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Revista Alliance de Ouro - Agosto/2011

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Revista da empresa Alliance One

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EDITORIAL

Amigo Produtor!

DICASA importância da preservação ambiental

O produtor rural precisa en-tender, em um primeiro momento, que as boas práticas de manejo não são promovidas apenas com vistas à preservação ambiental. Elas também contribuem para o aumento da produtividade de suas lavouras, além da sustentabilidade da propriedade rural.

Todo produtor rural tem como obrigação “moral e legal” conser-var o solo agrícola, mediante a adoção de práticas, técnicas, pro-cessos e métodos conservacio-nistas apropriados. Estas práticas promovem a qualidade de vida da população rural e aumentam a renda dos produtores.

Confira alguns cuidados e boas

práticas que promovem a preser-vação ambiental.

• Proteja as fontes de água desti-nadas ao abastecimento doméstico e de nascentes de cursos de água. Proteja e reponha a mata ciliar nas nascentes e cursos de água.

• Preserve as Áreas de Preserva-ção Permanente (APPs). Normal-mente são áreas inaptas para a agricultura como as altas declivi-dades (maior que 100% ou 45°, conforme a legislação).

• Faça o correto manejo e des-tino dos dejetos das criações inten-sivas, com atenção especial para a suinocultura.

• Para a cura do tabaco somente utilize lenha de origem legal. Para

tal, planeje e prepare as áreas para reflorestamento adquirindo mudas de eucalipto de boa qualidade.

• Faça a tríplice lavagem das embalagens vazias de agrotóxicos na hora de esvaziá-las. É neste mo-mento que se consegue eliminar praticamente todos os resíduos. Entregue as mesmas em progra-mas de recolhimento da sua região.

Assim, os cuidados com a preservação ambiental e o uso equilibrado dos recursos naturais se tornam essenciais não só para o desenvolvimento do negócio, mas também para a manutenção e melhoria da qualidade de vida e, principalmente, para a sustentabili-dade das comunidades rurais.

ExpedienteA Revista Alliance de Ouro é uma publicação semestral da Alliance One Brasil Exportadora de Tabacos Ltda.Centro Administrativo - Rua Thomaz Gonzaga, 666 - Vera Cruz/RS - CEP 96880-000 - Contate-nos através do e-mail [email protected]

Comitê Editorial: Claudir Lorencetti, Claudir Paniz, Deise Kanitz, Gilberto Jasiocha, Hilmar Stapenhorst, Irno Mallmann, Leonardo Rambo, Neosildo Zatt, Ricardo Jackisch e Samuel Streck.

Textos: FOUR Comunicação • Jornalista Responsável: Ana Cristina dos Santos - MTb-RS 9072 • Fotos: Carlos Cardoso e Arquivo Alliance One • Projeto Gráfico e Diagramação: Elefante CW • Impressão: Gráfica Serafinense • Tiragem: 30.000 exemplares Colaboradores da Revista Alliance de Ouro

Ricardo JackischDiretor de Produção de Fumo

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Está chegando às suas mãos a segunda edição da Revista Alliance de Ouro, trazendo diversos assuntos do seu interesse. Nesta publicação, o leitor vai encontrar exemplos de boas práticas agrícolas de produtores integrados da empresa e entrevistas com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre legislação e saúde.

Na matéria de capa, teremos a oportunidade de conhecer um produtor catarinense que, junto com a sua família, produz tabaco de qualidade numa propriedade que pode ser considerada modelo em qualquer parte do país. Esta edição

conta, ainda, com produtores exemplares de tabaco que também possuem, em suas propriedades, outras rendas que garantem uma vida mais confortável no campo. São agricultores que utilizam a sua terra de maneira correta, aproveitando cada espaço para produzir, mas sempre preocupados em preservar o meio ambiente.

A primeira entrevista traz informações importantes sobre a atuação do Senar no Estado do Paraná. Na página destinada à saúde, uma entrevista com uma médica que esclarece dúvidas sobre doenças que atingem as mulheres.

As tradicionais receitas também estão presentes. Por fim, a Revista Alliance de Ouro traz um texto sobre o atual cenário do mercado de tabaco no Brasil e no mundo. Boa leitura a todos!

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TABACO NO SUL

Senar-PR busca qualificaçãode produtores e propriedades

Eduardo Figueiredo Mercado, supervisor Regional do Senar-PR

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Nesta edição da Alliance de Ouro, o entrevistado é o supervisor da Regional R3 - Irati - do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) do Paraná. Neste espaço, o engenheiro agrônomo Eduardo Figueiredo Mercado revela a atuação da entidade na qualificação dos produtores paranaenses. Confira a entrevista.

Quais as parcerias do Senar-PR com o setor fumageiro?

Tentamos mostrar, principal-mente, a diversificação, mas o Senar-PR disponibiliza mais de 230 cursos. Porém, deve-se considerar a aptidão e características regionais, como clima e cultura do produtor, que serão decisivos para apostar ou não numa nova atividade ou simplesmente na diversificação.

Quais os cursos do Senar voltados ao produtor de tabaco?

As empresas de tabaco buscam principalmente os cursos de Aplicação de Agrotóxico NR 31. Porém, existem boas experiências com cursos como o Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) - que atende adolescentes de 14 a 18 anos -, Mulher Atual, Gestão, De Olho na

Qualidade Rural e Sol Rural. Hoje, o Senar-PR pensa desde a criança, com o Programa Agrinho, realizado com as escolas municipais e estaduais, como também está investindo no jovem e na mulher. Pensar numa propriedade sem pensar na família é algo inviável, pois ela participa da gestão, da tomada de decisões e das atividades diárias. Entendemos que o produtor tem que ver a propriedade rural como uma empresa o que, nesse aspecto, é atendido com o curso de Empreendedor Rural, em parceria com o Sebrae. Este programa está formando um produtor mais consciente da gestão profissional, pois ele tem uma visão de administração, diagnóstico da propriedade, pró-atividade, empreendedorismo e projeto.

Como os produtores podem participar?

As parcerias são formadas com os Sindicatos Rurais. Onde não há o sindicato, a própria Regional do Senar encarrega-se de fazer a proposta dos cursos mediante a demanda, distribuição do material e emissão dos certificados. A gestão da Regional segue um padrão garantido pelo selo ISO 9001. Há dois anos implantamos o Planejamento Estratégico de Mobilização (PEM). Os cursos são programados dentro de um ano. Assim temos a noção do que irá ocorrer em novembro, por exemplo, dentro do município, com o parceiro “x”, “y” ou “z”. O PEM é revisado no final do primeiro semestre e, no fim do ano, começamos novamente as reuniões municipais para planejar 2012. O produtor sempre terá acesso aos cursos através do próprio orientador de área e do escritório regional do Senar-PR, e também dos sindicatos rurais.

Onde e de que forma atua o Senar no Sul do Brasil?

O Senar possui uma ad-ministração central em Brasília, mas, nos estados, cada um é independente, inclusive com cur-sos diferentes. No Paraná, o Senar está presente nos 399 municípios, garantidos pela distribuição estra-tégica de 15 regionais. Buscamos estar presentes cada vez mais nos municípios. Capacitar é algo que gostamos de fazer, é o nosso negócio e, principalmente, uma responsabilidade.

Como o senhor vê a cultura do tabaco e qual a sua importância para a região Sul do Brasil?

A produção de tabaco é algo tradicional, faz parte da cultura do Sul do país. Hoje é uma das atividades mais bem assessoradas, tanto no aspecto organizacional, como também no aspecto agronômico. Há respaldo e preocupação das empresas em fidelizar seus produtores inte-grados através da assistência técnica, orientação e visitas. É uma garantia de sustentabilidade do próprio negócio.

O setor fumageiro tem focado na diversificação da propriedade rural. O Senar possui projetos nesta área para os produtores de tabaco?

Há interesse dos produtores de tabaco em silvicultura, piscicultura e turismo rural, cursos que vêm se mostrando com uma boa alternativa. O turismo rural também é uma opção interessante. Há regiões do Sul do país com paisagens deslumbrantes e com rincões que guardam história, culinária, construções e uma cultura que não pode ser desprezada. Mas isto precisa ser mostrado com profissionalismo pela família rural.

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Há 25 anos, a família Schneider cultiva tabaco em Linha Fortaleza, em São João do Oeste (SC). Mas na propriedade de 26,3 hectares existem outras culturas, que garantem o sustento dos familiares do produtor Selvino Roberto Schneider, 53 anos. Com ele vivem a esposa Paula, 56 anos e os filhos Ademir, 25, e Adelar, 32, casado com Nádia, 33, e pai de Rafael, 5 anos.

A diversificação é visível na propriedade, já que, além do tabaco, a família produz leite, milho, mel e cria suínos. E é na suinocultura que está o diferencial, pois o produtor possui um sistema de parceria com um frigorífico de Itapiranga (SC). Selvino explica que trabalha com a terminação (engorda) dos animais e que recebe os leitões com 22 quilos cada. “Em 105 dias, os animais estão com aproximadamente 120 quilos e prontos para o abate”, comenta. O produtor também destaca que a empresa entrega a ração pronta e que ele tem o trabalho manual de alimentar os suínos.

Para a família Schneider, a diversificação é muito importante, porque uma atividade compensa a outra, o que garante a permanência no meio rural. Para eles, a união é primordial, pois todos trabalham juntos e pensam sempre em investir nas terras para a permanência dos filhos, assim como para a preservação da natureza. Na propriedade, ainda

existem dois tratores tracionados e um automóvel para uso de todos.

MEIO AMBIENTE – A família Schneider possui um Bio Digestor em sua propriedade, um equipamento que produz gás metano, uma energia sustentável que respeita o meio ambiente. O equipamento foi adquirido através de uma iniciativa do governo. O produtor somente investiu nas instalações, que tiveram um custo aproximado de R$ 90.000,00, também custeado pelo Governo Federal. A produção do combustível é em torno de 100 m³ de gás por dia.

No Bio Digestor é feita a eliminação dos dejetos dos suínos. Após 30 dias no equipamento, os materiais vão para outro tanque (lagoa), onde são utilizados nas lavouras conforme a necessidade. O processo evita o mau cheiro e pode ser aproveitado na terra cultivada para obter maior produtividade e lucratividade, redução de custos e boa conservação do solo, gerando uma excelente fertilidade da terra e ainda preserva a natureza. “O excedente destes dejetos é distribuído para os vizinhos gratuitamente, sendo cobrado somente o transporte”, diz o produtor.

Outro fator importante, que diz respeito ao meio ambiente, é que o gás metano produzido durante o processo é queimado automaticamente para não poluir. Com o tempo, o produtor

pretende ocupar este

combustível na propriedade para o seu consumo e para a comercialização. Ele ressalta que precisa se preocupar com o meio ambiente, já que nas proximidades das suas terras passa o Rio Fortaleza e toda a propriedade é cercada por mata nativa. “É preciso cuidar para que isso não acabe”, argumenta.

SUSTENTABILIDADE

Gestão que auxilia napreservação do meio ambiente

Área da propriedade:26,3 hectares

Benfeitorias1 casa de alvenaria de 13x8m; 2 pocilgas para suínos: 1 de 35x8m e outra de 43x8m; 1 galpão para depósito de 10x10m; 1 galpão para curar fumo de 8x52x3.* Está construindo uma casa de alvenaria de 14x8m para o filho Adelar

ProduçãoTabaco: 5.186 quilos de tabaco Burley. Produtividade de 2.784 quilos por hectare. Previsão para 2012: 35 mil pés em uma área de 1,81 hectares. Estimativa: 4.000 quilos. Responsáveis pela lavoura: Selvino e o filho Ademir.Leite: 16 vacas em lactação com uma produção mensal de 6 mil litros. Responsáveis: Adelar e esposa Nádia.Suínos: 1.800 suínos por ano. Realiza três lotes por ano, com capacidade de 600 animais cada. Possui sistema de parceria com um frigorífico de Itapiranga/SC. Responsáveis: Selvino e Ademir.Mel: 600 quilos por ano. Possui 20 caixas com abelhas na propriedade. Responsável: Selvino.

Outras culturas: 1.500 sacas de milho por ano (700 sacas comercializadas

no comércio local e outras 800 são transformadas em silagem para os bovinos da propriedade). Responsáveis pela lavoura: Selvino e Ademir.Reflorestamento: 1/2 hectare de

eucalipto e 1/2 de uva Japão

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Selvino (ao centro) com a esposa Paula e o filho Ademir

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

Projeto incentivafrequência escolar

O Projeto Ciranda do Conhecimento, resultado de uma parceria entre a Alliance One, Prefeitura de Segredo, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, do CPM da Escola Germinio Rubert e da Emater-RS/Ascar, iniciou em abril de 2010. Entre seus objetivos estão a erradicação do trabalho infantil na produção de tabaco, proporcionando atividades culturais, recreativas, esportivas e de lazer para os estudantes em turno inverso ao das aulas. Estão disponíveis para aos alunos as oficinas de violão, dança alemã e de salão, informática, meio ambiente, acompanhamento escolar e esporte (futsal e voleibol).

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Os amigos Cleison Mateus Rabuske, 13 anos, e Bruno Cauan Limberger, 12, são praticamente inseparáveis. Morando em pro-priedades vizinhas, desde muito pequenos frequentam a Escola Municipal de Ensino Fundamental Germinio Rubert, no município de Segredo (RS). A diferença de idade colocou os dois meninos em séries diferentes. Enquanto Cleison está na 8ª série, Bruno cursa a 6ª série do Ensino Fundamental. Mas este momento de separação dos grandes amigos acaba no turno inverso ao da escola, quando participam das oficinas do Projeto Ciranda do Conhecimento.

Cleison, filho dos produtores integrados da Alliance One, Ildo e Maria Lúcia Rabuske, participa das aulas de dança alemã e de salão, de violão e de informática, ficando na escola nas segundas, quartas e quintas-feiras à tarde. Filho do agente de saúde Clécio Vianei e da professora Marliza Marlene

Limberger, tam-bém produtores in- tegrados da em- presa, Bruno per- manece na escola nas segundas, quar-tas e sextas-feiras para as oficinas de dança alemã e de salão, de violão e esporte. Participa também do reforço

de Língua Portuguesa e das aulas de informática. Cleison frequenta ainda o reforço de Matemática.

Os dois alunos destacam que preferem permanecer na escola para as oficinas do que ficar em casa apenas brincando. “É um grande aprendizado”, argumenta Cleison, que tem mais três irmãos. Bruno também só tem elogios para as aulas. “É tudo muito organizado, os professores são bons e sempre procuram tirar as nossas dúvidas”, explica Bruno, que tem uma irmã de 10 anos. Eles revelam que, depois que começaram a participar das oficinas, o desempenho escolar também melhorou. Cleison está no último ano do Ensino Fundamental, o que significa que vai sair da escola. “Mas vou continuar estudando porque quero ser técnico agrícola”. Bruno revela que não quer sair da propriedade da família. “Quero ser agricultor”, afirma com segurança.

A diretora da Escola Germinio Rubert, Márcia Ghiel Ecke, 33 anos,

salienta que o projeto conta hoje com 80 alunos. “Estamos muito satisfeitos, pais e professores, pois sentimos que os estudantes melhoraram seu desempenho escolar, além de ter a oportunidade de participar de oficinas que não são comuns no interior”, frisa ela. Professora das séries iniciais, Márcia revela que a escola conta com 220 alunos matriculados e que, para participar dos projetos, é preciso 75% de frequência escolar. “E eles não faltam”, destaca a diretora, lembrando que outros alunos esperam por uma oportunidade de participar do projeto. Márcia destaca a participação dos pais nas aulas de educação ambiental, nas quais são ministrados assuntos como administração da propriedade, autoestima da famí-lia rural, organização, importância de produzir outras culturas, entre outros assuntos.

Cleison e Bruno já se saem muito bem com seus violões

Diretora Márcia na sala de informática

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A força da famíliano sucesso da propriedade

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Quem passa pela BR 101 em terras catarinenses com destino ao sul do Brasil avista parte da propriedade do produtor Ézio Budni, 59 anos, localizada a poucos metros da estrada, em Linha Santa Cruz, no município de Içara (SC). Olhando da rodovia, pode-se ver que há organização e que o traba-lho é constante, mas não é possí-vel ter uma ideia da produtivida-de alcançada pela família. Na propriedade de 34 hectares – total com o arrendamento de outras áreas – são cultivados o tabaco, o milho, o feijão e outras culturas para a subsistência familiar, além da produção de leite, que é comercializada com uma empresa de Rio Fortuna (SC).

A família é a responsável pela gestão da propriedade, pois cada um contribui de alguma forma para o crescimento dos negócios. Do casamento de Ézio com Maria de Fátima Mrotskonski Budni, 50 anos, nasceram os filhos Anderson, 32, Keli, 23, e Gustavo, 18. Anderson

é casado com Rejane, 27 anos, com quem tem o filho Murilo Eugênio, de apenas um aninho. Eles moram em uma casa construída há três anos, bem próximo da residência do pai de Anderson. Keli namora Genésio Generoso, 29 anos, que também trabalha na propriedade.

Preocupados com o futuro, os filhos procuram se qualificar para melhorar a gestão nas terras dos Budni. Por intermédio da Alliance One, Anderson fez o curso

de Administração e Economia Rural, ministrado pelo Senar de Santa Catarina. Keli é formada em Administração de Empresas pela Unisul, de Içara. “Sempre gostei de estudar e achei que fazer um curso superior poderia me ajudar a administrar a nossa propriedade”, ressalta. Já Gustavo cursa o 2º ano do Ensino Médio e ain-da está em dúvidado que vai fazerno futuro.

Família Budni

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GENTE ALLIANCE ONE

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DiversificaçãoA diversificação sempre fez par-

te da vida de Ézio Budni. Há 35 anos, a propriedade tinha na produção de mandioca a sua principal cul-tura. “Na região, era tradicional a produção de farinha de mandioca e as propriedades tinham até en-genho”, lembra o produtor. Na busca de novas culturas, Budni começou a produzir tabaco, milho e feijão. Ele salienta que o tabaco sempre foi mais lucrativo, mas plantar outros produtos dá mais segurança, porque o produtor não fica dependente. “Este ano, por exemplo, tivemos um lucro muito pequeno com o feijão, já o milho foi bem melhor”, acrescenta.

Os cuidados com a lavoura são destacados pelo supervisor Roque Bernardy e o orientador André Kreibich. Para eles, o tabaco pro-duzido pela família tem boa quali-dade porque todos se empenham na produção e seguem à risca as orientações da empresa. “Hoje uti-lizamos o sistema de camalhão de base larga, que nos proporciona economia de mão de obra e tran-quilidade para trabalhar”, argu-menta Ézio, revelando que, para a safra 2012, já foram contratados 200 mil pés de fumo. Ele também explica que contrata de 3 a 4 pes-soas para ajudar na colheita. “Mas só para colher, o restante do tra-balho nós mesmos fazemos”, frisa

o produtor.A preocupação com o meio am-

biente é evidenciada pela partici-pação nos programas de descarte de lixo e de Recolhimento de Em-balagens de Agrotóxicos. A pro-priedade conta, ainda, com uma área de reflorestamento de 5 hec-tares de eucalipto. “Já usamos des-ta lenha, mas este ano decidimos comprar e, em 2012, vamos voltar a utilizar desta madeira”, explica Anderson. Há ainda um pequeno açude, de onde a família retira pei-xes para o consumo, próprio. Con-tente pelo que já conquistou até o momento, Ézio Budni tem na famí-lia a sua força e, principalmente, o futuro da sua propriedade.

A propriedadeÁrea total: 34 hectares (total com áreas arrendadas)Fumo: 12 hectares (34 mil quilos na Safra 2011)Milho: 3 a 3,5 mil sacas por ano (120 a 130 sacas por hectare)Feijão: 1 mil sacas (30 sacas por hectare em 2011)Reflorestamento: 5 hectares de eucaliptoProdução leiteira: 150 litros por dia (15 vacas)

Benfeitorias4 estufas de ar forçado 2 casas de alvenariaGalpão

Veículos2 tratores equipados para a agricultura1 colheitadeira1 caminhão4 automóveis

Orientações são seguidas à risca pelos produtores Propriedade conta com 4 estufas de ar forçado

Canteiros têm produção de 200 mil mudas Ézio Budni junto a um dos tratores

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QUALIDADE DE VIDA

Diagnóstico precoce é ogrande aliado da saúde da mulher

A ginecologista e mastologista Raquel Ferri fala sobre a importância de diagnosticar precocemente os cânceres de mama e de colo do útero

Raquel Ferri, ginecologista e mastologista

Colo uterinoConforme a especialista, evitar o câncer de colo do útero

é impedir o contágio pelo HPV (Papiloma Vírus Humano), que é transmitido à mulher por meio das relações sexuais. A prevenção desta doença acontece através de vacina, mas ela possui um custo muito elevado. Outra forma de prevenção ao vírus, com custo mais baixo, é o uso do preservativo em todas as relações sexuais. Para a detecção precoce da doença é necessário que toda mulher, a partir do momento que inicia a vida sexual, faça o exame preventivo

uma vez ao ano. “O Papanicolau é o exame preventivo do câncer de colo do útero, ele não evita a infecção, mas detecta a lesão causada pela infecção, permitindo o seu tratamento, o que impede o desenvolvimento do câncer”, esclarece a ginecologista.

SAIBA MAISAssim como a prevenção dos demais cânceres, a atividade física e uma boa alimentação são fatores positivos para

auxiliar com a saúde da mulher. A ingestão de comida industrializada, alimento rico em gordura e carne vermelha são fatores muito prejudiciais. Para prevenir qualquer doença, as mulheres devem procurar o seu médico ou buscar atendimento nos postos de saúde mais próximos.

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A preocupação com a saúde da mulher é fundamental, tanto na cidade como no interior, e visitar periodicamente o ginecologista faz parte da prevenção de diversos males. Durante as consultas, o médico especialista consegue examinar e identificar precocemente doenças silenciosas

como, por exemplo, o câncer de mama e o de colo do útero. Este primeiro é diagnosticado através da mamografia, e o segundo por meio do exame preventivo chamado de pré-câncer ou Papanicolau. Quanto antes descoberto, mais fácil é o tratamento e mais provável é a cura. “A mulher precisa ter acesso aos exames e fazer o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo acontecer o diagnóstico, mais fácil o tratamento”, ressalta a ginecologista e mastologista Raquel Ferri.

De acordo com a médica Raquel, se a mulher não tem histórico familiar de câncer de mama, ela deve começar a fazer a mamografia a partir dos 40 anos. “Não tem um período para terminar de fazer a mamografia, enquanto a mulher tem saúde, que pode ir ao médico, ela mantém o exame uma vez ao ano”, aponta a médica. Já para as mulheres que têm alguém da família com a doença, deve realizar

o exame aos 35 anos ou 10 anos antes da idade que a familiar descobriu a enfermidade. “Em se tratando de câncer de mama, não há prevenção e sim diagnóstico precoce, que passa por uma mamografia de qualidade”, diz ela.

Sobre o autoexame das mamas, a médica diz ser importante para aquelas mulheres que não fazem a mamografia todos os anos. “A mulher que tem condições de fazer o exame radiológico uma vez ao ano ou se necessário com mais frequência, ele é sempre mais eficiente que o autoexame”, destaca ela. Ainda de acordo com a mastologista, toda mulher tem direito ao exame, seja ela moradora do interior ou da cidade. Às vezes, o que difere é que a mulher do campo tem mais dificuldade de acesso devido ao deslocamento. “Na verdade, o que falta é um acesso fácil da mulher do campo, ou de onde for, ao aparelho de mamografia”, expõe.

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SAÚDE E SEGURANÇA

Produtores se adaptamàs exigências da legislação vigente

Depósito de Agrotóxicos, local exigido por lei para armazenar os agrotóxicos e suas embalagens, está sendo construído pelos agricultores em suas propriedades rurais

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Herbert Augusto Schütz achou importante construir o armário

O Termo de Compromisso exige a construção de edificações adequadas para o armazenamento de agrotóxicos e embalagens nas propriedades rurais, por isso abaixo seguem alguns cuidados que devem ser tomados:• O local do Depósito de Agrotóxicos deve ser a mais de 30 metros de locais habitáveis, de fontes de água e de armazenamento e consumo de alimentos, medicamentos e

outros utensílios.• As paredes e as coberturas do local devem ser resistentes, assim como depósito deve ser

chaveado e destinado somente para o fim.• No local, devem ser colocadas placas com aviso que o local é perigoso.• O acesso aos produtos deste depósito deve ser restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los corretamente.• Animais e crianças não devem ter acesso ao local do Depósito de Agrotóxicos.• O local deve permitir a possibilidade de estar sempre limpo e livre de contaminação.

Douglas e Alberi também já se adequaram à Lei

Os produtores integrados da Alliance One, Alberi Severo, 55 anos, de Linha Henrique D’Ávila, e Herbert Augusto Schütz, 42, de Linha Sítio, ambos de Vera Cruz (RS), já construíram em suas propriedades o Depósito de Agrotóxicos, espaço exigido por lei para armazenar os agrotóxicos e suas embalagens. Conforme o Termo de Compromisso assinado entre empresas do setor e o MPT-RS, o depósito deve ser feito de material resistente, chaveado e destinado somente para esta finalidade. E o acesso aos produtos é restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los corretamente.

Alberi Severo, que possui 11 hectares de terra e trabalha com tabaco há 40 anos, construiu o Depósito de Agrotóxicos há seis meses e se adequou às exigências antes delas entrarem em vigor por ver que esta atitude é necessária para continuar na atividade, principalmente porque a renda da família depende da cultura. “O Depósito de Agrotóxicos protege o meio ambiente e não contamina outros alimentos”, comenta. Além de

plantarem tabaco, Severo, a esposa Maria Liane, 49, e o filho Douglas Tiago, 25, cultivam milho e produtos de primeira necessidade. Nas terras da família eles produzem 22 mil quilos de tabaco. O plantio direto predomina em 80% da produção das suas lavouras e utilizam o camalhão feito com arado Iadel tracionado a trator.

Já o agricultor Herbert Augusto Schütz, que possui 13,8 hectares de terra e cultiva o tabaco há 17 anos, construiu o Depósito de Agrotóxicos há um ano para atender a legislação vigente e por ser uma necessidade da propriedade. Conforme o produtor, o depósito é importante, pois ele gera maior segurança contra contaminação do meio ambiente e acesso de animais e crianças. Schütz conta também com lavoura de milho e cria gado e suínos. Em sua propriedade, ele produz 16 mil quilos de tabaco e o diferencial da plantação está no plantio direto e na conservação do solo.

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GESTÃO DA PROPRIEDADE

O sucesso dafamília Kleine

O produtor Reinaldo Kleine, 59 anos, e a esposa Norma, 50, sempre apostaram na diversificação da sua propriedade, produzindo milho, verduras, frutas e leite, além das criações de frangos e suínos. Há 29 anos, buscando novas culturas, o casal resolveu apostar também no tabaco, tornando-se produtores integrados da Alliance One. Da uni-ão de Reinaldo e Norma, nasceram os filhos Márcio, 27 anos, Charles, 25, Fernando, 18, e Kátia, 16 anos.

Na propriedade de 29 hectares, localizada em Rio do Oeste (SC), vivem Reinaldo, Norma, o filho Márcio e a esposa Beatriz. Considerada um exemplo de sucesso na região, a propriedade conta com 13 hectares de áreas cultivadas com milho e tabaco, mais três de reflorestamento com eucalipto e oito de mata nativa.

As instalações ocupam dois mil metros quadrados e a pastagem é encontrada em outros três hecta-res. O sustento financeiro vem da comercialização de dez toneladas anuais de tabaco, das 150 sacas de milho por hectare e dos 1,5 mil litros mensais de leite, o que comprova que a diversificação é o principal lema da família .

Preocupados com a preservação do meio ambiente, os Kleine implantaram na propriedade o sistema de plantio direto, conservação de solo com a aplicação adequada de fertilizantes e corretivos. Além disso, realizam rotação de culturas entre as áreas de plantio e manejo do gado. Uma parte do que é produzido é transformada em ração e silagem, que, posteriormente, servirá de alimento ao gado leiteiro.

Inovadores em tecnologia e apreciadores do conforto familiar, aproveitaram a oportunidade em 2008 para adquirir um bom carro e melhorar o sistema de cura do tabaco utilizado.

Com tanta diversificação, a família Kleine ainda reserva tempo para o convívio na comunidade. “Tudo que estamos fazendo é para deixar a propriedade em condições para que os filhos e netos possam permanecer no campo, dando continuidade ao trabalho de diversificação e cuidado com o meio ambiente da família”, afirma Reinaldo Kleine.

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Beatriz, Márcio, Norma e Reinaldo trabalham na propriedade dos Kleine

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VARIEDADES

BOLO DE MANDIOCA E COCO

INGREDIENTES:4 ovos2 xícaras de chá de açúcar1 Kg de mandioca crua e triturada100g de coco 100g de margarina derretida½ xícara de leite morno 1 colher de sopa de fermento em pó

PREPAROBata as claras em

neve e adicione as gemas. Acrescente o açúcar, a mandioca e o coco, misturando levemente. Junte a margarina, o sal, o leite e o fermento.

Coloque em forma média untada e polvilhada. Asse em forno quente por aproximadamente 30 minutos.

Receita enviada por Janete Lodi, de Nossa Senhora Aparecida, Ibiraiaras (RS)

Receita enviada por Neli Valmira W. Sabin, de Linha Sinimbu, Paraíso do Sul (RS)

TORTA LIGIAINGREDIENTES1ª Camada6 gemas 6 colheres de açúcar6 colheres sopa de farinha de trigo6 colheres sopa de leite de vaca4 colheres sopa manteiga ou margarina2 colheres sopa de fermento instantâneo- Misturar tudo e assar em forno quente

2ª Camada1 pacote de coco ralado1 xícara de açúcar 1 copo de água - Cozinhar até ficar um creme

3ª CamadaCozinhar 1 lata de leite condensadoA mesma medida da lata de leite de vaca1 colher de sopa maizena

4ª Camada6 claras em neve12 colheres de sopa de açúcar- Depois levar ao forno por mais ou menos 5 a 10 minutos

Quer participar deste espaço e ganhar um avental? Então entregue sua receita para o seu orientador agrícola ou envie para o e-mail [email protected]. As receitas publicadas recebem um avental personalizado. Participe!

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PREPAROMontar a torta intercalando as camadas

com pão de ló e decorar a gosto.

Obs.: Pode ser também sem a 2ª camada

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CENÁRIO

Planejar para lucrar

As expectativas para 2012

Uma síntese de 2011

Chegou o momento de refletirmos sobre a safra que passou, suas dificuldades e aprendizados. Também, durante o segundo semestre de 2011, já iniciamos uma nova etapa, repleta de anseios e planos. Na última edição da revista Alliance de Ouro, destacamos diversas questões que podem, seriamente, desestabilizar a cadeia produtiva do tabaco como a depreciação do dólar perante a moeda brasileira, a queda da demanda, o aumento da produção de tabaco em países africanos e os elevados estoques mundiais, que ganharam força nos últimos tempos. Enfim, são várias as dificuldades que precisamos superar através de um planejamento técnico e financeiro adequados.

Agora é olhar para frente! Precisamos, todos, indústria e produtores, planejar melhor a área a ser cultivada e adaptar nosso plantio de acordo com nossa capacidade de produção, de cura

e de mão de obra. Faz-se necessário planejamento financeiro, com previsão das receitas, dos débitos e, principalmente, a redução do endividamento do produtor. E é nesse aspecto que

a Alliance One, pensando na sustentabilidade do sistema de produção integrado, mais uma vez disponibiliza insumos agrícolas com preços bastante atrativos ao seu produtor. Essa

iniciativa da empresa viabilizará uma produção com menor custo e, consequentemente, irá gerar melhor e maior rentabilidade por hectare. Nesse sentido é fundamental escolher

o estilo ideal de tabaco a ser produzido de acordo com as características exigidas pelos clientes. O produtor deve buscar essa e outras informações junto ao Orientador

Agrícola. Atenção redobrada também à classificação. Assim como em 2011, quanto melhor classificado for o tabaco e livre de material estranho, melhor será valorizado o produto final e maior será o retorno financeiro. Nessa nova safra novamente será muito valorizado o produtor fiel a empresa, que cumpre seu Contrato de Compra e Venda de Tabaco e respeita as questões relacionadas à proteção da criança e do adolescente, ao meio ambiente e à saúde e segurança do trabalhador rural.

A safra 2011 foi marcada por elevada produtividade em todas as áreas de cultivo. Tanto o tabaco Virgínia quanto o Burley tiveram uma produtividade histórica por hectare. Em contrapartida, a qualidade da safra ficou abaixo do esperado pelo produtor e pelas indústrias. Mesmo assim, com todas as dificuldades de exportação em função da defasagem cambial e a retração dos clientes mundiais, as empresas garantiram a compra integral da safra, sendo a Alliance One a empresa que liderou o movimento de garantir ao seu produtor integrado a aquisição de toda a safra e os eventuais excedentes. Outro aspecto positivo da safra 2011 foi a redução drástica de empresas e compradores oportunistas, o que fortaleceu o sistema integrado.

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