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Redes Sociais e Aprendizagem

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Apresentação de Augusto de Franco (2012)

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Page 1: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 2: Redes Sociais e Aprendizagem

REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM

Autodidatismo e alterdidatismo

Comunidades de aprendizagem

Co-creation em multiversidade

Introdução às redes sociais

Netweaving 2012

Page 3: Redes Sociais e Aprendizagem

REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM

Introdução às redes sociais: as diferenças fundamentais

entre descentralização e distribuição, participação e

interação e mídias sociais e redes sociais

Page 4: Redes Sociais e Aprendizagem

Netweaving 2012

INDICAÇÕES DE LEITURA

INTRODUTÓRIAS

Page 5: Redes Sociais e Aprendizagem

Um único link para você copiar

BIBLI.E=R – a Biblioteca inteira da Escola-de-Redes – com cerca de 1 mil textos para download free:

Biblioteca da Escola-de-Redes

Catálogo de 13/01/12

http://goo.gl/RNNFW

Page 7: Redes Sociais e Aprendizagem

Não adianta pular essa “etapa”

Ou você encara

o desafio, lê os

textos e tenta

entendê-los, ou

vai ficar falando

de redes por

ouvir dizer.

Page 8: Redes Sociais e Aprendizagem

Outras indicações

Existem textos mais suaves e talvez mais amigáveis (como os indicados abaixo), mas eles não substituem o estudo dos textos de Barabási, Watts e Christakis & Fowler. Por exemplo:

MARTINHO, Cássio (2003) Redes

UGARTE, David (2007) O poder das redes

FRANCO, Augusto (2011) A Rede

Page 9: Redes Sociais e Aprendizagem

Mais três indicações

Outros textos de caráter introdutório que você pode ler

(mas que também não substituem os textos indicados):

PISANI, Francis entrevista Fritjof Capra

(2007) Redes como um padrão unificador da

vida

FRANCO, Augusto (2011) É o social,

estúpido!

MIEMIS, Venessa (2010) O futuro é a rede

Page 10: Redes Sociais e Aprendizagem

Se você prefere começar não-lendo

Você pode preferir começar assistindo vídeos. Mas fique sabendo que isso não substitui o estudo dos textos básicos indicados aqui. Você pode assistir por exemplo:

O poder dos seis graus Parte 1 | Parte 2 | Parte 3

Redes sociais: como funcionam as ligações entre as pessoas Video

A influência oculta das redes sociais Video

Page 11: Redes Sociais e Aprendizagem

Vendo apresentações

Você pode preferir começar vendo apresentações.

Mas fique sabendo que isso não substitui o estudo

dos textos básicos indicados aqui. Você pode

assistir por exemplo:

Redes Sociais Um resumo de 2011

Netweaving TEDxSP

Page 12: Redes Sociais e Aprendizagem

As redes sociais são as sociedades

Page 13: Redes Sociais e Aprendizagem

Sociedades-em-rede estão emergindo

Page 14: Redes Sociais e Aprendizagem

Redes mais distribuídas do que

centralizadas surgem por toda parte

Page 15: Redes Sociais e Aprendizagem

O mundo todo está em rede

Page 16: Redes Sociais e Aprendizagem

Pois é...

Page 17: Redes Sociais e Aprendizagem

Não apenas um mundo

Page 18: Redes Sociais e Aprendizagem

Mundos em rede

Mundos em rede

Page 19: Redes Sociais e Aprendizagem

Muitos mundos em rede (no plural)

Page 20: Redes Sociais e Aprendizagem

Highly Connected Worlds

Page 21: Redes Sociais e Aprendizagem

Mas muitas pessoas não

entenderam tais evidências

Page 22: Redes Sociais e Aprendizagem

Nossas instituições

não são redes...

Page 23: Redes Sociais e Aprendizagem

O que fazer?

Page 24: Redes Sociais e Aprendizagem

Ninguém pode entender os

múltiplos mundos sociais em

rede que estão se

configurando se não

entender o que é rede!

Page 25: Redes Sociais e Aprendizagem

Para entender o que é rede:

1 - Descentralização ≠ Distribuição

2 - Participação ≠ Interação

3 - Site da Rede ≠ Rede

Page 26: Redes Sociais e Aprendizagem

Descentralização ≠ Distribuição

1

Page 27: Redes Sociais e Aprendizagem

“On distributed communications” (1964)

Para entender a

diferença entre

descentralização e

distribuição

Page 28: Redes Sociais e Aprendizagem

O diagrama original de Paul Baran

Page 29: Redes Sociais e Aprendizagem

A conectividade acompanha a distribuição

Page 30: Redes Sociais e Aprendizagem

A interatividade acompanha a conectividade

Page 31: Redes Sociais e Aprendizagem

2

Participação ≠ Interação

Page 32: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 33: Redes Sociais e Aprendizagem

Entendendo a

fenomenologia da

interação

Page 34: Redes Sociais e Aprendizagem

Clustering

Swarming

Cloning

Crunching

Page 35: Redes Sociais e Aprendizagem

A primeira grande descoberta: Tudo que interage clusteriza

Tudo clusteriza independentemente do

conteúdo, em função dos graus de distribuição

e conectividade (ou interatividade) da rede

social.

1

Page 36: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 37: Redes Sociais e Aprendizagem

A segunda grande descoberta: Tudo que interage pode enxamear

Swarming (ou swarm behavior) e suas

variantes como herding e shoaling, não

acontecem somente com insetos, formigas,

abelhas, pássaros, quadrúpedes e peixes. Em

termos genéricos esses movimentos coletivos

(também chamados de flocking) ocorrem

quando um grande número de entidades self-

propelled interagem.

2

Page 38: Redes Sociais e Aprendizagem

Shoaling

Page 39: Redes Sociais e Aprendizagem

Flocking

Page 40: Redes Sociais e Aprendizagem

A segunda grande descoberta: Tudo que interage pode enxamear

Algum tipo de inteligência coletiva (swarm

intelligence) está sempre envolvida nestes

movimentos. Isso também ocorre com

humanos, quando multidões se aglomeram

(clustering) e “evoluem” sincronizadamente

sem qualquer condução exercida por algum

líder; ou quando muitas pessoas enxameiam e

provocam grandes mobilizações sem

convocação ou coordenação centralizada.

2

Page 41: Redes Sociais e Aprendizagem

Swarming

Page 42: Redes Sociais e Aprendizagem

Assista no Youtube (legendado)

http://www.youtube.com http://goo.gl/yB0Oa

Page 43: Redes Sociais e Aprendizagem

Madri 2004

Page 44: Redes Sociais e Aprendizagem

Cairo (Praça Tahrir) 2011

Page 45: Redes Sociais e Aprendizagem

Madri (novamente) 2011

Page 46: Redes Sociais e Aprendizagem

A terceira grande descoberta: A imitação é uma clonagem

O termo clone deriva da palavra grega klónos,

usada para designar "tronco” ou “ramo",

referindo-se ao processo pelo qual uma nova

planta pode ser criada a partir de um galho.

Mas é isso mesmo. A nova planta imita a velha.

A vida imita a vida. A convivência imita a

convivência. A pessoa imita o social.

3

Page 47: Redes Sociais e Aprendizagem

A terceira grande descoberta: A imitação é uma forma de interação

Sem imitação não poderia haver ordem

emergente nas sociedades humanas ou em

qualquer coletivo de seres capazes de interagir.

Sem imitação os cupins não conseguiriam

construir seus cupinzeiros. Sem imitação, os

pássaros não voariam em bando, configurando

formas geométricas tão surpreendentes e

fazendo aquelas evoluções fantásticas.

3

Page 48: Redes Sociais e Aprendizagem

Cupinzeiro africano

Page 49: Redes Sociais e Aprendizagem

E os cupinzeiros humanos?

Page 50: Redes Sociais e Aprendizagem

A quarta grande descoberta: Small is powerful

Essa talvez seja a mais surpreendente

descoberta-fluzz de todos os tempos. Em

outras palavras, isso quer dizer que o social

reinventa o poder. No lugar do poder de

mandar nos outros, surge o poder de encorajá-

los (e encorajar-se): empowerment!

4

Page 51: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 52: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 53: Redes Sociais e Aprendizagem

A quarta grande descoberta: Small is powerful

Quando aumenta a interatividade é porque os

graus de conectividade e distribuição da rede

social aumentaram; ou, dizendo de outro modo,

é porque os graus de separação diminuíram: o

mundo social se contraiu (crunch). Os graus de

separação não estão apenas diminuindo: eles

estão despencando. Estamos sob o efeito

desse amassamento (Small-World

Phenomenon).

4

Page 54: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 55: Redes Sociais e Aprendizagem

A quarta grande descoberta: Tudo que interage se aproxima

Nada a ver com conteúdo. Tudo que interage

tende a se emaranhar mais e a se aproximar,

diminuindo o tamanho social do mundo. Quanto

menores os graus de separação do

emaranhado em você vive como pessoa, mais

empoderado por ele (por esse emaranhado)

você será. Mais alternativas de futuro terá à

sua disposição.

4

Page 56: Redes Sociais e Aprendizagem

Site da rede ≠ Rede

Page 57: Redes Sociais e Aprendizagem

Midias sociais ≠ Redes sociais

Page 58: Redes Sociais e Aprendizagem

Se Montezuma (Asteca) tivesse Facebook

ele não poderia fazer um décimo

do que fazia Gerônimo (Apache)

com sinais de fumaça...

Não é a mídia (a ferramenta tecnológica )

mas a sociedade (o padrão de organização)

Page 59: Redes Sociais e Aprendizagem

Quando? 4 de julho de 1776.

Como foi produzida? Em rede.

Qual a mídia? A carta escrita em papel,

o cavaleiro (funcionário do correio

americano) e... o cavalo!

Page 60: Redes Sociais e Aprendizagem

Existe rede social desde

que existe sociedade humana

Page 61: Redes Sociais e Aprendizagem

O que está aumentando

agora é a interatividade

Page 62: Redes Sociais e Aprendizagem

REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM

Buscadores e polinizadores: o auto-didatismo e a livre

aprendizagem humana em uma sociedade inteligente e o

alter-didatismo e as comunidades de aprendizagem na

emergente sociedade em rede

Page 63: Redes Sociais e Aprendizagem

INDICAÇÕES DE LEITURA

SOBRE APRENDIZAGEM

Netweaving 2012

Page 64: Redes Sociais e Aprendizagem

FRANCO, Augusto (2011). A Rede

http://goo.gl/JgjGv

ILLICH, Ivan (1070). Sociedade sem escolas

http://goo.gl/vxdoX

MATURANA, Humberto (s/d). Aprendizaje o deriva

ontogénica

http://goo.gl/shNq9

SIEMENS, George (2004). Conectivismo: una teoría

de aprendizaje para la era digital

http://goo.gl/3OJrX

Page 65: Redes Sociais e Aprendizagem

SIEMENS, George (2008). Uma breve história da

aprendizagem em rede

http://goo.gl/1bi7d

FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2010).

Buscadores & Polinizadores (4ª Versão)

http://goo.gl/wXkXV

FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2011).

Multiversidade: da Universidade dos anos 1000 à

Multiversidade nos anos 2000

http://goo.gl/FC5uo

Page 66: Redes Sociais e Aprendizagem

FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2012). Por que

as plataformas de aprendizagem não são boas (e o

que fazer para melhorá-las)

http://goo.gl/5MfUP

FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2012).

Plataformas de Aprendizagem. Apresentação

http://goo.gl/JPccg

FRANCO, AUGUSTO em interação com LESSA,

Nilton (2010-2012). Não-Escolas: A Livre-

Aprendizagem na Sociedade em Rede

http://goo.gl/aSqRB

Page 67: Redes Sociais e Aprendizagem

Há sempre uma

visão da aprendizagem pressuposta

quando nos dedicamos

a construir ambientes,

gerar processos

ou criar ferramentas educacionais.

Visão de aprendizagem

Page 68: Redes Sociais e Aprendizagem

Há sempre uma resposta,

muitas vezes implícita,

para a pergunta fundamental:

Como uma pessoa aprende?

A resposta implícita

Page 69: Redes Sociais e Aprendizagem

Queremos saber como promover

o processo de aprendizagem

de pessoas que achamos

que devem aprender alguma coisa

que queremos que elas aprendam.

Queremos uma resposta para o ensino

Page 70: Redes Sociais e Aprendizagem

Como uma pessoa aprende?

Que fatores influenciam?

Qual o papel da memória?

Como ocorre a transferência?

Perguntas que definem a visão

Page 71: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões cognitivistas

Visões behavioristas

Visões construtivistas

Dennett Skinner Piajet Vygotsky Papert

Page 72: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões conectivistas

Visões autopoeticas

Siemens Downes Maturana Varela

Page 73: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões cognitivistas

Capacidades

de raciocínio

de evocar e interpretar experiências

de computar – codificar, armazenar, recuperar,

derivar para reconstruir ou construir conteúdos

(conhecimento)

de resolver problemas

Page 74: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões behavioristas (conducionistas)

Capacidades

de responder positivamente a estímulos e

recompensas:

à reprodução fiel de conteúdos pré-

determinados

ao bom desempenho em processos pré-

desenhados

Page 75: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões construtivistas

Capacidades

de ressignificar

de remixar

de atualizar

de socializar

conteúdos e processos educativos (cognitivos)

Page 76: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões conectivistas

Capacidades

de estabelecer conexões

de reconhecer e interpretar padrões

de abrir novos caminhos de apreensão e

compartilhamento de conhecimentos e atitudes

cognitivas

Page 77: Redes Sociais e Aprendizagem

“Em 1986 75% dos

conhecimentos de que

necessitávamos para

trabalhar estavam em

nossa cabeça. Hoje nem

10%”. Hart Cross

Page 78: Redes Sociais e Aprendizagem

“Conhecer significa estar posicionado em uma rede

de tal forma que se tenha fácil acesso ao que

necessitamos em diferentes contextos”. George

Siemens.

Conectivismo é

aprendizagem social em rede

Page 79: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 80: Redes Sociais e Aprendizagem

Aprendizagem é o processo de conectar nodos e

fontes de informação

A tarefa principal é nutrir e manter conexões para

facilitar a aprendizagem permanente

Entornos Pessoais de Aprendizagem (PLE): Um PLE

é a combinação híbrida de dispositivos, aplicações,

serviços e redes pessoais que empregamos para

adquirir de forma autônoma novas competências

para resolver problemas.

Entornos Pessoais de Aprendizagem

Page 81: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 82: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 83: Redes Sociais e Aprendizagem

“Um PLE é projetado para estimular a aprendizagem

por meio da imersão em uma comunidade e não por

meio de uma apresentação de fatos...” Stephen

Downes

PLE

Page 84: Redes Sociais e Aprendizagem

Exemplo de PLE..

Page 85: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“Hay aprendizaje cuando la conducta de

un organismo varía durante su ontogenia

(historia) de manera congruente con las

variaciones del medio, y lo hace

siguiendo un curso contingente a sus

interacciones en el” (Maturana)

Page 86: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“Biologicamente, não há informação transmitida na

comunicação. A comunicação ocorre toda vez em que há

coordenação comportamental em um domínio de

acoplamento estrutural. Tal conclusão só é chocante se

continuarmos adotando a metáfora mais corrente para a

comunicação, popularizada pelos meios de comunicação. É

a metáfora do tubo, segundo a qual a comunicação é algo

gerado em um ponto, levado por um condutor (ou tubo) e

entregue ao outro extremo receptor...”

Page 87: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“Portanto [segundo a crença geral] há algo que é

comunicado e transmitido integralmente pelo veículo. Daí

estarmos acostumados a falar da informação contida em

uma imagem, objeto ou na palavra impressa. Segundo

nossa análise, essa metáfora é fundamentalmente falsa,

porque supõe uma unidade não determinada

estruturalmente, em que as interações são instrutivas,

como se o que ocorre com um organismo em uma

interação fosse determinado pelo agente perturbador e não

por sua dinâmica estrutural...”

Page 88: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões autopoeticas

Acoplamento estrutural (visão da comunicação de

Maturana & Varela)

“No entanto, é evidente no próprio dia-a-dia que a

comunicação não ocorre assim: cada pessoa diz o que diz

e ouve o que ouve segundo sua própria determinação

estrutural. Da perspectiva de um observador, sempre há

ambiguidade em uma interação comunicativa. O fenômeno

da comunicação não depende do que se fornece, e sim do

que acontece com o receptor. E isso é muito diferente de

‘transmitir informação’.” Maturana & Varela (1984) em A

Árvore do Conhecimento.

Page 89: Redes Sociais e Aprendizagem

Se A se comunica com B, significa que B muda com A, que muda

com B, que muda novamente com A, que muda outra vez com B... e

assim por diante, recorrentemente, como em uma coreografia. Mas

tudo isso “multiplicado” pelo número de nodos em interação, pois

que se trata sempre de um multiacoplamento.

A B

Page 90: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões interativistas

Page 91: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões interativistas

Quem aprende: o indivíduo ou a pessoa (o

emaranhado)?

Se assim como o processo que chamamos de vida, o

processo de interação que chamamos de convivência

social também implica acoplamento estrutural

(proporcionando sempre alguma aprendizagem aos

sujeitos envolvidos), o que devemos fazer (ou,

sobretudo, o que devemos não-fazer) para não

impedir ou dificultar essa aprendizagem que ocorrerá

de qualquer modo (desde que haja interação)?

Page 92: Redes Sociais e Aprendizagem

“Diamantes não brilham por que os átomos que os

constituem brilham, mas devido ao modo como

estes átomos se agrupam em um determinado

padrão. O mais importante é frequentemente o

padrão e não as partes, e isto também acontece

com as pessoas”. Marc Buchanan (2007)

Page 93: Redes Sociais e Aprendizagem

Visões interativistas

Toda livre-aprendizagem é

criação (que é sempre co-criação) ou invenção

(você só aprende verdadeiramente o que inventa)

fruto da busca e da polinização (auto e alter

didatismo)

não há separação entre a produção (descoberta)

e a recepção (ou assimilação) quando essas

ações são compartilhadas

Page 94: Redes Sociais e Aprendizagem

O que caracteriza uma

Plataforma de Aprendizagem?

Variáveis

Natureza predominante do didatismo

(Heterodidatismo, Autodidatismo, Alterdidatismo)

Graus de distribuição do ambiente de

aprendizagem conformado (Número de Caminhos,

Monofluxo, Mutifluxo)

Níveis de interatividade que o ambiente enseja

e estimula (Adesão, Participação, Interação)

Page 95: Redes Sociais e Aprendizagem

O que NÃO É uma boa

Plataforma de Aprendizagem?

Todos os sistemas

Predominante heterodidatas

Centralizados (mais centralizados do que

distribuídos)

Adesivos ou participativos (mas pouco

interativos)

Page 96: Redes Sociais e Aprendizagem

O que é necessário para uma boa

Plataforma de Aprendizagem?

Que a plataforma

1 | Seja multifluxo

2 | Tenha funcionalidades que configurem uma

topologia mais distribuída do que centralizada

(plataforma de rede)

3 | Parta do que a pessoa conectada pode desejar

e não da oferta pré-desenhada

Page 97: Redes Sociais e Aprendizagem

O que é necessário para uma boa

Plataforma de Aprendizagem?

Que a plataforma

4 | Tenha um design que contemple mecanismos e

funcionalidades que compreendam a adesão e a

participação, mas que atinjam a interação

(adaptação mútua, imitação, colaboração)

ensejando a manifestação dos fenômenos

capazes de gerar auto-organização (clustering,

swarming, cloning, crunching et coetera)

Page 98: Redes Sociais e Aprendizagem

Plataforma Multifluxo

ABERTA

Entrada aberta

Processo aberto

Desfecho aberto

DISTRIBUIDA

Administradores

não são professores

Todos são

aprendentes

Não há meritocracia

Não há oligarquias

participativas

Page 99: Redes Sociais e Aprendizagem

Funcionalidades transversais interativas

CONVERSAÇÃO (como objeto de primeira ordem) |

Uma pessoa pode sempre opinar e estabelecer um

diálogo com outras pessoas sobre isso ou a partir

disso

FORK (bifurcação) | Uma pessoa pode modificar o

que se lhe oferece criando sua própria versão

(clonagem variacional autônoma)

MOW (My Own Way) | Uma pessoa pode construir

uma alternativa ao que se lhe oferece (livre criação

de alternativas)

Page 100: Redes Sociais e Aprendizagem

Se o que se quer é uma plataforma interativa, então

o design da plataforma deve contemplar mecanismos

e funcionalidades baseados em um gradiente de

interação.

Com a injeção de funções transversais de

Conversação, Fork e Mow, mesmo mecanismos de

plataformas posicionados em baixos níveis de

interação (de inspiração heterodidata) passam a

oferecer possibilidades de uso (ou ensejar

experiências) de matriz autodidata e alterdidata.

Desenhando funcionalidades

Page 101: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 102: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 103: Redes Sociais e Aprendizagem

Experiência de Uso a partir do Desejo

O que a

pessoa

deseja?

Como a

plataforma

responde?

Page 104: Redes Sociais e Aprendizagem

O que uma pessoa que se conecta a uma PA pode

desejar fazer?

BUSCA (ou “Pesquisa”)

DEMANDA ESPECÍFICA

OFERTA (Compartilhamento)

DESCOBERTA (ou Invenção)

O que a pessoa deseja?

Page 105: Redes Sociais e Aprendizagem

À BUSCA (ou “Pesquisa”)

Oferece mecanismos de busca simples ou

refinada

Direciona a pessoa para um menu de processos

e objetos (acervo pré-organizado)

Expõe a busca à colaboração

Como a plataforma responde?

Page 106: Redes Sociais e Aprendizagem

À DEMANDA ESPECÍFICA

Direciona a pessoa para um processo ou objeto

Promove o encontro da demanda com uma

oferta já existente

Expõe a demanda à colaboração

Como a plataforma responde?

Page 107: Redes Sociais e Aprendizagem

À OFERTA (Compartilhamento)

Integra a oferta em um menu de processos e

objetos (acervo pré-definido e em construção)

Promove o encontro da oferta com uma

demanda já existente

Expõe a oferta à colaboração

Como a plataforma responde?

Page 108: Redes Sociais e Aprendizagem

À DESCOBERTA (Invenção)

Expõe o desejo ou projeto à interação

Enseja a formação de uma comunidade de

pesquisa-aprendizagem-criação

Como a plataforma responde?

Page 109: Redes Sociais e Aprendizagem

Tudo que aprende

Se modifica continuamente

Se constrói permanentemente

Se adapta tempestivamente

Se organiza autonomamente

E... interage livremente!

Como uma PA pode aprender?

Page 110: Redes Sociais e Aprendizagem

Não há um mecanismo ou uma funcionalidade

específica capaz de produzir tal efeito.

É uma função de conjunto e não um efeito

voluntariamente produzido pela introdução de um

artifício.

Aprender significa que a plataforma tem que mudar,

não por iniciativa de seus administradores, mas com

o uso aleatório que fazem as pessoas conectadas

que nela interagem (configurando redes).

Somente redes podem aprender

Page 111: Redes Sociais e Aprendizagem

Programação de fluxos internos e externos

Reconfiguração da membrana

Abertura de novos caminhos

Novas bifurcações

Novos aglomeramentos

Novos atratores (novos enxameamentos)

Graus menores de separação (crunch)

PA capazes de aprender serão

programáveis pelos “usuários”

Page 112: Redes Sociais e Aprendizagem

Empowerfulness

Manifestações frequentes, intermitentes, da

fenomenologia da interação, significam que uma

inteligência coletiva já está se manifestando.

Se isso acontecer, a plataforma se modificará, a rigor

nunca será a mesma.

Porque estará aprendendo.

Page 113: Redes Sociais e Aprendizagem

REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM

As novas comunidades de aprendizagem na emergente

sociedade-em-rede: homeschooling e communityschooling

como unschooling, arranjos educativos locais, redes de

aprendizagem como não-escolas

Page 114: Redes Sociais e Aprendizagem

Insurgências e tendências

O conhecimento não pode mais ser aprisionado e,

portanto, esvai-se o monopólio das corporações do

ensinamento.

Os caminhos de acesso ao conhecimento deixam de

ser únicos (hierarquias) e tornam-se múltiplos

(redes).

Page 115: Redes Sociais e Aprendizagem

Insurgências e tendências

Nos novos mundos altamente conectados do terceiro

milênio quem organiza o conhecimento é a busca.

Toda organização do conhecimento para os outros

corresponde a necessidades de alguma instituição

hierárquica e está sintonizada com seus mecanismos

de comando-e-controle.

Toda organização do conhecimento de cima para

baixo procura controlar e direcionar o acesso à

informação por algum meio.

Page 116: Redes Sociais e Aprendizagem

Insurgências e tendências

Na medida em que a privatização do conhecimento

vai se tornando, cada vez mais, impraticável, vão

perdendo sentido os esquemas que visam o seu

aprisionamento. E assim como está ficando cada vez

mais difícil aprisionar o conhecimento

O conhecimento aprisionado estraga. É um bem que

cresce quando compartilhado e decresce e perde

valor quando não se modifica continuamente pela

polinização

Page 117: Redes Sociais e Aprendizagem

Insurgências e tendências

Os processos de aprendizagem não dependem mais

do ensino e, além isso, a livre-aprendizagem afirma-

se cada vez mais como desensino (unschooling).

O heterodidatismo vai cedendo lugar ao

autodidatismo da busca (já generalizado) e ao

alterdidatismo da polinização (em emersão).

Experiências de homeschooling reflorescem por toda

parte e ensaios de communityschooling começam a

surgir em vários lugares.

Page 118: Redes Sociais e Aprendizagem

Insurgências e tendências

A pesquisa científica individual vai sendo substituída,

cada vez mais, pela pesquisa de grupo. O trabalho

autoral e fechado vai dando lugar ao trabalho

interativo e aberto da colaboração em rede. Em

ciência, a peer production já é uma realidade.

A memorização e a replicação vão sendo menos

recompensadas do que a inovação.

Page 119: Redes Sociais e Aprendizagem

Insurgências e tendências

Novos critérios epistemológicos subsumidos nas

avaliações de aprendizagem vão legitimando a

criação (você só aprende verdadeiramente o que

inventa).

E processos de co-creation vão abrindo novos

caminhos para a aprendizagem alterdidata

Page 120: Redes Sociais e Aprendizagem

Insurgências e tendências

Em suma, você não tem mais que aprender o que

querem lhe ensinar (para que você se torne apto a

reproduzir velhos sistemas ou para desempenhar

funções predefinidas ou representar papéis sociais

que esperam de você) e sim o que você precisa para

desenvolver uma idéia – sua ou que surgiu no seu

emaranhado de relacionamentos – ou para realizar

um projeto desejado por você e compartilhado com

outros

Page 121: Redes Sociais e Aprendizagem

O que fazer

Se inventarmos processos que mantenham, reforcem

e reproduzam burocracias do ensinamento, teremos

escolas (independentemente do nome que quisermos

adotar para fazer o marketing de nossas supostas

inovações)

Mas o que fazer para superar as burocracias

do ensinamento que chamamos de escola

(lato sensu)?

Page 122: Redes Sociais e Aprendizagem

O que não-fazer

Reeditar, sob qualquer forma ou a qualquer

pretexto, a relação professor-aluno.

Definir currículos top down.

Separar as comunidades de aprendizagem por

idade, escolaridade ou por qualquer outro critério

que não seja o interesse (ou melhor, o desejo).

Page 123: Redes Sociais e Aprendizagem

O que não-fazer

Tratar o conhecimento como objeto (que possa

ser transferido segundo o padrão emissor-

receptor) e não como relação (o conhecimento se

reinventa toda vez que um processo de

aprendizagem se realiza na interação entre

sujeitos).

Estabelecer hierarquias, mesmo que

meritocráticas (como se quem soubesse alguma

coisa fosse superior, em algum sentido, a quem

não sabe).

Page 124: Redes Sociais e Aprendizagem

O que não-fazer

Manter um corpo docente separado de um

corpo discente.

Em suma, estabelecer um padrão de ensino em

vez de aprendizagem.

Page 125: Redes Sociais e Aprendizagem

REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM

Multiversidade: da universidade dos anos 1000 à

multiversidade nos anos 2000. A co-creation nos processos de

multiversidade

Page 126: Redes Sociais e Aprendizagem

Pierre Levy (2010) tuitou

recentemente que as universidades

não têm mais o monopólio do

conhecimento, apenas do diploma!.

Page 127: Redes Sociais e Aprendizagem

Karueein (c. 859)

Fez (Marrocos) Al-Azhar (c. 988)

Cairo (Egito)

Page 128: Redes Sociais e Aprendizagem

Bolonha (1088 ou...)

Page 129: Redes Sociais e Aprendizagem

Aula em Bolonha

Page 130: Redes Sociais e Aprendizagem

Estudantes em Bolonha

Page 131: Redes Sociais e Aprendizagem

Paris (1090 ou... 1170)

Page 132: Redes Sociais e Aprendizagem

Oxford (1096 ou... 998)

Page 133: Redes Sociais e Aprendizagem

As universidades surgiram no início

do segundo milênio (ou entre os

séculos 12 e 13).

Page 134: Redes Sociais e Aprendizagem

Mas o “DNA” surgiu talvez por volta

de 3.700 a. E. C. na Suméria...

Page 135: Redes Sociais e Aprendizagem

As universidades já surgem como

corporações meritocráticas

Page 136: Redes Sociais e Aprendizagem

O surgimento da Universidade

(medieval) foi uma expressão do

mundo (medieval), da cidade

(medieval), da topologia da rede

social da época, dos seus baixos

graus de distribuição, conectividade e

interatividade.

Page 137: Redes Sociais e Aprendizagem

Nos mundos altamente conectados

que estão emergindo no terceiro

milênio, não haverá mais lugar para

algo como uma uni-versidade. Em

termos sociais já estamos em um

multiverso (distribuído) não em um

(único) universo (centralizado).

Assim, precisamos agora de multi-

versidades.

Page 138: Redes Sociais e Aprendizagem

A cidade vertical, murada e

fortificada, administrada

autocraticamente, onde surgiu a

univercidade, dará lugar agora à

cidade-rede onde surgirá a

multivercidade democratizada.

Page 139: Redes Sociais e Aprendizagem

Instituir “tribunais epistemológicos”

(baseados em um suposto saber

sobre o saber).

O que fazer para

não reproduzir Universidade?

Page 140: Redes Sociais e Aprendizagem

Organizar corporações de “sábios”.

O que fazer para

não reproduzir Universidade?

Page 141: Redes Sociais e Aprendizagem

Estruturar carreiras acadêmicas.

O que fazer para

não reproduzir Universidade?

Page 142: Redes Sociais e Aprendizagem

Adotar avaliações e seleções

baseadas em currículos

institucionais, graus, títulos,

certificados e diplomas.

O que fazer para

não reproduzir Universidade?

Page 143: Redes Sociais e Aprendizagem

Comandar e controlar pesquisadores

por qualquer meio (inclusive por meio

da tutela do professor-orientador).

O que fazer para

não reproduzir Universidade?

Page 144: Redes Sociais e Aprendizagem

“Univercidade” = Cidade Autocrática

Foi na cidade murada e fortificada,

governada autocraticamente, que

nasceu a Universidade como

univercidade meritocrática.

Page 145: Redes Sociais e Aprendizagem

Será na cidade-rede, a cidade

horizontalizada e democratizada, a

cidade como rede de múltiplas

comunidades, que poderá surgir a

multivercidade como expressão de

processos de Multiversidade.

“Multivercidade” = Cidade Democrática

Page 146: Redes Sociais e Aprendizagem

As novas Atenas onde brotará

Multiversidade serão zilhões de

comunidades

Page 147: Redes Sociais e Aprendizagem

É rede: há conexão!

A “entrada” é voluntária.

Está quem interage.

Não há entrada na Multiversidade

Page 148: Redes Sociais e Aprendizagem

Como a Multiversidade não distribui

“canudos”, nela só interagirá quem

quiser de fato aprender ou criar.

Pesquisa e aprendizagem-criação

são a mesma coisa.

A pesquisa e a aprendizagem-criação

Page 149: Redes Sociais e Aprendizagem

Você será avaliado por seus próprios

pares ou pelas pessoas – quaisquer

pessoas – que tomarem

conhecimento de suas ideações e

realizações.

As avaliações não serão mais

apenas individuais.

A avaliação na Multiversidade

Page 150: Redes Sociais e Aprendizagem

Não há jamais avaliação final.

A aprendizagem-criação é

permanente ou intermitente, faz parte

do “metabolismo”, da vida desse

“organismo-vivo” que é o

aprendente-criador.

Não há saída da Multiversidade

Page 151: Redes Sociais e Aprendizagem

Suas ideias e seus projetos serão

polinizados pelas ideias e projetos de

outras pessoas. Seu conhecimento,

ao ser repartido, será multiplicado. E

tudo isso será livre-aprendizagem

por cocriação.

Multiversidade é cocriação

Page 152: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 153: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 154: Redes Sociais e Aprendizagem
Page 155: Redes Sociais e Aprendizagem

Não é contra o estudo. É por mais

estudo. É pelo estudo autodidata e

alterdidata que o heterodidatismo

escolar-universitário sufoca ou não

estimula.

Mais estudo: auto e alter-didata

Page 156: Redes Sociais e Aprendizagem

Não é por menos conhecimento e

sim pela multiplicação do

conhecimento atualmente produzido.

Quanto mais compartilhado, mais

cresce e se desenvolve o

conhecimento.

Conhecimento compartilhado

Page 157: Redes Sociais e Aprendizagem

Não é por menos cultura, é por mais

cultura: não ilhada ou fechada, como

na perspectiva multiculturalista e sim

aberta a miscigenação – única saída

para evitar o seu apodrecimento.

Cultura da miscigenação

Page 158: Redes Sociais e Aprendizagem

Não é contra a pesquisa orientada. É

por mais pesquisa compartilhada. E

por superar a separação entre

aprendizagem e pesquisa.

Pesquisa compartilhada

Page 159: Redes Sociais e Aprendizagem

Não é contra a chamada extensão

universitária. É por torná-la atividade

permanente e central, não eventual e

lateral ao ensino e à pesquisa.

Enxames de comunidades de

aprendizagem-criação, cada vez

mais interconectadas.

Enxames de comunidades

Page 160: Redes Sociais e Aprendizagem

Obrigado!

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