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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Faculdade de Odontologia PRECISÃO DE MEDIDAS LINEARES EM IMPLANTODONTIA UTILIZANDO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO MARCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA MONTEIRO Belo Horizonte 2009

PRECISÃO DE MEDIDAS LINEARES EM IMPLANTODONTIA … · rebordo, sendo a tomografia computadorizada a mais precisa. ... Sakakura (2003), realizou um questionário dirigido a cirurgiões-dentistas

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Faculdade de Odontologia

PRECISÃO DE MEDIDAS LINEARES EM

IMPLANTODONTIA UTILIZANDO TOMOGRAFIA

COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO

MA R C O A N T Ô N I O D E O L I V E I R A MO N T E I R O

Be lo Hor iz onte

2009

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M a r c o A n t ô n i o d e O l i v e i r a M o n t e i r o

PRECISÃO DE MEDIDAS LINEARES EM

IMPLANTODONTIA UTILIZANDO TOMOGRAFIA

COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em

Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais, como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de

concentração: Implantodontia.

Orientador: Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi

Belo Horizonte

2009

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FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Monteiro, Marco Antônio de Oliveira

M775a Precisão de medidas lineares em implantodontia utilizando tomografia

computadorizada de feixe cônico / Marco Antônio de Oliveira Monteiro. Belo

Horizonte, 2009.

52f. : Il.

Orientador: Flávio Ricardo Manzi

Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia.

1. Tomografia computadorizada de feixe cônico. 2. Implante dentário. 3.

Mandíbula. I. Manzi, Flávio Ricardo. II. Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.

CDU: 616.314-089

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FOLHA DE A PRO VAÇÃO

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A minha esposa Regina e filhas Thaís e Danielle pelo carinho, dedicação e

compreensão em todos os momentos de minha vida.

A meus pais, Agenor e Dora por acompanharem todos os passos da minha vida,

apoiando em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Doutor Flávio Ricardo Manzi, meu orientador, pela orientação,

disponibilidade, paciência, amizade sincera e pela valiosa contribuição para o

desenvolvimento deste trabalho.

Ao Professor Doutor Antônio Luís Neto Custódio, que sem seu apoio este trabalho

não teria sido realizado.

Ao amigo Doutor Ronaldo Rettore Júnior, pela orientação, compreensão e amizade

durante as nossas aulas de Cirurgia e Implantodontia ministradas na UNINCOR –

Universidade Vale do Rio Verde – Campus Betim.

Ao amigo Vinícius de Carvalho Machado, que tanto nos ajudou e se dispôs a fazer as

imagens e posteriormente mensurá-las, sempre solícito.

À UNINCOR, na pessoa de seu Coordenador, Professor Arnaldo de Almeida

Garrocho, atual presidente eleito do CRO-MG, pelo apoio para a realização do Curso de

Mestrado e pelas oportunidades e confiança depositadas em mim.

Ao Professor Doutor Roberval de Almeida Cruz, Coordenador Geral dos Programas

de Mestrado em Odontologia da PUC Minas, pela forma rígida, mas necessária, com que

conduz os cursos de pós-graduação, cobrando e obtendo resultados positivos.

A todos os professores do curso de implantodontia, que me ensinaram com tamanha

dedicação, em especial os professores Peterson Dutra, Marcos Dias Lanza, José Alfredo de

Mendonça, Maurício Cosso, Paulo Nascimento, Martinho Horta, Antônio Henrique

Rodrigues.

Ao Professor Doutor Elton Zenóbio, Coordenador do Programa de Mestrado em

Implantodontia da PUC Minas, pela confiança depositadas em mim e pela “carta branca” que

me deu, orientando-me para fazer matérias isoladas.

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Aos Professores da Faculdade de Odontologia da PUC, Mário Sérgio Fonseca,

Cláudia Valéria Penido e Peter Reher, pelo incentivo, pelas cartas de apresentação e pela

amizade.

A todos os meus colegas: Branca, Breno (in memoriam), Bruno, Davidson, Francisco,

Guilherme, Leonardo, Juliana, Mariana, Marília, Rodrigo, por terem sido tão receptivos

durante o curso, sendo grandes amigos em todos os momentos, principalmente a Branca Fraga

de Resende Chaves e o Bruno José de Oliveira.

Às Secretárias do Programa de Pós Graduação da PUC Minas, Maria Angélica

Paradizi Rodrigues e Silvania Martins Ferreira, que sempre que precisei demonstraram

paciência, competência, carinho e amizade.

Ao meu cunhado Rodrigo Marcandier pelos equipamentos e apoio prestados e ao meu

sogro Ercílio Marcandier pelo apoio, levando a Thaís para escolinha.

A todos os funcionários, faxineiras, atendentes e funcionários das secretarias, em

especial, Luzia, Cida, Marli , Lú, Crist ina, Camila, Toninh a, Mariângela e Ana

Paula.

A Deus e a Meu Anjo da Guarda, pois sem eles ao meu lado, eu não teria conseguido

nada do que já consegui em minha vida.

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LISTA DE ARTIGOS

Esta dissertação gerou as seguintes propostas de artigo:

I - O que usar no planejamento de implantes: radiografias ou tomografias?

II - Precisão de medidas lineares em implantodontia utilizando tomografia computadorizada

de feixe cônico.

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RESUMO

O conhecimento da espessura e altura do rebordo alveolar é decisivo na escolha e no

planejamento dos implantes. Vários são os métodos clínicos e por imagem para a avaliação do

rebordo, sendo a tomografia computadorizada a mais precisa. Atualmente, foi desenvolvida

uma nova tecnologia para os tomógrafos, baseado na aquisição de imagens por um feixe

cônico de raios X, denominado de Tomografia Computadoriza Cone-Beam. Este trabalho teve

como objetivo avaliar a precisão das medidas lineares em implantodontia utilizando o feixe

cônico de raios X. Para isso, em uma amostra constituída de seis mandíbulas humanas secas,

foram selecionados oito sítios correspondentes às regiões de molares, caninos e incisivos,

bilateralmente, e com a finalidade de guia tomográfico, placas de acetato com 2 mm de

espessura foram incrustadas com fios ortodônticos de 5mm de comprimento nas regiões do

rebordo superior e vestibular das mandíbulas, exatamente nestes oito sítios demarcados.

Foram realizadas tomografias computadorizadas Cone-Beam e as mandíbulas foram então

seccionadas exatamente nas regiões demarcadas. As imagens tomográficas foram comparadas

com as fatias mandibulares por dois examinadores previamente calibrados, realizando-se

medidas de altura e largura. Foi observado que não houve diferença estatisticamente

significante entre as medidas reais e tomográficos das alturas e larguras dos rebordos

alveolares em todos os sítios avaliados (p<0,05). Tais resultados permitem concluir que a

tomografia Cone-Beam permite obtenção segura de medidas verticais e horizontais, podendo

ser indicada como exame complementar no planejamento de implantes osseointegráveis.

Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico. Implante dentário.

Mandíbula.

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ABSTRACT

Several factors are relevant for the success of the treatment of oral rehabilitation, with the

utilization of osseointegrated dental implants, as the preoperatory evaluation of the place that

will receive the implant. The knowledge of thickness and height of the alveolar ridge is

decisive in the implant choice. The clinical methods and for image are several for the ridge

evaluation, the computerized tomography been the most precise. A new technology, for the

tomography scanners, was developed, currently, it based in the acquisition of images through

a conical bundle of x-ray, named of Cone-Beam Computerized Tomography. This work had

as objective of to evaluate the precision of the linear measures in implantodonty, using this

new technology. For this, eight sites, corresponding, bilaterally, to the molar, premolar,

canine and incisive regions, were selected in a sample constituted for six dry human

mandibules. With the finality of tomographic guide, plates of acetate, with thickness of 2mm

were incrusted with orthodontic wires with length of 5mm, on the upper ridge and vestibular

regions of the mandibules, in these eight demarcated sites exactly. The computerized

tomographies Cone-Beam were carried out and, the mandibules were sectioned on the

demarcated regions, exactly. The tomographic images were compared with the mandibular

slices by two examiners calibrated previously, realizing measurements of height and

thickness. It was observed that there was no difference, statistically significant, between the

real and tomographic measurements of alveolar ridges’ height and thickness, in all of the

evaluated sites (p<0,05). Such results allow to conclude that the Cone-Beam tomography

allow the secure obtainment of vertical and horizontal measurements, it been able to be

indicated as complementary exam on the planning of the osseointegrated implants.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO GERAL .................................................................................................... 10

2 OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................................................... 13

2.1 Objetivos Gerais .............................................................................................................. 13

2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 13

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................14

ARTIGO I ............................................................................................................................... 15

ARTIGO II .............................................................................................................................. 34

ANEXOS ................................................................................................................................. 52

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1 INTRODUÇÃO GERAL

As próteses fixas e removíveis são utilizadas para promover o restabelecimento da

função mastigatória em pacientes parcialmente ou totalmente desdentados. No entanto, com o

advento dos implantes dentários osseointegrados é cada vez maior a sua utilização na clínica

odontológica para substituição de um ou vários elementos dentários perdidos e reabilitação de

pacientes.

Entretanto, para o sucesso desse tratamento, diversos fatores são relevantes, como a

avaliação pré-operatória do local receptor do implante. A avaliação da região a receber o

implante pode ser realizada por inspeção visual, palpação e exames radiográficos e

tomográficos. A simples observação clínica e a palpação, apesar de serem procedimentos não

invasivos, são inadequados para a avaliação do sítio do implante, uma vez que não é

conhecida a espessura dos tecidos moles que recobrem as estruturas ósseas da maxila e

mandíbula, além de não fornecerem informações sobre a altura óssea, qualidade do osso,

localização de estruturas anatômicas nobres e defeitos ósseos que possam comprometer o

procedimento cirúrgico e o futuro do implante e da prótese sobre o mesmo. Desta forma, para

a avaliação da região do implante são solicitados exames por imagens específicos que devem

fornecer ao clínico: inclinação correta do processo alveolar e a relação espacial com as

estruturas anatômicas, realização de medidas próximas às medidas reais, a avaliação da

densidade óssea, além da localização espacial em relação às estruturas adjacentes. Sempre que

possível tais exames devem apresentar, ainda, baixa dose de radiação e o menor custo

possível ao paciente. As tomografias computadorizadas são os exames que apresentam os

resultados mais fidedignos quanto às mensurações dos rebordos alveolares, na avaliação

espacial e da qualidade óssea do mesmo.

Neste contexto, entre os métodos de imagens disponíveis no mercado, encontram-se as

radiografias intra-bucais (periapicais e oclusais), extra-bucais (panorâmica e telerradiografia

lateral), tomografia convencional de movimento simples ou complexo, tomografia

computadorizada e ressonância magnética. Com o objetivo de normatizar, padronizar e

assegurar um planejamento cirúrgico adequado na colocação de implantes, a Academia

Americana de Radiologia Oral e Maxilo-Facial indica o uso da radiografia panorâmica para

obtenção de imagens mésio-distais da região, com a recomendação de que a avaliação pré-

operatória inclua imagens seccionais das arcadas na região de interesse, o que são obtidas

com técnicas tomográficas convencionais ou computadorizadas (TYNDALL; BROOKS, 2000).

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O termo tomografia linear é devido ao movimento simultâneo do tubo de raios x e do

filme em direções opostas de forma linear, podendo ser no sentido vertical ou horizontal,

baseados sempre em um ângulo que produzirá um plano de corte ou fulcro na região de

interesse, onde as estruturas situadas neste fulcro terão suas imagens com maior nitidez

enquanto as estruturas localizadas fora do plano de corte irão projetar uma imagem “borrada”.

O tipo mais simples de movimento tomográfico é o linear, existindo também

movimentos mais complexos como circular, elíptico, espiral e hipocicloidal, que geram um

borramento mais uniforme e uma melhora na qualidade da imagem, sendo estes aparelhos

conhecidos como tomógrafos multidirecionais, devido à complexidade de seus movimentos.

(GUEDES, 2000). Para todos estes tomógrafos citados é utilizado o termo tomografia

convencional.

A tomografia computadorizada possui um princípio de formação de imagem diferente

das tomografias convencionais, uma vez que o tubo de raios X gira ao redor do paciente e as

informações obtidas são captadas por sensores. Estas informações são transferidas a um

computador, e por meio de softwares, reconstruídas de diversas formas, podendo gerar

imagens de alta resolução com 1mm de espessura e até mesmo imagens tridimensionais. Na

odontologia, a tomografia computadorizada foi introduzida com o programa Dental que

fornece imagens multiplanares da maxila e da mandíbula, assim como a possibilidade de

avaliar a qualidade óssea da região de interesse, aumentando as informações necessárias para

o melhor planejamento do implante. As imagens obtidas podem ser do tipo diretas dos arcos

dentários, reformatadas multiplanares, sendo estas as mais utilizadas, ou tridimensionais

(GUEDES, 2000).

Atualmente, uma nova modalidade de tomografia computadorizada apresenta-se

disponível no mercado, baseado na aquisição volumétrica com feixe cônico de raios X,

denominada Tomografia Computadorizada Cone-Beam ou CBCT. Uma das vantagens das

CBCT é o menor custo do aparelho em relação aos tomógrafos multislice, além de utilizar

menor dose de radiação. Para Ludlow (2006), a tomografia computadorizada Cone-Beam

(CBCT) possui uma dose mais baixa de radiação e menor custo de aparelhagem que a

tomografia computadorizada multislice. Esta nova tecnologia promete revolucionar a prática

de radiologia Dentomaxilo-Facial. As aplicações de CBCT envolvem as áreas de endodontia,

cirurgia oral, periodontia, patologia oral, dentística restauradora e ortodontia.

Sakakura (2003), realizou um questionário dirigido a cirurgiões-dentistas em um

congresso de implantodontia em São Paulo, onde mais de 50% dos entrevistados se

intitularam implantodontistas. Os exames solicitados para planejamento de implantes

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dentários ficaram assim distribuídos: 68% pediam somente radiografias panorâmicas; 18,8%

solicitavam panorâmicas e periapicais; 7,2% utilizavam tomografias e 10,1% utilizavam

tomografias e outros métodos. As razões pelas quais os implantodontistas pediam os referidos

exames foram: 37,7% por ampla cobertura dos maxilares, 14,5% por precisão nas

mensurações, 13% devido ao custo, 5% devido à disponibilidade do exame e 1,4% devido à

dosagem de radiação.

Miles e Van Dis, em 1993, já haviam esclarecido as limitações de várias modalidades

de imagens aplicadas na implantodontia. As radiografias panorâmicas apresentam erros

freqüentes de posicionamento e necessitam de um operador bem treinado, além de apresentar

apenas duas dimensões. As radiografias periapicais, além de possuir duas dimensões, não

mostrando larguras ósseas, são difíceis de posicionar o filme na boca. Quanto às tomografias

computadorizadas, os autores afirmam que são os métodos mais confiáveis para a prática da

Implantodontia.

Segundo Beason e Brooks (2001), 95% dos dentistas solicitam panorâmica em pelo

menos 80% dos pacientes. Mais de 90% nunca solicitaram tomografia convencional, 65%

nunca usaram tomografia computadorizada, apesar da AAOMR (American Academy of Oral

and Maxillofacial Radiology) recomendar explicitamente tomografias computadorizadas ou

convencionais para o planejamento de implantes.

Dentro dos conceitos e práticas utilizados, assim como a existência de pequeno

número de trabalhos de precisão linear com CBCT, este estudo avaliou a precisão desta nova

modalidade de diagnóstico por imagens.

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2 OBJETIVOS DO ESTUDO

2.1 Objetivos Gerais

Este estudo tem como objetivo avaliar a precisão de medidas lineares dos cortes

tomográficos em mandíbulas secas utilizando tomografia Cone-Beam.

2.2 Objetivos Específicos

Por meio de cortes tomográficos:

Avaliar as discrepâncias de medidas lineares realizadas nas imagens tomográficas

corrigidas no tomógrafo Cone-Beam i-Cat, quando comparadas às mensurações reais nos

segmentos ósseos.

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REFERÊNCIAS

BEASON, R.C.; BROOKS, S.L. Preoperative implant site assessment in southeast Michigan.

Journal of Dental Research, v.80, p.137, 2001.

GUEDES, A.M.L.; FARIA, M.D.B.; MONTEBELO FILHO, A. Imagem multiplanar dos

maxilares para o planejamento de implantes osteointegrados. Revista Brasileira de

Odontologia, v.57, n.3, p.192-194, 2000.

LUDLOW, J.B. et al. Dosimetry of 3 CBCT devices for oral and maxillofacial radiology: CB

Mercuray, NewTom 3G and i-CAT. Dentomaxillofacial Radiology, v.35, p.219-226, 2006.

MILES, D.A.; VAN DIS, M.L. Implant radiology. Dental Clinics of North America. v.37,

n.4, p.645-68, 1993.

SAKAKURA, C.E. et al. Survey of radiographic prescription in dental implant assessment.

Dentomaxillofacial Radiology, v.32, p.397-400, 2003.

TYNDALL, D.A.; BROOKS, S.L. Selection criteria for dental implant site imaging: a

position paper of the American Academy of Oral and Maxillofacial Radiology. Oral

Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology and Endodontics, v.89, n.5,

p.630-637, 2000.

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ARTIGO I - Artigo a ser submetido à Revista ImplantNews

O que usar no planejamento de implantes: Radiografias ou Tomografias?

What to use in the planning of dental implants: radiography or Tomography?

Marco Antônio de Oliveira Monteiro

Mestrando em Implantodontia da PUC Minas

Vinícius de Carvalho Machado

Aluno da Especialização em Radiologia Odontológica da São Leopoldo Mandic

Antônio Luís Neto Custódio

Professor Doutor Adjunto de Implantodontia da PUC-Minas.

Flávio Ricardo Manzi

Professor Doutor Adjunto de Radiologia da PUC-Minas.

Endereço para correspondência

Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi

Av. Dom José Gaspar 500, Prédio 45 – Clínica de Radiologia

Coração Eucarístico – Belo Horizonte - MG

[email protected]

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O que usar no planejamento de implantes: Radiografias ou Tomografias?

What to use in the planning of dental implants: radiography or Tomography?

Resumo – É de senso comum a utilização de apenas radiografias convencionais para planejar

implantes osseointegráveis. Sabe-se que as radiografias são imagens bidimensionais de

estruturas tridimensionais, o que impede a visualização da espessura dos ossos alveolares.

Esta característica pode proporcionar mudança de conduta ou até a impossibilidade de instalar

o implante no trans-operatório, devido a um rebordo alveolar muito reabsorvido, tanto na

maxila quanto na mandíbula. Diante disso, realizou-se uma revista da literatura sobre os

métodos de imagens que são utilizados, auxiliando na obtenção de informações para que os

implantodontistas possam entender as vantagens e limitações de cada método.

Palavras-chave: Tomografia computadorizada. Implante dentário. Tomografia convencional.

Radiografia

INTRODUÇÃO

As próteses fixas e removíveis são responsáveis por promover o restabelecimento da

função mastigatória em pacientes parcialmente ou totalmente desdentados. Com o advento

dos implantes dentários osseointegrados, é cada vez maior a sua utilização na clínica

odontológica para substituição de um ou vários elementos dentários perdidos.

Entretanto, para o sucesso desse tratamento, diversos fatores são relevantes, como a

avaliação pré-operatória do local que irá receber o implante. A avaliação da região a receber o

implante pode ser realizada por inspeção visual, palpação e exames radiográficos e

tomográficos. A simples observação clínica e a palpação, apesar de serem procedimentos não

invasivos, são inadequadas para a avaliação do sítio do implante, uma vez que não é

conhecida a espessura dos tecidos moles que recobrem as estruturas ósseas da maxila e

mandíbula, além de não fornecerem informações sobre a altura óssea, qualidade do osso,

localização de estruturas anatômicas nobres e defeitos ósseos que possam comprometer o

procedimento cirúrgico e o futuro do implante e da prótese sobre o mesmo. Para a avaliação

da região do implante são solicitados exames por imagens específicos que devem fornecer ao

clínico: inclinação correta do processo alveolar e a relação espacial com as estruturas

anatômicas, permitir a realização de medidas próximas das medidas reais, a avaliação da

densidade óssea, além da localização espacial em relação às estruturas adjacentes. Sempre que

possível, tais exames devem apresentar, ainda, baixa dose de radiação e o menor custo

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possível ao paciente. As tomografias computadorizadas são os exames que apresentam os

resultados mais fidedignos quanto às mensurações dos rebordos alveolares, na avaliação

espacial e da qualidade óssea do mesmo. Assim, entre os métodos de imagens disponíveis no

mercado, encontram-se as radiografias intra-bucais (periapicais e oclusais), extra-bucais

(panorâmica e telerradiografia lateral), tomografia convencional de movimento simples ou

complexo, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

Atualmente, uma nova modalidade de tomografia computadorizada apresenta-se

disponível no mercado, baseado na aquisição volumétrica com feixe cônico de raios X,

denominada Tomografia Computadorizada Cone-Beam ou CBCT. Uma das vantagens das

CBCT é o menor custo do aparelho em relação aos tomógrafos multislice, além de utilizar

menor dose de radiação. Para Ludlow (2006), a tomografia computadorizada Cone-Beam

(CBCT) possui uma dose mais baixa de radiação e menor custo de aparelhagem que a

tomografia computadorizada multislice Esta nova tecnologia promete revolucionar a prática

de radiologia Dentomaxilo-Facial. As aplicações de CBCT envolvem as áreas de endodontia,

cirurgia oral, periodontia, patologia oral, dentística restauradora e ortodontia.

Sakakura (2003), realizou um questionário dirigido a cirurgiões-dentistas em um

congresso de implantes em São Paulo, onde mais de 50% dos entrevistados se intitularam

implantodontistas. Os exames solicitados para planejamento de implantes dentários ficaram

assim distribuídos: 68% pediam somente radiografias panorâmicas; 18,8% solicitavam

panorâmicas e periapicais; 7,2% utilizavam tomografias e 10,1% utilizavam tomografias e

outros métodos. As razões pelas quais os implantodontistas pediam os referidos exames

foram: 37,7% pela ampla visibilidade dos maxilares, 14,5% por precisão nas mensurações,

13% devido ao custo, 5% devido à disponibilidade do exame e 1,4% devido à dosagem de

radiação.

Miles e Van Dis, em 1993, já haviam esclarecido as limitações de várias modalidades

de imagens aplicadas na implantodontia. As radiografias panorâmicas apresentam erros

freqüentes de posicionamento e necessitam de um operador bem treinado, além de apresentar

apenas duas dimensões. As radiografias periapicais, além de limitadas pelo fato de possuírem

duas dimensões, não mostrando larguras ósseas, são difíceis de obter o correto

posicionamento do filme na boca. Quanto às tomografias computadorizadas, os autores

afirmam que são os métodos mais confiáveis para a prática da Implantodontia.

Segundo Beason (2001), 95% dos dentistas solicitam panorâmica em pelo menos 80%

dos pacientes. Mais de 90% nunca solicitaram tomografia convencional, 65% nunca usaram

tomografia computadorizada, apesar da AAOMR (American Academy of Oral and

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Maxillofacial Radiology) recomendar explicitamente tomografias computadorizadas ou

convencionais para o planejamento de implantes.

Observa-se na literatura poucos trabalhos de precisão linear com CBCT. Assim, serão

avaliados os diversos métodos de imagens para análise do local a ser implantado, expondo as

vantagens e desvantagens de cada método.

REVISTA DA LITERATURA

Modalidades de diagnóstico por imagens em implantodontia

PLANEJAMENTO

Miles e Van Dis (1993), consideram que o planejamento para a colocação de

implantes implica necessariamente na avaliação das imagens, as quais devem auxiliar na

determinação da quantidade e qualidade do tecido ósseo presente nos sítios potenciais, bem

como determinar a localização das estruturas anatômicas da região. Para os autores, os

exames indicados são as radiografias periapicais, oclusal, panorâmica, tomografia

convencional e tomografia computadorizada.

Para Frederiksen (1995), o sucesso da reabilitação através de implantes depende da

criteriosa seleção de casos, preparo do paciente e planejamento, o qual se baseia nas

informações dos exames clínicos e por imagens. Radiografias convencionais são úteis na fase

inicial do planejamento. Após definidos os sítios potenciais para inserir as fixações, os

mesmos devem ser avaliados por técnicas tomográficas, as quais resultam em imagens no

sentido vestíbulo-lingual, que evidenciam a inclinação do processo alveolar e a relação

espacial das estruturas anatômicas da região, permitindo a obtenção de medidas e a estimativa

da qualidade do tecido ósseo remanescente.

Ekestubbe, Grõndhal e Grõndhal (1997), avaliaram a indicação de tomografia no

planejamento pré-operatório da colocação de implantes, através de questionário enviado a

clínicas de radiologia na Suécia e a implantodontistas de diversos países da Europa, Ásia e

América do Norte. As respostas evidenciaram uma ampla variação no tipo de exame

escolhido, opção que pode ser influenciada pela localização do sítio a ser examinado, nível de

experiência do implantodontista, acesso a equipamentos, custo dos exames e dose de radiação

recebida pelo paciente.

Almog, Torrado e Meitner (2001), abordam a importância do guia radiográfico

utilizado nos exames tomográficos para o planejamento em implantodontia, visto que dados

obtidos apenas do exame clínico, modelos de estudo e radiografia panorâmica podem levar a

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resultados desfavoráveis, especialmente na fase protética, em que a angulação das fixações e a

pouca distância entre as mesmas pode dificultar ou até mesmo impedir a colocação de coroas

protéticas. Nesses guias, geralmente fabricados em resina acrílica, materiais radiopacos são

colocados sobre a borda alveolar dos sítios potenciais, de maneira a permitir a transferência

de informações do exame para os modelos de estudo e sítios cirúrgicos, favorecendo a

avaliação de eventuais diferenças entre a inclinação da borda alveolar e das coroas protéticas

planejadas.

Segundo Reiskin (1998), a escolha do método de imagem para avaliação óssea antes

da instalação do implante deve ser realizada com cautela, pois esta decisão deve ser baseada

no conhecimento de que o local proposto para este fim contenha tecido ósseo estruturalmente

saudável que suporte o processo de osseointegração. Para isto é necessário conhecer as exatas

dimensões do rebordo alveolar, as relações do osso e do futuro implante com os dentes

adjacentes e antagonistas e a localização de estruturas anatômicas nobres em relação ao

implante proposto.

Silverstein et al., em 1994, relataram que para um planejamento preciso e previsível

para colocação de implantes, especialmente na maxila e região posterior da mandíbula, os

profissionais devem solicitar mais informações para o diagnóstico do que as fornecidas pelas

radiografias panorâmicas e periapicais. Estas técnicas fornecem apenas duas dimensões não

fornecendo a informação da espessura óssea ou a localização de estruturas no sentido

vestíbulo-lingual. Para este fim, é necessário o uso de técnicas de imagens tomográficas

podendo estas ser convencional ou computadorizada, permitindo precisamente mostrar o

tamanho e localização vestíbulo-lingual do canal mandibular e incisivo, seios maxilares, a

forma e densidade das cristas e corticais ósseas. Os locais de interesse para colocação de

implantes visualizados em imagens panorâmicas e tomografias devem ser referenciados com

marcas radiográficas e guias cirúrgicos, uma vez que elas permitem calcular a magnificação

da imagem, e avaliar o local do implante. Desta forma, estas imagens podem ser traçadas e

mensuradas obtendo-se precisão radiográfica essencial para o planejamento de implantes.

Segundo a American Academy of Oral and Maxillofacial Radiology, a tomografia

convencional ou computadorizada é o método de escolha em implantodontia,

independentemente do equipamento e do protocolo utilizado para o exame (Tyndall; Brooks,

2000).

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TOMOGRAFIAS CONVENCIONAIS

Lee e Morgano, em 1994, afirmaram que o sucesso da colocação de implantes

depende principalmente do planejamento e da técnica cirúrgica utilizada, modelo da prótese,

quantidade e qualidade de osso e da proximidade com estruturas nobres. Os autores

afirmaram ainda, que a radiografia panorâmica e periapical individual fornecem uma visão

geral dos arcos dentários, porém com restrições por só possuírem duas dimensões, não sendo

adequadas para colocação de implantes, sendo a tomografia convencional a técnica de escolha

mais freqüente para pacientes edêntulos parciais, que necessitam de um ou dois implantes.

Em 2000, Tyndall e Brooks descreveram os critérios de seleção para imagens

utilizadas no planejamento de implantes preconizados pela Academia Americana de

Radiologia Oral e Maxilo-Facial (AAROM). Esta instituição assegurou que o sucesso de

tratamentos com implantes é em parte, dependente da informação adequada sobre a estrutura

óssea da região. Os autores afirmaram que a radiografia panorâmica, a radiografia

cefalométrica e as radiografias intra-orais, quando utilizadas isoladamente, são inadequadas

para avaliar a arquitetura óssea. Diante do exposto, a AAROM recomenda o uso da

radiografia panorâmica para obtenção de imagens mésio-distais da região, podendo ser

complementada com radiografias periapicais, quando a riqueza de detalhes é necessária, com

a indicação de que a avaliação inclua imagens sagitais do local de interesse, o que é obtida

com tomografia convencional ou computadorizada. Tyndall & Brooks defenderam a

tomografia convencional sendo esta a mais indicada para esses planejamentos, uma vez que

não exibe artefatos metálicos e que a tomografia computadorizada é a mais apropriada para

pacientes que necessitam de um número superior a oito implantes, ou quando enxertos ou

cirurgias para reconstrução são considerados.

Petrikowski et al., em 1989, realizaram um estudo, onde foi utilizada uma mandíbula

humana macerada totalmente edêntula, na qual foi posicionada uma placa de acrílico com

esferas metálicas com 2,0 milímetros de diâmetro. Foram realizados cortes tomográficos nas

regiões selecionadas com o aparelho Philips Polytome, e após a obtenção de todas as imagens

tomográficas, mensurações da altura e espessura óssea foram realizadas e comparadas com as

mesmas mensurações obtidas diretamente da peça. Os autores verificaram que as medidas da

altura nas tomografias foram maiores do que as medidas reais, em média 0,49 milímetros e

0,35 milímetros respectivamente, e concluíram que o método mostrou-se eficaz, pois ambas

as médias apresentaram diferenças menores que 1,0 milímetro.

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Kassebaum et al., em 1990, avaliaram em 20 pacientes a técnica tomográfica para

imagens de áreas de implante, obtidas por meio de um tomógrafo linear equipado com um

cefalostato ajustável e um sistema de luz por fibra ótica que indica a posição correta do corte.

Os autores obtiveram em 16 casos uma imagem bem sucedida de acordo com critérios

estabelecidos, e 4 casos não demonstraram uma crista alveolar bem definida ou boa

localização do canal mandibular, concluindo que a tomografia fornece informações da

característica da crista alveolar, visualização de estruturas anatômicas no sentido

vestíbulolingual e dimensão vertical.

Kassebaum e Mcdowell (1993), descrevem o equipamento de tomografia

convencional como constituído por uma fonte de raios X e um chassi conectado de forma

rígida, de maneira que possam mover-se em direções opostas, de forma sincronizada, em

relação a um fulcro, ou seja, o plano anatômico de interesse. Este permanece em foco,

enquanto que as estruturas adjacentes aparecem borradas na imagem resultante, que é gerada

diretamente no filme radiográfico. O movimento tomográfico pode ser simples (linear,

circular) ou complexo (espiral, hipocicloidal) e está intrinsecamente relacionado à qualidade

da imagem, pois movimentos complexos resultam em imagens com mais contraste e de mais

fácil interpretação.

Frederiksen (1995), salienta que quanto maior o ângulo tomográfico (amplitude do

movimento) menor a espessura de corte. Contudo, afirma que cortes muito finos (1mm)

podem não resultar em imagens com contraste adequado para a visualização de estruturas

delicadas, como é o caso das corticais que limitam o canal mandibular.

Ismail, Azarbal e Kapa (1995), descreveram um protocolo para a obtenção de

tomografia convencional com guia radiográfico em acrílico, no qual marcas radiopacas são

inseridas, sobre a borda alveolar, na região proposta. Os autores afirmam que o protocolo

permite a avaliação precisa de sítios potenciais para implantes, sendo menos complexo e

oneroso que a tomografia computadorizada.

Monaham e Furkart (1996), salientam que, no exame por tomografia convencional,

deve-se incluir também cortes sagitais do processo alveolar. As informações obtidas desse

tipo de imagem, associadas àquelas dos cortes ortorradiais, propiciam uma avaliação mais

precisa de mudanças bruscas no trajeto do canal mandibular e do assoalho do seio maxilar.

Chen e Hollender (1994), compararam imagens tomográficas ortorradiais obtidas com

equipamentos de movimento linear e hipocicloidal (Ortophos e Universal Philips Polytome,

respectivamente) de 12 hemi-mandíbulas humanas dissecadas de cadáveres, edêntulas na

região de primeiro molar inferior. Como padrão-ouro utilizaram imagens radiográficas das

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secções desses sítios. Todas as imagens foram digitalizadas e tiveram sua freqüência espacial

analisada. Os autores concluíram que as imagens de tomografia linear não apresentaram valor

diagnóstico, visto que resultaram demasiadamente borradas, com alto ruído e baixo sinal.

Ismail et al., em 1995, desenvolveram um protocolo para rotina de diagnóstico da

avaliação de locais de implantes osseointegrados baseado na avaliação das arcadas, modelos

em gesso e avaliação radiográfica. Segundo o protocolo, para produzir a imagem tomográfica

real, o paciente deverá estar usando os guias radiográficos, devendo-se orientar cada local de

implante perpendicular ao filme. Em seguida deve-se ajustar a camada de corte tomográfico

por meio de marcas vestíbulo-linguais dos locais dos implantes, e obter as imagens com um

feixe colimado, sendo o equipamento utilizado para este trabalho o tomógrafo linear Quint

Sectograph. Os autores descreveram a importância da determinação da magnificação da

imagem sugerindo a seguinte fórmula para se determiná-la:

Onde F-f é a distância do ponto focal ao filme, e F-O a distância do ponto focal ao

objeto no local a ser radiografado. Com o fator de magnificação, determinam-se precisamente

mensurações ou quantidade de osso na altura e largura disponíveis em uma região específica

para colocação do implante.

Dixon et al., em 2002, descreveram a técnica para determinação do diâmetro e

comprimento do implante por meio da medida óssea radiográfica, ajustando a distorção das

imagens tomográficas obtidas por meio de uma tomógrafo convencional espiral. Para isto os

autores utilizaram a seguinte fórmula:

Onde (a) é a medida do guia na imagem radiográfica, (b) é a medida real do guia

utilizado, (c) é a medida óssea na imagem radiográfica e (x) é a dimensão óssea real. Os

autores consideram o uso da tomografia espiral um meio auxiliar valioso na fase de

planejamento de implantes osseointegrados.

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Aryatawong e Aryatawong (2000), avaliaram a visualização do canal mandibular em

cortes ortorradiais de tomografia hipocicloidal (IS2000 COMM-CAT) de 119 sítios em 55

pacientes. Dois observadores classificaram as imagens em excelente, quando todo o contorno

do canal era visível (45,4% dos casos); boa, quando somente parte desse contorno era visível

(28,6% dos casos); razoável, quando o canal era identificado, mas suas paredes não eram

visíveis (11,7% dos casos); e ruim, quando o canal não podia ser identificado (14,3% dos

casos). A concordância interobservador, aferida pelo índice de Kappa, foi 0,78. A maior

dificuldade de localização desse canal foi na região de terceiro molar, enquanto que o mesmo

foi melhor identificado nas regiões de segundo pré-molar e primeiro molar.

Em 1995, Frederiksen estudou o diagnóstico por imagem na avaliação pré-operatória

de implantes, avaliando a importância de algumas técnicas radiográficas, relatando que as

radiografias periapicais para uma avaliação inicial dos pacientes fornecem imagens com

grandes detalhes, podendo-se avaliar a qualidade óssea, porém a falta de paralelismo durante

a realização da técnica nas áreas edêntulas, podem alterar a dimensão vertical do osso. As

radiografias oclusais são capazes de demonstrar todo o processo alveolar dos arcos dentários,

porém devido a sobreposição de estruturas da base da mandíbula, torna-se difícil obter

informações a respeito das dimensões vestíbulo-lingual ou horizontal do processo alveolar. As

radiografias panorâmicas tem sido extensamente utilizadas, pois permitem a determinação da

dimensão vertical dos maxilares, porém devido a incidência ínfero-superior do feixe de raios

x, ocorre uma ampliação diferente da imagem da maxila e mandíbula. Frederiksen descreveu

que a tomografia linear tem sido bastante utilizada em pacientes que receberão implantes

unitários ou múltiplos de um mesmo arco dentário, pois produz imagens oblíquo-sagitais das

arcadas com cortes tomográficos com poucos milímetros de espessura e uma pequena

ampliação da imagem. As imagens tomográficas fornecem informações que as radiografias

intra-orais e panorâmicas não fornecem como: altura, largura e inclinação do processo

alveolar, qualidade óssea e relação espacial com as estruturas anatômicas adjacentes ao local

do implante. A tomografia computadorizada utiliza softwares para reformatação de imagens

obtidas a partir de cortes realizados no plano axial, gerando novas imagens em diferentes

planos, sem sobreposição de estruturas, e produzindo imagens seccionais de todo arco

dentário em um menor tempo quando comparado com a tomografia convencional.

Exames por ressonância magnética também têm sido indicados para avaliar sítios

potenciais para implantes, especialmente no caso de pacientes em que as técnicas

tomográficas falham na identificação do canal mandibular (Gray, Redpath e Smith, 1998a;

Gray, Redpath e Smith, 1998b; Nasel et al., 1998; Gray et al., 2000).

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TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS

Para Kraut (2001), a região posterior da mandíbula constitui um dos principais

desafios em implantodontia, devido à possibilidade de injúria ao nervo mandibular e à

qualidade do osso alveolar nessa região, que só pode ser adequadamente avaliada através de

tomografia computadorizada.

Parks (2000), define a tomografia computadorizada como um exame no qual a

atenuação da radiação, emitida em torno de um plano anatômico do paciente, é medida por

um conjunto de detectores e processada por um computador. A imagem resultante é vista e

pode ser ajustada no monitor, sendo então impressa em filmes e/ou armazenada em meio

magnético. Dados numéricos de imagens contidos em cortes tomográficos adquiridos

seqüencialmente, no plano axial, permitem a reconstrução da imagem em outros planos.

Kawamata, Ariji e Langlais (2000), descrevem a tecnologia helicoidal para tomografia

computadorizada, na qual a rotação do conjunto fonte/detectores de raios X é constante e

sincronizada ao movimento da mesa, sobre a qual apóia-se o paciente. Dessa forma o tempo

de aquisição das imagens é reduzido, acarretando na diminuição da exposição do paciente aos

raios X.

Abrahams (2001), descreve os programas para a reconstrução ortorradial de imagens

dos maxilares, os quais estão disponíveis como acessórios da maioria dos equipamentos

utilizados na atualidade. Sobre um dos cortes axiais, o examinador traça, com o auxílio do

mouse, uma linha paralela às corticais vestibular e lingual do processo alveolar, eqüidistante

das mesmas. Essa linha serve como referência para que o programa trace, automaticamente,

linhas perpendiculares a ela, numeradas e eqüidistantes entre si, as quais representarão os

planos de reconstrução da imagem, que por sua vez será representada em tamanho real e

conterá o número correspondente. A distância mínima entre essas linhas é de 1 mm, podendo

variar de acordo com as necessidades de cada caso.

Shimura et al., em 1990, analisaram a forma padrão da maxila e mandíbula, no

planejamento para implantes dentais em tomografia computadorizada com o programa de

reformatação multiplanar (CT/MPR), sendo utilizado o tomógrafo G.E. 98000 com o software

Denta Scan, e uma amostra de pacientes totalmente edêntulos. Os rebordos alveolares foram

posicionados perpendiculares à mesa de trabalho do aparelho e obtido os corte axiais, e

posterior reformatação das imagens panorâmicas e seccionais do rebordo alveolar pelo

software Denta Scan. As imagens seccionais obtidas pelo CT/MPR foram numeradas, e a

altura e largura da maxila e mandíbula de cada uma destas imagens também numeradas. Essa

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técnica denominada de análise da configuração padrão da maxila/mandíbula (MPSA) cria um

perfil da configuração da maxila e/ou mandíbula e realça o planejamento para colocação de

implantes. Os autores concluíram que com a utilização da reformatação CT/MRP ocorreu

uma diminuição no risco de lesões traumáticas nas estruturas anatômicas nobres durante as

cirurgias de implantes osseointegráveis.

Cavalcanti et al., em 1998, avaliaram a precisão de imagens reformatadas

bidimensionais de exames de tomografia computadorizada espiral, utilizando uma área

relacionada ao forame mentual. No estudo foram utilizadas oito cabeças de cadáveres

submetidas a exames de tomografia computadorizada espiral, sendo escaneadas

superiormente da região do vértex se estendendo inferiormente abaixo da mandíbula. As

imagens axiais foram obtidas e transferidas para uma central de computador equipada com

software ToothPix, responsável por gerar as imagens reformatadas volumétricas

bidimensionais. Nas imagens ortorradiais foram realizadas medidas lineares por meio de um

paquímetro, por dois radiologistas independentemente, da borda superior do forame mentual à

crista do processo alveolar, e da borda inferior do forame mentual, bilateralmente. Os tecidos

moles foram removidos subseqüentemente, e as mesmas medidas foram repetidas usando

digitalizador 3 Space. Não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre as

medidas, para diferenças entre a crista alveolar e borda superior do forame mentual e para

borda inferior do forame mentual a base da mandíbula, e concluíram que as imagens

ortorradiais permitem mensurações de alta precisão para implantes dentários colocados

próximo ao forame mentual.

Ekestubbe, Grondhal e Grondhal (1999), avaliaram a qualidade das imagens

tomográficas convencionais com movimento espiral (Scanora) e em reconstruções

ortorradiais de tomografia computadorizada helicoidal (GE Hispeed Advantage provido do

programa DentaScan) obtidas de exames com protocolo normal e com redução da dose (mAs

± 2), na região de primeiro molar inferior de 17 pacientes. Todos os exames foram realizados

com o paciente usando guia radiográfico, sobre o qual cones de guta-percha foram fixados no

sítio proposto. Oito observadores (seis radiologistas e dois cirurgiões), em dois momentos

distintos, avaliaram individualmente a qualidade das imagens, atribuindo-lhes escores de 0

(pior) a 10 (melhor), quanto a serem ou não aceitáveis para o planejamento. As diferenças

entre o primeiro e o segundo exame não foram significativas. O exame tomográfico

convencional com movimento espiral (n = 22) recebeu escores significativamente mais altos

(5,9 ± 1,86), não se observando diferenças significativas entre os protocolos normais (3,5 ±

1,81) e para redução da dose (3,6 ± 2,07) de tomografia computadorizada (n = 22 e n = 20,

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respectivamente). Dois observadores traçaram o contorno da mandíbula e do canal

mandibular em todas as imagens, os quais foram visíveis em todas as imagens de tomografia

convencional espiral.

Em 2000, Guedes et al., apresentaram imagens de tomografia computadorizada de alta

resolução com o programa Dental CT, viabilizando sua aplicação na implantodontia e outras

especialidades. Foi realizado exame em um paciente com o tomógrafo Siemens Somatom

HiQ com o software Dental CT. Seguindo os protocolos para obtenção de exame, foram

realizados cortes axiais com posterior reconstrução multiplanar para-coronal e oblíquo-sagital.

Foram mensuradas a altura e espessura do rebordo alveolar, obtendo-se ainda a qualidade

óssea em Unidade Housfield e sua classificação de acordo com o Índice de Misch. Os autores

concluíram que a tomografia computadorizada com o software Dental é a modalidade mais

precisa para se avaliar o planejamento de implantes, e os exames realizados com o software

Dental CT têm a capacidade de determinar a quantidade e a qualidade óssea das regiões de

interesse, o que não ocorre com os exames convencionais.

TOMOGRAFIAS DE FEIXE CÔNICO OU CONE-BEAM (CBCT)

Atualmente têm-se utilizado um método novo para diagnósticos nas regiões de cabeça

e pescoço, áreas de atuação da implantodontia, cirurgia buco-maxilo-facial, estomatologia,

endodontia e outras especialidades da odontologia que é a tomografia computadorizada por

Cone-Beam ou CBCT.

Para Ludlow (2006), a tomografia computadorizada Cone-Beam (CBCT) possui uma

dose mais baixa de radiação, e um menor custo que a CT convencional. Promete revolucionar

a prática de radiologia Maxilo-Facial. As aplicações de CBCT envolvem as disciplinas de

endodontia, cirurgia oral, periodontia, patologia oral, dentística restauradora e ortodontia.

Com a introdução de vários campos de imagem, houve uma onda de interesse no uso de

CBCT como um substituto para a radiografia panorâmica convencional e imagens

cefalométricas para planejamento de tratamento ortodôntico.

A tomografia volumétrica do Cone-Beam representa uma nova geração de tomografias

aprovadas pela FDA (Foods and Drugs Administration) que geram significativamente menos

radiação que CT médicos tradicionais.. Os feixes de radiação do CBCT são mais exatos que

os feixes médicos convencionais de CT.

Uma característica original da tecnologia de CBCT é que os feixes de radiação varrem

a maxila e a mandíbula ao mesmo tempo em uma única rotação do tubo de raios X em torno

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da cabeça do paciente. O segredo está no maior contraste em comparação com os varredores

médicos convencionais do CT, que adquirem uma única fatia por a rotação e podem tomar 16

ou mais fatias para obter a informação desejada (Winter, 2005).

A técnica de CBCT foi empregada inicialmente em radioterapia, para obter cortes

transversais do paciente nas mesmas condições geométricas do tratamento. A técnica de

CBCT também foi empregada em imagens vasculares e em micro-tomografias de pequenos

espécimes para aplicações biomédicas e industriais. A técnica parece prometer muito devido a

rapidez para aquisição de imagens volumétricas e pela alta eficiência em imagens

radiográficas. Além disso, permite diminuir o custo de fabricação das máquinas. Potenciais

desvantagens são a radiação que se espalhada e, artefatos truncados de imagens que também

estão presentes. (Mozzo, 1998).

O primeiro CBCT a ser aprovado pelo FDA para uso odontológico nos Estados

Unidos foi o NewTom fabricado em Verona, na Itália, no ano 2000. Cinco anos após, já havia

cinco sistemas de CBCT aprovados e diversos outros prontos para entrarem no mercado. A

penetração no mercado foi surpreendentemente rápida. As imagens são produzidas a custo

relativamente baixo e com baixa dose de radiação, e não são usadas somente para

diagnósticos, mas também para a orientação da imagem. (Arnheiter et al., 2006).

A idade média de pacientes enviados para exames usando Cone-Beam foi 45± 21 anos

(número médio: 50 anos) com predominância das mulheres (62%). Os cirurgiões buco-

maxilo-faciais (51%) e os periodontistas (17%) foram os especialistas que mais

encaminharam pacientes. As razões listadas para indicações de CBCT foram o planejamento

de implantes osseointegráveis (40%), suspeita de patologias (24%), e análise da articulação

temporomandibular (ATM) (16%). Quase todas as indicações dos periodontistas e dos

protesistas foram para o planejamento de implantes. O planejamento de implantes na maxila

se deu em 37% dos casos, na mandíbula somente em 34%, e para ambos os maxilares em

29%. A maioria de varreduras no planejamento de implantes osseointegráveis foi feita em

mulheres. As varreduras de ATM foram requisitadas principalmente para mulheres na

segunda a quarta década. (Arnheiter et al., 2006)

Schulze et al., em 2004, mensuraram a exposição a radiação no complexo maxilo-

facial usando tomografias computadorizadas (CT) de 4 e 16 cortes (multislice), tomografias

computadorizadas Cone-Beam (CBCT) e radiografias convencionais. Para isso, utilizaram um

Phantom com fluoreto de lítio termoluminescente que foi exposto a quatro radiografias

convencionais (orbitária, Waters modificada, ortopantomografia e P.A. do crânio), dois tipos

diferentes de CBCT (NewTom 9000 e Siremobil Isso-C 3D) e dois tipos de CT (Somatom

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Volume Zoom e Somatom Sensation 16). O resultado da pesquisa demonstrou que as CT

multislice apresentaram os mais altos valores de exposição a radiação. As CBCT

apresentaram valores intermediários entre as CT e as radiografias convencionais. As doses de

radiação para as CT de 16 cortes foram equivalentes as de 4 cortes, usando-se protocolos

adaptados. Os autores concluíram que a seleção da imagem mais apropriada deve levar em

consideração a dose de radiação, a qualidade da imagem e o tipo de informação necessária ao

diagnóstico clínico.

Ludlow em 2003, pesquisou a dosimetria do Cone-Beam NewTom e da radiografia

panorâmica do Orthophos Plus DS. Usou dosímetros termoluminescentes em 20 pontos

diferentes do complexo maxilo-facial de um Phanton, combinando técnicas do Cone-Beam

para maxila e mandíbula juntas, apenas para a maxila e apenas para a mandíbula. Fez 10

exposições para cada técnica para mensurar a dose média de radiação. Mensurou a exposição

à radiação simulando a presença das glândulas salivares e simulando a ausência das glândulas

salivares e encontrou os seguintes resultados: para maxila e mandíbula juntas sem as

glândulas salivares 36,3 µSv e 77,9 µSv com as glândulas. Na maxila: 19,9 µSv e 41.5 µSv e

na mandíbula: 34,7 µSv e 74,7 µSv respectivamente. Na panorâmica as doses encontradas

foram 6,2 µSv sem e 22,0 µSv com as glândulas salivares. Os autores concluíram que a dose

de 36,3 µSv é bem aceitável para o Cone-Beam NewTom em comparação com a dose

publicada na literatura de 314 µSv para tomografias convencionais. As tomografias Cone-

Beam apresentaram doses 3 a 7 vezes maiores (sem glândulas salivares) e 2 a 4 vezes maiores

(com glândulas salivares) que as doses observadas em radiografias panorâmicas.

Suomalainen (2008), avaliou a precisão de medidas lineares usando tomografia

computadorizada de feixe cônico (CBCT) e tomografia multislice, (MSCT) alterando a dose

de radiação do multislice. Encontrou diferenças significativas nos erros de medida (p = 0,022)

que foram de 4,7% para CBCT e 8,8% para MSCT na mandíbula seca e 2,2% e 6,6% para a

mandíbula imersa em solução de sacarose e 5,4% diminuindo a dose de MSCT. Concluiu que

a CBCT é uma ferramenta segura para se planejar implantes quando comparada a MSCT e a

redução da dose de radiação não interferiu na precisão das medidas do MSCT.

Ylikontiola et al., em 2002, compararam a radiografia panorâmica, tomografia

convencional espiral e tomografia computadorizada, na habilidade de avaliar a localização

vestíbulo-lingual do canal mandibular nas áreas onde será feita osteotomia. Foram avaliados

20 pacientes que realizaram exame de tomografia computadorizada na proporção de 1:1, e

utilizando o software Denta Scan para reconstrução das imagens seccionais da região de

interesse. Foram ainda realizados exames de tomografia convencional espiral com o aparelho

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Scanora e radiografias panorâmicas. A tomografia computadorizada demonstrou melhor

visualização do canal mandibular do que a imagem tomográfica do Scanora, e que a

localização do canal mandibular não pode ser previsto em radiografias panorâmicas.

Concluíram que é recomendável a utilização da tomografia computadorizada pré-operatória,

sendo esta a técnica mais precisa para visualização do canal mandibular.

Iplikcioglu et al., em 2002, descreveram que apesar das técnicas radiográficas

convencionais possuírem problemas inerentes que restringem uma imagem com precisão, a

maior desvantagem das radiografias panorâmicas e radiografias periapicais é a imagem

bidimensional fornecida por elas. A tomografia computadorizada fornece imagens

radiográficas seccionais que facilitam a correta avaliação do potencial do local para instalação

do implante, pois a proposta básica das imagens de tomografia computadorizada é a

determinação da qualidade e quantidade óssea, e avaliação do potencial do local para o

implante por meio de guias radiográficos.

DISCUSSÃO:

Exames imaginológicos pré-cirúrgicos tem como objetivo avaliar a quantidade e

qualidade óssea, localizar os reparos anatômicos em relação aos locais onde serão instalados

os implantes, presença de lesões ósseas nessas regiões e uma precisa determinação do

posicionamento e quantidade de implantes a serem instalados nessas regiões. São utilizadas

com essas finalidades as técnicas radiográficas periapicais, panorâmicas e tomografias

computadorizadas.

Já o exame radiográfico pós-cirúrgico tem como principais finalidades a verificação

da posição e alinhamento dos implantes, adaptação dos pilares às fixações, avaliação da altura

e densidade óssea ao redor dos implantes e fratura do parafuso de fixação dos implantes.

Grondahl (1991) e Naitoh (2004), atribuem à tomografia computadorizada

convencional (linear) inúmeras vantagens como doses de radiação diminuída, facilidade no

posicionamento do paciente e a redução de artefatos em pacientes parcialmente desdentados.

A desvantagem está na ampliação da imagem que pode variar de 10 a 25%, apesar de alguns

autores acreditarem que radiologistas experimentados são capazes de realizar mensurações

com grande precisão.

Outros autores consideram as tomografias computadorizadas que contém programas

como o Dental CT ou o Dentascan para reformatação das imagens gerando medidas na

proporção de 1:1, o método de eleição para planejamento de implantes osseointegráveis,

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devido à rápida execução e o fornecimento de resultados nítidos e compreensíveis em alta

resolução. Porém, a principal desvantagem são as altas doses de radiação ionizantes que os

pacientes são submetidos, pois há a necessidade de seccionamento da região em múltiplos

cortes, mesmo quando se precisa mapear apenas uma pequena área. Outra desvantagem é que

se o paciente movimentar-se durante a aquisição das imagens vai prejudicar a precisão da

imagem.

O ideal parece ser a combinação de técnicas radiográficas convencionais com métodos

recentes de diagnóstico por imagem como as tomografias de feixe cônico ou Cone-Beam que

além de apresentarem doses menores de radiação, fornecem imagens reais na proporção de

1:1, não deixam haver sobreposições de estruturas e evidenciam profundidade, algo que os

exames radiográficos convencionais não possuem.

CONCLUSÃO:

Inúmeros são os métodos de imagens que podem ser utilizados para o planejamento de

implantes. O mais importante é que, ao escolher um método, o profissional saiba realizar

corretamente as medidas necessárias e interpretar os resultados encontrados. Como as

radiografias convencionais têm a limitação de não fornecerem a largura óssea e as

tomografias convencionais dependem de profissionais com treinamento para interpretá-las, as

tomografias computadorizadas são hoje o método auxiliar mais indicado para o planejamento

cirúrgico de implantes osseointegráveis.

Abstract - Many dentists use only conventional radiographies to plan osseointegrated

implants. It is known that the radiographies are two-dimensional images of three-dimensional

structures, what obstructs the visualization of the thickness of the alveolar bones. This

characteristic can provide conduct chance or until the impossibility of to installing the implant

on trans-operatory, due to an alveolar ridge much reabsorbed, as on the maxilla as on the

madibule. Then, it carried out a review of the literature about the methods of images, which

are used; aiding on the obtaining of information for that the implantodontists can understand

the advantages and limitations of each method.

Key-words: Implantodonty. Osseointegrated Implants. Tomographic Images.

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ARTIGO II – Artigo a ser submetido à Revista ImplantNews

Precisão de medidas lineares em implantodontia utilizando tomografia

computadorizada de feixe cônico

Marco Antônio de Oliveira Monteiro

Mestrando em Implantodontia na PUC Minas

Vinícius de Carvalho Machado

Aluno da Especialização em Radiologia Odontológica na São Leopoldo Mandic

Antônio Luís Neto Custódio

Professor Doutor Adjunto de Implantodontia da PUC Minas.

Flávio Ricardo Manzi

Professor Doutor Adjunto de Radiologia da PUC Minas.

Endereço para correspondência

Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi

Av. Dom José Gaspar 500, Prédio 45 – Clínica de Radiologia

Coração Eucarístico – Belo Horizonte - MG

[email protected]

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Precisão de medidas lineares em implantodontia utilizando tomografia

computadorizada de feixe cônico

Linear accuracy in dental implants using Cone-Beam tomographic images

Resumo: Para o sucesso do tratamento de reabilitação oral com utilização de implantes

dentários osseointegrados, diversos fatores são relevantes, como a avaliação pré-operatória do

local que irá receber o implante. Atualmente, foi desenvolvida uma nova tecnologia para os

tomógrafos, baseado na aquisição de imagens por um feixe cônico de raios X, denominado de

Tomografia Computadoriza Cone-Beam. Este estudo teve como objetivo avaliar a precisão

das medidas lineares em implantodontia utilizando esta nova tecnologia. Para isso, em uma

amostra constituída de seis mandíbulas humanas secas, foram selecionados oito sítios às

regiões de molares, pré-molares, caninos e incisivos, bilateralmente. Com a finalidade de guia

tomográfico, placas de acetato com 2 mm de espessura foram incrustadas com fios

ortodônticos de 5mm de comprimento nas regiões do rebordo superior e vestibular das

mandíbulas, exatamente nestes oito sítios demarcados. Foram realizadas tomografias

computadorizadas Cone-Beam e as mandíbulas foram então seccionadas exatamente nas

regiões demarcadas. As imagens tomográficas foram comparadas com as fatias mandibulares

por dois examinadores previamente calibrados, realizando-se medidas de altura e largura. Foi

observado que não houve diferença estatisticamente significante entre as medidas reais e

tomográficos das alturas e larguras dos rebordos alveolares em todos os sítios avaliados

(p<0,05). Tais resultados permitem concluir que a tomografia Cone-Beam permite obtenção

segura de medidas verticais e horizontais, podendo ser indicada como exame complementar

no planejamento de implantes osseointegráveis.

Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico. Implante dentário.

Mandíbula.

1 INTRODUÇÃO

Dentre os métodos de imagens disponíveis no mercado, encontram-se as radiografias

intra-bucais (periapicais e oclusais), extra-bucais (panorâmica e telerradiografia lateral),

tomografia convencional de movimento simples ou complexo, tomografia computadorizada e

ressonância magnética. Com o objetivo de normatizar, padronizar e assegurar um

planejamento cirúrgico adequado na colocação de implantes, a Academia Americana de

Radiologia Oral e Maxilo-Facial indica o uso da radiografia panorâmica para obtenção de

imagens mésio-distais da região, com a recomendação de que a avaliação pré-operatória

inclua imagens seccionais das arcadas na região de interesse, o que são obtidas com técnicas

tomográficas convencionais ou computadorizadas (Tyndall, Brooks, 2000).

O termo tomografia linear é devido ao movimento simultâneo do tubo de raios x e o

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filme em direções opostas de forma linear, podendo ser no sentido vertical ou horizontal,

baseado sempre em um ângulo que produzirá um plano de corte ou fulcro na região de

interesse, onde as estruturas situadas neste fulcro terão suas imagens com maior nitidez

enquanto as estruturas localizadas fora do plano de corte, irão projetar uma imagem

“borrada”. O tipo mais simples de movimento tomográfico é o linear, existindo também

movimentos mais complexos como circular, elíptico, espiral e hipocicloidal, que geram um

borramento mais uniforme e uma melhora na qualidade da imagem, sendo estes aparelhos

conhecidos como tomógrafos multidirecionais, devido à complexidade de seus movimentos.

(Guedes, 2000). Para todos estes tomógrafos citados é utilizado o termo tomografia

convencional.

A tomografia computadorizada possui um princípio de formação de imagem diferente

das tomografias convencionais, uma vez que o tubo de raios x gira ao redor do paciente e as

informações obtidas são captadas por sensores. Estas informações são transferidas a um

computador, e por meio de softwares reconstruídas de diversas formas, podendo gerar

imagens de alta resolução com um milímetro de espessura e até mesmo imagens

tridimensionais. Na Odontologia, a tomografia computadorizada foi introduzida com o

programa Dental que fornece imagens multiplanares da maxila e da mandíbula, assim como a

possibilidade de avaliar a qualidade óssea da região de interesse, aumentando as informações

necessárias para o melhor planejamento do implante. As imagens obtidas podem ser do tipo

diretas dos arcos dentários, reformatadas multiplanares, sendo estas as mais utilizadas, ou

tridimensionais (Guedes, 2000).

1.1 Introdução ao Cone-Beam

Atualmente têm-se utilizado um método novo para diagnósticos nas regiões de cabeça

e pescoço, áreas de atuação da implantodontia, cirurgia buco-maxilo-facial, estomatologia,

endodontia e outras especialidades da odontologia que é a tomografia computadorizada por

Cone-Beam ou CBCT.

Para Ludlow (2006), a tomografia computadorizada Cone-Beam (CBCT) possui uma

dose mais baixa de radiação e, um menor custo que a CT convencional. Promete revolucionar

a prática de radiologia Maxilo-Facial. As aplicações de CBCT envolvem as disciplinas de

endodontia, cirurgia oral, periodontia, patologia oral, dentística restauradora e ortodontia.

Com a introdução de vários campos de imagem, houve uma onda de interesse no uso de

CBCT como um substituto para a radiografia panorâmica convencional e imagens

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cefalométricas para planejamento de tratamento ortodôntico.

Sakakura (2003), realizou um questionário dirigido a cirurgiões-dentistas em um

congresso de implantes em São Paulo, onde mais de 50% dos entrevistados se intitularam

implantodontistas. Os exames solicitados para planejamento de implantes dentários ficaram

assim distribuídos: 68% pediam somente radiografias panorâmicas; 18,8% solicitavam

panorâmicas e periapicais; 7,2% utilizavam tomografias e 10,1% utilizavam tomografias e

outros métodos. As razões pelas quais os implantodontistas pediam os referidos exames

foram: 37,7% por ampla cobertura da maxila e da mandíbula; 14,5% por precisão nas

mensurações; 13% devido ao custo; 5% devido à disponibilidade do exame e 1,4% devido à

dosagem de radiação.

Miles e Van Dis, em 1993, já haviam esclarecido as limitações de várias modalidades

de imagens aplicadas na Implantodontia. As radiografias panorâmicas apresentam erros

freqüentes de posicionamento e necessitam de um operador bem treinado, além de

apresentarem apenas duas dimensões. As radiografias periapicais, além de possuírem duas

dimensões, não mostrando larguras ósseas, o filme é difícil de ser corretamente posicionado

na boca. Quanto às tomografias computadorizadas, os autores afirmam que são os métodos

mais confiáveis para a prática da Implantodontia.

As radiografias panorâmicas são solicitadas por 95% dos dentistas para cerca de 80%

dos pacientes, segundo Beason (2001), mas 90% nunca solicitaram tomografias

convencionais e 65% nunca fizeram uso profissional de tomografias computadorizadas,

apesar da AAOMR (American Academy of Oral and Maxillofacial Radiology) recomendar

explicitamente tomografias para o planejamento de implantes dentários.

Não foram encontrados estudos na literatura avaliando a precisão linear com CBCT.

Neste contexto, esta pesquisa avaliou a precisão da tomografia computadorizada de feixe

cônico na determinação da altura e largura óssea de segmentos de mandíbulas secas.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Aprovado pelo Comitê de Ética da PUC Minas, protocolo no - 0282.0.213.000-07.

2.1 Seleção das amostras

Foram utilizadas 48 cortes provenientes de seis mandíbulas humanas secas e edêntulas

do acervo de peças anatômicas do Departamento de Radiologia da Pontifícia Universidade

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Católica de Minas Gerais - PUC Minas. Estas mandíbulas foram posicionadas em um suporte

de acrílico especialmente desenvolvido pela Disciplina de Radiologia para esta pesquisa. Este

suporte apresenta dimensões de 15 x 15 centímetros de base e paredes ao redor da base de 5,0

centímetros de altura. Este suporte foi adaptado a um tripé fotográfico com a função de

manter a estabilidade de todo conjunto e facilitar o posicionamento das mandíbulas nos

aparelhos panorâmicos e CBCT. Após o posicionamento de cada mandíbula nos aparelhos,

este suporte era preenchido com 750 milímetros de água, visando promover uma atenuação

dos feixes de raios X e simular a presença de tecido mole (Butterfield et al., 1997) (Figura 1).

Figura 1: Vista frontal mostrando a mandíbula posicionada na caixa de acrílico com água,

com a placa de acetato e os marcadores fixos à placa.

As mandíbulas, juntamente com o suporte, foram posicionadas no aparelho

panorâmico Digital Kodak 8000C (Eastman Kodak Company – Rochester, New York, USA)

e obtidas radiografias panorâmicas prévias com o objetivo de avaliar a anatomia óssea,

presença de afecções ou dentes inclusos. Foram utilizados, em média, os seguintes fatores de

exposição: 65 kVp, 7 mA, 14 segundos de exposição.

2.2 Seleção das regiões

Em cada mandíbula foram selecionadas oito regiões para realização das tomografias,

sendo utilizadas como pontos de referência à linha média de cada mandíbula e os forames

mentonianos. Para determinação da linha média, a distância entre os forames mentuais foi

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obtida por meio de um paquímetro digital, sendo na metade desta distância a demarcação da

linha média como descrito por Shimura et al. (1990).

Foram selecionados locais em cada mandíbula correspondentes as regiões de molares,

pré-molares, caninos e incisivos em ambos os lados. Para as regiões correspondentes as áreas

de incisivos e caninos inferiores tomarão como referência a linha média mandibular, sendo

selecionadas as regiões a 0,75 centímetros e 1,5 centímetros distais à linha média

respectivamente Para seleção da região de pré-molares e molares inferiores foram

selecionadas as regiões localizadas a um e a dois centímetros posteriores aos forames

mentuais respectivamente, totalizando oito regiões para cada mandíbula (Figura 2).

Figura 2: Regiões anteriores distais a linha média ( EL, FK, DM,CN ) e Regiões posteriores

aos forames mentuais correspondentes a pré-molares e molares (AP, BO,GJ,HI)

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Assim, as mandíbulas foram numeradas de 1 a 6 e cada região demarcada para receber

o guia com os marcadores recebeu as seguintes letras AP e BO (região de pré-molares e

molares do lado direito), CN e DM (região anterior do lado direito), EL e FK (região anterior

do lado esquerdo) , GJ e HI (região de pré-molares e molares do lado esquerdo).

2.3 Confecção dos guias radiográficos

Para cada uma das seis mandíbulas utilizadas nesta pesquisa, foi confeccionado um

guia radiográfico individual. Para isso, todas as mandíbulas foram moldadas com material

hidrocolóide irreversível e, foram obtidas as reproduções em gesso.

Para confecção das bases dos guias foram utilizados placas de acetato com 2,0

milímetros de espessura, sendo estas levadas juntamente com as reproduções em gesso das

mandíbulas a uma plastificadora a vácuo, obtendo-se desta forma uma adaptação perfeita das

placas aos modelos de gesso e conseqüentemente as mandíbulas. As placas já adaptadas aos

modelos foram recortadas, eliminando áreas retentivas de modo que facilite a colocação dos

guias nas mandíbulas. Como marcadores radiopacos, foram utilizados fios ortodônticos de

aço com 0,9 milímetros de diâmetro com 5,0 milímetros de comprimento, dando um aspecto

cilíndrico como descrito por Lee & Morgano (1994) e Weingart & Düker (1993). Para cada

região previamente selecionada, foram colocados dois marcadores radiopacos, um sobre a

crista óssea e outro na região vestibular, com o objetivo de indicar o local correto para

realização dos cortes tomográficos (Figura 3).

Figura 3: Confecção dos guias radiográficos e posicionados sobre a mandíbula correspondente.

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2.4 Obtenção das tomografias por feixe cônico

Para esta pesquisa foi utilizada a tomografia computadorizada Cone-Beam, realizada

com o aparelho I-CAT (Imaging Sciences International, PA, USA). Este sistema é conhecido

como Tomografia Computadorizada Volumétrica de Feixe Cônico. Este tomógrafo utiliza um

feixe cônico de radiação associado a um receptor de imagens bidimensionais. Nesta técnica, o

conjunto fonte de raios X e receptores de imagens gira 3600 uma única vez em torno da região

de interesse. Durante este movimento, várias imagens bidimensionais em ângulos diferentes

são obtidas e enviadas ao computador. Assim, as mandíbulas foram posicionadas com seus

guias tomográficos no aparelho. Para a aquisição das imagens, foram selecionados os

seguintes fatores de exposição: 12 de FOV, 7 mA, 20 segundos de exposição ao feixe de

radiação e a dose é de 68 µSv. (Figura 4).

Figura 4: imagem de corte parassagital da mandíbula número 3. Observar os marcadores

feitos com fios ortodônticos.

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2.5 Mensurações nas imagens tomográficas.

Nas imagens tomográficas das regiões selecionadas de todas as mandíbulas, foram

realizas mensurações lineares em cada uma das imagens, por 2 profissionais com experiência

em tomografia computadorizada cone beam. Para isto, foi utilizado o software Dental Slice, o

qual foi determinado o maior comprimento da região (altura óssea). Baseado nesta medida foi

determinado à metade do comprimento, o qual se realizou a mensuração perpendicular,

obtendo, assim, a espessura da região (Bou Serhal et al., 2000).

Todas as mensurações foram realizadas duas vezes pelos avaliadores, com intervalo de

48 horas, para determinar o intervalo de confiança. Para medir este intervalo, foi calculado o

Coeficiente de Correlação Intraclasse.

2.6 Obtenções das dimensões reais das regiões

Após a obtenção das tomografias, as regiões selecionadas de todas as mandíbulas

foram seccionadas nos locais correspondentes onde se obteve as imagens tomográficas. Para

cada região foram traçadas linhas paralelas à região central demarcando uma área com 4,0

milímetros de espessura. Após as demarcações, estas regiões foram seccionadas, exatamente

nas marcas paralelas a região central, com o auxílio de um disco de aço de 11,5 centímetros

de diâmetro e 0,7 milímetro de espessura, acoplado a um torno de mesa, obtendo, desta forma

fatias ósseas de todas as regiões que foram identificadas e separadas de acordo com a

mandíbula a qual pertenciam (Figura 5). Para determinação da altura e espessura real, as fatias

ósseas foram medidas por meio de um paquímetro digital. A altura óssea real foi mensurada

com o posicionamento do paquímetro no centro das fatias (Figura 6). A largura óssea foi

mensurada tomando-se a metade da altura como ponto de referência e usando-se um

paquímetro digital posicionado no centro das fatias ósseas (Figura 7). Estas mensurações

foram repetidas cinco vezes com um intervalo de tempo de três dias. Estas repetições da altura

e largura ósseas foram necessárias para verificação da padronização do avaliador.

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Figura 5A: Secção das mandíbulas nas regiões demarcadas com o uso de um

disco de aço de 0,7mm de espessura.

Figura 5B: Secção das 6 mandíbulas.

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Figura 6: Mensuração da altura óssea, obtida através de um paquímetro, desde a crista do rebordo até a

base da mandíbula.

Figura 7: Mensuração da largura óssea por meio de um paquímetro digital.

2.8 Metodologias estatísticas

As medidas dos segmentos ósseos foram tabuladas e a concordância intraobservador

foi avaliada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse. Após esta análise foi obtida a média

das cinco mensurações para cada altura e espessura óssea, sendo estes resultados adotados

como os valores reais para aquelas determinadas medidas. A seguir as médias das medidas

nos tomógrafos foram comparadas à média das medidas reais das fatias ósseas, utilizando-se o

teste t de Student. Todas as análises estatísticas foram efetuadas utilizando-se o programa

estatístico BIOSTAT 5. e o nível de significância de 5%.

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3 RESULTADOS

A avaliação da concordância intra-examinador em relação às medidas reais referentes

à altura e espessura óssea obtidas diretamente nos segmentos das mandíbulas, foi realizada

pelo coeficiente de correlação intraclasse com r = 0,999 (p<0,0001) para altura e largura

ósseas, o que indicou uma concordância bem próxima entre as mensurações.

As medidas lineares da altura óssea obtidas pelo tomógrafo foram tabuladas e

analisadas pelo teste t de Student. Não foram observadas diferenças significativas entre estas

medidas e a medida real dos segmentos (Figura 8). Assim, não houve diferença significante

entre as imagens tomográficas e as medidas obtidas das mandíbulas (medidas reais) em todas

as regiões estudadas (Molares, Pré-Molares e Anterior).

23,24

A

23,01

A

31,88

A

31,66

A29,67

A

29,58

A

0

5

10

15

20

25

30

35

Região Molares Região Pré-

Molares

Região Anterior

Médias das Alturas dos rebordos alveolares

Tomografia

Real

Figura 8: Comparação das médias das medidas em ALTURA pelo CTBC e paquímetro. Letras iguais

indicam que o teste t de Student foi semelhante (p<0,05), não havendo diferenças estatisticamente

significantes.

As medidas lineares da largura óssea obtidas pelo tomógrafo foram também tabuladas

e analisadas pelo teste t de Student. E como nas medidas de alturas, não foram observadas

diferenças significativas entre estas medidas e a medida real das mandíbulas em todas as

regiões estudadas (Molares, Pré-Molares e Anterior) (Figura 9).

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8,93

A8,71

A 7,88

A7,67

A7,33

A

7,15

A

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Região Molares Região Pré-

Molares

Região Anterior

Médias das Larguras dos rebordos alveolares

Tomografia

Real

Figura 9 Comparação das médias das medidas em LARGURA pelo CTBC e paquímetro. Letras iguais

indicam que o teste t de Student foi semelhante (p<0,05), não havendo diferenças estatisticamente

significantes.

4 DISCUSSÃO

O planejamento é essencial para todos os implantodontistas que queiram executar

trabalhos com excelência profissional. Visando esta excelência, este estudo avaliou a precisão

de medidas lineares em tomografias computadorizadas de feixe cônico ou Cone-Beam que,

conforme vários autores atestaram, é um dos exames complementares mais indicados para

planejamento de implantes. Tyndall e Brooks (2000), Miles e Van Dis (1993), Frederiksen

(1995), Ekestubbe, Grôndhal e Grôndhal (1997), Lee & Morgano (1994), Mozzo (1998),

Kraut (2001), Crestani (2001), Iplikçoglu (2002), Sakakura (2003), Kobayashi (2004),

Schulze (2004), Guedes (2005), Winter (2005), Araki (2006), Ludlow (2006), Pasini (2006),

Pinsky (2006), Yajima (2006), Peck (2008).

Para este estudo foi escolhido mensurar todas as regiões que apresentam elementos

dentários, uma vez que o profissional pode utilizar todas estas regiões para o planejamento,

apesar de Kraut (2001) afirmar ser a região posterior da mandíbula a região que apresenta as

maiores dificuldades para mensurações e constituir-se nos maiores desafios em

implantodontia, devido à injúria ao nervo mandibular.

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Para simulação da presença de tecidos moles, procedimento que permite a obtenção de

imagens com densidade apropriada, as mandíbulas foram mergulhadas em água, de forma

semelhante a Butterfield (1997). Chen e Hollender (1994) não simularam a presença de

tecidos moles, o que leva as imagens a apresentarem maior contraste, dificultando a

extrapolação dos resultados para estudos clínicos.

Três examinadores, sendo dois radiologistas e um implantodontista habituados à

interpretação de imagens tomográficas de feixe cônico avaliaram as imagens, pois, de acordo

com Grondhal et al. (1991), a experiência interfere estatisticamente na variabilidade das

medidas obtidas sobre as imagens.

Se comparados aos resultados de Butterfield (1997), os quais observaram erro

significativo entre medidas obtidas de tomografia linear (tomógrafo convencional) e sobre

secções da mandíbula em 75% das comparações, e aos de Potter et al. (1997), no qual a

tomografia linear superestimou as dimensões estudadas, os achados do presente estudo

apontam para um melhor desempenho das tomografias computadorizadas de feixe cônico.

Os valores da altura e espessura ósseas obtidas com o software Dentalslice foram

próximos aos valores reais, variando em média 0,18 milímetros para altura óssea e 0,20

milímetros entre as espessuras ósseas, o que se assemelham com os resultados encontrados

por Naitoh et al. (2004) que encontraram uma diferença de 0,31 milímetros. Cavalcanti et al.

(1998) não observou diferenças entre medidas realizadas em imagens de tomografia

computadorizada por meio do software ToothPix e medidas diretas em pacientes,

posteriormente Cavalcanti et al. (2002) encontraram diferenças de 0,1 milímetros em um

estudo in vitro e diferenças inter e intraobservadores de 0,38 e 0,21 milímetros

respectivamente em mensurações in vivo. Sonick et al. (1994) encontraram precisão superior

a 0,5 milímetros quando compararam mensurações em tomografia computadorizada e

medidas diretas nas mandíbulas. Tal et al. (1991) verificaram que a tomografia

computadorizada foi mais precisa 0,01 milímetro quando comparada a radiografia

panorâmica, Jacobs et al. (1999) realizaram a avaliação de 416 locais de implantes por meio

de tomografia computadorizada, e verificaram que 395 implantes puderam ser colocados.

Yang et al. (1999) verificaram uma diferença média de 1,20 milímetros entre medidas

reformatadas e reais, considerando precisas suas mensurações. Vale salientar, que estes

estudos foram realizados com tomógrafos médicos.

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5 CONCLUSÕES

Os resultados desta pesquisa demonstram que as tomografias volumétricas cone beam

realizadas com o i-Cat são confiáveis para se planejar cirurgias implantodônticas, não

apresentando diferenças estatisticamente significantes (p< 0,05) pelo teste t de Student entre

as imagens tomográficas e as medidas reais em nenhuma das regiões estudadas nas

mandíbulas que foram as regiões de molares, pré-molares e região anterior, tanto em largura

quanto em altura dos rebordos.

Abstract: Several factors are relevant for the success of the treatment of oral rehabilitation,

with the utilization of osseointegrated dental implants, as the preoperatory evaluation of the

place that will receive the implant. The knowledge of thickness and height of the alveolar

ridge is decisive in the implant choice. The clinical methods and for image are several for the

ridge evaluation, the computerized tomography been the most precise. A new technology, for

the tomography scanners, was developed, currently, it based in the acquisition of images

through a conical bundle of x-ray, named of Cone-Beam Computerized Tomography. This

work had as objective of to evaluate the precision of the linear measures in implantodonty,

using this new technology. For this, eight sites, corresponding, bilaterally, to the molar,

premolar, canine and incisive regions, were selected in a sample constituted for six dry human

mandibules. With the finality of tomographic guide, plates of acetate, with thickness of 2mm

were incrusted with orthodontic wires with length of 5mm, on the upper ridge and vestibular

regions of the mandibules, in these eight demarcated sites exactly. The computerized

tomographies Cone-Beam were carried out and, the mandibules were sectioned on the

demarcated regions, exactly. The tomographic images were compared with the mandibular

slices by two examiners calibrated previously, realizing measurements of height and

thickness. It was observed that there was no difference, statistically significant, between the

real and tomographic measurements of alveolar ridges’ height and thickness, in all of the

evaluated sites (p<0,05). Such results allow to conclude that the Cone-Beam tomography

allow the secure obtainment of vertical and horizontal measurements, it been able to be

indicated as complementary exam on the planning of the osseointegrated implants.

Key-words:.Implantodonty. Osseointegrated Implants. Tomographic Images.

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ANEXOS

ANEXO A

CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

Belo Horizonte, 18 de janeiro de 2008.

De: Profa. Maria Beatriz Rios Ricci

Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa

Para: Marco Antonio de Oliveira Monteiro

Mestrado em Odontologia PUC Minas

Prezado(a) pesquisador(a),

O Projeto de Pesquisa CAAE - 0282.0.213.000-07 “Avaliação da precisão de

medidas lineares em implantodontia utilizando imagens tomográficas convencional e

Cone-Beam” foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da PUC Minas.

Atenciosamente,

Profa. Maria Beatriz Rios Ricci

Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa – PUC Minas