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FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM FIBROSE CÍSTICA: estudo de caso Paracatu - MG 2016

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FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia

REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM FIBROSE

CÍSTICA: estudo de caso

Paracatu - MG 2016

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BIANCA DE OLIVEIRA VALADARES

REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM FIBROSE

CÍSTICA: estudo de caso

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de

Fisioterapia da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial

para obtenção de título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientadora Temática: MSc. Michelle Faria Lima

Orientadora Metodológica: MSc. Cecília Maria Dias Nascimento

Paracatu - MG 2016

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Valadares, Bianca de Oliveira Reabilitação Fisioterapêutica em paciente com fibrose cística: estudo de

caso. / Bianca de Oliveira Valadares. Paracatu, 2016. 57f.

Orientadora: Michelle Faria Lima Co-orientadora: Cecília Maria Nascimento Dias Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Graduação em

Fisioterapia.

1.Fibrose cística. 2. Fisioterapia respiratória. 3.Higienização brônquica. I. Lima, Michelle Faria; Dias, Cecília Maria Nascimento. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 615.8

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BIANCA DE OLIVEIRA VALADARES

REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM FIBROSE

CÍSTICA: estudo de caso

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma, Paracatu, MG.

Paracatu, 1 de junho de 2016.

Banca Examinadora

_________________________________________________

M Sc. Michelle Faria Lima – Orientadora temática

Faculdade Tecsoma

_________________________________________________

M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento – Orientadora metodológica

Faculdade Tecsoma

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À Deus, aos meus avos José Batista e Maria Valdenice

e aos meus pais Wesleyla Batista e Washington Moreira

que nunca deixaram de medir esforços para está

conquista. Foi por vocês!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por iluminar meu caminho, me dar forças e

estar sempre ao meu lado, permitindo a realização dessa conquista...

Aos meus pais Wesleyla Batista e Washington Moreira que deixaram de

seguir seus sonhos para realização dos meus, que sempre me apoiaram, deram

força e toda assistência para que eu persistisse e não desistisse.

Aos meus avós, anjo do céu Jose Batista que foi o guia para a escolha da

profissão, onde sempre sonhou em ter uma “Neta Doutorinha”, espero que esteja

feliz pois esse sonho é seu. A minha avó Maria Valdenice anjo da terra, que é minha

professora da vida, me ensinou a seguir a caminhada, a amar e ajudar sempre as

outras pessoas.

Aos meus professores, desde os que me ensinaram a escrever as iniciais do

meu nome aos que me ensinaram a devolver vontade de viver a outras pessoas,

foram essenciais na minha caminhada, obrigada pela confiança.

Aos meus irmãos e amigos queridos em especial, Hítalo Bruno, Jéssica

Lorrane, Luana Ingrith, Tuane Silva e Caroline Roquete, que me aturaram em dias

difíceis, e que sempre me deram forças para seguir...

Aos meus pacientes que muito contribuíram para minha formação, obrigada

pelo carinho, paciência e confiança...

Enfim, a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para essa

conquista.

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“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”

Arthur Schopenhauer

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RESUMO

A fibrose cística é uma doença hereditária autossômica recessiva de origem genética. Há alguns anos, a expectativa de vida de uma pessoa com fibrose cística era de até 2 anos, uma vez que não havia nenhum conhecimento sobre a fisiopatologia da doença. Nos dias de hoje, os pacientes que obtiverem um diagnóstico e tratamento precoce sobrevive até a terceira idade. A morbidade é representada em cerca de 80% dos casos devido às complicações pulmonares desencadeada pelas manifestações clínicas da doença. O tratamento é indicado logo após o diagnóstico, no qual deve ser realizada regularmente e ao longo da vida do paciente, a fisioterapia respiratória possui diversas técnicas que busca promover ao paciente um padrão respiratório funcional. Foi realizada uma pesquisa quantitativa do tipo estudo de caso. O objetivo desse estudo foi identificar se o diagnóstico clínico e tratamento fisioterapêutico precoce diminui ou previne os sintomas respiratórios da fibrose cística. O paciente incluído no estudo foi submetido ao protocolo de tratamento fisioterapêutico baseado nas técnicas de higienização brônquica realizada duas vezes na semana durante 21 sessões. Após o tratamento verificou-se que o diagnóstico clínico e tratamento fisioterapêutico precoce não previnem, mas diminuem os sintomas respiratórios e consequentemente os riscos de infecções pulmonares.

Palavras-chaves: Fibrose cística. Fisioterapia respiratória. Higienização brônquica.

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ABSTRACT

Cystic fibrosis is a genetic autosomal inherited disease. A few years ago the life ex-pectancy for a person with cystic fibrosis was almost 2 years, once that there wasn’t no knowledge about this disease. Today, the patients which obtain early diagnostic and treatment can survive until third age. The morbidity is shown in almost 80% of the cases due to pulmonary complications caused by clinical manifestations of dis-ease. The treatment is indicated to be done just after the clinical diagnostics and ear-ly physiotherapeutic treatment can reduce or prevent respiratory symptoms of cystic fibrosis. The patient on study was submitted to the physiotherapeutic treatment pro-tocol based on bronchial hygiene techniques held twice per week over 21 sessions. After the treatment it was found that the clinical diagnose and physiotherapeutic treatment can’t help to avoid but decrease respiratory symptoms and consequently the risks of lung infections.

Key words: Cystic fibrosis. Respiratory physiotherapy. Bronchial hygiene.

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LISTA DE TABELA

Tabela 1: Avaliação dos dados vitais do paciente antes e após o

tratamento...............................................................................

33

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1:

Avaliação respiratória do murmúrio vesicular através da

ausculta pulmonar durante o tratamento................................

34

Figura 2:

Avaliação respiratória dos ruídos adventícios através da

ausculta pulmonar durante o tratamento................................

35

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

∆F508 - Delta F508

AMPc - Adenosina Monofosfato Cíclico

Bpm - Batimentos por minuto

Ca - Cálcio

CFTR - Cystic Fibrosis Transmembrane Regulation

Cl - Cloro

CVF - Capacidade vital forçada

DNA - Ácido desoxirribonucleico

EUA - Estados Unidos da América

FC - Fibrose Cística

Hz - Hertz

Irpm – Incursão respiratória por minuto

mEq/L - Miliequivalente por Litro

Na - Sódio

VEF1 - Volume expiratório forçado no primeiro segundo

VPM - Vibração Pulmonar Manual

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SÚMARIO 1. Introdução............................................................................................... 15

2.Objetivos.................................................................................................. 17

2.1. Objetivo Geral...................................................................................... 17

2.2. Objetivos Específicos.......................................................................... 17

3. Justificativa............................................................................................. 18

4. Referencial Teórico................................................................................. 19

4.1. Sistema respiratório............................................................................. 19

4.2. Estrutura morfológica e Funcional dos pulmões................................. 20

4.3. História da Fibrose Cística................................................................... 21

4.4. Genética.............................................................................................. 4.5. Fisiopatologia...................................................................................... 4.6. Manifestações Clínicas........................................................................ 4.7. Diagnóstico.......................................................................................... 4.8. Prognóstico.......................................................................................... 4.9. Tratamento da Fibrose Cística............................................................ 4.9.1 Fisioterapia Respiratória na Fibrose Cística...................................... 4.9.1.1. Manobras de Higiene Brônquica................................................... 4.9.1.1.1. Tapotagem................................................................................. 4.9.1.1.2. Vibração..................................................................................... 5. Metodologia........................................................................................... 5.1. Área de Estudo.................................................................................... 5. 2. Materiais e Métodos........................................................................... 6. Resultados e Discussão......................................................................... 7. Conclusão...............................................................................................

22 22 23 25 26 26 27 28 28 29 31 31 31 33 39

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8. Referências............................................................................................. Anexos........................................................................................................ Apêndices....................................................................................................

40 44 48

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1. INTRODUÇÃO

A fibrose cística é uma doença hereditária autossômica recessiva de origem

genética, sendo assim não existem medidas para prevenir sua incidência. As

principais manifestações clínicas baseiam-se na tríade, sendo doença pulmonar

obstrutiva crônica, má absorção e alterações de eletrólitos no suor, onde há o

acúmulo de secreções nos órgãos, principalmente no sistema pulmonar, trato

gastrointestinal e glândulas sudoríparas, e com o agravo da doença esses sistemas

vão perdendo sua capacidade funcional (TORATINO, 2002).

As características sintomáticas e sinais que a fibrose cística apresenta se dá

devida uma alteração no gene que está presente no cromossomo 7. Este, codifica

uma proteína denominada CFTR (cystic fibrosis transmembrane regulation), que é

responsável por conduzir cloro para dentro das células (GOMIDE et al., 2007).

Apesar de ser uma doença genética hereditária, a fibrose cística tem maior

incidência na raça caucasiana e menor em negros, sendo predominante no sexo

masculino, porém este último possui sobrevida maior se comparada com o sexo

oposto (TORANTINO, 2002).

Há alguns anos, a expectativa de vida de uma pessoa com fibrose cística era

de até 2 anos de idade, uma vez que não havia nenhum conhecimento sobre a

fisiopatologia da doença. Com a evolução da ciência, e vários estudos realizados

desde então, foi possível estabelecer o diagnóstico e tratamento, aumentando a

expectativa de vida para 49,7 anos de idade, de acordo com os registros de dados

canadenses. Os registros de dados americano sugerem que os nascidos com FC

em 2010 tem expectativa de vida de 37 anos para mulheres e 40 anos para os

homens. A morbidade é representada em certa de 80% dos casos devido às

complicações pulmonares desencadeada pelas manifestações clínicas da fibrose

cística (RIGHI, 2015).

Os pacientes com fibrose cística que obtiverem um diagnóstico e tratamento

precoce sobrevivem até a terceira idade. O diagnóstico é dado pela presença de

duas ou mais manifestações clínicas da doença, histórico familiar, testes, como o do

pezinho, teste genético e confirmado pela presença de cloro superior a 60 mEq/L no

suor (STORNI et al., 2001 apud RIGHI, 2015).

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O tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por

médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais e fisioterapeutas, onde este

último atua no sistema respiratório, com técnicas de higienização para aumentar a

mobilização das secreções pulmonares e facilitar sua expectoração. Contudo,

proporcionará uma melhora na troca gasosa, diminuirá o trabalho respiratório e

como consequência diminuirá o cansaço, fadiga e risco de infecções pulmonares

(SHERPHERD, 1995).

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Identificar se o diagnóstico clínico e tratamento fisioterapêutico precoce

diminui ou previne os sintomas respiratórios da fibrose cística.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o quadro clínico das condições respiratórias do paciente com

fibrose cística.

Realizar acompanhamento do tratamento fisioterapêutico.

Verificar a eficácia das técnicas de higienização brônquica na

prevenção das complicações respiratórias desencadeadas pela fibrose cística.

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3. JUSTIFICATIVA

A fibrose cística é uma doença que engloba sérios problemas emocionais e

sociais tanto para a criança quanto para os pais, o que pode ocasionar interferências

na vida escolar e social de uma criança, devido as consultas rotineiras com médicos

e fisioterapeutas, períodos ocasionais de internação, além do desconforto da

insuficiência respiratória ao realizar suas atividades de vida diária. Por ser tratar de

uma doença genética hereditária, não tem como prevenir sua incidência e sabe-se

que taxa de mortalidade é alta nos indivíduos com a patologia, onde as principais

causas são patologias secundárias adquiridas devido as manifestações pulmonares.

Justifica-se então, a importância de estabelecer um diagnóstico clínico

precoce a fim de aplicar o tratamento adequado, juntamente com a equipe

multidisciplinar para que estes pacientes tenham uma vida tanto quanto normal.

Além de estabelecer um protocolo fisioterapêutico com intervenções para prevenir

ou diminuir os sintomas respiratórios característicos da doença, promovendo

melhora do trabalho respiratório, diminuindo acúmulo de secreções,

consequentemente os riscos de infecções pulmonares, dando a estes pacientes uma

melhora na qualidade de vida, no convívio social e aumento na expectativa de vida.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Sistema respiratório

De acordo com Spence (1991), a respiração é uma das características

básicas dos seres vivos necessária para que as células do corpo desempenhem

suas funções. Para isto é necessário o suprimento constate de oxigênio e uma

maneira eficiente de remoção do dióxido de carbono produzido nas suas atividades,

atuando juntamente com o sistema circulatório.

O sistema respiratório é constituído pelo nariz, cavidade do nariz, faringe,

laringe, traqueia, brônquios e pulmões. Sendo dividido em duas partes,

denominadas porção de condução e porção de respiração (DANGELO; FATTINI,

2004).

A porção de condução é responsável por conduzir o ar rico em oxigênio até a

porção respiratória e eliminar o ar rico de dióxido de carbono para fora do sistema.

As estruturas pertencentes são, o nariz, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios,

bronquíolos e bronquíolos terminais. A porção de respiração é onde ocorre a troca

gasosa, sendo os bronquíolos terminais e alvéolos (ALVAREZ, 2002).

Segundo Carvalho (2005), a respiração é controlada por meio de uma

complexa rede de estruturas do sistema nervoso central, dos pulmões e da periferia.

Na qual é constituído por uma rede de sensores (fluxo carotídeo e aórtico) que envia

informações a um centro controlador no sistema nervoso e este, por sua vez, envia

estímulos aos músculos respiratórios.

Os objetivos do controle da respiração são manter os gases respiratórios em

taxas adequadas, manter o equilíbrio ácido-base, minimizar o trabalho respiratório, e

minimizar a tensão, força ou agressão exercida sobre as estruturas pulmonares e

músculos respiratórios, visando preserva a integridade do sistema respiratório

(CARVALHO; SOUZA, 2007).

Carvalho (2005), ainda menciona que, para ocorrer a entrada e saída de ar,

que é um mecanismo que requer gasto energético, é necessário a atuação dos

músculos da respiração, sendo estes subdivido em principais, acessórios e

expiratórios.

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A inspiração, que se trata da entrada de ar nos pulmões é executada por

vários músculos, mas o principal é o diafragma. A expiração em momentos habituais

ocorre passivamente, porém frente a exercício ou atividade física intensa a atuação

dos músculos expiratórios (CARVALHO, 2005).

4.2. Estrutura morfológica e Funcional dos pulmões

As estruturas dos pulmões tratam-se de um conjunto complexo que permite a

manutenção da estabilidade do tecido pulmonar e a eficiência de sua função, sendo

a principal, troca de gases entre o ar inspirado e o sangue circulante (CARVALHO,

2005).

Os pulmões possuem uma certa mobilidade durante a respiração, necessária

para desempenhar sua função e ocupam quase todo espaço da caixa torácica. São

revestidos por dois folhetos, um interno denominado pleura visceral, que recobre o

pulmão propriamente dito e um externo que é a pleura parietal, que cobre

internamente a parede da cavidade costal (CARVALHO, 2005).

Entre esses dois folhetos pleurais existe uma cavidade pleural delgada, que é

revestida por um líquido fluido pleural. Sua função é lubrificar as pleuras durante os

movimentos respiratórios, para diminuir o atrito entre as duas camadas. Dentro da

cavidade pleural há um fator importante na mecânica respiratória que é a pressão

subatmosférica (SPENCE, 1991).

Os pulmões são mantidos estáveis dentro da caixa torácica pelo hilo. Este é

uma face depressiva encontrada no mediastino, composto por estruturas que entram

e saem do pulmão, como os brônquios, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos,

formando assim, a raiz do pulmão (pedículo) (SPENCE, 1991).

Os pulmões são os principais órgãos da respiração, sendo um direito e outro

esquerdo, constituído de ápice superior, uma base inferior e duas faces: costal e

medial. A base descansa sobre o músculo diafragma que separa internamente o

tórax do abdome. O pulmão esquerdo possui dois lobos e são separados por uma

fenda profunda denominada fissura oblíqua e o direito três lobos separados por duas

fendas, cujo denominação é fissuras obliqua e horizontal (DANGELO; FATTINI,

2004).

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4.3. História da Fibrose Cística

Nos séculos XVII e XIX às crianças com suor salgado tinham-se estabelecido

que morreriam precocemente. A primeira descrição da anatomia patológica da FC

em recém-nascido foi realizada por Landsteiner, em 1905, através de um estudo

realizado em recém-nascido que veio a falecer no quinto dia de vida por Íleo

meconial (LEONARDO, 2014). Ele descreveu a correlação do íleo meconial com a

insuficiência pancreática (RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO, 2002).

Em 1935, Fanconi descreveu o caso de uma criança com características

clínicas de doença celíaca com alterações pancreáticas exócrina, doença pulmonar

e intestinais (LEONARDO, 2014). Neste ele ressaltou as considerações da

patogenia de afeção assim como o caráter familiar, destacou necessidade de

diferenciar a síndrome celíaca da fibrose do pâncreas, além de formular hipótese da

etiologia da doença e propor normatização do tratamento da mesma (REIS;

DAMACENO, 1998).

Dois anos depois, Anderson descreveu uma publicação sistematizando as

características clínicas, anatomopatológicas e epidemiológicas, indispensáveis para

todos que estudam FC (REIS; DAMACENO, 1998).

O termo mucoviscidose foi criado em 1950 por Farber. Logo depois em 1951,

Di Sant’ Agnese e colaboradores fizeram a primeira observação eletrólitos no suor

aumentado em um número significante de pacientes com FC, tornando-se um marco

para o desenvolvimento do teste diagnóstico, além de orientar o estudo de células

secretoras e glândulas exócrinas (RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO, 2002).

Em 1955, foi criada nos EUA, a Cystic Fibrosis Foundation. Em 1958 Gibson

e Cooke estabeleceu o teste do suor como padrão do diagnóstico da FC. No mesmo

ano Shwachman e Kulczcki elaboraram um sistema que avalia a gravidade da

doença (LEONARDO, 2014).

A primeira publicação no Brasil sobre a FC, foi em 1949 por Gesteira, onde

revisou-se os métodos de diagnósticos da doença ressaltando a incidência da

mesma e questionou a falta de informações publicadas sobre a FC (REIS;

DAMACENO,1998).

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Crossley em 1983, demostrou o aumento da tripsina imunorreativa no sague.

Logo, em 1985 juntamente com sua equipe Paul Quiton descobriu o defeito básico

da secreção de íons cloros. Em 1989 um grupo de pesquisadores composto por

Lap-Chee Tsui, John Riordan e Coliins, localizaram o gene da FC, no qual fizeram a

clonagem e sequenciação do gene. A partir 1990 a 2000 restabeleceu-se buscas

para diagnóstico precoce e tratamentos, para promoção de boa qualidade de vida

(RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO, 2002).

4.4. Genética

Por meio de estudos de ligação, onde realizou a análise genética de

familiares com FC de diversos países e através desde, identificou-se o gene da

patologia. Os estudos de ligações servem para distinguir uma cópia de DNA de

outra, por variações na sequência do DNA. Em 1989, Lap-Chee Tsui, Francis Collins

e colaboradores isolaram e mapearam o gene da FC, utilizando técnicas de

clonagem posicional e salto cromossômico (REIS; DAMACENO, 1998).

No braço longo do cromossomo 7, localiza-se o gene da fibrose cística. Esse

gene codifica uma proteína anormal denominada CFTR (Cystic Fibrosis

Transmembrane Regulation). Uma de suas principais funções é regular o transporte

iônico, essa proteína é essencial para transportar através da membrana celular íons,

regulando o fluxo de Cl, Na e água (PETRY; MARÓSTICA, 2007).

No gene da FC são reconhecidas mais de 600 mutações, sendo que a mais

comum ocorre por uma deleção de três pares de base, que ocasiona a perda de

aminoácido (fenilalanina) na posição 508 (∆F508) da proteína CFTR, causando

alteração no seu funcionamento (RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO, 2002).

4.5. Fisiopatologia

A proteína CFTR regula o transporte de íons (Ca e Na) nos tecidos epiteliais,

na patologia essa função fica defeituosa. O estímulo dado pela AMPc ou cálcio

ionóforo, que são moléculas que emitem sinais dentro da célula, estimulando o canal

de cloro a se abrir, dando saída ao cloro. Sendo assim o canal de cloro não

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responde a AMPc e somente os canais estimulados pelo Ca ionóforo se abrem,

causando uma diminuição do ionte cloro, na membrana apical das células epiteliais.

Como consequência para manter o equilíbrio de Ca/Na dentro da célula, ocorre uma

maior absorção de sódio (TORANTINO, 2002).

Essa alteração provoca uma série de resposta comprometendo tanto as

glândulas serosas, como também as mucosas. Assim, a consequência fisiológica

desse defeito do transporte de eletrólitos vai variar ao epitélio afetado e a função

desempenhada pelo mesmo, sendo de maior relevância nos pulmões (TORANTINO,

2002).

As glândulas exócrinas que são as do pâncreas e traqueobrônquica são as

mais gravemente afetadas. Ocorre uma obstrução devido a produção de secreções

de viscosidade anormal. São afetadas também as glândulas intestinais e

sudoríparas, as salivares, assim como os seios paranasais (SHEPHERD, 1995).

4.6. Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas que são expressadas vão se basear no

acometimento de vários órgãos, porém nem sempre são semelhantes em todos

indivíduos que tem a doença, sendo muito variáveis e pode manifesta-se

precocemente ou na vida adulta (RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO, 2002). Existem

lactantes que apresentam sintomatologia grave e evoluem rapidamente para o óbito,

no entanto existem lactantes com sintomatologia semelhante que conseguem uma

melhora e levam uma vida relativamente normal (SHEPHERD, 1995).

A primeira manifestação da doença nos recém-nascidos geralmente é a

presença do íleo meconial. O intestino grosso apresenta-se após o nascimento

obstruído por mecônio espesso e viscoso. A insuficiência pancreática, na maioria

dos casos, se manifesta primeiro que a pulmonar. O lactante apresenta fezes fétidas

e gordurosas, em grande volume, além de demorar para crescer e ganhar peso. A

alteração pancreática pode provocar também dores abdominais e prisão de ventre

(SHEPHERD, 1995).

As manifestações que afetam o sistema respiratório vão depender da doença

atual que ele apresenta e da evolução da mesma (RIGHI, 2015). O quadro clínico

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apresenta clearence mucociliar diminuído e muco viscoso predispondo as demais

patologias como pneumonia, bronquite, fibrose, bronquiectasia e falência respiratória

(RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO, 2002).

Para Zanchete e colaboradores (2006, p. 124):

A fisiopatologia do comprometimento pulmonar na FC não está completamente elucidada. Em alguns pacientes as alterações mais precoces iniciam-se com mudanças no calibre das pequenas vias aéreas. Em outros, a função pulmonar permanece normal no primeiro ano de vida. O curso clínico da doença pulmonar é influenciado pela inflamação crônica das vias aéreas e por infecções bacterianas, que predispõem ao aprisionamento aéreo e modificam a complacência do sistema respiratório, com aumento do trabalho respiratório e diminuição da força dos músculos inspiratórios. Este último fator pode ser avaliado pela manovacuometria, um método não invasivo, simples e prático.

O sintoma mais precoce na criança é a tosse, que geralmente no terceiro mês

vai se tornando frequente e intensa podendo ocasionar vômitos por esforço. Um

fator que chama a atenção na tosse é o muco espesso expelido. A partir dos 2 anos

de idade 75% dos pacientes com Fibrose Cística já apresentam de forma marcante

sintomas pulmonares (PONTES; CAMPOS, 1993).

A obstrução de pequenas vias aéreas por secreções espessas e infectadas,

desencadeia um processo inflamatório crônico. Essa inflamação persiste inclusive

em pulmões que possuem anatomia normal, levando à formação de broquiectasias e

lesão pulmonar progressiva, evoluindo para insuficiência respiratória e óbito.

“Clinicamente, o comprometimento pulmonar pode manifestar-se por bronquite,

atelectasias, bronquiectasias, pneumotórax, hemoptise, pneumonias recorrentes, cor

pumonale e insuficiência respiratória” (PHELAN, 1994 apud COELHO; SEQUENZIA;

AGOSTINI, 2015, p. 3).

De acordo com Ribeiro, Ribeiro e Ribeiro (2002) a primeira manifestação

respiratória que ocorre em 20% dos pacientes pode ser a polipose. A grande maioria

dos pacientes com FC evoluem com cor pulmonale. Nessas fases mais avançadas,

apresentam tórax enfisematoso, aumento da frequência expiratória, dificuldade na

expiração, cianose periunginal, baqueateamento digital aumentando, broncorréia

purulenta, geralmente matinal, queixando-se de falta de ar durante a realização de

suas atividades, assim como ao praticar exercícios e fisioterapia.

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25

As manifestações digestivas são, na sua maioria, secundárias à insuficiência pancreática (IP). A obstrução dos canalículos pancreáticos por tampões mucosos impede a liberação das enzimas para o duodeno, determinando má digestão e má absorção de gorduras, proteínas e hidratos de carbono. Causa também diarréia crônica, com fezes volumosas, gordurosas, pálidas, de odor característico e, finalmente, desnutrição calórica protéica, acentuada por outros fatores inerentes à FC (RIBEIRO; RIBEIRO; RIBEIRO, 2002, p. 174).

4.7. Diagnóstico

A fibrose cística é diagnosticada com a presença das características clínicas

da doença pulmonar obstrutiva crônica, íleo meconial, insuficiência pancreática com

prejuízo do desenvolvimento da criança ou presença da patologia em algum membro

da família e colonização pulmonar persistente. Quando há presença dessas

características, o diagnóstico é confirmado por concentração de cloro maior que 60

mEq/L no suor ou pela mutação patológica nos cromossomos FC (RIGHI, 2015).

Reis e Damaceno (1998), ressalta que normalmente o diagnóstico da FC é

dado pela presença de uma ou mais manifestações clínicas típicas da doença e

confirmado pela concentração elevada de cloro no suor. Os pacientes com fibrose

cística, aproximadamente 85% apresentam insuficiência pancreática exócrina.

O diagnóstico pode ser obtido também através da testagem genética. O teste

é positivo quando apresenta mutações no gene regulador de condutância

transmembrana da FC. Se uma criança de determinada família for diagnosticada

com FC, todos os irmãos também devem ser testados (EFFGEN, 2005).

Outros métodos podem ser realizados como triagem neonatal mais conhecido

como teste do pezinho, que é realizado através da dosagem de tripsina

imunorreativa (PESSOA, 2000). A triagem neonatal é método que possibilita

identificar vários tipos de doenças congênitas que não apresentam sintomas no

período neonatal, tendo como objetivo aplicar intervenções para impedir a instalação

dos sintomas decorrentes da patologia. Após a identificação da fibrose cística é

confirmado o diagnóstico através do teste do suor (ALMEIDA et al., 2006).

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26

4.8. Prognóstico

Nos anos de 1930 e 1940 as crianças com Fibrose Cística não sobreviviam

mais que cinco anos, sendo que, 80% morriam no primeiro ano de vida. Nas

décadas seguintes, essa expectativa foi aumentando para os 10 anos em 10 a 20%

dos pacientes. De acordo com os avanços e reconhecimento fisiopatológico da FC,

essa taxa foi aumentando para os 40 anos em 1990 (REIS; DAMACENO, 1998).

Reis e Damaceno (1998), destaca que a principal causa de morbidade e

mortalidade são as complicações pulmonares secundárias, sendo assim, fator de

extrema importância para o prognóstico do paciente.

As possíveis causas que têm levado a um melhor prognóstico na sobrevida dos pacientes com FC são diagnóstico mais precoce, melhor abordagem no íleo meconial, melhor suporte nutricional, terapia antibiótica mais agressiva e mais precoce, desenvolvimento de centros regionais de referência para o diagnóstico e tratamento da FC, promoção de suporte médico e educação para todos os pacientes com FC (REIS; DAMACENO, 1998, p.90).

Sendo assim, para estabelecer um prognóstico, o paciente com FC deve ser

avaliado periodicamente e individualmente, pois dependerá das condições clínicas

presente e a evolução da mesma (SILVA; PFEIFER, 2007).

4.9. Tratamento da Fibrose Cística

O tratamento da FC é feito por uma equipe multidisciplinar que envolve

médicos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas e assistente social. O primeiro

objetivo é prevenir ou atrasar qualquer comprometimento pulmonar (EFFGEN,

2005).

Dalcin e Silva (2008) destaca que mesmo com o avanço do conhecimento da

FC, que trata-se de uma doença multissistêmica, o principal comprometimento é o

da função pulmonar, sendo que o tratamento é baseado nos sintomas e correção

das disfunções pulmonares.

O tratamento irá atuar com medidas para proporcionar que a criança leve uma

vida tanto quanto normal. Sendo entre elas, substituição das enzimas pancreáticas

com extratos de origem animal, medidas preventivas para alterações pulmonares

irreversíveis, manter uma hidratação adequada com quantidades exatas de sal,

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27

manutenção de bom estado geral, assim como emocional tanto da criança quanto

dos familiares (SHEPHERD, 1995).

4.9.1. Fisioterapia Respiratória na Fibrose Cística

O desenvolvimento da fisioterapia respiratória iniciou-se ente 1950 e 1960,

devido as epidemias de poliomielite. As técnicas utilizadas naquele período eram

uma adaptação dos métodos anglo-saxões aplicadas em adultos, como tapotagem e

drenagem postural. A partir de então, novas técnicas foram descritas baseadas na

modulação do fluxo expiratório (PRADO; VALE, 2012).

A fisioterapia respiratória possui diversas técnicas que buscam promover ao

paciente um padrão respiratório funcional, sem grandes transtornos ou repercussões

no organismo do paciente, sendo assim, as medidas aplicadas propiciaram

prevenção ou tratamento das doenças respiratórias (GRABOWSKI; BERTOLINI,

1999).

A fisioterapia faz parte da rotina de um paciente com fibrose cística e a

frequência varia de acordo com indicação do médico ou do fisioterapeuta, que vão

levar em consideração as condições do paciente e a necessidade do mesmo. O

tratamento é indicado logo após o diagnóstico, no qual deve ser realizada

regularmente e ao longo da vida do paciente (PRADO, 2011).

Os fisioterapeutas que atuam na área Pediátrica necessitam de paciência e

usar criatividade e imaginação para incentivar a criança a realizar os exercícios ou

técnicas brincando, pois muitas vezes, elas se encontram estressadas e impacientes

devido aos procedimentos aplicados, condições do seu estado clínico, assim como,

intenso mal-estar. As atividades lúcidas além de tornarem o procedimento mais

eficaz e facilmente alcançado, criam um vínculo das crianças e pais com o

fisioterapeuta, e os tranquiliza, tornando o atendimento mais humanizado

(SARMENTO, 2007).

Segundo Matos (2009), as prováveis razões para a melhora da sobrevida dos

pacientes com fibrose cística são devido à crescente capacidade de diagnóstico

precoce e assim, tratamento adequado principiado. A fisioterapia deve ser iniciada

ao diagnóstico mesmo que os sintomas sejam mínimos ou que não existam, sendo

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28

considerada essencial no tratamento dessa doença. A terapêutica deve ser

direcionada para a eliminação de secreções das vias aéreas e ao treinamento da

musculatura específica da respiração e não específica. As intervenções utilizadas

para isso são manobras de higiene brônquica, exercícios respiratórios, reabilitação

pulmonar, cinesioterapia entre outros com o objetivo de aumentar o clearance

mucociliar, melhora da função pulmonar, melhora da força muscular respiratória e do

condicionamento físico.

4.9.1.1. Manobras de Higiene Brônquica

As técnicas de higienização brônquica é uma prática da fisioterapia

respiratória que visa, promover a remoção de secreção pulmonar em pacientes

hipersecretivos. Tem como finalidade mobilizar a secreções e facilitar sua

expectoração (MACHADO, 2015). Elas não devem ser realizadas após refeições

para evitar regurgitações. As manobras geralmente são associadas com a

administração de inaladores com broncodilatadores e mucolíticos para umidificar as

secreções e facilitar a realização das manobras (GOMIDE et al., 2007).

A técnica de higienização brônquica é indicada baseada no diagnóstico

funcional, na dificuldade de expectoração do paciente, nas repercussões que o

excesso de secreções ocasiona sobre a função pulmonar, assim como na escolha

de melhor intervenção que propicia melhor efeito e menor dano (GRABOWSKI;

BERTOLINI, 1999).

As manobras devem ser aplicadas respeitando indisposições do paciente,

seus limites, exames de imagem e laboratoriais, assim como as indicações e

contraindicações de cada técnica em relação ao quadro clínico que ele apresenta

(SARMENTO, 2007).

4.9.1.1.1. Tapotagem

A tapotagem consiste em percutir o tórax com as mãos em forma de concha a

fim de produzir ondas de energia que é transmitida através dessa parede para as

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29

vias aéreas (CONTO et al., 2014). A técnica geralmente é aplicada com as duas

mãos, mas pode utilizar apenas uma, o que varia dependendo da área do tórax

(PRYOR; WEBBER, 2002).

Machado (2015), afirma que há bastante controvérsias quanto ao efeito da

tapotagem em crianças, em especial lactantes, pelo fato do mesmo possuir tórax

flexível, dificultando a propagação de ondas mecânicas para os pulmões.

A técnica é aplicada nas regiões torácicas que corresponde ao segmento e

lóbulos pulmonares, o tórax deve estar envolvido por algum tecido, como um lençol

fino ou toalha, a fim de evitar contado direto com a pele do paciente e prevenir

hiperemia. As mãos são posicionadas em forma de concha, sendo realizados

movimentos ritmos e contínuos de flexão e extensão do punho (MACHADO, 2015).

A aplicação da tapotagem ou percussão em brônquios de pequenos calibres

faz com que ocorra uma agitação simultânea do conteúdo ali presente restringe o

efeito de deslocamento e remoção, o que difere quando aplicada em brônquios de

maior calibre, onde ocorre com maior efeito a transmissão dos choques mecânicos

favorecendo a mobilizações das secreções (MACHADO, 2015).

Pryor e Webber (1998), menciona que a tapotagem geralmente é aplicada

associada a exercícios torácicos de acordo os com objetivos. Os bebês e crianças

pequenas não tem essa autonomia para o controle da respiração ao realizar os

exercícios, porém se mostra uma técnica muito útil por estimular a tosse,

provavelmente devido a mobilização de secreções.

Segundo Machado (2015), a técnica é contraindicada em casos de

osteoporose, edema agudo de pulmão, tuberculose pulmonar, tumores do pulmão e

mediastino, broncoespasmo, pulmão sibilante, dispneia, hemoptise, derrame pleural,

cardiopatias graves, pneumotórax, enfisema subcutâneo, crise asmática e após

refeições.

4.9.1.1.2. Vibroterapia

A Vibroterapia ou vibração pulmonar manual (VPM) é uma técnica realizada

manualmente ou mecanicamente com o uso de aparelhos elétricos que promovem a

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30

vibração na parede torácica (CONTO et al., 2014). A VPM consiste na aplicação de

movimentos com ritmos oscilatórios aplicados a parede torácica do paciente. Tendo

como objetivo modificar as propriedades físicas do muco brônquico, diminuindo

assim a viscosidade do muco e facilitando sua depuração. Geralmente é aplicada a

técnica de compressão da caixa torácica a fim de aumentar o fluxo expiratório

(GOMIDE et al., 2007).

O muco apresenta uma frequência de deformação que é atingida pelo ritmo

ciliar, quando a técnica é realizada corretamente, a remoção do muco é facilitada.

Além disso, a motilidade ciliar é aumentada quando se realiza frequência vibratória

próxima ao do batimento ciliar que é de 13Hz. Para a realização da técnica alguns

terapeutas mesmo com todo esforço, dedicação e conhecimento não conseguem

realiza-las sendo necessário determinada habilidade para sua execução

(MACHADO, 2015).

Trata-se de uma técnica que não possui contraindicações absolutas, a não

ser cuidados e precauções relacionadas ao desconforto e sinais clínico do paciente

(MACHADO, 2015). Deve-se tomar cuidados quanto a presença de osteoporose ou

depósitos metastáticos afetando as costelas ou a coluna vertebral (PRYOR;

WEBBER, 2002).

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31

5. METODOLOGIA

5.1. Área de estudo

Foi realizado um trabalho quantitativo, tratando-se de estudo de caso, onde o

objeto da pesquisa trata-se de um paciente do sexo masculino, 6 meses de idade,

diagnosticado ao nascimento com fibrose cística, não apresentando evolução dos

sintomas respiratórios da doença.

5.2. Materiais e Métodos

Segundo Marconi e Lakatos (2008, p. 285):

O enfoque quantitativo vale-se do levantamento de dados para provar hipóteses baseadas na medida numérica e da análise estatística para estabelecer padrões de comportamento. Ele procura principalmente a expansão de dados, ou seja, a informação.

O estudo de caso refere-se ao levantamento de todos os aspectos de

determinado caso ou grupo humano com mais profundidade, visa aprender uma

determinada situação e a complexidade de um fato. “Em geral, o estudo quantitativo

elege uma ideia que transforma em uma ou várias perguntas relevantes, das quais

derivam hipóteses e variáveis” (MARCONI; LAKATOS, 2008, p. 285).

O estudo foi realizado através do acompanhamento de 21 sessões

fisioterapêuticas no ano de 2015, sendo realizadas duas vezes por semana, na

Clínica Escola de fisioterapia da Faculdade Tecsoma situada na cidade Paracatu -

MG. Estavam previstas 20 sessões, porém na última sessão paciente estava

agitado, por isso, foi necessária mais uma sessão para reavaliação.

Os critérios de inclusão empregado para a escolha do objeto da pesquisa,

basearam em paciente apresentar diagnóstico clínico de fibrose cística ao

nascimento, e realizar tratamento e acompanhamento médico regularmente, tendo

nutrição adequada e sendo encaminhado a clínica de fisioterapia por um médico, no

quinto mês de vida.

Os critérios de exclusão utilizados constituiram em paciente apresentar

presença de patologias associadas ou secundárias a Fibrose Cística.

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32

Os pais do paciente foram esclarecidos sobre o estudo e assinaram um termo

de consentimento livre e esclarecido (anexo B), elaborado conforme as exigências

do capítulo IV do Conselho Nacional de Saúde, resolução 196/96 (BRASIL, 2012).

Foi realizada uma avaliação do paciente, através de uma ficha de avaliação

respiratória da Fundação Universidade Alto do Rio Peixe adaptada para a realidade

do paciente (anexo A).

Para avaliação foram utilizados termômetro ADNANTIVE e estetoscópio

PREMIUM. Foi auscultado em todas as sessões os pulmões do paciente, verificando

se havia diminuição do murmúrio vesicular e se havia presença de ruídos

adventícios. O Protocolo de atendimento compreendeu técnicas de higienização

brônquica que visam mobilizar as secreções e facilitar sua expectoração, como a

tapotagem e vibração, realizadas de 15 a 20 minutos. Durante as sessões foram

utilizados brinquedos para distrair a criança enquanto as técnicas foam aplicadas.

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33

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O paciente objeto da pesquisa é do sexo masculino, 6 meses de idade, foi

diagnosticado no primeiro mês de vida com fibrose cística através do teste do

pezinho e confirmado com o teste do suor. Não apresentando evolução da

sintomatologia clínica característica da doença.

Foram realizados acompanhamentos fisioterapêuticos no qual consistiram na

aplicação de técnicas de higienização brônquica como tapotagem e

vibrocompressão, sendo realizadas na clínica escola da Faculdade Tecsoma,

durante 21 sessões, incluindo uma avaliação inicial e final.

O Paciente possui controle de tronco e cervical, pele e anexos normais,

hidratado, com percussão apresentando som normal, padrão de respiração

diafragmática e ritmo normal. Segundo informações colhidas da mãe, não há relatos

de antecedentes familiar com diagnóstico da doença.

Na tabela 1, estão descritos os dados vitais do paciente antes e após a

intervenção fisioterapêutica por meio das técnicas de higienização brônquica.

Podendo observar através deste que houve variação, mas pouco significativa.

Tabela 1: Avaliação dos dados vitais do paciente antes e após o tratamento.

Dados vitais Antes Após

Frequência cardíaca (bpm) 116 112

Frequência respiratória (irpm) 22 20

Temperatura (°C) 36 36,5

Fonte: O outor

A figura 1 e 2, mostra o dados da ausculta pulmonar que foram auscultado em

todas as sessões antes da aplicação das técnicas de higienização brônquica.

A ausculta pulmonar foi escolhida por se tratar de um método importante de

avaliação específica, monitorização da evolução do paciente com disfunção

pulmonar e no acompanhamento de uma sessão de tratamento de desobstrução

broncopulmonar (fisioterapia respiratória desobstrutiva), além de ser prático, de

baixo custo e capaz de realizar sem auxilio do paciente.

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34

Figura 1: Avaliação respiratória do murmúrio vesicular através da ausculta pulmonar

durante o tratamento

FONTE: O autor

Como pode ser visto, a figura 1 demonstra que o paciente apresentou as

manifestações clínicas durante o tratamento, ocorrendo variações entre as sessões,

sendo que em 10 sessões a ausculta apresentou murmúrio vesicular presente e em

11 sessões murmúrio vesicular diminuído.

Durante o tratamento observou-se que as manifestações clínicas quando

presente como murmúrio vesicular diminuído com presença de roncos difusos

estavam correlacionados com a variação de meios externos ou agentes que

exerciam influência sobre os sintomas da doença, como mudança de tempo,

resfriados e gripe.

Ao percorrer o sistema tubular e alveolar a corrente aérea provoca vibrações

na qual são denominados ruídos da respiração normal. Ao auscultar o tórax de um

individuo normal, ouve-se um som murmurante, observando que a inspiração é mais

nítido e mais forte o que difere na expiração por ser mais fraco, menos nítido e mais

curto, sendo denominado em condições normais murmúrio vesicular presente

(CARVALHO; SOUZA, 2007).

Em indivíduos com maior volume de ar circulante ocorre o aumento do

murmúrio vesicular como em pacientes dispneicos, taquipneicos ou frente ao

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

Mrmúrio vesicular presente Murmúrio vesicular diminuido

Sess

õe

s

Ausculta Pulmonar

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35

exercício físico. Quando ocorre invasão de determinada área do parênquima, o

murmúrio vesicular encontra-se diminuído devido a redução do volume corrente

(BASSO et al., 2008).

Os resultados encontrados nesse estudo são pouco positivos em relação ao

murmúrio vesicular já que o mesmo se manifestou em 11 sessões diminuído.

Figura 2: Avaliação respiratória dos ruídos adventícios através da ausculta pulmonar

durante o tratamento

FONTE: O autor

A figura 2, demonstra a presença ou não de ruídos adventícios auscultado em

todas as sessões, sendo que em 12 sessões ao auscultar os pulmões do paciente,

observou-se que não houve presença de ruídos adventícios e em 10 sessões

apresentaram-se ruídos adventícios com predomínio de ronco em todas.

Os ruídos adventícios são quando mesmo em condições normais, os ruídos

respiratórios não são audíveis, produzindo sons anormais, podem ser de origem do

espaço pleural, alvéolos ou árvore brônquica. São classificados em secos podendo

ser roncos ou sibilos, úmidos sendo estertores crepitantes e subcrepitantes e atrito

pleural.

0

2

4

6

8

10

12

14

Sem ruídos adventícios Presença de ruídos Adventícos

Sess

õe

s

Ausculta pulmonar

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36

Basso e colaboradores (2008), relata que a transmissão dos sons pulmonares

de vias aéreas a superfície torácica são frequentemente acometidos por patologias

do pulmão, por isso a importância da compreensão dos ruídos pulmonares anormais

pelos profissionais da área da saúde, pois com o método, pode se deduzir o que

está acontecendo com as estruturas pulmonares e guiar uma abordagem mais

proveitosa e funcional com menos riscos ao paciente.

Os roncos são sons pulmonares anormais, com frequência igual ou menor a

200Hz sendo contínuos, produzidos pelo estreitamento da via aérea com secreção,

esta reduz os brônquios de grande calibre, pois se adere as suas paredes, são

audíveis na inspiração e na expiração, porém predominantemente na inspiração com

tonalidade grave, geralmente acompanhada de tosse (CARVALHO; SOUZA, 2007).

Os resultados encontrados neste estudo mostram que as técnicas de

higienização brônquica foram benéficas quanto à desobstrução das vias aéreas já

que em 12 sessões o paciente não apresentou ruídos adventícios (roncos) e quando

presente, estavam correlacionados com fatores já mencionados anteriormente.

O rastreamento neonatal em um estudo de corte citado por Adde e

colaboradores (2011), relata que há vantagens do diagnóstico precoce na fase da

adolescência, onde comparam a evolução clínica e evolução pulmonar até os 15

anos de idade. Quando comparado o escore do grupo diagnosticado precocemente

através da triagem neonatal mostra que aos 15 anos houve melhoras no peso,

estatura, nos parâmetros de função pulmonar. Dos 6 aos 15 anos, as crianças

apresentaram aumento do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1)

em 4% e da capacidade vital forçada (CVF) em 13%, já o grupo com diagnóstico

tardio apresentou redução dos parâmetros em 14% e 5%, respectivamente. Porém

em ambos os grupos ocorreu semelhança a colonização por Pseudomonas

aeruginosa.

Alvarez (2002), relata que de acordo com autores nacionais como Rebram

(1995) a idade do diagnóstico de pacientes com fibrose cística era de 4,5 anos o que

contradiz estudos realizados por Macóstica (1995), que relatou ser aos 9 meses. Em

1998, Domec relatou que era dos 18 aos 28 anos, Dornelas e colaboradores (2000)

relatam ser aos 15 meses, já Reis e colaboradores (2000) aos 2 anos e 8 meses.

Righi (2015), realizou um estudo avaliando as principais características

demográficas e clínicas dos pacientes com fibrose cística e hipertensão pulmonar no

qual observou que a idade de diagnóstico de sete pacientes estudados foi de 3

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meses, três deles com 4 meses, 11 meses e 46 meses de idade. Destes seis

pacientes apresentaram colonização por pseudomonas aeruginosa. Sendo quatro

antes dos 12 meses de idade, um paciente com 1 ano e 2 meses e outro com 1 ano

e 4 meses.

Contudo observa-se que com os dois estudos citados anteriormente que a

idade do diagnóstico de paciente com fibrose cística no Brasil ainda é bastante

divergente, nenhum dos estudos foi diagnosticado ao nascimento. No estudo

realizado por Righi (2015) 85% dos pacientes não submetidos a tratamentos clínicos

e fisioterapêuticos apresentaram infecção por pseudomonas aeruginosa, sendo que

57% antes dos 12 meses de idade, o que difere do presente estudo uma vez que até

o fim do acompanhamento o objeto da pesquisa não apresentou infecções

pulmonares.

Ao reavaliar o paciente, o pai relatou que observou que hoje em dia o

paciente dorme bem e que houve diminuição na incidência de acúmulo de secreção,

já que o mesmo não apresenta tanto o “chiado no peito”. A respiração contínua em

padrão diafragmático que é o fisiológico e ritmo normal.

Um estudo realizado por Van Der schans e colaboradores citado por Ribeiro e

colaboradores (2002), no qual engloba técnicas fisioterapêuticas em pacientes com

fibrose cística, indexada de 1974 até 2000 publicadas em literatura internacional.

Concluíram que mesmo a literatura sugerindo que as técnicas de higienização

brônquica são benéficas em auxiliar a depuração mucociliar, ainda não existem

evidências científicas que estas técnicas tenham algum benefício em paciente

fibrocísticos com o objetivo de aumentar o clarence das secreções pulmonares.

Padro (2011) realizou um estudo no qual abordou o papel da fisioterapia na

fibrose cística relatando as técnicas utilizadas e sua conclusão condiz com o estudo

anterior sendo que embora as técnicas sejam eficientes, recomendando a

desobstrução das vias aéreas dos pacientes onde devem ser feitas com

regularidade, vários estudos demonstram que não há comprovação evidente que as

técnicas utilizadas pela fisioterapia respiratória de higienização brônquica

apresentam benefícios e efeitos na função pulmonar, melhora na perfusão e

quantidade de eliminação de secreção.

Com os estudos de Ribeiro e colaboradores (2002) e Padro (2011), pode - se

perceber que são viáveis tais argumentos, uma vez que ao realizar o tratamento

fisioterapêutico dos grupos estudados o protocolo de tratamento não consistiu

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38

apenas em técnicas de higienização brônquica, o que dificulta a comprovação de

seus benefícios, embora estudos que englobam essas técnicas com outros

procedimentos fisioterapêuticos se mostram eficazes e demostram que são

indispensáveis ao tratamento de um paciente com fibrose cística.

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39

7. CONCLUSÃO

Os resultados encontrados neste estudo foram satisfatórios, embora não

tenha sido observada melhora em algumas variáveis deste estudo já que se trata de

uma doença progressiva em que os sintomas se agravam frente a pequenas

circunstâncias e pelo não comparecimento do paciente as sessões consecutivas

durante todo o tratamento.

Conclui-se que o diagnóstico clínico e tratamento fisioterapêutico precoce não

previnem os sintomas respiratórios da fibrose cística, mas os diminuem e

consequentemente os riscos de infecções pulmonares.

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ANEXOS

ANEXO A

Ficha de Avaliação Respiratória

Clínica Escola

Identificação:

Nome: __________________________________ Data:_______________________

Idade: _____________ DN: ____/_____/_____ Sexo:________________________

Endereço:___________________________________________________________

Cidade: ______________________________ Tel.: __________________________

Nome do Responsável: ________________________________________________

Médico: ____________________________________________________________

Diagnóstico médico:___________________________________________________

Queixa Principal:_____________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

História da Doença Atual:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

História Familiar:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Medicamentos:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Exame Físico

Inspeção Física: (postura, pele e anexos, hidratação, mucosa, nutrição,...)

Respiração:

( ) Costal ( ) Diafragmática ( ) Mista ( ) Paradoxal ( ) Apical

Ritmo:

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45

( ) Normal ( ) Anormal __________________________________________

Percussão:

Som normal: ( )

Sons anormais: ( ) Hipersoridade ( ) Timpânico

( ) Submacicez ( ) Macicez

Ausculta:

Som normal: MV ( )

Sons anormais: Estertores secos ( ) Roncos ( ) Sibilos

Estertores úmidos ( ) Bolhosos ( ) Crepitantes

Localização: _____________________________________________________

Dados Vitais

Frequência cardíaca: ______________________________________________

Frequência respiratória: ____________________________________________

Saturação de O2: _________________________________________________

Temperatura: ____________________________________________________

Diagnóstico Fisioterápico:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Objetivos de Tratamento:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Conduta:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________ __________________________

Supervisor Estagiário

FONTE: Clínica Escola da Fundação Universidade Alto do Rio Peixe modificada.

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ANEXO B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu, _____________________________________________ RG.: ______________,

abaixo qualificada, DECLARO para fins de participação em pesquisa, que fui

devidamente esclarecida sobre o projeto de Pesquisa intitulado: Reabilitação

fisioterapêutica em paciente com fibrose cística: estudo de caso, desenvolvido pela

aluna Bianca de Oliveira Valadares, do curso Bacharelado em Fisioterapia da

Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos:

A Fibrose Cística trata-se de uma doença hereditária autossômica recessiva

de origem genética. (TORATINO, 2002). O tratamento é realizado por uma equipe

multidisciplinar, o fisioterapeuta atua no sistema respiratório, com técnicas de

Higienização para aumentar a mobilização das secreções pulmonares e facilitar sua

expectoração. Contudo, proporcionará uma melhora na troca gasosa, diminuir o

trabalho respiratório como consequência diminuir o cansaço, fadiga e risco de

infecções pulmonares (SHERPHERD, 1995).

Será realizado um acompanhamento do tratamento Fisioterapêutico pela

pesquisadora, a qual conquiste na aplicação de técnicas de higienização brônquica,

duas vezes por semana no período de agosto a novembro/2015. Este estudo tem o

intuito de analisar se diagnóstico clínico e tratamento fisioterapêutico precoce

diminui ou previne os sintomas respiratórios da Fibrose Cística.

O entrevistado tem a liberdade de recusar a sua participação em qualquer

fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento e

cuidado. É garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais envolvidos na

pesquisa. Os dados e informações provenientes deste trabalho serão utilizados para

fins de publicação e produção de trabalho de conclusão de curso para grau de

bacharel.

Declaro, outros sim, que depois de esclarecida pela pesquisadora e ter

entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta

pesquisa.

Paracatu, de de 2015.

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47

QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Objeto da pesquisa

Nome: ...................................................................................................................

CPF: ............................ Data da Nascimento: ....../....../.......... Sexo: M ( ) F ( )

Endereço: ................................................................................................. n° .......

Bairro ...................................................... Cidade: ................................................

CEP: ........................................................ Tel.: .....................................................

_____________________________________________

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR

DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, cumprindo todas as exigências contidas no

Capítulo IV da Resolução 196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária, o

consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para a realização

desta pesquisa.

Paracatu, de de 2015.

_____________________________________________

Bianca de Oliveira Valadares

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APÊNDICES

APÊNDICE A- PROTOCOLO DE TRATAMENTO

CONDUTA

Higienização Brônquica

- Tapotagem que consiste em percutir o tórax com as mãos em concha e

vibrocompressão que consiste na aplicação de movimentos oscilatórios aplicadas na

parede do tórax combinado com compressão do mesmo. Paciente é posicionado em

decúbitos laterais de forma a facilitar as manobras (15 a 20 minutos).

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APÊNDICE B- DESCRIÇÕES DAS SESSÕES

27/8/ 2015

Foi realizada a primeira avaliação e contato inicial com o paciente e logo após

iniciou-se a sessão.

Paciente encontra-se em bom estado geral, apresenta pele e anexos normais,

hidratado, mucosa normal, começando a perder peso. Ausculta murmúrio vesicular

presentes sem ruídos adventícios. Dentre os dados vitais apresentou frequência

cardíaca de 116 bpm, frequência respiratória 21 irpm e temperatura 36°C. Chegou a

clínica acompanhado da mãe e pai no colo.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizada durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

31/8/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado da mãe, em bom estado geral mas

com presenças de bolinhas avermelhadas na região do pescoço, provavelmente

devido ao suor.

Ausculta apresentou murmúrio vesicular presente sem ruídos adventícios.

Foram realizadas técnicas de higienização brônquica, Foram aplicadas

técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a vibrocompressão. Paciente é

posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar as manobras, sendo realizadas

durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

2/9/2015

Paciente não compareceu a clínica para tratamento fisioterapêutico, devido

consulta médica de rotina em Belo Horizonte.

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7/9/2015

Feriado

9/9/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai.

Ausculta pulmonar apresentou murmúrio vesicular diminuído com presença

de roncos difusos no pulmão direito e esquerdo.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

14/9/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, dormindo.

Ausculta apresentou murmúrio vesicular diminuído com presença de roncos

difusos no pulmão direito e esquerdo.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências e dormindo.

16/9/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai.

Ausculta apresentou murmúrio vesicular diminuído com presença de roncos.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

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as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente apresentou durante o tratamento tosse. Deixou a clínica sem

intercorrências.

21/9/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral, corado

e hidratado.

Ausculta pulmonar apresentou murmúrio vesicular presente sem presença de

ruídos adventícios.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Durante o tratamento apresentou tosse, deixando a clínica sem

intercorrências.

23/9/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado da prima, em bom estado geral,

hidratado e corado.

Ausculta com murmúrio vesicular presente sem presença de ruídos

adventícios.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

28/9/2015

Paciente chegou a clínica dormindo acompanhado da prima, em bom estado

geral, hidratado e corado.

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Ausculta com murmúrio vesicular presente sem presença de ruídos

adventícios.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

30/9/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral,

hidratado e corado.

Ausculta com murmúrio vesicular presente sem presença de ruídos

adventícios.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

5/10/2015

Paciente não compareceu a clínica para tratamento fisioterapêutico.

7/10/2015

Paciente não compareceu a clínica para tratamento fisioterapêutico.

12/10/2015

Feriado

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19/10/2015

Feriado

21/10/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral,

hidratado e corado.

Ausculta com murmúrio vesicular diminuído, sem presença de ruídos

adventícios.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

26/10/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado da mãe, em bom estado geral,

corado e hidratado. Segundo a acompanhante no dia 23 de outubro de 2015, levou o

paciente ao hospital apresentando tosse, respirando muito rápido (taquipnéico) e

com secreção, foi tratado com nebulização.

Ausculta pulmonar apresentou murmúrio vesicular presente, sem roncos,

porém com frequência respiratória aumentada.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

28/10/2015

Paciente chegou a clínica dormindo, acompanhado do pai, em bom estado

geral.

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Ausculta com murmúrio vesicular diminuído com presença de roncos difusos

no pulmão direito e esquerdo.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

2/11/2015

Feriado

4/11/2015

Paciente não compareceu a clínica para tratamento fisioterapêutico.

10/11/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral.

Ausculta com murmúrio vesicular diminuído, sem presença de ruídos adventícios,

frequência respiratória aumentada.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

12/11/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral.

Ausculta com murmúrio vesicular diminuído, sem presença de ruídos adventícios,

frequência respiratória aumentada.

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Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

16/11/2015

Paciente não compareceu a clínica para tratamento fisioterapêutico para

realizar exame de Radiografia.

18/11/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral,

agitado, chorou durante toda sessão.

Ausculta com murmúrio vesicular diminuído, presença de roncos difusos nos

pulmões direito e esquerdo e frequência respiratória aumentada.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

25/11/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral, a

ausculta apresentou com murmúrio vesicular diminuído, presença de roncos difusos

nos pulmões direito e esquerdo e presença de tosse.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

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4/12/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral, corado

e hidratado.

Ausculta com murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

9/11/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral, corado

e hidratado.

Ausculta com murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 15 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente deixou a clínica sem intercorrências.

11/12/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral, corado

e hidratado, bem agitado e chorando muito.

Ausculta com murmúrio vesicular diminuído, com presença de roncos difusos

nos pulmões direito e esquerdo, frequência respiratória aumentada e ofegante.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

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Paciente não foi reavaliado devido seu estado citando anteriormente,

deixando a clínica sem intercorrências.

14/12/2015

Paciente chegou a clínica acompanhado do pai, em bom estado geral, corado

e hidratado.

Ausculta com murmúrio vesicular diminuído, com presença de roncos difusos

nas laterais dos pulmões direito e esquerdo.

Foram aplicadas técnicas de higiene brônquica, como tapotagem e a

vibrocompressão. Paciente é posicionado em decúbitos laterais de forma a facilitar

as manobras, sendo realizadas durante 20 minutos. Foram usados brinquedos para

distrair a criança.

Paciente foi reavaliado e deixou a clínica sem intercorrências.