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RESISTÊNCIA ANTROPOLÓGICA 1 CLAUDIA STRAUSS 2 E NAOMI QUINN 3 Tradução: Cristopher Feliphe Ramos Nossa insistência de que os antropólogos necessitam estudar a internalização não é nova. Esta observação foi feita pelos antropólogos cognitivos (e.g., D’Andrade, 1984; e Sperber, 1985a) e outros antropólogos psicológicos (e.g., Obeyesekere, 1981, 1990; Shore, 1991, 1996; e Spiro, 1987a) durante muitos anos. Outros que fizeram algumas destas mesmas observações incluem Bloch (1985), Barth (1975, 1987), e Wikan (1990). Ainda assim, nossa preocupação com a psicologia e nosso uso do termo “internalização” tende a encontrar resistências por parte de muitos antropólogos. Antes que possamos prosseguir um pouco mais, nós necessitamos considerar por que, e tentar desarmar estas objeções. Nós esperamos que desacordos provenham de diferentes partes (cantos), especialmente dos interpretativistas Geertzianos e neo-Geertzianos, pós-estruturalistas Foucaultianos, e outros pós-modernistas, alguns materialistas históricos contemporâneos, e aqueles antropólogos cognitivistas e lingüísticos que estudam a cognição na prática (ou a pragmática do discurso). Cada uma destas escolas está associada a uma instância (posicionamento) característica sobre a psicologia, significados e sentidos, e cultura. Os interpretativistas Geertzianos têm enfatizado a publicidade dos significados (sentidos), cognição, e cultura. Os pós-modernos Foucaultianos têm argumentado em favor da construtividade da cultura e do self (de si, da auto-percepção). Alguns materialistas históricos contemporâneos sublinham a importância da resistência aos significados (sentidos) culturais. 1 Capítulo II do livro “A cognitive theory of cultural meaning” (Uma teoria cognitiva dos significados [sentidos] culturais) de Claudia Strauss e Naomi Quinn, publicado em 1997 pela editora Cambridge integrando o corpo de publicações da Sociedade para a Antropologia Psicológica. O presente livro é resultado de uma sessão no encontro da Associação Antropológica Americana em 1989, ocorrida em Washington D.C. 2 Claudia Strauss é professora (PhD) em antropologia cultural na Faculdade Pitzer em Claremont, CA. 3 Naomi Quinn é professora emérita de antropologia cultural na Universidade Duke, Durham, NC.

Resistencia Antropologica - Naomi Quinn e Claudia Strauss

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Estudo sobre a necessidade dos antropologos de estudar a internalização, que é antigo.

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RESISTNCIA ANTROPOLGICA1CLAUDIA STRAUSS2 E NAOMI QUINN3Traduo: Cristopher Feliphe RamosNossainsistncia de queos antroplogos necessitam estudar ainternalizao nonova. Estaobservaofoi feitapelos antroplogos cognitivos (e.g., !"ndrade, #$%&' e(perber, #$%)a* e outros antroplogos psicolgicos (e.g., +be,ese-ere,#$%#, #$$.' (/ore,#$$#, #$$0' e (piro, #$%1a* durante muitos anos. +utros que fizeram algumas destas mesmasobserva2es incluem 3loc/ (#$%)*, 3art/ (#$1), #$%1*, e 4i-an (#$$.*. "inda assim, nossapreocupaocomapsicologia enossousodotermo5internalizao6 tendeaencontrarresistncias por parte de muitos antroplogos. "ntes que possamos prosseguir um pouco mais,ns necessitamos considerar por que, e tentar desarmar estas ob7e2es.Ns esperamos que desacordos proven/am de diferentes partes (cantos*,especialmente dos interpretativistas 8eertzianos e neo98eertzianos, ps9estruturalistas:oucaultianos, eoutrosps9modernistas, algunsmaterialistas/istricoscontempor;neos, eaquelesantroplogoscognitivistaselingtica(ouapragm>tica do discurso*. ?ada uma destas escolas est> associada a uma inst;ncia(posicionamento* caracter=stica sobreapsicologia, significados e sentidos, ecultura. +sinterpretativistas 8eertzianos tmenfatizado apublicidadedos significados (sentidos*,cognio, e cultura. +s ps9modernos :oucaultianos tmargumentado emfavor daconstrutividade da cultura e do self (de si, da auto9percepo*. "lguns materialistas /istricoscontempor;neos sublin/am a import;ncia da resistncia aos significados (sentidos* culturais.:inalmente, muitos de nossos colegas na antropologia cognitiva e ling incompatibilidade entre uma verso razo>vel destas reivindica2es (afirma2es* e onosso posicionamento.Enquanto que no eAistem incompatibilidades lgicas entre as nossas perspectivas e amaior partedas outras quediscutiremos, cadauma, defato, conduzaumprogramadepesquisa diferente. Nosso ob7etivo aqui no o de descartar qualquer uma destas abordagens'cadaumavaliosaporcompreenderosdom=nioseAtra9pessoaisdacultura. (efato, boaparte dos debates antropolgicos nos dias de /o7e parece se assemel/ar Bs formas derenovaourbana naqual vizin/anas (bairros*inteirossoarrasadasCdemolidasD." novacr=tica parece acreditar que os esforos em criar estruturas mel/ores Cmais adequadasD requeraeliminaocompletadoantigoCvel/oD."oinvsdisso, nsnecessitamosdeumaformamenos destrutiva de interveno que conserve o que bom no antigo Cvel/oD, porquanto queno preserve insensatamente seus becos sem sa=das, ou edif=cios em desmoronamento.*. "ofinal decadasessonseAplicaremos comocadaumadestas an>lises sobreaculturaenfraquecida por ignorar a interao entre os dom=nios eAtra9pessoal e inter9pessoal. "compreensoantropolgica sofrer> sedemasiados pesquisadores focaremapenas emumdom=nio em eAcluso (ou detrimento* do outro, ns necessitamos ol/ar para ambos.1?ap=tuloEE dolivro5Acognitive theory of cultural meaning6 (Fma teoria cognitiva dos significadosCsentidosD culturais* de ?laudia (trauss e Naomi Guinn, publicado em #$$1 pela editora ?ambridge integrando ocorpo de publica2es da (ociedade para a "ntropologia Hsicolgica. + presente livro resultado de uma sessono encontro da "ssociao "ntropolgica "mericana em #$%$, ocorrida em 4as/ington .?.2 ?laudia (trauss professora (H/* em antropologia cultural na :aculdade Hitzer em ?laremont, ?".3 Naomi Guinn professora emrita de antropologia cultural na Fniversidade u-e, ur/am, N?.INTERPRETATIVISMO: SIGNIFICADOS SO PBLICOS"primeira lin/a de ob7eo antropolgica ao significado (sentido@significao*enquanto estados psicolgicos provm do interpretativismo, cu7as afirma2es cl>ssicas e maisenrgicasseencontramnosensaiosde?lifford8eertz, publicadasemseusdoislivrosIAInterpretaodasCulturas(#$1J*eOSaberLocal(#$%Jc*. Kaisdoquequalqueroutroterico, 8eertz (fundamentando9se no trabal/o de seu professor, Lalcott Harsons*&foirespons>vel pela altern;ncia (mudana*, por ns descrita no primeiro cap=tulo, do emprego dacategoria 5cultura6 enquanto um termo que abarca frouAamente todos os tipos de aprendizadoe pr>ticas sociais, para equa2es mais estreitas do conceito de cultura enquanto sistemas designifica2es (significados e sentidos* (ver, e.g., 8eertz, #$1JiI )*. Embora os antroplogospsicolgicos estivessem preocupados com as sub7etividades dos atores (sociais* muito antesde #$1J, , em boa medida, a eloqfora da cultura enquanto 5teAto6 (e.g., #$1JaI &&%*. "o mesmo tempo elecomeou a subestimar (minimizar* o lado do 5modelo para6 dos s=mbolos culturais, seu papelna modulao da ao, deiAando o lado do 5modelo de6,seu papel puramente eApressivo,dominar a cena (ver, e.g., #$1JaI &&&*. e fato, esta pode no ser uma mudana to radicalcomo geralmente se tende a considerarI Lalvez 8eertz estivesse argumentando simplesmentepor uma forma diferente de pensar sobre a cultura, enquanto continuando a pressupor que ossistemas de personalidade e de estrutura social so to importantes quanto ele sempre pensaraque o fossem (ver, e.g., 8eertz, #$%JbI #&' certamente ele continuou a notar que os s=mbolosefetivamente moldam a ao, e.g., #$1JaI &)#*. "inda assim, essa altern;ncia (mudana* dofuncionalismo para ointerpretativismo foi importanteI Ela pavimentou o camin/o paraperspectivasposterioresdequeosteAtosculturaissotudooqueeAiste(/>*), tendosidoeAplicitamente associadas por 8eertz a uma re7eio Bs eAplica2es emfavor de uma5descrio densa6 (#$1JiI #&*."inda assim, conforme 8eertz mudava das imagens de sociedades enquantoorganismos Bquelas deculturas enquantoteAtos, eledefendiaconsistentementeoqueele4 Rer, por eAemplo, Harsons (#$0#*.5+nde 8eertz, ele prprio, se situou, no claro. (ua anedota das 5tartarugas6 (#$1JiI Q$* freq, mas ele diz outras coisas que eAplicitamentecontradizem aquilo (#$%JbI #&, ou ainda, #$1JiI #J*.denominou de uma 5psicologia ao ar livre6 (outdoor, do lado de fora* (#$%JdI #)J*. ?ompare,por eAemplo, as seguintes discuss2es sobre a cultura e o pensamento, a primeira originalmentepublicada em#$0Q, a segunda originalmente publicada em#$00, a terceira e a quartaoriginalmente publicadas em #$%QI+s recursos culturais so ingredientes, no acessrios, ao pensamento /umano... opensamento dos seres /umanos primariamente um ato observ>vel conduzido nostermos dos materiais ob7etivos de uma cultura em comum, e s so secundariamenteuma questo particular (privada*... os processos mentais dos seres /umanos, de fato0,ocorremnaescrivanin/adoestudioso, ounocampodefutebol (americano*, noestOdio, ounoassentodomotoristadocamin/o, naplataforma, natabuleirodeAadrez, ou na tribuna (bancada* do 7uiz (#$1JcI %J*."perspectiva de que o pensamento no consiste emprocessos misteriososlocalizados naquilo que 8ilbert S,le denominou de gruta (caverna* secreta situadanacabea, masdeumtr>fego(fluAo*des=mbolossignificantes(significativos*Mob7etos da eAperincia... sob os quais os seres /umanos imprimiramsentido(significa2es* M torna o estudo da cultura uma cincia positiva assim como muitasoutras. +s significados (significa2es, sentidos* que os s=mbolos, os ve=culosmateriaisdopensamento, corporificam(incorporam* so... tocapazesdeseremdescobertos por meio de uma investigao emp=rica sistem>tica M especialmente se opovoqueopercebecooperar umpouquin/oMassimcomoopesoatPmicodo/idrognio, ouafunodasgl;ndulasadrenais. Tatravsdospadr2esculturais,con7untos ordenados de s=mbolos significantes, que o ser /umano compreende o quese passa, sendo capaz de produzir sentido sobre os eventos atravs dos quais ele vive(#$1JfI J0Q M J0J*.Hara os tericos da ao simblica (... a quem, com algumas reservas, eu concederiamin/aprpriadedicao@lealdade*, opensamentoumaquestodemanipulaointencional das formas culturais, e atividades eAternas tais como o arado, e o tr>fico(mascate, comercioinformal*sobonseAemplosdisso, assimcomoeAperinciasfec/adas (privadas* tais como dese7ar, ou se arrepender. (#$%JdI #)#*1.T uma questo de conceber a cognio, emoo, motivao, percepo, imaginao,memria... e se7a l> o que for, como sendo, em si mesmas e diretamente, assuntos(coisas* sociais. (#$%JdI #)J*%.68eertz afirma 5de fato6por que o resto de sua sentena uma par>frase aproAimada de uma declarao de8ilbert S,le que serviu como ep=grafe para seu ensaio (#$1JcI ))*.7 8eertz prosseguiu, no mesmo ensaio, afirmandoIGuo precisamente se realiza isto, como analisar o uso dos s=mbolos enquanto aosocial e escrever, por conseguinte, uma psicologia 5outdoor6 (do lado defora@eAterna@pOblica* , claramente, um negcio eAcessivamente dif=cil... Kas o queest> claro que, se qualquer coisa o , proceder desta maneira tentar navegar oparadoAodo plural@Onico e doproduto@processo por meio da considerao dacomunidadeestudadaenquantoalo7anaqual ospensamentossoconstru=dosedesconstru=dos, a /istria o terreno que eles dominame se rendem, e porconseguinte, atentar a tais quest2es musculares tais como a representao daautoridade, a definio de fronteiras, a retrica da persuaso, a eApressodoscompromissos, e o registro dos desacordos (#$%JdI #)J*.+ imagin>rio de gnero aqui impressionanteI quest2es 5musculares6 tais como 5dominar o terreno6 dopensamentopOblicoversus eAperincias delicadas como5dese7ando, ouse arrependendo6 dopensamentoprivado (ao invs de cuidar das crianas como sendo considerado pensamento pOblico e um complP de vinganacomo sendo um pensamento privado*. Ns poder=amos de forma grace7ante (piadista* sugerir que isto parece umtipo de protesto masculino (ou pela masculinidade*. Lalvez estes eAemplos musculares fossem necess>rios para/omens de verdade pudessem prestar ateno Bs significa2es e aos sentimentos.8KuitosoutroseAemplospoderiamserfornecidos.Rer, poreAemplo, adiscussode8eertzsobrea5teoriaeAtr=nseca do pensamento6 na 5Edeologia como um sistema cultural6 (originalmente publicado em #$0&*.Estas perspectivas so mais (e famosamente* compativelmente eApressas na seguintefrmula, derivada da 5descrio densa6 (originalmente publicada em #$1J*I" cultura publica por que o significado (significao* ... + ataque generalizado Bsteorias sobre da privacidade (privativas* dos significados que constituem, desde oUusserl inicial, ato4ittgensteinposterior (tardio*, umapartetopresentenopensamento moderno, de modo que no necess>rio desenvolv9la novamente aqui.Neste ponto necess>rio entrevermos que suas novidades c/egaram at aantropologia' eemparticularfaz9senecess>riotornarclaroque, aoalegar queacultura consiste de estruturas socialmente estabelecidas de significados(significa2es* nostermosdosquaisaspessoasfazem(perpetuam* coisascomoconspira2es de sinais e aderem a elas, ou percebem insultos e os respondem, noestamostratandomais doquesimplesmentedizer queesta(ouconstitui* umfenPmeno psicolgico, uma caracter=stica da mente de algum, de sua personalidade,estrutura cognitiva, ou qualquer coisa (que o se7a*, do que o (seria o* tantrismo, agentica, a forma progressiva do verbo, a classificao dos vin/os, a lei dos comuns(comum*, ou a noo de um 5curso condicional6 tambm o (so* (#$1JiI #Q M #J*.+ que 8eertz quis dizer ao enfatizar a publicidade do significado (e dos sentidos*, dacultura e do pensamentoN Ns descobrimos que diferentes comentadores enfatizam diferentes5sentidos6 (coisas* daquilo que ele /averia tentado dizer. "lguns nos dizem que o que eleefetivamente quis dizer que os s=mbolos pOblicos so observ>veis e que os estadospsicolgicos no o so e que ns dever=amos estudar apenas aquilo que podemos observar'outrosenfatizamqueoqueelerealmentequisdizer queossentidos(significados* sointersub7etivamente partil/ados' outrocontingente adota de 8eertz oinsig/t de que ossignificados(sentidos* sosocialmenteestabelecidos antesmesmoqueoindiv=duopossaaprend9lo' e outro ainda focaliza na observao de 8eertz de que o pensamentofreqgina ele diz para sua me, 5Kame,mameX Eu fui at a cidade. entro, fora e de pernas pro arX6 (imilarmente, nossascompreens2es esto sempre 5indo pra cidade6 tanto dentro, como fora (e por vezes de pernaspro arX*.Em suma, os significados podem ser pOblicos em cada uma das formas enfatizada por8eertz e ainda assim serem considerados estados psicolgicos. " seguir, ns demonstraremosque o significado (sentido* tem de ser um estado psicolgico' no /> outra maneira sensata dese conceber o significado (significa2es* e ainda de faz9lo desempen/ar um papel na aosocial.Trs ormas no psicol#&icas de se conceber os si&niicados"o longodocursodesuacarreira 8eertzutilizouo5significado6 de trsmaneirasdiferentes. Nen/uma das defini2es psicolgicas que ns propomos, e em cada uma delas osentido de significado (significao* problem>tico.1* Si&niicados so usos. Esta foi a abordagemde WudVig 4ittgenstein. 4ittgensteinargumentava que 5o sentido de um mundo est> em seu uso da linguagem M idioma6 (#$)%Isec.&J*. (eus argumentos sobre este ponto enfatizam correta e importantemente (dentre outrascoisas* aformaqueosignificado(sentido* deumtermo(oudequalquer signo* variar>dependendodo57ogodelinguagem6 noqual est>embebido, eaimpossibilidade desedesignar limites definidos para as palavras em (ou sobre* sua aplicabilidade (e.g., #$)%I secs.Q#ffe00ff*. (anebulosidadeevariabilidadeconteAtual dos significados serodiscutidasadiante neste cap=tulo e no cap=tulo J*.Este significado das 5significa2es6 possui a virtude da concretudeI o significado deuma eApresso no uma definio abstrata, ou interpretao, que reside em lugar algum emparticular,massimplesmenteseuuso. Kasestanoamaneiraqueamaiorpartedosantroplogos pensaria sobreelaI amaior parte dens diria queas pessoas utilizamaspalavras, ououtrossignificantes, de certo modo por causados significados (significa2es*culturais destas coisas. +s sentidos (significa2es* conduzem aos usos' se este no for o caso,ento as pessoas s esto agindo (atuando* mecanicamente e os significados (significa2es*so apenas uma forma para que os estrangeiros possam descrever o padro comportamentaldos 5outros6.e fato, 8eertz um dos antroplogos t=picos neste quesito (e visivelmente desatentoB desateno Cdesconsiderao, improcednciaD de 4ittgenstein sobre esta perspectivabastante comum,e.g., #$)%I sec. #&0ff e p. Q#0*. Hor um lado, 8eertz (#$1JiI #1 e #$1JfI&.)n* invoca 4ittgenstein e ocasionalmente aparenta identificar a cultura aoscomportamentos (e.g., #$1JiI #.*. Kas na maior parte 8eertz bastante cuidadosoemdistinguir entre os comportamentos e os significados (significa2es* que estes comunicamIEsta toda a questo em torno de sua repetio sobre a discusso de 8ilbert S,le sobre adiferena entre uma piscada e um tique nervoso (#$1JiI 0 M 1*. Na 5descrio densa6 (#$1Ji*,8eertz nota que 5a cultura consiste em estruturas de significao socialmente estabelecidasnos termos das quais as pessoas@povos fazem coisas tais como a sinalizao de conspira2es,unindo9se a elas, ou percebem insultos e os respondem6 (#$1JiI #Q M #J*. Note que ele diz,5nos termos atrav2s dos %uais as pessoas a-emtais coisas***6, emoutras palavras, asestruturas de significa2es so anteriores Bs a2es e so partes de uma eAplicao do por queas pessoas agem conforme elas o fazem. Esto implica que o significado algo adicionado Ba2es nuas (desprovidas*' no consistem simplesmente no seu uso.Nesterespeito, nsconcordamos que8eertz, maisdoquecom4ittgensteinI ns,tambm, acreditamos que os significados conduzem Bs a2es, e no so simplesmente umaforma de descrev9los. Kas 8eertz no prosseguiu sua refleAo de forma consistente sobre asimplica2es de sua posio. (e os significados (sentidos* influenciam a ao, eles devem estarlocalizados emalgumlugar. +ndeelesestoN8eertznosforneceuduasrespostasaestaquesto. Emalgumas passagens ele afirma que os significados esto 5nos6 ob7etos ecomportamentos pOblicos' e em algumas passagens ele afirma, ou sugere, que os significadosso estruturas abstratas que no possuem um lugar em particular.3* Os si&niicados )si&niica'es, estoalocados )alo(ados, nos s$mbolos*8eertzutilizou esta mesma frase em seu ensaio 5Et/os, viso de mundo, e a an>lise dos s=mbolossagrados6I 5+s significados s podem estar Yalocados!6 nos s=mbolosI uma cruz, arco (coroa,ouluacrescente9crescent*, umaserpentealada(compenas*(#$1JbI#Q1*. Em5Seligioenquantoumsistema cultural6 ele empregou uma met>fora dos s=mbolos enquanto um5ve=culo6 que carrega o sentido (significado*ICFms=mboloD qualquer ob7eto, ato, evento, qualidade, ourelao, que serveenquanto umve=culo para uma concepo M a concepo o Ysignificado!(significao* do s=mbolo... (#$1JgI $#*+ problema com estas imagens sobre os s=mbolos enquanto alocando significa2es, ouascarregando(levando*7untoparaumpasseio, MconformeWinger(#$$&*eWangac-er(#$$#I ).%* demonstrambastanteclaramenteMquetodas elas empregamuma5met>foracondutora(comoumcanal, cano9/idr>ulica*6enganosa(Sedd,, #$1$*paradescrever arelao das palavras e outros s=mbolos Bs significa2es. Weva somente uminstante depensamento para se entrever que os significados no podem ser literalmente encontrados noss=mbolos. ?onsidere, por eAemplo, os significados culturais sobre odin/eiro. Hor maisrigidamente que ol/emos, ns no encontraremos estas idias escondidas em algum lugar nasnotasdepapel, pedaosdemetal, ouosatosf=sicosatravsdosquaisasnotasdepapel,pedaos de metal e seus representantes sodistribu=dos. ((egue9se que os significadosigualmente no podemser encontrados M conforme as teorias estruturalistas e ps9estruturalistas mais recentes o formularam M em sistemas fiAos, ou alternados de s=mbolos*.8eertz provavelmente percebeu isso, e seu desconforto com esta forma enganosa de falar sem dOvidas o que o levou a acrescentar as aspas em 5alocado6 na primeira citao destaseo.Kasse os significadosno7azemliteralmente nos s=mbolos enosoidnticosBsa2es simblicas, o que eles soN4* As si&niica'es so estruturas abstratas*Fma terceira resposta poss=vel que poderia serfornecida a esta questo, e uma que 8eertz igualmente nos forneceu, que os significados nose encontram em qualquer lugar particular por que so entidades abstratasI(e deiAarmos nossas piscadelas e ovel/as de lado por um momento, ns podemosconsiderar, digamos, um quarteto de 3eet/oven como uma amostra admitidamenteespecial mas, para estes propsitos, belamente ilustrativa, de cultura, ningum iria,pensoeu, identific>9locomsuapartitura, comas/abilidadeseocon/ecimentonecess>rio para toc>9lo, com a compreenso que seus eAecutores, ou sua audincia,possuem, tampouco, com os cuidados,en passant, dos reducionistas e reificadores,comumaperformanceparticular deste... Gueumquartetode3eet/ovenumaestruturatonaltemporariamentedesenvolvida... Tumaproposioaqualamaiorparte das pessoas tendero, mediante refleAo, a concordar (#$1JiI ## M #Q*.E embora8eertznote no meio da passagemprecedente,queacultura no 5umaentidade misteriosa que transcende a eAistncia material6, ele fornece como eAemplosposteriores sobre a cultura, 5o tantrismo, a gentica, a forma progressiva do verbo, aclassificao dos vin/os, a lei comum, e a noo de 5uma maldio cont=nua6 (#$1JiI #J*.Lodas estas socoisas abstratas. Guartetos, tantrismo, eassimsucessivamente, possuemeApress2es concretas, certamente, mas nestas passagens ele alega que as eApress2es corretasno so, em si mesmas, estruturas de significao.#QKas os significados no podem ser estruturas abstratas que esto em lugar algum emparticular (ouemumanuvempairandosobreo?incinnati, comoumdenossos colegascolocou sarcasticamente*#J. ?omo ns 7> notamos, se eles no esto em lugar algum, como que eles podem motivar a aoN Fm lema razo>vel aqui seriaI 5entidades abstratas no podempossuir efeitos concretos6. E 8eertz provavelmente percebeu isso tambm, conforme indica apassagem anterior. Note9se, entretanto, que at mesmo nesta passagem, que descreve o 5statusontolgico6dasa2esculturaiscomo5coisasdestemundo6, eleigualmenteafirmaqueacultura uma estrutura abstrataI"cultura, este documento atuado, , portanto, pOblica, como uma psicadelaburlesca, ou uma falsa (escarnecedora* incurso de (nas* ovel/as. Embora ela se7aideativa, ela no eAiste na cabea de algum' embora no se(a $sica, ela no umaentidadeoculta... + quedeve seperguntar sobreumapiscadela burlesca,ou umafalsa (escarnecedora* incurso de ovel/as no qual o seu status ontolgico. T omesmo daquele das pedras, por um lado, e dos son/os, por outro M eles so coisasdeste mundo. (#$1JiI #.' nfase nossa*.(e a cultura (ou um padro de significao* 5no f=sico6, como que pode possuir omesmo status ontolgico de uma pedra, ou de uma incurso escarnecedora de ovel/asNOs si&niicados )si&niica'es, precisam ser psicol#&icos*" inconsistncia de 8eertz#& 9 de fato, as inconsistncias e desconfortos de muitos eApositoresantropolgicos dos significados#)9 o resultado de sua evitao (esquiva* da Onica posioque faz sentidoI +s significados das coisas tm de estar nas mentes das pessoas (e 5cora2es6'12 e fato, esta discusso d> ao eAemplo do Guarteto de 3eet/oven maior consistncia do que 8eertz pretendeufornecer. Esta citao abreviada omite 5uma seqria provoca significa2es nelas, e com base nestas significa2es que elas agem. HoreAemplo, algum que decidiu comprar um bil/ete de loteria, o faz por causa da significaoqueelasatribuemapossibilidaderepentinadegan/ar bastantedin/eironaloteria. Estassignifica2es so uma combinao de idias (e.g., sobre uma 5boa vida6*, sentimentos (e.g.,de al=vio por estar livre de d=vidas*, e motiva2es (e.g., para receber a admirao atravs dedoa2es caridosas generosas* nelas.Tverdadequeestasidias, sentimentos, emotiva2esspodemserobservadasapartir doqueas pessoas dizemefazempublicamente' elas soprovavelmentemantidas(sustentadas* comumente com muitas outras pessoas' so aprendidas atravs da participaonas institui2es sociais e reforadas por estarem associadas a s=mbolos de v>rios tipos (e.g.,rituais datados Cno calend>rioD e relacionados ao ciclo9vital, conversas cotidianas,comunicao de massa*' e elas so representadas por meio de ob7etos concretos nos cen>rioscotidianos e podem ser improvisadas nestes conteAtos. Kas permanece a questo de que estessignificados so as significa2es do atorI (o os pensamentos, sentimentos, e motiva2es doator, incluindo9se os estados psicolgicos que no so percebidos (no esto na conscincia*.?omooutros7>insistiramantesdens, ossignificadosspodemserevocadosemumapessoa.#1Implica'es para as pes%uisas simb#licas contempor5neas+denegrimento das an>lises psicolgicas feito por 8eertz limitou os tericosposteriores natentativadelidar comumdilemacentral nacontribuioparaoimpassecontempor;neo (corrente* da teoria culturalI como ns eAplicamos a fora da cultura (tantocomos=mbolosesignificados*enquantoadmitindo(recon/ecendo*averacidadedequeacultura (em quaisquer formas concretas que ela assume* no faz ningum fazer alguma coisaNEstepre7u=zobvionastentativasponderadasde+rtner (#$%$, #$$.*emresolver estedilema atravs das lin/as neo9geertzianas.16 Rer (perber, #$$0I 1$ M %., para um argumento relacionado.17 Rer 3art/ (#$$JI JJQ*' ?/afe (#$1.I 1& M 10*' !"ndrade (#$%&I #.# M #.)*' e (piro (#$%1aI #0Q M #0J* paraargumentos proAimamente relacionados. 8eertz se aproAima de afirmar isto a si mesmoI 5+ significado no intr=nseco aos ob7etos, atos, processos, e assim sucessivamente, que os portam, mas... CD imposto sobre eles' e aeAplicao de suas propriedades deve, no obstante, ser buscada naquilo que faz a imposio M seres /umanosvivendo emsociedade6 (#$1JfI &.)*. "nfase aqui, entretanto, est> na variabilidade trans9cultural dassignifica2es, e no no seu status psicolgico.+rtner re7eita tanto a posio 5r=gida@interna6 de que a socializao leva aos atores a5!realizarem a coisa cultural! sob a maior parte das circunst;ncias6 (#$$.I %0* e a posio5suave@eAterna6 de que as pessoas geralmente agem com base num auto9interesseuniversalmente racional compreens=vel. (ua perspectiva situada no meio termo entre5interno@eAterno6 queINemtodoorepertriodasestruturassimblicasdeumaculturafazemsentidoatodososatores emtodosmomentos... "indaassim, />momentosnocursodoseventos que a estria parece tornar as circunst;ncias de uma pessoa significativas e, por conseguinte, apropriada e internalizada... "inda assim... o enquadre (encaiAe*frouAo (solto*, entre a estrutura do (self* e a estrutura dos modelos culturais significaque um referncia cultural (mdulo* que teria sido adotado pelo self (por si, pelomesmo* pode ser igualmente eAtinto... (#$$.I %$*."an>lise de +rtner faz uma importante contribuio no realce dos papis dosesquemas que aparentam ser altamente tematizados atravs de dom=nios culturais e que soaltamentepersistentesatravsdotempoemumasociedadeMnocasodela, um5esquemacultural6 (suas palavras*#%para as rivalidades fraternais e similares entre os /omens (/erpaqueestocontidos (entran/ados* nas estrias erituais (/erpaemotivamboapartedasinterpreta2es e a2es dos (/erpa. + problema que sem uma teoria das formas compleAasqueasmodula2essimblicasmoldam(formatam* osmotivosecompreens2esMdoquesignifica para algo ser 5apropriado e internalizado6 M +rtner no pode eAplicar por que algunsesquemas so mais motivadores do que outros, por que alguns so mais tematizadosculturalmente do que outros, e por que alguns so mais /istoricamente persistentes do queoutros. Ela atribui a persistncia /istrica ao 5!congelamento! de uma variedade de pr>ticasculturais em uma forma narrativa particular6 (#$$.I %*, uma eAplicao que suscita a questodo por que as narrativas so replicadas. "o invs de pressupor que certas narrativascontinuaro a ser contadas, tornando os esquemas que elas eApressamcontinuamentedispon=veis, ela deveria ter se questionado por que os valores que so eApressos nas estrias(/erpa sobre a rivalidade mantiveram9se convincentes para os (/erpa, levando9os a repetirtias narrativas gerao aps gerao.Em seu eAtenso livro em que a trata do caso dos (/erpa (#$%$*, enquanto aderindo aomesmo argumento sobre a relao entre a cultura e o ator individual (ver #$%$I #Q0 M #Q$, e#$%*, +rtner efetivamente prov uma eAplicao para o esquema de rivalidade entre irmos.Ela (Ebid.I JJ* sugerequeela surgeda5natureza contraditria dorelacionamentoentreirmos6, que de uma vez s 5/ier>rquica (na superioridade natural e na autoridade do irmomais vel/o sobre o irmo mais novo* e igualit>ria (na regra de /erana equivalente*6.Ela(Ebid.I J&* acrescenta que 5Fma das principais dimens2es do igualitarismo e das conquistasticas dos(/erpaconsistenumafortemarcadecompetitividadeemsuacultura. adaaigualdade terica (teorizada* de todos os /omens, o fato de que na realidade alguns se saemmel/ores do que outros uma fonte de ressentimento e esforos (batal/as para conquista*renovados6. Kas esta eAplicao parece carecer algo (ou perder algo de vista*. Hor um lado,/> muitas sociedades, incluindo9se a nossa prpria, em que a autoridade natural dos irmosmais vel/os sobre os mais novos coeAiste com uma /erana igualit>ria (e, assim como nanossa prpria sociedade, com a competitividade*.Hor outro lado, /> algo que vai alm doplano estrutural sobre a preocupao dos (/erpa com a rivalidade entre irmos em particular,ecomarivalidadeemgeral Mno5vocabul>rioelaboradorelativoBcompetio, inve7a, eassim sucessivamente6 que +rtner relata (ibid.I J&*, na preocupao com os sentimentos e18Embora ela (+rtner, #$%$I 0.* retrace seu uso do conceito de esquema a origens diferentes do que aquelaspelas quais ns traamos a nossa (ver cap=tulo J. Ela pontua suas discuss2es anteriores sobre os 5cen>rios c/ave6e a idias provenientes da antropologia simblica da dcada de #$1..rela2escompetitivasqueelarelatanasconversasdos(/erpa(ibid.I J)*, naintrospecocomum (cotidiana* dos (/erpa sobre 5no serem capazes de suportar que os outros passem nafrente6 (ibid.* /> algo, ns nos atrevemos a dizer, psicolgico.+buscadestalin/adepensamentopodeter levado+rtner atentar especificar adin;mica por detr>s da contradio que ela identifica entre a /ierarquia e a igualdade. "final,ns poder=amos esperar uma contradio estrutural razo>vel na traduo de uma eAperinciasignificativa e permanente da eAperincia sentida na apresentao de conseqtica as coisas nem sempre funcionam de maneira equ;nimee Y7usta!6 e prossegue descrevendo como os fil/os mais vel/os tem a garantia do respeito e osfil/osmaisnovosdeumagarantiade propriedade, incluindo9sea residncia dos genitores(parental*, enquanto que as perspectivas dos fil/os do meio tanto ao status (posio social*, ouB propriedade, no esto efetivamente garantidos. + fil/o mais novo, ela (ibid.* eAplica, 5freqticoMque, nosarran7osgeralmentecoercivos doscasamentos(/erpadescritospor+rtner, ao se casarem com 5estrangeiros6 (estran/os* as esposas so mobilizadas a promoverrela2es simbiticas intensas com seus primeiros fil/os, por conseguinte estabelecendo aosfil/os posteriores (segundoemdiante* sentimentos profundos deciOmes (inve7a*. Nossaobservao mais geral que a eAplicao da rivalidade entre irmos dos (/erpa requere umateoria, se7a o que for que esta teoria ven/a provar a ser, que d conta de como as pessoas sosocializadas, os tipos de compreens2es e necessidades que elas obtm como resultado destasocializao, e as implica2es deste processo para a forma como elas passam a socializar suascrianas.Esto, entretanto, nos conduzirial>5embaiAo6, na5cavernaprofundaesecreta6dapsicologia, entrada a qual 8eertz condenou (#$1JfI J0Q*Q.. (ignificativamente, +rtner modula(estrutura* seu trabal/o de #$$. nos termos providos por um dos primeiros ensaios de 8eertz,5Seligio enquanto sistema cultural6I(atualmente* tm sido delineadas as orienta2es do debate sobre o papel da culturana /istria. Hor umlado /> o con7unto de autores que renegama cultura,concedendo9anadamais doqueumpapel representacional menor. Haraeles, aculturaoperaamplamenteenquantoumcon7untodemarcadores dosfenPmenossociais(particularmenteenquantomarcadores deumaidentidadedegrupo*, masraramente enquanto modelos para os fenPmenos sociais, moduladoras dos processos/istricos e sociais. Hor outro lado, /> um con7unto de autores que insistem que acultura, naformademodeloscompleAosparaopensamento, sentimento, eao,desempen/aumfortepapel nosimplesmentenarepresentaodomundo, masigualmente na modulao de sua cont=nua emergncia /istrica (#$$.I )1' nfase nooriginal*.19So,!"ndrade observou(pontuoupara ns, por meiodecomunicaopessoal* queestes padr2es desocializao, por sua vez, poderiam ser uma resposta aos conflitos relacionados B pobreza, direitos de /erana, eassim sucessivamente, tal como discutido por 3arr,, ?/ild e 3acon (#$)$*. Ns no estamos afirmando que asvari>veis eAplicativas identificadas por +rtner se7am irrelevantes, apenas que elas so insuficientes.20Rer EVing (#$$Q* para a recorrncia da met>fora da caverna na re7eio da psicologia feita pelosantroplogos.Kassuastentativasemrecuperar osinsig/tsdopensamentoinicial de8eertzsoimpedidos pelos limites, impostos pelo pensamento posterior de 8eertz, daquilo que diz=vele pens>vel. "s lin/as a seguir nos dizemI"inda pode9se dizer que os esquemas esto nas 5cabeas das pessoas6. "inda assimem Oltima inst;ncia eles 5adentram as cabeas das pessoas6 e se tornam parte dosrepertrios para o ordenamento, eAperincia e ao no mundo, como resultado desuaeAecuoemformasrealmentevividasMnas/istriasquesocontadas, nosrituais que so desempen/ados, e nas rela2es pol=ticas e de parentesco postas empr>tica (#$$.I 11*.Hor que as aspas na eApresso 5cabeas das pessoas6N Hrovavelmente por que +rtnerno se livrou da avaliao formal do pensamento posterior de 8eertz de que os significadosculturaissopOblicosMnoapenasaprendidosapartirdavidapOblica, masestritamenteeAtra9pessoais, e situados fora das psiques (individuais*. Ela parte do pressuposto de que acultura est> fora das pessoas, e ento apresenta dificuldades em lidar com o fato de que elaclaramente est> dentro das (no interior das* pessoas tambm.Em suma, a an>lise simblica necessita ser suplementada pela pesquisa que investigaquaiss=mbolosaspessoasrespondemequaiselasignoram' formasvariadasdeumdadocon7unto de s=mbolos so interpretadas por diferentes sub9grupos ao longo do tempo(Soseberr,, #$%$*' /> situa2es socializadoras que levam alguns s=mbolos a seremmotivadores, enquantoqueoutrosnofazemdiferenaparaaquiloqueaspessoasfazem((piro, #$%1a*Q#. + modelo simplista de que s=mbolos publicamente acess=veis determinamdiretamente as compreens2es das pessoas poderia ser denominado como um5modelofaA(s=mile*6 da internalizao ((trauss, #$$Q\*I de acordo com o modelo faA, as mensagenseAtrapessoais so simplesmente reproduzidas nas psiques das pessoasQQ. + 5encaiAe(enquadramento* frouAo6, ou 5relao frouAamente estruturada6 de +rtner (#$%$I #$%* entreasmensagens culturais eAtra9pessoaise osestados psicolgicosdosatores individuais norevisa radicalmente o modelo faAs=mile' ele apenas introduz ru=dos no sistema. " inadequaode um modelo faAs=mile ser> ilustrada com eAemplos de nosso prprio trabal/o nos cap=tulos0, 1 e %. "ntes disso, entretanto, ns temos muitos outros fundamentos para abarcar,incluindo9seumaversomaisrecentedaperspectivadequeassignifica2esculturaissopublicas.PS-ESTRUTURALISMO E PS-MODERNISMO: CULTURA E SELF SOCONSTRUDOSFmanovageraodeantroplogos ealiados dacr=ticaliter>ria, /istriaeoutrasdisciplinasQJpartil/amcomo pensamento tardio de 8eertz e de outros antroplogossimblicos o mtodo da an>lise das significa2es de 5teAtos6 pOblicos e suas 5performances6Cdesempen/osD (e.g., filmes, mitos, arquitetura, e vestimentas*, mas re7eitam o que eles vemcomo sendo a reificao da cultura e da sociedade realizada pelas gera2es antecedentes. Hara21Rer igualmente as cr=ticas de ]eesing, #$%1' WeRine , #$%Q' e 4i-an, #$%1, dentre outros. ]eesing (#$%1I#0), n. &* efetivamente nota, apropriadamente, que 58eertz, em seu mel/or, captura a fugacidade e a capacidadedenegociaodossignificados culturais ecapazdeir almdopressupostodequeestas realiza2es denegocia2es necessitampartil/ar umacultura, ouconstruir osmesmossignificados Mcomotestemun/adocen>rio de ?o/en e das ovel/as (8eertz, #$1J*.22 Fm psiclogo do desenvolvimento fez uma cr=tica semel/ante de seu prprio campoI 5em alguma medida, ateoria do aprendizado social parecer ter uma Ycpia! da teoria do con/ecimento. Fma seqticos, e limitados pela tradio que esto fora de lugar nos dias atuais, se que, de fato,eleseAistiramemalgummomento. Estanovageraoenfatizaqueaculturaeoselfsoconstrutos. Leorias que, assim como a nossa (ou at mesmo a de 8eertz*, falam de signoscomo se estivessem se referindo a algo mais 5profundo6 (em nosso caso, os esquemas daspessoas' no caso de 8eertz, o et/os cultural* so suspeitas por que elas parecem querer fiAaros significados e as pessoas demasiadamente (cf. Zameson, #$%&*.A cultura 2 inventadaU>duas escolas depesquisaquepoderiamser adicionadas aolema5"culturainventada6. "lguns enfatizamaconstutividadedas descri2es daculturaefetuadas pelosantroplogos (e outros estudiosos*. +utros demonstramque muito freqticas pOblicas, bemcomo de compreens2es mais, ou menos,partil/adas aprendidas deste mundo pOblico se encaiAa (enquadra* muito bem com algumasdas cr=ticas ps9modernas' ns partil/amos a sua suspeita de que a cultura uma entidadecoesa, superorg;nica, limitada (circunscrita* e atemporal.Q&e fato, ns praticamos durantemuitos anos formas de escrita etnogr>fica que nos apresentam vozes individuais, ao invs dedescri2es de sistemas abstratos (e.g., Guinn, #$%Q*.As descri'es culturais so constru'es*(eguindo as discuss2es de Kic/el :oucaultsobreasforasque moldam as descri2essociais ecient=ficas(e.g.,#$11' ver igualmente8eertz, #$1JiI #)*, certo nOmero de analistas argumentou persuasivamente que as descri2esmais antigas de culturas superenfatizava a estabilidade, /armonia, isolamento, e uniformidadedos povos noeuropeus ("sad, #$1J' ?lifford, #$%0c' iamond, #$1&' (aid, #$1%*. eacordo comestas cr=ticas, qualquer que fosse a motivao para as pesquisas culturaisanteriores, esta tendia a apoiar os pro7etos imperiais +cidentais europeus atravs da retrataode imagens de povos que estavam emperrados (parados* no passado e que necessitavam dea7uda eAterna para que pudessem ser liberados (Sosaldo, #$%0*."inda, conforme Zames ?lifford argumenta emuma critica doOrientalismodeEdVard(aid, enquantonsdever=amosre7eitar asprescri2esanterioresdaculturacomosendo totalidades coerentes e est>ticas, disto no se segue que dever=amos banir as descri2esculturais. (e ns vamos 7ogar fora um con7unto de descri2es, elas deveriam ser substitu=daspor outras que ainda nos permitemfalar sobre a 5diferena coletivamente constru=da6(?lifford, #$%%bI Q1&*Q). Tverdadequetodas as representa2es soparciais (ns nuncapodemos dizer toda a verdade*, mas disto no se segue que todas as representa2es so falsas(que ns noestamos contando uma parcela da verdade*. EeAcetopelas cercanias delun>ticosQ0, a maior parte dos ps9modernos no negaria que eAistem algumas regularidadesnas pr>ticas, pressupostos, e nas institui2es que criam, e so criadas por estas pessoas M seemnen/umoutrolugar,entonasregularidadesqueproduzemosdiscursos/egemPnicos(como o prprio trabal/o do :oucault est> dedicado a demonstrar*.Identidades reivindicadas so constru'es*Entimamente relacionadas as criticaspassadas sobre a descrio de culturas esto as reivindica2es de que 5a cultura inventada624 +s ps9modernos no foram os primeiros a suscitar estas suspeitas. Rer, por eAemplo, 3art/ (#$1)*' Soberts(#$0#*' 4allace (#$1.*.25 Rer tambm ir-s (#$$QI 1)*.26 "queles rotulados como sendo 5ps9modernos cticos6 por Sosenau (#$$Q*.por7ogadores emum 7ogosocial delas mesmas, com identidadesvestidas (assumidas*,oudescartadas,pr>ticas adotadas,ou re7eitadas,enquanto necess>ria para avanar (apresentar*seus prprios interessesvis676visos interesses deoutros grupos. "lguns dos autores queavanamneste argumentopartemde premissas marAianas, aoinvs de foucaultianas (eportanto, focamnos movimentos sociais, ao invs dos discursos intelectuais sobre osmovimentos*, mas todos so ps9modernos ao enfatizar a interconectividade dospovos@pessoas e afluidez das identidades. Estes autores concordariamcom8eertz, poreAemplo, que os significados culturais so socialmente estabelecidos, mas acrescentariam queos significados no so estabelecidos a todo o momento, mas so constantemente dispon=veispara apreens2es conforme os grupos negociam as diferenas em suas pr>ticas. Em um estudode caso bem con/ecido, ?lifford apresenta esta perspectiva claramente da parte dos ind=genasKas/peeI"s met>foras da continuidade e 5sobrevivncia6 no eAplicamos compleAosprocessos /istricos da apropriao, compromisso, subverso, mascaramento,inveno, e ressurgimento. Estes processos informam a atividade de um povo quenoest>vivendosozin/o, mas5queavaliaasi mesmoatravsdasna2es6. +sind=genas de Kas/pee fizerame refizerama si mesmos atravs de alianas,negocia2eseconflitosespec=ficos.T to problem>tico afirmar queseu mododevida 5sobreviveu6 assimcomo o a afirmao de que este 5morreu6 e que5renasceu6 (#$%%aI JJ% M JJ$*.Ue faz a mesma observao mais genericamente para a cultura de 5todo mundo6I 5acultura contestada, temporal, e emergente6 (#$%0I #$*. Eric 4olf fez reivindica2essimilares anteriormenteINaturbulnciadainteraosocial, osgrupos socon/ecidosporeAploraremasambigveis einternalizados moldam tanto as formas pelas quais as pessoas definem o que est> de acordocomseuauto9interesse, eosmeios queelasutilizamparaobterestesob7etivos. Estonopressup2e sistemas culturais circunscritos' o aprendizado pode ocorrer atravs de fronteirasnacionais, outnicas, bemcomonointeriordelas. Kasnovasformasestosempresendoincorporadas, re7eitadas, refeitas nos termos de esquemas prvios (assimcomo ofilmeTrobriand Cric8etdeiAa claro' para outros bons eAemplos ver 3o/annan, #$00 e Uannerz,#$$QI QJ%*. "o enfocar eAclusivamente nos esforos ob7etivos conscientes (busca conscientede ob7etivos* os tericos ignoram as compleAidades das crenas internalizadas e subestimam,especialmente, a fora do con/ecimento e dos sentimentos no conscientes. Guantos de ns7uramos, quando ramos adolescentes, que ns criar=amos novos selves (novas ipseidades*,27Rer igualmente :oA (#$%)* e (piva- (#$%1I Q.)*. (piva- recomenda que os grupos subalternos faam umapelo estratgico a uma identidade partil/ada, mesmo que no /a7a uma essncia grupal compartil/ada de fato.apenas para descobrir, enquanto adultos, que ns somos mais parecidos com nossos pais doque ns /av=amos plane7ado (imaginado*Ne fato, ?lifford serve como sua mel/or cr=tica aquiILalvez este livro v> muito longe em sua preocupao com os futuros etnogr>ficostornando9se presentes... + pressuposto +cidental de que as asser2es da 5tradio6so sempre respostas ao novo (que no /> uma recorrncia real na /istria* podemeAcluir as narrativas locais sobre a continuidade cultural e sua recuperao. Eu noconto todas as /istrias poss=veis (#$%%aI #)*."inda assim, este con7unto de cr=ticas est> correto empontuar que algumaseAplica2essobreaculturaconfiaramnopressupostoimpl=citodequensnotemosdeeAplicar por que as pessoas agem de maneiras culturalmente vari>veis como elas o fazemI aspessoas fazem 5a coisa cultural6 por que 5sua cultura os ensinou a assim faz9lo6 (:oA, #$%)'Uannerz, #$$Q*. " noo de cultura que ns favorecemos no est> su7eita a esta cr=tica por queno sentido que propomos,a cultura no um ser situado acima e alm dos esquemas daspessoas, suas pr>ticas, e as causas e resultados materiais destas coisas. Em nossa perspectiva,nofazsentidodizer que5aculturaensinou6. "oinvs disso, (comoeAplicaremos noscap=tulos & e )*, as pessoas ensinam M tanto eAplicitamente, atravs de suas palavras e a2esconscientemente escol/idas, e implicitamente, atravs de seu eAemplo M e o mundosocialmenteconstru=doigualmenteensina, nosentidodequeseviveatravsdele, queaspessoasadquiremcertascompreens2esimpl=citas."scompreens2esculturaisquesoumresultadodestes processos sofreqrio dis7untivo 5inter@eAterno6 temsido sustentadoN (#$$.I #J&, nfase no original*.3utler, aoinvs disso, recomenda que ns ol/emos para a identidade comoumdesempen/o(performance*. +gnero, por eAemplo, noumapartenatural doself (daipseidade*, mas estabelecidoatravsdedesempen/osrepetitivosde5gestossignificantes6restritos por discursos reguladores (no sentido de :oucault* (3utler, #$$.I A' #$$JI #*.3utler deriva sua cr=tica da internalizao, e dos estudos centrados na pessoa, em partede :oucault (e.g., #$11*. :oucault no condena as referncias aos indiv=duos emp=ricosI 5Tclaro, seriarid=culonegaraeAistnciadosindiv=duosqueescrevem, einventam6(#$1QbIQQQ*.Q%Entretanto, ele escreve sobre a 5construo de su7eitos6 e a criao de certo tipo deindividualidade durante o Eluminismo na Europa +cidentalI+su7eito que con/ece, os ob7etos a seremcon/ecidos e as modalidades decon/ecimento que devemser consideradas enquanto os muitos efeitos destasimplica2es fundamentais darelaoentrepoder esaber esuas transforma2es/istricas... Haraanalisarosinvestimentospol=ticosdocorpoedamicrof=sicadopoder pressup2e, no obstante...a primazia do su7eito. (#$11I Q%*.Em suma, poder9se9ia dizer que a disciplina cria (gera*, dos corpos que ela controla,quatro tipos de individualidade, ou ao invs disso uma individualidade que dotadacomquatro caracter=sticasI ela celular Cuma unidade separadaD..., org;nicaCdotada com fun2es naturaisD, gentica Ccontinua e progressivamentedesenvolvendo9seD..., combinatria Ccapaz de ser combinada eficientemente comoutrosindiv=duosemagrupamentosmaisamplosD. (#$11I#01'asinser2esentreparnteses parafraseiam as descri2es de :oucault*Q$.Na 9ist#ria da se:ualidade, volume E (#$1%* :oucault critica, especialmente, a idiado su7eito coerenteI a qualquer momento /> mOltiplos discursos sociais 5atravessando(sulcando* os prprios indiv=duos, cortando9os e remodelando, delimitando9l/es regi2esirredut=veis, em seus corpos e mentes6 (#$1%I $0*.J. Empl=cito nisto est> que os discursos norepresentam realidadesI eles as criam.+ que valioso no trabal/o de :oucault, e nos trabal/os que nele se inspiraram (talcomoode3utler*, suaconstanteatenoaos conteAtos pol=ticos dodesenvolvimentopsicolgico (para colocar suas perspectivas em nossos termos M desenvolveremos mais sobreisso em breve*. 3utler, por eAemplo, problematiza a proibio do dese7o pelo mesmo seAo,quetoimportanteBteoriade:reudsobreodesenvolvimentodaidentidadedegneroatravs da resoluo do ?ompleAo de Tdipo para os meninos e o ?ompleAo de Electra para asmeninas (3utler, #$$.I )1 M 1Q*. :oucault nos fora a prestar ateno B influncia mOtua entreas descri2es sociais e cient=ficas e inst;ncias militares, econPmicas, pedaggicas,reformatrias, e outras institui2es 5disciplinadoras6, bem como para as implica2es de todasestas tcnicas e idias para a vida moderna cotidiana na Europa +cidental e Estada Fnidos."mbos os escritores absorveram, e auAiliaram a demonstrar, a premissa ps93oasiana geral daantropologiacultural dequemuitodoquefoi consideradouma/eranabiolgica, narealidade, efetivamente socialmente aprendido."lm do mais, a nfase de 3utler sobre o aspecto 5performativo6 das identidades deseAo e gnero, que implica a possibilidade da criao de gneros e seAualidadesintermedi>rias, ou omovimentoentre eles em diferentesmomentos,temsido bastanteOtilpara as pessoas que re7eitama auto9identificao como sendo plenamente masculina,feminina, /eterosseAual, ou ga,. Hor eAtenso, sua teoria igualmente possui um valor pr>ticoenorme para outros tipos de identidades.28RerigualmenteI5HorumlongotempoaindividualidadecomumMaindividualidadecotidianadetodosMpermaneceu abaiAo do limiar da descrio6 (:oucault, #$$1I #$#* e 5parecia que agora eu teria que me submetera uma terceira transformao (altern;ncia*, com vistas B an>lise daquilo que denominado de Yo su7eito!. Hareciaapropriadool/arparaasformasemodalidadesdarelaodesi (doself*pelaqual oindiv=duoconstitui erecon/ece a si mesmo %ua (enquanto* su7eito6 (:oucault, #$%)I 0*.29 Rer igualmente :oucault (#$11I #))*.30Esteargumentoaparecedemodomaisfortena9ist#riadase:ualidade, RolumeE, doqueemtrabal/osanteriores, tais como ;i&iar e liselinglisede Kar- ElVin sobre um antigo poema c/ins demonstra que, 5+ falante possui uma claraviso voltada para dentro CinternaD de si mesmo enquanto uma entidade relativamentecoerente, persistente, eauto9contidaquefazdecis2es, desempen/aresponsabilidades, epossu=da de sentimentos, e em geral, possui um destino, uma fortuna e uma /istria6 (Elvin,#$%)I )$* (Lodos citados em (piro, #$$JI #Q% M #J&*.Asetnopsicolo&iasestocorretas?" luzdarevisoprecedente, afascinaode3utlercomassuperf=cieseare7eiodaprofundidadeinterna(Y...atos, gestos, eodese7oproduzemoefeitodeumnOcleointerno, ousubst;ncia, masproduzistonasuperf=ciedocorpo6 Cibid. #$$.I #J0, nfase no originalD' 5(e o corpo no um Yser! CestadoD, mas umafronteiravari>vel, umasuperf=cie...6Cibid, #$$.I#J$D*queaparentaseroposicionamentotranscultural e /istrico mais peculiar. :rederic Zameson sugeriu que este discurso terico umprodutodocapitalismodofinal dosculo[[(e.g., anfasenapropagandaeoutrosimagin>rios CimagticasD das sociedades ps industriais*IEste, talvez, omomentodedizeralgosobreateoriacontempor;nea, quetem,dentre outras coisas, estado comprometida com a misso de criticar e desacreditarestemesmomodelo/ermenuticodointero(inside*edoeAterno(outside*edaestigmatizao de tais modelos como sendo ideolgicos e metaf=sicos. Kas o queatualmentedenominadodeteoriacontempor;nea... igualmente, eugostariadeargumentar, em si mesmo e bastante precisamente, um fenPmeno ps9modernista... acr=tica ps9estruturalista daquilo... que eu c/amarei brevemente de modelo profundo,nos Otil enquantoumsintoma bastante significativo da prpria cultura ps9moderna que nosso tema (assunto* aqui (#$%&I 0#@#$$#aI #Q*.Ns dever=amos notar que o livro posterior de 3utler >odies that Aatter (?orpos queimportamM#$$J* menos fascinado pelas superf=cies e aoinvs disso, fala sobre afeminilidade, masculinidade e possibilidades intermedi>rias como 5um efeito sedimentado deuma pr>tica reiterativa, ou ritual6 (#$$JI #.*. Neste trabal/o ela no representa o seAo apenascomo uma superf=cie de aparncias,por que ela 5admite6 que eles so 5partes, atividades,capacidades, diferenas /ormonais e cromossPmicas seAualmente diferenciadas6 (#$$JI #.*."o mesmo tempo,entretanto,ela sugere que o mesmo discurso que admite tais diferenascontribui para uma 5formao posterior6 (ou consecutiva, conseguinte* de corpos (#$$JI#.*, euma reivindicao ainda mais forte para a construo discursiva do que poderia ser inferidoem veis de seus ambientes sociais e eAperimentandopensamentos9sentimentos dentro delas no to incomum transculturalmente. "inda assim,isto no torna aquela perspectiva correta. (Hor eAemplo, talvez ela devesse argumentar queesta eAiste universalmente para fazer valer rela2es de poder*. Esto, claro, seria uma boaobservao a ser feita. "final, o argumento de que uma posio est> certa porque quase todomundo acredita que ela o est> no mais v>lido do que o argumento de que uma posio est>errada por que poucas pessoas acreditam nela. (Note9se que o Oltimo argumento utilizadotanto pela esquerda politicamente corretaI 5(ua perspectiva etnocntrica, e portanto,errPnea6, quanto pela direita reacion>riaI 5(ua perspectiva desvia da norma de nossasociedade,portanto,est> errada6.* Entretanto,/> um nOmero de outras dificuldades com oposicionamento forte que 3utler adota contra a internalizao.Bstados internos no so necessariamente inatos+ ou i:os*3utler alega que adistino entre interno (psique, corpo biolgico* e eAterno (sociedade, performance* deveriaser descartada, mas, implicitamente, ela confia nesta distino em seu pressuposto de que ointerno ^ fiAo, e o eAterno ^ fluido. Em veis, e ainda assim so desenvolvidas pela construo de estruturaspsicolgicas quedoemergncia(surgimento* aospoderosospensamentos, sentimentos etendncias que possu=mos para agir de certa maneira. Hor eAemplo, a discusso de :oucaultsobre a5inscrio6 das disciplinas militar, educacional eoutras, 5sobre os corpos6 dossoldados, crianas escolares, eoutrosinteiramenteconsistentecomasobserva2esdosantroplogossobreosaspectosdaposturaedosmovimentosvari>veistransculturalmenteaprendidosedanossa, tantoquantodadiscussode3ourdieu(#$11*sobreosesquemascognitivos produzidos por, e produzindo tais a2es (ver ao final deste cap=tulo e nos cap=tulosque se seguem*. T verdade que alguns antroplogos anteriores tendiam a pressupor uma maiorestabilidade das identidades nos atores sociais enculturados, do que 3utler teria feito (o faria,ou o fez*. No restante deste livro ns demonstraremos como o aprendizado consistente tantocom a estabilidade, e um grau de fleAibilidade e potencial para mudana.Apr"ticanopodesi&niicar)simboli-ar,semoses%uemasinternali-ados*3utlerafirma que o gnero desempen/ado atravs de 5pr>ticas significativas6 repetitivas (#$$.I#&& M #&)*. "o discutir o significado de 5significao6 para 8eertz, entretanto, nsdemonstramosquenofazsentidodizerqueasperformancescarregamsentidos5dentro6delas, ou que so elas prprias equivalentes aos sentidos (significa2es*, ou se referem aossignificados 5noar6' aoinvs disso, elas significamapenas por meio da evocao deesquemas internalizados./iscursos sobre o dese(o )emo'es+ pensamentos+ o corpo+ etc*, no so o mesmo %uedese(o )emo'es+ pensamentos+ o corpo+ etc*,*Gualquer um que no ten/a lido boa parte dafilosofia ps9moderna recon/ece isto a partir de sua prpria eAperincia.J)"lm do mais, aan>lise dos discursos dominantes e a esquiva das descri2es das pessoas sobre suaseAperincias permitem aos analistas :oucaultianos do discurso ignorar evidncias que podemprovarqueelesestoenganados."oestudarosdiscursossociaisisoladamente(deformaisolada*dossignificadosqueaspessoasosfornecem(emsuasvidas*podeconcederumaplausibilidade espOria a teorias que postulam o trmino do su7eito que procura significa2es(significar*.Os discursos sociais no constroem realidades psicol#&icas diretamente* Esta outraversodateoria5faAs=mile6daaquisiodaculturaquenscriticamos aofalar sobreo35"qui est> um eAemplo eAtremoI 5+s prazeres so considerados como residindo no pnis, na vagina,e nosseios, oucomodeles emanando, mas tais descri2es correspondemaumcorpoque7>foi constru=do, ounaturalizado, como sendo espec=fico a um gnero6 (#$$.I 1.*. +s prazeres so apenas 5considerados6 comoemanando destas zonas ergenasN Eles no o so para a maior parte das pessoasN "lm do mais, estes prazeresno so biologicamente produzidos, bem como socialmente moldadosNinterpretativismo.J0 Esto no est> confuso, mas simplesmente errado, assim como o resto destelivrotentar> demonstrar. Hor enquanto, umeAemplofornecidopor (piro(#$$J* deseutrabal/o de campo em 3urma nos auAiliara a fazer esta observao. (piro foi para 3irm;niapara aprender como uma sociedade funciona quando um povo acredita na doutrina budistaL/eravada do Anatta (no eu M no self*, que pode ser descrita da seguinte maneiraI+budismopermaneceOnicona/istriadopensamento/umanopelanegaodaeAistncia de uma 5tal6 alma, esp=rito, ipseidade (self M de si, do mesmo*, ou Atman.e acordo com o ensinamento de 3uda, a idia de self (da ipseidade* uma crenaimagin>riaefalsa, quenopossui realidadecorrespondente. (Sa/ula, #$)$I )#'citado em (piro, #$$JI ##$*."ps (piro ter passado alguns meses em 3irm;nia, entretanto, ele descobriu que teriade modificar seus planos de trabal/o de campo, por que os alde2es 3irmaneses com quem eleconversounotin/aminternalizadoadoutrinadoAnnata. EstosebaseouparcialmentenaeAperincia deles (de que eles sentiam que possu=am ipseidade M um self* e em partes de suaaceitao de uma doutrina religiosa diferenteI a idia de reencarnao. ?onforme elesapontaram, por que se incomodar em evitar a tentao nesta vida, se no /> um self (umaipseidade* cont=nua que ir> col/er (ceifar* as recompensas na prAimaN (piro nota que /> umcasal birmans queeApressa(eaparentementeescarnece* adoutrinabudistaI 5Estecorpousufruir>, aquele sofrer>6 (spiro, #$$JI #Q.*. Hor conseguinte, os alde2es adaptaramosensinamentos budistas (a reencarnao internalizada, mas o anatta ignorado* para a7ud>9los a se motivarem a fazer a coisa certa (cf. a descrio de 4eber sobre a insatisfao dosprimeiros ?alvinistas com a doutrina da pr9destinao, #$)%*.J1Weitoresfamiliarizadoscomolivro>odiesthat Aatter(?orposqueEmportam* de3utler estaro certos em apontar que ela deiAa espao (sala* para os efeitos do discurso quecontradizemasnormas/egemPnicas(e.g., #$$JI#.,#&.*eque,porconseguinte, elanodeveria considerar as observa2es feitas por (piro como estando em contradio com as dela."inda assim, ao carecer de uma teoria sobre a internalizao, 3utler no pode eAplicar comoos discursos dominantes e as 5pr>ticas reiterativas, ou rituais6 (#$$JI #.* interagem, deiAando5lacunas (abismos* e fissuras6 para a diferena e mudana.Implica'es paraapes%uisaatual sobreaconstruodaculturaedosel )daipseidade,T estran/a a forma como os :oucaultianos falamsobre a construtividade dos5su7eitos6, enquanto ignorando o trabal/o dos antroplogos psicolgicos que tmdemonstrado algumas das formas sutis pelas quais pensamentos, sentimentos, e motivos somoldados pelo poder que percorre toda a sociedade, como :oucault (#$1%* o colocou, e queest> presente no somente no Estado. e fato, a substituio de 5cultura6 por 5poder6 nosescritos :oucaultianos produzalega2es queparecem, emgrandemedida, asmesmas da36 Em >odies that matter (?orpos que importam*, 3utler utiliza o termo 5performativo6 como os tericos do atoda fala o fazem quando se referem a classes especiais de verbos (e.g., promessa, ousar, batizar* cu7a eApressocria a condio descrita (e.g., dizer 5eu prometo a voc6 cria uma nova condioI uma promessa foi feita, e noapenas referida*. Hor conseguinte, ela nota, 5Em termos filosficos, a afirmao constativa Cque descreve umafrase, ouuma aoD sempre, emalgumgrau, performativa6 (#$$JI ##*. (ua aplicaodesta noodeperformatividade Bs diferenas seAuais corporais na prAima sentena (5Emrelao ao seAo, ento, seadmitirmosamaterialidadedoseAo, oudocorpo, estaprpriaadmissooperaMperformativamenteMparamaterializar aqueleCouesteD seAoN6* nodeiAadOvidadequeestaumanoofortesobreaconstruodiscursiva, de fato.37Rer tambm Uollan (#$$Q*' paris/ (#$$&*' 4ellencamp (#$%%* e as discuss2es sobre estes estudos em (piro(#$$J*.teoria cl>ssica da Escola de ?ultura e Hersonalidade elaboradas por Sut/ 3enedict em seulivro ginas anteriores, Karcus e :isc/er louvam o teAto de 8eertz5Hessoa, tempoecondutaem3ali6porignorarodom=niointrapessoalI 5+aspectomaisinteressante e efetivo do ensaio de 8eertz que ele no recorre a discuss'es sobre psicolo&ia+mesmo quando ele certamente est> falando da mente 3alinesa6 (ibid.I &1' nfase acrescida*."inda assim, precisamente o fato de que Wev, teria 5recorrido B... psicologia6 que o permiteproduzir a etnografia inovadora que Karcus e :isc/er admiramXMATERIALISMO HISTRICO: AS PESSOAS PODEM RESISTIR AOSSIGNIFICADOS CULTURAIS" preocupao com a inconst;ncia de idias e pr>ticas est> tipificada no somente nosescritores nocampodosestudosculturais ps9modernos, mas igualmentenosestudosdemuitos materialistas /istricos contempor;neos. "s cr=ticas das abordagens psicolgicasprovieramatmesmodosmaterialistas /istricos antropolgicos que, diferentementedasgera2es antecedentes de marAistas, recon/ecem a fora dos significados culturais.9e&emonia e si&niicados culturaisHor um longo per=odo os materialistas /istricos M na antropologia tanto quanto emoutras disciplinas MseativeramBnfasedeKarAsobreos meios erela2es sociais deproduo (rela2es de produo social* e renegaram o dom=nio (reino* 5superestrutural6 dossistemas de idias. +s marAistas estruturais, tais como "lt/usser, que foram influenciados porWvi9(trauss abandonaram aquele posicionamento no in=cio da dcada de #$0. (conforme aEscola de :ran-furt, influenciada por :reud, igualmente o fizera antes deles*, e a mudana nosentido do recon/ecimento da import;ncia dos significados culturais foi acelerada pelapromoo das discuss2es de "ntonio 8ramsci (#$1#* efetuada pelas discuss2es de Sa,mond4illiams (#$11* (emsua verso* sobre a 5/egemonia.J$6 Nos termos de 4illiams a/egemonia IFm corpo de pr>ticas e eApectativas, sobre toda a eAistncia (vida*I nossos sentidose atribui2es (direcionamentos* de energia, nossa modulao das percep2es de nsmesmosedenossomundo. Tumsistemavividodesignificadosevalores... Horconseguinte, constitui umsensoderealidadeparaamaior partedaspessoasnasociedade... Esto significa dizer que uma 5cultura6 no sentido mais forte do termo,mas uma cultura que igualmente foi vista como a domin;ncia e subordinao vividaspor classes particulares (#$11I ##.*.Em outras palavras, alguns (todosN* os significados culturais so parte de um sistemadeeAplorao. Emanosrecentes, temsetornadocadavezmaiscomumaosmaterialistas394illiams distorceu a an>lise de 8ramsci aoeAagerar dodom=niodas ideologias dominantes sobre opensamento e ao cotidianos. (ver, e.g., 4illiams, #$11I ##.*. 8ramsci de fato discutiu a produo cotidiana dosenso comum, mas igualmente enfatizou que o sistema de crenas da pessoa mdia era uma mistura confusa deres=duos de uma variedade de ideologias (e.g., 8ramsci, #$1#I JJ%*. Rer ?omaroff e ?omaroff (#$$#I Q. M Q#*para outra cr=tica da leitura de 4illiams sobre 8ramsci./istricos antropolgicos concederem aos significados culturais um papel social significativona ao social.&.Kesmo neste ambiente intelectual, alguns marAistas antropolgicos no estoconfort>veis comas teorias da socializao que eAplicariamcomo a 5modulao daspercep2es6, 5significados e valores6, ouum5sensode realidade6 soaprendidos. HoreAemplo, Sic/ard :oA (#$%)* cita aprovadoramente a definio de 4illiams sobre a/egemonia e recon/ece, emseus trabal/os posteriores (:oA, #$%$*, que enquanto suaprincipal preocupao consiste na inovao cultural, 5ns igualmente sabemos que ascompreens2es culturaissoconvincentesCouconstrangedorasD econdicionam ainteno eao /umana6 (#$%$I Q00*. "inda assim, ele acrescenta de modo desaprovador que 5mesmona roupagem dos cen>rios culturais recentes, a cultura considerada como determinando ostermos da ao social antecipadamente Bs pr>ticas culturais individuais. Egualmente, oindiv=duo freqbito motor, ouuma imagem, ao invs de um con7unto de proposi2es' e o que no dito por que requererianovas coneA2es entreos pedaos (parcelas* espal/ados decon/ecimentoqueas pessoaspossuem.Ramos adotar como um eAemplo do primeiro a ignor;ncia,pela maior parte dosamericanos no nativos, do papel do berdac/e em muitas sociedades nativas americanas. FmeAemplo dosegundopoderia ser a eApectativa norte9americana dofinal dosculo [[tipicamente noeApressa, embora bemcon/ecida, dequemul/eres profissionais devemutilizarmaquiagemsutil eapresentaremumcabelocurtoebemcuidado. FmeAemplototerceiroseriaaformacomoopoder eaautoridadesocompat=veis comaseAualidademasculina, mas no com a seAualidade feminina, para uma grande maioria da classe mdianorte americana nos dias de /o7e. No primeiro caso no /> representao destas idias nosesquemas de algumas pessoasI ao menos que elas ten/am feito cursos de antropologia culturale lido, por eAemplo, o livro de 4alter 4illiams O esp$rito e a carne (The spirit and the lesh M#$%0*, amaior partedosnonativosamericanos(eprovavelmenteboapartedosnativosamericanos contempor;neos tambm*, simplesmente no possuem quaisquer crenas sobre osberdac/es. No que tange ao segundo eAemplo M aquele referente a forma que se sup2e que asmul/eres profissionais devem parecer do pescoo pra cima M ns arriscar=amos dizer que amaioriadosadultosnorteamericanospossuemesteesquema, masistoviriaaconscinciaenquanto uma imagem,ao invs de uma afirmao (alegao*. Este esquema seria um dosmuitos que sub7azem o terceiro tipo de no ditoI que a seAualidade feminina consideradaincompat=vel comopoder eaautoridadepor muitos norteamericanos declassemdiacontemporaneamente. +utros esquemas que especificam partes desta idias incluem aquelesquerepresentam oscdigos de vestimenta profissional Bsmul/eres'aquelesque fornecemimagens protot=picas de /omens em diferentes posi2es de autoridade' aqueles sugerindo queas meninas populares no ensino mdio no deveriam parecer muito certas de si mesmas emsala de aula' eaqueles representandoaaparncia dotipode mul/er que sesup2e serseAualmente atraente (esquemas que so, de algum modo, diferentes para cada pessoa, masainda assim similares em muitos aspectos para grandes nOmeros de /omens e mul/eres numadadapoca, oumomento*. "ssimcomoosegundotipodecon/ecimentonodito, esteterceiro tipo cognitivamente representado M mas neste caso no enquanto um con7unto deelementos cognitivos fortemente interconectados, mas espal/ados atravs de umamplonOmero de esquemas que podem ser apenas frouAamente conectados uns aos outros.No primeiro caso, as pessoas tentando criar uma mudana social podem trazer o noditoBconscinciapormeiodaintroduodenovasidiasnodiscursopopular,masestasidias tendero a no ser aceitas se as pessoas no vemformas de conect>9las aocon/ecimento que tem delas. + segundo tipo de con/ecimento no dito o mais f>cil de sertrazido B conscincia, mas o resultado tende a constituir um pedao isolado de conscinciaque afeta apenas uma parte isolada do comportamento. Hor eAemplo, no filme Eor8in& =irl, opersonagem central uma secret>ria (representada por Kelanie 8riffit/* que quer que seusc/efes do seAo masculino parem de v9la como um ob7eto seAual e passem a considerar suasidias seriamente. "ps ela observar seu novo c/efe, uma mul/er, o personagem de 8riffit/cortaseuscabeloslongoseretirasuamaquiagempesada. Estoeraf>cil defazer,masnomuda muito.T no dom=nio do terceiro tipo de con/ecimento no9dito que reside o grandepotencial para mudanas cognitivas e comportamentais potenciais. "o se apontar as coneA2esentreaspartespreviamenteisoladas dospressupostosdaspessoasposs=vel criar maiorconscincia sobre estas partes e novos v=nculos cognitivos entre elas, o que resultar> em umesquemamuitomais freqcadavezmaissaliente. Esto o que a tcnica de aumento da conscincia denominada de 5nomeao6 fazI aoconceder aumcon7untode ampla eAtensodepr>ticas umOnicortulo(e.g., 5assdioseAual6* no se est> tornando poss=vel falar sobre o que no poderia ser dito, mas ao invsdisso, se est> criando um con7unto de vincula2es entre memrias e pressupostos previamentedesconectados. Estotender>atrazerumcon7untototal Bconscinciaquandoumadesuaspartes for eAperimentada (vivida*. Guando o que no foi dito se torna dito no primeiro caso,isto tende a produzir uma reao distanciada 5/u/, isto interessante6' no segundo caso umsorriso, ou um assentimento (aceno* de recon/ecimento' mas no terceiro caso, poder> evocaraquele 5a/>6 eAaltado, que vemdo sentimento de que algumteve umnovo insig/timportante.(imilarmente, /> diferentes tipos de representa2es mentais amb=guas e contraditriasque 7azem no espao entre os plos da /egemonia e da ideologia enunciados pelos ?omaroff.No cap=tulo %, ?laudia (trauss discute inOmeras possibilidades, incluindo9se esquemas/orizontalmente compartimentalizados (esquemas que derivamde representa2es sociaisconflitantes e que podem c/egar a conscincia de uma pessoa com igual facilidade, mas quesoativadosemconteAtosdiferentes*' esquemasverticalmentecompartimentalizados(quederivam de representa2es sociais conflitantes, um dos quais mais prontamente articuladopor uma pessoa do que pela outra, e que so ativados em diferentes conteAtos*' e os esquemasintegrados (aqueles que derivamde representa2es sociais conflitantes, mas que sointerligados na mal/a Crede, reticulaoD cognitiva da pessoa, e portanto ativadoscon7untamente*. "leAei `urc/a- (#$$1* oferece outra possibilidadeI uma conscincia divididana qual, assim como os esquemas /orizontalmente compartil/ados de (trauss, cada qual podeser enunciado, mas diferentemente dos eAemplos de (trauss, /> uma conscincia subliminarsobre o conflito entre as partes que produz desconforto ps=quico. Esta conscincia dividida,ele argumenta, era bastante difundida nos anos #$1. e #$%. na antiga Fnio (ovitica, comuma ampla maioria dapopulaoeApressando(e emcerta medida sentindo* tantoumalealdade B ordem estabelecida nos cen>rios oficiais e um cinismo sobre esta quando estavamcom seus amigos. Em uma cr=tica do modelo dos ?omaroffs, ele argumenta que este tipo deconscincia dividida no conduz a resistncia (neste caso, por que as pessoas no imaginamque qualquer resistncia poderia possivelmente ser bem sucedida*, mas ela, de fato, produzapatia e umrecuo (retiro* que so debilitadores B ordemestabelecida. +bviamente,igualmente /> muitas outras possibilidades cognitivas, incluindo9se conflito ps=quico do tipodescrito por Guinn (#$$Q*. Esto sugere que o trabal/o combinando a antropologia psicolgicae as teorias cr=ticas sobre a conscincia seria muito frut=fero (como o foi, por eAemplo, nolivro de Kintz na dcada de #$0.Eor8er in the cane, que combinava eAplica2esmaterialistas e psicolgicas de uma das escol/as de trabal/o na vida dos porto9riquen/os*.&&ACOGNIONAPRAGM!TICADAPR!TICA"DISCURSO: SIGNIFICADOSDEPENDEM DO CONTE#TOFm con7unto final de ob7e2es as teorias da internalizao foi suscitado por alguns denossos colegas da antropologia cognitiva e ling na pessoa com o que est> em torno desta6 (#$$0I 0&, 0)*.&1 "lessandro uranti, enquantoconcedendo prioridade central ao 5discurso situado6 em sua etnografia da fala (do discurso Mspea8in&*, igualmente afirma queaetnografiadafala 5estuda... comoafala(narrativa,discurso M speech* est> relacionada B e constru=da pelas... pressuposi2es, valores, e crenassobre o mundo destes falantes (narradores*6 (#$%%I Q#.*. Ns esperamos que se7a bvio queuma etnografia adequada sobre a fala teria de proceder desta maneira, por que o conteAto, porsi s, no suficiente para determinar a ao das pessoas. e nossa parte, ns concordamostotalmentequeimportanteol/arparaacogniosituadaI intera2esentrepessoaseseuambientematerial, oucompan/eiros /umanos, pode, defato, levar aresultados quesosurpreendentes (e.g., Uolland, #$$Qa, #$$Qb*. Ns igualmente ac/amos muito Otil, eaplicaremos nos cap=tulos ) e 0, a ateno da teoria da atividade as estruturas mediadoras quefacilitam estas tarefas rotineiras."lguns seguidores de 4ittgenstein poderiamestar preocupados, entretanto, quemesmo ao se falar sobre 5esquemas culturais internalizados6, como ns o fazemos, problem>tico por que sugere que o aprendiz est> programado comumdicion>rio, ouenciclopdia, de signos claramente definidos acompan/ados por regras de aplicaoindependentesdeconteAto, nodeiAandoespaoparaqueasignificaose7aafetadapeloconteAto. 4ittgenstein prov discuss2es perceptivas sobre o porqu tal modelo absolutamente inadequado para eAplicar a forma que as pessoas usam, e aprendem a partir damaior partedossignos. Nsconcordamoscomele,enocap=tuloJnsapresentamosummodelo alternativo de internalizao que pode acomodar as compleAidades do aprendizadosocial e da dependncia conteAtual dos significados. Ns suspeitamos que muitas das ob7e2esque foram suscitadas B significao enquanto um estado psicolgico determinado em partespor estruturas mentais so respostas a modelos cognitivos antigos de representao docon/ecimento. ?om os modelos coneAionistas muito mais f>cil ver como o significado, nosentido que propomos, completamente compat=vel com os efeitos conteAtuais. e fato, umadas virtudes dos modelos coneAionistas que eles eAplicam como as pessoas lidam com oseventos noprevistos. Noterceirocap=tulons igualmente iremos demonstrar comoassignifica2es no so necessariamente conscientes' dizer que 5os significados moldam a ao645 Rer, por eAemplo, uranti (#$%%*, 8umperz (#$%Q*, Uutc/ins (#$$.a, #$$.b, #$$#, #$$)*, Wave (#$%%*, Wavee 4enger (#$$#*, e 4/ite (#$$J*.46" teoria da atividade sovitica,especialmente o trabal/o de Wev R,gots-, (#$0Q, #$1%*, uma influnciaterica fundamental (principal* nesta abordagem.47 Uutc/ins parece estar adotando um posicionamento diferente do nosso quando ele afirma 5+ problema no tanto no recon/ecimento desta fronteira Centre a pessoa e o cen>rioD, mas no pressuposto de que esta fronteiraconstitui uma separao n=tida entre dom=nios cognitivos. Esto eu no fao.6 (#$$0I 0)*. e afirma2es tais comoa citada anteriormente, entretanto, parece9nos que ele est> simplesmente tentando fazer a mesma observao quens fizemos na introduo sobre a permeabilidade das fronteiras (limites* entre a pessoa e o cen>rio.no pressupor que as pessoas deliberam conscientemente sobre o que fazer na maior partedo tempo.Implica'es paraapes%uisacontempor5neasobreos si&niicados )si&niica'es,situadasKodelos mais antigos sobreaculturaeacogniopodemser respons>veispelasalega2es mais eAtremas, tais como a observao caracter=stica de Zean Wave eAposta a seguirILornou9secadavezmaisclaroque5cultura6e5cognio6nosoasunidadesanal=ticas cu7asrela2esnecessitam declarificao com vistas aproceder Ccomoestudo das atividades cognitivas cotidianasD. ?ertamente nen/uma delas umelementona5atividadedepessoasagindoemumcen>rio,6aunidadedean>liseadotada aqui (#$%%I #11*&%.Kasnen/umadelasumelementoN+sestudospioneirosdeWavesoOteisparaenfatizar, por eAemplo, o grau em que os compradores confiam na embalagem dos produtosaliment=cios e sua organizao nas prateleiras do supermercado para simplificar suas compras.Em uma micro9an>lise t=pica ela descreve um comprador que, suspeitando que um pedao dequei7o enrolado estivesse como preo errado, evitou fazer umcalculo matem>ticomentalmente e simplesmente comparou o preo daquele pedao com o de outro, de taman/osimilar, um do mesmo barril (talvez se7a uma eApresso idiom>tica M one out o the samebarrel*. Hor outro lado, /> muito mais sobre o comportamento dos compradores que WavedeiAa sem nos eAplicar, tal como M para dar continuidade ao seu prprio eAemplo M por quealguns compradores /abitualmente escol/emquei7o de cabra org;nico, alguns quei7oamericano, eoutrosbrie. +scomportamentos decompras taiscomoestesdependemdascompreens2es culturais (sobre, digamos, a cozin/a gourmet, ou alimentos saud>veis* que oscompradores trazem consigo a lo7a e que, com mtodos suficientemente sutis, poderiam sereAplicitados em discuss2es sustentadas fora da lo7a. Lais pressupostos no seriam, igualmente,5um elemento na atividade das pessoas agindo em um cen>rio6, de modo que constituiriamumcomponentetosignificativodocomportamentodeumcomprador quantoocen>rio(conteAto* da lo7aN "o eAcluir a cultura e a cognio enquanto unidades de an>liseinapropriadas, o modelo de Wave deiAa de fora esta metade da 5ordem constitutiva6 (#$%%I#11 ff.* e re7eita a possibilidade de analisar o que as pessoas trazem consigo de conteAto emconteAto e de interao em interao, tal como deve ser analisado, em seus prprios termosdistintivos. E to Oteis como o tm sido os estudos de Uutc/ins sobre a cognio distribu=daatravs de mOltiplos atores e artefatos materiais, ns no devemos perder de vista o fato dequeacogniodistribu=dadentrodeumapessoaoperadiferentementedoqueacogniodistribu=da entre diversas pessoas, ou entre elas e os artefatos. ?laramente, ambas asdisposi2es aprendidas e as intera2es em curso so importantes' nossa nfase nesta Oltimaaqui um passo necess>rio em direo a um modelo mais englobante que incorpora ambos.EM DIREO A UMA RESOLUO MAIS FECUNDA: BOURDIEUNo o suficiente criticarI Nosso ob7etivo o de apresentar uma forma de modelar ainternalizaoquepoder>renderumamel/orcompreensodossignificadosculturaisedaaosocial. Nsfinalizamosestecap=tulocomumadiscussosobreolivroOutlineo atheor@ o practice (Esboo de uma teoria da pr>tica M #$11*, por que seu modelo similar aonosso em alguns aspectos cruciais. Enquanto representantes de cada uma das posi2es por ns48HaraumeAtremoaindamaiseAtremoveroelogiodeWatour(#$$0*aotrabal/odeUutc/ins(#$$)*poresvaziar as mentes individuais e a correo que Uutc/ins (#$$0* faz desta leitura errPnea.descrita, e considerando9se que todas so derivadas (ao menos parcialmente* dos insig/ts de3ourdieu(e.g., uranti, #$%%':is-e, #$$Q':oA,#$%)'Wave, #$%%'+rtner,#$%&, #$$.'eSosaldo, #$%$*, todos os quais no prestaramateno ao seu insig/t central sobre aimport;ncia da internalizao. Fma breve retrospectiva de seus argumentos nos colocar> emumcamin/o mais produtivo emdireo a resoluo dos dilemas da teoria culturalcontempor;nea.3ourdieucomeaoesboo(#$11* declarandoanecessidadedeprovidenciar umaalternativa aos dois eAtremos da teoria socialI as teorias nas quais a ao simplesmente odesempen/o mec;nico das regras aprendidas, ou das estruturas inconscientes versus as teoriasemque a ao pode ser absolutamente no restritas pelo condicionamento social (nacomunicao simplificada M estenogr>fica M das teorias sociais recentes, trata9se da disputaentre estrutura e agncia*. 3ourdieu cita o estrutural9funcionalismo brit;nico e oestruturalismo de Wvi9(trauss como eAemplos da primeira abordagem, e o eAistencialismo de(artre como um eAemplo do segundo." alternativa de3ourdieunoconsisteemdizer (como ofaz+rtner,#$$.* queBsvezes os seres /umanos representam estruturas aprendidas e que por vezes so 5livres6. "oinvs disso, ele argumenta que, ns sempre somos restringidos pelas disposi2es aprendidas apartir de nossas eAperincias, mas que nossas respostas /abituais residem em umcon/ecimentoqueno aprendidoa partir das, oucognitivamente representado, regrasrigorosas (embora simplrias, ou diretas M hard and ast*. Nosso con/ecimento internalizado(em suas palavras 5incorporado6, ou 5corporificado6* menos espec=fico do que as regras porqueaprendidoatravs das pr>ticas cotidianas. "pr>tica cotidiana , dealgummodo,vari>vel deumdiaparaooutro, masaindaassimtendeapermanecerdentrodoslimitesdaquilo que culturalmente aceit>vel. + con/ecimento adquirido a partir das pr>ticas destetipo no , portanto, altamente preciso, mas ao invs disso consiste em rela2es categricasmais gerais que podem ser efetivadas de diferentes maneiras, dependendo do conteAto. Estaforma de internalizao permite as pessoas a reagir fleAivelmente a novos conteAtos, ao invsde desempen/arem as mesmas pr>ticas cont=nua e repetidamente. + con/ecimento imprecisoque 3ourdieu denomina dehabitus(para distingui9lo do termo invariante 5habitos6*I5sistemas de disposi2es dur>veis... transpon=veis... princ=pios de gerao e estruturao depr>ticas e representa2es que podem ser ob7etivamente 5regulados6 e 5regulares6 sem serem,de forma alguma, o produto da obedincia Bs regras...6 (#$11I 1Q' igualmente, %Q M %J*. Gue o5/abitus6 se refere aos resultados internalizados da eAperincia cultural est> particularmenteclaro a partir de lin/as tais como 5+ /abitus ... institu=do (imposto, colocado, inculcado* emcadaagentepormeiodesuaeducaoprim>ria...6(#$11I %#*. Horconseguinte, 3ourdieu(diferentemente de alguns de seus seguidores* no contrasta a pr>tica com as compreens2esaprendidas' ao invs disso, ele argumenta que ns no podemos compreender a pr>tica semrepensarmos a natureza das compreens2es aprendidas.Fma das partes mais importantes do Bsboo a discusso de 3ourdieu sobre a formacomo o /abitus de uma pessoa estruturado por suas eAperincias. Embora ele igualmentediscutaoaprendizadoapartirdepreceitoseApl=citose5eAerc=ciosestruturais6(taiscomo7ogos* ele coloca bastante nfase no 5aprendizado por meio da familiarizao simples6 (#$11I%%* com padr2es regulares de associa2es desempen/ados na vida cotidiana. + aprendizadopor meio da familiarizao belamente ilustrado por meio de seu eAemplo da forma que ascrianas ?ab=lia podem aprender a partir do ordenamento dos ob7etos e do espao em umat=picacasa?ab=lia(#$11I $.M$#*." criananoensinadasobreumaregraI 5(emprecoloque o tear na parede em direo ao leste6, ou 5luz e calor so masculinos6, por eAemplo,mas, ao invs disso, assimila umpadro geralI teares e outros ob7etos culturalmentevalorizados so freqticas nos ambientespOblicos de aprendizado cultural (o dom=nio eAtrapessoal*.Este apenas um dos lados dainterao entre os dom=nios intrapessoal e eAtrapessoal, pois o /abitus, por sua vez, estrutura aculturapOblicaconformeaspessoasagem, criandonovosob7etosepr>ticas(ourecriandoantigas@os*. Nateoriade3ourdieu, atendnciaseguenadireodareproduocultural.Entretanto, a tendncia geral emdireo B reproduo alcanada por meio de a2esindividuais que nunca so eAatamente as mesmas de um conteAto ao outro, por que elas sorepresenta2es de disposi2es que so, elas prprias, adquiridas a partir de diversas pr>ticas.Nossa eAplicao similar B de 3ourdieu em diversos aspectos. Ns concordamos queumeAame mais =ntimoda internalizao a c/ave para a eAplicaotantodas forascentr=fugas, quanto das centr=petas da cultura, bemcomo a ultrapassagemdas antigasdicotomias entre estrutura e agncia.&$Ns, igualmente, argumentaremos que oscon/ecimentosculturaisinternalizadosconsistemtipicamentedecompreens2esadaptativasfleA=veis, aoinvs de regras vari>veis. ("s compreens2es conforme ns as modelamos,entretanto, no so to reducionistas como os esquemas classificatrios prprios ao conceitode Uabitus Ce que este leva a enfatizarD de 3ourdieu, impregnado, como o est>, doestruturalismo Wvi9(traussiano*. :inalmente, ns partil/amos com 3ourdieu a perspectiva deque a vida social um processo de interao entre estas compreens2es privadas imprecisas eosob7etoseeventospOblicosqueconstituemtantosuaorigem, quantooseuproduto. U>outros inOmeros aspectos (respeitos*, entretanto, sobre os quais nossas eAplica2es divergemdas fornecidas por ele.Hrimeiramente,nuncaficaclaro noBsboose3ourdieu est>avanandouma teoriauniversal dopapel (funo* do/abitus, ouuma teoria que se aplica principalmente associedades no letradas sem escolarizao formal (#$11I %$, #%0*. Fma das grandes fal/as doBsboo que muito freqtica empr>tica sematravessar odiscurso, ouaconscincia6 (#$11I %1*. Esto no procede, entretanto. + aprendizado por meio da modulao,que pode ocorrer amplamente sem conscincia, no posteriormente e para sempre barradoda conscincia. Tverdadeiro e significativo que tal con/ecimento tende a permanecerfundamentado na, e por detr>s da conscincia, e que inteiramente poss=vel evidenci>9lo edescrev9loI romancistas e os autores de teAtos /umor=sticos do tipo 5como fazer@ser6 (comose vestir como uma patricin/a@mauricin/o, agir como um /omem de verdade, ser um sulista,etc.*, dentre outros, recon/ecem e verbalizam estes con/ecimentos no ditos o tempo todo.Lampoucoestauma/abilidaderestritaBssociedades5avanadas6."olongodoBsboo3ourdieuconstantementecita, ouserefere, aosprovrbios?ab=liaeaoscoment>rios deinformantes que demonstram um recon/ecimento claro daquilo que ele, em um par>grafo, ouum pouco anteriormente, denominou de con/ecimento inconsciente (#$11I %, $&, $%*. "lm49 " oposio entre estrutura e agncia no a mesma que a oposio entre centr=peto e centr=fugo. +s processoscentr=fugosde variaocultural emudanapodemsereAplicados sem serecorrer avontade livre (reeEill*pressupostaquandosefalasobre5a&nciaF(umaobservaoquedevemos B(tanle,]urtz, por meiodecomunicao pessoal*.50 3ourdieu eventualmente recon/eceu esta fal/a. Rer A distino (#$%&* e a L#&ica da tica de um mundo de ob7etos constru=do de acordo com estas mesmas estruturas... " mente uma met>fora do mundo dos ob7etos que , em si mesma, seno um c=rculo infind>vel demet>foras que se refletem mutuamente6 (#$11I $#*. 3ourdieu faz a mesma observao para osrituais, leis costumeiras, e outras institui2es e pr>ticas sociais. Esta met>fora sobre a refleAosupersimplifica grandemente os processos de produo cultural M at mesmo nas sociedadesiletradas no +cidentais sobre as quais 3ourdieu pensou na dialtica da ob7etificao e daincorporao (corporificao* particularmente mantidas.)J?omo ns demonstraremos naprAima seo, a mesma teoria da cognio que eAplica os efeitos centr=petos enfatizados por3ourdieu igualmente nos permitir> eAplicar os efeitos centr=fugos que ele amplamenteignorava em sua supernfase na refleAo mOtua das estruturas mentais e eAtrapessoais nomodific>veis (e.g., ibid.I $#*.Guarto, enquanto 3ourdieu foi um proponente influente do con/ecimento incorporado5corporificado6, seu emprego da 5corporificao6 ignora o papel da emoo e da motivaona ao. (eus atores possuem rea2es cora7osas, mas sua teoria da pr>tica estes parece no seimportar sobre o quanto eles se preocupam sobre aquilo que esto observando e fazendo. Horconseguinte, eleignoraopapel damotivaoedaemooenquantoforastantoparaareproduoeuniformidade, oudiversidadeemudana, bemcomoopapel dainstruo51 " acumulao daquilo que ele denomina de 5capital simblico6.52 3ourdieu pode ter implicitamente recon/ecido que ele estava falando sobre duas formas diferentes sobre o nodito, porque na metade do camin/o do segundo cap=tulo do Bsboo de uma teoria da pr"tica ele muda, semaviso, ou eAplicao, de sua meno ao /abitus, (/>bito em latim*, para uma discusso sobre a 5/eAis corporal6(/abito, condio, disposi2es em grego antigo*.("mbos so formados a partir de verbos como 5ter6, com otermo em latim provavelmente sendo derivado do grego, uma observao que ns devemos B Zo/n (tevens, pormeio de comunicao pessoal*. " forma como 3ourdieu utiliza estes termos, entretanto, /abitus inclui tanto umcon/ecimento sinestsico amplamente impl=cito (e.g., posturas corporais* e as manobras sub7acentes aocon/ecimento de status (ou posicionamento social* oficialmente no recon/ecidos, mas privadamente debatidos,tais como insultos de vingana, a troca de d>divas, e os arran7os de casamento. No uso feito por 3ourdieu ahe:isest> limitada ao con/ecimento sinestsico.53Rer 3art/(#$%1* para umaan>lisemuitomais cuidadosadaquiloqueeledenominade5oscila2es dasub7etificao e ob7etificao6 (ibid.I &0* entre os +- das montan/as da Nova 8uin.deliberada, que (conforme demonstraremos no cap=tulo &* Bs vezes tem o propsito de evocarfortes sentimentos para tornar as li2es memor>veis.)&Esta Oltima fraqueza est> relacionada a um problema adicional na teoria de 3ourdieu.Ele parece pressupor que a familiaridade com as pr>ticas sociais suficiente para a aquisiode seus aspectos regularmente associados. Ns iremos demonstrar, com base em descobertaspsicolgicaseneurolgicas, queoprocessomaiscomplicadodoqueistoInemtodasasregularidades so igualmente bem lembradas por que o estado motivacional do aprendiz fazdiferena para aquilo a que os aprendizes prestam ateno e sobre o quo bem sua eAperincia5cola6.:inalmente, para 3ourdieu, as inten2es dos atores soemsua maior parte, oucompletamente, epifenomnicas (#$11I 10 M 11' #$%&I &1&*. Ns discordamos. "s inten2espodemdar vazo ao surgimento de pensamentos voltados B resoluo de problemasdeliberados, os quais se estruturam, mas podem transcender as opera2es (funcionamento* do/abitus.)) Este tipo de resoluo de problemas Bs vezes conduz a inova2es culturais radicais,e em outros momentos a novas formas de reproduo das estruturas sociais eAistentes.Emoutras palavras, ns acreditamos queateoriade3ourdieusobreo/abitus promissora,mas noplenamentesatisfatria)0.Noscap=tulosseguintes nsapresentaremosuma teoria alternativa que , de muitas maneiras, similar a esta, mas que evita os problemasque descrevemos logo acima.54 Rer Haul (#$$.I &JQ* para cr=ticas similares B 3ourdieu.55 Hode ser que a conscincia das inten2es , Bs vezes, ou sempre, epifenomnica (Wibet, #$%), #$%1*, mas esta uma questo diferente.56 Rer 3loc/ (#$%)* para uma cr=tica diferente do modelo cognitivo de 3ourdieu.