Reflexões sobre a crise [?]

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  • 8/18/2019 Reflexões sobre a crise [?]

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    2016

    Albio Fabian Melchioretto  

    albiofabian.blogspot.com

     Reflexões sobre a Crise [ ? ]

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    REFLEXÕES SOBRE A CRISE

     Albio Fabian Melchioretto

    [1] Esta não é uma crise estranha, a história do

    Brasil é marcada por crises cíclicas. Vide Getúlio

    Vargas em 1954 e Jango uma década depois. Todas

    as mudanças, golpes, ou qualquer coisa parecida

    são feitas em nome da moralidade pública. Como

    se toda estrutura fosse apenas dual, uma lado obem e outro o mal, um lado o correto, doutro o

    corrupto. Rigidez é prejudicial, rigidez lembra um

    caule, duro, incapaz de sentir a mudança.

    Dualidade, não permite mudanças. Na dualidade

    há o ódio e a amor, mas o ódio aparece quando

    não há razão.

    - Dialética histórica

    - Método: análise rizomática

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    [2] Quero apresentar meu aporte teórico para esta

    breve fala. Vou partir de três pressupostos:

    (a) 

    Diferença entre  e  a partir da

    visão grega antiga;

    (b) Uma crítica ao modelo tecnocrata que

    nossa sociedade está estruturada, onde o

    desenvolvimento está acima da valorização

    humana a partir da leitura de Papa

    Francisco na carta Laudato Si ;

    (c)  Terceiro e último tópico, para não ser dual,

    trabalho a luz do conceito de

    desterritorialidade de Gilles Deleuze e Félix

    Guattari na leitura de Capitalismo e

    Esquizofrenia.

     Pressupostos teóricos

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    [3] Para o grego antigo, segundo Jaeger, havia uma

    divisão clara entre os conceitos de  e .

    Opinião e sabedoria.

    O intelectual, o sábio, o mestre não tinha direito a

    permanecer no campo da opinião. Este deveria

    aprimorar sua oralidade para atingir a sabedoria.

    Então, um movimento como este, sentar e debater

    para além das questiúnculas de Redes Sociais

    evidenciam que estamos num passo de saída da

     rumando para a .

    O professor é portador da portanto de vir

    além do senso comum.

    O povão permanece na doxaO professor é amigo da sabedoria

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    [4-10] Quero apresentar algumas manchetes de

     jornais que evidenciam o momento que estamos

    enfrentando. Busco os jornais para evidenciar

    como a mídia influencia na formação de opiniões.

    Novamente sem entrar no mérito de nomes e

     julgamentos, apenas fazendo um olhar por três

    bons exemplos históricos.

    Um questionamento:

    Quando uma órgão de imprensa omite vaias de

    torcida de futebol, o que ela poderá omitir no

    campo da política?

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    [11] Os atos deste 13 de março de 2016

    permitiram dimensionar melhor a força contra o

    impeachment. A direita colocou na rua o mesmo

    ou o equivalente com o que ela colocou na rua no

    pré-64.

    A fórmula é sempre a mesma: contra a corrupção

    e contra o comunismo. Em 1933, no Reich, foiassim. Na mesma época com Mussolini foi a

    mesma coisa: contra a corrupção e contra o

    comunismo.

    No fundo é uma luta sistêmica! 

     A luta não é de lados, é uma colocação do

     sistema, não há figuras, há um estrutura

    maior que o indivíduo. A negação do

    indivíduo é uma característica do

    capitalismo esquizofrênico.

    #vemprarua é movimento sem identidade.

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    [12] O fato é sistemático que esta tabela nos dão

    uma ideia de desenvolvimento econômico

    diferente. Tomo aqui a variação salarial.

    O problema não está nos dados, mas na

     forma como estes dados estão [são]

    vinculados a uma imagem contra-PT

    Quero chamar a atenção para a evolução do

    salário mínimo em dólares, tomando com o base o

    primeiro ano de governo de cada presidente no

    período real. Embora número evidenciem um

    ganho significativo nos últimos anos há uma

    campanha sistemática, cotidiana e veemente

    contra uma forma de governar.

    A grande mídia está cometendo uma violência

    simbólica e usando da justifica para fazer política

    como se um juiz fosse Deus e uma presidente o

    diabo. Onde existe apenas problemas e os ganhos

    significativos apontados dos últimos anos não tem

    valor.

  • 8/18/2019 Reflexões sobre a crise [?]

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    [13] Os números da OIT marcam que o problema

    do desemprego, não é exclusivo nosso. O fato de

    uma troca de gestores da república não vai levar o

    Brasil ao paraíso. As exportações já estão

    aumentando e as taxas de câmbio estão

    equilibradas.

    Ao observar nossos nossos vizinhos percebemos

    uma análise global que influencia. O aumento do

    desemprego é uma problema geral.

    Segundo o filósofo Boaventura, o mercado atende

    a interesses liberais que são fortemente

    influenciados por mecanismos externos como a

    queda da produtividade do mercado chinês, a

    influência da crise americana após a bolha

    imobiliária de 2007 e o fracasso das campanhasmilitares no Médio Oriente.

    Segundo Bresser-Pereira, economista fundador do

    PSDB, em nenhum momento chegamos a crise

    econômica e de desemprego de 1997, na crise

    onde o governo PSDB, da época sofreu

    intervenção do FMI e o desemprego chegou aquase 1/5 da população brasileira. Lá também foi

    uma influência internacional. Não somos ilhas.

    Estamos em conexão.

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    [14] Para concluir quero amarrar as três ideias

    trabalhadas:

      O golpe velado na falsa ideia de

    democracia;

      O crescimento real promovido pela

    valorização do salário;

      O alerta a uma crise sistêmica para além

    das fronteiras.

    Ler uma fragmento de Deleuze e Guattari que

    afirma que o poder não é centrado em figuras de

    anjos e demônios no qual a grande mídias no

    vende.

     A análise do poder não deve se limitar aos

    segmentos duros constituídos por seus centros

    visíveis, porque qualquer centro de poder visível

    não passa de um lugar onde entram em

    ressonância todos os tipos de micropoderes, de

    devires imperceptíveis, onde o poder só existe em

    estado difuso, disperso, não multiplicado ou

    miniaturizado. (Gilles Deleuze e Félix Guattari)

    O que se quer é um estado rígido, focado nos

    interesses de uma elite dominante enquanto que a

    grande massa é reduzida a número. Precisamos

    gritar também por uma ética na economia, junto

    com a política.