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Itajaí • SC • Brasil • http://regatanews.com.br/ • Março de 2015 • ANO II • Número 07/Impresso • Diretor de Redação: Adilson Pacheco • DEUS SEJA LOUVADO Volvo Ocean Race Brasil 1 não vem para o Brasil. Páginas 6 e 7 Brasil Isabel Pimentel transforma sua história em livro. Página 8 Adilson Pacheco Itajaí com um barco nacional na Volvo Ocean Race. Página 3 Adilson Pacheco Itajaí: Eles estão voltando A cidade portuária, das praias e universitária volta sediar uma segunda parada da regata Volvo Ocean Race. Itajaí representa o Brasil nesta competição que é considera a Formula 1 dos mares ou Copa do Munda da Vela – que integra 10 cidades da Europa, Ásia, Oriente Médio e América. Os sete barcos navegarão uma distância aproximada de 65 mil quilômetros. Eles já estão em Auckland, possivelmente ao ler esta edição os velejadores já estão rumando para próximo destino Itajaí. A programação da Itajaí Stopover que será desenvolvida no período de 4 a 19 de abril já foi lançada. Páginas 4 e 5

Regata News edição 7

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REGATA NewsItajaí • SC • Brasil • http://regatanews.com.br/ • Março de 2015 • ANO II • Número 07/Impresso • Diretor de Redação: Adilson Pacheco • DEUS SEJA LOUVADO

ITAJAÍ STOPOVER

Volvo Ocean RaceBrasil 1 não vem para o Brasil.Páginas 6 e 7

BrasilIsabel Pimentel transforma sua história em livro.Página 8

Adilson PachecoItajaí com um barco nacional na Volvo Ocean Race.Página 3

Adilson Pacheco

Itajaí: Eles estão voltandoA cidade portuária, das praias e universitária volta sediar uma segunda parada da regata Volvo Ocean

Race. Itajaí representa o Brasil nesta competição que é considera a Formula 1 dos mares ou Copa do Munda da Vela – que integra 10 cidades da Europa, Ásia, Oriente Médio e América. Os sete barcos

navegarão uma distância aproximada de 65 mil quilômetros. Eles já estão em Auckland, possivelmente ao ler esta edição os velejadores já estão rumando para próximo destino Itajaí. A programação da Itajaí

Stopover que será desenvolvida no período de 4 a 19 de abril já foi lançada. Páginas 4 e 5

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REGATA News Março • 2015 Ano II Número 07 03

REG

ATA

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ADILSON PACHECO

Regata Caras/RN

Itajaí Sailing Team Itajaí Sailing Team – uma proposta de projeto para criar o segundo barco brasileiro a participar da Volvo Ocean Race. Bem, este é uma ideia que está sendo desenvolvida pelo presidente da Stopover Itajaí, Alexandre Santos. O time do Sailing não brincam em serviço, e tem se destacado e vencido competições realizadas pelo Iate Clube de Santa Catarina e a tradicional Regata Caras em Angra dos Reis, mas tem ainda uma vasta agenda de participação em eventos náutico no Brasil ao longo do ano. Itajaí poderá fazer a grande diferença com um barco nacional e se consolidar como grande polo náutico internacional. •

Itajaí Stopover: Charles Caudrelier O velejador Charles Caudrelier tem o Brasil como amuleto de sorte. Nos últimos dois anos, o francês, que acaba de assumir o comando do barco chinês Dongfeng na Volvo Ocean Race, conquistou resultados expressivos na vela oceânica internacional, como os títulos da Volta ao Mundo de 2011-12 com o Groupama e da Transat Jacques Vabre 2013 com o Edmond de Rothschild. As duas competições passaram por Itajaí (SC). "Tenho um carinho especial pelo Brasil e por Itajaí. Acredito que a passagem pelo país pode ter sido a chave para ser contratado como comandante do Dongfeng Race Team", disse Charles Caudrelier, que voltará ao Brasil em 2015 na Volvo Ocean Race liderando o moderno veleiro de 65 pés. A regata começa em 4 de outubro de 2014, com a In-Port Race de Alicante, na Espanha e terá, ao todo, 38.739 milhas náuticas de distância. •

Portal de barcoOs sócios Fundadores Norman Macpherson e Thomas Low Beer juntaram o gosto pelo mar e navegação e criaram o Navegue Temporada (www.naveguetemporada.com.br, em Niterói/RJ, O Navegue Temporada é o primeiro porta de busca do Brasil exclusivo para aluguel de barcos. Segundo os sócios, em um só site, o interessado pode encontrar uma variedade incrível de barcos para passear, seja por uma tarde, um dia ou até mesmo. Por meses, nos principais destinos náuticos do Brasil e do Mundo. •

Bichos e Coisas do Saco da FazendaBichos e Coisas do Saco da Fazenda: Esta exposição é um sonho antigo do poeta-fotógrafo João da Cruz Ramos Filho, natural de Paço do Lumiar - MA, radicado em Itajaí - SC desde 1981, mais conhecido como J.C. Ramos Filho. JC por conta de seu projeto Camisinha Poética, referência mundial no auxílio a campanhas de combate à AIDS e às DST. Em 1981 o poeta elegeu a Beira Rio como um dos locais mais intrigantes da cidade, “o seu pequeno pantanal”, como costuma dizer. E agora ele apresenta uma pequena, mas significativa amostra de 20 fotos de seu acervo. Na sua visão de poeta e amante da fotografia, esta exposição é um verdadeiro hino à natureza. As imagens revelam um olhar curioso e sensível diante de animais e objetos singulares que ele encontra naquelas margens lamacentas do Rio Itajaí-açu.Bichos que traduzem a vida que resiste à poluição e à indiferença humana. Coisas que denunciam a falta de consciência ecológica e se incorporam à paisagem degradada. São os Bichos e Coisas do Saco da Fazenda. •

Arquivo NT

/RN

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REGATA News Março • 2015 Ano II Número 0704

ITAJAÍ STOPOVER

Faltando 24 dias para abertura dos portões da Vila da Regata, desportistas náuticos do Brasil vibram com a parada brasileira da 12ª Volvo

Ocean Race. "Eu fico muito contente em poder parti-cipar deste grande evento náutico que é a Volvo Ocean Race. Mesmo que não seja dentro d´água é importante para nós todos estarmos, de alguma forma, participando de tudo isso, pois, com certeza, a Stopover Itajaí é um marco para o esporte no Brasil. Espero poder transmitir um pouco de tudo que já vivenciei na vela para todos. Estou bem ansioso com tudo que está por vir", disse o velejador catarinense Bruno Fontes. A Programação da Stopover Itajaí foi lançada dia 10/03 manhã de terça feira no auditório do Centreventos. Muita novidade, show, gastronomia, sustentabilidade vai marcar mais está parada brasileira da Volvo Ocean Race. O prefeito Jandir Bellini viajou, quarta feira, para Auckland onde recebe a chave da próxima parada da regata volta ao mundo: Itajaí.

A Programação da Stopover Itajaí foi lançada na terça feira (10/3) no auditório do Centreventos. Muita novidade, show, gastronomia, sustentabilidade vai mar-car mais está parada brasileira da Volvo Ocean Race. O prefeito Jandir Bellini viajou hoje,quarta feira, para Auckland onde recebe a chave da próxima parada da regata volta ao mundo: Itajaí. Divulgada programação da Volvo Ocean Race – Itajaí Stopover

Novas atrações e festival gastronômico são apostas para bater recorde de público

Itajaí já começou a contagem regressiva para rece-ber pela segunda vez a maior regata de volta ao mundo. De 04 a 19 de abril, velejadores e amantes do mundo da vela estarão na cidade, durante a Volvo Ocean Race. Neste ano, a meta é ultrapassar 350 mil visitantes. E, para atingir esse público, as atividades da Vila da Re-gata serão um evento à parte. São dezenas de atrações culturais, feira de negócios, brinquedos, simuladores, visitações e palestras. Tudo gratuito.

Neste ano, a Itajaí Stopover vai ter uma estrutura ainda maior do que a usada na primeira edição. A prin-cipal novidade será o globo interativo. Nele o visitante poderá experimentar um pouco da rotina dos velejado-res em terra-firme. O globo é uma cúpula de ferro que cobre um espaço proporcional a uma quadra esportiva. Lá dentro, funcionarão painéis digitais com vídeos en-viados pelas equipes durante a prova, depoimentos dos atletas e curiosidades sobre o esporte. “A proposta é que as pessoas tenham um maior contato com o meio náu-tico e conheçam a rotina da competição”, o presiden-te do Comitê Central Organizador da Stopover Itajaí, Alexandre Antônio dos Santos.

Todo o complexo montado na Vila da Regata de Alicante (Espanha), onde aconteceu a largada da com-petição, será trazido para Itajaí. É a primeira vez que

a organização da Volvo Ocean Race faz essa parceria com as Stopovers e torna itinerante toda a estrutura da Vila da Regata espanhola. “Tudo o que o público já conhece, e aprovou nos eventos anteriores, teremos novamente em 2015: festival gastronômico, shows de artistas da região, pista de skate, Planetário e a Marejó-polis”, adianta Alexandre.

Além de dezenas de atrações culturais totalmente gratuitas, haverá atividades para todos os gostos, a co-meçar pelo paladar, com o festival gastronômico, que trará os principais pratos dos países por onde a compe-tição passará com preços populares. Para quem deseja aproveitar o local para fazer negócios, uma mega feira multissetorial ocupará cinco mil metros quadrados do Centreventos de Itajaí. Durante a semana, as atividades começam às 14h e vão até às 23h. Já nos finais de se-mana, os portões da Vila da Regata se abrem mais cedo, às 10h. O visitante pode conferir a agenda diária no siteitajaistopover.com.br/programacao.

Em 2012, o nível de satisfação de quem passou pela Vila da Regata foi de 9,16 em uma escala de 1 a 10, de acordo com uma pesquisa feita pela empresa de consultoria britânica Price Waterhouse Coopers (PwC). Para 2015, além de manter o alto nível de atendimento ao público, a organização da Itajaí Stopover pretende bater um novo recorde: atingir 350 mil pessoas durante 17 dias de evento. •

Adilson PachecoEditor

Itajaí uma parada da regata 12ª Volvo Ocean Race

FOTOS: Adilson Pacheco

Programação foi lança no Centreventos

Alexandre Santos,

Stopover Igtajaí; Eliane

Rebelli,SDR e prefeito

Jandir Bellini

Itajaí representa o Brasil na regata volta ao mundo

Velejadores da Associação Náutica de Itajaí

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REGATA News Março • 2015 Ano II Número 07 05

ITAJAÍ STOPOVER

Artistas locais embalam o público

A programação cultural da Itajaí Stopover será marcada pela diversidade, com um espaço democrático que receberá artistas

desde ritmos como o rock até a MPB, além das apresentações folclóricas, de dança, capoeira e teatro. A característica incomum das animações culturais de 2015 é que as apresentações abrem espaço para a valorização de artistas catarinenses, sobre tudo os de Itajaí. •

Temperos de oito países em um só lugar

A culinária de França, Portugal, Espanha, Brasil, Emirados Árabes, China, Estados Unidos e Nova Zelândia prometem

fazer com que o visitante viaje no mundo dos sabores. Nesta edição, haverá duas praças de alimentação, cada uma com quatro opções gastronômicas. Nas opções do cardápio “finger food”, estarão pratos que variam entre R$ 2,50 e R$ 30. Além disso, haverá o Restaurante Intencional na o píer, uma Cafeteria no interior do Centreventos, um Bar no terraço de frente para a Vila da Regata e carrinhos de sorvete, açaí, pipoca e churros.A novidade de 2015 para a praça de alimentação é que os pontos de vendas de tickets atuarão de forma integrada em toda a Vila da Regata. Por esse sistema, será possível mensurar o consumo de produtos e detectar quais pontos estão com maior demanda no atendimento, possibilitando que caixas extras sejam abertos nos horários de pico para que não haja longas filas. •

Feira náutica e de negócios

Cerca de 5 mil metros quadrados do Centreventos serão reservados para negócios. A grande novidade de 2015 é que,

além da ampliação da gama de setores e do espaço destinado à feira, o setor náutico será o de maior destaque, no World Business Show. Ao todo, 14 empresas do pólo náutico catarinense vinculadas ao SEBRAE-SC irão expor 18 embarcações em uma área de 900 metros quadrados – em 2012, eram apenas duas lanchas na Vila da Regata. Além disso, outras empresas do setor trarão Jet skis e insumos náuticos para divulgar e comercializar seus produtos. A feira multissetorial também abrigará 10 expositores de empresas do ramo da construção civil e outros 20 de comércio em geral, principalmente voltados à moda (roupas e bijuterias). Em paralelo ao World Business Show, durante todos os dias do evento, o Centreventos também sediará a feira de artesanato. No espaço, além da venda de produtos, haverá oficina de artesanato para a comunidade. As atividades no Centreventos funcionarão durante todos os dias do evento, nos mesmos horários de abertura e fechamento da Vila da Regata.•

Espaço reservado à imprensa

Jornalistas e profissionais de comunicação credenciados para trabalhar na cobertura da Itajaí Stopover durante a Volvo Ocean

Race 2014-2015 terão acesso ao Media Center. No local, os profissionais de imprensa terão acesso à internet em alta velocidade para o envio de conteúdo e poderão monitorar em tempo real todas as atividades da Vila da Regata por meio de um telão. Em 2012, Itajaí recebeu 50 jornalistas de 12 diferentes nacionalidades, que reportaram as notícias da cidade para mais de 100 países. Estes profissionais usaram a estrutura de imprensa montada anexa ao Centreventos para enviar todos os detalhes da única parada da América Latina a diferentes empresas de comunicação de todo o mundo. Entre elas, para o maior conglomerado de agências de notícias, do qual fazem parte a canadense Reuters, a espanhola EFE e a francesa Agence France-Presse. •

Mais de 600 pessoas no auditório do Centreventos

Apresentações culturais na parada da VOR

Shows com grupos da cidade e região

Apresentações musicais

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REGATA News06 Março • 2015 Ano II Número 07

VOLVO OCEAN RACE

“Admiro a sua imaginação e sua visão - e quem sabe, talvez um dia nós podemos

torná-lo realidade. Mas temo que a des-pesa e a falta de tempo simplesmente não vai torná-lo prático para nós para transportar Brasil I todo o caminho até Itajaí a tempo para a chegada da frota.Ele continua a revelar-se um grande atrativo para o público de Alicante, pela manei-

ra. Nós apreciamos visitas registro para o barco e museu no último mês” a decla-ração é do jornalista Jon Bramley, dire-tor de mídia da Volvo Ocean Race,em resposta da consulta da possibilidade do retorno do Barco Brasil 1 ao Brasil e mais precisamente para Itajaí. O jornal Regata News havia lançado uma campa-nha há dois meses em Rede Social com slogam:BRASIL1:10 anos. Este barco

Brasil 1-10 anos:“A despesa é a falta de tempo simplesmente não vai torná-lo

prático, para nós, transportar o Brasil 1 até Itajaí” Tarcisio Mattos/RN

Brasil 1 no Rio de Janeiro na edição 2005/2006

Ian Roman

Jon deixa em aberto a possibilidade do Brasil 1 retornar ao Brasil.

preciso voltar. Apesar da resposta do jor-nal continua com a campanha.

O primeiro e único barco na-cional verde/amarelo a participar de uma regata Volvo Ocean Race, consi-derada “Copa do Mundos das Velas” ou “Formula 1 náutica” foi o barco Brasil 1. Projeto idealizado pelo velejador Alan Adler da regata volta ao mundo. O maior medalhista brasileiro Torben Gra-el acredita que os brasileiros envolvidos com o barco nacional tiveram as portas abertas na vela oceânica e principalmen-te na Volvo Ocean Race. “Espaço tem. O mais complicado é obter a primeira experiência nesse tipo e regata e os brasi-leiros tiveram. As equipes internacionais são formadas geralmente por indicação ou levando em conta a experiência do velejador”.

Além de Torben Grael, que na edição de 2008-09 foi campeão da Volvo Ocean Race, outros velejadores se des-tacaram na própria Volvo. André ‘Bo-checha’ Fonseca, por exemplo, está na disputa atual a bordo do MAPFRE. Joca

Signorini correu as últimas três edições e hoje é treinador do Team SCA, equi-pe 100% feminina. O espanhol Roberto ‘Chuny’ Bermúdez, outro tripulante do Brasil 1, integra atualmente o Abu Dha-bi. Entre os estrangeiros, o maior salto foi do norueguês Knut Frostad, que hoje é CEO da Volvo Ocean Race.

Mas para marcar este momen-to em que o Brasil 1 comemora seus 10 anos de participação em uma Volvo Ocean Race se buscou dois personagens importantes dentro do processo de mí-dia e documentário do barco nacional. O jornalista Bruno Doro Bruno é repór-ter do UOL Esporte. De 2004 a 2006 ele foi responsável pela comunicação do Brasil 1. Já a segunda personagem é a jornalista Isabela Nicollas, produtora e diretora, que estará Itajaí lançando o livro “Mar me quer”, Isabella cobriu toda a saga do barco brasileiro acompa-nhando que culminou com a produção do filme ”Senhores do Vento”. Os dois em um artigo relatam suas experiências envolvendo o barco Brasil 1: Tripulantes do Barco Brasil

FOTO

S: Volvo Ocean R

ace

Torben Grael foi o skipper do barco Brasil

Bochecha afirma que o Brasil 1 abriu o caminho

Knut Frostad, atual CEO da Volvo Ocean Race

Horácio Carabelli integrou o primeiro time brasileiro

Joca Signorini está no time da SCA nesta edição

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REGATA News 07 Março • 2015 Ano II Número 07

VOLVO OCEAN RACE

Em 2004, ciente de que eu dirigia vídeos insti-tucionais, o amigo Enio Ribeiro convidou-me a conhecer um projeto para o qual sua empresa

estava captando recursos. O Brasil, pela primeira vez, ia fazer parte de uma regata importante e o principal patrocinador do barco queria fazer um institucional do evento. Por ocasião da apresentação do projeto para a mídia brasileira, minha surpresa foi total quando vi que a regata em questão era a Volvo Ocean Race, um dos maiores desafios náuticos do planeta, uma competição de volta ao mundo, adequadamente apelidada de “Eve-rest da vela”, da qual apenas poucos países, com gran-de tradição de vela, haviam participado até então. Não pude deixar de pensar que a empreitada merecia mais que um simples institucional. Um barco novo e um de-safio inédito eram ingredientes que mereciam um filme. Mas o fato dessa aventura ser vivida por uma tripulação inexperiente, num barco cujo orçamento era menos da metade dos demais participantes e de essa aventura ser documentada por alguém como eu, que nada sabia so-bre vela oceânica, pressupunha dois fiascos: o do barco e o do filme. Mas o que se viu, em vez disso, foram dois sucessos. O Brasil 1, comandado por Torben Gra-el, surpreendeu com um emocionante terceiro lugar e o “Senhores do Vento”, filme que a odisseia gerou, foi exibido em festivais do Brasil e do mundo, ganhou prê-

mios, teve várias exibições em TV e vendeu mais de 5 mil cópias. Para realizá-lo, passei a seguir o Brasil 1 e sua tripulação, desde o batismo do barco na Marina da Gló-ria, até o pódio em Gotemburgo, um ano e meio depois. Essa minha longa convivência com a equipe de terra e a tripulação fez com que surgisse uma enorme admira-ção pelo universo da vela. Poder testemunhar de perto a intensidade da aventura foi inesquecível. No barco, os tripulantes tiveram a inteligência de usar o humor para aliviar a tensão e as dificuldades. Esse humor, unido a esse jeito descontraído do brasileiro, fizeram com que al-

guns dos velejadores estrangeiros mais experientes, pen-sassem em abandonar o projeto, com medo que aqueles “loucos” brasileiros afundassem o barco com eles dentro. Mas, ao final da primeira perna, já vitoriosa, perceberam que aquilo era apenas uma maneira especial que os “bra-zucas” tinham de tocar sua vida (e sua velejada). A partir de então, a união dentro do barco era visível e agradável. Nos momentos em terra, era mais uma vez esse mesmo bom humor que ajudava a disfarçar a exaustão. Enquan-to as outras equipes tinham um ou dois patrocinadores com quem dar a velejada obrigatória, o Brasil tinham quase uma dezena. Descansar nunca esteve na ordem do dia. A sorte tampouco. Mastro quebrado, casco rachado, incêndio a bordo... Eu cheguei a achar que o filme aca-baria sendo de uma volta ao mundo que era, sem nunca ter sido. Mas com um comandante como Torben Grael, fracasso não estaria nunca na ordem do dia. Minha câ-mera registrava dia a dia a deterioração física dos rapazes, mas jamais a moral. Sempre divertidos, solidários, ami-gos, além de fazer história com aquele pódio divino, me ajudaram a fazer um filme vibrante, divertido, cativante. E fizeram de mim uma eterna amante do mar e da vela. Tanto que, hoje, 10 anos depois, lanço os dois MAR ME QUER, longa-metragem e livro, onde essa minha nova paixão ( e a eterna, desses lobos do mar) está documen-tada. Vida longa à vela brasileira!. •

Dez anos depois, a aventura do Brasil 1 ainda não acabou* Bruno Doro*

Segundo semestre de 2004. Torben Grael e Mar-celo Ferreira voltam dos Jogos de Atenas com seu segundo ouro olímpico quando um anún-

cio muda para sempre a vela brasileira: o país teria, pela primeira vez, um barco na mais importante rega-ta de volta ao mundo.

O Brasil 1 foi para a água em 2005 e deu início a uma verdadeira revolução no esporte no país. Antes mesmo do início da Volvo Ocean Race 05/06, a in-dústria náutica brasileira deu um salto tecnológico: o barco era o mais moderno já construído no país, com os mais avançados materiais disponíveis do planeta, vindos de mais de dez países diferentes.

E, se o barco era inovador, o material huma-no não ficava atrás. Joca Signorini fez uma travessia Brasil-Europa com a costela quebrada. André Fonseca mergulhou nas águas geladas do Oceano Índico para salvar as velas quando o mastro partiu ao meio, duran-te uma tempestade. Todo o time superou um pesadelo

quando o barco precisou ser resgatado na costa oeste da Austrália, atravessar o Outback (o deserto austra-liano) em cima de um caminhão e chegar ao local da regata In-Port apenas 24 horas antes da largada. Nin-guém imaginava, mas os brasileiros quase venceram a

prova – só um problema técnico, fruto do esforço para aprontar o barco a tempo, impediu o primeiro lugar. O time ainda saiu daquela competição com um histó-rico terceiro lugar na classificação geral, incluindo a vitória em uma das etapas. Tudo isso mostra o talento daqueles velejadores, que chegaram a uma regata de volta ao mundo como atletas olímpicos e saíram como marinheiros calejados. Ninguém se espantou quando, na edição seguinte, Torben Grael comandou o barco campeão. Ou quando Joca Signorini, já um dos mais importantes velejadores de Oceano do país, foi esco-lhido para ser um dos técnicos do time feminino desta edição da prova, o sueco SCA. Ou no momento em que André Fonseca foi convocado para ser o único brasileiro desta Volvo, a bordo do espanhol Mapfre.

E como toda boa história tem continuação, esse espírito de aventura segue vivo em Itajaí. Uma parada cheia de inovação, talento e garra, que representa mui-to bem o sonho que começou com o Brasil 1.•

Daniel Markus/Arquivo BD/RN

Bruno entrevistado Torben Grael,

skipper do barco Brasil 1

Brasil 1: Senhores do Vento* Isabella Nicolas*

Arquivo Pessoal/IN/R

N

Isabella (com a câmera

na mão) em companhia de Horácio

e Dione Carabelli

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REGATA News08

BRASIL

Março • 2015 Ano II Número 07

Adilson PachecoEditor

Exclusiva:Isabel Pimentel: primeira mulher da América

Latina a completar uma Volta ao Mundo

Isabel;” “Levo o leme horas e a noite desligo e durmo”

“Levo o leme horas e a noite desligo e durmo. Ando tris-te. Muito tempo pensando.

Saudades da Mimi, do namorado bravo, mas querido; do colo da mãe, do abraço do pai e dos amigos. Ando cansada. Foi uma história difícil, principalmente em terra. Acho que to com medo de chegar. Me pego novamente chorando. Obser-vo o mar e o DON. Meus companhei-ros. Tantas histórias.Bom, preciso voltar ao leme. Meu corpo já sente. Mas vou chegar na hora marcada. Que a paciên-cia e a força me levem ao museu. Chego ao meio dia de sábado, dia 1 de março. Beijos.” Relato de Isabel Pimentel em uma de suas jornadas de navegadora.

“Os livros já chegaram da gráfica” afirma Izabel Pimentel. Pois bem, Iza-bel é a primeira mulher da América La-tina a completar uma Volta ao Mundo em uma navegação solitária, em outras palavras, atravessando os mares e seus desafios sozinha. Sua maior proeza foi de a cruzar o Oceano Atlântico em so-litário, uma viagem que durou 42 dias e 6 horas. Ela partiu no dia 10 de Julho de Cascais, Portugal e chegou a Forta-leza, Brasil no dia 21 de Agosto às 22h. Pimentel velejou em um Mini-transat de 21 pés (6,5 metros) e, no total, ela percorreu 5.300 milhas (9.500 km). Para deixar um registro para história náutica, ela estará lançando seu novo livro, “Aguas Vermelhas”. A velejadora tem mais de 66 000 milhas navegadas em solitário.

Em sua façanha náutica solitária passou, três mais temidos cabos: Cabo da Boa Esperança, Cabo Leeuwin e Cabo Horn. Com um barco de 21 pés fez duas travessias Brasil-França e três

travessias França-Brasil, em solitário, em uma navegação solitária. Em seu histórico de prozas consta ainda a pri-meira brasileira a participar da regata Transat 6.50, Regata de veleiros de 21 pés da França ao Brasil.

Izabel nasceu no Mato Grosso do Sul. Trabalhou por muitos anos como Analista de Sistemas e hoje só vive do mar e no mar: velejadora. Possuí 5 li-vros publicados e neste mês de março lança mais uma obra. Bom, Izabel deu uma parada em suas atividades náuticas para conceder esta entrevista exclusiva ao REGATA News.

Regata News - Quanto tempo levou para programar esta viagem de volta ao mundo?

Isabel Pimentel - 30 anos rsrs, mas

em novembro de 2012 comprei o Don meu barco. E em 28 de agosto de 2013 parti. Eu preparei todo o barco desde pintura até eletrônicos.

Regata News - O que fazia antes de entrar neste projeto?

Isabel - Desde 2006 eu só navego. Era antes analista de sistemas

Regata News - Como é a sensação de estar sozinha em pleno mar e saben-do que tem uma meta a ser cumprida?

Isabel - Linda! Eu amo estar lá e só amor explica essa viagem.

Regata News - Hoje, com esta ousada via-gem, o que mudou em sua vida profissional?

Isabel - Cheguei em dezembro na França, tive que voar rápido para o Bra-sil, pois meu pai estava muito doente. Não tive tempo pra nada

Regata News- Você lança seu livro em março - qual é objetivo obra?

Isabel - Contar essa paixão

Regata News - Tem previsão de outro projeto de volta ao mundo?

Isabel - Agora o rumo é o Triangu-lo Polinésio, via canal de Bering,

Regata News- Depois de uma longa jornada desta como é - este re-torno ao dia-a-dia. Tenho percebido que parece que vocês velejadores - pas-sam gostar mais do mar?

Isabela - Difícil, minha vida está lá, mas às vezes precisamos parar. Hoje li na net " uma mãe cuida de dez filhos, mas dez filhos não conseguem cuidar de uma mãe” Vivendo um momento família. •

“Só amor explica essa viagem”.

Arquivo pessoal/RN

Isabel trocou a profissão de analista de sistema

pela navegação.

Arquivo pessoal/RN