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REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR: PIBID COMO INSTRUMENTO PARA A PRÁXIS NO ENSINO DE GEOGRAFIA 1 OLIVEIRA, Tulio Cassio Gonçalves de Licenciado em Geografia UEG Câmpus Iporá [email protected] SILVA, Paula Junqueira da Professora do Curso de Geografia UEG Câmpus de Iporá [email protected] INTRODUÇÃO Muito se fala sobre a necessidade de unir a universidade e o ensino básico, mas ainda são poucas as ações que tornam isso possível. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência - Pibid institucionalizado nos cursos de formação de professores proporciona o diálogo entre as instituições de ensino superior e do básico que torna os desafios da sala de aula e a problematização do cotidiano escolar em temas geradores que complementam os conteúdos procedimentais de determinada área de ensino, previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs. Um dos principais receios dos futuros docentes - não somente do Curso de Geografia, mas de todos os cursos de licenciatura - é entrar em sala de aula e assumir a regência. Em geral, o futuro professor foi preparado pela teoria para lidar com questões próprias do cotidiano das escolas públicas, contudo, foi pouco preparado para fazer uso de metodologias adequadas e para que o mesmo tenha domínio da prática pedagógica para lidar em sala de aula. O modelo dos cursos de formação de professores, historicamente vem privilegiando as especificidades de cada ciência em detrimento a preparação dialética e pedagógica para o exercício do magistério e da formação políticas dos sujeitos. E esta condição se repete no seio da escola no privilégio de algumas áreas e desmerecimento de outras. Como acrescenta Straforini; Sabemos que nos primeiros ciclos do ensino fundamental o ensino de geografia, assim como as outras disciplinas que não sejam Português e 1 Este trabalho recebeu auxílio do Programa Pró-eventos da Pró Reitoria de Graduação da UEG.

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR: PIBID COMO ... · subprojeto apresentamos a seguir o relato das bolsistas durante o evento I Encontro do Pibid da UEG de Iporá, em novembro

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REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR: PIBID COMO

INSTRUMENTO PARA A PRÁXIS NO ENSINO DE GEOGRAFIA1

OLIVEIRA, Tulio Cassio Gonçalves de

Licenciado em Geografia – UEG Câmpus Iporá

[email protected]

SILVA, Paula Junqueira da

Professora do Curso de Geografia – UEG Câmpus de Iporá

[email protected]

INTRODUÇÃO

Muito se fala sobre a necessidade de unir a universidade e o ensino básico,

mas ainda são poucas as ações que tornam isso possível. O Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação a Docência - Pibid institucionalizado nos cursos de formação de

professores proporciona o diálogo entre as instituições de ensino superior e do básico

que torna os desafios da sala de aula e a problematização do cotidiano escolar em temas

geradores que complementam os conteúdos procedimentais de determinada área de

ensino, previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais – DCNs.

Um dos principais receios dos futuros docentes - não somente do Curso de

Geografia, mas de todos os cursos de licenciatura - é entrar em sala de aula e assumir a

regência. Em geral, o futuro professor foi preparado pela teoria para lidar com questões

próprias do cotidiano das escolas públicas, contudo, foi pouco preparado para fazer uso

de metodologias adequadas e para que o mesmo tenha domínio da prática pedagógica

para lidar em sala de aula.

O modelo dos cursos de formação de professores, historicamente vem

privilegiando as especificidades de cada ciência em detrimento a preparação dialética e

pedagógica para o exercício do magistério e da formação políticas dos sujeitos. E esta

condição se repete no seio da escola no privilégio de algumas áreas e desmerecimento

de outras. Como acrescenta Straforini;

Sabemos que nos primeiros ciclos do ensino fundamental o ensino de

geografia, assim como as outras disciplinas que não sejam Português e

1 Este trabalho recebeu auxílio do Programa Pró-eventos da Pró Reitoria de Graduação da UEG.

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Matemática, ocupa um papel secundário, muitas vezes irrelevante no

cotidiano da sala de aula. Sabemos que este problema decorre da falta de

discussões teóricas, metodológicas e epistemológicas, bem como do grande

problema na formação dos professores das series iniciais, que assumem as

suas dificuldades perante a discussão teórica das referidas disciplinas

(STRAFORINI, 2002, p. 96).

Para superar os desafios contemporâneos do docente que atua nos níveis

fundamental e médio, entre outros, o MEC- Ministério da Educação e a Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, através da Diretoria de

Formação de Professores da Educação Básica - DEB vem propondo projetos de

valorização do magistério e qualificação dos futuros professores para assumirem a sala

de aula.

Assim, Capes e DEB criaram o Pibid para incentivar e qualificar a formação

de docentes a nível superior para atuarem na educação básica. Um dos objetivos do

programa é de inserir o licenciando já nos anos iniciais do curso dentro das escolas

públicas proporcionando-lhes experiências pedagógicas e correlacionando a teoria

adquirida durante o curso e a prática a campo. Desta maneira ressaltamos a seguir o

objetivo número IV do Programa: “[...] VI - contribuir para a articulação entre teoria e

prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas

nos cursos de licenciatura. [...]”.(DEB, 2013; p.31).

Nesse contexto destacamos a inserção da Universidade Estadual de Goiás –

UEG, em especial do Curso de Geografia do Campus de Iporá no Pibid. A contar a data

deste artigo, já são três anos de atividades do programa no curso e no atendimento à

melhor formação dos professores iniciantes e na colaboração da/para escola pública

Colégio Estadual Aplicação de Tempo Integral de Iporá – CEATII.

Assim, neste artigo temos por objetivo contextualizar o Pibid na sua

importância na qualificação e preparação dos futuros professores de Geografia,

licenciados pelo curso da UEG Campus Iporá e destacar a relevância do programa como

um meio pelo qual professores do ensino superior, do básico e licenciandos têm para

refletirem sobre aspectos teóricos e metodológicos no processo de se fazer professor.

METODOLOGIA

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Apresentamos o resultado de uma pesquisa qualitativa pautada no

levantamento e confirmação de hipóteses, a partir de análises subjetivas, sobre a

influência do objeto pesquisado para os sujeitos envolvidos. A metodologia para a

argumentação de nosso texto se baseou na leitura de documentos oficiais da Capes que

tratam da DEB e do Pibid, sobretudo no site da instituição

http://www.capes.gov.br/educacao-basica. Para este texto apresentaremos nossas

reflexões teóricas sobre a identidade do professor, a relevância da prática pedagógica

contextualizada, significativa e libertadora apoiadas em Freire (1996), Mota e Silva

(2006), Straforini (2002). Outros autores foram utilizados, contudo como não foram

citados no texto eles não aparecem listados nas referências.

A releitura do subprojeto Pibid de Geografia aprovado em 2013 conforme

Edital nº 61/ 2013, dos relatórios oficiais do Pibid/Capes, da Coordenação Institucional

o programa na UEG e do subprojeto em questão (ano base 2014); os relatos de

experiências dos bolsistas dos bolsistas do Edital nº 11/ 2012 e nº 61/ 2013; e entrevistas

com ex-bolsistas por meio eletrônico fundamentaram as argumentações deste trabalho.

O estudo de caso revelou o arcabouço teórico e metodológico, explícito e

implícito no subprojeto, que orientou a metodologias de ensino dos bolsistas se baseou

na práxis como método indispensável para a docência. As categorias de análises

paisagem, território, lugar, natureza definidas no planejamento das atividades

permearam todas as ações de ensino e aprendizagem desenvolvidas pelos bolsistas de

ID, refletindo a apropriação epistemológica da ciência geográfica para o ensino de

geografia pelos professores iniciantes.

A DEB E O PIBID: ARTICULAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE X ESCOLA E

TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE.

Para contextualizar o Pibid é importante destacar a relevância da DEB. Assim,

de acordo com o art. 24, inciso I do Estatuto da Capes compete à DEB:

I - fomentar a articulação e o regime de colaboração entre os sistemas de

ensino da educação básica e de educação superior, inclusive da pós-

graduação, para a implementação da política nacional de formação de

professores de Magistério da Educação Básica;

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De acordo com o estatuto os princípios estruturantes da formação de

professores induzida e fomentada pela DEB são: conexão entre teoria e prática;

integração entre instituições formadoras, escolas e programas de pós-graduação;

equilíbrio entre conhecimento, competências, atitudes e éticas; articulação entre ensino,

pesquisa e extensão.

A DEB fomenta três programas importantes: Plano Nacional de Formação de

Professores da Educação Básica – PARFOR; o Pibid e; o Programa de Consolidação das

Licenciaturas – PRODOCÊNCIA. Tais programas têm em seu bojo um caráter

intencional e processual do aperfeiçoamento do magistério – o professor – e,

consequentemente a melhor qualidade do ensino em seus diferentes níveis.

Nesse intuito o Pibid foi criado em 2007 pelo MEC e se insere no contexto das

políticas públicas de educação brasileira a partir da LDBEN 9394/96:

Art. 62º. [...]

§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a

formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica

pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência

a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação

plena, nas instituições de educação superior (Incluído pela Lei nº 12.056,

de 2009).(grifo nosso)

Deste modo é então implementado pela Capes/FNDE - Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação. O primeiro edital MEC/Capes de 2007 atendeu apenas as

instituições federais de ensino superior, no entanto priorizou as áreas de química, biologia, física

e matemática. Esta prioridade visou minimizar os déficits de professores nas áreas de exatas e

ciências da terra. Com o passar do tempo e com os bons resultados do programa uma nova

demanda de áreas foi surgindo. A aceitação e a valorização do programa foram tantas dentro do

magistério que em 2009 passou a atender todas as áreas da educação básica. A partir de 2013 a

educação de jovens e adultos, indígenas, campo e quilombolas passam a ser incluídos

com áreas para os projetos institucionais (DEB, 2013, p.27). Gradativamente, os editais

ampliaram os espaços institucionais de formação de professores e o incentivo à

docência chega a todas as instituições de ensino superior - públicas e privadas - e a

diversidade tem prioridade em edital próprio. (DEB, 2014. p. 28)

O Pibid chega à UEG pelo do Edital nº 11/2012 realizando ações em 40

subprojetos nos diferentes Câmpus da universidade no período de agosto de 2012 a

fevereiro de 2014. A UEG foi contemplada em todas as áreas de licenciaturas oferecidas

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pela instituição com 322 bolsas sendo: 240 delas para os licenciandos, duas aos

coordenadores institucionais, 40 para os coordenadores de área e outras 40 para

supervisores das escolas campo.

Em Iporá dos cinco cursos de licenciaturas – Ciências Biológicas, Geografia,

História, Letras e Matemática - participaram desta edição e o curso de Geografia

desenvolveu suas ações no CEATII com uma equipe composta por seis graduandos,

uma supervisora e uma coordenadora de área. De acordo com o relato de experiência de

Batista et al (2013) os objetivos deste subprojeto se desdobram em outros:

O subprojeto do PIBID de Geografia visa desenvolver estratégias e reflexões

que contribuam na melhor formação dos graduandos em licenciatura de

Geografia da unidade universitária. [...] levar os licenciandos em Geografia a

ter um maior contato com o ambiente escolar e assim desenvolverem

habilidades necessárias para atuarem como verdadeiros educadores. [...].

A perspectiva do subprojeto de Geografia é priorizar o ensino de conteúdos

geográficos, relacionando-os à realidade dos alunos e problematizá-los

através das práticas metodológicas, para alcançar uma compreensão cada vez

maior, de forma prática e atrativa e contextualizada [...]

Desta forma, o PIBID tem por objetivo planejar ações que atendam a

demanda da mesma. E ainda, Verificar se o ensino de Geografia tem

transformado a realidade da comunidade e tem sido assim, uma

aprendizagem significativa. Destacamos aqui o tema´família e escola`` como

o norteador das proposições de atividades de ensino de Geografia Geográfica.

(BATISTA et al, 2013).

Para sintetizar as ações desenvolvidas na escola campo durante a execução do

subprojeto apresentamos a seguir o relato das bolsistas durante o evento I Encontro do

Pibid da UEG de Iporá, em novembro de 2013.

Dentre as atividades realizadas nos anos de 2012 e 2013, estão: o

acompanhamento em sala de aula, reuniões de trabalho, Mostra Cultura 2012,

projetos “Família na Escola: Escola de Pais”, “Oficina de Reforço de

Geografia” e “Escrevendo Com a Geografia”, projeto “Preparando Para o

Futuro: Conhecendo o IF Goiano”, projeto “Qualidade Ambiental: a

percepção da escola pela comunidade”. Todas estas ações visaram atender a

necessidade da escola campo, promovendo uma aprendizagem que levasse

em consideração o cotidiano dos alunos, reaproximar os pais da escola,

preparar melhor os alunos para fazerem bem suas escolhas futuras e melhorar

o ambiente escolar, fazendo com que esta unidade de ensino seja mais

atrativa para a comunidade e que ofereça um ambiente que propicie um maior

aprendizado. (SILVA et al., 2013, p.2 , mimeo.).

Em 2013 a universidade participa novamente do edital e é contemplada. Então,

No seu terceiro ano de implantação, o Programa possui 61 subprojetos nas

mesmas áreas do conhecimento citadas anteriormente e 786 bolsas, assim

distribuídas: uma para coordenação Institucional, quatro para coordenadores

de Gestão, 64 para coordenação de área, 96 para supervisão e 621 para alunos

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de graduação. O programa está sendo executado em vinte Campi distribuídos

em dezenove municípios do Estado de Goiás intitulado PIBID/UEG/2012 por

se tratar de uma instituição de ensino superior e gratuita oferecendo na sua

maioria cursos de licenciatura atendendo aos critérios do programa

PIBID.(RELATÓRIO DE ATIVIDADES ANO BASE FINAL – PIBID UEG,

2014, p.14).

A citação revela que houve um aumento significativo dos beneficiados pelas

bolsas do programa. Fato que se deve pela proposição do maior número de subprojetos,

do maior interesse dos cursos de licenciatura dos Câmpus da UEG frente ao

reconhecimento dos aspectos positivos do programa em relação às licenciaturas

atendidas em edital anterior e do próprio edital nº61/2013 Capes.

A partir da proposta Institucional do Pibid/UEG 2014/2018 ‘Universidade e

Educação Básica: Fronteiras e Ultrapassar’ apresentamos o subprojeto de Geografia

da UEG campus Iporá “Qualidade Ambiental: espaço, paisagem e percepções da

escola pela comunidade”. Neste, a equipe se constituiu por dez discentes bolsistas,

uma supervisora e uma coordenadora de área e a escola campo CEATII foi mantida.

O CEATII não se enquadra em uma estrutura adequada capaz de garantir uma

qualidade de ensino e aprendizagem aos educandos. A ausência de equipamentos

pedagógicos e de ambientes educativos temáticos são alguns dos aspectos que refletem

o descaso do Estado com a efetivação de uma política das escolas de tempo e formação

integral. Assim a introdução aos esportes, à dança, a música e arte entre outras

atividades que poderiam ser usadas para identificar melhor as habilidades dos sujeitos

da escola, que favorecem a formação integral do ser humano, ficam comprometidas e a

escola não consegue alcançar a sua eficiência.

Escolas de tempo integral da rede pública Estadual enfrentam como desafios:

Condições precárias de trabalho e de recursos humanos e materiais;

dificuldades em relação à organização (tempo e espaço) das atividades

propostas; problemas em torno da formação inicial e continuada dos

professores, que não estão preparados para enfrentar a escola de tempo

integral; dificuldades no relacionamento professor/aluno para a compreensão

e o desenvolvimento das oficinas, tanto por parte dos professores, quanto dos

alunos. (MOTA; SILVA, p.1.)

Contudo, o retrato descrito da escola é que se tornou a mola propulsora das

ações aqui descritas, os temas geradores para desenvolver uma educação geográfica

política, humana e contextualizada à realidade do aluno e ao cotidiano das escolas

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públicas. Na paisagem escolar reflete os indicadores socioeconômicos e culturais da

comunidade desta instituição de ensino de tempo integral, foco das nossas ações.

Assim, os bolsistas referenciados teoricamente sobre os conceitos

geográficos (paisagem, meio ambiente, consumismo e sustentabilidade,

principalmente) contextualizaram o cuidado com o espaço vivido,

aperfeiçoaram habilidades, desenvolveram competências referentes à prática

docente e permitiram a tomada de consciência, dos alunos e de si próprios,

sobre as questões ambientais locais através do estímulo à aprendizagem

significativa. (RELATÓRIO DE ATIVIDADES ANO BASE 2014)

O Quadro 01 do relatório final do subprojeto Pibid de Geografia, ano base

2014, sintetiza as atividades desenvolvidas e as contribuições das mesmas tanto para a

escola campo, quanto para os licenciandos. Chamamos a atenção, sobretudo, para os

resultados alcançados:

Quadro 01: Síntese das atividades Pibid de Geografia – Campus de Iporá – Ano

Base 2014.

Atividades/

Ações Descrição sucinta da

atividade Resultados

alcançados Imagens

1 -

Conhecimento

do projeto

pedagógico da

escola campo

Leitura e análise do

Projeto para que bolsistas

aprendam a sugerir

adequações às ações que

envolvam o referencial

pedagógico, o

conhecimento geográfico

e atividades

interdisciplinares.

Foi imprescindível à

formação do professor

iniciante no que tange a

compreensão da

necessidade da

dinamicidade do PP

escolar;

2 -

Acompanhame

nto periódico e

rotativo do

professor

regente na

prática efetiva

do processo de

ensino

aprendizagem

na sala de aula.

O professor principiante

compreenderá todas as

etapas do planejamento

do conteúdo, da discussão

do mesmo junto aos

alunos, acompanhará o

professor no auxílio aos

alunos para a resolução de

dúvidas e verificação de

aprendizagem.

Domínio de sala de aula e

auxílio aos professores da

escola na organização do

material didático frente ao

planejamento antecipado

das atividades de ensino,

detectando os temas do

projeto e os temas

geradores oriundos da

problematização da

realidade vivida .

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3 –

Execução de

Seminários

temáticos para

relacionar

aspectos

teóricos e

práticos da

atividade

profissional.

Seminários sobre os

desafios dos professores

iniciantes; a gênese da

escola de tempo integral e

o desdobramento do

modelo no

Brasil/Goiás/Iporá; a

concepção das categorias

geográficas no ensino.

Promoveu ao bolsista a

teorização e a

contextualização do

ensino e os desafios à

educação qualitativa.

Houve a compreensão e

contextualização sobre o

significado da Educação

Ambiental e da

Aprendizagem

significativa.;

5 –

Incrementar a

prática da

Horta Escolar

com os alunos

do 1° ao 5°

Ano

Incentivar a alimentação

saudável utilizando do

estudo sobre as

características do solo e

compostagem,

ornamentando a horta

com “lixo” reaproveitado,

modificando a paisagem e

o uso do espaço escolar.

Possibilitou que o projeto

fosse incorporado como

uma das oficinas do

Programa Mais Educação

do Governo Federal.

Permitiu o

desdobramento de outras

atividades temáticas e

significativas para o

cotidiano da escola.

6 -

Realização da

atividade

“VISITA AO

LIXÃO: UM

ESTUDO

DIVERSIFICA

DO PARA

COMPREEND

ER AS

MODIFICAÇ

ÕES DO

ESPAÇO EM

QUE

VIVEMOS”

com 6° ano

Os alunos foram

estimulados a observarem

a paisagem e a

identificarem as

diferentes formas de uso e

ocupação do solo, a

consequência da ação

humana irregular sob o

meio, destacando a

fitofisionomia do

Cerrado, bioma típico do

estado d Goiás.

A atividade buscou

estimular mudanças de

atitudes favoráveis a

hábitos novos com

relação à utilização dos

recursos favorecendo a

reflexão sobre a

responsabilidade ética de

nossa espécie com o

meio.

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7 -

Projeto

PRATICAND

O OS 3rs NA

ESCOLA:

EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

E ENSINO DE

GEOGRAFIA,

Foram mobilizados os

alunos e seus familiares à

doação de garrafas pets.

Após a reflexão junto aos

alunos sobre o descarte

incorreto do lixo, e a

importância dos Três Rs

(REDUZIR-

REUTILIZAR-

RECICLAR) para a

redução dos resíduos

domésticos e da EA como

prática do dia a dia da/na

sociedade

Desenvolveu práticas

metodológicas de ensino

conectadas: Após visita

ao Lixão iniciou-se um

projeto de intervenção

voltado à tomada de

consciência da

comunidade escolar sobre

a questão. Depois de

estimulados a observarem

o lugar em que estão

cotidianamente - a escola,

os alunos orientados pelos

bolsistas, coletaram o lixo

dentro da instituição.

8 -

Projeto

“MINHA

ESCOLA,

MEU

JARDIM”

Com o objetivo de

propiciar a revitalização

da paisagem escolar,

modificando a aparência

deteriorada através da

beleza da arte, e fazer que

pais e alunos possam

desenvolver sentimento

de pertença e de orgulho

na reconstrução de um

ambiente colorido capaz

de influenciar o

desempenho escolar

através da pratica

contextualizada à

Educação Ambiental.

escolar.

Além da harmonização do

ambiente escolar, almeja-

se também a redução do

lixo doméstico, evitando

que estes materiais sejam

depositados de forma

inadequada poluindo o

meio ambiente,

permitindo assim que a

instituição se constitua

em um ambiente saudável

e que os sujeitos

envolvidos despertem o

senso de responsabilidade

de zelar do espaço que

lhes pertencem.

9 -

Parceria entre a

escola campo e

o SEBRAE:

JEPP - Jovens

Empreendedor

es Primeiros

Passos

Apoio à professora

voluntária nas oficinas de

produção de brinquedos

com materiais

reutilizáveis e de

temperos conforme o

curso de capacitação

oferecido pelo SEBRAE

junto às escolas parceiras.

O material foi exposto no

pátio da escola em uma

barraca cedida pela UEG

de Iporá.

A atividade

envolveu os bolsistas na

parceria com outra

instituição e favoreceu a

divulgação do trabalho da

professora e alunos das

escolas que envolveram

criatividade e estímulo ao

empreendedorismo,

antecipando aos alunos a

importância na inserção

no mercado de trabalho a

partir de atividades do

cotidiano.

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10 -

Elaboração da

página da rede

social

Facebook:

PIBID

Geografia de

Iporá

Página gerenciada pelos

bolsistas Pibid de

Geografia da UEG de

Iporá que divulga as

atividades realizadas na

escola campo e procura

mobilizar a comunidade

escolar e demais pessoas

vinculadas à rede social

sobre a dinâmica do

Colégio Aplicação.

O vínculo do colégio à

rede social permitiu a

mobilização da

comunidade escolar para

a realização das

atividades propostas pelo

subprojeto de geografia,

bem como a valorização

da escola.

11 -

Reuniões de

planejamento

entre os

membros da

equipe.

Reuniões sistemáticas na

universidade: mensais

entre coordenadora de

área, supervisora e

bolsistas para

planejamento das ações e

estudo de temas

relevantes para a prática

de ensino e orientação

sobre o programa.

Estes momentos

permitiram a avaliação e

auto avaliação de

desempenho dos bolsistas

para permanência e ou

nova seleção de bolsistas.

Fonte: RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES DO SUBPROJETO DE GEOGRAFIA -ANO

BASE 2014. Adaptado por OLIVEIRA, T. C. G. d; E SILVA, P. J. da. (ago./2015).

De acordo com os relatos de experiências publicados e oralizados pelos ex-

bolsistas e bolsistas participantes do novo subprojeto do ano de 2015, ambas as

experiências tem proporcionado reflexões sobre a identidade do docente, valorizando o

trabalho do mesmo e promovendo o debate da inter-relação nas disciplinas. Além da

contextualização significativa dos conteúdos, a formação crítica e política dos mesmos

vem elevando a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura.

CONSIDERAÇÕES...

Apesar de todo o arsenal de possibilidades e ações transformadoras e

libertadoras do Pibid sistematizadas neste trabalho é mister chamar a atenção sobre o

cenário econômico do Brasil desde meados do ano de 2014 e todo o ano de 2015, que

atingiu o investimento no programa e, por consequência a educação pública. O Governo

Federal com objetivos de diminuir gastos e equilibrar a economia tem colocado a

permanência do Pibid em risco. Cortes no orçamento comprometeram o recurso de

custeio para o desenvolvimento de atividades dos subprojetos das instituições e a

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instabilidade sobre a manutenção do quantitativo de bolsas afetou o estímulo ao

enfrentamento quanto às adversidades na profissão e à inserção dos jovens na docência.

Os acadêmicos em formação necessitam conhecer a prática da docência por

meio do contato direto com as adversidades escolares desde as series iniciais de

formação, para que sejam oportunizados momentos de vivência prática do

conhecimento teórico adquirido na universidade.

Nesse sentido, concluímos até aqui que Pibid auxilia na construção significativa

dos saberes da docência e escreve no caminho das políticas educacionais voltadas às

licenciaturas uma nova história que estimula os profissionais do magistério a refletir

sobre aspectos teóricos da formação inicial, a pensar alternativas pedagógicas durante o

processo de se fazer professor. Por isso, o programa deve ser mantido e ampliado como

política pública e blindado, portanto, dos interesses políticos e econômicos imediatistas.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

São Paulo: Paz e Terra, 1996. 148 p.

OLIVEIRA, Dalila de Andrade. Gestão Democrática da Educação: Desafios

Contemporâneos. 5ª edição. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2003.

STRAFORINI, Rafael. A totalidade mundo nas primeiras series do ensino

fundamental: um desafio a ser enfrentado. Terra livre, São Paulo, v. 1, n. 18, p. 95-

114, jan./jun. 2002.

BATISTA, Daiane Ferreira . SILVA, Leidiane Cristina. SILVA, Paula Junqueira.

PERES, Ana Maria. PIBID Geografia – Uma Capacitação a Formação de

Professores. anais do primeiro encontro do programa institucional de bolsa de iniciação

a docência, junho de 2013.

MOTA, Silvia Maria coelho. Escola de Tempo Integral: Da concepção à Prática, VI

Seminário da Redes trado, Rio de Janeiro, novembro de 2006.

Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica – DEB. RELATÓRIO

DE GESTÃO do PIBID 2009‐2013. Brasília. 2013.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996.

PROPOSTA PIBID 2014-2018/UEG, Universidade e educação básica:

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Fronteiras a ultrapassar.

http://www.capes.gov.br/educacao-basica.