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RECEITAS PÚBLICAS Conceito: - São os ingressos de recursos públicos, em caráter definitivo, que acrescem ao patrimônio público, sendo utilizados para despesas e investimentos públicos. Nem todo dinheiro que entra nos cofres públicos são receitas. Para tanto devem entrar em caráter definitivo, não estando sujeito à devolução pelo Estado. - IR tem devolução, restituição - a restituição é o que foi cobrado à maior. Imposto de Renda Retido na Fonte – a lei obriga o empregado a descontar do salário do contribuinte repassando à Receita Federal. – é na declaração que o contribuinte mostra que o imposto devido por ele com as deduções são menores que o cobrado na fonte, ocorre então a restituição do Imposto de Renda. - ingresso à título de caução: findo o contrato, tendo ele sido cumprido vai levantar o valor pego pelo Estado. Ainda, o valor deve representar recursos novos, de modo à acrescentar AP patrimônio público. - ex.: há um prejuízo de 500 mil causado por uma empresa ao Estado, ela está ressarcindo ao pagar os 500 mil. Classificação - Quanto à origem: a) Originárias: O Estado recebe recursos de seus próprios bens.

RECEITAS PÚBLICAS

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Resumo de parte da matéria de Direito Financeiro.

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Page 1: RECEITAS PÚBLICAS

RECEITAS PÚBLICAS

Conceito:

- São os ingressos de recursos públicos, em caráter definitivo, que acrescem ao patrimônio público, sendo utilizados para despesas e investimentos públicos.

Nem todo dinheiro que entra nos cofres públicos são receitas. Para tanto devem entrar em caráter definitivo, não estando sujeito à devolução pelo Estado.

- IR tem devolução, restituição - a restituição é o que foi cobrado à maior. Imposto de Renda Retido na Fonte – a lei obriga o empregado a descontar do salário do contribuinte repassando à Receita Federal. – é na declaração que o contribuinte mostra que o imposto devido por ele com as deduções são menores que o cobrado na fonte, ocorre então a restituição do Imposto de Renda.

- ingresso à título de caução: findo o contrato, tendo ele sido cumprido vai levantar o valor pego pelo Estado.

Ainda, o valor deve representar recursos novos, de modo à acrescentar AP patrimônio público.

- ex.: há um prejuízo de 500 mil causado por uma empresa ao Estado, ela está ressarcindo ao pagar os 500 mil.

Classificação

- Quanto à origem:

a) Originárias: O Estado recebe recursos de seus próprios bens.

Ex: rendimento de aluguéis recebidos mensalmente, lucros produzidos por empresas da qual o Estado participa.

b) Derivadas: O Estado recebe recursos da atividade econômica do particular, o que o particular paga ao Poder Público por meio de tributos e multas.

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- Quanto à previsibilidade:

Necessidade que o Governo tem para saber quanto de rendimento ele pode contar para fazer seu orçamento.

a) Ordinárias: Receitas previsíveis. Receitas que o Estado sabe que estarão disponíveis para ele ao fazer o orçamento, ainda que não saiba o quantum.

- Ex: Tributos, multas, arrecadações que ele tem com as receitas públicas originárias.

b) Extraordinárias: Receitas imprevisíveis, com as quais não pode contar e não coloca na previsão orçamentária.

- Ex: Doações, heranças jacentes, mercadorias apreendidas nas alfândegas.

DESPESAS PÚBLICAS

Conceito:

- São os recursos empregados pela Administração Pública, dentro de uma autorização legislativa, para a realização de gastos operacionais e investimentos.

Os recursos são utilizados para atender obrigações legais (ex: educação), contratuais (ex: para prestar serviços – terceirizados) ou decorrentes de condenação judicial (precatórios).

Proposta orçamentária: é referendada com uma lei complementar. A partir da autorização pode-se executar. A autorização não quer dizer que a obra efetivamente vai ocorrer.

Classificação

- Conforme destinação dos recursos:

a) despesas correntes: Também chamada despesa operacional. Gasto que a Administração Pública faz para a manutenção do funcionamento dos serviços

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públicos e da estrutura administrativa. São despesas para manter o funcionamento do Estado.

- Ex: pagamento de servidores públicos; pagamento de contas; compras de materiais.

b) despesas com capital: Investimentos em infraestrutura. Recursos empregados pela Administração que resultam em acréscimo de patrimônio.

- Ex: investimento do estado de Minas Gerais numa estação de tratamento de água e esgoto, numa escola.

Se tem o déficit público só terá dinheiro para as despesas correntes e não consegue dinheiro para o investimento (despesas com capital).

CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A abertura de crédito consiste na liberação de recursos públicos, por meio de autorização legislativa, para a realização de gastos e investimentos pela Administração Pública.

- O crédito público pode ser:

1) Orçamentário:

- Sua liberação é feita com base na Lei de Orçamento.

- É na Lei Orçamentária que o Governo colocará todos os seus projetos que demandam maior gastos. Uma vez aprovada a lei orçamentária tem-se a autorização legislativa para que as despesas aconteçam. Essa lei é feita com uma previsão do governo de quanto ele terá em caixa no próximo ano.

- A Lei do Orçamento representa a autorização de crédito orçamentário. É uma programação anual.

2) Adicional

- É liberado por leis esparsas ao longo do exercício de execução orçamentária.

2.1 – Suplementar

- Crédito que vem complementar crédito orçamentário insuficiente.

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- A lei que abre o crédito suplementar deve dizer quanto é o valor, para qual finalidade e de onde o dinheiro está vindo.

Requesito: lei + disponibilidade de recursos.

2.2 – Especial

- Difere em relação ao suplementar por não estar atrelado a um crédito orçamentário. É um crédito avulso.

- Surge a necessidade de uma despesa que não estava prevista no orçamento, mas o Governo entende que há conveniência e necessidade.

Requisito: lei + crédito disponível.

2.3 – Extraordinário

- A destinação desse crédito é para situações extraordinárias que demandam recursos.

Ex: catástrofes, epidemias, calamidades.

- Situações onde a liberação do dinheiro deve ser imediata, não há como esperar a liberação pelo Legislativo.

- O crédito extraordinário é liberado de forma imediata, por ato do Executivo, que em seguida é submetido a aprovação do Poder Legislativo.

ORÇAMENTO

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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ( LEI COMPLEMENTAR nº 101, de 04 de maio de 2000)

DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

- Trouxe regras mais rígidas no controle da Administração Pública.

- Objetivo: impor no administrador público uma maior responsabilidade fiscal.

- Responsabilidade fiscal: responsabilidade de que se exige do administrador público a fim de que exista equilíbrio fiscal.

- No último ano do mandato tem regras mais rígidas em relação a despesa, pois há uma tendência na transição de mandato haver um desequilíbrio financeira, principalmente no Executivo.

Art. 8º - “Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.”

É o Poder Executivo que tem a prerrogativa de definir como será executado os recursos. O Poder Executivo dentro de 30 dias faz o cronograma, programação da liberação dos recursos.

Parágrafo Único - “Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.”

Contribuições sociais – exemplo de espécie tributária afetada.

Receitas públicas que já tenham suas finalidades definidas segue vinculada a sua destinação ainda na alteração de um exercício para outro.

Art. 9º - “Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”

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Passado 02 meses deve-se fazer uma verificação se a receita está acompanhando o que foi planejando, é necessário isso pois o orçamento é feito com base numa previsão. Feita a verificação no final de fevereiro se o Governo ver que a receita planejada não se confirmou o Executivo vai comunicar aos demais poderes e ao Ministério Público que eles precisão fazer cortes em sua despesa.

§ 1º - No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

§ 2º -  Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º - No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Foi suspenso pela ADI 2.238-5 por violar a independência e a isonomia dos poderes.

Cada um dos poderes devem fazer os cortes, o Executivo não pode travar a liberação do dinheiro com suas próprias forças.

Art. 10 - A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.

DA PREVISÃO E ARRECADAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA

Faz parte da responsabilidade fiscal a preocupação com as receitas, com o que se arrecada.

Art. 11 - Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

 Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

- É parte da responsabilidade fiscal o ente público instituir e arrecadar tudo aquilo que está ao seu alcance. Se não cobrarem todos os impostos eles ficam

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proibidos de receber as transferências voluntárias de recursos. (feitas para auxiliar os entes)

Municípios – IPTU, ISS, ITBI

Da renuncia de receita

Art. 14 - A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:       (Vide Medida Provisória nº 2.159, de 2001)       (Vide Lei nº 10.276, de 2001)

        I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

        II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

        § 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

        § 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.

        § 3o O disposto neste artigo não se aplica:

        I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I,  II ,  IV   e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1o;

        II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

Art. 14 – o ente público poderia ter aquela receita e ele renuncia aquela receita., para isso ele deve ter direito àquela receita. Ex.: anistia, remissão, concessão dos créditos presumidos, isenção.

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Para conceder ele deve saber qual será o impacto disso na sua arrecadação, contas.

Requisitos: 1º - aquele que está propondo a renuncia de receita demonstre qye já considerou a renuncia no ano seguinte. – Que não comprometerá suas receitas. A renúncia deve estar prevista no orçamento sem que comprometa o equilíbrio fiscal do ente.

2º - O ente concede o benefício fiscal mas aumenta um outro tributo para compensar suas receitas.

§1º - anistia, remissão, subsídio e etc – mostro o que compreende a renúncia de receitas. Toda redução de arrecadação tributária é considerada renúnica.

§2º - O benefício da renúncia fiscal só poderá valer simultaneamente com o aumento do tributo – como forma de compensação.

§3º - Exceções do art. 14.

- determinados valores a Fazenda Pública não executa, porque não compensa os gastos. Valor a ser cobrado é inferior aos custos.

- As Fazendas Públicas concedem remissão e nesse caso não se aplica a regra do art. 14.

2ª situação: impostos previstos no art. 153, I, II, IV e V, CF.

Impostos que a União pode instituir:

I – imposto sobre a importação

II – imposto sobre a exportação

IV – IPI

V – IOF

Quando há redução de alíquotas o art. 14 considera renuncia de receitas. O §3º diz que a redução de alíquotas nessas 04 hipóteses não precisam atender aos requisitos do art. 14.

Função extrafiscal ou regulatória – para regular a economia.

Das Despesas com pessoal

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Art. 19 – Limites Globais

União: 50%

Estados: 60%

Municípios: 60%

Esses percentuais são relativos a receitas dos entes.

Ex: a União pode gastar até 50% das suas receitas correntes com o pagamento de pessoal.Esse limite foi rateado conforme o quadro abaixo

Limites por Poder – art. 20

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL2,5% - P. Legislativo/TCU

3% - P. Legislativo/TCE 6% - P. Legislativo/TCM

6% - P. Judiciário 6% - P. Judiciário 40.9% - P. Executivo 49% - P. Executivo 54% - P. Executivo0.6% Min. Público da União

2% - MPE

2 – Controle da despesa com pessoal

A LRF traz medidas para a contenção e cortes excedentes com pessoal.

Contenção: medidas que vão impedir o aumento com despesas com pessoal quando já atingirem um patamar perigoso.

A verificação das despesas com pessoal é feita a cada 04 meses, quando as despesas excederem a 95% do limite vai se utilizar as medidas do artigo 22 para que não ultrapasse o limite.

No caso do art. 23 já houve a extrapolação do limite indicado. Precisa-se conter e eliminar o percentual excedente, sendo 1/3 no primeiro quadrimestre.

Obs: o §1º e 2º do art. 23 foi suspenso pela ADI.

Obs: As sanções previstas no §3º se aplicam imediatamente quando o excedente ocorrer no último ano de mandato.

Art. 22 – Medidas de contenção. Despesa próxima do limite.

Art. 23 – Medidas de corte de despesa com pessoal excedente do limite.

-ver arts. 169, §3º e 4º CF

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 Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.

        Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:

        I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;

        II - criação de cargo, emprego ou função;

        III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

        IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

        V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6 o   do art. 57 da Constituição  e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

        Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos  §§ 3º  e 4 o   do art. 169 da Constituição.

        § 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)

        § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.(Vide ADIN 2.238-5)

        § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:

        I - receber transferências voluntárias;

        II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

        III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

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        § 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Dos restos a pagar

Art. 42 - Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

        Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

No último ano de mandato, nos últimos 02 quadrimestres o administrador público a partir de 1º de maio não pode assumir despesa que não possa ser cumprida integralmente no seu mandato e se houver parcelas para pagar no ano seguinte o dinheiro deve ser deixado nos cofres para que o sucessor efetue seu pagamento.

DIREITO TRIBUTÁRIO

FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

FONTES PRIMÁRIAS: leis propriamente ditas.

FONTES SECUNDÁRIAS: atos normativos expedidos pelo Poder Executivo que vão auxiliar na tributação. Ex: decreto regulamentar.

FONTES PRIMÁRIAS

1) CONSTITUIÇÃO FEDERAL

- Papel de organização do Sistema Tributário Nacional levando em consideração o sistema federalista.

- contém normas de estrutura, responsáveis pela organização do sistema tributário nacional.

- Não institui tributos.

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- Prevê espécies tributárias.

- Prevê e reparte competências tributárias com suas limitações (princípios e imunidades). – Art. 153, CF – define a competência tributária em matéria de impostos e prevê também limitações ao poder de tributar.

Imposto sobre grandes fortunas (ainda não foi instituído)

Art. 155, CF – Estados e DF

Art. 156, CF – municípios

- Delega atribuições à lei complementar em matéria tributária.

Além das imunidades a CF traz também os princípios.

Ex.: princípio da anterioridade e noventena.

2) LEI COMPLEMENTAR

A Constituição Federal delega atribuições a Lei Complementar, ela é o instrumento que exerce essa função auxiliar ao sistema tributário.

Requisito formal e material

A Lei Complementar deve preencher os requisitos formal e material. A lei complementar deve ter o conteúdo típico de LC.

Formal: lei com processo legislativo típico de LC, aprovada e com numeração sequencial de LC.

Material: LC deve ter conteúdo típico daquela lei. Aqueles conteúdos para os quais a CF exigiu expressamente a LC.

Ex.: COFINS – instituída pela LC 70/1991. A CF não exigia LC para sua instituição, bastaria lei ordinária.

Havia nessa lei uma isenção para a sociedade de profissão regulamentada. (ex: advogados, dentistas).

Em 96 surgiu a lei 9.430/96 trouxe alterações a LC 70/91, entre as mudanças acabou com a isenção para a sociedade de profissão regulamentada. Se insurgiram contra isso porque a lei ordinária não poderia modificar uma LC. (ilegalidade da supressão).

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STJ chegou a editar súmula favorável aos contribuintes. Quando chegou no STF a Fazenda Nacional alegou que a LC 70/91 materialmente não era uma LC e sim uma lei ordinária, podendo assim ser alterada por outra lei ordinária.

- A lei complementar precisa dos 02 requisitos.

Relação com a lei ordinária

Jamais se questionou a constitucionalidade da LC 70/91 porque quem aprova a lei complementar e a lei ordinária é o Congresso Nacional.

Nem sempre prevalece lei complementar sobre lei ordinária. A Lei complementar pode invadir competência da lei ordinária e se houver invasão de uma em relação a outra representa uma irregularidade.

Ex.

Alíquota ISSQN

LC LOF LOE LOM

5% 7% - (não pode)

- não existe relação de hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, deve-se observar a competência.

Atribuições genéricas (art. 146, CF)

I – Dispor sobre conflitos de competência em matéria tributária

Mesmo com a partilha feita pela CF ainda ficam áreas cinzentas entre municípios e estados, estados e União.

Municípios tem a titularidade do IPTU e a União do ITR.

Para que determinada área seja considerada urbana deve ter um número mínimo de urbanização. Quem decide onde é a área urbana e rural é a lei municipal.

ISS – tributo municipal

Page 14: RECEITAS PÚBLICAS

ITBI, IPTU – o tributo é devido para o município onde estiver localizado aquele imóvel. Situação do bem.

ISS – a pessoa tem uma empresa em BH, quem contrata mora em Uberlândia e o serviço será executado em Varginha. Todos os 03 querem receber ISS. Quem define isso será a lei complementar.

Regra que vale: município onde está o estabelecimento prestador.

II – Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. Art. 146, II

- Algumas das imunidades dependem de regulamentação infraconstitucional.

Ex.: art. 150, VI, “c”, CF. – atendidos os requisitos da lei – CF nos remeteu à legislação infraconstitucional.

Essas imunidades só se implementam se essas instituições cumprirem os requisitos previstos em lei complementar.

- interpretação conjugada do art. 150 com a lei.

III – Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária

A competência é comum. União, estados, DF e municípios legislam sobre matéria tributária. Não é competência exclusiva.

Matérias Gerais são disciplinadas por lei complementar.

- estabelece normas gerais:

a) espécie tributária

b) fatos geradores, base de cálculo e contribuintes.

Fato gerador: evento que uma vez ocorrendo gera a obrigação tributária.

Ex.: IPVA – ser proprietário de um veículo automotor.

IPTU – ser proprietário de um imóvel urbano.

IR – auferir renda.

Base de cálculo: sobre o que se calcula os tributos.

IPTU: valor venal do imóvel.

Contribuintes: Quem paga cada um dos impostos.

Page 15: RECEITAS PÚBLICAS

- Quem institui o imposto é o ente tributante competente,LC não institui imposto, apenas prevê normas gerais.

Fica a critério da lei ordinária: a alíquota, por exemplo.

O CTN não cria a obrigação tributária, traz normas gerais.

Antigamente as execuções fiscais do INSS – decadência e prescrição: 10 anos. Hoje em dia não mais. Súmula Vinculante 08

4º - alínea d - fala sobre o Sistema Tributário Nacional, criado pela LC 123/2006 – sistema diferenciado para o pagamento de tributos – visando a diminuir a carga tributária e simplificando a arrecadação tributária.

O Simples pega vários tributos e o transforma em um.

3) LEI ORDINÁRIA

- Responsável, em regra, pela insituição dos tributos.

Cada um dos entes vai editar. Exercitam a competência tributária de cada ente. O único imposto federal que exige LC é o IGF.

Institui os tributos, para isso deve prevê: fato gerador, base de cálculo, alíquota e os contribuintes.

- Prevê benefícios fiscais (isenção, anistia, remissão, parcelamento, etc). A LO pode prever quem não vai pagar, está dispensado do pagamento de tributos. Isenção está na legislação infraconstitucional e é uma deliberação autônoma do ente. Imunidade está na CF.

- Estabelece obrigações acessórias ou delega a atribuição ao Poder Executivo.

- Ex: apresentação de reajuste ao imposto de renda. Não envolve o pagamento do imposto, mas é uma obrigação acessória.

Paga multa se não apresentar.

Ex.: emissão de nota fiscal.

4) LEI DELEGADA

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- Expedido pelo Chefe do Executivo, mediante delegação de poderes do Legislativo.

- Pode tratar de matéria tributária não reservada à lei complementar.

Lei delegada tem força de lei ordinária.

Ex: dispor sobre conflitos de competência em matéria tributária.

5) MEDIDA PROVISÓRIA

- Pode versar sobre matéria tributária não reservada á lei complementar. (art. 62, §1º, III, CR).

Independe de autorização do Congresso Nacional, posteriormente passarpa pelo crivo do Legislativo.

Constitui uma exceção a tripartição dos poderes.

Medida provisória com força de lei – deveria ser em casos excepcionais.

Trava a pauta do Congresso Nacional

Na sua conversão é medida provisória, possui força de ler ordinária.

As normas que criam ou aumentam tributos devem respeitar 02 princípios constitucionais: anterioridade e da noventena.

Não podem e não devem ter vigência imediata: normas que aumentam ou criam tributos.

A lei deve ser publicada em 01 ano para produzir efeitos no ano seguinte e ainda respeitar 90 dias.

- Observância obrigatória do §2º do art. 62 da CF.

Pode-se usar a Medida Provisória para aumento de tributos desde que ela seja convertida em lei para produzir efeitos no ano seguinte. – Não se prejudica a segurança jurídica do contribuinte.

- exceção: Impostos vistos na LRF - IOF, IE, IIM IPI – não precisa esperar o ano seguinte. – Art. 154,II – imposto extraordinário de guerra

Obs.: IPI deve respeitar a noventena.