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C3E3 B ravus CAMAR CADAR CAFAR EAOEAR EAOAP EIAC CIAAR CORPO DE ALUNOS MAIO DE 2015

Revista CIAAR Bravus

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Revista desenvolvida para a turma Bravus, do curso de treinamento do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica.

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Page 1: Revista CIAAR Bravus

c3e3

Bravus

cAMAR ≈ cADAR ≈ cAFAR ≈ eAOeAR ≈ eAOAP ≈ eIAc

c I A A R ≈ cO R P O D e A LU N OS ≈ M A I O D e 2 015

Page 2: Revista CIAAR Bravus
Page 3: Revista CIAAR Bravus

3

Há mais ou menos quatro meses atrás, numa

madrugada como outra qualquer, um grupo

desordenado de cento e poucas pessoas

encontrava-se pela primeira vez.

Ainda que alguns já tivessem estudado juntos, con-

versado, trocado dicas e até mesmo se encontrado, era

a primeira vez que aparecia o “rascunho do esboço do

projeto do Terceiro Esquadrão”.

Aí então um bagunçado, assustado e desalinhado

Terceiro Esquadrão.

Para aquelas pessoas, não era uma madrugada qual-

quer. Era a primeira de muitas que trariam consideráveis

desafios.

Ficar longe de pais, mães, irmãos, filhos, maridos,

esposas e amigos saudosos para se fechar em uma

rotina desgastante. Talvez esse o maior desafio nas duas

primeiras semanas de internato, quando nem as rápidas

ligações ou mensagens pelo telefone faziam aplacar a

EDITORIAL

dor da saudade, a expectativa pelo desconhecido e a

angústia das dúvidas.

Pra que tudo aquilo? Ficar ou ir embora? Obedecer

ou questionar? Será que aquela era a escolha certa?

Nem todas as palavras do mundo e nem os melho-

res escritores da História poderiam descrever o que se

passou com cada um, as mudanças que aconteceram na

postura, na forma de ver e valorizar as coisas, na manei-

ra de lidar com o outro, enfim, no interior e exterior (sim,

alguns emagreceram, ficaram mais fortes ou se lesiona-

ram) de cada estagiário.

Mas é sobre um pouquinho desses desafios, sobre

as experiências vividas, sobre as amizades formadas e

sobre as mudanças provocadas que trata esta revista.

Embora não seja possível demonstrar em linhas e

imagens todos os sentimentos pelos quais o Terceiro

Esquadrão teve que passar até chegar a se tornar a

Turma Bravus, aqui estão registrados alguns momentos

da nossa rotina e dos nossos desafios, o pior e o melhor

de nós. É um tanto do que nos define, do que nos forjou

Oficiais da Força Aérea Brasileira e o que gostaríamos de

compartilhar com você, leitor!

Est Emília

Page 4: Revista CIAAR Bravus

4 Revista Bravus

A criação da Força Aérea Real (Reino Unido) em 1918, da Força Aérea Ita-

liana (Regia Aeronautica) e da Força Aérea da França durante a década

de 1920, levou à idéia de unir o poder aéreo brasileiro sob a mesma

organização. Juntamente com esses eventos, os estrategistas brasileiros também

foram influenciados pelas teorias de Giulio Douhet, Billy Mitchell e Hugh Montague

Trenchard.

O primeiro manifesto público para criar um serviço aéreo militar integrado surgiu

em 1928, quando um major do exército chamado Lysias Rodrigues escreveu um artigo

chamado “Uma necessidade premente: o Ministério do Ar”. Dois anos mais tarde, a

Missão Militar Francesa, trabalhando para o Exército Brasileiro, deu os primeiros pas-

sos para organizar um braço aéreo nacional. A ideia recebe maior apoio quando um

grupo de aviadores brasileiros vieram da Itália em 1934 e explicaram as vantagens de

se ter uma aviação militar unificada. Além disso, a Revolução Espanhola e os primeiros

movimentos da Segunda Guerra Mundial, no final dos anos 1930, mostraram a impor-

tância do poder aéreo para as estratégias militares.

Um dos principais defensores do plano para criar uma força aérea independente

foi o então presidente Getúlio Vargas. Ele organizou um grupo de estudos no início

de 1940 e toda a estrutura do Ministério da Aeronáutica foi criada no final desse

ano. Esta nova agência governamental era a responsável por todos os aspectos da

aviação civil e militar, incluindo regulação, infraestrutura e organização.

Formalmente, o Ministério da Aeronáutica foi fundado em 20 de janeiro de 1941 e

o seu ramo militar foi chamado “Forças Aéreas Nacionais”, alterado para “Força Aérea

Brasileira” (FAB) em 22 de maio daquele ano. Os ramos aéreos do Exército (“Aviação

Militar”) e da Marinha (“Aviação Naval”) foram extintos e todo o pessoal, aeronaves,

instalações e outros equipamentos relacionados foram transferidos para a FAB.

A fORçA AéREA bRAsILEIRA

Page 5: Revista CIAAR Bravus

5

O ano de 1944 ficou marcado, na

História do Brasil, por um episódio

ainda hoje pouco conhecido pela

maioria dos brasileiros: o envio do 1°

Grupo de Aviação de Caça da Força

Aérea Brasileira (1° GAvCa) à Itália,

com a missão de integrar o 350th Fi-

ghter Group da então Força Aérea do

Exército dos Estados Unidos (USAAF)

para combater as forças do Eixo.

Entre outubro de 1944 e maio de

1945, o 1° Grupo de Aviação de Caça

voou 445 missões de guerra, tendo

dezesseis caças Republic P-47D

“Thunderbolt” abatidos pela artilha-

ria antiaérea alemã. Cinco pilotos

morreram em combate e quatro em

acidentes. Outros onze saltaram de

pára-quedas, dos quais cinco foram

feitos prisioneiros, três conseguiram

esconder-se até o final da guerra e

outros três conseguiram saltar sobre

território amigo.

No total, quarenta e nove oficiais

aviadores foram enviados ao Tea-

tro de Operações do Mediterrâneo

(MTO), mas ao final de pouco mais de

seis meses de atividades o grupo viu-

-se reduzido a apenas 23 pilotos dis-

poníveis, já que o Governo Brasileiro

não enviara reposições suficientes

para os pilotos abatidos em com-

bate ou afastados do vôo. Nem por

isso, o mesmo número de missões

diárias deixou de ser cumprido, com

pilotos chegando a voar duas e até

mesmo três missões no mesmo dia,

com o esforço máximo acontecendo

durante a Ofensiva da Primavera, em

abril de 1945.

Durante o período de 06 a 29 de

abril de 1945, o Grupo de Caça Brasi-

leiro voou 5% das saídas executadas

pelo XXII Comando Aéreo Tático e, no

entanto, foram oficialmente atribuídos

aos brasileiros 15% dos veículos des-

truídos, 28% das pontes destruídas,

36% dos depósitos de combustível

danificados e 85% dos depósitos de

munição danificados.

Em terra, sob condições adversas

e sob temperaturas muito abaixo

das que estavam habituados, mais

de trezentos homens trabalhavam

na manutenção e rearmamento dos

P-47 Thunderbolt , bem como em toda

a estrutura por trás das operações,

mantendo o 1° GAvCa com um dos

maiores índices de disponibilidade do

Teatro de Operações do Mediterrâneo.

Com isso, o 1° GAvCa foi uma das

duas únicas unidades estrangeiras

condecoradas com a “Presidential

Unit Citation”, condecoração conce-

dida pelo Governo Norte-Americano

às unidades que se distinguiram

por “haver demonstrado heroísmo,

determinação e espírito de corpo no

cumprimento de sua missão em um

dado período, sob extrema dificuldade

e condições de perigo de forma a se

destacar das outras unidades partici-

pantes da mesma campanha”.

Fonte: Wikipedia

1º GRupO DE AvIAçãO DE CAçA

Page 6: Revista CIAAR Bravus

6 Revista Bravus

A história do CIAAR inicia-se em 1933, quando

foi sediado, em Belo Horizonte, o 4º Regi-

mento de Aviação do Exército Brasileiro. Nos

anos seguintes, a nomenclatura foi alterada diversas vezes,

como Destacamento de Base Aérea, Núcleo do Regimento

de Aviação, 4º Corpo de Base Aérea e, com a criação do

Ministério da Aeronáutica, em 1941, Base Aérea de Belo

Horizonte.

Em 1982, foi criado o Centro de Instrução de Graduados

da Aeronáutica (CIGAR), com a missão de formar a primeira

turma do Quadro Feminino de Graduadas, tornando-se

pioneiro na formação da mulher militar para a Aeronáutica.

Em 26 de setembro de 1983, nasceu o Centro de

Instrução e Adaptação da Aeronáutica, onde passaram a

ser formados diversos quadros para a Força Aérea. Hoje, a

MISSÃO do CIAAR é capacitar pessoas para o desempenho

da função como Oficial subalterno e intermediário na FAB.

A cada dia, o CIAAR firma-se como referência na área de

ensino do Comando da Aeronáutica.

A VISÃO da Organização é ser reconhecida como uma

escola de excelência na Aeronáutica, onde melhor são

formados os oficiais dos primeiros postos.

LEMA do CIAAR: Ser, Saber, Agir e Liderar (atitudes

imprescindíveis ao exercício do oficialato).

CIAAR

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7

Escudo português com o chefe diminuto em blau (azul-

-ultramar), esmalte que simboliza a justiça, a lealdade e a

fidelidade, atributos inerentes aos componentes da Organi-

zação. À destra, o gládio alado em prata (branco), símbolo

da Força Aérea Brasileira. Subposto ao gládio encontram-

-se duas estrelas pentalfas, também, em prata (branco),

designativas do posto do Comandante da Organização,

Brigadeiro-do-Ar. À sinistra; a sigla da Unidade, “CIAAR”, em

prata (branco): Centro de Instrução e Adaptação da Aero-

náutica, cuja criação deu-se em 26 de setembro de 1983.

Campo em blau (azul-ultramar) tendo no coração um

triângulo eqüilátero, em goles (vermelho), símbolo que o

Estado de Minas Gerais carrega em sua bandeira. Unida-

de da Federação que sedia a Organização, esse triângulo

remonta à primeira insígnia pertencente à Unidade de

Aviação pioneira alocada nas instalações militares da Pam-

pulha, nos idos de 1934. Sobre o triângulo, aparece uma

águia estendida e estilizada em prata (branco), metal que

representa a visão prospectiva da nobreza da missão de

ensino no âmbito das Forças Armadas. A águia traduz-se na

vitória, na prosperidade, no poder e no espírito de liderança

que podem ser alcançados através da formação do Oficial.

No peito desta, visualiza-se uma silhueta em goles (verme-

lho) de uma lâmpada originária das lendas árabes, simboli-

zando a “luz do conhecimento”, através do qual os alunos e

estagiários alcançarão o oficialato.

Em contrachefe, encontra-se a frase “AD STELLAS

DOCERE”, significando “educar para as estrelas”, em prata

(branco).

Contorna o escudo um filete em prata (branco),

evidenciando o nível do Comando da Organização: Oficial-

-General.

HERáLDICACIAAR

Page 8: Revista CIAAR Bravus

8 Revista Bravus

AuTORIDADEs

Exma Sra Dilma RousseffPresidente da República

Exmo Ten Brig ArRaul BOTELHODiretor do DEPENS

Exmo Sr Jaques WagnerMinistro da Defesa

Exmo Sr Ten Brig ArNivaldo Luiz ROSSATOComandante da Aeronáutica

Page 9: Revista CIAAR Bravus

9

pALAvRAs DO COmAnDAnTE

Bravus, nome que escolheram para simbolizar esta turma de Médicos,

Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros, Capelães e tantas especialida-

des que se inserem hoje no novo Quadro de Oficiais de Apoio.

Ao escolher este nome, a Turma Bravus demonstra coragem, determinação e

confiança dos que acreditam na capacidade de vencer obstáculos individuais. Em

pouco tempo foram capazes de absorver conceitos e valores militares, incorporando

as características essenciais para o exercício do Oficialato.

Certamente encontraram barreiras, mas fazendo prevalecer o espírito de corpo,

com coragem para lutar, souberam triunfar e tornaram-se vencedores.

É gratificante poder compartilhar essa conquista.

Mostrem o aprimoramento profissional que adquiriram neste Centro de Instru-

ção e Adaptação nas Unidades para as quais forem designados. Continuem dedica-

dos, sendo verdadeiros suportes, ora chefiando, ora assessorando ou executando as

múltiplas etapas das atividades atribuídas à Força Aérea. Não esqueçam jamais des-

te Centro e da equipe de instrutores que trabalhou, diuturnamente, para entregar-

-lhes as ferramentas adequadas para o “MANDO” e para a “LIDERANÇA”.

Orgulhos da Força Aérea, com a certeza de que serão líderes exemplares, cum-

primento todos pela formidável lição de determinação e entusiasmo e pela grande

vitória.

Que venham outros sonhos, porque este, Turma Bravus, já foi conquistado!

Exmo Sr Brig Ar Robson GRANDELLEComandante do CIAAR

Page 10: Revista CIAAR Bravus

10 Revista Bravus

Para cumprir essa nobre

tarefa de formar Oficiais

para a Aeronáutica, o Cen-

tro de Instrução e Adaptação da Aero-

náutica (CIAAR) possui um Corpo de

Alunos (CA), constituído por Oficiais

instrutores, altamente qualificados.

O Corpo de Alunos é o setor do

CIAAR responsável por orientar e dou-

trinar, diretamente, todos os alunos

e estagiários do CIAAR, fornecendo

uma sólida base à formação militar dos alunos, contribuin-

do com a área acadêmica no sentido de construir a identi-

dade militar dos futuros Oficiais da Aeronáutica. É subdivi-

dido em Esquadrões, sendo que cada Esquadrão tem por

atribuições a coordenação das atividades administrativas e

de apoio aos discentes e o trato de assuntos relativos à for-

mação moral, cívica e social dos alunos e estagiários, bem

como a execução da instrução referente ao campo militar

dos currículos dos diversos cursos e estágios.

Corpo de Alunos

CORpO DE ALunOs

Page 11: Revista CIAAR Bravus

11

AuTORIDADEs

MARCELO BORGES Coelho 1º Ten Esp CTAAdjunto

Eliana Milagres PERON 2º Ten QOCON EFIAdjunto

CYNTHIA Henrique Duarte 1º Ten QCOA PEDAdjunto

JOEL de Castro Sales Maj AvComandante

Rodrigo FONSECA da Silva Rosa Maj AvComandante

EDUARDO Vítor de Jesus 1º Ten InfChefe

Luiz Guilherme da Silva MAGARÃO Cel AvComandante do Corpo de Alunos

JOERBET Morais Ferreira 1º Ten Esp COMAdjunto

1º e 2º esquadrões 3º esquadrãoseção de doutrina

e instrução militar

Page 12: Revista CIAAR Bravus

12 Revista Bravus

A Cadeia de Liderança foi criada com o objetivo de aperfeiçoar a

formação dos futuros oficiais no CIAAR, além de ser um elo facili-

tador entre os Alunos e seus respectivos Comandos. A Cadeia de

Liderança é composta por nove militares do 2° Esquadrão (Turma Invictus) e um

dos critérios de seleção é o desempenho militar dos Alunos durante o 1° ano do

Curso de Formação de Oficias Especialistas (CFOE).

Os membros da Cadeia de Liderança possuem características em comum

para o cumprimento da missão de guiar os esquadrões: o esmero no desempe-

nho das atividades, a pronta disponibilidade para orientar e a busca constante

pela melhoria pessoal. Tais características culminam na criação de um padrão

de comportamento e modelo moral a serem seguidos pelos outros esquadrões,

facilitando assim a formação do valor militar.

A interação entre os Esquadrões é permeada pelo mais puro espírito de

camaradagem, propiciando a comunhão dos valores, princípios e virtudes.

A troca de experiências com a Cadeia de Liderança permitiu que os desafios e

sacrifícios das etapas vencidas pudes-

sem impregnar o Esquadrão BRAVUS

do Espírito de Corpo, elemento intan-

gível, porém essencial para a criação

de um grupo coeso e disposto para o

cumprimento de qualquer missão.

Obrigado, Esquadrão BRAVUS, pela

paciência com nossas limitações, pela

oportunidade de participar da sua

formação militar e por nos permitir

enxergar a parte mais nobre da mis-

são de liderar: SERVIR.

Cadeira de Liderança Invictus

CADEIA DE LIDERAnçA

Page 13: Revista CIAAR Bravus

13

AApós a captação de

candidatos civis e

militares por meio de

concurso público, vem a importan-

te fase da formação e adaptação

dos novos alunos e estagiários

para a carreira militar e para o

Oficialato.

Nesta etapa está inserida a

Ajudância do Corpo de Alunos que

executa as atribuições administrativas afetas ao Setor

de Pessoal para o corpo discente.

Nela é produzida e por ela tramita toda a documen-

tação pertencente ao aluno/estagiário.

Possui em sua composição atual um Oficial e sete

Graduados da especialidade de serviços administra-

tivos.

Ajudância do Corpo de Alunos

CADEIA DE LIDERAnçA

AJuDÂnCIA DOCORpO DE ALunOs

Page 14: Revista CIAAR Bravus

14 Revista Bravus

Ajudância da Divisão de Ensino

LIANA Caron de Oliveira Ten Cel Psc Chefe da Divisão de Ensino

DIvIsãODE EnsInO

Page 15: Revista CIAAR Bravus

15

Batalhão de Infantaria - 73

Seção de Educação Física - SEF

ApOIODIvIsãODE EnsInO

Page 16: Revista CIAAR Bravus

16 Revista Bravus

ÍnDICE

Editorial 3

A Força Aérea Brasileira 4

1º Grupo de Aviação de Caça 5

CIAAR 6

Heráldica 7

Autoridades 8

Palavras do Comandante 9

Corpo de Alunos 10

Autoridades 11

Cadeia de Liderança 12

Ajudância do Corpo de Alunos 13

Divisão de Ensino 14

Apoio 15

C3E3 18

Novo Quadro - QAOAP 19

CAMAR 20

CADAR 21

CAFAR 22

EAOEAR 23

EAOAP 24

EIAC 25

Entrada Simbólica 28

Início 30

Quinzentena 32

Final de Quinzentena

e Confraternização 35

Grito de Guerra 38

Treinamento Militar 40

Liminaristas 44

Rotina 45

Entrega do DOM 48

Platina e Bandeira 49

Acampamento 50

Heráldica 54

HCAMP 56

Viagem de Instrução à Manaus 62

CASOP 64

Final de Curso 68

Formatura 72

Culto 73

Diplomação e

Descerramento da Placa 74

Entrega de Espadas 76

Baile 78

Humor 80

Comissão de Formatura 86

Page 17: Revista CIAAR Bravus

17

ÍnDICE

Page 18: Revista CIAAR Bravus

18 Revista Bravus

C3E3

Abreviados a C3E3, o Curso de Adaptação de

Médicos da Aeronáutica, o Curso de Adapta-

ção de Dentistas da Aeronáutica, o Curso de

Adaptação de Farmacêuticos da Aeronáutica, o Estágio

de Adaptação de Engenheiros da Aeronáutica, o Estágio

de Adaptação de Capelães e o Estágio de Adaptação de

Oficiais de Apoio, encontraram uma forma mais simples de

denominação e uma identidade.

Os cursos e estágios ministrados simultaneamente para

uma grande turma formada por profissionais destas áreas,

tem a duração de 17 semanas e o objetivo é proporcionar

conhecimento a respeito de teorias e ensinamentos que

possibilitem ao Oficial atuar com eficiência na gestão de

pessoas e processos e na ampliação da cultura geral.

Além das características de resistência física, neces-

sária ao profissional militar, o curso busca sedimentar no

estagiário os princípios basilares da instituição, os fun-

damentos de ética e os valores inerentes ao profissional

militar.

O curso também visa a adaptar o profissional às condi-

ções peculiares do ambiente em que exercerá a sua ativida-

de ou especialidade e proporcionar conhecimento sobre a

estrutura e o funcionamento do Comando da Aeronáutica,

bem como sobre os procedimentos de rotina do Oficial nos

vários setores, de acordo com a sua área de atuação.

Est Emília

Page 19: Revista CIAAR Bravus

19

C3E3 nOvO QuADROQAOAp

Para a maioria dos candidatos

que concorriam às poucas ou únicas

vagas de suas especialidades, a

preparação para o concurso exigiu

muita dedicação, como conta Lívia

Farias, Psicóloga, que já era Oficial

temporária da FAB: “Abri mão de

muitas coisas para estudar, fechei

meu consultório, saí de cursos que

fazia, deixei de sair com amigos.

Mas eu tinha certeza que esse era o

caminho certo e não me arrependo

de nada. Quando sonhamos, escreve-

mos nossa própria história”.

Thiago Filardi Ferreira, Contador,

era Sargento da FAB, especialista em

Eletromecânica e, por necessidade de

serviço, foi designado para a Seção de

Finanças da unidade onde servia. “Foi

a partir daí que começou meu gosto

por contabilidade, o que me incenti-

vou a cursar a faculdade e possibilitou

prestar o concurso para o Quadro de

Apoio”.

Dos 16 estagiários do QOAP, 10

já eram militares, entre eles Oficiais

temporários, sargentos da FAB e ex-

-soldados. Todos viram no novo Quadro

uma oportunidade de seguir carreira

ou alcançar um posto mais alto.

Est Emília

O Quadro de Oficiais de Apoio (QOAP) foi criado em 2013 e abrange

as especialidades que antes faziam parte do extinto Quadro Com-

plementar de Oficiais da Aeronáutica (QCOA), que tinha apenas

militares temporários.

O QOAP é formado por Oficiais de carreira, que podem chegar até o posto de Coronel.

O primeiro concurso foi aberto em 2014 e, após passarem por etapas de

prova escrita, inspeção de saúde, testes de aptidão psicológica e física, os candi-

datos foram selecionados formando o grupo matriculado no Estágio de Adapta-

ção para Oficiais de Apoio (EAOAP), que foi reunido com outras especialidades

(médicos, dentistas, farmacêuticos e capelães), formando o C3E3.

Nesta primeira turma do QOAP foram abertas vagas para profissionais de

Administração, Análise de Sistemas, Ciências Contábeis, Enfermagem, Jornalis-

mo, Pedagogia, Psicologia, Serviços Jurídicos e Serviço Social.

Enquanto aprendem ou relembram normas, legislações e postura militar, 16

homens e mulheres começam a escrever mais uma parte da história da FAB.

A primeira turma do QOAP é repleta de histórias de superação e de pessoas

determinadas, como Gutemberg Almeida, Administrador, que foi soldado do

Exército e decidiu seguir na carreira como Oficial: “Desde o princípio eu via nas

Forças Armadas uma oportunidade de ter uma carreira digna. Fui aprovado para os

cursos de Oficial da Marinha e da Força Aérea, mas a oportunidade de fazer parte da

primeira turma do Quadro de Apoio me fez optar pela FAB, onde me sinto orgulhoso

e honrado”.

Page 20: Revista CIAAR Bravus

20 Revista Bravus

CAmAR

“Se quer ir rápido, vá só. Se quer ir longe, vá

em grupo.” - Provérbio africano

No dia 26/01/2015, 45 médicos, milita-

res e civis, de diferentes origens, especialidades e personalida-

des, se encontravam pela primeira vez como um único grupo,

em uma fria madrugada no pátio do Corpo de Alunos. Eram,

no momento, simples Estágiários... De “cotonete”, ansiosos

com o início do curso, e preocupados com o desconhecido.

Mas, apesar da insegurança, sentiam uma imensa vontade de

superar quaisquer obstáculos que viriam a aparecer. Afinal, na

vida de todos ali presentes, não foram poucas as dificuldades

já ultrapassadas. Muitas, piores do que as que viriam.

“Começamos muito mal”. Um universo novo para muitos;

um difícil recomeço para outros. Após 11 intermináveis dias,

teve por fim o TMB. Várias lembranças marcam esse período.

Noites mal dormidas, canções superficialmente decoradas,

correria e cansaço, “probleminhas”, SDS... saudade. Mas, ne-

nhuma palavra define melhor este momento de nossas vidas

do que esta: superação.

Pois foi com muita superação que passamos não só por

esse difícil período, mas por todos os outros que viriam. Ao

longo do curso, descobrimos dentro de nós mesmos uma

força que não sabíamos que existia. E, com ela, fomos nos

superando cada vez mais. Frases como como “Eu nunca

passaria por isso.”, “Eu não vou aguentar.” foram ficando para

trás, enquanto seguíamos em frente. Nenhum de nós sairia do

CIAAR como entrou.

Os meses foram passando. Acampamento, HCAMP,

Provas, TACFs.. E o grupo de tenentes estágiários continuou

evoluindo, individual e coletivamente, sempre com essa nova

força nos guiando. Sentimos muitas dificuldades, e passamos

por sensações e situações nunca antes imaginadas. Mas, a

cada passo adiante, uma vitória. Aprendemos, sobretudo, a

dar valor a pequenas, diversas coisas... que, antes, passavam

desapercebidas.

Ao longo do tempo, longe de casa e de amigos, uma nova

família foi se formando. O sucesso de um era motivo de comemo-

ração para todos. Do mesmo, a tristeza era igualmente comparti-

lhada. Nos apoiamos uns nos outros, aprendendo o significado do

tão falado “Espírito de Corpo”. Grandes parcerias e amizades se

formaram. Infelizmente, dois amigos deixaram nosso convívio...

mas, como para todos nós, um brilhante futuro lhes está garanti-

do. Crescemos, aprendemos, e nos fortalecemos juntos.

E, finalmente, chegamos ao fim dessa jornada. Um longo

período de 4 meses... pequeno, porém, diante de nossos

sonhos, e de toda valiosa vida que se oferece à nossa frente.

Voos mais altos serão alçados. Cada “guerreiro” seguirá seu

próprio caminho, mas sem nunca esquecer das raízes aqui

fincadas, nem dos valores de nossa nobre profissão.

Voltemos então à nossa saudosa rotina. Sessões clínicas,

ambulatórios, plantões, centros cirúrgicos... Agora, como

Oficiais Médicos da Força Aérea Brasileira. Mas, quando a vida

nos brindar com novos desafios, e pensemos em fraquejar,

que sempre nos venha em mente a imagem daquele simples

estágiário. Que com perseverança, resiliência, e, sobretudo,

superação, cumpriu sua missão.

“A função do médico é curar, às vezes; aliviar, frequente-

mente; confortar, sempre.” - Oliver Wendell Holmes

Est Pedro

Page 21: Revista CIAAR Bravus

21

CAmAR CADAR

Muitos meses, muitos dias, muitas horas, fins

de semana, feriados, festas... Abrimos mão

de muitas coisas para estarmos aqui. O

EACADAR, Exame de Admissão ao Curso de Adaptação de

Dentistas da Aeronáutica exige muito de nós para passar-

mos em um dos concursos mais disputados da Odontolo-

gia do Brasil. Tenho certeza que todos temos muito orgulho

desta conquista.

A carreira do dentista da FAB permite que exerçamos

nosso ofício com dignidade, amor e respeito à nossa profis-

são e ao nosso paciente. A carreira militar aumenta nosso

orgulho e amor ao nosso país. Defender a nossa pátria

fazendo o que amamos é o melhor que poderíamos ter de

nossas vidas profissionais. Além de tudo isso, conhecer os

grandes amigos que fazemos no CADAR, lidar com guerrei-

ros extremamente competentes e dedicados a suas vidas

e seus pacientes torna nossa estada no CIAAR, nesses

quatro meses, mais que especial. Agradeço a Deus todos

os dias por estar com vocês, amigos dentistas. Agradeço

também pelo esquadrão tão heterogêneo e unido que for-

mamos aqui. C3E3, marcado para sempre em nossas vidas.

CADAR, vai ser um enorme prazer seguir minha carreira

com vocês, lutadores.

Que Deus nos abençoe.

Est Lima

Page 22: Revista CIAAR Bravus

22 Revista Bravus

CAfAR

Enfim, CAFAR 2015!

0 tão sonhado sonho de ver nossos nomes

na lista de aprovados do EACAFAR (Exame de

Admissão do Concurso de Farmacêuticos da Aeronáutica)

se tornou realidade. Nesta trajetória, nada foi fácil. Dias,

meses e anos de intenso estudo, férias abdicadas, amigos

e famílias deixados de lado e trocados por pilhas e pilhas

de livros. Rang Dale, Henry, Goodman, Tietz... Esses foram

nossos companheiros por muitas e muitas horas. Esforço

e dedicação, ano após ano, empenhados mais e mais, até

alcançarmos esta vitória.

A competitividade desse longo e emocionante processo

seletivo deu lugar ao companheirismo. Se antes disputá-

vamos vagas, hoje somos irmãos de armas, orgulhosos

em servir a Força Aérea Brasileira. Embora afastados pela

distância física, já que cada um de nós seguirá para uma

localidade do Brasil, estaremos sempre unidos e prontos

para ajudar.

A conclusão do CAFAR tem o sabor do dever cumprido,

das dificuldades superadas, de amizades sólidas e de mo-

mentos inesquecíveis compartilhados. Traz consigo a certe-

za de que acumularemos muitas outras vitórias das quais

somos merecedores pelo talento e predicados morais.

Iniciamos um novo ciclo em nossas vidas, realizados por

servir à Pátria, exercendo a profissão farmacêutica!!

Est Calliari, Est Laina e Est Mariana Pires

Page 23: Revista CIAAR Bravus

23

EAOEAR

O Estágio de Adaptação de Oficiais Engenheiros

da Aeronáutica no ano de 2015 foi composto

pelas especialidades de Agrimensura, Civil,

Computação, Elétrica, Eletrônica, Mecânica e Telecomunica-

ções. 50 engenheiros, vindos de várias localidades do país,

com várias experiências, militares ou não, representando

diferentes áreas da Engenharia e buscando honrar as tradi-

ções de Villagran Cabrita, Patrono da Engenharia Militar.

A Engenharia se faz presente em várias Organizações

militares da Força Aérea, estando sempre na vanguarda do

crescimento, inovação e do desenvolvimento tecnológico

do país.

Os novos integrantes do Quadro de Oficiais Engenheiros

têm como objetivo contribuir com a Força Aérea com suas

experiências, vivências, dignidade, competência, disciplina

e altivez.

A arte do ensino é saber aprender. Nesse sentido, o

curso proporciona experiências inigualáveis aos seus

participantes. Cada dia no CIAAR é um dia de aprendizado

e o EAOEAR nos proporcionou amadurecimento e experi-

ências inigualáveis que guardaremos e compartilharemos

ao longo de nossas carreiras.

É com imenso orgulho que fazemos parte deste quadro,

reconhecidamente essencial para a Força Aérea Brasileira,

levando à pátria sempre à vitória e sendo cada vez mais

marcante em nossa história.

Est Osvaldo

Page 24: Revista CIAAR Bravus

24 Revista Bravus

EAOAp

O Estágio de Adaptação de Oficiais de

Apoio tem como objetivo formar Oficiais

preparados para a gestão de pessoas e

processos, além de ensinar, através das instruções

e experiências vividas, os princípios de hierarquia e

disciplina, os fundamentos de ética e valores inerentes

aos militares.

O EAOAP também visa proporcionar conhecimento

geral sobre a Força Aérea e à adaptação dos futuros Ofi-

ciais às condições dos ambientes em que exercerão suas

atividades.

Gustavo Carvalho era Sargento da FAB, cursou Direito

e integra a primeira turma do EAOAP: “Após o desafio de

passar no concurso, enfrentamos o Estágio de Adaptação,

em que encontramos ou reencontramos nossos limites.

Mas também é um enorme privilégio poder participar

dessa experiência, convivendo com pessoas altamente

capacitadas e que proporcionam engrandecimento pessoal

e profissional ímpares”.

Est Emília

Page 25: Revista CIAAR Bravus

25

EIAC

A missão dos capelães é continuação do mandato

do Senhor Jesus que ordenou que o Evangelho

chegasse aos confins da terra. Desta forma, em

cada ser humano há uma abertura ao transcendente, lugar

do encontro com o Ressuscitado, mediante a livre acolhida do

Deus humanizado. Portanto, seja qual for a distância a que se

encontre ou em que estado de vida peculiar o ser humano es-

teja chamado a viver, possui o direito de ouvir a Boa Nova. Os

militares, ministros da Paz e peritos na guerra, pelo modo de

vida da caserna são acompanhados pelos ministros de Cristo,

que vivem sob as mesmas condições que eles.

Assim, os Capelães Militares são discípulos e missio-

nários de Cristo, que anunciam o evangelho a esta parcela

do povo de Deus, chamada militares. Anunciam não algo

complementar à vida do ser humano, como o útil e o

prático, mas o fundamento no qual a vida pode ser firmada

com segurança: a Verdade. Estes missionários de Cristo,

Padres e Pastores, seja no mar, na terra e no ar partilham

do mesmo destino da tropa e nesta querida escola, CIAAR,

apreendem a formar um único corpo, de forma que nossos

militares podem dizer com orgulho e segurança: não

importa o tempo, quer na paz ou na guerra, somos flanque-

ados por Deus pela presença de nossos capelães. Ao nosso

3º Esquadrão forjado, por esta escola, para alcançar as

estrelas seja concedida a benção de Deus Todo-Poderoso.

Est Vieira

Page 26: Revista CIAAR Bravus

26 Revista Bravus

Page 27: Revista CIAAR Bravus

27

“sER,sAbER,AGIR ELIDERAR”

Lema do CIAAR

Page 28: Revista CIAAR Bravus

28 Revista Bravus

EnTRADAsImbÓLICA

porque havíamos ESCOLHIDO estar

ali. Éramos pessoas desconhecidas

uns para os outros, nomes sem rostos

e rostos sem nomes. A maioria de

nós sequer sabia marchar ou tomar

a posição correta de “sentido” e

“descansar”, mas entramos em forma

e marchamos; tomamos a posição de

sentido e cantamos, de forma tímida,

porém orgulhosa, o Hino Nacional.

Ainda não compreendíamos o quanto

a formação para o oficialato mudaria

nossa maneira de ser, pensar e agir;

não compreendíamos que, a partir

daquele momento, estávamos sendo

formados para sermos líderes, e

líderes exemplares; que teríamos

que aprender a obedecer, antes de

comandar; que nossos limites seriam

testados e superados, porque precisá-

Naquele dia, estávamos

ali para mostrar como

chegamos. Mostrar

quem éramos antes daquilo que nos

tornaríamos durante nosso período

curto, porém intenso, de formação

no Centro de Instrução e Adaptação

da Aeronáutica (CIAAR). Éramos

médicos, dentistas, farmacêuticos,

engenheiros, administradores, analis-

ta de sistema, contador, enfermeiras,

jornalista, pedagogos, psicóloga,

bacharéis em direito, assistentes so-

ciais ou capelães; alguns, já militares,

outros tantos, civis. Estávamos felizes

por estar ali, mas ansiosos pelo que

nos esperava. Não sabíamos ao certo

todas as coisas que estavam prepa-

radas para nós, mas sabíamos que

enfrentaríamos o que quer que fosse,

vamos saber o quão capazes éramos

de fazê-lo. Ali, naquele momento,

nos foi dito que começaria em nós

uma mudança imensurável, que não

se manifestaria apenas na carreira

militar, mas em cada atitude e escolha

que fizéssemos dali em diante e que,

mais do que nunca, nossos princípios

e valores seriam constantemente

avaliados e julgados através de nossas

ações. A partir dali, seríamos espe-

lhos, e estávamos ali para aprender a

melhor forma de sê-lo. A sensação de

estar prestes a fazer parte da Força

Aérea Brasileira começou a se concre-

tizar naquele momento dentro de nós,

e a transformação começou.

Est Camila Santiago

Page 29: Revista CIAAR Bravus

29

“Não sabíamos ao certo todas as coisas que estavam preparadas para nós, mas sabíamos que enfrentaríamos o que quer que fosse, porque havíamos ESCOLHIDO estar ali.”Est Camila Santiago

Page 30: Revista CIAAR Bravus

30 Revista Bravus

InÍCIO

“Enchi o peito de féA batida do coração desceu pro pé. E assim eu entrei no CIAAR.”Est André de Melo

Page 31: Revista CIAAR Bravus

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InÍCIO

Isso tudo misturado

Gerou um sentimento que ficou firmado

Se transformou em força e entusiasmo

No coração de todos que estavam ali

Eu vim do meio civil

E quando ouvi o Hino do meu Brasil

Não resisti

Lágrimas deixei cair.

Est André de Melo

Eu vim do meio civil

E quando vi a Bandeira do Brasil

Meu coração começou a pular.

Sem saber ainda marchar

Enchi o peito de fé

A batida do coração desceu pro pé

E assim eu entrei no CIAAR

Era a alegria de um sonho que se realizava

O medo por não saber o que nos esperava

A saudade dos que ficaram em casa

E a vontade de à Patria servir.

Page 32: Revista CIAAR Bravus

32 Revista Bravus

15 dias? 11 dias? Na verdade nem sei que

dia é hoje. Tenho vontade de dormir,

de não levantar, de não acordar. Já é

hora de despertar, vamos cantar, vamos marchar, o sol vai

demorar a apontar. Camiseta passada, tênis limpo, barba

feita, coque impecável, corre, já está por atrasar. Flexão

e flexão, cabeça erguida para sustentar. Vamos que

vamos. o dia vai começar. Os olhos fecham sem querer,

os joelhos não levantam para a marcha manter, parece

nada mais obedecer. As canções são palavras numa es-

trada sem fim, em busca do castelo lendário, onde canta

o sabiá. E ai se o xerife chorar, probleminhas vão rolar.

Meia-noite, hora de descansar, mas antes tem de passar,

decorar, arrumar, copiar, banhar, ligar... Acionamentos

reais e imaginários atormentam o estagiário. Dias longos,

quando vão acabar? Sem saber se vamos resistir se

vamos aguentar, percebemos que além dessa fragilidade

da necessidade humana nasce um militar. Disciplina,

amor e coragem e nosso primeiro sucesso, conseguimos

conquistar.

Est Mayra

QuInZEnTEnA

“Camiseta passada, tênis limpo, barba feita, coque impecável, corre, já está por atrasar.”Est Mayra

Page 33: Revista CIAAR Bravus

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QuInZEnTEnA

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34 Revista Bravus

“Pouco antes das seis horas da manhã. Ainda não havia amanhecido e um bando atordoado de 150 pessoas tentavam entrar em forma no pátio do Corpo de Alunos. Alguns nem sabiam o que era entrar em forma. Poucos tinham tido uma boa noite de sono, na expectativa do que estava por vir.Já era a segunda vez que eu passava por aquilo, naquele mesmo pátio, mas não sabia ainda o que pensar.”Est Emília

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fInAL DE QuInZEnTEnAE COnfRATERnIZAçãO

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36 Revista Bravus

“Aprender a ser militar em pouco tempo era o desafio. Adequar-se a Doutrina era a ordem. Muito suor rolou pelos rostos daqueles que formariam a Turma Bravus. O sono era o inimigo e vencê-lo era quase impossível.”Est Honório

O primeiro dia de Quinzentena iniciou-se com

correria, “choro e ranger de dentes”.

Aqueles futuros Estagiários que ali esta-

vam em forma (ou melhor, estavam em um rascunho do

croquí do esboço do rabisco do projeto de uma tropa), de-

monstraram, ali, susto, medo do desconhecido. Os instru-

tores já chegaram cobrando movimentos rápidos, posições

nunca antes executados pela maioria e lançavam mão da

ordem “para a flexão 1,2” para corrigirem os erros.

Os futuros Estagiários deveriam saber a fraseologia

afixada no quadro de avisos do Esquadrão, deveriam saber

apresentar-se ao mais antigo, pois as flexões estavam ali

para ativar a memória do “guerreiro”.

Aprender a ser militar em pouco tempo era o desafio.

Adequar-se a Doutrina era a ordem. Muito suor rolou pelos

rostos daqueles que formariam a Turma Bravus. O sono era

o inimigo e vencê-lo era quase impossível.

Corridas, flexões, fraseologia, canções militares, tudo

deveria ser executado com maestria.

Foram longos dias (intermináveis dias, para dizer a ver-

dade!), mas acabara, assim como começou: com correria,

com choro - dessa vez de alegria. E valeu a pena, pois a

partir daquele dia 5 de fevereiro, pudemos ser chamados

de Estagiários e não mais como rascunho do croquí do

esboço do rabisco do projeto daquilo que nos tornaríamos:

“BRAVUS”.

Est Honório

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Page 38: Revista CIAAR Bravus

38 Revista Bravus

GRITO DE GuERRA

Page 39: Revista CIAAR Bravus

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GRITO DE GuERRA

Surge da GeraisUm esquadrão audazVibrante, guerreiroNa guerra ou na pazHomens, mulheresProntos pra missãoDe servir a Força AéreaEm defesa da naçãoFé, apoio, saúde, engenhariaBravos oficiaisCuja força irradiaForça Aérea Brasil!

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40 Revista Bravus

TREInAmEnTOmILITAR

“No treinamento militar, passamos por muitas dificuldades que com certeza nos engrandece como pessoas e nos preparam para liderar e tomar decisões nas situações de adversidades que irão surgir durante a carreira.”Est Gutemberg

Page 41: Revista CIAAR Bravus

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TREInAmEnTOmILITAR

O desenvolvimento das

atividades essencial-

mente militares se fun-

damenta nas instruções que abran-

gem ordem unida, prática de tiro,

exercício de campanha, além de um

intenso programa de endoutrinamen-

to a que os estagiários são submeti-

dos. A instrução militar visa estimular

em todos os instruendos o espírito de

corpo, a marcialidade, o autocontrole,

a prontidão, a confiança e a supera-

ção – qualidades que perpetuarão na

carreira do futuro oficial militar.

Ten Eduardo

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42 Revista Bravus

“As emoções vividas aqui nunca serão repetidas, ou esquecidas... São incomparáveis!”Est Joyce

“Experimentamos provações e adversidades durante todo o curso. Poucos são testados aos limites físicos, mentais e espirituais como nós.”Est Gutemberg

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Page 44: Revista CIAAR Bravus

44 Revista Bravus

LImInARIsTAs

Acordar!!! Este é o primeiro passo para realizar um sonho!

E foi assim, depois de acordar, e trabalhar duro que tivemos a

oportunidade de fazer parte da Turma Bravus!

Vivemos cada dia intensamente, vibrando e honrando nossa farda, com a

incerteza de até onde nos deixariam ficar!

Enfim, após esses quatro meses, compartilhando alegrias, tristezas e apren-

dizados temos orgulho de fazer parte desta família!!! Aprendemos a dar valor ao

pouco e a superar nossos limites! Experimentamos a alegria de servir a popula-

ção compartilhando nossas habilidades técnicas e deixamos a Amazônia com

a certeza de que a maior nobreza das Forças Armadas não reside em levantar

armas, mas sim em levar cidadania e esperança a quem realmente precisa!

O orgulho de ouvir o Hino Nacional vestindo a farda traduz-se em força para con-

tinuar...acreditando que nascemos para

servir e fomos forjados para fazê-lo sob

os pilares da Hierarquia e Disciplina!

Vivemos com alegria o presente,

porque o futuro é incerto..... Mas

eternamente o BRA-VUS povoará

nossa alma e nos manterá presentes

no Espírito de corpo construído por

144 nobres guerreiros.

Est Calliari, Est Carolina Franco,

Est Lima e Est Noce

“A maior nobreza das Forças Armadas não reside em levantar armas, mas sim em levar cidadania e esperança a quem realmente precisa!”

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LImInARIsTAs ROTInA

“Um novo toque de corneta e entra-se em forma, prontos para o início das atividades diárias.” Est Joyce

pARADA DIáRIA

TEsTE fÍsICO

Page 46: Revista CIAAR Bravus

46 Revista Bravus

A rotina é exaustiva. Antes mesmo da alvorada

o dia já começou. Aos primeiros toques da

corneta, o uniforme, a organização do aloja-

mento. Segue-se para o rancho. Os encontros, os sorrisos,

o bom dia.

Um novo toque de corneta e entra-se em forma, prontos

para o início das atividades diárias.

A disciplina do corpo e da mente padroniza os movimen-

tos nas aulas de Ordem Unida. Todos são um só e cada um

são todos no acerto, no erro, na sincronia.

A Parada Diária é um momento especial. Os esquadrões

em forma mostram unidade e força, um conjunto. A banda

sempre impecável. No canto do Hino e no hasteamento

do Pavilhão Nacional, o peito cheio de orgulho faz bater

mais forte os corações. Nesse momento, o melhor aparece:

marchamos para mostrar as mais dignas qualidades do

futuro oficial. Quando a canção do dia empolga, dá vontade

de fazer tremer as janelas do Pátio do Corpo de Alunos...

com garbo e elegância.

De novo o rancho, de novo em forma, sempre prontos...

sempre guiados pelo rigor severo do tempo, do relógio.

No Auditório, as instruções além de informação trazem

exemplo de conduta e liderança, de dedicação e competên-

cia, trazem a responsabilidade por si e pelo grupo.

O Treinamento Físico Militar objetiva o adequado condi-

cionamento físico da tropa para o cumprimento da missão

e é também o momento de liberar energia, pagar flexão,

fazer uma corridinha pensando “o que é que eu tô fazendo

aqui?”

No final do dia o alívio... mas ainda há a apostila, ainda

há a canção para amanhã, preencher o arraçoamento para

a semana que vem, treinar para a passagem de servi-

ço, lembrar de assinar a rela, puxar o quarto de hora da

madrugada, engraxar o bute, passar o uniforme do dia de

amanhã...

E antes que isso tudo seja feito, muito antes do que a

gente precisava, toca-se novamente a corneta e o toque do

silêncio, às vezes tão triste, mas sempre tão bonito, mostra

que precisamos descansar.

Est Joyce

RAnCHO

Page 47: Revista CIAAR Bravus

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“Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida.”MONIZ BARRETO. Carta a El-Rei de Portugal, 1893

“De novo o rancho, de novo em forma, sempre prontos... sempre guiados pelo rigor severo do tempo, do relógio.”Est Joyce

ORDEm unIDA

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48 Revista Bravus

EnTREGA DO DOm

144 estagiários recém saídos da quinzentena, um es-

quadrão ainda repleto de bizonhos. E foi ainda nesse

estado que começamos a levar o CIAAR no peito. A

entrega do Distintivo de Organização Militar, mais do que uma cerimônia militar,

mais do que outro degrau da nossa formação, representava a nossa incorpora-

ção à escola. Abandonávamos então o cotonete para começar a ostentar com

orgulho em nosso peito o 10º uniforme com o DOM do CIAAR. De agora em

diante, na carreira que agora se abre a nossa frente, passaremos cada um por

diferentes OM, com outros distintivos. Mas fica a lembrança, na memória e no

coração, dos momentos vividos com esse primeiro DOM no peito.

Est Noce

“E quando tive novamente em minhas mãos o DOM do CIAAR, o mesmo que me acompanhou em 2012, tive a certeza que estava onde sempre quis estar, na situação em que sempre sonhei voltar.”Est Joyce

Page 49: Revista CIAAR Bravus

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EnTREGA DO DOm

pLATInA E bAnDEIRA

Grande símbolo do oficialato, a platina marca

de maneira definitiva o início da vida militar

dos ainda estagiários da Força Aérea Brasi-

leira. Emoção indescritível ao receber das mãos de nossos

familiares, amigos, instrutores e mais antigos tamanho

presente. Recompensa por longas semanas de esforço

e dedicação, a platina vem para coroar cada momento

que vivemos dentro do CIAAR e nos inspirar com garra e

determinação para completarmos a caminhada de forma

brilhante até o dia da formatura.

Est Aline Reinozo

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50 Revista Bravus

ACAmpAmEnTO

“Descobrimos que somos capazes de fazer uma marcha de mais de 3h carregando uma mochila de 20kg nas costas, um mosquetão de mais uns 2,5kg no ombro (direito, não vale revezar), fora aquele capacete confortabilíssimo na cabeça;”Est Camila Santiago

Page 51: Revista CIAAR Bravus

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ACAmpAmEnTO

Caminharam em fila por oito quilômetros em

meio à escuridão e sobre a lama. Carregaram

pesadas mochilas às costas, capacetes incô-

modos na cabeça e mosquetões que pareciam aumentar

de peso ao passar das horas. Entoaram canções até quase

perder a voz.

Alguns sentiram dores insuportáveis nas costas, perde-

ram o fôlego ou torceram os pés. Alguns quase fadaram.

Mas seus companheiros não os deixaram desistir, car-

regaram seus fuzis, revezaram suas mochilas. E a marcha

prosseguiu noite adentro e abaixo de uma chuva que ora se

fazia fraca, ora aumentava as poças pelo caminho repleto

de descidas e subidas íngremes.

Finalmente, chegaram ao local do acampamento, com a

força de uns levantando e empurrando os outros.

E isso tudo foi só o começo.

Quatro dias depois, quando achavam que havia acaba-

do, mais quatro quilômetros de marcha os esperavam. Só

que, dessa vez, a exaustão já iniciou estampada em faces

mais magras e sujas. Tudo era mais pesado, as mochilas,

os mosquetões, os capacetes, os coturnos e o clima que

pairava em meio às canções resmungadas. Quase não

havia mais voz para gritar, as gargantas estavam secas e o

sol forte castigava.

Mais uma vez, a força de uns levantou e empurrou os

outros. Mas a força determinante nessa hora foi interna e

pessoal e todos, grandes ou pequenos, fortes ou frágeis,

homens ou mulheres – cada qual vencendo suas próprias

lutas –, cumpriram sua missão.

Aprenderam importantes lições, mas principalmente a

se manterem unidos para suportar e superar as dificulda-

des.

Est Emília

Page 52: Revista CIAAR Bravus

52 Revista Bravus

Page 53: Revista CIAAR Bravus

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Marcha noturna de 8Km com mochila pesada. A mochila é o peso

do seu conforto, e ainda tem o fuzil para carregar. Longo caminho

a percorrer. O cansaço toma conta e a ansiedade pelo desconhe-

cido também. Uma cama quente e noite tranquila não aguardam a Companhia.

Somos números e temos cangas, companheiros dessa fase inesquecível e temi-

da do curso. Os dias se arrastam e tarefas árduas são dadas aos pelotões. Tora de

madeira para quem esquecer o fuzil, toquinho vermelho para quem não estiver

com a farda “alinhada” no meio do lamaçal vermelho. Descobrimos que lenço

umedecido é o item de sobrevivência mais versátil e essencial. Levaremos “pra

vida”. Azimute, bivaque e balalaica: mais expressões foram incorporadas ao nosso

vocabulário. Aprendemos a dar valor ao tempo, a um banho quente, ao conforto

de nossas casas , a uma refeição feita com as mãos limpas e a moderar nossas ne-

cessidades. Voltamos muito enlameados porém mais fortes e operacionais. Uma

longa marcha de ida e volta, uma caminhada de auto conhecimento e também do

próximo. Momentos de superação, onde vimos o quanto somos Bravus.

Est Lívia Mourão

“Enfim, descobrimos que, de fato, sozinhos chegamos mais rápido, mas, juntos vamos mais longe!”Est Camila Santiago

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54 Revista Bravus

HERáLDICA

Sobrelevado em céu azure anil

Protegido pelo vert e jalde do pavilhão nacional

Irrompe o escudo emblemático e imponente

Conduzido pelas asas do sabre argente

Que ao rugir do leão, símbolo da bravura

Rege a união entre as especialidades

Engenharia, capelania e apoio à dextra

E à sinistra farmácia, odontologia e medicina

Como as honrarias nos campos de batalha

Avultadas pela faixa Bravus!

Est Andrea

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HERáLDICA

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56 Revista Bravus

HCAmp

“Na verdade, durante o Hospital de Campanha, viramos grupamento EMA, dormimos em barracas climatizadas , em camas operacionais, em harmonia com a natureza (leia-se escorpiões, aranhas e cobras). É muita luta!”Est Lívia Mourão

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HCAmp

“Servir é a nossa missão, nas asas do avião!”Hino da Saúde da Aéronautica

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58 Revista Bravus

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O Hospital de Campanha (HCAMP) é uma ativi-

dade que permite aos estagiários do CAMAR,

CADAR, CAFAR, Apoio (enfermagem) e EIAC

(capelães) exercerem suas respectivas especialidades. É

um momento aguardado pois é retomado o contato com os

pacientes, onde atender e fazer o bem sem olhar a quem

são prioridades.

Durante o HCAMP, aprendemos a montar barracas e a

entendermos seu funcionamento. Muitos pacientes foram

atendidos, tanto os previamente triados pela Prefeitura de

Lagoa Santa, como a demanda espontânea. Todos pronta-

mente atendidos pela Turma Bravus. Na verdade, durante o

Hospital de Campanha, viramos grupamento EMA, dormi-

mos em barracas climatizadas , em camas operacionais,

em harmonia com a natureza (leia-se escorpiões, aranhas

e cobras).

É muita luta! Participamos de reuniões do pôr-do-sol,

acordamos mais tarde (com o toque de alvorada). Melhor

do que o acampamento: deixamos de ser estagiários ou

números, o tempo do banho não era controlado e a gandola

passou a ser aliviada.

Descobrimos que, em tempos de paz, o HCAMP leva

cidadania, acesso à informação, saúde e carinho a quem

precisa. Porém, o maior aprendizado foi a importância do

atendimento em equipe e o quanto podemos fazer diferen-

ça na vida de desconhecidos. Foi gratificante e edificante.

“Servir é a nossa missão, nas asas do avião!”

Est Lívia Mourão

“Descobrimos que, em tempos de paz, o HCAMP leva cidadania, acesso à informação, saúde e carinho a quem precisa.”Est Lívia Mourão

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60 Revista Bravus

“vERás QuE um fILHO TEu nãO fOGE à LuTA”

Hino Nacional Brasileiro

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62 Revista Bravus

vIAGEm DE InsTRuçãOà mAnAus

A ideia da viagem a Manaus, a princípio, parecia

estranha. Afinal, como essa viagem contribuiria

na formação militar? A possibilidade de viajar

em uma aeronave da FAB, C-130, o famoso Hércules, alterava

os ânimos. Chegado, enfim, o grande dia, mesmo com algu-

mas mudanças nos horários de partida devido à disponibili-

dade das aeronaves, todo o esquadrão conseguiu embarcar.

A missão começava a ser executada com sucesso.

Diante da cidade surgia então a curiosidade de desven-

dar toda a história, cultura, culinária e lazer da Amazônia.

Obviamente que em um período tão curto, as prioridades

tinham que ser elencadas. Fomos muito bem recebidos na

Base Aérea de Manaus. Assistimos a apresentações sobre as

atividades desenvolvidas pela FAB na Amazônia, visitamos

as instalações e constatamos a excelente infra-estrutura em

diversos setores, seja na inteligência, na segurança e defesa

ou no controle de tráfego aéreo. E talvez, o mais importante,

o entusiasmo com que os militares de lá desempenham suas

funções e sua satisfação em morar em Manaus, desmitifi-

cando a ideia de ser um lugar sem atrativos.

A degustação das comidas típicas: o pirarucu, o tam-

baqui, o açaí, o jambu, o pato no tucupi, o tacacá, as balas

de cupuaçu; a visita ao famoso Teatro Amazonas e à Arena

da Amazônia; o encanto do encontro das águas entre os

rios Negro e Solimões; a praia de rio da Ponta Negra com

uma orla convidativa. Tudo isso contribuiu para aumentar

o encanto com Manaus e a certeza da satisfação dos que

tiverem a oportunidade de servir na Amazônia junto à Força

Aérea Brasileira.

Est Márcio

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vIAGEm DE InsTRuçãOà mAnAus

Page 64: Revista CIAAR Bravus

64 Revista Bravus

CAsOp

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CAsOp

“Neste curso aprendemos a realizar atendimento operacional, a pensar e atuar com agilidade para salvar vidas.”Est Lívia Mourão

Simulações de afoga-

mentos, acidentes de

veículos, ataques de

animais peçonhentos e queima-

duras são algumas das atividades

que fizeram parte da rotina do gru-

pamento da saúde durante uma

semana do treinamento militar.

O Curso de Adaptação em Saúde

Operacional (CASOP) é ministrado

por instrutores do Instituto Mé-

dico Aeroespacial (IMAE) e entre

seus objetivos estão capacitar

os alunos a prestarem Suporte

Básico de Vida em condições

adversas e exercerem funções

de gerenciamento, coordena-

ção e auxílio no atendimento de

emergências. A coordenadora das

instruções, Capitã Médica Mônica

Barreto Santos, explica que ao

final do CASOP “os alunos estarão

padronizados no atendimento pré-

-hospitalar militar”.

Os alunos são graduados em

Medicina, Odontologia, Farmá-

cia ou Enfermagem e estiveram

totalmente imersos no curso –

formaram equipes de prontidão 24

horas, que ficavam responsáveis

pelo material de suporte aos aten-

dimentos e podiam ser acionados

a qualquer momento.

Est Emilia

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66 Revista Bravus

Page 67: Revista CIAAR Bravus

67

nomes de guerra e DOM. Voltamos a

atender ao toque do apito. Nada mudou

senhores, nada mudou. O CASOP veio

para dizer isso.

Tivemos instruções teóricas e

oficinas muito pertinentes, além de

acionamentos simulando cenas de

acidentes. Como profissionais da saú-

de, precisamos estar preparados para

socorrer e servir ao próximo. Esse

curso pode ter tirado parte da turma

Bravus da rotina, mas com certeza

contribuiu para o enriquecimento da

nossa formação militar, assim como

das nossas áreas de atuação. Tudo

pelo sucesso da missão. CASOP!!!!!!

Est Lívia Mourão

“Como profissionais da saúde, precisamos estar preparados para socorrer e servir ao próximo.”Est Lívia Mourão

O esquadrão da saúde do

CAMAR, CADAR, CAFAR e

Apoio (enfermagem) foi

apresentado à equipe de instrutores do

CASOP. Neste curso aprendemos a rea-

lizar atendimento operacional, a pensar

e atuar com agilidade para salvar vidas.

Mas, logo na reta final, resolvem voltar

ao clima de TMB (treinamento militar

básico)? Com direito a “frente para a

esquerda! CASOP!” Pagamos muitas fle-

xões, acompanhadas da pérola do 038:

”é só cair que a gente paga”, mergulho

na piscina com farda ( foi melhor do que

esperávamos), deslocamento em acele-

rado, gandolas arriadas para dentro da

calça e os números como identificação.

Perdemos nossos distintivos e insígnias,

Page 68: Revista CIAAR Bravus

68 Revista Bravus

fInAL DE CuRsO

Está acabando... Não aguento mais!!! Quero

voltar para casa! Acordar depois do sol nas-

cer, sem uma corneta avisando a alvorada e o

silêncio! Sem fila para usar o banheiro! Quero tomar um

banho quente, com água abundante e de pé no chão! Quero

sentar à mesa e me servir com calma! Quero chegar ao fim

do dia e encontrar aquele amigo de infância no boteco de

sempre! Quero muitas coisas! Mas talvez não volte a te-

-las! Talvez eu volte para casa. Ou não: talvez eu tenha que

construir uma casa nova, numa nova cidade e com novos

amigos num novo boteco de sempre! Quero que isso tudo

acabe!!!! Mas será que quero mesmo? Para onde irão os

amigos? Esses novos que fiz nesses 4 meses! Esses ami-

gos, que não deixam a peteca cair, que oferecem o ombro,

que compartilham a extensão da tomada e que sempre

tem algo pra emprestar quando o “seu” some na bagunça

do armário tão apertado! Muitos chegaram a reta final e

ainda têm dúvidas... Eu sempre tive a certeza! A certeza de

que esse era o meu caminho, de que essa era a minha sina!

Passei por tudo feliz, curtindo cada momento! Curtindo a

oportunidade de estar aqui, de passar por cada “perren-

gue””, de rir com cada alegria, de viver cada experiência!

De ficar dividida entre o “ querer, o dever e o poder”!!! Não

me arrependo de ter arriscado!!! Valeu a pena passar por

tudo.... E continuo torcendo para que dê! Não desistam

amigos! Muitas vezes, é preciso fechar uma porta para

abrir outra janela!!! Ter compartilhado momentos com

voces nesses meses foi o melhor dos presentes!

Est Carolina Franco

“Fim de curso. Novos aprendizados, novas experiências, novas conquistas e novos COMPANHEIROS!Companheiros que agora chamamos de IRMÃOS DE ARMA!Sabemos que estamos entrando em uma carreira de desafios e assim será. Assim como em uma guerra, não alcançaremos sucesso se lutarmos sozinhos.Sabemos que após o dia 22 de maio, teremos amigos e irmãos de arma espalhados por todo o país e isso nos dá a possibilidade de sermos maiores ainda.”Est Alcântara

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fInAL DE CuRsOE

uforia me define! Dou risada e choro, simultaneamente. Dentro de

mim está uma confusão só! Ao mesmo tempo que quero dar logo

o próximo passo e ver o que me aguarda lá longe, lá em Belém,

também quero que esses dias que ainda tenho com vocês passem o mais

devagar possível! Sofro (sério) quando imagino que não verei mais meu pecúlio

em forma às 6:43 da manhã! Sentirei falta das piadas (sempre as mesmas), dos

puxões de orelha, dos abraços, do café com pão de queijo na cantina... Enfim,

há tanto para sentir falta que não cabe aqui! Amo vocês, todos vocês! Quando

pessoas de fora me perguntam sobre o curso, a primeira coisa que vem a minha

cabeça é tentar explicar como, em quatro meses, isso tudo aconteceu. Mas, não

dá!!! Quem não viveu o que vivemos, não entende!!!

Est Katiuscia

“Enfim, há tanto para sentir falta que não cabe aqui! Amo vocês, todos vocês!”Est Katiuscia

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“COm Os pILOTOs E AsAs sEREmOs um COnJunTO DE TODO EfICAZ”

Canção do especialista

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fORmATuRA

Jogar o quepe para o alto depois de berrar a plenos pulmões o grito

de guerra da Turma Bravus. Este era um dos momentos mais espera-

dos e por mais que parecesse distante, logo chegou com um pacote

completo de emoções.

Entramos em forma todos juntos pela última vez, reclamamos do alinhamen-

to pela última vez, tocamos de leve o ombro esquerdo do colega da frente pela

última vez, cantamos em uma só voz pela última vez.

Marchamos com nossas alvas túnicas até o ponto em que nos alcançavam os

olhares curiosos e emocionados de nossos familiares e amigos.

Em meio ao público nos aguardavam nossas espadas, seguradas pelas mãos

orgulhosas dos padrinhos, escolhidos com todo o carinho para realizarem a

entrega do símbolo do Oficialato.

Cumprimos a sequência da cerimônia com a máxima atenção e empenho

para que tudo saísse perfeito. Fizemos por merecer o momento em que, final-

mente, recebemos nossas espadas e nos vimos com a farda completa.

Est Emília

“Entramos em forma todos juntos pela última vez, reclamamos do alinhamento pela última vez, tocamos de leve o ombro esquerdo do colega da frente pela última vez, cantamos em uma só voz pela última vez.”Est Emília

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fORmATuRACuLTO

O convite de Jesus hoje é feito a todos nós, mas especialmente

àqueles que foram forjados como aço pelo fogo no pátio desse

CIAAR... Vinde a mim, vinde a esta mesa, disse Jesus. “Provai

e vede quão suave é o Senhor, feliz o homem que tem nele o seu refúgio”.

Façam dessa Missa uma grande ação de graças e “que enriquecidos por

tão grande dádiva (eucaristia), possamos colher os frutos da salvação sem

jamais cessar” o louvor, a alegria. A Eucaristia (o pão da vida) que não é só

“fruto”, mas é também a “fonte” de eucaristia/louvor/oração. Que esta Santa

Missa, transforme a nossa vida numa “vida eucarística”; assim uniremos a

nossa voz a voz de Cristo para dizer: “eu te louvo, ó Pai”!

Est Bento

“À luz da Doutrina Espírita, foi abordada a missão do homem inteligente na Terra e os valores propagados pelos Espíritos do Bem, assim como tais valores se assemelham às virtudes defendidas na Força Aérea. A evolução espiritual dos homens também requer disciplina, pautada sempre na caridade e no pensamento em Deus, enquanto o espírito de corpo se compara à preocupação com o próximo e à solidariedade. ”Est Ricardo

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DIpLOmAçãO E DEsCERRAmEnTO DA pLACA

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EnTREGA DE EspADAs

Para um oficial das Forças

Armadas, a espada represen-

ta o coroamento do esforço

e da dedicação durante todos os meses

de instrução militar. É um símbolo que

envolve compromisso e tradição, além de

assinalar a sua posição hierárquica.

Ela é entregue, cerimoniosamente,

como um símbolo material da autoridade

e que deve ser usada na aplicação dos

mais legítimos princípios da honra cultu-

ados e praticados na carreira. A espada

enaltece a aplicação daqueles princípios e

valores, dos quais se destacam a respon-

sabilidade, competência, a bondade, a

aplicação da justiça, o respeito e o amor

á Pátria e a tudo que a ela diz respeito.

Caracteriza-se, portanto, não como

um simbolismo puro, mas sim como um

instrumento de exaltação do que existe

de mais belo e puro na carreira do oficial.

Est Mayra Góes

“E chegou o grande dia! O dia tão esperado, o 22 de maio: o dia da entrega das espadas.”

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bAILE

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“Este baile vem fechar com chave de ouro uma coleção de grandes aprendizados, de dificuldades, de superação.”Est Aline Reinozo

Comemoramos este dia

de despedida provisória

com um filme passan-

do em nossas mentes. Este baile

vem fechar com chave de ouro uma

coleção de grandes aprendizados,

de dificuldades, de superação, de

difíceis escolhas, de muita luta e da

eterna certeza na vitória. Sabíamos

desde o início que esse momento

mágico chegaria.

E o brilho nos olhos de cada um

de nós denuncia rapidamente o

tamanho da felicidade que trazemos

no coração. Celebrando a certeza de

que a Turma Bravus estará espalhan-

do por todo o Brasil a força que um

dia nos uniu, e que nunca mais nos

deixará sós.

Est Aline Reinozo

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HumOR

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HumOR

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péROLAs

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péROLAs RELEmbRAR é vIvER

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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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COmIssãO DE fORmATuRA

Fácil com certeza não foi. Quando iniciamos esta

jornada e nos conhecemos, objetivos comuns

nos uniram. Juntos, nós aprendemos, rimos,

choramos, brincamos, mas sempre em busca da realização

de um sonho compartilhado por todos.

Nós, da comissão de formatura, aceitamos com muita

garra e vontade o desafio de planejar e concretizar cada

momento da produção deste sonho.

Primeiramente, gostaríamos de agradecer a cada

membro desta comissão, pois o trabalho de cada um foi

essencial para fazer do nosso dia “o grande dia”.

E a todos vocês, irmãos de farda e formandos, a nossa

gratidão pela confiança em nós depositada e o apoio ofereci-

do. Fica aqui a certeza que tudo foi feito buscando o melhor

para todos e para fazermos desses dias, instantes inesquecí-

veis em nossas vidas.

O que vivemos e aprendemos vai permanecer conosco

para sempre, além das lembranças e saudades dessa épo-

ca ímpar em nossas vidas.

Obrigada a todos e até breve!

Est Maíra Góes

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COmIssãO DE fORmATuRA

FICHA TÉCNICA

ARTE

Direção de Arte

Affonso Neto

Projeto Gráfico

Bruna Caldeira

Diagramação

Bruna Caldeira

REDAÇÃO

Edição de Texto e Reportagem

CIAAR e Comissão de Formatura

Revisão

CIAAR e Comissão de Formatura

FOTOgRAFIA

Fotografia

Affonso Neto e CIAAR

PRODUÇÃO gRÁFICA

Acompanhamento

Diagrama Editora

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