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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA DEM 550 – ESTÁGIO CURRICULAR DEM 550 – ESTÁGIO CURRICULAR MARCELO DANTAS DE OLIVEIRA MARCELO DANTAS DE OLIVEIRA RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatorio Final de Estagio - Marcelo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICADEM 550 – ESTÁGIO CURRICULARDEM 550 – ESTÁGIO CURRICULAR

MARCELO DANTAS DE OLIVEIRAMARCELO DANTAS DE OLIVEIRA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADORELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

NATAL, 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICADEM 550 – ESTÁGIO CURRICULARDEM 550 – ESTÁGIO CURRICULAR

Aluno: Marcelo Dantas de Oliveira

Curso: Engenharia Mecânica

Empresa: Companhia das Américas de Bebida – AMBEV

Período: 05/08/2010 a 13/03/2011

Supervisor: Antônio Luis de Lima e Silva – (84) 3087-4127

Professor Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes

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APRESENTAÇÃO

Relatório apresentado ao coordenador do curso de Engenharia Mecânica da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com o objetivo de obtenção de nota

na disciplina “DEM 550 – estágio curricular” mostrando as atividades desenvolvidas

no período de estágio, que foi realizado na empresa Companhia das Américas de

Bebida – AMBEV, na cidade de São Gonçalo do Amarante, no período de Agosto de

2010 a Março de 2011.

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SUMÁRIO

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1. INTRODUÇÃO

O processo do estágio iniciou-se com uma seleção realizada na própria

empresa da AmBev. Logo após a aprovação na seleção e feitos os exames

necessários, o estágio teve inicio no dia 5 de Agosto. Inicialmente é obrigatória a

passagem por uma integração na companhia e na função a ser exercida pelo

estagiário, onde será visto como funciona a produção de cerveja, a historia da

Ambev, noções de segurança e meio ambiente, em seguida, será apresentadas

todas as áreas da fábrica, como brassagem, adegas, filtração, utilidades,

manutenção, logística, meio ambiente, packaging, gente e gestão.

O presente estágio foi realizado no setor de PCM (planejamento e controle de

manutenção). Setor este que programa toda a manutenção da fabrica, garantindo

rapidez de serviço, qualidade e com baixo custo.

A engenharia de manutenção é o ramo da engenharia direcionado para a

aplicação dos seus conceitos à otimização dos equipamentos, dos processos e dos

orçamentos, de modo a alcançar uma melhor confiabilidade e disponibilidade dos

equipamentos.

A manutenção e, conseqüentemente, a engenharia de manutenção têm vindo

a ganhar uma importância crescente devido ao aumento do número de

equipamentos, aparelhos, sistemas, máquinas e infraestruturas que tem vindo a

ocorrer constantemente, desde a Revolução Industrial. O seu elevado número e

diversidade requerem um conjunto crescente de profissionais e sistemas

especializados na sua manutenção.

Com a abertura do mercado brasileiro e aumento da pressão competitiva, as

organizações têm buscado incessantemente a melhoria de desempenho de seus

processos produtivos. Os clientes tornaram-se mais exigentes e passaram a

direcionar as ações das empresas; controle de custos, melhoria da qualidade e o

aumento da produtividade tornaram-se fatores críticos de competitividade, exigindo

investimentos em tecnologia, automação, controle de processos e capacitação das

pessoas.

A manutenção, mesmo passando despercebida pela maioria das pessoas, é

uma operação de fundamental importância para que tanto os produtos quanto os

serviços venham a ser executados com qualidade, segurança, lucratividade etc.

Page 6: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

2. AMBEV – COMPANHIA DE BEBIDAS DAS AMÉRICAS

A história da Companhia de Bebidas das Américas, a Ambev, nasceu em 1999,

quando as centenárias Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica anunciaram a

decisão de juntar esforços.

O surgimento da companhia impulsionou o setor de bebidas brasileiro,

possibilitou a entrada no mercado de novas marcas tanto da Ambev como da

concorrência, ampliou o leque de produtos de qualidade a preços acessíveis,

incentivou o lançamento de inovações e mais que dobrou o nível de empregos e a

geração de impostos.

Na época da fusão, as duas empresas empregavam 16 mil pessoas.

Atualmente, a Ambev tem mais de 40 mil funcionários, dos quais aproximadamente

26 mil só no Brasil. Sua cadeia produtiva emprega, de ponta a ponta, cerca de 6

milhões de pessoas. Hoje, mais de 100 profissionais brasileiros ocupam cargos de

liderança em todas as operações da AB InBev no mundo (EUA, Europa, China,

Rússia).

Page 7: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

3. ESTADO DA ARTE

3.1. Introdução a Manutenção Industrial

A manutenção, embora despercebida, sempre existiu, mesmo nas épocas

mais remotas. Começou a ser conhecida com o nome de manutenção por volta do

século XVI na Europa central, juntamente com o surgimento do relógio mecânico,

quando surgiram os primeiros técnicos em montagem e assistência.

Nos últimos anos, com a intensa concorrência, os prazos de entrega dos

produtos passaram a ser relevantes para todas as empresas. Com isso, surgiu a

motivação para se prevenir contra as falhas de máquinas e equipamentos. Essa

motivação deu origem à manutenção preventiva.

Pode-se entender manutenção como o conjunto de cuidados técnicos

indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de máquinas, equipamentos,

ferramentas e instalações. Esses cuidados envolvem a conservação, a adequação,

a restauração, a substituição e a prevenção. A responsabilidade pelos serviços de

rotina não é somente do pessoal da manutenção, mas também de todos os

operadores de máquinas.

A manutenção ideal de uma máquina é a que permite alta disponibilidade

para a produção durante todo o tempo em que ela estiver em serviço e a um custo

adequado.

3.2. Tipos de Manutenção

Há dois tipos de manutenção: a planejada e a não planejada. A manutenção

planejada classifica-se em quatro categorias: preventiva, preditiva, TPM e

Terotecnologia.

A manutenção preventiva consiste no conjunto de procedimentos e ações

antecipadas que visam manter a máquina em funcionamento. A manutenção

preditiva é um tipo de ação preventiva baseada no conhecimento das condições de

cada um dos componentes das máquinas e equipamentos. Esses dados são obtidos

por meio de um acompanhamento do desgaste de peças vitais de conjuntos de

máquinas e de equipamentos. Testes periódicos são efetuados para determinar a

Page 8: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

época adequada para substituições ou reparos de peças. Exemplos: análise de

vibrações, monitoramento de mancais

A TPM (manutenção produtiva total) foi desenvolvida no Japão. É um modelo

calcado no conceito “de minha máquina, cuido eu”, também conhecido como

“Manutenção Autônoma”

A Terotecnologia é uma técnica inglesa que determina a participação de um

especialista em manutenção desde a concepção do equipamento até sua instalação

e primeiras horas de produção. Com a terotecnologia, obtêm-se equipamentos que

facilitam a intervenção dos mantenedores.

A manutenção não planejada classifica-se em duas categorias: a corretiva e a

de ocasião. A manutenção corretiva tem o objetivo de localizar e reparar defeitos em

equipamentos que operam em regime de trabalho contínuo. A manutenção de

ocasião consiste em fazer consertos quando a máquina se encontra parada.

3.3. Planejamento, Programação e Controle

Nas instalações industriais, as paradas para manutenção constituem uma

preocupação constante para a programação da produção. Se as paradas não forem

previstas, ocorrem vários problemas, tais como: atrasos no cronograma de

fabricação, indisponibilidade da máquina, elevação dos custos etc.

Para evitar esses problemas, as empresas introduziram, em termos

administrativos, o planejamento e a programação da manutenção. No Brasil, o

planejamento e a programação da manutenção foram introduzidos durante os anos

60.

A função planejar significa conhecer os trabalhos, os recursos para executá-

los e tomar decisões. A função programar significa determinar pessoal, dia e hora

para execução dos trabalhos.

Um plano de manutenção deve responder às seguintes perguntas:

– Como?

– O quê?

– Em quanto tempo?

– Quem?

– Quando?

– Quanto?

Page 9: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

As três primeiras perguntas são essenciais para o planejamento e as três

últimas, imprescindíveis para a programação.

O plano de execução deve ser controlado para se obter informações que

orientem a tomada de decisões quanto a equipamentos e equipes de manutenção.

O controle é feito por meio de coleta e tabulação de dados, seguidos de

interpretação. É desta forma que são estabelecidos os padrões ou normas de

trabalho.

3.4. Tagueamento

O tagueamento, também conhecido como tag, significa etiqueta de

identificação e nas indústrias de transformação representa a identificação da

localização das áreas operacionais e seus equipamentos.

O tag é a base da organização da manutenção, com eles conseguimos

planejar e programar a manutenção de uma forma mais rápida, além de

conseguirmos extrair informações por tag, como números de quebra,

disponibilidade, custos, obsolescência, etc. E também é possível o mapeamento da

unidade fabril.

Uma empresa de médio porte poderá optar por cinco níveis de Tag para a

estrutura de seu tagueamento, sendo o nível mais alto reservado para as Gerências;

o segundo as áreas destas; o terceiro aos sistemas; o quarto aos aglutinadores, e

por último a posição dos equipamentos, assim como mostra a figura abaixo

Figura 1 – Estrutura dos níveis de tagueamento

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Figura 2 – Fluxograma exemplar de uma cervejaria

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TAG – NÍVEL 1(Gerências):

Observando o processo de fabricação da cervejaria, podemos dividi-la em

três gerências operacionais:

o GC – Gerência de Cerveja: beneficia as matérias-primas, processando-

as e fornecendo ao final cerveja pilsen filtrada.

o GU – Gerência de Utilidades: Produz insumos necessários para o

processo de fabricação da cerveja, e para o seu envase. Os insumos

são vapor, ar comprimido, amônia, água cervejeira e gás carbônico.

o GE – Gerência de Envase (Packaging): Responsável pelo

acondicionamento do produto final, que, no nosso caso, serão garrafas

de vidro de 1L.

Cada um desses macroprocessos subdivide sua atuação em várias etapas,

na qual podemos determinar as áreas das gerências.

TAG – NÍVEL 2(Áreas):

O tag nível 2 será formado por três letras indicando a área, e três dígitos, o

primeiro da esquerda para a direita, indicando a fase do projeto; como a

cervejaria X não expandiu suas instalações, este dígito será 0. Os dois digitos

seguintes serão a Unidade de Propriedade. UP – A sua função será análoga ao

CEP usado nos correios.

Figura 3 – Estrutura exemplar dos tags nível 2

Page 12: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

TAG – NÍVEL 3(Sistemas):

Passamos agora aos sistemas, e tomaremos a área LIE – 009 da Gerência de

envase como exemplo; isto porque estará no envase a maior quantidade de

equipamentos

Figura 4 – Esquema de funcionamento do envase de cerveja

Teremos oito sistemas, pois o arrolhador e inspetor de garrafas cheias foram

reunidos, para efeito de tagueamento, no sistema enchedora.

Figura 5 – Esquema de tags para o nível 3

Page 13: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

TAG – NÍVEL 4(Aglutinadores):

Com os sistemas definidos, devemos agora os aglutinadores de cada um

deles; o aglutinador será o tag responsável por reunir vários equipamentos no

mesmo endereço. O aglutinador está para a gerência, como a rua está para a

cidade. Tomando o sistema ECH-009, definiremos seus aglutinadores, e seus

tags serão o do sistema, acrescido de um seqüencial de três números.

Figura 6 – Esquema de tags para o nível 4

A Codificação de um equipamento tem como objetivo individualizá-lo para

receber manutenção, bem como para o acompanhamento de sua vida útil, o seu

histórico de quebras, intervenções, custos, etc. Estaremos, ao codificar, registrando

o equipamento, da mesma forma que o número de uma carteira de identidade.

Deve-se estipular um padrão para esse registro, e a sugestão dada é que tal

padrão seja composto de três letras, um hífen e quatro algarismos, da seguinte

forma:

(A) (B)Figura 7 – Padrão de Tafg (a); Exemplo de controle de tag

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3. METODOLOGIA E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1. Integração na Cia e na Função

A primeira semana de estágio foi preenchida por uma integração na

companhia e na função a ser exercida pelo estagiário.

Inicialmente, foi visto como funciona a produção de cerveja e a historia da

companhia, também foi ministradas palestras sobre segurança e meio ambiente,

evidenciando a importância que a empresa dá para esses dois tópicos.

Posteriormente foi apresentado o código de conduta da companhia e todos os

benefícios oferecidos aos funcionários.

Seguidamente viu-se a importância das boas práticas de fabricação, como a

higienização pessoal, pois as mãos são o maior veiculo de contaminação, podendo

alterar a integridade do alimento produzido (Cerveja). Em seguida foi apresentado

noções básicas sobre manutenção autônoma. Posteriormente, nos falaram sobre o

VPO (Voyager Plant Optimization), que uma ferramenta de gestão, em que define os

caminhos que a Cia. deve seguir, visando o alcance das metas de forma

sustentável, sendo ele composto por alguns pilares, como o de G&G, Segurança,

Qualidade, Manutenção, Logística e Meio Ambiente

Em seguida, foram apresentadas todas as áreas da fábrica, tais como:

Brassagem: recebe o malte de cevada e mistura com água e lúpulo,

formando o chamado mosto.

Adegas: onde se faz a fermentação e a maturação da cerveja

Filtração: onde se deixa a cerveja límpida e cristalina

Utilidades: onde se fornece o frio, vapor, CO2, ar comprimido e energia

elétrica para toda a fábrica

Manutenção: setor responsável pela solução dos problemas de

equipamentos de ordem mecânica, elétrica, instrumentação e automação.

Logística: onde se controla a disponibilidade de todos os produtos

necessários para produção de cerveja.

Meio ambiente: setor responsável pela destinação adequada dos

subprodutos gerados na fabricação da cerveja, pelo fornecimento de água

cervejeira e controle de efluentes industriais.

Packaging: onde se faz o engarrafamento da cerveja

Page 15: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

Gente e Gestão: também conhecido como recursos humanos, onde se

controla tudo sobre os colaboradores e seu ambiente de trabalho.

Para finalizar a integração na função, acompanhou-se a rotina do ATP

(técnico de planejamento), Supervisor de manutenção mecânica e manutenção

elétrica, o supervisor de utilidades. Obtendo-se assim uma visão geral de como tudo

funciona dentro da Cia.

3.2. Tagueamento

O tagueamento, assim como já foi dito antes, é parte fundamental para que o

sistema de manutenção funcione corretamente. Na AmBev não é diferente, lá

existem diversos padrões corporativos que explicam tudo, para que todas as

unidades da companhia executem o procedimento de forma correta e padronizada.

Quando cheguei na fabrica, já existiam os tags, porem todos fora do padrão.

Pois o padrão de tagueamento da companhia mudou e com ele o modelo do tag

também mudou, como mostra a figura 8, abaixo.

Figura 8 – Exemplar do modelo de TAG de um equipamento em 4° nível.

Desta forma, foi necessário refazer todo o tagueamento da fábrica, além de

levantar a descrição de localização de aplicação de cada equipamento, por exemplo,

existem 2 bombas na caldeira, primeiro teria que refazer os tags, depois descrever a

localização delas, de forma sucinta e clara, por fim descrever a função de cada uma,

como sucção e descarga de água.

Inicialmente foram levantados todos tags existentes no sistema SAP-PM para

confrontar com o que estava realmente fixado na máquina. Algumas vezes se fazia

necessário criar novos tags, ou como também eliminá-los, para que se mantivesse

uma sequência lógica e garantir que todos os equipamentos fossem tagueados. Fiz

este trabalho com auxílio de um estagiário de engenharia elétrica e um menor

aprendiz.

Após todo o levantamento, digitalizei todo o apanhado para uma planilha de

Excel e disponibilizei na rede para que todos pudessem ter acesso a essas

informações. Ou seja, hoje em dia, quando alguém pergunta, qual o tag do motor

Page 16: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

principal da enchedora 01? Não será mais necessário ir ao local para conferir, basta

apenas abrir o arquivo e pesquisar, como mostra figura 9. Sem esquecer-se de

revisar ou complementar periodicamente, sempre que alterações substanciais se

fizerem necessárias.

Enchedora 1Sub-Conjunto Descrição Tag Situação

Bomba Vácuo B501037 OKBomba CIP B501039 OKBomba HDE B501020 IMPRIMIRBomba de Produto Cerveja - na filtração BPDT501001 TAGUEARMotor Elétrico de Bomba Vácuo MB501016 OKMotor Elétrico de Bomba CIP MB501018 OKMotor Elétrico de Bomba HDE MB501020 IMPRIMIRMotor Elétrico de Bomba Cerveja - na filtração MB501047 IMPRIMIRMedidor de oxigênio Enchedora 01 OIT501001 OKFoto-celula Saída da enchedora BX501080 OK

Figura 9 – Parte da planilha de controle do tagueamento.

3.3. Planos de Manutenção

Os planos de manutenção da AmBev foram divididos pelas criticidades dos

equipamentos, relacionando o impacto dele a segurança dos operadores e a

qualidade do produto. Assim os planos de manutenção dos equipamentos

classificados como critico A, foram elaborados pelo CENG (Centro de Engenharia da

Ambev), desta forma cada unidade deve avaliar os planos e aplicar 100% deles,

para que seja geradas automaticamente ordens de manutenção para estes

equipamentos.

Inicialmente analisamos os planos para estes equipamentos, nas planilhas

fornecidas pelo CENG, como mostra exemplo abaixo.

Figura 10 – Parte dos Planos de criticidade A

Em seguida realizamos a aplicabilidade desses planos no sistema corporativo

ou diretamente no SAP-PM, garantindo que todos os equipamentos críticos estejam

como todos os planos carregados no sistema de forma correta, atentando

principalmente para o local de instalação que os planos devem ser aplicados, para

que sejam criadas as ordens de manutenção preventiva automaticamente.

Cód. Ordem Equipamento Modelo Tipo de OrdemTipo de Atividade Periodicidade TempoExecutante 1Título da Tarefa (máx 40 caracteres) Sub-Conjunto

OBM008 CALDEIRA Caldeira Gás Natural / Biogás Periódica Inspeção Preventiva P1M-Mensal 15 Operador P1M-Inspeção de vazamentos de vapor Nível Acima

OBM009 CALDEIRA Caldeira Gás Natural / Biogás Periódica Inspeção Preventiva P1M-Mensal 15 Operador P1M-Inpeção de vazamentos de gás quente Nível Acima

OBM011 CALDEIRA Caldeira Gás Natural / Biogás Inspeção Inspeção de Rota Elétrica P1M-Mensal 60 Eletricista P1M-Inspeção de rota elétrica Nível Acima

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3.4. Controle de Manutenção Preditiva

Na AmBev existe um acompanhamento de manutenção preditiva muito bom,

o serviço é realizado por uma empresa externa chamada SEMEQ (Serviço de

Monitoramento de Equipamentos).

A SEMEQ vem desde 1994 oferecendo a seus clientes o melhor em

monitoramento de equipamentos, com o uso das técnicas de análise de vibração,

inspeção termográfica, análise de óleo, emissão acústica e análise magnética. Com

a integração das técnicas de Monitoramento somado com a Engenharia de

Lubrificação e Engenharia de Confiabilidade, passando a oferecer aos seus clientes

Inteligência em Saúde de Máquinas.

Para melhorar ainda mais este serviço, elaborei uma planilha de controle dos

serviços da SEMEQ, subdividida em analises de vibração, óleo lubrificante,

termografia e MCE, apresentada na figura abaixo. Ela funciona da seguinte forma,

após o monitoramento do técnico da SEMEQ é gerado um relatório digital de

intervenção, em seguida ele é disponibilizado no internet, então analisamos cada

RDP e abrimos notas para que a atividade possa ser detalhada, programada e

executada. Só após o aceite técnico do supervisor de manutenção que é baixado a

RDP do sistema. Fechando o ciclo do monitoramento preditivo.

Figura 11 – Planilha de controle do monitoramento preditivo.

Após a implantação desta planilha para o controle da manutenção preditiva,

que foi no mês de dezembro de 2010, nós tivemos algumas melhorias, como

Área Setor Conjunto Equipamento Data Lim. Nota Ordem Data Med. Nº RDPStatus

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICE-01 MSP-141001 MOTOR 24/jun 20376030 05/2011 00424 Programar

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICE-03 MVCE-3B MOTOR - Tag: MSP-141011 24/jun 20376057 05/2011 00425 Programar

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICE-03 MVCE-3C MOTOR - Tag: MSP-141012 24/jun 20376062 05/2011 00426 Programar

PROCESSO - 201 / 211 / 311 AMOINHO MH 211001 ACIONAMENTO DUPLO MOTOR - Tag: 211030 24/jun 20376072 05/2011 00427 Programar

LINHA 501 D / E LAVADORA DE GARRAFASMOTOR/REDUTOR PRINCIPALREDUTOR 24/jun 20376079 05/2011 00428 Programar

LINHA 501 D / E ENCHEDORA 01 BOMBA ENVIO C. 01 MOTOR 24/jun 20376085 05/2011 00429 Programar

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICOMPRESSOR AMÔNIA CN 04COMPRESSOR 4 MOTOR - Tag: C-141003 Imediato 20375123 05/2011 00430 Programar

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICOMPRESSOR AMÔNIA CN 06COMPRESSOR 6 MOTOR - Tag: C-141001 Imediato 20375151 05/2011 00431 Programar

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICE-01 MSP-141002 MOTOR 1/jul 20376093 05/2011 00432 Programar

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICE-01 MSP-141003 MOTOR 1/jul 20376097 05/2011 00433 Programar

Área Setor Conjunto Equipamento Data Lim. Nota Ordem Data Med. Nº RDPStatus

LINHA 521 G - CHOPP BOMBAS BOMBA SODA MOTOR - Tag: MB-521004 1487688 19086200 08/2010 00377 Realizado

PROCESSO - 201 / 211 / 311 AMOINHO MH 211001 ACIONAMENTO DUPLO MOTOR - Tag: 211030 18979121 08/2010 00380 Realizado

LINHA 501 D / E ENCHEDORA 01 ECH-501001 MOTOR 18972934 09/2010 00384 Realizado

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICALDEIRA 02 MOTO-BOMBA BOMBA - Tag: MB-131003 18997018 10/2010 00385 Realizado

UTILIDADES - 121/131/141/151 ICALDEIRA 01 MOTO-BOMBA BOMBA - Tag: MB-131009 1488001 19086208 10/2010 00386 Programar

RDPs geradas no mês atual

RDPs - Pendêntes

Page 18: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

agilidade de execução destas atividades, rapidez de busca dessas ordens no

sistema e criação de um histórico de manutenção, o que é muito importante para o

planejamento e controle da manutenção.

Isso é evidenciado também nos gráficos do índice de execução das OM

preditivas, apresentados abaixo, por tipo de monitoramento. O gráfico 1 mostra o

índice de execução das ordens geradas pelo monitoramento de vibração, mostrando

que houve um aumento na execução nos meses de dezembro de 2010 a janeiro de

2011.

Gráfico 1 – Índice de execução das ordens geradas por monitoramento de vibração

Já o gráfico 2 mostra o índice de execução das OM geradas pelo

monitoramento de análise de óleo lubrificante. Apresentando um aumento elevado

deste índice, saindo de uma média de 55% para uma média de 96% de execução.

Gráfico 2 - Índice de execução das ordens geradas por monitoramento de analise de óleo lubrificante

Por fim, o índice de execução das OM geradas pelo monitoramento de

termografia é apresentado no gráfico 3. Evidenciando que houve um aumento

Page 19: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

relativo de execução das OM, porém ainda representa um valor muito baixo. Isto se

deve ao fato de que a maioria destes monitoramentos pedem a troca de contactores,

disjuntores e cabos, e que nem sempre temos com facilidade. Outro fato é que a

maioria dos painéis elétricos não podem ser totalmente desligados, pois há instalado

num painel elétrico, comandos para mais de uma maquina, e geralmente quando

para uma não para a outra.

Gráfico 3 – Índice de execução das ordens geradas por monitoramento de termografia

Page 20: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

4. CONCLUSÃO

As atividades realizadas na Ambev foram de extrema importância para a

formação profissional e técnica.

Na formação técnica foi possível ver na prática muito dos conhecimentos

adquiridos no curso, como a gestão de manutenção industrial, aplicação da

termodinâmica em sistemas de refrigeração e em máquinas térmicas, sistemas

eletropneumáticos e também se pode ver questões de administração da produção.

Já a parte profissional foi vivenciada a primeira experiência de trabalho,

conhecendo as políticas e regras de uma grande empresa, desempenhando

responsabilidades e ações exigidas de um futuro profissional.

Page 21: Relatorio Final de Estagio - Marcelo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ambev, disponível em: http//www.ambev.com.br – acessado em 04/07/2011;

Rezende, A. C., Curso Técnico Mecânico – Manutenção Industrial. Edição 2008, SENAI – MG;

Biasotto, E., Indicadores de Desempenho para o Gerenciamento da Manutenção de Classe Mundial. IV Congresso Nacional de Engenharia Mecânica 2006, Recife-PE;

Costa, H. L. A., Indicadores de Desempenho: uma Leitura do “Painel de Controle” da Manutenção Industrial. IV Congresso Nacional de Engenharia Mecânica 2006, Recife-PE;