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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
QUALIDADE TOTAL ASSEGURADA COM ZERO DEFEITO
Elaborado por:
Eder Guedes Melo
2
Meu agradecimento, em especial à minha esposa Kátia Guedes, amigos e a todos
que, direta ou indiretamente, contribuíram para realização deste trabalho.
3
Ouça meu amigo Eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado
Ou você se cansa Está provado, quem espera nunca alcança
“Chico Buarque”
4
ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Esta monografia está dividida em 4 capítulos. O primeiro capítulo descreve os problemas causados pela falta de qualidade e alguns conceitos. O segundo capítulo retrata o que é a metodologia Six Sigma. O terceiro capítulo descreve todo processo de fabricação de Latas de Alumínio como embalagem para envase de Cervejas e Refrigerantes, separados pelos setores de Estamparia e Impressão. O quarto capítulo apresenta a proposta para assegurar o processo de fabricação de Latas de Alumínio na empresa EGM. Finalizando com as estimativas dos resultados, conclusões, referências bibliográficas e anexos.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 : POR QUE QUALIDADE
CAPÍTULO 2 : METODOLOGIA SIX SIGMA
CAPÍTULO 3 : FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO NA EMPRESA EGM –
SETOR DE ESTAMPARIA E IMPRESSÃO
CAPÍTULO 4 : MODELO PROPOSTO PARA ASSEGURAR O PROCESSO DE
FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO NA EMPRESA EGM
ESTIMATIVA DOS RESULTADOS
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
6
ÍNDICE
INTRODUÇÃO Pág.
1. Definição do problema 7 2. Delimitação do problema 7
CAPÍTULO 1 : POR QUE QUALIDADE? 8
1. Os problemas causados pela falta de Qualidade 8 2. Conceitos de Qualidade 8
CAPÍTULO 2 : METODOLOGIA SIX SIGMA 10 1 : O que é Six Sigma? 10 CAPÍTULO 3 : FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO NA EMPRESA EGM SETOR DE ESTAMPARIA E IMPRESSÃO 15 SETOR DE ESTAMPARIA 1 : Na transformação de bobinas de alumínio em copos e latas 15 SETOR DE IMPRESSÃO 1 : No processo de impressão 16 CAPÍTULO 4 : PROPOSTA PARA ASSEGURAR O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO NA EMPRESA EGM 18 ESTIMATIVA DOS RESULTADOS 20 CONCLUSÃO 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22 ANEXOS 23
7
INTRODUÇÃO
1. Definição do problema
Reclamações e Devoluções de clientes por problemas diversos de má qualidade na
Embalagem Lata de Alumínio para o setor de bebidas, é fator prioritário de resolução para
empresa EGM que precisa implantar de imediato no processo um programa para garantir a
Qualidade Total Assegurada com Zero Defeito. Metal Exposto é a denominação de um dos
defeitos que iremos abordar.
2. Delimitação do problema
Aplicaremos este estudo no processo de fabricação de Latas de Alumínio da
Empresa EGM e aplicaremos a metodologia Six Sigma para o defeito Metal Exposto.
Quem é a empresa EGM?
- Implantou a 1ª fábrica de alumínio no Brasil, 1989 – Pouso Alegre – MG;
- Monopolista;
- Investimento em montagem de Parque Fabril com rápida expansão,
construindo as demais fábricas – Santa Cruz, Jacareí, Argentina, Chile, Recife,
Águas Claras e Brasília (desenvolvimento de categoria / embalagem), com
uma missão de ampliar sua liderança de mercado e a lucratividade do negócio,
agregando vantagens competitivas de serviços e Qualidade aos seus produtos,
respeitando o meio ambiente e contribuindo para o desenvolvimento de seus
colaboradores e das comunidades nas quais estamos presentes.
Dois setores são fundamentais no processo de fabricação de Latas de Alumínio, o
de Estamparia (transforma uma folha de alumínio em copo e por extrusão é formada a lata) e o
de Impressão (onde é impressa toda arte do rótulo na lata). Portanto, o Setor de Impressão é
cliente interno do Setor de Estamparia, pois depende diretamente em receber latas de boa
qualidade para imprimir os rótulos/arte na lata e dar continuidade ao processo.
8
CAPÍTULO I – POR QUE QUALIDADE?
1. Problemas causados pela falta de Qualidade
Produto de má qualidade, não satisfaz o cliente e denigre a marca.
A qualidade de um produto é “boa” quando satisfaz totalmente ou excede nossas
expectativas / clientes. Caso contrário à qualidade é “má”.
A “consciência” da qualidade está em ascensão e no interior de cada um. Clientes
e usuários estão se tornando cada vez mais exigentes.
Empresas e organizações em todo o mundo estão implementando extensos
programas de qualidade. Por exemplo, Motorola, Sony, General Eletric, Kodak utilizam o
Programa Seis Sigma. (3) .
2. Conceitos de Qualidade
A definição de qualidade transita por princípios que vão desde as especificações de
um produto até a sua conformidade, culminando com a regularidade que ele apresenta.
Tudo teve início no próprio século XX, quando há a “ascensão” da empresa
industrial e seu controle estatístico. Anteriormente, desde antes da revolução industrial, os
produtores já exerciam o controle da qualidade através de inspeção que permitia a aferição
objetiva ou subjetivamente pela observação ou manuseio do produto. A era do controle
estatístico teve seu auge durante a 2ª Guerra Mundial, com uma produção “em massa” de
material bélico que carecia de precisão na qualidade (através de técnicas de amostragem há a
separação dos lotes defeituosos).
(3) www.engmagazine.hpg.ig.com.br
9
A era da Qualidade Total desenvolve-se no estágio seguinte, quando a qualidade
passa a ser responsabilidade de todos dentro de um sistema, envolvendo a multiplicidade de
operações que ocorrem em uma empresa (quem produz qualifica).
“...Os pioneiros do movimento da qualidade foram Juran e Deming. Após a 2ª
Guerra Mundial ambos alertaram os empresários norte-americanos sobre a importância do
conceito. Poucos foram, no entanto, os que os levaram a sério. Mas as suas mensagens seriam
ouvidas no longínquo Japão, onde a aplicação de suas idéias deu origem a um verdadeiro
milagre industrial japonês, iniciado na década de 50. Os norte-americanos só os descobriram
nos anos 80. Foi nessa década que o movimento da qualidade arrancou em força, e que Juran
e Deming criaram uma legião de fiéis. Frutos dessa revolução, nasceram várias instituições de
promoção da qualidade, como a American Society for Quality Control (ASQC). Muitos
defendem que a atual supremacia da indústria americana , em áreas estratégicas, como os
automóveis e a eletrônica, onde os japoneses foram reis e senhores durante décadas, é o sinal
mais visível desse esforço iniciado na década de 80.” (5)
“...Ishikawa deu um cunho japonês aos ensinamentos de Juran e Deming e criou as
ferramentas do Controle Estatístico da Qualidade. Foi também o grande inspirador dos
Círculos de Qualidade. No lado americano, Philip Crosby está associado aos conceitos de
“zero defeito” (lançado em 1961) e de “fazer bem à primeira vez”. Em 1979 lançou a obra
“Quality is Free”, referência no movimento pela qualidade. Armand Feigenbaum foi o grande
impulsionador do conceito de Controle Total da Qualidade. De acordo com seu enfoque,
qualidade é um instrumento estratégico que deve preocupar e envolver todos os
trabalhadores.” (5)
(5) II Encontro de Tópicos Especiais e Seminário de Estratégias Vivenciais Empresariais. Texto I – Os Mestres da Qualidade. Universidade de Passo Fundo.
10
CAPÍTULO II – METODOLOGIA SIX SIGMA
1. O que é Seis Sigma?
1.1) A iniciativa no Processoî Abordagem Sistemática para redução de defeitos
que afetam o que é Importante ao Cliente.
- O que realmente valorizamos?
- Quem são nossos clientes e o que eles precisam?
- Quem somos nós e o que nós fazemos?
- O que significa a satisfação do cliente?
- Os nossos valores são correlacionados aos dos nossos clientes?
- Como verificamos nossas necessidades internas e externas?
1.2) A iniciativa nas Ferramentasî Esquemas de Qualidade, Estatística e
Instrucional para observar variáveis de processo, suas relações, bem como
Administrar suas características.
- Melhorar a Qualidade atendendo consistentemente as expectativas do cliente;
- Medição de entradas e não apenas saídas;
- Redução de defeitos, melhorando o processo e o produto, para ajudar alcançar os objetivos
dos negócios;
Cabe, neste ponto, a explicação do que é Sigma. Sigma (σ) é uma letra grega
usada em Estatística para representar o desvio-padrão de uma distribuição. Seu valor é sempre
desconhecido, mas é estimado a partir de diversos parâmetros de uma amostra representativa.
Então, Sigma ou desvio-padrão quantifica a variabilidade ou não-uniformidade existente
quando medimos alguma coisa. No caso de um produto, sempre existem muitas características
importantes ou críticas para a qualidade. Normalmente coletamos dados e medimos o Sigma
de algumas características. Se o valor de Sigma é alto, ele nos diz que há muita variabilidade
no produto. Se o valor for baixo, então o produto tem pouca variabilidade e, por conseguinte, é
muito uniforme. E, estamos sempre buscando produzir produtos uniformes com quase
nenhuma variabilidade.
1.3) A Visão Clássica de Desempenho
- Capacidade 3 Sigma î 93,32% Padrão Histórico
11
- Capacidade 4 Sigma î 99,38% Padrão Atual
- Capacidade 6 Sigma î 99,9999998% Novo Padrão
Até janeiro de 1987, os Seis Sigma eram entendidos como mais ou menos três
sigmas dentro dos limites de especificação de um item, processo ou projeto. Existe um limite
superior de especificação (LSE) e um limite inferior de especificação (LIE). Na prática,
quando estes limites são excedidos, o produto falhou nas exigências de seu projeto.
A variabilidade do processo, ou amplitude do processo, é sempre medida
multiplicando-se o seu sigma por 6. Esta fórmula nunca muda. Isto porque, na Estatística, em
uma distribuição Normal, a área abaixo da curva entre mais ou menos 3 sigmas (± 3σ) inclui
aproximadamente 99,73% da distribuição. E, apesar de 99,73% não englobar a totalidade
(100%) da distribuição, é um valor próximo o suficiente para ser considerado como tal. Assim,
quando calculamos a variabilidade do processo, incluímos quase toda a distribuição, mas
aceitamos o resultado como sendo a distribuição inteira. Entendia-se os Seis Sigma como se a
variabilidade do processo (± 3σ) fosse igual à distância entre os limites superior e inferior de
especificação .
Em 15 de janeiro de 1987, a Motorola Inc. lançou um programa de qualidade em
longo prazo chamado “Programa de Qualidade Seis Sigma”. O programa foi lançado por Bob
Galvin, Diretor Executivo da Motorola Inc, através de uma palestra. O Sr. Galvin explicou que
ele havia visitado muitos clientes e, apesar de eles estarem satisfeitos e gostarem de fazer
negócios com a Motorola, também expressaram um desejo de serem mais bem servidos, com
melhores serviços de entrega, acabamento dos pedidos, precisão dos registros das transações,
etc. Além disso, deram a entender que se a Motorola oferecesse melhores serviços, com ênfase
em Qualidade Total, a empresa poderia ter um crescimento de 5 a 20% nos negócios com eles
no futuro. O Sr. Galvin sugeriu um aumento de salário para os funcionários da companhia,
para desafiá-los a oferecer ao cliente o nível esperado de qualidade de serviços, e isso deveria
ser feito com bastante urgência. Finalmente, o Sr. Galvin aceitou ele mesmo o desafio,
dizendo: “Devo fazer o meu trabalho perfeitamente na execução de cada detalhe diário, como
observado pelo cliente.” E ele desafiou a todos, gerências e funcionários ao dizer: “Vocês
devem buscar o mesmo objetivo”. (13)
(13) Perez-Wilson, Mario. Seis Sigma. Qualitymark Editora Ltda. Rio de Janeiro. 1999.
12
A diferença entre o já conhecido Seis Sigma e o então lançado Programa de
Qualidade Seis Sigma da Motorola é que esta definiu como mais ou menos seis sigmas (± 6σ)
dentro dos limites de especificação. Ou seja, a Motorola defendeu que a tolerância do projeto
deveria ser tal que esta permitisse ajustar 12 sigmas (± 6) ou duas vezes a variação do
processo. Isto então, estaria abrangendo 99,9999998% da variabilidade do processo dentro dos
limites de especificação .
O Seis Sigma refletem a filosofia de buscar sempre a perfeição ou excelência em
tudo que a organização faz. Dentro da Motorola o programa fez com que pessoas da
organização espalhadas no mundo todo tivessem um único objetivo: reduzir o valor do Sigma.
Normalmente, é colocada uma meta de 5 anos para alcançar o Seis Sigma. O
treinamento inicial de uma organização não leva mais do que alguns meses. Dentro de poucos
meses, equipes já estarão trabalhando em estudos de caracterização e projetos de melhoria.
O completo desenvolvimento do programa Seis Sigma pode levar alguns anos. É
um processo de treinamento e desenvolvimento intensivos, envolvendo pessoal de todos os
níveis da organização. À medida que o pessoal vai sendo treinado e equipes vão se formando,
eles são capacitados a aplicar ferramentas e metodologias para caracterizar e otimizar seus
processos. Toda vez que uma equipe completar uma iteração da metodologia em um processo
particular, o processo será elevado a níveis Seis Sigma. Os resultados são obtidos a cada
iteração. (14)
Logo, o tempo necessário para atingir o Seis Sigma vai depender do número de
pessoas treinadas, do número de processos a serem otimizados, do número de iterações feitas e
do nível e grau de conformação uniforme, consistente e contínua com a metodologia. Quanto
mais iterações da metodologia, mais processos são elevados a Seis Sigma, mais processos
terão quase zero defeito. As recompensas aparecem a cada iteração.
(14) Iterar = repetir.
13
O objetivo de qualquer negócio é fazer dinheiro. E o inegável objetivo do Seis
Sigma é minimizar custos, através da redução ou eliminação de atividades que não agregam
valor ao processo e da maximização da qualidade para obter um lucro em níveis ótimos. A
atividade repetitiva envolvida no fornecimento de um serviço ou na fabricação de um produto
constitui um processo. E, processos devem ser simplificados, reduzindo o número de passos e
tornando-os mais rápidos e eficientes. Também devem ser otimizados para que não gerem
defeitos e não apresentem oportunidades de erros. Eliminar defeitos torna os produtos mais
baratos e faz clientes satisfeitos.
O Seis Sigma é aplicável a processos técnicos e não técnicos. Um processo de
fabricação é visto como técnico. Nesse processo, temos entradas como: peças, submontagens,
montagens, matérias-primas que fisicamente fluem através do processo. Um processo também
envolve máquinas, calibradores, ferramentas – entre outras coisas – que produzem a
transformação da entrada em uma saída. Em um processo técnico existem muitas
oportunidades para coleta de dados e medições e, em muitos momentos, dados variáveis.
Porém, em um processo não técnico estes dados são mais difíceis de serem visualizados.
Processos administrativos, de serviços e transações são não técnicos. Tratá-los como sistemas
nos permite entendê-los melhor e determinar suas características, controlá-los, otimizá-los e,
assim, eliminar a possibilidade de erros.
“...Os “Faixas Pretas” ou “Black Belts” são os responsáveis pela coordenação do
Programa Seis Sigma. É uma função de tempo integral, 100% dedicada a oferecer suporte,
treinamento e especialização estatística às equipes envolvidas nos projetos. São os que
trabalham com os mentores de equipes para eliminar os obstáculos que impedem o sucesso da
equipe. Os “Black Belts” juntamente com os mentores determinam metas e definem os
membros das equipes. Formalizam estudos e projetos e oferecem à liderança gerencial
relatórios do progresso das atividades.” (15)
“...Os “Faixas Verdes” ou “Green Belts” são os funcionários que desenvolvem
suas atividades regulares, mas são designados para uma ou mais equipes, de acordo com seu
(15) http://mu.motorola.com
14
conhecimento ou histórico em estudos e projetos selecionados. Ele tem total responsabilidade
como membros da equipe no projeto, mas não dedicam todo o seu tempo como os “Black
Belts”. Espera-se que dediquem tempo e esforço ao sucesso da equipe, pesquisem e
investiguem outras alternativas quando necessário.” (15)
Um dos objetivos do Seis Sigma é promover uma mudança cultural na organização
e preparar os funcionários para utilizar uma metodologia bem-sucedida em outras empresas.
Tal preparação consiste em treinar a organização inteira, fazendo que todos percebam que tem
poder para melhorar a qualidade. Trata-se de ensinar novos métodos, técnicas, ferramentas e
medidas, e de demonstrar a todos como utilizá-las, para que possa entender a relevância do
Programa seis Sigma para o trabalho que desenvolvem. Para superar possíveis resistências e
conseguir adesões, a mudança precisa ser iniciada no topo da organização. A liderança
gerencial tem que estar convencida que o Seis Sigma é a solução para movimentar seu
negócio.
”. As organizações que realmente terão sucesso no futuro serão aquelas que
descobrirem como cultivar nas pessoas o comprometimento e a capacidade de aprender em
todos os níveis da organização.”
Quando colocadas em um mesmo sistema, as pessoas, mesmo com diferentes
perfis, tendem a produzir resultados semelhantes.
“...A disciplina da aprendizagem em equipe começa com o diálogo, a capacidade
dos membros de deixarem de lado as idéias preconcebidas e participarem de um verdadeiro
“pensar em conjunto”. A aprendizagem em equipe é vital, pois as equipes, e não os
indivíduos, são a unidade de aprendizagem fundamental nas organizações modernas. Se as
equipes não tiverem capacidade de aprender, a organização não terá.” (16)
(15) http://um.motorola.com (16) Senge, Peter. A Quinta Disciplina – Arte e Prática da Organização que Aprende. Editora Best Seller. 1992.
15
CAPÍTULO III : FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO NA EMPRESA EGM –
SETOR DE ESTAMPARIA E IMPRESSÃO
SETOR DE ESTAMPARIA
1. Na transformação de Bobina de alumínio em copos e latas.
1.1) Recebimento de bobinas de alumínio, na ordem de 10 toneladas. Essas
bobinas são alocadas num mandril para abastecimento de uma prensa (Minster) que a
transformará em copos, obedecendo às especificações dimensionais (altura e diâmetro), peso
do óleo lubrificante.
1.2) Após confecção dos copos, os mesmos são transportados por um conveyor a
ar para alimentação de 14 Bodymakers (Bd’s) que por um processo de extrusão os
transformarão em latas, obedecendo às especificações dimensionais conforme padrões
estabelecidos como: altura da lata, profundidade de painel e altura da saia no momento de
corte.
1.3) Nesta fase do processo, a lata está propriamente pronta e recebe os primeiros
testes de rotina, quanto : espessura de parede e flange, resistência quanto à deformação do
fundo e coluna.
Durante esta fase, todas as Bd’s são qualificadas e qualquer valor fora da
especificação, altura da lata, profundidade de painel e resistência quanto ao abaulamento do
fundo e coluna a mesma é parada para ajustes e sofre nova qualificação antes de entrar em
operação.
1.4) Dando continuidade ao processo, após a confecção e aprovação das latas, as
mesmas sofrem o processo de lavagem química (Wacher Machine), onde são retiradas todas as
impurezas orgânicas e inorgânicas deixando-as totalmente limpas, secas e deslizantes para
serem enviadas ao seu cliente interno, ou seja o Setor de Impressão. Nesta fase, a Lavadora
recebe inspeção de qualidade quanto aos parâmetros estabelecidos de Ph, Acides Livre,
Concentração, Mobility, Tratamento e Lavagem Química.
16
SETOR DE IMPRESSÃO
2. No Processo de Impressão.
2.1) Conforme programação de produção elaborada pelo setor de PCP
Corporativo, (Anexo 1) onde determina o rótulo a ser colocado em operação (Cerveja Skol,
Cerveja Brahma, Refrigerantes, etc)..., a máquina (Printer) é preparada :
2.2) Um exemplo para o rótulo de Cerveja Skol, onde o mesmo obtém seis
tonalidades de cor, o Printer é abastecido com tinta em cada tinteiro (no caso 6 tinteiros) e seis
cilindros com placas, por um processo de Flexografia a arte é transportada para a lata. Uma
camada de verniz externa é aplicada sobre a arte para dar um acabamento brilhoso e proteção
quanto a Abrasão, assim como outra aplicação de verniz é aplicada no fundo da lata para
auxiliar nos transportes de ar , tanto no processo interno quanto no cliente no momento de
envase.
2.3) Nesta fase do processo, as latas sofrem inspeção de qualidade quanto às
especificações do rótulo, tonalidades, camada de verniz externo, aplicabilidade de verniz de
fundo e leitura de código de barras. Fase importantíssima no processo, pois qualquer valor fora
das especificações, gera retrabalho contribuindo muito para geração de Spoilage.
2.4) O próximo passo, as latas são transportadas por um Conveyor a ar que
alimentarão um Single filer de 15 máquinas de Inside Spray. Nesta fase do processo, é
aplicada uma camada de Verniz Interno em todo perímetro da lata para que haja uma barreira
protetora do líquido com relação ao alumínio. É fundamental que haja 100% de aplicabilidade
de verniz interno no interior da lata, pois qualquer falha acarretará contaminação de Óxido de
Alumínio no Líquido que é prejudicial à saúde.
São realizados a cada hora, testes de Metal Exposto (medição de mili amperagem)
por um aparelho Enamel Rater com Solução Eletrolítica para se verificar a total aplicabilidade
do verniz interno. Se apresentar valor acima do especificado (5ma), toda produção do
momento é separada para sofrer um retrabalho de Respray, onde certificará 100% de
aplicabilidade do verniz interno.
3) O próximo passo do processo, consiste em reduzir o diâmetro da boca da lata
compatível com o da tampa e formar um flange para que no momento de envase a tampa seja
17
recravada no cliente. A máquina que efetua essa operação se chama Necker Flange e algum
teste de inspeção é verificado como: altura da lata, largura do flange e resistência ao
abaulamento. A partir desse ponto do processo, a lata está totalmente pronta passando apenas
por mais alguns testes de inspeção como:
- Light Tester î injeta um foco de luz no interior da lata para verificar
existência de micro furos na grandeza de 0,000002 ” e uma vez detectado a
lata é eliminada do processo;
- Pressco î por um processo de visão por quatro câmeras, é verificado qualquer
impureza no interior da lata, diâmetro e flange fora de especificação, falha de
aplicação de verniz interno e amassado diversos , onde qualquer anormalidade
a lata é eliminada do processo.
4) Passo seguinte o fluxo é transportado por um Conveyor mecânico até o
equipamento de Paletizer , onde são formados Paletes de 21 camadas, contendo 389 latas em
cada camada totalizando 8,169 latas por Palete.
Neste ponto do processo, onde as latas são acondicionadas em Paletes para serem
enviados ao setor de Armazenagem, as mesmas sofrem outra inspeção como:
- Teste de Metal Exposto (Max 5ma);
- Teste de resistência a Coluna (180Lbf);
Estando os valores dentro das especificações, os paletes são inspecionados quanto
ao seu estado visual e tensionamento das cintas no setor final de linha onde
recebem uma etiqueta de venda e serão transportados para o armazém para serem
expedidos conforme Programa de Venda Corporativo, caso contrário, caso haja
alguma anormalidade, os mesmos são reprovados com um cartão de HFI (Retido
Para Inspeção) e sofrerão uma inspeção a 100% de todo o palete (Super Sorter),
separando as latas boas e eliminando as latas ruins.
18
CAPÍTULO IV : MODELO PROPOSTO PARA ASSEGURAR O PROCESSO DE
FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO DA EMPRESA EGM
1) Agora que já é conhecido o processo de fabricação da lata de alumínio na
empresa EGM, o plano proposto para resolução dos problemas no processo (aplicação da
metodologia Six Sigma) deve partir da alta direção, Presidente e Diretores e dar apoio às
Gerências de fábrica. O plano deve ser participativo e abrangente. O desenvolvimento da
consciência da qualidade deve criar o sentimento de responsabilidade e comprometimento nos
colaboradores. Mostrar para todos a necessidade de fazer bem feito na primeira vez. É desta
empresa que todos tiram os seus sustento e de suas famílias. É com estes colaboradores que a
empresa se desenvolve. É uma parceria. Nesta etapa o Setor de Recursos Humanos tem um
papel fundamental no desenvolvimento de meios para atingir esta consciência de qualidade
(efetuar treinamentos).
2) Deixar claro para todos que evitar desperdício e retrabalho gera lucros. E, estes
lucros podem ser repartidos. A participação nos lucros cria nos colaboradores um senso de
“sociedade” com a empresa. Isto, pode ser conseguido em curto prazo, desde que haja
participação efetiva do RH com total apoio da Gerência de fábrica.
3) Implantar e injetar em todos os colaboradores o Processo de Melhoria Contínua,
onde o cumprimento das rotinas e realização dos testes de Qualidade ao longo da linha, devem
ser realizados dentro das freqüências estabelecidas e qualquer anormalidade , a tomada de
decisão para solução do problema deve ser de imediato e de maneira consciente e rápida.
Deverão ter à vista o quadro de Acompanhamento Geral da Produção, Spoilage, Vendas e de
Reclamações e Devoluções de Clientes para que possam localizar em que situação está o
processo como um todo. Isto gera, no setor, uma dinâmica nova que favorece e intensifica a
comunicação vertical e horizontal. Todos devem ser responsáveis pelo trabalho realizado.
4) Criar equipes para análise dos problemas e processos existentes. Todos os
especialistas das diferentes funções reunidos para tratar o problema proposto se empenharão
em eliminá-lo. Isto permite que os indivíduos participantes realizem-se melhor, tendo maior
satisfação com o trabalho realizado. Estas equipes poderão ser de pessoas de diversos setores
da empresa.
19
5) Utilizar métodos estatísticos na análise dos processos. Treinar todo efetivo com
a metodologia Six Sigma, formar Champions, Black Belts e Green Belts e implantar ao longo
do processo via computador o Software Minitab .
6) Divulgar resultados positivos e também os negativos. O conhecimento deve ser
passado para todos no setor. O conhecimento guardado, não difundido , pode levar a repetição
de um erro já ocorrido. Adotar postura de diálogo e troca de opiniões. A gerência deve ser
participativa para que a equipe tenha o seu espaço.
7) Divulgar para os envolvidos na realização de um trabalho como foi a conclusão
do mesmo. Nada pior do que não obter o retorno de um trabalho ou projeto realizado. A falta
de resposta gera ansiedade e frustração.
Enfim, procurar investir em conscientização, criando um ambiente de
comprometimento e constante aprendizado.
8) Aceito a proposta e realizado treinamento em todos os colaboradores, feito o
levantamento da maior reclamação dos clientes, no caso Metal Exposto, criou-se então um
grupo para aplicar a metodologia Six Sigma e eliminar em definitivo esse problema que serviu
para implantação geral no processo como um todo. (Anexo 2 – encontra-se todo o trabalho
aplicado na Metodologia Six Sigma para o defeito Metal Exposto)
20
ESTIMATIVA DOS RESULTADOS
Com o novo processo, estima-se a obtenção dos seguintes resultados:
1) Garantia da Qualidade Total Assegurada com Zero Defeito no processo.
2) De rápido a médio prazo, espera-se a formação de colaboradores conscientes
do seu papel na organização.
3) O objetivo de Zero Reclamação e Zero Devolução deverá ser alcançado de
imediato com total satisfação dos clientes.
4) Aumento da produtividade.
21
CONCLUSÃO
Concluímos que a evolução do processo de conscientização está centrada na
equipe.
Com base nos conhecimentos adquiridos no presente estudo, para atingir os níveis
desejados de Zero Defeito e Seis Sigma, o enfoque se dará nos colaboradores e na maneira que
os gerentes conduzirão/aplicarão os programas propostos e as mudanças sugeridas para
melhoria dos processos. O sistema deve ser de aprendizado e melhoramento contínuos, com
percepção das atividades e que moldam as ações individuais e criam condições para repetições
de um evento.
Quando as equipes aprendem, elas não só produzem resultados extraordinários
como também seus integrantes cresce com maior rapidez. O aprendizado para obter a
consciência da qualidade vai gerar melhorias não só no ambiente fabril, como na própria
qualidade de vida do colaborador.
A qualidade é o caminho para eliminação de desperdícios e aumento de
produtividade.
Buscando a satisfação total dos clientes, com certeza é o melhor resultado de uma
organização.
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Holanda, Aurélio Buarque de. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª Edição. Editora Nova Fronteira S/A. 1986. Moller, Claus. O Lado Humano da Qualidade. 8ª Edição. Livraria Pioneira Editora. 1994. Crosby, Philip. Quality is Still Free. Editora McGraw-Hill.1996. Qualidade – A Revolução da Administração. Rio de Janeiro. Marques Saraiva. 1990 Controle da Qualidade Handbook. Vol. 1. São Paulo. Makron Books. 1991. Feigenbaum, Armand V. Controle da Qualidade Total. New York. McGraw-Hill. 1961. Controle da Qualidade Total: à Maneira Japonesa. Rio de Janeiro. Ed. Campus. 1993. Douchy, Jean-Marie. Em Direção ao Zero defeito na Empresa. Editora Atlas. São Paulo. 1992. Perez-Wilson, Mario. Seis Sigma. Qualitymark Editora Ltda. Rio de Janeiro. 1999 Senge, Peter. A Quinta Disciplina – Arte e Prática da Organização que Aprende. 11ª Edição. Editora Best Seller. São Paulo. 2002. Howard, Robert. Aprendizado Organizacional. Editora Campus. Rio de Janeiro. 2000.
23
ANEXOS
Anexo 1 – Programa de Produção
Anexo 2 – Trabalho Six Sigma realizado para o defeito Metal Exposto