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RELATÓRIO E CONTAS 20 16 GRUPO CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL (Proposta a submeter à Assembleia Geral de 25 de maio de 2017)

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  • RELATRIO E CONTAS

    20 16

    GRUPO CAIXA ECONMICA MONTEPIO GERAL

    (Proposta a submeter Assembleia Geral de 25 de maio de 2017)

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 2

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 3

    NDICE

    RELATRIO DE GESTO5

    MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAO EXECUTIVO ....................................... 6

    RGOS DE GOVERNO .......................................................................................................................... 8

    SNTESE DE INDICADORES ................................................................................................................. 10

    O GRUPO CAIXA ECONMICA MONTEPIO GERAL .................................................................................. 12

    ESTRUTURA DO GRUPO .................................................................................................................. 12

    NOTORIEDADE DA CEMG ................................................................................................................ 14

    RECURSOS HUMANOS ..................................................................................................................... 16

    REDE DE DISTRIBUIO E DE RELAO .......................................................................................... 20

    NVEL DE SERVIO ......................................................................................................................... 23

    SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL ......................................................................... 26

    ENQUADRAMENTO MACROECONMICO ............................................................................................... 28

    ESTRATGIA E REAS DE NEGCIO ..................................................................................................... 34

    ESTRATGIA ................................................................................................................................... 34

    REAS DE NEGCIO ........................................................................................................................ 37

    ATIVIDADE DOMSTICA .............................................................................................................. 38

    ATIVIDADE INTERNACIONAL ....................................................................................................... 51

    ANLISE FINANCEIRA ......................................................................................................................... 54

    CAPITAL ......................................................................................................................................... 55

    LIQUIDEZ ....................................................................................................................................... 56

    BALANO ........................................................................................................................................ 58

    RESULTADOS .................................................................................................................................. 66

    FUNDO DE PENSES ....................................................................................................................... 75

    GESTO DOS RISCOS .......................................................................................................................... 77

    FUNDO DE PARTICIPAO .................................................................................................................. 92

    NOTAES DE RATING ....................................................................................................................... 93

    DEMONSTRAES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS DE 2016................................................................... 95

    PROPOSTA DE APLICAO DOS RESULTADOS - Base Individual ............................................................ 97

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 4

    DEMONSTRAES FINANCEIRAS, NOTAS EXPLICATIVAS E PARECERES S CONTAS

    DEMONSTRAES FINANCEIRAS E NOTAS EXPLICATIVAS EM BASE CONSOLIDADA ............................... 99

    DEMONSTRAES FINANCEIRAS E NOTAS EXPLICATIVAS EM BASE INDIVIDUAL ................................. 306

    DECLARAO DE CONFORMIDADE DO CONSELHO DE ADMINISTRAO EXECUTIVO SOBRE A

    INFORMAO FINANCEIRA APRESENTADA ......................................................................................... 491

    CONFORMIDADE COM AS RECOMENDAES REFERENTES TRANSPARNCIA DA INFORMAO E

    VALORIZAO DE ATIVOS ................................................................................................................. 492

    MEDIDAS ALTERNATIVAS DE DESEMPENHO ....................................................................................... 495

    RELATRIO DE ATIVIDADE E PARECER DO CONSELHO GERAL E DE SUPERVISO ............................... 501

    CERTIFICAO LEGAL DAS CONTAS CONSOLIDADAS E RELATRIO DE AUDITORIA ............................ 526

    CERTIFICAO LEGAL DAS CONTAS E RELATRIO DE AUDITORIA ..................................................... 536

    RELATRIO DO GOVERNO SOCIETRIO

    PARTE INTRODUTRIA ..................................................................................................................... 549

    PARTE I INFORMAO SOBRE ESTRUTURA ACIONISTA, ORGANIZAO E GOVERNO DA SOCIEDADE 552

    A. ESTRUTURA ACIONISTA ........................................................................................................ 552

    B. RGOS SOCIAIS E COMISSES ........................................................................................... 556

    C. ORGANIZAO INTERNA ....................................................................................................... 580

    D. REMUNERAES ................................................................................................................... 587

    E. TRANSAES COM PARTES RELACIONADAS........................................................................... 593

    PARTE II AVALIAO DO GOVERNO SOCIETRIO ............................................................................ 595

    1. IDENTIFICAO DO CDIGO DE GOVERNO ADOTADO ........................................................... 595

    2. ANLISE DE CUMPRIMENTO DO CDIGO DE GOVERNO SOCIETRIO ..................................... 596

    3. OUTRA INFORMAO ............................................................................................................ 600

    ANEXO I ........................................................................................................................................... 601

    ANEXO II .......................................................................................................................................... 610

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 5

    RELATRIO DE GESTO

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 6

    MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAO EXECUTIVO

    O exerccio de 2016 fica na histria da Caixa Econmica Montepio Geral como um ano de desafios,

    aos quais, respondemos com compromisso, confiana e eficcia preparando o futuro.

    O resultado deste trabalho, s possvel com o empenho de uma equipa dedicada e que acredita no

    projeto desta instituio, est refletido na concretizao dos objetivos assumidos para o exerccio

    em apreo e na melhoria da generalidade dos indicadores de gesto com referncia a 31 de

    dezembro ltimo.

    Focmos a nossa atividade nas Famlias, nas pequenas e mdias empresas, e na Economia Social,

    um segmento que integra a gnese da nossa instituio. Conseguimos afirmar-nos no mercado

    melhorando a nossa posio relativa, tanto no que diz respeito s pequenas e mdias empresas

    como no segmento de particulares. Com sucesso acelermos a reduo da exposio ao risco

    imobilirio e melhormos os nveis de liquidez e de capital, reduzindo simultaneamente o custo do

    risco.

    No obstante as dificuldades, e mesmo oposies, demos passos fundamentais para a melhoria da

    eficincia. At ao final do primeiro semestre conclumos o redimensionamento da plataforma

    operacional mediante a adequao da rede comercial garantindo a cobertura geogrfica do Pas a

    par de outras medidas de controlo dos custos operacionais. Tornmo-nos mais geis para enfrentar

    o futuro, mas tambm nos tornmos mais capazes. Concretizmos a constituio da Academia

    Montepio e que j uma pea fundamental no que toca gesto do talento, que to bem

    demonstra como acreditamos que os trabalhadores so um dos ativos mais importantes para

    fortalecer o nosso modelo de negcio.

    No que se refere ao Governo Societrio, consolidmos o nosso modelo de governance e inicimos

    o processo de transformao em sociedade annima, com a consequente alterao dos estatutos.

    Ainda em 2016 inicimos a preparao da nossa transformao digital, numa perspetiva de

    inovao e modernidade na adaptao s tendncias mais atuais do mercado, que visa simplificar,

    facilitar e flexibilizar a relao com os nossos clientes.

    Somos um banco diferente, que tem a Economia Social na sua gnese. assim que queremos

    continuar e para esse objetivo que todos trabalhamos diariamente.

    Na oportunidade, quero deixar a todos os colaboradores o reconhecimento pelo empenho e

    contribuio na consecuo dos objetivos no exerccio em apreo. Uma meno particular aos

    representantes dos trabalhadores Comisso de Trabalhadores e Sindicatos pela frontalidade e

    empenho colocados na procura de compromissos que permitem um maior equilbrio na defesa dos

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 7

    interesses dos trabalhadores e da instituio, contribuindo para um relacionamento de respeito e

    compromisso mtuo.

    Uma palavra de agradecimento a todos os membros dos rgos Sociais, nomeadamente ao

    Conselho Geral e de Superviso cujo trabalho e confiana foi determinante para a concretizao

    dos objetivos assumidos neste exerccio.

    Por ltimo, o nosso agradecimento aos nossos clientes, entidades governamentais, e reguladores,

    pelo desafio e apoio dispensados.

    Continuamos a encarar os desafios com confiana e com determinao. Deparamo-nos hoje com

    novo desafios mas com a convico de que juntos iremos superar mais esta etapa mantendo a

    Caixa Econmica Montepio Geral ao servio das Famlias, da Economia Social, das Empresas e do

    Pas.

    Jos Flix Morgado

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 8

    RGOS DE GOVERNO

    MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

    Presidente Manuel Duarte Cardoso Martins

    1 Secretrio Cassiano Cunha Calvo

    CONSELHO GERAL E DE SUPERVISO

    Presidente lvaro Joo Duarte Pinto Correia

    Vogais Antnio Fernando Menezes Rodrigues

    Jos Antnio Arez Romo

    Vtor Manuel do Carmo Martins

    Francisco Jos Fonseca da Silva

    Accio Jaime Liberado Mota Piloto

    Lus Eduardo Henriques Guimares

    Rui Pedro Brs de Matos Heitor

    Eugnio scar Garcia Rosa

    CONSELHO DE ADMINISTRAO EXECUTIVO

    Presidente Jos Manuel Flix Morgado

    Vogais Joo Carlos Martins da Cunha Neves

    Lus Gabriel Moreira Maia Almeida

    Fernando Ferreira Santo

    Joo Belard da Fonseca Lopes Raimundo

    Jorge Manuel Viana de Azevedo Pinto Bravo

    Lus Miguel Resende de Jesus

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 9

    COMIT DE AVALIAES

    Presidente lvaro Joo Duarte Pinto Correia

    Vogais Jos Antnio Arez Romo

    COMIT DE REMUNERAES

    Presidente lvaro Joo Duarte Pinto Correia

    Vogais Jos Antnio Arez Romo

    Francisco Jos Fonseca da Silva

    COMIT DE RISCOS

    Presidente Accio Jaime Liberado Mota Piloto

    Vogais Lus Eduardo Henriques Guimares

    Francisco Jos Fonseca da Silva

    REVISOR OFICIAL DE CONTAS

    KPMG, representado por:

    Ana Cristina Soares Valente Dourado

    Inscrita na ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n. 1011

    Suplente Fernando Gustavo Duarte Antunes

    Inscrito na ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n. 1233

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 10

    SNTESE DE INDICADORES

    2015 2015* 2016Variao

    2016 / 2015*

    ATIVIDADE E RESULTADOS (milhes de euros)

    Ativo lquido 21 145 21 145 21 346 0,9%

    Crdito a clientes bruto 15 944 15 611 15 041 (3,7%)

    Depsitos de clientes 12 969 12 540 12 468 (0,6%)

    Resultado lquido (243) (243) (86) 64,5%

    SOLVABILIDADE (a)

    Rcio Common Equity Tier 1 8,8% 8,8% 10,4% 1,6 p.p.

    Rcio Tier 1 8,8% 8,8% 10,4% 1,6 p.p.

    Rcio Capital Total 9,7% 9,7% 10,9% 1,2 p.p.

    Ativos ponderados pelo risco (milhes de euros) 13 962 13 962 12 830 (8,1%)

    RCIOS DE TRANSFORMAO

    Crdito a clientes lquido / Depsitos de clientes (b) 113,1% 114,5% 111,2% (3,3 p.p.)

    Crdito a clientes lquido / Recursos de clientes de balano (c) 95,7% 96,4% 96,3% (0,1 p.p.)

    RISCO DE CRDITO E COBERTURA POR IMPARIDADES

    Custo do risco de crdito 1,6% 1,5% 1,2% (0,3 p.p.)

    Rcio de crdito e juros vencidos h mais de 90 dias 7,7% 7,8% 9,1% 1,3 p.p.

    Rcio de crdito com incumprimento (b) 9,5% 9,7% 11,5% 1,8 p.p.

    Rcio de crdito com incumprimento, lquido (b) 1,6% 1,8% 3,9% 2,1 p.p.

    Cobertura do crdito e juros vencidos h mais de 90 dias 104,0% 103,0% 86,0% (17,0 p.p.)

    Rcio de crdito em risco (b) 14,3% 14,6% 15,2% 0,6 p.p.

    Rcio de crdito em risco, lquido (b) 6,8% 7,1% 8,0% 0,9 p.p.

    Cobertura do crdito em risco 56,1% 55,2% 51,6% (3,6 p.p.)

    Cobertura do crdito em risco, incluindo garantias hipotecrias associadas 126,9% 126,4% 120,0% (6,4 p.p.)

    Rcio de crdito reestruturado (d) 9,6% 9,8% 8,9% (0,9 p.p.)

    Rcio de crdito reestruturado no includo no crdito em risco (d) 4,0% 4,1% 3,2% (0,9 p.p.)

    RENDIBILIDADE E EFICINCIA

    Produto bancrio / Ativo lquido mdio (b) 2,1% 1,8% 1,7% (0,1 p.p.)

    Resultado antes de impostos / Ativo lquido mdio (b) (1,2%) (1,2%) (0,9%) 0,3 p.p.

    Resultado antes de impostos / Capitais prprios mdios (b) (18,8%) (18,7%) (12,3%) 6,4 p.p.

    Cost to Income (Custos operacionais / Produto bancrio) (b) 78,9% 81,8% 76,4% (5,4 p.p.)

    Cost to Income, sem impactos especficos (e) 106,3% 109,7% 88,4% (21,3 p.p.)

    Custos com pessoal / Produto bancrio (b) 44,8% 47,4% 44,5% (2,9 p.p.)

    COLABORADORES E REDE DE DISTRIBUIO (Nmero)

    Colaboradores

    Total do Grupo (f) 4 248 4 248 3 806 (442)

    CEMG 3 871 3 871 3 588 (283)

    Balces

    Rede Domstica - CEMG 421 421 327 (94)

    Rede Internacional 30 30 33 3

    Finibanco Angola (g) 21 21 23 2

    BTM - Banco Terra 9 9 10 1

    Escritrios de Representao - CEMG 6 6 6 0

    (a) De acordo com a CRD IV / CRR (phasing-in)

    (b) De acordo com a Instruo do Banco de Portugal n. 16/2004, na sua verso em vigor

    (d) De acordo com a Instruo do Banco de Portugal n. 32/2013.

    (e) Exclui resultados de operaes f inanceiras e os impactos associados ao programa de redimensionamento da estrutura operativa e reviso do ACT

    (f) Exclui colaboradores cedidos e com contrato de suspenso da prestao de trabalho.

    (g) Inclui centros de empresas.

    *2015 reexpresso com aplicao da IFRS 5 s Demonstraes Financeiras das subsidirias em Angola e Moambique, para efeitos comparativos.

    (c) Recursos de clientes de balano = Depsitos de clientes e responsabilidades representadas por ttulos. Calculado de acordo com as Demonstraes

    Financeiras anexas a este relatrio.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 11

    DESTAQUES

    *2015 reexpresso com aplicao da IFRS 5 s Demonstraes Financeiras das subsidirias em Angola e Moambique, para efeitos comparativos.

    8,8

    10,4

    2015 2016

    +1,6p.p.

    Rcio Common Equity Tier 1 (%)

    13 962

    12 830

    2015 2016

    -8,1%

    Ativos ponderados pelo risco (M)

    96,4 96,3

    2015* 2016

    -0,1p.p.

    Rcio de transformao (%)

    Crdito lquido / Recursos de clientes em balano

    111,4 106,6

    2015 2016

    Rcio de cobertura de liquidez (LCR) (%)

    -4,8p.p.

    60% Mn. 2015

    70% Mn. 2016

    1,5

    1,2

    2015* 2016

    -0,3p.p.

    Custo do risco de crdito (%)

    126,4 120,0

    2015* 2016

    Cobertura do crdito em risco (%)

    100

    Incluindo garantias hipotecrias associadas.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 12

    O GRUPO CAIXA ECONMICA MONTEPIO GERAL

    ESTRUTURA DO GRUPO

    A Caixa Econmica Montepio Geral (CEMG) uma caixa econmica bancria, com o Capital institucional

    detido a 100% pelo Montepio Geral Associao Mutualista, detentora de um conjunto de participaes de

    capital em entidades que, no s permitem uma oferta abrangente e diversificada de produtos e servios

    bancrios e financeiros, como contribuem com os seus resultados para os fins mutualistas. O grupo CEMG

    apresenta-se, assim, como um grupo bancrio e financeiro diversificado e alinhado com a sua natureza e

    finalidades mutualistas, que lhe conferem caractersticas nicas e um posicionamento singular nos setores

    de atividade em que atua bem como na Sociedade Portuguesa.

    Em 31 de dezembro de 2016, o grupo CEMG composto pelas entidades que abaixo se apresentam:

    Consolidao integral: CEMG; Banco Montepio Geral Cabo Verde, Soc. Unipessoal S.A.; Montepio

    Holding, S.G.P.S., S.A.; BTM Banco Terra, S.A.; Finibanco Angola, S.A.; Montepio Crdito, I.F.C.,

    S.A.; Montepio Investimento, S.A.; Montepio Valor, S.G.F.I., S.A.

    Consolidao por equivalncia patrimonial: HTA Hotis, Turismo e Animao dos Aores S.A.; e

    Montepio Gesto de Ativos Imobilirios, ACE.

    A CEMG encontra-se num processo negocial com um conjunto de investidores com vista a recentrar a

    abordagem para o mercado africano tendo em vista a desconsolidao do Finibanco Angola S.A. e BTM

    Banco Terra, S.A.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 13

    Tendo em considerao as deliberaes j tomadas, bem como o disposto na IFRS 5, as atividades

    desenvolvidas por estas subsidirias foram consideradas como operaes em descontinuao com referncia

    ao exerccio de 2016.

    Ao nvel das demonstraes financeiras, os resultados destas subsidirias foram relevados numa linha da

    conta de explorao denominada Resultados de operaes em descontinuao e, ao nvel do balano, nas

    rubricas denominadas Ativos no correntes detidos para venda Operaes em descontinuao e Passivos

    no correntes detidos para venda Operaes em descontinuao, tendo sido, para efeitos comparativos,

    preparada informao na mesma base para o exerccio de 2015.

    A 31 de dezembro de 2016, o permetro de consolidao do grupo CEMG inclui ainda as seguintes entidades,

    as quais consolidam pelo mtodo integral: Pelican Mortgages No. 1 PLC; SSAGINCENTIVE S.S.A.G.I., S.A.;

    Semelhanas e Coincidncias, S.A.; Finipredial Fundo de Investimento Imobilirio Aberto; Montepio

    Arrendamento I, II e III Fundos de Investimento Imobilirio Fechados para Arrendamento Habitacional

    (FIIAH); Polaris Fundo de Investimento Imobilirio Fechado; PEF Portugal Estates Fund e Carteira

    Imobiliria Fundo Especial de Investimento Imobilirio Aberto (FEIIA).

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 14

    NOTORIEDADE DA CEMG

    Em 2016 foi reforado e aprofundado o enfoque na Economia Social a par da responsabilidade social e de

    uma atuao transparente, rigorosa e competente, promovendo a relao de proximidade e de fidelizao

    que os clientes mantm com a Caixa Econmica Montepio Geral assente, numa oferta transversal e integrada

    de produtos e servios, advogando a favor da marca e contribuindo para a consolidao do posicionamento

    no mercado.

    Pelo 2 ano consecutivo, a CEMG est entre os maiores Bancos do Mundo

    Depois de, em 2015, a CEMG figurar entre os 1.000 maiores bancos do Mundo, em 2016 mantm a distino,

    integrando essa prestigiada lista elaborada pela revista The Banker, publicao de referncia no setor da

    banca, que integra o grupo editorial britnico Financial Times. Este ranking, considerado a medida-padro

    para a indstria desde 1970, baseia-se numa apreciao de fora e robustez financeira de cada instituio,

    na qual o rcio Tier 1 Capital (composto por Capital, Reservas e Resultados) assume papel de destaque.

    Em 2016, a Caixa Econmica Montepio Geral - marca comercialmente conhecida por Montepio consolidou

    a notoriedade da marca suportada em elevados nveis de qualidade e excelncia merecedora do

    reconhecimento dos seus clientes.

    Client Day

    O Teatro Thalia foi o espao escolhido para a realizao, em outubro, do Client Day, um evento organizado

    pela CEMG para proporcionar momentos de networking entre clientes do Montepio, tendo como objetivo

    apresentar a nova identidade do Banco e reforar os valores que tanto o caraterizam. Este evento tambm

    permitiu partilhar a trajetria positiva da execuo do Plano Estratgico 2016-2018, com mais de 60

    convidados presentes.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 15

    COMUNICAO

    S um banco diferente pode fazer a diferena

    No seguimento da campanha institucional lanada no final de 2015, e em resposta s orientaes estratgicas

    de reforo do posicionamento da CEMG junto do segmento de Particulares, foram lanadas novas fases de

    comunicao, com a concretizao da promessa S um banco diferente pode fazer a diferena. Estas

    campanhas orientadas para a afirmao dos valores da marca, da natureza diferenciadora e do

    posicionamento enquanto entidade prxima e que acompanha as vrias fases da vida, os vrios projetos e

    as necessidades dos clientes, apresentaram clientes reais da CEMG que partilharam a sua experincia de

    relao com o Banco nas dimenses poupana, crdito habitao, financiamento individual e concretizao

    de uma ideia ou de um projeto.

    A referida campanha institucional, com presena em televiso, imprensa, rdio, rede outdoor e digital,

    conquistou o prmio Prata dos Prmios Eficcia 2016. Os Prmios

    Eficcia, promovidos pela Associao Portuguesa de Anunciantes (APAN),

    so os nicos galardes em Portugal centrados nos resultados obtidos

    atravs de aes de comunicao e destinados a promover e a

    reconhecer a excelncia na Comunicao e a capacidade de ajudar a

    atingir os objetivos das empresas.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 16

    RECURSOS HUMANOS

    O quadro de colaboradores registou uma diminuio de 10,4%, correspondendo a 442 colaboradores, ao

    evoluir de 4.248 no final de 2015 para 3.806 em 31 de dezembro de 2016, para o que contribuiu o impacto

    do programa de redimensionamento da estrutura operativa concretizado no decurso de 2016 os

    colaboradores cedidos a outras empresas do grupo e com contratos de suspenso da prestao de trabalho.

    Ao nvel da atividade internacional registou-se um aumento de 38 colaboradores em 2016, decorrente do

    desenvolvimento das atividades desenvolvidas em Angola (Finibanco Angola) e Moambique (BTM Banco

    Terra) e das caractersticas dos respetivos mercados, onde predomina um modelo onde a tecnologia tem um

    peso relativo menos acentuado recaindo no nmero de efetivos a maior exigncia para o desenvolvimento

    da atividade.

    Evoluo do quadro de colaboradores

    N. Peso (%) N. Peso (%) N. %

    Atividade Domstica 4 027 91,4 3 740 90,0 (287) (7,1)

    Caixa Econmica Montepio Geral (1) 3 871 87,9 3 588 86,4 (283) (7,3)

    Atividade Internacional 377 8,6 415 10,0 38 10,1

    Banco MG Cabo Verde 3 0,1 3 0,1 0 0,0

    Finibanco Angola 194 4,4 216 5,2 22 11,3

    BTM - Banco Terra 180 4,1 196 4,7 16 8,9

    Subtotal 4 404 100,0 4 155 100,0 (249) (5,7)

    Cedncias e outros (2) (156) - (349) - (193)

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 17

    DISTRIBUIO DOS COLABORADORES DA CEMG

    FORMAO DE COLABORADORES

    O ano de 2016 ficou marcado pela criao da Academia Montepio, dando corpo ao eixo do Plano

    Estratgico da CEMG relacionado com o investimento no desenvolvimento e na promoo do talento dos

    colaboradores.

    A Academia Montepio veio materializar uma mudana de paradigma na formao profissional, com vista a

    ampliar as oportunidades de desenvolvimento, a potenciar a transversalidade do conhecimento interno e a

    introduzir novas metodologias. A Academia Montepio suportada por uma plataforma digital de gesto de

    contedos, a que todos os colaboradores do banco tm acesso.

    A aquisio de conhecimento no mbito da

    Academia Montepio est sustentada por cinco

    escolas conforme se indica:

    A Escola de Gesto e Inovao est

    focalizada no desenvolvimento de

    competncias e instrumentos de Gesto e

    Inovao para a gesto de topo.

    A Escola de Liderana est direcionada para apoiar os gestores de pessoas atravs do fortalecimento das

    melhores prticas de liderana.

    A Escola Funcional preconiza fomentar a partilha de conhecimentos entre as diferentes reas funcionais

    (Vendas, Marketing, Finanas, IT e Recursos Humanos, entre outras).

    POR TIPO DE QUALIFICAO POR GNERO POR ESTRUTURA ETRIA

    30% 26%

    70% 74%

    2015 2016 39 40

    45% 47%

    55% 53%

    2015 2016

    Feminino Masculino

    54% 56%

    46% 44%

    2015 2016

    Outra Formao Formao Superior

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 18

    A Escola de Conformidade tem como objetivo dar resposta s necessidades de formao na rea

    regulamentar, permitindo o constante alinhamento do talento com as recomendaes e as exigncias dos

    supervisores e reguladores.

    A Escola de Auto-desenvolvimento pretende estimular o desenvolvimento profissional e a valorizao

    pessoal, atravs de formatos, plataformas e meios pedaggicos diversificados e flexveis.

    O esforo direcionado para o desenvolvimento e a implementao da Academia Montepio durante um perodo

    significativo do ano justifica a diminuio do nmero de horas de formao em 2016, no obstante as

    iniciativas encetadas durante o ano terem abrangido 91% dos colaboradores da CEMG. Com a concretizao

    do projeto da criao da Academia Montepio verificou-se a tendncia para o desenvolvimento de formao

    interna e iniciativas de menor durao, semelhana do que tem vindo a registar-se no setor nos ltimos

    anos.

    Indicadores sobre Formao

    Nmero de aes 1 091 699 (35,9)

    Horas de formao 82 095 51 769 (36,9)

    Nmero de participantes 3 770 3 250 (13,8)

    Nmero de participaes 23 996 19 282 (19,6)

    Investimento em formao (mil euros) 242 417 72,3

    Percentagem de colaboradores abrangidos por formao 98% 91% (7,0 p.p.)

    2015Variao

    (%)2016

    Prmio Human Resources Portugal

    Em 2016, na 5 edio dos Prmios Human Resources Portugal, a CEMG conquistou o Prmio

    Envelhecimento ativo e preparao para a reforma, o qual representa o reconhecimento pela forma

    como os programas de reforma e pr-reforma tm vindo a ver concretizados.

    O redimensionamento dos recursos humanos em 2016, assumiu um papel preponderante na execuo do

    Plano Estratgico 2016-2018, tendo sido privilegiadas solues que possibilitaram a antecipao da idade da

    reforma e pr-reforma, e que, por se tratar de um momento de transio de carreira para cada profissional

    que importa valorizar e promover, de modo a potenciar as competncias adquiridas ao longo da vida, foram

    disponibilizados programas de consultoria externa especializada, com um mentor dedicado a cada

    colaborador.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 19

    SERVIOS SOCIAIS

    Os colaboradores do Montepio tm acesso, atravs da afiliao facultativa, a uma associao cujo objetivo

    a promoo e desenvolvimento de diversas iniciativas sociais, culturais, desportivas ou recreativas.

    Em 2016, no quadro da gesto rigorosa dos fundos disponveis, os Servios Sociais do Montepio continuaram

    a desempenhar um importante papel no contributo para o bom clima social interno da instituio ao nvel

    das seguintes reas de atuao:

    rea Social e Sade

    Nesta rea o apoio aos Associados foi efetuado atravs da subsidiao de mais de 2.300 livros escolares,

    desde o ensino primrio ao secundrio, da manuteno dos preos das refeies nos refeitrios geridos pelos

    Servios Sociais (cerca de 300 refeies dirias), assim como atravs da disponibilizao de bens e apoio

    medicamentoso.

    A componente solidria dos Servios Sociais manifestou-se igualmente atravs da organizao de um bazar

    de Natal, no Porto, com o fim de recolher roupas e sapatos para apoio a instituies e da promoo da

    recolha bianual de sangue, em Lisboa e no Porto e que contou com mais de 200 doadores.

    rea Cultural

    No domnio cultural promoveu-se o acesso cultura atravs da subsidiao na aquisio de 1.235 bilhetes,

    abrangendo 95 espetculos a nvel nacional, atravs da promoo do

    acesso gratuito aos cerca de 2.500 livros que constituem a biblioteca

    dos Servios Sociais, assim como atravs da dinamizao de aulas de

    msica e teatro para os Associados.

    Por altura do Natal, foram entregues cerca de 2.500 prendas aos

    filhos dos Associados e promovidos os habituais espetculos de circo

    em Lisboa e no Porto (9.000 lugares) e de teatro de Natal em Castelo

    Branco, Leiria, Algarve, Madeira e S. Miguel, os quais contaram com

    mais de 500 espetadores.

    rea Desportiva

    Na rea desportiva destaca-se o apoio s modalidades de atletismo, btt, futsal, pesca e futebol de 11

    praticadas pelos Associados um pouco por todo o pas.

    Atividades para os mais jovens

    Como habitual, continuaram a ser organizadas atividades para os mais jovens das quais se destacam as

    colnias de frias em Lisboa e no Porto (mais de 700

    crianas), o acampamento jovem (250 participantes), viagem

    de estudo ao estrangeiro (30 jovens) e viagem ao Parque

    Lego para famlias (26 participantes).

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 20

    REDE DE DISTRIBUIO E DE RELAO

    BALCES

    No final de 2016, a CEMG detinha uma rede de 327 balces em Portugal que compara com 421 em 31 de

    dezembro de 2015. Esta otimizao da rede de distribuio fsica, delineada no Plano Estratgico 2016-2018,

    resultou de uma racionalizao comercial

    baseada no potencial de cada rea de

    influncia, determinada com o recurso a

    critrios de geolocalizao com vista a

    assegurar nveis adequados de proximidade

    junto da sua base de clientes. Na atividade

    internacional, foi aberto um balco e um

    centro de empresas em Angola, ficando a rede com um total de 23 (incluindo 5 centros de empresas), aos

    quais se somam 10 balces do BTM Banco Terra, em Moambique. A CEMG conta ainda com 6 escritrios

    de representao, dispersos entre Europa e Amrica do Norte, prximo das principais comunidades de

    Portugueses.

    N. de Balces e Escritrios de Representao

    2015 2016

    Rede Domstica 421 327

    Rede Internacional 30 33

    Finibanco Angola (a) 21 23

    BTM - Banco Terra 9 10

    Escritrios de Representao 6 6

    (a) Inclui Centros de Empresas.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 21

    GESTORES DE CLIENTE

    O servio personalizado e o desenvolvimento da relao de proximidade que caracteriza a CEMG assegurado

    pela rede de gestores de clientes que totaliza 503 gestores, dos quais 204 orientados para o segmento de

    Particulares e 299 para clientes Empresas.

    No que diz respeito ao segmento de Empresas, dando continuidade ao esforo de especializao do servio,

    a CEMG disponibilizou 186 gestores de Pequenos Negcios, 73 gestores de Pequenas e Mdias Empresas, 31

    gestores de Institucionais e Economia Social e 9 gestores de Grandes Empresas. Em 2016, foi criada a Direo

    Comercial da Economia Social e do Setor Pblico com o objetivo de passar a disponibilizar um servio de

    exclusividade a estes dois segmentos de clientes. Relativamente rede de Particulares, numa tica

    estratgica de reorganizao comercial, a rede de gestores Top Premium foi descontinuada em 2016.

    N. de gestores por segmento de clientes

    Valor %

    Empresas 292 299 7 2,4

    Institucionais e Economia Social (a) 28 31 3 10,7

    Grandes Empresas 9 9 0 0,0

    Pequenas e Mdias Empresas 76 73 (3) (3,9)

    Pequenos Negcios 179 186 7 3,9

    Particulares 192 204 12 6,3

    Top Premium 9 0 (9) -

    Premium 183 204 21 11,5

    Total de gestores 484 503 19 3,9

    (a) Inclui os gestores de Microcrdito.

    Nota: No considera gestores de acompanhamento preventivo de crdito.

    Variao2015 2016

    CANAIS COMPLEMENTARES

    No final de 2016, a CEMG registava 1.048 mquinas instaladas no parque de mquinas ATM Automated

    Teller Machine, 416 instaladas em balces e 632 disponveis em locais externos.

    Em termos lquidos, o nmero de mquinas em 31 de dezembro de 2016 representou uma reduo de 59

    unidades, quando comparado com o nmero do final do ano de 2015 (1.107), para o que contribuiu o

    encerramento de balces no exerccio de 2016, determinando a retirada dos respetivos equipamentos.

    Importa realar, contudo, que devido concretizao de instalaes de ATMs em novos locais externos e ao

    continuado reajuste do parque de mquinas disponveis

    no mercado nacional prosseguido pela Rede Global SIBS,

    do qual resultou uma reduo de 272 mquinas para um

    total de 12.165, apenas se verificou um decrscimo de

    0,45 p.p. da quota de mercado da CEMG, a qual atingiu

    8,55%.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 22

    No que respeita rede interna de ATM Chave24, o nmero total de mquinas acompanhou o reajuste da

    rede de balces, pelo que totalizou 294 mquinas instaladas.

    O Parque de Terminais de Pagamento Automtico (TPAs) da CEMG cresceu 7,4% em 2016, mantendo a

    tendncia de crescimento j verificada no ano transato. Acresce, ainda, que o mercado nacional apenas

    registou um aumento de 6,1%, o que permitiu CEMG incrementar a sua quota de mercado de 6,9% no

    final de 2015 para 7,0% em 31 de dezembro de 2016.

    O negcio de cartes registou em 2016, um aumento na quantidade de cartes em 1,45%1, tendo o mercado

    registado uma reduo de 0,58%. Ao nvel das transaes, face a 2015, registou-se um aumento de 10,6%

    que compara com um crescimento do mercado de 11,7%, enquanto em relao ao valor transacionado, os

    cartes da CEMG tiveram um aumento de 11,0% em 2016, que compara com 22,0% no mercado.

    Entre o final de 2015 e o incio de 2016, a plataforma Montepio Trader foi renovada, tornando-se ainda mais

    acessvel, verstil, robusta e intuitiva sendo

    que, a par dessa renovao, tambm a

    imagem associada foi modernizada,

    passando a designar-se Montepio Trader

    Go.

    Atravs da plataforma online de trading Montepio Trader Go, possvel aceder a 22 das principais bolsas

    mundiais, negociar sem intermedirios e ter acesso a um conjunto alargado de instrumentos financeiros com

    cotaes em tempo real com o auxlio de ferramentas tcnicas grficas avanadas, a estudos de mercado e

    a notas de research dirias.

    Durante o ano de 2016, foram realizadas 26 aes de formao/workshops, 6 para colaboradores e 20

    direcionadas para clientes, de norte a sul do pas, dando a conhecer a ferramenta e as suas funcionalidades.

    A plataforma de trading que o Montepio disponibiliza aos seus clientes continua a assumir uma posio de

    destaque no setor financeiro nacional tendo estado associada, em 2016, ao The Trading Game, uma

    competio de negociao de instrumentos financeiros (em ambiente real e de simulao). Esta iniciativa,

    destinada aos alunos da Universidade de Coimbra, permitiu aos estudantes completarem e enriquecerem os

    seus conhecimentos na rea.

    REDE DE DISTRIBUIO EXTERNA

    Em 2016, a CEMG manteve o crescimento da atividade da rede de distribuio externa, sustentado nas

    parcerias estabelecidas com promotores comerciais e assurfinance. Em termos de organizao interna, a

    integrao da rede de promotores assurfinance no Departamento de Promotores permitiu dotar este canal

    de uma estrutura de maior dimenso e obter sinergias atravs de uma gesto unificada e com ganhos de

    eficincia. No mbito da atividade deste canal, estes parceiros demonstraram uma elevada capacidade de

    atrao e reteno de recursos, com uma variao lquida anual na ordem dos 13%.

    1 Dados SIBS

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 23

    NVEL DE SERVIO

    A CEMG desenvolve a sua atividade destacando-se pela sua experincia e singularidade, tendo como foco

    responder e acompanhar as necessidades financeiras dos seus Clientes.

    Neste sentido foram desenvolvidos os seguintes servios:

    Montepio24 Novo mecanismo de autenticao

    O Montepio24 adotou um sistema de autenticao

    utilizado nos canais Net24 e Netmvel24, tendo por base

    mensagens SMS: o SMS Code. Este servio caracteriza-se

    pelo envio de um SMS com um cdigo de confirmao para o telemvel do cliente para validao de

    operaes de transferncias e pagamentos de servios, utilizvel uma nica vez e para uma nica

    operao. Este mecanismo permite aumentar o nvel de segurana das operaes efetuadas atravs dos

    canais distncia, ao mesmo tempo que concilia a simplicidade e rapidez.

    Transformao Digital A preparar o futuro. Agora.

    A transformao digital assume-se hoje como um fator crtico e estratgico para a afirmao das marcas

    junto dos clientes, de forma relevante e geradora de inovao. No setor bancrio, a transformao digital,

    ganha especial prioridade dada a emergncia de novos players, que utilizam novas plataformas e novos

    modelos de negcio. Neste mbito foi desenvolvida uma anlise alargada, com identificao das

    tendncias, requisitos e condies para a implementao do

    processo de transformao digital e definio do roadmap que ter

    impactos na eficincia e reduo dos custos, na gerao de valor

    acrescentado e no alcance, fidelizao e reforo da relao com

    os Clientes.

    SEPA CT Pagamento e Transferncias: Mais fcil, mais rpido, mais digital

    Em 2016 foi implementada a contratualizao online atravs do Net24 Empresas do protocolo SEPA CT

    Pagamentos e Transferncias, com o objetivo de facilitar a realizao

    de operaes de gesto de tesouraria fundamentais para este

    segmento, como pagamentos de ordenados e a fornecedores. Num

    mundo cada vez mais digital, em que os negcios exigem mais

    celeridade e mobilidade por parte dos nossos clientes, esta nova

    funcionalidade vem contribuir para que o cliente no tenha de se

    deslocar aos balces Montepio.

    SIM Sistema de Informao Montepio - Abertura de Contas

    Nova Plataforma de Balces destinada a otimizar a atividade

    comercial, servindo as novas necessidades de negcio. Adequando

    um sistema moderno s operaes realizadas nos balces, esta

    plataforma contribui para uma maior otimizao dos procedimentos,

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 24

    eliminao de redundncias e acompanhamento da rede ao longo das diversas jornadas de atendimento.

    As principais funcionalidades esto associadas abertura e manuteno/ atualizao da informao do

    Cliente, bem como de abertura de Conta de Depsitos Ordem.

    DISTINO DO SERVIO PRESTADO

    A CEMG voltou a conquistar, em 2016, pelo segundo ano consecutivo, a certificao Cinco Estrelas, com a

    plataforma de Internet Banking Net24 Particulares com uma classificao global

    de 7,96 (mximo de 10), sendo considerado pelos consumidores como muito bom.

    Este prmio atribudo pelos utilizadores do servio, mas tambm pelos

    consumidores portugueses, onde so avaliadas vrias dimenses, tais como:

    Satisfao, Preo-Qualidade, Inteno de recomendao, Confiana na Marca e

    Inovao.

    GESTO DE RECLAMAES

    A CEMG dedica-se continuamente a prestar aos seus clientes, servios de qualidade, com base em elevados

    padres ticos, encarando todas as reclamaes apresentadas como uma oportunidade de melhoria contnua

    da qualidade de servio e de aprofundamento das relaes com os clientes.

    A gesto das reclamaes da competncia do Gabinete de Provedoria do Cliente, que tem como misso

    propor e dar cumprimento Poltica de Tratamento e Gesto de Reclamaes do Grupo CEMG, assegurando

    a receo e tratamento das mesmas, bem como a respetiva resposta ao Reclamante e/ou Entidades de

    Superviso (Banco de Portugal, Comisso do Mercado de Valores Mobilirios, entre outras).

    Em 2016, registou-se um aumento do nmero total de processos de reclamao, incluindo insistncias dos

    reclamantes e reguladores, de 17,6%,

    quando comparado com o nmero apurado

    em 2015, para o que contribuiu o incremento

    do nmero de reclamaes apresentadas

    atravs do Banco de Portugal e via Livro de

    Reclamaes.

    Em relao ao prazo de resposta, importa referir que 42% das novas reclamaes foram alvo de resposta

    num prazo igual ou inferior a 5 dias teis. O prazo mdio de resposta total situou-se nos 14 dias teis. No

    que respeita s reclamaes efetuadas via Banco de Portugal e via Livro de Reclamaes, o prazo mdio de

    resposta situou-se entre 8 e 18 dias teis, respetivamente, abaixo dos prazos legalmente exigidos.

    Valor %

    Total de Reclamaes 4 388 5 160 772 17,6

    Banco de Portugal (RCO) 575 712 137 23,8

    Livro de Reclamaes (RCL) 482 587 105 21,8

    Nota: Reclamaes relativas ao Grupo CEMG. Inclui insistncias.

    2015 2016Variao

    Indicadores sobre Reclamaes

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 25

    As reclamaes relacionadas com Contas de Depsitos

    Ordem e com transaes efetuada com cartes so os

    assuntos que apresentam maior percentagem de

    reclamaes, ascendendo a 51%.

    Atendendo qualidade, transparncia e rigor que as

    Instituies de Crdito devem imprimir na comercializao

    dos seus produtos e servios, a Provedoria do Cliente

    promove, de forma continuada, recomendaes e alertas

    vrios, tendentes a eliminar, na gnese, as causas das

    reclamaes apresentadas.

    42%

    46%

    12%

    Novas Reclamaes - Prazo mdio de resposta (dias teis)

    5 dias >5 e 30 dias > 30 dias

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 26

    SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL

    A CEMG tem a sua origem e natureza intimamente ligadas a finalidades mutualistas que lhe conferem

    caractersticas nicas e um posicionamento singular orientado para a Responsabilidade e Economia Social,

    diferenciando-a, deste modo, no setor financeiro nacional e na sociedade portuguesa.

    Neste mbito, ao longo de 2016, foram vrios os projetos e iniciativas apoiadas pela CEMG, conforme de

    seguida se sistematizam:

    Programa Acredita Portugal

    A CEMG associou-se, enquanto main sponsor, ao concurso promovido pela Associao Acredita Portugal,

    na sua 7 edio. Este concurso, que agora se designa Montepio Acredita Portugal, tem como objetivo apoiar

    ideias, projetos e negcios promissores de qualquer cidado, independentemente da idade e do nvel de

    formao. A participao permite o contacto direto entre candidatos, especialistas e mentores, investidores,

    assim como o acesso a formao

    personalizada e ainda a oportunidade

    de integrar um programa de pr-

    acelerao. Esta parceria, que se

    estende aos prximos trs anos, vem

    reforar a importncia do

    empreendedorismo e da Economia

    Social para a CEMG.

    The Trading Game Promoo da literacia financeira

    A plataforma de online trading Montepio Trader marcou

    presena junto do pblico universitrio ao apoiar a realizao

    do The Trading Game, competio de negociao de

    instrumentos financeiros (cash e no cash) realizada entre

    abril e maio e que reuniu cerca de 600 estudantes da

    Universidade de Coimbra, representando mais de 58 mil

    horas de negociao online. A iniciativa, desenvolvida

    exclusivamente em suporte eletrnico, permitiu aos alunos

    universitrios competir ao longo de oito semanas e concorrer a trs estgios profissionais, remunerados,

    realizados na Sala de Mercados da CEMG. Estes estgios proporcionaram aos estudantes completarem e

    enriquecerem o conhecimento terico adquirido.

    Compromisso para a promoo da igualdade e conciliao Trabalho / Famlia

    A CEMG firmou, no incio de 2016, o Acordo de Adeso ao Frum Empresas para a Igualdade (IGEN),

    assumindo novo compromisso na promoo da igualdade de gnero e na conciliao trabalho/famlia

    enquanto fator de sustentabilidade da sociedade, alinhando as boas prticas ao nvel da misso,

    remuneraes, progresses na carreira, contratao coletiva e processos de dilogo.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 27

    Associao CAIS

    A CEMG assumiu durante dois anos (2016-2017) o patrocnio do Projeto Futebol

    de Rua, na qualidade de Local Sponsor. O "Projeto Futebol de Rua", promovido

    pela Associao CAIS, visa a prtica desportiva e a utilizao do desporto como

    estratgia inovadora de interveno, na promoo da incluso social, contando

    com o apoio do Programa Football For Hope da FIFA, da Secretaria de Estado do

    Desporto e Juventude/Instituto Portugus da Juventude e do Desporto, do

    Programa Nacional de Desporto para Todos e do Montepio.

    Liga dos Bombeiros Portugueses

    O denominado Reagir nos momentos difceis faz a diferena desenvolveu no mbito do setor social um

    programa de apoio s vtimas dos incndios de vero, com iniciativas que se estendiam do crdito habitao

    ao financiamento a empresas e ativao de um

    fundo social para a Liga dos Bombeiros

    Portugueses, comunicado atravs de meios

    prprios e de uma campanha no Facebook.

    Apoio Cultura

    Desde 2014, a CEMG apoia os D.A.M.A aproximando-se de um pblico mais jovem e aportando marca

    Montepio as caractersticas de jovialidade e dinamismo

    necessrias ao futuro. Entre as centenas de concertos

    realizados pela banda, destacam-se as emblemticas

    atuaes nos pavilhes Meo Arena, em Lamego e na Maia,

    onde a marca Montepio incrementou a sua notoriedade

    junto dos milhares de portugueses que assistiram queles

    concertos.

    http://intranet.montepio.com/noticias/PublishingImages/14set16CARTAZfutebol.jpg
  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 28

    ENQUADRAMENTO MACROECONMICO O crescimento estimado para a economia mundial em 2016 foi sendo, consecutivamente, revisto em baixa

    ao longo do ano. J em janeiro de 2017, o FMI manteve o crescimento de 3,1% para 2016, em desacelerao

    face aos 3,2% de 2015. A atividade econmica mundial manteve-se, assim, moderada, com o crescimento

    das economias emergentes e em desenvolvimento ainda responsveis por mais de 70% do crescimento

    global a estabilizar nos 4,1%, aps cinco anos consecutivos a abrandar, enquanto as economias avanadas

    continuaram a crescer de forma moderada, devendo ter abrandado de 2,1% para 1,6%. Para 2017, o FMI

    prev uma acelerao do crescimento mundial para 3,4%.

    ZONA EURO

    A economia da Zona Euro prosseguiu em 2016, com um crescimento do PIB de +1,7%, inferior face ao ano

    anterior, mas encetando, na 2. metade do ano, uma trajetria de acelerao do crescimento em cadeia,

    depois do abrandamento observado no 2. trimestre. Refletindo a gradual recuperao da economia, a taxa

    de desemprego prosseguiu a tendncia de ligeira melhoria iniciada em meados de 2013, tendo descido de

    10,9% em dezembro de 2015 para 9,6% em dezembro de 2016.

    A taxa de inflao (medida pela variao homloga do IHPC) permaneceu bastante baixa ao longo de grande

    parte de 2016, passando de 0,2% em dezembro de 2015, para 1,1% em dezembro de 2016, permanecendo

    ainda abaixo do objetivo de mdio prazo do Banco Central Europeu (BCE) de 2,0%. Com os objetivos de

    combater o risco de inflao baixa durante um perodo demasiado longo, de dinamizar os fluxos de crdito

    economia real e, dessa forma, estimular a economia, o BCE voltou a adotar, ao longo de 2016, vrias

    medidas expansionistas, tendo decidido em maro baixar em 5 p.b. a refi rate, fixando-a em 0,00%, e a taxa

    de juro aplicvel facilidade permanente de cedncia de liquidez, de 0,30% para 0,25%, bem como reduzir

    em 10 p.b. a taxa de juro da facilidade permanente de depsito para -0,40%, renovando mnimos histricos

    em todas as taxas. Em maro, o BCE decidiu tambm reforar o seu programa alargado de compra de ativos

    (dvida privada e pblica), atravs de uma poltica de Quantitative Easing (QE), aumentando o ritmo mdio

    de compras mensais dos anteriores 60 mil milhes de euros (mM) para 80 mM, tendo posteriormente, em

    -2

    -1

    0

    1

    2

    3

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    201

    3

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    5

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    6

    (tvma, %)

    Produto Interno Bruto (PIB)

    Mundo Zona Euro Portugal

    Fonte: Thomson Reuters e FMI.

    3

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    201

    6

    (tma, %)

    Taxa de Desemprego

    Mundo Zona Euro Portugal

    Fonte: Thomson Reuters e International Labour Org. (ILO).

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 29

    dezembro, alargado o prazo de vigncia do programa, de maro de 2017 para dezembro de 2017, embora

    com o ritmo mdio de compras mensais a ser reduzido a partir de abril, de 80 mM para 60 mM.

    PORTUGAL

    Aps trs anos de recesso, a economia portuguesa regressou ao crescimento em 2014 (+0,9%) e em 2015

    deu continuidade ao processo de gradual recuperao, crescendo 1,6%. Na primeira metade de 2016, o PIB

    prosseguiu a recuperao, apresentando crescimentos modestos em cadeia de apenas 0,2% no 1. e 2

    trimestres, mas crescendo a ritmos mais expressivos durante o 2. semestre (0,9% no 3. trimestre e 0,7%

    no 4. trimestre), observando no total de 2016 uma desacelerao do crescimento mdio anual, para 1,4%.

    A atividade econmica foi suportada, unicamente, pela procura interna, que apresentou um contributo

    positivo de 1,5 p.p., com o abrandamento deste contributo (+2,6 p.p. em 2015) a refletir a reduo do

    investimento e, em menor grau, a desacelerao do consumo privado. O consumo privado expandiu 2,3%

    (+2,6% em 2015) e o consumo pblico 0,5% (+0,7% em 2015), ao passo que o investimento em capital

    fixo (FBCF) contraiu 0,1%, depois de ter crescido 4,5% em 2015, e a variao de existncias teve um

    contributo negativo de 0,1 p.p., depois do contributo nulo apresentado em 2015. J as exportaes lquidas

    apresentaram um contributo ligeiramente negativo de 0,1 p.p., penalizando a atividade econmica pelo 3.

    ano consecutivo, mas a um ritmo bem inferior ao apresentado nos dois anteriores (-1,0 p.p. em 2015 e -1,4

    p.p. em 2014). No obstante as exportaes terem subido em 2016 os mesmos 4,4% (+6,1% em 2015) que

    as importaes (+8,2% no ano anterior), o facto de existir um dfice da balana de bens e servios a preos

    constantes implicou um maior crescimento absoluto das importaes face s exportaes. Note-se que a

    recuperao econmica tem continuado a ser sustentada pelas exportaes, que terminaram o ano passado

    36,9% acima dos nveis pr-programa de ajustamento (2010). Para este ano perspetiva-se um regresso s

    aceleraes, apontando-se para um crescimento mdio anual de 1,8%, acima dos 1,5% constantes do

    Oramento de Estado para 2017 (OE 2017).

    O processo de ajustamento oramental continuou ao longo de 2016. Assim, depois do dfice oramental de

    4,4% do PIB observado em 2015, em diminuio face ao dfice de 7,2% registado em 2014 a operao

    de resoluo do Banif teve um impacto de 1,4% do PIB , os dados, na tica da contabilidade nacional

    referentes a 2016, vieram dar conta de um dfice de 2,0% do PIB, que foi determinado por um aumento da

    receita total (+0,9%) e uma diminuio da despesa (-3,8%). O dfice de 2,0% est abaixo dos 2,4%

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 30

    constantes do OE 2017, uma melhoria superior inicialmente esperada e que beneficiou, em grande medida,

    do encaixe com o programa de regularizao de dvidas ao fisco e segurana social (PERES).

    A taxa de poupana registou, depois, uma ligeira subida para 4,4% no 2. trimestre e para 4,6% no 3.

    trimestre de 2016, mas voltando a descer para 4,4% no 4 trimestre.

    Ao nvel do mercado laboral, a taxa de desemprego diminuiu de 12,4% em 2015 para 11,1% em 2016, dando

    continuidade tendncia de reduo desde o pico mximo histrico atingido no incio de 2013 (17,5%),

    perspetivando-se uma nova queda em 2017 (para 10,3%, em linha com o constante no OE 2017).

    A inflao, medida pela variao mdia anual do ndice de preos no consumidor (IPC), foi de 0,6% em 2016,

    acelerando ligeiramente face aos 0,5% observados em 2015 (-0,3% em 2014, +0,3% em 2013 e +2,8% em

    2012).

    MERCADO IMOBILIRIO PORTUGUS

    A desalavancagem do setor imobilirio implementada, em 2010, no mbito do acordo com a Troika criou

    uma dinmica negativa entre o incumprimento, a queda nos preos das casas, a deteriorao no preo dos

    ativos, a menor concesso de crdito e a recesso. Deste modo, o setor da construo tem sido dos mais

    pressionados, embora com o respetivo VAB a regressar aos crescimentos (marginais) em 2015, tendo subido

    0,04%, depois de, em 2014, ter contrado 8,4%. J em 2016, o VAB do setor caiu 1,8% em termos mdios

    anuais, no obstante ter apresentado um intenso crescimento em cadeia, de 6,7% no 4. trimestre, mas

    depois de trs trimestres de contrao (-0,8% no 1. trimestre, -3,4% no 2. trimestre e -0,6% no 3.

    trimestre). O ndice de preos da habitao (IPHab) registou um crescimento homlogo de 7,6%, no 4.

    trimestre de 2016, um valor semelhante ao observado no trimestre anterior e representando o 13. acrscimo

    consecutivo, aps ter-se mantido em queda entre o 4. trimestre de 2010 e o 3. trimestre de 2013, tratando-

    se do mais elevado ritmo de crescimento da atual srie do INE (iniciada em 2010) e que se estima tratar-se

    do crescimento mais elevado desde o 4. trimestre de 2000 (+8,8%), a avaliar pela srie mais longa

    construda pelo Montepio com base em ndices anlogos disponibilizados por outras entidades. Face ao

    trimestre anterior, o IPHab registou uma subida de 1,2% no 4. trimestre de 2016 (+1,3% no trimestre

    anterior), renovando nveis mximos histricos.

    OUTRAS ECONOMIAS

    Em Angola, a economia tem sido gravemente afetada pelos preos, ainda baixos, do petrleo. De acordo

    com as contas nacionais trimestrais divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatstica de Angola, a economia

    apresentou contraes homlogas do PIB de 1,9%, 7,8% e 4,3%, no primeiro, segundo e terceiro trimestres

    de 2016, respetivamente. Refletindo esses dados, o crescimento do PIB em 2016 foi revisto em forte baixa,

    estimando-se uma queda de 3,0%, um valor bem inferior ao acrscimo de 1,1% defendido pelo Governo no

    Oramento Geral do Estado Revisto 2016 (OGER 2016) e tambm abaixo dos 0,0% previstos pelo FMI (16

    de outubro de 2016). Depois de uma taxa mdia anual de inflao de 10,2% em 2015 (+7,3% em 2014),

    registou-se, em 2016, um novo agravamento e numa intensidade ainda superior, para 32,1%, um valor

    mximo desde 2004 (+43,5%), com a inflao a manter-se, assim, pelo 2. ano consecutivo,

    significativamente acima do objetivo de inflao [+7,0%; +9,0%] do Banco Nacional de Angola (BNA), com

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 31

    a depreciao acentuada do kwanza face ao dlar, desde os finais de 2014, a constituir-se como um dos

    principais fatores para esta forte presso sobre os preos internos.

    Em 2016, o PIB de Moambique registou um crescimento de 3,3%, representando o mais baixo ritmo desde

    2000 (+1,7%). O abrandamento da economia moambicana tem vindo a refletir: i) a queda das receitas

    externas do pas, devido aos baixos preos globais das commodities, especialmente do alumnio e carvo, os

    principais produtos de exportao do pas; ii) a desacelerao do investimento direto estrangeiro (IDE),

    causados, em parte, pelos baixos preos das commodities; iii) uma poltica oramental mais restritiva, com

    uma queda das despesas pblicas; iv) a baixa produo agrcola devido passagem do "El Nio", que

    tambm resultou em aumento das presses inflacionistas; v) a escalada da tenso poltica e militar no pas.

    A inflao (medida pelo IPC na cidade de Maputo) ascendeu a 19,3% em 2016, em acelerao face aos 2,4%

    em 2015 (+2,3% em 2014), tratando-se de um nvel mximo desde 1996.

    Em Cabo Verde, a taxa de crescimento do PIB atenuou depois da crise internacional, observando-se um

    crescimento mdio anual de apenas 1,9% entre 2010 e 2016, bem abaixo dos 7,4% observados entre 1993

    e 2008. A taxa de variao homloga do IPC foi de -0,4% em dezembro de 2016 e a taxa de inflao mdia

    de 2016 de -1,4%, inferior registada em 2015 (+0,1%).

    MERCADOS FINANCEIROS

    Em termos de movimentos nos mercados financeiros, no conjunto de 2016, registaram-se maioritariamente

    subidas nos principais ndices acionistas mundiais, com alguns a baterem mximos histricos, nomeadamente

    os americanos, onde o principal ndice (S&P 500) subiu 9,5%. Na Europa, registaram-se comportamentos

    tambm maioritariamente positivos, com o Eurostoxx 50 a subir 0,7% e o britnico FTSE 100 a avanar

    14,4% (no obstante o Brexit), mas o PSI-20 perdeu 11,9%, acompanhando as descidas dos ndices de

    Espanha e Itlia. Na sia observaram-se subidas no Japo, na ndia e em Hong-Kong, mas uma descida na

    China. Na Amrica Latina, o comportamento tambm foi positivo.

    As yields da dvida pblica de referncia observaram descidas na Alemanha e subidas nos EUA. O movimento

    das primeiras (-42 p.b. quer nos 10 anos, quer nos dois anos) no foi uniforme, designadamente ao nvel da

    dvida a 10 anos, com descidas nas yields at meados do ano, seguida de uma tendncia de subida at

    praticamente o final do ano.

    No Mercado Monetrio Interbancrio (MMI), as taxas do dlar (Libor) subiram em todos os prazos, mas

    abaixo da subida de 25 p.b. efetuada, em 14 de dezembro, pela Fed na fed funds target rate, j que, no

    incio de 2016, o mercado esperava mais do que uma subida de taxas ao longo do ano. J as taxas do euro

    (Euribor) renovaram mnimos histricos, refletindo a poltica monetria expansionista do BCE, e apresentaram

    valores negativos ao longo de todo o ano nos trs e seis meses (a Euribor a 3 meses desde 21/04/2015 e a

    Euribor a 6 meses desde 06/11/2015) e tambm nos 12 meses a partir de 05/02/2016.

    Os spreads da dvida pblica a 10 anos dos pases perifricos da Zona Euro subiram em Portugal, Itlia e

    Espanha, respetivamente, em 167 p.b., 64 p.b. e 3 p.b., enquanto os spreads da Grcia e da Irlanda desceram

    76 p.b. e 3 p.b., respetivamente.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 32

    No mercado cambial, a taxa de cmbio efetiva nominal do euro (EUR) subiu 1,9% em 2016, afastando-se

    um pouco mais dos nveis mnimos desde maio de 2002 registados no 2. trimestre de 2015. O EUR caiu

    2,9% face ao dlar (USD), mas ganhou 19,4% em relao libra (GBP).

    PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS EM 2017

    Para 2017, o FMI prev uma acelerao do crescimento mundial para 3,4%, depois dos 3,1% estimados para

    2016 (+3,2% em 2015). Os EUA e a ndia devero acelerar, a Rssia e o Brasil devem sair da recesso, mas

    a China, a Alemanha, a Espanha e o Reino Unido devero crescer menos do que em 2016. Apesar da incerteza

    que envolve a poltica da nova Administrao Trump nos EUA e das suas ramificaes globais, o FMI prev

    um crescimento de 2,3% em 2017 e de 2,5% em 2018, projees mais elevadas do que as efetuadas em

    outubro. Na Zona Euro, apesar dos riscos financeiros e do impacto da negociao do Brexit, o FMI reviu em

    alta, em mais uma dcima o crescimento em 2017, mas aponta para uma descida do ritmo anual de 1,7%

    em 2016 para 1,6% nos dois anos seguintes.

    Em janeiro de 2017, o FMI considerou que existem riscos para as perspetivas de crescimento global mas

    identificou algum enviesamento para o lado negativo, especialmente a mdio prazo:

    Os recentes desenvolvimentos indicam que existe um desgaste do consenso poltico que se foi

    formando relativamente aos benefcios da integrao econmica transfronteiria;

    Nas economias avanadas, onde os balanos continuam a exibir imparidades, uma carncia

    prolongada na procura privada e insuficientes progressos nas reformas (inclusive reformas para

    consolidar os balanos dos bancos) pode levar a um crescimento permanentemente mais baixo e

    inflao, com implicaes negativas para a dinmica da dvida;

    Os desafios associados sada da recesso por parte do Brasil e da Rssia, que viveram dois anos

    de recesso, com impacto no aumento da taxa de desemprego e dos riscos associados instabilidade

    do sistema financeiro;

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 33

    Permanecem ainda diversas vulnerabilidades em algumas outras grandes economias emergentes. A

    elevada dvida das empresas, a diminuio da rendibilidade, a ainda fraca robustez dos bancos mais

    fracos e as menores margens ao nvel dos instrumentos de poltica econmica implicam que as

    economias ainda estejam expostas a condies financeiras adversas, reverses dos fluxos globais de

    capitais e s implicaes decorrentes das anteriores fortes depreciaes das suas moedas;

    Riscos geopolticos e um conjunto de outros fatores no econmicos continuam a pesar sobre as

    perspetivas em vrias reas - guerras civis e os conflitos internos em partes do Mdio Oriente e em

    frica, a trgica situao dos refugiados e migrantes nos pases vizinhos e na Europa, os atos de

    terrorismo um pouco por todo o mundo, os efeitos de uma seca prolongada na frica oriental e

    austral, bem como a propagao do vrus Zika; e

    Do lado positivo, o impacto das medidas de estmulos atividade nos EUA e/ou na China poder ser

    superior ao que foi incorporado nas atuais previses do FMI, o que tambm resultaria numa maior

    procura dirigida aos seus parceiros comerciais, a menos que estas consequncias positivas sejam

    temperadas por polticas comerciais protecionistas.

    Para a economia portuguesa, existe o risco do desempenho econmico poder ficar abaixo do esperado, bem

    como um dfice pblico superior ao esperado, podendo tal vir a refletir-se em possveis descidas do rating

    do pas. Um eventual downgrade traria dificuldades de acesso do sistema financeiro portugus ao

    financiamento externo, designadamente do proveniente do BCE.

    Paralelamente, apesar do processo continuado de desalavancagem do setor privado no financeiro nos

    ltimos anos, este encontra-se ainda bastante endividado, pelo que o esforo de diminuio do nvel de

    dvida ter que prosseguir, de modo a permitir que os principais agentes econmicos, famlias e empresas

    no-financeiras, sejam capazes de continuar a fazer face s suas responsabilidades. Caso o processo de

    desalavancagem no prossiga, o risco de acrscimo do incumprimento de crdito poder aumentar, com

    impacto negativo sobre a qualidade dos ativos dos bancos.

    Adicionalmente, existem os riscos associados a um eventual agravamento da volatilidade dos mercados

    financeiros e nvel global, que teriam naturalmente repercusses ao nvel das condies de financiamento

    das chamadas economias perifricas, com repercusses na situao de liquidez dos respetivos sistemas

    financeiros. Entre os riscos e fatores potencialmente geradores de uma eventual maior volatilidade dos

    mercados financeiros est, naturalmente, a possibilidade de os efeitos do Brexit poderem vir a revelar-se

    mais negativos do que o que tem vindo a ser admitido. Os reais efeitos do Brexit sero sentidos ao longo do

    tempo, adicionando elementos de incerteza econmica e poltica sobre o panorama econmico global. Esta

    possibilidade de incerteza adicional, por sua vez, poder potenciar uma resposta mais amplificada dos

    mercados financeiros a eventuais choques negativos, como prprio nos perodos de elevada incerteza. Mas,

    para alm dos referidos riscos associados ao Brexit, existe ainda um conjunto de outros riscos associados

    economia global e que podero tambm afetar o regular funcionamento do sistema financeiro global e

    nacional, riscos que podero ser ainda mais exacerbados com o Brexit. Entre estes, destaque para o legado

    de problemas por resolver no sistema bancrio europeu, com o FMI, recentemente, a destacar tambm a

    situao dos bancos italianos, com este legado de problemas a constituir, em si, um dos riscos que a

    economia mundial enfrenta em 2017.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 34

    ESTRATGIA E REAS DE NEGCIO

    ESTRATGIA

    O Plano Estratgico da CEMG para o trinio 2016-2018 tem como objetivo assegurar a sustentabilidade,

    suportada no ajustamento do modelo de negcio e na abordagem ao mercado, e reforar os nveis de capital

    e liquidez, definindo como prioridades de atuao o reforo da proposta de valor, a eficincia da plataforma,

    o reforo da gesto do risco, a gesto do capital humano, a gesto do capital e o posicionamento institucional.

    As Linhas de Orientao Estratgica para o trinio 2016-2018 assentam em sete eixos principais: na

    recuperao do produto bancrio core, na melhoria da eficincia, no reforo de liquidez, no reforo da gesto

    do risco, na adequao do capital s necessidades do grupo, na gesto de talentos e na consolidao do

    modelo corporativo.

    Para a concretizao da estratgia e a respetiva implementao dos objetivos estratgicos, foi aprovado em

    28 de dezembro de 2016, em Assembleia Geral Ordinria, o Programa de Ao e Oramento para 2017, que

    contempla as seguintes medidas de ao:

    Reorientar o balano por forma a reforar os proveitos lquidos provenientes do negcio de

    intermediao financeira, pilar essencial do negcio core;

    Reforar o contributo do comissionamento dos servios financeiros para os resultados;

    Otimizar a rede comercial e os servios centrais;

    Reduzir custos com fornecimentos e servios externos;

    Reduzir o custo do risco atravs do esforo combinado de uma melhor originao do novo crdito e

    de um aumento dos nveis de recuperao;

    Implementar uma gesto integrada de imveis;

    Preservar uma composio de ativos rentveis e lquidos;

    Aumentar a captao de depsitos;

    Racionalizar a carteira de participaes;

    Reduzir gradualmente os ativos ponderados pelo risco como forma de reforar a adequao do

    capital econmico afeto ao negcio;

    Rever o sistema de avaliao de desempenho;

    Lanar um plano de formao;

    Alocao justa dos custos e benefcios entre CEMG e AM;

    Desenvolver e consolidar o modelo de governo.

    Ao longo do primeiro trimestre de 2017, o Conselho de Administrao Executivo realizou diversos roadshows

    pelo pas, com o objetivo de apresentar a todos os colaboradores o Plano de Ao para o ano em curso. Os

    novos desafios, o caminho estratgico que a CEMG pretende seguir e a importncia do contributo de cada

    colaborador para a concretizao destes objetivos constituram os principais tpicos abordados nesses

    encontros.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 35

    Este Plano de Ao e Oramento poder conter alguns riscos de execuo quanto concretizao das suas

    metas globais, designadamente face materializao de um cenrio macroeconmico desfavorvel, e

    persistncia de alguma instabilidade ao nvel da Unio Europeia e dos pases que integram a zona euro, bem

    como noutras geografias a que a instituio est exposta.

    Para o cumprimento dos Objetivos Estratgicos para o trinio 2016-2018 e das medidas contempladas no

    Plano de Ao e Oramento para o ano de 2017, tm vindo a ser implementadas diversas iniciativas que

    permitiram, designadamente, o reforo do capital, a consolidao do modelo de governo, a otimizao da

    rede comercial e dos servios centrais, o redimensionamento do nmero de colaboradores e o lanamento

    de um plano de formao com a criao da Academia Montepio, privilegiando o investimento no

    desenvolvimento e na promoo do talento dos colaboradores da instituio.

    Adicionalmente esto a ser desenvolvidas outras iniciativas e planos de ao com vista ao cumprimento das

    restantes medidas previstas para o ano em curso, com reflexo na evoluo da atividade e nos resultados e,

    desta forma, contribuir para o incio de uma trajetria positiva em termos de indicadores de rendibilidade.

    A CEMG procedeu a uma redefinio em termos de posicionamento de mercado, focalizando o negcio nas

    famlias e nas pequenas e mdias empresas (PMEs), a par da Economia Social, e reduziu a exposio do

    balano ao risco imobilirio. O processo continuado de desalavancagem do balano teve resultados positivos,

    permitindo reforos ao nvel do capital e da estabilizao da posio de liquidez, viabilizando uma gesto de

    risco alinhada com o balano da instituio.

    O processo de reestruturao permitiu redues nos custos com pessoal e nos gastos gerais administrativos

    em 2016, comparativamente ao perodo homlogo de 2015. Para esta evoluo contriburam medidas ao

    nvel da massa salarial, as renegociaes de contratos de outsourcing, nomeadamente de telecomunicaes,

    seguros e eletricidade, entre outros, e o redimensionamento da rede comercial e a reorganizao e

    concentrao dos servios centrais.

    Em 2016 registou-se uma melhoria nos principais indicadores, designadamente no produto bancrio core,

    suportado pelo desempenho da margem financeira e das comisses lquidas, no rcio de transformao dos

    depsitos em crdito, na recuperao do crdito e na reduo dos custos operacionais.

    Ainda no mbito do processo de reestruturao, e com a finalidade de mitigar o risco operacional e reduzir

    a exposio a frica, onde detm 81,6% do Finibanco Angola e 45,8% do BTM Banco Terra em

    Moambique, a CEMG est a desenvolver aes tendentes a encontrar uma soluo que permitir a

    desconsolidao destas participaes, quer no mbito do projeto ARISE em parceria internacional com o

    Rabobank, o fundo soberano noruegus NORFUND e o banco de fomento holands FMO, quer no mbito de

    outras alternativas que se encontram em desenvolvimento.

    No prximo trinio, os desafios passam por acentuar a CEMG como um banco digital e pela adaptao da

    rede de balces s necessidades dos clientes. Esta mudana, para alm de conferir rede comercial uma

    nova imagem, de inovao e modernidade, visa adequar a estrutura comercial s necessidades e realidade

    dos clientes da CEMG. Esta transformao dever abranger todo o sistema de gesto da rede de balces,

    criando novas funcionalidades nos balces que simplifiquem e tornem mais eficiente a experincia do cliente

    e respondam s expectativas das famlias, da economia social e das pequenas e mdias empresas (PMEs).

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 36

    O processo de modernizao da rede de balces teve incio em fevereiro de 2017, nos balces Lisboa-Castilho

    e Lisboa-Almirante Reis, refletindo o reposicionamento no mercado de retalho, concebido em torno do Cliente

    e da sua melhor experincia, substanciado na assinatura "S um banco diferente nos leva mais longe.

    A modernizao dos 327 balces em Portugal, aps concluso do processo de redimensionamento da rede

    comercial em 2016 com o fecho de 94 balces, pretende refletir o reposicionamento no mercado de retalho

    da CEMG e visa reformular todos os canais, introduzindo melhorias nos j existentes e construindo novos.

    Com a modernizao dos balces, a CEMG espera captar mais clientes e melhorar a relao com os existentes,

    tendo para o efeito, apostado na formao transversal dos seus colaboradores atravs da recentemente

    criada Academia Montepio.

    As alteraes ocorreram tambm nos canais digitais, tendo sido disponibilizado no incio de maro de 2017

    um novo site, com uma identidade grfica renovada e moderna, uma lgica de contedos mais prxima dos

    objetivos, necessidades e motivaes dos clientes da instituio, refletindo a nova imagem e a viso de

    transformao digital orientada para estar mais prximo de Cliente e melhor servi-lo. Ainda no quadrimestre

    a CEMG ir lanar uma nova APP concretizando a viso optichannel dos acessos dos seus clientes.

    A CEMG est a preparar-se para ser uma organizao totalmente Outside-in, que pensa Cliente, vive o Cliente

    e que apresenta ao Cliente a oferta que ele necessita, no momento em que dela precisa. Nesse sentido,

    iniciaram-se j trabalhos com o objetivo de conhecer o Cliente e o Potencial Cliente, e para prestar um servio

    distinto aos Associados, tanto a nvel tecnolgico, como com formao em tcnica de vendas rede

    comercial. Neste contexto, surgiu o Montepio 3C Cultura de Cliente & Comercial, um programa de

    formao em tcnicas de venda com o objetivo que todos os profissionais da rede comercial cuidem do

    Cliente, pensem Cliente e mantenham o foco no Cliente, adotando uma cultura de servicing em todos os

    momentos de contacto com o Cliente.

  • Grupo CEMG | Relatrio e Contas 2016 37

    REAS DE NEGCIO

    O grupo CEMG caracteriza-se por ser um dos principais grupos financeiros portugueses de banca de retalho,

    com a sua atividade core baseada no mercado domstico, desenvolvendo tambm algumas atividades no

    exterior.

    A CEMG apresenta-se como um grupo abrangente e diversificado, atuando no mercado domstico atravs

    da oferta de produtos e servios complementares para Particulares, Empresas, Economia Social, bem como

    atravs da sua participao em outras subsidirias que desenvolvem a sua atividade em Portugal. Ao nvel

    da atividade internacional, a presena da CEMG resulta das participaes detidas nas instituies Finibanco

    Angola, BTM Banco Terra, em Moambique e Banco MG Cabo Verde.

    A atividade core da CEMG centra-se na atividade domstica, sobretudo, na oferta de produtos e servios de

    banca comercial para Particulares e Empresas, nomeadamente na captao de depsitos e na concesso de

    crdito. Em 31 de dezembro de 2016, os depsitos de clientes da CEMG fixaram-se em 12,5 mil milhes de

    euros, com os clientes particulares a representarem 75% deste montante e o crdito a clientes atingiu 15,0

    mil milhes de euros, repartido por 56% de clientes particulares e 44% de clientes empresas.

    56%

    44%

    Estrutura do Crdito31 dezembro 2016

    Particulares Empresas e Institucionais

    75%

    25%

    Estrutura dos Depsitos31 dezembro 2016

    Particulares Empresas e Institucionais

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    ATIVIDADE DOMSTICA

    PARTICULARES

    A estratgia definida para o segmento de Particulares tem

    privilegiado o estmulo poupana das famlias, nomeadamente

    atravs da captao e reteno de recursos, mediante a

    disponibilizao de depsitos a prazo com diferentes caratersticas

    e maturidades.

    Ao longo de 2016 foram lanados novos depsitos com especial

    enfoque para a captao de novos capitais (Montepio Super Depsito 2016, Montepio Super Depsito 9

    Meses, Montepio Super Depsito 4 Meses e Montepio Super Depsito 3 Meses), para a fidelizao de clientes

    (Montepio 4 D) e para incentivar a adeso documentao digital (Montepio Aforro Digital). Destacam-se

    ainda o Depsito Montepio Super Poupana, a 3 anos, com taxa de juro crescente e pagamento semestral

    de juros, e o Montepio Poupana Ativa, depsito que incentiva a constituio de uma poupana atravs de

    um plano de entregas mensais.

    Em 2016, em linha com anos anteriores, manteve-se a oferta de Planos de Poupana Reforma atravs da

    disponibilizao de produtos da Futuro Sociedade Gestora de Fundos de Penses, S.A., com a realizao

    de campanhas ao longo do ano, que procuram incentivar a poupana numa tica de investimento para a

    reforma, atravs de entregas livres ou peridicas. Neste mbito, destaca-se o PPR Garantia de Futuro,

    galardoado com o prmio de Melhor Fundo PPR, atribudo pela APFIPP - Associao Portuguesa de Fundos

    de Investimento, Penses e Patrimnios, em parceria com o Jornal de Negcios, no mbito dos prmios

    Melhores Fundos 2016.

    Em relao disponibilizao de produtos financeiros, em 2016, a CEMG continua a promover a oferta de

    Fundos de Investimento Mobilirio geridos pela Montepio Gesto de Ativos, Sociedade Gestora de Fundos de

    Investimento, S.A., e dois Fundos de Investimento Imobilirio, Finipredial e VIP, geridos por duas outras

    Sociedades Gestoras. Em 2016 o Fundo Mobilirio Montepio Euro Healthcare foi premiado como o Melhor

    Fundo na categoria Outros Fundos de Aes pela segunda vez

    consecutiva, no mbito dos prmios Melhores Fundos 2016,

    galardo atribudo pela APFIPP - Associao Portuguesa de Fundos de

    Investimento, Penses e Patrimnios, em parceria com o Jornal de

    Negcios. Ainda em 2016, foi igualmente premiado o Fundo Mobilirio

    Montepio Taxa Fixa, galardoado como o Melhor Fundo Nacional

    Obrigaes Euro, nos Morningstar Awards Portugal 2016.

    Com vista a responder s necessidades financeiras dos clientes, em 2016 foi tambm dada continuidade

    disponibilizao de quatro Solues Montepio (Consigo, Valor, Runner e Viva), dirigidas a clientes Particulares

    com diferentes perfis de necessidades bancrias, as quais consistem num pacote integrado de produtos e

    servios, com prerio diferenciado.

    No que respeita a solues de financiamento para Particulares destacam-se as solues de crdito individual

    e o crdito habitao. O crdito individual um dos produtos estratgicos para o segmento de Particulares,

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    o qual assinalou um acrscimo da procura em 2016, quando comparado com a procura observada em anos

    anteriores.

    Com o objetivo de tornar a oferta de crdito habitao mais competitiva e adequada atual conjuntura de

    recuperao da atividade do setor imobilirio, foi reformulada a oferta, tendo sido criadas condies especiais

    diferenciadoras de preo e oferta, dirigida a diferentes necessidades dos clientes, nomeadamente para

    aquisio, construo, obras e transferncia de Outras Instituies Crdito, onde se inclui a Reabilitao

    Urbana e os Imveis detidos em carteira, sobre os quais foram revistas as condies com o objetivo de as

    tornar mais concorrenciais.

    Para alm da reformulao da oferta, foram tambm implementados

    desenvolvimentos internos ao nvel dos processos, que permitiram

    oferecer aos Clientes um nvel de servio adequado e diferenciador do

    mercado, com condies especiais de produto, associado a uma

    campanha de comunicao e publicidade assertiva, contribuindo para

    a melhoria dos resultados de negcio.

    Com vista a reforar o posicionamento da marca neste produto-chave foram desenvolvidas duas aes de

    comunicao above the line, as quais estiveram presentes em diferentes meios de comunicao social, no

    1 semestre uma Campanha Institucional Somos um banco Diferente, e no 2 semestre uma campanha

    para divulgar as condies especiais de Crdito Habitao.

    A nvel de informao divulgada no Site Institucional, em 2016, foram efetuadas melhorias no Simulador e

    na descrio da oferta do produto Crdito Habitao, as quais preconizaram simplificar quer a respetiva

    utilizao, quer a consulta de informao disponvel.

    Na rea da bancasseguros, a CEMG, em parceria com as seguradoras

    Lusitania, Lusitania Vida e N Seguros, aprofundou a estratgia relacional,

    promovendo um processo de melhoria contnua dos produtos atravs do

    reforo de coberturas, de simplificao de procedimentos, e de ajustamentos

    de tarifas, com vista satisfao das expetativas de Clientes e Associados.

    Com o intuito de reforar a oferta, foi lanado o Seguro de Sade Flex,

    delineado de forma modular e permitindo uma proteo flexvel e adaptvel

    a cada perfil, perspetivando-se, para 2017, um conjunto de iniciativas na rea

    dos seguros de sade. Paralelamente realizaram-se

    diversas aes de formao destinadas a

    colaboradores, alm de campanhas promocionais de

    suporte ao negcio.

    Super Depsito e Programa de Arredondamento

    Montepio

    Ainda no mbito do reforo da comunicao de poupanas, e com a finalidade de auxiliar a rede comercial a

    concretizar os objetivos de captao de recursos, foram desenvolvidas iniciativas de comunicao associadas

    ao produto estrela do ano e exclusivo para novos capitais, o Super Depsito, bem como a campanha digital

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    por altura da comemorao do Dia Mundial da Poupana, alusiva ao Programa de Arredondamento Montepio.

    Este programa permite reforar, com pouco esforo financeiro, as poupanas dos menores, a partir do

    arredondamento de um determinado valor decorrente de compras, pagamentos de servios ou

    carregamentos de telemveis realizados em territrio nacional atravs do carto de dbito Montepio.

    EMPRESAS

    Em linha com o objetivo estratgico de posicionar a Caixa Econmica Montepio Geral como parceira do

    segmento empresarial, aumentando a quota de mercado e continuando a diversificar a sua atividade, o ano

    de 2016 pautou-se, novamente, pela aposta no reforo e no desenvolvimento desta estratgia.

    O enfoque estratgico e o posicionamento da marca em 2016 consubstanciam as orientaes definidas para

    cada uma das reas de atuao, o apoio ao segmento empresarial e sua internacionalizao e o apoio ao

    empreendedorismo e microcrdito.

    Apoio ao Segmento Empresarial e sua Internacionalizao

    Atendendo importncia estratgica para a economia nacional do acordo Portugal 2020, e num perodo

    particularmente desafiante com o tecido empresarial a ser incentivado a investir na qualificao e na

    internacionalizao, a CEMG assume uma forte presena e participao no financiamento execuo dos

    projetos de investimento elegveis no quadro comunitrio em vigor no perodo entre 2014 e 2020.

    No mbito do negcio internacional, a CEMG apresentou uma nova linha de comunicao que marcou

    presena nos balces da instituio, na

    imprensa nacional, nos meios online, e

    no SISAB Salo Internacional do Sector

    Alimentar e Bebidas, demonstrando a

    aposta tanto nas empresas exportadoras

    ou potencialmente exportadoras, como

    tambm na dinamizao de clusters que

    evidenciam capacidade de crescimento e

    influncia na dinamizao da economia.

    A nova linha de comunicao centra-se

    na divulgao de um servio de

    excelncia e eficincia no apoio e simplificao do dia-a-dia das empresas nacionais, exportadoras e

    importadoras, com produtos que respondem s principais necessidades das mesmas.

    A CEMG reforou ainda o seu posicionamento como um banco centrado no apoio ao desenvolvimento e

    satisfao das necessidades financeiras das PMEs portuguesas, atravs de uma abordagem que assenta na

    colaborao estreita e dinmica com associaes empresariais e outros polos regionais de dinamizao do

    tecido empresarial. Neste mbito, foi firmado entre a CEMG e a AESintra Associao Empresarial de Sintra

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    um protocolo para a promoo de uma estratgia integrada de desenvolvimento do Ecossistema Empresarial

    e Empreendedor.

    No mbito da estratgia que visa o apoio e desenvolvimento de Clusters fundamentais destacam-se de

    seguida as principais iniciativas encetadas em 2016:

    Cluster Agro

    A CEMG reforou o seu apoio ao setor agrcola marcando presena em eventos de referncia, e, em paralelo,

    assinou um protocolo de cooperao com o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) para

    o estabelecimento de condies de financiamento especiais de apoio s atividades do setor agrcola e

    florestal.

    Nesta iniciativa, importa referir as seguintes participaes:

    Feira Nacional de Agricultura: Pelo 2 ano consecutivo, o

    Montepio esteve presente na Feira Nacional de Agricultura em

    Santarm, um dos maiores palcos da atividade agropecuria

    do pas, apoiando as empresas que atuam neste setor de

    atividade com a convico de que o setor agrcola de

    importncia estratgica para Portugal, no s em termos do

    desenvolvimento de uma capacidade produtiva eficiente,

    como tambm na promoo de uma economia sustentvel.

    Agroglobal: Pela primeira vez a CEMG marcou presena na 5 edio da Agroglobal - Feira das Grandes

    Culturas no Moucho da Fonte Boa, em Valada do Ribatejo. O setor agrcola e as atividades econmicas

    que concorrem para o seu desenvolvimento, assumem uma importncia indiscutvel na afirmao e

    crescimento do pas, com destaque para o nmero de empresas a operar em Portugal e para o seu

    contributo para as exportaes nacionais.

    Cluster Turismo

    CEMG sponsor da Gala Algarve Travel Awards by EC Travel: Um dos principais eventos do turismo no

    Algarve, a Gala Algarve Travel Awards by EC Travel, premeia a excelncia de todo um setor estratgico

    para a regio. Ao abranger em escales distintos toda a atividade hoteleira, de servios e de incoming,

    permite valorizar todas as categorias e reforar os laos com os principais operadores nacionais e

    internacionais. A categoria Prmio Algarve, Prmio Montepio, visa distinguir personalidades algarvias que

    se destacam pela sua notoriedade nacional, este ano atribudo cantora Viviane, evidencia o ADN da

    CEMG no apoio cultura portuguesa.

    Cluster Imobilirio e Reabilitao Urbana

    A CEMG esteve presente em diversos eventos associados ao setor imobilirio, apoiando e promovendo o

    debate entre vrios intervenientes, com especial destaque para os seguintes:

    III Semana da Reabilitao Urbana: evento que reuniu em Lisboa especialistas nacionais e promoveu a

    reflexo e troca de ideias sobre a importncia e valor da reabilitao urbana atravs de conferncias e

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    exposies. Nesta iniciativa a CEMG assegurou presena com a organizao, em conjunto com a APPII

    Associao Portuguesa de Promotores e Investidores Imobilirios, da conferncia "Promoo &

    Financiamento da Reabilitao Urbana e com a participao na mesa redonda Avaliar riscos na

    reabilitao urbana.

    Encontro Nacional de Municpios com Centro Histrico: A CEMG apoiou o XVI Encontro Nacional de

    Municpios com Centro Histrico, no Municpio de Angra do Herosmo. A Associao Portuguesa dos

    Municpios com Centro Histrico (APMCH) tem