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REVISÃO VF DE PROCESSO PENAL QUESTÃO 01 – (Subjetiva) DEFINA OS SISTEMAS PROCESSUAIS E QUAL DELES FAZ PARTE DO SISTEMA PROCESSUAL BRASILEIRO. 1 – Sistemas processuais: Inquisitivo o É sigiloso , sempre escrito, não é contraditório e reúne na mesma pessoa as funções de acusar, defender e julgar . O réu é visto nesse sistema como mero objeto da persecução, motivo pelo qual práticas como a tortura eram frequentemente admitidas como meio para se obter a prova-mãe : a confissão . o O poder está concentrado nas mãos do julgador, que exerce também, a função de acusador. Não há contraditório e a defesa é meramente decorativa. O procedimento é sigiloso e a confissão do réu é a prova principal. Acusatório o É contraditório, público, imparcial, assegura ampla defesa; há distribuição das funções de acusar, defender e julgar a órgãos distintos. o Nesse sistema, existe a separação entre o órgão acusador e o órgão julgador. Existe o contraditório e predomina a liberdade de defesa e

Revisão Vf de Processo Penal

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REVISÃO VF DE PROCESSO PENAL

QUESTÃO 01 – (Subjetiva)

DEFINA OS SISTEMAS PROCESSUAIS E QUAL DELES FAZ PARTE DO

SISTEMA PROCESSUAL BRASILEIRO.

1 – Sistemas processuais:

Inquisitivo

o É sigiloso, sempre escrito, não é contraditório e reúne na mesma

pessoa as funções de acusar, defender e julgar. O réu é visto

nesse sistema como mero objeto da persecução, motivo pelo qual

práticas como a tortura eram frequentemente admitidas como

meio para se obter a prova-mãe : a confissão .

o O poder está concentrado nas mãos do julgador, que exerce

também, a função de acusador. Não há contraditório e a defesa é

meramente decorativa. O procedimento é sigiloso e a confissão

do réu é a prova principal.

Acusatório

o É contraditório, público, imparcial, assegura ampla defesa; há

distribuição das funções de acusar, defender e julgar a órgãos

distintos.

o Nesse sistema, existe a separação entre o órgão acusador e o

órgão julgador. Existe o contraditório e predomina a liberdade de

defesa e a isonomia das partes no processo. O procedimento é

público e há liberdade de acusação.

Misto

o Há uma fase inicial inquisitiva, na qual se procede a uma

investigação preliminar e a uma instrução preparatória, e uma

fase final, em que se procede ao julgamento com todas as

garantias do processo acusatório.

o Como o nome já diz, esse sistema caracteriza-se pela união das

virtudes dos sistemas inquisitivo e acusatório, dividindo o

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processo em duas fases. Na fase de instrução preliminar vigora

o sistema inquisitivo e na fase de julgamento, vigora o sistema

acusatório.

No Brasil, o sistema adotado é o ACUSATÓRIO, pois a fase de inquérito não é considerada processo.

QUESTÃO 02 – (Subjetiva)

DEFINA O QUE É AÇÃO PENAL, SUAS CARACTERÍSTICAS, ESPÉCIES, OS

SEUS INSTITUTOS PROCESSUAIS E AS CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL.

Conceito: Ação penal é o direito subjetivo de exigir o Estado a aplicação do

direito material ao caso concreto.

Características:

A ação penal é um direito:

“P.I.S.A.D.A”

Público – pois a atividade que se pretende é de natureza pública

Instrumental – tem por finalidade a instauração do processo

Subjetivo – o titular pode exigir do Estado-juiz a prestação jurisdicional

Autônomo – Não se confunde com o direito material que se pretende

tutelar.

Determinado – Está ligado a um fato ou interesse concreto.

Abstrato – pois independe de resultado final do processo.

ESPÉCIES:

A divisão das ações é em função do sujeito que detém a sua titularidade.

As ações penais se subdividem em:

Ação Pública

o Incondicionada -

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o Condicionada

A representação da vítima

A requisição do Ministro da justiça.

Ação Privada

o Exclusiva

o Personalíssima

o Subsidiária

COMENTÁRIOS:

Ação pública:

o Na ação pública o titular é o Ministério Público. A ação pública é a

regra enquanto a privada é exceção. Quando a lei se omitir na

caracterização de que tipo de ação o crime se enquadra, será ele

de ação pública.

o Na incondicionada o MP promoverá a ação independente da

vontade de quem quer que seja. Na condicionada, fica a ação

dependente de representação do ofendido ou requisição do

ministro da justiça, que são condições de procedibilidade da ação.

(Natureza jurídica da representação e da requisição).

o A ação pública tem como princípios: “ I ÓDIO”

Obrigatoriedade

Indisponibilidade

Divisibilidade

Intranscedência

Oficialidade

Ação penal Privada

o Nessa ação o Estado continua com o Direito de punir, contudo

cabe a vítima, o ofendido, o direito de agir. A queixa equivale a

denúncia.

o Exige-se advogado, procurador legalmente habilitado.

o A ação privada tem como princípios: “I ÓDI...”

Intranscedência

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Oportunidade

Disponibilidade

Indivisibilidade

o Tipos:

Exclusiva: Ofendido/representante legal

Personalíssima: Exclusivamente do ofendido. Não há

sucessão por morte ou ausência. Só há um crime: Art. 236. Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento“Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior”.

Um exemplo desse crime é o do transexual que se casa com um homem, omitindo tal informação do mesmo.

Subsidiária: Em caso de inércia do MP em casos de ação

pública.

INSTITUTOS PROCESSUAIS NA AÇÃO PENAL (Ver anotações)

Renúncia

Decadência

Perempção

Desistência

Perdão do ofendido

CONDIÇÕES DE AÇÃO PENAL

São requisitos que subordinam o exercício do direito de ação:

Possibilidade jurídica do pedido – Pedido previsto em lei. Fato típico.

Interesse de agir – divide-se em necessidade, utilidade e adequação.

Legitimidade para agir – pertinência subjetiva da ação. Só iniciada pelo

titular.

Justa causa – necessidade mínima de provas para a ação.

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QUESTÃO 03 – (Subjetiva)

CONCEITO DE PRISÃO E SUAS ESPÉCIES.

(Em anotações)

QUESTÃO 04 – (Subjetiva)

LIBERDADE PROVISÓRIA

Conceito:

Instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar emliberdade o transcorrer do processo até o trânsito em julgado, vinculado ounão a certas obrigações, podendo ser REVOGADO a qualquer tempo, diante dodescumprimento das condições impostas. (Capez)

Espécies:

Obrigatória: Trata-se de direito incondicional do acusado, não lhepodendo ser negado e não está sujeito a nenhuma condição. É o caso dasinfrações penais às quais não se comina pena privativa de liberdade e dasinfrações de menor potencial ofensivo.

Permitida: Ocorre nas hipóteses em que não couber prisão preventiva. Assim, ausentes os requisitos que autorizam a decretação da aludida prisão, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, observados os critérios constantes do art. 282 do mesmo Diploma (art. 321 do CPP, com a redação determinada pela Lei n. 12.403/2011).

Vedada: Não existe. É inconstitucional qualquer lei que proíba o juizde conceder a liberdade provisória, quando ausentes os motivos autorizadores da prisão preventiva, pouco importando a gravidade ou a natureza docrime imputado. (Capez)

É vedada quando couber prisão preventiva e nas hipóteses que a lei estabelecer expressamente a proibição. (Nestor Távora)

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Liberdade provisória SEM fiança :

Situações:

Infrações penais às quais não se comine pena privativa de liberdade (CPP, art. 283, § 1º) e infrações de menor potencial ofensivo, quando aparte se comprometer a comparecer à sede do Juizado Especial Criminal

No caso de o juiz verificar que, evidentemente, o agente praticou fatoacobertado por causa de exclusão da ilicitude. A prova deve ser contundente, embora não necessite ser absoluta.

Competência: Só o juiz pode conceder a liberdade provisória sem fiança, mas sempredepois de ouvir o Ministério Público.

Liberdade provisória COM fiança

Fiança: Consiste na prestação de uma caução de natureza real destinada agarantir o cumprimento das obrigações processuais do réu ou indiciado.

Quanto ao fato de essa liberdade provisória vir ou não acompanhada de fiança, tal depende da análise discricionária do juiz quanto à sua necessidade no caso concreto. Para tanto, deverá ser demonstrada fundamentadamente a sua necessidade cautelar.

Qual o momento para concessão da fiança?? Desde a prisão em flagrante (antes de lavrar o auto, quando a atribuição for da autoridade policial e vinte e quatro horas após a sua lavratura, quando for competência do juiz) até o trânsito em julgado da sentença condenatória.

O réu tem a obrigação de comparecer a todos os atos processuais paraos quais for intimado, não mudar de residência sem prévia autorização judicial e não se ausentar por mais de oito dias de sua residência sem préviaautorização judicial (CPP, arts. 327 e 328).

A autoridade policial pode conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a quatro anos.

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Nos demais casos, cabe ao juiz a concessão, dentro do prazo de quarenta e oito horas.

Efeitos do quebramento da fiança:

Importará na perda de metade do valor da fiança, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares e na proibição de se conceder nova fiança no mesmo processo (CPP, art. 324). Ainda, se for o caso, pode acarretar a decretação da prisão preventiva (CPP, art. 343).

Cassação:

Reconhecer não ser cabível Reconheça delito inafiançável.

Infrações inafiançáveis:

Quebrada fiança anterior. Racismo “Hedi ter trator” (Caberá Liberdade Provisória SEM fiança) Nos crimes praticados por grupos armados, civis ou militares, contra

a ordem constitucional e o Estado Democrático; No caso de prisão civil e militar; Quando estiver presente qualquer dos motivos que autorizam a

prisão preventiva

QUESTÃO 05 – (Objetiva)

CITE E DEFINA ALGUNS PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL

1- Princípio do Estado de Inocência (ou não-culpabilidade):

De acordo esse princípio, que encontra guarida constitucional no art. 5º,

ninguém poderá ser considerado culpado, antes do trânsito em julgado

de sentença penal condenatória.

2- Contraditório :

Também amparado na Constituição Federal em seu art. 5º, diz que

todos, durante o processo, tem o direito de alegar fatos ou apresentar

provas. Serve tanto à defesa quanto à acusação.

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O réu deve conhecer a acusação que se lhe imputa para poder

contrariá-la, evitando, assim, possa ser condenado sem ser ouvido

3- Verdade Real:

Esse principa sugere a ideia de que o juiz não pode se conformar

somente com a verdade formal trazida pelos autos, deve investigar

como os fatos aconteceram na realidade. É devido a esse princípio que

se permite ao juiz solicitar novas diligências durante ou, até mesmo,

antes do processo.

No entanto, esse princípio comporta restrições, como a utilização

de provas não juntadas ao processo, provas ilícitas, limites de depor em

razão de função, ofício ou profissão em que deva guardar segredo etc.

4- Oralidade:

As declarações perante juízes e tribunais só tem eficácia se

produzidas oralmente.

5- Publicidade

Diz que o processo não pode ser secreto. Ou seja, as sessões e

atos do processo são franqueados ao público em geral. Contudo, esse

princípio encontra limitação quando essa publicidade gerar escândalo ou

inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem pública ou até

mesmo os crimes contra a dignidade sexual.

Ou seja, a publicidade pode ser geral (quando os atos podem ser

assistidos por qualquer pessoa) ou especial (quando um número

reduzido de pessoas pode estar presente a ele).

6- Oficialidade ou Obrigatoriedade

Diz que a pretensão punitiva do estado deve ser realizada por

órgãos públicos oficiais. Apuração feita pela polícia e a ação penal

promovida pelo MP. Excepcionalmente será promovida pelo ofendido

(Ação penal privada).

7- Indisponibilidade do processo

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Decorrente do princípio da obrigatoriedade, diz que A autoridade

policial não pode determinar o arquivamento do inquérito policial e o

Ministério Público não pode desistir da ação penal pública, nem do

recurso. Exceção, mais uma vez, nos crimes de ação penal de iniciativa

privada, em que se admite o perdão, a perempção e a desistência.

8- Juiz Natural

De acordo esse princípio, somente um órgão previamente

constituído para o processo de crimes tem competência para julgar

crimes também anteriormente previstos em lei. É por esse princípio que

se veda a criação de Tribunal de Exceção, que seria a criação de um

órgão do Judiciário para punir determinada infração penal.

Está previsto no art. 5º, LIII, da Constituição Federal, que dispõe

que ninguém será sentenciado senão pelo juiz competente.

Juiz natural é, portanto, aquele previamente conhecido, segundo

regras objetivas de competência estabelecidas anteriormente à infração

penal, investido de garantias que lhe assegurem absoluta independência

e imparcialidade.

9- Vedação das provas ilícitas:

São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios

ilícitos. Veda-se tanto as provas ilícitas, violação a regras de direito

material, quanto as ilegítimas, violação das regras processuais.

10-Ampla defesa:

De acordo esse princípio, o Estado tem o dever de proporcionar

todos os meios de defesa, tanto pessoal quanto técnica, além de prestar

assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados. Decorre desse

princípio, a obrigatoriedade de conceder a defesa que se manifeste por

último.

11-Ninguém será obrigado a produzir provas contra si mesmo:

12-Duplo grau de jurisdição:

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É a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já

julgadas pelo juiz de primeiro grau.