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1 PROJETO DE PESQUISA PARA MESTRADO EM ECONOMIA GUSTAVO PEREIRA DA SILVA Companhia Ararense de Leiteria: a precursora da Nestlé no Brasil e sua atividade produtiva entre 1913-1920. INTRODUÇÃO No início do século XX, o Brasil apoiava sua economia na exportação, principalmente, do café. Este produto tinha suas principais lavouras no Estado de São Paulo, o que possibilitou a ascensão, econômica e política, daqueles que o cultivavam – os cafeicultores paulistas. Mas, o café também deu subsídios a outras formas de atividade econômica ; os serviços públicos em geral e, sobretudo, a indústria foram os maiores beneficiados. Indústria que, apesar de não ser das mais desenvolvidas à época, começava a atender uma crescente mão-de-obra, proporcionada, em grande parte, à grande soma de imigrantes vindos da Europa para trabalhar nas fazendas cafeeiras do interior paulista – mas que, também foi trabalhar nas indústrias. Estas indústrias não se restringiram à cidade de São Paulo; muitas delas nasceram no interior paulista aproveitando-se das facilidades para o escoamento da produção proporcionadas pelas ferrovias – como a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Uma das indústrias montadas neste período foi a Companhia Ararense de Leiteria, no ano de 1913, no município paulista de Araras. Esta fábrica manufaturava um produto que só era conhecido pelos consumidores nacionais através de sua importação o leite

PROJETO DE PESQUISA PARA MESTRADO EM … · servindo também como mão-de-obra às tais industrias -, além de financiar grande parte das despesas gerais que viabilizavam a produção

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PROJETO DE PESQUISA PARA MESTRADO EM ECONOMIA

GUSTAVO PEREIRA DA SILVA

Companhia Ararense de Leiteria: a precursora da Nestlé no Brasil e sua

atividade produtiva entre 1913-1920.

INTRODUÇÃO

No início do século XX, o Brasil apoiava sua economia na exportação,

principalmente, do café. Este produto tinha suas principais lavouras no Estado de São Paulo, o

que possibilitou a ascensão, econômica e política, daqueles que o cultivavam – os

cafeicultores paulistas. Mas, o café também deu subsídios a outras formas de atividade

econômica ; os serviços públicos em geral e, sobretudo, a indústria foram os maiores

beneficiados. Indústria que, apesar de não ser das mais desenvolvidas à época, começava a

atender uma crescente mão-de-obra, proporcionada, em grande parte, à grande soma de

imigrantes vindos da Europa para trabalhar nas fazendas cafeeiras do interior paulista – mas

que, também foi trabalhar nas indústrias.

Estas indústrias não se restringiram à cidade de São Paulo; muitas delas

nasceram no interior paulista aproveitando-se das facilidades para o escoamento da produção

proporcionadas pelas ferrovias – como a Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Uma das indústrias montadas neste período foi a Companhia Ararense de

Leiteria, no ano de 1913, no município paulista de Araras. Esta fábrica manufaturava um

produto que só era conhecido pelos consumidores nacionais através de sua importação o leite

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condensado – que a Nestlé exportava para o mercado brasileiro com o nome de Milkmaid. A

multinacional suíça, quando resolveu instalar sua primeira fábrica no Brasil em 1921,

escolheu justamente o município de Araras para sediar esta empreitada; dentre os vários

motivos que influenciaram esta decisão, a existência da Leiteria foi o mais importante – a

indústria local foi comprada pela Nestlé em 1920 e o funcionamento da nova estrutura

começou em janeiro do ano seguinte.

Deste modo, o objetivo do trabalho é analisar a formação desta Leiteria, seu

período de produção, de 1913 até 1920, e sua compra pela multinacional suíça do ramo

alimentício, Nestlé And Anglo-Swiss Condensed Milk Co.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Analisar a economia brasileira durante a Primeira República é deparar-se com

o apogeu da exportação cafeeira, apesar das crises, e daqueles que, de alguma forma estavam

envolvidos com esta atividade – como o setor ferroviário, o de seguros e o portuário. Esta

economia, que “[...] sempre cresceu para dentro e ao mesmo tempo esteve inserida de forma

periférica e dependente na ordem econômica internacional” (TAVARES, 1999, p.456), não

havia mudado tal perspectiva com a entrada do século XX. Porém, se quando analisamos os

produtos exportados à época “[...] o primeiro e soberano lugar cabe ao café” (PRADO

JÚNIOR, 1986, p.225), isto não significava que ele era o único a ser produzido para tal fim –

havia também a produção da borracha no Norte, do açúcar no Nordeste, por exemplo

(VILLELA; SUZIGAN, 1975, p.9).

Contudo, foi o café que alavancou a economia e que possibilitou a ascensão

econômica, e política, do Estado de São Paulo – local onde se encontravam a maioria dos

cafezais. Pelo lado político, a força dos cafeicultores paulistas foi evidenciada através dos

Planos de Valorização – que objetivavam a manutenção do preço do café em altos níveis no

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mercado internacional e foram iniciados com o Convênio de Taubaté em 1906 – os quais

tornaram-se referências para as ações econômicas dos governos brasileiros até 1930,

fortalecendo a economia paulista (VILLELA; SUZIGAN, 1975, p.21). Já no campo

econômico o café gerou uma procura pela produção industrial, criando um mercado

consumidor baseado no imigrante europeu que vinha trabalhar nas lavouras de café paulistas –

servindo também como mão-de-obra às tais industrias -, além de financiar grande parte das

despesas gerais que viabilizavam a produção manufatureira neste Estado; um exemplo deste

financiamento foi a construção de estradas de ferro empreendimento em que os cafeicultores

construíam as linhas através dos seus lucros – apesar da participação do capital estrangeiro –

e, também, a criação do Porto de Santos, facilitando a exportação do café e auxiliando o início

da industrialização, pois otimizavam a importação de matérias-primas, como a juta e o trigo

(DEAN, 1991, p.14).

É no contexto de formação das indústrias paulistas que este trabalho deve ser

entendido. Ele busca analisar como ocorreu a criação, na cidade paulista de Araras, da

Companhia Ararense de Leiteria – sob a razão social de Lacerda, Soares & Nougués e

ocorrido a 13 de dezembro de 1913 – e o funcionamento desta indústria até ser comprada pela

multinacional suíça do ramo alimentício, Nestlé And Anglo-Swiss Condensed Milk Co., no

ano de 1920; buscando compreender como funcionava a produção desta indústria, que

fabricava leite condensado no Brasil antes da instalação da Nestlé no País, as razões de tal

empreendimento, a influência exercida pela Primeira Guerra Mundial na produção desta

indústria e o alcance produtivo da mesma no mercado – fato que pode ter influenciado sua

compra pela Nestlé pois “em muitos casos, o móvel da aquisição ou fusão de empresas cujos

produtos fossem concorrentes era controlar mais efetivamente a produção, o preço e o

mercado” (CHANDLER, 1998, p.331).

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Focando o período de criação da Leiteria, em 1913, é necessário atentar ao fato

de que no ano posterior explode a Primeira Guerra Mundial. Em termos bélicos, a repercussão

no Brasil foi diminuta, devido à sua pequena participação, que se restringiu a entrega de

navios alemães aos aliados, mais especificamente aos franceses, somada ao envio de uma

divisão naval, de um grupo de dez aviadores navais e uma missão médica militar (VINHOSA,

1984, p.165). Já, no que diz respeito à economia, a discussão é grande quantos aos efeitos do

conflito; o problema principal está na aceitação ou não, da “teoria dos choques adversos”, a

qual defende que o conflito impulsionou, e foi primordial, à industria nacional de

transformação, pois, apoiou a primeira onda de industrialização através da substituição de

importações (SUZIGAN, 2000, p.52).

Para Fishlow (1972, p.8), o processo de substituição de importações que o

conflito possibilitou teve grande relevância devido aos saltos que possibilitou nos indicadores

da demanda, apesar de não ter havido uma seqüência em relação à capacidade de produção –

esta, não teve grandes aumentos; contudo, os lucros criados por este processo incentivaram

novos investimentos. Fishlow (1972, p.19) cita o caso dos produtos têxteis para ilustrar o

crescimento da produção no período da guerra. Em 1918, a produção de tecidos superou a de

1914 em 57%, isto devido, principalmente, à substituição de importações, que fez com que a

produção interna de tecidos consumidos no mercado nacional aumentasse de menos de dois

terços para 85%, ao final do conflito. Por fim, o choque exógeno que a guerra causou, foi de

grande importância ao possibilitar que o excesso de capacidade industrial já instalada levasse

à frente o processo de industrialização brasileiro, através da substituição de produtos

importados que, antes de 1914, competiam com as manufaturas nacionais pelo nosso

mercado (FISHLOW, 1972, p.20).

Nesta mesma linha, Versiani & Versiani (1977) concordam com a idéia de

Fishlow, ao dizer que a guerra teve efeitos positivos para a indústria têxtil: alavancou o

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aumento da produção e dos lucros, sendo que estes auxiliaram a elevação da capacidade

produtiva no período pós-1918; também dizem que foi a guerra que possibilitou o

fortalecimento dos produtores nacionais, pois, antes de 1914, o cenário interno para estes

produtores não era dos melhores – principalmente, desde 1911, o que vai contra a idéia de que

a guerra interrompeu um quadro favorável a produção nacional (VERSIANI; VERSIANI,

1977, p.139).

Outro que segue este pensamento é Baer (1966, p.16), quando diz que “Os

surtos de industrialização que se manifestaram nas décadas iniciais do século XX tiveram por

motivo principal choques oriundos do setor externo”; neste caso, a Primeira Guerra Mundial.

A indústria anteriormente à guerra, aumentou sua produção devido a um maior protecionismo,

através das tarifas aduaneiras, às facilidades para a compra de máquinas, instrumentos e

matérias-primas – possibilitadas para Caixa de Conversão -, à mão-de-obra imigrante que não

encontrava emprego nas lavouras cafeeiras e ao aumento do número de usinas elétricas e

ferrovias. Contudo, todos estes fatores têm suas dimensões reduzidas quando comparados ao

estímulo que a guerra proporcionou à indústria brasileira; o conflito gerou uma carência de

produtos importados, o que atraiu o interesse para a criação de novas indústrias que

preenchessem esta lacuna no mercado brasileiro – o que tornou possível a criação de 5936

novas indústrias aumentando o valor da produção industrial até 212% entre 1914 e 1919 –

destacando-se a indústria de alimentos (alimentos, bebida e fumo), cuja participação na

produção industrial era de 26,7% em 1907, e alcançou a marca de 40,6% em 1920. Porém, a

estrutura econômica do Brasil pouco mudou com este surto industrial; a maioria das indústrias

que surgiram no período da guerra eram pequenas e, na indústria pesada, a importação de

máquinas e peças ainda era necessária às atividades industriais; além disso, com o fim da

guerra e a recuperação da produção industrial na Europa, aliada aos produtos norte-

americanos, ficou nítida a pouca competitividade dos produtos brasileiros em relação aos

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concorrentes estrangeiros – os bens nacionais eram caros e de menor qualidade. Assim, na

década de 1920, muitas das indústrias nacionais que foram instaladas durante a guerra

passaram a ter grandes dificuldades, retrocedendo na maioria das vezes (BAER, 1966, p.17 a

19).

Contraria à esta tendência, é a análise que Dean realiza sobre os efeitos da

Primeira Guerra sobre a industrialização paulista. Atrelando a industrialização à exportação e

os lucros criados pelo café, Dean (1971, p.93) afirma que “é evidente que o crescimento

continuado da indústria paulista resultou do crescimento do comércio do café”; esta indústria

expandiu-se entre 1889 e 1913, apoiada na fácil obtenção de crédito bancário, na expansão

geográfica do mercado paulista, tornando-se independente do Rio de Janeiro e atraindo os

importadores cariocas, na construção de ferrovias, nas isenções fiscais para a importação de

maquinário e em outras medidas – como o Plano de Valorização do café, em 1906, que fez os

preços do produto subirem novamente, o que possibilitou, também, uma melhora no comércio

e na indústria, com os empresários paulistas comprando máquinas e expandindo as fábricas.

Com o advento da Primeira Guerra Mundial, as indústrias passaram a ser prejudicadas com as

dificuldades em importar seus bens de capital e matérias-primas; apesar disso, houve um

crescimento da produção industrial paulista, baseado fortemente no parque industrial que

existia anteriormente à guerra – 721 firmas paulistas fundadas antes de 1905 ainda existiam

em 1920 (DEAN, 1971, p.101). Baseando o crescimento da produção numa capacidade já

instalada, que atendia ao crescente mercado de São Paulo, Dean (1971, p.107) afirma que

“[...] a Primeira Guerra Mundial não foi, por si mesma, particularmente estimulante para a

indústria paulista”.

A análise de Villela & Suzigan quanto ao impacto da Primeira Guerra Mundial

sobre a indústria brasileira, apesar de não atrelar totalmente o crescimento industrial ao setor

cafeeiro, também discorda quanto aos benefícios do conflito. A Guerra fez com que os países

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aliados envolvidos nela passassem a importar uma quantidade maior de gêneros alimentícios

essenciais; deste modo, as exportações brasileiras de açúcar, carnes, banha e tecidos de

algodão aumentaram entre 1914 -1918 (VILLELA & SUZIGAN, 1975, p.130).

Por outro lado, as importações de bens de capital, matérias-primas e

combustíveis tiveram uma drástica redução durante o mesmo período – fato que

impossibilitou a única fonte de suprimento de maquinaria industrial e impediu a expansão na

capacidade produtiva -, além do declínio no consumo aparente de aço e cimento, o que fica

claro com a tabela abaixo.

TABELA 1

BRASIL – IMPORTAÇÕES POR TIPOS DE BENS, 1911-1918.

Indicadores da Formação de Capital na Indústria

Bens Média de Matérias- Combus Bens de Consumo Consumo Consumo -Primas tíveis Capital Aparente Aparente de

para Industria de Aço Cimento

1911-1913 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 1914-1918 45,1 47,8 65,0 22,2 38,5 35,0

FONTE: VILLELA & SUZIGAN. Política..., 1975, p.128.

Todos estes fatores, mostram que é difícil acreditar num surto industrial

ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial; este surto parece ter existido entre os anos 1905-

1912, quando os indicadores de formação de capital pela indústria demonstram um forte

crescimento, bloqueado pelo conflito como mostra a tabela abaixo.

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TABELA 2

BRASIL – INDICADORES DA FORMAÇÃO DE CAPITAL NA INDÚSTRIA, 1901-1919.

Consumo Aparente Consumo Aparente de Índice de Quantum de Cimento Laminados de Aço* das Importações de

(1.000t) (1.000t) Bens de Capital para a Industria (1939=100)

1901 37,3 34,9 56,8 1902 58,8 61,3 31,7 1903 63,8 61,0 38,0 1904 94,0 66,5 41,3 1905 129,6 73,6 62,3 1906 180,3 91,8 66,1 1907 179,3 147,6 93,0 1908 197,9 127,1 96,4 1919 201,8 108,4 102,9 1910 264,2 150,3 118,7 1911 268,,7 171,0 153,6 1912 367,0 215,9 205,3 1913 465,3 251,2 152,6 1914 180,8 127,2 63,4 1915 144,9 82,7 25,2 1916 169,8 82,0 32,2 1917 98,6 74,4 32,0 1918 51,7 44,1 36,9 1919 198,4 126,4 64,6 FONTE: VILLELA & SUZIGAN. Política..., 1975, p.423

Na realidade, o que aconteceu foi um crescimento da produção industrial

durante a Guerra que deve ser creditado à melhor utilização da capacidade produtiva já

instalada. Este aumento produtivo não foi, também, qualitativo, uma vez que, acabada a

Guerra e com a concorrência dos produtos estrangeiros novamente, o produto nacional voltou

a enfrentar dificuldades, no mercado interno e externo. Por isso Villela & Suzigan (1975,

p.132) perguntam ao final, “[...] talvez o correto seja indagar se o surto industrial que parece

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ter ocorrido nos anos 1905-1912 não teria levado a um processo de industrialização na

ausência da Guerra de 1914-1918”.

Sobre este tema, Suzigan (2000, p.54) faz uma distinção entre três aspectos dos

efeitos da Guerra: investimentos, produção e lucros. Quantos aos investimentos, não há como

negar sua diminuição no período de conflito - 59,5% em 1914 e 70,9% em 1915.

Esta queda nos investimentos afetou todas as indústrias e não foi instalada

nenhuma fábrica de grande porte antes de 1917 (SUZIGAN, 2000, p.54). Em termos de

produção, a indústria sofreu com a carência de matérias-primas e insumos importados e, no

fim do conflito também pela falta de maquinaria externa; isto afetou negativamente a

produção, impedindo seu crescimento. Porém, se algumas indústrias tiveram aumento de

produtividade – como no caso dos tecidos de algodão, chapéus, calçados, produtos de couro,

produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos, bebidas (exceto cerveja), vestuário, açúcar,

carnes industrializadas e outros -, baseando tal aumento no processamento de matérias-primas

locais e atendendo a demanda interna e externa, este crescimento não teve tanta relevância ao

analisar o conjunto da produção industrial no período. A tabela abaixo mostra isso, além de

indicar uma queda grande na indústria de transformação e uma variação acentuada em todos

os setores industriais quanto à produção.

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TABELA 3

TAXAS ANUAIS DE CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS

SELECIONADOS, 1914-1918

Produtos 1914 1915 1916 1917 1918 Tecidos de algodão -18,4 50,0 0,6 15,6 -9,9 de lã -20,0 0,0 40,0 28,6 -2,8 de juta 18,4 4,4 -8,5 39,5 -21,7 de seda - - - -38,8 46,7 Chapéus -35,0 15,4 15,6 7,7 -8,9 Calçados -19,2 15,2 22,1 1,2 4,5 Couros e Peles 4,2 4,0 3,8 0,0 3,7 Produtos de Fumo Charutos -23,5 -9,9 14,6 -4,3 7,8 Cigarros -5,9 -3,4 29,0 -24,0 15,8 Bebidas Refrigerantes -13,7 -11,4 2,6 7,5 16,30 Cerveja 9,9 -13,0 -5,1 -19,3 2,4 Vinho - - 133,8 54,8 6,2 Aguardente - - 109,1 30,4 -1,7 Produtos Químicos Fósforos -11,5 18,4 10,8 -17,7 -3,2 Farmacêuticos -12,5 0,0 42,9 30,0 7,7 Perfumes e Cosméticos -20,0 33,0 25,0 30,0 -11,5 Produtos Alimentícios Açúcar 10,0 1,5 13,4 5,3 7,5 Carne Industria- lizada -14,7 0,7 6,3 12,6 -6,5 Manteiga - - - - 3,1 Torrefação e Moagem de café - - - - 8,7 Total da indústria de transformação -8,7 12,9 11,4 8,7 -1,0 FONTE: SUZIGAN, Wilson. Industria Brasileira..., 2000, p.57.

A questão dos lucros gera muita controvérsia; o certo é que a grande

dependência das indústrias brasileiras em relação aos insumos importados, os quais tiveram

seus preços elevados com a Guerra, tenha aumentado os gastos na produção destas indústrias

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e, com a subida dos preços internos, seus lucros sofrido uma queda. Contudo, uma coisa fica

clara para Suzigan (2000, p.60 e 61) “[...] a indústria de transformação doméstica ainda não

tinha desenvolvido a capacidade de resistir a um choque como o causado pela Guerra [...]”,

algo que só ocorrerá após 1930.

Na visão de Cano (1998, p.98); o capital excedente dos lucros cafeeiros acabou

“migrando” para o setor bancário, industrial e comercial – em função dos preços menores do

produto no mercado internacional, como ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial -, sendo

que tais capitais, nada mais são que reflexos do capital cafeeiro paulista. Apoiando suas

variações em grande parte, nos indicadores da indústria têxtil paulista, ele mostra que apesar

da diminuição de mercado externo para este produto – em 1913 foram exportadas 37000

toneladas, em 1914, 30.000, mas, durante os anos de 1915 a 1918 apenas a média 3.650

toneladas – e para o café – cuja queda foi mais aguda entre 1917 e 1918 -, a produção

industrial paulista aumentou, apoiada nas vendas às outras regiões brasileiras e na expansão

de seu mercado interno – apesar da queda nas importações de bens de capital, destinados à

alimentar o parque industrial paulista. Tendo em vista que os lucros do café alimentavam a

indústria paulista e que, a crise do produto restringiu-se a apenas 2 anos, Cano conclui que o

nível de investimentos na indústria também não tenha caído, além disso, a economia paulista,

através da produção agrícola interna de matérias-primas, conseguiu superar as agruras da

Primeira Guerra Mundial, e, a queda das exportações nacionais foi acompanhada de uma

expansão na produção (CANO, 1998, p.173).

Apoiando sua análise da indústria brasileira na ótica do capitalismo tardio –

que analisava o Brasil como um receptor de tecnologias atrasadas, sendo incorporado pelo

capitalismo como um País atrasado – e no papel fomentador do café em relação à indústria,

Mello (1982, p.155) também faz sua interpretação dos impactos da Primeira Guerra Mundial

no setor industrial brasileiro. Para ele, o conflito serviu para reanimar a indústria nacional,

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após a crise de 1913-1914 – que originou-se da diminuição dos meios de pagamento e do

excesso de capacidade industrial que instalou-se nos anos anteriores a 1913 – e,

posteriormente, para aumentar a produção, baseando-se na capacidade produtiva já instalada

antes do conflito. A demanda, tanto interna quanto externa, aumentou e modificou-se,

passando as indústrias brasileiras a exportarem mais bens de consumo não duráveis, como no

caso dos alimentos, isto sendo fruto da substituição de importações e exportações. Além

disso, a rapidez com que os preços das manufaturas nacionais cresciam era bem maior em

relação aos preços de importação e, também, quando comparada ao nível salarial da época,

fato que gerou muitos lucros ao setor industrial. Mas, apesar dos lucros, há uma ressalva a

fazer, segundo Mello:

Devido, no entanto, à existência de capacidade ociosa, à volta ao funcionamento de empresas postas fora de combate na crise de 1913/14, e às dificuldades de importar, a taxa de acumulação de capital produtivo manteve-se em baixos níveis. A alta taxa de acumulação financeira se exprimiria na demanda por bens de produção exercida no imediato pós-guerra (MELLO, 1982, p.156).

Ao fazer o estudo das relações entre o café e a indústria, Silva (1976, p.103)

apontou uma relação dialética entre os dois; se por um lado, o café gerou lucros que

contribuíram para a criação e o desenvolvimento da indústria; por outro, a manutenção do

café como eixo da economia brasileira – e, também da política – criou barreiras ao

desenvolvimento desta indústria, pois os investimentos do governo traduziam-se, em sua

maioria, em incentivos e ajudas aos cafeicultores – como os planos de valorização. Silva

critica a tese de que o café foi um estimulo à industrialização e refuta a idéia de que o

enfraquecimento da economia cafeeira durante a Primeira Guerra Mundial causou somente

prejuízos ao crescimento da indústria brasileira, principalmente a paulista. Apoiando tal

conclusão nas estatísticas da época – 24,2% do capital industrial recenseado em 1920

empregavam-se em indústrias criadas entre 1915-1920 – e em suas observações Silva (1976,

p.101) tenta “[...] afirmar a importância do crescimento industrial durante esse período [entre

1914-1918]”.

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Por fim, é importante mostrar que este processo de industrialização induzido

pelas exportações não pode ser confundido com uma substituição de importações. Deste

modo, as análises de Furtado e Tavares fazem menção a um fenômeno que tem início na

década de 1930 – após a Depressão de 1929. Este crescimento econômico induzido pelas

exportações – junção de uma pequena atividade industrial e de uma agricultura de

subsistência incapazes de dinamizar a atividade interna – tinha um sério problema: o fato de

estar fixado às necessidades da demanda externa por produtos primários, o que tornava nossa

economia dependente (TAVARES, 1977, p.31). O crescimento econômico brasileiro era

refém das variantes exógenas ou, melhor dizendo, o centro dinâmico da nossa economia, era

voltado para fora da nação (FURTADO, 2003, p.206); e a solução deste dilema seria

diversificar o setor produtivo, instalando indústrias de equipamentos e outros tipos de

indústrias de base, que alimentassem este crescimento industrial (FURTADO, 1970, p.124).

OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

Ao analisar um fato, é necessário entender não só o que aconteceu em sua

superfície, mas, também, buscar o esclarecimento de circunstâncias que, geralmente, ficaram

ocultas ou não despertaram o interesse do pesquisador num estudo inicial. Tal busca deve

nortear o rumo e a elaboração dos resultados da pesquisa – principalmente quando objetiva-se

a veracidade dos fatos.

Assim, a análise da Companhia Ararense de Leiteria, que teve suas atividades

entre 1913-1920, é de grande relevância para a compreensão de um processo maior que foi a

instalação, no município paulista de Araras, da fábrica da multinacional suíça do ramo

alimentício, Nestlé and Anglo Swiss Condensed Milk Co. , no ano de 1921. A chegada desta

empresa não pode ser entendida como um processo único, advindo a importância do estudo

sobre uma indústria que, praticamente, foi a precursora da Nestlé no Brasil – pois, fabricava

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leite condensado antes da multinacional suíça ter instalado uma fábrica nestas terras

(MATTHIENSEN, 1994, p.31).

As multinacionais1 tiveram origem no século XIX, constituindo-se na Europa e

nos Estados Unidos, após 1850. Elas são reflexos do processo que formou a moderna empresa

industrial – tipicamente americana, segundo Chandler (1998, p.170). A unidade emergente

destas empresas, que utilizavam-se das vantagens de “escala e escopo”2, integrava os

principais processos econômicos em uma organização empresarial: produção ou aquisição de

matérias-primas, fabricação, distribuição, e financiamento (CHANDLER, 1998, p.40). Porém,

entre 1890 e 1910, as grandes empresas norte-americanas – integradas verticalmente,

centralizadas e departamentalizadas – passaram a deslocar-se para o exterior, apoiando-se em

sua nova estrutura administrativa e maior poder financeiro; mas, principalmente, em busca de

novos mercados menos concorridos de matérias-primas e mão-de-obra barata, e fugindo de

uma legislação que ia contra a formação dos cartéis3. Segundo Hymer (1878, p.47) “Ao

converter-se em empresas nacionais, as corporações norte-americanas aprendem a converter-

se em internacionais”, usando como arma o oligopólio4.

Na Europa, tal processo teve o seu paralelo; a Nestlé é um exemplo de empresa

que se formou, cresceu e, depois, buscou novos limites – tornando-se uma multinacional.

Tudo começou no ano de 1867, quando o químico Henri Nestlé, na cidade suíça de Vevey,

fundou uma indústria que fabricava Farinha Láctea, a Nestlé, comprovando o espírito

1 Multinacional é a estrutura básica do capitalismo dominante nos países altamente industrializados; caracteriza-se por desenvolver uma estratégia internacional a partir de uma base nacional, guiada por uma direção central (SANDRONI, 2001, p. 415). 2 A economia de escala é obtida quando da redução do custo unitário da produção e distribuição através da obtenção do maior volume de um só produto ou serviço em um único complexo industrial. A economia de escopo se baseia na produção de mais de um produto ou serviço utilizando somente um complexo industrial (CHANDLER, 1998, p. 338) 3 Cartéis são grupos de empresas independentes que formalizam um acordo para sua atuação coordenada com vistas a interesses comuns. O tipo mais freqüente de cartel é o de empresas que produzem artigos semelhantes de forma a constituir um monopólio de mercado (SANDRONI, 2001, p.84). 4 Oligopólio é um tipo de estrutura de mercado, nas economias capitalistas, em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela do mercado. É uma tendência que reflete a concentração da propriedade em poucas empresas de grande porte, pela fusão entre elas, incorporação ou eliminação das pequenas empresas (SANDRONI, 2001, p.431).

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empreendedor do industrial moderno (HOBSON, 1983, p.20). A empresa, que até hoje tem

como marca comercial um ninho de pássaros, simbolizando uma fonte de alimentos –

inspirado na tradição do sobrenome de Henri, pois a palavra “nest” significa “ninho” em

inglês e alemão – passou a diversificar a produção em 1878, com a produção do leite

condensado – alimento desenvolvido originalmente nos Estados Unidos por Gail Borden

(NESTLÉ, on-line). Sobre esta diversificação, Chandler diz:

[...] decorria da possibilidade de usar de maneira mais lucrativa as instalações e o pessoal empregados na produção, na comercialização e nas atividades de pesquisa visando igualmente a explorar as vantagens competitivas. A iniciativa de explorar tais vantagens competitivas organizacionais tornou-se a mola de crescimento da moderna empresa industrial na primeira metade do século XX (CHANDLER, 1998, p.332 e 333).

A diversificação possibilitou à Nestlé uma mudança em sua organização

empresarial. Em 1905, a empresa entrou numa fusão com a Anglo Swiss Condensed Milk

Co., indústria do norte-americano Charles A. Page que comercializava na Europa o leite

condensado, o qual passou a ser conhecido como Milkmaid, tornando-se conhecido no mundo

todo (NESTLÉ on-line). Esta “Amalgamação em que se efetua uma unificação completa de

empresas concorrentes [...]” (HOBSON, 1983, p.140), deu origem a uma única empresa, a

Nestlé And Anglo Swiss Condensed Milk Co; chamada por Kucinski (1998, p.52) de “[...] o

truste5 Leiteiro Anglo Suíço Nestlé”.

A Nestlé expandiu-se e, ao mesmo tempo, a necessidade por novos mercados.

Se, ao abrir uma fábrica no exterior, devia-se atentar ao custo da manufatura de produtos

primários e intermediários em fábricas com tamanho mínimo eficiente, aos gastos com

transporte, distribuição, tarifas e outras medidas restritivas, contudo, o principal estímulo para

investir diretamente no exterior era a chance de entrar num mercado estrangeiro e a redução

do custo da fabricação e venda de produtos em tais mercados (CHANDLER, p.333 e 334).

Dentre os vários países que eram alvos das multinacionais – principalmente os menos

5 Truste é um termo de origem norte-americana que representa uma consolidação de capital dentro de uma organização econômica suficientemente grande e forte para controlar, em medida apreciável

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desenvolvidos industrialmente -, o Brasil tinha um destaque (HOBSON, 1983, p.340). As

estratégias destas empresas ao investir no Brasil eram segundo Suzigan & Szmrecsányi:

[...] 1) O processamento de matérias-primas locais com vistas à exportação do produto final [...] 2) A obtenção da primazia no abastecimento dos mercados locais, mediante a antecipação à entrada dos concorrentes ou o afastamento dos mesmos da competição interna [...] 3) A substituição parcial das importações de produtos industrializados [...] e 4) O aumento da participação no abastecimento do mercado interno através da produção local de bens anteriormente importados, baseada na disponibilidade de matérias-primas a baixo custo e na existência de uma demanda interna compatível com a obtenção de certas escalas mínimas de produção [...] (SUZIGAN & SZMRECSÁNYI, 2002, p.236).

O investimento direto da Nestlé no mercado brasileiro – uma vez que, há

notícias da importação e comercialização da Farinha Láctea no Brasil, na edição de 28 de

outubro de 1876 do jornal A Província de São Paulo (NESTLÉ on-line) – encaixa-se numa

perspectiva de mudança no quadro dos países que colocavam dinheiro no Brasil. De 1850 até

1900, havia predominância do capital inglês, que estava ligado à atividades exportadoras –

ferrovias, seguros e navegação. Já, nos primeiros anos do século XX, passa a haver uma

variedade maior de investidores, como norte-americanos e canadenses, e há uma queda na

posição inglesa; esta diversificação alterou também os rumos dos novos capitais, os quais

buscavam o setor industrial – portos, ferrovias, borracha, iluminação e transporte urbano

(CASTRO, 1978, p.12).

Deste modo, em 1920, chegou ao Brasil a Nestlé, fugindo das agruras que o

pós-guerra havia deixado na Europa – os sistemas monetários desorganizados, a queda no

poder aquisitivo das pessoas, os embargos, as novas tarifas e as animosidades criadas pela

Primeira Guerra Mundial atrapalhavam a ação comercial das grandes indústrias (HOBSON,

1983, p.338) – e acabou instalando sua fábrica no pequeno município paulista de Araras, que

fica a aproximadamente 170 quilômetros da cidade de São Paulo e, em 1920, tinha 25.613

habitantes (CAMARGO, 1981, p.22). Dentre os vários motivos que influenciaram na escolha:

proximidade com a capital do Estado – que era um grande mercado consumidor -, fazer parte

da malha ferroviária da Paulista (MATOS, 1974, p.67) – o que facilitava a vinda da matéria-

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prima, o leite, e o escoamento da produção -, a boa produção leiteira nas fazendas da região,

os incentivos municipais – como isenção de impostos (DESFAZENDO..., 1921, p.1) – ou

federais, na aquisição de maquinário (BAER, 2002, p.52), ficam num segundo plano; o que

realmente despertou o interesse da Nestlé pelo município de Araras foi a existência de uma

indústria que também fabricava leite condensado, a Companhia Ararense de Leiteria. Fundada

no dia 21 de dezembro de 1913, através da iniciativa de Louiz Nougués – nascido na França

em 1878, formou-se na Sorbonne, com conhecimentos em química e agronomia, veio para

Araras para trabalhar na Escola de Trabalhadores Rurais, em 1908 -, que sempre procurava

novidades científicas e, assim, tomou conhecimento da técnica de produção do leite

condensado e propôs a dois fazendeiros, Lacerda e Soares, implementar tal técnica na cidade.

Deste modo, foi fundada a Companhia Ararense de Leiteria, sob a razão social de Lacerda,

Soares & Nougués, da qual Nougués era o químico (MATTHIENSEN, 1994, p.32).

A Leiteria, como era popularmente chamada, funcionou entre 1913 e 1920,

produzindo leite condensado; em 1920, ela foi comprada pela Nestlé pelo valor de mil e

duzentos contos de réis (RS 1.200:000 $ 000) – com a multinacional rebatizando o produto no

Brasil, que antes, chamava-se Milkmaid, e se transformou no Leite Moça (NESTLÉ, on-line).

Apesar do poder exercido pela multinacional, o que mais chama a atenção é a

existência da Leiteria e a forma como ela produziu seu leite condensado neste período tão

conturbado – a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) deve ser levada em consideração. Disso

vem a importância de estudar a Leiteria, pois, ela pode desvendar segredos sobre a instalação

da Nestlé em Araras.

Dentro desta ordem, os objetivos buscam a investigação da atividade industrial

da Companhia Ararense de Leiteria, entre 1913 e 1920. A produção deve ser pesquisada, pois,

é necessário saber até onde chegava o leite condensado ararense. Além disso, deve-se

esclarecer a influência da Primeira Guerra Mundial sobre a produção da Leiteria – pode ter

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havido expansão no momento em que as importações ficaram difíceis – mas, após o conflito,

é importante analisar a compra da Leiteria pela Nestlé, pois, não se tem certeza se ela foi

comprada pela localização ou para eliminar um concorrente do mercado.

METODOLOGIA

A metodologia a ser trabalhada nessa pesquisa se encaixa na história

econômica. Analisando o período de 1913 a 1920, a intenção é conhecer mais profundamente

o funcionamento da Leiteria, sua produção, o alcance da mesma no mercado, a influência da

Primeira Guerra Mundial e a compra da Leiteria pela Nestlé.

Para o levantamento, arrolamento, leitura e fichamento da bibliografia e

documentação empírica será utilizada: Biblioteca da Faculdade de História, Direito e Serviço

Social, UNESP-Franca. Biblioteca da FEA-USP, São Paulo. Biblioteca do IFCH e da

Economia, UNICAMP, Campinas. Arquivo do Estado de São Paulo, São Paulo. Arquivo

Edgard Leuenroth, UNICAMP, Campinas. Biblioteca Municipal de Araras-SP. Arquivo

Nacional, Rio de Janeiro. Arquivo da Nestlé, São Paulo. Arquivo Histórico da Câmara

Municipal da cidade de Araras-SP. Junta Comercial do Estado de São Paulo, São Paulo.

O material documental constitui-se basicamente de fontes impressas, que

incluem os relatórios da Leiteria, as atas da Câmara Municipal de Araras, fichas de registro

na Junta Comercial do Estado de São Paulo, jornais da época, além da bibliografia sobre o

assunto.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

1º ao 6º mês: cumprimento de disciplinas. Levantamento e leitura de fontes e

bibliografia.

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7º ao 12º mês: cumprimento de disciplinas. levantamento e leitura de fontes e

bibliografias. Análises e sistematização dos dados a redação dos capítulos 1 e 2.

13º ao 18º mês: Levantamento e leitura de fontes e bibliografia. Análise e

sistematização dos dados e redação do capítulo 3.

19º ao 24º mês: Revisão e conclusão do texto e defesa da dissertação.

BIBLIOGRAFIA

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Balancetes da Companhia Ararense de Leiteria (1913-1920)

Boletins Informativos da Nestlé And Anglo Swiss Condensed Milk Co.

Anuário Estatístico do Estado de São Paulo (1909-1919)

Censo Industrial e Agrícola do Estado de São Paulo (1907-1920)

Jornais: A Tribuna do Povo (1913-1920), Diário Popular (1913-1920), Correio de Campinas

(1913-1920), O Estado de São Paulo (1913-1920)

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