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REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE
UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA: A VISÃO DA MULHER REFLETIDA NA MÚSICA BRASILEIRA DESDE A
DÉCADA DE 30
CURITIBA
2016
REGIANE GAERTNER MARQUES SEADE
UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA
A VISÃO DA MULHER REFLETIDA NA MÚSICA BRASILEIRA DESDE A
DÉCADA DE 30
Produção Didático-Pedagógica (Unidade
didática ), apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE,
como quesito parcial para intervenção
pedagógica na Escola.
Orientador(a): Professora Drª Cláudia Garcia
Cavalcante
Área PDE: Língua Portuguesa
Curitiba
2016
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016
Título: A visão da mulher refletida na música brasileira desde a década de 30
Autor: Regiane Gaertner Marques Seade
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Professor Elias Abrahão
Município da escola: Curitiba
Núcleo Regional de Educação: Curitiba
Professor Orientador: Claudia Garcia Cavalcante
Instituição de Ensino Superior: Universidade Federal do Paraná
Relação Interdisciplinar: Língua Portuguesa, História, Sociologia e Artes
Resumo:
Este projeto visa trabalhar a representação da mulher na música popular brasileira desde a década de 30 sob uma ótica masculina. Todas as letras trabalhadas mostram a visão que uma voz masculina de determinada época tem da mulher e o que espera dela. O que se pretende é a interpretação desses textos em sala de aula abordando a representação da mulher refletida pela voz que a define, a ligação dessa representação com o contexto histórico da época, além das imagens criadas no texto devido ao uso de linguagem figurada. Baseando-se em três pilares centrais: a representação da mulher, a interpretação de texto e o trabalho com música, tem-se o objetivo de discutir questões referentes ao espaço ocupado pelo elemento feminino em variados momentos da nossa história na música. É importante o questionamento sobre se realmente houve evolução da visão do papel da mulher na sociedade.
Palavras-chave:
Visão da mulher na sociedade; Música; Análise do discurso.
Formato do Material Didático: Unidade didática
Público:
Professores participantes do GTR 2017 e alunos do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Professor Elias Abrahão
APRESENTAÇÃO
Esse material é parte integrante das atividades desenvolvidas no Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE e visa contribuir para a área de
ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa tendo como público-alvo os alunos
do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Professor Elias
Abrahão, na cidade de Curitiba, Paraná.
No decorrer de anos de trabalho, venho constatando a necessidade de um
trabalho mais aprofundado com interpretação de texto, principalmente os que
apresentam linguagem conotativa. Esse foi um dos motivos pelos quais escolhi
trabalhar com letras de música. Devido à falta de hábito de leitura, ao
imediatismo ou mesmo à dedicação a leituras mais superficiais, percebo um
déficit bastante grande no que diz respeito à capacidade de interpretação dos
alunos e bastantes dificuldades para perceber a essência e as implicações de
cada texto. Para suprir tal deficiência, resolvi fazer um trabalho pautado em
interpretação. Para tanto, selecionei letras de músicas brasileiras que
apresentam como tema central, a representação do papel da mulher. Tanto a
linguagem poética quanto as letras de música são pouco exploradas em
materiais didáticos convencionais e abrem um leque bastante grande no que
diz respeito à interpretação e à plurissignificação. Optei também pela temática
da mulher, que é um tema instigante e rico, visto que, oficialmente, nos
materiais disponíveis, qualquer que seja o tema estudado, a ótica dos fatos
normalmente veiculada é masculina. O objetivo é analisar o quanto a
representação da mulher, aos olhos masculinos, vem mudando ao longo do
tempo e, por consequência, discutir o espaço feminino na sociedade nos
períodos históricos estudados.
Pretendo levar o aluno a pensar nas diversas possibilidades de
interpretação que as letras de música irão trazer, pois são poemas e a sua
linguagem conotativa propiciará visões diferenciadas do assunto. O objetivo é
trabalhar as letras de música de uma forma mais ampla, completa, não usá-las
como pretexto para ensinar regras gramaticais. Explorar mais suas
especificidades, aprofundá-las e investigar as suas significações. Nesse
trabalho com poemas, também discutiremos o recorte social da linguagem feito
em cada um, visto que ela será uma manifestação verbal do pensamento de
determinada época.
A discussão tem o intuito de trazer à tona a temática da mulher na
música popular brasileira e de colaborar no preenchimento de algumas falhas
que a escola tem no que diz respeito à interpretação e que são bastante
significativas. Tentarei fazer um trabalho que agregue essas questões. Ao
mesmo tempo que almejo mostrar a importância da leitura e interpretação de
texto para os alunos, também proporcionarei condições para se discutir a
temática do papel feminino na sociedade através dos tempos.
Ressalto que o foco do trabalho será a análise dialógica do discurso.
Pretendo proporcionar aos alunos a percepção de que não existe discurso
ingênuo, descontextualizado e nem sem intenção. Que toda e qualquer
mensagem passada vem carregada de ideologia e de vivência de mundo. Traz
toda a bagagem cultural, emocional, histórica, de credos e de costumes que o
seu autor possui e/ou vivenciou. Além disso, é preciso que entendam a
mudança do pensamento através dos tempos e se questionem o quanto
realmente se alterou ou não o papel da mulher na sociedade, o quanto ela é ou
não mais valorizada e reconhecida hoje.
Dessa forma, esse estudo tem como objeto de trabalho três pontos
centrais: a interpretação de texto, o trabalho com música e a temática da
mulher. A intenção é contribuir com a formação acadêmica dos alunos porque
o trabalho fará um levantamento de textos literários completamente
desvinculado de qualquer historiografia convencional. Por outro lado, propiciará
uma interpretação investigativa e contextualizada da visão social que se tem do
papel da mulher ao longo do tempo, estudado na música popular brasileira com
referencial histórico, artístico e filosófico, o que propiciará um trabalho
interdisciplinar.
Acredito ser bastante pertinente a temática escolhida, por vivermos em
uma sociedade patriarcal na qual a mulher constantemente precisa confirmar o
seu espaço. A grande maioria dos estudantes, devido à sua pouca idade,
nunca sequer pensou em se questionar o quanto os direitos femininos
avançaram ao longo do tempo. O quanto a mulher já teve um papel bem mais
coadjuvante em relação ao homem. Além disso, nos últimos meses a temática
da mulher se tornou algo extremamente importante, principalmente porque
estão acontecendo agressões desmedidas e absurdas por parte de homens
violentos em relação à mulher.
Professor, também acredito ser importante esclarecer que, por uma
questão de direitos autorais, no corpo do material didático as letras de música
aparecem de forma parcial. Porém, junto às letras trabalhadas há a indicação
do site no qual cada uma delas pode ser encontrada, pois como estamos
trabalhando com análise do discurso, em sala de aula, ouviremos e
discutiremos cada texto como um todo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Visão da mulher veiculada na música através do tempo
Esse trabalho tem por objetivo fazer um levantamento de como o
elemento feminino é visto socialmente nos últimos 70, 80 anos nas letras de
canções brasileiras consagradas. Nesse percurso, foi possível perceber que
houve muitas mudanças de visão porque o pensamento é algo que está
sempre mudando. Essa é uma das pedras fundamentais que os estudiosos do
teórico Mikhail Bakhtin defendem. Eles acreditam que tudo está sempre em
constante movimento. Nada é, em sua obra, para sempre. Segundo Luis Felipe
Ribeiro, (2002), professor da Universidade Federal Fluminense, de acordo com
a teoria de Bakhtin “tudo oscila com as alterações do quadro histórico em que
as ações humanas se desenrolam”. É exatamente por esse pensamento que
não se poderia deixar de elencar as teorias de Bakhtin quando se analisa o
discurso.
Nesse caso dos poemas, é discurso porque ao analisarmos uma letra de
música, de uma determinada época, analisamos junto o contexto histórico, o
momento do poeta ao compor aquela obra, a situação que a mulher estava
vivendo naquele período, entre outras implicações. Discutir ou tentar analisar o
pensamento de alguém quando compõe uma obra é algo impossível, teríamos
que estar dentro da cabeça do autor quando ele escreveu aquela obra para
sabermos exatamente o que ele queria dizer naquele momento. Mas é óbvio
que isso não é possível. Então, quando interpretamos um enunciado,
acabamos contribuindo um pouco na construção do mesmo, incutimos nele
nosso ponto de vista, a maneira como entendemos o que foi dito. É óbvio que
acabamos criando também o não dito, ou seja, aquilo que pensamos que o
autor queria dizer. Além, é claro, de que se escrevesse agora a mesma
canção, muito provavelmente o enunciado teria outro valor significativo para o
autor, pois ele não seria mais o mesmo e não diria mais exatamente a mesma
coisa em outro contexto histórico e social.
Imbuídos desse pensamento, a ideia é deixar claro que não se fará uma
interpretação de texto com o objetivo de se encontrar uma única resposta, pois
não estamos analisando a língua como objeto sem identidade, e sim, a sua
realização concreta, viva, mutável, de acordo com o momento, o enunciador e
o receptor daquele texto na situação em que ele irá se concretizar.
Ou seja, o objetivo é se levar em consideração todo o contexto, toda a
história que existiu para que aquela canção acontecesse, pois para haver um
enunciado, é necessário que haja uma realização histórica. Para podermos
entender como a mulher foi retratada naquele enunciado específico, vai ser
necessário adentrarmos também na cultura e sociedade da época. Além disso,
sabermos que cada enunciado é único e jamais será recriado tal qual foi criado.
Relação entre o discurso e a história
Uma das questões mais importantes a serem colocadas quando
abordamos discurso é a que definição de discurso estamos nos referindo.
Nesse trabalho em especial, a questão chave é que estamos analisando
discurso como linguagem em uso, em situações reais. Visto dessa forma,
segundo o professor Marco Antonio Villarta – Neder, a linguagem pode ser
construída de três modos diferentes.
1. A linguagem construída na relação com o mundo.
A ideia primeira é que a linguagem não está pronta, ela vai se construir
na relação dela com o mundo. Tudo que se vê ou que acontece de novo vai
fazer com que a linguagem vá se modificando.
2. A linguagem constrói o mundo na nossa percepção
A percepção que nós temos do mundo também se dá através da
linguagem. Nós representamos e esta representação que vai sendo recriada,
que vai sendo aprimorada é que vai construir os conceitos de mundo e a
maneira como nós o entendemos, como nós interagimos com ele.
3. O sujeito se constrói ao estabelecer relações entre a linguagem e o mundo.
Quem nós somos vai ser uma consequência direta dessa interação entre
a linguagem e o mundo. A linguagem está sendo reconstruída, o mundo
também e, consequentemente, nós vamos nos reconstruindo enquanto
sujeitos.
Vista dessa forma, a linguagem é prática ideológica. Em relação com o
mundo, define quem somos, a maneira como nos comunicamos e interagimos.
Como o discurso tem relação com a história e a sociedade, um discurso
produzido em determinada época conta a história daquele sujeito naquela
época, sendo impossível hoje, recriá-lo da mesma forma e até interpretá-lo
como se interpretaria quando foi produzido, pois, a linguagem não está pronta,
ela vai se construindo na relação com o outro. Isso quer dizer que quem
interpreta um determinado texto, também atua sobre ele, dando uma
contribuição na sua construção enquanto texto.
Falando especificamente sobre o nosso objeto, as letras de música
retratando diferentes mulheres, de diferentes épocas, é impossível saber
exatamente o que o autor quis dizer quando escreveu aquele texto, pois aquele
sujeito autor, vivendo naquele contexto histórico e tendo determinada visão
sobre a mulher nunca mais vai existir, conforme já vimos. Hoje, o sujeito que
analisa o texto é outra pessoa que não vai ter nem a visão de mundo daquela
época e nem a mesma bagagem cultural e social que aquele sujeito que
escreveu o texto tinha. Seria um verdadeiro trabalho de detetive pensar sobre
onde o sentido estava antes e para onde ele se deslocou. Outra questão
importante também a se considerar é a aceitação ou não da obra para a
produção de sentido. Algo que foi produzido em 1930 hoje teria uma aceitação
maior ou menor, mas nunca igual à aceitação que teve na época e isso
também vai interferir na produção de sentido. Até as palavras usadas possuíam
outra conotação naquela época e, consequentemente, outra visão das coisas.
É claro que o autor é importante no processo, mas não existe texto
construído só pelo autor. A partir do momento que o texto se torna de domínio
público, o leitor se torna coautor no processo de entendimento do que o autor
quis dizer. O texto está sempre em movimento e entender o que é proposto,
sugerido, também é tarefa do leitor, que participa da construção desse mesmo
texto. O mundo, o sentido e os sujeitos se reconstroem constantemente e
mutuamente, e essa relação é que acaba produzindo linguagem.
Não existe palavra nem sentença isolada, o texto contém elementos que
são externos a ele, que acabam interferindo na construção de sentido.
Se a tudo o que foi dito, ainda acrescentarmos um processo histórico do
papel da mulher na sociedade, temos menos possibilidades ainda de entender
o que se passava na cabeça de um homem em relação à mulher há 60, 50, 40,
30 ou 20 anos. É, inclusive, muito provável, que tenhamos que perguntar, e
ainda seria falho, se quisermos saber exatamente o que se passa na cabeça
de qualquer pessoa que escreveu algo em qualquer época.
A linguagem literária
O cenário, como podemos ver, é complexo. E, a essa complexidade,
ainda temos que somar o fato de estarmos trabalhando com um texto
diferenciado, ou seja, um texto que possui traços peculiares e identificadores
do discurso literário enquanto tal. Uma linguagem que tem um alto índice de
multissignificação, uma linguagem que sabemos ser única e especial, distinta
da modalidade própria do uso cotidiano. Segundo Proença (1992), o texto
literário possui relações internas, através das quais se revela uma realidade
que não preexiste no poema, a não ser como potencialidade, além de ser
marcado por uma organização absolutamente própria.
Podemos dizer que esse tipo de texto envolve uma gama muito grande
de questões a serem consideradas quando fazemos uma interpretação. Não
podemos ter uma visão ingênua de que existe uma interpretação única e
“certa” para o poema, pois, ele engloba dimensões universais, individuais,
sociais e históricas que vão identificá-lo enquanto texto e que vão ser
significativas na mensagem veiculada. O texto conotativo dificilmente vai se
mostrar da mesma forma para todos que o leem e a interpretação de cada um
será feita baseando-se na experiência de mundo do leitor.
O texto literário possui uma forma própria de comunicação que se utiliza
de uma modalidade diferenciada de discurso colocado a serviço da criação
artística, ou seja, a conotação. O sentido nessa forma de comunicação não se
busca no dicionário, e sim, em outros fatores como aspectos fônicos,
associação com outras palavras ou conceitos, sensações e impressões
emocionais, ou seja, a significação integral que o texto adquire quando entra
em contato com o leitor. Na definição de Proença (1992, p.34): “A literatura se
vale da língua e revela dimensões culturais. Cultura, língua e literatura estão,
portanto, estreitamente veiculados.”.
Ainda segundo lembra Lfebve (1971, apud PROENÇA, 1992, p.35): a
linguagem literária, abre-se sobre o mundo e coloca diante dele “ uma questão
que não é daquelas que podem ser respondidas pela ciência, pela moral ou
pela sociologia [...].”
O que Lfevre (1971) reforça é que, apesar de o discurso literário estar
intimamente ligado ao discurso comum, apresenta em relação a este
diferenças bastante especificadoras. Por exemplo, não existe no discurso
literário a mesma transparência que existe na linguagem denotativa porque
este vai além da informação, diz respeito à criatividade e, nesse sentido,
também não é de natureza individual, buscando constantemente a
universalidade. A linguagem literária é criação, é multissignificativa e, por esse
traço peculiar, se torna diferente a cada nova interpretação, a cada nova pitada
de autoria.
Outra questão a se avaliar é a liberdade de criação que o poema prega,
pois este pode não se ater a regras gramaticais ou de estrutura do texto,
facilmente prega a ruptura com as regras e só deve obediência à criatividade
do poeta. Ainda segundo Proença Filho (p.41): “Seu único espaço de criação é
o da liberdade.”
Estratégias de ação
1. Ouvir as músicas com os alunos
Para que os alunos se envolvam no trabalho, cada uma das estratégias
precisará ser desenvolvida como parte da motivação. Por isso é fundamental
se ouvir cada uma das músicas em sala de aula junto com os alunos a fim de já
ir filtrando suas primeiras impressões sobre o objeto.
2. Ler e discutir as letras de cada música em sala
Esse será um trabalho bastante importante. A partir das primeiras
impressões, o professor deverá conversar com a turma sobre o que
compreenderam das diferentes abordagens, fazer uma reflexão mais
aprofundada alternando grandes e pequenos grupos. Para essa análise do
gênero textual letra de música, será utilizada, de forma adaptada, uma
sequência didática do livro “Práticas de leitura para neo leitores de Geraldo
Peçanha.
A - Sugestão para trabalhar uma sequência didática para a compreensão do
gênero textual:
Tema > contexto > aspectos estéticos > trama > prosa ou poesia > letra de
música
Sendo que os elementos acima podem ser assim definidos:
1. Tema: palavra vinda do Latim thema, vinda por sua vez de uma palavra
grega, traduzível como <<o que é proposto>>, o elemento de um enunciado
que é tido como conhecido por aqueles que participam de uma conversação.
2. Contexto: é a relação entre o texto e a situação em que ele ocorre dentro do
texto. É o conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que se
deseja emitir – lugar, tempo, emissor, receptor, etc. – e que permitem sua
correta compreensão.
3.Aspectos estéticos: para Bakhtin (1990, apud C. A. Faraco, p.278) o estético,
sem perder suas especificidades formais, está enraizado na história e na
cultura, transpondo-as para um outro plano axiológico precisamente por meio
da função estético-formal do autor-criador.
4. Trama: tecer um texto, tecer os fios que o compõe. É um processo que
envolve o autor e o leitor com suas linhas – palavras/enunciados sócio
historicamente constituídas. Ao construir um texto, o escritor faz uso de
diferentes conhecimentos, procurando interagir com outros indivíduos em
determinados contextos sociais.
5. Prosa: expressão natural da linguagem escrita ou falada, sem metrificação
intencional e não sujeita a ritmos regulares.
6. Poesia: composição em versos (livres e/ou providos de rima), geralmente
com associações harmoniosas de palavras, ritmos e imagens.
7. Letra de música: letra, em música, é o texto contido nas composições vocais
para ser cantado ou, às vezes, recitado.
B - Sugestão de pontos a serem explorados para o desenvolvimento da
impressão de leitura:
- destacar os aspectos estéticos.
- reconhecer a temática trabalhada pela música na obra do autor.
- identificar termos-chaves na temática tratada pela música.
- observar os elementos verbais e não verbais trabalhados pela música.
- isolar a composição de imagem possível através da letra da música.
- analisar os aspectos culturais retratados na música.
- valorizar o repertório de leituras que, muitos alunos possuem, para a temática
retratada na música.
3. Montar com os alunos uma linha do tempo
Será montada após a pesquisa preliminar com a letra trabalhada em
cada década, relacionando a época em que a música foi escrita às condições
de vida da mulher nessa época, portanto alinha do tempo será montada
durante todo o trabalho. O ideal nesse exercício é fazer um trabalho de
interdisciplinaridade com História.
4. Trabalhar em grupos com os alunos a fim de eles fazerem paródias e
releituras das letras trabalhadas
Como preparação para esse trabalho, os alunos assistirão a
apresentações disponíveis de artistas que já trabalham com paródias de forma
bastante eficiente, principalmente na internet. Um exemplo desse tipo de
trabalho é uma paródia da cantora Adele “Qual a senha do wi-fi”.
5. Montar um painel ilustrativo sobre a mudança do papel social da mulher ao
longo das décadas pesquisadas
Esse painel ilustrativo será construído ao longo do trabalho e estará
completo somente ao fim da última década trabalhada.
6. Assistir com os alunos trechos de minisséries que relatam como era a vida
de cantoras (começando pela era do rádio) mulheres nas primeiras décadas
estudadas
Nesse momento trabalharemos com trechos de minissérie como “Dalva
e Herivelto” e “Maysa” que retratam as dificuldades enfrentadas por mulheres
que eram mal vistas somente por terem uma carreira fora do lar.
. Organizar uma apresentação dos alunos com o auxílio de violão ou outro
instrumento tocado por eles com o intuito de compartilhar as composições
próprias;
Para essa apresentação das paródias pode ser criado um evento,
inclusive agregando outros alunos e outros setores da escola. Pode se fazer,
por exemplo, uma audição pública, na qual serão apresentadas as paródias
criadas por eles.
. Trabalhar com diferentes linguagens como a do videoclipe para encerrar a
atividade.
Em grupos, os alunos produzirão os próprios videoclipes, criados
especialmente para as músicas que haviam criado no momento anterior.
O objetivo é que o trabalho seja prazeroso, interessante, que o fato de
conversarmos sobre letras que foram escritas há tanto tempo, sirva como uma
verdadeira viagem na história da mulher.
RECURSOS
- Quadro negro
- Aparelho de som
- Letras das músicas fotocopiadas para todos os alunos
- Papel sulfite
- Laboratório de computação
- Câmera filmadora, tripé
Cronograma de aplicação do projeto de intervenção na escola
Este projeto está previsto para ser aplicado em um total de 32 aulas
distribuídas de março a outubro de 2017. Por ser um projeto idealizado para o
2.º ano do Ensino Médio no qual só são ministradas 3 aulas semanais a ideia é
utilizar 1 dessas aulas durante 8 meses para aplicação do projeto.
Atividades Total de aulas utilizadas
para a atividade
Leitura e interpretação das letras de músicas com
os alunos
14 aulas
Elaboração de uma linha do tempo relacionada à
época em que as letras foram escritas
4 aulas
Produção de paródias e releituras das letras
estudadas
4 aulas
Preparação e apresentação dos trabalhos
produzidos por eles
4 aulas
Produção de videoclipes 4 aulas
Apresentação dos videoclipes produzidos por eles 2 aulas
E ENTÃO, VAMOS VIAJAR....
Proponho agora, caros professores, uma viagem, visto que, a música
tem esse poder, o poder de nos levar para “reinos distantes”. E, no nosso caso,
ainda mais, pois vamos revisitar outras épocas com contextos históricos em
que a mulher não tinha nem a atuação e nem o poder de decisão que tem hoje.
Nem sobre a sua vida, nem sobre a das pessoas que a cercavam. Mas não nos
esqueçamos de que essa não vai ser uma viagem comum, e nem só ligada à
história da mulher. Essa, meus amigos, vai ser uma viagem através da canção
e, de acordo com os PCNs (p.41)
A canção oferece ainda a possibilidade de contato com toda a riqueza
e profusão de ritmos do Brasil e do mundo, que nela se manifestam
principalmente por meio de um de seus elementos: o arranjo de base.
Nas atividades com esse elemento é importante lembrar que se
considera música, por exemplo, tanto uma batucada de samba quanto
uma canção que a utilize como arranjo de base.
A música desperta a sensibilidade, aproxima os alunos e faz com que a
aula fique mais agradável. Essa é a ideia, trabalharmos uma dificuldade dos
alunos, a interpretação, com textos significativos e que abram várias
possibilidades de discurso e, ao mesmo tempo, tirem os alunos de sua zona de
conforto. Instiguem, mas também tornem o trabalho prazeroso.
Então, vamos lá? Trabalhar ou viajar?
Professor, para facilitar o uso do material, foram criadas algumas seções
pré-estabelecidas e fixas em todas as unidades. Elas estão assim
caracterizadas:
SOBRE O COMPOSITOR
Alguns dados bibliográficos sobre o autor, somente com o intuito de localizar os
alunos e professores no tempo. Acredito ser importante ressaltar que esses dados foram
compilados de vários sites que valeriam a pena ser visitados, pois possuem inúmeras
outras informações e curiosidades).
OBJETIVOS
Os objetivos de cada atividade foram retirados dos objetivos específicos do
projeto como um todo e ampliados).
REFLETINDO SOBRE A LETRA
Professor, utilize essa seção para analisar os aspectos verbais relevantes
existentes na canção, além de questões diretas de interpretação de texto, a fim de
mostrar aos alunos como é caracterizada a mulher na época em que a letra foi
composta).
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
Essa seção durante todo o material vai ser utilizada tanto como uma
oportunidade de pesquisa por parte do aluno, quanto como elemento elucidativo,
trazendo fatos e curiosidades ligados à história da canção).
ATIVIDADE PRÁTICA
Nessa seção, depois de discussões e pesquisas, o aluno será instigado a criar.
Baseado em algum(ns) aspecto(s) da canção que foi(foram) ressaltado(s) durante o
trabalho, ele irá produzir a sua contribuição pessoal, de acordo com o que for
solicitado).
COMEÇANDO A VIAGEM...
PRIMEIRA PARADA... ANOS 30 Noel Rosa
Julieta
Julieta, não és mais um anjo de bondade como outrora sonhava
O teu Romeu Julieta, tens a volúpia da infidelidade
E quem te paga as dívidas sou eu...
Julieta, tu não ouves meu grito de esperança
Que afinal, de tão fraco não alcança as alturas do teu arranha-céu
Tu decretaste a morte aos madrigais e constróis um castelo de ideais
[...]
Disponível em:
www.letras.mus.br/noel-rosa-musicas/682915/
www.youtube.com/watch?v=pOrJoydVu-8
SOBRE O COMPOSITOR
Noel Medeiros Rosa (1910-1937) nasceu em Vila Isabel, Rio de janeiro,
por isso é conhecido como o “Poeta da Vila”, no dia 11 de dezembro de 1910
de um parto difícil, à fórceps. Filho de Manuel Medeiros Rosa e Marta de
Medeiros Rosa, pertencente à classe média, foi aluno do tradicional Colégio
São Bento. Muito cedo aprendeu a tocar bandolim de ouvido, e violão. Em
1930 ingressa na Faculdade Nacional de Medicina, mas depois de dois anos
abandonou o curso por já estar envolvido com a música e a boemia. Formou
junto com os músicos Almirante, Braguinha, Alvinho e Henrique Brito, o
conjunto Bando de Tangarás.
Entre os anos de 1930 a 1937, Noel, figura conhecida da boemia
carioca, compôs mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções.
Destacam-se, "Com Que Roupa", (música que tem uma história curiosa, ele
teria feito essa pergunta a sua mãe que escondeu suas roupas para que ele
não saísse aquela noite) seu primeiro sucesso, "Conversa de Botequim",
"Feitiço da Vila" e "Fita Amarela". O cantor é responsável pela legitimação do
samba tanto no morro quanto no rádio, principal meio de divulgação da época.
Casou-se com uma dama da sociedade, mas teve muitas amantes e acredita-
se que tenha sido apaixonado por Ceci, prostituta de um Cabaré frequentado
pelo cantor no bairro da Lapa. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), vítima de
tuberculose, no dia 4 de maio de 1937 aos 26 anos.
OBJETIVOS
1. Concluir o quanto a dependência financeira da mulher da década de 30 em
relação ao homem, era maior do que a de hoje.
2. Transpor uma realidade vigente em uma determinada época para outro
contexto cultural e histórico.
REFLETINDO SOBRE A LETRA
1. Existe desde o primeiro verso uma crítica ao comportamento de Julieta. Que
crítica é essa?
2. Mesmo sob uma ótica masculina, percebemos um comportamento bastante
submisso da mulher. Explique essa afirmativa através do material verbal
utilizado na canção.
3. O que o autor quer dizer com “o meu grito de esperança não alcança o teu
arranha-céu”?
4. Há uma intertextualidade óbvia na letra da música com a peça de
Shakespeare “Romeu e Julieta. Explique a diferença entre o amor idealizado
apresentado na peça e o relacionamento apresentado pelo eu-lírico na letra da
música.
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
Pesquisar fatos históricos referentes à condição social da mulher na
década de 30.
ATIVIDADE PRÁTICA
Fazer uma adaptação (reescrita) da letra, de forma que a mulher
retratada seja vista com um olhar mais contemporâneo. A letra deve contar a
história da mulher hoje.
SEGUNDA PARADA... ANOS 40 Ataulfo Alves/Mário Lago
AI QUE SAUDADES DA AMÉLIA
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu deus, que saudade da amélia
Aquilo sim é que era mulher
[...]
Disponível em:
www.letras.mus.br/ataulfo-alves/165620/
www.youtube.com/watch?v=LITScqoD_C8
SOBRE O COMPOSITOR
Nascido numa fazenda mineira em Miraí, Zona da Mata, filho de
Severino de Sousa (violeiro que também tocava sanfona e fazia repentes) e
Matilde de Jesus. Improvisava com o pai desde os oito anos. Com dez perdeu
o pai e sua família deixou a fazenda Alves pereira, onde moravam. Aos dezoito
anos foi para o Rio de Janeiro por acaso, com um médico amigo da família.
Trabalhou, entre outras coisas, como farmacêutico. Aos dezenove anos
conheceu uma jovem chamada Maria do Carmo, que dizia que seria artista;
ninguém menos que Carmem Miranda. No fim dos anos 20 passou a se
envolver com blocos de carnaval e artistas de rádio. Logo em seguida teve
sambas gravados por Almirante ("Sexta-feira") e Carmen Miranda ("Tempo
Perdido"), o que lhe assegurou o sucesso.
OBJETIVOS
1.Distinguir como eram vistas as mulheres que mantinham atividades fora do
lar, como cantar.
2. Compreender o quanto o rádio teve papel importante no desenvolvimento da
música popular brasileira nessa época.
REFLETINDO SOBRE A LETRA
Professor, para essa atividade, é possível dividir os alunos em grupos de
3 ou 5 pessoas para discutirem e posteriormente apresentarem para o grande
grupo suas conclusões sobre as questões propostas.
Professor, dê preferência a um número impar de componentes para o grupo para
discutirem todos juntos e não em pares).
1. Qual a principal reclamação que a voz masculina faz de sua companheira?
Em que posição ele se coloca para fazer tais reclamações?
2. Existe no texto uma comparação entre duas mulheres presentes na vida
dessa voz masculina. Comentem essa questão e os principais pontos
levantados pelo autor na comparação.
3. A parte final da letra é bastante significativa sobre o pensamento que a voz
masculina tem em relação ao papel da mulher (posição que ela pode assumir,
em junto ao homem). O que significa para ele ser uma “mulher de verdade”?
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
Assistir com os alunos trechos da minissérie da Rede Globo “Dalva e
Herivelto que conta a história do relacionamento conturbado do casal e, por
extensão, a história do rádio no Brasil.(www.dalvaeherivelto.globo.com)
ATIVIDADE PRÀTICA
Professor, estamos nos anos 40. E agora? Como está a situação da
mulher na sociedade da época? E a música? Quem são os principais cantores?
Existe alguma mulher fazendo sucesso na música? Discuta com seus alunos e
os incentive a pesquisar esses fatos fazendo um trabalho interdisciplinar com o
auxílio do(a) professor(a) de história. Posteriormente deverá ser montado um
painel ilustrativo com o resultado da pesquisa.
TERCEIRA PARADA ... anos 50 Luiz Gonzaga
O Xote Das Meninas
Mandacaru quando "fulora" na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração
[...]
Disponível em:
www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/47104/
www.youtube.com/watch?v=Ddmo/SUJVAo
SOBRE O COMPOSITOR:
Luiz Gonzaga (1912-1989), filho de Januário José dos Santos(mestre
Januário) e Ana Batista de Jesus, nasceu em Exu, sertão de Pernambuco. Foi
sanfoneiro, cantor e compositor. Ficou conhecido como o "Rei do Baião".
Desde menino já tocava sanfona, zabumba e triângulo. Aos 13 anos, com
dinheiro emprestado compra sua primeira sanfona. Tocava em festas juninas e
animava os forrós-pé-de-serra. Divulgou o baião, o xote e o xaxado, para todo
o país numa época em que quase ninguém fora do Nordeste conhecia esses
ritmos. Em 1940 participou de um programa de Calouros da Rádio Tupi e
ganhou o 1.º lugar com a música "Vira e Mexe”. Em decorrência desse fato,
conseguiu um contato com a gravadora RCA Victor e, em seguida, teve sua
primeira contratação pela Rádio Nacional. À partir daí, sua carreira ganha força
e ele se torna conhecido em todo o Brasil. Grava seu primeiro disco e os outros
subsequentes.
Aos 76 anos, doente, é internado no Recife, no Hospital Santa Joana, no
dia 21 de junho de 1989, e no dia 2 de agosto, falece.
Para o enriquecimento dos fatos é possível assistir ao filme “De Pai Para Filho” que
conta a história do relacionamento entre Luiz Gonzaga e seu filho Gonzaguinha de).
OBJETIVOS
1.Trabalhar as diferenças entre linguagem denotativa e conotativa.
2. Transitar de um gênero textual para outro, fazendo as devidas adaptações.
REFLETINDO SOBRE A LETRA
1. Explique e exemplifique os sinais enumerados pelo autor que identificam a
entrada da menina na adolescência.
2. Vamos trabalhar pesquisando algumas metáforas interessantes na letra:
O que o autor quer dizer com:
a) “vestido bem cintado não quer mais vestir timão...”?
b) “Só vive suspirando sonhando acordada”?
c) “Chamando o pai de lado lhe diz logo em surdina”
3. Explique a seguinte afirmação do texto: “o mal é da idade e pra tal menina,
não há um só remédio em toda medicina...”
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
Professor, aqui seria bastante interessante refletir com os alunos sobre como a
natureza indica o processo de transformação, tanto na vegetação quanto no ser humano.
Nessa letra de Luiz Gonzaga, a floração do mandacaru, um cacto do
sertão nordestino, é associada à chegada das chuvas, à fecundidade da terra.
O mandacaru floresce apenas uma vez ao ano e a flor vive apenas uma noite.
Já a menina, enjoa da boneca quando torna-se mulher, uma mudança de
comportamento decorrente da mudança hormonal. À partir desse trecho, o
autor encadeia vários sinais de que a infância acabou.
ATIVIDADE PRÁTICA
Nessa letra de música, conta-se uma história em versos. Utilizando-se
do mesmo enredo, “a entrada da menina na adolescência, crie o diálogo entre
o médico e o pai. Como o médico explicaria para o pai qual é o “mal” que afeta
a sua filha?
Pesquise como era tratada e quais as responsabilidades da mulher, já
desde a adolescência, nos anos 50.
QUARTA PARADA ... anos 60 Vinicius de Moraes/Tom Jobim
Garota de Ipanema
Olha que coisa mais linda,
mais cheia de graça
É ela menina
que vem e que passa
Num doce balanço,
A caminho do mar
[...]
Disponível em:
www.vagalume.com.br/vinicius-de-moraes/garota-de-ipanema.html
www.youtube.com/watch?v=KJzBxJ8ExRk
SOBRE O COMPOSITOR:
Marcus Vinitius da Cruz de Mello Moraes – nome que usou até os nove
anos de idade - (1913-1980), tornou-se conhecido por uma lírica amorosa e
sensual. Teve uma intensa produção poética, mas ficou mais conhecido
através da música, por fazer parte de um movimento mundialmente conhecido,
chamado “Bossa Nova”.
O biógrafo de Vinicius, José Castello, autor do excelente livro "Vinicius
de Moraes: o Poeta da Paixão - uma biografia" nos diz que o poeta foi um
homem que viveu para se ultrapassar e para se desmentir.
Vinicius de Moraes teve uma vida intensa em todos os sentidos.
Participou ativamente da política, inclusive trabalhando no Itamaraty, de onde
foi exonerado na época mais intensa da ditadura, por não defender as ideias do
governo militar. Também teve uma vida sentimental e amorosa bastante
intensa. Casou-se nove vezes e é autor de uma frase antológica e polêmica
sobre a beleza feminina: “As feias que me perdoem, mas beleza é
fundamental.” Teve vários parceiros musicais, como Tom Jobim e deixou uma
obra poética e musical bastante extensa. Morreu em 1980 de edema pulmonar.
OBJETIVOS
1.Distinguir um dos movimentos mais importantes da música popular brasileira,
a “Bossa Nova”.
2. Ser capaz de escrever um texto próprio baseando-se em um já existente.
REFLETINDO SOBRE A LETRA
A música “Garota de Ipanema fez parte de um movimento muito forte na
música popular brasileira chamado “Bossa Nova”. Pesquise sobre o que foi
esse movimento, quais suas características e quais seus principais
participantes. Quando começou e até quando durou.
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
A dupla escreveu a canção para Helô Pinheiro, uma menina muito
bonita, que tinha, na época, 15 anos e frequentava a praia de Ipanema, no Rio
de Janeiro. Quem primeiro a notou foi Tom, que costumava observar escondido
“a garça que é uma graça”, como dizia. O maestro contou a Vinicius sobre a
namorada platônica e fez o amigo esperar 3 dias sentado em um bar para ver a
menina passar. Impressionados com sua beleza, os dois decidiram compor a
melodia, que se tornou uma das canções brasileiras mais executadas no
mundo.
Professor, visite o site de Vinicius de Moraes, que é bastante completo, contendo
inclusive as letras de suas músicas e seus poemas:
<http://www.viniciusdemoraes.com.br>
Acesso em: 12 out.2016.
ATIVIDADE PRÁTICA
Assistir com os alunos o clipe “vinicius de moraes e tom Jobim – garota
de Ipanema A verdadeira” (www.youtube.com/watch?v=Ig_afqmeZoE)
Outra opção: trechos do filme “Garota de Ipanema” do diretor Leon
Hirszman
Propor aos alunos que, em grupos ímpares, façam uma paródia da letra
e apresentem em sala, de preferência, acompanhada de um instrumento
musical.
Como motivação assistir ao clipe da paródia da música “hello” – Adele.
“Qual a senha do wi-fi (www.youtube.com/watch?v=tWs1E2BfNZE)
QUINTA PARADA ... anos 70 Chico Buarque
Geni e o Zepelim
De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
[...]
Disponível em:
www.letras.mus.br/chico-buarque/77259/
www.youtube.com/watch?v=n3tYguIMaKI
SOBRE O COMPOSITOR:
Francisco Buarque de Holanda nasceu no Rio de janeiro em 1944, filho
do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pianista Maria Amélia Cesário
Alvim. Em 1946 a família muda-se para São Paulo. Em 1953 Chico e a família
vão morar na Itália, onde Sérgio Buarque vai dar aulas na Universidade de
Roma. De volta a São Paulo, em 1960, Chico começa a compor. Em 1966
ganha o Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música “A
Banda”, empatado em primeiro lugar com “Disparada”. O autor nunca mais
parou de compor. Iniciou a faculdade de Arquitetura, mas abandonou o curso
para dedicar-se à música. Nessa trajetória teve como principal influência Tom
Jobim e como principal parceiro, Edu Lobo. Apresenta uma vasta obra de
diferentes canções: do amoroso ao lírico, do social ao político, Chico compôs
verdadeiros poemas e alguns “hinos” dedicados às vozes consideradas à
margem da sociedade, além de ter escrito peças de teatro e alguns romances.
OBJETIVOS
1. Discutir a natureza do preconceito, maneiras e motivos pelos quais
discriminamos ou não discriminamos alguém.
2. Refletir com os alunos sobre atitudes e motivação da discriminação e do
preconceito
REFLETINDO SOBRE A LETRA
Professor, a letra da música “Geni e o Zepelim” é uma narrativa, conta a
história da personagem e está dividida em quatro grandes blocos que
representam quatro momentos diferentes da vida de Geni. Discuta, em forma
de mesa redonda, com os alunos, quais são esses papéis assumidos pela
personagem e por que poderíamos dizer que apesar de Geni ser a
personagem central da canção, ela não tem voz. Posteriormente, os alunos,
divididos em quatro grupos, apresentarão suas conclusões acerca de cada
estrofe para toda a turma.
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
A música “Geni e o Zepelim faz parte da peça de teatro escrita por Chico
Buarque de Holanda “A Ópera do Malandro” e é cantada pela personagem
Geni(valdo), um travesti. A letra, no entanto, fora do contexto da peça, mostra
uma voz feminina, todas as referências dizem respeito a uma mulher.
Existe também uma segunda interpretação feita por alguns estudiosos
da música que coloca Geni como a nossa pátria, tão explorada por todos.
Nesse contexto, o Zepelim seriam os estrangeiros, que sempre usurparam o
Brasil. Como a letra foi escrita em pleno regime militar, época em que se
usavam várias metáforas para dizer o que se pensava, essa também pode ser
uma interpretação possível na letra, mesmo não tendo sido a intenção primeira
do compositor. Não passa despercebida também a identificação de Geni com
Maria Madalena, a personagem bíblica que supostamente também era uma
prostituta.
A letra estudada foi escrita nos anos 70, auge da ditadura militar.
Período em que a liberdade de expressão estava completamente
comprometida. Como será que estava a situação da mulher nesse
contexto?
Professor, encaminhe uma pesquisa com seus alunos sobre quais eram os
direitos da mulher na década de 70 e quais as conquistas femininas no decorrer da
década).
ATIVIDADE PRÁTICA
Aplicar uma dinâmica que aborda o tema da discriminação, encontrada
na página 80 do “Manual do Multiplicador Adolescente” do Ministério da Saúde,
Secretaria de políticas de Saúde, Coordenação Nacional de DST e Aids
intitulada “E A Canoa Virou”, a fim de discutir a natureza do preconceito.
Site:www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicações/cd08_15.pdf
SEXTA PARADA ... anos 80 Legião Urbana
Eduardo e Mônica
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque...
[...]
Disponível em:
www.letras.mus.br/legiao-urbana/22497
www.youtube.com/watch?v=9qr0378vrXA
SOBRE O COMPOSITOR
Renato Manfredini Júnior, Renato Russo (1960-1996) foi um cantor e
compositor brasileiro, fundador e vocalista da banda de Pop Rock, a “Legião
Urbana”. Nasceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de março de 1960. Filho do
funcionário público do Banco do Brasil, Renato Manfredini, e da professora de
Inglês Maria do Carmo, viveu dois anos nos EUA, por conta de uma
transferência profissional de seu pai, e lá adquiriu muitas influências que foram
determinantes em sua carreira. Com 13 anos, voltou com a família para
Brasília. Entre os 15 e 16 anos, enfrentou uma rara doença óssea, a
epifisiólise, que o deixou por um período entre a cama e a cadeira de rodas. Já
nesta época, criava bandas e movimentos imaginários. Começou também a
compor letras e músicas compulsivamente em casa. Criou a banda Aborto
Elétrico, que continha muitos traços da música punk. Quando a banda acabou,
passou um período compondo sozinho, época em que ficou conhecido como
“trovador solitário”. Depois, juntou-se a Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná, Paulo
Guimarães e Dado Villa-Lobos e formou a banda Legião Urbana, a qual fez
parte do rock brasileiro dos anos 80. Renato Russo iniciou a carreira solo em
1993 e no ano seguinte lançou "The Stonewall Celebration Concert" (1994), em
seguida “Equilíbrio Distante" (1995), interpretando canções italianas, e "O
Último Solo" (1997).Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 1996,
em decorrência da AIDS, doença que foi diagnosticada em 1989.
OBJETIVOS
1.Perceber a mudança no papel da mulher na década de 80.
2.Transformar poesia em prosa, sendo capaz de fazer as adaptações
necessárias.
REFLETINDO SOBRE A LETRA
A partir da década de 70, percebemos uma mudança de atitude bastante
radical da mulher. A voz feminina começa a aparecer de uma maneira mais
atuante. Nos anos 80 esse movimento só se intensifica, a mulher busca cada
vez mais igualdade de direitos em relação ao homem. Essa mudança de rumo
na sociedade é retratada de forma muito clara na letra “Eduardo e Mônica.
1. Como o elemento masculino é retratado na letra?
2. Que tipo de retrato é feito do elemento feminino?
3. Que tipo de relação se estabelece entre os dois? É possível perceber algum
equilíbrio ou uma das vozes aparece como elemento de poder?
4. A letra da música, no final, apresenta os seguintes versos: “E quem um dia
irá dizer que existe razão/ Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer/
Que não existe razão?”. Que reflexão podemos fazer sobre esse paradoxo?
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
No Brasil um dos anos mais importantes para o rock foi 85, graças a um
acontecimento que teve repercussão mundial, o “Rock in Rio”: evento que se
tornou o maior concerto de rock de todos os tempos. Em dez dias de festival,
um milhão e meio de pessoas assistiram ao vivo a várias bandas e cantores de
rock nacional e internacional como Queen, Iron Maden, Ozzy Osbourne, Yes,
Blitz, Barão Vermelho, Lulu Santos, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, entre
outros, na Barra da Tijuca, rio de Janeiro. Devido ao sucesso avassalador,
houve outras tentativas de se fazer novos rock’n rios, mas o primeiro sempre
foi inesquecível.
ATIVIDADE PRÁTICA
A música “Eduardo e Mônica, apesar de ser um poema, conta uma
história, a história de amor de um dos casais mais famosos da música
brasileira. Apresenta uma estrutura narrativa, mas está escrita em versos.
Reescreva o texto, fazendo as adaptações necessárias para transformá-
lo em prosa.
SÉTIMA PARADA ... anos 90 Biquini Cavadão
Janaína
Janaína acorda todo dia às quatro e meia
E já na hora de ir pra cama, Janaína pensa
Que o dia não passou
Que nada aconteceu
Janaína é passageira
Passa as horas do seu dia em trens lotados,
Filas de supermercados, bancos e repartições
Que repartem sua vida
[...]
Disponível em:
www.letras.mus.br/biquini-cavadao/44589/
www.youtube.com/watch?v=LndCanx_I7A
SOBRE O COMPOSITOR
Bruno Gouveia é o vocalista da banda Biquini Cavadão, grupo de
rock formado em 1983 por amigos de colégio. Além de Bruno, faziam parte do
grupo, Carlos Coelho, Miguel Flores da Cunha e Álvaro "Birita" Lopes. A banda
fez parte da segunda geração de bandas dos anos 1980. No início, tocavam
covers de grupos estrangeiros e brasileiros, como Paralamas do Sucesso e Kid
Abelha. Alcançaram notoriedade com os hits Tédio e Timidez no início dos
anos 80. Nos anos seguintes o grupo gravou, mas teve menos sucesso do que
o obtido com as primeiras gravações. No início dos anos 90, voltaram à cena
com grandes sucessos como "Vento, Ventania", "Zé Ninguém" e "Impossível".
Participaram do Hollywood Rock de 1993 e nos anos seguintes surgiram as
primeiras coletâneas. Ao mesmo tempo, o grupo começou a trabalhar com
música eletrônica e foi a primeira banda de rock brasileiro a ter um site na
Internet e lançar em 1997, o álbum "biquini.com.br", que trouxe a banda de
volta às rádios com a faixa "Janaína".
OBJETIVIOS
1. Traçar um panorama da situação da mulher de classe baixa no Brasil.
2. Interpretar linguagem metafórica e perceber suas implicações.
REFLETINDO SOBRE A LETRA
1. A canção retrata a dura rotina de uma mulher da classe baixa que precisa
trabalhar para sobreviver.
a) Retire versos da canção que retratem essa realidade e explique-os com as
suas palavras.
b) Você acredita que essa dura realidade fez com que a personagem se
transformasse em uma pessoa desiludida? Para enriquecer a sua resposta,
use versos do texto como suporte.
c)Leia os seguintes versos:
“Hoje é apenas mais uma pessoa
Que tem medo do futuro
- que aconteceu –
Se alimenta do passado
Que tipo de sentimentos a voz narradora expressa sobre a personagem
feminina?
2. O refrão “ Mas ela diz/Que apesar de tudo ela tem sonhos/ Mas ela diz/ Que
um dia a gente há de ser feliz/Se Deus quiser...” terminado com reticências e
repetido ao longo da canção, pode ser considerado como um objetivo traçado
pela personagem e algo que ela está trabalhando para conquistar?
A questão pode ser discutida com o grupo, podendo inclusive servir de argumento para
um texto de opinião).
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
No site da banda, o vocalista Bruno Gouveia publicou uma historia
contando qual teria sido a motivação para escrever a letra da canção.
“Foi conversando com minha empregada de mais de 60 anos que
ouvi a sua história: para chegar à minha casa, acordava todos os dias
às quatro e meia da manhã. Pensei nas mulheres que lutam cada vez
mais nesse país. O nome Janaína veio de uma mania minha de
brincar com palavras enquanto dirijo no trânsito engarrafado (tempo
para isso aqui no Rio é o que não falta...).
Quando vi, estava com boa parte da letra na minha cabeça. Uma das
primeiras músicas compostas para o novo disco, quase foi esquecida,
mas o Coelho bolou um bom fraseado de guitarra, que mais tarde foi
tocado junto com o sax de George Israel, do Kid Abelha.” BRUNO
“Uma das que mais gosto pela beleza da melodia.” COELHO “Uma
homenagem a todas as “janaínas”, que têm que matar um leão por
dia, e que, ainda assim, não perdem a esperança de que “um dia a
gente há de ser feliz, se Deus quiser”. MIGUEL. “A música tinha uma
peculiaridade: ela terminava e recomeçava para tocar o solo de sax
do George Israel. Entretanto, Paul Ralphes trabalhou nela dando
novas sonoridades rítmicas, principalmente. Além disso, juntou o
‘adendo do solo’ ao corpo da canção.” BIRITA”
(www.biquini.com.br/index.cfm/home/musica/detalhes/janaina )
ATIVIDADE PRÁTICA
Pesquisar sobre como é a divisão de renda atualmente no Brasil. Montar
um gráfico e perceber quanto por cento da população é feita de janaínas.
Professor, seria interessante assistir com os alunos trechos do filme “Que horas ela
volta” com Regina Casé, para se discutir a questão da divisão de renda no Brasil.
O filme conta a história de Val (Regina Casé) uma empregada doméstica que vem
trabalhar em São Paulo como babá e acaba deixando para trás sua própria filha Jéssica, que
mais tarde vem atrás de sua mãe para estudar em São Paulo e faz com que a vida de Val
precise de uma completa readaptação.
OITAVA PARADA ... anos 2000 Maria Rita
Maria do Socorro
Maria do Socorro
Suas pernas torneadas
Pelas ladeiras do morro
Ela vai no baile funk
De shortinho top e gorro
É afim do Zé Galinha
Mas namora o Zé Cachorro
...
E no baile
Só dá ela
Só dá ela
Já foi miss comunidade da favela
Hoje sonha em morar noutro lugar
Mas Zé Cachorro não deixa
A gata se queixa
Mas fica por lá
[...]
Disponível em:
www.letras.mus.br/maria-rita/1084306/
www.youtube.com/watch?v=jOYat-swKjM
SOBRE O COMPOSITOR E A INTÉRPRETE
Professor, na verdade esta letra foi escrita por Edu Krieger e é interpretada pela
cantora Maria Rita)
Maria Rita Camargo Mariano é filha da cantora Elis Regina e
do arranjador e pianista César Camargo Mariano. É casada com Davi Moraes,
pai de sua filha caçula, Alice. Também é mãe de Antonio, fruto de um
relacionamento anterior. Começou a cantar profissionalmente com cerca de 24
anos e lançou seu primeiro CD em 2003 intitulado “Maria Rita”, tinha receio de
assumir a carreira pelo peso do nome da mãe. Maria Rita se formou em
Comunicação Social e em Estudos Latino-Americanos na Universidade de
Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde começou a cantar porque lá ninguém a
conhecia. O sucesso na música veio à altura de seu talento, e Maria Rita logo
se consagrou como grande ícone da música brasileira, considerada pela mídia
especializada a maior representante de sua geração.
Eduardo Lyra Krieger , Edu Krieger, nasceu no Rio de Janeiro em 1974.
È um compositor, instrumentista e cantor brasileiro. Possui canções gravadas
por cantoras como Maria Rita (“Ciranda do mundo”, “Maria do Socorro”, “Novo
amor”), Ana Carolina (“Pra tomar três”, "Combustível", "Pole Dance", entre
outros. (fonte: wikipedia)
OBJETIVOS
1. Pesquisar o contexto dos bailes funks e de seus personagens.
2. Relacionar o trabalho final com todo o estudo feito no percurso.
REFLETINDO SOBRE A LETRA
1. A caracterização da figura feminina na letra da música é essencialmente
física ou psicológica? Ilustre sua resposta com elementos linguísticos
presentes no texto.
2. Percebemos que a figura feminina retratada na canção é facilmente
percebida nos espaços que frequenta. Como esse fato fica claro no texto?
3. Outra questão bastante pitoresca no texto é o uso de “apelidos” relacionados
a animais.
a) Por que o namorado é chamado de “Zé Cachorro”? Podemos fazer alguma
suposição pelo conteúdo do texto?
b) Ela “é a fim” do Zé Galinha. Ainda no terreno da suposição, de onde pode ter
surgido esse apelido?
PARADA PARA TOMAR CONHECIMENTO DOS FATOS
Nessa letra, “Maria do Socorro”, que conta a história de um triângulo
amoroso ( Maria do Socorro, Zé Galinha e Zé Cachorro) a única personagem
do enredo que, aparentemente, utiliza o nome civil, Maria do Socorro, em
determinado momento da letra, é chamada de “gata”. Esse contexto retratado
na música, “o contexto dos bailes funks nas favelas cariocas” tem relação com
a escolha dos nomes das personagens? Faça uma pesquisa breve sobre como
é essa realidade e como as mulheres são tratadas nesse cenário.
ATIVIDADE PRÁTICA
Começamos nosso trabalho com “Julieta” e terminamos com “Maria do
Socorro”. Nesse percurso os direitos e o papel da mulher mudaram muito?
Escreva um texto dissertativo analisando essa trajetória. No seu ponto
de vista, a mulher concretamente conquistou o seu espaço na sociedade?
Professor, encaminho aqui algumas sugestões de material de apoio.
1.Vídeo: Os doze direitos da Mulher segundo a ONU.
https://www.youtube.com/watch?v=r_Bf4sVmekU
2. Site: Evolução Histórica da Mulher na Legislação Civil.
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2772/1/EVOLUCAO-HISTORICA-DA-MULHER-NA-LEGISLACAO-CIVIL/Paacutegina1.html
REFERÊNCIAS
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