Resumo de um livro

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  • 7/25/2019 Resumo de um livro

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    Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    Tecnologia em Processos Qumicos

    Campus Toledo

    Gabriela Begalli RA 1573659

    Resumo dos captulos 3 e 4 do livro Fundamentos de qualidade e tratamento de gua, de

    Marcelo Libnio.

    Capitulo 3 - A evoluo dos padres de potabilidade

    Histrico

    Em meados do sculo XIX surgiu a comprovao que a gua agia como um veculo dedoenas, porm era intrnseca a relao entre a maior concentrao de partculas e aperspectiva da presena de microrganismos patognicos. Apenas atravs dos motivos estticoscomo a turbidez que tornaram a filtrao e a decantao como as formas mais antigas de

    tratamento de gua para consumo humano, objetivando to-somente a remoo de partculassuspensas e odor. Apenas aps os estudos de Snow e de Pasteur, sucederam-se a identificaoe a classificao dos agentes patognicos causadores de diversas doenas de transmissohdrica, tais como a febre tifoide (1880), a clera (1884), a disenteria (1898) e a febre paratifoide(1900).

    Evoluo dos padres de potabilidade americanos

    Em 1925, a reviso do padro de potabilidade vigente objetivou refletir que a gua deconsumo deveria ser inodora, sem gosto, isenta de cor, alm de no conter substncias mineraissolveis ou substncias qumicas utilizadas no tratamento. Sucessivas revises ocorreram em1942 onde foram inseridos o nmero e os pontos de amostragem para as anlises

    bacteriolgicas na rede de distribuio. Em 1974, o padro de potabilidade recomendavaturbidez efluente mxima de 1,0 uT. Atualmente, a legislao tem se tornado progressivamentemais complexas estabelecendo 0,3 uT para gua monitorada de cada filtro e 0,1 uT como metaa ser atingida.

    Evoluo dos padres de potabilidade nacionais

    Em 1977, foi estabelecido o primeiro padro de potabilidade no Brasil, definindo oslimites mximos para as diversas caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas inerentes s guasde consumo humano, e apenas em 1990 que vieram aumentar o nmero de parmetros etornando alguns limites mais restritivos. Em maro de 2004 passou a vigorar a Portaria 518 queforam includos mais 22 parmetros. Quanto ao limite mximo para turbidez da gua tratada, a

    Portaria 518 recomenda que tal determinao se realize, preferencialmente, a partir do efluentede cada unidade filtrante. Essa recomendao apoia-se no usual aumento da turbidez da guafiltrada aps a correo do pH, principalmente quando do emprego da cal hidratada para tal fim.Optou-se pela manuteno de 1,0 uT, enfatizando, contudo, a importncia de produzir guafiltrada com turbidez inferior a 0,5 uT, visando maximizar a remoo de cistos e oocisto deprotozorios, ao contrrio de vrus e bactrias, reconhecidamente mais resistentes desinfeco. Um dos significativos avanos da Portaria 518 centra-se nos planos de amostragem,que devem ser executadas pelos responsveis pelo controle da qualidade da gua como umadas ferramentas de avaliao de risco.

    Tendncias

    A evoluo das trs portarias nacionais permite supor que os futuros padres depotabilidade no Brasil havero de enfocar duas premissas bsicas: maior nmero e valores

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    mximos possveis mais restritivos para alguns parmetros de controle e aspectos relacionadosa vigilncia da qualidade de agua para consumo humano.

    Vigilncia

    A preservao da sade da populao abastecida provm da conjuno de padres de

    potabilidade restritivos e da eficcia das aes de vigilncia da qualidade da gua. Esta constituium rol de atividade que visam identificar e avaliar os potenciais riscos sade advindos da guade consumo. Essas atividades podem englobar inspees nas diversas etapas do sistema deabastecimento ou solues alternativas, anlise e auditoria dos dados operacionais e avaliaodas condies segundo as quais esses dados foram gerados. Tambm cabe vigilncia atestar aperformance do responsvel pela operao do sistema de abastecimento de gua. A OMSprops um sistema para o Plano de Segurana da gua que consiste em: documentao edescrio do sistema de abastecimento; identificar a possibilidade dos riscos na entrada dosistema; avaliao do sistema de abastecimento. Identificar as medidas de controle por meiodas quais os riscos podem ser controlados; definio dos parmetros, da frequncia e dospontos de monitoramento no sistema estabelecendo os limites de performance aceitvel;

    estabelecimento de procedimentos de verificao da eficincia do Plano o em relao s metasde preservao da sade; desenvolvimento de programas de apoio contemplando treinamentode pessoal, padronizao de procedimentos operacionais; definio dos planos degerenciamento para situaes normais, anmalas e emergenciais e estabelecimento dedocumentao e estratgias de comunicao.

    Capitulo 4Poluio e Contaminao de mananciais

    Conceito

    Poluio indica a ocorrncia de alteraes prejudiciais ao meio aqutico, e quando taisalteraes colocam em risco a sade dos elementos da biota ou do ser humano que dele faz uso,a poluio passa a denominar-se contaminao. Em termos gerais a poluio das aguas naturaispode ocorrer devido a atividades antrpicas, pela introduo de substncias naturais ouartificiais estranhas no meio aqutico. Os principais agentes so: matria orgnicabiodegradvel, compostos orgnicos sintticos no biodegradveis, microrganismospatognicos, slidos em suspenso e nutrientes.

    Tipos de captao e seus efeitos sobre a qualidade de gua

    O tipo de captao relaciona intrinsecamente com a possibilidade de poluio dosmananciais e de alterao das guas naturais. Alguns critrios devem ser avaliados para aescolha do tipo de ocupao hidrogrfica: caractersticas de gua bruta; magnitude da vazo dedemanda; custo de implantao, operao e manuteno e perspectivas de ampliao da vazo

    captada. A magnitude da vazo de demanda necessria ao atendimento da populaoabastecvel decorre da definio do consumo per capita (L/hab.dia), que por sua vez, envolveuma srie de fatores: nvel socioeconmico da populao abastecida; presena de industrias;fatores climticos; porte caractersticas e topografia da cidade; percentual de hidrometrao eadministrao do sistema de abastecimento de gua.

    Captaes superficiais

    Captaes superficiais est diretamente relacionada dos cursos dgua, represa e lagos.A condio fundamental para escolha de um manancial superficial estabelece-se quando suavazo mdia supera a vazo de demanda necessria ao abastecimento da comunidade, ao todoou em parte. Em relao a vazo mnima do manancial, duas vertentes descortinam-se. Caso a

    vazo de demanda seja inferior a vazo mnima, pode-se optar por efetuar captao direta,reduzindo os custos dessa etapa do sistema de abastecimento. A segunda vertente verifica-se

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    quando a vazo de demanda supera a vazo mnima do manancial, situao usual para a regionordeste do pas. Dessa forma, h necessidade de construo de reservatrios de acumulao,objetivando regularizar o aporte e a retirada de gua para abastecimento. Contudo, estereservatrio pode alterar as caractersticas da gua bruta, favorecendo o emprego detecnologias de tratamento de implantao e operao menos dispendiosas. Comparada as

    captaes diretas, obtm se significativa reduo dos picos de cor e turbidez e tambm comoconsequncia, menor afluxo estao de microrganismos patognicos, tais como bactrias,vrus e protozorios. Em contrapartida, pode ocorrer periodicamente florao de algas ecianobactrias, deteriorando a qualidade da gua bruta, reduzindo assim a eficincia dapotabilidade.

    Captaes subterrneas

    Captaes subterrneas so, basicamente, aquferos confinados e no-confinados,denominados, respectivamente, artesianos e freticos. Denomina-se aqufero a camada de soloque contem gua, com suficiente permeabilidade para que possa ocorrer a retirada para osdiversos usos. Aqufero fretico consiste no lenol dgua situado acima de uma camada

    impermevel de solo submetido presso atmosfrica normalmente de menor profundidade emenor custo de escavao. O conceito de aqufero artesiano traduz uma camada de materialslido que contem gua situada entre duas camadas impermeveis, usualmente a maiorprofundidade em relao ao lenol fretico, e submetido a presso superior atmosfrica. Aperfurao de poos deve alicerar-se, sempre que os recursos disponveis permitirem, nolevantamento do perfil geolgico do terreno, objetivando identificar com maior acurcia aprofundidade e magnitude do lenol subterrneo e definir a melhor localizao do poo. A opopor captaes subterrneas apresenta algumas vantagens, como: as caractersticas da guabruta, que reduzem os custos de tratamento e a associada utilizao de manancial subterrneoreside, na maioria dos casos, na inexistncia de uma adutora de gua bruta de maior extenso.Todavia, o emprego de guas subterrneas com elevada dureza ou concentraes de sais

    dissolvidos, que podero conferir sabor e odor agua distribuda, poder concorrer, quando oproblema no convenientemente sanado, para que a populao acabe por rejeitar a gua eabastea-se em mananciais sanitariamente comprometidos.

    Alteraes nas caractersticas das guas superficiais

    O clima constitui-se no principal fator de origem natural que afeta as caractersticas dasguas, principalmente no que concerne ao regime de precipitaes. Perodo de seca prolongadahavero de aumentar o impacto do lanamento nos cursos dgua de efluentes domsticos eindustriais, pois estes so menos afetados na magnitude das vazes pelas condies climticas.Monitoramento de cistos e oocistos de protozorios em cursos dgua receptores de efluentesdomsticos tratados frequentemente tem apontado o aumento da concentrao de

    microrganismos nos perodos de estiagem. No caso de reservatrios de acumulao utilizadoscomo mananciais, longos perodos de estiagem, principalmente em regies de maior insolao,favorecero o aumento da salinidade e da condutividade eltrica contribuindo para florao dealgas e cianobactrias. Para cursos dgua no sujeitos ao lanamento de efluentes, nos perodosde estiagem, verifica-se significativa reduo da turbidez. No perodo de maior intensidade deprecipitaes, para guas captadas em lagos e reservatrios, haver um menor incremento nosvalores de turbidez, cuja magnitude depender do uso do solo e das caractersticasgeomorfolgicas da bacia hidrogrfica, do tempo de deteno e do fator de envolvimento. Operodo chuvoso, dependendo do uso do solo na bacia hidrogrfica, pode tambm favorecer oaporte de nutrientes aos lagos e reservatrios. Para a captao direta em cursos dgua oincremento da turbidez no perodo chuvoso, via de regra, muito mais significativo, como

    tambm o aporte de outros contaminantes orgnicos resultantes da lixiviao de solosagriculturveis. Nas regies altamente industrializadas, tambm a poluio atmosfrica pode

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    contribuir para o fenmeno da chuva cida que concorre para reduo do pH dos corpos dgua,principalmente os superficiais.

    Alteraes nas caractersticas das guas subterrneas

    O abastecimento por meio de guas subterrneas em relao aos mananciais

    superficiais soma-se a menor vulnerabilidade poluio. Porm a poluio das guassubterrneas apresenta um agravante especificamente em relao a dos cursos da gua. Porno ocorrer a autodepurao e pela lenta renovao das guas, nos aquferos subterrneos, osefeitos da deteriorao da qualidade de gua podem continuar se manifestando mesmo anosaps cessar a fonte de contaminao. A poluio de mananciais subterrneos pode ser difusaou pontual, como a poluio orgnica a partir de fossas, postos de combustveis ou aterrossanitrios, ambas quase que exclusivamente de origem antrpica. Contaminao de origemnatural de guas subterrneas pode ocorrer pela elevada concentrao de fluoretos, cloretos ede alguns metais como arsnio. Embora o impacto de cada fonte de poluio ou contaminaovarie em funo das caractersticas do solo e profundidade do aqufero, em termos de poluiode origem urbana destacam como as mais relevantes as redes coletoras de esgotos, os lixes,

    os aterros sanitrios, as lagoas de estabilizao e o lanamento de efluentes no solo.Proteo de mananciais superficiais

    No Brasil e na maioria dos pases o conceito de preservao de mananciais refere-se, emoutros termos, ao cerceamento do acesso bacia hidrogrfica, facilitada pela distncia no casodos centros urbanos de maior porte. As aes para aumentar a vida til de um reservatrio oude controle da eutrofizao podem ser divididas em duas categorias: preventivas e corretivasou no-estruturais e estruturais. As primeiras centram-se na bacia hidrogrfica e caracterizam-se por aes que visam minimizar o aporte dos poluentes ao corpo d gua e principiam poramplo programa de educao ambiental para com os usurios. J as medidas corretivas enfocamo reservatrio e objetivam assegurar o seu uso como manancial de abastecimento pblico.

    Vrias das aes destinadas preservao da qualidade de agua dos reservatrios tambm seaplicam aos cursos dgua, tais como tratamento dos esgotos domsticos em nvel secundrio,a construo de bacias de deteno na zona urbana objetivando minimizar o dano da aflunciadas guas pluviais e, em casos de poluio mais severa, a prpria aerao do curso dgua.

    Proteo de mananciais subterrneos

    A primeira medida objetivando minimizar os riscos de contaminao de mananciaissubterrneos consiste na proteo da borda do poo por meio de revestimento das paredes ealvenaria ou concreto, impedindo o carreamento das guas pluviais para o seu interior eevitando o desmoronamento das paredes. Uma segunda escavao com 10 cm de largura aolongo dos 3 m inicias da parede a ser preenchida, preferencialmente por concreto ou argila,

    minimizar a possibilidade de contaminao do poo. Por fim, a instalao de uma tampa deconcreto e o emprego de bombas manuais ou eltricas havero de assegurar uma melhorqualidade da gua subterrnea. Tambm a adequada drenagem do lixiviado dos aterrossanitrios e impermeabilizao das lagoas de estabilizao de esgotos domsticos ou dosefluentes de criatrios de animais e aves constituem, principalmente para os solos arenosos,importantes medidas preventivas para preservao da qualidade das guas subterrneas.

    Toledo, 21 de maro de 2016