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Relatório Final da Acção de Formação
CONCEÇÃO DE RECURSOS EDUCATIVOS PARA O
ENSINO DAS LÍNGUAS ATRAVÉS DA MÚSICA
Modalidade: Ação de formação Número de Horas: 25 horas (de 09 a 13 de julho de 2012)
Formanda: Sandra Cristina Paiva Pereira Alves Santos
Formadora: Rita Maia e Silva
Local de realização: Sede da AEDC - Entrecampos
Relatório da Ação de Formação “CONCEÇÃO DE RECURSOS EDUCATIVOS PARA O
ENSINO DAS LÍNGUAS ATRAVÉS DA MÚSICA” – Sandra Cristina Santos
EM JEITO DE INTRODUÇÃO: PORQUÊ ESTA AÇÃO DE FORMAÇÃO?
A música na sala de aula não é uma ideia original; aliás, trata-se de uma prática
corrente há algumas décadas. Enquanto professora de Língua Portuguesa e Francês,
sempre fiz uso deste recurso – que tanto cativa os alunos.
Atualmente, a nossa escola é um espaço multicultural, um tecido composto por
variadíssimos interesses e gostos; ao lado dos chamados bons alunos, sentam-se outros
que espelham uma geração desmotivada e desinteressada pelo trabalho escolar. E tudo
fazemos para cativar os nossos alunos, "até fazemos o pino", mas muitas vezes não
chega...
E aqui entra a música. Com tudo o que tem para oferecer, eu sentia que era um
“poço” infindável de vantagens para o processo de ensino-aprendizagem. E é neste
contexto que surgiu a minha inscrição na ação de formação “Conceção de recursos
educativos para o ensino das línguas através da música”.
DESENVOLVIMENTO DA AÇÃO DE FORMAÇÃO
A música, os sons, as melodias, o ritmo funcionam como motivação para os
nossos alunos. Uma aula com música é “fixe”, como eles dizem. Olho para
este“fixe”como algo diferente e, efetivamente, importa envolvê-los nas tarefas e nas
suas aprendizagens com metodologias e instrumentos diferentes.
Na aprendizagem de uma língua, e aqui vou referir-me a uma língua estrangeira, o
trabalho realizado para o desenvolvimento da competência oral é primordial. O banho
linguístico é um dos métodos mais eficazes para familiarizarmo-nos e aprendermos uma
língua. O contacto constante com a língua e a cultura em questão também favoriza o
processo de aprendizagem. Assim, que melhor que a música para servir de veículo da
língua e das referências culturais de um povo? Que melhor que a música para servir de
elo de ligação entre a sala de aula e o exterior, entre as tarefas letivas e o quotidiano dos
nossos alunos?
Com a frequência desta ação de formação, apercebi-me ainda mais das
potencialidades da utilização da música no ensino-aprendizagem das línguas, aliada a
uma mais-valia, as tecnologias de informação e comunicação.
Adorei a primeira sessão! A nossa formadora propôs-nos atividades a partir de
variados documentos áudio e audiovisuais. No papel de aluna, juntamente com as outras
colegas, enquanto resolvia as tarefas atribuídas, comecei logo a imaginar outras tarefas
que poderia aplicar nas minhas aulas. Gostei, principalmente, da ideia de associar a
imagem / o som à narrativa e aos sentimentos. As tarefas executadas estimularam a
nossa criatividade e levaram-nos, em conjunto, a partilhar e discutir ideias, uma grande
vantagem desta ação de formação.
As outras sessões serviram para tomarmos contacto com os blogues,
planificarmos os nossos objetos de aprendizagem, aprendermos a alojar os recursos
construídos para publicação (através de software livre e programas online) e,
finalmente, para construirmos e apresentarmos os nossos conteúdos educativos digitais.
Relatório da Ação de Formação “CONCEÇÃO DE RECURSOS EDUCATIVOS PARA O
ENSINO DAS LÍNGUAS ATRAVÉS DA MÚSICA” – Sandra Cristina Santos
Claro que este processo ainda passou pela pesquisa de conteúdos e recursos já
construídos e disponíveis online, o que desencadeou mais e mais ideias.
O produto final desta ação de formação deu-me imensa luta, muitas dores de
cabeça, muitas horas de trabalho, mas deu-me, essencialmente, muito prazer. Já havia
trabalhado com blogues, mas nunca tinha participado na criação de um desde a sua raiz.
Para mim, o mais complicado foi, a partir do grande tema escolhido pelo meu grupo “O
mundo à nossa volta”, encontrar materiais audiovisuais para propor atividades em torno
da temática “O Ambiente”. A entreajuda e a partilha de ideias com as minhas duas
colegas de grupo, a Beatriz e a Elisabete, foi exemplar! Juntas, trabalhámos
desenvolvemos as nossas páginas do blogue, cooperando nas tarefas e nas ideias.
No final, percebi efetivamente as potencialidades do uso da música nas aulas de
línguas: aumenta a disponibilidade dos alunos em participar na aula, incentivando a
aprendizagem colaborativa e novas dinâmicas; funciona como uma motivação dos
alunos para as tarefas escolares, tornando-os intervenientes ativos no processo de
ensino-aprendizagem; serve de “transporte” da língua para fora da sala de aula.
Finda a ação, efectuo um balanço muito positivo das sessões presenciais, mas
julgo que deveriam ocorrer em maior número e de modo mais espaçado, de modo a
termos mais tempo para efectuar um maior número de atividades com a música e para
experimentar as aplicações e as ferramentas informáticas de modo autónomo. Penso que
esta ação só poderia decorrer de modo presencial, pois o mostrar in loco como se faz, o
poder repetir, a partilha de conhecimentos e dúvidas são muito enriquecedores.
Um aspeto meritório desta ação foi sempre a disponibilidade e o entusiasmo da
formadora Rita Maia e Silva para resolver as nossas dúvidas, para ajudar ultrapassar as
dificuldades e os anseios, para felicitar os nossos (pequenos) progressos. À Rita, por
todo o seu empenho, o seu profissionalismo e o seu sorriso sincero, deixo aqui um
grande “Obrigada!”. Não posso deixar de referir o excelente grupo de formandas que
ali se juntou durante uma semana. A partilha de experiências, de materiais, de dúvidas,
de angústias e de sucessos foi extremamente útil e muito enriquecedora.
BALANÇO FINAL
Sinto-me, assim, profundamente satisfeita por ter frequentado esta ação de
formação, pois as aprendizagens e o aperfeiçoamento de algumas competências que dela
retirei revestem-se de uma enorme utilidade na minha prática letiva, de modo a tornar as
minhas aulas mais aliciantes e motivadoras, potenciando o processo de ensino-
aprendizagem das línguas (portuguesa e francesa) através da música.
Lisboa, 15 de julho de 2011