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PROCESSUS - FACULDADE DE DIREITO DIREITO CIVIL II PROF. DANIEL FARIA Trabalho de Direito Civil Grupo: Imputação do Pagamento Brasília 19/11/2009 Componentes: Heberth, Aline, Mauro, Leandro e Rosano

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PROCESSUS - FACULDADE DE DIREITODIREITO CIVIL II PROF. DANIEL FARIA

Trabalho de Direito Civil Grupo: Imputao do Pagamento Braslia 19/11/2009 Componentes: Heberth, Aline, Mauro, Leandro e Rosano

1- CONCEITO E REQUISITOS:Considerando que no existe impedimento legal para que algum assuma mais de uma dvida com a mesma pessoa, pode ocorrer de o devedor se obrigar a mais de uma prestao, da mesma espcie, ao mesmo credor,no dispondo, no entanto, de capital suficiente para extino de todas as dvidas. o caso, por exemplo de A dever a B R$ 10.000,00 em mercadorias; R$ 10.000,00 de aluguel e R$ 25.000,00 em virtude de emprstimo e oferecer a qauntia de R$ 35.000,00, suficiente para a quitao de apenas dois dos trs dbitos. Tratam-se, como se v, de dvidas autnomas e vencidas em pocas diferentes, de modo que faz-se necessrio especificar qual dos dbitos dever ser solvido em primeiro lugar. Tal questo ser resolvida atravs do instituto da imputao do pagamento, que na definio de lvaro Villaa Azevedo: Consiste na determinao feita pelo devedor, dentre dois ou mais dbitos da mesma natureza, positivos e vencidos, devidos a um s credor, indicativa de qual dessas dvidas quer solver.[1]Ainda sobre o tema, Maria Helena Diniz leciona: a operao pela qual o devedor de dois ou mais dbitos da mesma natureza a um s credor, o prprio credor em seu lugar, ou a lei jndicam qual deles o pagamento extinguir, por ser este insuficiente para solver a todos.[2] Da segunda definio possvel inferir que, em primeiro lugar, permitido ao devedor o direito de indicar a dvida imputvel; se ele no o fizer, esse direito se transfere ao credor, e na omisso de ambos, cabe a lei mencionar o critrio a ser seguido, prevalecendo, ento, a imputao legal.Outrossim, importante ressaltar que tal instituto trata-se mais de um meio indicativo de pagamento, do que propriamente de um modo efetivo de adimplemento das obrigaes.Da interpretao de conceitos doutrinrios, como os supracitados, cujo fundamento decorre do artigo 352 do Cdigo Civil extraem-se os requisitos indispensveis para sua configurao:

[1] AZEVEDO, lvaro Villaa. Teoria Geral das Obrigaes, So Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 168.[2] DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, volume 2: Teoria Geral das Obrigaes, p. 271.1) Existncia de dualidade ou pluralidade de dvidas:

Via de regra, a imputao do pagamento requer dualidade ou pluralidade de dvidas, visto que em se tratando de unidade de dvida configurar-se-ia em admissibilidade, pelo credor, de pagamento parcial.

2) Identidade de credor e de devedor:

Significa que as diversas relaes negociais devem vincular o mesmo devedor a um s credor, de modo que me se tratando se solidariedade ativa ou passiva, para efeito de imputao do pagamento e extino da obrigao, o credor ser tico como um s, o mesmo ocorrendo com o devedor, sob pena de no configurao material da imputao.3) Dbitos de mesma natureza:

necessrio que as prestaes devidas consistam em coisas fungveis de iqual espcie e qualidade.

Por exemplo, se uma pessoa deve a outra R$ 5.000,00 e uma jia e oferece pagamento em dinheiro, est claro que o dbito extinto foi aquele consistente nos R$ 5.000,00, no havendo necessidade de imputao, nem possibilidade de que seja imputado na dvida relativa a jia.

4) Liquidez e vencimento das dvidas:

Via de regra, as dvidas devero ser lquidas, ou seja, certas quanto a sua existncia e determinveis quanto ao seu objeto, e vencidas, exigveis, por ter ocorrido o termo estabelecido para o seu vencimento.Por exemplo, se uma pessoa tem com outra duas dvidas de R$ 10.000,00, decorrentes de causas diversas, e oferece R$ 10.000,00, sendo que apenas uma delas est vencida, o pagamento se realizar na vencida, visto que salvo consentimento do devedor, o credor no poder reclamar a dvida ainda no vencida.

5) Suficincia do pagamento:

Se o pagamento oferecido no for suficiente para extinguir pelo menos uma das dvidas, no se ter imputao, pois constrangeria o credor ao parcelamento da dvida, o que, segundo o artigo 314 do Cdigo Civil, s permitido quando convencionado pelas partes.Por fim, cabe ressaltar algumas das limitaes que se apresentam a imputao do pagamento podem ser superadas por mtuo consentimento das partes, como a imputao de dvida ilquida e no vencida, o acordo para que o pagamento seja imputado primeiramente no capital e s depois nos juros vencidos, bem como a possibilidade do credor anuir ao parcelamento da dvida.

2.1 Imputao do devedor: Imputao do pagamento feita pelo devedorA imputao do pagamento feita pelo devedor (CC, art. 352) aquela em que o prprio devedor ou terceiro, nos casos em que tiver direito de faz-lo, indica qual das dvidas deseja que o pagamento extinga. Entretanto, esse seu direito no absoluto, pois se submete a certas limitaes legais, tais como: a) havendo capital e juros, o pagamento imputar-se- primeiro nos juros vencidos, e, depois, no capital, salvo estipulao em contrrio, ou se o credor passar a quitao por conta do capital (CC, arts. 323 e 354). O devedor, no poder, ao pagar certa importncia ao credor, exigir que ela seja imputada no capital, se houver juros vencidos, a no ser que o credor consinta nisso; b) impossibilidade de imputar invito creditou ao que se paga numa dvida cujo montante seja maior, porque seno o credor seria compelido a receber pagamento parcial, quando assim no se convencionou (CC, art. 314). c) no estando dvida vencida nem sendo lquido, o devedor no poder nela imputar pagamento. Pelo novo Cdigo, o devedor no ter direito algum de fazer a imputao do pagamento em dbito ilquido e no vencido..

2.2 Imputao de pagamento Feita pelo Credor

Se ofertar o pagamento a uma ou mais divida e o devedor no disser qual sua imputao, o credor Dara quitao naquela que lhe prover. Se aceitar tal quitao, no poder mais o devedor reclamar dessa imputao feita pelo credor (art.353). Assim, no exemplo que demos na abertura deste capitulo automticos em conta de um cliente de banco e o correntista, no tendo saldo para quitar todos os dbitos, no notifica a instituio financeira acerca da qual ou quais dbitos deseja o pagamento, cabe ao banco escolher as dividas a serem quitadas. Destarte, fato que optar o credor, nesse caso, pela soluo que lhe mais favorvel. Dar, por exemplo, quitao de um dbito quirografrio, mantendo inadimplemento um debito garantido p hipoteca. nus decorrente da desdia do devedor.

O Art.353 diz que tal imputao pelo credor s no ter valor se cometida por violncia ( coao) ou dolo. A prova incube ao devedor. A lei no menciona o erro, que no e elemento para anular a imputao. Como a lei menciona dois vcios de vontade (violncia e dolo), Evidentemente no desejou que se aplicassem os trs vcios de vontade da parte geral (erro, dolo e coao). Pelo que vemos da dico do art. 353, a imputao pelo credor deve ocorrer no momento do pagamento, quando da quitao. Isso porque, se as duas partes forem omissas, os princpios sero da imputao legal. O devedor perde seu direito quando aceita a quitao.

2.3 Imputao de pagamento feita pela lei

A lei procura facilitar a situao do devedor.Preferir-se- as dividas vencida em primeiro lugar por que parece lgico o fato temporal. O devedor, em tese, pagaria primeiramente a divida com vencimento mais antigo. Presume-se, embora no de forma absoluta, que a divida vencida em primeiro lugar possua maiores acrscimos de juros, clausula penal e correo monetria. Mesmo que assim no fosse, no silencio das partes, essa a vontade da lei. claro que no surgira o problema de imputao se houver dividas ilqidas e no vencidas. Estas no entram na imputao legal. J se todas forem liquidas e vencidas ao mesmo tempo, a lei diz que a imputao far-se- na mais onerosa.Cabe ao juiz o exame da divida mais onerosa, embora a doutrina possa traar os pilares da vontade da lei. Como a questo e de privilegiar, no caso, o devedor, haver preferncia de imputao na divida com garantia real ou fiana divida quela com juros de 6%; preferir-se- o debito com multa maior etc. Se as dividas forem iguais, costuma a doutrina dizer que se preferir a mais antiga. Duvida surge se a obrigao contrada em primeiro lugar mais antiga o se aquela que primeiro se venceu. A melhor soluo e de se imputar quela que primeiro se venceu porque se tornou exigvel em primeiro lugar.

Se restarem inertes ambas as partes da obrigao e surgir posteriormente a problemtica, a lei diz como se far a imputao:Se o devedor no fizer a indicao do art. 352, e a quitao for omissa quanto a imputao, esta se far nas dividas liquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dividas forem todas liquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputao far-se- na mais onerosa (art.355). Se os dbitos so rigorosamente iguais, mesmo valor, mesma data de nascimento e mesma data de vencimento, Serpa Lopes (1966, v.2: 244) entende, com base em fontes romanas que a imputao deve se feito proporcionalmente, em relao a todos os dbitos iguais. Na verdade, difcil seria qualquer outra soluo. o que manda fazer o cdigo Frances (art.223).Como vemos, no existe nada de muito especial ou excepcional nas regras de imputao de pagamento. Seu efeito e de extinguir uma ou mais dividas; seus efeitos so os do pagamento em geral.Na compensao ( art.379), aplicar-se-o as regras da imputao de pagamento, quando a mesma pessoa for obrigada por varias dividas compensveis. A compensao. Como se ver, forma especial de pagamento.

Efeito da Imputao de Pagamento A Imputao e um meio indireto de pagamento, logo, seu efeito, so como todo pagamento.O Efeito pretendido com imputao de pagamento segundo Maria Helena Diniz e Extinguir o debito a que se dirige , com todas as garantias reais e pessoais. Dividas Liquidas e Vencidas (divida ainda que contrada posteriormente, ser a mais antiga, para efeito da Imputao, se vencida antes) em primeiro lugar, depois as mais onerosas ( considerada mais onerosas a divida que rende mais juros, tem juros elevados e tem alguma garantia real ).Embora a legislao no mencione, a jurisprudncia tem entendido que se todas forem liquidas , vencidas na mesma data e onerosa da mesma forma , a quitao ser feita de forma proporcional.