduos combustíveis, não tendo

vantagens para outros materiais como, por exemplo, vidros e metais. Devido

ao seu elevado teor em água, a matéria orgânica (que constitui cerca de 36%

dos RSU) possui um baixo poder calorífico e como tal não é interessante

incinerar sob o ponto de vista energético.

Incinerador de Viena, Áustria, ligado a uma rede de distribuição de energia térmica

Fonte. http://pt.wikipedia.org/wiki/Incinera%C3%A7%C3%A3o

Deste processo resultam como produtos finais a energia térmica (que é

transformada em energia eléctrica ou vapor), águas residuais, gases, cinzas e

escórias. Os gases resultantes da incineração têm de sofrer um tratamento

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posterior, uma vez que são compostos por substâncias consideradas tóxicas

(chumbo, cádmio, mercúrio, crómio, arsénio, cobalto e outros metais pesados,

ácido clorídrico, óxidos de azoto e dióxido de enxofre, dioxinas e furanos,

clorobenzenos, clorofenóis e PCBs).

Um incinerador gera também emissões de dióxido de carbono, agente

causador do efeito estufa. Como parte do processo, fazem-se necessários

equipamentos de limpeza de gases, tais como precipitadores ciclônicos de

partículas, precipitadores eletrostáticos e lavadores de gases.

O efluente gerado pelo arrefecimento das escórias e pela lavagem dos gases,

terá de sofrer um tratamento adequado uma vez que, de acordo com a

legislação da União Europeia, é considerado um resíduo perigoso. Apesar do

aproveitamento da energia, uma vez que não há a reciclagem dos materiais, a

incineração de resíduos torna-se assim numa perda no ciclo de renovação dos

recursos naturais. Por estes motivos, tal como o aterro, surge no último lugar

da hierarquia de gestão de resíduos.

3.5 - Co-incineração

A co-incineração é o processo de tratamento de resíduos que consiste na sua

queima em fornos industriais, conjuntamente com os combustíveis tradicionais.

Os resíduos são assim valorizados energeticamente, pois substituem parte do

combustível usado no forno. Os fornos trabalhando a elevadas temperaturas

das indústrias vidreira, siderúrgica e cimenteira podem ser usados para o

tratamento de resíduos.

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3.5.1 - Co-incineração em cimenteiras

Os fornos de cimento são os mais utilizados por permitirem atingir

temperaturas muito elevadas de 2000°C na chama do queimador principal e

cerca de 1450°C no clínquer.

Quando os resíduos contêm substâncias ambientalmente perigosas, tais como

compostos aromáticos ou metais, a co-incineração em fornos de cimento pode

permitir evitar a contaminação do ambiente de forma segura. No caso dos

compostos orgânicos (contendo átomos de carbono ou azoto), as temperaturas

muito elevadas e o longo tempo de permanência no forno - 5 a 7 segundos nos

grandes fornos de cimento - vão provocar a destruição dessas moléculas,

originado compostos inócuos, como o anidrido carbónico.

Em contacto com os silicatos de cálcio que constituem o clinker - constituinte

maioritário do cimento Portland - a maioria dos metais são incorporados na

estrutura vítrea formada a alta temperatura, ficando assim inibidos de serem

lixiviados pela água. São excepção os metais voláteis mercúrio, cádmio e tálio,

que por não serem fixados não podem apresentar concentrações elevadas nos

resíduos a co-incinerar.

Os aniões enxofre, cloro e flúor combinam-se com o cálcio da pedra formando

compostos estáveis, evitando assim as emissões dos respectivos ácidos.

3.6 - Biogasificação

A biogasificação ou metanização é um tratamento por decomposição

anaeróbica que gera biogás, formado por cerca de 50% de metano e que pode

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ser utilizado como combustível. O resíduo sólido da biogasificação pode ser

tratado aerobicamente para formar composto orgânico.

Para D´Almeida (2002), a biogasificação ou metanização é um tratamento de

resíduos orgânicos por decomposição ou digestão anaeróbica que gera biogás, que é

formado por cerca de 50%-60% de metano e que pode ser queimado ou utilizado como

combustível. Os resíduos sólido da biogasificação pode ser tratado aerobicamente para

formar composto.Segundo Gunnerson (1986), a digestão anaeróbica é o processo de

decomposição orgânica onde as bactérias anaeróbicas, que apenas sobrevivem na

ausência de oxigênio,conseguem rapidamente decompor os resíduos orgânicos. Quatro

estágios da digestão anaeróbica são reconhecidos:

• Hidrólise: estágio no qual as moléculas orgânicas complexas são

quebradas em açúcares,aminoácidos, e ácidos graxos com a adição de grupos

hidroxila.3

• Acido gênese: continuação de quebra em moléculas menores ocorrendo

formação de ácidos graxos voláteis (ex. acético, propiônico, butírico,

valérico) e produção de amônia,dióxido de carbono e H2S como

subprodutos.4

• Aceto gênese: moléculas simples da acido gênese são digeridas produzindo

dióxido de carbono, hidrogênio e ácido acético.5

• Metano gênese: ocorre formação de metano, dióxido de carbono e água.

3.7 - Reciclagem

De acordo com artigo da METARECICLAGEM(online), reciclagem é o

processo de reaproveitamento de resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos. É

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considerado o melhor método de destinação do lixo, em relação ao meio

ambiente, uma vez que diminui a quantidade de resíduos enviados a aterros

sanitários, e reduz a necessidade de extração de matéria-prima diretamente da

natureza. Porém, muitos materiais não podem ser reciclados continuadamente

(fibras, em especial). A reciclagem de certos materiais é viável, mas pouco

praticada, pois muitas vezes não é comercialmente interessante. Alguns

materiais, entretanto, em especial o chamado lixo tóxico e o lixo hospitalar, não

podem ser reciclados, devendo ser eliminados ou confinados. Fraldas

descartáveis são recicláveis. No processo de reciclagem, que além de

preservar o meio ambiente também gera riquezas, os materiais mais reciclados

são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a

diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias

estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção.

Um outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem

gerado nas grandes cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho

neste setor e conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas

de catadores de papel e alumínio já são uma boa realidade nos centros

urbanos do Brasil.

3.8 - Vantagens da reciclagem

Para D'Almeida(2000) os resultados da reciclagem são expressivos tanto no

campo ambiental, como nos campos econômico e social.

No meio-ambiente a reciclagem pode reduzir a acumulação progressiva de

resíduos a produção de novos materiais, como por exemplo o papel, que

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exigiria o corte de mais árvores; as emissões de gases como metano e gás

carbônico; as agressões ao solo, ar e água; entre outros tantos fatores

negativos.

No aspecto econômico a reciclagem contribui para o uso mais racional dos

recursos naturais e a reposição daqueles recursos que são passíveis de

reaproveitamento.

No âmbito social, a reciclagem não só proporciona melhor qualidade de vida

para as pessoas, através das melhorias ambientais, como também tem gerado

muitos postos de trabalho e rendimento para pessoas que vivem nas camadas

mais pobres.

No Brasil existem os carroceiros ou catadores de papel, que vivem da venda

de sucatas, papéis,alumínio e outros materiais recicláveis deixados no lixo.Eles

também trabalham na colecta ou na classificação de materiais para a

reciclagem. Como é um serviço penoso, pesado e sujo, não tem grande poder

atrativo para as fatias mais qualificadas da população.

Assim, para muitas das pessoas que trabalham na reciclagem (em especial os

que têm menos educação formal), a reciclagem é uma das únicas alternativas

de ganhar o seu sustento. O manuseio de resíduos deve ser feito de maneira

cuidadosa, para evitar a exposição a agentes causadores de doenças.

Ainda segundo D'ALMEIDA(2000), no Brasil, existem sete cidades as quais as

prefeituras fornecem serviço de coleta seletiva a 100% das residências. Esses

municípios são: Curitiba (PR), Itabira (MG), Londrina (PR), Santo André (SP),

Santos (SP), Diadema (SP) e Goiânia (GO).

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Esteira para separação de reciláveis Fonte: www.waig.com, acessado em 18/01/2012

3.8.1 - Tipos de reciclagem

• Reciclagem de aço

• Reciclagem de alumínio

• Reciclagem de baterias

• Reciclagem de borracha

• Reciclagem de computadores

• Reciclagem de embalagens longa vida

• Reciclagem de entulho

• Reciclagem de madeira

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• Reciclagem de metal

• Reciclagem de papel

• Reciclagem de plástico e embalagens

• Reciclagem de vidro

3.8.2 - Reciclagem de aço

A reciclagem de aço é o reaproveitamento do aço utilizado em objetos que já

não estão funcionando para produzir novos objectos. Ele é utilizado em

diversos materiais, desde latas até carros. Sua reciclagem é tão antiga quanto

a própria história de sua utilização. O aço pode ser reciclado infinitas vezes,

com custos menores e menos dispêndio de energia do que na sua criação

inicial.

Ele pode ser separado de outros resíduos por diversos processos químico-

industriais e voltar a ser utilizado sem perder suas características iniciais. A lata

de aço é uma das embalagens mais utilizadas em todo mundo para

acondicionar alimentos e produtos diversos. A embalagem pode ser

biodegradada pelo próprio ambiente, através do processo de ferrugem, num

prazo médio de três anos. Porém o aço, se aproveitado, pode gerar economias

e menos agressão ao meio ambiente.

Estudos dizem que a cada 75 latas de aço recicladas, uma árvore é salva,

pois, do contrário, viraria carvão vegetal.

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O aço também é muito utilizado na construção civil para sustentar estruturas

de concreto. A reciclagem de entulho da construção civil também é bastante

importante.

Casa feita de aço recilado pelo o arquiteto Michael Jantzen Fonte:www.amazoninterart.com, acessado em 18 de janeiro de 2012

3.8.3 - Reciclagem de embalagens longa vida

Segundo NEVES(1999), a reciclagem de embalagens longa vida é o processo

pelo qual são reintegrados à cadeia produtiva os materiais componentes deste

tipo de embalagem.

O processo de reciclagem consiste de duas etapas independentes e

sucessivas. A primeira delas é a reciclagem do papel e a seguinte a reciclagem

do composto de polietileno e alumínio. O papel reciclado pode ser utilizado por

exemplo para a produção de papelão ondulado, caixas, papel para tubetes. O

composto de polietileno e alumínio pode ser utilizado para a fabricação de

peças plásticas, placas, telhas ou, através da sua separação completa via o

processo a plasma, para a produção de parafina e alumínio metálico.

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A embalagem longa vida é uma embalagem asséptica para o envase de

alimentos permitindo sua melhor conservação. Esta embalagem é composta

de seis camadas de três materiais: papel, responsável pela estrutura;

polietileno de baixa densidade, responsável pela adesão e impermeabilidade

entre as camadas; e alumínio, barreira contra luz e oxigênio. O papel

representa em média 75%, em massa, o polietileno representa 20% e o

alumínio, 5%.

Oficina de reciclagem de embalagem tettra park Fonte: www.sagran.com.br, acessado em 18/01/2012

3.8.4 - Reciclagem do papel

Ainda segundo NEVES (1999), uma vez que estas embalagens são coletadas

através de iniciativas de coleta seletiva pós-consumo, são enfardadas e

encaminhadas para uma indústria papeleira. Nesta industria as embalagens

longa vida seguem para um equipamento industrial chamado hidrapulper, que

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se assemelha a um liquidificador de grande porte, onde são misturadas a água

de processo e agitadas mecanicamente durante cerca de 30 minutos. Durante

este tempo as fibras de papel da embalagem são separadas das camadas de

plástico e alumínio ficando misturadas a água. As fibras de papel juntamente

com a água passam por uma peneira no fundo do hidrapulper que retém o

plástico com o alumínio deixando que a polpa siga o processo normal de

fabricação de papel até se transformar em uma bobina de papel reciclado,

enquanto o plástico e o alumínio, ainda unidos, são retirados do equipamento,

enfardados e seguem para outras empresas para continuarem seu processo

de reciclagem.

3.8.5 - Reciclagem do composto de polietileno e alumínio

Para a reciclagem do composto de polietileno e alumínio das embalagens

longa vida existem três processos industriais: a fabricação de peças plásticas,

a fabricação de placas e telhas, e a completa sua separação através da

tecnologia a plasma.

3.8.5.1 - Fabricação de peças plásticas

Os fardos desse composto chegam a um reciclador de plástico e entram em

um processo de lavagem para retirar o pequeno residual de fibras de papel

que ainda existe neste material. Uma vez limpo, este material passa por um

processo de aglutinação que retira boa parte da umidade e faz com que o

material ganhe densidade que será importante no processo seguinte, a

extrusão. Na extrusão o material é transportado por uma rosca aquecida que

faz com que o material derreta e se homogeneíze formando uma massa

uniforme que é pressionada contra uma tela, para a produção dos pellets, que

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são pequenos fragmentos de plástico que é a forma com que o plástico, seja

ele reciclado ou não, é vendido no mercado. A partir desses pellets é possível

utilizar equipamentos de injeção e rotomoldagem para fabricação dos mais

diversos artefatos de plástico. Os pellets reciclados de plástico e alumínio de

embalagens longa vida tem sua composição aproximada em massa de 80%

polietileno e 20% alumínio.

3.8.5.2 - Fabricação de placas e telhas

De acordo com CERQUEIRA(2004), este é o processo mais simples para a

reciclagem do composto de polietileno e alumínio de embalagens longa vida.

Os fardos desse material são recebidos das indústrias papeleiras e seguem

diretamente para o processo de secagem e trituração. Uma vez triturado este

material é dosado em formas sobre um filme desmoldante e levado para uma

prensa aquecida a cerca de 180°C. Estas prensas são similares às prensas

utilizadas para a fabricação de compensados de madeira. Após algum tempo

nesta temperatura o plástico se funde ao alumínio formando uma placa. Esta

placa é retirada do equipamento e resfriada. Este tipo de placa pode ser usada

para fabricação de móveis, ou em substituição a madeira em algumas

aplicações, como por exemplos divisórias e tapumes para construção civil.

Esta mesma placa, enquanto ainda quente, também pode ser moldada em

formas onduladas para a fabricação de uma telha similar às telhas de

fibrocimento. Esta telha reciclada tem propriedades térmicas interessantes

além de ser mais leve.

Nos dois processos anteriores tanto o polietileno quanto o alumínio das

embalagens longa vida são reciclados em conjunto, ficando unidos após os

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respectivos processos. Com o desenvolvimento da tecnologia a plasma é

possível fazer esta separação. Neste processo os fardos do composto de

polietileno e alumínio que chegam das papeleiras são abertos e lavados para a

retirada do residual de papel. Na sequência esse material é alimentado em um

forno aquecido por uma tocha de plasma e no qual não há a presença de

oxigênio. Esta tocha de plasma libera muita energia na forma de calor para

este forno fazendo com que as cadeias de carbono do polietileno se quebrem

em cadeias menores que são vaporizadas e extraídas do reator, enquanto o

alumínio se funde. A temperatura do forno é acima de 700°C. Após extraídas

do reator as cadeias de carbono gaseificadas são condensadas formando um

composto parafínico que tem aplicações na indústria petroquímica enquanto o

alumínio fundido é resfriado na forma de lingotes que volta para industria de

alumínio para um novo ciclo de produtos.

3.9 - Reciclagem de entulho

O lixo urbano e a maneira como é depositado hoje em dia destaca-se como um

dos principais problemas da sociedade moderna. É um problema preocupante

que vem aumentando com o passar dos anos, com o crescimento da

construção civil no país aumenta consideravelmente a quantidade de entulho

produzido, principalmente nas grandes cidades. A quantidade de entulho

gerado nas construções que são realizadas nas cidades brasileiras demonstra

um enorme desperdício de material. Os custos deste desperdício são

distribuídos por toda a sociedade, não só pelo aumento do custo final das

construções como também pelos custos de remoção e tratamento do entulho.

Os entulhos provenientes das construções nas cidades brasileiras acarretam

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sérios desperdícios de materiais, custos de remoção e tratamento. É muito

comum vermos estes resíduos sendo colocados em locais impróprios, como

aterros clandestinos, margens de rios, córregos e terrenos baldios. Com isso

causando e assoreamento das margens dos cursos d’água, entupimento de

bueiros e galerias causando enchentes, e a diminuição da qualidade de vida

nas áreas urbanas. A reciclagem de resíduos ou entulhos da construção civil

gera sub-produtos como tijolos, brita, canos de esgoto, calçamentos, entre

outros essas são importantes alternativas para amenizar vários problemas na

área urbana, tanto nos setores sociais e ambientais, como no econômico.

(artigo estraído do diarioweb(on line)

Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de

materiais de grande utilidade para a construção civil. A reciclagem na área de

construção civil se dá por duas vias:

• uso de resíduos de outras indústrias, como siderúrgica e metalúrgica;

• transformação dos resíduos de obras e demolição em novos materiais

de construção.

Para reciclar entulhos faz-se, primeiramente, uma triagem das frações

inorgânicas e não-metálicas do resíduo, excluindo madeira, plástico e metal,

que são direcionados para outros fins. Em seguida obtém-se o agregado

reciclado, que é o resíduo britado ou quebrado em partes menores. Com este

método aplicado aos resíduos será possível identificar sua composição, os

compostos que podem ser extraídos dele e saber qual a planta industrial mais

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adequada para a reciclagem e a melhor alternativa de aproveitamento dos

resíduos.

3.10 – Reciclagem de Resíduo eletrônico

De acordo com o artigo da REVISTA ESCOLA(online), a reciclagem de

computadores é um termo genericamente utilizado para designar a reciclagem

de computadores (na íntegra ou partes) como matéria-prima para novos

produtos do ramo ou o reaproveitamento e a reutilização destes.

Segundo dados do Greenpeace, por ano, são produzidos até 50 milhões de

toneladas de resíduos eletrônicos no mundo inteiro.

Existem diversos projetos internacionais (como Solving the E-waste Problem,

StEP, da Universidade das Nações Unidas) tratando questões da reutilização

de equipamentos eléctricos e electrónicos. Um dos projetos locais e caritativas

é a iniciativa linux4afrika da associação alemã Frei OSS que reequipa

computadores doados com a distribuição Linux Edubuntu e organiza o

transporte dos computadores para a África, principalmente para escolas de

Moçambique e Tanzânia.

Em 2007 o Governo do Brasil anunciou um plano de implantação de uma rede

nacional de Centros de Recondicionamento e Reciclagem de Computadores

(CRC). O plano faz parte do projeto Inclusão digital e visa recuperar

computadores descartados anualmente pelos órgãos governamentais e pela

iniciativa privada e destiná-los à telecentros, escolas e bibliotecas.

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Reciclagem de lixo eletrônico(compoenetes de computadores) Fonte: inovacaotecnologica.com.br, acessado em 14 de dezembro de 2011

O projeto brasileiro MetaReciclagem começou com um grupo que reciclava

computadores, mas atualmente define-se como uma rede aberta que promovia

a desconstrução e apropriação de tecnologias.

Em São Paulo foi instalado o primeiro centro público de reciclagem de lixo

eletrônico em agosto de 2009 por iniciativa da Universidade de São Paulo.

Neste capítulo foi abordado sobre como deve ser a área selecionada para

implantação do sistema de disposição final e as condições e características da

mesma, além de relatar descrever como deve ser constituída a base do aterro

sanitário tendo como ponto principal um sistema de drenagem. Aterros

sanitários são considerados como um solução prática, relativamente barata de

disposição final de resíduos urbanos e industriais. Relata-se ainda os tipos de

aproveitamento do resíduos podenso ser por coprocessamento, incineradores,

biogasificação e a reciclagem e suas diversas formas entre outras.

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CAPÍTULO IV

MERCADO DA RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO

CIVIL E DEMOLIÇÃO - RCD

Os dados da ABRECON, relata que os empreendimentos de reciclagem de

resíduos da construção civil não atingiram seu ápice. Embora a atividade seja

extremamente necessária para os dias de hoje, a coleta e reciclagem de RCD

está intimamente ligada a demolição. Não é de conhecimento da população,

bem como dos órgãos públicos e seus administradores, na grande maioria

acreditam que o material inerte não tem nenhuma serventia ou condição de

reciclagem. O pensamento sobre a questão é bastante limitado e ainda sofre

com “pré-conceitos”. O desconhecimento dessa atividade é fruto da

incapacidade das empresas em desfrutar da questão ambiental e a

insuficiência de recursos das mesmas para divulgar e expandir suas

instalações. Contudo, a capacidade limitada juntamente com a relação gêmea

com o setor de demolição, gera uma dificuldade no domínio da logística.

Assim, há, como conseqüência, problemas para se integrar com elos da cadeia

produtiva – caçambeiros, prefeituras e grandes obras. A reciclagem dos

resíduos, quase a metade, é feita em loco, no local da demolição ou

construção, pelo simples fato de reduzir drasticamente o custo do processo.

Existem outros fatores que também valem apena comentar: O mercado de

RCD não conta com uma associação ou sindicato de representação com

empresas recicladoras de entulho como associadas. Isso faz com que diversas

associações, tais como de imobiliárias, concreto, construção e de resíduos

sólidos representem o setor sem ouvir os players atuantes no mercado e sem

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entender a dinâmica da reciclagem deste resíduo. A representação do

segmento por uma associação que congregasse as empresas privadas

atuantes nesse mercado faria com que a relação das organizações com o

setor público fosse eficaz e pragmática.

4.1 - Reciclagem do concreto

De acordo com o artigo da WERBAN (on line), mais de 90% dos resíduos

provenientes de construções civis podem ser reciclados, reutilizados e

transformados em agregados com características bastante semelhantes ao

produto original, a partir de matérias-primas com custoexeccisavemente baixo.

É possível reciclar qualquer concreto, desde que seja escolhido o uso

adequado e se respeitem as limitações técnicas. As centrais de reciclagem

contam com máquinas semelhantes às de mineradoras, como esteiras

rolantes, britadores, peneiras e classificadores de granulometria. Apenas os

concretos com substancias contaminantes, podem trazer prejuízo às

propriedades do concreto no estado fresco e endurecido, e não devem ser

utilizados como matéria-prima. Equipamentos diferentes reciclam o concreto

fresco e o endurecido. Para o concreto fresco são usados lavadores que

separam agregados graúdos dos miúdos. Para o endurecido, britadores de

mandíbula ou de impacto, decompõem estes materiais. O entulho é separado,

britado, lavado, peneirado e classificado. É também facilitada a segregação

entre resíduos cimentícios e cerâmicos. Devido ao menor volume de materiais,

a técnica de reaproveitamento na própria obra exige equipamentos

sofisticados. Nesses casos, devido à menor homogeneidade do material

processado, recomenda-se o reaproveitamento como agregado para

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revestimento ou argamassa de assentamento. O procedimento é simples: o

material é encaminhado por dutos a uma mini-central de processamento, onde

é triturado para ser normalmente utilizado como agregado. É possível também

utilizar um moinho de rolo para a trituração. Agregados reciclados provenientes

de concretos estruturais apresentam melhor qualidade em relação aos

agregados provenientes de tijolos cerâmicos e argamassas e podem ser

usados em aterros de inertes, obras de pavimentação, agregados para

argamassas e até concretos estruturais. No caso de concreto estrutural, é

preciso maior acuidade para dosar e especificar o material reciclado, a mistura

entre o agregado reciclado e o agregado normal traz bons resultados.

4.1.1 - Produtos obtidos na reciclagem

Grandes pedaços de concreto podem ser aplicados como material de

construção para prevenção de processos erosivos na orla marítima e das

correntes, ou usado em projetos como desenvolvimento de recifes artificiais. O

entulho triturado pode ser utilizado em pavimentação de estradas, enchimento

de fundações de construção e aterro de vias de acesso. É possível produzir

agregados – areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção

de encostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto. Da

mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construção – blocos,

briquetes, tubos para drenagem e placas. Os principais resultados produzidos

pela reciclagem do entulho são benefícios ambientais. Os benefícios são

conseguidos não só por se diminuir a deposição em locais inadequados, como

também por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas.

As experiências indicam que é vantajoso economicamente substituir a

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deposição irregular do entulho pela reciclagem. Estima-se que o custo da

reciclagem significa 25% desses custos. A produção de agregados com base

no entulho pode gerar economias de mais de 80% em relação aos preços dos

agregados convencionais.

4.1.2 - Reciclagem de tijolos

De acordo com o site da ARQUITETURA AMBIENTAL os tijolos reciclados tem

custo bem menor, até mesmo pelo fato de serem fabricados a partir do lixo

industrial, possuem quase o dobro de resistência que os tijolos comuns. O

aproveitamento dos tijolos vai mais além, se for transformado em pó, o tijolo

substitui parcialmente o cimento, que é considerado um material muito

poluente. Outra forma barata de se produzir material de construção é substituir

o “tijolo cozido”, pelo de “terra crua”. A fabricação dispensa o uso de forno à

lenha e durante o processo de fabricação não há desmatamento e nem

queima de carvão, não lançando resíduos tóxicos no meio ambiente, esses

são os chamados tijolos recicláveis, que são obtidos a partir da mistura de

tipos de solo com cimento e água. Depois de misturados os elementos, a

mistura é compactada em até 12.000 kg de pressão. Finalmente curada e

secada. Os tijolos ecológicos possuem resistência superior à exigida pelas

Normas Técnicas.

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Tijolo de demolição usados em nova edificação

Fonte: www.arquiteturaambiental.com, acessado em 19/01/2012

Relatado neste capítulo, o preconceito que ainda existem sobre a reutilização

de produtos reciclados por algumas empresas e industrias, deixando assim de

desfrutar melhor de um ambiente mais saudável e que apenas os concretos

com substancias contaminantes, podem trazer prejuízo às propriedades do

concreto no estado fresco e endurecido e os produtos que podem ser obtidos

na reciclagem, como os agregados – areia, brita e bica corrida para uso em

pavimentação, contenção de encostas, podem gerar mais economia, assim

como a resistência de tijolos reciclados em relação aos tijolos comuns.

4.2 - Legislação no Brasil

No Brasil, não há legislação nacional que define critérios para a reciclagem e o

tratamento de resídios eletrônicos. Para o Estado de São Paulo foi publicado

em julho de 2009 a Lei 13.576 que institui normas e procedimentos para a

reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico.

4.3 - União Europeia

Segundo o artigo da EUR-LEX.EUROPA.EU(online), de janeiro de 2003 entrou

em vigor a diretiva 2002/96/CE da União Europeia que regulamenta o

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tratamento de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE),

obrigando (entre outros) os fabricantes a se responsabilizar por todos os

eletrônicos produzido. Em vigor está também a directiva Directiva 2002/95/CE

(RoHS) que restrita o uso de determinadas substâncias perigosas em

equipamentos eléctricos e electrónicos.

CONCLUSÃO

Com a elaboração do trabalho, pude observar o quanto é importante saber

reutilizarmos os resíduos sólidos que muitas vezes disperdiçamos, achando

que não tem mais serventia alguma. Uma reciclagem feita de forma correta e

sustentável, pode em muito trazer vários benefícios para o ambiente, bem

como trazer lucro para que a pratica seguindo as formas legais e corretas.

Como Gestora Ambiental, poder saber as diversas formas de se reciclar

qualquer que seja o material, torna a profissão um pouco mais satisfatória,

prinicpalmente se puder estar ajudando a reverter o grande nível de poluição

existente em nosso planeta devido aos despejos destes materiasi em áreas

que não deveriam conter lixo algum. Os aterros sanitários, apesar de serem

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construídos, em alguns casos de forma politicamente incorreta, ainda é a

melhor destinação para alguns tipos de resíduos pela sua composição e tempo

de desgaste.

Os profissionais que reciclam os resíduos, retirados de lixões e os levam para

as cooperativas que sabemos existir, deveriam usar roupas adequads e

materiasi próprios pra a atividade, evitando assim contaminações por bactérias

e virus que existem nos lixões e muitas vezes são invisíveis a olho nu.

Saber reutilizar todos os tipos de resíduos mostra a capacidade que temos de

reaproveitar muitas das coisas que julgamos não ter mais nenhuma serventia

para nós,

BIBLIOGAFIA CITADA:

ABNT– Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004 – Resíduos

Sólidos

ABNT-NBR 8419 / Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de

Resíduos Sólidos Urbanos, de março de 1984.

BRAGA Maria C. Borba; DIAS Natália Costa: GESTÃO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS URBANOS. Volume I; Curitiba – 2008. Págs. 5-11

CEMPRE - Ficha Técnica: Embalagens longa vida Retirado em 01/dezembro

de 2012.

CERQUEIRA, M., "Placas y Tejas producidas a partir del reciclado del

Polietileno/Alumínio presentes en los embalajes Tetra Pak" , Tecnología y

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53

Construcción vol 18- 3, p.47-51, Instituto de Desarrollo Experimental de la

construcción/IDEC. Facultad de Arquitectura y Urbanismo – Universidad

Central de Venezuela, 2004.

D'ALMEIDA, M.L.O., Vilhena, A.,et al, "Lixo Municipal: Manual de

Gerenciamento Integrado, IPT/CEMPRE, 2a edição, São Paulo, 2000.

EUR-LEX.EUROPA.EU: Directiva 2002/95/CE do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa à restrição do uso de

determinadas substâncias perigosas em equipamentos eléctricos e

electrónicos, acessado em 23 de janeiro de 2012

EUR-LEX.EUROPA.EU: Directiva 2002/96/CE do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa aos resíduos de equipamentos

eléctricos e electrónicos (REEE), acessado em 23 de Janeiro de 2012

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_250715.shtml

http://www.diarioweb.com.br/noticias/corpo_noticia.asp.IdCategoria=IdNoticia=, acessado em 09 de Janeiro de 2012

http://www.goiania.go.gov.br/html/comurg/coletaseletiva/index.html

http://www.verbam.com.br/index.php?p=entulho-reciclagem-de-entulho-

materia-prima-para-construcao, acessado em 18/de Dezembro de 2011

inovacaotecnologica.com.br, 09/03/07: Fabricação de cada computador

consome 1.800 quilos de materiais, acessado em 15 de janeiro de 2012

Lei Nº 13.576, de 6 de julho de 2009 do São Paulo, acessado em 20 de

Janeiro de 2012

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NEVES, F.L., "Reciclagem de Embalagens Cartonadas Tetra Pak", Revista O

Papel fev,1999 ( p.38-45).

NEVES, F.L.," Novos desenvolvimentos para reciclagem de embalagens longa

vida", 37˚ Congresso Internacional de Celulose e Papel,S ão Paulo, Outubro,

2004.

Rede MetaReciclagem. MetaReciclagem (em português). Página visitada em

28 de Janeiro de 2012.

Resolução do CONAMA No 275 de 25 de abril 2001

http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res01/res27501.html

www.revistaescola.abril.com.br, 04/06/09: Como funciona a reciclagem de

computadores?, acessado em 23 de janeiro de 2012

www.saopaulo.sp.gov.br, 19/05/09: SP tem o primeiro centro público de

reciclagem de lixo eletrônico, acessado em 18 de Dezembro de 2012

http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/coleta_e_disposicao_do_lixo/

coleta_e_disposicao_final_do_lixo.html, acessado em 03 de Fevereiro

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ................................................................................... 2

AGRADECIMENTO ...................................................................................

3

DEDICATÓRIA........................................................................................... 4

RESUMO.................................................................................................... 5

METODOLOGIA......................................................................................... 6

SUMÁRIO.................................................................................................... 7

CAPÍTULO I - Resíduos Sólidos................................................................. 11

1.1- Classificação dos Resíduos...................................................... 12

1.1.1 - Resíduos Classe I – Perigosos ........................................... 13

1.1.2 – Resíduos Classe II A– Não Inertes...................................... 14

1.1.3 – Resíduos Classe II B – Inertes............................................ 15

CAPÍTULO II - O Desenvolviemnto do Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 15

2.1 – Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos..................... 17

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2.2 – Conceitos Fundamentais........................................................ 18

2.3 – Objeções aos Resíduos Sólidos............................................. 19

2.4 – Critérios Técnicos................................................................... 21

2.5 – Resíduos Sólidos Urbanos...................................................... 22

CAPÍTULO III Disposição Final de Resíduos Sólidos ................................ 23

3.1 – Aterros Sanitários.................................................................... 24

3.1.1- Condições Características..................................................... 25

3.2 – Lixões...................................................................................... 28

3.3 – Cooprocessamento................................................................. 29

3.4 – Incineradores.......................................................................... 29

3.5 – Co – incineração..................................................................... 32

3.5.1- Co – incineração em Cimenteiras.......................................... 32

3.6 – Biogasificação......................................................................... 33

3.7 – Reciclagem............................................................................... 34

3.8 – Vantagens da Reciclagem........................................................ 35

3.8.1 – Tipos de Reciclagem............................................................. 37

3.8.2 – Reciclagem do Aço............................................................... 38

3.8.3 – Reciclagem de Embalagens Longa Vida............................... 39

3.8.4 – Reciclagem do Papel............................................................. 40

3.8.5 - Reciclagem do composto de polietileno e alumínio.............. 41

3.8.5.1 - Fabricação de peças plásticas............................................ 41

3.8.5.2 - Fabricação de placas e telhas............................................. 42

3.9 - Reciclagem de entulho.............................................................. 43

3.10 – Reciclagem de Resíduo eletrônico............................................ 45

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CAPÍTULO IV - Mercado da reciclagem de resíduos da Construção Civil e

Demolição - RCD......................................................................................... 47

4.1 - Reciclagem do concreto...................................................................... 48

4.1.1 - Produtos obtidos na reciclagem....................................................... 49

4.1.2 - Reciclagem de tijolos....................................................................... 50

4.2 - Legislação no Brasil............................................................................ 52

4.3 - União Europeia................................................................................... 52

CONCLUSÃO............................................................................................... 53 BIBLIOGRAFIA CITADA............................................................................ 54

ÍNDICE....................................................................................................... 57