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Primeiros ensaios de educação no Brasil: da Colônia à Independência Profa. Dra. Denise Silva Araújo

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Primeiros ensaios de educação no Brasil:

da Colônia à Independência

Profa. Dra. Denise Silva Araújo

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Contexto do descobrimento do Brasil

Início do Capitalismo Comercial na Europa Expulsão dos mouros da Península Ibérica Formação dos Estados Nacionais Absolutismo monárquico Fortalecimento da burguesia mercantil e

financeira Política Mercantilista Grandes navegações Reforma e contra-reforma

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Brasil Colonial: território de disputas e exploração

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Primeiros habitantes: a vida em Pindorama

Sociedade sem classes Pequeno desenvolvimento técnico:

inexistência de excedentes Trocas rituais Educação indígena: convívio

grupal Respeito à memória dos ancestrais Para os invasores: apenas

“bárbaros” a serem explorados e escravizados

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Etapas da colonização no Brasil

Primeiro momento: desinteresse pela novas terras

Expedições de exploração – 1501, 1503

Expedições guarda-costas – 1516 – 1528

Estabelecimento de feitorias Expedições colonização - 1530 Capitanias hereditárias – 1532 Governo Geral – 1548

Pau-brasil

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Povoamento do Brasil Necessário para garantir a

defesa e valorização do território

Solução: agricultura comercial

Economia da Colônia:

complementar à metropolitana Pacto colonial Cana de açúcar Plantation Mão de obra escrava

Modelo Agrário-exportador dependente

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Mineração: nova alternativa de riquezas no Século XVIII Deslocamento da empreitada

colonial da costa para o interior Processo de urbanização Estabelecimento de vínculos entre

as áreas baiana, fluminense, pernambucana e paulista

Aumento do preço da mão de obra escrava

Aumento das possibilidades de alforria

Desenvolvimento de camadas médias e de um mercado interno

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Mineração: nova alternativa de riquezas e acirramento das contradições internas Contradições internas (colonos x índios; colonos x missionários; senhores x escravos; consumidores x monopolizadores;

senhores de terras x comerciantes) Movimentos nativistas (Guerra dos

emboabas, Guerra dos Mascates, Revolta de Beckman)

Com a mineração, desencadeia-se contradições que possibilitam os movimentos de insurreição contra o poder luso

Movimentos separatistas: Inconfidência mineira – 1789; Conjuração Baiana – 1798

Tiradentes

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Crise na Metrópole Pacto ibérico (1580-1640) Decadência econômica: perda do domínio do comércio

com a Ásia, redução do império ultramarino a algumas posses na África e ao Brasil

Portugal – não supera a etapa do capitalismo mercantil para o industrial

Processo de industrialização de Portugal é sufocado Tratado de Methuen (1703) Dependência da Inglaterra Necessidade de tirar o maior proveito da Colônia Rigor nas leis e na fiscalização 1785- proibição de qualquer indústria no Brasil Descontentamento da classe dominante colonial

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Contexto externo

Independência dos Estados Unidos (1776) Revolução Francesa (1789)

Tomada da Bastilha

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Transferência da corte portuguesa para o Brasil - 1808 Invasão napoleônica - 1807 Brasil – sede do reino Abertura dos portos Elevação do Brasil a Reino

Unido a Portugal e Algarves Modelo-Agrário-Comercial-

Exportador dependente Processo de Modernização Mudanças significativas no

município da corte

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Retorno da família real a Portugal (1821) e a Proclamação da Independência (1822)

Congresso de Viena (1815) Portugueses exigem a volta do soberano Crescem os confrontos entre lusitanos e brasileiros Exigências da corte: volta de D. Pedro; extinção da

regência, obediência das províncias a Portugal e não mais ao Rio de Janeiro, extinção dos tribunais do Rio de Janeiro: Dia do Fico

Proclamação da Independência

Grito do Ipiranga

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Educação no Brasil Colônia

Objetivo da metrópole: lucro por meio da exploração das riquezas naturais

Educação - objetivo de contribuir nesse processo por meio da conversão dos nativos à fé professada pelos dominadores

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Primeiro momento: “Soldados de Deus em Terras Selvagens”

Instituição do Governo Geral – 1549 Chegada do primeiro governador Tomé

de Sousa, em Salvador, acompanhado por quatro padres e dois irmãos jesuítas chefiados por Manoel da Nóbrega

Missão: difundir a fé católica Objetivos: conversão dos indígenas, por

meio da catequese e instrução A ação da Companhia de Jesus

assegura a hegemonia espiritual sobre a colônia

Conquista pela persuasãoPadre Anchieta

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Fases do trabalho educativo dos jesuítas

Primeira fase: plano de estudos de Manoel da Nóbrega

Esbarra em resistência no seio da ordem religiosa

Constituições da Companhia de Jesus (1556) – concentração dos esforços na educação dos filhos do colonos e dos futuros padres

Segunda fase: inspirada nos Princípios da Ratio Studiorum

Primeiro momento – colonização/exploração: conversão e instrução indígena

Segundo momento – povoamento: educação focada no elementos da cultura européia, para oferecer um brilho cultural à elite colonial

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Plano Nóbrega X Ratio Studiorum

1. Aprendizado do português

2. Doutrina cristã

3. Escola de ler e escrever (tradicionalmente oferecido no interior das famílias)

4. Música instrumental ou Canto orfeônico

5. Gramática latina ou aprendizado profissional e agrícola

6. Viagem à Europa

1. Curso de Humanidades (estudos menores – quatro séries de gramática, uma de humanidades e uma de retórica)

2. Curso de Filosofia

3. Curso de Teologia

4. Viagem à Europa

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Marcada pela intensa rigidez na maneira de pensar e interpretar a realidade

Especial atenção ao preparo de seus professores

Importância social dos religiosos: única força capaz de influir no domínio do senhor de engenho

De 1549 a 1759: dezessete colégios e seminários, um colégio e um recolhimento feminino, vinte e cinco residências e trinta e seis missões

Educação Jesuítica

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Fase pombalina da educação colonial

Marquês de Pombal primeiro ministro de D. José I : esforço para recuperar a economia através da concentração do poder real

Expulsão do jesuítas - 1759 Motivos apontados: empecilho

na conservação da unidade cristã e da sociedade civil: educava o cristão para a Companhia e não para os interesses do país

Marquês de Pombal

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Período Pombalino (1750 – 1777)

Despotismo esclarecido Instituição do Estado Laico Poder público estatal – agente responsável pela definição

de rumos no campo educacional: oficialização do ensino Criação da Mesa Censória, encarregada dos negócios da

educação – 1768 Criação das Escolas Menores – 1772 Cobrança do “Subsídio literário” (taxas sobre a carne, o

sal, a aguardente, o vinagre e outros), criado em 1772 e extinto em 1835 - imposto único destinado à manutenção do ensino primário e secundário

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Período Pombalino Nomeação dos primeiros professores régios – 1760: um

para o Grão Pará, dois para Pernambuco Alvará de novembro de 1772 – autoriza o funcionamento

de 15 aulas de gramática latina, 3 de línguas gregas, 6 de retórica e 3 de filosofia racional (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas gerais, Pernambuco, Maranhão)

Entre 1778 -1780 - indicação de mais doze professores (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerias, Olinda e Pará)

Aulas régias: pedagogicamente representaram um retrocesso

Criação de dois colégios: Seminário de Olinda (1798), em Pernambuco e o Colégio do Caraça (1820), dos padres lazaristas, em Minas Gerais

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Transferência da família real

Modificação dos interesses com relação ao Brasil, que passa a se constituir como prioridade na agenda cultural portuguesa

Criação da imprensa régia (1818)

Jardim Botânico (1810) Museu Nacional (1818) Passam a circular os primeiro

jornais e revistas

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Criação dos primeiros cursos superiores:

Academia Real de Marinha – 1808 Academia Real Militar – 1810 Cursos de Cirurgia na Bahia e no Rio de Janeiro - 1808 Curso de Anatomia no Rio de Janeiro Curso de Medicina, no Rio Escola de serralheiros, oficiais e espingardeiros, em Minas

Gerais – 1812 Cursos de economia (1808), de Agricultura (1814), de Botânica

(1817) Curso de Química, abrangendo química industrial e mineralogia

(1818) Curso de desenho técnico Aproximavam da estrutura de aulas (cadeiras) Tendências: organização isolada, preocupação

profissionalizante

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Origem da estrutura do ensino imperial Composta de três níveis: primário, secundário e

superior Primário: instrumentalização técnica – ler e escrever

(criação de mais de 60 cadeiras de primeiras letras) Ensino secundário –permanece sob a forma de aulas

régias (criação de pelo menos 20 cadeiras de gramática latina), uma de matemática superior , em Pernambuco, uma de desenho e história, em Vila Rica; outra de retórica e filosofia em Paracatu, duas cadeiras de inglês e francês, no Rio

Enfoque humanista e propedêutico

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Bibliografia

VVIEIRA, S. L. e FREITAS, I. M. S. de. Política

Educacional no Brasil. Brasília: Plano Editora. 2003. p.

25-46

RROMANELLI, Otaíza de Oliveira, História da Educação

no Brasil. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.