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REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

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REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE

UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA: A VISÃO DA MULHER REFLETIDA NA MÚSICA BRASILEIRA DESDE A

DÉCADA DE 30

CURITIBA

2016

Page 3: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE

UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA

A VISÃO DA MULHER REFLETIDA NA MÚSICA BRASILEIRA DESDE A

DÉCADA DE 30

Produção Didático-Pedagógica (Unidade

didática ), apresentado ao Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE,

como quesito parcial para intervenção

pedagógica na Escola.

Orientador(a): Professora Drª Cláudia Garcia

Cavalcante

Área PDE: Língua Portuguesa

Curitiba

2016

Page 4: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016

Título: A visão da mulher refletida na música brasileira desde a década de 30

Autor: Regiane Gaertner Marques Seade

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Professor Elias Abrahão

Município da escola: Curitiba

Núcleo Regional de Educação: Curitiba

Professor Orientador: Claudia Garcia Cavalcante

Instituição de Ensino Superior: Universidade Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar: Língua Portuguesa, História, Sociologia e Artes

Resumo:

Este projeto visa trabalhar a representação da mulher na música popular brasileira desde a década de 30 sob uma ótica masculina. Todas as letras trabalhadas mostram a visão que uma voz masculina de determinada época tem da mulher e o que espera dela. O que se pretende é a interpretação desses textos em sala de aula abordando a representação da mulher refletida pela voz que a define, a ligação dessa representação com o contexto histórico da época, além das imagens criadas no texto devido ao uso de linguagem figurada. Baseando-se em três pilares centrais: a representação da mulher, a interpretação de texto e o trabalho com música, tem-se o objetivo de discutir questões referentes ao espaço ocupado pelo elemento feminino em variados momentos da nossa história na música. É importante o questionamento sobre se realmente houve evolução da visão do papel da mulher na sociedade.

Palavras-chave:

Visão da mulher na sociedade; Música; Análise do discurso.

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público:

Professores participantes do GTR 2017 e alunos do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Professor Elias Abrahão

Page 5: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

APRESENTAÇÃO

Esse material é parte integrante das atividades desenvolvidas no Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE e visa contribuir para a área de

ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa tendo como público-alvo os alunos

do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Professor Elias

Abrahão, na cidade de Curitiba, Paraná.

No decorrer de anos de trabalho, venho constatando a necessidade de um

trabalho mais aprofundado com interpretação de texto, principalmente os que

apresentam linguagem conotativa. Esse foi um dos motivos pelos quais escolhi

trabalhar com letras de música. Devido à falta de hábito de leitura, ao

imediatismo ou mesmo à dedicação a leituras mais superficiais, percebo um

déficit bastante grande no que diz respeito à capacidade de interpretação dos

alunos e bastantes dificuldades para perceber a essência e as implicações de

cada texto. Para suprir tal deficiência, resolvi fazer um trabalho pautado em

interpretação. Para tanto, selecionei letras de músicas brasileiras que

apresentam como tema central, a representação do papel da mulher. Tanto a

linguagem poética quanto as letras de música são pouco exploradas em

materiais didáticos convencionais e abrem um leque bastante grande no que

diz respeito à interpretação e à plurissignificação. Optei também pela temática

da mulher, que é um tema instigante e rico, visto que, oficialmente, nos

materiais disponíveis, qualquer que seja o tema estudado, a ótica dos fatos

normalmente veiculada é masculina. O objetivo é analisar o quanto a

representação da mulher, aos olhos masculinos, vem mudando ao longo do

tempo e, por consequência, discutir o espaço feminino na sociedade nos

períodos históricos estudados.

Pretendo levar o aluno a pensar nas diversas possibilidades de

interpretação que as letras de música irão trazer, pois são poemas e a sua

linguagem conotativa propiciará visões diferenciadas do assunto. O objetivo é

trabalhar as letras de música de uma forma mais ampla, completa, não usá-las

como pretexto para ensinar regras gramaticais. Explorar mais suas

especificidades, aprofundá-las e investigar as suas significações. Nesse

trabalho com poemas, também discutiremos o recorte social da linguagem feito

Page 6: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

em cada um, visto que ela será uma manifestação verbal do pensamento de

determinada época.

A discussão tem o intuito de trazer à tona a temática da mulher na

música popular brasileira e de colaborar no preenchimento de algumas falhas

que a escola tem no que diz respeito à interpretação e que são bastante

significativas. Tentarei fazer um trabalho que agregue essas questões. Ao

mesmo tempo que almejo mostrar a importância da leitura e interpretação de

texto para os alunos, também proporcionarei condições para se discutir a

temática do papel feminino na sociedade através dos tempos.

Ressalto que o foco do trabalho será a análise dialógica do discurso.

Pretendo proporcionar aos alunos a percepção de que não existe discurso

ingênuo, descontextualizado e nem sem intenção. Que toda e qualquer

mensagem passada vem carregada de ideologia e de vivência de mundo. Traz

toda a bagagem cultural, emocional, histórica, de credos e de costumes que o

seu autor possui e/ou vivenciou. Além disso, é preciso que entendam a

mudança do pensamento através dos tempos e se questionem o quanto

realmente se alterou ou não o papel da mulher na sociedade, o quanto ela é ou

não mais valorizada e reconhecida hoje.

Dessa forma, esse estudo tem como objeto de trabalho três pontos

centrais: a interpretação de texto, o trabalho com música e a temática da

mulher. A intenção é contribuir com a formação acadêmica dos alunos porque

o trabalho fará um levantamento de textos literários completamente

desvinculado de qualquer historiografia convencional. Por outro lado, propiciará

uma interpretação investigativa e contextualizada da visão social que se tem do

papel da mulher ao longo do tempo, estudado na música popular brasileira com

referencial histórico, artístico e filosófico, o que propiciará um trabalho

interdisciplinar.

Acredito ser bastante pertinente a temática escolhida, por vivermos em

uma sociedade patriarcal na qual a mulher constantemente precisa confirmar o

seu espaço. A grande maioria dos estudantes, devido à sua pouca idade,

nunca sequer pensou em se questionar o quanto os direitos femininos

avançaram ao longo do tempo. O quanto a mulher já teve um papel bem mais

coadjuvante em relação ao homem. Além disso, nos últimos meses a temática

da mulher se tornou algo extremamente importante, principalmente porque

Page 7: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

estão acontecendo agressões desmedidas e absurdas por parte de homens

violentos em relação à mulher.

Professor, também acredito ser importante esclarecer que, por uma

questão de direitos autorais, no corpo do material didático as letras de música

aparecem de forma parcial. Porém, junto às letras trabalhadas há a indicação

do site no qual cada uma delas pode ser encontrada, pois como estamos

trabalhando com análise do discurso, em sala de aula, ouviremos e

discutiremos cada texto como um todo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Visão da mulher veiculada na música através do tempo

Esse trabalho tem por objetivo fazer um levantamento de como o

elemento feminino é visto socialmente nos últimos 70, 80 anos nas letras de

canções brasileiras consagradas. Nesse percurso, foi possível perceber que

houve muitas mudanças de visão porque o pensamento é algo que está

sempre mudando. Essa é uma das pedras fundamentais que os estudiosos do

teórico Mikhail Bakhtin defendem. Eles acreditam que tudo está sempre em

constante movimento. Nada é, em sua obra, para sempre. Segundo Luis Felipe

Ribeiro, (2002), professor da Universidade Federal Fluminense, de acordo com

a teoria de Bakhtin “tudo oscila com as alterações do quadro histórico em que

as ações humanas se desenrolam”. É exatamente por esse pensamento que

não se poderia deixar de elencar as teorias de Bakhtin quando se analisa o

discurso.

Nesse caso dos poemas, é discurso porque ao analisarmos uma letra de

música, de uma determinada época, analisamos junto o contexto histórico, o

momento do poeta ao compor aquela obra, a situação que a mulher estava

vivendo naquele período, entre outras implicações. Discutir ou tentar analisar o

pensamento de alguém quando compõe uma obra é algo impossível, teríamos

que estar dentro da cabeça do autor quando ele escreveu aquela obra para

sabermos exatamente o que ele queria dizer naquele momento. Mas é óbvio

que isso não é possível. Então, quando interpretamos um enunciado,

acabamos contribuindo um pouco na construção do mesmo, incutimos nele

Page 8: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

nosso ponto de vista, a maneira como entendemos o que foi dito. É óbvio que

acabamos criando também o não dito, ou seja, aquilo que pensamos que o

autor queria dizer. Além, é claro, de que se escrevesse agora a mesma

canção, muito provavelmente o enunciado teria outro valor significativo para o

autor, pois ele não seria mais o mesmo e não diria mais exatamente a mesma

coisa em outro contexto histórico e social.

Imbuídos desse pensamento, a ideia é deixar claro que não se fará uma

interpretação de texto com o objetivo de se encontrar uma única resposta, pois

não estamos analisando a língua como objeto sem identidade, e sim, a sua

realização concreta, viva, mutável, de acordo com o momento, o enunciador e

o receptor daquele texto na situação em que ele irá se concretizar.

Ou seja, o objetivo é se levar em consideração todo o contexto, toda a

história que existiu para que aquela canção acontecesse, pois para haver um

enunciado, é necessário que haja uma realização histórica. Para podermos

entender como a mulher foi retratada naquele enunciado específico, vai ser

necessário adentrarmos também na cultura e sociedade da época. Além disso,

sabermos que cada enunciado é único e jamais será recriado tal qual foi criado.

Relação entre o discurso e a história

Uma das questões mais importantes a serem colocadas quando

abordamos discurso é a que definição de discurso estamos nos referindo.

Nesse trabalho em especial, a questão chave é que estamos analisando

discurso como linguagem em uso, em situações reais. Visto dessa forma,

segundo o professor Marco Antonio Villarta – Neder, a linguagem pode ser

construída de três modos diferentes.

1. A linguagem construída na relação com o mundo.

A ideia primeira é que a linguagem não está pronta, ela vai se construir

na relação dela com o mundo. Tudo que se vê ou que acontece de novo vai

fazer com que a linguagem vá se modificando.

2. A linguagem constrói o mundo na nossa percepção

Page 9: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

A percepção que nós temos do mundo também se dá através da

linguagem. Nós representamos e esta representação que vai sendo recriada,

que vai sendo aprimorada é que vai construir os conceitos de mundo e a

maneira como nós o entendemos, como nós interagimos com ele.

3. O sujeito se constrói ao estabelecer relações entre a linguagem e o mundo.

Quem nós somos vai ser uma consequência direta dessa interação entre

a linguagem e o mundo. A linguagem está sendo reconstruída, o mundo

também e, consequentemente, nós vamos nos reconstruindo enquanto

sujeitos.

Vista dessa forma, a linguagem é prática ideológica. Em relação com o

mundo, define quem somos, a maneira como nos comunicamos e interagimos.

Como o discurso tem relação com a história e a sociedade, um discurso

produzido em determinada época conta a história daquele sujeito naquela

época, sendo impossível hoje, recriá-lo da mesma forma e até interpretá-lo

como se interpretaria quando foi produzido, pois, a linguagem não está pronta,

ela vai se construindo na relação com o outro. Isso quer dizer que quem

interpreta um determinado texto, também atua sobre ele, dando uma

contribuição na sua construção enquanto texto.

Falando especificamente sobre o nosso objeto, as letras de música

retratando diferentes mulheres, de diferentes épocas, é impossível saber

exatamente o que o autor quis dizer quando escreveu aquele texto, pois aquele

sujeito autor, vivendo naquele contexto histórico e tendo determinada visão

sobre a mulher nunca mais vai existir, conforme já vimos. Hoje, o sujeito que

analisa o texto é outra pessoa que não vai ter nem a visão de mundo daquela

época e nem a mesma bagagem cultural e social que aquele sujeito que

escreveu o texto tinha. Seria um verdadeiro trabalho de detetive pensar sobre

onde o sentido estava antes e para onde ele se deslocou. Outra questão

importante também a se considerar é a aceitação ou não da obra para a

produção de sentido. Algo que foi produzido em 1930 hoje teria uma aceitação

maior ou menor, mas nunca igual à aceitação que teve na época e isso

também vai interferir na produção de sentido. Até as palavras usadas possuíam

outra conotação naquela época e, consequentemente, outra visão das coisas.

Page 10: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

É claro que o autor é importante no processo, mas não existe texto

construído só pelo autor. A partir do momento que o texto se torna de domínio

público, o leitor se torna coautor no processo de entendimento do que o autor

quis dizer. O texto está sempre em movimento e entender o que é proposto,

sugerido, também é tarefa do leitor, que participa da construção desse mesmo

texto. O mundo, o sentido e os sujeitos se reconstroem constantemente e

mutuamente, e essa relação é que acaba produzindo linguagem.

Não existe palavra nem sentença isolada, o texto contém elementos que

são externos a ele, que acabam interferindo na construção de sentido.

Se a tudo o que foi dito, ainda acrescentarmos um processo histórico do

papel da mulher na sociedade, temos menos possibilidades ainda de entender

o que se passava na cabeça de um homem em relação à mulher há 60, 50, 40,

30 ou 20 anos. É, inclusive, muito provável, que tenhamos que perguntar, e

ainda seria falho, se quisermos saber exatamente o que se passa na cabeça

de qualquer pessoa que escreveu algo em qualquer época.

A linguagem literária

O cenário, como podemos ver, é complexo. E, a essa complexidade,

ainda temos que somar o fato de estarmos trabalhando com um texto

diferenciado, ou seja, um texto que possui traços peculiares e identificadores

do discurso literário enquanto tal. Uma linguagem que tem um alto índice de

multissignificação, uma linguagem que sabemos ser única e especial, distinta

da modalidade própria do uso cotidiano. Segundo Proença (1992), o texto

literário possui relações internas, através das quais se revela uma realidade

que não preexiste no poema, a não ser como potencialidade, além de ser

marcado por uma organização absolutamente própria.

Podemos dizer que esse tipo de texto envolve uma gama muito grande

de questões a serem consideradas quando fazemos uma interpretação. Não

podemos ter uma visão ingênua de que existe uma interpretação única e

“certa” para o poema, pois, ele engloba dimensões universais, individuais,

sociais e históricas que vão identificá-lo enquanto texto e que vão ser

significativas na mensagem veiculada. O texto conotativo dificilmente vai se

mostrar da mesma forma para todos que o leem e a interpretação de cada um

será feita baseando-se na experiência de mundo do leitor.

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O texto literário possui uma forma própria de comunicação que se utiliza

de uma modalidade diferenciada de discurso colocado a serviço da criação

artística, ou seja, a conotação. O sentido nessa forma de comunicação não se

busca no dicionário, e sim, em outros fatores como aspectos fônicos,

associação com outras palavras ou conceitos, sensações e impressões

emocionais, ou seja, a significação integral que o texto adquire quando entra

em contato com o leitor. Na definição de Proença (1992, p.34): “A literatura se

vale da língua e revela dimensões culturais. Cultura, língua e literatura estão,

portanto, estreitamente veiculados.”.

Ainda segundo lembra Lfebve (1971, apud PROENÇA, 1992, p.35): a

linguagem literária, abre-se sobre o mundo e coloca diante dele “ uma questão

que não é daquelas que podem ser respondidas pela ciência, pela moral ou

pela sociologia [...].”

O que Lfevre (1971) reforça é que, apesar de o discurso literário estar

intimamente ligado ao discurso comum, apresenta em relação a este

diferenças bastante especificadoras. Por exemplo, não existe no discurso

literário a mesma transparência que existe na linguagem denotativa porque

este vai além da informação, diz respeito à criatividade e, nesse sentido,

também não é de natureza individual, buscando constantemente a

universalidade. A linguagem literária é criação, é multissignificativa e, por esse

traço peculiar, se torna diferente a cada nova interpretação, a cada nova pitada

de autoria.

Outra questão a se avaliar é a liberdade de criação que o poema prega,

pois este pode não se ater a regras gramaticais ou de estrutura do texto,

facilmente prega a ruptura com as regras e só deve obediência à criatividade

do poeta. Ainda segundo Proença Filho (p.41): “Seu único espaço de criação é

o da liberdade.”

Estratégias de ação

1. Ouvir as músicas com os alunos

Para que os alunos se envolvam no trabalho, cada uma das estratégias

precisará ser desenvolvida como parte da motivação. Por isso é fundamental

se ouvir cada uma das músicas em sala de aula junto com os alunos a fim de já

ir filtrando suas primeiras impressões sobre o objeto.

Page 12: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

2. Ler e discutir as letras de cada música em sala

Esse será um trabalho bastante importante. A partir das primeiras

impressões, o professor deverá conversar com a turma sobre o que

compreenderam das diferentes abordagens, fazer uma reflexão mais

aprofundada alternando grandes e pequenos grupos. Para essa análise do

gênero textual letra de música, será utilizada, de forma adaptada, uma

sequência didática do livro “Práticas de leitura para neo leitores de Geraldo

Peçanha.

A - Sugestão para trabalhar uma sequência didática para a compreensão do

gênero textual:

Tema > contexto > aspectos estéticos > trama > prosa ou poesia > letra de

música

Sendo que os elementos acima podem ser assim definidos:

1. Tema: palavra vinda do Latim thema, vinda por sua vez de uma palavra

grega, traduzível como <<o que é proposto>>, o elemento de um enunciado

que é tido como conhecido por aqueles que participam de uma conversação.

2. Contexto: é a relação entre o texto e a situação em que ele ocorre dentro do

texto. É o conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que se

deseja emitir – lugar, tempo, emissor, receptor, etc. – e que permitem sua

correta compreensão.

3.Aspectos estéticos: para Bakhtin (1990, apud C. A. Faraco, p.278) o estético,

sem perder suas especificidades formais, está enraizado na história e na

cultura, transpondo-as para um outro plano axiológico precisamente por meio

da função estético-formal do autor-criador.

4. Trama: tecer um texto, tecer os fios que o compõe. É um processo que

envolve o autor e o leitor com suas linhas – palavras/enunciados sócio

historicamente constituídas. Ao construir um texto, o escritor faz uso de

diferentes conhecimentos, procurando interagir com outros indivíduos em

determinados contextos sociais.

5. Prosa: expressão natural da linguagem escrita ou falada, sem metrificação

intencional e não sujeita a ritmos regulares.

Page 13: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

6. Poesia: composição em versos (livres e/ou providos de rima), geralmente

com associações harmoniosas de palavras, ritmos e imagens.

7. Letra de música: letra, em música, é o texto contido nas composições vocais

para ser cantado ou, às vezes, recitado.

B - Sugestão de pontos a serem explorados para o desenvolvimento da

impressão de leitura:

- destacar os aspectos estéticos.

- reconhecer a temática trabalhada pela música na obra do autor.

- identificar termos-chaves na temática tratada pela música.

- observar os elementos verbais e não verbais trabalhados pela música.

- isolar a composição de imagem possível através da letra da música.

- analisar os aspectos culturais retratados na música.

- valorizar o repertório de leituras que, muitos alunos possuem, para a temática

retratada na música.

3. Montar com os alunos uma linha do tempo

Será montada após a pesquisa preliminar com a letra trabalhada em

cada década, relacionando a época em que a música foi escrita às condições

de vida da mulher nessa época, portanto alinha do tempo será montada

durante todo o trabalho. O ideal nesse exercício é fazer um trabalho de

interdisciplinaridade com História.

4. Trabalhar em grupos com os alunos a fim de eles fazerem paródias e

releituras das letras trabalhadas

Como preparação para esse trabalho, os alunos assistirão a

apresentações disponíveis de artistas que já trabalham com paródias de forma

bastante eficiente, principalmente na internet. Um exemplo desse tipo de

trabalho é uma paródia da cantora Adele “Qual a senha do wi-fi”.

5. Montar um painel ilustrativo sobre a mudança do papel social da mulher ao

longo das décadas pesquisadas

Esse painel ilustrativo será construído ao longo do trabalho e estará

completo somente ao fim da última década trabalhada.

Page 14: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

6. Assistir com os alunos trechos de minisséries que relatam como era a vida

de cantoras (começando pela era do rádio) mulheres nas primeiras décadas

estudadas

Nesse momento trabalharemos com trechos de minissérie como “Dalva

e Herivelto” e “Maysa” que retratam as dificuldades enfrentadas por mulheres

que eram mal vistas somente por terem uma carreira fora do lar.

. Organizar uma apresentação dos alunos com o auxílio de violão ou outro

instrumento tocado por eles com o intuito de compartilhar as composições

próprias;

Para essa apresentação das paródias pode ser criado um evento,

inclusive agregando outros alunos e outros setores da escola. Pode se fazer,

por exemplo, uma audição pública, na qual serão apresentadas as paródias

criadas por eles.

. Trabalhar com diferentes linguagens como a do videoclipe para encerrar a

atividade.

Em grupos, os alunos produzirão os próprios videoclipes, criados

especialmente para as músicas que haviam criado no momento anterior.

O objetivo é que o trabalho seja prazeroso, interessante, que o fato de

conversarmos sobre letras que foram escritas há tanto tempo, sirva como uma

verdadeira viagem na história da mulher.

RECURSOS

- Quadro negro

- Aparelho de som

- Letras das músicas fotocopiadas para todos os alunos

- Papel sulfite

- Laboratório de computação

- Câmera filmadora, tripé

Page 15: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Cronograma de aplicação do projeto de intervenção na escola

Este projeto está previsto para ser aplicado em um total de 32 aulas

distribuídas de março a outubro de 2017. Por ser um projeto idealizado para o

2.º ano do Ensino Médio no qual só são ministradas 3 aulas semanais a ideia é

utilizar 1 dessas aulas durante 8 meses para aplicação do projeto.

Atividades Total de aulas utilizadas

para a atividade

Leitura e interpretação das letras de músicas com

os alunos

14 aulas

Elaboração de uma linha do tempo relacionada à

época em que as letras foram escritas

4 aulas

Produção de paródias e releituras das letras

estudadas

4 aulas

Preparação e apresentação dos trabalhos

produzidos por eles

4 aulas

Produção de videoclipes 4 aulas

Apresentação dos videoclipes produzidos por eles 2 aulas

E ENTÃO, VAMOS VIAJAR....

Proponho agora, caros professores, uma viagem, visto que, a música

tem esse poder, o poder de nos levar para “reinos distantes”. E, no nosso caso,

ainda mais, pois vamos revisitar outras épocas com contextos históricos em

que a mulher não tinha nem a atuação e nem o poder de decisão que tem hoje.

Nem sobre a sua vida, nem sobre a das pessoas que a cercavam. Mas não nos

esqueçamos de que essa não vai ser uma viagem comum, e nem só ligada à

história da mulher. Essa, meus amigos, vai ser uma viagem através da canção

e, de acordo com os PCNs (p.41)

Page 16: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

A canção oferece ainda a possibilidade de contato com toda a riqueza

e profusão de ritmos do Brasil e do mundo, que nela se manifestam

principalmente por meio de um de seus elementos: o arranjo de base.

Nas atividades com esse elemento é importante lembrar que se

considera música, por exemplo, tanto uma batucada de samba quanto

uma canção que a utilize como arranjo de base.

A música desperta a sensibilidade, aproxima os alunos e faz com que a

aula fique mais agradável. Essa é a ideia, trabalharmos uma dificuldade dos

alunos, a interpretação, com textos significativos e que abram várias

possibilidades de discurso e, ao mesmo tempo, tirem os alunos de sua zona de

conforto. Instiguem, mas também tornem o trabalho prazeroso.

Então, vamos lá? Trabalhar ou viajar?

Professor, para facilitar o uso do material, foram criadas algumas seções

pré-estabelecidas e fixas em todas as unidades. Elas estão assim

caracterizadas:

SOBRE O COMPOSITOR

Alguns dados bibliográficos sobre o autor, somente com o intuito de localizar os

alunos e professores no tempo. Acredito ser importante ressaltar que esses dados foram

compilados de vários sites que valeriam a pena ser visitados, pois possuem inúmeras

outras informações e curiosidades).

OBJETIVOS

Os objetivos de cada atividade foram retirados dos objetivos específicos do

projeto como um todo e ampliados).

REFLETINDO SOBRE A LETRA

Professor, utilize essa seção para analisar os aspectos verbais relevantes

existentes na canção, além de questões diretas de interpretação de texto, a fim de

mostrar aos alunos como é caracterizada a mulher na época em que a letra foi

composta).

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

Page 17: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Essa seção durante todo o material vai ser utilizada tanto como uma

oportunidade de pesquisa por parte do aluno, quanto como elemento elucidativo,

trazendo fatos e curiosidades ligados à história da canção).

ATIVIDADE PRÁTICA

Nessa seção, depois de discussões e pesquisas, o aluno será instigado a criar.

Baseado em algum(ns) aspecto(s) da canção que foi(foram) ressaltado(s) durante o

trabalho, ele irá produzir a sua contribuição pessoal, de acordo com o que for

solicitado).

COMEÇANDO A VIAGEM...

PRIMEIRA PARADA... ANOS 30 Noel Rosa

Julieta

Julieta, não és mais um anjo de bondade como outrora sonhava

O teu Romeu Julieta, tens a volúpia da infidelidade

E quem te paga as dívidas sou eu...

Julieta, tu não ouves meu grito de esperança

Que afinal, de tão fraco não alcança as alturas do teu arranha-céu

Tu decretaste a morte aos madrigais e constróis um castelo de ideais

[...]

Disponível em:

www.letras.mus.br/noel-rosa-musicas/682915/

www.youtube.com/watch?v=pOrJoydVu-8

SOBRE O COMPOSITOR

Noel Medeiros Rosa (1910-1937) nasceu em Vila Isabel, Rio de janeiro,

por isso é conhecido como o “Poeta da Vila”, no dia 11 de dezembro de 1910

de um parto difícil, à fórceps. Filho de Manuel Medeiros Rosa e Marta de

Medeiros Rosa, pertencente à classe média, foi aluno do tradicional Colégio

São Bento. Muito cedo aprendeu a tocar bandolim de ouvido, e violão. Em

1930 ingressa na Faculdade Nacional de Medicina, mas depois de dois anos

abandonou o curso por já estar envolvido com a música e a boemia. Formou

Page 18: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

junto com os músicos Almirante, Braguinha, Alvinho e Henrique Brito, o

conjunto Bando de Tangarás.

Entre os anos de 1930 a 1937, Noel, figura conhecida da boemia

carioca, compôs mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções.

Destacam-se, "Com Que Roupa", (música que tem uma história curiosa, ele

teria feito essa pergunta a sua mãe que escondeu suas roupas para que ele

não saísse aquela noite) seu primeiro sucesso, "Conversa de Botequim",

"Feitiço da Vila" e "Fita Amarela". O cantor é responsável pela legitimação do

samba tanto no morro quanto no rádio, principal meio de divulgação da época.

Casou-se com uma dama da sociedade, mas teve muitas amantes e acredita-

se que tenha sido apaixonado por Ceci, prostituta de um Cabaré frequentado

pelo cantor no bairro da Lapa. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), vítima de

tuberculose, no dia 4 de maio de 1937 aos 26 anos.

OBJETIVOS

1. Concluir o quanto a dependência financeira da mulher da década de 30 em

relação ao homem, era maior do que a de hoje.

2. Transpor uma realidade vigente em uma determinada época para outro

contexto cultural e histórico.

REFLETINDO SOBRE A LETRA

1. Existe desde o primeiro verso uma crítica ao comportamento de Julieta. Que

crítica é essa?

2. Mesmo sob uma ótica masculina, percebemos um comportamento bastante

submisso da mulher. Explique essa afirmativa através do material verbal

utilizado na canção.

3. O que o autor quer dizer com “o meu grito de esperança não alcança o teu

arranha-céu”?

4. Há uma intertextualidade óbvia na letra da música com a peça de

Shakespeare “Romeu e Julieta. Explique a diferença entre o amor idealizado

apresentado na peça e o relacionamento apresentado pelo eu-lírico na letra da

música.

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

Page 19: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Pesquisar fatos históricos referentes à condição social da mulher na

década de 30.

ATIVIDADE PRÁTICA

Fazer uma adaptação (reescrita) da letra, de forma que a mulher

retratada seja vista com um olhar mais contemporâneo. A letra deve contar a

história da mulher hoje.

SEGUNDA PARADA... ANOS 40 Ataulfo Alves/Mário Lago

AI QUE SAUDADES DA AMÉLIA

Nunca vi fazer tanta exigência

Nem fazer o que você me faz

Você não sabe o que é consciência

Nem vê que eu sou um pobre rapaz

Você só pensa em luxo e riqueza

Tudo o que você vê, você quer

Ai, meu deus, que saudade da amélia

Aquilo sim é que era mulher

[...]

Disponível em:

www.letras.mus.br/ataulfo-alves/165620/

www.youtube.com/watch?v=LITScqoD_C8

SOBRE O COMPOSITOR

Nascido numa fazenda mineira em Miraí, Zona da Mata, filho de

Severino de Sousa (violeiro que também tocava sanfona e fazia repentes) e

Matilde de Jesus. Improvisava com o pai desde os oito anos. Com dez perdeu

o pai e sua família deixou a fazenda Alves pereira, onde moravam. Aos dezoito

anos foi para o Rio de Janeiro por acaso, com um médico amigo da família.

Trabalhou, entre outras coisas, como farmacêutico. Aos dezenove anos

conheceu uma jovem chamada Maria do Carmo, que dizia que seria artista;

ninguém menos que Carmem Miranda. No fim dos anos 20 passou a se

envolver com blocos de carnaval e artistas de rádio. Logo em seguida teve

Page 20: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

sambas gravados por Almirante ("Sexta-feira") e Carmen Miranda ("Tempo

Perdido"), o que lhe assegurou o sucesso.

OBJETIVOS

1.Distinguir como eram vistas as mulheres que mantinham atividades fora do

lar, como cantar.

2. Compreender o quanto o rádio teve papel importante no desenvolvimento da

música popular brasileira nessa época.

REFLETINDO SOBRE A LETRA

Professor, para essa atividade, é possível dividir os alunos em grupos de

3 ou 5 pessoas para discutirem e posteriormente apresentarem para o grande

grupo suas conclusões sobre as questões propostas.

Professor, dê preferência a um número impar de componentes para o grupo para

discutirem todos juntos e não em pares).

1. Qual a principal reclamação que a voz masculina faz de sua companheira?

Em que posição ele se coloca para fazer tais reclamações?

2. Existe no texto uma comparação entre duas mulheres presentes na vida

dessa voz masculina. Comentem essa questão e os principais pontos

levantados pelo autor na comparação.

3. A parte final da letra é bastante significativa sobre o pensamento que a voz

masculina tem em relação ao papel da mulher (posição que ela pode assumir,

em junto ao homem). O que significa para ele ser uma “mulher de verdade”?

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

Assistir com os alunos trechos da minissérie da Rede Globo “Dalva e

Herivelto que conta a história do relacionamento conturbado do casal e, por

extensão, a história do rádio no Brasil.(www.dalvaeherivelto.globo.com)

ATIVIDADE PRÀTICA

Professor, estamos nos anos 40. E agora? Como está a situação da

mulher na sociedade da época? E a música? Quem são os principais cantores?

Existe alguma mulher fazendo sucesso na música? Discuta com seus alunos e

os incentive a pesquisar esses fatos fazendo um trabalho interdisciplinar com o

Page 21: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

auxílio do(a) professor(a) de história. Posteriormente deverá ser montado um

painel ilustrativo com o resultado da pesquisa.

TERCEIRA PARADA ... anos 50 Luiz Gonzaga

O Xote Das Meninas

Mandacaru quando "fulora" na seca

É o sinal que a chuva chega no sertão

Toda menina que enjoa da boneca

É sinal que o amor já chegou no coração

[...]

Disponível em:

www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/47104/

www.youtube.com/watch?v=Ddmo/SUJVAo

SOBRE O COMPOSITOR:

Luiz Gonzaga (1912-1989), filho de Januário José dos Santos(mestre

Januário) e Ana Batista de Jesus, nasceu em Exu, sertão de Pernambuco. Foi

sanfoneiro, cantor e compositor. Ficou conhecido como o "Rei do Baião".

Desde menino já tocava sanfona, zabumba e triângulo. Aos 13 anos, com

dinheiro emprestado compra sua primeira sanfona. Tocava em festas juninas e

animava os forrós-pé-de-serra. Divulgou o baião, o xote e o xaxado, para todo

o país numa época em que quase ninguém fora do Nordeste conhecia esses

ritmos. Em 1940 participou de um programa de Calouros da Rádio Tupi e

ganhou o 1.º lugar com a música "Vira e Mexe”. Em decorrência desse fato,

conseguiu um contato com a gravadora RCA Victor e, em seguida, teve sua

primeira contratação pela Rádio Nacional. À partir daí, sua carreira ganha força

e ele se torna conhecido em todo o Brasil. Grava seu primeiro disco e os outros

subsequentes.

Aos 76 anos, doente, é internado no Recife, no Hospital Santa Joana, no

dia 21 de junho de 1989, e no dia 2 de agosto, falece.

Para o enriquecimento dos fatos é possível assistir ao filme “De Pai Para Filho” que

conta a história do relacionamento entre Luiz Gonzaga e seu filho Gonzaguinha de).

OBJETIVOS

Page 22: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

1.Trabalhar as diferenças entre linguagem denotativa e conotativa.

2. Transitar de um gênero textual para outro, fazendo as devidas adaptações.

REFLETINDO SOBRE A LETRA

1. Explique e exemplifique os sinais enumerados pelo autor que identificam a

entrada da menina na adolescência.

2. Vamos trabalhar pesquisando algumas metáforas interessantes na letra:

O que o autor quer dizer com:

a) “vestido bem cintado não quer mais vestir timão...”?

b) “Só vive suspirando sonhando acordada”?

c) “Chamando o pai de lado lhe diz logo em surdina”

3. Explique a seguinte afirmação do texto: “o mal é da idade e pra tal menina,

não há um só remédio em toda medicina...”

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

Professor, aqui seria bastante interessante refletir com os alunos sobre como a

natureza indica o processo de transformação, tanto na vegetação quanto no ser humano.

Nessa letra de Luiz Gonzaga, a floração do mandacaru, um cacto do

sertão nordestino, é associada à chegada das chuvas, à fecundidade da terra.

O mandacaru floresce apenas uma vez ao ano e a flor vive apenas uma noite.

Já a menina, enjoa da boneca quando torna-se mulher, uma mudança de

comportamento decorrente da mudança hormonal. À partir desse trecho, o

autor encadeia vários sinais de que a infância acabou.

ATIVIDADE PRÁTICA

Nessa letra de música, conta-se uma história em versos. Utilizando-se

do mesmo enredo, “a entrada da menina na adolescência, crie o diálogo entre

o médico e o pai. Como o médico explicaria para o pai qual é o “mal” que afeta

a sua filha?

Pesquise como era tratada e quais as responsabilidades da mulher, já

desde a adolescência, nos anos 50.

QUARTA PARADA ... anos 60 Vinicius de Moraes/Tom Jobim

Garota de Ipanema

Page 23: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Olha que coisa mais linda,

mais cheia de graça

É ela menina

que vem e que passa

Num doce balanço,

A caminho do mar

[...]

Disponível em:

www.vagalume.com.br/vinicius-de-moraes/garota-de-ipanema.html

www.youtube.com/watch?v=KJzBxJ8ExRk

SOBRE O COMPOSITOR:

Marcus Vinitius da Cruz de Mello Moraes – nome que usou até os nove

anos de idade - (1913-1980), tornou-se conhecido por uma lírica amorosa e

sensual. Teve uma intensa produção poética, mas ficou mais conhecido

através da música, por fazer parte de um movimento mundialmente conhecido,

chamado “Bossa Nova”.

O biógrafo de Vinicius, José Castello, autor do excelente livro "Vinicius

de Moraes: o Poeta da Paixão - uma biografia" nos diz que o poeta foi um

homem que viveu para se ultrapassar e para se desmentir.

Vinicius de Moraes teve uma vida intensa em todos os sentidos.

Participou ativamente da política, inclusive trabalhando no Itamaraty, de onde

foi exonerado na época mais intensa da ditadura, por não defender as ideias do

governo militar. Também teve uma vida sentimental e amorosa bastante

intensa. Casou-se nove vezes e é autor de uma frase antológica e polêmica

sobre a beleza feminina: “As feias que me perdoem, mas beleza é

fundamental.” Teve vários parceiros musicais, como Tom Jobim e deixou uma

obra poética e musical bastante extensa. Morreu em 1980 de edema pulmonar.

OBJETIVOS

1.Distinguir um dos movimentos mais importantes da música popular brasileira,

a “Bossa Nova”.

2. Ser capaz de escrever um texto próprio baseando-se em um já existente.

Page 24: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

REFLETINDO SOBRE A LETRA

A música “Garota de Ipanema fez parte de um movimento muito forte na

música popular brasileira chamado “Bossa Nova”. Pesquise sobre o que foi

esse movimento, quais suas características e quais seus principais

participantes. Quando começou e até quando durou.

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

A dupla escreveu a canção para Helô Pinheiro, uma menina muito

bonita, que tinha, na época, 15 anos e frequentava a praia de Ipanema, no Rio

de Janeiro. Quem primeiro a notou foi Tom, que costumava observar escondido

“a garça que é uma graça”, como dizia. O maestro contou a Vinicius sobre a

namorada platônica e fez o amigo esperar 3 dias sentado em um bar para ver a

menina passar. Impressionados com sua beleza, os dois decidiram compor a

melodia, que se tornou uma das canções brasileiras mais executadas no

mundo.

Professor, visite o site de Vinicius de Moraes, que é bastante completo, contendo

inclusive as letras de suas músicas e seus poemas:

<http://www.viniciusdemoraes.com.br>

Acesso em: 12 out.2016.

ATIVIDADE PRÁTICA

Assistir com os alunos o clipe “vinicius de moraes e tom Jobim – garota

de Ipanema A verdadeira” (www.youtube.com/watch?v=Ig_afqmeZoE)

Outra opção: trechos do filme “Garota de Ipanema” do diretor Leon

Hirszman

Propor aos alunos que, em grupos ímpares, façam uma paródia da letra

e apresentem em sala, de preferência, acompanhada de um instrumento

musical.

Como motivação assistir ao clipe da paródia da música “hello” – Adele.

“Qual a senha do wi-fi (www.youtube.com/watch?v=tWs1E2BfNZE)

QUINTA PARADA ... anos 70 Chico Buarque

Geni e o Zepelim

De tudo que é nego torto

Page 25: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Do mangue e do cais do porto

Ela já foi namorada

O seu corpo é dos errantes

Dos cegos, dos retirantes

É de quem não tem mais nada

Dá-se assim desde menina

Na garagem, na cantina

Atrás do tanque, no mato

É a rainha dos detentos

Das loucas, dos lazarentos

Dos moleques do internato

[...]

Disponível em:

www.letras.mus.br/chico-buarque/77259/

www.youtube.com/watch?v=n3tYguIMaKI

SOBRE O COMPOSITOR:

Francisco Buarque de Holanda nasceu no Rio de janeiro em 1944, filho

do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pianista Maria Amélia Cesário

Alvim. Em 1946 a família muda-se para São Paulo. Em 1953 Chico e a família

vão morar na Itália, onde Sérgio Buarque vai dar aulas na Universidade de

Roma. De volta a São Paulo, em 1960, Chico começa a compor. Em 1966

ganha o Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música “A

Banda”, empatado em primeiro lugar com “Disparada”. O autor nunca mais

parou de compor. Iniciou a faculdade de Arquitetura, mas abandonou o curso

para dedicar-se à música. Nessa trajetória teve como principal influência Tom

Jobim e como principal parceiro, Edu Lobo. Apresenta uma vasta obra de

diferentes canções: do amoroso ao lírico, do social ao político, Chico compôs

verdadeiros poemas e alguns “hinos” dedicados às vozes consideradas à

margem da sociedade, além de ter escrito peças de teatro e alguns romances.

OBJETIVOS

Page 26: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

1. Discutir a natureza do preconceito, maneiras e motivos pelos quais

discriminamos ou não discriminamos alguém.

2. Refletir com os alunos sobre atitudes e motivação da discriminação e do

preconceito

REFLETINDO SOBRE A LETRA

Professor, a letra da música “Geni e o Zepelim” é uma narrativa, conta a

história da personagem e está dividida em quatro grandes blocos que

representam quatro momentos diferentes da vida de Geni. Discuta, em forma

de mesa redonda, com os alunos, quais são esses papéis assumidos pela

personagem e por que poderíamos dizer que apesar de Geni ser a

personagem central da canção, ela não tem voz. Posteriormente, os alunos,

divididos em quatro grupos, apresentarão suas conclusões acerca de cada

estrofe para toda a turma.

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

A música “Geni e o Zepelim faz parte da peça de teatro escrita por Chico

Buarque de Holanda “A Ópera do Malandro” e é cantada pela personagem

Geni(valdo), um travesti. A letra, no entanto, fora do contexto da peça, mostra

uma voz feminina, todas as referências dizem respeito a uma mulher.

Existe também uma segunda interpretação feita por alguns estudiosos

da música que coloca Geni como a nossa pátria, tão explorada por todos.

Nesse contexto, o Zepelim seriam os estrangeiros, que sempre usurparam o

Brasil. Como a letra foi escrita em pleno regime militar, época em que se

usavam várias metáforas para dizer o que se pensava, essa também pode ser

uma interpretação possível na letra, mesmo não tendo sido a intenção primeira

do compositor. Não passa despercebida também a identificação de Geni com

Maria Madalena, a personagem bíblica que supostamente também era uma

prostituta.

A letra estudada foi escrita nos anos 70, auge da ditadura militar.

Período em que a liberdade de expressão estava completamente

comprometida. Como será que estava a situação da mulher nesse

contexto?

Page 27: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Professor, encaminhe uma pesquisa com seus alunos sobre quais eram os

direitos da mulher na década de 70 e quais as conquistas femininas no decorrer da

década).

ATIVIDADE PRÁTICA

Aplicar uma dinâmica que aborda o tema da discriminação, encontrada

na página 80 do “Manual do Multiplicador Adolescente” do Ministério da Saúde,

Secretaria de políticas de Saúde, Coordenação Nacional de DST e Aids

intitulada “E A Canoa Virou”, a fim de discutir a natureza do preconceito.

Site:www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicações/cd08_15.pdf

SEXTA PARADA ... anos 80 Legião Urbana

Eduardo e Mônica

Quem um dia irá dizer

Que existe razão

Nas coisas feitas pelo coração?

E quem irá dizer

Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar

Ficou deitado e viu que horas eram

Enquanto Mônica tomava um conhaque...

[...]

Disponível em:

www.letras.mus.br/legiao-urbana/22497

www.youtube.com/watch?v=9qr0378vrXA

SOBRE O COMPOSITOR

Renato Manfredini Júnior, Renato Russo (1960-1996) foi um cantor e

compositor brasileiro, fundador e vocalista da banda de Pop Rock, a “Legião

Urbana”. Nasceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de março de 1960. Filho do

funcionário público do Banco do Brasil, Renato Manfredini, e da professora de

Inglês Maria do Carmo, viveu dois anos nos EUA, por conta de uma

transferência profissional de seu pai, e lá adquiriu muitas influências que foram

determinantes em sua carreira. Com 13 anos, voltou com a família para

Page 28: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Brasília. Entre os 15 e 16 anos, enfrentou uma rara doença óssea, a

epifisiólise, que o deixou por um período entre a cama e a cadeira de rodas. Já

nesta época, criava bandas e movimentos imaginários. Começou também a

compor letras e músicas compulsivamente em casa. Criou a banda Aborto

Elétrico, que continha muitos traços da música punk. Quando a banda acabou,

passou um período compondo sozinho, época em que ficou conhecido como

“trovador solitário”. Depois, juntou-se a Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná, Paulo

Guimarães e Dado Villa-Lobos e formou a banda Legião Urbana, a qual fez

parte do rock brasileiro dos anos 80. Renato Russo iniciou a carreira solo em

1993 e no ano seguinte lançou "The Stonewall Celebration Concert" (1994), em

seguida “Equilíbrio Distante" (1995), interpretando canções italianas, e "O

Último Solo" (1997).Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 1996,

em decorrência da AIDS, doença que foi diagnosticada em 1989.

OBJETIVOS

1.Perceber a mudança no papel da mulher na década de 80.

2.Transformar poesia em prosa, sendo capaz de fazer as adaptações

necessárias.

REFLETINDO SOBRE A LETRA

A partir da década de 70, percebemos uma mudança de atitude bastante

radical da mulher. A voz feminina começa a aparecer de uma maneira mais

atuante. Nos anos 80 esse movimento só se intensifica, a mulher busca cada

vez mais igualdade de direitos em relação ao homem. Essa mudança de rumo

na sociedade é retratada de forma muito clara na letra “Eduardo e Mônica.

1. Como o elemento masculino é retratado na letra?

2. Que tipo de retrato é feito do elemento feminino?

3. Que tipo de relação se estabelece entre os dois? É possível perceber algum

equilíbrio ou uma das vozes aparece como elemento de poder?

4. A letra da música, no final, apresenta os seguintes versos: “E quem um dia

irá dizer que existe razão/ Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer/

Que não existe razão?”. Que reflexão podemos fazer sobre esse paradoxo?

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

Page 29: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

No Brasil um dos anos mais importantes para o rock foi 85, graças a um

acontecimento que teve repercussão mundial, o “Rock in Rio”: evento que se

tornou o maior concerto de rock de todos os tempos. Em dez dias de festival,

um milhão e meio de pessoas assistiram ao vivo a várias bandas e cantores de

rock nacional e internacional como Queen, Iron Maden, Ozzy Osbourne, Yes,

Blitz, Barão Vermelho, Lulu Santos, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, entre

outros, na Barra da Tijuca, rio de Janeiro. Devido ao sucesso avassalador,

houve outras tentativas de se fazer novos rock’n rios, mas o primeiro sempre

foi inesquecível.

ATIVIDADE PRÁTICA

A música “Eduardo e Mônica, apesar de ser um poema, conta uma

história, a história de amor de um dos casais mais famosos da música

brasileira. Apresenta uma estrutura narrativa, mas está escrita em versos.

Reescreva o texto, fazendo as adaptações necessárias para transformá-

lo em prosa.

SÉTIMA PARADA ... anos 90 Biquini Cavadão

Janaína

Janaína acorda todo dia às quatro e meia

E já na hora de ir pra cama, Janaína pensa

Que o dia não passou

Que nada aconteceu

Janaína é passageira

Passa as horas do seu dia em trens lotados,

Filas de supermercados, bancos e repartições

Que repartem sua vida

[...]

Disponível em:

www.letras.mus.br/biquini-cavadao/44589/

www.youtube.com/watch?v=LndCanx_I7A

SOBRE O COMPOSITOR

Page 30: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Bruno Gouveia é o vocalista da banda Biquini Cavadão, grupo de

rock formado em 1983 por amigos de colégio. Além de Bruno, faziam parte do

grupo, Carlos Coelho, Miguel Flores da Cunha e Álvaro "Birita" Lopes. A banda

fez parte da segunda geração de bandas dos anos 1980. No início, tocavam

covers de grupos estrangeiros e brasileiros, como Paralamas do Sucesso e Kid

Abelha. Alcançaram notoriedade com os hits Tédio e Timidez no início dos

anos 80. Nos anos seguintes o grupo gravou, mas teve menos sucesso do que

o obtido com as primeiras gravações. No início dos anos 90, voltaram à cena

com grandes sucessos como "Vento, Ventania", "Zé Ninguém" e "Impossível".

Participaram do Hollywood Rock de 1993 e nos anos seguintes surgiram as

primeiras coletâneas. Ao mesmo tempo, o grupo começou a trabalhar com

música eletrônica e foi a primeira banda de rock brasileiro a ter um site na

Internet e lançar em 1997, o álbum "biquini.com.br", que trouxe a banda de

volta às rádios com a faixa "Janaína".

OBJETIVIOS

1. Traçar um panorama da situação da mulher de classe baixa no Brasil.

2. Interpretar linguagem metafórica e perceber suas implicações.

REFLETINDO SOBRE A LETRA

1. A canção retrata a dura rotina de uma mulher da classe baixa que precisa

trabalhar para sobreviver.

a) Retire versos da canção que retratem essa realidade e explique-os com as

suas palavras.

b) Você acredita que essa dura realidade fez com que a personagem se

transformasse em uma pessoa desiludida? Para enriquecer a sua resposta,

use versos do texto como suporte.

c)Leia os seguintes versos:

“Hoje é apenas mais uma pessoa

Que tem medo do futuro

- que aconteceu –

Se alimenta do passado

Page 31: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

Que tipo de sentimentos a voz narradora expressa sobre a personagem

feminina?

2. O refrão “ Mas ela diz/Que apesar de tudo ela tem sonhos/ Mas ela diz/ Que

um dia a gente há de ser feliz/Se Deus quiser...” terminado com reticências e

repetido ao longo da canção, pode ser considerado como um objetivo traçado

pela personagem e algo que ela está trabalhando para conquistar?

A questão pode ser discutida com o grupo, podendo inclusive servir de argumento para

um texto de opinião).

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

No site da banda, o vocalista Bruno Gouveia publicou uma historia

contando qual teria sido a motivação para escrever a letra da canção.

“Foi conversando com minha empregada de mais de 60 anos que

ouvi a sua história: para chegar à minha casa, acordava todos os dias

às quatro e meia da manhã. Pensei nas mulheres que lutam cada vez

mais nesse país. O nome Janaína veio de uma mania minha de

brincar com palavras enquanto dirijo no trânsito engarrafado (tempo

para isso aqui no Rio é o que não falta...).

Quando vi, estava com boa parte da letra na minha cabeça. Uma das

primeiras músicas compostas para o novo disco, quase foi esquecida,

mas o Coelho bolou um bom fraseado de guitarra, que mais tarde foi

tocado junto com o sax de George Israel, do Kid Abelha.” BRUNO

“Uma das que mais gosto pela beleza da melodia.” COELHO “Uma

homenagem a todas as “janaínas”, que têm que matar um leão por

dia, e que, ainda assim, não perdem a esperança de que “um dia a

gente há de ser feliz, se Deus quiser”. MIGUEL. “A música tinha uma

peculiaridade: ela terminava e recomeçava para tocar o solo de sax

do George Israel. Entretanto, Paul Ralphes trabalhou nela dando

novas sonoridades rítmicas, principalmente. Além disso, juntou o

‘adendo do solo’ ao corpo da canção.” BIRITA”

(www.biquini.com.br/index.cfm/home/musica/detalhes/janaina )

ATIVIDADE PRÁTICA

Pesquisar sobre como é a divisão de renda atualmente no Brasil. Montar

um gráfico e perceber quanto por cento da população é feita de janaínas.

Professor, seria interessante assistir com os alunos trechos do filme “Que horas ela

volta” com Regina Casé, para se discutir a questão da divisão de renda no Brasil.

Page 32: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

O filme conta a história de Val (Regina Casé) uma empregada doméstica que vem

trabalhar em São Paulo como babá e acaba deixando para trás sua própria filha Jéssica, que

mais tarde vem atrás de sua mãe para estudar em São Paulo e faz com que a vida de Val

precise de uma completa readaptação.

OITAVA PARADA ... anos 2000 Maria Rita

Maria do Socorro

Maria do Socorro

Suas pernas torneadas

Pelas ladeiras do morro

Ela vai no baile funk

De shortinho top e gorro

É afim do Zé Galinha

Mas namora o Zé Cachorro

...

E no baile

Só dá ela

Só dá ela

Já foi miss comunidade da favela

Hoje sonha em morar noutro lugar

Mas Zé Cachorro não deixa

A gata se queixa

Mas fica por lá

[...]

Disponível em:

www.letras.mus.br/maria-rita/1084306/

www.youtube.com/watch?v=jOYat-swKjM

SOBRE O COMPOSITOR E A INTÉRPRETE

Professor, na verdade esta letra foi escrita por Edu Krieger e é interpretada pela

cantora Maria Rita)

Maria Rita Camargo Mariano é filha da cantora Elis Regina e

do arranjador e pianista César Camargo Mariano. É casada com Davi Moraes,

pai de sua filha caçula, Alice. Também é mãe de Antonio, fruto de um

relacionamento anterior. Começou a cantar profissionalmente com cerca de 24

Page 33: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

anos e lançou seu primeiro CD em 2003 intitulado “Maria Rita”, tinha receio de

assumir a carreira pelo peso do nome da mãe. Maria Rita se formou em

Comunicação Social e em Estudos Latino-Americanos na Universidade de

Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde começou a cantar porque lá ninguém a

conhecia. O sucesso na música veio à altura de seu talento, e Maria Rita logo

se consagrou como grande ícone da música brasileira, considerada pela mídia

especializada a maior representante de sua geração.

Eduardo Lyra Krieger , Edu Krieger, nasceu no Rio de Janeiro em 1974.

È um compositor, instrumentista e cantor brasileiro. Possui canções gravadas

por cantoras como Maria Rita (“Ciranda do mundo”, “Maria do Socorro”, “Novo

amor”), Ana Carolina (“Pra tomar três”, "Combustível", "Pole Dance", entre

outros. (fonte: wikipedia)

OBJETIVOS

1. Pesquisar o contexto dos bailes funks e de seus personagens.

2. Relacionar o trabalho final com todo o estudo feito no percurso.

REFLETINDO SOBRE A LETRA

1. A caracterização da figura feminina na letra da música é essencialmente

física ou psicológica? Ilustre sua resposta com elementos linguísticos

presentes no texto.

2. Percebemos que a figura feminina retratada na canção é facilmente

percebida nos espaços que frequenta. Como esse fato fica claro no texto?

3. Outra questão bastante pitoresca no texto é o uso de “apelidos” relacionados

a animais.

a) Por que o namorado é chamado de “Zé Cachorro”? Podemos fazer alguma

suposição pelo conteúdo do texto?

b) Ela “é a fim” do Zé Galinha. Ainda no terreno da suposição, de onde pode ter

surgido esse apelido?

PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS

Nessa letra, “Maria do Socorro”, que conta a história de um triângulo

amoroso ( Maria do Socorro, Zé Galinha e Zé Cachorro) a única personagem

do enredo que, aparentemente, utiliza o nome civil, Maria do Socorro, em

Page 34: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

determinado momento da letra, é chamada de “gata”. Esse contexto retratado

na música, “o contexto dos bailes funks nas favelas cariocas” tem relação com

a escolha dos nomes das personagens? Faça uma pesquisa breve sobre como

é essa realidade e como as mulheres são tratadas nesse cenário.

ATIVIDADE PRÁTICA

Começamos nosso trabalho com “Julieta” e terminamos com “Maria do

Socorro”. Nesse percurso os direitos e o papel da mulher mudaram muito?

Escreva um texto dissertativo analisando essa trajetória. No seu ponto

de vista, a mulher concretamente conquistou o seu espaço na sociedade?

Professor, encaminho aqui algumas sugestões de material de apoio.

1.Vídeo: Os doze direitos da Mulher segundo a ONU.

https://www.youtube.com/watch?v=r_Bf4sVmekU

2. Site: Evolução Histórica da Mulher na Legislação Civil.

http://www.mundovestibular.com.br/articles/2772/1/EVOLUCAO-HISTORICA-DA-MULHER-NA-LEGISLACAO-CIVIL/Paacutegina1.html

REFERÊNCIAS

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Editora Pró – Infantil, 2008.

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Marxismo e Filosofia da Linguagem. Bakhtin Mikhail. São Paulo:

Hucitec,1981, p.39 a 47.

BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Livraria Martins Fontes

Editora Ltda, 2006.

FARACO, C.A. Linguagem & Diálogo: As Ideias Linguísticas do Círculo de

Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

FOGAÇA, J. Pesquisa-ação. Disponível em:

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Page 35: REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE - Paraná

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RIBEIRO, L.F. O conceito de linguagem em Bakhtin. Revista Brasil. Rio de

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VILLARTA-NEDER, M. A. Introdução à Análise do Discurso. Disponível em:

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