Princípios - Direito do Trabalho

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    : liberdade sindical (art. 8); no-interferncia do Estado na organizao sindical (art. 8); reconhecimento de convenes e acordos coletivos (7, XXVII); etc.

    vel ao trabalhador: trplice a sua funo: primeiro, princpio de elaborao de normas juoar o sistema, favorecendo o trabalhador, s por exceo afastando-se desse objetivo; a se

    mas; necessrio estabelecer uma ordem de hierarquia na aplicao destas; assim, havendeneficiar o empregado; a terceira funo interpretativa, para que, havendo obscuridade qresultado que melhor se identifique com o sentido social do direito do trabalho.

    significa que na mesma relao de emprego uma vantagem j conquistada no deve ser re

    reitos: nulo todo ato destinado a fraudar, desvirtuar ou impedir a aplicao da legislao sentimento do empregado e, ainda assim, desde que no lhe acarretem prejuzos, sob pen

    Srgio Pinto Martins afirma que princpios soproposies bsicas que fundamentam as cincias. Para

    o Direito, o principio e seu fundamento a base que irainformar e inspirar normas jurdicas .

    a) Princpio da proteo

    Trata-se de princpio que visa atenuar a desigualdade entre as partes em Juzo, razo pela qual,engloba os demais princpios que favorecem o trabalhador. Na verdade esta orientao revela-sede maneira inconfundvel atravs da prpria norma, demonstrando que a sociedade reconhecenaquele que dispe unicamente de sua fora de trabalho, a parte mais fraca na relao, o quebem ilustra o art. 468, caput, da CLT:

    Art. 468 Nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das respectivascondies por mtuo consentimento, e, ainda assim, desde que no resultem, direta ouindiretamente, prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade da clusula infringente destagarantia.

    w

    Tal princpio informa ao operador do Direito que se existirem duas ou mais normas aplicveis aocaso concreto, dever-se- aplicar aquela que melhor atenda aos interesses do trabalhador.

    Na aplicao deste princpio, permite-se at mesmo afastar a aplicao hierrquica das normas,o que implica objetivamente, que determinado dispositivo legal com prevalncia sobre outro(s)

    http://www.centraljuridica.com/doutrina/21/direito_do_trabalho/principios_do_direito_do_trabalho.htmlhttp://www.centraljuridica.com/doutrina/21/direito_do_trabalho/principios_do_direito_do_trabalho.html
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    poder ser preterido, caso o interessado tutelado exera fora de atrao norma inferior, aose vislumbrar que apresenta condio favorvel de soluo demanda proposta.

    No h dvida, entretanto, que a aplicao de tal princpio encontra-se subordinada aos rgidoslimites estabelecidos pela ordem jurdica, no se cogitando sua aplicao meramente empricaou interpretativa de maneira a despi-la da cientificidade necessria a assegurar que oencaminhamento na soluo de questes similares siga um mesmo curso ou impliquem eminsegurana jurdica dos jurisdicionados, posto que sua aplicao dever estar jungida sfronteiras do sistema jurdico vigente.

    Por fim, o princpio poder ser utilizado na interpretao das normas jurdicas, o que deverocorrer mediante a otimizao no enquadramento jurdico de uma da situao de fato e doexame teleolgico (finalstico) dos dispositivos legais aplicveis espcie, desde que mantidosos critrios tcnico-cientficos informadores da ordem jurdica.

    c) Princpio da Imperatividade das Normas Trabalhistas;

    Informa este princpio que deve haver prevalncia das normas trabalhistas, no podendo aspartes, via de regra, as afastarem mediante declarao bilateral de vontades, caracterizando,assim, restrio autonomia das partes no ajuste das condies contratuais trabalhistas.

    d) Princpio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas;

    Este princpio projeta o anterior, revelando o carter imperativo das normas trabalhistas, bemcomo a sua essncia social, cujo contedo protetivo tem espectro de interesse pblico coletivo,delimitando restritivamente a possibilidade de disponibilidade das partes, evidentemente quecolocando a salvo direitos do trabalhador, forma pela qual se reduzem as desigualdades jurdicasque se evidenciam entre as partes na relao de trabalho.

    Este princpio encontra-se bem delineado pelo art. 468, caput, da CLT, que assim dispe:

    Art. 468 da CLT: Nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das respectivascondies por mtuo consentimento, e, ainda assim, desde que no resultem, direta ouindiretamente, prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade da clusula infringente destagarantia.

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    Perceba que a limitao imposta s partes tem o ntido propsito de oferecer proteo aotrabalhador, j que o conjunto de garantias mnimas e essenciais encontra-se assegurado pelaLei: no ser objeto de negociao para a concesso e, muito menos, com vistas supresso oureduo.

    Para ilustrar, as anotaes em CTPS (Carteira de Trabalho e Previdncia Social) referente avnculo empregatcio judicialmente reconhecido, no podem ser objeto de acordo, j que se tratade norma de ordem pblica, ou, se preferir, norma cogente.

    O empregado no pode dispor de suas frias; no pode individualmente firmar acordo quereduza o seu salrio; no pode prescindir de equipamentos de segurana na realizao detrabalhos que coloquem em risco sua vida ou sade e etc.

    Tal princpio tambm conhecido como princpio da irrenunciabilidade dos direitostrabalhistas.

    e) Princpio da Condio mais Benfica;

    Este princpio guarda as mesmas propriedades contidas no princpio da norma mais favorvel,residindo a distino no fato de que este princpio aplicvel no tocante s clusulas docontrato, no englobando os dispositivos normativos de lei que regulam determinada situao

    relativa ao contrato de trabalho.

    Assim, se quando do ingresso do trabalhador em uma empresa, rezava em instrumentonormativo que o adicional a ser pago a ttulo de horas extraordinrias seria de 60% (sessentapor cento), no ser vlida clusula que estipule ndice inferior, de modo que alcance,validamente, aquele referido trabalhador.

    Veja o que dispe o Enunciado N 51 do TST (Tribunal Superior do Trabalho):

    ENUNCIADO N 51 - NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPO PELO NOVOREGULAMENTO. ART. 468 DA CLT. (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 163 daSBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005

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    I-As clusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente,s atingiro os trabalhadores admitidos aps a revogao ou alterao do regulamento. (ex-Smula n 51 - RA 41/73, DJ 14.06.1973)

    II- Havendo a coexistncia de dois regulamentos da empresa, a opo do empregado por umdeles tem efeito jurdico de renncia s regras do sistema do outro. (ex-OJ n 163 - Inserida em26.03.1999).

    f) Princpio da Inalterabilidade Contratual Lesiva;

    Este princpio, espelhado no princpio geral do Direito Comum, resumido pelo brocardo pactasunt servanda (os pactos devem ser cumpridos), assume particular e especial feio na rea

    justrabalhista, o que se pode entrever at mesmo pela sua denominao: a intangibilidadecontratual restringe-se proibio de supresso ou reduo de direitos e vantagens dostrabalhadores.

    Tal preceito obstaculiza as alteraes que, porventura, venham a expressar interesses evantagens dos empregadores ou quem faa suas vezes, assegurando que a eventualdesregulamentao nas relaes de trabalho no implicar em privilgios para a parte detentorados meios de produo e, por conseguinte, do capital, como forma de reduzir a inescondveldesigualdade de condies entre os sujeitos da relao de trabalho.

    A prpria Lei, e novamente invocamos o art. 468 da CLT, coloca a salvo os direitos conquistadospelos trabalhadores.

    No se poder deixar de registrar ser desejvel, alm de ser hoje uma constatvel tendncia defato, que as condies de trabalho sejam cada vez mais objeto de livre negociao por parte detrabalhadores e empregadores, o que dever ocorrer atravs do fortalecimento das entidadesrepresentativas dos trabalhadores (neste sentido a to propalada reforma sindical) e da reformana legislao trabalhista.

    Por fim, ilustra de maneira plena o esprito de tal princpio, o art. 444 da CLT:

    Art. 444 da CLTAs relaes contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulaopelas partes interessadas em tudo quanto no contravenha s disposies de proteo aotrabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicveis e s decises das autoridadescompetentes.

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    g) Princpio da Intangibilidade Salarial;

    Este princpio assegura a irredutibilidade salarial, revelando-se como espcie do gnero dainalterabilidade contratual lesiva.

    O contedo em si da proteo oferecida por tal princpio garantir ao trabalhador perceber acontraprestao a que faz jus por seu trabalho, de maneira estvel, no sujeita as oscilaes daeconomia e s instabilidades do mercado e, por extenso, assegurar a satisfao de umconjunto, ainda que eventualmente mnimo, de suas necessidades, entre as quais a alimentao.

    H diversos dispositivos legais que asseguram tutela em relao aos salrios:

    Art. 7, da C.F.: - So direitos dos trabalhadores (...) alm de outros:

    VI irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo;

    Xproteo do salrio na forma da Lei, constituindo crime a sua reteno dolosa.

    Exatamente por no ter qualquer possibilidade de auferir grandes vantagens de ordemeconmica para si prprio, prerrogativa exclusiva do detentor dos meios de produo e/ou decapital, no pode o trabalhador participar dos riscos da atividade econmica, quer atravs dareduo direta do valor nominal de seu salrio (e, ampliativamente, de sua remunerao); queratravs da reduo de jornada de trabalho, tarefa ou alterao de critrio na apurao devalores de composio de sua remunerao.

    Atente para o fato de que, como exceo regra, h possibilidade de haver reduo salarial:se decorrente de conveno ou acordo coletivo de trabalho.

    h) Princpio da Primazia da Realidade;

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    Informa tal preceito que na anlise das questes relativas s relaes de trabalho, deve-seobservar a realidade dos fatos em detrimento dos aspectos formais que eventualmente osatestem.

    Destacamos alguns aspectos que legitimam a imperatividade de tal princpio:

    a) Durante a relao de trabalho, dada sua condio de subordinao e dependncia, otrabalhador no pode opor-se formalizao de alteraes contratuais e prticas que, no raro,lhe so lesivas. Exemplo a proibio de anotao em carto de ponto do horrio efetivamentetrabalhado;

    b) bastante comum verificar alteraes nas condies de trabalho pactuadas (atravs de

    contrato escrito) ao longo do tempo, alteraes estas que, salvo raras excees, no soincorporadas formalmente ao contrato de trabalho e;

    c) Como cedio, os contratos de trabalho podem ser escritos ou verbais. Evidente que nosverbais o contrato s assume condio de efetiva existncia com o decorrer do tempo, ditadopelas prticas estabelecidas entre os sujeitos da relao de trabalho.

    Em sntese: o fato precede a forma.

    i) Princpio da Continuidade da Relao de Emprego;

    Este princpio no distoa dos demais. francamente favorvel ao trabalhador, na medida emque com o passar do tempo incorporam-se ao seu patrimnio jurdico vantagens alcanadaspelas negociaes coletivas e pelas inovaes legislativas e, principalmente, aquelas de carterpessoal, como por exemplo, promoes e adicionais que, por sua habitualidade, passam aintegrar o contrato de trabalho.

    Alm de vantagens diretas, que possuem uma natureza eminentemente econmica como assupracitadas, no resta dvida que um vnculo de trabalho duradouro testemunha progressospessoais e familiares do trabalhador, j que a estabilidade no emprego oferece uma base maisslida, inclusive e principalmente no aspecto social, permitindo que o trabalhador desfrute debem estar fsico, mental e social.

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    H dois institutos legais que bem expressam a qualidade exponencial deste princpio: o FGTS e aindenizao compensatria pela despedida arbitrria.

    So inmeros os reflexos prticos deste preceito, entre os quais destacamos a sucesso deempregadores, nos termos dos artigos 10 e 448 da CLT:

    Art. 10 da CLT Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa no afetar os direitosadquiridos por seus empregados.

    Art. 448 da CLTA mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetaros contratos de trabalho dos respectivos empregados.

    Como se pode perceber, nem mesmo as alteraes na estrutura jurdica ou mudana napropriedade da empresa (eventual circunlquio do prprio texto legal), colocar termo aocontrato de trabalho.

    j) Princpio in dubio pro operario.

    Tambm conhecido como in dbio pro reo ou in dbio pro misero.

    Este princpio encontra-se absorvido pelo princpio da norma mais favorvel, que colocou margem eventuais estrabismos jurdicos que pretendiam legitimar a desigualdade entre aspartes atravs do franco favorecimento ao trabalhador.

    No ser demais lembrar que os supracitados princpios, notadamente este ora em estudo,inclinados de forma patente a proteger os interesses do trabalhador, devem ser aplicados com afinalidade precpua de reduzir as desigualdades entre as partes, uma vez que otrabalhador notoriamente a parte mais frgil na relao.

    Enfim, a denominao norma mais favorvel veio afastar tambm a idia de um contedoemprico e anticientfico de que se impregnava o conceito in dbio pro misero, ainda que, frise-se, no plano estritamente conceitual.

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    II) Aplicaes dos preceitos da C.L.T:

    Conceito de Empregado e Empregador(arts. 2, 3 e 7)

    Veja o teor do art. 2 e pargrafos da CLT:

    Art. 2 - Considera-se empregador a empresa individual ou coletiva, que assumindo os riscosda atividade econmica, admite, assalaria e dirige a prestao pessoal de servios.

    1 - Equiparam-se ao empregador, para fins exclusivos da relao de emprego, os profissionais liberais, as instituies de beneficncia, as associaes recreativas ou outrasinstituies sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

    2 - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidadejurdica prpria, estiverem sob a direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupoindustrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica, sero, para os efeitos exclusivosda relao de emprego, solidariamente responsveis a empresa principal e cada uma dassubordinadas.

    A definio de empregador tem especial importncia, na exata medida em que principalparmetro para identificao de condio de existncia da chamada relao de emprego. (Vocver no tpico III, a seguir, a distino entre relao de emprego e relao detrabalho).

    Primeiramente, observe que as condies suficientes para classificar a figura do empregadordevem manifestar-se simultnea e cumulativamente, sem o que, restar descaracterizada a

    matriz jurdica descrita no art. 2 da CLT.

    O referido dispositivo apresenta de maneira indistinta a empresa individual (pessoa fsica) e aempresa coletiva (pessoa jurdica) como empregadores, que assumindo os riscos da atividadeeconmica, admitirem, assalariarem e dirigirem a prestao pessoal de servios.

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    Em sntese, vejamos quais so as caractersticas prprias e tpicas dos empregadores: os riscoseconmicos do negcio so exclusivamente do empregador ( quem assume os riscos);critrios pessoais para admisso do empregado ( ele quem admite); o trabalho se realizamediante pagamento de salrio (assalaria); a direo (dirige) do trabalho desenvolvido, quedeve ser prestado pessoalmente, ou seja, exclusiva e unicamente pelo contratado, no podendotal prestao ser delegada ou repassada a terceiros (prestao pessoal de servios).

    O aspecto atinente aos riscos da atividade econmica tambm conhecido pela denominaoalteridade, que na definio do dicionrio Aurlio quer dizer, qualidade que do outro, ou seja,em termos prticos, caracterstica de carter exclusivo do empregador.

    O 1 do art. 2 da CLT traz excepo no particular, equiparando condio de empregadorqueles que nomina, particularmente, bem como, de maneira genrica, outras instituies semfins lucrativos.

    O 2 do art. 2 da CLT, em consonncia ao 1, amplia o espectro de conceituao do queseja empregador de maneira a viabilizar a responsabilizao plural, em carter solidrio, dasempresas que tenham entre si liame jurdico, ainda que uma s delas figure como sujeito tpicoda relao de emprego.

    Os supracitados 1 e 2 pargrafos do art. 2 da CLT refletem de forma bastante pronunciada ocontedo protetivo dos princpios acima estudados.

    Veja o que dispe o art. 3 e pargrafo nico, da CLT:

    Art. 3 - Considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servios de natureza noeventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio.

    Pargrafo nico No haver distines relativas espcie de emprego e condio detrabalhador, nem entre o trabalho intelectual, tcnico e manual.

    Como implicao lgica, do outro lado da relao de emprego, em contraponto figura doempregador, temos o trabalhador, que: a)no assume qualquer risco econmico inerente atividade desenvolvida; b) geralmente passa por um processo de seleo antes de sercontratado; c) recebe salrio como contraprestao ao labor prestado; d) subordinado aoempregador e; e)presta o trabalho pessoalmente.

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    O disposto no pargrafo nico do art. 3 da CLT, assegurando a igualdade de tratamento(isonomia), vem respaldado por norma constitucional, qual seja, o inciso XXXII, art. 7, daC.F./88:

    Art. 7 da C.F./88 ..

    XXXII - proibio de distino entre trabalho manual, tcnico e intelectual ou entre osprofissionais respectivos;

    Finalmente, veja o que dispe o art. 7 da CLT:

    Art. 7 - Os preceitos constantes da presente Consolidao, salvo quando for, em cada caso,expressamente determinado em contrrio, no se aplicam:

    a. aos empregados domsticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestamservios de natureza no-econmica pessoa ou famlia, no mbito residencial destas;

    b. aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, exercendo funesdiretamente ligadas agricultura e pecuria, no sejam empregados em atividadeque, pelos mtodos de execuo dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas

    operaes, se classifiquem como industriais ou comerciais; **dispositivo tacitamenterevogado**c. aos funcionrios pblicos da Unio, dos Estados, e dos Municpios e aos respectivos

    extranumerrios em servio nas prprias reparties;

    d. aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime prprio deproteo ao trabalho que lhes assegure situao anloga dos funcionrios pblicos.

    Tal dispositivo cuida da restrio de aplicao dos preceitos da CLT (Consolidao das Leis doTrabalho), ressalvadas disposies expressas em contrrio.

    Assim, dispe a alnea a que ao empregado domstico no so aplicveis os preceitos da CLT,cuja relao regida pela Lei 5.859/72 e pelo pargrafo nico, art. 7, da Constituio Federal.** Tema selecionado que ser objeto de estudo em srie de tutoriais que sero

    publicados em breve. **

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    A alnea b do art. 7 da CLT foi tacitamente revogada pelo art. 7, caput, da ConstituioFederal, que estabeleceu condio de igualdade entre o trabalhador urbano e o trabalhadorrural.

    As alneas c e d tratam de funcionrios pblicos (servidores pblicos) que estejamsubordinados a regime jurdico prprio, ou seja, cuja relao jurdica no seja regida pelaCLT. Observe que aos empregados pblicos (espcie do gnero servidor pblico), cujas relaescontratuais tm natureza jurdica eminentemente trabalhista, encontram-se subordinados aospreceitos da CLT, observando-se algumas restries e peculiaridades, haja vista que soaplicveis a estas relaes as normas de direito administrativo que, pelo imperativo daprevalncia do interesse pblico, no raro, exorbitam e derrogam as normas do direito comum.

    III) Distino entre relao de trabalho e

    relao de emprego

    Para estabelecer uma distino bsica entre relao de trabalho e relao de empregoser suficiente definir o que seja uma e outra coisa.

    A priori, podemos definir relao de trabalho como sendo qualquer forma de prestaode servio;qualquer forma de relao jurdica onde haja prestao de trabalho humano e,finalmente, toda forma de realizao de trabalho prestado a outrem. De tal modo abrangente aexpresso, que at mesmo o trabalho gratuito, prestado em carter voluntrio nela est inserto,e as eventuais lides decorrentes de tais relaes, como por exemplo, o trabalho desenvolvido emuma dessas condies exercido em local insalubre por menor, questo que, no excepcionada

    pela lei, de competncia da Justia do Trabalho.

    Como relao de emprego podemos entender o trabalho prestado de forma subordinada,em carter no-eventual, de trato oneroso, de forma pessoal, prestado por pessoa fsica.

    Destaca-se como caracterstica especialmente peculiar da relao de emprego asubordinao, razo pela qual, no raro, tambm denominada como relao de trabalhosubordinado.

    Tal distino tem vital importncia do ponto de vista jurdico, j que definidor do alcresponsabilidade do tomador de servios (ou empregador), no somente em relao ao trabalhador diretcomo perante os rgos Previdencirio e Fiscal; define o conjunto de direitos e obrigaes entre os sujrelao trabalho; determina particularidades processuais no tocante a Justia Gratuita; Honorrios periciais

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    e sucumbncia, para citar apenas alguns exemplos, nos termos do estabelecido na Instruo Normativa NC. TST (cuja ntegra pode ser encontrada no Tutorial: Competncia material da Justia do Trabalho Parte

    Astreintes o nome dado pelo Direito Francs ao Instituto que tem como finalidade forar o

    gado a cumprir a deciso judicial por meio da estipulao de uma soma em dinheiro para cada dia de atrasoxecuo de uma deciso.

    Quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com aanalogia, os costumes e os princpios gerais de direito.