UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICACURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA 2015

Paula Bragato Futagami

Projeto de intervenção para rastreamento e diagnósticoprecoce do câncer de colo do útero e mama na Unidade

Básica de Saúde Interlagos em Cascavel - PR

Florianópolis, Março de 2016

Paula Bragato Futagami

Projeto de intervenção para rastreamento e diagnóstico precoce docâncer de colo do útero e mama na Unidade Básica de Saúde

Interlagos em Cascavel - PR

Monografia apresentada ao Curso de Especi-alização Multiprofissional na Atenção Básicada Universidade Federal de Santa Catarina,como requisito para obtenção do título de Es-pecialista na Atenção Básica.

Orientador: Sabrina Guterres da SilvaCoordenador do Curso: Prof. Dr. Antonio Fernando Boing

Florianópolis, Março de 2016

Paula Bragato Futagami

Projeto de intervenção para rastreamento e diagnóstico precoce docâncer de colo do útero e mama na Unidade Básica de Saúde

Interlagos em Cascavel - PR

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenção do título de “Especialista na aten-ção básica”, e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Saúde Pública da Uni-versidade Federal de Santa Catarina.

Prof. Dr. Antonio Fernando BoingCoordenador do Curso

Sabrina Guterres da SilvaOrientador do trabalho

Florianópolis, Março de 2016

ResumoO controle do câncer do colo do útero no Brasil representa, atualmente, um dos grandesdesafios para a saúde pública. A falta de uma política nacional de profilaxia para esta do-ença é o maior motivo para o aumento da incidência e mortalidade da doença no país. NaUnidade de Saúde do Bairro Interlagos, localizada na cidade de Cascavel/PR, verificou-seuma baixa aderência de mulheres que realizam consultas e coleta de preventivos e ma-mografia, retardando o tratamento de lesões pré-malignas e impossibilitando um possíveltratamento não invasivo. O objetivo do projeto é construir e implementar, juntamentecom a Equipe de Saúde da Família Interlagos, um plano de ações de promoção em saúdepara as mulheres, por meio de campanhas de saúde para realização do exame preventivoe solicitação de mamografias. Primeiramente todos os profissionais da unidade serão con-vidados e estimulados a participar do projeto. Serão realizadas campanhas , com a coletade preventivos nos sábados e após o horário comercial em dias de semana, consultas derotina, solicitação de exames para rastreamento do câncer de mama, como mamografia eultrassonografia de mama, testes rápidos para detecção de DSTs.Também serão realiza-das palestras educativas nas quais folders informativos serão desenvolvidos e distribuídos.Espera-se com esse projeto de intervenção expandir as campanhas voltadas para mulheres,conseguir organizar planilhas com nome, idade e resultados de exames dessas pacientes,possibilitando assim que o seguimento seja feito anualmente, através de atendimento emhorários diferenciados, estabelecer um vínculo com a população e principalmente, realizaro rastreamento precoce do câncer de colo uterino e mama.

Palavras-chave: Prevenção Primária, Doenças do Colo do Útero, Medicina de família eComunidade

Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

3 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154.1 Tipo de Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154.2 População e local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154.3 Descrição da intervenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

5 RESULTADOS ESPERADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

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1 Introdução

A Unidade de Saúde da Familia (USF) do bairro Intergos está localizada na cidade deCascavel PR, consiste em 13 micro-áreas com 44 ruas e uma média de 13 mil habitantes.O bairro possui um perfil social de baixa renda, sendo um dos mais carentes do município,muitas familias vivem em condições precárias e dependem de auxilios como o programaBolsa Família. É comum observar famílias numerosas, com alto índice de gravidez na ado-lescência, possuindo nível de escolaridade baixo e com um número elevado de analfabetos,sendo estes principalmente idosos.

As condições ambientais na comunidade de maneira geral são regulares, as ruas são80% asfaltadas, a água é 100% encanada e 50% possuem esgoto; o lixo é recolhido trêsvezes na semana, existem áreas de contaminação ambiental com a presença de um grandenúmero de vetores na comunidade e focos de dengue; a grande maioria das casas são demadeira, com chão de terra batida. Nesta comunidade muitos jovens abandonam cedoos estudos e assim, há um alto índice de consumo de drogas, delinquência e violência,apresentando muitas áreas classificadas como riscos sociais.

A população da área 3 divide-se com predomínio leve no número de homens sendo3563 para 3378 mulheres, sendo em sua maior parte na faixa etária dos 20 aos 59 anos,apresenta uma elevada porcentagem de pacientes hipertensos com 6,37% da população eapenas 0,56% de pacientes diabéticos, as causas de morte mais comum são doenças doaparelho circulatório e causas externas. Porém há um elevado número de pacientes emacompanhamento por neoplasias.

A procura ao serviço de saúde tem grande demanda, na unidade de saúde o sistemaimplantado é o de demanda livre durante o período da manhã e seguimento com consultasagendadas a tarde, sendo essas realizadas conforme os dias da semana, onde separamos umdia para idosos e portadores de doenças crônicas, um para realização de visita domiciliar,um para saúde da mulher onde são analisados resultados de preventivos, consultas pré-concepcionais, orientações para adolescentes e mulheres na menopausa e também um diada semana para gestantes.

As queixas mais comuns são as relacionadas as doenças infecto-contagiosas, as doençasosteomusculares, doenças crônicas como hipertensão arterial sistêmica e diabetes Mellitus,sintomas respiratórios, sintomas gastrointestinais.

As doenças mais comuns na comunidade são hipertensão e diabetes em idosos, po-rém notei que também há um elevado número de neoplasias ou doenças pré-neoplásicas,principalmente em mulheres jovens, como o câncer de colo uterino. Esse fato se deve prin-cipalmente, a uma baixa procura das mulheres para realização de exame preventivo paracâncer do colo do útero, o que leva a necessidade tratamento invasivo por diagnosticarema doença tardiamente.

10 Capítulo 1. Introdução

A falta de adesão de mulheres ao exame preventivo, também conhecido como papani-colau, é um problema indetificado também em outras realidades brasileiras. Um estudorealizado por Ferreira (2009) buscou compreender os motivos pelos quais as mulheresdeixam de realizar esse exame. Entre os achados, foi revelado que muitas mulheres des-conhecem a importância do preventivo, ou apresentam medo na realização e resultado domesmo. A vergonha e o constrangimento foram sentimentos expressados por elas pela ex-posição da intimidade a que se submetem. Outro impedimento declarado pelas mulheresse refere ao acesso ao serviço de saúde, devido a dificuldade de conciliar os horários deatendimento com o emprego e filhos.

Considerando o exposto, decidi desenvolver um projeto de intervenção para preven-ção/profilaxia de doenças ginecológicas nas mulheres da USF Interlagos. O foco centraldesse projeto será a busca ativa de mulheres com idade para realização do exame preven-tivo, bem como melhora do acesso a essas mulheres a unidade de saúde para realização dasconsultas. Selecionei este tema após observar um grande número de pacientes com lesõespré malignas em colo de útero que não realizam o exame recomendado (Papanicolau) porum período maior de 3 anos, o que acaba retardando o diagnóstico e tratamento de lesõesmalignas. Assim, com o diagnóstico tardio, observei que muitas mulheres já necessitavamde tratamento invasivo. Outra constatação se refere ao pouco fluxo de atendimentos demulheres no dia destinado a saúde da mulher, onde são avaliados e coletados preventivos,realizado orientações concepcionais e orientações as adolescentes, porém, muitas delasacabam aparecendo apenas após ser diagnosticada a gestação.

Esse tema é importante para toda a comunidade, pois mulheres que adoecem porcâncer colo uterino costumam ser jovens, com 1 ou 2 filhos e após serem diagnosticadascom câncer necessitam de tratamento, internações e intervenções cirúrgicas, o que geraum impacto muito grande tanto para a comunidade, afastando-a do trabalho e tambémpara as famílias. Para mim esse tema é muito importante pois atua na área de preven-ção e profilaxia, o que é a intenção da unidade de saúde, atuar não apenas na doençaem si, mas também na prevenção das mesmas. As possibilidades de realizar esse projetosão cabíveis de intervenção e devem ser incentivadas para a comunidade, por ser umapopulação carente com um grande número de mulheres em idade fértil. Também é im-portante para anticoncepção de gravidez não desejada, evitando assim problemas futuroscom adolescentes.

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2 Objetivos

2.1 Objetivo GeralRealizar medidas de prevenção para neoplasias em mulheres atendidas na Unidade de

Saúde da Família Interlagos de Cascavel no Paraná.

2.2 Objetivos Específicos- Diminuir o número de pacientes com neoplasias diagnosticadas tardiamente.- Conscientizar a população sobre as doenças, realização de exame Papanicolau e

mamografia para mulheres, palestras educativas sobre sintomas de câncer de mama e colode útero, e distribuição de panfletos.

- Realizar campanhas de coleta de preventivo fora dos horários convencionais da USFpar promover acesso as usárias.

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3 Revisão da Literatura

De acordo com o artigo 2° da Lei n°8080 do dia 19 de setembro de 1990, é dever doEstado, como um dos objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS), garantir e investir emmetas que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e assegurar o acessouniversal e igualitário aos serviços para a promoção, proteção e recuperação de saúde deum indivíduo (BRASIL, 2003).

Vivemos em um momento importante de mudança de paradigma: o objetivo do sis-tema de saúde deve ser promover a saúde e, não somente, tratar doenças (ANS, 2011).O problema que muitas unidades de saúde enfrentam é que a população ainda não seconscientizou disso e muitos gestores não estimulam programas de promoção da saúde eprevenção de riscos e doenças.

O que deve ser feito é a reorganização do sistema de saúde com vistas a contribuirpara mudanças que possibilitem sair do modelo hegemonicamente centrado na doença, emprocedimentos e baseado na demanda espontânea, para um Modelo de Atenção Integral àSaúde, no qual haja incorporação progressiva de ações de Promoção da Saúde e Prevençãode Riscos e Doenças (SAÚDE, 2015).

Promoção da saúde é uma estratégia que envolve articulação entre diferentes setores,atores e áreas do conhecimento em torno das condições sociais que contribuem ou dificul-tam para as pessoas o acesso à saúde, à qualidade de vida e aos determinantes sociais dasaúde (EDUCAÇÃO, 2013).

Ações de promoção e proteção da saúde são fundamentais para a reorientação dosmodelos assistenciais, sendo uma estratégia de articulação transversal que objetiva a me-lhoria na qualidade de vida e a redução dos riscos à saúde, por meio da construção depolíticas públicas saudáveis, que proporcionem melhorias no modo de viver (ANS, 2011).

O atendimento à mulher pelo sistema de saúde tem se limitado, quase que exclusiva-mente, ao período gravidico-puerperal, e, mesmo assim, de forma deficiente. Ao lado deexemplos como a assistência preventiva e de diagnóstico precoce de doenças ginecológi-cas malignas, outros aspectos, como a prevenção, detecção e terapêutica de doenças detransmissão sexual, repercussões biopsicossociais da gravidez não desejada, abortamento eacesso a métodos e técnicas de controle da fertilidade, tem sido renegados a plano secundá-rio. Esse quadro assume importância ainda maior ao se considerar a crescente presença damulher na força de trabalho, além do seu papel fundamental no núcleo familiar (SAÚDE,1985).

O câncer de colo de útero apresenta-se como a segunda neoplasia maligna mais comumentre as mulheres no mundo, responsável por aproximadamente 471 mil novos casos e porcerca de 230 mil óbitos de mulheres por ano. A faixa etária para a incidência do câncercérvico-uterino evidencia-se de 20 a 29 anos, aumentando o risco e atingindo seu pico na

14 Capítulo 3. Revisão da Literatura

faixa etária de 45 a 49 anos (CRUZ; LOUREIRO, 2008).O controle do câncer do colo do útero no Brasil representa, atualmente, um dos grandes

desafios para a saúde pública. A falta de uma política nacional que permitisse a articula-ção das diferentes etapas de um programa (recrutamento/busca ativa das mulheres-alvo,coleta, citopatologia, controle de qualidade e tratamento dos casos positivos) de formaeqüitativa em todo o território nacional, assim como uma avaliação adequada dos resulta-dos obtidos, são considerados dois dos principais motivos pelos quais as ações de prevençãodo câncer do colo do útero no Brasil, com algumas exceções regionais, não conseguiramtrazer impacto sobre a incidência e mortalidade da doença no País como um todo (INCA,2002).

O principal agente apontado como causador do câncer cérvico-uterino é o Vírus doPapiloma Humano (HPV). O exame citopatológico (Papanicolau) permite que seja efe-tuada a detecção precoce em mulheres assintomáticas contribuindo para a detecção delesões precursoras e da doença em estágios iniciais. O exame preventivo também se ca-racteriza por ser um método de rastreamento seguro, sensível e de baixo custo (CRUZ;LOUREIRO, 2008).

Para o controle do câncer de mama, destaca-se em particular a importância de açõesintersetoriais que promovam acesso à informação e ampliem oportunidades para controledo peso corporal e a prática regular de atividade física. O amplo acesso da populaçãoa informações claras, consistentes e culturalmente apropriadas deve ser uma iniciativados serviços de saúde em todos os níveis, especialmente na Atenção Básica. Esse ará(PRINCÍPIOS E DIRETRIZES, 2004).

O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais (lesões menores que doiscentímetros de diâmetro) apresenta prognóstico favorável. Para isso é necessário implantarestratégias para a detecção precoce da doença através da conscientização das mulheres emdetectar sintomas simples que podem ser precursores de uma lesão maligna, essa estratégiaé fundamental a educação da mulher e dos profissionais de saúde para o reconhecimentodos sinais e sintomas de câncer de mama, assim como o acesso rápido e facilitado aosserviços de saúde (SAÚDE, 2013).

Com base nisso, concluímos que apesar de ser de grande importância para a saúdepública ainda faltam estratégias efetivas para o rastreamento e seguimento de mulheresna atenção básica no Brasil, em Cascavel durante o ano é realizada apenas uma Campanhavoltada especialmente para mulheres, sendo as demais consultas realizadas por demandaespontânea.

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4 Metodologia

4.1 Tipo de EstudoTrata-se de um projeto de intervenção que tem como meta realizar campanhas infor-

mativas, com a coleta de preventivos nos sábados e após o horário comercial em dias desemana.

4.2 População e localO público-alvo desse projeto serão mulheres, de qualquer faixa etária, com preferência

para mulheres em idade fértil e idosas que residem no bairro Interlagos de Cascavel - PR.

4.3 Descrição da intervençãoSerão realizadas campanhas, consultas de rotina, com a coleta de preventivo e solicita-

ção de exames para rastreamento do câncer de mama, como mamografia e ultrassonografiade mama, testes rápidos para detecção de AIDS, hepatites e sífilis,

Também serão realizadas palestras educativas com médicos, enfermeiras, nutricionis-tas, dentistas e educadores físicos, com o intuito de incentivar, além de coleta de examesanualmente, a prática de exercícios físicos e alimentação saudável.

Folders informativos serão desenvolvidos e distribuídos nas palestras, ressaltando so-bre a importância do uso de camisinha e sinais de DST’s. Através de gincanas e jogos,como ”mitos e verdades”, ”jogos da memória”, ”verdade ou desafio”, serão abordadostemas importantes para a saúde da mulher. Também será implantado uma ”caixinha dasdúvidas”onde cada paciente deposita anonimamente sua pergunta que será respondidanos próximos encontros. Após os encontros no sábado será realizado um almoço com oobjetivo de aproximar população da unidade de saúde.

Essas campanhas serão feitas na Unidade de Saúde e salão comunitário localizado atrásda unidade, para a realização de ginástica poderá ser utilizado o espaço do estacionamentoda unidade de saúde do bairro Interlagos - Cascavel PR.

O tempo necessário para implementar as campanhas será de aproximadamente 2 me-ses, as campanhas/encontros serão mensais, no primeiro sábado de cada mês e as coletade exames semanais após o expediente de trabalho, agendadas conforme demanda.

Os profissionais envolvidos serão médicos para realização de consultas, palestras e cole-tas de exames, enfermeiras para realização de palestras, testes rápidos e coleta de exames,técnicas de enfermagem para atualização do cartão de vacinas, aferição de pressão arterial

16 Capítulo 4. Metodologia

e glicemia, ACS para busca ativa de pacientes e distribuição de folhetos informativos sobreos dias dos encontros, dentista e assistente para realização de consultas, nutricionista pararealização de palestras e incentivo a alimentação saudável, educador físico para palestrase exercícios, psicólogos para palestras.

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5 Resultados Esperados

Anualmente, no decorrer do mês de outubro são realizadas campanhas voltadas paramulheres. O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu nos Estados Unidos, nadécada de 1990, para estimular a participação da população no controle do câncer demama (INCA, 2016). Anos mais tarde esse movimento ganhou forças no Brasil, e hoje emdia com incentivo do Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer campanhas sãorealizadas no cuidado a saúde da mulher.

A exemplo, trago uma campanha realizada na unidade de saúde Interlagos no dia17/10/2015 foram atendidas 120 mulheres e coletados 95 exames citopatológicos, durantea campanha foram realizadas palestras informativas, além de consultas médicas e odonto-lógicas, por ser muito divulgada e mulheres atendidas sem necessidade de marcar horário,cinco pacientes apresentaram lesões pré malignas ou coleta insatisfatória nos resultadosdos exames, foi então realizado busca ativa através das agentes comunitárias de saúde eagendado consulta médica para nova coleta ou encaminhamento para o serviço de referên-cia. Pacientes com presença de bactérias ou demais alterações no resultado do preventivoforam convocadas via telefone para agendamento de consulta médica. Demais pacientessem alterações nos exames foram orientadas a buscar resultado na unidade e se a paci-ente desejasse foi agendado consulta médica para demais dúvidas. Muitas dessas pacientesestavam há 3 anos sem realizar exame citopatológico, conversando com essas pacientestodas relataram que a falta de tempo para realização das coletas, foi o principal motivopara que postergassem o exame.

Com base nessa experiência, podemos perceber que as campanhas de Outubro apre-sentam ótimos resultados, portanto, o resultado esperado desse projeto de intervenção éexpandir as campanhas voltadas para mulheres para campanhas mensais durante todoo ano, e assim, conseguir organizar planilhas com nome, idade e resultados de examesdessas pacientes, possibilitando assim que o seguimento seja feito anualmente, através dehorários diferenciados atender a demanda de mulheres que necessitam de horários dife-renciados para atendimento, estabelecer um vínculo com a população e principalmente,realizar o rastreamento precoce de doenças como câncer de mama, câncer de colo uterinoe demais patologias, que é o objetivo da atenção básica, mudando assim o atual métodode trabalho que está sendo feito, que visa o tratamento e não a profilaxia de doenças.

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Referências

ANS, A. N. de S. S. �. Manual técnico para a promoção da saúde e prevenção de riscos edoenças na saúde suplementar. Brasília: ANS, 2011. Citado na página 13.

BRASIL. Lei 8080. Unicamp, Brasília, n. 3, 2003. Citado na página 13.

CRUZ, L. M. B. da; LOUREIRO, R. P. A comunicação na abordagem preventiva docâncer do colo do Útero: importância das influências histórico-culturais e da sexualidadefeminina na adesão às campanhas. Saude soc., p. 120–131, 2008. Citado 2 vezes naspáginas 13 e 14.

EDUCAÇÃO, M. da. Promoção da Saúde: Cadernos pedagógicos. Brasília: Ministério daEducação, 2013. Citado na página 13.

FERREIRA, M. de Lourdes da S. M. Motivos que influenciam a não-realização do examede papanicolaou segundo a percepção das mulheres. Esc Anna Nery Rev Enferm, v. 2,n. 13, p. 378–384, 2009. Citado na página 10.

INCA, I. N. de C. Falando sobre o câncer do colo do útero. Brasília: MS, 2002. Citadona página 14.

INCA, I. N. do C. O movimento Outubro Rosa. 2016. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/wcm/outubro-rosa/2015/movimento-outubro-rosa.asp>. Acesso em:26 Fev. 2016. Citado na página 17.

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher.Ministério da Saúde, Brasília, n. 1, 2004. Citado na página 14.

SAÚDE, M. da. Assistência Integral à saúde da Mulher: bases de ação programática:Textos básicos de saúde. Brasília: MS, 1985. Citado na página 13.

SAÚDE, M. da. Cadernos de Atenção Básica: Controle dos cânceres de colo do útero emama. Brasília: MS, 2013. Citado na página 14.

SAÚDE, M. da. Protocolos da Atenção Básica: Protocolos da saúde da mulher. Brasília:MS-OS, 2015. Citado na página 13.