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    Davi Henrique Xavier Branco Carioni Rodrigues

    O Papel do Estado na Promoo da Gesto Compartilhada da Pesca: o

    Caso da Implementao do Acordo de Pesca na Baa da Ilha Grande,

    Rio de Janeiro, Brasil.

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    O Papel do Estado na Promoo da Gesto Compartilhada da Pesca: o

    Caso da Implementao do Acordo de Pesca na Baa da Ilha Grande,

    Rio de Janeiro, Brasil.

    Resumo

    Este projeto de pesquisa prope realizar uma anlise do papel do Estado brasileiro na

    promoo da gesto compartilhada da atividade pesqueira atravs do vis histrico, das

    polticas pblicas e das instituies. Ser realizada uma anlise de um estudo de caso

    que envolve a tentativa pioneira do governo federal de estabelecer a co-gesto da pesca

    no ambiente marinho. A execuo do trabalho ser feita atravs de pesquisa

    bibliogrfica, anlise documental e dos marcos legais, entrevistas semiestruturadas com

    atores chave para a implementao do Acordo de Pesca e de observao participante.

    Pretende-se, assim, por um lado, apoiar o Brasil na consolidao de uma importante

    poltica pblica para o setor pesqueiro e, por outro, apoiar os pescadores na luta pela

    garantia dos meios reproduo socioambiental de sua atividade.

    Linha de Pesquisa

    Polticas Pblicas, Estado e Atores

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    Tema e Justificativa

    O projeto de pesquisa prope realizar uma anlise do papel do Estado

    brasileiro na promoo da gesto compartilhada da atividade pesqueira atravs do vishistrico, das polticas pblicas e das instituies. Para tal, ser empreendida uma

    anlise de um estudo de caso que envolve a tentativa pioneira do governo federal de

    estabelecer a co-gesto da pesca no ambiente marinho, mais especificamente na Baa de

    Ilha Grande, localizada no estado do Rio de Janeiro.

    Este tema justifica-se em primeiro lugar pelo papel que exerce para a

    sociedade. A pesca uma das poucas atividades extrativistas realizadas pelo homem em

    larga escala e sua importncia supera sua finalidade bvia de prover a sociedade

    humana com alimentos. A pesca possui uma grande relevncia socioambiental, sendo

    ela uma atividade formadora de sociedades e seus protagonistas, os pescadores, atores

    fundamentais para a preservao da biodiversidade dos ambientes explorados.

    Em segundo lugar porque a gesto compartilhada da pesca, na qual se

    articulam atores governamentais e a comunidade de usurios dos recursos pesqueiros,

    tem se mostrado como um marco a ser alcanado quando se pretende estabelecer as

    condies para o desenvolvimento de uma atividade sustentvel. Esta perspectiva est

    respaldada no fato de que a participao social observada como um aspecto

    determinante para que as regras de uso dos recursos sejam respeitadas pelos pescadores.

    Ademais , as instituies locais so capazes de aprender e lidar com o comportamento

    instvel da natureza de forma muito mais rpida que instituies burocrticas e

    centralizadoras.

    Em terceiro lugar, considera-se que o Estado tem uma capacidademuito grande de influir sobre o comportamento e a sobrevivncia de instituies

    comunitrias de usurios. O Estado corresponde nica instituio capaz de legitimar

    publicamente direitos e regras de uso que tenham sido criadas pelos pescadores. Ainda,

    capaz de prover gesto pesqueira um carter transescalar integrando unidades de

    gesto que se encontram distribudas em uma escala geogrfica superior a local. Por

    outro lado, o Estado atravs da centralizao excessiva da tomada de deciso, de

    deslegitimao do conhecimento ecolgico tradicional e da desorganizao

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    administrativa causada pela presena de arranjos institucionais insuficientes ou

    inadequados para lidar com a gesto compartilhada tem impactado negativamente a

    capacidade de sobrevivncias das instituies locais.

    Em quarto lugar pelo fato da Baa da Ilha Grande constituir-se na

    primeira experincia de implementao de um Acordo de Pesca pelo Ministrio da

    Pesca e Aquilcultura que ocorre em ambiente martimo. Entende-se que esta experincia

    pode ser de grande relevncia para a definio de uma abordagem inovadora

    relacionada a um novo paradigma de gesto pesqueira. A pesca exercida na Baa da

    Ilha Grande por pescadores oriundos de diversas comunidades apresentando um

    mosaico cultural (h pescadores artesanais, caiaras e quilombolas, por exemplo).

    Em ltimo lugar, pelo fascnio que a pesca desperta no pesquisador,

    sobretudo no que diz respeito ao fato de que se constitui em uma atividade onde se pode

    observar o ser humano em uma ntima e profunda relao com a natureza. Ademais, a

    contradio entre as duras condies as quais submetem-se os pescadores no exerccio

    da sua atividade e o baixo prestgio social e injusta condio econmica em que se

    encontram torna-se uma fora motriz que impulsiona a busca por solues que

    melhorem a qualidade de vida destes que podem ser definidos como humanos-mar.

    Contextualizao da Problemtica

    A pesca corresponde a uma das formas mais antigas de apropriao

    dos recursos naturais, sendo ainda hoje muito importante no que diz respeito produo

    de pescado para alimentao humana. A pesca capaz de aumentar a segurana

    alimentar e a fonte de renda de comunidades costeiras aviltadas por elevados ndices de

    pobreza. Tambm destacado o papel da atividade pesqueira na formao de

    sociedades, tendo sido ela o pilar econmico para a consolidao de inmeros

    assentamentos humanos, na definio de culturas singulares, enriquecendo a

    etnodiversidade humana, e na regulao do uso dos recursos naturais dos quais

    dependem, papel determinante para a manuteno da biodiversidade (Ben et al. 2007;

    Berkes et al. 2001; Weid, 1997).

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    Esta situao pode ser observada claramente na Baa da Ilha Grande.

    Nesta regio, h inmeras comunidades que ainda possuem na atividade pesqueira seu

    principal meio de subsistncia fsica e desenvolvimento econmico. A pesca conforma a

    cultura local ao produzir manifestaes tpicas e ao provocar a constituio de um vasto

    conhecimento ecolgico tradicional entre os pescadores. Espalhados pelo litoral dos trs

    municpios da Baa da Ilha Grande encontram-se pelo menos 34 comunidades

    pesqueiras (entre artesanais, quilombolas e caiaras) e um universo aproximado de 814

    pescadores (Begossi et al. 2009).

    Nesta conjuntura, o Ministrio da Pesca e Aquicultura vem tentando

    criar condies para que as instituies locais de pesca existentes se capacitem para

    tornarem-se capaz de participar de um processo de co-gesto da pesca. Ao mesmo

    tempo, o MPA busca articular os atores governamentais nas esferas municipal e

    estadual de modo a produzir a vontade e o engajamento poltico necessrios para a

    implementao do Acordo de Pesca. Este processo se iniciou em 2008 atravs da

    realizao de reunies de mobilizao comunitria, e ao longo deste perodo outras

    aes foram empreendidas para alcanar os objetivos traados pelo governo. Cabe

    ressaltar que protagonizam as aes de mobilizao a Fundao Instituto de Pesca do

    Rio de Janeiro, autarquia ligada a administrao indireta do Governo do Estado e de

    capacitao a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    A tentativa do Ministrio da Pesca e Aquicultura em promover a

    gesto compartilhada dos recursos pesqueiros, oferecendo aos pescadores a

    possibilidade de decidir sobre as regras de uso dos recursos, se constituiu em um marco

    poltico relevante ao se observar o histrico de aes executadas para o Estado

    brasileiro para o fortalecimento do setor pesqueiro. Nota-se, por exemplo, que o Estadobrasileiro sempre tentou reproduzir as propostas de gesto desenvolvidas pelos pases

    ricos, ainda que no tivesse condies para tal. Ao mesmo tempo, esbarrou no uso

    tendencioso de instrumentos econmicos e normativos, que visaram defender interesses

    privados, bem como na orientao das polticas de desenvolvimento da pesca ao

    atendimento das demandas do mercado internacional (Rebouas et al. 2006; Dias Neto,

    2002; Marrul Filho, 2001; Diegues, 1983). Alm disto, o Estado e lderes polticos se

    mostraram suscetveis ao uso ilegal do poder poltico e financeiro, posto que no so

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    raros os casos de corrupo envolvendo gestores pblicos e privados relacionado

    pesca. Ainda, promoveu o enfraquecimento do desenvolvimento social atravs da

    manuteno de atitudes clientelistas e de cooptao de lideranas pesqueiras.

    A promoo da gesto compartilhada quebra, portanto, com a nfase

    sempre dada pelo poder pblico ao fortalecimento do setor privado e na transformao

    da pesca em uma grande indstria de base (Dias Neto, 2002). Esta poltica pblica

    centra, pela primeira vez, a gesto da pesca nas pessoas e no nos recursos. Esta

    uma opo coerente com os novos rumos que a gesto pesqueira vem ganhando ao redor

    do mundo, na qual, o desenvolvimento comunitrio observado como parte integrada e

    indissocivel da gesto dos recursos pesqueiros (Berkes et al. 2001).

    Visto o que foi exposto, esta proposta de pesquisa busca analisar duas

    questes centrais:

    (1)O Estado est conseguindo criar e fortalecer as instituies

    comunitrias necessrias para viabilizar a implementao da

    gesto compartilhada dos recursos pesqueiros na Baa da Ilha

    Grande?

    (2)O arranjo institucional existente entre as esferas do poder pblico

    est preparado para lidar com os desafios da co-gesto?

    Referencial Terico Bsico

    Diegues (1983) apresenta uma posio marcante que se fez

    hegemnica durante certo tempo entre alguns gestores e cientistas pesqueiros sobre ascondies de desenvolvimento da atividade pesqueira na qual considerado que a pesca

    carrega dentro de si o grmen de sua prpria destruio.

    Esta afirmao no sculo XIX encontraria poucos adeptos haja visto a

    opinio de Thomas Huxley apresentada na abertura da Fisheries Exhibition (1882):

    Eu acredito que a pesca do bacalhau, da cavala e do arenque, e

    provavelmente a de qualquer outra pescaria ocenica inesgotvel;

    nada que fizermos afetar seriamente o nmero de peixes. Deste

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    modo, qualquer tentativa de regular estas atividades significar,

    conseqentemente, uma iniciativa naturalmente sem propsito

    (Huxley, 1883).

    A posio apresentada por Diegues (1983) mais recente, portanto.Encontra-se respaldada pela constatao de declnio acentuado das populaes

    explotveis de inmeros estoques causado pela sobrepesca. Conforme destaca Elinor

    Ostrom:

    difcil que se passe uma semana sem que seja publicado algum

    estudo ou matria de jornal que enfatize a ameaa da pesca predatria

    biodiversidade marinha (Ostrom, 1990a).

    O aumento dos impactos ambientais decorrentes do crescimento

    econmico intenso e no planejado que se estabeleceu na maior parte das regies

    costeiras (Rebouas et al. 2006), por exemplo, agravou as condies j debilitadas pela

    pesca de recuperao natural dos estoques pesqueiros. As evidncias inquestionveis da

    reduo acentuada da capacidade produtiva dos mares, rios e outros ambientes

    explorados pela pesca trouxeram pauta dos gestores pblicos e da prpria comunidade

    cientfica a necessidade de que fossem elaboradas estratgias de gesto para a pesca

    (Dias Neto, 2002).

    A primeira resposta oferecida questo teve cunho altamente

    tecnocrtico. As estratgias de gesto estiveram baseadas em modelagens matemticas

    dos estoques pesqueiros e as decises eram impostas sob forma de comando-controle

    (Estado), ou atravs do fomento privatizao dos recursos. Os modelos se mostraram

    demasiado imprecisos e as polticas de gesto incapazes de lidar com a diversidade das

    formas pesqueiras e com as limitaes institucionais (capitais fsico e humano) dos

    pases pobres (Berkes et al. 2001; Dias Neto, 2001; Marrul Filho, 2001; Mace, 2001).

    Paralelamente se desenvolvia outra abordagem sobre a questo,

    fundamentada em aspectos sociais. Acadmicos influentes nos Estados Unidos tais

    como o economista H. Scott Gordon e o eclogo Garrett Hardin defendiam que o

    problema da degradao dos recursos pesqueiros est relacionada com a forma como os

    recursos so apropriados pela sociedade. Gordon, por exemplo, destaca que:

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    Aparentemente h alguma verdade no ditado popular de que o que

    de todos de ningum [...] os pescadores no valorizam o peixe no

    mar porque no h nenhuma certeza de que eles estaro disponveis

    amanh, caso sejam deixados para trs hoje Gordon (1954).

    Garret Hardin, por sua vez, foi responsvel pela elaborao de um

    clebre artigo intitulado The Tragedy of the Commons. Publicado em 1968, a tragdia

    dos comuns tornou-se parte da sabedoria convencional de estudos ambientais, do

    planejamento de recursos e das cincias econmica, ecolgica e poltica, conforme

    destacaram Fenny et al. (1990). Neste artigo, Hardin argumenta que a racionalidade

    predominante entre os indivduos que utilizam um recurso que se encontra disponvel

    livremente (recursos de uso comum) para todos aumento do ganho pessoal a despeitodas possveis perdas coletivas. Para Hardin a liberdade diante de um recurso de uso

    comum, gera a runa de todos.

    Mesmo sem ser inovador na sua proposio central o artigo provocou

    uma verdadeira avalanche de contestaes, criando a literatura dos comuns. Conforme

    destaca Goldman (1998), foram produzidas centenas de artigos que procuravam mostrar

    que era possvel ocorrer uma gesto eficiente dos recursos de uso comum quando est

    era realizada pela proporia comunidade de usurios. No ano de 2009, a acadmicaestadunidense Elinor Ostrom foi agraciada pelo Prmio Nobel exatamente pela sua

    contribuio na elaborao de uma teoria capaz de demonstrar a eficincia de

    instituies comunitrias em manter nveis de uso sustentveis dos recursos naturais em

    longo prazo.

    Fikret Berkes, outro importante cientista que tem se dedicado ao

    exame de sistemas de gesto comunitria, enfatiza que as descobertas de prticas de

    gesto comunal redefiniram o papel dos gestores, que deveriam perceber, a partir de

    ento, os usurios como parte da soluo, ao invs de parte dos problemas relacionados

    ao uso sustentvel dos recursos pesqueiros (Berkes et al. 2001). Desta perspectiva

    emerge a co-gesto como um sistema que envolve as capacidades e interesses dos

    pescadores, complementados pela habilidade do governo em prover o aparato legal

    adequado, a implementao das leis e a resoluo de conflitos (Pomeroy & Berkes,

    1997).

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    Conforme sugere Pinkerton (1989 apudPomeroy & Berkes, 1997), os

    pescadores e demais usurios dos recursos pesqueiros podem assumir inmeras funes

    no processo de gesto participativa da atividade pesqueira, dentre elas: coleta de dados;

    decises logsticas relacionadas aos tipos de pesca permitidos e aos perodos de defeso;

    definio de reas de proteo ambiental e implementao/fiscalizao das leis.

    A co-gesto, mais do que uma evidncia emprica de sistemas

    tradicionais funcionando conjuntamente em parceria com instituies governamentais,

    tornou-se um novo marco institucional para o qual miram agencias internacionais de

    desenvolvimento e organizaes no governamentais interessadas na promoo do uso

    sustentvel dos recursos naturais (Goldman, 1998).

    Dentre os principais empecilhos ao estabelecimento de um sistema de

    co-gesto encontram-se: a indisponibilidade do Estado em abrir aos pescadores a

    possibilidade de participao no processo de tomada de deciso, bem como a criao de

    meios legais que sejam adaptveis s formas de organizao poltica destes atores; e na

    ausncia de acmulo de experincias comunitrias relacionadas formao e

    manuteno de organizaes, regras e normas locais, orientadas gesto da atividade

    pesqueira (Pomeroy & Berkes, 1997).

    Sobre este ltimo aspecto, destaca-se que ainda no h uma teoria

    disponvel que descreva de modo consistente o surgimento de organizaes locais

    dedicadas gesto da atividade pesqueira (Ostrom, 1990b). Porm j possvel

    identificar um conjunto de aspectos socioeconmicos, culturais e ambientais que,

    embora no sejam definitivos, tem se mostrado como facilitadores a ocorrncia de

    iniciativas comunitrias (Ostrom, 1990b; Berkes et al. 2001).

    Por este motivo, considera-se que, no caso de ausncia de

    organizaes comunitrias, recomenda-se que a implementao de um sistema de co-

    gesto da atividade pesqueira seja precedida por uma etapa de criao de instituies

    locais (Pomeroy & Berkes, 1997). Conforme sugere Ostrom (1990b), so fundamentais

    a este propsito: (1) que sejam levantadas informaes de qualidade sobre o tempo e o

    espao em que ocorrem os sistemas socioambientais de interesse; e (2) que se defina de

    um amplo repertrio de regras, que sejam culturalmente aceitas.

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    Deve-se salientar que o trabalho de construo de sistemas locais de

    organizao social e todo o processo subseqente de consolidao de instituies

    comunitrias precisam ser suficientemente adaptveis para acomodar as diferenas

    locais, uma vez que nenhum padro global aplicvel a todos os comuns do mundo

    (Goldman, 1988:50).

    No Brasil, a discusso sobre o papel positivo exercido pelas

    comunidades pesqueiras na gesto da atividade e dos recursos pesqueiros pode ser

    observada em evidencias recentes conforme observado por Kalikoski et al (2009), e no

    Estado do Rio de Janeiro podem-se observar iniciativas relacionadas a gesto

    comunitria da pesca na baa de Sepetiba (Begossi, 1995; Costa, 1992) e na Reserva

    Extrativista de Arraial do Cabo (Silva, 2002; Cardoso, 2001).

    Indicaes metodolgicas

    Pesquisa bibliogrfica, anlise documental e dos marcos legais:

    pretende-se com esta ao ampliar a fundamentao terica da pesquisa atravs,

    principalmente, do exame dos clssicos das cincias sociais. A anlise documentalpretende acessar todos os registros produzidos at o momento pelas aes que vem

    sendo implementadas para a criao do Acordo de Pesca da Baa da Ilha Grande,

    atravs da leitura de atas e relatrios. Complementarmente sero avaliadas as leis e

    demais marcos jurdicos que respaldam a gesto compartilhada de pesca no Brasil.

    Entrevista semiestruturada: as entrevistas sero utilizadas para colher

    a percepo dos atores envolvidos no processo de implementao da poltica de co-

    gesto da pesca e suas expectativas frente s possveis transformaes que podero se

    suceder na relao entre sociedade e natureza. As entrevistas procuraro observar

    possveis divergncias na interpretao da essncia e dos objetivos da gesto

    compartilhada.

    Observao participante: esta metodologia ser utilizada quando for

    pertinente a participao do pesquisador em eventos relacionados implementao do

    Acordo de Pesca. Neste caso, a observao participante ser utilizada como uma forma

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    complementar de obter informaes dos atores que estiverem envolvidos nestas

    atividades, procurando, por vezes, atravs de um contato mais informal com os

    interlocutores.

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