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Psicologia do desporto

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Trabalho de 12ºano - psicologia B (17 valores)

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Índice

Índice ................................................................................................................ 2

Introdução ......................................................................................................... 3

Neurologistas, psicólogos clínicos, psiquiatras, psicanalistas e psicoterapeutas . 4

Psicologia do Desporto ...................................................................................... 6

O Psicólogo, Promotor de Desenvolvimento e Autonomia ................................. 8

Conclusão ........................................................................................................ 10

Biografia .......................................................................................................... 11

Anexos............................................................................................................. 12

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Introdução

O termo psicologia provém de duas palavras gregas, psyche, que significa

mente ou alma, e logos, que significa análise de um determinado assunto. Nos finais

do século XIX os processos mentais eram encarados como o objecto apropriado da

psicologia. Durante o século XX tentou-se reduzir o objecto de estudo da psicologia ao

que era observável, ao comportamento, Mais tarde estas perspectivas simplistas e

redutoras foram ultrapassadas pois referiam que a psicologia era, por definição, a

análise do comportamento e dos processos mentais. Estes dois elementos não devem,

de maneira alguma, ser estudados separadamente, pois estão intimamente

relacionados, pelo que os psicólogos actuais entendem por Comportamento aquilo que

um ser vivo (essencialmente o ser humano) faz, diz, pensa e sente.

O progresso da psicologia e a complexidade dos problemas da população

traduz uma progressiva especialização da psicologia aplicada, que se organiza em

várias áreas de investigação. De entre todas essas temos a psicologia educacional,

psicologia de orientação, psicologia clínica, psicologia criminal, etc., focar-nos-emos

numa das mais presentes em Portugal, a psicologia do desporto.

Em meados dos anos 60 a psicologia do desporto aparece com um corpo

teórico de conhecimentos próprio e independente. Porem, o interesse pelo estudo

desta temática incentivou investigadores de diversas áreas científicas e filosóficas a

efectuarem diversos estudos, podendo-se situar o começo no final do século XIX. O

investigador Norman Triplett (1897) foi e é considerado o primeiro a conduzir um

estudo no âmbito da psicologia desportiva.

Os psicólogos do desporto, inicialmente, preocupavam-se em descrever,

observar e explicar os factores psicológicos que influenciavam a actividade física e

desportiva, uns anos mais tarde, passaram a preocupar-se com a aprendizagem e em

controlar o rendimento desportivo assinalando a acção do psicólogo e, hoje em dia

preocupam-se em optimizar o rendimento desportivo.

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Neurologistas, psicólogos clínicos, psiquiatras,

psicanalistas e psicoterapeutas

Hoje em dia, existem diversos técnicos que actuam no tratamento da saúde

mental, tais como, neurologista, psicólogos, psiquiatras, psicanalistas e

psicoterapeutas e, por esse motivo, podem ser frequentemente confundidos entre si.

De entre todos os psicólogos, os que são mais confundidos, são os psicólogos

clínicos, pois estes, assim como os psiquiatras, fazem tratamento terapêutico. Para

uma melhor compreensão, passaremos a referir o modo como cada um dos técnicos

intervêm na saúde mental. Assim, um neurologista (Fig.1) é licenciado em medicina

que, posteriormente, se especializa em neurologia. É formado para investigar,

diagnosticar e tratar distúrbios neurológicos recorrendo a técnicas de análise como

electroencefalogramas e TAC.

Um psicólogo clínico (Fig.2) é licenciado em psicologia, mas faz especialização

em psicologia clínica. Esta é uma área da psicologia aplicada que tem como principais

objectivos diagnosticar, prevenir e tratar um ou vários indivíduos que manifestem

problemas a nível psicológico, tentando-lhes garantir o equilíbrio necessário para se

desenvolverem de forma adaptada. Psicólogo Clínico não pode prescrever medicação,

porém tem aptidões para aconselhar a procurar um psiquiatra ou médico de família caso o

paciente necessite.

Um psiquiatra

(Fig.3), diferente do psicólogo clínico, é licenciado em medicina especializando-se,

Fig.2 – Psicóloga clínica Fig.1 – Pierre Marie

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posteriormente, em psiquiatria. O psiquiatra possui uma formação centrada no

funcionamento biológico e fisiológico do Homem, podendo utilizar psicofarmacos1

para abrandar a dor psicológica e limitar a intensidade ou a duração das perturbações

mentais.

Um Psicanalista (fig.4) é um profissional que possui formação em psicologia,

medicina, ou pode ter outra formação de base. A psicanálise é um método terapêutico

criado por Sigmund Freud, que consiste em observar e interpretar processos não

conscientes que estimulam os comportamentos e a vida emocional das pessoas. Estes

factores inconscientes podem originar descontentamento e sofrimento.

Um Psicoterapeuta (Fig.5) é um psicólogo ou um médico que seguidamente se

especializa em psicoterapia após a conclusão da licenciatura em psicologia clínica. A

psicoterapia tem como objectivo actuar sobre o comportamento e sobre o psiquismo,

através de abordagens essencialmente psíquicas, esta mais próxima da psicologia.

Inicialmente, esta técnica era procurada por pessoas que manifestavam problemas no

convivência com a realidade, manifestando-se por fobias, ansiedade, comportamentos

obsessivos, etc. Hoje em dia, é procurada por pessoas com conflitos conjugais, nas

relações pais-filhos, no emprego, etc.

1 Medicamentos para tratamento de doenças psiquiátricas

Fig.4 – Sigmund Freud Fig.5 - James Bugental Fig.3 – Vittorino Andreoli

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Psicologia do Desporto

A psicologia do desporto é considerada uma nova área da psicologia aplicada

que tem tido um enorme desenvolvimento e expansão nos últimos tempos, cujo

objectivo é compreender os processos mentais e o comportamento do praticante. A

psicologia do desporto exprime-se em respostas notáveis, pois o desporto manifesta-

se, maioritariamente, por processos físicos e respostas mais discretas, sucedidas no

interior dos atletas, pois estes possuem interesses, afectos e valores. Desta forma,

podemos afirmar que o objectivo do psicólogo é promover o seu bem-estar, ou seja,

promover o equilíbrio no funcionamento do corpo e da mente.

A actividade desportiva não se limita apenas a épocas de competição, mas

também aos treinos. Assim, o psicólogo deve acompanhar o atleta para que possa

superar de um modo assertivo determinados aspectos negativos tais como

consequências de uma lesão (Fig.6), derrotas e desconsiderações. Na vida de um atleta

existem várias relações interpessoais que nem sempre são as melhores, como por

exemplo, com colegas de equipa, adversários, treinadores e dirigentes desportivos.

Para além disso, temos ainda a comunicação social e o público que não só elogiam e

admiram, mas também criticam e ofendem o atleta.

Esta área da psicologia aplicada não

intervém apenas em clubes, equipas,

preparadores físicos e árbitros mas também

em estabelecimentos de actividades físicas e

desportivas de lazer e aliadas à saúde, como

ginásios, instituições vocacionadas para a

reabilitação e clínicas médicas.

Fig. 6 – Lesão no futebol

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Segundo a Sociedade Britânica de Psicologia, Divisão de Psicologia do Desporto

e exercício, o psicólogo deve intervir, por exemplo, para auxiliar atletas de elite a

desenvolverem estratégias de preparação para lidarem com as exigências da

competição e do treino, ajudar gestores, treinadores e árbitros para uma melhor

comunicação e relação interpessoal (fig.7), aplicar a investigação na aprendizagem

motora e nos processos psicofisiológicos maximizando assim regimes de prática e

forma física, consultar a nível psíquico atletas lesionados durante a sua reabilitação,

ajudar a gerir o stress, ansiedade e esgotamento, etc.

Existem vários psicólogos formados em psicologia do desporto, de entre eles,

Gisele Silva, Fátima Novais, Luís Sénica, Sidónio Serpa e José Cruz. Contudo, mérito do

nascimento deste ramo da psicologia deve ser atribuído a António Paula Brito, “verdadeiro pai

da psicologia do desporto em Portugal” (Cruz, 1996: 31).

Fig.7 – Relacionamento entre treinador e equipa

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O Psicólogo, Promotor de Desenvolvimento e

Autonomia

O grande objectivo da psicologia é a prevenção e a remediação de doenças

mentais e de perturbações comportamentais bem como a promoção da autonomia e

desenvolvimento pessoal.

Embora trabalhem em diferentes áreas, os psicólogos têm os mesmos objectivos.

Devem ser agentes de mudança, isto é, devem, seja qual for a sua área da psicologia

aplicada, procurar modificar o estado de coisas: podem modificar um problema já

identificado, tornando-o menos problemático, ou podem tentar evitar problemas que

possam surgir e que são provocados por uma dada situação. Assim, tanto a remediação

como a prevenção fazem parte da prática profissional dos psicólogos.

Uma das primeiras abordagens sistemáticas da prevenção na intervenção

psicológica começou por distinguir entre prevenção primária, secundária e terciária. Esta

abordagem trata-se de um modelo vindo da saúde pública e ficou conhecido como o

modelo médico da prevenção da perturbação mental. A prevenção primária tem o

objectivo de fazer diminuir a prevalência de um determinado problema e tem o objectivo

de fazer diminuir a frequência com que surgem determinados problemas mentais ou

comportamentais numa população ou comunidade. A prevenção secundária tem como

objectivo a identificação precoce de problemas mentais e comportamentais, ou seja, se

estes problemas forem identificados nas suas fases iniciais, há maior probabilidade de agir

com maior eficácia e, desta forma prevenir outras perturbações mais severas e que

danifiquem o bem-estar das pessoas. A prevenção terciária tem como objectivo a inserção

social e a reabilitação de pessoas que sofrem ou sofreram de doenças mentais ou que

apresentam ou apresentaram distúrbios comportamentais.

Para além da prevenção poder ser distinguida entre primária, secundária e

terciária, existem outras duas perspectivas, a prevenção centrada na situação, que é

defendida pelo psicólogo George Albee, e a prevenção centrada nas competências. É

muito importante, para aumentar a eficácia dos esforços preventivos realizados, combinar

estas duas perspectivas e actuar tanto ao nível das situações como ao nível das

competências.

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A prevenção centrada na situação concentra-se, por exemplo, para as causas de

stress ou perturbações que existem na relação de uma pessoa consigo mesma, com os

outros ou com os seus contextos de vida. A prevenção actua de forma a diminuir os

factores de perturbação que afectam as pessoas ou as suas relações.

A prevenção centrada nas competências preocupa-se em fazer com que as pessoas

passem a possuir determinadas características e capacidades que ajudarão a lidar com os

problemas que possam surgir, ou seja, não age sobre os aspectos da situação que podem

contribuir para o aparecimento e agravamento de situações de perturbação mental ou

comportamental, procura-se capacitar as pessoas com competências que os ajudem a lidar

com os problemas que possam surgir.

Mas a intervenção dos psicólogos não se deve ficar pela remediação e pela

prevenção. Os psicólogos devem também promover a saúde mental, o bem-estar e o

desenvolvimento psicológico dos seres humanos. Devem ser potenciadores de bem-estar

e saúde mental e agir sobre os contextos e situações problemáticas, tornar as pessoas

mais aptas para resolverem os seus problemas, promover a transformação e o

desenvolvimento para que as pessoas possam integrar-se nas acções quotidianas e fazê-

las compreender o que se passa e, assim, encontrar significados para as suas acções. Desta

forma, podemos afirmar que a promoção do desenvolvimento é a melhor forma de

prevenir não só o aparecimento de distúrbios mentais e comportamentais mas também é

a melhor forma de ajudar as pessoas a construir contextos onde possam viver melhor.

As perturbações psicológicas e os distúrbios comportamentais colocam, muitas

vezes, dificuldades à adaptação das pessoas que os experiencia. Neste caso, os psicólogos

devem facilitar a adaptação de pessoas que, por exemplo, tenham elevada ansiedade

social e assim não consigam ter sucesso na sua vida profissional. Devem ensinar essas

pessoas a relaxarem e evitar pensamentos negativos e deprimentes, para ajudá-las na sua

adaptação, ou seja, ao seu ajustamento social e comportamental.

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Conclusão

Ainda existem muitos técnicos que actuam no tratamento da saúde que são

frequentemente confundidos entre si, isto acontece precisamente porque existem

muitos e, grande parte deles, utiliza métodos muito semelhantes para tratar doenças

relacionadas a transtornos mentais. O facto de nem todos poderem prescrever

medicamentos com a finalidade de curar doenças psicológicas faz com que seja este a

principal diferença entre eles.

Com o passar do tempo a psicologia passou a ter uma vasta diversidade de

áreas de intervenção, uma delas era a psicologia do desporto.

A Psicologia do Desporto tem demonstrado ser um forte campo de pesquisa e

emprego do conhecimento psicológico. O seu desenvolvimento tem-se tornado

assunto comum entre treinadores e atletas, visto que, dentro dos limites impostos

pelas suas capacidades físicas, o rendimento deles na competição e nos treinos está

significativamente relacionado com o seu funcionamento psicológico.

A preparação psicológica de cada um vai diferenciar “os melhores do resto”

(Lohasz e Leith, 1997). Contudo, os treinos psicológicos diversificam de pessoa para

pessoa, pois não possuímos iguais formas de ser, de ver e de reagir a determinada

situação, sendo, por este motivo, resultantes das preferências de cada um. Assim, o

que resulta com um desportista pode não resultar com os outros e vice versa.

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Biografia

Matos Monteiro, Manuela; Pedro Tavares Ferreira; Ser Humano - 2ªParte,

Psicologia B – 12ºano; pp. 230-231/250-257

Luís Rodrigues; PSICOLOGIA 12º Ano – 1º Volume; Plátano Editora; 2005

http://psicologiab-jml.blogspot.com/2010/11/psicologia-do-desporto.html

http://www.joaosilas.com/psicologia-do-desporto/

http://www.psicoterapiaintegrativa.com/therapists/images/S_James_Bugental

.jpg

http://www.baillement.com/image-quinte/pierre_marie_1890.gif

http://jpn.icicom.up.pt/imagens/pessoas/manuela_fleming_jfuente.jpg

http://4.bp.blogspot.com/_lzpSZJLzhSs/TCZt43FkAlI/AAAAAAAAABw/reOQB3m

bA5Q/s1600/Sigmund_Freud_LIFE%5B1%5D.jpg

http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=423&id=60407&idSeccao=654

1&Action=noticia

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Anexos

Arquivo: Edição de 23-12-2009

Entrevista

“A psicologia do desporto ajuda a fazer a diferença”

Professor universitário e investigador científico Paulo Malico Sousa é, desde Setembro, o psicólogo da equipa sénior de hóquei em patins do Benfica. Em entrevista a O MIRANTE, o vila franquense de 39 anos – que tem um currículo académico impressionante – garante que a psicologia do desporto “ajuda a fazer a diferença”, mas lamenta que em Portugal esse reconhecimento tarde em chegar, ao contrário do que já acontece lá fora. Considera “sério, realista e meritório”, o trabalho da direcção da União Desportiva Vila franquense, o clube do seu coração.

Jorge Afonso da Silva

Como surgiu o convite do Benfica?

O professor Luís Sénica – treinador da equipa sénior de hóquei em patins do

Benfica – saiu da selecção e entendeu que deveria ter a trabalhar com ele um

psicólogo. Foram apresentadas várias propostas e a minha foi aceite. Pediram-me para

fazer o diagnóstico da situação individual e colectiva do grupo e, se as coisas

corressem bem havia a possibilidade de fazer um contrato e de dar continuidade a

esse trabalho inicial. Senti-me bem, o clube e a equipa técnica gostaram da minha

prestação e assinei por um ano com o Benfica. Desde o início da época que faço parte

da estrutura técnica do hóquei sénior do Benfica juntamente com o professor Luís

Sénica e o professor Nuno Ferrão que é o treinador adjunto.

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Contratar psicólogos para as equipas técnicas é uma coisa recente em

Portugal?

Não tem muitos anos. As intervenções que têm acontecido ao nível da

psicologia em alta competição no nosso país têm sido esporádicas e com pouca

continuidade. Excepto a intervenção do colega Pedro Almeida, que esteve no Benfica

com o Jesualdo Ferreira e o Toni e que tem um trabalho com mais de 10 anos. Ao

contrário do que acontece noutros países onde já há uma larga tradição na

intervenção psicológica no alto rendimento. Na América os psicólogos fazem parte das

equipas técnicas em modalidades como o basebol, basquetebol ou hóquei. Desde a

época 2001/2002, altura em que o Real Madrid criou um gabinete de psicologia, que

tem havido uma tendência crescente em toda a Europa, em particular na Espanha,

onde muitos clubes seguiram o exemplo, de se trabalhar de uma forma efectiva nessa

área.

Acha que só agora estamos a dar os primeiros passos?

Sim. Com dificuldade e resistência por parte de alguns treinadores menos

informados. Depois, a conjuntura económica não potencia, neste momento, a entrada

de mais um elemento para uma equipa técnica. O processo é lento mas consistente no

sentido de se integrar alguém especialista na área da psicologia para ajudar no treino

mental dos atletas, que é uma das quatro vertentes fundamentais no alto rendimento.

O treino psicológico é tão importante quanto o treino físico, técnico e táctico. Estas

quatro dimensões estão de mãos dadas e quando as primeiras intervenções

começarem a dar resultado, acredito que alguns treinadores menos sensibilizados para

esta questão, vão perceber a importância do psicólogo na melhoria do rendimento dos

atletas. Normalmente são os treinadores mais bem informados, aqueles que têm

formação académica ao nível superior, que mais rapidamente têm essa percepção e

recorrem aos serviços de um especialista em psicologia do desporto para os ajudar

nessa área.

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Quando é que se deve iniciar essa intervenção psicológica?

Deve-se começar nos escalões de formação. São os atletas mais jovens que

mais facilmente adquirem competências psicológicas básicas, em contraponto com os

atletas mais veteranos, que mais dificilmente conseguem moldar o seu

comportamento através das técnicas de modificação comportamental que vamos

implementando. A ideia é fazer estas intervenções o mais cedo possível. Ao nível dos

iniciados, com 12,14 anos, seria a altura ideal para se começar o treino psicológico,

como se faz no treino físico, técnico ou táctico. Seria interessante fazer a evolução do

processo mental a partir daí.

Como é que é feito o trabalho psicológico numa equipa de alta competição?

Há vários modelos de intervenção. Preconizo um modelo que consiste em

várias fases ao longo da época. A primeira consiste num diagnóstico da situação feito

na pré-época. O psicólogo vai para o terreno, equipado como mais um elemento da

equipa técnica, faz observação directa e sistemática do comportamento dos atletas em

treino e depois em competição. Através de uma grelha de registo de dados que ele

próprio constrói, vai avaliando algumas componentes dos atletas. Depois, é feito uma

bateria de testes e provas psicológicas especificamente vocacionados para o contexto

desportivo. Cruzam-se os dados e numa entrevista final chega-se ao perfil psicológico e

a um diagnóstico mais claro sobre cada um dos atletas. A partir daí inicia-se a segunda

fase que é um trabalho mais de gabinete, em que através de técnicas de modificação

comportamental, cientificamente comprovadas e validadas, vamos encetar melhorias

nas diversas vertentes mentais para que o atleta seja cada vez melhor.

É possível evoluir psicologicamente?

É possível melhorar competências psicológicas da mesma forma que é possível

melhorar as competências físicas, técnicas e tácticas. Treinando-as e tornando mais

elástico o nosso cérebro. Cada atleta é um caso e cada indivíduo tem o seu potencial

de evolução à semelhança de todas as áreas de intervenção da psicologia.

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Acha que isso fará a diferença no resultado final?

A psicologia ajuda a fazer a diferença. O objectivo da psicologia não é resolver

mas sim ajudar a resolver. Por si só o treino psicológico não contribuiu com nada. Mas

integrado num modelo de treino em que também se valoriza a vertente técnica, física

e táctica, de certeza que ajuda. Quando uma componente falha as outras também. A

psicologia do desporto ajuda a melhorar o rendimento e as competências psicológicas

dos atletas.“Direcção da UDV tem feito trabalho sério, realista e meritório”