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RELATÓRIO FINAL DO PROCESSO DE INSTALAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA CIDADE DE OSÓRIO RDI Nº 18/2009 - Processo nº 20174.01.00/09-3 Requerimento de Subcomissão, que trata no âmbito da Comissão de Saúde e Meio Ambiente o processo de instalação da Estação de Tratamento de Esgoto - ETE da cidade de Osório Composição da Subcomissão: Deputado Paulo Borges - Relator Deputado Daniel Bordignon Deputado Gilmar Sossela

RELATÓRIO FINAL DO PROCESSO DE INSTALAÇÃO DA … · Para tanto, esta subcomissão estabeleceu como base de sua proposta de trabalho, dois pilares: o primeiro, a lisura dos fatos,

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RELATÓRIO FINAL DO PROCESSO DE INSTALAÇÃO

DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA

CIDADE DE OSÓRIO

RDI Nº 18/2009 - Processo nº 20174.01.00/09-3

Requerimento de Subcomissão, que trata no âmbito da

Comissão de Saúde e Meio Ambiente o processo de instalação

da Estação de Tratamento de Esgoto - ETE da cidade de Osório

Composição da Subcomissão:

Deputado Paulo Borges - Relator

Deputado Daniel Bordignon

Deputado Gilmar Sossela

Índice

1 - Introdução ................................................................................................................................................. 3 Relatórios Técnicos ................................................................................................................................ 50

2

1 - Introdução

Com a finalidade de acompanhar o processo de instalação da Estação de

Tratamento de Esgoto (ETE) de Osório, na data de 25/03/2009 foi aprovada, na

Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a criação da Subcomissão para tratar

sobre o tema.

A criação da Subcomissão fundamentou-se, inicialmente, na constatada falta

de diálogo e entendimento entre as principais partes, para a continuidade de tal

obra. Em fevereiro de 2009 chega ao gabinete parlamentar do Deputado Paulo

Borges a informação de que durante, o mês de dezembro de 2008, além da

população em geral, tanto do entorno direto (Municípios de Santo Antonio da

Patrulha e Osório) como do entorno indireto da Lagoa dos Barros, foi

surpreendida com o início das obras de Estação de Tratamento do Esgoto

Cloacal da Lagoa dos Barros.

A referida Estação, cuja iniciativa é da Prefeitura Municipal de Osório e da

CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento, utilizando-se de

recursos públicos federais na ordem de US$ 10.000.000,00, (dez milhões de

dólares) com o financiamento da CEF – Caixa Econômica Federal e Ministério

das Cidades, e está localizada às margens da Lagoa dos Barros, objetivando

atender uma população de 57.885 habitantes, quando de sua conclusão.

Surpreso com o referido fato, visto que o Município de Santo Antonio fica

diretamente impactado por esta obra e pela ausência de qualquer notificação

acerca da mesma, o Prefeito Municipal de Santo Antônio da Patrulha

apresentou, através do ofício 995-2008, datado de 19 de dezembro de 2008,

uma série de questões ao Prefeito Municipal de Osório, não obtendo deste

qualquer resposta aos seus questionamentos.

Diante disso, o poder público municipal de Santo Antônio da Patrulha, a

Câmara de Vereadores, a sociedade civil organizada, organizações não

3

governamentais de missão sócio-ambiental, trataram de buscar

esclarecimentos junto ao órgão licenciador FEPAM – Fundação Estadual de

Proteção Ambiental. Entretanto, encontraram junto à FEPAM, apenas a

Licença de Instalação e o projeto técnico.

Considerando a demora no acesso as informações e, ainda, a falta de

integralidade nas respostas às indagações apresentadas, constata-se através

de documentos em anexo, que o município de Santo Antonio da Patrulha

respeitou os tramites na busca da resolução do problema.

Sem êxito na busca por respostas perante os órgãos competentes, chega a

esta Casa parlamentar o apelo ao entendimento, e a busca das respostas

fundamentadas no campo técnico.

Para tanto, esta subcomissão estabeleceu como base de sua proposta de

trabalho, dois pilares: o primeiro, a lisura dos fatos, oportunizando em todos os

momentos, a todas as partes, equilíbrio na defesa de seu projeto. O segundo,

respostas no campo do estudo técnico, tanto no diagnóstico como nos

encaminhamentos, no que se refere ao processo de instalação da Estação de

Tratamento de Esgoto - ETE da cidade de Osório.

4

2 - Dos fatos

Na data de 19 de dezembro de 2008 – No município de Osório, ocorreu

reunião com o Prefeito de Osório e com representantes de Santo Antonio da

Patrulha, na ocasião, foi protocolado um questionamento quanto a instalação e

escolha da Lagoa dos Barros para despejo dos efluentes da ETE.

Tal questionamento apresentava-se da seguinte forma:

1) Por que a Estação de Tratamento de Esgoto não tem processos terciários

específicos para remoção de nitrogênio e fósforo?

2) Como será feita a minimização dos efeitos (conforme descreve a Licença de

Instalação – LI nº 1073/2007-DL) de lançamento de nutrientes na Lagoa dos

Barros? Quais serão os problemas apresentados e quais as possíveis

soluções?

3) Quais os efeitos esperados ou prognosticados com o lançamento de

efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto, sem tratamento terciário?

4) A estrutura trófica na Lagoa dos Barros será alterada? Como?

5) Qual o potencial de geração de florações de fitoplâncton?

6) O lançamento de efluente da Estação de Tratamento de Esgoto implicará na

redução de valor para um uso mais qualificado (ex. esportes aquáticos,

marinas)?

7) Por que o efluente está sendo lançado na Lagoa dos Barros e não em outra

Lagoa existente dentro do Município de Osório?

5

8) Por que fazer transferência entre bacias de água e esgoto, tendo em vista

que a Lagoa dos Barros faz parte do sistema da Lagoa dos Patos? Existe

EIA/RIMA para esta questão?

9) Por que Santo Antônio da Patrulha não foi chamado a discutir, tendo em

vista que parte da Lagoa dos Barros está dentro do território de nosso

Município?

Assim sendo, o poder público municipal de Santo Antônio da Patrulha, a

Câmara de Vereadores, a sociedade civil organizada, organizações não

governamentais de missão sócio-ambiental, trataram de buscar

esclarecimentos junto ao órgão licenciador FEPAM – FUNDAÇÃO ESTADUAL

DE PROTEÇÃO AMBIENTAL. Entretanto, encontraram junto à FEPAM, apenas

a Licença de Instalação e o projeto técnico.

Na data de 20 de janeiro de 2009 - a Comissão, juntamente com o Prefeito de

Santo Antônio da Patrulha, em audiência com a Sra. Marilia Schmidt Barum,

Chefe do Deprec, representando a Sra. Ana Pellini, Presidente da FEPAM,

juntamente com Sr. Rafael Volquind, Chefe da Divisão de Saneamento desta

instituição, externou os fatos aqui apresentados. Nesta data foi protocolado

uma solicitação de esclarecimentos à FEPAM, das questões abaixo transcritas:

1. EIA/RIMA do empreendimento ou relatório assinado pelo técnico

responsável pela análise do processo referente a desobrigação do

empreendedor em realizar o referido estudo;

2. Relatório técnico que embasa a emissão de LP e LI no local indicado

para a operação do Sistema de Tratamento de Efluentes Domésticos

do Município de Osório;

3. Cópia dos projetos realizados pelo empreendedor para obtenção de

LP e LI da atividade em questionamento;

6

4. Documento que define o enquadramento do corpo hídrico Lagoa dos

Barros;

5. Relatório técnico que explicite a tomada de decisão quanto à escolha

do corpo hídrico para o lançamento de efluentes domésticos

tratados, tendo em vista a existência de corpos hídricos que já

recebem efluentes não tratados no Município de Osório, na

respectiva Bacia Hidrográfica.

Na mesma ocasião discutiu-se, também, os seguintes fatos:

a) a Lagoa dos Barros é a única reserva hídrica estável de Santo Antônio

da Patrulha, e, que, em curto espaço de tempo, a municipalidade se

valerá daquele corpo hídrico para suprir a necessidade básica da

população para o fornecimento de água potável;

b) junto à Lagoa dos Barros e situado a uma distância menor de 10 km

da Obra da estação de tratamento, existe a Unidade de Conservação

denominada Parque Municipal Manoel de Barros Pereira (Ilha da

AGASA), devidamente registrado no SEUC - Sistema Estadual de

Unidades de Conservação, sob o nº 603.00021/08, vindo a ferir a

Resolução CONAMA nº 13/90, a qual prevê que “num raio de dez

quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota, deverá ser

obrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente.”

Resolução CONAMA 302/02

c) não foi realizado o estudo prévio de impacto ambiental - EIA/RIMA, de

conformidade com as RESOLUÇÕES do CONAMA N º 01/86, 09/87, e

237/97; descumprindo a Lei 6.938/81;

d) o município de Santo Antônio da Patrulha em momento algum foi

consultado ou chamado a discutir qualquer decisão sobre a

construção da ETE a margens da Lagoa dos Barros. Não ocorreu

audiência pública e nem publicações de editais conforme preceito

7

legal – Lei 6.938/81(Art. 10° - inciso I)e Resolução do CONAMA nº

09/87, Resolução CONAMA nº 302/02;

e) a concessionária de fornecimento de água do município de Osório é

a mesma do município de Santo Antônio da Patrulha – CORSAN;

f) existe um estudo realizado para captação de água da Lagoa dos

Barros para abastecimento da cidade de Santo Antônio da Patrulha.

As opções era o Rio dos Sinos e Lagoa dos Barros. A CORSAN optou

pelo Rio dos Sinos face a distância e custo. Observa-se que, em curto

espaço de tempo, Santo Antônio da Patrulha terá que socorrer-se da

água da Lagoa dos Barros para abastecimento de seus munícipes;

g) haverá uma transposição de água de bacias vez que a Lagoa dos

Barros não pertence ao sistema lacustre litorâneo (com biota diferente

ao sistema lacunar norte da Lagoa dos Patos, em função da ligação

ao mar através da foz do rio Tramandaí) existente no Litoral Norte do

Estado Rio Grande do Sul, de onde proverá a água do esgoto cloacal.

A Lagoa dos Barros pertence ao sistema lacustre da Lagoa dos Patos,

sendo exigido para esta transposição EIA- RIMA, de acordo com o

definido no Artigo 2°, inciso VII da Resolução CONAMA 01 de 23 de

janeiro de 1986;

h) a Lagoa dos Barros não é um corpo hídrico poluído, e que não recebe

efluentes cloacais urbanos; É balneável como pode-se provar através

de algumas matérias e/ou notícias;

i) para operação da ETE, as margens da Lagoa dos Barros, será

necessário a construção e manutenção de 11km de extensão, mais 7

(SETE), isto mesmo, 7 (SETE) elevatórias, o que encarece sobre

maneira o custo e manutenção da mesma. Tal fato caracteriza

‘desperdício’ do dinheiro público, numa obra, ‘a subir’, para largar

dejetos numa lagoa não poluída, o que poderia ser resolvido com a

estação junto ao corpo já poluído pelo próprio município de Osório;

8

j) haverá sérias consequências econômicas negativas, impactando

atividades tradicionais do entorno da Lagoa, como a lavoura orizícola,

pecuária, turismo esportivo, turismo técnico entre outros,

adicionalmente a perda do processo de certificação de origem da zona

produtora de arroz, – selo de qualidade – o que implicará redução na

exportação do arroz, afetando sobre maneira a economia e condição

social da região;

k) foi noticiado ao órgão ambiental que no ano de 2008, o município

contatou o Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH/UFRGS, para

realizar pesquisa de longa duração no ecosistema Lagoa dos Barros a

fim de potencializar seu uso mantendo suas estruturas e funções que

o estudo indicaria.

Possível também de constatar que os técnicos do órgão licenciador partem da

suposição que a estação de tratamento patrocinará um “melhoramento

ambiental”, quando para o caso em tela, em se tratando de um corpo hídrico

não poluído, trata-se exatamente do contrário: patrocinará um “pioramento

ambiental”, conforme poderá ser demonstrado em um Estudo de Impacto

Ambiental que atenda os requisitos da regulação e procedimentos técnicos

adequados.

Na data de 22 de janeiro de 2009 - a Comissão do Movimento LAGOA DOS

BARROS VIVA, iniciou trabalho junto ao Ministério Público de Santo Antônio da

Patrulha, buscando ter acesso a informações, bem como discutir meios de

suspender a obra como estava sendo feita, foram diversas reuniões junto ao

MP de SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA.

Na data de 23 de janeiro de 2009 – Reunião na ACISAP – Associação

Comercial e Industrial de Santo Antônio da Patrulha com a presença do prefeito

de Osório e Sra. Leda Famer.

Na data de 01 de fevereiro de 2009 – Foi construído estudo apontando os

eventuais impactos nos campos social, ambiental, econômico e cultural pela

9

instalação e operação da estação de tratamento de esgoto - ETE Osório, que

passamos a transcrever abaixo.

Quadro 1: Descrição de Atividades e Investimentos Públicos, Privados e da

Sociedade Civil em prol e no entorno da Lagoa dos Barros, área Ambiental ,

visando o sua conservação e uso em parâmetros de manejo sustentável.

ÁREA Descrição Município Obs

Ambiental

Parque Municipal

Manoel de Barros

Pereira - Lagoa dos

Barros – Lei

Municipal n°

2.549/92.

Santo Antonio da

Patrulha

Unidade de

Conservação

registrada ao SEUC

sob n° 603.00021/08.

Reserva da

Biosfera/UNESCO

Santo Antonio da

Patrulha/Osório

Quadro 2: Descrição de Atividades e Investimentos Públicos, Privados e da

Sociedade Civil em prol e no entorno da Lagoa dos Barros, área

Social/Humana , visando o sua conservação e uso em parâmetros de manejo

sustentável.

ÁREA Descrição Município ObsSocial/Humana Reserva Hídrica para

abastecimento da

cidade de Santo

Antônio da Patrulha

Santo Antonio da

Patrulha

Maior e mais estável

reservatório de água

não poluída

disponível para

abastecimento

humano no Município

de Santo Antonio da

Patrulha

Moradores do

Entorno

Santo Antonio da

Patrulha e Osório

10

Quadro 3: Descrição de Atividades e Investimentos Públicos, Privados e da

Sociedade Civil em prol e no entorno da Lagoa dos Barros, área Econômica ,

visando o sua conservação e uso em parâmetros de manejo sustentável.

ÁREA Descrição Município Obs

11

Econômica Agricultura Santo Antonio e

Osório, (direto)

Capivari do Sul,

Viamão, Palmares

do Sul, Cidreira

(indireto)

Irrigação de 17.000

hectares de arroz

irrigado, pequenas e

médias lavouras

Pecuária Santo Antonio e

Osório, (direto)

Capivari do Sul,

Viamão, Palmares

do Sul, Cidreira

(indireto)

Água para criação

animal, pequenos e

médios produtores

Energia Renovável Parque Eólico de

Osório

Segundo maior

parque eólico do

mundo; turismo

técnicoTurismo e Lazer Turismo

desportivo

Escola de esportes

aquáticos, OsórioTurismo técnico Visita ao Parque

Eólico, (Rota das

Energias

Renováveis).

Camping

Municipal da

Lagoa dos Barros

- Santo Antonio da

Patrulha Turismo

desportivo

CiclismoPesca desportivaHotelaria –

Pousadas do

entorno da Lagoa

dos Barros

Municípo de Santo

Antonio da Patrulha

Balneário Santo Antonio da

12

Quadro 4: Descrição de Atividades e Investimentos Públicos, Privados e da

Sociedade Civil em prol e no entorno da Lagoa dos Barros, área

Cultural/Educacional , visando o sua conservação e uso em parâmetros de

manejo sustentável.

ÁREA Descrição Município Obs

Cultural

Lendas locais,

artesanato

Santo Antonio da

PatrulhaHistórico: Epopéia

Naval de Garibaldi –

Guerra dos Farrapos

– Rota Histórica

Capivari do Sul;

Santo Antonio da

Patrulha

Marco histórico dos

“Lanchões de

Garibaldi” Rio

Capivari (tributário da

Lagoa), ao lado da

ponte do Rio

Capivari.Festas tradicionais

no Parque da Lagoa

Santo Antonio da

Patrulha

Santo Antonio da

PatrulhaCentro de

Aprendizagem para

as Energias

Renováveis e

Geração

Descentralizada

Santo Antonio da

Patrulha

Comunica-se com

turismo técnico;

iniciativa do IDEAAS,

com reconhecimento

internacional.

Rota da Cachaça e

da Rapadura

SANTO ANTÔNIO

DA PATRULHA

Comunica-se com

turismo técnicoEscolas Municipais. SANTO ANTÔNIO

DA PATRULHA

Conforme registrado acima, é possível perceber que a Lagoa dos Barros tem

um importante e decisivo papel ambiental, social, econômico, educacional e

cultural, onde, além do Município de Osório, também tem importância direta

para os Municípios de Santo Antonio da Patrulha, Capivari do Sul, Palmares do

Sul, Cidreira e Viamão, e a todos nós. “O meio ambiente não tem fronteiras”

13

Na data de 04 de fevereiro de 2009 – Oferecido denúncia ao MP Estadual.

Realizado um estudo preliminar de infrações legais ocorridas ao processo de

licenciamento da ETE – Lagoa dos Barros

14

LEGISLAÇÃO PERTINENTE:

1. Do enquadramento da ETE como empreendimento /atividade

potencialmente poluidora e utilizador dos recursos ambientais:

- Lei 6938/81; Anexo VIII – Código 17;

- Resolução CONAMA 237/97 – Anexo 1

2. Diploma Legal que obriga à realização de EIA/RIMA e audi ência públicas

para o empreendimento por ocasião de procedimento de

licenciamento ambiental:

Resolução CONAMA Nº 001/86, Art. 2º:

“Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo

relatório de impacto ambiental – RIMA, a serem submetidos à aprovação

do órgão estadual competente, e do IBAMA e em caráter supletivo, o

licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

(...)

V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de

esgotos sanitários;”

Resolução CONAMA Nº 237/97, Art. 3°:

“A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas

efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio

dependerá de prévio Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório

de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA- RIMA), ao qual dar-se á

publicidade garantida à realização de audiências públicas, quando couber,

de acordo com a regulamentação.”

Resolução CONAMA nº 302/02, Art. 2º, Inciso I, e Art. 4º, § 2º

15

“Art. 2º Para efeitos desta Resolução são adotadas as seguintes

definições:

I – Reservatório artificial: acumulação não natural de água destinada a

quaisquer de seus múltiplos usos;”

“Art. 4º (...)

§ 2º A aprovação do plano ambiental de conservação e uso do entorno dos

reservatórios de conservação e uso do entorno dos reservatórios artificiais

deverá ser precedida de realização de consulta pública, sob pena de

nulidade do ato administrativo, sob pena de nulidade do ato administrativo,

na forma da Resolução CONAMA nº 9, de 3 de dezembro de 1987, naquilo

que for aplicável, informando-se ao Ministério Público com antecedência de

trinta dias da respectiva data”

QUADRO RESUMO DAS INFRAÇÕES À LUZ DA LEGISLAÇÃO

AMBIENTAL BRASILEIRA:

DIPLOMA LEGAL DESCRIÇÃO DISCREPÂNCIAConstituição Federal

de 05/10/1988, Art.

225, IV

Todos têm direito ao

meio ambiente

ecologicamente

equilibrado, bem de uso

comum do povo e

essencial à sadia

qualidade de vida,

impondo-se ao poder

público e à coletividade

o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as

presentes e futuras

gerações.

IV - exigir, na forma da

É corpo hídrico, localizado

entre dois municípios –

Osório e Santo Antônio da

Patrulha – portanto

multiuso, diretamente

pelos dois municípios, e

indiretamente pelos

municípios de Capivari do

Sul, Palmares do Sul,

Cidreira e Viamão.

Portanto, não é um corpo

que pertence só ao

município de Osório.

Não há EIA/RIMA nem

16

lei, para instalação de

obra ou atividade

potencialmente

causadora de

significativa degradação

do meio ambiente,

estudo prévio de

impacto ambiental, a

que se dará publicidade;

houve audiência pública

em SANTO ANTÔNIO DA

PATRULHA e demais

municípios.

Lei nº 6.938/81, Art. 2º

e incisos

Obs.: legislação

embasada quando da

expedição da LP e LI

“A Política Nacional do

Meio Ambiente tem por

objetivo a preservação,

melhoria e recuperação

da qualidade ambiental

propícia à vida, visando

assegurar, no País,

condições ao

desenvolvimento sócio-

econômico, aos

interesses da segurança

nacional e a proteção da

dignidade da vida

humana, atendidos os

seguintes princípios;”

Não foi apresentado o

EIA/RIMA.

Não existe estudo da

Lagoa dos Barros, ficando

prejudicado a análise dos

incisos constantes no

artigo 2º

Lei nº 6.938/81, Art.

10, § 1º

“Os pedidos de

licenciamento, sua

renovação e a respectiva

concessão serão

publicados no jornal

Oficial do Estado, bem

como em periódico

regional ou local de

grande circulação.

Não houve publicação nos

jornal local.

17

DIPLOMA LEGAL DESCRIÇÃO DISCREPÂNCIADecreto 99.274/90,

Art. 17, § 3º

Obs.: legislação

embasada quando da

expedição da LP e LI

“Respeitada a matéria de

sigilo industrial, assim

expressamente

caracterizada a pedido

do interessado, o RIMA,

devidamente

fundamentado será

acessível ao público.”

Ausência de EIA/RIMA

Decreto 99.274/90,

Art. 17, § 1º

Ob.: legislação

embasada quando da

expedição da LP e LI

Caberá ao CONAMA

fixar os critérios básicos,

segundo os quais serão

exigidos estudos de

impacto ambiental para

fins de licenciamento,

contendo, entre outros,

os seguintes itens:

a)diagnóstico ambiental

da área;

b)descrição de ação

proposta e suas

alternativas;

c)identificação, análise e

previsão dos impactos

significativos, positivos e

negativos.

Não foi realizado um

diagnóstico ambiental da

área, nem tão pouco

previsão dos impactos

significativos, positivos e

negativos.

Não foi realizado qualquer

estudo sobre a Lagoa dos

Barros e seu entorno.

Apenas embasaram que a

Lagoa dos Barros é uma

lagoa isolada e faz parte

da bacia hidrográfica do

Litoral Médio, ignorando

qualquer legislação

pertinente a espécie.

Decreto 99.274/90,

Art. 17, § 3º

Obs.: legislação

embasada quando da

expedição da LP e LI

“Respeitada a matéria de

sigilo industrial, assim

expressamente

caracterizada a pedido

do interessado, o RIMA,

devidamente

fundamentado será

acessível ao público.”

Ausência de EIA/RIMA

18

Decreto 99.274/90,

Art. 19, inciso I.

Obs.: legislação

embasada quando da

expedição da LP e LI

O Poder Público, no

exercício de sua

competência de controle,

expedirá as seguintes

licenças:

I – Licença Prévia – LP,

na fase preliminar do

planejamento da

atividade, contendo

requisitos básicos a

serem atendidos nas

fases de localização,

instalação e operação,

observados os planos

municipais, estaduais ou

federais de uso do solo;

A Lagoa dos Barros é um

corpo hídrico multiuso, que

afeta diretamente os

municípios de Osório e

SANTO ANTÔNIO DA

PATRULHA. No caso, em

tela, consideraram a lagoa

como um corpo

pertencente só ao

município de Osório.

DIPLOMA LEGAL DESCRIÇÃO DISCREPÂNCIAResolução CONAMA

237/97, Art. 3º

Necessidade de

EIA/RIMA e audiência

pública

Não há EIA/RIMA nem

houve audiência pública

em SANTO ANTÔNIO DA

PATRULHA e outros

municípios impactados.

(Nulidade do ato

administrativo pela

Resolução 302/2002)Resolução CONAMA

237/97, Art 3º

Resolução CONSEMA

001/06, Art

Publicação no Diário

Oficial e jornal de

circulação regional

E pela imprensa local

Não houve publicação nos

termos exigidos pelas

normas

Resolução CONAMA

01/86, Art. 2, Inciso V

Necessidade de Estudo

de Impacto Ambiental –

Relatório de Impacto

sobre Meio Ambiente

para “....., troncos

Ausência de EIA/RIMA

19

coletores e emissários

de esgotos sanitários”Resolução CONAMA

01/86, Art. 2, Inciso VII

Necessidade de Estudo

de Impacto Ambiental –

Relatório de Impacto

sobre Meio Ambiente

para “....., transposição

de bacias”.

Existe transposição de

águas de bacias

hidrográficas diferentes,

(Bacia Litorânea VS. Bacia

da Lagoa dos Patos)

Resolução CONAMA

01/86, Art. 5, Inciso I

“O EIA/RIMA, além da

legislação, ....obedecerá

as

Seguintes diretrizes

gerais: “Contemplar

todas as atividades

tecnológicas e de

localização de projeto

confrontando-as com a

hipótese de não

execução do projeto”

Não foram realizados

estudos comparativos para

a instalação da Estação de

Tratamento de Esgoto em

outras lagoas internas ao

Município de Osório.

Resolução CONAMA

01/86, Art. 5, Inciso II

“O EIA/RIMA, além da

legislação, (...)

obedecerá às seguintes

diretrizes gerais:

“Identificar e avaliar

sistematicamente os

impactos ambientais

gerados nas fases de

implantação e operação

da atividade”

Não foi apresentado

documento descritivo que

considere todos os

impactos ambientais em

relação a Lagoa dos

Barros e seu entorno.

Apenas estudo da estação

de tratamento de esgoto.

DIPLOMA LEGAL DESCRIÇÃO DISCREPÂNCIA Resolução CONAMA

01/86, Art. 5, Inciso III

“O EIA/RIMA, além da

legislação, ....obedecerá

as seguintes diretrizes

gerais: “Definir os limites

Os estudos apresentados

na LP e LI não atendem

esta exigência, inclusive a

ETE LB – situa-se na área

20

da área geográfica a ser

feita ou indiretamente

afetada pelos impactos

denominada área de

influência do projeto

considerando em todos

os casos a bacia

hidrográfica na qual se

localiza.

de entorno (menos de

10km) de Unidade de

Conservação Parque

Municipal Manoel de

Barros Pereira – Lagoa

dos Barros, desatendendo

a resolução CONAMA

13/90, art 2º e a CF Art

225 – Inciso 3º.

Também não apresenta os

estudos de impacto sócio

econômico na região do

entorno, conforme descrito

nos quadros 1,2,3,4

conforme Denúncia ao

MP/RS, protocolado em

04/02/2009.Resolução CONAMA

01/86, Inciso IV

“O EA/RIMA, além da

legislação, ....obedecerá

as seguintes diretrizes

gerais: “Considerar os

planos e programas

governamentais

propostos e em

implantação na área de

influência do projeto, e

sua compatibilidade”

O Município de SANTO

ANTÔNIO DA PATRULHA

não foi informado nem

consultado em relação ao

empreendimento. O

Município tem projetos em

andamento para a região,

que serão impactados pela

iniciativa. (Quadros

1,2,3,4, da denúncia). Os

outros municípios da bacia

também não foram

consultados e existe

impacto nestes municípios

também, (Capivari do Sul,

Palmares do Sul, Cidreira

e Viamão).

21

Resolução CONAMA

01/86, Art. 6, Inciso I

“O EIA/RIMA

desenvolverá no mínimo

as seguintes técnicas: I –

Diagnóstico Ambiental

da área de influência do

projeto...(meio físico,

biológico e os

ecossistemas naturais) e

o meio sócio-econômico.

As atividades previstas no

diagnóstico não foram

apresentadas.

DIPLOMA LEGAL DESCRIÇÃO DISCREPÂNCIAResolução CONAMA

01/86, Art. 6, Inciso II

“O EIA/RIMA, além da

legislação, ...obedecerá

as seguintes diretrizes

gerais: “Análise dos

impactos ambientais do

projeto e de suas

alternativas” ...

(discriminação dos

impactos)

Não foi apresentada

discriminação dos

impactos conforme as

exigências descritas no

inciso II, Artigo 6,

Resolução CONAMA

01/86

Resolução CONAMA

01/86, Art. 6, Inciso III

“O EIA/RIMA, além da

legislação, ....obedecerá

as seguintes diretrizes

gerais: “Definição das

medidas mitigadoras dos

impactos negativos...”

Não foram avaliados todos

os impactos negativos

(ambiental, social,

econômico, cultural) e tão

pouco apresentadas

soluções para tal. Resolução CONAMA

01/86, Art. 7º

“O EIA será realizado por

equipe multidisciplinar

habilitada, não

dependente direta ou

indiretamente do

proponente do projeto e

será responsável

tecnicamente pelos

resultados apresentados

Não foi apresentado EIA,

nem equipe

multidisciplinar, nem ART

– Anotação de

Responsabilidade Técnica

22

Resolução CONAMA

01/86, Art. 9º

O Relatório de impacto

ambiental – RIMA

refletirá as conclusões

do EIA – Estudo de

Impacto Ambiental e

conterá no mínimo....

Não foi apresentado RIMA

Resolução CONAMA

13/90, Art. 2º

Decreto 99.274/90,

Art. 27

Em unidade de

conservação “Art. 2º -

Nas áreas circundantes

das unidades de

conservação, num raio

de 10 km, qualquer

atividade que possa

afetar a biota, deverá ser

obrigatoriamente

licenciada pelo órgão

ambiental competente”

Parágrafo Único: O

Licenciamento a que se

refere o Caput deste

artigo só será concedido

mediante autorização do

órgão responsável pela

administração da

unidade de conservação”

O órgão licenciador do

Parque Municipal Manoel

de Barros Pereira (Ilha da

Agasa) é a Prefeitura

Muncipal de SANTO

ANTÔNIO DA

PATRULHA, e não foi

apresentada nenhuma

solicitação a este órgão e

tão pouco expedida

alguma licença ambiental.

DIPLOMA LEGAL DESCRIÇÃO DISCREPÂNCIAResolução CONAMA

237/97, Art. 10º;

Resolução CONAMA

09/87

Necessidade de

Audiência Pública

Não houve audiência

pública em Santo Antônio

da Patrulha e municípios

impactadosResolução CONAMA

237/97, Art. 3º

“A licença ambiental para

empreendimentos e

atividade consideradas

efetiva ou

Não houve EIA/RIMA, não

houve publicações em

jornal de Santo Antônio da

Patrulha, e, não houve

23

potencialmente

causadoras de

significativa degradação

do meio dependerá de

prévio estudo de impacto

ambiental e respectivo

relatório de impacto

sobre o meio ambiente

(EIA/RIMA), ao qual dar-

se-á publicidade

garantida a realização de

audiências públicas,

quando couber, de

acordo com a

regulamentação.”

audiência pública, nos

termos exigidos.

Resolução CONAMA

237/97, Art. 8º, Inciso

II

“Licença de Instalação

(LI) – autorização a

instalação do

empreendimento ou

atividade de acordo com

as especificações

constantes dos planos,

programas e projetos

aprovados, incluindo as

medidas de controle

ambiental e demais

condicionantes, da qual

constituem motivo

determinante.”

Não há EIA/RIMA.

Como determinas as

medidas de controle

ambiental e demais

condicionantes se não

existe um estudo?

Na data de 08 de fevereiro de 2009 – Abraço (simbólico) a LAGOA DOS

BARROS, inicio da coleta de assinaturas para demonstrar a inconformidade da

população de Santo Antônio da Patrulha, com o andamento das obras.

24

Na data de 10 de fevereiro de 2009 – Of. 080/2009 – Pref. SANTO ANTÔNIO

DA PATRULHA para MP SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA

Na data de 11 de fevereiro de 2009 – Diversos ofícios. Vide anexos.

Na data de 16 de fevereiro de 2009 – Por sugestão do MP Estadual, Dr.

Alexandre Saltz, reunião na CORSAN. Presentes: MP Estadual, CORSAN,

SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA e FEPAM

Na data de 17 de fevereiro de 2009 – Reunião com grupo técnico sugerido

pelo MP e CORSAN - Presentes: MP, CORSAN e SANTO ANTÔNIO DA

PATRULHA. FEPAM e Osório não se fizeram presentes

Na data de 04 de março de 2009 – Ofício da Comissão MOVIMENTO LAGOA

DOS BARROS VIVA – Sem resposta até o momento.

Na data de 10 de março de 2009 – Audiência com Marco Alba – Sec. de

Habitação, Saneamento e Obras – Sec. Meio Ambiente (FEPAM). Audiência

com Berfran Rosado – Sec. Meio Ambiente (CORSAN)

Na data de 11 de março de 2009 – Audiência Pública Assembléia Legislativa

Presentes autoridades e comunidades dos municípios, conclui-se que “as

informações apresentadas ainda são insuficientes para encontrarmos uma

solução, já que a discussão está baseada principalmente em aspectos técnicos

e jurídicos". Entre os encaminhamentos da reunião, ficou definido que será

criada uma subcomissão, da qual o deputado Paulo Borges será coordenador,

que vai averiguar tecnicamente os relatórios e projetos envolvidos na obra e

investigar todas as implicações da construção da Estação de Tratamento de

Esgoto de Osório na Lagoa dos Barros. Além disso, essa subcomissão irá

analisar documentos técnicos das entidades envolvidas, bem como ampliar a

discussão do saneamento básico do litoral norte.

25

Após dois meses da data do protocolo a FEPAM, disponibiliza cópia da LP e LI

ao Município de Santo Antônio da Patrulha.

Na data de 26 de março de 2009 – Reunião Comitê Tramandaí, realizada em

Osório. Representando SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA Clóvis Salazar,

Milena, Ana Clara.

Na data de 01de abril de 2009 – Prefeitura disponibiliza cópia da LP e LI para

o Ministério Público de Santo Antônio da Patrulha uma vez que o mesmo havia

protocolado na FEPAM e, até então não haviam recebido resposta.

Na data de 28 de abril de 2009 – Ocorreu o segundo encontro dos integrantes

da Subcomissão, estiveram presentes o diretor do Centro de Pesquisas

Costeiras e Oceânicas da UFRGS (CECO),Prof. Dr. Nélson Grüber, o

professor, pesquisador e geólogo, Marcos Hansen, o pesquisador da

Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), especialista em lagoas,

Friedrich Herms, e mais os Deputados Paulo Borges – Relator; juntamente com

o Deputado Daniel Bordignon membros da Subcomissão. Dentre vários

aspectos técnicos tratados na reunião, o principal consenso dos parlamentares

e estudiosos foi de que "falta um estudo mais integrado de toda região". Todas

as lagoas do Litoral estão protegidas por diretrizes da FEPAM, que impedem o

lançamento de efluentes nas lagoas. Porém, existe uma que não está

imunizada: a Lagoa dos Barros.

Segundo Grüber, não há um projeto sobre o impacto do lançamento de

efluentes no local e a caracterização hidróloga é de 1969, ou seja, não existe

um estudo recente sobre as conseqüências de um ETE nas águas dessa

lagoa: "A Lagoa dos Barros tem todas as condições para não ser uma lagoa

que receba esgoto", relata o pesquisador da UFRGS. No Rio de Janeiro,

estado com metade da extensão territorial do RS, existe dez regiões

hidrográficas, enquanto no estado gaúcho são apenas três: "O cenário é

político. Com vontade política, aliado ao conhecimento técnico, vamos reverter

a atual situação do Rio Grande do Sul, que está muito atrasado em questões

ambientais", sintetiza o geólogo Hansen.

26

A Subcomissão, dentre várias ações, fará uma solicitação às instituições do

estudo ambiental complementar da Lagoa, observará o impacto socio-

econômico na região e solicitará a FEPAM um Projeto de Lançamento dos

efluentes na lagoa Patrulhense. Para o proponente e relator da Subcomissão,

deputado Paulo Borges, há uma questão imediata no assunto: o rumo que

tomará os 30% já concluídos da obra.

Na data de 26 de maio de 2009 – A subcomissão envia pedidos de

informações técnicas aos seguintes órgãos: FEPAM e CORSAM.

Na data de 1º de junho de 2009 – Apresentado a Subcomissão o Relatório

Técnico de Situação da Lagoa dos Barros/RS, assina o relatório o Professor

Doutor e pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ),

especialista em lagoas, Friedrich Herms.

Na data de 26 de junho de 2009 – O MPF - Ministério Público Federal envia

expediente ao Prefeito Municipal. Remete toda competência ao MP Estadual.

Envia cópia a CEF.

Na data de 08 de julho de 2009 – Ocorre almoço com Dep. Paulo Borges, em

Santo Antonio da Patrulha. É entregue o estudo sobre ETE Osório – Lagoa dos

Barros. Na parte da manhã, assessor do Dep. Paulo Borges protocola o estudo

junto ao Ministério Público de Santo Antônio da Patrulha.

Na data de 13 de julho de 2009 – Ocorre Audiência Pública em Santo Antonio

da Patrulha, pela Assembléia Legislativa. O Município de Osório e FEPAM não

comparecem. CORSAN manda representante.

29 de julho de 2009 – Minist ério Público de Santo Antônio da Patrulha

protocola AÇÃO CIVIL PÚBLICA, pedindo a

27

Nesta data os Exmos. Srs. REGINALDO FREITAS DA SILVA e MAX

ROBERTO GUAZZELLI, Promotores de Justiça da Comarca da Santo Antônio

da Patrulha, propuseram AÇÃO CIVIL PÚBLICA, com pedido liminar, visando

evitar dano ambiental a ser causado pela emissão de efluentes líquidos de

Estação de Tratamento de Esgoto na Lagoa dos Barros, situada no âmbito

territorial dos Municípios de Santo Antônio da Patrulha e Osório, em face da

ausência de estudos prévios de impacto ambiental, contra MUNICÍPIO DE

OSÓRIO, CORSAN - COMPANHIA RIOGRANDENSE DE SANEAMENTO,

FEPAM – FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL HENRIQUE

LUÍS ROESSLER/RS.

A seguir trechos da AÇÃO CIVIL PÚBLICA:

“...2.2. Da Responsabilidade Civil da FEPAM e da

CORSAN por Danos Futuros à Lagoa dos Barros

O art. 187 do Código Civil de 2002 prevê que

“também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede

manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico e social, ou pela

boa-fé ou pelos bons costumes”.

A total desconsideração, por parte da FEPAM, sobre

a exigência de EIA//RIMA para o licenciamento da ETE de Osório viola o art.

225, §4º, da Constituição Federal de 1988, o art. 6º, §2º, da Lei Federal n.º

7.661/88, o art. 225, §1º, IV, da Constituição Federal de 1988, e o art. 2º, V, da

Res. CONAMA 1/86, caracterizando, portanto, um ilícito ambiental, posto que

tem a potencialidade de ocasionar danos ambientais futuros à biodiversidade e

aos recursos hídricos da Lagoa dos Barros.

A respeito da responsabilidade civil por danos

futuros, leciona Délton Winter de Carvalho que:

“a probabilidade determinante de um dano

ambiental futuro (dano às futuras gerações) desvela-

se como ilícito passível de sanção civil, imprimindo

28

a possibilidade de imposição de restrições em razão

dos seus custos sociais (Paollo Gallo). Considerando

a existência de um ‘dever de preventividade objetiva’

imposto pelo art. 225 da CF, sua violação a partir da

produção de riscos ambientais intoleráveis acarreta a

configuração de um ilícito ambiental em razão dos

custos sociais decorrentes da generalização destes na

sociedade (pós-) industrial. Tendo como sustentação

normativa os termos do art. 225 da Constituição

Federal e a abertura do sentido atribuído à ilicitude

civil apresentada pelo art. 187 do Código Civil de

2002 (desnecessidade de comprovação de culpa e

dano), o dano ambiental futuro é verdadeira fonte de

obrigação civil, que resulta em tutela diversa da

mera indenização e reparação, atuando por meio da

imposição de medidas preventivas (de caráter

inibitório ou mesmo mandamental)”1.

Caracterizado o ilícito ambiental por parte da

FEPAM, quer-se, com a presente ação, impedir a ocorrência de danos futuros

na Lagoa dos Barros, paralisar as obras que se encontram em andamento e

anular o licenciamento ambiental da ETE de Osório, exigindo-se que a FEPAM

condicione a emissão das novas licenças à prévia elaboração e aprovação do

EIA/RIMA.

4. DA LIMINAR

Os dados já analisados no presente feito permitem

que se conclua pelo deferimento da liminar que ora será pleiteada, fundamental

para evitar que a obra da ETE de Osório seja finalizada sem o devido estudo

de impacto ambiental e o respectivo relatório (EIA/RIMA), o que poderia

originar um dano ambiental irreversível à Lagoa dos Barros e aos Municípios

de Osório e Santo Antônio da Patrulha, os quais se utilizam de seus recursos

1 CARVALHO, Délton Winter de. Dano ambiental futuro – a responsabilização civil pelo risco ambiental. RJ: Forense Universitária, 2008.

29

naturais, com exploração nas áreas de lazer, cultura, econômica, turismo, etc,

sendo ainda importante manancial de água potável para ambos.

Além do poder geral cautelar que a lei processual

lhe confere (Código de Processo Civil, artigos 798 e 799), a legislação

pertinente à ação civil pública autoriza o Magistrado a antecipar o provimento

final, liminarmente, e a determinar de imediato medidas satisfativas ou que

assegurem o resultado prático da obrigação a ser cumprida (arts. 11 e 12 da

Lei n.º 7.347/85 e art. 84 do CDC).

No caso, é imperiosa a concessão de medida liminar

com esse conteúdo antecipatório, para evitar a ocorrência de danos

irreparáveis e/ou de difícil reparação na Lagoa dos Barros, mais

especificamente à sua biodiversidade e recursos hídricos, afigurando-se

necessário o deferimento dos pedidos liminares abaixo relacionados.

Vale lembrar que dois dos princípios basilares do

direito ambiental são os da prevenção e da precaução. A concessão da

medida liminar, no caso dos autos, é uma forma de se evitar que danos ao

meio ambiente venham a ocorrer no curso do processo, com o término das

obras para implantação da ETE de Osório, e, conseqüentemente, a emissão de

efluentes na Lagoa dos Barros, contaminando corpo hídrico ainda não poluído

e completamente carente de estudos acerca de sua viabilidade em receber

essa carga poluidora.

A atuação preventiva é necessária para que se

consiga evitar danos ambientais, de difícil ou impossível reparação. Uma vez

consumada uma degradação ao meio ambiente, a sua reparação é sempre

incerta e, quando possível, muito onerosa. Isso sem contar no longo tempo que

é necessário para que se possa reconstituir o estado anterior das coisas,

falando-se assim em uma espécie de lucros cessantes ambientais, visto que o

meio ambiente estará desprovido das suas condições atuais e naturais até que

se consiga recuperá-lo.

30

No que tange ao princípio da precaução, que norteia

a matéria ambiental, pode-se concluir que sempre que houver perigo de

ocorrência de um dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica

absoluta deverá ser utilizada como razão para a imediata adoção de medidas

eficazes impeditivas de eventual degradação ao meio ambiente. Tal princípio

enseja que a atividade seja evitada ou rigorosamente controlada, daí a

necessidade da exigência dos respectivos estudos de impacto, mormente no

caso dos autos, onde é latente a falta de certeza quanto à viabilidade de a

lagoa receber os efluentes líquidos, conforme reiterado por diversos

especialistas acima citados.

Ora, o desrespeito à legislação específica

(Resolução CONAMA n.º 01/86, art. 2º, inc. V), a qual exige o prévio estudo de

impacto ambiental e respectivo relatório para a implementação de atividades

potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais - conduta esta

que pode acabar por chancelar uma futura degradação ambiental - representa

uma potencialidade de dano irreversível e irreparável. Mais, tal como explicado

acima, atualmente, independentemente da discussão acerca do EIA/RIMA,

ficou assentado por especialista que o projeto da CORSAN para a ETE de

Osório não atende às condições das Licenças Prévia n.º 221/2007-DL e de

Instalação n.º 1073/2007-DL. Ainda, está havendo descumprimento da série

legislativa acima discriminada, o que representa irregularidades que impedem o

prosseguimento do empreendimento, visto que o que está sendo descumprido

é sensível à área ambiental.

Não bastasse isso tudo, há que se primar pelo bom

emprego de todas as verbas públicas, cuja titularidade não se circunscreve ao

ente público Município de Osório. Daí porque parece correto afirmar ser

extremamente temeroso que se permita a continuidade de uma grande obra

pública, onde estão sendo investidos milhões de dólares, sem que se tenha a

mínima certeza de que ela se tornará operante. Somente os estudos de

impacto ambiental, exigidos pela legislação já citada, é que poderão afirmar

que a ETE de Osório, com respectiva emissão de efluentes na Lagoa dos

Barros, é viável ecologicamente.

31

Temerário que se prossiga a obra, enterrando-se

significativa verba pública, e, ao final, concluindo o estudo pela impossibilidade

de emissão dos efluentes na Lagoa dos Barros, não possa ser ela usufruída

ou, ainda, ser adaptada/retificada, daí surgindo desperdício.

Salutar é a imediata suspensão da obra, até que os

estudos possam ser realizados e concluídos ou, ainda, que se encontre uma

solução alternativa para o local de emissão dos efluentes. Alternativa e

minimamente, deverá ser suspensa parte da obra que se destine à canalização

e à emissão dos efluentes à Lagoa dos Barros, desde que comprovado pelos

réus seja isso possível, sem desperdício da verba pública.

Assim pugnando, pretende o Ministério Público

assegurar um resultado útil à demanda, sob pena de total ausência de valia do

provimento jurisdicional final e grave abalo aos princípios que norteiam a

proteção ao meio ambiente e a correta aplicação das verbas públicas.

Diga-se que o fato de já terem sido emitidas as

respectivas Licenças Prévia e de Instalação não impede a suspensão da obra,

visto que não há que se falar em direito adquirido ao licenciado. A doutrina

comunga do mesmo entendimento, inclusive imputando nulidade ao

licenciamento ocorrido antes do EIA/RIMA. Nesse sentido, Paulo Affonso Leme

Machado:

“A ‘licença prévia’ não gera direitos para

o requerente, mesmo que tenha despendido recursos com

o planejamento da obra ou da atividade. Trata-se,

repita-se, de fase de estudo em que não há

engajamento definitivo da Administração pública com o

pedido. Além disso, quando o projeto comportar o

estudo de impacto ambiental, qualquer decisão

precipitada da Administração pública licenciando

antes do RIMA é nula, e a nulidade pode ser

32

pronunciada pela própria Administração pública ou

pelo Judiciário.”2

O fumus boni iuris, conforme acima narrado e

fundamentado, é latente, visto que o projeto, a obra e, mais especificamente, a

emissão dos efluentes líquidos na Lagoa dos Barros, foram autorizados sem

que houvesse um estudo ambiental acerca da sua viabilidade, muito embora a

expressa exigência legal. E, mesmo que não houvesse essa expressa regra

legal, parece clara a incidência dos princípios constitucionais já citados - os

quais são tão ou mais importantes que as próprias regras expressas na

Constituição -, tendo em vista o contraditório imposto pelos especialistas que

foram ouvidos pelo Município, pelo Ministério Público, e pelo próprio Poder

Legislativo do Rio Grande do Sul. Resta, ainda, neste aspecto, a

inconformidade do projeto com as respectivas licenças ambientais emitidas e o

desrespeito ao Zoneamento Costeiro.

Em síntese, a plausibilidade do direito,

caracterizando a presença do primeiro requisito, é manifesta, ante a absoluta

inconstitucionalidade e ilegalidade na expedição indiscriminada da LP e da LI

em favor da CORSAN sem a prévia elaboração de EIA/RIMA, com violação

direta e injustificável do art. 225, §1º, IV, e §4º, da Constituição Federal de

1988, art. 6º, §2º, da Lei Federal n.º 7.661/88, art. 2º, V, da Res. 1/86/CONAMA,

e sem a oitiva do Conselho Gestor da Unidade de Conservação de Proteção

Integral, com afronta ao art. 46 da Lei Federal n.º 9.985/2000.

À evidência, abdica o órgão ambiental estadual do

seu dever de exercer com eficiência o poder de polícia no controle e

licenciamento de atividade potencialmente poluidora, como é a emissão de

efluentes domésticos, ainda que tratados.

O periculum in mora mostra-se cristalino quando

se percebe a possibilidade de continuação de um grande empreendimento,

com grande aporte de recursos públicos, havendo irregularidades no seu

2 MACHADO, PAULO AFFONSO LEME. Direito Ambiental Brasileiro. 7.ed., São Paulo: Malheiros, 1999, p.194.

33

licenciamento ambiental e fortíssima probabilidade de dano ambiental

insanável ou de difícil e custosa reparação, conforme acima narrado. Como já

dito, haveria desperdício de dinheiro público a se confirmar a séria dúvida

acerca da viabilidade de emissão dos efluentes na Lagoa dos Barros.

Acresça-se que o perigo na demora deriva ainda do

fato de que as obras para implantação da ETE já terem sido iniciadas,

buscando-se evitar a sua conclusão a fim de que o provimento jurisdicional seja

útil a evitar os danos ambientais na Lagoa dos Barros, sob pena de a presente

demanda converter-se em perdas e danos.

Portanto, o risco de dano ambiental no futuro é

concreto e desproporcional, devendo ser devidamente inibido pelo Poder

Judiciário, evitando-se, desta forma a concretização de prejuízos incalculáveis

à biodiversidade e aos recursos hídricos do Estado do Rio Grande do Sul.

Destarte, estão perfeitamente caracterizados os

seus pressupostos tradicionalmente previstos em sede doutrinária e

jurisprudencial para a concessão dos pedidos liminares acima entabulados,

consistentes no fumus boni juris e no periculum in mora, a amparar a

necessidade de suspensão das obras que vêm sendo executadas pela

CORSAN e das licenças emitidas pela FEPAM.

Por fim, a tutela antecipatória deverá ser concedida

inaudita altera parte, posto que há riscos de danos irreparáveis à Lagoa dos

Barros, não sendo absolutamente razoável que se aguarde a conclusão das

obras da ETE para somente então buscar-se a tutela reparatória do ambiente.

Consoante leciona Édis Milaré:

“(...) cumpre lembrar que a Lei 8.437 de

30.06.1992, ao tratar da concessão de liminares

contra atos do Poder Público, exige a audiência

prévia do representante judicial da pessoa jurídica-

34

ré, tendo ela um prazo de 72 horas para emitir seu

pronunciamento. É evidente que tal prazo só é concebível naquelas hipóteses em que a falta da cautela não ponha em risco bens ambientais irreparáveis. Entendimento diverso implicaria

contrariar o disposto no art. 225 da Constituição

Federal. Assim, p. ex., ainda é cabível a liminar,

sem prévia manifestação da pessoa jurídica de direito

público, quando está ela prestes a efetuar

desmatamento; quando está em vias de demolição de

prédio histórico; quando está pondo em risco a saúde

humana”.3

No mesmo diapasão, Nelson Nery Junior e Rosa

Maria de Andrade Nery dizem, textualmente:

“(...) a L 8437/92 1º caput proíbe a

concessão de liminar contra atos do poder público, em

procedimentos cautelares ou outras ações de natureza

cautelar ou preventiva, toda vez que providência

semelhante não puder ser concedida em ações de

mandado de segurança, em virtude de vedação legal

(...) a proibição aqui mencionada é ineficaz e

inócua, porque, se a situação de fato ensejar

urgência na prestação jurisdicional, o juiz tem de

conceder a liminar, haja ou não lei permitindo. Isto

porque o sistema jurídico tem de encontrar mecanismos

idôneos para que haja efetividade do direito ou de

seu exercício, fazendo-o por meio de liminares ‘tout

court’, dos ‘writs’ constitucionais e das medidas

cautelares”. 4

A jurisprudência admite sem titubear o cabimento de

liminares “inaudita altera pars” contra o Poder Público. Basta vislumbrarmos

3 MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: doutrina, prática, jurisprudência, glossário. Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo, 2000, p. 439.4 NERY JUNIOR, Nelson e ANDRADE NERY, Rosa Maria. Código de Processo Civil comentado e legislação processual civil extravagante em vigor. Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo, 2002, p. 1357/1358.

35

alguns outros paradigmáticos julgados do colendo Tribunal de Justiça do

Estado do Paraná, in verbis:

Agravo de instrumento - Ação civil pública - Liminar -

Meio ambiente - Poder Público concedente - Integração a

lide - Matéria - Conhecimento - Supressão de instância -

Recurso - Improvimento. Cabalmente demonstrada agressão ao meio ambiente pode o juiz conceder liminar em ação civil pública, sem justificação prévia, determinando a cessação da atividade nociva sob pena de cominação de multa diária. Não tendo a atacada decisão apreciado o pedido genérico de

integração a lide do poder público concedente, não há como

conhecer da matéria, sob incidência de ocorrer supressão

de instância.

(Agravo Interno n.º027136900, 2ª Câmara Cível, Relator:

Altair Titucci, Julgado em 30/03/1994)

Por conseguinte, resulta inquestionável o cabimento da

antecipação de tutela em caráter liminar, sem prévia oitiva, contra a FEPAM, eis que presentes

os pressupostos de plausibilidade do direito invocado e urgência da tutela pretendida.

Deste modo, parece imperiosa a concessão da

tutela cautelar, nos termos pugnados e sem a oitiva dos réus, sob pena de

graves prejuízos ao meio ambiente e ao interesse público.

5. DOS PEDIDOS:

ANTE O EXPOSTO, requer o Ministério Público:

a) a concessão de liminar para a imediata

suspensão das obras referentes à ETE de

Osório, até que os estudos de impacto ambiental

e respectivo relatório (EIA/RIMA) sejam

devidamente elaborados, discutidos e aprovados,

nos termos da lei, suspendendo-se também a

Licença Prévia n.º 221/2007-DL e a Licença de

36

Instalação n.º 1073/2007-DL, porque emitidas

sem observância das formalidades legais, com a

consequente fixação de multa de R$1.000.000,00

(hum milhão de reais), para o caso de

descumprimento, ou seja, qualquer ato de

prosseguimento da obra;

b) alternativa e minimamente, deverá ser

suspensa parte da obra que se destine à

canalização e à emissão dos efluentes à Lagoa

dos Barros, desde que comprovado pelos réus

seja isso possível, sem desperdício da verba

pública, com a consequente fixação de multa de

R$1.000.000,00 (hum milhão de reais), para o

caso de descumprimento;

a) a citação dos réus nos endereços indicados, para

que contestem a ação, querendo;

b) a intimação do Município de Santo Antônio da

Patrulha, para que manifeste interesse na causa;

c) a oitiva do Conselho Gestor da Unidade de

Conservação Parque Municipal Manoel de Barros

Pereira para que manifeste aprovação, na forma

do art. 46, parágrafo único, da Lei nº 9.985/00;

d) a procedência do pedido, com a desconstituição

da Licença Prévia n.º 221/2007-DL e da Licença

de Instalação n.º 1073/2007-DL, emitidas pela ré

FEPAM, bem como a determinação de um novo

licenciamento, com a realização de prévio estudo

de impacto ambiental e respectivo relatório

(EIA/RIMA), obedecidos os estritos termos da

37

legislação pertinente, inclusive com apontamento

de soluções alternativas, relativamente ao

empreendimento Estação de Tratamento de

Efluentes do Município de Osório e capacidade

da Lagoa dos Barros em receber esses

efluentes, sem prejuízo de outros aspectos

julgados relevantes pelos técnicos; além da

condenação solidária dos réus por eventuais

danos ambientais causados, presente e

futuramente, inclusive lucros cessantes

ambientais;

e) a produção de todos os meios de prova,

especialmente a pericial, documental e

testemunhal.

Dá-se a causa o valor de alçada.

Santo Antônio da Patrulha, 29 de julho de 2009.

REGINALDO FREITAS DA SILVA, MAX ROBERTO GUAZZELLI,

Promotor de Justiça. Promotor de Justiça.”...

Importante ressaltar que as informações t écnicas enviadas por esta

subcomissão, ao Minist ério Público de Santo Antonio da Patrulha em

08/07/2009, auxiliaram tecnicamente a fundamentação desta AÇÃO CIVIL

PÚBLICA com pedido liminar, demonstrando a seriedade dos trabalhos

desta subcomissão.

38

Na data de 03/08/2009 – A Exma Sra. Elisabete Kirschke, Juíza de Direito. Decide:

SUSPENDER liminarmente as obras referentes à ETE de Osório, suspendendo ainda os

efeitos da Licença Prévia nº 221/2007-DL e da Licença de Instalação nº 1073/2007-DL, não

observadas as formalidades legais para as respectivas emissões.

39

3 – Das Reuniões da subcomissão

3.1 – Primeira reunião da subcomissão

Ata 001/2009 – Sub-Comissão para tratar da Instalação da Estação

de Tratamento de Esgoto em Osório.

Ás nove horas do dia vinte e sete de abril de dois mil e nove,

reuniram-se na Assembléia Legislativa do Estado do Estado Rio Grande do

Sul, no Gabinete do Deputado Paulo Borges para Reunião da “Subcomissão

para tratar da Instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em

Osório.” Estavam presentes o Deputado Paulo Borges, o Professor Nelson

Gruber UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o Dr. Friedrich

Herris da Universidade do Rio de Janeiro, o Deputado Daniel Bordignon.

Iniciaram falando que quando o assunto é meio ambiente não se olha questões

Partidárias, visto que a pauta tem valor muito mais relevante. O Deputado

Paulo Borges fez a apresentação do impasse técnico existente, dizendo que no

momento é isto que os leva a estarem ali analisando a situação, e que os

impasses Políticos ficam por menores. O Dr. Nelson Gruber diz que por ter sido

consultado sobre as dúvidas existentes na instalação da Estação de

Tratamento de Esgoto (ETE) da Cidade de Osório, sugeriu o trabalho de

análise e discussão com mais dois renomados professores da área, que foi o

Dr. Marco Antônio Fontoura Hansen da Unisinos e o Dr. Frederich vindo do Rio

de Janeiro. No último fim de semana passaram debruçados em cima de

documentos e materiais relacionados as potencialidades da Lagoa Dos Barros.

Dr. Frederich faz sua apresentação onde conta de suas vasta experiência e

dedicação dentro da área de estudo de lagoas, fala em dois pontos importantes

que foram estudados e que são fatores técnicos. Se vê impressionado com a

falta de Estudos sobre a Lagoa, conta que obteve poucos dados da situação da

ETE, dentro do site da FEPAN (Fundação Estadual de Proteção Ambiental),

que pode conferir que para a instalação basearam-se em uma amostragem por

ano a partir do ano dois mil, o que é insuficiente pra ter uma noção do que a

Lagoa suportaria. Falando sobre dados da Lagoa dos Barros, diz que viu

apenas estudos da década de sessenta, onde constam o surgimento,

capacidade de volume, e outros pequenos detalhes, mas, que tudo isto com

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certeza já foi alterado com todos estes anos passados. O que aconteceu de

cinqüenta anos pra cá? Qual o Limite Mínimo ou Limite máximo? Dados de

evaporação? Qual o assoriamento? Queda de nível?entre tantos

questionamentos o Deputado Paulo Borges perguntou pelo fato da Lagoa ser

uma Lagoa Fechada isto mudaria muito este processo de renovação? Dr. Fred

responde que sim. A L.I. (Licença de Instalação) fala que o Lançamento dos

efluentes da ETE serão feitos numa profundidade de três metros, mas aí tem a

pergunta onde tem estes três metros? Dep. Paulo Borges questiona sobre a

necessidade do Estudo Ambiental, onde lhe é respondido que claro que

haveria de ter sido feito, não necessariamente um Estudo de Impacto, mas o

Estudo Ambiental. Quando se fala em Volume a ser jogado na Lagoa, ele fala

que representa por ano mais de um terço do volume da lagoa. Fala em

condenação da Lagoa num prazo de dez anos, ela é uma Lagoa que não se

renova, ela tem capacidade de 10% (dez por cento) de renovação. Quando

falou em Política de Recursos Hídricos, diz que ela é uma lagoa desamparada,

sem área definida, que não pertence a nenhum Comitê para defendê-la. Então

se não há uma entidade que a defenda, impondo restrições, fica muito fácil de

optar por ela. Deputado Paulo Borges pergunta sobre as outras Lagoas

existentes em Osório? Dr. Fred. diz: pois não achei explicação neste sentido,

sendo que as outras possuem mesmo tempo, porque lançar na Lagoa dos

Barros? Dr. Gruber diz que não podem usar do argumento que a escolha se

deu porque havia pouco tempo para definir o local, visto que o projeto tramitou

por dois anos, e que segundo ele constatou conhecendo em detalhes o projeto,

que não será tão eficaz como é dito o tratamento do esgoto. Dr. Fred fala que

na L.I (licença de Instalação), não tem DBO (Demanda Bioquímica de

oxigênio), não tem algas pra renovar o oxigênio, mais uma vez reforça que não

existe garantias de recuperação, o Projeto não atende a L.I (Licença de

Instalação), O Projeto não prevê sobrevivências da Lagoa.Qual a biologia da

Lagoa, balanço hídrico, capacidade de renovação da Lagoa? Fala inclusive do

impacto financeiro, sendo que estaria afetando mais de duzentos produtores de

arroz. Se for permitido agora que façam isto com a Lagoa dos Barros, aí

mesmo todos se acharão no direito de fazerem o que quiserem com ela, já

imaginaram? As coisa não podem ter dois pesos e duas medidas , ela está em

meio a várias bacias, mas não pertence a nenhuma. O Dr. Gruber expôs

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alguns mapas de bacias do Rio Grande do Sul, mostrando que existem três3

regiões hidrográficas. Dr. Fred divide em dois momentos a preocupação com a

Lagoa, um é o fato emergencial, ou seja, não deixar que despejem os efluentes

da ETE, sem que haja maiores esclarecimentos sobre a situação, e o segundo

momento seria incluir a Lagoa dos Barros em algum zoneamento. Dep. Paulo

Borges disse que por isto estamos aqui para este primeiro estudo técnico, trinta

por cento da obra da ETE está concluída, mas e a rede coletora? Parece-me

que ainda não foi nem iniciada, qual a programação? O Dep. Paulo Borges fala

sobre o que sugerem como próximo passo, Dr. Fred sugere: - Exigência dos

Estudos que faltam (ainda dá pra resolver), o projeto de lançamento dos

efluentes ainda pode ser alterado, não existe detalhamento físico. Então fica

concluído entre os Deputados Paulo Borges e Daniel Bordignon, que farão

solicitações de Estudos Complementares Ambientais, como suporte de volume,

impacto econômico, verificação junto aos órgãos da falta de alinhamento do

projeto, perguntas como o Por que a Lagoa está sendo discriminada das

outras, se é uma Lagoa sem qualquer possibilidade de escoamento e ainda é

opção de abastecimento de água para a região. Deputado Daniel Bordignon

declarou satisfeito com a explicação dos técnicos, mas, fez a pergunta sobre o

Lençol freático, Dr. Fred e Dr. Gruber explicam, e concluem seus pareceres

verbais dizendo da Importância da Gestão Integrada, onde estes casos não

aconteceriam, reforçam que a opção de escolha da Lagoa dos Barros para este

projeto da ETE de Osório foi totalmente Equivocada, e ainda sugerem que o

caso seja levado ao conhecimento do CONSELHO NACIONAL DE

RECURSOS HÍDRICOS, para que este órgão que tem função fiscalizadora

requeira junto aos órgãos envolvidos neste projeto, que dêem explicações.

Presentes:

Deputado Paulo Borges

Coordenador da Subcomissão

Deputado Daniel Bordignon

Integrante da Subcomissão

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3.2 – Segunda reunião da subcomissão

Ata 002/2009 – Sub-Comissão para tratar da Instalação da Estação

de Tratamento de Esgoto em Osório.

Ás dez horas e trinta minutos do dia primeiro de julho de dois mil e

nove, reuniram-se na Assembléia Legislativa do Estado do Estado Rio Grande

do Sul, no Gabinete do Deputado Paulo Borges para Reunião da “Subcomissão

para tratar da Instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em

Osório.” Estavam presentes o Deputado Paulo Borges, o Professor Nelson

Gruber UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o Deputado

Daniel Bordignon e seu assessor Sérgio Cardoso. Foi feito uma retomada da

reunião anterior e falado sobre o relatório feito pelo Dr. Friedrich Herms. O

Deputado Paulo Borges fala sobre as solicitações de informações feitas através

de ofícios a FEPAN (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) e a CORSAN

(Companhia Riograndense de Saneamento), e sobre os retornos recebidos,

falou também sobre o documento recebido do Ministério Público do Município

de Santo Antônio da Patrulha, através da Corregedoria onde solicitaram cópia

dos relatório do Dr. Friedrich Herms. O deputado Paulo Borges pede pelo acato

a solicitação e resposta imediata, definido por assim proceder. Logo faz uso da

palavra o Dr. Nelson Gruber, onde fala sobre a necessidade de estudos mais

aprofundados e de toda a fragilidade do sistema da Lagoa dos Barros e que

com certeza Estações de Tratamento de Esgoto são importantes, mas

precisam de projetos bem analisados. O Dr. Gruber fará ainda uma análise

sobre o relatório do Dr. Friedrich, com comparativos aos pareceres da FEPAN

(Fundação Estadual de Proteção Ambiental) onde previamente constata-se a

falta de dados. O Dr. Gruber falou ainda sobre o relatório da CORSAN

(Companhia Riograndense de Saneamento) que consta somente um projeto de

engenharia sem qualquer análise mais profunda sobre óleos graxos, fósforos e

outros componentes químicos que são lançados como efluentes da Estação de

Tratamento de Esgoto. O Deputado Paulo Borges propõe solicitar dos Comitês

de Bacias um parecer oficial sobre como vêem a situação. Foi proposta pelos

Deputados Paulo Borges e Daniel Bordignon uma discussão regional sobre o

que faltou para que a Instalação desta ETE (Estação de Tratamento de Esgoto)

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fosse vista somente como benefício, e no mesmo momento expor o relatório

feito pelo Dr. Friedrich, o Deputado Daniel Bordignon pergunta se não houver

audiência pública anterior ao início das obras, o que obteve como resposta que

não, então propõe-se a discussão para que não haja mais erros em novas

ETEs a serem instaladas. Então foram feitas duas deliberações: a primeira de

que seja feito o requerimento de audiência pública a realizar-se dia treze de

julho na cidade de Santo Antônio da Patrulha, pretendendo ter como local a

Câmara de Vereadores, a segunda que seja respondido o ofício do Ministério

Público. O Dr. Gruber ainda coloca que esta audiência serviria para que a

Corsan revisse a possibilidade de melhorar o tratamento dos Esgotos, e ainda

nesta determinada Estação que está sendo construída na cidade de Osório,

procurasse redirecionar o despejo dos Efluentes. Presentes:

Deputado Paulo Borges

Coordenador da Subcomissão

Deputado Daniel Bordignon

Integrante da Subcomissão

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4 - Conclusões

Baseado nas atas de reuniões da subcomissão, bem como suas duas

audiências públicas juntamente com todos documentos enviados a esta

subcomissão pode-se chegar aos seguintes apontamentos:

1 - No campo técnico: no projeto disponibilizado, os parâmetros de projeto não

atendem aos requisitos estabelecidos pela Licença de Instalação para

Demanda de Bioquímico de Oxigênio (DBO), sólidos suspensos e bactérias

termotolerantes além de deixar de explicar quais são os valores para a

Demanda Química de Oxigênio (DQO), Fósforo Total, Nitrogênio Amoniacal,

Óleos e Graxas;

2 – Não existe definição quanto ao projeto de lançamento de efluentes na

Lagoa dos Barros;

3 – Não existe estudo do impacto no lançamento dos efluentes na lagoa, ou tão

pouco estudos de caracterização da lagoa, seja nos seus aspectos

liminológicos, ou hidrológicos, existindo tão somente o monitoramento realizado

pela FEPAN, duas vezes ao ano de seis em seis meses, março e agosto,

desde 1999, no ponto de amostragem no ponto LBA-E (Lagoa dos Barros –

margem leste), localizada nas coordenadas 29,89853 S e 50,32209 O, e cujos

dados retirados da página da internet da FEPAN são apresentadas abaixo para

as última três coletas realizadas, (vide anexo; Relatório T écnico de Situação

da Lagoa dos Barros/RS pág. 7)

4 – Os únicos dados sobre o balanço hídrico da lagoa datam de 1969, com os

dados coletados ao longo dos anos de 1957 a 1967, e que mostram um

progressivo rebaixamento do nível da lagoa conforme figura: (vide anexo;

Relatório T écnico de Situação da Lagoa dos Barros/RS pág. 8)

5 - Considerando que o tempo de permanência das águas é dado pela razão

de quantidade total de água no sistema pela quantidade total de água

adicionada ou retirada, e considerando os dados de 1967 como verdadeiros

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nos dias de hoje , pode-se se chegar ao calculo da seguinte forma; (vide

anexo; Relatório T écnico de Situação da Lagoa dos Barros/RS pág. 8)

6 - As características físicas, químicas e biológicas da Lagoa dos Barros

recomendam que este manancial seja preservado o máximo possível, para ser

utilizado como fonte de água para o abastecimento humano, sendo proibido o

lançamento de efluentes em suas águas como proposto pela FEPAM para as

lagoas do Litoral Norte, especialmente se considerada a situação de sua

formação ser a mesma daquelas lagoas costeiras.

7 – Considerando ainda que a Lagoa dos Barros está sob a área de gestão

hidrográfica do Comitê do Litoral Médio, e este apesar de já criado ainda não

foi instalado, não foi possível realizar o enquadramento de suas águas, como

fez o Comitê de Tramandaí, que estabeleceu classe 1 para todas as suas

lagoas, com exceção das Lagoas Marcelino, Itapeva e Tramandaí que foram

enquadradas na classe 2. Assim a presente situação levaria a um problema no

futuro que seria a necessidade de um enquadramento impossível de ser

alcançado face aos empreendimentos já existentes na região. De maneira

similar acorrerá se adotarmos os procedimentos utilizados pela FEPAM para a

elaboração e recomendações do Zoneamento Ecológico Econômico da região

do Litoral Norte.

8 – A falta de estudos para a Lagoa dos Barros provoca a não definição da

capacidade de carga ou de diluição com dados atuais do projeto e com o

projeto do sistema de lançamento dos efluentes na lagoa, pois somente assim

poderá ser modelado o processo como um todo.

9 – Considerando os dados da amostragem realizada pela FEPAM a partir de

2005, ou seja os últimos 4 anos, onde a concentração média do fósforo total é

de 0,131 ± 0,007 mg P/L, a concentração média de nitrogênio amoniacal é de

0,087 ± 0,014 mg NH3-N/L, a concentração de sólidos suspensos é de 216,6 ±

11,6 mg/L e a turbidez média é de 137,1 ± 8,3 NTU, e os dados da Licença de

Instalação (LI) que impõe o limite máximo de fósforo total de 1 mg/L e de

nitrogênio amoniacal de 20 mg/L, chega-se a conclusão que o prognóstico da

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lagoa é de estabelecimento de novos patamares de concentração de fósforo e

nitrogênio, e que estes parâmetros estarão muito acima dos valores médios

atuais, mesmo quando considerada a diluição do efluente, provocando desta

forma uma forte eutrofização da lagoa e cujas conseqüências para este corpo

hídrico são totalmente desconhecidas.

10 – Por fim, não parece justo termos a aplicação de duas condições de

restrições ambientais (uma restritiva e outra liberal) para corpos hídricos

assemelhados e tão próximos, além do fato de as águas da lagoa não respeitar

os limites municipais, e assim o prejuízo ambiental atingirá os dois municípios

em questão (Santo Antônio da Patrulha e Osório).

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5 - Recomendações

Assim são recomendados os seguintes estudos e ações para a região de forma

a garantir as bases técnicas de avaliação das condições atuais da Lagoa dos

Barros e os impactos do desenvolvimento local:

a) levantamento do regime de chuvas na região;

b) levantamento das áreas de plantio de arroz na região, especialmente nos

dados de área de plantio, consumo de água, produção de grãos e valor

econômico associado;

c) levantamento das características físicas da lagoa, ou seja a área, volume e

profundidades;

d) balanço hídrico atualizado para comparação como estudo de 1969;

e) levantamento da qualidade ambiental da lagoa, especialmente os dados

químicos e biológicos, incluindo o levantamento da produtividade primária

da área ao longo do ano;

f) modelagem do sistema para definição da capacidade de suporte se houver;

Além dos dados técnicos elencados acima, recomenda-se:

a) discussão do assunto junto ao Comitê de Bacia Hidrográfica do Médio

Litoral;

b) discussão do assunto junto ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos;

c) solicitar à CORSAN o detalhamento do projeto de lançamentos dos

efluentes;

d) solicitar à CORSAN atualização do projeto frente as exigências da LI;

e) solicitar à CORSAN estudo de viabilidade de alternativa de menor impacto

ambiental;

f) solicitar a FEPAM discussão sobre a questão de não adoção de restrições

semelhantes em todas as lagoas do litoral do Rio Grande do Sul;

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g) agilizar a implantação do COMITÊ do Médio Litoral, e que o mesmo

estabeleça com urgência o seu Plano de Recursos Hídricos com o

enquadramento de suas águas;

h) agilizar junto à FEPAM a realização do estudo de definição de diretrizes de

desenvolvimento para o médio litoral.

i) solicitar cópia de todo processo licitatório;

j) solicitar atas de todas reuniões que trataram do tema em todos os órgãos

atuantes neste processo;

l) solicitar informações das instituições do estudo ambiental complementar da

Lagoa;

m) solicitar informações sobre quais atitudes se tomará em relação aos já

concluídos 30% da obra, bem como o restante do contrato;

Porto Alegre, 06 de agosto de 2009

Deputado Paulo Borges – Relator

Deputado Daniel Bordignon

Deputado Gilmar Sossela

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6 – Anexos

Relatórios Técnicos

Documentos emitidos e recebidos na Subcomissão

Matérias dos veículos de comunicação

Lista de ofícios enviados e recebidos pela prefeitura Municipal de Santo

Antonio da Patrulha

Transcrições das Audiências Públicas

Transcrição da Ação Civil Pública bem como Decisão Judicial suspendendo a

obra.

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