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PROJETO EDUCATIVO NO ENSINO FUNDAMENTAL I: O USO DE TEMAS DAS GEOCIÊNCIAS COMO FERRAMENTA ARTICULADORA DA INTERDISCIPLINARIDADE.
Wagner Marcelo Pommer
[email protected] Pós-Graduando/Faculdade de Educação da USP
Clarice Peres Carvalho Retroz Pommer
[email protected] Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP
EIXO TEMÁTICO ET 1: PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NO ENSINO FUNDAMENTAL
1 RESUMO Este texto discute e analisa as práticas interdisciplinares ocorridas durante a aplicação de um Projeto Educativo tematizado nas Geociências, numa escola estadual da cidade de São Paulo, concebido e desenvolvido em uma turma do 5ª ano do Ensino Fundamental. Nos inserimos em uma pesquisa-ação que objetivou analisar as ações didáticas propostas pelo professor da série para desenvolver temas ambientais. O referido projeto foi desencadeado a partir das indagações dos alunos frente à poluição causada pelo uso da gasolina e etanol. Foi estabelecida parceria com pesquisadores do Instituto de Geociências da USP, em termos de explicações e kits didáticos de rochas e fósseis. As discussões oriundas das hipóteses da formação da Terra, da origem dos hominídeos e do homo sapiens propiciou o envolvimento de conhecimentos das disciplinas de Geografia, História e Ciências. A partir deste contexto, o projeto didático desencadeou a representação de eventos ocorridos na formação da Terra na denominada fita do tempo, o que mobilizou conhecimentos matemáticos fundamentais. A localização da formação do petróleo como um recurso natural ‘não-renovável’ fomentou comentários sobre as conseqüências atuais deste uso excessivo, uma contribuição para se enfocar e promover a Educação Ambiental, um tema transdisciplinar. O projeto culminou com a produção de um texto individual, uma ferramenta essencial para desenvolver a linguagem escrita. Sintetizamos que o projeto educativo promoveu a articulação interdisciplinar dos conhecimentos científicos, gerando ambiente para responder as indagações dos alunos, mobilizando recursos cognitivos, procedimentais e atitudinais dos alunos para enriquecer o repertório humano frente às questões ambientais.
2 PALAVRAS-CHAVE: Interdisciplinaridade, Projeto, Geociências.
3 INTRODUÇÃO: Geociências, Interdisciplinaridade e Projeto.
Em face do atual agravamento do quadro ambiental, questões ambientalistas ganham
obrigatoriamente espaço para discussões em sala de aula. Na área da Educação Ambiental,
existem referenciais que apontam temas das Geociências como importante contribuição tanto
para:
[...] o ensino elementar [quanto para] o secundário. Por isso temos uma grande tarefa pela frente, já que, praticamente, não existem estudos que se propõem a desenvolver uma nova abordagem da didática da Geologia na escola elementar (COMPIANI, 2004, p. 15).
Diversos autores, dentre os quais destacamos Francalanza, Amaral e Gouveia (1986);
Chão e Pernambuco (2003), Compiani (2005) e Bacci, Andreossi e Pommer (2009),
argumentam sobre as contribuições das Geociências em nível de escolaridade básica, pois
favorecem tanto a abordagem transdisciplinar, pelo próprio teor epistemológico inerente ao
tema, que remete ao meio ambiente, assim como pelo exercício da interdisciplinaridade.
O advento dos PCN, Brasil (1997; 1998), retomou a importância da interdisciplinaridade
em escala nacional. Este cenário já vinha sido pré-enunciado por diversos educadores e
pesquisadores, como Japiassu (1976), Fazenda (1979), Gusdorf (1984) e Machado (1995).
Neste texto, a interdisciplinaridade foi tratada pelo enfoque pedagógico, se considerando
o ensino e de aprendizagem escolar no ciclo básico. De modo geral, a interdisciplinaridade é
atualmente destacada como um meio de promover uma aprendizagem que se propõe
significativa para o aluno.
Dentro desta perspectiva e considerando-se que uma das funções primordiais da escola é
a construção da cidadania, é pressuposto fundamental na filosofia construtivista que os
conceitos para serem significativos necessitam de relações contextualizadas e ambientadas em
diversas disciplinas. Estas relações podem ocorrer em diversos contextos: multidisciplinar,
transdisciplinar, intradisciplinar e interdisciplinar.
O âmbito do trabalho escolar é multidisciplinar, na medida em que o currículo se faz em
relação às contribuições das diversas disciplinas. Deste modo, os objetos particulares tratados
em cada disciplina podem manter vínculos com outras disciplinas, porém tais ligações são
geralmente tênues, protocolares e são abordadas de maneira implícita, visto que cada
disciplina mantém seus objetivos e métodos próprios.
Para promover enriquecimento nas relações e articulações entre os diversos
conhecimentos das várias disciplinas, fazem-se necessários outros meios. Se porventura forem
escolhidos novos objetos, externos à disciplina, mais abrangente, que expande as fronteiras da
disciplina, e que promovam uma movimentação ou uma ascendência vertical generalizadora,
este meio é a transdisciplinaridade, conforme aponta Machado (2005).
Os documentos oficiais, como os PCN, Brasil (1998) propuseram os seguintes temas
transversais: ética, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, saúde, trabalho e
consumo. Naturalmente, o tema das Geociências, assunto deste trabalho, traz forte relação
com a questão do meio ambiente.
Numa última alternativa, caso se almeje estabelecer relações mais complexas a escolha
ou composição de um objeto comum, por meio de objetos particulares pertencente às várias
disciplinas, tem-se a movimentação horizontal denominada interdisciplinaridade.
Segundo os PCN, Brasil (1998), a interdisciplinaridade pressupõe um tema ou eixo
integrador que possa se constituir em diversas naturezas: pode ser um objeto de conhecimento,
um projeto de investigação, alguma explicação, a procura de compreensão sobre algum
assunto ou alguma intervenção que seja necessária ou pressentida pelos atores do processo de
ensino, de modo a se buscar compreender, prever e transformar a realidade.
Gusdorf (1984) acrescenta que a escolha de um objeto em comum permite um diálogo
entre as disciplinas, situando uma ‘conversa’ propicia e uma síntese enriquecedora de
conhecimentos, que se viabilizam em múltiplos contextos de questionamento, confirmação,
complementação, negação, ampliação e iluminação de aspectos não distinguidos.
Neste sentido, a interdisciplinaridade não é concebida somente como estratégia de
superação do confinamento disciplinar, mas num contexto mais amplo que considere:
(...) o princípio da máxima exploração das potencialidades de cada ciência, da compreensão dos seus limites, mas, acima de tudo, é o princípio da diversidade e da criatividade. (...) Por outro lado, a importância do trabalho interdisciplinar [é] que possibilita o aprofundamento da questão teoria e prática, contribuindo para uma formação mais crítica, criativa e responsável (TORRALES-PEREIRA; FORESTI, 1998, p. 3).
Existe também a possibilidade de se encontrar espaços interdisciplinares, centrados na
mobilização de recursos heterogêneos. Para Perrenoud (2005), não se trata de abrir mão de
ensinar os conhecimentos disciplinares, mas de fazer com que eles contribuam para as
competências que, até certo ponto, os transcendem.
Um dos meios possíveis de se efetivar tal proposta é a escolha de um objeto de
conhecimento: um projeto de investigação, onde se busque compreender, prever e transformar
a realidade, efetivando um meio capaz de movimentar e promover uma aprendizagem que se
configure significativa para o aluno.
Um ponto relevante a se destacar na escolha de projetos como meio de ampliar o
repertório de significados dos alunos leva em consideração que, até pouco tempo, o foco:
(...) escolar era a aprendizagem – exclusiva ou preferencial - de conceitos. Estávamos dominados pela visão de que conhecer é acumular conceitos; ser inteligente implicava articular logicamente ideias, estar informado sobre grandes conhecimentos, enfim, adquirir como discurso questões presentes principalmente em textos eruditos e importantes. Nesses termos, dar aula podia ser para muitos professores um exercício intelectual muito interessante. O problema é que muitos alunos não conseguem aprender nesse contexto, nem se sentem estimulados a pensar, pois sua participação nesse tipo de aula não é tão ativa quanto poderia ser (MACEDO, 2005, p. 17).
Nesses moldes, vale a ressalva que o projeto educativo não deve valorizar somente a
eficiência do produto final, mas também todo o processo envolvido na criação de caminhos
alternativos, que oportuniza dar asas à imaginação, abrindo a possibilidade de manipular
soluções e elementos ousados, de natureza incerta.
Quanto à dimensão criadora inserida naturalmente nos projetos, Marina (1995) destaca
ser esta uma característica essencial da inteligência humana. Nesta concepção inventiva, o
projeto propicia ao professor a busca e estabelecimento de metas, próprias da subjetividade
humana e que permite ao criador selecionar a informação necessária, dirigir o olhar para a
realidade e definir as metas do projeto, descobrindo possibilidades, antecipando situações,
elaborando uma situação de aprendizagem para além dos conceitos.
Boutinet (2002) acrescente que o projeto deve apresentar dois ingredientes essenciais: a
incerteza de resultados e a intuição do melhor caminho a ser trilhado.
Com relação ao ingrediente incerteza, colocado pelo autor, um projeto deve ser aberto,
de modo que não pode ser conhecido, de antemão, a possibilidade de se ter ou não se ter
sucesso. E é justamente este princípio de incerteza que pode nortear e orientar os diversos
interesses dos alunos, num ambiente de procura por respostas para problemas que podem ter
natureza diversa, recaindo no segundo ingrediente: a intuição do melhor meio.
Por último, quanto ao caráter indelegável da ação projetada, cabe ao aluno a ação
principal e primordial, sob a orientação do professor. Deste modo, o professor não deve
delegar aos alunos todas as decisões nas etapas de criação e desenvolvimento do produto.
Cabe ao professor uma preocupação em acompanhar a proposição e a execução, nas suas
várias fases. Nesta concepção, o professor pode interferir, apresentando alguns conhecimentos
necessários para a progressão do projeto, porém de modo que os próprios alunos tomem as
decisões necessárias, visto que o professor não pode fazer ou viver o projeto pelo aluno.
4 DESENVOLVIMENTO
Este texto discute e analisa as práticas interdisciplinares ocorridas durante a aplicação de
um Projeto Educativo tematizado nas Geociências, numa escola estadual da cidade de São
Paulo, concebido e desenvolvido em uma turma do 5ª ano do Ensino Fundamental.
Nesta escola, de acordo com as prerrogativas e expectativas dos vários documentos
oficiais, dentre vários assuntos, a área de Ciências aborda temas relativos ao desenvolvimento
do planeta Terra.
O planograma da disciplina versa sobre questões ambientais, a preservação do meio
ambiente, o tema da consciência ecológica, o papel do homem e a referência ao impacto das
diversas tecnologias desenvolvidas nessas relações frente ao planeta Terra.
No decorrer das reuniões de planejamento, foi acordado o desenvolvimento de um
projeto de natureza interdisciplinar. Inseridos na perspectiva de uma pesquisa-ação, decidimos
observar, relatar e analisar as ações didáticas propostas pelo professor da série em relação ao
referido projeto temático desta disciplina.
O projeto educativo teve como início a apresentação do filme ‘A Era do Gelo 2’. A
estratégia de introdução pelo referido filme foi propiciar um instrumento próximo aos
interesses das crianças, num contexto lúdico, compondo um cenário visual e dinâmico
(contrapondo o estático apresentado nos materiais didáticos em papel), cujas imagens e falas
poderiam iniciar e motivar discussões posteriores em relação a conhecimentos do planeta
Terra.
Após esta interação, o professor questionou os alunos em relação ao tema do filme, os
cenários (a megafauna), os personagens principais (Diego, o tigre dente-de-sabre; Sid, o
preguiça; Maney, o mamute-macho e Hellen, o mamute-fêmea), assim como os animais
secundários.
Houve posicionamentos dos alunos quanto às várias eras de gelo existentes na evolução
do planeta Terra e na diversidade dos animais envolvidos na história: as diferenças com as
espécies atuais e as próprias megacaracterísticas destes animais frente a megafauna da época
retratada, assuntos pertencentes a disciplina de Ciências.
A estratégia utilizada, a seguir, foi realizar uma sondagem, na forma dialogada. O
professor perguntou aos alunos o que eles poderiam falar sobre a preservação e a
sobrevivência do ser humano no planeta, o que prejudicava o ambiente e qual o papel do
próprio homem nessas relações.
Das diversas argumentações dos alunos, uma questão se efetivou com relação à poluição
causada pelo uso da gasolina e etanol: esses combustíveis são produzidos industrialmente ou
são extraídos da natureza?
As manifestações dos alunos apontaram que estes tinham a informação que a gasolina se
origina do petróleo e o álcool provém do plantio da cana-de-açúcar. Após algumas
deliberações, os alunos se interessaram em aprofundar esta temática, de modo a verificar
como e quando se originou o petróleo.
Concomitantemente ao desenvolvimento do trabalho, nas reuniões de planejamento, o
professor buscou apoio do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, visando
integração dos conhecimentos científicos de pesquisadores especializados com a dinâmica em
sala de aula, do Ensino Fundamental I.
A parceria com a equipe do Instituto de Geociências da USP disponibilizou material
didático, na forma de livros infantis e kits de Geociências, com réplicas de fósseis, minérios,
rochas e amostra de petróleo, além de explicações dos professores e monitores em relação aos
fenômenos geológicos de formação do planeta Terra.
Houve sugestão dos pesquisadores em situar a formação do petróleo. A
operacionalização desta proposta foi concretizada na forma da fita do tempo, empregando
4,5 m de papel craft, de forma a representar proporcionalmente os principais eventos ocorridos
nos 4,5 bilhões de anos estimados da formação da Terra.
O professor e os pesquisadores teceram explicações a respeito das duas grandezas
envolvidas na elaboração da fita da Terra: o tempo geológico e a distância a ser representada.
Isso implicou no uso de uma escala e do raciocínio proporcional, dois conceitos fundamentais
da Matemática. Como os alunos não tinham conhecimentos a respeito desses temas, houve
uma maior intervenção do professor e dos pesquisadores.
Concomitantemente a elaboração da fita da Terra, foram explicados e desenvolvidos o
surgimento do hominídeo e da civilização. A partir desta estratégia, foi proposto aos alunos
que relacionassem tais eventos na fita do tempo, por meio de recursos gráficos e, também, de
textos escritos.
A fita materializou o mapeamento cronológico desde a formação da Terra até o
surgimento dos primeiros homens, possibilitando a localização temporal dos primórdios dos
elementos e causas que originaram o petróleo, contrapondo ao surgimento dos primeiros
hominídeos e das primeiras civilizações. As explicações sobre a formação da Terra e episódios
revelados pelos fósseis e rochas, temas das aulas de Ciências, aguçaram a participação e
interesse das crianças.
O apoio aos alunos teve como referência as exposições orais, fotos, ilustrações e
material presente nos kits, trazidos pelos pesquisadores do Instituto de Geociências da USP e,
posteriormente, pelos próprios alunos no livro didático, livros e Internet. Estas estratégias
permitiam dar aos alunos referenciais importantes para explorarem e compreenderem os
termos recursos naturais renováveis e recursos naturais não renováveis do Planeta.
Como decorrência natural destas discussões, em aula foram surgindo depoimentos e
falas relativas às conseqüências ecológicas dos grandes derramamentos ou vazamentos do
petróleo no mar. Os alunos foram percebendo os significados dos temas desenvolvidos,
conforme inferimos pelas argumentações, ponderações e depoimentos trazidos e questionados
pelos alunos.
As ações dos alunos ficaram caracterizadas por manifestadas de forma vibrante,
articulando temas. Foram espontaneamente gerados assuntos como a origem do próprio
universo, as hipóteses sobre as grandes extinções de animais como os dinossauros, as
características e os indícios da vida no Planeta de uma determinada época registrados nas
rochas, a megafauna e as possíveis razões dessa evolução.
Para um fechamento do papel do homem frente às questões de preservação e valorização
da vida, o projeto teve como fechamento um segundo filme: Happy Feet.
Os alunos assistiram ao filme, tendo sido delineadas algumas questões para reflexão e
posterior discussão, após a exibição. Como é a paisagem Antártida expressa no filme: real ou
fantasiada? Os pingüins estão rumando a extinção? Quais as ações e conseqüências da
excessiva atividade pesqueira realizada pelo homem? Todos precisam ser iguais ao realizar ou
pensar as ações? Os animais e nós humanos expressamos sentimentos na vida real? Qual o
valor da diferença? Qual a importância de buscar e desenvolver o talento pessoal e como fica o
coletivo frente a esta questão?
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As diferentes dinâmicas presentes no trabalho investigativo, as discussões orais, a
produção real da fita do tempo e de um pequeno livro, desenvolvido por cada aluno,
permitiram várias manifestações dos alunos, pelo uso da língua oral e escrita, recursos
fundamentais da disciplina de Língua Portuguesa.
A fita desenvolvida, um modelo físico de representação da disciplina de Matemática,
forneceu apóio para a explicação do tempo cronológico da Terra, uma idéia fundamental das
Geociências. Esta interface interdisciplinar com a Matemática possibilitou a representação do
eixo geométrico, pelo entendimento e datação envolvendo números de elevada ordem de
grandeza (as demarcações temporais) e pela exploração da idéia fundamental da
proporcionalidade, permitindo um tratamento interdisciplinar.
Segundo Carneiro, Toledo e Almeida (2004), a educação básica é lugar propicio para se
desenvolver um trabalho didático de formação de cidadania responsável e conseqüente,
através das questões intradisciplinares de preservação ambiental.
O trabalho com as questões ambientais na educação básica perpassou várias razões
tratadas por Carneiro, Toledo e Almeida (2004). O trabalho envolvendo as Geociências
permitiu o enriquecimento do currículo pela abordagem interdisciplinar, fomentou um
ambiente de reflexão e conhecimentos para uma formação humanista, através da percepção
das constantes transformações naturais presentes na perspectiva temporal das mudanças que
afetaram o planeta Terra e os seres vivos que o povoaram, aprimorou o pensamento crítico
frente a propostas do uso racional da tecnologia, o que gerou a discussão dos recursos
disponíveis e a necessidade de uma abordagem de sustentabilidade para o planeta, e ainda
possibilitou um estudo permeado de atitude investigativa, pelos várias pesquisas de dados,
pelos questionamentos surgidos e pelas hipóteses traçadas pelos alunos.
A parceria traçada com as pesquisadoras do Instituto de Geociências da USP possibilitou
transformar as questões dos alunos em explicações, que posteriormente se transformaram em
ações didáticas efetivas.
As inúmeras questões que surgiam nas aulas geraram um desafio, em termos de
conhecimentos e ações didáticas. Acreditamos que temas das Geociências sejam propícios
para se desenvolver projetos interdisciplinares no ciclo básico.
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Como referenciar este texto:
POMMER, Wagner Marcelo; POMMER, Clarice Peres Carvalho Retroz. PROJETO EDUCATIVO NO ENSINO FUNDAMENTAL I: O USO DE TEMAS DAS GEOCIÊNCIAS COMO FERRAMENTA ARTICULADORA DA INTERDISCIPLINARIDADE. In: 1º Seminário Nacional de Interdisciplinaridade na Escola, 2012. Os Desafios que geram
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