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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PABLO SCHIAVON MAGALHÃES PRÉ-PROJETO DE PESQUISA A FORMAÇÃO EM FILOSOFIA DE EDUCAÇÃO DOS PROFESSORES DE ESCOLA PÚBLICA Pré-Projeto de pesquisa apresentado ao programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação como requisito básico para candidatura à vaga para turma de 2015-1. Linha de pesquisa: Formação de Professores e Práticas Educativas

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Modelo de pré projeto de mestrado.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

PABLO SCHIAVON MAGALHÃES

PRÉ-PROJETO DE PESQUISA

A FORMAÇÃO EM FILOSOFIA DE EDUCAÇÃO DOS

PROFESSORES DE ESCOLA PÚBLICA

Pré-Projeto de pesquisa apresentado ao programa

de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação

como requisito básico para candidatura à vaga para

turma de 2015-1.

Linha de pesquisa: Formação de Professores e

Práticas Educativas

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 3

2. JUSTIFICATIVA................................................................................ 5

3. OBJETIVOS

GERAL.................................................................................... 6

ESPECÍFICOS......................................................................... 6

4. METODOLOGIA ............................................................................... 6

REFERÊNCIAS ........................................................................................ 8

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1. INTRODUÇÃO

É de conhecimento do senso comum dos brasileiros, que o ensino público em geral

tem um grande déficit na área de educação. Os dados do IDEB (Índice do

Desenvolvimento da Educação Básica) é uma entre tantas fontes que demonstra isto,

mas o problema fica significativamente mais nítido quando visto de dentro da

instituição. Como educadores da rede pública, torna-se notória a dificuldade de

aprendizado dos alunos. O problema é complexo, e não há uma única causa a ser

apontada. Entretanto, é possível que a não apreensão do conhecimento em sala de aula

por parte do educando esteja intrinsicamente ligado em alguma parte na formação de

Filosofia da educação do educador. Para SEVERINO,

O Componente Filosofia da Educação não se encontra na grade curricular só

por capricho, mas porque é mediação insubstituível na formação desse

profissional e porque a reflexão filosófica sobre a educação se fará sempre

necessária para o educador durante toda a sua vida profissional. Ela estará

sendo sempre exigida pela sua prática. (SEVERINO)

Como reflexão filosófica, a Filosofia da Educação desenvolve sua tríplice tarefa:

fundamentalmente como reflexão antropológica, epistemológica e axiológica

(SEVERINO), onde, pois, há de fato a construção do sujeito educador, sujeito

educando, e do contexto ao qual se encontram. Mas, não havendo este componente na

prática do professor, é inevitável que se perca em seu objetivo e, por conseguinte, seus

próprios alunos.

Como o aluno se vê em uma sala de aula? Parte dele a verdadeira intenção de

estar ali? Ele tem consciência do que faz e aonde quer chegar? O educador sabe qual é o

sujeito a quem se dirige e, principalmente, o porquê e o para quê se ensina? Sem uma

reflexão crítica iniciada pelo educador, não há como haver um diálogo de aprendizagem

em sala. A educação sem reflexão, torna-se via de mão única. Onde quer que exista

educação é preciso, concomitantemente, haver filosofia, como elucida LUCKESI,

As relações entre Educação e Filosofia parecem ser quase “naturais”.

Enquanto a educação trabalha com o desenvolvimento dos jovens e das novas

gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e como

devem ser ou desenvolver estes jovens e esta sociedade. (LUCKESI)

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Devido a fatores diversos, o sujeito educando tem se distanciado cada vez mais

do sujeito educador, levando ao primeiro fatores cada vez mais agravantes na busca de

se entender a aprendizagem. Lecionando-se em instituições públicas, é inegável

perceber as interrogações nos alunos, tão maiores quanto maior o ano de ensino em que

se encontram.

O conhecimento tanto é via de opressão como de libertação do homem, tal como

ilustrado no mito da esfinge, da mitologia grega, onde Édipo representa o homem;

Tebas, a humanidade; e a capacidade de decifrar, o saber. Daí Édipo se libertar quando

decifra a esfinge. Porquanto o saber torna-se poder. Segundo SEVERINO (1994),

O conhecimento pode ser definido como o estabelecimento

de nexos que, no nível da subjetividade humana, vinculam,

com determinada coerência entre si, elementos da realidade

experienciada pelo homem a partir do próprio processo vital.

Estabelecer esses nexos é identificar/conferir um sentido.

Inserido em um momento histórico-social, cabe à filosofia elucidar ao homem o

passo inicial, dar-lhe sentido, quando então ele passa a se entender neste contexto. É a

partir do entendimento de si, e do contexto no qual se encontra, que possibilita ao

homem exercer a sua práxis.

É preciso também uma atualização constante por parte do professor. A educação

está inserida em um contexto maior – social, econômico e político. Por isso o professor

não pode estar alienado aos acontecimentos de seu tempo, devendo ser capaz de realizar

juízos de valor a respeito dos comportamentos coletivos e individuais, sempre atento

aos valores políticos e morais. (LUCKESI)

Em experiências nestas instituições também é possível perceber uma relação

quase que direta entre disciplinas com maiores dificuldades e professores aos quais os

alunos não se identificam. Ora, como se dá essa aproximação, se não pela vertente

antropológica presente na formação e atuação desse professor? Enquanto alunos, estes

sujeitos tem uma ótima oportunidade de se nortearem, sob uma filosofia da educação

que os dê sentido, aparado por um conhecimento científico e político que deveriam

encaminhá-los a emancipação. Porém, não havendo tal posicionamento por parte do

educador, o conhecimento torna-se agravante posto que os educandos buscarão em

outra fonte, como afirma LUCKESI,

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Assim sendo, não há como se processar uma ação pedagógica sem uma

correspondente reflexão filosófica. Se a reflexão filosófica não for realizada

conscientemente, ela o será sob a forma do “senso comum”, assimilada ao

longo da convivência dentro de um grupo. Se a ação pedagógica não se

processar a partir de conceitos e valores explícitos e conscientes, ela se

processará, queiramos ou não, baseada em conceitos e valores que a

sociedade propõe a partir de sua postura cultural. (LUCKESI)

2. JUSTIFICATIVA

Da experiência vivida na própria sala de aula como educador, pudemos notar o

maior interesse dos alunos na disciplina quando estes se sentiam mais íntimos, o que por

sua vez não é tocante à ciência propriamente trabalhada. Entendendo-os e tratando-os

como sujeitos próximos e verdadeiramente humanos, buscando não haver diferenciação

entre professor e aluno, tornou-se possível iniciar alguma transformação até então vista

como muito distante, simplesmente através de reflexões e questionamentos. A

aproximação trouxe admiração por parte dos alunos, a ponto de verem neste professor

um objetivo para si. Não que eles ligassem seu futuro a profissão propriamente.

Provavelmente, eles mesmos nem sabiam a razão da admiração, mas certamente estava

ligada a uma visão de um ser emancipado e próximo, e a cultura ali trabalhada os

instigaram a levantar suas transformações internas. O que vale, afinal, é conceber a

cultura como manifestação plural, um processo dinâmico, e a educação como o

momento em que herança e renovação se completam, a fim de criar o espaço possível

de exercício de liberdade. (ARANHA).

A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si

mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim

sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus

caminhos. A sociedade dentro da qual ela está deve possuir alguns valores norteadores

de sua prática. (LUCKESI)

Para isto, não foi necessária uma mudança de estrutura das aulas, tal como

tradicionalmente e trabalhada. Ainda que uma mudança possivelmente traga melhorias,

a Filosofia da educação é necessária de qualquer forma. Quando se trata propriamente

da escola, pensa-se no professor dando uma aula tradicional de transmissão de

conteúdo. Nada contra esse momento. Aliás, é relevante o processor da herança cultural,

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e a escola não pode se descuidar da informação sob pretexto algum. O que destacamos

aqui é a necessidade de unir a informação a outros processos que evitem a erudição

estéril. (ARANHA)

3. OBJETIVOS

Geral

- Desenvolver pesquisa que resultem possíveis orientações para elucidação da

importância da filosofia da educação na formação e na prática do professor, de tal forma

que promova uma efetiva aproximação dos sujeitos educador e educando, resultando em

um maior aprendizagem mútua.

Específicos

- Identificar entre os professores das escolas públicas, as concepções de filosofia

da educação que permeiam as suas práticas.

- Desenvolver, com os professores estratégias que promovam sua reflexão crítica,

e sua formação tríplice: científica, política e filosófica.

- Elaborar através de leituras bibliográficas e dos diálogos com os professores, os

pressupostos que orientem a formação contínua de sua própria filosofia da educação.

- Evidenciar como que a formação e a prática de reflexão antropológica,

epistemológica e axiológica contribui direta e significativamente na relação e na

aprendizagem de maneira mútua.

4. METODOLOGIA

O presente projeto de pesquisa tem como alvo os professores de escola pública,

onde de fato ocorrerá o estudo de caso. A questão fundamental que cabe à Filosofia da

Educação responder é aquela do sentido e da finalidade da educação. (SEVERINO)

Este trabalho será desenvolvido dentro de uma abordagem qualitativa, pois se

deseja investigar se uma ou outra qualidade está presente, ao passo que as quantitativas

iriam revelar o quão presente uma qualidade está. Outros fatores que motivam a

abordagem será o pequeno número de amostras, e a opção por uma análise mais

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subjetiva, enquanto a quantitativa visa uma análise mais objetiva e numérica, embasada

por teorias estatísticas.

Será desenvolvido um estudo de caso, que consiste em um método de

abordagem de investigação, visando cada professor individualmente, a fim de

compreender e explorar, em meio a tantos fatores que envolvem uma sala de aula, a sua

formação em Filosofia da Educação.

O campo de trabalho será as escolas Públicas. A escolha da cidade será aquela

da própria universidade, por conta da viabilidade de investigação. E, por conta de um

currículo mais aberto, que permite ao professor maior expressão de suas formações,

optamos pelas escolas públicas, enquanto que nas particulares, devido a um currículo

mais inflexível, com uma didática muitas vezes ditada pelo próprio sistema de ensino,

possivelmente ocultaria ou distorceria características obtidas na análise do professor.

Os participantes serão os professores de Física do ensino médio. O intuito de

trabalhar com os profissionais já atuantes, é poder trabalhar em conjunto da teoria com a

prática da filosofia da educação, visando a práxis do educador, que se dá, segundo

ARANHA, da “união dialética da teoria e da prática”. Segue o mesmo autor, dizendo:

Chamamos de dialética a relação entre teoria e prática porque não existe

anterioridade nem superioridade entre uma e outra, mas sim reciprocidade.

Ou seja, uma não pode ser compreendida sem a outra, pois ambas se

encontram numa constante relação de troca mútua. (ARANHA)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANHA, Maria da Arruda. Filosofia da Educação. S.Paulo:Moderna, 2002

CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000. Int. p.5-17

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 2011.

MORANDI, Franc. Filosofia da Educação. São Paulo: Ed. Edusc, 2002, p. 17-23

SEVERINO

_______, A busca do sentido da formação humana: tarefa da Filosofia da Educação.

Educação e Pesquisa, São Paulo, v.32, n.3, p. 619-634, set./dez. 2006