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arquitetura | tecnologia | negócios | índices | preços de insumos ano XV | nº 69 | setembro 2013 | www.construirnordeste.com.br R$ 12,90 | € 5,60 RCN Editores Associados INVESTIMENTO PESADO COM A ACELERAÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL, O SETOR DE MÁQUINAS AMARELAS GANHA FÔLEGO E MOVIMENTA O MERCADO DE RENTAL ARQUITETURA 7.500 m² para o Rei do Baião. É o Centro Cultural e Museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga ENTREVISTA João Campos Ferreira: as vantagens da gestão de empreendimentos VIDASUSTENTÁVEL Resíduos Sólidos e a Lei nº 12.305/10: o que fazer?

Revista Construir Nordeste Ed 69

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arquitetura | tecnologia | negócios | índices | preços de insumos

ano XV | nº 69 | setembro 2013 | www.construirnordeste.com.br

R$ 1

2,90

| €

5,60

RCN

Edito

res

Asso

ciad

os

INVESTIMENTO PESADOCOM A ACElErAçãO DA CONSTruçãO CIVIl, O SETOr DE MáquINAS AMArElAS gANhA fôlEgO E MOVIMENTA O MErCADO DE rENTAl

ARQUITETURA7.500 m² para o Rei do Baião. É o Centro Cultural e Museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga

ENTREVISTAJoão Campos Ferreira: as vantagens da gestão de empreendimentos

VIdASuStEntávElResíduos Sólidos e a Lei nº 12.305/10: o que fazer?

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14 PALAVRAA industria da infraestrutura | Cassiano Facchinetti

17 ENTREVISTAJoão Campelo | Gerenciamento de empreendimentos

20 PAINEL CONSTRUIR

26 VITRINE ESTILO | VITRINE

32 NBR 15.575: O desempenho dos pisos

36 ESPAÇO ABERTOAdequação ao selo casa azul da caixa de edificações do programa minha casa minha vida

40 ARQUITETURAUma casa para o Sertão de Luiz Gonzaga

44 CAPA Investimento pesado

52 TECNOLOGIA Empresas estrangeiras encontram no Brasil mercado para pisos esportivos

74 SOCIAL Casa da Criança atua no Amazonas Qualificação profissional é foco da Reserva Camará Uma Ficons sustentável

80 NEGÓCIOSComunidades planejadas e organização territorial

86 CUSTO UNITÁRIO BÁSICO – CUB

88 INSUMOS

94 ONDE ENCONTRAR

40

74

52

O Movimento Vida Sustentável (MVS) vem colocando o tema Sustentabilidade na Construção Civil na ordem do dia, entre empresários, profissionais, professores, estudantes e

sociedade. Busca contribuir com a modernização do setor, divulgando os princípios da construção sustentável, com foco nas pesquisas; na divulgação de produtos e iniciativas

eficientes; na multiplicação de conhecimento com a promoção de debates e capacitação, com ênfase na geração de energia, no reuso da água, drenagens e na gestão dos resíduos.

ColUNAS

12 SHARE

66 TENDÊNCIAS | Renato Leal

83 CONSTRUIR DIREITO | Camila Oliveira

84 CONSTRUIR ECONOMIA | Mônica Mercês

59 CONSTRUIR VIDA

SUSTENTÁVEL

AGOStO 2013 5

SUmáRIo

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caro leitor

SETEMBRO 20136 AGOStO 2013 7

Caro Leitor,

Não novidade que a construção civil no Brasil está aquecida. E é aproveitando esse timing que todas as áreas do setor estão se adequando a nova fase. Com as máquinas pesadas, personagens de destaque em obras de grande porte, não poderia ser diferente. Até 2016, 13 grandes fabricantes mundiais irão se instalar no país, o que gerará investimentos significativos. O cenário positivo e o mercado atual de máquinas são tratados pela repórter Isabela Morais na nossa matéria de capa.

Na mesma sintonia, no Espaço PEC, revelamos como planejar uma construção pública de infraestrutura. Por que elas apresen-tam tantos problemas? Algo é certo: é fundamental planejar, pre-ver os custos e controlar a execução das obras.

E por falar em projeto, trazemos uma iniciativa singular na editoria de Arquitetura — o Centro Cultural e Museu Cais do Ser-tão, dedicado ao eterno Luiz Gonzaga. A obra está sendo levanta-da no Recife ( PE) e é assinada por Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz, da Brasil Arquitetura. O espaço é inspirado na arquitetura típica nordestina, com a utilização de cobogós, produzidos exclu-sivamente para a edificação. A área representa a terra trincada, a renda e a visão do sertanejo da galhada da caatinga. Na seção Vitrine Estilo, trouxemos a bossa e o charme do arquiteto Gerson Castelo Branco, reconhecido mundialmente — e por nós, da Re-vista Construir Nordeste.

A matéria de capa do caderno Construir Vida Sustentável, as-sinada pela repórter Patrícia Felix, traz o Programa Nacional de Resíduos Sólidos. Esse ajuste pode contribuir positivamente com os custos, a qualidade da obra e a sustentabilidade.

Dando continuidade à série sobre a NBR 15.575, abordamos as novas definições para os sistemas de pisos. No Espaço Aberto, a arquiteta Suely Brasileiro apresenta o seu trabalho sobre o Pro-grama Minha Casa Minha Vida e o Selo Azul da Caixa, criado para contribuir com a implementação dos conceitos da constru-ção sustentável.

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SETEMBRO 2013 AGOStO 2013 7

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expediente

RCN Editores AssociadosDiretora | Elaine Lyra

PublIShEr | Elaine [email protected]

EDITOrA DE CONTEúDO | Renata Farache

[email protected]

Conselho EditorialAdriana Cavendish, Alexana Vilar, Bruno Ferraz, Carlos Valle, Celeste Leão,

Clélio Morais, Daniela Albuquerque, Eduardo Moraes, Elka Porciúncula, Francisco Carlos da Silveira, Inez Luz Gomes, Joaquim Correia, José Antônio de Lucas Simon, José G. Larocerie, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, Mário Disnard, Mônica Mercês, Néio Arcanjo, Otto Benar Farias, Ozéas Omena, Renato Leal, Risale Neves,

Rúbia Valéria Sousa, Sandra Miranda, Serapião Bispo, Vera Barreto, Gustavo Farache

Conselho TécnicoProfessores:

Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos,

Eliana Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas

rEPOrTAgEMCatharina Paes | Chloé Buarque | Daniela Sampaio |

Gil Aciolly | Isabela Morais | Patrícia Felix

DIAgrAMAçãO E IluSTrAçãOAgência NoAR Comunicação | Michael Oliveira

rEVISãO DE TExTO Ana Cinto

Claudia OliveiraIgor Morais

BuReau de Revisão

fOTOgrAfIA Amanda Perobelli | Carlo Lazzeri | Deborah Ghelman | Fred Jordão |

Jailson Barbosa | Leo Caldas | Valter Andrade

COluNISTASCamila Oliveira | Mônica Mercês I Renato Leal

PublICIDADETatiana Feijó

[email protected] | +55 81 [email protected] | +55 81 3038-1045

rEPrESENTANTES PArA PublICIDADE

CEArá NS&A | Aldamir Amaral+55 85 3264.0576 | [email protected]

SãO PAulO, PArANá, rIO DE JANEIrO, SANTA CATArINA E rIO grANDE DO Sul | Vando Barbosa

+55 11 975798834 | +55 11 [email protected]

AdministrAtivo-FinAnceiro | Caetano Pisani [email protected]

ASSINATurAS E DISTrIbuIçãO | Tatiana Feijó

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NúClEO ON lINE | Patrícia [email protected]

Portal Construir NE | www.construirnordeste.com.brTwitter: @Construir_NE

facebook: Construir Nordeste

ENDErEçO E TElEfONESAv. Domingos Ferreira, 890, sl 704 – Boa Viagem. Recife/PE. 51011-050

+55 81 3038 1045 / 3038 1046

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rEDAçãO/SugESTÕES DE PAuTAS

Avenida Domingos Ferreira, 890/704

Empresarial Domingos Ferreira

Pina | Recife | PE | CEP: 51011-050

ATENDIMENTO AO lEITOr

[email protected]

Tel.: (81) 3038-1045

De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h

CArTAS

[email protected]

ESTE CANAl DE COMuNICAçãO ObJETIVA AuxIlIAr OS PrOfISSIONAIS DA CONSTruçãO EM SEuS quESTIONAMENTOS E DúVIDAS rElACIONADAS à gESTãO E à TECNOlOgIA DA CONSTruçãO DE EDIfíCIOS

de que forma a especificação correta dos materiais construtivos influencia no perfil de uma construção dita ‘sustentável’? O princípio da construção sustentável envolve a redução do consumo de matéria e energia, seja na produção e transformação das matérias-primas em material de cons-trução, como também nas demais fases do processo construtivo, incluindo o transpor-te desde a planta de produção até o canteiro de obras, por exemplo. Ou seja, há que ser considerado todo o ciclo de vida do produto. É comum observar que os modelos de indicadores de sustentabilidade utilizam formas de parametrizar a fase de uso das edificações como o principal fator de avaliação da sustentabilidade, quantificando o consumo de energia. No entanto, num mundo dos negócios cada vez mais globalizado, o uso de materiais locais, com menor distância de transporte entre a fonte de produção e do local de aplicação, pode representar um indicador significativo na hora da escolha do material construtivo, considerando a redução no consumo de energia do transpor-te, com a consequente redução das emissões gasosas, como CO2equiv. e SO2equiv., responsáveis por impactos importantes, a exemplo do aquecimento global e da acidi-ficação, respectivamente.

* Arnaldo CardimEngenheiro Civil, MSc., DSc.Professor da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (UPE-POLI).

Que ferramentas matemáticas podem ser utilizadas para auxiliar no controle da qualidade da construção de edifícios? Para o setor de construção de edifícios evoluir é necessário para se buscar melhor gestão da produção, melhor qualidade, maior produtividade, menores desperdícios e menores custos de manutenção. E uma importante ferramenta estatística bastante uti-lizada com estes propósitos é o Controle Estatístico de Processo (CEP). Tal ferramenta se baseia na utilização de técnicas estatísticas, como coleta, análise e interpretação de dados, comparação de desempenho, verificação de desvios para se controlar o proces-so através das ações de melhoramento e controle da qualidade de produtos e serviços. Existem, também, as sete ferramentas básicas da qualidade na utilização da produção: Fluxograma, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, His-tograma, Diagrama de Dispersão e Carta de Controle. Na verdade, a ideia principal do CEP é melhorar os processos de produção com menos variabilidade, a fim de propiciar níveis melhores de qualidade nos resultados da produção, com custos menores. Os custos diminuem principalmente em função de duas razões: a inspeção por amostra-gem e a redução de rejeito.

* Manoel Henrique da Nóbrega MarinhoEngenheiro Civil, MSc., DSc.Professor da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (UPE-POLI).

ErrAMOSNo Espaço PEC da última edição (pág. 69), os autores do trabalho Desenvolvimento Seguro e Sustentável são Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani e Soheil Rahenmay Rabbani - ao contrá-rio dos que citamos.

ExPOCONSTruIrDATA: 02 A 05 DE OuTubRO LOCAL: FORTALEzA/CEExPOCONSTRuiR.COM.bR

8ª fEIrA E CONgrESSO INTErNACIONAl DE NEgóCIOS DA INDúSTrIA DE rECIClAgEMDATA: 08 A 10 DE OuTubROLOCAL: SãO PAuLO/SPExPOSuCATA.COM.bR

xVII CONgrESSO NACIONAl DO MErCADO IMObIlIárIODATA: 13 A 16 DE OuTubROLOCAL: SãO PAuLO/SPCONAMi2013.COM.bR

3º SEMINárIO INTErNACIONAl DE COMuNIDADES PlANEJADASDATA: 17 A 19 DE OuTubROLOCAL: RECiFE/PEADiT.COM.bR/COMPLAN

fEIrA NOrDESTE DE ArquITETurA, ENgENhArIA E DESIgNDATA: 24 A 26 DE OuTubROLOCAL: JOãO PESSOA/PbCONSTRuA2013.COM.bR

19º SAlãO INTErNACIONAl DO TrANSPOrTEDATA: 28 DE OuTubRO A 01 DE NOVEMbROLOCAL: SãO PAuLO/SPFENATRAN.COM.bR

55º CONgrESSO brASIlEIrO DE CONCrETODATA: 29 DE OuTubRO A 01 DE NOVEMbROLOCAL: GRAMADO/RSibRACON.ORG.bR

2º edição - missão técnicA DATA: 03 A 09 DE NOVEMbROLOCAL: EuA - ESTADOS DA CAROLiNA DO SuL, GEóRGiA E FLORiDAMiSSOESADiT.COM.bR

cartas

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AgENdA

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CONExãOA Brasil Brokers, o maior grupo de venda de imóveis do país, agora é parceira do Mercado Livre, portal de e-commerce do Brasil, no qual pessoas e empresas podem anunciar diversos tipos de produtos e serviços. O acordo prevê a divulgação de anúncios dos imóveis da Brasil Brokers na plataforma online . Ao todo, a empresa já integrou em média 12 mil edificações em todo o país e até o final do ano espera ter mais 30 mil disponíveis. Em 2012, o Mercado Livre passou a dispor de ferramentas que permitem que os clientes incluam de uma única vez milhões de anúncios e os administre por meio de uma só interface em múltiplos canais.

SElO CASA AZulA versão completa do trabalho de Suely Brasileiro, publicado na seção Espaço Aberto desta edição, pode ser conferida no portal da Construir Nordeste. Na dissertação de mestrado do curso de Engenharia Urbana e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba, a arquiteta realizou um diagnóstico das edificações do programa Minha Casa, Minha Vida na Região Metropolitana do Recife. A con-clusão da arquiteta foi que as obras atendem a poucos critérios exigidos pelo Selo Casa Azul e, a partir das diretrizes do Guia Caixa de Sustentabilidade Ambiental, foram propostas alterações nos projetos. Os resultados demonstram que é possível, mesmo em construções populares, conseguir a certificação e contribuir para a sustentabilidade.

PrOMOçãOA Construir Nordeste irá sortear dois livros para quem curte a página da revista no Facebook. O primeiro é a segunda edição do livro “Arquitetura Brasileira”, da editora Magma. O lançamento, da Portobello, líder no segmento de revesti-mentos cerâmicos, reúne 200 páginas com obras represen-tativas de 20 escritórios brasileiros, incluindo Alagoas e Per-nambuco. Será sorteada ainda a produção “De Engenheiro a Líder, no melhor Estilo!”, do engenheiro Mauro Roberto de Castro. A publicação é fruto da experiência do fundador da QuotaMais Consultoria, empresa especializada em projetos de cultura empresarial e desenvolvimento de liderança. O mate-rial foi baseado em uma pesquisa sobre estilos de liderança onde foram ouvidos mais de 10 mil profissionais no Brasil e no exterior.

OrlA bEM CuIDADAAdivinha qual a cidade que está na fanpage da Revista Construir Nordeste? Além dos 26 pontos próprios para banho da orla ma-rítima de Fortaleza, no Ceará, o local reú-ne a maioria dos hotéis da cidade. O Proje-to Orla, iniciativa do Governo Federal e de políticas locais, está produzindo ações que priorizam a economia, o meio ambiente, a cultura e o patrimônio do município. Se o objetivo do Programa for cumprido, a beira-mar da capital terá espaço garantido nas próximas capas da nossa rede social.

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SETEMBRO 201312

construirnordeste.com.brfacebook.com/construir.nordesteTwitter: @Construir_NEEscreva: [email protected]

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palavra

SETEMBRO 201314 AGOStO 2013 15

Cassiano Facchinetti *

A INDúSTrIA DA INfrAESTruTurA

Hoje, a palavra de ordem é produ-tividade. Uma empresa produtiva

garante lucros aos empresários, preços mais acessíveis ao consumidor final e ganhos de qualidade de vida aos fun-cionários. Mas como garantir resultados mais eficazes, redução de custos de mão--de-obra e prazos de entrega com melhor custo? Há várias respostas, todas transi-tando pela mesma via: a do investimento em infraestrutura.

A indústria da construção civil é um ótimo exemplo de como a injeção de ca-pital no setor correto pode gerar uma série de ganhos. No Brasil, dois funcio-nários constroem por dia 17 metros qua-drados no sistema de alvenaria. Trata-se do processo de construção tradicional, em que bloco por bloco é unido por ar-gamassa. Nos EUA e em outros países desenvolvidos, aposta-se na utilização de placas de concreto pré-moldadas, ca-bendo aos operários apenas o trabalho de encaixá-las umas nas outras. Como resultado, a produtividade dos mesmos dois funcionários quase triplica, fazendo com que levantem de 40 a 50 metros qua-drados por dia em uma obra, levando à diminuição dos custos com mão-de-obra e do tempo de construção, barateando o produto final.

Outro gargalo na infraestrutura bra-sileira são as estradas. O preço do trans-porte é repassado ao consumidor no custo total do produto e rodovias mal cuidadas acabam por resultar em um deslocamento lento e, consequentemen-te, caro, tanto de matérias-primas quan-to de manufaturados. Levar um carro da fábrica na cidade de São Paulo para uma concessionária em Salvador (a 1.900km) de caminhão custa quatro vezes mais do que o frete entre Xangai e Pequim (1.200km).

Se não é possível mudar o modal de transporte, pode-se pelo menos tornar o que já existe mais eficiente. No caso das rodovias brasileiras, é perfeitamente vi-ável investir em uma alternativa que ga-ranta redução de custos de manutenção e aumento de durabilidade: os pavimentos de concreto. Mais resistentes que a pa-vimentação tradicional (a durabilidade estimada é de 20 anos), o piso mostra-se ideal para locais de circulação de tráfego pesado, como rodovias e corredores de ônibus. Estudos indicam que caminhões de carga rodando nesse tipo de pavi-mento reduzem em até 11% seu gasto de combustível. Esses dois exemplos de investimento aumentam muito a eficácia da produção e do escoamento.

E as perspectivas para o setor este ano são as melhores possíveis. Recentemen-te, o Governo Federal anunciou, entre outras medidas, a criação do Conselho Nacional de Mobilidade Urbana, além de investimentos de R$ 50 bilhões. Parale-lamente, o Governo toca a todo vapor a segunda parte de seu Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC 2) que, entre 2011 e 2012, injetou R$ 472,4 bilhões nas áreas de infraestrutura social, urbana, logística e de energia, abrindo um leque enorme de oportunidades para quem de-seja investir no setor.

Portanto, para aumentarmos a produ-tividade e garantirmos ganhos para todo o sistema produtivo, está mais do que na hora de nós, da indústria, embarcar-mos nesse navio, ancorarmos nos portos da nova conjuntura e trafegarmos pelas recém-abertas estradas do investimento em infraestrutura.

* Cassiano Facchinetti é gerente do Concrete Show South America.

A indústria da construção civil é

um ótimo exemplo de como a injeção

de capital no setor correto pode

gerar uma série de ganhos.

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ENTREVISTA

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SEtEMBRO 2013 SEtEMBRO 2013 17

entrevista

por isabela Morais

gErENCIAMENTO DE EMPrEENDIMENTOSJoão Campos Ferreira

Há mais de 30 anos, a empresa Cinclus Engineering Consultancy é referência no que faz. Criada em 1983 pelo grupo Sonae, a companhia nasceu com o objetivo de gerenciar a construção do Hotel Sheraton, no Porto - Portugal, por meio de um corpo técnico especializado em engenharia. Após a conclusão dessa obra, a Cinclus prosseguiu com seus serviços de gestão da concepção, coordenação, planejamento e controle da construção de obras dentro do conglomerado por mais de 20 anos. Após sua compra em 2007, através de um “Management buy-in” efetuado por um grupo de profissionais do setor de Consultoria de Engenharia, a empresa prosseguiu e cimentou a sua atividade nesta área de especialidade. Dois anos depois, uma jogada ousada de seus administradores levou a companhia rumo à internacionalização, levando escritório de representação à Romênia e a países de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Cabo Verde e brasil. Desde o final de 2012, é o português João Campos Ferreira quem direciona os negócios da Cinclus no brasil, empresa de direito brasileiro. Em entrevista à Construir Nordeste, o mestre em engenharia detalha as etapas da atuação da empresa e revela as vantagens da terceirização de um serviço de consultoria especializada no gerenciamento de empreendimentos.

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ENTREVISTA

SEtEMBRO 201318 SEtEMBRO 2013 19

No que consiste o trabalho de gerenciamento de empreendimentos?

Para responder a essa pergunta, darei um exem-plo prático e facilmente entendível por todos os leitores. Imagine que você deseja construir uma casa. Você sabe que irá precisar de um cons-trutor, de um projetista e de vários outros pro-fissionais envolvidos. Também necessitará de obter todas as licenças junto dos órgãos oficiais e entidades camarárias. Mas a pergunta que se coloca é a seguinte: você tem conhecimento téc-nico ou tem experiência suficiente para conectar as partes, e garantir que a sua casa é construída tal como a idealizou e com o conforto e qualida-de que deseja? É nesse ponto em que entramos e que centramos a nossa atuação. Uma empresa de gerenciamento de empreendimentos nada mais é do que uma companhia de consultoria de en-genharia que presta um serviço integrado de ge-renciamento e supervisão/fiscalização para o seu cliente, criando uma relação de confiança e par-ceria com este, de forma a garantir, com isenção, que todas as fases de construção de um empre-endimento são plenamente conseguidas. Dessa forma, a gerenciadora fica responsável por esta-belecer as relações com todos os agentes envol-vidos no processo construtivo, a fim de garantir que seu imóvel seja executado com o menor pre-ço, dentro do prazo estabelecido e com a maior qualidade possível. Nossa função, de uma forma genérica, é funcionar como um consultor téc-nico especializado em engenharia que trabalha para quem deseja que seu empreendimento seja cumprido tal qual foi definido no início (e segun-do o projeto aprovado, cuja atuação da gerencia-dora pode caber em várias fases do empreendi-mento ao longo do ciclo do projeto), portanto, desde a concepção e programa, coordenação de projetos, contratação dos diversos intervenientes, planejamento e coordenação da obra, e ensaios/ recebimento da obra e fecho de contas. A CIN-CLUS, em específico, atua em três grandes áreas de mercado: edificação e patrimônio construído (centros comerciais, resorts turísticos, escritórios, habitacionais, hospitais, e outros edifícios), vias de comunicação, obras de urbanização e outras infraestruturas (ambientais, ferroviárias, rodovi-árias, aeroportuárias, metropolitanas e outras) e obras hidráulicas (marítimas e fluviais). Nosso objetivo e missão é oferecer serviços de exce-lência através das pessoas, com o menor custo possível no mercado, pela inovação científica

e tecnológica. O respeito pelo Ambiente e pela Sustentabilidade são encarados pela CINCLUS como uma obrigação social e empresarial.

Esse tipo de negócio é uma novidade no mer-cado brasileiro?

Não. Já existem empresas gerenciadoras aqui no Brasil, algumas até com uma boa experiência e um bom currículo. Contudo, eu entendo que esta temática começa agora a ganhar maior des-taque no Brasil, até pelo crescimento do setor da construção e, sobretudo, pelas exigências técni-cas e regulamentares sob o ponto de vista do pro-cesso construtivo que vigoram atualmente neste país (vide, a propósito, o recente normativo NBR 15.575 relativo ao desempenho de edificações habitacionais). Por outro lado, os projetos pú-blicos necessitam, por lei, da figura do chamado verificador independente. Os empreendedores estão cada vez mais atentos e sensíveis a esta cir-cunstância, mas há ainda um bom caminho pela frente, a meu ver. Considerando o volume de obras que o Brasil apresenta atualmente, penso que existe uma carência de consultores técnicos que possam atribuir mais valores aos projetos, dando uma garantia ao cliente de que o produto final terá total qualidade construtiva.

Em seu ponto de vista, quais são as prin-cipais dificuldades que atingem o empre-endedor e que poderiam ser solucionadas com a terceirização do gerenciamento de empreendimentos?

Um ponto muito importante é que uma em-presa de gerenciamento, pelo menos assim acontece na CINCLUS, já tem uma forma de atuação neste domínio perfeitamente definida, com metodologias e procedimentos de traba-lho bem estruturadas, combinadas em métodos faseados e rigorosos que clarificam todas as eta-pas do projeto e mantendo-as abertas à partici-pação do cliente. Faço notar que uma empresa de gerenciamento certificada por normativos internacionais (caso, da ISO 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade, da ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental, ou outras), obriga-se a um compromisso de melhoria contínua na prestação dos seus serviços. As gerenciadoras têm em sua forma de atuar um conjunto de conhecimentos e metodologias que já foram colocados em prática anteriormente e que garantiram aos empresários

resultados positivos. Um exemplo que eu costu-mo dar é sobre a gestão da comunicação e infor-mação durante o processo construtivo de um empreendimento qualquer. Como as pessoas se relacionam? A CINCLUS, e qualquer outra companhia que preste esse tipo de serviço, tem metodologias específicas em que ela própria executa e gera um Sistema de Informação para o empreendimento que permita coligir e tratar a informação produzida pela construtora, pela própria equipe de gerenciamento, pelo empreen-dedor, pelas entidades com tutela sobre o empre-endimento e por outras com quem for necessária articular, de modo a habilitar o empreendedor na tomada de decisões. Outro aspecto é a questão da supervisão/fiscalização e acompanhamen-to dos processos construtivos em obra, onde a gerenciadora define com a construtora e valida, previamente ao início da execução dos trabalhos, o procedimento de qualidade para a boa execu-ção dos mesmos e cumprimento das boas regras da arte da construção. Portanto, o que uma em-presa gerenciadora pode portar é um conjunto bem estruturado e padronizado de serviços em diferentes níveis de atuação. Caso um empreen-dedor decida realizar tudo isso por conta própria, ele certamente terá de formar sua própria equipe técnica, o que, não raras vezes, comporta custos de estrutura elevados, e que podem trazer situ-ações de difícil gestão em função da flutuação do número de empreendimentos em que estão envolvidos, isto é, se hoje tem provavelmente muitos empreendimentos em curso que justifi-cam ter uma equipe interna dedicada ao controle e acompanhamentos dos projetos, amanhã isso pode não acontecer e, portanto, haverá que redu-zir os custos fixos de trabalhadores, com todas as implicações e encargos que isso acarreta. Tendo em vista sua experiência como diretor de negócios da CINCLUS, em quais etapas do processo construtivo uma empresa gerencia-dora pode auxiliar seus clientes?

Em todas as várias fases de um empreendimen-to. Na Cinclus, nós atuamos em vários níveis, desde a concepção do projeto até a coordenação de projetos, contração, passando pela coordena-ção da obra até a fase final de ensaios, recepções e fechamento de contas. Na fase de concepção, auxiliamos o cliente na definição do conceito e objetivos e do orçamento preliminar, na elabo-ração de planejamentos preliminares e também

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entrevista

definimos os procedimentos (Manual de Pro-cedimentos) que serão fundamentais para a boa execução do empreendimento. Depois, parti-mos para o estágio de coordenação de projetos, onde nossa empresa oferece serviços relativos à compatibilização interdisciplinar dos mesmos (nas diferentes especialidades complementares), à otimização de soluções construtivas, à análise de projetos e à atualização de planos, orçamen-tos e licenciamentos. Igualmente, em função da necessidade do cliente, prestamos consultoria na fase das concorrências, onde nos ocupamos da organização dos concursos, da administração dos contratos e da divisão de projetos e emprei-tadas, contando, se preciso, com o auxílio de assessorias jurídicas. No relativo à construção propriamente dita, quando o projeto executivo está pronto e a construtora já foi selecionada, a Cinclus garante a coordenação dos empreiteiros e fornecedores e o controle de custos, prazos e qualidade construtiva, elaborando e fornecendo ao cliente relatórios periódicos do progresso fí-sico da obra. O acompanhamento permanente do andamento físico do empreendimento per-mite a redução do risco de desvios ao prazo, ou incumprimento por atraso, a antecipação de problemas e a possibilidade de propor soluções em tempo útil, minimizando ou eliminando eventuais prejuízos para o bom desenvolvimen-to da obra. Ao final, nos responsabilizamos pela coordenação de ensaios, compilação do projeto As Built, por programas de vistoria e compila-ção técnica. Importante ressaltar que nós não nos vemos como “fiscalizadores”, e sim, em bom rigor, como gerenciadores do processo: o que fazemos é atuar articuladamente com os demais envolvidos no empreendimento (sejam cons-trutores, projetista, prefeituras, e demais identi-dades), portando o nosso conhecimento técnico para o bom desempenho do projeto, sempre em estreita ligação e parceria com o nosso cliente, e com a isenção e idoneidade e responsabilidade profissional que nos cabe no exercício da nossa atividade. Quais são as vantagens para o empreendedor? O custo-benefício vale a pena?

Essa é a pergunta que todo empreendedor se faz antes de contratar uma empresa gestora. As vantagens, a meu ver, são muitas. De uma for-ma geral, eu diria que ao contratar uma entidade gerenciadora, o cliente tem a garantia de que irá

contar com um corpo técnico altamente especia-lizado em consultoria de engenharia, dimensio-nado à medida das necessidades e natureza do projeto, e bem assim, da pretensão do cliente. Isso dá alguma segurança de que o projeto está sendo devidamente executado segundo os mais altos padrões de qualidade e de que, mesmo assim, ele terá total autonomia para intervir quando achar necessário, ou for solicitado para tal. Outro benefício é a diminuição de imprevistos e erros, como prazos não cumpridos ou gastos excessi-vos acima dos previstos (por vezes, fruto de des-perdícios mal gerenciados), o que normalmente influencia o valor final do investimento e as taxas de retorno projetadas e esperadas pelos empre-endedores. Isso porque a empresa gerenciadora tem a obrigação de fazer um acompanhamento, orientar e propor soluções para esse tipo de situ-ação. Há, também, um controle efetivo com rela-ção aos ensaios, ou seja, uma certeza de que, ao final, a obra só será entregue se estiver em plenas condições de poder entrar em funcionamento e for utilizada pelo usuário, o que gera a certe-za e a confiança da entrega de um projeto com qualidade e que cumpre com todos os requisitos previstos no projeto executivo e toda a legislação aplicável. Os gerenciadores da Cinclus dão muita importância à questão da sustentabilidade e das relações com o meio ambiente. Estamos sempre procurando aplicar as práticas mais sustentáveis em nossos serviços, procurando as melhores so-luções construtivas. Outro fator com o qual nos preocupamos é a segurança dos trabalhadores em obra durante a execução dos trabalhos, um ponto que consideramos vital no setor da cons-trução. Nesse sentido, nós também fazemos um papel de coordenação de segurança e de zelar por boas condições de higiene e salubridade do can-teiro de obras e frentes de trabalho, prevenindo eventuais acidentes ou incidentes. Esses aspectos, para mim, são essenciais.

Quais são as perspectivas para o mercado de empresas de gerenciamento como a Cinclus? Eu julgo que os empreendedores, incorporado-res e até mesmo as construtoras estão perceben-do a validez do trabalho das companhias geren-ciadoras de empreendimentos, até mesmo pelo volume de obras que está ocorrendo. É um tipo de serviço necessário para aperfeiçoar os proces-sos, por contar com elementos técnicos especia-lizados na área do Projet Management, trazendo

uma engenharia de valor para o efetivo exercício da excelência operacional na construção.

Como gerenciadora, o que poderá distinguir a Cinclus das restantes empresas deste ramo de atividade a atuar no mercado brasileiro?

A Cinclus apresenta-se neste mercado, como empresa de direito brasileira, promovendo a sua experiência acumulada ao longo de 30 anos de existência, nas mais diversificadas áreas de atua-ção, tanto na edificação como nas obras hidráuli-cas e de infraestruturas. Estes 30 anos exercendo atividade na área de gerenciamento de empreen-dimentos, permitiu adquirir um “know-how” muito significativo neste domínio, constituir um corpo técnico de grande valia técnica e pro-fissional, com engenheiros muito experientes e personalizados para cada natureza e tipologia de obra. Além disso, a Cinclus está em perma-nente processo de evolução e melhoria contínua, sendo que, atualmente, tem em curso, no centro da sua organização, um projeto de investiga-ção e desenvolvimento relacionado com uma Metodologia de Gestão da Conformidade que consiste num instrumento de gerenciamento multifuncional e flexível, apoiado nos princípios gerais de Auditoria, Gestão da Qualidade e do Projet Management. Em traços sumários, e por-que uma explicação para os leitores mais apro-fundada deste estudo mereceria, provavelmente, um espaço próprio de reportagem, gostaria de clarificar que esta metodologia visa garantir o cumprimento de requisitos de um projeto (que pode ser uma Concessão/PPP, um empreendi-mento ou outro contrato), sejam esses requisitos de natureza contratual, legal, normativo e regu-latório, técnico, ambiental ou até socioeconômi-co, e que pode ser aplicada em qualquer fase do processo (pré-contratual, contratual, conceptual, construção e/ou operação). Nesta fase, seguem--se testes-piloto que estão a ser realizados em obras da Cinclus, com o objetivo de demonstrar a validez da metodologia, benefícios e vantagens para o cliente e maiores valias para a gestão e coordenação de um empreendimento, entre os quais já foi possível identificar os seguintes: garante de um planejamento preciso em fases iniciais do projeto, reforço do controle pelos en-volvidos, redução do risco, otimização de recur-sos ao longo do ciclo do projeto, antecipação na prevenção de desvios e normalização de padrões para todas as entidades.

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PrÊMIO IMObIlIárIO Escolhido entre 65 empreendimentos de todo o Brasil, o Condomínio Vila dos Corais, na Reserva do Paiva (PE), foi escolhido o melhor residencial entregue este ano no país, pelo Prêmio Master Imobiliário 2013. Desenvolvido pela Odebrecht Realizações Imobiliárias, Grupo Cornélio Brennand e Grupo Ricardo Brennand, o Vila dos Corais resgata o convívio com a natureza, sem abrir mão da sofisticação e do conforto de um bairro planejado. Localizados numa área de aproximadamente 60 mil m², em um trecho de mar adornado por piscinas de corais que inspiram seu nome, os 132 apartamentos também têm vista para o verde da Reserva Ecológica do Camaçari.

rANKINg A Tigre, líder na fabricação de tubos, conexões e acessórios no Brasil e uma das maiores do mundo, é indicada pelo ranking da Fundação Dom Cabral como a 11ª empresa brasileira mais internacionalizada. Por índice de ativos, a empresa está posicionada em 10º lugar e, em número de funcionários, em 9º. 100% brasileira, a Tigre registrou em 2012 um faturamento bruto de R$ 3,1 bilhões, sendo que 25% é resultado de suas operações internacionais, incluindo as exportações. Atualmente a empresa mantém negócios com 40 países. Com isso, já alcança a marca de 14 unidades em nove países da América do Sul e Estados Unidos, com 1,7 mil funcionários no exterior.

PArCErIAApós realizar pesquisas e constatar a demanda de mercado, a Construtora Rio Ave entra no mercado hoteleiro e fecha parceria com o grupo espanhol Meliã. Inicialmente, o contrato tem validade de 10 anos. No momento, estão em construção o Meliã Barra, em Barra de Jangada (Jaboatão) e o Innside Paiva, na Praia do Paiva (Cabo de Santo Agostinho), ambos em Pernambuco. Os empreendimentos têm um investimento total de R$ 153 milhões. A escolha pela Região Sul não foi à toa. O turismo de negócio, principalmente pela proximidade como Complexo Industrial e Portuário de Suape. A decisão foi ancorada no desenvolvimento e crescimento do Estado. A Meliã também faz sua estreia no Estado, apesar de atuar no Brasil desde 1992.

CrIATIVIDADEJá imaginou levar até o cliente a sensação de morar em um condomínio? Essa foi a ideia da Nacional Empreendimentos ao criar a Caravana da Casa Própria. A proposta, desenvolvida em parceria com a MV2 Comunicação, foi criar um caminhão personalizado para levar lançamentos da incorporadora pernambucana em seu baú. Dentro dele, toda estrutura com estande de vendas, equipado com ar-condicionado, televisão e móveis, para receber os clientes. “O caminhão vai funcionar como um outdoor móvel, chamando a população. Queremos que os interessados na novidade já saiam com o contrato assinado na mão”, explica Roberto Rios, diretor executivo da Imobiliária Eduardo Feitosa, uma das responsáveis pelas vendas.

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SEMINárIOO arquiteto e urbanista Héctor Vigliecca discutiu a arquitetura marginal no “Seminário de Arquitetura Latino-americana”, o SAL 15, que foi realizado em Bogotá, na Colômbia. Há 40 anos no Brasil, o uruguaio é um dos mais importantes arquitetos em atividade no país e autor de projetos emblemáticos, como a Arena Castelão, em Fortaleza e o Sesc Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Nessa edição do SAL, o tema central é “Arquitetura e Espaço Urbano: Memórias do Futuro”. A ideia é propor uma reflexão sobre o espírito do público na arquitetura latino-americana contemporânea por meio da apresentação de projetos arquitetônicos, urbanos e paisagísticos.

NOVA fIlIAlCom o objetivo de estar ainda mais próxima da Região Nordeste, a Ciber Equipamentos Rodoviários, subsidiária no Brasil do Grupo Wirtgen, inaugurou a filial da Wirtgen Brasil Nordeste, em Jaboatão dos Guararapes (PE). A unidade conta com toda a linha do grupo (Wirtgen, Vögele, Hamm, Kleemann e Ciber) e vai atender, além dos pernambucanos, os estados do Ceará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. São disponibilizados serviços de vendas das máquinas e peças, além do completo suporte ao produto de todas as marcas. Para o presidente da Ciber da empresa, Luiz Marcelo Tegon, “A Região foi muito bem escolhido, uma vez que oferece excelentes condições de logística, como rodovias, aeroportos e portos”.

ANIVErSárIOLíder em torneiras plásticas, a Herc completa 50 anos. Referência no setor, contribuiu significativamente para o crescimento e aceitação do plástico no Brasil, fabricando a primeira torneira nacional com o material. Com uma estratégia de crescimento definida em volume e pulverização, a marca construiu sua trajetória trabalhando com os principais distribuidores e atacados, atendendo, a partir de um único ponto, em Porto Alegre (RS), todo país. Atualmente, está presente em 67% das lojas brasileiras. A empresa comemora seu aniversário inaugurando uma nova unidade de produção, no mesmo endereço. O pavilhão é quatro vezes maior e mais moderno. A ideia é preparar a Herc para novos desafios.

ExPANSãOO Sistema Pluvi, equipamento para captação e aproveitamento de águas pluviais, fabricado pela Hydro Z, chega a um novo país na América Latina: Uruguai. O sistema permite armazenamento, filtragem, e desinfecção da água das chuvas, garantindo que a água esteja em qualidade adequada para o uso em diversas aplicações no dia a dia após o tratamento. Por ser uma solução econômica, que proporciona grande redução no consumo de água potável, o Pluvi tem sido muito utilizado em todo o mundo. O sistema começou sua comercialização internacional no ano de 2011, quando as primeiras unidades foram vendidas para a Malásia. Hoje, a Hydro Z® é uma empresa do Grupo Zeppini, fundado em 1950, e tem presença em todo o território nacional e em mais de 80 países do mundo.

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Prédios verdes O Green Building Council Brasil e a Reed Exhibitions Alcantara Machado, em parceria com a Ernst & Young, apresentaram um levantamento inédito sobre movimentação econômica da construção sustentável no Brasil. O estudo destaca a participação do segmento de empreendimentos sustentáveis no PIB nacional — que vem aumentando consideravelmente ao longo dos últimos três anos — e chegou a marca de R$ 22 bilhões em 2012. A pesquisa aponta um crescimento das construções na composição do PIB brasileiro de edificações: em 2010, os “prédios verdes” não ultrapassavam 3% dessa rubrica, um percentual que dobrou no ano seguinte e chegou a 9% no ano passado. Atualmente, o país ocupa o 4º lugar no ranking mundial de obras sustentáveis e logo deverá alcançar a terceira posição — desbancando os Emirados Árabes — e ficando atrás apenas dos EUA e China. Na foto, um exemplo: o Morumbi Corporate, em São Paulo (SP).

TrEINAMENTO MóVEl O Centro de Treinamento Móvel (CTM) da Saint-Gobain esteve presente em Lauro de Freitas (BA). O caminhão personalizado do grupo francês oferece cursos gratuitos para profissionais da construção civil, com a aplicação de produtos e soluções das marcas Brasilit, Isover, Norton, Placo e Weber (fabricante dos produtos quartzolit). A iniciativa é fruto de uma parceria com a rede TendTudo. Durante dois dias, o veículo ficou estacionado no pátio da loja. Desde sua criação, em 2011, mais de oito mil pessoas, entre arquitetos, engenheiros, construtores, estudantes, especificadores e vendedores, participaram dos cursos do CTM.

PrA QUe mArido? Incorporada a SMZTO Holding de Franquias em 2011, quando possuía seis unidades, a empresa Praquemarido possui atualmente 75 franqueados e é referência no mercado pelo meticuloso processo de expansão, que prioriza a padronização e a qualidade dos serviços prestados. Chegando ao mercado nordestino, a Praquemarido já possui uma unidade em Maceió (AL). A meta é atingir a marca de 20 franquias no Nordeste até dezembro deste ano. O investimento para se tornar um franqueado é de cerca de R$ 60 mil, valor que inclui o automóvel, taxa de franquia e todos os custos iniciais.

brAZIl rOAD ExPO 2014Mais uma vez a Brazil Road Expo — cuja quarta edição acontece de 09 a 11 de abril de 2014, em São Paulo (SP) — irá destacar a importância das soluções em Geotecnia e Fundações. “Não se pode pensar em obras de infraestrutura viária e rodoviária sem imaginar em Engenharia Geotécnica e de Fundações. Essas são áreas que contam com tecnologia de ponta e que são fundamentais não apenas para a qualidade das vias e rodovias, mas também para a segurança desses empreendimentos”, explica o engenheiro Guilherme Ramos, diretor da Brazil Road Expo. Em paralelo, acontece o Brazil Road Summit, programa de conferências que contará com workshops exclusivos.

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01 EuCAlIPTOO Eucalipto autoclavado é utilizado em toda estrutura da Paraqueira do Fortim, no Ceará, debruçando-se sobre o Rio Capibaribe.

04 bAbAçuNa casa do próprio Gerson, em Viçosa, no Ceará, a Paraqueira é in natura. A estrutura é de vidro, Carnaúba, vidros e o fechamento de talos de Babaçu, espécie de palmeira da região.

05 AçO PINTADOA paraqueira em Sorocaba, em São Paulo, tem estrutura em aço pintado de branco e painéis de compensado naval. A ideia do alto e baixo relevos é utilizada nas fachadas e internamente para substituir os quadros na ambientação.

03 MADEIrAEm Loiba, na Espanha, a Paraqueira possui aspectos culturais da região da Galícia. A estrutura de concreto tem pilares inclinados, fechamento com vidros duplos, paredes e telhas de Piçarra.

02 CArNAúbAEm Pedra do Sal, no Piauí, a Paraqueira traz carnaúbas na estrutura e painéis, com fechamentos de lajes de pedras de Castelo, possibilitando a ventilação e iluminação natural.

CrIATIVO E brASIlEIrO POr NATurEZA

O piauiense Gerson Castelo Branco já soma 40 anos de profissão. Conhecido pelo seu estilo singular e inconfundível, denominado por ele como “Paraqueira”, o arquiteto consegue resgatar nos seus projetos a cultura e ambiente de cada região, recuperando tradições e processos construtivos. Mais: sem esquecer as tendências contemporâneas. Desde 1970, quando deixou a faculdade de artes plásticas para morar em uma aldeia de pescadores na Bahia, Gerson utiliza materiais sustentáveis para criar obras únicas e tão ligadas à natureza que parecem fazer parte dela. “Prefiro os produtos naturais porque eles interagem com o nosso físico”, conta. Autodidata, Castelo Branco é conhecido nacional e internacionalmente, sendo considerado por Oscar Niemeyer e pela Revista Construir Nordeste como um dos 50 mais influentes no mundo.

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01 ATENDENDO AO MErCADO Desenvolvida com tecnologia a partir de materiais reciclados e certificados, a 1st Floor lança a Coleção Muratto. Com revestimento em cortiça, matéria-prima 100% reciclável, é ideal para projetos residenciais e corporativos que buscam produtos sustentáveis; além de conforto e praticidade na instalação. São seis linhas que se diversificam por suas cores e estilos. A linha New Dekwall (foto) reflete naturalidade com um toque contemporâneo. 1stfloor.com.br I (11) 5041.5226.

02 POrCElANATO rúSTICO As madeiras de demolição são muito apreciadas na decoração. Apesar de rústica, a matéria-prima confere elegância aos ambientes. Portas antigas produzidas a partir de dormentes reutilizados serviram como referência para a criação do design do Porcellanato Villaggio. O material pode ser assentado no piso ou parede de qualquer ambiente interno ou externo, inclusive áreas molhadas. Disponível em réguas de 26 x 106 cm. biancogres.com I (27) 3421.9000.

03 hISTórIA E ArquITETurA Samuel Kruchin lançou pela editora C4 o livro “KRUCHIN: uma poética da história ‐ obra de restauro”, uma edição bilíngue com 360 páginas ilustradas sobre a atuação do arquiteto nas áreas de Restauro e Preservação. A obra tem cinco ensaios que discutem conceitos centrais para o trabalho de restauro – memória, tempo, unidade de intervenção, registro e expressão do monumento. Também são apresentados 26 projetos e obras realizadas de preservação da arquitetura e do urbanismo; além das intervenções contemporâneas nesses ambientes. editorac4.com.br I (11) 5531.5505.

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05 DESEMbArquEA Tabisso, fábrica que edita móveis design de luxo dedicados especialmente para os mercados profissionais, corporativos e hoteleiro, acaba de chegar ao Brasil. A empresa propõe uma coleção inédita de móveis tipográficos de luxo totalmente fabricados na França. A coleção é composta por cadeiras lounge representando as letras do alfabeto e os números; além de mesas de centro e luminárias formando mais de vinte sinais de pontuação. tabisso.com I 33 640 585 790.

06 AbrIgOTodo animal precisa de um lugar para chamar de seu. E para acolher esses pets, a Guisapet lança a Dog Cave Edição Grande. Com diversas cores, a nova versão é perfeita para as raças mais crescidinhas. Todas vêm com almofadas confortáveis e estão disponíveis em modelos criativos e modernos. A Dog Cave Edição Grande é feita de polietileno, mesmo material utilizado na fabricação de brinquedos infantis, sendo muito resistentes e seguros para os animais. É feita com um produto de alta qualidade, à prova de mordidas e arranhões; além de ser lavável. guisapet.com.br I (46) 3055.4250.

04 DIrETO NA fErrugEM A pintura de grade de ferro não precisa mais ser tão difícil quanto parece. Isso porque o novo Hammerite traz uma fórmula exclusiva com dupla tecnologia. Com o lançamento da Coral, é possível ter alta repelência a água e ação anticorrosiva. Isso significa que a água não é absorvida e a aplicação pode ser feita diretamente no metal enferrujado, isso porque ele interrompe e previne o processo de ferrugem. Além da facilidade de aplicação, o produto garante 10 anos de durabilidade e pode ser diluído com aguarrás convencional. O esmalte está disponível em 10 cores. coral.com.br I 08000 11 77 11.

07 rEflETOrA Jotama apresenta o que há de mais novo em refletores, o TRLED da Taschibra. Com corpo em alumínio e vidro temperado, é um produto de longa durabilidade, baixo consumo de energia e facho de luz brilhante, além de contar com a tecnologia LED, o que resulta em custo zero de manutenção, baixa dissipação de calor, alta resistência a choques e vibrações e não emite radiação UV nem infravermelha. Sua vida útil comparada a outras tecnologias é 20 vezes maior, economiza até 70% mais de energia e possui aproximadamente 20 mil horas de vida. jotama.com.br | (81) 3797.0000.

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por isabela Morais

nBr 15.575 - o desemPenho dos PisosAprovada no início deste ano, nova versão da Norma de Desempenho traz definições mais claras e amplas para os sistemas de piso.

Desde julho, as novas diretrizes estabe-lecidas pela Norma de Desempenho

(NBR 15.575), cujo processo de revisão se estendeu de 2011 até fevereiro deste ano, já estão valendo para todos os projetos pro-tocolados para aprovação nas prefeituras. Nesta edição, a Revista Construir Nordeste aborda a terceira parte da normativa, que trata dos requisitos para a projeção e cons-trução dos sistemas de piso de edificações habitacionais. De acordo com especialistas, essa seção foi a que mais sofreu alterações durante o processo de retificação do texto.

Ana Paula Menegazzo, superintendente do Centro Cerâmico do Brasil (CCB), foi uma das relatoras do grupo de trabalho responsável por atualizar a redação, um processo que requereu “muito jogo de cintura”, por envolver representações dis-tintas como construtoras, fabricantes, in-corporadores, projetistas e consumidores. Segundo Ana, as discussões sobre os pisos foram as mais acaloradas, já que esses sis-temas abarcam diversos critérios, como segurança contra incêndio, resistência ao escorregamento, estanqueidade, desem-penho acústico, entre outros.

Os trabalhos referentes aos sistemas de piso incluíram reuniões, plenárias, e, so-bretudo, muitos estudos laboratoriais. Fo-ram centenas de ensaios químicos, de coe-ficiente de atrito e de impacto com esferas de aço e por uso de utensílios domésticos. “Considero que os trabalhos foram con-cluídos com êxito e assim a norma teve uma grande evolução”, avalia a revisora.

De fato, os requisitos da NBR 15.575:3 foram os que mais se alteraram durante o processo de revisão. Mais abrangente do que a antiga normativa, a nova versão re-gula não somente os pisos internos, mas também os sistemas externos. Outra mo-dificação se deu na clareza do próprio con-ceito de sistema. De acordo com o novo texto, um sistema de piso é a combinação de diversos elementos e não somente a ca-mada de revestimento ou acabamento.

Para Luiz Manetti, que é gerente técni-co de engenharia da Cerâmica Portobello e que foi secretário dos trabalhos de re-tificação da redação, houve uma especial preocupação em remover critérios subje-tivos que pudessem ter mais de uma inter-pretação, bem como termos que geravam insegurança jurídica para fornecedores e clientes. “Eles foram substituídos por

critérios e termos precisos, com medições claras e diretas”, afirma.

A norma estabelece um sistema de piso como o horizontal ou inclinado, compos-to por um conjunto parcial ou total de camadas. Como por exemplos temos ca-mada estrutural, camada de contrapiso, camada de fixação e camada de acaba-mento. Este sistema é destinado a atender às funções de estrutura, vedação e tráfego. “Essa definição é importante para que o usuário entenda que há requisitos de de-sempenho que dependem do sistema de piso como um todo e há requisitos que dependem apenas da camada de acaba-mento”, explica.

Um dos itens polêmicos durante a revi-são foi relativo ao impacto de corpo duro. De acordo com a superintendente da CCB, o antigo texto exigia uma resistência ao impacto muito elevada para situações cotidianas. “Os testes mostraram que o re-quisito era totalmente inviável. Pesquisa-mos normativas internacionais a respeito e encontramos uma francesa que utilizava um índice parecido, porém para condi-ções de uso industrial e não-residencial”, comenta.

Segundo Ivanor Fantin, assessor técni-co do Sindicato da Construção do Paraná, a tabela anterior excluía aproximadamen-te 95% dos pisos existentes no mercado, que eram os do tipo brilhante. “Fizemos inúmeros ensaios para poder demonstrar que o produto nacional é tão de boa quali-dade quanto o de qualquer outro lugar do mundo. Comprovamos que os pisos brasi-leiros não devem em nada para nenhuma mercadoria importada”, comenta.

Outro ponto que suscitou discussões foi relativo ao escorregamento. Conforme explica Ana, o assunto é extremamente complexo, porque depende de inúmeros

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Para Bezerra, toda norma tem como função principal a homogeneização dos itens.

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fatores como a superfície da camada de acabamento, o tipo de solado do usuário, o meio físico entre o calçado e a superfí-cie e até mesmo a forma como se interage com a superfície. “Por isso, a determina-ção do coeficiente de atrito não garante a resistência ao escorregamento”, aponta.

Para solucionar a questão, o título do requisito de resistência ao escorregamento foi alterado para coeficiente de atrito. Os relatores também adicionaram um texto explicativo dos fatores que afetam o es-corregamento à NBR 15.575:3. Ana com-pleta: “Apesar da alteração, estabelecemos as áreas onde se requer, sim, resistência ao escorregamento, tais como áreas molha-das, rampas, escadas em áreas de uso co-mum e terraços.” Para Leonardo Bezerra, diretor técnico da Duarte Construções, os pontos mais importantes para o usuário são o de resistência e o de desempenho acústico. “O primeiro irá aumentar a vida útil dos materiais e o segundo diminuirá os ruídos entre apartamentos vizinhos e do ambiente externo”, comenta.

Já Manetti destaca que a normativa também se tornou mais clara quanto aos conceitos de áreas secas, molháveis e mo-lhadas. “A definição agora é precisa e não mais subjetiva, como antes”, avalia. Segun-do o texto, áreas molhadas são aquelas cuja condição de utilização e exposição

pode resultar na formação de lâmina d’água pelo uso normal. Já áreas molháveis são aquelas que podem receber respingos, mas não permitem a formação da lâmina. Por fim, as áreas secas, em condições nor-mais de uso, não recebem água nem mes-mo durante a operação de limpeza.

Conforme a normativa, a estanqueida-de será exigida apenas para áreas molha-das, como as de banheiro com chuveiro, de serviço e as descobertas. Já as molhá-veis, como banheiro sem chuveiro, lava-bo, cozinha e sacada coberta, não serão estanques, ou seja, não poderão sofrer processo de limpeza que gere formação de lâmina de água. Essa informação deverá constar no Manual de Uso, Operação e Manutenção.

Quanto à resistência ao ataque quí-mico, por ser um requisito totalmente relacionado aos componentes da camada de acabamento, prevaleceram as normas específicas de cada produto. Foram adi-cionadas, contudo, duas metodologias de ensaio (para produtos destinados às áreas secas e às áreas molháveis) a fim de serem usadas nos casos onde não existe a norma específica.

De acordo com Fantin, após a conclu-são dos trabalhos de revisão, uma infor-mação incorreta sobre os requisitos do sistema de piso foi muito divulgada pela

mídia. “Muito se falou sobre não ouvir o barulho da pessoa andando no andar de cima e isso não é de todo verdade. Vale lembrar que a norma possui os níveis básico, intermediário e superior. Quem optar pelo básico continuará escutando. Alguns parâmetros foram melhorados, mas não estamos em um padrão top. Nós vamos melhorando os requisitos confor-me melhora o poder aquisitivo do brasi-leiro”, conta.

Segundo o diretor técnico da Duarte Construções, toda norma tem como fun-ção principal a homogeneização dos itens, visando evitar a falta de padronização e, principalmente, a ausência de critérios objetivos. “Quando estamos órfãos de uma norma, ficamos à margem do subje-tivo, o que é negativo para todos os elos da cadeia”, justifica. Para o engenheiro, os principais impactos e dificuldades da terceira parte da NBR no Nordeste serão refletidos na cadeia de fornecedores, prin-cipalmente naqueles que trabalham com menos tecnologia. “A subida de custos irá aumentar pouco menos de 7% sobre o custo da obra, considerando todos os itens da norma, eu acredito. Vamos esperar que o usuário aceite arcar com esse aumento, tendo em vista que a norma impactará di-retamente em um produto melhor e mais durável”, faz questão de frisar.

A nova versão da norma regula não somente os pisos internos, mas também os sistemas externos.

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A indústria da construção civil é uma das atividades mais impactantes para o meio ambiente. Nesse

milênio, a humanidade necessita de aproximadamente 600 milhões de moradias. Sendo assim, é

fundamental pensar em sustentabilidade – tanto do ponto de vista da arquitetura como da engenharia.

No brasil, o programa Minha Casa Minha Vida prevê a construção de três milhões de residências. Com

o objetivo de reduzir os possíveis danos ambientais gerados por obras do programa, o seu principal

financiador, a Caixa Econômica Federal, criou o Selo Casa Azul. Para obter a certificação, há uma série de

requisitos a que o empreendedor deve obedecer. Na dissertação de mestrado do Curso de Engenharia

urbana e Ambiental da universidade Federal da Paraíba, a arquiteta Suely brasileiro realizou um

diagnóstico das edificações do Minha Casa, Minha Vida na Região Metropolitana do Recife. No trabalho,

são analisadas duas tipologias construtivas no município de Paulista, sendo uma térrea e outras com

primeiro andar. A conclusão da arquiteta foi que as obras atendem a poucos critérios exigidos pelo

Selo Casa Azul e, a partir das diretrizes do Guia Caixa de Sustentabilidade Ambiental, foram propostas

alterações nos projetos. Os resultados demonstram que é possível, mesmo em construções populares,

conseguir a certificação e contribuir para a sustentabilidade.

PAlAvrAs-chAveSustentabilidade; Impacto Ambiental; Programa Minha Casa Minha Vida; Selo Casa Azul; Projeto Arquitetônico.

Suely Benevides de Carvalho Brasileiro – Arquiteta M.ScNormando Perazzo Barbosa – Prof. Dr. Universidade Federal da Paraíba

ADEquAçãO AO SElO CASA AZul DA CAIxA DE EDIfICAçÕES DO PrOgrAMA MINhA CASA MINhA VIDA

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INTRODUÇÃO

Ao longo da história da humanidade a visão de pro-gresso vem se confundindo com o crescente domínio e a transformação da natureza. Neste paradigma os re-cursos são vistos como ilimitados (OLIVEIRA, 2007), resíduos são gerados na produção de bens e no final da vida útil descartados das mais diversas formas.

Estima-se que a parte entre a metade e três quartos dos materiais extraídos da natureza retorne como resí-duos em um período de um ano (MATTHEWS et al., 2000 apud CAIXA, 2010). As atividades ligadas à cons-trução utilizam quase 40% das matérias-primas consu-midas pela humanidade, sendo responsáveis por cerca de 40 % da emissão de CO2 e também gastam mais de 40 % da energia gerada no planeta (CIB apud GON-ZÁLEZ e RAMIRES, 2005). Portanto, no segmento da indústria da construção civil, os engenheiros e arquite-tos são responsáveis por enormes impactos ambientais.

No Brasil, a pesquisa Perfil Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou a existência de 16.433 favelas no país. Nelas, moram cer-ca de 2,3 milhões de pessoas. Para tentar amenizar esse problema foi recentemente lançado um grande progra-ma habitacional: Minha Casa, Minha Vida. Ciente do impacto ambiental gerado pela construção de cerca de três milhões de habitações, a Caixa Econômica Federal, principal financiadora do programa, instituiu o cha-mado Selo Casa Azul, que incentiva o uso racional de recursos naturais na construção, procurando reduzir o custo de manutenção dos edifícios e despesas mensais dos usuários com água e energia, assim como promo-ver a conscientização dos empreendedores e dos mo-radores sobre as vantagens da construção sustentável.

A intenção desse trabalho é difundir as diretrizes do Selo Casa Azul, da Caixa Econômica Federal, e apresentar uma aplicação mostrando que tal Selo pode ser empregado nos empreendimentos que a própria Caixa está financiando no Programa Minha Casa Mi-nha Vida. Foram escolhidas duas tipologias de projetos arquitetônicos habitacionais e são examinados os as-pectos que poderiam ser melhorados ou modificados no projeto e no empreendimento, de forma a fazer tais habitações se tornarem mais sustentáveis (ou menos impactantes) e se credenciarem a receber o Selo.

METODOLOGIA

Foi escolhida uma área de estudo em Paulista, PE, município da Região Metropolitana do Recife, nos bairros do Centro, Janga, Pau Amarelo, Nossa Senhora

do Ó e da Conceição, cujas localidades passam por um intenso processo de construção de habitações ligadas ao programa Minha Casa Minha Vida. Foi feito um diagnóstico das edificações existentes. Para tanto fo-ram vistoriados 15 imóveis, com tipologias e progra-mas arquitetônicos semelhantes.

A partir do diagnóstico realizado, escolheu-se uma tipologia de edificação térrea com quatro unidades, em lote de 12m x 30m, e tipologia de pavimento supe-rior com oito unidades, em lote de 15m x 30m. Nesses projetos, foram introduzidas modificações, de forma a torná-los em acordo com o Selo Casa Azul. Os itens escolhidos constam no quadro abaixo:

O método utilizado pela CAIXA para a concessão do Selo consiste em verificar o atendimento aos cri-térios estabelecidos no seu Guia de Sustentabilidade.

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Há 53 itens e a classificação em três categorias: Bronze, Prata e Ouro. A diferenciação se dá pelo número de critérios de sustentabilidade que a construção atende:

Bronze: 19 critérios obrigatórios;Prata: os 19 critérios obrigatórios mais 06 de livre

escolha entre 34 critérios restantes;Ouro: os 19 critérios obrigatórios mais 12 de livre

escolha entre 34 critérios restantes. As demais recomendações, livres para escolha do

proponente quanto à obtenção dos selos Prata e Ouro, estão disponibilizadas no Guia Caixa de Sustentabili-dade Ambiental – Selo Casa Azul - Boas práticas para a construção sustentável (CAIXA, 2010).

Os critérios de livre escolha foram adotados de acor-do com a maior facilidade de serem implantados.

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

No universo de estudo, vejamos a seguir o que este trabalho, permitiu concluir:

(I) Existe uma total falta de informação dos constru-tores e dos usuários a respeito dos princípios da susten-tabilidade dos empreendimentos imobiliários e todos desconhecem o Selo Casa Azul.

(II) As construções do Programa Minha Casa Minha Vida estão sendo feitas obedecendo apenas aos requisi-tos mínimos exigidos pelas prefeituras.

(III) Dentro do programa predomina a construção realizada por empreendedores individuais. Apenas cer-ca de 10% são empresas, construtoras ou engenheiros os responsáveis por essas construções.

(IV) Os projetos arquitetônicos se repetem como se fossem de um único autor, variando entre duas tipolo-gias de casas geminadas, térreas e de um pavimento, com pequenas mudanças com relação ao revestimento e cor.

(V) Os construtores procuram tirar o máximo dos terrenos, chegando-se mesmo a construir oito unidades habitacionais em um terreno de 15m x 30m;

(VI) Apesar da alta concentração de pessoas num lote, este trabalho mostrou que é possível intervir nos projetos de forma a tornarem as construções mais sustentáveis.

(VII) Embora as intervenções representem um custo inicial maior para as unidades habitacionais, ganha-se no conforto dos usuários e na economia de água e de energia ao longo do tempo;

(VIII) Decisões apenas no nível do projeto arquite-tônico não são suficientes para atingir a classificação exigida pelo Selo Casa Azul, envolvendo medidas a

serem adotadas pelos gestores do empreendimento e o alinhamento com as posturas do Poder Público.

(IX) O preço do terreno e da avidez pelo lucro está concentrando uma população excessiva nos lotes, dan-do pouca privacidade e conforto aos usuários embora nada conste sobre isso no selo Casa Azul.

(X) Procedimentos propostos como coleta seletiva de lixo e captação de águas pluviais, embora sejam one-rosos devido à falta de espaço, permitiriam atender aos critérios do Selo Casa Azul.

(XI) O próximo passo seria quantificar o custo ini-cial das intervenções e a mensuração do benefício eco-nômico ao longo do tempo das edificações que se adap-tem ao Selo Casa Azul;

(XII) O projeto analisado satisfaz apenas a peque-nas percentagens dos itens necessários para obtenção do Selo:

- Categoria bronze: atende a 36 %; faltam 64%.- Categoria prata: atende a 28%; faltam 72 %.- Categoria ouro: atende a 22,6%; faltam 77,4 %.(XIII) Apesar disto, este trabalho demonstra que é

possível atingir as classificações do Selo Casa Azul, nas suas três categorias, mesmo em habitações populares.

Finalmente, convém lembrar que estando em um planeta com recursos finitos para assegurar às futuras gerações o direito às matérias primas ainda disponíveis e não caminhar rumo ao desastre ambiental, é necessá-rio que a humanidade se conscientize em favor da redu-ção do impacto de suas obras.

O desafio de construir em larga escala no programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal é também uma oportunidade de promover e agir em favor de uma construção mais sustentável.

O que hoje se tenta implantar é apenas o começo de um processo para se atingir a uma sustentabilidade ain-da utópica sem a reformulação do pensamento.

Neste contexto, as construções chamadas atualmente de sustentáveis poderiam ser denominadas mais coe-rentemente de menos impactantes.

O conceito da sustentabilidade precisa estar difun-dido em tudo e na forma de projetar também. Como o projeto é ponto de partida para a produção do produto edifício, o arquiteto tem que se conscientizar de suas responsabilidades.

Compete ao Poder Público e a todos os profissio-nais envolvidos com a indústria da construção civil enfrentar os desafios complexos e interdisciplinares da promoção da sustentabilidade, inovando, quebrando paradigmas, investindo e incentivando a atuação nesse campo.

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DIrETrIZES PArA PlANEJAMENTO DE ObrAS PúblICAS DE INfrAESTruTurAJosé Flávio Azevedo dos Santos e Yêda Vieira Póvoas*

Uma obra pública beneficia uma parcela considerável da população. Obras de

rodovias, ferrovias, portos, aeroportos ou usi-nas hidrelétricas têm como finalidade básica a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Não é possível pensar em desenvolvimento do país sem pensar em grandes obras estru-turadoras. No Brasil tem havido um aumen-to no volume de investimentos em obras de infraestrutura nos últimos anos. Por se tratar de atividades de elevado grau de complexida-de, elas demandam grandes investimentos e, consequentemente, necessitam de acentuado controle de seu planejamento, preparação, previsão de custos e execução. Entretanto, é comum verificar que muitas delas apresentam problemas.

Diante desse cenário, uma pesquisa está sendo finalizada na Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, no Programa de Mestrado em Engenharia Civil (PEC), buscando identificar as causas desses proble-mas para apresentar diretrizes que permitam planejar obras públicas de infraestrutura, de modo que elas possam ser executadas dentro dos prazos determinados, com os recursos financeiros previstos e com a qualidade espe-cificada em projeto.

A literatura técnica foi revisada, assim como a legislação pertinente para reunir as principais informações sobre planejamento de obras públicas, identificando as melhores práticas e os problemas mais frequentes. Pa-ralelamente foi realizado um estudo de cam-po para verificar os problemas encontrados em obras públicas, sendo escolhidas grandes obras de reforma e expansão de terminais de passageiros, assim como obras de recuperação de pistas de pouso e decolagem em cinco cida-des do Brasil: Natal, Confins, Manaus, Recife e Fortaleza. Essas duas áreas do sítio aeropor-tuário foram selecionadas por serem as que mais têm influência na segurança e conforto dos usuários, assim como as que mais interfe-rem na operação do aeroporto, necessitando

de um planejamento mais rigoroso. Algu-mas falhas encontradas: falta de estudos de viabilidade econômica, falhas técnicas de levantamento das características do local de implantação da obra, muitas falhas de elabo-ração de projetos, orçamentos que não refle-tem a realidade da obra, ou ainda falhas no processo licitatório. Para alcançar esses dados, uma das fontes pesquisadas foi a fiscalização realizada anualmente pelo Tribunal de Contas da União - TCU. Tal pesquisa denomina-se Fiscobrás e tem como objetivo identificar os problemas encontrados em obras públicas fi-nanciadas pelo Governo Federal. No caso das obras que apresentam irregularidades deve-se proceder a sua correção, sob pena de ter os re-passes de recursos suspensos no ano seguinte.

* José Flávio Azevedo dos SantosMestrando em Engenharia Civil da Escola

Politécnica da UPE

* Yêda Vieira PóvoasProfessora da Escola Politécnica da UPE. Doutora

em Engenharia de Construção Civil pela USP.

Essa fonte de pesquisa é representativa, pois o Fiscobrás de 2012 fiscalizou 200 obras, que juntas representam uma dotação orçamentá-ria de 38,3 bilhões de reais.

A partir desses dados, observa-se que os problemas relativos ao planejamento da obra (projeto, orçamento e licitação) são os mais representativos. Diante deste fato, a pesquisa traz uma lista de verificação que resume as diretrizes a serem seguidas pelos gestores de obras públicas, onde estão inclusos aspectos técnicos e legais que devem ser providencia-dos para permitir que o empreendimento seja contratado sem falhas, contribuindo com a execução de uma obra no prazo, com os re-cursos financeiros previstos e com a qualidade esperada pelo cliente final – a população.

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por Patrícia Felizfotos: Fred Jordão

uMA CASA PArA O SErTãO DE luIZ gONZAgACentro Cultural e Museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga alia tradição e tecnologia em um projeto que é a cara do Sertão

Um dos projetos arquitetônicos mais arrojados atualmente em curso no

País”, é como o Centro Cultural e Museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga se apresen-ta. Localizado no local do antigo Arma-zém 10, do Porto do Recife, a primeira etapa da edificaçãoque será inaugurada no dia 13 de dezembro, vem para somar cultura e tecnologia ao já rico e tradicio-nal bairro do Recife Antigo.

Assinado pela Brasil Arquitetura, empresa sediada em São Paulo, também responsável pelo Museu Rodin (BA) e

a Praça das Artes (SP), o projeto arqui-tetônico foi minuciosamente pensado para se adequar aos módulos expositi-vos que compõem o Centro, idealizados pela curadora e diretora de criação do museu, Isa Grinspum – também curado-ra do famoso Museu da Língua Portu-guesa, em São Paulo.

Os arquitetos Marcelo Ferraz e Fran-cisco Fannucci, autores do projeto, tive-ram que pensar a arquitetura dos 7.500 m², de forma que a cultura nordestina e seu anfitrião, Luiz Gonzaga, estivessem

presentes em todos os aspectos. E conseguiram.

Logo de cara, na praça de entrada, o que se vê é um grande Juazeiro, árvore típica da caatinga conhecida pela gran-de sombra que proporciona. “A ideia da arquitetura subordinada ao conteú-do começa na sombra dessa árvore. As pessoas entram no museu passando por ela”, diz Ferraz.

O edifício de forma simples contem-pla uma sofisticada estrutura. O con-creto aparentemente pigmentado da

Na praça de entrada um grande Juazeiro dá as boas vindas aos visitantes.

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fachada, técnica bastante utilizada na Europa, faz referência a uma pedra do sertão do Piauí. Sua principal caracterís-tica é não apresentar um revestimento final, como reboco ou pintura. O pig-mento é adicionado antes da aplicação do concreto. De acordo com o gerente de contrato do consórcio Gusmão/Con-crepoxi (responsável pela obra), Bruno Ventura, essa técnica assegura um as-pecto visual único e diferenciado, man-tendo, ao mesmo tempo, a resistência e a durabilidade do material. No Cais do Sertão, o acabamento do concreto é feito em tábuas pinho com coloração amarelada.

Um grande vão livre, com 56 metros de extensão, de viga a viga, e seis metros de pé direito, promete, quando finali-zado, ser uma das maiores estruturas do gênero no Nordeste. “Para executar essa etapa da obra, foi necessário inserir 214 estacas dos tipos hélice e raiz para suportar a carga do escoramento du-rante as etapas de concretagem”, explica Ventura. Em dois dos ambientes foram utilizados 640m² de aço do tipo Corten, que apresenta, em média, três vezes mais resistência à corrosão que o aço comum.

Mas, a “menina dos olhos” do museu, segundo Ferraz, é o revestimento de co-bogó - elemento bastante usado na ar-quitetura atual e de origem recifense. As 2.200 peças de concreto branco, criadas exclusivamente para o edifício, passaram quase dois anos para serem elaboradas. O fruto de todas as experiências resultou em um desenho único que representa vá-rios aspectos da Região. “Nós pensamos em utilizar o cobogó como elemento da arquitetura típica nordestina. Ele repre-senta a terra trincada, a renda e a visão do sertanejo da galhada da caatinga”, pontua Ferraz.

Uma vitrine, que ganhou o nome de A Coroa é o Chapéu, o Centro é a Sanfona, abrigará objetos pessoais de Luiz Gonza-ga, como sanfonas e trajes. Já no Útero: O Sertão é o Mundo, uma sala de espetácu-lo multimídia exibirá um documentário de oito minutos. Todos os vídeos e obras de arte que serão expostos no museu, priorizarão artistas locais como Jota Bor-ges e o cineasta Kleber Mendonça Filho.

A estrutura da edificação ganhará um revestimento de cobogós.

Os cobogós representam a terra trincada, a renda e a visão do sertanejo da galhada da caatinga.

Os painés acústicos do auditório serão cobertos por rendas nordestinas.

FOTO: bRASiL ARquiTETuRA

FOTO: bRASiL ARquiTETuRA

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Outro recurso notável fica no Arma-zém: O Mundo do Sertão, na parte inte-rior do edifício. No ambiente de 2.000 m² onde será instalada a parte museo-gráfica, sete partes serão divididas por um sulco tortuoso no piso, preenchidos por seixos e com iluminação natural, para representar o Rio São Francisco. Essa fenda trará pequenas pontes de pedra para simular o rio com mais per-feição. São cinco passagens de pedra e duas de vidro para garantir acessibilida-de a todos.

A segunda etapa contempla auditório - que terá painéis acústicos cobertos por rendas encomendadas de vários estados

do Nordeste -, salas para oficinas, res-taurante – com terraço e jardim -, café e espaços de ambientação e convivência. Esse módulo tem previsão de inaugura-ção no final de 2014.

A obra conta com um total de 2.812,71 m³ de concreto, o que repre-senta certa de 7 mil toneladas do mate-rial. O uso da telha tipo sanduíche com poliuretano e o piso de linóleo garantem a acústica do prédio. Essa preocupação está presente em todos os ambientes da edificação.

“Desde o inicio estamos desenvol-vendo o projeto com a arquitetura e o conteúdo muito unidos. Esse museu

nasceu a partir de diretrizes arquitetô-nicas e urbanísticas totalmente ligadas ao conteúdo. Um permanente diálogo criativo”, enfatiza Ferraz.

O Centro Cultural e Museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga é parte do projeto Porto Novo, através do qual o Porto do Recife está devolvendo à cidade espa-ços antes dedicados à operação portu-ária. Além do Cais do Sertão, integram este projeto o Centro de Artesanato de Pernambuco, o Terminal Marítimo de Passageiros e a reurbanização de todo o entorno desses equipamentos. Sete antigos armazéns serão reformados para abrigar escritórios, restaurantes, bares, lojas de entretenimento e pon-tos comerciais; além de um hotel, uma marina internacional e um centro de convenções.

A abertura no piso da parte museográfica representa o Rio São Francisco .

Durante as obras, foi encon-trado um dos mais importantes achados arqueológicos do Reci-fe: o Cais da Lingueta, edificado na cidade entre os séculos XVIII e XX para embarque e desem-barque de cargas e passageiros. Além das ruínas, foram encon-trados um canhão de ferro e uma âncora, além de utensílios como garrafas, tinteiros, louças inglesas e francesas.

NúmERoS dA CoNSTRUção

Área terreno: 10.238,50 m²Área total construída: 7.580,20 m²Térreo: 2.614,21 m²Intermediário: 284,48 m²1º pavimento: 2.484,57 m²2º pavimento: 1.643,32 m²3º pavimento: 553,62 m²Teto Jardim: 1.477,40 m²Grande vão livre: 56 mVão livre da laje do juazeiro: 23,92 mComprimento Cais do Sertão: 198,23 mAltura total Cais do Sertão: 20,65 mElemento Vazado (cobogós): 2.198 m²Rio São Francisco: 70 m

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ARQUITETURA E hISTóRIA

Os arquitetos Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz, ambos formados em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, criaram, em 1979, o escritório Brasil Arquitetura. Destaque na arquitetura nacional pela qualidade de suas produções, premiado e amplamente publicado nacional e internacionalmente, o escritório é conhecido, principalmente, pela intervenção em edifícios de interesse histórico. Donos de um rico e abrangente currículo, com trabalhos no Brasil e no exterior, os arquitetos, estiveram presentes em projetos como o da Praça das Artes e o Teatro Engenho Central, ambos em São Paulo; o Museu do Pão, no Rio Grande do Sul; e o Museu Rodin, na Bahia.

Sobre a inspiração para produzir os diversos projetos que fazem o escritório, Fanucci afirma que cada trabalho é único e diferenciado. “Cada projeto é uma renovação, um universo completamente novo de relações a ser desvendado, traduzido e apropriado. Cada experiência é sempre diferente da anterior. Quer dizer, não nos sentimos presos a nenhuma herança no que diz respeito a formas, técnicas ou a materiais. Na dinâmica do trabalho lidamos principalmente com elementos relacionados ao próprio universo com o qual interagimos.”

O restaurante com terraço e jardim faz parte da segunda etapa do projeto.

FOTO: bRASiL ARquiTETuRA

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INVESTIMENTO PESADOO boom da cadeia construtiva no brasil chegou ao mercado das máquinas pesadas. Seja para compra ou para locação, empresários contam com boas ofertas e novas tecnologias em equipamentos das chamada linha amarela, como escavadeiras, carregadeiras, retro-escavadeiras e guindastes.

por isabela Morais

foto Deborah Ghelman

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A lógica é simples: sem escavadeiras, guindastes, tratores e rolos compac-

tadores trabalhando a todo vapor, não é possível realizar obras de grande porte. E como o ritmo da construção civil anda acelerado, o mercado de máquinas pesa-das no Brasil não poderia estar diferente: até 2016, 13 grandes fabricantes mundiais de equipamentos para construção irão inaugurar unidades no país. Somados, os investimentos dessas companhias devem chegar à marca de R$ 1,1 bilhão.

Boa parte das multinacionais já inicia-ram suas atividades. É o caso das chinesas Sany e Shantui, da sul-coreana Hyundai que inaugurou sua primeira fábrica fora da Ásia no Rio de Janeiro, da coreana Doosan e da norte-americana John Deere. As com-panhias que já operavam no Brasil, como a Caterpillar e a Volvo, diante da concorrên-cia, expandiram sua produção. Os planos são de entrar na construção civil brasileira a partir da venda de equipamentos para obras de infraestrutura e habitação. As ex-pectativas são de que o setor consuma R$ 2,5 bilhões em máquinas até 2016.

O cenário é positivo também para quem compra ou loca. Segundo Eurimilson João Daniel, vice-presidente da Associação Bra-sileira de Tecnologia para Construção e

Mineração (Sobratema), além da varieda-de de produtos, os clientes podem contar com uma linha de crédito facilitada por uma taxa de juros subsidiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi-co e Social (BNDES). Somado a isso, o comprador tem perspectivas favoráveis: espera-se que as obras de infraestrutura e mobilidade previstas pelo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), que chegaram até a caminhar a passos lentos, voltem a se acelerar nos próximos anos. “Este é um bom momento para se investir em novos produtos”, avalia.

De acordo com a pesquisa Mercado Brasileiro de Equipamentos, promovida pela Sobratema, as vendas dos principais equipamentos da linha amarela, que reúne as máquinas pesadas como escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, pá-carrega-deiras, retroescavadeiras, rolos compac-tadores, tratores de esteira, raspadoras, miniescavadeiras, minicarregadeiras, pavimentadoras, perfuradoras de rocha, rompedoras hidráulicas e equipamentos de britagem e penetração cresceram 12% entre 2012 e 2013. A comercialização de motoniveladoras aumentou 37% e a de rolo compactadores, 20%. Até agosto des-te ano, os equipamentos mais vendidos

foram retroescavadeiras e escavadeiras hi-dráulicas, com um total de 10.320 e 6.730 unidades, respectivamente.

Tendências tecnológicas

Além de aquecer a economia, a entra-da das multinacionais deve impulsionar o desenvolvimento de tecnologia de ponta para a construção nacional. Nos últimos três anos, a norte-americana Terex vem ampliando sua atuação no Brasil. Em 2010, a empresa anunciou a implantação de sua nova unidade no município de Guaíba, no Rio Grande do Sul, a segunda fábrica da companhia no país. Para André Freire, presidente da Terex na América Latina, a nova instalação foi planejada para atender à demanda gerada pelos projetos de infra-estrutura como o PAC; o programa Minha Casa, Minha Vida; a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Dados da empresa indicam que a gran-de procura acontece por plataformas aére-as de trabalho e equipamentos compactos, como braços articulados com elevação em até 13 metros e tesouras com elevação de plataforma em até oito metros. “São má-quinas para manutenção e construção in-dustriais e que podem ser utilizadas em

A chinesa Sany está no Brasil há seis anos. Até 2010, trabalhava como importadora. Em 2011, abriu sua própria unidade para a montagem de escavadeira.

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FOTO: SANY

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Mário Humberto Marques (Sobratema) diz que uma das tendência é buscar equipamentos que aumentem a segurança do trabalho e a produtividade

lugares com espaços restritos”, comenta Freire. Entre os guindastes, os mais so-licitados são os do tipo All Terrain (AT) e Rough Terrain (RT). Os primeiros são apropriados para todos os terrenos e su-portam cargas leves e pesadas, podendo transitar nas estradas. Possuem capacida-de de elevação entre 30 e 1.200 toneladas e alcance da lança principal de 30 a 80 me-tros. Já os guindastes RT são apropriados para locais acidentados e têm capacidade de elevação entre 27 e 118 toneladas, com alcance de 24 a 53 metros. Não são rodovi-ários. No país, o modelo mais vendido pela Terex é o RT Progress 55.

Já a gigante chinesa Sany atua no Brasil há seis anos. Em um primeiro momento, de 2007 a 2010, a companhia trabalhava como importadora de equipamentos. Em 2011, inaugurou sua primeira unidade fa-bril em São José dos Campos, no Estado de São Paulo, para montagem de escavadeiras e guindastes sobre caminhão no regime de CKD (Completely Knock-Down), em uma área de 30 mil m². Para o atendimento das regiões Norte e Nordeste, a empresa pos-sui uma filial no Recife com serviços na área comercial, de pós-venda e estoque de peças.

Para Marcos Fáosbio Oliveira, diretor de vendas no Nordeste, a multinacional foi líder de vendas de guindastes rodoviários no país nos anos de 2011 e 2012. Uma das estratégias da Sany tem sido o investimen-to no potencial construtivo nordestino. “O volume de vendas na região tem aumenta-do a olhos vistos. Todos os dias aparecem novas propostas”, garante. Atualmente a empresa oferece guindastes rodoviários e sobre esteiras, perfuradeiras, miniescava-deiras, motoniveladoras e minicompacta-dores. O principal destaque da companhia é a linha de guindastes com cabine Pors-che, de design com estilo futurista. O pro-duto mais recente é o STC300.

Mário Humberto Marques, também vice-presidente da Sobratema, afirma que cada vez mais as empresas têm procurado desenvolver produtos que atendam às exi-gências da sociedade. Entre as principais tendências estão o uso de tecnologias que ordenem a atividade econômica em conso-nância com questões éticas e morais e os projetos que procurem utilizar recursos

naturais, como energia e água, de forma mais eficiente. “Por essa razão, palavras inglesas como compliance e certificação LEED estão sendo tão utilizadas”, comenta.

Outra inclinação do mercado tem sido a procura por equipamentos que busquem aumentar a segurança do trabalho e propi-ciar ganhos de produtividade com redução de custos. Nessa linha, Marques destaca o uso intensivo de miniequipamentos na construção civil, como miniescavadeiras, minicarregadeiras, manipuladores teles-cópicos, plataformas aéreas e tesouras verticais. “No outro extremo, vemos guin-dastes cada vez maiores sendo utilizados. Nas construções prediais é cada vez maior o uso de gruas de torre, permitindo a uti-lização de peças pré-moldadas cada vez mais constantes, o que agiliza o tempo de execução do empreendimento e causa per-turbações mínimas no entorno da obra, com a consequente economia de recursos naturais”, diz.

Ele ainda ressalta que o investimento em novas tecnologias deve se concretizar nos próximos anos como consequência bastante normal das cobranças de um mercado cada vez mais exigente. “É natu-ral que as empresas de vanguarda se ante-cipem às tendências.”

mercado rental

Locar ou comprar? Para as construto-ras, a locação de equipamentos pode ser uma boa opção. Na hora de tomar a deci-são é importante estar atento às vantagens

e desvantagens do negócio. Em todo o mundo, o mercado rental é cada vez mais popular. Nos Estados Unidos, por exem-plo, cerca de 40% das máquinas usadas na construção são fornecidas por empre-sas locadoras. Já na Europa, a taxa chega a 70%. No Brasil, a realidade ainda é tímida, mas o cenário é de crescimento. Para o di-retor financeiro da ESTAF Equipamentos, Ademar Souza, houve uma mudança cul-tural no setor. “No passado, a maioria dos empresários achava que a melhor maneira de se operar era possuir os equipamentos. Essa visão está mudando aos poucos.”

Dados da Sobratema ratificam o poten-cial do rental. De acordo com estimativas da instituição, aproximadamente 30% do total das vendas de máquinas pesadas no Brasil acontecem por empresas de locação. O destaque fica para a Região Nordeste. Acompanhando o aquecimento da cons-trução civil, as locações alavancaram em média 150% no Ceará, nos últimos cinco anos. Os números são do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Sindileq/CE). Já Pernambuco conta com cerca de 400 com-panhias e 14 mil trabalhadores. Há quatro anos o setor cresce a uma média de 20% ao ano. Em 2012, o índice foi de 30%. Esta-tísticas da entidade apontam que o fatura-mento médio das empresas locadoras é de R$ 1,8 bilhão por ano.

Reynaldo Fraiha, presidente do Sin-dicato dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas de Pernambuco (Sindileq/PE), conta que a progressão do

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setor está ligada à expansão da economia e à mudança de hábito do empresariado: hoje, a maioria das empresas buscam na locação a solução de seus problemas de uso de máquinas. Essa mudança de per-cepção levou os empresários de rental a se especializarem nas mais diversas áreas, contribuindo não apenas para a melhor utilização do equipamento, como também para a realização de investimentos para oferecer suporte técnico e consultoria.

“Antes, as empresas tinham máquinas para realizar manutenções, mas acabaram percebendo que tinham grandes perdas em ter em seu ativo imobilizado, já que elas eram utilizadas para um momento especifico e curto. Dessa forma, o equi-pamento ficava subutilizado e sujeito ao desgaste. Isso mudou e aposta-se na loca-ção para realizar a manutenção, não tendo mais o empresário que se preocupar com manutenção e logística, diminuindo assim as despesas”, explica.

Para Frahia, a questão da mão-de-obra qualificada é o maior entrave da constru-ção no Brasil e a locação, apesar de relati-vamente nova, é a que mais sente carência de trabalhadores. “Nesse contexto, boa fatia das locadoras é que forma sua pró-pria mão-de-obra. E o sindicato também tem dado sua contribuição nesse sentido. Ao longo desses anos temos promovido

cursos de capacitação para as diversas áre-as do setor, como mecânica, de recursos humanos e comercial.”

Animado, o presidente acredita que as perspectivas para os próximos anos são positivas. O mercado de rental deve ocu-par espaço dentro dos mais diversos seto-res da economia. “Com certeza teremos um crescimento acima da média, visto que a substituição do equipamento próprio pelo de rental vem acontecendo de forma gradativa. A nossa ideia é estar acima da media da economia do Brasil. Entretanto, precisamos destacar que esse crescimento poderá ser menor ou maior, dependendo do comportamento da economia como um todo”, conclui.

Para quem loca, as principais vantagens são econômicas. Segundo Souza, da Estaf Equipamentos, a prática reduz a necessi-dade de capital para aquisição de equipa-mentos e aumenta a rentabilidade sobre o capital investido, o que permite com que os clientes priorizem os recursos humanos e financeiros dos projetos. “Sem falar que com a locação é possível contar com equi-pamentos no mais alto nível de desem-penho”, declara. Isso porque as empresas locadoras de máquinas renovam frequen-temente sua frota. Com produtos de pon-ta, as construtoras têm a oportunidade de aumentar a produtividade.

Souza esclarece que, operacionalmente falando, a vantagem de locar está na ime-diata condição de uso. “O contratante fica livre para aplicar as taxas de produtividade que o equipamento pode fornecer, sem fa-lar da disponibilidade e variedade de mo-delos aos quais ele tem acesso, sem fazer estoque”, enfatiza. Ademais, mais horas de uso resultam em custos altos de manu-tenção e, em última instância, mais tempo ocioso. “Por isso, deve-se levar em conta custos de depreciação do bem”, alerta.

Outro benefício para quem loca é a re-dução de investimentos em máquinas que serão utilizadas apenas para determinados projetos. Muitas empresas equilibram sua logística locando a partir da necessida-de de utilização em obras especializadas ou de curta duração. “Produtos locados também são uma excelente forma de tor-nar o negócio mais rentável. Companhias com capital limitado, mas com um grande

número de projetos, podem usar a locação para cativar novos negócios e proteger seu capital humano”, avalia o diretor da Estaf Equipamentos.

O conselho geral é investir no próprio negócio e deixar a gestão de equipamen-tos para quem possui expertise no assunto. Muitas das empresas de locação oferecem sistemas que permitem ao cliente acompa-nhar o pedido, solicitar manutenção e soli-citar ferramentas para gerenciar os custos. “Ao locar, o empresário fica livre de custos com máquinas, conta com uma assistên-cia técnica especializada e ganha soluções adequadas para elevar a produtividade e segurança de seu projeto”, reforça Souza.

Quem decide pela compra, especial-mente quem atua há pouco tempo no ramo, deve ficar atento aos riscos do mer-cado. “Os investimentos nessa operação, tais como manutenção da frota, reparos, inspeções, logística e armazenamento têm influência na vida útil das máquinas e au-mentam consideravelmente o custo de uso dos equipamentos”, salienta Souza.

Questões como tempo ocioso e trans-porte dos equipamentos também devem ser levadas em conta. “Na hora de decidir entre a compra ou a locação, deve-se con-siderar os efeitos a longo prazo para deter-minar se a taxa de uso justifica a aquisição. Se o custo total da posse e as taxas de uso não forem substancialmente menores, a locação é a opção mais rentável”, pondera.

mão-de-obra

As expectativas de um mercado pro-missor podem barrar na falta de mão--de-obra qualificada para operar equipa-mentos pesados. Wilson de Mello Júnior, diretor do Instituto Opus, programa cria-do por iniciativa da Sobratema para for-mação, atualização e licenciamento de operadores e supervisores de máquinas para a construção, fala que há escassez de profissionais na área, o que força empresas a utilizar pessoas sem o perfil adequado para realizar o trabalho.

As consequências podem ser desas-trosas. Um estudo realizado pela Occupa-tional Safety and Health Administration, nos Estados Unidos, aponta que 94% dos acidentes com máquinas de grande porte

Reynaldo Fraiha presidente do Sindileq PE

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: SiND

LEq/PE

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ocorrem devido a erros humanos, dire-tamente ligados aos operadores ou à ge-rência. 26% dos incidentes se dão pela imperícia dos condutores e 14% por falta de concentração. No Brasil, Mello marca a falta de estatísticas sobre o tema. “A ine-xistência de métricas não nos permite de-monstrar de forma clara e precisa a inefici-ência de nossa produtividade, bem como o número real de acidentes ocasionados por má operação”, explica.

Empresas preocupadas com essa reali-dade vêm desenvolvendo atividades com o objetivo de promover treinamento em serviço, visando minimizar o gap criado entre a evolução dos equipamentos e a ca-pacitação dos profissionais. O diretor da Opus assinala que a mão-de-obra brasilei-ra ainda precisa de um processo de forma-ção mais rigoroso. “Para guiar um veícu-lo, a pessoa deve passar por determinado número de horas de aprendizado e ser avaliada de forma teórica e prática. Já para operar uma máquina, com um nível de pe-riculosidade muito maior, isso não é exigi-do com a mesma severidade”, pondera.

Para atacar o déficit de mão-de-obra

qualificada, a Tracbel desenvolveu um novo método de capacitação: simuladores de operação para suas máquinas. Com um sistema gráfico em 3D de alta resolução e uma plataforma de movimentos elétri-cos, o equipamento reproduz dezenas de cenários e situações, além de transmitir as sensações de atrito e variações de ter-reno e inclinação para o operador. Foram criados três modelos de treinamento: um simulador de caminhões articulados, com 14 diferentes cenários de treino; um de carregadora de rodas, com 24 cenários de treinamento e um simulador de esca-vadeira, com 31 funções. Os principais benefícios do uso de simuladores são a segurança para o operador, a diminuição de custos, a rapidez de aprendizado e o au-mento da produtividade e mais: a capaci-tação pode ocorrer dentro das instalações dos clientes.

O programa de treinamento da Tracbel já foi testado com sucesso pela Constru-tora Odebrecht para a formação de 500 profissionais. Informações da companhia, assinalam que houve uma redução de 20% do tempo de formação da mão-de-obra.

No método de treinamento com máqui-nas, eram gastos por volta de R$ 45.600 por turma. Com a utilização dos simula-dores, o custo total caiu para R$ 17.541. Como o programa da Tracbel, fica excluí-da a necessidade de uso de combustível e manutenção. Desta forma, os gastos com o equipamento caíram de R$ 29.600 para R$ 8.600.

Elson Rangel, gestor de P&O e enge-nharia da Odebrecht, considera a segu-rança do uso dos simuladores. “Nesse ambiente, os operadores podem cometer erros sem que haja a ocorrência de aciden-tes ou aumento dos custos operacionais e assim podem desenvolver suas habilida-des motoras e a percepção dos riscos. É um investimento que deve ser observado por todos aqueles que prezam a segurança e a produtividade”, eclarece. Já Wilson de Mello Júnior complementa: “Um operador que tenha exímio conhecimento técnico e prático do processo pode minimizar o ris-co de acidentes de trabalho, além de tirar o melhor desempenho da máquina, dimi-nuindo as quebras e os custos com manu-tenção e consertos.”

Expandindo os seus negócios, a John Deere inaugura a sua sexta unidade no Brasil.

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FOTO: JOHN DEERE

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Na hora de decidir entre a compra e a locação, Ademar Souza, diretor financei-ro da ESTAF Equipamentos, aconselha que os clientes equilibrem dois fatores: o tempo de posse do equipamento e seu nível de utilização. “Se você passa muito tempo com a máquina, mas não a usa frequentemente, ou ainda se você utiliza o produto de forma intensa, mas vai passar pouco tempo com ele, vale a pena locar. A compra só se justifica se a empresa pretende ter uma posse em longo prazo e com um nível de utilização alto”, explica.

Quem escolhe a locação poderá ter as seguintes vantagens:

- Reduzir a necessidade de capital para aquisição;

- Aumentar a rentabilidade sobre o capital investido;

- Contar com máquinas de alto nível de desempenho, já que as empresas de locação promovem renovações constantes da frota;

- Aumentar a produtividade;

- Livrar-se de custos de manutenção, inspeção e logística das máquinas.

leilões online

As máquinas pesadas e usadas também têm sua vez no mercado da construção. Du-rante muito tempo, esses equipamentos eram negociados por corretores, responsáveis por intermediar as pontas – compradores e ven-dedores. A realidade começou a mudar por volta do ano 2000, com o surgimento dos leilões pela internet. Pedro Suplicy Barreto, diretor comercial da Superbid, pioneira em pregões on-line, diz que a prática conquistou o público. “No início, os compradores e ven-dedores não tinham confiança, porém com o tempo, mais e mais empresas e pessoas foram vendo que o leilão é totalmente transparente, não existe brecha para qualquer forma de fa-vorecimento ou direcionamento”, deixa claro.

O diretor garante que os pregões trazem vantagens para os dois lados das negociações: os vendedores ficam com todo o valor da má-quina. Os compradores encontram um am-biente com farta oferta de modelos e podem buscar produtos que se encaixam melhor às suas necessidades, sabendo que estão pagan-do um valor justo. Hoje, as empresas veem nos leilões uma oportunidade de recuperar parte do capital investido nas máquinas. “As grandes construtoras e empreiteiras foram as primeiras a se beneficiar com essa moda-lidade de venda e abriram mercado para as pequenas e médias. Hoje, a Superbid conta

com uma célula de negócio focada no pe-queno e médio empresário, a Superbid PME”, assimila.

Nos pregões on-line, Barreto afirma que os compradores podem adquirir produtos que variam entre 10% e 40% do valor de ta-bela, dependendo da marca, modelo e ano do equipamento. Outro ponto positivo é que a negociação tem data e hora marcadas para

acontecer. Com isso, é possível se antecipar e realizar visitas para conferir in loco todos os detalhes. Para participar dos leilões, basta acessar o site www.superbid.net, realizar o ca-dastro e encaminhar a documentação neces-sária. Depois, é só se habilitar para o pregão desejado e fazer suas ofertas. “Recomendamos sempre que seja realizada uma visita aos lotes antes de fazer a compra”, aconselha Barreto.

A Tracbel (Volvo) desenvolveu um simulador de alta geração para capacitar operadores de máquinas pesadas. FOTO: TRACbEL

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por Gil Aciolly

EMPrESAS ESTrANgEIrAS ENCONTrAM NO brASIl MErCADO PArA PISOS ESPOrTIVOSA solução para a melhoria de índices de rendimento e fadiga dos atletas pode vir do chão. A tecnologia aplicada aos pisos das quadras esportivas avança e desembarca no país.

De um piso rígido, com linhas pinta-das, aos assoalhos feitos sob medida

para cada modalidade esportiva. A tecno-logia por traz da construção de quadras deu um salto ao longo dos anos. Desenvol-vidas para atender as mais variadas exigên-cias, desde a diminuição da fadiga e lesões, ao aumento de rendimento dos atletas, não deixam de fora conforto e segurança. Esses avanços já incorporados às práticas esportivas na Europa e Estados Unidos começam a se disseminar no Brasil, num momento em que recebemos competições como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Atraídas por esses eventos, as empresas

estrangeiras descobriram um mercado em franca ascensão, mas com alguns obstácu-los a serem vencidos.

Por enquanto, o Brasil importa tecno-logias. E elas são muitas. Todas elaboradas para atender a rígidos padrões estabeleci-dos por organizações e federações espor-tivas internacionais. Pesquisas realizadas por centros, universidades e até pelas próprias empresas do setor, apontam para materiais que devem ser usados de acordo com as medidas técnicas e características das práticas esportivas, tais como resistên-cia, flexibilidade, amortecimento, absor-ção de impactos, deslizamento e fricção.

Madeiras, vinílico e resina poliuretana são os tipos mais comuns.

“Um piso esportivo tem por definição a segurança e o desempenho do pratican-te, sendo um compromisso entre os dois critérios. O objetivo é proteger o usuário, evitando contusões e proporcionando uma vida esportiva de longo prazo e tam-bém uma atividade de lazer com proteção e bem-estar”, enfatiza o responsável pela Comissão Técnica de Pisos Indoor da As-sociação Brasileira da Indústria do Esporte (Abriesp), Michel Matranga, também di-retor da Gerflor America Latina, empresa especialista no assunto desde os anos 1960.

tecnologia

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FOTO: ACTiON FLOOR SYSTEMA busca pelo aperfeiçoamento científico do piso esportivo é comum na Europa e Estados Unidos.

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A busca pelo aperfeiçoamento científi-co do piso esportivo é comum na Europa e Estados Unidos, onde, num primeiro mo-mento, observou-se os traumatismos dos atletas. Depois, iniciaram-se discussões sobre o tema, envolvendo as federações esportivas e poderes públicos, como mi-nistérios do Esporte e da Educação. Após os mais diversos estudos realizados em laboratórios, clínicas, e por diferentes pes-quisadores, como especialistas em lesões, instituíram-se as normas. Todas elas ba-seadas no monitoramento das atividades, seja no âmbito profissional ou nas escolas. Os pisos esportivos adequados viraram obrigação e o resultado foi a redução de acidentes.

Com o resultado das análises, foram definidos limites de dor, tempo de recu-peração após o trauma e pré-requisitos técnicos como amortecimento de impac-tos e deslizamento. A partir daí, foram fabricados produtos ainda mais aprimora-dos, que vão além dos princípios estabe-lecidos pelas organizações. As inovações são diversas e variam de acordo com os materiais utilizados. “Em vinílicos, são as espumas que amortecem, como uma sola de tênis. Também há o tratamento de superfície aplicado, que além da sua

performance em relação à facilidade na manutenção do piso, é um produto eco-logicamente correto, sustentável”, afirma Matranga. Todas essas tecnologias desem-barcam no Brasil num momento em que o esporte encontra-se em evidência, por conta dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo. A carência de produtos especiali-zados torna o país um mercado promissor.

“Aqui existem poucas empresas foca-das no desenvolvimento de produtos. A maior parte está no segmento de presta-ção e execução de serviços. As inovações mais modernas têm em média 15 anos”, revela o diretor técnico da Associação Na-cional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho (Anapre), Newton Carva-lho. Para ele, o campo tem tendência de crescimento contínuo, uma vez que há a necessidade, principalmente por parte dos governos, seja federal estadual ou munici-pal, de renovar e criar complexos esporti-vos. Nas quadras brasileiras, a madeira é bastante utilizada em locais cobertos. Mas a opção mais comum é o poliuretano, uma borracha que suporta a movimentação es-trutural da quadra, garante durabilidade e bom amortecimento aos impactos. Em sua superfície, é aplicada uma camada acrílica, através da qual são realizadas as

pinturas das faixas e os diferentes layouts.“Utiliza-se o mesmo piso de poliure-

tano para diversos tipos de modalidades, tanto em quadras internas como externas, academias de ginásticas. Enfim, pode ser utilizado em qualquer área onde podem ocorrer quedas”, ressalta Carvalho. Segun-do ele, a indústria é o principal cliente das empresas brasileiras que trabalham com piso, mesmo com a disseminação dos es-portes, a popularização das academias de ginásticas e o surgimento de residenciais tipo clube, onde as quadras são essenciais. “Apesar de o mercado imobiliário oferecer diversas opções de lazer aos moradores, demandando construções de quadras, dificilmente são empregados poliuretano ou madeira. São sempre aplicadas tecno-logias mais populares”, argumenta.

O orçamento é o principal entrave na hora de arquitetar um piso mais apropria-do às práticas esportivas. “Há quem queira transformar um chão de concreto em uma quadra. Para isso, é realizada somente uma pintura. Isso ocorre principalmente em condomínios. As empresas tendem a se adequar ao orçamento disponível. Mui-tas vezes temos que trabalhar com cus-tos reduzidos”, desabafa Carvalho. Esse é um grande gargalo para as empresas

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FOTO: ACTiON FLOOR SYSTEMPisos esportivos adequados resultam em redução de acidentes.

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estrangeiras. “O país não está acostumado a usar pisos esportivos, e devido à ausên-cia de informação, erroneamente um piso é apenas considerado um piso, ou seja, define-se um revestimento sem buscar as características necessárias e apropriadas ao uso. Você encontra, no Brasil, uma quadra especializada para prática esporti-va com revestimentos que são os mesmos usados num apartamento residencial ou escritório”, constata Matranga, que vê esse problema como um empecilho à prática esportiva correta, mas também como uma oportunidade. O mercado nessa área cres-ce, exatamente, pela carência de equipa-mentos específicos no país.

Matranga esclarece o pensamento atra-vés de uma analogia. “As pessoas quando correm num parque utilizam um tênis e não sapato social, além de bermuda e ca-miseta”, diz. O propósito é o mesmo. A ideia é adaptar. Por isso, os parâmetros técnicos e as características das práticas esportivas devem ser decididas duran-te o projeto. “Há demanda. O problema é que depois que enviamos os valores, as pessoas acham caro e acabam comprando

um revestimento inadequado”, enfatiza. O custo do piso esportivo, que no Brasil va-ria entre R$ 80 e R$ 200 o m², não é um problema nos Estados Unidos ou países da Europa, onde a utilização de produtos adaptados, homologados e normatizados é obrigatória. E isso em qualquer quadra, seja ela utilizada em competições esporti-vas profissionais ou em arenas e ginásios escolares.

A falta de conhecimento ainda coloca o Brasil em posição de importador dos países onde o estabelecimento de mode-los para a construção esportiva é antigo. O investimento numa indústria brasileira para a área ainda é alto frente à capacida-de atual de mercado. Por aqui, os esforços são para fornecer ferramentas à ABNT e outras organizações, com a perspectiva de se criar um padrão que também se adapte às parâmetros internacionais. “Aqui não temos normas, não temos recomendações. O único ponto de entrada são os eventos esportivos de alto nível. Mas depois de re-alizados os Jogos Olímipicos e a Copa? Va-mos equipar quadras escolares ou centros de preparação física?”, indaga Matranga.

O desafio encarado pela Abriesp é apro-veitar o momento, proporcionado pelas grandes competições esportivas no Brasil, para profissionalizar o segmento. O tempo é apertado. Como não se pode mudar em pouco tempo, adaptam-se produtos. Infor-mar e divulgar são as armas da Associação, que pretende utilizar uma cadeia profissio-nalizada para ter um resultado adaptado às necessidades de qualquer praticante. O

alvo são o mercado de instalações espor-tivas, poderes públicos, usuários e toda a cadeia de esporte.

de olho no Nordeste

Para a Abriesp, o Nordeste representa a parte brasileira mais carente de equipamen-tos e instalações esportivas. A Associação tem pouquíssimos contatos com os usuá-rios e poderes públicos, apesar de manter uma rede de representantes na Região. A instalação de pisos esportivos é esporádi-ca, mas está começando. Esse início é bem aproveitado pela empresa Action Floor Sys-tem, empresa internacional que elegeu o lugar como porta de entrada para o Brasil.

“Acreditamos que há muitas oportuni-dades no Nordeste, em relação às cidades mais conhecidas como São Paulo e Rio de Janeiro”, justifica o sócio-diretor da LIR-NEO - International Relations & Business, Ricardo Demarchi, consultor e represen-tante da Action Floor na Região. Para ele, as maiores dificuldades são os impostos, incerteza política, instabilidade monetária e custos de logística.

O carvalho silvestre duro de alta quali-dade, produzido nos Estados Unidos, ca-racterizado como Maple, é a matéria prima utilizada pela empresa para fabricação dos assoalhos. Preferida em todo o mundo, quando o assunto é quadras indoor, apre-senta um nível de dureza ideal combinado com resistência, que proporcionam suavi-dade e longevidade. Equipes das principais

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O orçamento é o principal entrave na hora de arquitetar um piso mais apropriado às práticas esportivas.

Ricardo Dermachi acredita que há muitas oportunidades no Nordeste para a instalação de pisos esportivos.

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ligas de basquete americanas como NBA, WNBA, ABA e NCAA utilizam este tipo de piso, também empregado em outras moda-lidades. Demarchi justifica que as madeiras encontradas no Brasil são menos resisten-tes devido a dureza e, por isso, mais pro-pensas ao surgimento de lascas e à expan-são, o que pode provocar o desnivelamento das quadras.

A Action Floor trabalha com as Uni-versidades de Wisconsin e Michigan em diferentes tipos de estudos par garantir o desempenho do maple. Mas a maior parte das pesquisas é desenvolvida pela própria empresa. Seus assoalhos, além de atender aos padrões estabelecidos por normas de todo o mundo, são submetidos a testes com valores de desempenhos de redução de força (impacto), quicar da bola, coeficien-te de atrito, reflexão vertical e aérea. Esses critérios também são levados em conta na hora de definir o tipo de madeira específico para a modalidade esportiva. “Se olhamos para uma pista de dança ou aeróbica, então queremos uma redução de força muito alta, desconsiderando critérios de quique da bola. Da mesma forma, para os assoalhos de basquete seria necessário uma redução da força ligeiramente inferior para manter o quicar da bola”, exemplifica o vice-presi-dente Internacional de Vendas da Action Floor, Mike Mann.

Apesar de seus sistemas serem projeta-dos para atender as especificidades de cada modalidade esportiva, a Action Floor de-senvolveu diferentes tecnologias, incluindo uma multiuso, que pode ser usada para a prática de várias modalidades de esporte. A aposta da empresa são as quadras portáteis. A proposta, já utilizada fora do país, é per-mitir que áreas poliesportivas possam abri-gar variadas competições e eventos como exposições e shows, otimizando o espaço físico. O diferencial é a rapidez com que a superfície é trocada. Tudo para cumprir, em tempo hábil e de forma prática, crono-gramas apertados. Batizado como Assoa-lho Nitro Panel, a estrutura portátil foi pro-jetada para ser instalada e removida com facilidade e segurança, além de ser durável e possuir características que maximizam sua eficiência. O piso combina conceitos de design de alta tecnologia, proporcionando também rendimento aos atletas.

CUIdAdoS NA hoRA dE ESPECIFICAR E PRoJETAR

É possível adotar pisos multiuso, recomendados para quadras escolares e universitárias, arenas municipais, academias de ginásticas ou qualquer lugar de prática esportiva indoor (áreas cobertas e fechadas).

1. Verifique as condições ambientais do local, como ventilação ou ar-condicionado.

2. busque empresas profissionais e idôneas para orçar produtos e insta-lação do piso.

3. Dê preferência às empresas capazes de justificar a proveniência de produtos, através de laudos técnicos e certificados de homologação.

4. Respeite as especificações do fabricante dos produtos e os requisitos técnicos obrigatórios.

5. Certifique-se do prazo de entrega do produto e de instalação.

6. Verifique os padrões estabelecidos para cada modalidade esportiva, como tamanho mínimo de quadra e marcações. A dica é consultar os qua-dros técnicos das federações esportivas internacionais, que disponibili-zam material em seus sites.

7. Fique próximo dos profissionais que vão executar o projeto.

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A falta de conhecimento ainda coloca o Brasil em posição de importador.

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Eu digoFlávio Geraldo (AbPM) fala sobre uso da madeira tratada na construção civil

P. 50

ano iV | nº 18 | setembro 2013

EntrevistaMaurício broinizi e o programa Cidades Sustentáveis

P. 63

PARA ONDE VãO?2014 é o prazo para a adequação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. É preciso ficar alerta: a implantação ainda caminha a passos lentos, sem incentivos.P. 69

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MADEIrAS rEflOrESTADAS E TrATADAS INDuSTrIAlMENTE: OPçãO SuSTENTáVEl Flavio C. Geraldo *

A madeira é o único material de en-genharia produzido pela única fá-

brica não poluente do planeta, a árvore. Em seu processo produtivo, uma árvore capta e sequestra dióxido de carbono, um gás de efeito estufa, e libera oxigê-nio puro para a atmosfera. Se não bas-tasse esse enorme benefício, no caso de madeiras cultivadas, é o único material renovável de ciclo curto, portanto, com disponibilidade infinita. Reflorestamen-tos são verdadeiros poços de carbono onde é produzido o mais versátil dos materiais de engenharia, a madeira.

Dados publicados recentemente pelo Instituto de Pesquisas Tecnológi-cas (IPT) na segunda edição do livro intitulado “Madeira – Uso Sustentável na Construção Civil” (Publicação IPT 3010) nos dão conta de que ao redor de 64% de todo o volume de madeira tropi-cal produzido na Amazônia é consumido no Brasil. Ao mesmo tempo, só no Esta-do de São Paulo, o consumo de madeira amazônica utilizada pelo setor da cons-trução civil é da ordem de 1,8 milhão de metros cúbicos. O mais interessante é que, destes, cerca de 50% são destinados às estruturas de cobertura e 33% a andai-mes e formas para concreto, verdadeiros materiais descartáveis. A boa notícia é que já existem soluções de engenharia que proporcionam às madeiras cultiva-das, eucaliptos e pinus, vantagens com diferenciais extremamente competitivos com ganhos na qualidade e segurança.

Peças estruturais são projetadas e produzidas de tal forma que permitem melhor aproveitamento das madeiras, com bitolas e comprimentos menores, melhor distribuição de esforços, rapidez, economia de mão de obra e geração de resíduos próxima de zero. Além disso, todos os componentes produzidos a par-tir de madeiras cultivadas poderão ser tratados industrialmente com produtos

que vão proporcionar vida útil compa-rável às melhores madeiras nativas. Os processos e produtos adotados e utiliza-dos são regidos por legislações específi-cas e, muito importante, amparados por Normas Técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

É sempre bom lembrar que a cada dia que passa se torna mais difícil e onerosa a aquisição de madeiras nativas, deno-minadas genericamente como “Madeiras de Lei”, que nem sempre são provenien-tes de áreas de manejo sustentável, ca-racterizando procedência duvidosa.

Madeiras nativas são conhecidas pe-las boas propriedades físicas e mecâni-cas, além da ótima aparência, mas, pela baixa disponibilidade atual, muitas vezes acaba-se adquirindo o que existe com maior disponibilidade no mercado. Em geral madeiras sem procedência definida e com propriedades tecnológicas inferio-res ou até mesmo indefinidas. É comum o abastecimento do mercado com ma-deiras mistas, com variabilidade diversa a preços elevados.

A viabilização do uso de madeiras re-florestadas veio por intermédio da união de soluções técnicas que compensam eventuais diferenças que poderiam exis-tir quando comparadas às madeiras nati-vas. Soluções que respondem em especial às questões de resistência aos esforços e de durabilidade. Em outras palavras, so-maram-se as competências relacionadas a cálculos estruturais e à deterioração ao tratamento industrial em autoclave, hoje com alternativas tradicionais e com a possibilidade da utilização de formula-ções mais avançadas.

A mensagem econômica e socioam-biental aqui embutida é clara. Grandes demandas podem ser atendidas com segurança, qualidade, baixos custos e sustentabilidade. Neste aspecto, a As-sociação Brasileira de Preservadores

* Flavio C. Geraldo é da Associação Brasi-leira de Preservadores de Madeira (ABPM).

de Madeira (ABPM) presta um enorme serviço à engenharia construtiva nacio-nal, ao ter concluído textos normativos relacionados ao uso da madeira tratada na construção. Depois de vários anos de trabalho, a ABNT publicou, desenvolvi-da pela ABPM, a NBR 16143 - Preserva-ção de Madeiras - Sistema de Categorias de Uso, ferramenta hoje indispensável a todos os profissionais que utilizam a ma-deira tratada como material construtivo. Se não bastasse, a ABPM oferece tam-bém os meios para a total proteção dos interesses de quem compra e de quem produz, com o selo de qualificação con-cedido às usinas de tratamento de ma-deira comprometidas com a qualidade e legalidade. O produtor de madeira trata-da passa pelo crivo do programa de au-torregulamentação, baseado em rigorosa auditoria IPT. A partir de então, o pro-dutor de madeira tratada recebe o selo QUALITRAT, concebido pela ABPM em conjunto com o Instituto Totum, uma das entidades mais conceituadas na área de programas dessa natureza. O mercado consumidor e usuário da madeira trata-da podem então contar com a garantia da qualidade desse tipo de material, com custos extremamente competitivos e com garantia da qualidade.

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eu digo

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entrevista

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por isabela Morais

CONSTruIr CIDADES é constrUir QUAlidAde de vidA

Maurício broinizi

entrevista

O programa “Cidades Sustentáveis”, uma iniciativa da Rede Nossa São Paulo em parceria com o instituto Ethos, nasceu de uma campanha eleitoral de 2012, com o objetivo de auxiliar os municípios brasileiros a colocar em prática ações de sustentabilidade. Nesta entrevista, o coordenador executivo do projeto, Maurício broinizi, conta os desafios para a implementação de uma sustentabilidade muito além da questão ambiental e revela a importância de atitudes inovadoras daqueles profissionais que constroem cidades.

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entrevista

Há muitasempresas que olham

muito o lucro e, às vezes, para não

perder um mínimo do lucro, causa um desastre ambiental

na região.

O que define uma cidade como

sustentável?

A sustentabilidade se insere em diversos

âmbitos que não só o ambiental. Em ge-

ral, cidades sustentáveis são aquelas que

promovem o bem-estar social para sua

população. No programa “Cidades Sus-

tentáveis”, nós trabalhamos com cinco

eixos distintos que são as sustentabilida-

des política, econômica, social, ambiental

e cultural, ou seja, o conceito vai muito

além da questão meramente ambiental.

Em política, por exemplo, a sustentabili-

dade está no aprofundamento e cresci-

mento da democracia e na participação

da sociedade no controle e vigilância so-

bre as políticas públicas. Na área de eco-

nomia, uma cidade sustentável é aquela

que gera emprego e renda para todos os

segmentos da população e que incentiva

a economia criativa, diminuindo o consu-

mismo. Em Vitoria-Gasteiz, um município

da Espanha, os cidadãos têm tudo o que

eles necessitam – transporte, comércio,

escolas, saúde – em um raio de cerca de

300 metros de suas casas. Isso dispensa o

uso de automóveis, melhora a circulação,

reduz a emissão de poluentes. Mas isso

não ocorreu de um ano para o outro, pois

criar uma cidade sustentável leva tempo

e exige comprometimento. A prefeitura

de Vitoria-Gasteiz criou uma secretaria de

planejamento em 1994, por influência da

ECO 92, com o objetivo de redesenhar o

município. Em 2012, eles ganharam o prê-

mio de Capital Verde Europeia. O segredo

da sustentabilidade foi descentralizar os

serviços.

Quantos municípios já compraram a

ideia?

Os municípios que aderiram ao progra-

ma, no total, são cerca de 250. Só que

para fazer parte do programa, as pre-

feituras têm que assumir alguns com-

promissos. O primeiro deles é fazer um

diagnóstico com dados e indicadores de

como a gestão encontrou o município

no começo de 2013. Informações como

mortalidade infantil, situação do trans-

porte público, do saneamento básico. De

posse desses dados, eles fazem um pla-

no de metas. Desses 250 que assinaram

a carta de compromisso, muitos tiveram

dificuldades técnicas, então, os que es-

tão realmente levando adiante são por

volta de 100. No nordeste, João Pessoa

tem uma boa participação no programa,

com uma boa perspectiva de avanços

e uma política de preservação de áreas

verdes bem ousada. Recife também se

comprometeu e está empenhada. Ilhéus

tem um prefeito comprometido e uma

sociedade civil bem participativa. Em

Salvador foi criada uma secretaria para

tratar do tema. Outros destaques são

São Luiz, Fortaleza, Natal, Itabuna, Cama-

çari – um polo industrial com uma situa-

ção de impacto ambiental bem compli-

cada – Jaboatão dos Guararapes, etc. É

claro, estão todos no começo de gestão,

então é difícil começar a fazer previsões.

Inciativas a médio e longo prazo nem

sempre são interessantes aos políticos

porque não trazem resultados imedia-

tos. Na opinião do senhor, qual é o perfil

do gestor público atualmente? Ele está

mais interessado em ações em longo

prazo? Está mais sensível à causa?

Os prefeitos que estão levando a sério

e estão realmente tentando colocar em

prática nosso programa, eu acredito que

esses não agiram por intenção eleitorei-

ra e que realmente estavam dispostos a

inovar e avançar no caminho à susten-

tabilidade. Talvez muitos dos que não

estão dando conta estejam nessa situ-

ação porque assinaram o compromisso

com intenções eleitoreiras em sua época

No que consiste o programa “Cidades

Sustentáveis”?

O programa visa a auxiliar governos e

sociedade civil a promover o desenvol-

vimento sustentável nos municípios bra-

sileiros. Não propomos uma utopia. Pelo

contrário, nos baseamos em práticas que

já deram bons resultados em diversos lu-

gares do mundo. Existem muitas cidades

em todos os continentes que, na área de

mobilidade, por exemplo, deram priori-

dade absoluta para o transporte público,

implantaram uma boa malha viária de

ciclovias e desmotivaram o uso do carro.

Desse modo, você reduz a emissão de

poluentes, poupa tempo das pessoas em

seu transporte cotidiano, entre inúmeros

outros benefícios. Isso é uma política de

mobilidade urbana que caminha rumo

à sustentabilidade. Na área de resíduos,

temos exemplos de lugares que já che-

garam a 100% de coleta seletiva e de des-

tinação para a reciclagem, tanto do lixo

seco quanto do orgânico. Se você combi-

na o estímulo a produzir menos resíduos

e o reaproveitamento integral do lixo,

reintroduzindo-o no sistema produtivo,

temos uma política que caminha rumo à

sustentabilidade. Há muitos outros pon-

tos, como o reuso da água, a utilização da

energia solar, a construção de edifícios in-

teligentes, etc.

Nós tentamos ver tudo o que há de mais

inovador em todas as dimensões da sus-

tentabilidade e que ao mesmo tempo

sejam possíveis de se concretizar, que

não fiquem apenas no plano da teoria. O

programa oferece uma plataforma que

funciona como uma agenda para a sus-

tentabilidade, incorporando de maneira

integrada as dimensões social, ambiental,

econômica, política e cultural e abordan-

do as diferentes áreas da gestão pública

em 12 eixos temáticos. A cada um deles

estão associados indicadores, casos exem-

plares e referências nacionais e interna-

cionais de excelência. Estamos diante da

oportunidade de criar um novo padrão

de relação dos cidadãos com a política,

os candidatos assumindo compromissos

concretos e os cidadãos acompanhando

os resultados desses compromissos.

64|8

Page 65: Revista Construir Nordeste Ed 69

de campanha. O “Cidade Sustentáveis”

preza pelo respeito ao dinheiro público

e incentiva os gestores a continuar pos-

sível projetos que estavam dando certo

mas que eram de outros partidos. Bus-

camos, inclusive, incentivar consórcios

entre municípios da mesma região, para

que eles trabalhem juntos. Não importa

se os partidos são diferentes. Ainda é di-

fícil fazer qualquer avaliação, porque os

prefeitos que estão agora começaram

no começo do ano, mas é possível obser-

var que os partidos políticos estão per-

cebendo a importância da causa. Muitos

prefeitos querem se destacar para fazer

uma boa administração, com mais inte-

resse público do que privado.

A sociedade tem cobrado ações de

sustentabilidade das autoridades?

Qual a importância da participação da

população?

Sim, sem dúvida. Temos observado

muitas organizações da sociedade civil

criadas com o objetivo de cobrar, mo-

nitorar, fazer propostas. São Luiz, por

exemplo, havia poucos indicadores e foi

criado um observatório para trabalhar

a questão. Recife também tem o ODR,

Observatório do Recife. Em Ilhéus há o

movimento “Nossa Ilhéus”, que realiza o

levantamento desses índices. Com isso, o

debate com os poderes públicos alcan-

ça outro patamar, há outra qualidade de

cobrança, porque a sociedade está em

posse das informações. A sociedade civil

brasileira está avançando nesse sentido.

Ela percebeu que não adianta apenas

reclamar e protestar, é preciso também

exercer o controle social estando infor-

mado, e de posse do conhecimento téc-

nico necessário. Aí também entra a ques-

tão da conversa com as universidades e

com aqueles profissionais que pensam

no planejamento urbano.

O programa incentiva o planejamento, a

otimização de recursos e a participação

da sociedade, porque é importantíssimo

que ela se comprometa a ser correspon-

sável pela qualidade de vida da cidade.

A cidade de Canoas, na grande Porto

Alegre, tem um bairro chamado Graju-

viras, cujo apelido era “Bagdá brasileira”

devido aos elevados índices de violência.

É um bairro muito grande, com cerca de

40 mil pessoas. Houve uma integração

de políticas públicas, de partidos dife-

rentes. Eles uniram a inteligência das

polícias e a prefeitura entrou com políti-

cas públicas: criaram um centro de con-

vivência, organizaram a juventude, im-

plementaram escolas, posto saúde, etc.

A autoestima da população aumentou

e ela própria começou a gerar os bens

públicos. Em pouco mais de dois anos,

o índice de homicídios baixou 73%, foi

a maior diminuição de um indicador de

violência que se tem conhecimento em

uma cidade brasileira. Isso sem disparar

nenhum tiro. É claro, nenhuma cidade

está perto do ideal, mas alguns municí-

pios, sobretudo da região Sul, já tiveram

mais investimentos sociais e mais cuida-

dos com o planejamento urbano, como

Curitiba, Maringá, Londrina, Blumenau.

Quais os principais erros das cidades

quando o assunto é desenvolvimento

urbano sustentável?

No Brasil nós temos problemas básicos

que é saneamento básico e lixo. Isso são

problemas gerais. Ao mesmo tempo, a

gente começa a juntar questões mo-

dernas como, principalmente, a mobili-

dade e arborização nas cidades médias

e grandes. A arborização não é só pelo

paisagismo em si. Ela cumpre diversos

outros papéis importantíssimos como a

drenagem da água, o equilíbrio térmico,

a qualidade do ar, afetando questões

como enchentes, formação de ilhas de

calor. Essa questão precisa ser considera-

da, porque tem muito gestor que ainda

acha que a arborização é bijuteria.

Começamos a perceber um movimento

nos setores da construção civil e imobi-

liário com apelo para a sustentabilidade.

O senhor acredita que essa é uma estra-

tégia de marketing ou já é ideológica?

Isso varia de caso a caso: tem gente que

é séria nesse mercado, mas não é todo

mundo – e talvez nem seja a maioria. Há

empresas que fazem pesquisa e inves-

tem em projetos de Green Bulding com

energia solar, reuso de água, que não

privilegie garagens para automóveis. Os

edifícios, para serem sustentáveis, de-

vem ser pensados como parte da cidade.

Não adianta fazer um empreendimento

politicamente correto, dentro de todas

as normas, se você coloca quatro anda-

res de garagem no subsolo e as pesso-

as ficam congestionadas só para saírem

dos edifícios. Em São Paulo, há prédios

onde as pessoas ficam de trinta a qua-

renta minutos só para saírem da gara-

gem. Uma construção sustentável vai

desde o projeto até o processo de cons-

trução, no uso de materiais. Dá pra usar

muito material reciclável. Mas é preciso

avaliar também como o empreendimen-

to está inserido na malha urbana, se ele

irá afetar positivamente a região. É uma

área que está avançando cada vez mais

com mais tecnologia e conhecimento.

Agora há também o outro lado, de gen-

te só interessada no marketing. O uso

oportunista daquilo que pega bem está

em todos os setores.

Qual a responsabilidade de profis-

sionais como engenheiros, arquite-

tos, urbanistas na construção dessa

sustentabilidade?

O papel deles é fundamental. Hoje, esses

profissionais têm condições de se norte-

ar por conhecimentos e por processos

de gestão ambiental com solidez, eles

têm como ir atrás das informações e

também inovar. Os bons exemplos estão

se multiplicando pelo mundo. Há mui-

tas empresas que olham muito o lucro

e, às vezes, para não perder um mínimo

do lucro, causa um desastre ambiental

na região ou prejudica a saúde dos tra-

balhadores da obra; e os engenheiros,

arquitetos e urbanistas podem mudar

essa realidade. Hoje existe uma enorme

quantidade de informações que podem

fornecer para eles caminhos novos, mu-

dando não só o produto específico no

qual ele está trabalhando, mas também

o impacto de seus projetos na região.

Eles constroem cidades, e construir cida-

des não é envolver só concreto e asfalto,

construir cidades é construir qualidade

de vida.

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Page 66: Revista Construir Nordeste Ed 69

das temperaturas internas, gerando uma melhor eficiência no consumo de energia, uma melhor qualidade no ar e a redução dos ruídos internos e externos.

Os projetos arquitetônicos contribuem de forma relevante para a busca de solu-ções sustentáveis: arrefecimento natural, orientação solar, ventilação, materiais especificados sustentáveis e próximos da obra, além de um bom dimensionamento das áreas. A utilização de estilos e mate-riais locais traz à tona o conceito de sus-tentabilidade sociocultural.

Muito se fala e se escreve sobre susten-tabilidade. Muitos acertos, algumas

confusões e omissões. Das conversas quase diárias sobre o tema, percebo alguma fal-ta de entendimento sobre o tema. Pessoas colocam dúvidas que reforçam essa minha percepção. No dia-a-dia, tenho procurado buscar uma fórmula simples que me diga se estou sendo mais ou menos sustentá-vel. Algo que me oriente nas decisões que tomo e nas ações que pratico, sem incon-sistências e com simplicidade. Arrisco a fazer algumas conclusões, tendo como es-copo o setor da construção civil e as obras públicas, apresentando alguns conceitos e exemplos que podem ajudar. Evidente-mente, não vou ser exaustivo em tão pouco espaço de texto.

A eficiência — fazer mais com menos me parece um primeiro conceito relevan-te. Ao reduzir desperdícios, ao treinar a mão-de-obra e se, de quebra, ainda utilizar produtos reciclados ou recicláveis, certifi-cados e nas suas quantidades certas, estou sendo sustentável. E se estes produtos e métodos construtivos promovem menor consumo de energia — ou até a sua própria geração — uma boa qualidade do ar e rea-proveitamento d’agua, é melhor ainda. Há formas de eficiência na construção e, de-pois, no uso do equipamento construído. Este conceito é de extrema importância, pois está também ligado com a sustenta-bilidade econômica, essencial para o tema aqui tratado.

O aumento da presença do verde nas cidades e edificações é outra matéria de suma importância. O replantio de árvores nas calçadas e praças públicas trará im-pactos a longo prazo na redução do calor nas cidades. Nas edificações, mais ainda: paredes verdes, internas e externas; as heras cobrindo os muros, os tetos verdes e o ajardinamento com arbustos e árvo-res vão favorecer em muito o equilíbrio

No dia-a-dia, tenho procurado

buscar uma fórmula simples

que diga se estou sendo mais ou

menos sustentável. Algo que me oriente nas decisões e

nas ações que pratico...

* Renato Leal estrutura negócios, atuando no Brasil e em Portugal.

de quem compra os imóveis. E a primeira só mudará quando a segunda pressionar. A resposta então passa pela falta de edu-cação da população. Educação cívica, for-mal, e especificamente sobre esta matéria tão controversa, mas que pode ser vista de uma forma muito mais simples, como aqui tentei nos parágrafos anteriores.

E a solução virá com o tempo, mas tão somente se forem feitos esforços planeja-dos e coordenados de conscientização da população: nas salas de aula, em campa-nhas educativas através dos meios de co-municação, no momento da compra, na divulgação das leis e das melhores práticas utilizadas.

Estamos atrasados nisto e em outras coisas. Enquanto alguns países avançam com energia eólica de forma acelerada, o Brasil produziu em 2012 1200 MW. Por-tugal já está em 4.500 MW; a China com 68.000 MW e a Índia com 17.000MW (da-dos de 2012). Nos automóveis, andamos na contramão incentivando a sua compra; na energia fotovoltáica, engatinhamos. Somos um grande desperdiçador de água. Não investimos em saúde e educação e por isso somos tão ineficientes. Estamos assim porque o nosso lixo é ainda cheio de peças que poderiam ser recicladas, mas andam misturadas nos lixões. Está tudo interliga-do. Assim como a sustentabilidade é uma teia de soluções interdependentes, a causa da nossa baixa preocupação com ela, tam-bém. Mas não é isto que importa nestas li-nhas. Elas apenas lembram que não é só na indústria da construção civil que acontece. É um mal maior. Infelizmente.

A utilização de equipamentos com me-nor consumo de água e energia — apesar destes equipamentos serem mais caros — já é comprovadamente muito mais eficien-te, apresentando-se como excelente inves-timento em termos de retorno de capital. Paga-se um pouco mais por eles e econo-miza-se muito durante toda a sua vida útil.

Por que estamos tão atrasados nisto? Arrisco dizer que há duas mentalidades pesando contra: a de quem constrói e a

Renato Leal *

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TENDÊNCIAS

é A FAltA de edUcAção e INfOrMAçãO

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PArA onde vão?A adequação à Lei 12.305/10, obriga que construtoras estabeleçam uma destinação adequada aos seus resíduos sólidos. A ação diminui o custo das obras e ainda contribui com a sustentabilidade.

por Patrícia Felix

90% dos resíduos da construção ci-vil podem ser reciclados. Embora esse reaproveitamento gere menos desper-dício e consequentemente mais lucro, algumas empresas de construção ain-da não se adequaram da forma mais eficiente. Em 2010, a Lei 12.305/10, que constitui a Política Nacional de Resídu-os Sólidos, foi estabelecida e, até 2014, empresas de todos os setores precisam se adequar. O código obriga os constru-tores a dar a destinação correta ao lixo

e aos entulhos produzidos dentro da obra. Ajustar-se à norma não é difícil. A orientação pode vir do Sindicato da In-dústria da Construção Civil (Sinduscon) ou de empresas especializadas.

De acordo com a Associação Brasi-leira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abre-con), desde 2011 o conceito de obra sustentável passou a ser considerado de maior intensidade no Brasil, o que atri-bui extrema importância ao tratamento

do entulho gerado pela obra. O entulho — conjunto de fragmentos ou restos de construções civis provenientes de reformas ou demolição de estruturas — apresenta-se na forma sólida, com características físicas variáveis, como pedaços de madeira, argamassa, con-creto, plástico e metais, por exemplo. Os resíduos surgem em áreas e tempos diferentes durante o processo de cons-trução e a mistura ocorre nos equipa-mentos de transporte de entulho.

FOTO:ESTAÇãO RESGATEOs resíduos surgem em áreas e tempos diferentes durante o processo de construção.

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Hoje, quando você constrói

um prédio, metade dele

é jogado fora.

Além de reduzir o impacto ambien-tal, a utilização de Resíduos de Cons-trução e Demolição (RCD) mostra-se muito lucrativa para empresários e construtores. No caso da pavimentação, por exemplo, o material gerado pela re-ciclagem é mais barato e oferece a mes-ma qualidade que o agregado natural. Algumas usinas no Brasil já chegaram ao patamar de produzir outros produ-tos, com o RCD, que podem ser utiliza-dos em partes que não comprometam a estrutura da obra, como tubos de con-creto, piso intertravado, entre outros.

Segundo Rodolfo Aureliano Filho, engenheiro civil, cabe à construtora a destinação correta dos seus resíduos. “Através de um triturador simples, os entulhos da obra são separados em pó, areia, pedra e ferro fundido. A partir de estudos, esses resíduos podem ser reu-tilizados ou reciclados. Muitas vezes o produto proveniente de reciclagem acaba sendo mais resistente que um novo”, explica.

Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a construção civil. A reciclagem se dá por duas vias: uso de materiais descar-tados de outras indústrias, como side-rúrgica e metalúrgica; e transformação dos resíduos de obras e demolição em novos produtos para construção. Para reciclar, é necessário, primeiramente, uma triagem das frações inorgânicas

e não-metálicas do resíduo, excluindo madeira, plástico e metal, que são di-recionados para outros fins. Em segui-da, é obtido o agregado reciclado, que é o resíduo britado ou quebrado em partículas menores. Com este método aplicado, será possível identificar sua composição, os compostos que podem ser extraídos dele, saber qual a planta industrial mais adequada para a recicla-gem e a melhor alternativa de aprovei-tamento dos resíduos.

Embora o lucro e a sustentabilidade sejam garantidos, algumas empresas ainda despejam seus entulhos em lo-cais inapropriados. “É necessário que o poder municipal fiscalize severamente o transporte das caçambas estacio-nárias. A grande necessidade é que as prefeituras assumam o controle da situação e a população comece a de-nunciar. Uma solução é a separação dos resíduos ainda dentro da obra. Algumas empresas já fazem esse trabalho”, desta-ca Eduardo Moraes, gerente regional da Associação Brasileira de Cimento Por-tland (ABCP). Segundo a Abrecon, o Bra-sil possui hoje 190 usinas para a recicla-gem desses materiais, 76% de caráter privado e 24% de iniciativas públicas.

Estação Resgate

A Estação Resgate é uma empresa dedicada à reciclagem de resíduos da construção civil. O entulho gerado nas obras, com predominância de material com concreto. “Nosso trabalho tem iní-cio no polo gerador, orientando quanto à correta separação e ao acondiciona-mento dos resíduos. Com isso, evitam--se desperdícios e os custos ficam redu-zidos”, explica Gilberto Meirelles, diretor da Estação Resgate. “Considerando que já reciclamos 600 mil toneladas de ma-terial, desde 2009, em todas as unida-des, temos uma economia de 8 milhões de reais em quatro anos. Se juntarmos todas as iniciativas no país e o potencial de mercado, assim que o setor estiver estruturado esse número será 100 ve-zes maior”, destaca.

Após a consultoria, o transporte é garantido por transportadores adequa-dos e cadastrados para que o produto realmente chegue ao destino final. Com o recebimento do material, faz-se uma triagem e, através dos equipamentos, é feita a classificação dos materiais que se tornam produtos: areia, pedrisco, brita1, brita 2 e rachão. “Com isso, fechamos o ciclo e os materiais antes jogados em aterros a custos elevados são reapro-veitados na própria construção civil em funções não-estruturais”, esclarece o diretor.

“No canteiro de obras, precisa exis-tir uma separação e uso de materiais já prevendo a diminuição de perdas. Hoje, quando você constrói um prédio, meta-de dele é jogado fora. É preciso gastar apenas o necessário, criar o mínimo de resíduos e depois reciclar o que se tem. Atualmente, o resíduo da construção civil é considerado uma matéria-prima porque mais de 90% dele pode ser rea-proveitado. E ele pode ser utilizado até na própria construção”, enfatiza Rodolfo.

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De acordo com Rodolfo Aureliando Filho, muitas vezes o produto proveniente de reciclagem acaba sendo mais resistente do que um novo.

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O Poder Público, que deveria fiscalizar

e moralizar o setor, não possui sistemas

eficientes de rastreabilidade e o incentivo é praticamente

inexistente.

Para Gilberto, a escassez de locais para se aterrar e a distância cada vez maior das pedreiras dos centros con-sumidores impulsionaram essa nova atividade econômica, que ainda traz um grande benefício socioambiental. A oportunidade de negócio veio pela necessidade de adequação dos municí-pios à Lei 12.305/10. “Aumentar a vida útil dos aterros e minimizar a extração de recursos naturais, garantido a sus-tentabilidade. E com os nossos preços sendo 30% inferiores aos do produto proveniente de pedreiras, indiretamen-te contribuímos para menores custos na construção, com reflexo positivo para a sociedade, que pode ter acesso a residências mais baratas”, comenta.

Presentes em todas as regiões do país, a empresa identifica as obras que possuem resíduos sólidos para a re-ciclagem, localizando polos com po-pulação acima de 200 mil habitantes. “Nessas áreas, encontramos a quanti-dade mínima de resíduos para manter uma unidade em operação, visto que cada habitante gera 0,5 toneladas de

resíduos inertes por ano. O segundo de-safio é estudar a qualidade dos resíduos para que possamos montar uma usina adequada”, afirma.

apoiadoras da política de destinação correta. Porém, por falta de interesse real em ir a fundo nesta questão, mui-tas vezes a realidade é muito diferente. Por outro lado, o Poder Público, que de-veria fiscalizar e moralizar o setor, não possui sistemas eficientes de rastrea-bilidade e o incentivo é praticamente inexistente. Tudo isso cria uma situa-ção ambígua que prejudica esse novo segmento. Acreditar que os potenciais consumidores, sejam eles da iniciativa privada ou do Poder Público, estão real-mente preparados e engajados é ainda um sonho distante. Temos que traba-lhar as oportunidades nas exceções e realizar um correto planejamento”, dei-xa claro.

Eco Ambiental Resíduos

Outra empresa que presta consulto-ria e suporte técnico para construtoras é a Eco Ambiental Resíduos. Inicialmen-te presente em Pernambuco, a empre-sa pretende se expandir para todo o Nordeste.

Gilberto alerta que ainda falta mui-to para que as construtoras possam se adaptar com eficiência. “Em quatro anos de trabalho, constatamos que existe um falta de sintonia enorme en-tre o discurso e a prática. Empresas se dizem consumidoras de reciclados e

FOTO: ESTAÇãO RESGATEO Brasil possui 190 usinas para a reciclagem de entulhos da construção, 76% privados e 24% de iniciativas públicas.

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“Em primeiro lugar é feito um conta-to comercial com o cliente e um levanta-mento prévio de sua necessidade. Pos-teriormente é realizado um diagnóstico amplo e detalhado da atual situação de atendimento às legislações e normas por parte do cliente. Mediante esse diagnóstico, é elaborado o Plano de Ge-renciamento de Resíduos contendo as diretrizes que norteiam e regem todo o processo de adequação à redução da geração, reutilização, segregação, acon-dicionamento, transporte, tratamento e destinação ambientalmente adequa-dos dos resíduos. Ainda ficamos dispo-níveis para assessorar no processo de implantação dessas orientações, bem como no acompanhamento periódico pós-implantação, visando a continuida-de da execução adequada do processo de gerenciamento dos resíduos”, explica Jonatas Alves, técnico em saneamento ambiental da Eco Ambiental Resíduos.

Jonatas esclarece que desde a Re-solução CONAMA Nº 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e proce-dimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, o serviço de assessoria

Entre os conceitos introduzidos em nossa legislação ambiental pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) está a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a logística reversa e o acordo setorial.

A logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômi-co e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos só-lidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação.

A Lei nº 12.305/2010 dedicou especial atenção à Logística Reversa e definiu três diferentes instrumentos que poderão ser usados para a sua implantação: regulamento, acordo setorial e termo de compromisso.

Acordo setorial é um ato de natureza contratual firmado entre o po-der público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comercian-tes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

Por permitir grande participação social, o Acordo Setorial tem sido privilegiado pelo Comitê Orientador como instrumento preferencial para a implantação de logística reversa.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

e consultoria nesta área vem sendo procurado. A demanda foi aumentada com a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Com o setor da construção civil crescendo em 4,0% ao ano no Brasil, 8,3% ao ano em Pernam-buco, e sendo este setor o responsável por cerca de 60% de todo o resíduo ur-bano gerado, a Eco Ambiental Resídu-os surge para atender a esta demanda, assim como a todos os seus ramos de atuação”, afirma.

De acordo com Jonatas, a eficiência da Política Nacional de Resíduos Só-lidos é de aproximadamente 96% de redução na geração em relação a resí-duos que são passíveis de diminuição e reutilização. O valor economizado na obra é em média de 1,85 R$/m², que ao ser comparado com o valor total não parece significativo. Entretanto, a maior vantagem está na questão ambiental, pois resíduos deixarão de ser dispostos,

economizando-se ainda nos custos com transporte e destinação, lembran-do que agregados naturais deixarão de ser explorados, economizando-se nos custos com a compra de material, pre-servando as jazidas.

“A maior constatação que fizemos foi que a cada dia mais o consumidor tem procurado por bens de consumo produzidos de forma sustentável e as leis vêm instituindo instrumentos de controle e eliminação dos danos am-bientais. Assim, o empreendedor que aplica a gestão adequada dos resídu-os gerados e mantém uma produção sustentável, além de economizar com a redução dos custos na produção, evita notificações e multas de altos valores aplicadas pelos órgãos fiscalizadores. E ainda agrega valor socioambiental ao seu produto, ficando sempre na pre-ferência do consumidor”, acrescenta Jonatas.

FOTO

: ESTAÇãO

RESGATE

Diretor da Estação Resgate, Gilberto Meirelles diz que, em quatro anos de empresa, já foram economizados 8 milhões de reais em resíduos.

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O Projeto Casa da Criança, em parceria com o Instituto Ronald, inaugurou a

nova sede do Grupo de Apoio às Comunida-des Carentes do Amazonas (GACC-AM), em Manaus. Com a atual estrutura, o número de atendimentos duplicará, passando a atender diariamente 100 crianças e adolescentes. Mo-bilizados pelos franqueadores sociais, mais de 50 arquitetos voluntários se envolveram na iniciativa.

Com um recurso equivalente a R$ 1.239.776,90, oriundo da Campanha McDia Feliz, realizada pelo Instituto Ronald nas redes de lojas McDonalds, a construção finalizou a sua segunda etapa, viabilizando a arquitetura de interiores de 33 ambientes.

O investimento total da obra ultrapassou R$ 3 milhões. Ao todo, o Projeto Casa da Criança, através dos seus patrocinadores nacionais e parceiros, viabilizaram quartos para as crianças

e seus acompanhantes; salas de fisioterapia, fonoaudiologia, assistência social, psicologia e ludoterapia, informática, videogame, música e dança; além de refeitório, lactário, escovódro-mo, recepção, loja, playground, brinquedoteca e um auditório para 500 pessoas.

A arquiteta voluntaria Patrícia Soares foi a responsável pelo espaço do refeitório. Ela conta que teve como objetivo transformar o ambiente em um local alegre, colorido e fun-cional, onde as crianças pudessem se alimentar de forma descontraída. “É lindo fazer parte de uma ideia como essa. Podemos transformar o mundo, torná-lo ainda melhor, só precisamos de coragem”, declara.

“É um sentimento de amor fazer parte da equipe. O ditado que diz para “fazer o bem sem olhar a quem” reflete exatamente o que sinto. O resultado dessa obra foi surpreenden-te. Antes não tínhamos nem rampa para os

cadeirantes e hoje possuímos elevador. Isso é maravilhoso”, diz Samiza Soares, ex-presidente do GACC-AM e voluntária do Grupo.

Os pacientes do GACC-AM vão encontrar um formato unificado nessa nova estrutura. A proposta é que eles tenham tudo em um único lugar, do atendimento à hospedagem. Nesse caso, é possível beneficiar também pacientes e acompanhantes que moram distantes da re-gião, além do acesso de todos a recreações e consultas médicas.

“Essa inauguração é uma renovação para o GACC-AM. Estamos tornando possível algo que desejamos há muitos anos. Agora que o trabalho vai aumentar, temos que estar prepa-rados. Sentimos muita segurança em nossas ações e junto com tantos parceiros temos cer-teza de que faremos história no Amazonas. A nova sede é fruto de todos que já passaram pelo GACC-AM”, afirma a presidente da entidade, Jakeliny Bastazini.

“Mais um grande sonho realizado graças a tantos envolvidos. Foi mais uma obra da fa-mília do Casa da Criança”, comemora Patrícia Chalaça, presidente e fundadora do Projeto.

O Projeto Casa da Criança é uma organiza-ção reconhecida pelo Governo Federal como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). O objetivo principal é defen-der os direitos das crianças e jovens por meio de ações que vão desde reformas e construções até as que asseguram a qualidade do atendi-mento. Atuando em todas as regiões do país, já realizou mais de 40 obras, sendo esta a primei-ra ação no Amazonas e a segunda na Região Norte.

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SETEMBRO 201374

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A ideia é que todos os pacientes tenham tudo num único lugar, do atendimento à hospedagem.

CASA DA CrIANçA ATuA NO AMAZONASGACC do Amazonas conta agora com um espaço todo equipado para atender crianças e adolescentes

por Catharina Paes

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SETEMBRO 2013

BOAS PRÁTICAS

CO² E gErAçãO DE rENDACalcular o quanto se libera de gás carbônico na atmosfera e amenizar essa emissão por meio de compensações, além de gerar renda para agricultores familiares na Bahia. Essa é a proposta do Projeto CO² Neutro Pratigi, ação que conta com apoio da Fundação Odebrecht e coordenação da Organização de Conservação da Terra (OCT). A iniciativa permite que qualquer pessoa ou empresa meça os impactos de suas ações no meio ambiente e busque compensá-las. Para isso, basta acessar o site da OCT - oct.org.br e informar quantas viagens a pessoa realiza por ano, qual o combustível utilizado em seu veículo, se faz a separação do resíduo, entre outros dados. O resultado é exibido em números de árvores e valores em reais de quanto custaria o plantio. Assim, é possível financiar o serviço para que a Organização o realize. Os recursos adquiridos financiam o reflorestamento de nascentes localizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, localizada no Baixo Sul da Bahia. As mudas são plantadas em propriedades de agricultores familiares da região, sendo que cada um poderá ganhar R$ 1 por unidade plantada e receber até mais de R$ 1.500 ao ano, como pagamento pelo serviço ambiental prestado, já que é possível dispor de até 1.666 árvores por hectare. Ao todo, já foram restaurados 155 hectares com espécies nativas da Mata Atlântica e Sistemas Agroflorestais (SAFs). Também já foram conservadas e recuperadas 97 nascentes nas áreas do projeto. A Fundação Odebrecht é uma instituição privada, sem fins lucrativos, mantida pela Organização Odebrecht.

Por QUe A mAis sUstentável?Eleita a construtora mais sustentável do país pelo Grupo SustentaX, a Ladeira Miranda é pioneira em desenvolver boas práticas na construção civil. Com 32 anos de atuação, a empresa atingiu a maior pontuação já vista desde a primeira edição do prêmio ITC SustentaX, cumprindo 89% dos itens da avaliação e utilizando recursos de baixo custo. As práticas sustentáveis aparecem em todos os setores da construtora. Os refeitórios possuem iluminação otimizada por garrafas pet instaladas no teto, fazendo com que os raios do sol se espalhem no ambiente. O resultado é equivalente a uma lâmpada com potência de 40 a 60 watts. A água que sai dos chuveiros passa por um aquecedor solar que utiliza como matéria prima garrafas pet e caixas de leite longa vida. Uma placa montada com esses materiais é instalada no telhado, possibilitando o uso de água quente sem utilizar a energia elétrica. As caixas de leite também foram utilizadas para fazer o forro do refeitório proporcionando o isolamento térmico. Após as refeições, os resíduos orgânicos e recicláveis são separados e destinados para o fim adequado. A mesma coisa acontece com o entulho da obra. Práticas de cunho social também são exercidas pela empresa. Na área da educação, a Ladeira Miranda busca incentivar o retorno às salas de aula por meio do Programa Reciclando Vidas. O projeto oferece uma bonificação aos colaboradores que se esforçarem para completar os estudos. Os filhos dos funcionários também são beneficiados. A renda acumulada com a reciclagem dos materiais da construção é revertida em kits escolares. A construtora ainda promove atividades para auxiliar no orçamento familiar.

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QUAliFicAção ProFissionAl é fOCO DA rESErVA CAMArá O Projeto Florescer traz o conceito de desenvolvimento sustentável, que prevê a integração entre economia e sociedade.

A construção do primeiro complexo multiuso de Camaragibe, Região

Metropolitana do Recife, a Reserva Ca-mará, vem para aquecer a economia de Pernambuco. No projeto, estão previstas a construção de unidades residenciais e comerciais; além de uma faculdade, um centro de convenções, um museu e um shopping.

Com início das obras e comercializa-ção do Camará Shopping, o empreendi-mento já está movimentando o mercado de trabalho da região. E para atender as oportunidades que estão surgindo com Projeto, os empreendedores se posicio-naram de forma sustentável — a ideia é aproveitar a população do entorno. Em parceria com a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo de Pernambuco, a Prefeitura de Camaragi-be, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Sin-dicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE), o Projeto Florescer foca em capacitação e formação de mão de obra, para que os moradores da região possam aproveitar as novas vagas de emprego.

O projeto Florescer tem como objeti-vo garantir o acesso a profissionais qua-lificados e já habilitados no segmento de atuação através de cursos gratuitos mi-nistrados pelo Senai e Senac. O primeiro, com módulos focados na capacitação de pessoas para atuarem na construção civil, e o segundo, com cursos direcionados às operações comerciais (lojas) e admi-nistrativas do Camará Shopping. “Temos várias empresas atraídas pelo município. É uma revolução o que acontecerá aqui. Nós precisamos qualificar para que esses empregos sejam mais bem aproveitados pela comunidade local”, destaca Anto-nio Carrilho, da FMSA Carrilho, empresa que junto com as construtoras A.B Côrte Real, Casa Grande Engenharia, Consulte Engenharia, Masf e Moderno é respon-sável pela formatação e implantação do empreendimento.

A meta é que, no decorrer de oito anos de implantação de todos os equipamen-tos da Reserva Camará, sejam qualificadas 12.500 pessoas. “Cidades como São Lou-renço e Camaragibe deixarão de ser dor-mitórios e passarão a ter grande impor-tância para o PIB de Pernambuco”, declara o Secretário de Trabalho, Qualificação e

Empreendedorismo do Estado, Antônio Carlos Maranhão de Aguiar.

Para garantir conforto aos alunos e acomodar o Centro de Formação, o anti-go galpão da empresa Braspérola foi to-talmente reformado, com cinco salas de aulas e espaço para oficinas práticas que funcionam nos três turnos. Lá, os alunos contam com toda a estrutura necessá-ria, desde fornecimento de lanche diário até fardamento. “Estamos ensinando na prática uma profissão que esses alunos terão para o restante de suas vidas”, diz o coordenador técnico dos cursos de qua-lificação, o professor Jaildo Assis. Alunos como Tatiana Martins, que concluiu o curso de Servente de Obras, já estão no mercado de trabalho formal. “Fazer parte do Projeto Florescer mudou a minha vida. Durante o tempo de formação, me empe-nhei bastante e hoje colho o fruto desse esforço. Agora faço parte da equipe que está construindo o complexo.”, conta. As inscrições para os cursos do Senai, que são para o setor da construção civil, fo-ram encerradas. Para o Senac, estão pre-vistas 2000 vagas, tendo 700 já ocupadas. As outras 1300 inscrições serão abertas em março de 2014.

Até 2020, 12.500 pessoas da comunidade da Região Oeste de Pernambuco devem ser beneficiadas pelo projeto.

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uMA fICONS SuSTENTáVElCom o intuito de divulgar técnicas sustentáveis, discutir e promover soluções para o meio ambiente, a primeira Ficons/Sustencons foi realizada entre os dias 05 e 08 de agosto.

Em quatro dias de realização, a I Feira

da Sustentabilidade na Construção

(Sustencons) e a Ficons Acabamentos e

Revestimentos, foram sediadas no Cen-

tro de Convenções de Pernambuco, em

um espaço de 10 mil m². O Sindicato da

Indústria da Construção Civil no Estado

de Pernambuco (Sinduscon-PE), pro-

motor do evento, estimava que 10 mil

pessoas passariam por lá. Superando as

expectativas, o evento recebeu 14 mil

expectadores. A Revista Construir Nor-

deste e o Movimento Vida Sustentável

marcaram presença com o Espaço Cons-

truir Nordeste e o VI Seminário de Cons-

trução Sustentável.

Segundo a assessoria do Sindicato,

o objetivo do evento era conceitual:

divulgar lançamentos, iniciativas, mate-

riais e técnicas sustentáveis, porém, os

123 expositores que estavam presentes,

confirmaram o número de R$ 50 mi-

lhões em negociações realizadas.

Além dos interessados em fazer ne-

gócios, uma grande parcela dos expec-

tadores era de estudantes. “Estou achan-

do o Feira super interessante. Como eu

estudo engenharia ambiental e cons-

trução, está sendo muito proveitoso ver

essas duas áreas juntas em um mesmo

evento”, disse Maria Gabrielly, estudante

de construção de edifícios e engenharia

ambiental.

O sucesso obtido com os eventos fez

com que o Sinduscon-PE os incluísse

no seu calendário oficial de realizações.

Com isso, as feiras deverão acontecer

sempre nos anos ímpares, intercala-

das com a grande Feira Internacional

de Materiais, Equipamentos e Serviços

da Construção (Ficons), que ocorre nos

anos pares e ocupa todo o pavilhão de

eventos do Centro de Convenções, o

mezanino e mais uma área externa pró-

xima à entrada principal.

movimento Vida Sustentável

O Movimento Vida Sustentável ganhou

um amplo espaço onde diversos exposi-

tores puderam apresentar soluções inova-

doras, métodos e tecnologias sustentáveis.

Além disso, o VI Seminário Pernambucano

de Construção Sustentável foi realizado

entre os dias 06 e 08, dentro do evento. As

palestras abordaram temas como eficiência

energética, água, esgoto, conforto térmico,

impactos ambientais em canteiros de obras

e resíduos sólidos.

Na abertura do Seminário, o presidente

do Sinduscon-PE, Gustavo Miranda, enfa-

tizou a importância da realização de uma

A Ficons/Sustencons recebeu 123 expositores e 14 mil expectadores.

por Patrícia Felix

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feira voltada para a sustentabilidade. “Nós

talvez ainda não estejamos fazendo uma

grande feira, mas, com certeza, essa marca

o início de um trabalho grande no futuro”,

disse.

Representando o prefeito do Recife,

Silvia Pedrosa, secretária do Departamen-

to Nacional de Infraestrutura de Transpor-

tes (DNIT), enfatizou que todos os players

devem estar unidos quando o assunto é

sustentabilidade. “Não acreditamos que

podemos transformar o nosso estado e o

nosso país de forma diferenciada sem pen-

sar em um novo tipo de desenvolvimento.

Esse desenvolvimento deve ser feito atra-

vés de várias mãos: empresários, Governo

e sociedade.”

A Palestra Magna foi realizada pelo so-

ciólogo Sérgio Abranches, que explicou a

linha histórica que resultou na revolução

tecnológica que estamos vivendo atual-

mente, além disso, apresentou soluções de

mobilidade. “O ponto onde nós estamos é

muito bom e muito ruim. O lado benéfico é

que nós conseguimos superar a maior par-

te dos problemas que afetaram de forma

dramática a humanidade no passado. Che-

gamos aqui com uma enorme capacidade

de controle dos nossos ambientes natural e

social. O lado ruim é que hoje nós achamos

que temos controle total sobre esses am-

bientes e não percebemos os problemas

com total clareza. Essa grande transforma-

ção que vivemos hoje exige uma grande

revolução. Precisamos escolher que papel

nós queremos ter a partir de agora.”

Espaço Construir

A Revista Construir Nordeste estava

presente nos quatro dias de Feira. O Es-

paço Construir Nordeste foi inspirado no

conceito de retrofit para hotéis, pousadas,

restaurantes e bares. Desenvolvido pelas

arquitetas Sandra Miranda e Alexana Vilar,

o projeto prevê o reaproveitamento de

materiais e mão de obra do lugar, priori-

zando a reciclagem e enfatizando o uso do

artesanato como ponto de atração. O obje-

tivo é valorizar a cultura do local, reutilizar,

sempre que possível, o acervo já existente

no empreendimento, tornando-o mais

atrativo.

O espaço destinado ao Movimento Vida Sustentável contou com diversos estandes funcionais. O da Lixiki expôs produtos em garrafas pet.

Na foto: José Antonio de Lucas Simon, Renildo Guedes, Sérgio Abranches, Gustavo de Miranda e Serapião Bispo.

O Espaço Construir Nordeste foi baseado no conceito de retrofit para hotéis, pousadas, restaurantes e bares.

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Alexandre moreira | sócio da Impacto Protensão“A Feira foi mais voltada para revestimentos. É bastante válida para a divulgação dos nossos produtos e serviços. Muitos dos nossos clientes já passaram por aqui para ficar por dentro dos lançamentos.”

Bartolomeu Carrazzone | representante Comercial Pamesa“A feira é muito importante para o setor porque se trata de um evento local com abrangência nacional. A cada ano ela está se fortalecendo e criando corpo. Estamos muito contentes em estar participando.”

Fabiano lima de Souza | diretor Comercial Isoeste“A feira está ótima, o movimento está muito bom. Essa é a 3ª Ficons

que nós participamos e estamos muito satisfeitos. Nosso estande está englobando todos os produtos da Isoeste, isso é bastante positivo porque

nosso portfólio de produtos é bastante abrangente.”

João Augusto marchetti | diretor Comercial Jotama“Achei interessante o tema sustentabilidade presente na Ficons porque está

diretamente envolvido com o nosso produto (LED), que é sustentável.”

Alexandre Silvestre | coordenador Comercial dânica“A feira está sendo muito proveitosa, estamos recebendo vários clientes para ver nossas novidades e mostrando para quem não conhece. A expectativa é boa e a previsão também.”

Everton Peruchin | gerente nacional de Vendas e marketing Telhas onduline“A feira é muito importante para estreitar nosso relacionamento com os clientes parceiros, divulgar a marca e as aplicações para o segmento e trazer novidades.”

Pricila Correali | gerente Comercial Trevo“É a primeira vez que participamos e o número de pessoas que visitou o nosso estande

superou as expectativas. Vimos que o público realmente tem interesse em conhecer mais sobre sistemas construtivos alternativos.”

Juarez Junior | gerente Comercial Elizabeth“A feiras normalmente possuem tem dois grandes pontos importantes:

exposição e relacionamento com o cliente. E a Ficons/Sustencons não é diferente. Estamos com mais de 50 produtos lançados recentemente e o

evento está sendo muito importante para a divulgação.”

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FOTO: JAiLSON bARbOSA

COMuNIDADES PlANEJADAS E OrgANIZAçãO TErrITOrIAlDurante três dias, empresários dos setores imobiliário e turístico discutem projetos e soluções para construção planejada com os principais especialistas nacionais e internacionais em desenvolvimento e implantação.

O Seminário Internacional sobre Co-munidades Planejadas (Complan) é

um evento realizado anualmente no Brasil e, desde a sua primeira versão, em 2011, tem se destacado. Apresentando-se como o ambiente exclusivo para fomentar a dis-cussão de alternativas modernas e rentá-veis para a ordenação territorial no Brasil, propõe o envolvimento direto dos atores do setor imobiliário nacional.

Este ano, a terceira edição do Complan acontece no Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Promovido pela Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Tu-rístico do Brasil (Adit Brasil), a iniciativa reúne as maiores referências na prática de

por Daniela Sampaio

gestão e concepção de empreendimentos planejados (empresas dos segmentos de loteamentos, bairros, cidades e resorts ) do Brasil e do exterior, para um debate amplo sobre as tendências das construções multi-funcionais no cenário urbano.

Com uma programação diversificada, o Complan promove um seminário que expõe, em 16 painéis, os seguintes te-mas: “Nimbys (Not In My Backyard) no Brasil: como lidar com os stakeholders contrários à implantação de novos em-preendimentos”; “Cases de comunidades planejadas em desenvolvimento no País”; “A nova onda dos complexos de uso misto no Brasil”; “Adaptando o novo urbanismo

à realidade brasileira”; “Do lixo ao luxo: o que as comunidades planejadas podem fazer pela sociedade e a urbanidade no Brasil”; “Novas comunidades planejadas: desafios, surpresas e acertos”; “O desafio de compatibilizar os licenciamentos am-biental e urbanístico em grandes projetos imobiliários”.

Além do seminário, workshops e uma visita técnica fazem parte da agenda de ações do evento. As oficinas, através de um espaço aberto, proporcionam intercâmbio de experiências entre os especialistas e os participantes. A visita técnica programada para o encerramento das atividades possi-bilita uma visão prática do funcionamento

O Complan tem se destacado como espaço para troca de experiências e soluções para a ordenação urbana.

NEGÓCIOS

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FOTO: JAiLSON bARbOSAJosé Carlos (CBCI), Inês da Silva Magalhães (SNH) e Felipe Cavalcante (Adit/Brasil) marcaram presença no Complan 2012.

de empreendimentos planejados na região, como a Reserva do Paiva, no Cabo de San-to Agostinho.

Para Felipe Cavalcante, Presidente da Adit Brasil, o Complan é um marco impor-tante para o amadurecimento do setor no País. De acordo com ele, no momento em que houve uma explosão de comunidades planejadas, a área ainda era pouco explo-rada por empresários brasileiros. “Nesses três anos de trabalho, muitos construtores já são bastante conscientes das vantagens e desvantagens desses bairros. Hoje per-cebemos o investimento em empreendi-mentos nacionais muito mais maduros e estruturados do que nos anos anteriores”.

Já na primeira edição do Complan, a indústria imobiliária apostou fortemente nas comunidades planejadas como uma possibilidade para ordenação do espaço urbano. Ao mesmo tempo em que oferece empreendimentos com um mix de produ-tos e componentes atrativos para o público e com capacidade de grande retorno a lon-go prazo para construtoras e loteadoras.

Executivos de referência nacional nos segmentos da construção civil e do turismo que marcarão presença no Complan 2013: Andrea Druck (Habitasul); Ivo Szterling (CIPASA Desenvolvimento Urbano); An-gelo Bellelis (Cone S/A); Rosanna Zraick

(Iron House); Sergio Vieira (Espírito San-to Property Brasil); Thomaz Assumpção (Urban Systems); Eduardo Eichenberger (Global Governance); Marcelo Lima (Re-serva do Paiva - Odebrechet Realizações); Juliana Castro (Jardins e Afins); José Ro-cha Filho (Núcleo Urbano); Paulo Toledo (Cia Inteligência e Coordenação); Serapião Ferreira (Reserva Camará Complexo Mul-tiuso); Guilherme Takeda (Takeda Arqui-tetura e Paisagismo) e Saulo Suassuna.

missão Técnica nos Estados Unidos

O Novo Urbanismo surge no Brasil como parte da solução de resgate da quali-dade de vida e melhores relações humanas. Propõe a reorganização do espaço geográ-fico, respeitando o meio-ambiente através da sustentabilidade, valorizando o espaço público por meio da segurança e o inter-câmbio social. É uma prática recente no país, mas amplamente explorada na Euro-pa e nos Estados Unidos.

A Missão Técnica dos Estados Unidos é um evento diferenciado do calendário ADIT Brasil, que tem a sua 2ª edição, em novembro deste ano, na Região Sudeste americana. O objetivo é integrar a teoria ao entendimento prático sobre o conceito

do Novo Urbanismo, através de visitas às principais comunidades planejadas loca-lizadas nos Estados da Flórida, Geórgia e Carolina do Sul.

Na programação, será oferecido um curso com especialistas no segmento de projetos de comunidades planejadas na Universidade de Miami. A missão vai pro-porcionar um contato entre investidores e incorporadores imobiliários, construto-res, hoteleiros, arquitetos e engenheiros, capaz de ampliar a visão do grupo, sinto-nizando os variados setores ao que há de mais moderno no mercado imobiliário internacional.

Felipe Cavalcante adianta aos interessa-dos em participar da Missão EUA que “o evento será uma excelente chance de en-riquecer o ponto de vista através da visita a três empreendimentos que usam os con-ceitos do Novo Urbanismo em Orlando e oferecem uma qualidade de vida muito maior”. Além de agregar mais conheci-mento acerca do que são as comunidades planejadas, o evento vai propiciar respaldo para o desenvolvimento desses projetos multifuncionais. Detalhando os conceitos, as características e o funcionamento das modernas zonas habitacionais ou de lazer, representam uma tendência global do ce-nário imobiliário.

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FOTO: GLEYSON RAMOS

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Camila Oliveira *

A CONSTruçãO E A DESONErAçãO DA fOlhA

Com o suposto objetivo de fomentar investimentos produtivos e dinami-

zar a economia interna, o Governo Federal anunciou, em dezembro de 2012, ações de estímulo à construção civil.

Por meio da MP nº 601/2012, a presi-dente Dilma Rousseff estendeu a essa ati-vidade, dentre outras, a desoneração fiscal da folha de pagamento, já prevista pela Lei nº 12.546/11 para outros contribuintes até 31.12.2014. Assim, a partir de então, alguns grupos da construção civil passa-ram a recolher a contribuição patronal da Seguridade Social à alíquota de 2% sobre a sua receita bruta (excluídos os valores de vendas canceladas e descontos incondicio-nais concedidos), não mais se sujeitando à alíquota de 20% sobre a folha.

São eles os que têm por atividade prin-cipal aquela responsável pela maior recei-ta auferida ou esperada, que no caso é a construção de edifícios (CNAE 2.0, grupo 412), o que se estende aos setores da reali-zação de instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções (CNAE 2.0, grupo 432), de obras de acabamento (CNAE 2.0, grupo 433) e de outros serviços especializados para construção (CNAE 2.0, grupo 439). Em abril de 2013, por força da MP n.º 612/2013, foram também incluídas na sistemática as atividades de construção de obras de infraestrutura (CNAE 2.0, gru-pos 421, 422, 429 e 431).

A MP 601/2012, contudo, não foi con-vertida em lei no prazo constitucional-mente estabelecido. As construtoras en-quadradas, automaticamente, tornaram-se inseguras quanto à vigência e à aplicabili-dade da sistemática.

Finalmente, em 19.07.2013, foi pu-blicada a Lei nº 12.844/13, que alterou dispositivos da Lei nº 12.546/11 e confir-mou as inovações das mencionadas MP’s. Assim, agora é definitivo, ao menos até 31.12.2014. Atenção, todavia, para alguns pontos que podem causar certa confusão.

A substituição da base “folha” pela “receita bruta” aplica-se apenas à contribuição pa-tronal à Seguridade Social, mantendo-se inalteradas as contribuições do FGTS e do empregado, por exemplo.

Não há que se falar em proporcionali-dade de receitas e coexistência de sistemá-ticas quando o contribuinte desenvolver atividades enquadradas e não-enquadra-das no novo regime. A desoneração inci-dirá sobre toda a folha de pagamento da sociedade que exerça, de forma prepon-derante, a atividade enquadrada. Ou seja, se observadas as demais condições de en-quadramento ao regime, a sociedade tiver, para o ano de 2013, receita auferida (ou es-perada) vinculada a serviços de construção de edifícios (CNAE 412) ,correspondente a R$ 50.000.000,00 e à incorporação de em-preendimentos imobiliários (CNAE 411) no valor de R$ 3.000.000,00, recolherá sua contribuição patronal à Seguridade Social à alíquota de 2% sobre R$ 53.000.000,00. Se a situação, contudo, for a inversa, ou seja, se a receita preponderante da sociedade for vinculada à incorporação, a contribuição previdenciária deverá ser recolhida nos ter-mos da regra da Lei 8.212/1991, isto é, à alí-quota de 20% sobre a folha de pagamento.

Devem ser analisadas com cuidado, também, as datas de inscrição das obras no CEI. Em relação àquelas inscritas até 31.03.2013, o contribuinte não estará al-bergado pela desoneração, permanecendo sujeito à sistemática anterior; no tocante àquelas inscritas entre 01.04.2013 (inclu-sive) e 31.05.2013, período de vigência das MP’s, o recolhimento deverá ser rea-lizado sob o novo regime; já no que tan-ge às inscritas entre 01.06.2013 e o início da vigência da Lei, o contribuinte poderá optar pelo recolhimento em qualquer dos regimes, ressalvado o caráter irretratável da escolha; e, por fim, quanto às inscritas a partir do primeiro dia de vigência da nova Lei, o contribuinte se submeterá ao

novo regime. Tem-se dito que a alteração, além de estimular a formalização, reduzir os custos laborais e ampliar a competitivi-dade, representaria uma redução efetiva da carga tributária. É que a alíquota de 2% so-bre a receita bruta teria sido fixada em um patamar inferior à chamada alíquota neu-tra, que manteria inalterada a tributação. Contudo, diante dos diversos modelos de negócio que as construtoras podem adotar, deve-se ter mais cautela com tal afirma-ção. A verificação do real reflexo na carga tributária passa por uma análise particu-lar. A resposta é casuística e dependerá da representatividade da folha em relação ao faturamento do contribuinte. Para alguns, e isso não pode ser ignorado, a desoneração da folha, acompanhada da maior oneração da receita bruta, representa uma majoração da carga fiscal.

Por fim, considerando que a incorpora-ção imobiliária não é albergada pelo regi-me que desonera a folha, vale registrar que, para as construtoras incorporadoras que têm por praxe constituir, para cada incor-poração, uma SPE, a qual aloca a mão-de--obra a ser utilizada no empreendimento e é titular da matrícula da obra no CEI, talvez seja um bom momento para refletir sobre a estruturação jurídica de sua operação.

Colaboradora: Camila Vasques Mellet: sócia de Queiroz Ca-valcanti Advocacia. Bacharela em Direito pela Faculdade de Direito do Recife - UFPE e Pós--graduanda em Direito Contratual pela Uni-versidade Federal de Pernambuco-UFPE.

* Camila Oliveira é Sócia Titular da Área de Di-reito Empresarial. Bacharela em Direito pela Faculdade de Direito do Recife - UFPE e Pós--graduada (MBA) em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. É também gra-duanda em Ciências Contábeis pela Universi-dade Católica de Pernambuco - Unicap.

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Durante décadas o Brasil lutou contra o famoso “dragão da inflação”. Nun-

ca pensei nisso dessa forma, mas agora veio à mente que são usados animais para simbolizar situações de alerta, contra as quais nada podemos fazer. Outro famoso “garoto-propaganda” é o majestoso leão, que tem sua imagem atrelada às não me-nos majestosas mordidas do Imposto de Renda. Pois bem, se o dragão, ao longo dos últimos anos no Brasil, estava sem convite para novos comerciais – ainda bem - o leão recebe sempre nova iluminação, cenários e aparece com jubas reluzentes, sem contar que no mundo digital ele já reina há anos. Uma pena!

A observação de alguns números deste ano de 2013 sinaliza que o dra-gão está acreditando que voltará a cir-cular, com mais destaque, nas capas dos noticiários. Desejo muito que isso seja apenas um grande devaneio da cabeça desse horroroso animal. Mas não podemos deixar de reconhecer que há algo nos incomodando nessa direção. Em 2013, com os dados até julho/13, já temos, só para exempli-ficar, o INCC (FGV) acumulando 6,53%, o IPCA (IBGE) com 3,18% e o INPC (IBGE) com 3,17%. O Governo busca uma meta central de inflação, para este ano, de 4,5%, mas parece que está difícil segurar essa previsão. Associado a isso chamo atenção para um outro indicador, que está presente nas análises mais recentes sobre a di-nâmica da economia nacional e muito correlacionado como tal questão: o endividamento das famílias.

Em recente divulgação, o Banco Central expôs que o nível desse en-dividamento, reflexo da relação entre dívida total dos domicílios e a renda

acumulada em 12 meses, segue alto. Analisando-se sua série histórica, constata-se que em maio de 2008 ele era 31,3%, em maio de 2010, 37,3%, e no último dado disponível em maio deste ano, 44,5%. É importante igual-mente observar que não só esse en-dividamento cresceu, mas mudou de perfil. Se antes as dívidas estavam atreladas a modalidades voltadas ao consumo mais imediato (veículos, pagamento de cartões de crédito, cheque especial, por exemplo), nota--se, nos últimos anos, uma crescente participação do crédito imobiliário nesse conjunto. As estatísticas reve-lam que de 2008 a 2013 essa partici-pação nas dívidas das famílias saltou de 10% para 25%, resultado de toda a atenção dada ao setor construtivo nos mais variados aspectos — de seguran-ça jurídica à oferta de crédito — sem esquecer o controle da inflação, que favorece o endividamento de longo prazo, característica do bem imóvel. Houve também expansão do crédi-to consignado de 15% para 18%, no mesmo período. E, em movimento contrário, caiu a participação dos en-dividamentos relacionados a veículos (de 27% para 18%), cheques especiais (de 3% para 2%) e cartões de crédito (de 4% para 3%).

Isso revela, em minha opinião, uma transição importante na quali-dade desse endividamento. Adquirir veículos sempre foi o sonho dos bra-sileiros, que dizem ser apaixonados por esse bem. Mas, em diversas pes-quisas de opinião, o que ainda per-manece forte e alvo de um profundo desejo é a aquisição da moradia. E diante de toda a problemática atual

* Mônica Mercês é economista, assessora de Planejamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimen-to Imobiliário – QGDI.

Mônica Mercês*

NãO SOlTEM O DrAgãO!

da mobilidade urbana nacional, com cidades inteiras paradas nos engarra-famentos, perdendo produtividade e, sobretudo, vida, a tendência é que te-nhamos mais espaço nos orçamentos familiares para a compra de imóveis. Assim espero! Mas para isso, o dra-gão precisa permanecer no ócio e não estragar a tão saboreada estabilidade econômica que o Brasil alcançou. Ano que vem, 2014, o Real se aproxima da maior idade. Serão 20 anos desde a sua implantação. Será um ano movi-mentado para o país, que passará por eleições majoritárias, logo após viver a experiência de sediar, novamente, uma Copa do Mundo.

Mas seja lá o que aconteça, o dragão não pode voltar e talvez precisemos também atribuir ao déficit habitacio-nal brasileiro um nome de animal, de preferência de um que grite bastante e bem alto, se a situação exigir.

Alguém arrisca um palpite qual bi-cho deveria ser a mascote do déficit habitacional?

construir EconoMiA

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SETEMBRO 2013 SEtEMBRO 2013 85

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SETEMBRO 2013 SEtEMBRO 2013 87

cub - custo unitário básico

SETEMBRO 201386 SEtEMBRO 2013 87

Os valores abaixo referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram

calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de or-çamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classi-ficado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.” Os preços unitários dos insumos constantes do lote básico foram cotados no período de: 1 à 24 de setembro de 2013. A partir de fevereiro/2007, com a entrada em vigor da NBR 12.721/2006, adotamos o projeto-padrão R-16-N como o novo CUB PADRÃO do SINDUS-CON/PE, e passamos a divulgar os valores referentes a materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipamentos, que formam este CUB Padrão, bem como suas variações percentuais no mês, no ano e em 12 meses.

PrOJETOS PADrãO DE ACAbAMENTOProjetos- -PAdrões

r$/ M²

VArIAçãO PErCENTuAl

MENSAlACuMulADO

NO ANOACuM. EM 12 MESES

RESIDENCIAIS

R-1 (Residência Unifamiliar)

Baixo R-1-B 1.133,52 0,29% 3,55% 11,82%

Normal R-1-N 1.377,63 0,28% 3,44% 12,09%

Alto R-1-A 1.762,12 0,39% 3,95% 11,66%

PP-4 (Prédio Popular)Baixo PP-4-B 1.040,94 0,33% 3,62% 10,85%

Normal PP-4-N 1.299,66 0,34% 3,64% 12,32%

R-8 (Residência Multifamiliar)

Baixo R-8-B 983,64 0,37% 3,66% 10,70%

Normal R-8-N 1.106,73 0,37% 3,31% 11,39%

Alto R-8-A 1.418,13 0,40% 4,05% 11,74%

R-16 (Residência Multifamiliar)Normal R-16-N 1.079,86 0,35% 3,34% 11,30%

Alto R-16-A 1.386,13 0,39% 2,98% 11,12%

PIS (Projeto de Interesse Social) PIS 741,17 0,50% 2,74% 10,29%

RP1Q (Residência Popular) RP1Q 1.050,34 0,31% 1,65% 9,83%

COMERCIAIS

CAL-8 (Comercial Andares Livres)Normal CAL-8-N 1.244,00 0,44% 2,96% 11,00%

Alto CAL-8-A 1.373,87 0,40% 3,37% 11,40%

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-8-N 1.055,30 0,46% 2,89% 10,78%

Alto CSL-8-A 1.201,57 0,40% 3,62% 11,35%

CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-16-N 1.406,23 0,44% 2,81% 10,79%

Alto CSL-16-A 1.600,31 0,39% 3,54% 11,36%

GI (Galpão Industrial)GI 592,68 0,78% 2,56% 9,46%

6,21% VAlOr(r$/M2)VArIAçãO PErCENTuAl

MENSAl NO ANO EM 12 MESES

CUB DE MATERIAIS 579,81 0,68% 5,68% 10,58%

CUB DE MÃO DE OBRA 447,79 0,00% 0,00% 10,70%

CUB DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS 46,05 0,00% 8,99% 30,79%

CUB DE EQUIPAMENTOS DE OBRA 6,22 -2,20% -0,96% 0,97%

CUB TOTAL 1.079,86 0,35% 3,34% 11,30%

VARIAção do CUB-PAdRão: R-16-N

SETEMbrO DE 2013

Page 87: Revista Construir Nordeste Ed 69

SETEMBRO 2013 SEtEMBRO 2013 87SETEMBRO 2013 SEtEMBRO 2013 87

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insumos

setemBro-2013 - cotação no período de 05 a 26-09-2013.Esta seção contém a listagem de preços unitários de insumos para construção civil. Responsabilidade técnica do engenheiro Clelio Fonseca de Morais (CREA nº 041752. Titular da CM-Assessoria de Obras Ltda.) Fone: (81) 3236.2354 - 9108.1206 | [email protected] | www.cleliomorais.com.br | Assinantes da Revista Construir Nordeste têm desconto de 50% sobre o preço da assinatura anual da lista de preços de serviços, contendo a listagem resumida de preços unitários (com preços unitários de materiais e mão de obra separados); um quadro com diversos indicadores econômicos e setoriais dos últimos 13 meses, e mais outras informações interessantes para o setor.

AglOMErANTES

Cal hidratado Calforte Narduk kg 0,58

Cal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg) sc 5,78

Cimento Portland kg 0,440

Cimento Portland (saco c/ 50 kg) sc 21,87

Cimento branco específico Narduk kg 1,02

Cimento branco específico Narduk (saco com 40 kg) sc 40,99

Gesso em pó de fundição (rápido) kg 0,43

Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg) sc 17,31

Gesso em pó para revestimento (lento) kg 0,35

Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg)

sc 14,00

Gesso Cola kg 1,53

Gesso Cola (saco com 5kg) sc 7,67

ArTEfATOS DE CIMENTO

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa)

un 1,55

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa)

un 1,75

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa)

un 2,07

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa)

un 2,40

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa)

un 3,06

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's aberta 60x40x40cm

un 56,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's fechada 60x40x50cm

un 71,97

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x50x40cm

un 74,83

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x45x60cm

un 86,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's fechada 70x45x60cm

un 73,00

Elemento vazado de cimento Acinol-CB2/L com 19x19x15cm

un 2,80

Elemento vazado de cimento Acinol-CB6/L/Veneziano 25x25x8cm

un 4,20

Elemento vazado de cimento Acinol-CB7/L/Colmeia com 25x25x10cm

un 4,90

Elemento vazado de cimento Acinol-CB/9/Boca de Lobo 39x18x9cm

un 4,20

Lajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cm

m2 15,13

Lajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cm

m2 16,10

Meio fio de concreto pré-moldado de 100x30x12cm un 15,50

Nervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2

m 8,06

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 28,17

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 30,83

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 32,67

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 35,50

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2)

m2 33,67

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2)

m2 37,33

Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma) m2 32,00

Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1 m 12,60

Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1 m 19,12

Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1 m 27,92

Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1 m 35,68

Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1 m 55,25

Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1 m 105,30 Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1 m 154,60 Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1 m 230,00 Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2 m 45,00 Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2 m 56,15 Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2 m 73,00 Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2 m 106,00 Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2 m 187,25

Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2 m 249,50

Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2 m 469,00 Verga de concreto armado de 10x10cm m 12,95 Vigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 8,46

Vigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 9,05

Vigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 7,66

Vigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 8,24

Vigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 7,71

Vigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 13,30

Vigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 7,95

Vigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 14,86

Vigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 8,45

Vigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 9,24

ArTEfATOS DE fIbrOCIMENTO

Caixa d'água cônica CRFS de 250 litros c/tampa Brasilit un 79,02

Caixa d'água cônica CRFS de 500 litros c/tampa Brasilit un 150,16

Caixa d'água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa Brasilit

un 252,86

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior Brasilit un 4,10

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior Brasilit un 4,10

Cumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m Brasilit un 34,37 Cumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m Brasilit un 34,33 Cumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m Brasilit un 34,33

Telha Kalheta 8mm de 3,00m Brasilit un 147,67

Telha Kalheta 8mm de 4,00m Brasilit un 181,95

Telha Kalheta 8mm de 5,50m Brasilit un 215,30

Telha Kalheta 8mm de 6,00m Brasilit un 239,94

Telha Kalheta 8mm de 6,50m Brasilit un 254,74

Telha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS Brasilit un 221,43

Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS Brasilit un 451,29

Telha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS Brasilit un 513,73

Telha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS Brasilit un 612,43

Telha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS Brasilit un 618,47

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m Brasilit un 7,01

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m Brasilit un 12,48

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m Brasilit un 12,07

Telha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m Brasilit un 115,55

Telha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m Brasilit un 180,08

Telha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m Brasilit un 186,39 Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 25,80

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 31,67

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 37,17

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 43,55

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 49,93

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 31,20

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 37,83

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 44,63

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 52,27

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 62,87

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 39,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 49,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 59,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 69,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 79,90

AgrEgADOS

Areia fina m3 44,00 Areia grossa m3 45,00 Saibro m3 37,67 Barro para aterro m3 23,33 Barro para jardim m3 35,00 Pó de pedra m3 43,33 Brita 12 m3 73,00 Brita 19 m3 73,00 Brita 25 m3 73,33

Brita 38 m3 68,33 Brita 50 m3 65,00 Brita 75 m3 64,00 Pedra rachão m3 52,00 Paralelepípedo un 0,40 Meio fio de pedra granítica m 10,00

ArgAMASSA PrONTA

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg)

sc 6,51

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno kg 0,33 Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg)

sc 11,95

Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo kg 0,60 Argamassa Megaflex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg)

sc 21,59

Argamassa Megaflex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg)

sc 23,21

Massa para alvenaria (saco 40kg) sc 11,22

Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg) sc 5,05

Reboco externo pronto (saco 20kg) sc 5,25

Rejunte aditivado interno (saco 40kg) sc 42,86 Rejunte aditivado interno Narduk kg 1,07 Rejunte aditivado flexível externo (saco 40kg)

sc 56,39

Rejunte aditivado flexível externo Narduk kg 1,41

ArAMES

Arame galvanizado nº 10 BWG liso 3.40mm kg 5,71 Arame galvanizado nº 12 BWG liso 2.76mm kg 5,79 Arame galvanizado nº 14 BWG liso 2.10mm kg 6,47 Arame galvanizado nº 16 BWG liso 1.65mm kg 6,85 Arame galvanizado nº 18 BWG liso 1.24mm kg 8,09 Arame recozido 18 BWG preto kg 6,68

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 250m un 117,42

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 400m un 187,78

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 250m

un 99,75

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 500m

un 185,34

bOMbAS CENTrífugAS

Bomba centrífuga trifásica de 1/2 CV Schneider un 540,46

Bomba centrífuga trifásica de 3/4 CV Schneider un 577,32

Bomba centrífuga trifásica de 1 CV Schneider un 611,00

Bomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV Schneider un 790,43

Bomba centrífuga trifásica de 2 CV Schneider un 847,25

Bomba centrífuga trifásica de 3 CV Schneider un 690,30

Bomba centrífuga trifásica de 5 CV Schneider un 1.430,92

Bomba centrífuga trifásica de 7,5 CV Schneider un 1.760,67

Bomba centrífuga monofásica de 1/4 CV Schneider un 461,49

Bomba centrífuga monofásica de 1/2 CV Schneider un 539,79

Bomba centrífuga monofásica de 3/4 CV Schneider un 585,38

Chave de proteção magnética trifásica até 5CV WEG un 160,71

Chave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEG un 173,08

Chave de proteção magnética trifásica até 10CV WEG un 207,79

Bóia para bomba com 10 amperes un 47,59

Bóia para bomba com 20 amperes un 47,65

CArPETES

Carpete Flortex Tradition Grafite da Fademac com 3mm

m2 11,23

Carpete Reviflex Diloop Grafite da Fademac com 4mm m2 12,15

CONCrETO uSINADO

Concreto usinado FCK=10MPa m3 239,00 Concreto usinado FCK=15MPa m3 245,00

Concreto usinado FCK=15MPa bombeável m3 253,00

Concreto usinado FCK=20 MPa m3 255,50 Concreto usinado FCK=20 MPa bombeável m3 265,00 Concreto usinado FCK=25 MPa m3 278,67 Concreto usinado FCK=25 MPa bombeável m3 290,00

Concreto usinado FCK=30 MPa m3 289,00

Concreto usinado FCK=30 MPa bombeável m3 300,00

Concreto usinado FCK=35 MPa m3 310,00

Concreto usinado FCK=35 MPa bombeável m3 320,00 Taxa de bombeamento m3 32,50

ESquADrIAS DE AluMíNIO

Janela de alumínio com bandeira m2 336,67 Janela de alumínio sem bandeira m2 303,33 Janela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00m m2 336,67 Porta de alumínio com saia e bandeira m2 450,00

ESquADrIAS DE fErrO

Gradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4" e barras de 1"x1/4"

m2 283,33

Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.) m2 326,67

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Lajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cm

m2 150,00

Bancada de granito verde ubatuba de 60x2cm

ml 182,00

Divisória de box em granito verde ubatuba 7x2cm ml 39,00

Soleira de granito verde ubatuba de 15x2cm

ml 30,00

Rodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

ml 19,33

IMPErMEAbIlIZANTES

Acquella (galão de 3,6 litros) gl 68,25 Acquella (lata de 18 litros) lata 305,31 Bianco (galão de 3,6 litros) gl 33,50 Bianco (balde de 18 litros) bd 146,83 Compound adesivo (A+B) (2 latas=1kg) kg 40,40 Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (galão de 3,6 litros)

gl 33,95

Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (balde de 18 litros)

bd 136,79

Frioasfalto (galão de 3,9 kg) gl 25,90 Frioasfalto (balde de 20kg) bd 125,45 Neutrol (galão de 3,6 litros) gl 59,42 Neutrol (lata de 18 litros) lata 237,36 Vedacit (galão de 3,6 litros) bd 17,30 Vedacit (balde de 18 litros) bd 67,45 Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg) gl 45,88 Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg) bd 154,80 Vedaflex (cartucho com 310ml) cart 26,47 Vedapren preto (galão de 3,6 litros) gl 40,05 Vedapren preto (balde de 18kg) bd 148,52 Vedapren branco (galão de 4,5 kg) gl 74,88 Vedapren branco (balde de 18kg) bd 225,46 Sika nº 1 (balde de 18 litros) bd 59,88 Igol 2 (balde de 18kg) bd 136,43 Igol A (balde de 18kg) bd 201,48 Silicone (balde de 18 litros) bd 170,01

MADEIrAS

Assoalho de madeira em Ipê de 15x2cm m2 71,74 Assoalho de madeira em Jatobá de 15x2cm m2 78,05 Rodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cm m 8,93

Lambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cm m2 29,50

Folha de "fórmica" texturizada branca de 3,08x1,25m

un 47,97

Folha de "fórmica" brilhante branca de 3,08x1,25m

un 43,47

Estronca roliça tipo litro m 1,80 Barrote de madeira mista de 6x6cm m 5,82 Sarrafo de madeira mista de 10cm (1"x4") m 2,87

Tábua de madeira mista de 15cm (1"x6") m 4,25

Tábua de madeira mista de 22,5cm (1"x9") m 5,61

Tábua de madeira mista de 30cm (1"x12") m 8,09

Madeira serrada para coberta (Massaranduba) m3 2.379,00 Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cm

m 26,93

Peça de massaranduba para coberta de 6x10cm

m 18,39

Barrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cm m 9,53

Ripa de massaranduba para coberta de 4x1cm

m 4,74

Prancha de massaranduba para escoramento de 3x15cm

m 14,88

Prancha de massaranduba para escoramento de 5x15cm

m 28,53

Chapa de madeira plastificada de 10mm c/1,10x2,20m

un 41,18

Chapa de madeira plastificada de 12mm c/1,10x2,20m

un 46,61

Chapa de madeira plastificada de 15mm c/1,10x2,20m

un 55,93

Chapa de madeira plastificada de 17mm c/1,10x2,20m

un 73,59

Chapa de madeira plastificada de 20mm c/1,10x2,20m

un 81,79

Chapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20m un 17,72

Chapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20m un 25,98

Chapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20m un 30,12

Chapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20m

un 36,26

Chapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m un 41,99

mAteriAis elétricos e teleFÔnicos

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 1/2" m 1,13

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 3/4" m 1,50

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" (vara com 3m)

vara 3,92

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" (vara com 3m)

vara 5,53

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1" (vara com 3m) vara 8,47

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" (vara com 3m)

vara 10,72

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" (vara com 3m)

vara 13,75

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2" (vara com 3m) vara 17,70

Soleira de granito preto tijuca de 15x2 cm m 38,50

Rodapé de granito preto tijuca de 7x2cm m 24,67

Lajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cm m2 190,00

Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fio 12 m2 510,00

Tubo de ferro preto de 2" m 18,37 Tubo de ferro preto de 4" m 38,76 Tubo de ferro preto de 6" m 90,87 Tubo de ferro galvanizado de 2" m 31,12 Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2" m 38,98 Tubo de ferro galvanizado de 4" m 86,13

EquIPAMENTOS CONTrA-INCÊNDIO

Adaptador de 2.1/2"x1.1/2" un 54,33

Adaptador de 2.1/2"x2.1/2" un 68,37

Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predial

un 236,00

Chave Storz un 17,67

Esguicho Jato sólido de 1.1/2" un 53,67

Extintor de água pressurizada 10 litros un 113,33

Extintor de CO2 de 6kg un 461,67

Extintor de pó quimico 4kg un 98,27

Extintor de pó quimico 6kg un 110,60

Extintor de pó quimico 8kg un 143,00

Extintor de pó quimico 12kg un 181,67

Mangueira predial de 1.1/2" x 15m com união

un 219,33

Mangueira predial de 1.1/2" x 30m com união

un 466,67

Porta corta fogo P90 de 0,80x2,10m un 917,50

Porta corta fogo P90 de 0,90x2,10m un 972,50

Registro Globo 45° de 2.1/2" un 139,33

Tampa de ferro fundido de 60x40cm "incêndio" un 234,00

Tampão cego de 1.1/2" T.70 articulado un 60,12

ESquADrIAS DE MADEIrA

Porta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m

un 63,68

Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m

un 54,93

Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m

un 55,26

Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m

un 65,00

Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAI

un 68,30

Porta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAI

un 66,55

Porta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAI

un 74,02

Porta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAI

un 84,44

Porta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 167,30

Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 198,07

Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 242,67

Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 241,77

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 182,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 203,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 219,25

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 154,26

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 160,26

Porta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 185,67

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 216,00

Grade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 45,33

Grade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 106,33

Grade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

un 55,00

EquIPAMENTOS

Retroescavadeira 580H, 4x4 (com operador) h 75,83

Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m) mês 12,00

Betoneira elétrica de 400L sem carregador mês 337,88

Compactador CM/13 elétrico mês 363,33 Compactador CM/20 elétrico mês 575,33Cortadora de piso elétrica mês 597,67 Furadeira industrial Bosch ref. 1174 mês 163,33 Guincho de coluna (foguete) mês 302,33 Mangote vibratório de 35mm mês 81,67 Mangote vibratório de 45mm mês 81,67 Motor elétrico para vibrador mês 90,67 Pistola finca pinos mês 177,50 Pontalete metálico regulável (1 peça) mês 6,00 Serra elétrica circular de bancada mês 121,33

fErrOS

Ferro CA-25 de 12,5mm kg 3,02 Ferro CA-25 de 20mm kg 3,26

Ferro CA-25 de 25mm kg 3,21 Ferro CA-50 de 6,3mm kg 3,75

Ferro CA-50 de 8mm kg 3,78

Ferro CA-50 de 10mm kg 3,50

Ferro CA-50 de 12,5mm kg 3,26

Ferro CA-50 de 16mm kg 3,28

Ferro CA-50 de 20mm kg 3,44

Ferro CA-50 de 25mm kg 3,16

Ferro CA-50 de 32mm kg 3,05

Ferro CA-60 de 4,2mm kg 3,44

Ferro CA-60 de 5mm kg 3,47

Ferro CA-60 de 6mm kg 3,33

Ferro CA-60 de 7mm kg 3,30

Ferro CA-60 de 8mm kg 2,61

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

m2 5,57

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

m2 8,49

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

kg 5,50

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

m2 9,89

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

kg 5,64

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

m2 12,41

fOrrOS, DIVISórIAS E SErVIçOS DE gESSO

Bloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisória

un 7,17

Placa de gesso lisa para forro com 65x65cm un 3,18

Rodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicado

m 15,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicado

m 18,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicado

m 20,00

Junta de dilatação de gesso em "L" de 2x2cm aplicada

m 13,33

Junta de dilatação de gesso em "L" de 3x3cm aplicada

m 18,00

fErrAgENS DE POrTA

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1500 LaFonte

un 4,59

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1410 LaFonte

un 5,82

Dobradiça em latão cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 90 LaFonte

un 10,23

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte

un 86,15

Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte

un 63,54

Conjunto de fechadura para WC ref. 521 B-CR LaFonte

un 63,90

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonte

un 61,08

Conjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonte

un 49,80

Conjunto de fechadura para WC ref. 436B-CR LaFonte

un 49,80

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonte

un 86,43

Conjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonte

un 54,31

Conjunto de fechadura para WC ref. 2078 B-CR LaFonte

un 63,87

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonte

un 134,96

Conjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonte

un 107,28

Conjunto de fechadura para WC ref. 608B-CR LaFonte

un 107,28

grANITOS

Granilha nº 02 (saco com 40kg) sc 10,40 Granilha nº 02 kg 0,17 Bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba,test.e esp.

m 165,80

Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cm

m 19,93

Soleira de granito cinza andorinha de 15x2 cm

m 26,78

Rodapé de granito cinza andorinha com 7x2cm

m 16,70

Lajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cm

m2 111,25

Lajota de granito preto tijuca de 50x50x2cm

m2 250,00

Lajota de granito preto tijuca de 15x30x2cm

m2 235,00

Bancada de granito preto tijuca de 60x2cm m 227,00

Divisória de box em granito preto tijuca 7x2 cm

m 50,50

Page 90: Revista Construir Nordeste Ed 69

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" (vara com 3m)

vara 37,18

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3" (vara com 3m) vara 45,05

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un 1,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un 1,20

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un 1,82

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un 2,68

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

un 3,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un 5,13

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un 12,37

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un 14,42

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" un 0,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" un 0,68

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1" un 0,89

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" un 1,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" un 1,82

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2" un 2,83

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" un 7,96

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3" un 9,75

Bucha de alumínio de 1/2" un 0,37

Bucha de alumínio de 3/4" un 0,50

Bucha de alumínio de 1" un 0,69

Bucha de alumínio de 1.1/4" un 0,94

Bucha de alumínio de 1.1/2" un 1,14

Bucha de alumínio de 2" un 2,31

Bucha de alumínio de 2.1/2" un 2,00

Bucha de alumínio de 3" un 3,26

Arruela de alumínio de 1/2" un 0,24

Arruela de alumínio de 3/4" un 0,28

Arruela de alumínio de 1" un 0,53

Arruela de alumínio de 1.1/4" un 0,76

Arruela de alumínio de 1.1/2" un 0,90

Arruela de alumínio de 2" un 1,14

Arruela de alumínio de 2.1/2" un 1,98

Arruela de alumínio de 3" un 2,36

Caixa de passagem em PVC de 4"x4" un 3,17

Caixa de passagem em PVC de 4"x2" un 1,82

Caixa de passagem sextavada em PVC de 3"X3" un 2,95

Caixa de passagem octogonal em PVC de 4"X4" un 3,20

Soquete para lâmpada (bocal) com rabicho un 1,73

Soquete para lâmpada (bocal) sem rabicho un 1,86

Cabo de cobre nú de 10mm2 m 4,59

Cabo de cobre nú de 16mm2 m 6,26

Cabo de cobre nú de 25mm2 m 9,65

Cabo de cobre nú de 35mm2 m 13,53

Cabo flexível de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,57

Cabo flexível de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 1,03

Cabo flexível de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,84

Cabo flexível de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,51

Cabo flexível de 10mm2 com isolamento plástico

m 4,23

Cabo flexível de 16mm2 com isolamento plástico

m 6,70

Cabo flexível de 25mm2 com isolamento plástico

m 12,28

Cabo flexível de 35mm2 com isolamento plástico

m 14,75

Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,60

Fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 0,94

Fio rígido de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,56

Fio rígido de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,17

Fita isolante de 19mm (rolo com 20m) un 10,27

Disjuntor monopolar de 10A Pial un 7,95

Disjuntor monopolar de 15A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 20A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 25A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 30A Pial un 6,99

Disjuntor tripolar de 10A Pial un 42,73

Disjuntor tripolar de 25A Pial un 43,37

Disjuntor tripolar de 50A Pial un 45,19

Disjuntor tripolar de 70A Pial un 71,90

Disjuntor tripolar de 90A Pial un 68,53

Disjuntor tripolar de 100A Pial un 68,26

Disjuntor monopolar de 10A GE un 5,38

Disjuntor monopolar de 15A GE un 5,25

Disjuntor monopolar de 20A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 25A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 30A GE un 5,50

Disjuntor tripolar de 10A GE un 45,00

Disjuntor tripolar de 25A GE un 41,25

Disjuntor tripolar de 50A GE un 42,00

Disjuntor tripolar de 70A GE un 71,13

Disjuntor tripolar de 90A GE un 60,00

Disjuntor tripolar de 100A GE un 60,00

Quadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntores

un 11,92

Quadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntores

un 39,22

Quadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntores

un 70,85

Quadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores

un 119,99

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntores

un 37,73

Quadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntores

un 123,50

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntores

un 46,33

Quadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntores

un 181,95

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntores

un 66,10

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de embutir

un 29,93

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de sobrepor

un 30,23

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Pratis cj 5,78

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Pratis cj 10,25

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Pratis cj 14,56

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Pratis cj 7,73

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Pratis

cj 13,70

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Pratis

cj 12,38

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 12,00

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 15,23

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 6,58

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 14,40

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Pratis

cj 7,71

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis

cj 8,90

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Pratis

cj 17,80

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Pratis

cj 6,28

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Pratis

cj 6,20

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Pratis

cj 13,26

Suporte padrão 4"x2" Pial Pratis un 0,67 Suporte padrão 4"x4" Pial un 1,23 Placa cega 4"x2" Pial Pratis un 2,26 Placa cega 4"x4" Pial Pratis un 5,48

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Plus cj 8,68

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Plus cj 15,90

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Plus cj 22,62

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Plus cj 11,18

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Plus cj 21,90

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Plus

cj 18,90

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 16,26

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 18,83

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Plus

cj 7,56

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Plus

cj 15,20

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Plus

cj 13,68

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus

cj 11,03

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus

cj 29,65

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Plus

cj 9,90

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Plus

cj 8,46

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Plus

cj 15,03

Suporte padrão 4"x2" Pial Plus un 1,03

Placa cega 4"x2" Pial Plus un 2,40

Placa cega 4"x4" Pial Plus un 5,73 Haste de aterramento Copperweld de 5/8"X2,40m com conectores

un 21,56

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis

cj 10,70

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Pratis

cj 16,60

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus

cj 15,00

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Plus

cj 21,52

Cabo telefônico CCI 50 - 1 par m 0,27

Cabo telefônico CCI 50 - 2 pares m 0,43

Cabo telefônico CCI 50 - 3 pares m 0,67

Cabo telefônico CCI 50 - 4 pares m 1,12

Cabo telefônico CCI 50 - 5 pares m 0,93

Cabo telefônico CCI 50 - 6 pares m 1,69

Quadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cm

un 51,30

Quadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cm

un 81,56

Quadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cm

un 119,85

Quadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cm

un 144,44

Quadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cm

un 212,33

Quadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cm

un 356,38

Quadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

un 895,48

MATErIAIS hIDráulICOS

Caixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redonda

un 6,50

Caixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redonda

un 10,55

Caixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redonda

un 15,04

Caixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redonda

un 16,76

Ralo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelha un 5,08

Adaptador de PVC para válvula de pia e lavatório un 1,31

Bucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mm

un 1,27

Curva de PVC soldável para água de 20mm un 1,13

Curva de PVC soldável para água de 25mm un 1,53

Curva de PVC soldável para água de 32mm un 3,17

Curva de PVC soldável para água de 40mm un 5,54

Joelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4"

un 1,80

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2" un 1,00

Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4" un 1,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1" un 2,56

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4" un 6,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2" un 7,56

Joelho 90° de PVC roscável para água de 2" un 15,00

Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mm un 0,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 25mm un 0,46

Joelho 90° de PVC soldável para água de 32mm un 1,20

Joelho 90° de PVC soldável para água de 40mm un 2,90

Joelho 90° de PVC soldável para água de 50mm un 3,33

Page 91: Revista Construir Nordeste Ed 69

MATErIAIS DE PINTurA

Fundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão)

gl 73,20

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão) gl 23,77

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros)

lata 103,13

Selador acrílico para parede externa (galão) gl 23,57

Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros) lata 103,53

Massa corrida PVA (galão) gl 10,67 Massa corrida PVA (lata c/18 litros) lata 36,43 Massa acrílica (galão) gl 23,43 Massa acrílica (lata c/18 litros) lata 99,63 Massa à óleo (galão) gl 37,93 Solvente Aguarrás (galão c/5 litros) gl 60,90 Tinta latex fosca para interior (galão) gl 23,90 Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros) lata 106,63 Tinta latex para exterior (galão) gl 44,87Tinta latex para exterior (lata c/18 litros) lata 222,47 Líquido para brilho regulador (galão) gl 45,27 Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros) lata 223,47 Tinta acrílica fosca (galão) gl 45,27 Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros) lata 191,60 Textura acrílica (galão) gl 22,10 Textura acrílica (lata c/18 litros) lata 98,40 Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão)

gl 62,70

Verniz marítimo à base de poliuretano (galão) gl 56,63Tinta antiferruginosa Zarcão (galão) gl 59,80 Esmalte sintético acetinado (galão) gl 59,77 Esmalte sintético brilhante (galão) gl 51,23 Tinta à óleo (galão) gl 44,19 Tinta à óleo para cerâmica (galão) gl 72,67 Tinta acrílica especial para piso (galão) gl 32,97 Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros) lata 143,60 Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão) gl 151,33 Diluente epoxi (litro) l 20,63 Lixa para parede un 0,45 Lixa para madeira un 0,54 Lixa d'água un 0,87 Lixa para ferro un 1,87 Estopa para limpeza kg 8,13 Ácido muriático (litro) l 2,87 Cal para pintura kg 0,84

Pia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 270,83

Pia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 468,87

Pia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 293,88

Pia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 481,76

Cuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke Douat

un 169,33

Tanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke Douat

un 374,93

Mictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke Douat

un 612,50

Válvula para pia de aço inox, de 3 1/2"x1 1/2", Franke Douat

un 16,42

MárMOrES

Bancada de mármore branco rajado de 60x2cm

m 131,20

Bancada de mármore branco extra de 60x2cm

m 416,53

Bancada de mármore travertino de 60x2cm

m 197,47

Lajota de mármore branco extra de 30x30x2cm

m2 157,50

Lajota de mármore branco rajado de 15x30x2cm

m2 69,00

Lajota de mármore branco rajado de 30x30x2cm

m2 58,33

Lajota de mármore travertino de 30x30x2cm

m2 122,50

Lajota de mármore travertino de 15x30x2cm

m2 115,00

Rodapé em mármore branco rajado de 7x2cm

m 14,00

Rodapé em mármore travertino de 7x2cm m 21,33

Soleira em mármore branco extra de 15x2cm

m 48,33

Soleira em mármore branco rajado de 15x2cm

m 21,33

Soleira em mármore travertino de 15x2cm

m 31,00

Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 41,30

Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 49,18

Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 79,73

Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 116,56

Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 158,56

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 17,02

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 30,88

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 38,28

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m)

vara 44,72

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 110,33

Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2" Docol

un 146,40

Vedação para saída de vaso sanitário un 6,51 Adesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 26,64

Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 24,46

MATErIAIS DE INOx

Pia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 135,83

Pia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 176,43

Joelho 90° de PVC soldável para água de 65mm un 13,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 75mm un 47,38

Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mm un 53,53

Joelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 10,43

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mm un 0,98

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mm un 1,50

Joelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mm un 1,95 Junção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 9,38

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,26

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2" CR/CR Deca

un 105,72

Registro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1" Deca

un 43,12

Registro de gaveta Bruto B1510 de 1.1/2" Fabrimar un 60,26

Registro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,73

Tê de PVC roscável de 1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 1,37

Tê de PVC roscável de 3/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 1,95

Tê de PVC roscável de 1" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 4,51

Tê de PVC roscável de 1.1/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 9,48

Tê de PVC roscável de 1.1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 11,63

Tê de PVC roscável de 2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 18,80 Tê de PVC soldável de 25mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 0,72

Tê de PVC soldável de 60mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 17,55

Tê de PVC soldável de 75mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 32,25

Tê de PVC soldável de 85mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 50,23

Tubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco Astra

un 4,52

Tubo de PVC roscável de 1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 19,53

Tubo de PVC roscável de 3/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 26,83

Tubo de PVC roscável de 1" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 54,26

Tubo de PVC roscável de 1.1/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 70,46

Tubo de PVC roscável de 1.1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 85,92

Tubo de PVC roscável de 2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 129,13

Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 8,10

Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 11,73

Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 24,46

Page 92: Revista Construir Nordeste Ed 69

insumos

Pedra Ardósia cinza de 40x40cm m2 14,67

Pedra Ardósia verde de 20x20cm m2 20,03

Pedra Ardósia verde de 20x40cm m2 26,00

Pedra Ardósia verde de 40x40cm m2 26,42

Pedra Itacolomy do Norte irregular m2 20,67 Pedra Itacolomy do Norte serrada m2 27,34

Pedra São Thomé Cavaco m2 33,00

Pedra Cariri serrada de 30x30cm m2 17,34 Pedra Cariri serrada de 40x40cm m2 17,67 Pedra Cariri serrada de 50x50cm m2 18,00 Pedra sinwalita de corte manual m2 21,00 Pedra Sinwalita serrada m2 27,67 Pedra portuguesa (2 latas/m2) m2 15,33 Pedra Itamotinga Cavaco m2 15,67 Pedra Itamotinga almofada m2 18,33 Pedra Itamotinga Corte Manual m2 20,67 Pedra Itamotinga Serrada m2 26,67 Pedra granítica tipo Canjicão Almofada m2 32,00 Pedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cm m2 27,00 Solvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros) lata 33,00

Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros) gl 38,80

rEVESTIMENTOS VINílICOS E DE bOrrAChA

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flash m2 34,54

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm com flash

m2 40,47

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm sem flash

m2 45,11

Piso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar

m2 18,08

TElhAS METálICASTelha de alumínio trapezoidal com 0,5mm m2 31,33 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mm

un 106,99

Telha de alumínio trapezoidal com 0,4mm m2 25,76 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm

un 91,52

VIDrOSVidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado)

m2 27,44

Vidro Canelado incolor (cortado) m2 27,04 Vidro aramado incolor de 7mm (cortado) m2 91,29

Vidro anti-reflexo (cortado) m2 30,21

Vidro liso incolor de 3mm (cortado) m2 23,20

Vidro liso incolor de 4mm (cortado) m2 32,77

Vidro liso incolor de 5mm (cortado) m2 37,22

Vidro liso incolor de 6mm (cortado) m2 43,48 Vidro liso incolor de 8mm (cortado) m2 66,74

Vidro liso incolor de 10mm (cortado) m2 83,10

Vidro laminado incolor 3+3 (cortado) m2 110,63

Vidro laminado incolor 4+4 (cortado) m2 131,42

Vidro laminado incolor 5+5 (cortado) m2 161,29

Vidro bronze de 4mm (cortado) m2 42,74

Vidro bronze de 6mm (cortado) m2 65,06

Vidro bronze de 8mm (cortado) m2 102,18

Vidro bronze de 10mm (cortado) m2 131,07

Vidro cinza de 4mm (cortado) m2 36,46

Vidro cinza de 6mm (cortado) m2 57,54

Vidro cinza de 8mm (cortado) m2 86,12

Vidro cinza de 10mm (cortado) m2 108,62

Espelho prata cristal de 3mm (cortado) m2 49,04

Espelho prata cristal de 4mm (cortado) m2 73,27

Espelho prata cristal de 6mm (cortado) m2 108,79

Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado)

m2 128,83

Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado)

m2 149,49

Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado)

m2 169,32

Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado un 10,31

Junta de vidro para piso m 0,40

Massa para vidro kg 1,22

MãO DE ObrAArmador h 5,60 Azulejista h 5,60 Calceteiro h 5,60 Carpinteiro h 5,60 Eletricista h 5,60 Encanador h 5,60 Gesseiro h 5,60 Graniteiro h 5,60 Ladrilheiro h 5,60 Marceneiro h 5,60 Marmorista h 5,60 Pastilheiro h 5,60 Pintor h 5,60 Serralheiro h 5,60 Telhadista h 5,60 Vidraceiro h 5,60 Pedreiro h 4,65 Servente h 3,42

Torneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 Deca

un 183,80

Torneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca

un 185,97

Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) Deca

un 99,52

Ducha manual Evidence cromada 1984C CR Deca un 146,70

Válvula de descarga Hydra Max de 1.1/2" ref. 2550504 Deca

un 138,10

Válvula cromada para lavatório ref.1602500 Deca un 37,46

Válvula cromada para lavanderia ref. 1605502 Deca un 45,86

Válvula de PVC para lavatório un 3,33

Válvula de PVC para tanque ou pia de cozinha

un 2,97

OuTrOSCorda de nylon de 3/8" kg 15,68 Tela de nylon para proteção de fachada m2 3,38 Bucha para fixação de arame no forro de gesso kg 4,33 Pino metálico para fixação à pistola com cartucho

un 0,59

Cola Norcola (galão com 2,85kg) gl 31,71

Cola branca (pote de 1 kg) kg 6,92

Bloco de EPS para laje treliçada m3 208,75

PrODuTOS CErÂMICOSTijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cm mil 383,33

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm mil 186,50

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cm mil 326,67

Tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm mil 442,11

Tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cm mil 474,39

Tijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cm mil 605,00

Tijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cm

mil 400,00

Tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm mil 417,50

Telha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2 mil 420,00

Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2 mil 770,00

Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2

mil 950,00

Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (Bahia) - 28un/m2

mil 2.250,00

Telha em cerâmica tipo colonial Barro Forte (Maranhão) - 25un/m2

mil 1.640,00

Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cm

mil 1.285,80

Massa refratária seca kg 0,72

Taxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro)

mil 50,00

Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje pré-moldada

mil 720,00

PrEgOS E PArAfuSOS

Prego com cabeça de 1.1/4"x14 kg 5,96

Prego com cabeça de 2.1/2"x10 kg 5,98

Parafuso de 5/16"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 1,28

Arruela de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,16

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16"

un 0,17

Porca de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,15 Parafuso de 1/4"x100mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,31

Parafuso de 1/4"x150mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,52

Parafuso de 1/4"x250mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,71

Parafuso de 1/4"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,92

Arruela de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,17

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4"

un 0,12

Porca de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,10

rEVESTIMENTOS CErÂMICOS

Cerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo "A" m2 17,19

Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo "A" PEI4

m2 14,45

Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cm m2 37,46 Porcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cm m2 32,85 Cerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722

m2 23,65

Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041

m2 30,73

Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073

m2 21,65

Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm m2 18,67

Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo "A" m2 16,41

rEVESTIMENTOS DE PEDrAS NATurAISPedra Ardósia cinza de 20x20cm m2 12,33

Pedra Ardósia cinza de 20x40cm m2 13,33

Balcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba marmorizado Marnol

un 69,56

Balcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba granitado Marnol

un 80,53

Misturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR Deca un 240,10 Misturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR Deca

un 372,30

Misturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR Deca

un 359,60

Torneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 Deca

un 57,20

Torneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) Deca

un 56,11

Torneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR Deca un 87,53 Torneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 Deca

un 66,63

Tinta Hidracor (saco com 2kg) sc 3,40 Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas) lata 5,13

MATErIAIS PArA INSTAlAçãO DE águA quENTE

Tubo de cobre classe "E" de 15mm (vara com 5,00m)

un 62,54

Tubo de cobre classe "E" de 22mm (vara com 5,00m)

un 100,06

Tubo de cobre classe "E" de 28mm (vara com 5,00m)

un 118,43

Tubo de cobre classe "E" de 35mm (vara com 5,00m)

un 209,22

Tubo de cobre classe "E" de 54mm (vara com 5,00m)

un 388,27

MATErIAIS SANITárIOS

Assento sanitário Village em polipropileno AP30 Deca un 75,95

Assento sanitário almofadado branco TPK/A5 BR1 Astra un 42,86

Assento convencional branco macio TPR BR1 em plástico Astra

un 15,20

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo Celite

un 264,27

Conjunto bacia com caixa Saveiro branco Celite

un 163,90

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca

un 280,83

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real Deca

un 277,45

Bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite un 122,56 Bacia sanitária convencional Targa branco gelo Deca un 236,83 Bacia sanitária convencional Izy branco gelo Deca un 67,68

Bacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca un 123,95

Bacia sanitária convencional Ravena cinza real Deca un 125,95 Bacia sanitária convencional Village branco gelo Deca un 169,30 Bacia sanitária convencional Village cinza real Deca un 173,83 Cuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo Deca

un 47,78

Cuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo Deca

un 46,93

Cuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo Deca

un 76,00

Lavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo Deca

un 71,90

Lavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo Deca

un 58,70

Lavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo Deca

un 140,92

Lavatório de canto Izy L101 branco gelo Deca un 73,73

Lavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco Celite un 49,45

Bolsa de ligação para bacia sanitária BS1 de 1.1/2" Astra

un 2,30

Caixa de descarga sobrepor 8 lts. c/engate e tubo ligação Fortilit/Akros/Tigre

un 19,68

Chicote plástico flexível de 1/2"x30cm Fortilit/Akros/Amanco/Luconi

un 2,88

Chicote plástico flexível de 1/2"x40cm Fortilit/Akros/Luconi

un 3,70

Chuveiro de PVC de 1/2" com braço un 5,83

Chuveiro cromado de luxo ref. 1989102 Deca un 208,47

Parafuso de fixação para bacia de 5,5x65mm em latão B-8 Sigma (par)

par 7,27

Parafuso de fixação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par)

par 13,46

Parafuso de fixação para lavatório Esteves (par) par 10,76 Sifão de alumínio fundido de 1" x 1.1/2" un 46,95 Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1"x1.1/2" Esteves

un 71,50

Sifão de PVC de 1" x 1.1/2" un 7,38

Fita veda rosca em Teflon Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m)

un 3,30

Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo Deca

un 260,33

Coluna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo Deca

un 70,60

Tanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo Deca

un 188,35

Coluna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo Deca

un 68,63

Tanque de louça sem fixação de 18 litros de 53x48cm branco Celite

un 163,45

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Fabricação de peças e montagem de estruturas pré-fabricadas de concreto, sobretudo para obras de médio a grande portes. Produtos: lajes alveolares, vigas armadas, protendidas e centrifugadas, telhas de concreto, painéis, blocos de concreto para alvenaria estrutural e de vedação, e pisos intertravados de cimento

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