Relatório sobre a Juventude na Sociedade de Conhecimento da Inovação

8/9/2019 Relatrio sobre a Juventude na Sociedade de Conhecimento da Inovao

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Relatrio sobre Juventude,Inovao e Sociedade doConhecimento naIbero-Amrica

OIJ 2009

LUIS PREZ PRADOCARLOS CASTRO CASTRO

ORGANIZAO IBERO-AMERICANA DE JUVENTUDE


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Relatrio sobre Juventude,Inovao e Sociedade doConhecimento na

Ibero-Amrica



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Eugenio Ravinet Muoz

Secretrio Geral

Leire Iglesias Santiago

Secretria Geral-Adjunta

M. Esther Martn Pineda

Responsvel de Cooperao

Susana Gonzlez Royo

Responsvel de Cooperao

Colaborao especial: Thiago Machado y Javier Ruiz.

A OIJ agradece o apoio da Agncia Espanhola de Cooperao para o Desenvolvimento

(AECID), que fez possvel esta publicao.

Traduo:

Eurologos-Lisboa Servios de traduo

Certas Palavras, Lda. | www.eurologos.pt

Desenho e Diagramao:

Publcits, diseo, web y publicidad, S.L.

www.publicitis.com

Distribuio:

Secretaria Geral da Organizao Ibero-Americana de Juventude

Paseo de Recoletos, 8 Planta 1

28001- MadriTelefones: (+34) 913690350 913690284

E-mail: [email protected]

Outubro, 2009.

Madrid- Espanha

Depsito Legal: SE-6226-2009

Est permitida a reproduo parcial ou total do contedo deste

documento desde que seja citada a fonte.
http://www.publicitis.com/http://www.publicitis.com/


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Relatrio sobre Juventude,Inovao e Sociedade doConhecimento na

Ibero-Amrica


Outubro, 2009

ORGANIZAOIBERO-AMERICANA DE

JUVENTUDE

RELATRIO SOBREJUVENTUDE,INOVAO ESOCIEDADE DOCONHECIMENTONA IBERO-AMRICA


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NDICE NDICE

APRESENTAO........................................................................... 9

INTRODUO................................................................................. 11

PRIMEIRA PARTE............................................................................. 17Anlise da situao atual dos e das jovens de Ibero-Amrica emmatria de acesso aos bens e servios da sociedade da informao(Luis Prez Prado)

1. A paisagem digital........................................................................ 20Identicar as chaves do entorno das e dos jovens ibero-americanos

1.1 Polticas pblicas e sociedade da informao ..................... 20

1.2 A tecnologia e as redes de transmisso de dados ................ 23

1.3 A convergncia tecnolgica ................................................... 23

1.4 Meios para o acesso das e dos jovensibero-americanos sociedade da informao ........................... 24

1.5 A telefonia mvel: O meio massivo de acesso para ase os jovens ibero-americanos, mas com custos desiguais ......... 27

1.6 Internet na Ibero-Amrica: Acesso preferencialdesde centros pblicos ................................................................... 30

1.7 Acesso a internet e tempo dedicado navegao ............... 32

1.8 Consumo de contedos orientados al cio .......................... 321.9 Mais navegao e menos televiso ........................................ 33

1.10 Espanha e Portugal mais banda larga Vs.Amrica Latina mais banda estreita ............................................. 34

1.11 As e os jovens decidem qual internet e TVcontratar em seus lares ................................................................... 35

1.12 A inuncia assenta no acesso informao .................... 36

1.13 Do Prime Time ao My Time .......................................... 36


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NDICE

2. II Sondagem ibero-americano sobre polticas pblicasde juventude para a sociedade da informao .............................. 37

2.1 Aspectos introdutrios ...................................................... 37

2.2 Aspectos metodolgicos ................................................... 38

2.3 Principais resultados da pesquisa ...................................... 39

2.3.1 Aspectos quantitativos ............................................... 392.3.2 Aspectos qualitativos ................................................. 43

2.4 Comentrios nais ............................................................ 48

SEGUNDA PARTE ................................................................. 51Propostas Digitais. Identicando as chaves para uma Sociedade daInformao mais integradora na Ibero-Amrica(Luis Prez Prado)

1. Anlise do discurso sobre a sociedade da informao entreas agncias pblicas de juventude na Ibero-Amrica .............. 53

1.1 VI Conferncia Ibero-americana de Ministros eResponsveis de Juventude ................................................ 53

1.2 VIII Conferncia Ibero-americana de Ministros eResponsveis de Juventude ................................................ 54

1.3 IX Conferncia Ibero-americana de Ministros eResponsveis de Juventude ................................................ 55

1.4 X Conferncia Ibero-americana de Ministros eResponsveis de Juventude ................................................ 55

1.5 XI Conferncia Ibero-americana de Ministros e

Responsveis de Juventude ................................................ 561.6 XII Conferncia Ibero-americana de Ministros eResponsveis de Juventude ................................................ 57

TERCEIRA PARTE .................................................................. 59Inovao tecnolgica: impulso social ou fosso digital. Desaos parao futuro(Carlos Castro Castro)

1. Capacidades sociais da juventude ibero-americanaatravs das TICs ...................................................................... 61

2. As TICs como ferramentas de incluso atravs doemprego e a educao, a inovao como motor .................... 67

3. A conectividade como elemento de incluso ecapacitao para o desenvolvimento de capacidadesprprias .................................................................................. 75

4. Como nossa gerao atual deve lutar para diminuire superar estos fossos existentes .............................................. 78

5. mbito de oportunidades de inovao ............................... 81


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QUARTA PARTE .................................................................... 89Concluses e propostas

BIBLIOGRAFIA ..................................................................... 97


NDICE


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OIJ 12

sobre um mapa da regio, pois se encontram pr-denidas nas des-

igualdades para o acesso e alfabetizao dessas ferramentas, devido

a falta de viso e desconhecimento do que pode oferecer-nos esses

recursos.

Nesse sentido, importante a conciliao desde uma perspectivade direito integral dos e das jovens conectividade, o acesso livre

e seguro informao e aos recursos; e por tanto, se faz eminente

a necessidade de construir uma estratgia regional que habilite os

compromissos dos estados ibero-americanos. A oportunidade est

em nossas mos, agora s merece pena o esforo de todos para

convert-la em realidade regional.

Organizao Ibero-Americana de Juventude - OIJ.


APRESENTAO


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A Organizao Ibero-americana de Juventude OIJ - no enquadra-

mento das aces que esto a ser levadas a cabo para o desenvolvi-

mento e implementao do Plano Ibero-americano de Cooperao

e Integrao da Juventude (2009-2015), perante a XIX Cimeira Ibero-

americana de Chefes de Estado e de Governo do Estoril, Portugal,

cujo lema Inovao e Sociedade do Conhecimento, aps um pro-

cesso de estudo e debate contrastado, realizou o presente Relatrio

sobre a Juventude e Sociedade do Conhecimento na Ibero-Amrica.

Este relatrio surgiu com o objectivo de potenciar e fortalecer as ac-

es de cooperao entre os estados, os organismos internacionais e

as organizaes da sociedade civil, para melhorar as polticas de ju-ventude na regio ibero-americana, como base do desenvolvimento

dos direitos de cidadania da juventude, mediante a anlise conjunta

dos temas propostos para a Cimeira Ibero-americana, com o objecti-

vo de formular propostas que dem resposta s expectativas dos pr-

prios governos e da juventude.

Segundo a anlise formulada, os processos de integrao das pol-

ticas de juventude, a proximidade entre os agentes implicados para

o exerccio ecaz dos direitos civis, polticos, sociais, econmicos eculturais da juventude, a prpria consolidao das polticas de juven-

tude e o enriquecimento da metodologia dos projectos destinados

aos jovens, que so os objectivos especcos do Plano Ibero-ameri-

cano de Cooperao e Integrao da Juventude devem ter em conta

as transformaes prticas existentes na rede, nas novas dinmicas

sociais que afectam, especialmente, os jovens da Ibero-Amrica.

De forma a consegui-lo, o relatrio responde a um duplo objectivo:

saber qual a situao da juventude ibero-americana face s Tecno-


INTRODUO INTRODUO


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logias de Informao e de Comunicao (TICs), e analisar as possi-

bilidade que a inovao oferece aos e s jovens da Regio, tendo em

conta os desaos que a Ibero-Amrica enfrenta no mundo global que

foi congurado com a chamada Sociedade do Conhecimento.

Para cobrir os referidos objectivos, analisar-se- detalhadamenteo mercado das TICs na Ibero-Amrica, prestando especial ateno

posio que ocupa a juventude dentro da oferta existente; sero

analisados, igualmente, os compromissos assumidos pelos governos

e organismos internacionais e ser realizada uma anlise das trans-

formaes que a evoluo das TICs est a provocar, para identicar

as novas oportunidades abertas recentemente e propor mbitos de

actuao que as explorem a favor da juventude ibero-americana.

armao recorrente dizer que se produziu uma acelerao no

avano do conhecimento. No que se refere s TICs, a mencionada

acelerao est a ter um carcter exponencial que muitos princpios

ou situaes que pareciam indiscutveis e invariveis, at h pou-

co tempo, esto a sofrer, neste momento, transformaes a um ritmo

acelerado. H um acordo geral de que as TICs, especialmente com o

desenvolvimento da Internet e a ecloso dos servios mveis, esto

a alterar o nosso mundo. Porm tambm se tem vindo a propor, de

maneira geral, que as TICs so caras, exigem importantes requisitostcnicos e a sua evoluo responde a avanos de tipo tecnolgico.

Embora no seja totalmente verdade, a evoluo das tecnologias e

o aparecimento de ferramentas modernas que exploram a fundo as

possibilidades da Internet, esto a pr em questo estes pressupostos.

Nem tudo o que tem a ver com as TICs caro, o domnio da tecno-

logia tem-se vindo a popularizar, pois temos vindo a assistir sua

notvel simplicao e os avanos actuais esto a dar mais resposta

utilizao que as pessoas delas fazem, que aos avanos tecnolgicos

propriamente ditos, cujas possibilidades reais, na maioria dos casos,esto muito subaproveitadas. Se h uns anos o aspecto cientco e

tecnolgico era determinante, neste momento muito mais impor-

tante o aspecto inovador para se poderem produzir as transformaes

que permitem aproveitar as possibilidades que as TICs e a nossa pr-

pria congurao social oferecem.

surpreendente a rpida evoluo e crescimento da Web 2.0 que,

graas ao uso social das TICs, facilita a criao de novos espaose est a alterar as relaes sociais, econmicas e polticas a nvel


INTRODUO


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OIJ 1515


INTRODUO

global e local. imprescindvel mencionar o papel determinante da

utilizao das TICs em determinados processos, como o da eleio

do Presidente Barack Obama, e as importantes transformaes que

a sua administrao est a levar a cabo, graas a estas novas ferra-

mentas que esto a permitir uma melhoria da qualidade democrtica,

transparncia e participao. At agora, as condicionantes tcnicastm dicultado a compreenso de alguns aspectos relacionados com

as TICs. Isto fez com que no mbito poltico, muitos dos aspectos com

ela relacionados, sejam tratados como meras questes tcnicas, sem

aprofundar na transcendncia social, poltica e econmica de muitas

decises, que foram delegadas nos tcnicos, sem chegar a fazer parte

do discurso poltico.

essencial fazer uma anlise poltica rigorosa da situao em que

vivemos, que tenha em conta globalmente todos estes aspectos, para

que as TICs e um tratamento correcto dos aspectos inovadores ofe-

ream respostas aos grandes desaos polticos que a Sociedade do

Conhecimento formula Comunidade Ibero-americana.

No se dever atrasar demasiado o momento da realizao de uma

reexo profunda colectiva e, do ponto de vista poltico, uma tomada

de conscincia das implicaes e das consequncias que pode ter

o no submeter assuntos aos princpios bsicos que regem a nossa

convivncia. O tema da XIX Cimeira Ibero-americana de Chefes deEstado e de Governo, centrado na Inovao e Conhecimento, deve

ser analisado de uma perspectiva real e das possibilidades que estas

ferramentas proporcionam aos nossos cidados, empresas e comu-

nidades.

Devemos ter presente a transformao que o nosso mundo est a

sofrer, como assinala Manuel Castells, vem determinada por dois

processos concomitantes: uma revoluo tecnolgica baseada nas

tecnologias digitais da informao e da comunicao e a emergnciade uma estrutura social em rede, em todos os mbitos da actividade

humana, e com a interdependncia global da dita actividade1 . Es-

tes dois processos esto a provocar uma transformao de carcter

multidimensional, que inclui e exclui simultaneamente, em funo

dos valores e interesses dominantes em cada processo, pas e organi-

zao. Porm no uma alterao pr-xada2. Sempre que algum

prev algo, o que realmente est a fazer, a tentar fazer com que as

coisas se passem do modo como a est a descrever.

1Castells, Manuel. La era de la

informacin es nuestra era. Tex-

to do connotado apresentado

no Frum Social Mundial, PortoAlegre, 29 de Janeiro de 2005.

http://www.wikilearning.com/

monograa/manuel_castells_

en_el_foro_social_mundial_in

novacion_libertad_y_poder_

en_la_era_de_la_informacion-

la_era_de_la_informacion_es_

nuestra_era/3431-1

2 Vdeo: Epic, cmo ser

Internet hacia el 2015?http://www.youtube.com/

watch?v=He22EGXJOqI
http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1http://www.youtube.com/watch?v=He22EGXJOqIhttp://www.youtube.com/watch?v=He22EGXJOqIhttp://www.youtube.com/watch?v=He22EGXJOqIhttp://www.wikilearning.com/monografia/manuel_castells_en_el_foro_social_mundial_innovacion_libertad_y_poder_en_la_era_de_la_informacion-la_era_de_la_informacion_es_nuestra_era/3431-1


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OIJ 16

3 Castells, Manuel. Tiempo de

unir. La Vanguardia. Publicado

na Internacional, Poltica por

reggio a 8 de Novembro, 2008.

http://reggio.wordpress.

com/2008/11/08/tiempo-de-

unir-de-manuel-castells-en-la-

vanguardia/

4 Mapa Web 2.0http://internality.com/web20/

les/mapa-web-20.pdf


INTRODUO

Porm com acontecimentos como a eleio de Barack Obama, actual

presidente dos Estados Unidos, no mbito poltico, social e econmi-

co estas ferramentas comearam a ser encaradas como uma grande

oportunidade para a justia social e econmica3, pois se se afastam

os riscos relativos s concentraes monopolsticas, garante-se a con-

dencialidade dos dados pessoais e dota-se este novo espao dasgarantias legais que permitam participar com segurana neste novo

mundo, que poder ser mercado, espao de relao social e espa-

o de cidadania, se os direitos e as liberdades forem garantidos por

autoridades democrticas que salvaguardem os direitos e obrigaes

globais, no abandonando tudo lei da selva. Aos processos gerais

que j estavam a afectar todas as sociedades de maneira global den-

tro da chamada Sociedade de Informao, uniram-se um conjunto

de fenmenos que derivam do uso de determinadas ferramentas da

Internet, as chamadas redes sociais, que esto a provocar transforma-

es muito mais profundas e aceleradas que as derivadas do acesso

massivo informao que a internet j havia provocado no momento

sua comercializao, a partir de 1995.

A informao est a abrir passagem ao conhecimento, e a aco dos

utilizadores, est a dar lugar a uma espcie deciber-mobilizaes ou

ciber-vertebraes, que so de grande interesse e surgem como gran-

des oportunidades. Com as ferramentas da Web 2.04

, os utilizadoresesto a conseguir um grande protagonismo na internet e muitas ac-

tividades j se desenrolam volta destas novas goras ondese esto

a construir novos universos de relao e de participao. Ser escu-

sado dizer que a maioria dos protagonistas destas novas actividades,

responsveis pela criao de novas ferramentas e a sua utilizao ino-

vadora so jovens. O desao que se coloca se os jovens da Comuni-

dade Ibero-americana podem conseguir protagonismo face a outras

comunidades, como a norte-americana que, no presente momento,

monopoliza a maior parte do protagonismo neste mbito.

A implementao do Plano Ibero-americano de Cooperao e In-

tegrao da Juventude, baseia-se num dos princpios regedores que

podero ser levados a cabo mediante uma explorao das possibili-

dades oferecidas pelas TICs e, especialmente, pelo uso das chamadas

ferramentas Web 2.0. Conseguir a participao, coordenao, pro-

moo da interculturalidade e igualdade de gnero sero tarefas que

devero desenvolver-se no cenrio da sociedade actual, onde as TICse as redes sociais esto a ganhar um protagonismo exponencial, que
http://reggio.wordpress.com/2008/11/08/tiempo-de-unir-de-manuel-castells-en-la-vanguardia/http://reggio.wordpress.com/2008/11/08/tiempo-de-unir-de-manuel-castells-en-la-vanguardia/http://reggio.wordpress.com/2008/11/08/tiempo-de-unir-de-manuel-castells-en-la-vanguardia/http://reggio.wordpress.com/2008/11/08/tiempo-de-unir-de-manuel-castells-en-la-vanguardia/http://internality.com/web20/files/mapa-web-20.pdfhttp://internality.com/web20/files/mapa-web-20.pdfhttp://internality.com/web20/files/mapa-web-20.pdfhttp://internality.com/web20/files/mapa-web-20.pdfhttp://reggio.wordpress.com/2008/11/08/tiempo-de-unir-de-manuel-castells-en-la-vanguardia/


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5Espao Ibero-americano

da Juventude, Declarao de

Santo Domingo. VI Encontro

Ibero-americano de Plataformas

Associativas da Juventude,Agosto de 2009 na Repblica

Dominicana.


INTRODUO

longe de ser descartado deve ser usado pelos estados, empresas e

organizaes civis, para a obteno mais ecaz dos seus objectivos.

Nos dias de hoje, essas ferramentas continuam a ser bastante desco-

nhecidas e os seus usos ainda so muito restringidos, tanto no que

concerne o nmero de utilizadores como na variedade das suas ac-tividades, mas esta situao circunstancial, e algumas delas esto

destinadas a converter-se em grandes protagonistas das relaes hu-

manas a nvel global nos prximos tempos.

Pode observar-se um paradoxo interessante, muitos utilizadores das

redes sociais apenas recorrem a elas para questes particulares e no

as costumam utilizar no seu trabalho prossional porque, na maio-

ria dos casos, os esquemas de gesto informtica em que se movem

lhes impede o seu manuseamento no escritrio. Isto , tm um uso

especialmente privado, mas so pouco utilizadas parans laborais ou

para as aces pblicas de associaes ou organizaes de diferente

tipo.

As ferramentas da Web 2.0 tm uma caracterstica muito destacada,

alm da sua acessibilidade e facilidade de utilizao, que a suadis-

ponibilidade completa bastando para isso ter uma ligao Internet;

assunto de vital importncia nas comunidades mais desfavorecidas ecom maior risco de excluso da nossa regio. Dado que ao fazer o es-

foro da ligao, no s se consegue acesso Internet, como tambm

a participao num novo espao de relao social que est a nascer,

dentro do qual se poderiam forjar boas solues para os problemas

tradicionais do desenvolvimento.

Os assuntos que so objecto de interesse deste relatrio, tambm fo-

ram considerados pelo Espao Ibero-americano da Juventude que,

pelo motivo do VI Encontro Ibero-americano de Plataformas Asso-ciativas da Juventude, em Agosto de 2009, na Repblica Domini-

cana, tornaram pblica a Declarao de Santo Domingo5, onde os

representantes da juventude ibero-americana, tal como reconheceu a

XVIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo de El Salvador, apre-

sentam os assuntos de maior interesse para a juventude, instando os

governos a darem resposta aos mesmos, mediante o desenvolvimento

das polticas de juventude, no sentido que se formulam para a cimei-

ra, com Polticas de Inovao e de Sociedade do Conhecimento.


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OIJ 18

http://docs.google.com/levie

w?id=0B6tu4bCZ9PNOWJhN

jFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&a

mp;hl=es


INTRODUO

Nesse sentido, o primeiro bloco deste relatrio, alm de oferecer

uma viso completa do acesso s TICs por parte da juventude ibero-

americana, realiza uma reviso pormenorizada das posies e com-

promissos estabelecidos pelos governos e organismos internacionais,

destacando, por um lado, a importncia das TICs e a sua capacidade

transformadora, e por outro, os compromissos que devem ser levadosa cabo para que essas possibilidades cheguem a todos os cidados

da Regio.

A terceira parte deste relatrio, partindo do diagnstico concreto e

dos compromissos existentes, formula a necessidade de coordenar

uma aco estratgica que aproveite ao mximo as oportunidades

que oferece o estado actual das tecnologias e a presena de ferramen-

tas que possam acelerar os processos de integrao, sempre que se

alcance o mnimo imprescindvel que o da conectividade.
http://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=eshttp://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=eshttp://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=eshttp://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=eshttp://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=eshttp://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=eshttp://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=eshttp://docs.google.com/fileview?id=0B6tu4bCZ-9PNOWJhNjFkNjktNDY3YS00MzU5LWJiMzktYjk5M2FkMTdkMTI4&hl=es


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Anlise da situao actual das e dos jovensda Ibero-Amrica em matria de acessoaos bens e servios da sociedade deInformao

PRIMEIRA PARTE

LUIS PREZ PRADO


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OIJ 21

6Eurostat: Individual Internet

use, frequency of use and placeof use. Individuals - Internet

use.


PRIMEIRA PARTE

ANLISE DA SITUAO ACTUALDAS E DOS JOVENS DAIBERO-AMRICA EM MATRIADE ACESSO AOS BENS ESERVIOS DA SOCIEDADE DEINFORMAO

A Sociedade de Informao , sem dvida alguma, uma nova for-

ma de organizar as nossas relaes sociais, econmicas e polticas, e

cujo alicerce assenta nas redes mundiais de telecomunicaes. S a

internet tem no mundo mais de quatrocentos milhes de pessoas liga-

das. Enquanto a China ultrapassou os Estados Unidos como pas com

mais cibernautas, na Ibero-Amrica o seu nmero alcana quase 174

milhes de pessoas ligadas rede, das quais quase 80% tm menos

de 35 anos. Esta proporo aumenta nos pases europeus6, onde 83%

dos utilizadores da internet tm menos de 24 anos.

No obstante estes valores, o Fosso Digital persiste na Ibero-Am-

rica, uma espcie de subproduto em verso tecnolgica do tradicio-

nal fosso socioeconmico que afecta as nossas sociedades. Porm,

uma dcada aps a irrupo da Sociedade de Informao nos nossospases, este Fosso Digital, no deve ser entendido apenas com uma

expresso socioeconmica marginal, mas deve ser visto em conjunto

com o tradicional fosso no acesso s redes de transmisso de dados,

seja por razes geogrcas ou econmicas, somando-se o fosso no

acesso a uma educao de qualidade em matria de tecnologias e o

fosso na gerao de acesso de contedos digitais relevantes para as

pessoas.

Anlise da situao actual das e dos jovensda Ibero-Amrica em matria de acessoaos bens e servios da sociedade deInformao

PRIMEIRA PARTE

LUIS PREZ PRADO


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OIJ

7Discurso inaugural do Presi-

dente da UIT no dia interna-

cional das telecomunicaes,

2005.

http://www.itu.int/newsroom/wtd/2001/MessageUNSG-es.

html


PRIMEIRA PARTE


22

Quadro N. 1Utilizadores da internet em 2008

Zona Populao Estimada

2008

Utilizadores da 2008 Proporo de

Utilizadores

Pennsula Ibrica 51.167.961 32.801.804 64,11%

Amrica Latina / El Caribe 581.249.892 173.619.140 29,87%

Ibero-Amrica 632.417.853 206.420.944 32,64%

Total Mundial 6.710.029.070 1.596.270.108 23,79%

Fonte: Internet World Stats.

Estes fossos associados ao tradicional fosso digital, no so um tema

de menor relevncia se considerarmos que a Internet se converteu

numa das formas de comunicao mais importantes e ecientes; con-

seguiu chegar a um grande nmero de pessoas num curto espao de

tempo, tendo em considerao que o telefone precisou de quase 75

anos para chegar a 50 milhes de utilizadores, a World Wide Web

conseguiu a mesma proeza em apenas quatro anos .

Portanto, precisamos conhecer a situao actual em que se encon-

tram os jovens ibero-americanos na sua relao com a sociedade de

informao, e identicar as suas principais tendncias de consumo,

usos que do world wide web, perigos e ameaas a que tm de

fazer frente e, por m, analisar as oportunidades que se lhes abrem e

a opinio que estes tm das polticas impulsionadas pelos seus gover-nos em matria de Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs).

1. A Paisagem Digital

Identicar as chaves do entorno digital das e dosjovens ibero-americanos

1.1 Polticas Pblicas e Sociedade de Informao

Ao estabelecer como ponto de partida para a nossa anlise a determi-

nao do papel das polticas pblicas para a plena incorporao da

Ibero-Amrica na sociedade de informao, podemos compreender

que o papel das polticas pblicas no s se circunscreve a pensar

nestes termos para o combate pobreza, estratgias de emprego, ma-

nuseamento da economia, entre outros, deixando ao ritmo livre do

mercado a oferta de tudo aquilo que se refere s novas tecnologias,em particular, s denominadas TICs. Porm, deve pensar-se do ponto
http://www.itu.int/newsroom/wtd/2001/MessageUNSG-es.htmlhttp://www.itu.int/newsroom/wtd/2001/MessageUNSG-es.htmlhttp://www.itu.int/newsroom/wtd/2001/MessageUNSG-es.htmlhttp://www.itu.int/newsroom/wtd/2001/MessageUNSG-es.html


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de vista do mundo pblico na adopo de alinhamentos espec-

cos por parte dos Estados, os seus rgos e polticas especcas em

matria de juventude, em matria da promoo de aces para a

plena incorporao da sociedade de informao, tal como os povos

do mundo se comprometeram na Cimeira Mundial da Sociedade de

Informao (CMSI), realizada na Tunsia, em 2005. Neste sentido, asTICs podem e devem estar ao servio do cumprimento das metas

nacionais e regionais para vencer o subdesenvolvimento e melhorar,

consequentemente, a qualidade de vida dos jovens ibero-americanos

e das suas comunidades, j que nesta nova forma de sociedade, a

matria-prima, da qual dependente a economia, passou a ser a infor-

mao e o conhecimento criado a partir dela.

Visto que se trata de uma poltica pblica de recente desenvolvimen-

to, at agora no tinha assumido relevncia relativamente incor-

porao de pases em desenvolvimento sociedade de informao,

e considerando o avano de grande impacto das TICs, a pertinncia

do tema evidente, e tornou-se imprescindvel adoptar polticas que

coloquem as novas tecnologias disposio e servio de crescentes

grupos da sociedade e, muito particularmente, entre os jovens, prin-

cipais utilizadores destas tecnologias nos nossos pases.

A referida participao manifesta-se de diferentes formas. Por umlado, no sector das telecomunicaes que na maioria dos pases da

regio se encontra na mo de agentes privados o Estado teve de de-

sempenhar um papel regulador de grande importncia, propondo o

desenvolvimento de uma indstria que tenda a evitar falhas e ineci-

ncias do mercado. De igual modo, dever impulsionar o desenvolvi-

mento da indstria com um conjunto jurdico apropriada que permita

desenvolver-se livremente num mundo globalizado e interligado e

com uma forte dose de mudana tecnolgica acelerada.

Uma segunda manifestao da aco estatal a relao com o de-

senvolvimento do governo electrnico. Os velhos desaos reclamam

hoje em dia uma vigncia impensada, na medida em que se abrem

espaos de comunicao para a poltica de trnsito duplo, isto , da

autoridade at ao cidado, particularmente em relao aos jovens

e vice-versa. mister que as pessoas, na sua qualidade de cidads,

ocupem estes espaos com o objectivo de marcar presena e ocupar

um papel de interlocutoras no dilogo pblico. O objectivo deve sero de romper as privaes que a aco poltica impe num espao


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OIJ 25

Neste novo meio, o acesso tecnologia determinante para entrar

nos uxos de informao e na criao de conhecimento. O acesso

tecnologia e o grau de apropriao e o sentido de uso que o utiliza-

dor desenvolva iro determinar quem faz parte ou no da Sociedade

de Informao. tal a seriedade e impacto do tema da apropriao,

que todo o investimento nas TI (infra-estruturas, governo electrnicoe desenvolvimento de contedos, etc.) poder no chegar a estar ao

servio dos mais vulnerveis se estes no se encontrarem oportuna-

mente preparados para assumir os referidos desaos. Caso seja assim,

os benefcios do referido desenvolvimento podem ser nulos para os

grupos menos favorecidos da populao, se no entendermos que o

grau de desigualdade existente na sociedade funcional aos graus de

futura desigualdade. Neste sentido, as desigualdades pr-existentes

no interior de uma sociedade e a sua diminuio respondem a um

desao, o da integrao social.

1.2 A tecnologia e as redes de transmisso de dados

A sociedade de informao funciona sobre as redes globais de trans-

misso de dados, atravs de bras ptimas submarinas, terrestres, mi-

croondas, sinais por satlite e outros meios para a ligao global das

pessoas e das organizaes e sobre redes tradicionais de servios de

telefones ou novas redes sem os para levar a cada lar a conectivida-

de necessria, a denominada ltima Milha.

Este desenvolvimento tecnolgico provocou a conuncia das tec-

nologias da comunicao nas redes globais de informao, agora a

voz, os pacotes de dados e a imagem podem ser transportados por

um meio nico e podem ser acessveis a partir de um computador,

juntamente com uma srie de dispositivos perifricos.

Esta realidade traz at aos nossos lares, a Convergncia Tecnolgi-

ca, fenmeno tecnolgico que traz com ele uma alterao social

que rene as pessoas volta de uma srie de ofertas de acesso aos

servios prprios da sociedade de informao.

1.3 A convergncia tecnolgica

O desenvolvimento tecnolgico dos ltimos anos, levou-nos de forma


PRIMEIRA PARTE



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OIJ 26

precipitada a novos cenrios de consumo de bens e servios digitais,

onde os jovens so os principais agentes e no qual se encontram as

tecnologias de informao, com a electrnica do consumo e a inds-

tria do entretenimento nos nossos lares, podendo identicar diferen-

tes dispositivos que provm de trs domnios tecnolgicos diferentes:

A electrnica de consumo, na qual se incluem dispositivos

como os receptores de televiso, leitores de DVD, DVR (Di-

gital Video Recorder), mquinas fotogrcas digitais, cinema

em casa, equipamentos de som, consolas de videojogos, etc.

As tecnologias de informao que os PCs, portteis e outros

equipamentos agrupam como agendas electrnicas, e a sua

evoluo em DMA (Digital Media Adapter).

As tecnologias de comunicao entre as quais inclumos os

telemveis e sem os. Tambm possvel incluir neste domnio

os equipamentos receptores de redes de difuso e distribuio,

os STB (conversor para televiso).

Este processo de convergncia tecnolgica pressiona a tecnologia da

transmisso de dados para obter maior largura de banda, muito aci-

ma das velocidades de acesso internet actualmente oferecidas pelo

mercado - at 3 Mbps na opo mais alargada na Amrica Latina -.

O actual hbito de partilhar arquivos de msica o principal expo-ente nesta etapa ainda incipiente. A generalizao destes modelos e

a distribuio de contedos com maiores exigncias de capacidade,

como o vdeo, exigiro no futuro, larguras de banda no lar entre

20Mbps e 100Mbps. Estas velocidades iro exigir que abra ptica

FFTH se estenda at aos lares dos utilizadores.

1.4 Meios para o acesso das e dos jovens ibero-americanos

sociedade de informao

Os espaos digitais transformaram-se em lugares primrios e referen-

tes de encontro para os jovens que tm possibilidade de aceder

internet, o que revela um novo modo de convivncia e comunicao

que passou do clssico modelo face to face a computer to compu-

ter que sobrevive na world wide web.

O e-mail j no a nica expresso mais usada no mundo virtual.O chat aumentou a sua prevalncia de uso, o que facilita a multi-


PRIMEIRA PARTE



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comunicao entre os utilizadores das redes digitais. Desta maneira,

no s se pode falar no chat com vrias pessoas ao mesmo tempo,

mas tambm de maneira paralela, procuram informao nos diferen-

tes motores de pesquisa existentes, enquanto de fundo soa msica

que reproduzida em formato mp3. Isto , est a desenvolver-se a

possibilidade de realizar tarefas simultneas atravs das diferentesplataformas digitais.

O acesso sociedade de informao j no transforma apenas as

prticas culturais da comunidade mundial, como tambm pode po-

tenciar o desenvolvimento psiconeuronal dos cidados, levando-os a

alcanar novos horizontes de desenvolvimento individual, nacional

e mundial. De igual modo, estabeleceu-se uma nova forma de lin-

guagem que se adapta e acomoda s necessidades dos milhes de

cibernautas, particularmente os jovens, que conseguiram ultrapassar

a fronteira do virtual e transp-lo para o mundo real.

Neste contexto, o tema digital reconhecido como um novo paradig-

ma social que conseguiu criar novas e diversas formas de interrela-

o, interaco, expresso e participao que alcanada, inclusive

no mundo poltico. Isto tem-se manifestado sob vrias formas de go-

verno que, atravs de plataformas digitais heterogneas, procuram a

frmula ideal de propiciar a democracia e a participao, o que hoje conhecido como Governo Electrnico (e-goverment).

Se anteriormente o poder residia na propriedade dos meios de pro-

duo expresso prpria da economia da Revoluo Industrial -,

agora o acesso aos uxos contnuos de informao e de capital,

escala global, so a nova porta para o desenvolvimento. Os novos

proletrios j no so os trabalhadores de grandes fbricas industriais,

mas aqueles marginalizados do acesso sociedade de informao.

Nesta lgica, os cidados deixaram de ser apenas os que limitam a

sua participao expresso tradicional do voto e transformaram-se

em participantes activos das grandes redes de informao provenien-

tes do Estado, corporaes e, ainda mais importante, da informao

que surge livremente de outros cidados. Desta forma nasce a pai-

sagem virtual que satura as redes planetrias de telecomunicaes

e que povoada por uma multiplicidade de agentes, particularmente

jovens, que se transformaram em agentes centrais da produo e re-produo do digital como forma primria e privilegiada de expres-


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OIJ 28

so e participao.

Quadro N. 2Adopo das TIC na Amrica Latina entre 1999 e 2005 por cada 100 habitantes

Pas Servio de

telefonexo

Servio detelefone mvel

Internet PC Banda larga

1999 2005 1999 2005 1999 2005 1999 2005 1999 2005

Argentina 19,84 22,80 10,57 57,27 3,30 17,78 5,77 8,37 0,1 0,4

Brasil 14,58 23,04 8,77 46,25 2,04 11,96 3,56 10,52 0,1 1,1

Chile 20,70 22,04 15,05 67,79 4,16 17,96 7,68 14,75 0,1 4,6

Colmbia 16,03 16,84 4,73 47,92 1,60 10,39 3,37 4,15 0,0 0,6

Equador 9,10 12,86 3,09 47,22 0,81 4,66 2,01 3,89 n.d. n.d.

El Salvador 8,05 14,12 8,31 35,03 0,81 9,26 1,62 5,09 n.d. n.d.

Guatemala 5,51 8,94 3,05 25,02 0,59 5,97 0,99 1,82 n.d. n.d.

Honduras 4,42 6,86 1,24 17,79 0,55 3,18 0,95 1,57 n.d. n.d.

Mxico 11,22 18,23 7,94 44,34 1,87 17,40 4,42 13,08 0,1 0,6

Nicargua 3,04 4,41 0,90 21,77 0,51 2,5 2,02 n.d. n.d. n.d.

Panam 16,43 13,63 8,27 41,88 2,19 6,39 3,20 4,56 0,0 2,2

Paraguai 5,00 5,20 8,13 30,64 0,37 3,25 1,12 7,47 n.d. n.d.

Peru 6,69 8,05 4,02 19,96 1,98 16,45 3,57 10,01 0,0 0,1

Uruguai 28,09 30,85 10,00 18,51 10,34 20,98 10,34 13,27 n.d. n.d.

Venezuela 10,76 13,48 15,97 46,71 2,87 8,84 4,22 8,19 0,0 4,1

Fonte: Telecom-Cide com base na ITU 2006.

Neste sentido, a combinao de servios de telecomunicaes a

artria principal para o acesso sociedade de informao, j no nos

referimos apenas aos servios de telefonexo, mas tambm devemos

centrar a nossa ateno na penetrao da banda larga, seja atravs

das empresas de TV por pagamento seja mediante servios mveis.

No obstante o impressionante crescimento que estes servios tive-

ram na regio, enfrentamos o aparecimento de um Fosso Digital

de segunda gerao, que se centra em dois componentes centrais:

o fraco acesso banda larga e a marginalizao de servios de co-

nectividade de qualidade e a preos justos entre os jovens que j soutilizadores das novas tecnologias de informao e comunicao.

Outro desao que os nossos governos entendam que se deve dis-

por de uma oferta de ciber-governo que transforme as plataformas do

e-goverment, as que devem ser parte essencial da nova paisagem

digital, e no apenas uma oferta de trmites em linha expres-

so demasiado bsica da funo pblica no contexto da cidadania

digital. As plataformas de e-goverment devem ser vistas como uma

instncia onde os cidados expressam e fazem uso da sua cidadaniadigital, atravs do acesso ao mesmo ncleo dos uxos informativos


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do Estado. Isto , a devida participao e retroalimentao que vai

da Comunidade ao Estado, enquanto expresso ideal de cidadania.

Desta maneira, o digital passa a ser o meio e a instncia ideal para

acreditar que a democracia e a construo da realidade ainda esto

nas nossas mos, literalmente.

1.5 A telefona mvel

O meio massivo de acesso para as e os jovens ibero-americanos,

mas com custos desiguais

Os dispositivos mveis que viajam diariamente nos nossos bolsos so

muito poderosos. Servem para receber e realizar chamadas telef-

nicas, mas isto apenas uma parte do que podem fazer. O seu pro-

cessador e software interno do-lhes capacidade de relgio, agenda

electrnica, calculadora, mquina fotogrca, consola de jogos, re-

ceptor de rdio, leitor de MP3, consola de jogos, emissor e receptor

de mensagens de textos e arquivos multimdia, navegador de inter-

net, e-mail, porta-moedas digital, GPS, controlo remoto, etc.

Os telemveis possuem propriedades e capacidades que ultrapassam

grandemente, alguns computadores pessoais, que povoavam os escri-trios h 20 anos.

As novas geraes j descobriram estas capacidades. De acordo com

o ndice da Gerao Digital8, 76% dos alunos de educao secund-

ria considera importante e absolutamente essencial contar com um

destes dispositivos. Sabem como mant-los em silncio para que o

seu uso no seja detectado nas aulas e apresentam avanadas destre-

zas motrizes no momento de escrever mensagens de texto. Quando

mudam de terminal, no demoram muito mais tempo a acostumar-seao novo menu e em encontrar as aplicaes do novo telemvel. No

em vo, 71% declara ter aprendido sozinho a utilizar o telemvel.

A elevada penetrao de telemveis na nossa regio teve um elevado

impacto na integrao das telecomunicaes entre as pessoas com

menos recursos. No Chile, por exemplo, as estimativas apresentadas

para o ano de 2008, assinalavam que enquanto 80,6% dos chilenos

pertencentes ao segmento de maiores rendimentos (ABC1) declara-vam dispor de telefone xo e mvel, apenas 19% do segmento mais8Ministrio da Educao,Chile 2008.

www.educarchile.cl


PRIMEIRA PARTE

http://www.educarchile.cl/http://www.educarchile.cl/


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9Mrquez, Humberto. La nue-

va era digital. Junho 2009.

http://www.almamagazine.

com/entradas-america_latina-

la_nueva_brecha_digital

10Sub-secretaria deTelecomunicaes do Chile.

www.subtel.cl


PRIMEIRA PARTE


pobre (E) dispunha dos mesmos servios. Neste sentido, e depois de

identicar o telemvel como nico bem tecnolgico para os servios

de voz, apenas 17,1% do segmento ABC1 declarava estar nesta situ-

ao, enquanto 73,7% das pessoas do segmento mais pobre dispu-

nham de um telemvel como nico meio de acesso a esses servios.

Quadro N. 3Penetrao do servio mvel, minutos e rendimentos nos

principais mercados da regio para 2005

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OIJ 31


PRIMEIRA PARTE


lores, em geral, bastante homogneos em toda a regio.

O impacto dos telemveis , talvez, mais visvel que o uso da internet

entre jovens e adolescentes que se esto a transformar nos principais

utilizadores dos diversos servios que o telemvel oferece actual-

mente. A Espanha um dos pases em que este tipo de dispositivostem mais xito. Segundo o Instituto Nacional de Estatstica (INE), em

2006, 98% dos jovens espanhis entre os 16 e os 24 anos usava-o

regularmente.

Segundo o Estudo A Gerao Digital na Ibero-Amrica da Funda-

cin Telefnica, quase 60% das e dos jovens adolescentes recebem

o seu primeiro telemvel, em mdia, antes dos doze anos. O Mxico

e a Venezuela parecem ser os pases mais precoces nesta matria, j

que quase 70% do mesmo segmento recebeu um telemvel antes da

idade assinalada.

Quadro N. 4Actividades realizadas por telemvel por jovens e adolescentes por pas

Mdia Argentina Brasil Chile Colmbia Mxico Peru Venezuela

COMUNICAO

Fazer ou receber

chamadas80 83 82 86 70 81 83 80

Envia mensagens 77 95 66 82 61 81 76 88

Falar no chat 14 13 16 14 15 11 13 42

CONTEDOS

Ouvir msica 55 51 60 56 37 63 45 62

Ver fotos ou vdeos 47 46 49 60 31 52 36 52

Navegar na Internet 13 15 13 17 11 11 12 21

Ver televiso 6 3 8 5 3 7 4 10

CIO

Jogar 52 50 45 65 48 53 56 53

CRIAO

Tirar fotos 49 47 52 50 30 58 49 46

Fazer vdeos 45 43 44 52 31 52 37 50

ORGANIZAO

Relgio 60 72 65 76 45 56 59 58

Agenda 46 57 51 59 33 43 44 48

Fonte: A Gerao Interactiva, Fundacin Telefnica 2008.

No contexto do mesmo estudo, indica-se que cerca de 72% das e dos

jovens adolescentes que so utilizadores deste servio, utiliza-o para

estabelecer comunicao mediante o uso da voz, seguindo-se o uso


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11La Generacin Interactiva (AGerao Interactiva), Fundacin

Telefnica 2008.


PRIMEIRA PARTE


de SMS (mensagem de texto) com 69% e 12% usa-o para falar atra-

vs do chat no dispositivo mvel. Quando as e os jovens utilizam o

telemvel na escola, 42% desliga-o e 82% conserva-o ligado durante

a noite.

1.6 Internet na Ibero-Amrica

Acesso preferencial a partir de centros pblicos

Na Amrica Latina, estima-se que mais de 170 milhes dos utilizado-

res da internet, isto , quase 30% da populao da regio, est numa

situao bastante pior em relao mesma relao entre populao

total e utilizadores da internet em Espanha e Portugal, onde o valor

atinge os 64%.

Apesar desta marcada desigualdade, quando nos referimos aos utili-

zadores menores de 18 anos, este fosso tem uma tendncia a diminuir

dramaticamente , sendo que a internet dever ser considerada um

meio universal de acesso s redes mundiais de criao e disposio

de informao de mltiplos tipos e mltiplas fontes para esta gerao.

Neste sentido, estamos perante a uma nova gerao de jovens e ado-

lescentes que podemos identicar como a Gerao Interactiva, em

que 95% se declara como utilizador da internet na Ibero-Amrica,sem estabelecer diferenas signicativas entre pases.

Quadro N. 5Utilizadores da internet na Amrica Latina

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Documents

Relatório sobre a Juventude na Sociedade de Conhecimento da Inovação