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PROCESSO Nº 14.367/2017 ASSUNTO: Resolução nº 109/2017 – SETI/PR – Discussão sobre autonomia das instituições de ensino superior do estado do Paraná. RELATÓRIO - DOS TRABALHOS E TRÂMITES
A Resolução 109/2017 exarada pela SETI/PR de 08/08/2017, levando em
consideração o Plano de Metas 2015-2018 do Governo do Estado do Paraná,
constituiu grupo de trabalho, composto pelos reitores das IEES do PR, sob a
coordenação da APIESP, para promover discussões junto as comunidades
universitárias sobre a autonomia universitária, com prazo de 45(quarenta e cinco)
dias.
O processo teve o encaminhamento que segue:
Em 31/08/2017, houve a expedição da Resolução Universitária nº 019 de
31/08/2017, com início da discussão e chamamento da comunidade universitária para
discussões inerentes à autonomia universitária. Em 05/09/2017, expediu-se o Oficio
Circular 03/2017 do Conselho Universitária, convocando a comunidade Universitária
para as discussões. Em 27/09/2017, foi apresentada a síntese do seminário sobre as
experiências das instituições, Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá. Em
28/09/2017, deu-se a aprovação em reunião do Conselho Universitária (Res.Univ.
nº20 de 28/09/2017), do documento elaborado pelo grupo de trabalho da APIESP, sob
o Título “Princípios da Autonomia das Universidades do estado do Paraná”, que
aborda três grandes linhas: autonomia didático científica, autonomia de gestão
financeira e administrativa, pressupostos básicos, e considerações sobre medidas
imediatas.
Na mesma data foi constituída a Comissão da Autonomia Universitária
(Res.Univ. nº21 de 28/09/2017), tendo sido determinada a composição com 23(vinte
e três) membros, sendo cinco pró-reitores, seis chefes de setores de conhecimento,
um representante do SINTESPO, um representando do SINDUEPG, quatro
representantes dos conselhos universitários, sendo um do Conselho de Administração
CA e três do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão CEPE, dois representantes
dos técnicos, membros do Conselho de Administração, dois representantes dos
alunos de graduação e, um representante dos alunos de pós-graduação. Sendo esta
comissão empossada no dia 04/10/2017, com tempo de trabalho estipulado em
aproximadamente um mês, em face ao prazo solicitado pela APIESP junto a SETI/PR
de 30(trinta) dias, para aprofundamento dos estudos.
Em 04/10/2017, tiveram início os trabalhos, com a posse da comissão e
escolha pelos membros do grupo de trabalho, dos Professores Emerson M.
Hilgenberg e Gilmar B. Mazurek, como presidente e relator respectivamente (Portaria
462/2017), sendo que o SINDUEPG optou por não se fazer representar no grupo de
trabalho.
Nesta primeira reunião, a Diretoria Financeira e Pró Reitoria de Recursos
Humanos PRORH, procederam a apresentação da situação da Universidade Estadual
de Ponta Grossa, nos moldes dos apresentados pelas demais universidades
estaduais paranaenses, sendo que o número em especial apresentado foi de 0,906%,
da Receita Tributária Líquida do Estado, no ano de 2016, e se procederam discussões
acerca do mesmo, diversos membros da comissão manifestaram suas preocupações
tratando das implicações de um número específico sobre as receitas governamentais,
que pudessem garantir a autonomia nos termos pensados pela APIESP, assim como
preocupação com a isonomia de cargos e remunerações, questões acerca da
legislação aplicável e pontos que divergiriam dos conceitos presentes no atual
ordenamento e, levantamento de pontos sobre o que já vem ocorrendo em outros
Estados da federação e nas Instituições federais. Assim, a comissão decidiu buscar
um levantamento das informações das universidades federais, em especial a UTFPR,
pela facilidade de acesso, e rever os documentos e planilhas já elaborados pela UEL
e UEM, e encaminhamentos tomados por estas.
Em 09/10/2017, reuniu-se a comissão e foram apresentadas as primeiras
projeções em relação a evolução da RTL em confronto com os números e expectativas
previstas para a Universidade Estadual de Ponta Grossa, em determinados patamares
de receita tributária e percentuais destinados à educação superior.
Em 11/10/2017, em reunião do Conselho Universitário foram apresentados
os encaminhamentos e alguns números pelo grupo de trabalho, e sugerida reunião
com os membros dos grupos de trabalho das demais IES`s.
Em reunião do dia 17/10/2017, do grupo de trabalho, foram apresentadas
as metodologias das Universidades, Prof. Alexandre Camilo, UEM, Profa. Maria
Salete Gomes Vaz, UEL, e, técnico Marcos Vinicius Fidelis, UTFPR, definindo-se os
membros que estariam presentes nos trabalhos no dia 18/10/2017, com os
representantes das demais universidades.
Em 18/10 foi realizada reunião contando com representantes da UEL, UEM,
Unicentro e/UENP, o representante da UENP explanou dados da Unespar. Nesta
reunião, durante a manhã, UEL, UEM, Unicentro e UENP apresentaram seus dados
e seus trabalhos, e demonstraram que o principal aspecto da autonomia estaria na
definição de um índice. Na parte da tarde apuraram-se as principais diferenças entre
as metodologias e base de cálculo dos percentuais estabelecidas pelas IEES. Após
adequações às bases de cálculo, foi observada a média dos últimos anos, para
estabelecer o percentual suficiente para as instituições. O coeficiente que se mostrou
ideal para a maioria das instituições foi de 85% para pessoal, considerando-se
reposições salariais e de pessoal, e o restante para despesas de custeio (85/15).
Presentes estas premissas, o coeficiente de 8,5% (oito inteiros e cinquenta
centésimos por cento) da receita tributária líquida de 8,5%, é considerado ideal, como
base para negociação, com o governo do Estado do Paraná. Este percentual resultaria
um índice de 12,64% para a UEPG, representativo de 1,07% da Receita Tributária
Líquida do estado. Os trabalhos deste dia foram concluídos com sugestões de
modificações na redação do documento da APIESP.
Em 20/10/2017, a comissão teve sua derradeira reunião, com a
apresentação a todos os membros do grupo dos resultados da reunião efetuado no
dia 18/10/2017, e considerações acerca da redação do relatório final a ser
apresentado ao Conselho Universitário. Nesta reunião houve a manifestação do grupo
de estudantes demonstrando sua preocupação com a exiguidade do tempo para
discussões desta comissão, e que não houve o esgotamento do assunto, não se tendo
tratado de problemas relevantes para o meio estudantil, tais como as políticas do
restaurante universitário, e dos anseios da comunidade universitária, no tocante as
demais demandas didático pedagógicas e de gestão financeira e administrativa, tendo
o grupo a preocupação de elaborar um índice, adjeto unicamente ao espectro
financeiro da questão, e asseveram do tempo de estudo que as demais instituições já
vem se debruçando sobre o tema, sugerindo uma continuidade e ampliação dos
espectros dos estudos aqui conduzidos. Também houveram demonstrações de
preocupações quanto as discussões sobre política docente em processo na
instituição, haja visto as situações propostas no documento da APIESP estes estudos
seriam improdutivos neste momento.
- DO PARECER
- DOS ASPECTOS LEGAIS DA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA.
A constituição federal de 1988, e suas diversas emendas, em seu art. 206,
inc. IV, garante a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, observe-
se que não restringe a nível de ensino, o art. 207 da carta magna prevê a autonomia
didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial.
A Lei 9394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
em seus artes. 53 a 57, assegura os meios necessários ao exercício da autonomia
das universidades.
Em termos didático-pedagógico traça diretrizes que estão basicamente
contempladas no documento objeto do presente processo, e fixa alguns parâmetros
de disposições financeiras, aonde caberias aos colegiados das instituições de ensino
superior, a decisão sobre as políticas didático-pedagógicas e de uso de recursos nos
termos dos orçamentos disponíveis, mas não traça um percentual obrigatório, tal qual
feito relativamente ao ensino básico e médio.
A constituição do estado do Paraná, dispõem sobre a autonomia
universitária em seu art. 180, praticamente nos mesmos termos da constituição
federal, acrescenta no art.181, a garantia de manutenção dos recursos necessários,
em termos reais, do quadro de pessoal, constante do orçamento do ano anterior.
Em termos jurídicos o documento da APIESP está alinhado com a
legislação nacional e paranaense prevalecendo ainda a discussão quanto a garantias
de gestão financeira e orçamentária, que não podem ser dissociadas das questões
didático pedagógicas.
DOS ASPECTOS FINANCEIROS
Evolução da receita tributária líquida
A receita tributária líquida do Estado do Paraná (RTL), definida como a
receita de tributos deduzida dos valores obrigatoriamente repassados ao FUNDEB foi
eleita como indexador para o cálculo do repasse às universidades.
Conforme demonstra a tabela 1, a RTL vem crescendo a taxas reais
positivas (exceto em 2009) e tem um crescimento real (ou seja, acima da inflação)
médio da ordem de 4,69%.
TABELA 1 – Evolução da receita corrente líquida do estado do Paraná (2007 – 2017)
Ano Receita Tributária
Líquida (em R$ milhões)
RTL (em R$ milhões
de 2016)
Var % Anual RTL (nominal)
Var. % Anual Real (base 2016)
2007 10.366.525 18.116.301 - -
2008 11.940.997 19.705.205 15,19% 8,77%
2009 12.409.433 19.632.082 3,92% -0,37%
2010 13.964.815 20.861.890 12,53% 6,26%
2011 16.096.402 22.578.634 15,26% 8,23%
2012 18.218.214 24.147.148 13,18% 6,95%
2013 21.259.382 26.605.641 16,69% 10,18%
2014 23.424.047 27.551.382 10,18% 3,55%
2015 26.396.900 28.054.625 12,69% 1,83%
2016 28.063.665 28.063.665 6,31% 0,03%
2017 29.576.911 * 28.655.324 ** 5,23% 2,11%
MÉDIA 11,04% 4,69%
Fonte: Balanços do Estado do Paraná Notas: * A RTL foi estimada para 2017 a partir de uma regressão linear. ** A RTL em milhões de 2016 levou em conta a inflação estimada de 3,06%
a.a. contida no Boletim Focus de 20/10/2017.
Entre os anos de 2008 e 2017, a RTL teve um crescimento acumulado de
aproximadamente 184% em termos nominais. Mesmo considerando a inflação do
período (medida pelo IPCA), o crescimento acumulado foi de 58,17%, considerando-
se uma estimativa linear da RTL para 2017 com base no comportamento histórico e
uma inflação estimada de 3,06% a.a. (figura 1).
FIGURA 1 – Crescimento acumulado da RTL entre 2008 e 2017
Fonte: Cálculos do grupo de trabalho
0%
30%
60%
90%
120%
150%
180%
210%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Cresc. Acum. Nominal
Cresc. Acum. Real
Orçamento versus evolução da receita tributária líquida
Historicamente, a UEPG executa um orçamento que representa em média,
considerados os últimos dez anos, 0,77% da RTL, conforme demonstra a tabela 2.
TABELA 2 – Receita corrente líquida do estado do Paraná versus orçamento executado pela UEPG (2007 – 2017)
Ano Receita
Tributária Líquida (em R$ milhões)
Orçamento UEPG
(R$ milhões)
% da RTL (nominal)
recebido pela UEPG
2007 10.366.525 72.968 0,70%
2008 11.940.997 89.063 0,75%
2009 12.409.433 100.354 0,81%
2010 13.964.815 109.514 0,78%
2011 16.096.402 119.147 0,74%
2012 18.218.214 129.106 0,71%
2013 21.259.382 155.909 0,73%
2014 23.424.047 174.621 0,75%
2015 26.396.900 212.634 0,81%
2016 28.063.665 245.185 0,87%
2017 29.576.911 * 251.741 0,84%
MÉDIA 0,77%
Fonte: Balanços do Estado do Paraná Notas: * A RTL foi estimada para 2017 a partir de uma regressão linear.
Despesas de pessoal e encargos versus orçamento total
Conforme demonstra a tabela 3, historicamente as despesas de pessoal
superam 90% do orçamento total. Na série considerada, o percentual ficou abaixo
deste patamar apenas no ano de 2008, quando a no qual a UEPG recebeu recursos
para investimento num montante que destoa consideravelmente do orçamento dos
demais anos (figura 2).
TABELA 3 – Evolução das despesas e encargos e da folha de pagamento da
UEPG (2007 – 2017)
Ano Despesas Pessoal e
Encargos Total % Folha sobre Total
2007 68.723.302,48 72.968.148,94 94,18%
2008 77.870.909,90 89.062.707,89 87,43%
2009 92.032.260,52 100.354.083,27 91,71%
2010 101.353.380,66 109.514.071,73 92,55%
2011 109.832.103,24 119.146.978,76 92,18%
2012 120.020.702,95 129.105.612,20 92,96%
2013 146.224.146,47 155.908.965,24 93,79%
2014 159.570.774,45 174.621.405,11 91,38%
2015 199.657.893,62 212.633.711,94 93,90%
2016 238.898.688,25 245.184.899,70 97,44%
2017 243.708.675,00 248.541.062,00 98,06%
MÉDIA 93,23%
Fonte: Balanços do Estado do Paraná
FIGURA 2 – Orçamento para investimento na UEPG entre 2007 e 2017
Fonte: elaborado pelo grupo de trabalho
Impacto estimado na folha da UEPG em 2018 com a contratação de todas as
vagas livres
A pedido do Grupo de Trabalho, a PRORH realizou um levantamento a
respeito do quantitativo de cargos estabelecido pelo Decreto nº 6.676/2006 (no caso
de Agentes Universitários) e na Lei nº 16.555/2010 (Professores).
191.579,17
4.747.538,05
1.161.552,52
0,00
559.199,28
0,00 0,00
106.179,16
0,00 0,00 0,00 -
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
3.500.000
4.000.000
4.500.000
5.000.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Os resultados são mostrados na tabela 4 e os valores para cálculo do
impacto levaram em consideração o salário médio dos docentes (Mestre com TIDE) e
agentes, acrescido dos encargos patronais.
TABELA 4 – Estimativa do impacto anual na folha da UEPG com o preenchimento de todos os cargos existentes
Cargo Quantidade de vagas
Cargos Ocupados
Cargos Livres Custo unitário p/ preencher os cargos livres
Custo mensal p/preencher os cargos livres
Custo anual p/preencher os cargos livres
Agente Univ. Nível Superior
140
97
43
6.804,33
292.586,33
3.900.175,80
Agente Univ. Nível Médio
390
308
82
2.952,26
242.084,98
3.226.992,83
Agente Univ. Nível Operacional
459
297
162
2.193,54
355.353,09
4.736.856,71
Total Agente Universitário
989
702
287
Professor Ensino Superior
1018
739
279
9.312,11
2.598.079,22
34.632.396,00
TOTAL
4
6.496.421,35
Fonte: PRORH
Avaliou-se também os eventuais impactos no orçamento originados do
crescimento vegetativo (estimado em 2% a.a.), da reposição da inflação (data-base),
que totaliza 8,53% até maio de 2017, bem como com o preenchimento de 90% dos
cargos, conforme tabela 5.
TABELA 5 – Estimativa do impacto anual na folha da UEPG Referencias Valores Total
Base 243.708.675,00
Cresc. Vegetativo (2%) 4.874.173,50 248.582.848,50
Reposição (8,53% até maio/17) 21.204.116,98 269.786.965,48
Contratações (90%) 45.419.805,00 315.206.770,48
Fonte: Grupo de trabalho
Do percentual proposto ao Governo do Estado e da cota destinada a UEPG
Como resultado da reunião realizada no dia 18/10/2017 entre os
representantes dos grupos de trabalho das diversas IES, elaborou-se um índice,
calculado em relação a RTL, capaz de atender as necessidades das instituições
presentes e também um critério de distribuição deste índice entre as IES.
O critério utilizado foi a média, calculada para os anos de 2014, 2015 e 2016
dos percentuais recebidos por cada IES em relação ao total dos valores a elas
destinados pelo Governo do Estado (tabela 6).
TABELA 6 – Percentual em relação ao orçamento total executado pelas IES de 2014 a 2016
IES 2014 % 2015 % 2016 % MÉDIA
UEL 351.251.959,98 25,46% 418.403.906,51 25,01% 491.752.325,72 24,72% 25,06%
UEM 367.031.092,90 26,60% 434.553.788,39 25,97% 514.631.558,36 25,87% 26,15%
UEPG 174.621.405,11 12,66% 214.929.729,70 12,85% 247.149.202,05 12,42% 12,64%
UNIOESTE 198.191.295,01 14,36% 247.448.849,14 14,79% 303.687.016,29 15,27% 14,81%
UNICENTRO 138.847.644,80 10,06% 167.170.129,10 9,99% 199.397.648,58 10,02% 10,03%
UNESPAR 96.287.379,05 6,98% 126.093.888,99 7,54% 157.535.482,19 7,92% 7,48%
UENP 53.475.646,33 3,88% 64.371.794,87 3,85% 75.198.447,73 3,78% 3,83%
TOTAL 1.379.706.423,18 100,00% 1.672.972.086,70 100,00% 1.989.351.680,92 100,00% 100,00%
Fonte: Elaborado pelos grupos de trabalho a partir de dados do Balanço consolidado estado do Paraná
O índice proposto pelo grupo de trabalho foi de 8,5% da receita tributária
líquida para o ano de 2018, distribuído conforme tabela 7.
TABELA 7 – Distribuição do percentual proposto de 8,5% da RTL entre as universidades IES % da RTL Universidade Estadual de Londrina 2,1303%
Universidade Estadual de Maringá 2,2226%
Universidade Estadual de Ponta Grossa 1,0746%
UNIOESTE 1,2586%
UNICENTRO 0,8522%
UNESPAR 0,6357%
UENP 0,3259%
TOTAL 8,5000%
Fonte: Elaborado pelos grupos de trabalho.
Análise de Cenários
O Anexo ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018 projeta
uma receita tributária de R$ 33.424,15 milhões e uma RTL de R$ 28.444,97 milhões.
O crescimento histórico (médio) da RTL entre os anos de 2007 e 2016 foi da
ordem de 11,70% a.a. em termos nominais e de 4,98% em termos reais, como
demonstrado na tabela 8.
TABELA 8 – Crescimento da RTL do estado do Paraná entre 2007 e 2016
Ano Rec. Trib. Liq. (em R$)
Var. %
nominal Var. % real
2007 10.366.524.684,37
2008 11.940.997.195,89 15,19% 8,77%
2009 12.409.432.999,62 3,92% -0,37%
2010 13.964.814.850,97 12,53% 6,26%
2011 16.096.401.858,07 15,26% 8,23%
2012 18.218.213.507,14 13,18% 6,95%
2013 21.259.382.466,02 16,69% 10,18%
2014 23.424.047.393,66 10,18% 3,55%
2015 26.396.900.469,72 12,69% 1,83%
2016 28.063.665.471,25 6,31% 0,03%
Cresc. médio 11,70% 4,98%
Fonte: Balanços do Estado do Paraná
Já a receita efetivamente arrecada até o dia 20 de outubro foi de R$
29.384.656.838,41 segundo o Governo do Paraná. A projeção com base nos dados
históricos sinaliza uma RTL da ordem de R$ 32 bilhões para o ano de 2018 (figura 2).
FIGURA 2 – Projeção da receita tributária líquida para 2018
Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.
-
5.000.000.000
10.000.000.000
15.000.000.000
20.000.000.000
25.000.000.000
30.000.000.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
TABELA 9 – Valores de orçamento em 2018 considerando um percentual de 8,5% da RTL de acordo com diferentes estimativas
IES Estimativa Governo
Estimativa Cresc.
Histórico
Universidade Estadual de Londrina 605.965.128,55 681.698.174,18
Universidade Estadual de Maringá 632.231.419,82 711.247.205,89
Universidade Estadual de Ponta
Grossa 305.670.805,71 343.873.302,82
UNIOESTE 358.009.745,63 402.753.522,33
UNICENTRO 242.420.680,61 272.718.226,79
UNESPAR 180.811.897,56 203.409.626,45
UENP 92.712.772,13 104.299.941,54
TOTAL 2.417.822.450,00 2.720.000.000,00
Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.
Caso o parâmetro a ser adotado seja uma regra do tipo 85/15, ou seja, 85%
do orçamento gasto com pessoal e o restante com custeio e investimento, o índice
necessário para obedecê-la, levando em conta a folha para o ano de 2017 é
mostrado na tabela 10, a qual também mostra o índice necessário para cumprir uma
regra do tipo 90/10.
TABELA 10 – Índices (% da RTL) necessários para obedecer a regras de alocação de orçamento
% RTL
% Despesas Pessoal e Encargos
(Em 2017) Custeio e
Investimento TOTAL
REGRA 85/15 248.582.848,50 43.867.561,50 292.450.410,00
Estimada Governo 8,132% 248.582.848,50 43.867.561,50 292.450.410,00
Cresc. Histórico 7,229% 248.582.848,50 43.867.561,50 292.450.410,00
REGRA 90/10 248.582.848,50 27.620.316,50 276.203.165,00
Estimada Governo 7,681% 248.582.848,50 27.620.316,50 276.203.165,00
Cresc. Histórico 6,827% 248.582.848,50 27.620.316,50 276.203.165,00
Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.
Considerando os dados da tabela 5, a relação de gastos com pessoal e o
total, num cenário de repasse de 8,5% da RTL e que a receita efetiva seja a estimada
pelo Governo do Estado é mostrada na tabela 11. Pode-se verificar que a regra 85/15
só permitiria, de início, acomodar o crescimento vegetativo previsto na folha (da ordem
de 2% a.a.).
TABELA 11 – Comprometimento do orçamento com gastos com pessoal em relação ao orçamento (8,5% sobre a RTL estimada pelo Governo)
Despesas Pessoal e Encargos
Custeio e Investimento
TOTAL Pessoal/
total
Base (folha 2017) 243.708.675,00 61.962.130,71 305.670.805,71 79,73%
Cresc. Vegetativo (2%) 248.582.848,50 57.087.957,21 305.670.805,71 81,32%
Reposição (8,53% até
maio de 2017) 269.786.965,48 35.883.840,23 305.670.805,71 88,26%
Contratações (90%) 315.206.770,48 (9.535.964,77) 305.670.805,71 103,12%
Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.
Considerando um repasse de 8,5% para as IES calculado sobre uma receita
de R$ 32 bilhões, ainda assim, a regra 85/15 só permitiria inicialmente acomodar o
crescimento vegetativo previsto na folha (da ordem de 2% a.a.).
TABELA 12 – Comprometimento do orçamento com gastos com pessoal em relação ao orçamento (8,5% sobre uma RTL estimada de R$ 32 bilhões)
Despesas
Pessoal e
Encargos
Custeio e
Investimento TOTAL
Pessoal/
total
Base (folha 2017) 243.708.675,00 100.164.627,82 343.873.302,82 70,87%
Cresc. Vegetativo (2%) 248.582.848,50 95.290.454,32 343.873.302,82 72,29%
Reposição (8,53% até
maio de 2017) 269.786.965,48 74.086.337,35 343.873.302,82 78,46%
Contratações (90%) 315.206.770,48 28.666.532,35 343.873.302,82 91,66%
Fonte: Elaborado pelo grupo de trabalho.
Da emenda ao documento elaborado pela APIESP em 03 de outubro de
2017
O grupo de trabalhos instituído pelo Conselho Universitário de nossa
Universidade, a partir do que foi discutido em reuniões anteriores e também naquilo
que foi estabelecido em conjunto com a maioria das instituições de ensino superior do
Paraná, presentes em Ponta Grossa no dia 18 de outubro, elaborou proposta de
modificação da parte final do documento da APIESP a ser encaminhado ao governo
estadual, nos termos que seguem abaixo:
“IV – Considerações Gerais quanto aos Recursos Financeiros para o ano de 2018
A construção dessa autonomia implica um período de transição durante o ano de 2018, período em que
as assimetrias institucionais serão discutidas com vistas à definição de um índice de financiamento da
Educação Superior baseada da Receita Tributária Líquida do Estado. Durante essa transição ficarão
assegurados para as universidades recursos financeiros, excluídos os recursos destinados aos hospitais
universitários, calculados, mensalmente, com base na Receita Tributária Líquida (RTL) do estado do
Paraná, sendo que tais valores destinados mensalmente para as IEES, no ano de 2018 não poderão ser
inferiores a 8,5% da RTL do Estado. Os percentuais relativos a cada Instituição deverão ser calculados
com base na média da participação relativa dos anos de 2014, 2015 e 2016, ou seja:
I. 2,13 % (UEL)
II. 2,22 % (UEM)
III. 0,33 % (UENP)
IV. 1,07 % (UEPG)
IV. 0,64 % (UNESPAR)
VI. 0,85 % (UNICENTRO)
VII. 1,26 % (UNIOESTE)
Acrescente-se que:
1. Os recursos serão depositados em contas específicas de cada IEES até o décimo dia útil do mês
subsequente ao mês de realização da RLT.
2. O atraso na liberação implicará na responsabilização das autoridades competentes, na forma da
Lei.
3. Os superávits financeiros a partir do ano de 2018 serão mantidos em conta própria, pertencente
a cada IEES, cabendo a elas a prerrogativa de alocar ao orçamento dos exercícios seguintes a
viabilidade de sua execução.
4. Não serão consideradas as liberações do Tesouro Estadual originárias de repasse de
financiamentos concedidos a projetos específicos ou obtidos mediante convênios, emedas
parlamentares, recursos próprios, bem como os rendimentos de aplicações financeiras.
Os hospitais universitários integram a estrutura organizacional das universidades e serviços públicos da saúde na forma do artigo 198 na constituição federal, e seus recursos orçamentários e financeiros deverão constar de projeto/atividade específica vinculado a Secretária de Estado da Saúde do Paraná”
Considerações
Considerando a exiguidade do tempo, esta comissão limitou-se a discussão
de um índice para apresentar ao Conselho Universitário, e não foi capaz de apreciar
outros pontos importantes para a autonomia, quais sejam, a discussão de
mecanismos de democracia interna, necessários para gerir o orçamento da UEPG, o
desenho de políticas estudantis (que envolvem, por exemplo, uma política de preços
para o Restaurante Universitário e questões de moradia, dentre outras). Tampouco foi
possível realizar uma análise mais aprofundada da atual conjuntura enfrentada pelas
universidades no Paraná.
Isto posto, sugere-se a manutenção do atual grupo de trabalho, ou a criação
de outro para dar continuidade às discussões relativas a autonomia universitária, a
exemplo dos trabalhos que já tiveram desenvolvimento em outras instituições.
Também no que diz respeito a aspectos relevantes da autonomia, este
grupo de trabalho recomenda que as discussões sobre modificações na política
docente sejam suspensas, haja vista que no presente momento são inoportunas.
Caso as discussões sobre a autonomia avancem no governo do Estado, os grupos de
trabalho consideram que deverá existir uma política docente razoavelmente
homogênea entre todas as IES, razão pela qual discutir neste momento tal política
apenas no âmbito da UEPG seria inadequado.
No que se refere ao estabelecimento de um índice, deve-se considerar que,
embora a proposta de 8,5% da RTL não atenda de imediato a totalidade das
necessidades orçamentárias e de pessoal, que vem se acumulando nos últimos anos
na UEPG, ela nos parece bastante adequada tendo em vista o crescimento esperado
da RTL nos próximos anos e o consequente crescimento no orçamento da
universidade.
Conforme ficou demonstrado, a RTL cresce a taxas próximas a 5% ao ano
em termos reais, o que possibilitaria, a curto e médio prazos, equacionar vários
gargalos que a universidade atualmente não é capaz de enfrentar pela simples falta
de recursos financeiros.
Do voto
Feitas todas as considerações acima, este relator é de parecer favorável à
aprovação deste relatório nos termos em que se encontra e também ao
encaminhamento a SETI/PR do documento elaborado pela APIESP com os adendos
realizados pelos grupos de trabalho da maioria das instituições de ensino superior do
estado do Paraná, sinalizando para a Reitoria o percentual de 8,5% da Receita
Tributária Liquida como adequado para o ano de 2018, sugerindo a continuidade das
discussões sobre a autonomia universitária no âmbito da instituição, com uma
amplitude maior.
Por fim, solicita igual posicionamento dos membros do Conselho
Universitário desta Universidade.
Gilmar Batista Mazurek
Relator