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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL
A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA ERP NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS
Por: Marcelo de Oliveira
Orientador
Profº. José Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
Fevereiro/2010
2
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL
A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA ERP NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS
Monografia apresentada em
cumprimento às exigências para
obtenção de grau no curso de
pós-graduação lato sensu de
especialização em Gestão
Logística Empresarial.
Por: Marcelo de Oliveira
Rio de Janeiro
Fevereiro/2010
3
DEDICATÓRIA
Dedico a pós que culminou com esta monografia ao
Sr Eru, espírito de luz que guia minha vida.
4
AGRADECIMENTOS
à Rita de Cássia e Geny S Abrantes
pela força e a base tão necessárias...
5
RESUMO
A presente monografia tem como objetivo demonstrar como a logística se
viu obrigada a se adaptar a nova realidade do mercado diante á grande
transformação sofrida com a globalização, e como a Tecnologia da Informação,
mais precisamente através da implantação do sistema ERP (Enterprise
Resource Planning), permite uma maior integração, coordenação e agilidade
nas transações entre as corporações, permitindo tomada de decisões com a
menor margem de riscos e de operações com maiores níveis de eficiência na
cadeia de suprimentos.
6
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste estudo foram seguidos os seguintes
passos metodológicos, pesquisas bibliográficas como leitura de livros e
revistas.
Para classificação da pesquisa, toma-se como base a taxionomia
por Vergara (1990), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins
e quantos aos meios.
a. Quanto aos fins
Segundo Vergara (2000, p.45), considerando o problema levantado neste
projeto, o estudo será conduzido como pesquisa descritiva, já que busca-se
demonstrar a importância da Tecnologia da Informação na Logística e como a
aplicação dos sistemas de informação traz mais eficiência numa cadeia de
suprimento.
b. Quanto aos meios
Ainda segundo Vergara (2000, p.46), e levando-se em consideração os meios
necessários para a solução do problema levantado, a pesquisa será do tipo
bibliográfica e telematizada. Bibliográfica, porque se recorrerá ao uso de
material acessível ao público em geral como livros, artigos, revistas, jornais e
redes eletrônicas já publicadas. Telematizada, pois busca informações em
meios que combinam o uso do computador.
7
SUMÁRIO
Folha de rosto .........................................................................................2
Dedicatória ..............................................................................................3
Agradecimentos ......................................................................................4
Resumo....................................................................................................5
Metodologia..............................................................................................6
Sumário ...................................................................................................7
Introdução................................................................................................8
Objetivos..................................................................................................10
Cadeia de Suprimentos............................................................................11
Tecnologia da Informação na Cadeia de Suprimentos............................15
Sistemas de Informações e o Supply Chain Management......................19
Sistemas ERP e o Supply Chain Management........................................21
Ciclo de Vida de Sistemas ERP ..............................................................30
Gerenciamento do projeto de implantação de sistemas ERP .................33
Conclusão................................................................................................36
Referências bibliográficas........................................................................38
Folha de avaliação...................................................................................41
8
1. INTRODUÇÃO
Com a globalização, a Logística sofreu uma grande transformação,
onde ocorreram várias mudanças nas atividades industriais e comerciais
relacionadas ao crescimento da concorrência, o livre acesso à tecnologia e
mudanças no mercado, o que trouxe como conseqüência o aumento das
exigências dos consumidores para a aquisição de produtos e serviços. Diante
deste novo cenário, as empresas se viram obrigadas a se adaptar a essas
novas realidades do mercado, que exigiu a informatização dos processos
para atender a demanda, o que incluía também um investimento em novas
tecnologias.
O objetivo principal do trabalho é demonstrar a importância da
Tecnologia da Informação na logística, e como aplicação dos sistemas de
informação dinamiza os processos e traz mais eficiência operacional numa
cadeia de suprimento, de forma a aumentar a lucratividade.
Para o problema da pesquisa, sendo observados os objetivos
explicitados no trabalho, os modelos adequados para a investigação são os
da forma descritiva e explicativa, de modo a mensurar, descrever, introduzir a
relevância da TI na Cadeia de Suprimento de maneira que se permita um
maior entendimento do problema levantado.
Considerando o objetivo geral do trabalho, o procedimento indicado
para alcançá-lo aponta para a pesquisa bibliográfica.
O tema proposto é relevante, pois cada vez mais empresas buscam a
excelência em seus produtos e serviços através da Logística. Nos últimos
anos, cada vez mais organizações perceberam que a logística pode e deve
ser utilizada de forma estratégica. Embora o êxito no concorrido mercado
9
globalizado seja decorrente de inúmeros fatores, é sabido que o bom
desempenho da cadeia de suprimento neste cenário é um papel fundamental.
O presente trabalho aborda como a implementação da Tecnologia da
Informação (TI) nos processos de gerenciamento da Cadeia de Suprimento
impacta de forma positiva nos processos logísticos. É sabido que a
informação é crucial para o desempenho de uma cadeia de suprimento,
sendo esta a qual os gerentes estruturam suas decisões. O tema será
desenvolvido tendo como foco a TI em uma cadeia de Suprimento,
demonstrando as vantagens da aplicação dos sistemas de informação na
Logística e como isso impacta na eficiência da gestão de uma cadeia de
suprimento. Os documentos como pedidos de compra, notas fiscais, faturas,
catálogos de produtos, relatórios de vendas e etc..., fornecem o fluxo de
informações essenciais que devem anteceder e acompanhar as transações.
No passado, esses processos eram manuais, demandavam mão de obra e
muito tempo. As ferramentas de TI surgem como uma forma de troca de
informação entre as organizações. A tecnologia da informação consiste em
ferramentas utilizadas para obter e ter acesso às informações e para analisá-
las, de maneira a poder tomar melhores decisões para uma gestão eficiente
da cadeia de suprimento e obter uma maior competitividade nos negócios.
10
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Demonstrar a transformação da logística através da informatização
dos processos e investimentos em novas tecnologias diante as novas
exigências dos consumidores para aquisição de produtos e serviços.
1.1.2 Objetivos Específicos
Demonstrar a importância de um sistema integrado e suas
funcionalidades, suportando as atividades dos diversos processos da cadeia
de suprimentos.
11
2. CADEIA DE SUPRIMENTOS
A Logística empresarial abrange as áreas que tratam diretamente com
o fluxo de beneficiamento das matérias-primas em produtos acabados, tanto
no aspecto interno de uma organização empresarial quanto no aspecto
externo, envolvendo todos os fornecedores de matérias-primas e partes que
compõe um produto, até o ponto de ocorrência da demanda deste produto
pelo consumidor final.
A integração externa, outra das dimensões de excelência logística,
significa desenvolver relacionamentos cooperativos com os diversos
participantes da Cadeia de Suprimentos, baseados na confiança, capacitação
técnica e troca de informações. A integração externa permite eliminar
duplicidades, reduzir custos, acelerar o aprendizado e customizar serviços.
Chopra e Meindl (2003) apontam que uma Cadeia de Suprimentos
engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, num
atendimento de um pedido a um cliente. A cadeia de suprimento não inclui
apenas fabricantes e fornecedores, mas também transportadoras, depósitos,
varejistas e os próprios clientes.
Os mesmos descrevem o motivo principal para a existência da
qualquer cadeia de suprimento: “Satisfazer as necessidades do cliente, em
um processo gerador de lucros.”
As atividades da cadeia de suprimento iniciam-se com o pedido e um
cliente e terminam quando um cliente satisfeito paga pela compra. O termo
“cadeia de suprimento” representa produtos ou suprimentos que se deslocam
ao longo da seguinte cadeia: fornecedores, fabricantes, distribuidoras, lojistas
e clientes.
A cadeia de suprimentos pode ser definida como sendo uma rede de
entidades de negócios autônomos ou semi-autônomos responsáveis
12
coletivamente pelas atividades de compras, produção e distribuição
associadas com uma ou mais famílias de produtos.
A American Marketing Association define canal de distribuição, como
“estrutura das unidades organizacionais internas e externas, dos agentes,
representantes, atacadistas e varejistas, através dos quais uma commodity,
produto ou serviço é comercializado.” Esta definição pela sua simplicidade
conceitual poderia ser representada por um diagrama que mostrasse os
fluxos de comercialização conforme segue:
Esta representação não consegue evidenciar a complexidade e
multiplicidade de relacionamentos existentes dentro da cadeia de
comercialização existente entre o fornecedor da matéria prima mais básica de
um produto, até este chegar nas mãos do consumidor. Ela representa ainda
a maneira antiga de se fazer negócios ao longo de uma cadeia industrial em
que cada elemento se preocupa em obter ganhos em seus processos,
individualmente, sem levar em consideração a necessidade de que todos os
elementos da cadeia precisam obter lucros de forma a perenizar a cadeia.
Segundo o Council of Logistics Menagement – CLM, “LOGÍSTICA é a
parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e
controla, de forma eficiente e eficaz, o fluxo e o fluxo reverso e a estocagem
13
de materiais, serviços. e as informações correlacionadas, entre o ponto de
origem e o ponto de consumo, de forma a atender as necessidades dos
clientes.”
Para Chopra e Meindl (2003, p. 3), “ dentro de cada organização, a
cadeia de suprimento inclui todas as funções envolvidas no pedido do cliente,
como desenvolvimento de novos produtos, marketing, operações,
distribuição, finanças e o serviço de atendimento ao cliente, entre outras.”
Como a demanda será atendida uma vez criada? Para Baker (2005, p.
347) este é o papel do gerenciamento de uma cadeia de suprimento:
Ballou (2006, p.28) menciona que o gerenciamento de uma cadeia de
suprimento tem uma única missão: “Colocar os produtos ou serviços certos
no lugar certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando ao
mesmo tempo a melhor contribuição possível para a empresa.”
Segundo o raciocínio de Ballou (IBID, p. 33), “produtos e serviços não
tem valor a menos que estejam em poder dos clientes quando (tempo) e onde
(lugar) eles pretenderem consumi-los.”
Muitas mudanças ocorreram no campo os negócios nas últimas
décadas. O aumento da competição e o advento das terceirizações geraram
um novo ambiente, no qual as empresas não atuam mais como elementos
isolados, m as como membros de uma cadeia em rede.
Desta forma, ao alongar o raciocínio do simples fluxo físico percorrido
pelos insumos e produtos ao longo de uma cadeia de comercialização para
uma visão mais abrangente de cadeia de valor, percebe-se que temos que
considerar os relacionamentos que tornam esta cadeia mais competitiva e
com menores custos para cada um dos elementos da mesma.
No passado, a atividade de cumprimento de pedidos não era considerada de grande
significado estratégico. Conquanto fosse uma atividade necessária, era um custo e,
portanto, algo a ser gerenciado o mais eficientemente possível. Hoje, a ênfase mudou.
O modo como uma empresa atende a demanda e presta serviços a seus clientes
tornou-se uma base fundamental para relacionamentos bem sucedidos e duradouros.
14
Segundo Maçada, Feldens e Santos (apud Lambert e Cooper 2000), o
conceito de gerenciamento integrado de Logística se refere à administração
das várias atividades como um sistema integrado.
A esse conjunto de relacionamentos que necessitam ser gerenciados
com eficácia e com uma filosofia de negócios mais orientada para o
entendimento de que a competição está caminhando para ser entre cadeias
de distribuição e não mais simplesmente entre as pessoas de um mesmo
modelo de negócio, denomina-se hoje Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos SCM (Supply Chain Menagement).
O Fórum global de cadeia de suprimentos (do inglês, Global Supply
Chain Forum) define a SCM como sendo a integração dos processos de
negócios-chave do usuário final até o fornecedor original que aprovisiona
produtos, serviços e informação, adicionando valor para os consumidores e
outros acionistas (Maçada, Feldens e Santos, ibid).
15
3. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS
O avanço da Tecnologia da Informação (TI) nos últimos anos vem
permitindo as empresas a executarem operações que antes eram
inimagináveis. Atualmente, existem vários exemplos de empresas que
utilizam a TI para obterem reduções de custo e/ou gerar vantagem
competitiva.
O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas
operações logísticas. Pedidos de clientes e de ressuprimento, necessidades
de estoque, movimentações nos armazéns, documentação de transporte e
faturas são algumas das formas mais comuns de informações logísticas.
De acordo com Chiavenato (2000), a informação dinamiza os
processos de produtividade, competitividade, circulação de mercadorias, a
administração das organizações respondem pelo fenômeno da globalização
no mercado.
A Tecnologia da Informação (TI) é um componente do Sistema de
Informação como informação, ferramentas políticas de trabalho e recursos
humanos. Spinola e Pessoa, (1998) afirmam que tecnologia da informação
reúne as contribuições da Tecnologia e da Administração, estabelecendo
assim, uma estratégia integrada, permitindo projetar e instalar sistemas de
informação e as coerentes mudanças organizacionais, ou ainda, pode ser
definida como adequada utilização de ferramentas de informática,
comunicação e automação, juntamente com as técnicas de organização e
gestão, alinhadas com a estratégia de negócios, com o objetivo de aumentar
a competitividade da empresa.
As organizações utilizam alguma forma de tecnologia para executarem
suas operações e realizar suas tarefas, porém, ainda segundo Chiavenato
16
(ibid, p. 605), “ é evidente que as organizações dependem da tecnologia para
poderem funcionar e alcançar seus objetivos.”
Segundo comenta Nazário (1999), antigamente, o fluxo de informações
baseava-se principalmente em papel, resultando em uma transferência de
informações lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente
da tecnologia, associado a sua maior facilidade de uso, permitem aos
executivos poder contar com meios para coletar, armazenar, transferir e
processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez.
A informação sempre foi um elemento de vital importância nas
operações logísticas. Mas atualmente, com as possibilidades oferecidas pela
tecnologia, ela está proporcionando a força motriz para a estratégia
competitiva da logística. A transferência e o gerenciamento eletrônico das
informações permitem às empresas reduzir seus custos mediante melhor
coordenação. Além disso, possibilita também a prestação de um serviço de
maior qualidade, devido principalmente à melhoria de oferta de informação
aos clientes.
“A transferência e o gerenciamento eletrônico das informações
proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logísticos através de
sua melhor coordenação (...)” (NAZÁRIO, ibid).
Ainda nesse contexto, a informação tem suma importância nos
processos logísticos, pois para determinar os níveis de estoque são
necessárias informações dos clientes sobre demanda, informações de
fornecedores sobre disponibilidade e informações sobre os níveis de estoque,
17
custos e margens. A determinação das políticas de transportes requer
informações sobre clientes, fornecedores, rotas, custos, tempos e
quantidades a serem transportadas. As decisões sobre instalações exigem
informações sobre fornecedores e demanda, assim como dados sobre
capacidades, receitas e custos da empresa.
Não obstante, Ballou (2006, p.121) lembra que:
As empresas estão recorrendo à aplicação de TI nas cadeias de
suprimento visando à obtenção de vantagem competitiva e automatização
dos processos produtivos.
Bowersox e Closs (1999) citam que os gestores envolvidos na cadeia
de suprimentos vêem a TI como a principal fonte de melhorias a produtividade
e na capacidade competitiva. Esses autores defendem que a TI é empregada
diferentemente de outros recursos já que possibilita um aumento de
velocidade de transmissão e de capacidade de dados e simultaneamente
reduz custos.
Segundo Fleury (2000), atualmente, três razões justificam a
importância de informações rápidas e precisas para sistemas logísticos
eficazes. Em primeiro lugar, os clientes percebem que informações sobre a
situação do pedido, disponibilidade de produtos, programação de entrega e
faturas são elementos necessários do serviço ao cliente. A segunda razão
relaciona-se ao uso da informação para reduzir o estoque e minimizar as
incertezas em torno da demanda. Finalmente a informação aumenta a
flexibilidade e permite identificar os recursos que podem ser utilizados para
que se obtenha uma vantagem estratégica.
As necessidades de informações logísticas podem ser divididas em
quatro níveis funcionais dentro da empresa (Bowersox e Closs, 2001, p. 176):
18
nível transacional, que diz respeito ao registro das atividades logísticas
individuais e consultas; o nível de controle gerencial que esteja relacionado a
avaliação de desempenho e elaboração de relatórios; nível de análise de
decisão que utiliza a informação para identificar, avaliar e comparar
alternativas logísticas táticas e estratégicas; e finalmente o nível de
planejamento estratégico que trata a estratégia logística, o qual envolve a
definição de metas, políticas e objetivos, decidindo a estrutura logística global.
Conforme Chopra e Meindl (2003, p. 354), informação é essencial para
tomar decisões de gerenciamento da cadeia de suprimentos porque ela
proporciona o conhecimento do escopo global necessário para tomar boas
decisões. A TI proporciona ferramentas para reunir essas informações e
analisá-las objetivando tomar as melhores decisões sobre a cadeia de
suprimentos.
Na prática, além da necessidade de se acompanhar todos os fluxos
físicos entre os elementos da cadeia de suprimentos, necessita-se gerenciar
outras informações que devem ser compartilhadas como demandas previstas
e reais, negociações e ordem de fornecimento, dados técnicos e garantias,
programas de produção e ordem de coleta de transportadoras, documentos
fiscais e suas respectivas conferências, etc.. Por esta relação de processos e
fatos geradores de dados, é fácil perceber a necessidade imperiosa de se ter
a máxima produtividade no processamento das informações de tais
atividades.
É interessante observar a definição dada pelo Council of Logistics
Management para o Supply Chain Management ( SCM):
19
4. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES E O SUPPLY CHAIN
MANAGEMENT
Para Baker (2005), os Sistemas de Informação (SI) referem-se ao
hardware de computador e ao software e middleware relacionados utilizados
dentro da organização. Sistemas de TI devem ser capazes de entregar as
informações necessárias sobre clientes no momento e também no futuro e
executar outras tarefas administrativas. A capacidade de organização de
escalar sistemas existentes ou planejar a migração para sistemas maiores
sem prejudicar os negócios é crítica.
De acordo com Nazário (1999), o mesmo define os sistemas de
informações logísticos como:
De acordo com a Mota(2001), o uso de software como aqueles
destinados à gestão de projetos, CAD, workgroup, workflow, groupware, entre
outros, permitem , por exemplo, a redução do tempo de desenvolvimento de
produtos por meio de engenharia simultânea. Na verdade, como
demonstrado, a tecnologia da informação pode tornar a organização mais
competitiva devido à redução no tempo de ciclo da inovação.
Segundo Spinola e Pessôa (1998, p.98), um “Sistema de Informação
(SI) é um sistema que cria um ambiente integrado e consistente, capaz de
fornecer as informações necessárias a todos os usuários” ou ainda, como
Schutzer e Pereira (1999,p149) “é um sistema integrado homem-máquina que
20
fornece informações de suporte a operações, gerenciamento , análise e
funções de tomada de decisões em uma organização”. Em relação à segunda
abordagem, Ferreira e Ribeiro (apud Ribeiro e Vieira, 2001) definem Sistema
de Informação como uma rede baseada em computador, contendo sistemas
operacionais que fornecem à administração de dados relevantes para fins de
tomada de decisões.
Mas a importância da tecnologia da informação não se restringe ao
âmbito da inovação nas organizações. Há outro importante campo, já
mencionada, em que a TI pode se aliar à organização na busca do aumento
da sua competitividade, trata-se da redução do tempo de ciclo do processo
produtivo. Neste caso a sua atuação abrange diversos sistemas, desde os de
gestão de estoques (WMS- Warehouse Management System) até os de
planejamento de recursos de manufatura (MRP II – Manufacturing Resource
Planning), utilizando como apoio códigos de barra, equipamentos de rádio
freqüência (RFID), etc.
Nazário (ibid) considera como hardware desde computadores e
dispositivos para armazenagem de dados até instrumentos de entrada e
saída do mesmo, tais como: impressoras de código de barras, leitores óticos,
GPS, etc. Software inclui sistemas e aplicativos/programas usados na
logística.
21
5. SISTEMAS ERP E O SUPPLY CHAIN MANAGEMENT
Cada vez mais empresas brasileiras de médio e grande porte e de
vários setores da economia vêm implementando sistemas de gestão
empresarial – ERP (Enterprise Resource Planning). Este tipo de sistema visa
resolver problemas de integração das informações nas empresas, visto que
antes elas operavam com muitos sistemas, o que inviabilizava uma gestão
integrada. Além disso, a implementação de um sistema ERP permite que as
empresas façam uma revisão em seus processos, eliminando atividades que
não agregam valor.
Chopra e Meindl (2003) fizeram uma breve menção aos tipos de
sistemas que eram utilizados no passado, os chamados “sistemas legados”
que eram sistemas baseados em tecnologia mainframe que normalmente
funcionavam apenas no nível operacional e tinham uma limitada função
dentro de um estágio na cadeia de suprimento. Assim, pode-se afirmar que
tais sistemas não ofereciam muitos subsídios para análise e tomada de
decisão, e sim serviam para o acúmulo de informações.
Nesse contexto, Chopra e Meindl (ibid, p 349) traçam um paradoxo
entre os sistemas do passado e do presente:
22
Em relação à desvantagem do ERP, Chopra e Meindl (ibdi) ressaltam
que no campo analítico, o sistema possui uma capacidade relativamente
fraca, tendo em vista seu foco ser de nível operacional.
Nazário (ibid) ainda completa que são comumente chamados de
Supply Chain Management (SCM) applications, ou seja, ferramentas para o
gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos. Sua principal função é
possibilitar ao usuário o controle de diversas funções logísticas
simultaneamente, permitindo com isso, analisar os trades-offs (conflito de
escolhas) existentes. Além disso, possui uma abrangência que ultrapassa
limites da empresa, ou seja, integra-se também com outros membros da
cadeia de suprimento, tais como : indústria, atacadistas/distribuidores e
varejistas, além de prestadores de serviços logísticos. Isto se torna Internet.
O Supply Chain Management - SCM, ou Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos, começou a se desenvolver apenas no início dos anos 90.
Mesmo a nível internacional, são poucas as empresas que já conseguiram
implementá-lo com sucesso, e a nível acadêmico o conceito ainda pode ser
considerado em construção. Existem inclusive alguns profissionais que
consideram o SCM como apenas um novo nome, uma simples extensão do
conceito de logística integrada, ou seja, uma ampliação da atividade logística
para além das fronteiras organizacionais , na direção de cliente e
fornecedores na cadeia de suprimentos.
A dúvida com relação aos limites dos conceitos de Logística Integrada
e Supply Chain Management têm gerado uma série de interpretações
equivocadas por parte de algumas empresas e profissionais da área de
operações. É usual encontrarmos o termo “supply chain management” sendo
utilizado para designar atividades logísticas internas, como estão de
estoques, armazenagem e controle da frota de veículos.
Em contraposição a esta visão restrita, existe uma crescente
percepção de que o conceito de Supply Chain Management é mais do que
uma simples extensão da logística integrada, pois inclui um conjunto de
23
processos de negócios que em muito ultrapassa as atividades diretamente
relacionadas com a logística integrada. Além disso, existe uma clara e
definitiva necessidade de integração de processos na cadeia de suprimentos.
Segundo Maçada, Feldens e Santos (apud Lambert e Cooper, 2000), o
conceito de gerenciamento integrado de logística se refere à administração
das várias atividades como um sistema integrado. Nas empresas que não
têm essa visão, a logística acaba sendo um conjunto fragmentado e
normalmente não coordenado de atividades espalhadas por vários
departamentos da empresa. Nesta perspectiva, atividades como transportes,
armazenagem e processamento de pedidos são vistas como atividades-fim,
ao invés de como partes que contribuem para um desempenho ótimo da
logística das empresas como num todo.
Em suma, o SCM é uma abordagem sistêmica de razoável
complexidade, que implica em alta interação entre os participantes, exigindo a
consideração simultânea de diversos trade-offs. O SCM vai além das
fronteiras organizacionais e considera tanto os trade-offs internos quantos os
inter-organizacionais, relativamente a quem deve se responsabilizar pelos
estoques e em estágio do canal as diversas atividades deveriam ser
realizadas. Apenas como exemplo, podemos comparar os trade-offs
existentes entre as opções de distribuição direta ou indireta por um dado
fabricante. Numa estrutura de canal onde o fabricante distribui diretamente
para o consumidor final.
Maçada, Feldens e Santos (2007) apresentam os principais sistemas
envolvidos no gerenciamento de uma Cadeia de Suprimento:
• Sistema de gestão de armazéns (WMS) – Sistema que mantém o
controle e rastreamento do movimento de estoques por meio de depósitos,
desde o recebimento até a expedição. O WMS gerencia a utilização de
recursos tais como espaço e pessoal.
• Identificação por radiofreqüência (RFID)- Tecnologia que suporta
comunicações sem fio para leitura e transmissão de dados. São utilizados
24
nas cadeias de suprimento por etiquetas rastreáveis que possibilitam o
controle do posicionamento dos produtos.
• Rastreamento de frotas – Equipamentos de rastreamento de
frotas são comumente utilizados em caminhões e reboques de modo a
acompanhar a localização e alimentar sistemas de informação. Podem
utilizar tecnologias como satélites ou sistemas celulares para a localização
dos móveis.
• Códigos de barra – Sistemas de etiquetas padronizadas utilizadas
para a identificação de produtos, esses códigos são utilizados na aquisição de
dados por parte dos sistemas de informações logísticas.
• Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI) – Sistemas para
intercâmbio de dados por tecnologia eletrônica que possibilita transmissões
de dados mais ágeis entre parceiros da cadeia de suprimento.
• Estoque Administrado pelo fornecedor (VMI) – Tem como objetivo
fazer com que os fornecedores , por meio de um sistema EDI, verifiquem as
necessidades dos clientes por um produto, no momento certo e na
quantidade certa.
• Compras eletrônicas (e-procurement) – Sistemas utilizados para a
automatização dos processos de compras. Podem utilizar a internet como
plataforma de modo a possibilitar maior integração com fornecedores.
• Sistemas integrados de gestão (SIG) – Tem como objetivo apoiar
a gestão organizacional integrando os processos e operações da empresa,
mantendo uma base unificada de informações.
De acordo com Chopra e Meindl (2003), enquanto a principal
vantagem do sistema ERP seja o escopo amplo, a vantagem dos aplicativos
analíticos é de poderem ser utilizados para decisões no nível de planejamento
e no de estratégia. Os sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimento
(Supply Chain Management, SCM) são uma combinação de todos os
25
sistemas mencionados e são utilizados para abranger os estágios da cadeia
de suprimento.
Para Julianelli (2007), enquanto a logística é encarada como uma
função empresarial, assim como Marketing, Produção e Suprimentos, o
conceito de SCM está relacionado com a integração funcional cruzada dos
processos que envolvem diferentes áreas de várias empresas, abrindo um
novo leque de oportunidades e desafios. Assim, compreendo o supply chain
(cadeia de suprimento) como o conjunto de fluxos financeiros , de informação
e produtos entre diferentes empresas, o desafio atual dos executivos é
estruturar o processo de management (gestão destes fluxos) capturar os
benefícios ocultos nas interfaces.
Segundo Ballou (2006) , o sistema de informação logística pode ser
dividido entre o Sistema de Gerenciamento de Pedido (SGP), o Sistema de
Gerenciamento de Armazéns (SGA) e o Sistema de Gerenciamento de
Transporte (STG). As transações e decisões de planejamento relacionadas
com cada um deles contam geralmente com o suporte de importantes
programas de computador que são de grande ajuda na tomada de decisões
repetitivas exigidas nas operações diárias. O SGP, o SGA e o STA, embora
focados em diferentes aspectos das operações logísticas, comunicam-se em
geral para a concretização de um melhor controle nos processos logísticos.
26
Se por um lado existem fornecedores que se especializam neste tipo
de software (os principais são: Manugistis, Caps me i2 Technologies), por
outro , fornecedores de ERP também estão migrando para esta abordagem,
que complementa seus poderosos sistemas transacionais. Um exemplo disso
é a ferramenta desenvolvida pela SPA chamada APO (Advanced Planner and
Optimizer).
O EDI (Eletronic Data Interchang) ou intercâmbio eletrônico de dados é
uma ferramenta tecnológica de informação , que tem sido utilizada pelas
organizações para ligar seus componentes e parceiros, de modo a gerar
perfeita integração, rápida comunicação e agilidade na resposta.
No entender de Vieira Neto (apud Pizysieznig , 2002) o EDI influencia a
cadeia de valor quando a adoção de estratégias para uma vantagem
competitiva em um mercado globalizado.
A tecnologia da informação, que surgiu como ferramenta de redução
de custos e agilizadora do processamento de informação têm sido cada vez
mais aplicada em todos os ramos da atividade humana, devido ao
crescimento exponencial de seus recursos e habilidades. O Sistema de
Informação Geográfica – GIS está ao alcance de pequenas, médias e
grandes empresas, proporcionando um melhor processo de análise dos
clientes bem como a utilização de um instrumento mais adequado na
27
formação de zonas de vendas. Diante desse cenário, milhares de
transportadores ou varejistas compartilham esses recursos para montar,
formar e manter parcerias. O GIS esta relacionada com uma ferramenta que
associa banco de dados a mapas digitalizados.
De acordo com Nazário (1998) existe uma grande disponibilidade de
softwares de GIS . Eles vão desde os desktops mapping até softwares que
possuem algoritmos e são capazes de executar tarefas, tais como:
roteamento, estudo de localização, obtenção de matriz de distâncias, entre
outras. Os desktops mapping são mais baratos que os outros (custam menos
de R$ 1000) e são utilizados principalmente pelas áreas de serviço do cliente,
vendas e marketing.
Lista de Softwares de GIS
SOFTWARE SITE (FABRICANTES)
Arc-info, BusinessMap www.esri.com
Deskmapp www.gfmi.com.br
MapInfo www.mapinfo.com
Maptitude, TransCAD www.caliper.com
MaxiCAD www.maxidata.com.br
Tactician www.tactician.com
Fonte: Nazário (1998)
Para Barros (2005), a evolução da tecnologia de informação vem
transformando a gestão de operações e a logística. Como exemplos,
podemos citar o uso do código de barras, o EDI (Electronic Data Interchange
28
ou intercâmbio eletrônico de dados), o RFID (Radio Frequency Indetification
ou identificação via Radiofrequência) e o Rastreamento de Frotas com
Tecnologia GPS (Global Positioning System). Todas essas tecnologias não
servem apenas para aumentar a velocidade do fluxo de informações, mas
também para melhorar a exatidão das informações.
O WMS é um sistema de gestão de armazéns e/ou CDs que otimiza
todas as atividades operacionais (fluxo de materiais 0 e administrativas (fluxo
de informações) dentro do processo de armazenagem, incluindo atividades
como recebimento, inspeção, endereçamento, armazenagem, separação,
embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos e controle de
inventário.
Um WMS possibilita a otimização operacional através do aumento da
produtividade, otimização dos espaços e melhoria da utilização dos recursos
(equipamentos de movimentação e estocagem). Esses benefícios são devido
aos seguintes pontos, conforme apresentado em Benzato (1998):
• Controle Operacional (O WMS fornece as tarefas a serem feitas);
• Redução do tempo perdido com esperas;
• Redução do tempo morto dos recursos de movimentação;
• Otimização do percurso de separação de pedidos;
• Estocagem otimizada através de uma localização pela curva ABC
de giro;
• Aumento da densidade de estocagem , diminuindo distâncias a
serem percorridas.
De acordo com Barros (ibid), independentemente de ser ou não um
módulo do ERP, o WMS pode otimizar os negócios de uma empresa com
redução de custos e melhoria do serviço ao cliente, sendo a sua integração
com sistemas ERP fortemente recomendável.
É importante diferenciar a simples adoção do uso efetivo da TI. Com
sua grande popularização do cenário empresarial, a obtenção de diferencial
competitivo não reside na simples adoção de soluções de TI, mas sim na
29
maneira como a empresa utiliza essa solução. Muitas organizações adquirem
as soluções de TI disponíveis no mercado, entretanto, nem todas as utilizam
da maneira mais eficiente.
A TI aplicada a gestão da cadeia de suprimentos tem uma relação
fundamental na estratégia do negócio porque é uma ferramenta que
possibilita maior eficiência e flexibilidade dos processos. Ela atua na cadeia
aproximando tanto fornecedores como clientes além de agilizar as relações
de necessidades e expectativas do mercado .
30
6. CICLO DE VIDA DE SISTEMAS ERP
A implantação de um sistema ERP é realizada em etapas bem
definidas. Souza e Zwicker (2001) apresentam um modelo para o ciclo de
vida de sistemas ERP que inclui as etapas de decisão e seleção,
implementação, estabilização e utilização. Estas grandes etapas e a sua
relação temporal estão esquematizadas na Figura 1, que representa o ciclo
de vida geral de sistemas ERP.
Na primeira etapa a empresa decide-se pela implementação de um
sistema ERP como solução para as suas necessidades de informação e
escolhe o fornecedor. Após a seleção do fornecedor, deve ser realizado o
planejamento da implementação que engloba o estabelecimento dos objetivos
e escopo do projeto, metas a serem cumpridas, métricas do projeto, definição
de responsabilidades e a estratégia de implementação. A estratégia de
implementação envolve a definição do modo de início de operação, das
31
atividades que serão realizadas e do cronograma, o qual deve incluir
considerações sobre prazos e recursos.
A implementação constitui a etapa seguinte do ciclo de vida e é
definida como o processo pelo qual os módulos do sistema são colocados em
funcionamento em uma empresa. Essa etapa envolve a adaptação dos
processos de negócio ao sistema, a parametrização e eventual customização
do sistema, a conversão e carga dos dados iniciais, a configuração do
hardware e do software de suporte, o treinamento de usuários e gestores e a
disponibilização de suporte e auxílio. Esta etapa contempla as tarefas que
vão desde o término da elaboração do plano de implementação até o início da
operação, quando o sistema ERP passa a ser o sistema de informação
definitivo da empresa.
Após o início da operação começa uma etapa bastante crítica para o
sucesso do projeto: a etapa de estabilização. Nessa etapa o sistema ERP
torna-se um objeto concreto e passa a fazer parte do dia-a-dia da empresa e
das pessoas. Esse é o momento em que a maior carga de energia, gerencial
ou técnica, é necessária. Isto ocorre porque no início da operação do sistema
(analogamente a qualquer sistema informatizado) evidenciam-se dificuldades
de operação, falhas no treinamento, falhas de testes, erros em programas,
novas customizações e problemas não previstos na etapa de implementação.
Nesse momento a empresa já depende do sistema para as suas atividades, o
que aumenta a pressão para que os problemas sejam rapidamente
resolvidos. A duração desta etapa depende da empresa e gira em torno de
oito semanas (Souza e Zwicker, 2001).
Finalmente, na etapa de utilização o sistema torna-se parte intrínseca
das operações da empresa. Isto não significa que todas as suas
possibilidades de uso tenham sido reconhecidas e estejam corretamente
equacionadas. Este conhecimento só se estabelece após certo tempo de uso
continuado da tecnologia e por meio de idéias que surgem durante o
processo de utilização. Portanto a etapa de utilização realimenta a etapa de
32
implementação com novas possibilidades e necessidades que podem ser
resolvidas mediante implementação de novos módulos, novas
parametrizações ou novas customizações.
33
7. GERENCIAMENTO DO PROJETO DE
IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS ERP
Considerações sobre gerenciamento de projetos
Freqüentemente, o gerenciamento de projetos acarreta várias
questões conflitantes, como: não há tempo para executar a tarefa, o trabalho
é muito complexo ou o orçamento não é adequado. Para essas situações,
Strauss (1997) recomenda entender e considerar as três dimensões gerais do
gerenciamento de projeto: tempo, tarefa e recursos. O autor destaca ainda
que "sem um entendimento de como estes três fatores se inter-relacionam, o
gerente pode facilmente entrar em modo reativo, constantemente
respondendo à crise do momento".
Esses três fatores constantemente interagem em um projeto mudando
a prioridade e variando a importância conforme o projeto avança. Entender
como esses fatores interagem fornece uma perspectiva objetiva do processo
de desenvolvimento. Portanto, essa é uma tarefa típica do gerente de projeto:
gerenciar esses fatores e tomar as decisões. É importante perceber que, em
projetos distribuídos, qualquer decisão tomada sobre determinado projeto
desencadeia alterações a serem feitas nos demais projetos correlacionados.
Assim, os gerentes devem estar cientes de toda e qualquer ação efetuada. As
três dimensões e suas interações podem ser visualizadas na Figura 1. Cada
uma das dimensões pode ser definida e exemplificada da seguinte maneira:
• Tempo: o tempo requerido refere-se ao cronograma, especialmente
ao deadline para a tarefa (data final). Essa data depende da natureza da
tarefa (projeto) e da disponibilidade de recursos. A análise de tempo (ou
prazos) preocupa-se com a decomposição do projeto em atividades (ou
tarefas) e com a interligação destas. O principal produto da análise de tempo
é o seqüenciamento das atividades com as datas de início e de término e as
folgas de cada atividade.
34
• Tarefa: refere-se ao que está sendo desenvolvido. É o escopo do
trabalho a ser realizado: a grandeza e a complexidade da aplicação final. Ou
seja, consiste na especificação dos requisitos, no projeto funcional, etc. A
definição do produto final, segundo Strauss (1997), determinará o número de
pessoas necessárias para produzir a aplicação, as habilidades das pessoas,
o tipo de equipamento e quanto tempo levará para completar o projeto.
• Recursos: a análise de recursos se preocupa em adequar as datas
produzidas pela análise de tempo à disponibilidade de recursos. Nessa
análise utilizam-se as folgas das atividades, que nem sempre são
suficientemente extensas para a completa adequação entre datas e recursos.
O produto é uma nova programação das atividades em que a utilização de
recursos está em níveis compatíveis com a disponibilidade. Os custos
representam uma análise particular dos recursos e, basicamente, se referem
a quanto dinheiro está disponível para ser gasto no projeto e como esse
dinheiro é aplicado em pessoas, material e equipamento.
Dessa forma, as ferramentas de gerenciamento de projetos atuam no
âmbito desses três fatores, permitindo gerenciar e planejar cada um deles,
bem como a interação entre os mesmos. E no escopo de projetos
distribuídos, permite gerenciar os fatores quando ocorrerem modificações no
35
planejamento inicial de algum dos projetos. Em relação ao uso de técnicas
quantitativas para a gerência de projetos, pode-se relacionar, segundo Prado
(1998):
• Tempo – as principais técnicas disponíveis são o diagrama de barras
(Gráfico de Gantt) e o diagrama PERT/CPM. O uso de um ou outro depende
da complexidade do projeto.
• Recursos – no caso de redistribuição de recursos, usa-se a
simulação da execução do projeto, quando se modificam as folgas das
atividades para não ultrapassar as disponibilidades dos recursos. Em
pequenos projetos, tal estudo pode ser executado manualmente. Em médios
e grandes projetos, o computador é fundamental para obter uma otimização
na utilização de recursos.
• Custos – as técnicas mais utilizadas são os estudos orçamentários e
o acompanhamento contábil. Os estudos orçamentários são baseados na
decomposição do projeto em partes menores, nas quais se faz a previsão de
custos. Entre as técnicas disponíveis, a mais sofisticada é o sistema earned
value, que permite ligar uma estrutura de custos à rede de atividades.
Nessa etapa, a preocupação se refere ao tempo de implantação de
sistemas ERP, e o primeiro passo para o planejamento de projetos é a
definição das atividades do projeto e a relação de dependência entre elas.
36
8. CONCLUSÃO
Aprimorados a partir de ferramentas tecnológicas, os sistemas
logísticos passaram a ser cada vez mais estratégicos, modernizando
processos e provocando uma maior integração entre empresas, provocando
muitas vezes, mudanças nas relações de negócios e no escopo
organizacional. Passando os dirigentes a perceber no relacionamento de
parcerias entre clientes e fornecedores, oportunidades de negócios e
vantagens para ambas as partes.
Assim, a tecnologia da informação se torna cada dia com maior
intensidade, instrumento essencial à elevação da competitividade operacional
das organizações na medida em que eleva a capacidade dos seus
funcionários e dos seus sistemas de informação, vetores fundamentais do seu
sistema operacional, da mesma forma em que contribui para a compressão
dos tempos de processos e de desenvolvimento dos produtos.
Outro ponto relevante é a utilização da logística como diferenciador no
mercado, adotando-a como estratégia para alcançar uma vantagem
competitiva em meio à concorrência e a globalização.
Percebemos que, por um lado, os sistemas de informação permitiriam
reduzir os custos do processamento de pedidos, através da eliminação dos
erros resultantes da interferência humana na colocação de pedidos,
viabilizando uma operação de re-suprimento com tamanhos de lotes
menores. Por outro lado, a possibilidade de empresas na cadeia de
suprimentos sobre a real demanda dos consumidores finais, fator que
influencia diretamente a formação dos estoques de segurança.
Para a gestão dos processos internos e destas interações entre os
elementos da cadeia de suprimentos, alem de esforços na utilização de
diversas técnicas de gestão logística, é fundamental que se utilize
intensamente as facilidades proporcionais pelas tecnologias de informação,
visando tomar decisões com a menor margem de riscos, operar com os
37
maiores níveis de eficiência , e se comunicar com clientes e fornecedores da
melhor maneira possível.
Nos dias de hoje, com o ambiente empresarial cada vez mais
competitivo, a tecnologia de informação , quando bem utilizada, torna-se um
forte diferencial entre as empresas pela busca na excelência do atendimento
ao cliente. Dessa forma, cada vez mais as empresas buscam alternativas
para facilitar o gerenciamento de suas atividades, visando aumentar o
controle e obter informações precisas que possam de fato agilizar a tomada
de decisões e, conseqüentemente, melhorar o nível de serviço prestado.
A implantação de uma logística inteligente tem sido a solução
encontrada por muitas organizações para reduzir os custos operacionais,
melhorando a eficiência de atendimento ao cliente, porém o problema é o
desenvolvimento de executivos com visão global e integradora, possuidores
de capacidades de liderança frente aos funcionários para a formação de uma
cultura de trabalho em equipe e uniformização da informação. Caso
contrário, os problemas operacionais logísticos permanecerão tendo em vista
uma falha de relacionamento e comunicação dentro da empresa.
Por fim, a adoção de novas tecnologias, como códigos de barra, EDI,
automação de PDV’s, etc., trouxe vários benefícios inerentes à captura e
disponibilização de informações com maior grau de precisão e pontualidade.
Chamo a atenção em particular para a eliminação dos erros e do retrabalho
no processamento de pedidos, fato que reduz substancialmente os custos
associados a esta atividade, e para a redução da incerteza com relação a
demanda futura, ao serem compartilhadas as séries de vendas para o cliente
final por todas as empresas na cadeia.
São muitos os desafios, mas enormes as oportunidades da
implementação do conceito de SCM no Brasil. Está na hora de arregaçar as
mangas e se engajar nesta nova oportunidade que certamente irá aumentar a
competitividade e lucratividade daquelas empresas que ousarem e saírem na
frente.
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