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PROCESSO Nº 14.367/2017 ASSUNTO: Resolução nº 109/2017 SETI/PR Discussão sobre autonomia das instituições de ensino superior do estado do Paraná. RELATÓRIO - DOS TRABALHOS E TRÂMITES A Resolução 109/2017 exarada pela SETI/PR de 08/08/2017, levando em consideração o Plano de Metas 2015-2018 do Governo do Estado do Paraná, constituiu grupo de trabalho, composto pelos reitores das IEES do PR, sob a coordenação da APIESP, para promover discussões junto as comunidades universitárias sobre a autonomia universitária, com prazo de 45(quarenta e cinco) dias. O processo teve o encaminhamento que segue: Em 31/08/2017, houve a expedição da Resolução Universitária nº 019 de 31/08/2017, com início da discussão e chamamento da comunidade universitária para discussões inerentes à autonomia universitária. Em 05/09/2017, expediu-se o Oficio Circular 03/2017 do Conselho Universitária, convocando a comunidade Universitária para as discussões. Em 27/09/2017, foi apresentada a síntese do seminário sobre as experiências das instituições, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá. Em 28/09/2017, deu-se a aprovação em reunião do Conselho Universitária (Res.Univ. nº20 de 28/09/2017), do documento elaborado pelo grupo de trabalho da APIESP, sob o Título “Princípios da Autonomia das Universidades do estado do Paraná”, que aborda três grandes linhas: autonomia didático científica, autonomia de gestão financeira e administrativa, pressupostos básicos, e considerações sobre medidas imediatas. Na mesma data foi constituída a Comissão da Autonomia Universitária (Res.Univ. nº21 de 28/09/2017), tendo sido determinada a composição com 23(vinte e três) membros, sendo cinco pró-reitores, seis chefes de setores de conhecimento, um representante do SINTESPO, um representando do SINDUEPG, quatro representantes dos conselhos universitários, sendo um do Conselho de Administração CA e três do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão CEPE, dois representantes dos técnicos, membros do Conselho de Administração, dois representantes dos alunos de graduação e, um representante dos alunos de pós-graduação. Sendo esta comissão empossada no dia 04/10/2017, com tempo de trabalho estipulado em

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PROCESSO Nº 14.367/2017 ASSUNTO: Resolução nº 109/2017 – SETI/PR – Discussão sobre autonomia das instituições de ensino superior do estado do Paraná. RELATÓRIO - DOS TRABALHOS E TRÂMITES

A Resolução 109/2017 exarada pela SETI/PR de 08/08/2017, levando em

consideração o Plano de Metas 2015-2018 do Governo do Estado do Paraná,

constituiu grupo de trabalho, composto pelos reitores das IEES do PR, sob a

coordenação da APIESP, para promover discussões junto as comunidades

universitárias sobre a autonomia universitária, com prazo de 45(quarenta e cinco)

dias.

O processo teve o encaminhamento que segue:

Em 31/08/2017, houve a expedição da Resolução Universitária nº 019 de

31/08/2017, com início da discussão e chamamento da comunidade universitária para

discussões inerentes à autonomia universitária. Em 05/09/2017, expediu-se o Oficio

Circular 03/2017 do Conselho Universitária, convocando a comunidade Universitária

para as discussões. Em 27/09/2017, foi apresentada a síntese do seminário sobre as

experiências das instituições, Universidade Tecnológica Federal do Paraná,

Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá. Em

28/09/2017, deu-se a aprovação em reunião do Conselho Universitária (Res.Univ.

nº20 de 28/09/2017), do documento elaborado pelo grupo de trabalho da APIESP, sob

o Título “Princípios da Autonomia das Universidades do estado do Paraná”, que

aborda três grandes linhas: autonomia didático científica, autonomia de gestão

financeira e administrativa, pressupostos básicos, e considerações sobre medidas

imediatas.

Na mesma data foi constituída a Comissão da Autonomia Universitária

(Res.Univ. nº21 de 28/09/2017), tendo sido determinada a composição com 23(vinte

e três) membros, sendo cinco pró-reitores, seis chefes de setores de conhecimento,

um representante do SINTESPO, um representando do SINDUEPG, quatro

representantes dos conselhos universitários, sendo um do Conselho de Administração

CA e três do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão CEPE, dois representantes

dos técnicos, membros do Conselho de Administração, dois representantes dos

alunos de graduação e, um representante dos alunos de pós-graduação. Sendo esta

comissão empossada no dia 04/10/2017, com tempo de trabalho estipulado em

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aproximadamente um mês, em face ao prazo solicitado pela APIESP junto a SETI/PR

de 30(trinta) dias, para aprofundamento dos estudos.

Em 04/10/2017, tiveram início os trabalhos, com a posse da comissão e

escolha pelos membros do grupo de trabalho, dos Professores Emerson M.

Hilgenberg e Gilmar B. Mazurek, como presidente e relator respectivamente (Portaria

462/2017), sendo que o SINDUEPG optou por não se fazer representar no grupo de

trabalho.

Nesta primeira reunião, a Diretoria Financeira e Pró Reitoria de Recursos

Humanos PRORH, procederam a apresentação da situação da Universidade Estadual

de Ponta Grossa, nos moldes dos apresentados pelas demais universidades

estaduais paranaenses, sendo que o número em especial apresentado foi de 0,906%,

da Receita Tributária Líquida do Estado, no ano de 2016, e se procederam discussões

acerca do mesmo, diversos membros da comissão manifestaram suas preocupações

tratando das implicações de um número específico sobre as receitas governamentais,

que pudessem garantir a autonomia nos termos pensados pela APIESP, assim como

preocupação com a isonomia de cargos e remunerações, questões acerca da

legislação aplicável e pontos que divergiriam dos conceitos presentes no atual

ordenamento e, levantamento de pontos sobre o que já vem ocorrendo em outros

Estados da federação e nas Instituições federais. Assim, a comissão decidiu buscar

um levantamento das informações das universidades federais, em especial a UTFPR,

pela facilidade de acesso, e rever os documentos e planilhas já elaborados pela UEL

e UEM, e encaminhamentos tomados por estas.

Em 09/10/2017, reuniu-se a comissão e foram apresentadas as primeiras

projeções em relação a evolução da RTL em confronto com os números e expectativas

previstas para a Universidade Estadual de Ponta Grossa, em determinados patamares

de receita tributária e percentuais destinados à educação superior.

Em 11/10/2017, em reunião do Conselho Universitário foram apresentados

os encaminhamentos e alguns números pelo grupo de trabalho, e sugerida reunião

com os membros dos grupos de trabalho das demais IES`s.

Em reunião do dia 17/10/2017, do grupo de trabalho, foram apresentadas

as metodologias das Universidades, Prof. Alexandre Camilo, UEM, Profa. Maria

Salete Gomes Vaz, UEL, e, técnico Marcos Vinicius Fidelis, UTFPR, definindo-se os

membros que estariam presentes nos trabalhos no dia 18/10/2017, com os

representantes das demais universidades.

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Em 18/10 foi realizada reunião contando com representantes da UEL, UEM,

Unicentro e/UENP, o representante da UENP explanou dados da Unespar. Nesta

reunião, durante a manhã, UEL, UEM, Unicentro e UENP apresentaram seus dados

e seus trabalhos, e demonstraram que o principal aspecto da autonomia estaria na

definição de um índice. Na parte da tarde apuraram-se as principais diferenças entre

as metodologias e base de cálculo dos percentuais estabelecidas pelas IEES. Após

adequações às bases de cálculo, foi observada a média dos últimos anos, para

estabelecer o percentual suficiente para as instituições. O coeficiente que se mostrou

ideal para a maioria das instituições foi de 85% para pessoal, considerando-se

reposições salariais e de pessoal, e o restante para despesas de custeio (85/15).

Presentes estas premissas, o coeficiente de 8,5% (oito inteiros e cinquenta

centésimos por cento) da receita tributária líquida de 8,5%, é considerado ideal, como

base para negociação, com o governo do Estado do Paraná. Este percentual resultaria

um índice de 12,64% para a UEPG, representativo de 1,07% da Receita Tributária

Líquida do estado. Os trabalhos deste dia foram concluídos com sugestões de

modificações na redação do documento da APIESP.

Em 20/10/2017, a comissão teve sua derradeira reunião, com a

apresentação a todos os membros do grupo dos resultados da reunião efetuado no

dia 18/10/2017, e considerações acerca da redação do relatório final a ser

apresentado ao Conselho Universitário. Nesta reunião houve a manifestação do grupo

de estudantes demonstrando sua preocupação com a exiguidade do tempo para

discussões desta comissão, e que não houve o esgotamento do assunto, não se tendo

tratado de problemas relevantes para o meio estudantil, tais como as políticas do

restaurante universitário, e dos anseios da comunidade universitária, no tocante as

demais demandas didático pedagógicas e de gestão financeira e administrativa, tendo

o grupo a preocupação de elaborar um índice, adjeto unicamente ao espectro

financeiro da questão, e asseveram do tempo de estudo que as demais instituições já

vem se debruçando sobre o tema, sugerindo uma continuidade e ampliação dos

espectros dos estudos aqui conduzidos. Também houveram demonstrações de

preocupações quanto as discussões sobre política docente em processo na

instituição, haja visto as situações propostas no documento da APIESP estes estudos

seriam improdutivos neste momento.

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- DO PARECER

- DOS ASPECTOS LEGAIS DA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA.

A constituição federal de 1988, e suas diversas emendas, em seu art. 206,

inc. IV, garante a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, observe-

se que não restringe a nível de ensino, o art. 207 da carta magna prevê a autonomia

didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial.

A Lei 9394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,

em seus artes. 53 a 57, assegura os meios necessários ao exercício da autonomia

das universidades.

Em termos didático-pedagógico traça diretrizes que estão basicamente

contempladas no documento objeto do presente processo, e fixa alguns parâmetros

de disposições financeiras, aonde caberias aos colegiados das instituições de ensino

superior, a decisão sobre as políticas didático-pedagógicas e de uso de recursos nos

termos dos orçamentos disponíveis, mas não traça um percentual obrigatório, tal qual

feito relativamente ao ensino básico e médio.

A constituição do estado do Paraná, dispõem sobre a autonomia

universitária em seu art. 180, praticamente nos mesmos termos da constituição

federal, acrescenta no art.181, a garantia de manutenção dos recursos necessários,

em termos reais, do quadro de pessoal, constante do orçamento do ano anterior.

Em termos jurídicos o documento da APIESP está alinhado com a

legislação nacional e paranaense prevalecendo ainda a discussão quanto a garantias

de gestão financeira e orçamentária, que não podem ser dissociadas das questões

didático pedagógicas.

DOS ASPECTOS FINANCEIROS

Evolução da receita tributária líquida

A receita tributária líquida do Estado do Paraná (RTL), definida como a

receita de tributos deduzida dos valores obrigatoriamente repassados ao FUNDEB foi

eleita como indexador para o cálculo do repasse às universidades.

Conforme demonstra a tabela 1, a RTL vem crescendo a taxas reais

positivas (exceto em 2009) e tem um crescimento real (ou seja, acima da inflação)

médio da ordem de 4,69%.

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TABELA 1 – Evolução da receita corrente líquida do estado do Paraná (2007 – 2017)

Ano Receita Tributária

Líquida (em R$ milhões)

RTL (em R$ milhões

de 2016)

Var % Anual RTL (nominal)

Var. % Anual Real (base 2016)

2007 10.366.525 18.116.301 - -

2008 11.940.997 19.705.205 15,19% 8,77%

2009 12.409.433 19.632.082 3,92% -0,37%

2010 13.964.815 20.861.890 12,53% 6,26%

2011 16.096.402 22.578.634 15,26% 8,23%

2012 18.218.214 24.147.148 13,18% 6,95%

2013 21.259.382 26.605.641 16,69% 10,18%

2014 23.424.047 27.551.382 10,18% 3,55%

2015 26.396.900 28.054.625 12,69% 1,83%

2016 28.063.665 28.063.665 6,31% 0,03%

2017 29.576.911 * 28.655.324 ** 5,23% 2,11%

MÉDIA 11,04% 4,69%

Fonte: Balanços do Estado do Paraná Notas: * A RTL foi estimada para 2017 a partir de uma regressão linear. ** A RTL em milhões de 2016 levou em conta a inflação estimada de 3,06%

a.a. contida no Boletim Focus de 20/10/2017.

Entre os anos de 2008 e 2017, a RTL teve um crescimento acumulado de

aproximadamente 184% em termos nominais. Mesmo considerando a inflação do

período (medida pelo IPCA), o crescimento acumulado foi de 58,17%, considerando-

se uma estimativa linear da RTL para 2017 com base no comportamento histórico e

uma inflação estimada de 3,06% a.a. (figura 1).

FIGURA 1 – Crescimento acumulado da RTL entre 2008 e 2017

Fonte: Cálculos do grupo de trabalho

0%

30%

60%

90%

120%

150%

180%

210%

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Cresc. Acum. Nominal

Cresc. Acum. Real

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Orçamento versus evolução da receita tributária líquida

Historicamente, a UEPG executa um orçamento que representa em média,

considerados os últimos dez anos, 0,77% da RTL, conforme demonstra a tabela 2.

TABELA 2 – Receita corrente líquida do estado do Paraná versus orçamento executado pela UEPG (2007 – 2017)

Ano Receita

Tributária Líquida (em R$ milhões)

Orçamento UEPG

(R$ milhões)

% da RTL (nominal)

recebido pela UEPG

2007 10.366.525 72.968 0,70%

2008 11.940.997 89.063 0,75%

2009 12.409.433 100.354 0,81%

2010 13.964.815 109.514 0,78%

2011 16.096.402 119.147 0,74%

2012 18.218.214 129.106 0,71%

2013 21.259.382 155.909 0,73%

2014 23.424.047 174.621 0,75%

2015 26.396.900 212.634 0,81%

2016 28.063.665 245.185 0,87%

2017 29.576.911 * 251.741 0,84%

MÉDIA 0,77%

Fonte: Balanços do Estado do Paraná Notas: * A RTL foi estimada para 2017 a partir de uma regressão linear.

Despesas de pessoal e encargos versus orçamento total

Conforme demonstra a tabela 3, historicamente as despesas de pessoal

superam 90% do orçamento total. Na série considerada, o percentual ficou abaixo

deste patamar apenas no ano de 2008, quando a no qual a UEPG recebeu recursos

para investimento num montante que destoa consideravelmente do orçamento dos

demais anos (figura 2).

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TABELA 3 – Evolução das despesas e encargos e da folha de pagamento da

UEPG (2007 – 2017)

Ano Despesas Pessoal e

Encargos Total % Folha sobre Total

2007 68.723.302,48 72.968.148,94 94,18%

2008 77.870.909,90 89.062.707,89 87,43%

2009 92.032.260,52 100.354.083,27 91,71%

2010 101.353.380,66 109.514.071,73 92,55%

2011 109.832.103,24 119.146.978,76 92,18%

2012 120.020.702,95 129.105.612,20 92,96%

2013 146.224.146,47 155.908.965,24 93,79%

2014 159.570.774,45 174.621.405,11 91,38%

2015 199.657.893,62 212.633.711,94 93,90%

2016 238.898.688,25 245.184.899,70 97,44%

2017 243.708.675,00 248.541.062,00 98,06%

MÉDIA 93,23%

Fonte: Balanços do Estado do Paraná

FIGURA 2 – Orçamento para investimento na UEPG entre 2007 e 2017

Fonte: elaborado pelo grupo de trabalho

Impacto estimado na folha da UEPG em 2018 com a contratação de todas as

vagas livres

A pedido do Grupo de Trabalho, a PRORH realizou um levantamento a

respeito do quantitativo de cargos estabelecido pelo Decreto nº 6.676/2006 (no caso

de Agentes Universitários) e na Lei nº 16.555/2010 (Professores).

191.579,17

4.747.538,05

1.161.552,52

0,00

559.199,28

0,00 0,00

106.179,16

0,00 0,00 0,00 -

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

4.000.000

4.500.000

5.000.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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Os resultados são mostrados na tabela 4 e os valores para cálculo do

impacto levaram em consideração o salário médio dos docentes (Mestre com TIDE) e

agentes, acrescido dos encargos patronais.

TABELA 4 – Estimativa do impacto anual na folha da UEPG com o preenchimento de todos os cargos existentes

Cargo Quantidade de vagas

Cargos Ocupados

Cargos Livres Custo unitário p/ preencher os cargos livres

Custo mensal p/preencher os cargos livres

Custo anual p/preencher os cargos livres

Agente Univ. Nível Superior

140

97

43

6.804,33

292.586,33

3.900.175,80

Agente Univ. Nível Médio

390

308

82

2.952,26

242.084,98

3.226.992,83

Agente Univ. Nível Operacional

459

297

162

2.193,54

355.353,09

4.736.856,71

Total Agente Universitário

989

702

287

Professor Ensino Superior

1018

739

279

9.312,11

2.598.079,22

34.632.396,00

TOTAL

4

6.496.421,35

Fonte: PRORH

Avaliou-se também os eventuais impactos no orçamento originados do

crescimento vegetativo (estimado em 2% a.a.), da reposição da inflação (data-base),

que totaliza 8,53% até maio de 2017, bem como com o preenchimento de 90% dos

cargos, conforme tabela 5.

TABELA 5 – Estimativa do impacto anual na folha da UEPG Referencias Valores Total

Base 243.708.675,00

Cresc. Vegetativo (2%) 4.874.173,50 248.582.848,50

Reposição (8,53% até maio/17) 21.204.116,98 269.786.965,48

Contratações (90%) 45.419.805,00 315.206.770,48

Fonte: Grupo de trabalho

Do percentual proposto ao Governo do Estado e da cota destinada a UEPG

Como resultado da reunião realizada no dia 18/10/2017 entre os

representantes dos grupos de trabalho das diversas IES, elaborou-se um índice,

calculado em relação a RTL, capaz de atender as necessidades das instituições

presentes e também um critério de distribuição deste índice entre as IES.

O critério utilizado foi a média, calculada para os anos de 2014, 2015 e 2016

dos percentuais recebidos por cada IES em relação ao total dos valores a elas

destinados pelo Governo do Estado (tabela 6).

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TABELA 6 – Percentual em relação ao orçamento total executado pelas IES de 2014 a 2016

IES 2014 % 2015 % 2016 % MÉDIA

UEL 351.251.959,98 25,46% 418.403.906,51 25,01% 491.752.325,72 24,72% 25,06%

UEM 367.031.092,90 26,60% 434.553.788,39 25,97% 514.631.558,36 25,87% 26,15%

UEPG 174.621.405,11 12,66% 214.929.729,70 12,85% 247.149.202,05 12,42% 12,64%

UNIOESTE 198.191.295,01 14,36% 247.448.849,14 14,79% 303.687.016,29 15,27% 14,81%

UNICENTRO 138.847.644,80 10,06% 167.170.129,10 9,99% 199.397.648,58 10,02% 10,03%

UNESPAR 96.287.379,05 6,98% 126.093.888,99 7,54% 157.535.482,19 7,92% 7,48%

UENP 53.475.646,33 3,88% 64.371.794,87 3,85% 75.198.447,73 3,78% 3,83%

TOTAL 1.379.706.423,18 100,00% 1.672.972.086,70 100,00% 1.989.351.680,92 100,00% 100,00%

Fonte: Elaborado pelos grupos de trabalho a partir de dados do Balanço consolidado estado do Paraná

O índice proposto pelo grupo de trabalho foi de 8,5% da receita tributária

líquida para o ano de 2018, distribuído conforme tabela 7.

TABELA 7 – Distribuição do percentual proposto de 8,5% da RTL entre as universidades IES % da RTL Universidade Estadual de Londrina 2,1303%

Universidade Estadual de Maringá 2,2226%

Universidade Estadual de Ponta Grossa 1,0746%

UNIOESTE 1,2586%

UNICENTRO 0,8522%

UNESPAR 0,6357%

UENP 0,3259%

TOTAL 8,5000%

Fonte: Elaborado pelos grupos de trabalho.

Análise de Cenários

O Anexo ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018 projeta

uma receita tributária de R$ 33.424,15 milhões e uma RTL de R$ 28.444,97 milhões.

O crescimento histórico (médio) da RTL entre os anos de 2007 e 2016 foi da

ordem de 11,70% a.a. em termos nominais e de 4,98% em termos reais, como

demonstrado na tabela 8.

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TABELA 8 – Crescimento da RTL do estado do Paraná entre 2007 e 2016

Ano Rec. Trib. Liq. (em R$)

Var. %

nominal Var. % real

2007 10.366.524.684,37

2008 11.940.997.195,89 15,19% 8,77%

2009 12.409.432.999,62 3,92% -0,37%

2010 13.964.814.850,97 12,53% 6,26%

2011 16.096.401.858,07 15,26% 8,23%

2012 18.218.213.507,14 13,18% 6,95%

2013 21.259.382.466,02 16,69% 10,18%

2014 23.424.047.393,66 10,18% 3,55%

2015 26.396.900.469,72 12,69% 1,83%

2016 28.063.665.471,25 6,31% 0,03%

Cresc. médio 11,70% 4,98%

Fonte: Balanços do Estado do Paraná

Já a receita efetivamente arrecada até o dia 20 de outubro foi de R$

29.384.656.838,41 segundo o Governo do Paraná. A projeção com base nos dados

históricos sinaliza uma RTL da ordem de R$ 32 bilhões para o ano de 2018 (figura 2).

FIGURA 2 – Projeção da receita tributária líquida para 2018

Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.

-

5.000.000.000

10.000.000.000

15.000.000.000

20.000.000.000

25.000.000.000

30.000.000.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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TABELA 9 – Valores de orçamento em 2018 considerando um percentual de 8,5% da RTL de acordo com diferentes estimativas

IES Estimativa Governo

Estimativa Cresc.

Histórico

Universidade Estadual de Londrina 605.965.128,55 681.698.174,18

Universidade Estadual de Maringá 632.231.419,82 711.247.205,89

Universidade Estadual de Ponta

Grossa 305.670.805,71 343.873.302,82

UNIOESTE 358.009.745,63 402.753.522,33

UNICENTRO 242.420.680,61 272.718.226,79

UNESPAR 180.811.897,56 203.409.626,45

UENP 92.712.772,13 104.299.941,54

TOTAL 2.417.822.450,00 2.720.000.000,00

Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.

Caso o parâmetro a ser adotado seja uma regra do tipo 85/15, ou seja, 85%

do orçamento gasto com pessoal e o restante com custeio e investimento, o índice

necessário para obedecê-la, levando em conta a folha para o ano de 2017 é

mostrado na tabela 10, a qual também mostra o índice necessário para cumprir uma

regra do tipo 90/10.

TABELA 10 – Índices (% da RTL) necessários para obedecer a regras de alocação de orçamento

% RTL

% Despesas Pessoal e Encargos

(Em 2017) Custeio e

Investimento TOTAL

REGRA 85/15 248.582.848,50 43.867.561,50 292.450.410,00

Estimada Governo 8,132% 248.582.848,50 43.867.561,50 292.450.410,00

Cresc. Histórico 7,229% 248.582.848,50 43.867.561,50 292.450.410,00

REGRA 90/10 248.582.848,50 27.620.316,50 276.203.165,00

Estimada Governo 7,681% 248.582.848,50 27.620.316,50 276.203.165,00

Cresc. Histórico 6,827% 248.582.848,50 27.620.316,50 276.203.165,00

Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.

Considerando os dados da tabela 5, a relação de gastos com pessoal e o

total, num cenário de repasse de 8,5% da RTL e que a receita efetiva seja a estimada

pelo Governo do Estado é mostrada na tabela 11. Pode-se verificar que a regra 85/15

só permitiria, de início, acomodar o crescimento vegetativo previsto na folha (da ordem

de 2% a.a.).

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TABELA 11 – Comprometimento do orçamento com gastos com pessoal em relação ao orçamento (8,5% sobre a RTL estimada pelo Governo)

Despesas Pessoal e Encargos

Custeio e Investimento

TOTAL Pessoal/

total

Base (folha 2017) 243.708.675,00 61.962.130,71 305.670.805,71 79,73%

Cresc. Vegetativo (2%) 248.582.848,50 57.087.957,21 305.670.805,71 81,32%

Reposição (8,53% até

maio de 2017) 269.786.965,48 35.883.840,23 305.670.805,71 88,26%

Contratações (90%) 315.206.770,48 (9.535.964,77) 305.670.805,71 103,12%

Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.

Considerando um repasse de 8,5% para as IES calculado sobre uma receita

de R$ 32 bilhões, ainda assim, a regra 85/15 só permitiria inicialmente acomodar o

crescimento vegetativo previsto na folha (da ordem de 2% a.a.).

TABELA 12 – Comprometimento do orçamento com gastos com pessoal em relação ao orçamento (8,5% sobre uma RTL estimada de R$ 32 bilhões)

Despesas

Pessoal e

Encargos

Custeio e

Investimento TOTAL

Pessoal/

total

Base (folha 2017) 243.708.675,00 100.164.627,82 343.873.302,82 70,87%

Cresc. Vegetativo (2%) 248.582.848,50 95.290.454,32 343.873.302,82 72,29%

Reposição (8,53% até

maio de 2017) 269.786.965,48 74.086.337,35 343.873.302,82 78,46%

Contratações (90%) 315.206.770,48 28.666.532,35 343.873.302,82 91,66%

Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.

Da emenda ao documento elaborado pela APIESP em 03 de outubro de

2017

O grupo de trabalhos instituído pelo Conselho Universitário de nossa

Universidade, a partir do que foi discutido em reuniões anteriores e também naquilo

que foi estabelecido em conjunto com a maioria das instituições de ensino superior do

Paraná, presentes em Ponta Grossa no dia 18 de outubro, elaborou proposta de

modificação da parte final do documento da APIESP a ser encaminhado ao governo

estadual, nos termos que seguem abaixo:

“IV – Considerações Gerais quanto aos Recursos Financeiros para o ano de 2018

A construção dessa autonomia implica um período de transição durante o ano de 2018, período em que

as assimetrias institucionais serão discutidas com vistas à definição de um índice de financiamento da

Educação Superior baseada da Receita Tributária Líquida do Estado. Durante essa transição ficarão

assegurados para as universidades recursos financeiros, excluídos os recursos destinados aos hospitais

universitários, calculados, mensalmente, com base na Receita Tributária Líquida (RTL) do estado do

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Paraná, sendo que tais valores destinados mensalmente para as IEES, no ano de 2018 não poderão ser

inferiores a 8,5% da RTL do Estado. Os percentuais relativos a cada Instituição deverão ser calculados

com base na média da participação relativa dos anos de 2014, 2015 e 2016, ou seja:

I. 2,13 % (UEL)

II. 2,22 % (UEM)

III. 0,33 % (UENP)

IV. 1,07 % (UEPG)

IV. 0,64 % (UNESPAR)

VI. 0,85 % (UNICENTRO)

VII. 1,26 % (UNIOESTE)

Acrescente-se que:

1. Os recursos serão depositados em contas específicas de cada IEES até o décimo dia útil do mês

subsequente ao mês de realização da RLT.

2. O atraso na liberação implicará na responsabilização das autoridades competentes, na forma da

Lei.

3. Os superávits financeiros a partir do ano de 2018 serão mantidos em conta própria, pertencente

a cada IEES, cabendo a elas a prerrogativa de alocar ao orçamento dos exercícios seguintes a

viabilidade de sua execução.

4. Não serão consideradas as liberações do Tesouro Estadual originárias de repasse de

financiamentos concedidos a projetos específicos ou obtidos mediante convênios, emedas

parlamentares, recursos próprios, bem como os rendimentos de aplicações financeiras.

Os hospitais universitários integram a estrutura organizacional das universidades e serviços públicos da saúde na forma do artigo 198 na constituição federal, e seus recursos orçamentários e financeiros deverão constar de projeto/atividade específica vinculado a Secretária de Estado da Saúde do Paraná”

Considerações

Considerando a exiguidade do tempo, esta comissão limitou-se a discussão

de um índice para apresentar ao Conselho Universitário, e não foi capaz de apreciar

outros pontos importantes para a autonomia, quais sejam, a discussão de

mecanismos de democracia interna, necessários para gerir o orçamento da UEPG, o

desenho de políticas estudantis (que envolvem, por exemplo, uma política de preços

para o Restaurante Universitário e questões de moradia, dentre outras). Tampouco foi

possível realizar uma análise mais aprofundada da atual conjuntura enfrentada pelas

universidades no Paraná.

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Isto posto, sugere-se a manutenção do atual grupo de trabalho, ou a criação

de outro para dar continuidade às discussões relativas a autonomia universitária, a

exemplo dos trabalhos que já tiveram desenvolvimento em outras instituições.

Também no que diz respeito a aspectos relevantes da autonomia, este

grupo de trabalho recomenda que as discussões sobre modificações na política

docente sejam suspensas, haja vista que no presente momento são inoportunas.

Caso as discussões sobre a autonomia avancem no governo do Estado, os grupos de

trabalho consideram que deverá existir uma política docente razoavelmente

homogênea entre todas as IES, razão pela qual discutir neste momento tal política

apenas no âmbito da UEPG seria inadequado.

No que se refere ao estabelecimento de um índice, deve-se considerar que,

embora a proposta de 8,5% da RTL não atenda de imediato a totalidade das

necessidades orçamentárias e de pessoal, que vem se acumulando nos últimos anos

na UEPG, ela nos parece bastante adequada tendo em vista o crescimento esperado

da RTL nos próximos anos e o consequente crescimento no orçamento da

universidade.

Conforme ficou demonstrado, a RTL cresce a taxas próximas a 5% ao ano

em termos reais, o que possibilitaria, a curto e médio prazos, equacionar vários

gargalos que a universidade atualmente não é capaz de enfrentar pela simples falta

de recursos financeiros.

Do voto

Feitas todas as considerações acima, este relator é de parecer favorável à

aprovação deste relatório nos termos em que se encontra e também ao

encaminhamento a SETI/PR do documento elaborado pela APIESP com os adendos

realizados pelos grupos de trabalho da maioria das instituições de ensino superior do

estado do Paraná, sinalizando para a Reitoria o percentual de 8,5% da Receita

Tributária Liquida como adequado para o ano de 2018, sugerindo a continuidade das

discussões sobre a autonomia universitária no âmbito da instituição, com uma

amplitude maior.

Por fim, solicita igual posicionamento dos membros do Conselho

Universitário desta Universidade.

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Gilmar Batista Mazurek

Relator