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arquitetura | tecnologia | negócios | índices | preços de insumos ano XV | nº 71 | março 2014 | www.construirnordeste.com.br R$ 12,90 | € 5,60 RCN Editores Associados NÓ DA FIAÇÃO O emaranhado de fios e cabos pendurados causam danos ao meio ambiente e comprometem a vida da população. Como solução, surge o embutimento, mas com alto preço. A questão é: quem vai pagar essa conta? ENTREVISTA Felipe Cavalcante (Adit) fala sobre o retorno das grandes empresas para as suas cidades de origem CONTAINERS Descartados após anos de uso, eles são reutilizados na construção civil ARQUITETURA Com técnica inovadora, casarão no Centro do Recife é restaurado e abre as portas para o frevo 15 anos

Revista Construir Nordeste Ed 71

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arquitetura | tecnologia | negócios | índices | preços de insumos

ano XV | nº 71 | março 2014 | www.construirnordeste.com.br

R$ 1

2,90

| €

5,60

RCN

Edito

res

Asso

ciad

os

nó da fiaçãoO emaranhado de fios e cabos pendurados causam danos ao meio ambiente e comprometem a vida da população. Como solução, surge o embutimento, mas com alto preço. A questão é: quem vai pagar essa conta?

ENTREVISTAFelipe Cavalcante (Adit) fala sobre o retorno das grandes empresas para as suas cidades de origem

CoNTAINERSDescartados após anos de uso, eles são reutilizados na construção civil

ARquITETuRACom técnica inovadora, casarão no Centro do Recife é restaurado e abre as portas para o frevo

15 anos

17

4614 PALAVRAComo sua empresa vai estar em 2015? | Vinícius de Carvalho

17 ENTREVISTAÉ preciso planejar | Felipe Cavalcante

20 PAINEL CONSTRUIR

26 VITRINE ESTILO | VITRINE

32 NBR. 15.575Critérios para os sistemas de cobertura

36 ESPAÇO ABERTO | PECSegurança Contra Incêndio em EdificaçõesDrenagem urbana: o dia em que o Recife parou

40 ARQUITETURA | INTERIORESOnde o frevo tem lugar

46 CAPA O nó da fiação

54 TECNOLOGIA Vida útil prolongada

76 SOCIAL Q’Alegria atinge 8.700 atendimentos

80 NEGÓCIOSTigre-ADS chega ao Nordeste

89 CUSTO UNITÁRIO BÁSICO – CUB

90 INSUMOS

97 ONDE ENCONTRAR

40

30

26

O Movimento Vida Sustentável (MVS) vem colocando o tema Sustentabilidade na Construção Civil na ordem do dia, entre empresários, profissionais, professores, estudantes e

sociedade. Busca contribuir com a modernização do setor, divulgando os princípios da construção sustentável, com foco nas pesquisas; na divulgação de produtos e iniciativas

eficientes; na multiplicação de conhecimento com a promoção de debates e capacitação, com ênfase na geração de energia, no reuso da água, drenagens e na gestão dos resíduos.

ColuNAS

12 SHARE

68 TENDÊNCIAS | Renato Leal

84 CONSTRUIR DIREITO | Mariana Moura

86 CONSTRUIR ECONOMIA

Jorge Jatobá | Mônica Mercês

61 CONSTRUIR VIDA

SUSTENTÁVEL

JANEIRO 2014 5

SumáRIo

JANEIRO 2014 5

caro leitor

MARÇO 20146 MARÇO 2014 7

Nossa história começou em 1997, quando estive pela pri-meira vez em visita à FEICON BATIMAT, em São Paulo. Foi nas conversas com expositores e visitantes que surgiu a ideia de criar a Revista Construir Nordeste, com a proposta de divulgar, levar as características da nossa região para o Brasil e, princi-palmente, promover a troca de experiências.

De lá pra cá, com o crescimento econômico e a demanda local, esse intercâmbio só aumentou. Hoje, o nosso diálogo não só ultrapassou as fronteiras geográficas, mas consegue sintonizar especialistas de todas as áreas: arquitetos, enge-nheiros, urbanistas, empresários, paisagistas. Toda a cadeia produtiva e com o envolvimento da sociedade — fundamen-tal nesse processo. Porque cidadãos somos todos nós, que a cada dia precisamos investir mais em qualidade de vida.

E foi a partir desse conceito de demanda por qualidade de vida e estímulo à sintonia entre os personagens do setor que a jornalista Tory Oliveira foi até as ruas e verificou os gar-galos do emaranhado de fios e cabos pendurados entre os postes. O assunto vem chamando a atenção de especialistas e políticos em todo o País. A poluição visual, os danos ao meio ambiente e a segurança talvez sejam os principais problemas desse caos urbano. Como solução, temos a alternativa da fia-ção subterrânea, que tem um custo médio de 12 a 18 vezes maior que a aérea, o que ainda impede a expansão do mode-lo no Brasil. Afinal, quem vai arcar com os custos?

E como nossa preocupação é, também, com a saúde da ci-dade, o trabalho apresentado no Espaço PEC (pág. 39) — dos professores Marcos Antonio Barbosa da Silva Junior e Simo-ne Rosa da Silva — traz a importância e as dificuldades dos sistemas de drenagem.

O entrevistado deste número é Felipe Cavalcante. O re-pórter Pablo Braz conversou com o presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil) sobre as Comunidades Planejadas e as tendências do setor. E tem frevo na Arquitetura. A repórter Patrícia Félix foi até o Bairro do Recife, em Pernambuco, e acompanhou a refor-ma do casarão abandonado em estilo neoclássico inglês, que se transformou num espaço dedicado à pesquisa e difusão da dança e da música do frevo. É o Paço do Frevo. É o Nordeste de vários traços, contornos, várias cores e todos os carnavais.

Aproveite a leitura!

MARÇO 2014 MARÇO 2014 7

expediente

RCN Editores Associadosdiretora | Elaine Lyra

Publisher | Elaine [email protected]

editora eXeCutiVa | Renata [email protected]

Conselho editorialAdriana Cavendish, Alexana Vilar, Bruno Ferraz, Carlos Valle, Celeste Leão,

Clélio Morais, Daniela Albuquerque, Eduardo Moraes, Elka Porciúncula, Francisco Carlos da Silveira, Inez Luz Gomes, Joaquim Correia, José Antônio de Lucas Simon, José G. Larocerie, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, Mário Disnard, Mônica Mercês, Néio Arcanjo, Otto Benar Farias, Ozéas Omena, Renato Leal, Risale Neves,

Rúbia Valéria Sousa, Sandra Miranda, Serapião Bispo, Gustavo Farache

Conselho tÉCniCoProfessores:

Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos,

Eliana Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas

rePortagemCatharina Paes | Daniel Vilarouca | Isabela Morais |

Patrícia Felix | Pablo Braz | Renata Farache | Tory Oliveira

editor de arte e diagramaçãoMichael Oliveira

reVisão de teXtoClaudia Oliveira

fotografia Armando Artoni | João Rogério Filho | Jan Ribeiro | Gil Vicente | Lucas Oliveira

ColunistasJorge Jatobá | Mariana Moura | Miguel Bahiense |

Mônica Mercês I Renato Leal | Vinícius de Carvalho

PubliCidadeTatiana Feijó

[email protected] | +55 81 [email protected] | +55 81 3038-1045

rePresentantes Para PubliCidade

Ceará ns&a | Aldamir Amaral+55 85 3264.0576 | [email protected]

são Paulo, Paraná, rio de Janeiro, santa Catarina e rio grande do sul | Vando Barbosa

+55 11 975798834 | +55 11 [email protected]

André Maia | 21 [email protected]

AdministrAtivo-FinAnceiro | Caetano Pisani [email protected]

assinaturas e distribuição | Palloma Saldanha

[email protected]

nÚCleo on line | Patrícia [email protected]

Portal Construir ne | www.construirnordeste.com.brfacebook: Construir Nordeste

[email protected]

endereço e telefonesRua José Paraíso, 210 2º andar – Boa Viagem

Recife – PE – Cep: 51030-390+55 81 3038 1045 / 3038 1046

redação/sugestÕes de Pautas

Rua José Paraíso, 210 2º andar – Boa Viagem

Recife – PE – Cep: 51030-390

atendimento ao leitor

[email protected]

Tel.: (81) 3038-1045

De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h

Cartas

[email protected]

este Canal de ComuniCação obJetiVa auXiliar os Profissionais da Construção em seus questionamentos relaCionados à gestão e à teCnologia da Construção de edifíCios

a utilização de água de chuva em uma residência resulta em uma economia signi-ficativa na conta de água?A captação de águas pluviais, em qualquer caso, irá diminuir o consumo de água potável. Porém, alguns aspectos são importantes para avaliar se o impacto na re-dução do valor pago à concessionária será significativo: a) a demanda de água total consumida na residência; b) o percentual dessa demanda hídrica que poderá ser atendido pela água de chuva (não potável); c) o investimento necessário para via-bilizar a implantação do sistema de captação de águas pluviais e a distribuição da água até os pontos de consumo. Outros fatores técnicos também precisam ser con-siderados, como os índices pluviométricos da região e o espaço físico disponível para construção do reservatório de águas pluviais. O ideal é que as instalações para captação de águas pluviais sejam planejadas desde a fase do projeto. Em geral, quanto maior a área da edificação, maior será o impacto na redução da conta de água. É importante lembrar que outros aspectos, além do econômico, devem ser considerados. Usando água de menor qualidade para fins menos nobres, estamos dando nossa parcela de contribuição para a questão ambiental, além do aspecto social — exemplo para outros cidadãos. Em Pernambuco, a Lei nº 14.572/2011 estabelece normas para uso racional e reaproveitamento de águas para residências a partir de 70 m2, incluindo a captação de águas pluviais.

*Profa. dra. simone rosa, [email protected] Politécnica da universidade de Pernambuco.grupo ambitec – engenharia aplicada ao meio ambiente.

qual seria uma alternativa viável a ser adotada pelos órgãos Públicos para reduzir o descarte irregular dos resíduos da construção civil nas áreas urbanas?A geração de Resíduos da Construção Civil (RCC) nos mais diversos processos pro-dutivos ainda é muito recorrente no Brasil, devido às obras da deste setor, como reformas e ampliações de construções existentes, construções de edifícios, demo-lições etc. Esse fato leva a população, muitas vezes, a descartarem o resíduo de forma irregular, tornando esse material uma fonte geradora de impactos negati-vos ao meio ambiente. Assim, a busca pela redução da geração de RCC não deve ocorrer mais por meio de ações pontuais para a solução de problemas localizados, mas pela atuação sistêmica do Poder Público. Algumas alternativas viáveis a serem adotadas pelos Órgãos Públicos para reduzir o descarte clandestino dos resídu-os em áreas urbanas seriam: Pontos de coleta de resíduos acessíveis à população com fiscalização e organização; campanhas de conscientização e divulgação das diferentes formas de reaproveitamento ou reciclagem dos resíduos da construção através da integração Universidade/Sociedade; programas de incentivo à preserva-ção do meio ambiente por meio da utilização de técnicas construtivas sustentáveis.

Profa. dra. Kalinny lafayette, [email protected] Politécnica da universidade de Pernambucogrupo ambitec – engenharia aplicada ao meio ambiente.

miPim – the World’s ProPertY marKetdata: 11.03 A 14.O3.2014loCal: CANNES/FRANÇAMIPIM.COM feiCon batimatdata: 18.03 A 22.03.2014loCal: SÃO PAULO/SPFEICON.COM.BR

Construbr – inteligÊnCia, teCnologia e gestão Para o desenVolVimento de negóCios da Construçãodata: 23.04 E 24.04.2014loCal: SÃO PAULO/SPCONSTRUBR.COM

salão imobiliário de PernambuCodata: 26.03 A 30.03.2014loCal: OLINDA/PESALAOIMOBILIARIODEPE.COM.BR adit Jurisdata: 27.03 A 28.03.2014loCal: SALVADOR/BAADIT.COM.BR/ADIT-JURIS braZil road eXPo | 4ª feira internaCional de infraestrutura Viária e rodoViáriadata: 09.04 A 11.04.2014loCal: SÃO PAULO/SPBRAZILROADEXPO.COM.BR 6ª feira de forneCedores industriais do nordeste | 6ª mostra suCroenergÉtiCa do nordestedata: 22.04 A 25.04.2014loCal: OLINDA/PEFORINDNE.COM.BR 14ª feira internaCional da indÚstria da iluminaçãodata: 22.04 A 26.04.2014loCal: SÃO PAULO/SPEXPOLUX.COM.BR 86º enContro naCional da indÚstria da Construção feira internaCional da Construçãodata: 21 A 23.05.2014loCal: GOIÂNIA/GOENIC.ORG.BR

cartas AgENdA

ConeXãoA DuPont™ Corian® apresenta novo website brasileiro da marca. A plataforma permite que consumidores, processado-res, arquitetos e decoradores tenham acesso a informações exclusivas do produto. O objetivo principal da nova ferra-menta é proporcionar inspiração, ideias e referências que resultem em criações com as diversas possibilidades e tecno-logias. São catálogos virtuais, técnicas de design, vídeos de temas variados, artigos, projetos e mais de 90 casos de suces-so em todo o mundo.

esPaço abertoA versão online do trabalho dos professores da Universidade Federal de Pernambuco José Jéferson do Rêgo Silva, Tiago Ancel-mo de Carvalho Pires e Dayse Cavalcanti de Lemos Duarte, publicado na seção Espaço Aberto desta edição, pode ser conferido no portal da Revista Construir Nordeste. No artigo, resultado de pesquisas da UFPE, o grupo aborda a segurança contra incêndio e os novos padrões técnicos para as edificações. www.construirnordeste.com.br.

ConeXão 1Para melhor orientar especificadores, assentadores e clientes, a Portobello lançou mais um canal de comunicação. O blog “Portobello Responde” contém posts que explicam a melhor forma de aplicar e manter os revestimentos cerâmicos, vídeos tutoriais desenvolvidos pela equipe técnica, além de manuais e apostilas disponíveis para download. Através da ferramenta, os internautas também podem enviar suas dúvidas, que serão respondidas pela equipe especializada da empresa. Atualmente, o revestimento cerâmico é um dos materiais mais versáteis da arquitetura. Ele reúne resistência, facilidade de transporte e apli-cação, efeito estético e baixo impacto ambiental. www.portobello.com.br/portobelloresponde.

PromoçãoFique de olho na fanpage da RCN. Vamos sortear o livro Microconcreto de Alto Desempeño - La tecnologia del MicroCAD aplicada en la construcción del hábitat social, recém-lançado pela Editora Mandarim em parceria com o Cyted - Programa Iberoamericano de de Ciência e Tec-nologia para o Desenvolvimento, que traz as mais recentes inovações na produção de peças pré-fabricadas com argamassa armada. São 200 páginas com artigos organizados pelo arqui-teto e professor brasileiro Paulo Eduardo Fonseca de Campos da FAU/USP. A publicação, em espanhol, reúne textos técnicos, tabelas e gráficos, dezenas de imagens de obras realizadas e, também, um pouco da história do material. Está disponível, em versão digital, no site, mas também pode ser comprada em versão impressa, no endereço microconcreto.net.

orlaA capital nordestina que estampa a fanpage da Revista Construir Nordeste nesta edição é São Luís, no Maranhão. Com belezas históricas e naturais, que se misturam a sua multiculturalidade, a cidade envolve cenários urbanos e mais de 150 km de praias. Reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unes-co) como Patrimônio da Humanidade, a estrutura arquitetônica de São Luís tem cerca de 3.500 mil imóveis tombados.

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MARÇO 201412

MARÇO 2014

palavra

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Vinícius de Carvalho *

Como sua emPresa Vai estAr em 2015?

Já parou para pensar como sua empresa vai estar em janeiro de 2015? Estará cheia de

vendas ou de dívidas? Ainda não é possível pre-ver o futuro, mas existem certos cuidados que podemos tomar que aumentam, e muito, as chances de qualquer negócio. E o cenário atual é bastante promissor: pesquisa do Sebrae reve-la que 76% das pequenas empresas sobrevivem aos dois primeiros anos de vida. A porcentagem coloca o Brasil à frente de países como Canadá, Áustria, Portugal e Holanda.

O sucesso de uma organização não deve ser medido apenas através da lucratividade. Precisamos observar também aspectos como o nível de satisfação de clientes e colaboradores, os indicadores de vendas, marketing, entre outros. Independente do tamanho, toda empresa depende de diversos fatores para ter sucesso.

Como anda o seu relacionamento com o cliente? Mais do que ter uma boa venda, conseguir os clientes certos faz toda a diferença. Um cliente satisfeito volta para realizar uma nova compra e ainda indica sua empresa para familiares e amigos. Se esse cliente for uma pessoa com muitos contatos, fica ainda melhor. Um cliente satisfeito é a melhor propaganda que se pode ter.

Falando nisso, como está o seu plano de marketing? É preciso desenvolver ações para engajar os clientes atuais e também conseguir novos consumidores, mas mais importante ainda é que seus funcionários atuem como verdadeiros representantes da sua marca. Ouça seu funcionário, peça feedbacks, incentive e premie os colaboradores que realmente fizerem a diferença para o seu negócio.

Ouvir o não do cliente nunca é fácil, mas aproveite este momento de aprendizagem. Sempre questione um prospect que tenha negado seu produto ou serviço sobre o porquê dessa decisão. Saber ouvir pode gerar insights fundamentais para o seu negócio.

É fato que toda empresa precisa ser lucrativa, por isso estar atento às vendas é muito importante. A equipe de vendas deve sempre trabalhar em conjunto com a de produção, pois

seus trabalhos são totalmente interligados. Garanta um bom clima organizacional entre os dois setores e aproveite também para monitorar todos os dados de vendas e a produção da empresa. Estar bem informado agiliza a tomada de decisão quando alguma emergência acontece.

Ter um plano de negócios é outro item que contribui significativamente para bons índices empresariais. O ideal é ter um plano por escrito, com os objetivos estratégicos detalhados de forma clara. Teste sempre seu plano e o atualize quando necessário (sugiro que seja a cada 3 meses).

Muitos especialistas afirmam que o cliente é o maior bem que uma empresa possui. Entendo essa colocação, mas acredito que esse posto deva ser dividido com uma outra figura: o colaborador. Ter uma equipe confiável, que não dá desculpas desnecessárias e que vê na mudança uma oportunidade para seu crescimento profissional é a chave para uma empresa lucrativa e que funcione harmoniosamente.

Por fim, avalie sua gestão. Um bom gestor tem uma visão clara e detalhada de para onde sua em-presa está caminhando, mas não vira “escravo” do seu negócio. Aprenda a delegar funções e confie no trabalho de seus funcionários. Encoraje sua equipe a apresentar soluções e a ter metas para sua própria carreira. Isso faz com que o colabora-dor fique mais motivado e, consequentemente, atue de forma mais proativa. Isso é bom para o colaborador e melhor ainda para a empresa.

Não existe uma fórmula pronta para uma empresa de sucesso. Além dos tópicos aqui discutidos, existem outros de igual importância — como fluxo de caixa e conhecimento do mercado. Cada empresa é única, e o ideal é investir em um diagnóstico personalizado para conhecermos em profundidade qual o grau de maturidade do seu negócio. Enfrentar os problemas de um novo negócio não é fácil, mas, fazendo um bom trabalho, todas as possibilidades passam a atuar a nosso favor.

*Por Vinícius de Carvalho, business coach da ActionCOACH - líder mundial em business coaching para pequenas e médias empresas.

Não existe fórmula pronta para uma

empresa de sucesso... Cada empresa é única

e o ideal é investir em um diagnóstico personalizado para conhecermos em

profundidade qual o grau de maturidade

do seu negócio.

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ENTREVISTA

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MARÇO 2014

ENTREVISTA

por Pablo Braz

É PreCiso PlaneJarFelipe Cavalcante

Presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil), Felipe Cavalcante é um incentivador e gerador de conhecimento para o setor imobiliário, sendo responsável por organizar consagrados eventos como o Adit Juris e Adit Invest. Graduado em Administração pela Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco, ele não mede esforços para disseminar dentro do cenário nacional o conceito de Comunidades Planejadas. Além de se empenhar intensamente na atualização da conhecida Lei nº 6.766/79, a Lei de Loteamentos, Cavalcante também é sócio administrador da Vivendi Construtora, através da qual o empresário se tornou uma das principais lideranças dos setores imobiliário e turístico do País.

MARÇO 2014 MARÇO 2014 19

ENTREVISTA

MARÇO 201418

Qual o panorama do setor imobiliário no Brasil? Quais as tendências e inova-ções verificadas no setor?

O panorama do setor imobiliário no Brasil neste ano será de acomodação. A fase de estouro, de crescimento ace-lerado dos preços, ficou para trás. Vive-mos aquele momento do Minha Casa, Minha Vida, das empresas que abriram capital na bolsa, dos preços que su-biram 25% ao ano. Agora é uma fase de acomodação. A tendência é que as grandes empresas voltem para as suas cidades de origem ou fiquem em pou-cas cidades, onde elas têm conseguido se adaptar melhor. No ano passado, já era possível verificar esse freio de arru-mação. Poucos estados continuaram a crescer em ritmo acelerado, como São Paulo. A maioria, no entanto, apresen-tou certa redução da atividade, que é natural, pois o aumento foi muito rápi-do nos últimos anos.

E porque teve uma aceleração gran-de? O Brasil passou anos, desde o final da década de 1980 e início da década de 1990, sem haver uma oferta maior do mercado imobiliário de crédito. Nos últimos anos, com a estabilidade econômica e o aumento da renda e do crédito imobiliário, houve uma explo-são na demanda por habitações, e isso fez o preço subir consideravelmente, mas não para níveis irreais. Havia en-tão uma elevada demanda reprimida, onde os preços deram uma disparada entre 2002, 2003, até uns 2 anos atrás. Agora, o setor já normatizou essa de-manda de ofertas, começando a cres-cer de maneira normal.

Os empreendimentos de uso misto no Brasil estão ganhando destaque no cenário imobiliário brasileiro. É uma ideia que veio para ficar?

Os empreendimentos de uso misto, que agregam unidades residenciais, comerciais e hotelaria em um mesmo projeto e localizados geralmente em centros urbanos, estão cada vez mais se tornando uma tendência necessária

no País. As cidades brasileiras apresen-tam dia após dia um trânsito caótico, e o deslocamento entre bairros é algo desgastante para qualquer pessoa. No momento em que se faz empre-endimentos de uso misto, você incen-tiva que o morador trabalhe e resida no mesmo local. Por outro lado, é um produto que gera serviço. Por exem-plo, se existe no mesmo empreendi-mento residência, comércio e hotel, são oferecidos uma série de serviços para quem mora ali. Além disso, o risco para o empreendedor é reduzido. Ao lançar projetos que, em vez de terem 500 unidades só de salas comerciais, se produz uma parte comercial, uma parte hoteleira e outra residencial, misturando e diminuindo um pouco o risco do negócio, da superoferta. Esses fatores têm levado o crescimento do fenômeno dos empreendimentos de uso misto, especialmente nos centros urbanos. E como é toda uma indústria nova que está se criando, a própria gestão desse setor ainda é novidade para as empresas, sem contar com a própria legislação, que não foi prepa-rada para esse tipo de projeto. É preci-so fazer adaptações na lei para que o mercado floresça mais.

Os empreendimentos de uso misto são mais voltados para as classes mé-dia e alta. E como está o cenário para as classes mais populares?

Teve grandes avanços. Inicialmente, há pouco mais de 10 anos atrás, o Progra-ma de Arrendamento Residencial (PAR) foi um grande sucesso para essa fatia de cliente, e depois avançou mais com Minha Casa, Minha Vida, que hoje é um programa que tem dado muito certo e atendido a muitas pessoas no Brasil. Porém, apesar do grande volume de casas construídas, o déficit habitacio-nal continua crescendo, pois a quan-tidade de brasileiros que entraram na idade economicamente ativa, que trocam apartamento, é muito grande. Houve novos casamentos, novas famí-lias. E, se tratando de moradia popular,

hoje são necessários alguns ajustes, pois os sinais que chegam ao mercado são de que a própria Caixa Econômica Federal está tendendo a reduzir o rit-mo, e o setor está se adaptando depois de uma época de rápido crescimento.

Há também alguns problemas situa-dos no contexto da moradia popular, como os relativos à autoconstrução, o de pessoas que constroem uma, duas, dez casinhas e depois da obra pronta revendem isso para alguém. Se o em-preendimento é feito por construtoras cadastradas, esse tipo de problema acontece muito menos. É importante que o programa Minha Casa, Minha Vida, ou qualquer outro que o venha substituir, não deixe de existir. Tem que manter o ritmo forte porque mes-mo com quase três milhões de casas contratadas, ainda assim o déficit ha-bitacional continua crescendo. A Caixa e o Ministério das Cidades estão muito preocupados com a qualidade do pro-jeto da casa, a parte construtiva, mas eu acredito que o maior foco deles não deveria ser isso, e sim a qualidade do projeto urbanístico, incluindo até mesmo empreendimentos de uso mis-to. Todas as vantagens trazidas pelas Comunidades Planejadas, pelos em-preendimentos de uso misto, podem ser tranquilamente adotadas nos pro-jetos populares. E sem envolver custo adicional para a classe. É possível fazer um bom projeto sem necessariamente gastar mais com isso.

O que se tem produzido em termos de conhecimento que possa ser aplicado na melhoria do desenvolvimento imo-biliário no Brasil? Quais as contribui-ções da Adit Brasil nesse sentido?

O grande foco da Adit Brasil é justa-mente produzir e difundir conheci-mento para os empresários do setor. O mercado imobiliário de uns anos para cá deu uma revigorada no que diz respeito a novas configurações, tendências e conhecimento da área, mas praticamente não existe litera-tura relacionada a ele. Organizamos

MARÇO 2014 MARÇO 2014 19MARÇO 2014

anualmente eventos consagrados como o Adit Invest, o Adit Juris e o Complan, onde os participantes tro-cam experiência, trazendo soluções para desenvolver projetos e ideias.

A Adit pretende agora gravar esses eventos e disponibilizá-los na inter-net, contribuindo ainda mais para a difusão das informações. Além disso, a Adit Brasil vai lançar seu primei-ro livro este ano, que será sobre Co-munidades Planejadas, e a partir daí pretendemos publicar obras de ma-neira constante, formando uma boa bibliografia.

Falando então em Comunidades Pla-nejadas, você tem trabalhado há anos disseminando esse conceito. O que caracteriza e quais os diferenciais do projeto?

Primeiro, a Comunidade Planejada não é nem um loteamento grande nem é um empreendimento de uso misto. É como um novo bairro que será cons-truído. O grande diferencial desse pro-jeto é que o desenvolvedor do empre-endimento permanece até a conclusão da obra, participando da gestão do espaço, como se fosse uma miniprefei-tura, atuando junto com a associação de moradores e com o Poder Público. O gestor não pode simplesmente fazer como um loteador ou um incorporador faz: finaliza o projeto, entrega aos mo-radores e vai embora.

Outro ponto da Comunidade Plane-jada é que ela precisa oferecer diver-sos produtos aos moradores, um uso misto. O que um bairro tem? Tem di-ferentes classes sociais, tem comércio, shopping, supermercado, farmácia, residência. A ideia é que a pessoa tra-balhe, tenha lazer, estude, faça tudo no entorno para evitar deslocamento entre bairros. Logicamente que você não impede que as pessoas trabalhem fora, mas se incentiva ao máximo o contrário. Existem também as tendên-cias urbanísticas preocupadas com o pedestre e com o ciclista, estimulando

menos o uso de carros. Ou seja, você não precisa fatiar a cidade em vários empreendimentos pequenos, que não se comunicam entre si, e sim fazer um masterplano de uma região, sabendo quem vai ser seu vizinho daqui a 40 anos.

E isso está sendo uma grande tendên-cia no País, porque o governo, o Poder Público em geral, não demonstra capa-cidade de urbanizar adequadamente o espaço das cidades e tem pouco inte-resse em investir na estrutura necessá-ria. Por outro lado, há a demanda das pessoas, que querem morar com quali-dade de vida, com segurança, num local bem jardinado, com uma infraestrutura que funcione. O setor privado, então, está identificado com a ideia, que já é bastante comum em todo o mundo. E, aqui no Brasil, tende a ser mais forte, porque há uma carência grande de op-ções que agreguem todos esses com-ponentes. Acredito que a comunidade planejada veio para ficar.

E em relação à Lei Complementar 140, quais os impactos para o setor imobiliário?

O impacto da LC 140 foi muito gran-de, tanto para o mercado imobiliário quanto para o turístico e para outros setores industriais, porque ela definiu basicamente quem licencia os em-preendimentos: o que é de respon-sabilidade do Ibama, do órgão esta-dual ou do órgão municipal, dando segurança jurídica aos projetos. Po-rém, mais importante que determinar quem licencia, a LC 140 definiu quem fiscaliza, autua e multa os empreendi-mentos. O que acontecia com frequ-ência é que o empresário passava 2, 3, 6 anos licenciando com um deter-minado órgão e, quando ele iniciava a obra, vinha outro órgão ambiental e suspendia. Era necessário então co-meçar todo o processo novamente. Hoje, somente o órgão que permite a licença é quem pode multar. Isso foi uma grande conquista para a econo-mia brasileira.

E o que tem sido feito em prol da atualização da Lei 6.766/79, a Lei de Loteamentos?

A lei 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que fala sobre o Parcelamento do Solo para Fins Urbanísticos, foi sancionada há mais de 30 anos, sendo que desde então o cenário imobiliário nacional vem apresentando mudanças e novi-dades, como a criação das Comunida-des Planejadas no País. Portanto, é pre-ciso atualizar alguns pontos nessa lei quanto aos loteamentos e às Comuni-dades Planejadas, como: regularização dos loteamentos fechados, regulariza-ção da cobrança de taxa associativa de loteamentos fechados e condomínios e lotes, além dos prazos das licenças ambientais, que são curtos para pro-jetos como os das Comunidades Pla-nejadas, as quais exigem um tempo considerável para conclusão, podendo chegar a 40 anos.

Além da atualização da Lei 6.766/79, qual outro grande desafio enfrentado pelo setor imobiliário?

Paralelamente à atualização da lei, ou-tra grande prioridade é conseguir re-cursos para financiar a implantação de loteamentos. Da mesma maneira que existe financiamento para a construção de prédios, acredito que é fundamental financiar a implantação de lotes urba-nizados, porque o insumo mais caro da construção é o terreno. Então, quanto mais terreno se cria, mais barato fica a construção. O maior gargalo hoje é a questão do financiamento da produ-ção de lotes. Em prol desse objetivo, a Adit vem fazendo reunião com os ban-cos com o intuito de conseguir lançar ainda este ano um produto focado nas loteadoras para a construção dos terre-nos. E todo mundo sai ganhando com o negócio. O consumidor pode finan-ciar a obra a longo prazo, a construto-ra faz o papel dela, empreendendo, o banco ganha sua receita financeira, e a sociedade é quem mais ganha, porque passa a incentivar o crescimento urba-no adequado e justo das cidades.

Krona neHá 2 décadas no mercado brasileiro, a Krona Tubos e Conexões comemora 2 anos de atuação no Nordeste. Em 2013, o primeiro ano completo da fábrica, a Krona deu um salto para 50% no volume de vendas na região. A unidade, localizada em Marechal Deodoro (AL) e com 200 colaboradores, produz atualmente 1.300 toneladas/mês em tubos e conexões. A Krona planeja em 2014 a primeira ampliação da fábrica, que visa um acréscimo de 150% da capacidade da área da expedição. A planta aumentará aproximadamente 4 mil m² de área coberta e 2 mil m² de área aberta e, quando operar com capacidade total, poderá produzir 2 mil toneladas/mês. As obras iniciam em março e devem ser concluídas em novembro de 2014.

VolVo no brasilA Volvo Construction Equipment registrou aumento de participação de mercado em suas principais linhas de produtos em 2013. No segmento de carregadeiras, o market share passou de 10,3%, em 2012, para 11,8%, em 2013. Outro grande salto ocorreu com as escavadeiras, cuja participação de mercado passou de 10,9% para 12,8%, além do resultado na linha de caminhões articulados, onde o market share da Volvo, que já era bastante alto, na faixa dos 29%, atingiu a impressionante marca de 44,3% no País. Por sinal, o Brasil representou 71% das vendas no continente, com 2.654 equipamentos comercializados em 2013, continuando a ser o grande mercado da Volvo na América Latina.

outlet de PortasA Multidoor Store, empresa líder em engenharia e design de portas no Brasil, aposta agora no segmento do outlet, conceito que alia descontos às grandes marcas de produtos variados. A inovação é apresentada dentro de um espaço da Multistore Store em Macéio (AL), primeira cidade brasileira a ter um espaço do gênero. De acordo com a diretora do grupo, Roberta Pimentel Lopes, as peças do Multidoor Outlet são os chamados “kits porta pronta”, conjunto de porta, marco e alizar que já vem pronto para o uso, inclusive com fechaduras e dobradiças colocadas — tudo de instalação fácil e rápida.

merCado em altaO desempenho da Eucatex, uma das maiores produtoras de painéis de madeira do Brasil, que atua também nos segmentos de tintas e vernizes, pisos laminados, divisórias e portas, superou as expectativas durante o ano de 2013. Como reflexo, o lucro líquido recorrente acumulado em 2013 atingiu um incremento de 117,5%, alcançando R$ 91,1 milhões, contra R$ 41,9 milhões em 2012. De acordo com o diretor Vice-Presidente Executivo e de Relações com Investidores, José Antonio Goulart, esse salto reflete o aumento das exportações, que apresentaram crescimento de 60% nos volumes em relação ao final de 2012, além de um incremento de 11,2%, em vendas físicas no segmento de tintas.

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treinamento móVelA Saint-Gobain, uma das 100 maiores empresas industriais do mundo, continua oferecendo cursos gratuitos de capacitação, por meio de seu Centro de Treinamento Móvel (CTM), caminhão itinerante que percorre várias cidades do Brasil durante todo o ano. Em 2014, o CTM viajará pela Região Nordeste, com objetivo de treinar 6.000 profissionais e estudantes do setor na aplicação de produtos, nas orientações de segurança e soluções das marcas Brasilit, Isover, Norton, Placo e Weber. A proposta é auxiliar no atendimento do atual déficit nacional de mão de obra, contribuindo para o aumento da oferta de profissionais qualificados no Brasil.

15 mesesO RioMar Shopping em Fortaleza, do Grupo JCPM, teve sua estrutura concluída em apenas 15 meses. As obras foram iniciadas em outubro de 2012 e terminaram em fevereiro de 2014. A agilidade se deu, principalmente, por causa da tecnologia adotada pelo empreendimento — estrutura de concreto pré-fabricada, totalmente industrializada —, que permitiu que todas as peças fossem produzidas em duas fábricas da T&A Pré-Fabricados e depois transportadas apenas para montagem no canteiro de obras. Com inauguração prevista para outubro/novembro de 2014, o RioMar Fortaleza está localizado no bairro de Papicu. Com seus 307 mil m², será o maior shopping do Nordeste e o segundo do Brasil.

Paisagismo funCional Pernambuco ganha mais um centro de compras e lazer: o The Garden Open Mall, empreendimento com projeto paisagístico diferenciado, que abriu as portas em Jaboatão dos Guararapes, no bairro de Piedade, que, segundo o Ibope, representa aproximadamente 8,8% do PIB do Estado. A característica mais forte do espaço, que conta com um terreno de 4.800 m², é a aposta em área verde, através de um paisagismo totalmente funcional. O espaço tem 60 lojas, estacionamento com 145 vagas, além de academia de ginástica e parque infantil de acesso gratuito.

Praquemarido em eXPansãoA Praquemarido, rede especializada em serviços de manutenção, reparo e reforma, está de olho no Nordeste para fortalecer sua presença nacional. Com mais de 100 unidades no País, algumas delas no Ceará, em Pernambuco e Alagoas, a empresa busca investidores para chegar aos outros estados da Região em 2014. O poder de compra dos nordestinos já chega a R$ 450 bilhões, além da Região ter atingido 13,5% de participação no PIB nacional. Diante desse cenário, a Praquemarido planeja uma ampliação em 100% dos números da rede na Região, realizando, nos próximos meses, eventos institucionais e rodadas de negócios com investidores no Nordeste.

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homenagemO diretor da Tecomat, Joaquim Correia, foi um dos homenageados pela construtora Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI) na premiação “Top of the Year 2013”. O empresário recebeu o troféu das mãos do Diretor Corporativo de Engenharia-Brasil, Henrique Suassuna, e do Diretor Regional de Pernambuco, Múcio Souto, ambos da Queiroz Galvão. “Receber um destaque como este prêmio, na categoria de Projetos e Engenharia, é sem dúvida uma honra e uma grande alegria para mim, que divido com todos os que fazem parte da minha equipe, na Tecomat”, disse o prof. Joaquim. A premiação é realizada anualmente pela QGDI para homenagear projetistas, corretores, gerentes e imobiliárias.

no nordesteCom o desenvolvimento da Região, a Betumat, empresa do grupo Brasquimica, que atua em todo Brasil no mercado técnico de impermeabilizantes, vem se consolidando cada vez mais no Nordeste. A sua matriz está localizada em Candeias, na Bahia; além de dois centros de distribuição estratégicos — um em Jaboatão dos Guararapes (PE) e outro em Fortaleza (CE), — o que tem facilitado a sua logística e, consequentemente, o seu crescimento. A proposta é expandir mais em 2014.

dC logistiCs no neA DC Logistics Brasil, consolidada empresa do setor de gerenciamento logístico do transporte internacional, presente há 20 anos no País, planeja a instalação de uma nova unidade, desta vez em Recife (PE). De acordo com o managing director, Ivo Mafra, a empresa está com foco em capilarizar suas atividades, buscando os mercados em ascensão. Para ele, o Nordeste é, hoje, a Região que mais vem se desenvolvendo no País. A DC Logistics Brasil já conta com nove unidades próprias, oferecendo um serviço global, com follow-up proativo, flexibilidade às necessidades dos clientes e ferramentas online de acompanhamento de cargas.

Casa Cor PeA Casa Cor Pernambuco, a mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, chega à sua 17ª edição e vai até o dia 28 de abril. O evento acontece em uma mansão na orla da Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, com 30 ambientes decorados por 36 arquitetos. O diferencial desta edição é um espaço paralelo de visitação gratuita de três ambientes, no Shopping Center Recife. Outro destaque é o Espaço Conceito Multimídia, túnel composto por containers, com projeções de imagem e som, que retrata o estilo de vida contemporâneo. Na foto, Rita Tristão e Amelinha Peixoto, dupla que comanda a Casa Cor PE.

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reConheCimentoO sucesso da Construction Expo 2013 – Feira Internacional de Edificações & Obras de Infraestrutura, em junho do ano passado, resultou em uma homenagem a Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, como uma das principais lideranças no segmento de turismo de negócios em 2013, durante o IX Encontro do Setor de Feiras e Eventos (ESFE), realizado em São Paulo. Segundo Mamede, a homenagem é um grande reconhecimento e reforça o posicionamento da Sobratema como uma entidade que, há mais de 25 anos, trabalha para o desenvolvimento da cadeia produtiva da construção e mineração.

CresCimentoA Ciber Equipamentos Rodoviários, subsidiária no Brasil do Grupo Wirtgen, fecha pelo terceiro ano consecutivo com crescimento significativo nas vendas. Em 2013, a empresa registrou faturamento bruto de R$ 408 milhões, o que representa alta de 44% em relação a 2012. Acabadoras, britadores móveis, recicladoras, compactadores e usinas de asfalto foram as máquinas que puxaram o índice positivo, as quais estiveram presentes em grandes obras por todo o País. A empresa também investiu na participação nas principais feiras do setor, como a Bauma da África e da Alemanha, e a Road Expo em São Paulo, além da inauguração da Wirtgen Brasil Nordeste, em Jaboatão dos Guararapes (PE).

PrÊmioA Docol Metais Sanitários foi premiada no 27º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira (MCB), com o Misturador Monocomando para Cozinha de Mesa DocolMassima, em primeiro lugar, na categoria Equipamentos em Construção. “Buscamos criar um produto que aliasse design, inovação e função. Partimos de um desenho orgânico que transparecesse leveza, sofisticação e fluidez. Além disso, investimos em alta tecnologia para um sistema eficiente e funcional”, afirma o designer de produtos da Docol, Marcelo Alves. Diferenciado, o Misturador Monocomando para Cozinha de Mesa DocolMassima possui volante ergonômico em alavanca. Com um só comando, é possível ajustar a vazão e a temperatura da água.

ValoriZação da arteA obra Mulher Deitada, esculpida e idealizada pelo artista Abelardo da Hora em 2005, irá embelezar o mais novo empreendimento da Rio Ave,, o edifício residencial Madison, na Av. Boa Viagem. A obra, que é feita em concreto polido, tem 1.2 m de altura, 2.2 m de comprimento, 1 m de profundidade e pesa 600 kg. A escultura participou da retrospectiva dos 60 anos da primeira exposição do escultor, no Centro Cultural Banco do Brasil (Brasília e Rio de Janeiro) e no Masp (São Paulo), com grande sucesso de público e crítica. Abelardo da Hora nasceu em 1924 em São Lourenço da Mata (PE). Formado pela Escola de Belas Artes do Recife. Vanguardista, foi um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna da cidade e um dos precursores da arte cinética no País. As obras de Abelardo da Hora estão espalhadas por todo o mundo: China, França, Estados Unidos, Suíça, Rússia e na antiga Tchecoslováquia.

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01 móVeis ContemPorÂneosA boutique virtual Obravip apresenta dois lançamentos. Com charme e bom humor aos ambientes, além de prática, a estante horizontal da é feita em MDF e tem os pés de madeira estilo palito. A ideia é que seja usada em locais como varandas, salas, quartos e escritório. Medidas: altura – 51 cm; largura – 108 cm; e comprimento – 30 cm. Já a cadeira Manai tem design despojado e visual alegre, garantindo um ar despojado, além de ser altamente resistente. Produzida em madeira e polipropileno, está disponível nas cores vermelha, preta e branca.obravip.com I 11 4063.1226

02 Para relaXarCom linhas retas e design contemporâneo, a Pretty Jet inova ao apresentar a opção biocolor das banheiras Freestanding, nos modelos Atrium e Ciana. A linha Freestanding dispensa alvenaria, o que facilita a instalação, e, por ser uma peça móvel, pode ser facilmente transportada. São banheiras de imersão, mas contam com opcionais exclusivos como blower — sistema que realiza as borbulhas na água e proporciona a sensação de “flutuar”, cromoterapia e travesseiros. Em várias cores. prettyjet.com.br I 11 4334.9999

03 lorenVogueA linha da Lorenzetti possui design harmonioso e uma exclusiva haste com formato flat. A bica da torneira LorenVogue possui formas contemporâneas e levemente curvadas, que renovam o conceito da forma quadrada de maneira elegante. A altura elevada é o ponto forte, conferindo mais praticidade no uso. A peça também possui arejador, que torna o jato uniforme, evitando respingos, e mecanismo de vedação cerâmico ¼ de volta, capaz de evitar o desperdício devido à rapidez na abertura e ao fechamento da água. lorenzetti.com.br I 0800 016 02 11

VITRINE

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04 rÚstiCaDesenhada por Cristina Bertolucci, a peça é versátil l, pode fazer as vezes de banco e mesa de apoio. Intitulada de Cantareira, é trabalhada em ferro forjado e tora de madeira. Os acabamentos do ferro: prata, cobre e ouro velho. A madeira tem dimensões variadas, e a altura varia de 40 a 60 cm aproximadamente. cristianabertolucci.com.br I 11 3097.8566

05 CabeamentoO cabo Multinax Flex HEPR 90 ºC para 2, 3 e 4 condutores é composto por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classes 4 e 5 (flexíveis). É isolado com composto termofixo Etileno Propileno (HEPR) de alto módulo para 90 ºC. Suas veias são torcidas entre si, formando o núcleo, e sua cobertura é extrudada com Policloreto de Vinila (PVC), tipo ST 2. cobrecom.com.br I 11 2118.3200

06 namoradeiraCriação de Paulo Alves, a namoradeira “batizada” de Barney e Beth, homenagem ao simpático casal do desenho animado, o preferido do designer, é fabricada com meia tora de Seringueira, tem pés em estrutura de galhos e comprimentos variados. O acabamento é feito em verniz à base de água. Medidas: 140 x 50 x 50 cm. marcenariasp.com.br I 11 3032.4281

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01 KenoaA opção por móveis e materiais naturais, como pedras cortadas à mão e até a ausência de pintura, mostrando o reboco aparente, é a marca registrada do Hotel Kenoa, em Barra de São Miguel, em Alagoas. O resort também apresenta soluções sustentáveis como garrafas recicladas, madeira recuperada e energia LED. A decoração traz um “quê” de brasilidade, com uso de muitas peças indígenas.

04 deCÔColeção de vasos marroquinos, maxi luminárias e peça antiga usada como mesa lateral são os destaques na sala de estar.

03 mostra blaCKPara proposta de sala de banho íntima do casal da Mostra Black 2013, Osvaldo selecionou o Limestone Blue Marine proveniente de uma jazida do Ceará, para louças e metais — tudo exclusivo. São 61 m2 numa mistura de arte, cores e texturas.

02 rÚstiCo ChiqueNo apartamento em Salvador, na Bahia, o diferencial é a presença de tecido 100% linho cobrindo as paredes e os móveis rústicos.

um noVo olhar Para as tradiçÕes

Arquiteto por formação, designer de produto pelo Instituto Europeo di Design em Milão e artista por vocação, Osvaldo Tenório desenvolve projetos em que o cuidado com desenho do detalhe personaliza os traços preferencialmente modernos. Com um diverso background de trabalho, Tenório expõe personalidade ao mesclar o detalhe regional com o ecletismo internacional. Hoje atendendo em São Paulo e Maceió, o arquiteto foca seu trabalho em projetos especiais e exclusivos, fugindo da massificação do mercado e propondo um olhar para técnicas atuais e resgates artesanais, ao agregar às suas linhas de desenho as características únicas e as condições do meio ambiente.

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NBR 15.575

por Isabela Morais

CritÉrios Para os sistemas de CoberturaQuinta parte da Norma de Desempenho reforça requisitos de segurança, estanqueidade, desempenho acústico e térmico dos sistemas de cobertura

Após sua publicação pela Associa-ção Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), a NBR 15.575, a chamada Norma de Desempenho, passou a ser exigida em todo o território nacional em julho de 2013. Dando continuidade à série de reportagens sobre o tema, a Revista Construir Nordeste aborda nesta edi-ção os requisitos e critérios adotados na quinta parte do texto, referente aos sistemas de cobertura das edificações habitacionais.

Os sistemas de cobertura (SC) são formados pelo conjunto de elementos dispostos no topo do edifício. Segun-do a engenheira Lídia Couto, gestora do Comitê de Tecnologia da Constru-tora Celi, o SC é geralmente composto por uma estrutura, responsável por

suportar as cargas do telhado, as telhas, que protegem a edificação das intem-péries, e o sistema de drenagem, cuja função é conduzir as águas da chuva por caminhos definidos, até um local adequado, com o objetivo de evitar empoçamentos. Outros elementos são lajes, telhados, forros, calhas e rufos. “O sistema de cobertura é responsável por fornecer estanqueidade à edificação, protegê-la da deterioração causada pe-los agentes naturais, garantir salubrida-de e contribuir para o conforto térmico e acústico dos usuários”, conta. Ademais, as coberturas devem contar com um su-porte mínimo de cargas e resistência à ação do vento e ao fogo.

A abordagem adotada na Norma de Desempenho explora conceitos que

não são trabalhados nos regulamentos prescritivos específicos. Para os espe-cialistas, o cumprimento em conjunto dos requisitos estabelecidos pela NBR 15.575 e pelas normativas prescritivas deve possibilitar o atendimento inte-gral às exigências do usuário, trazendo soluções tecnicamente adequadas e economicamente viáveis. “O texto pres-critivo descreve o procedimento que deve ser seguido para a construção de um sistema, enquanto o de desempe-nho fornece requisitos que devem ser atendidos para o conforto, independen-te do material utilizado para a constru-ção da edificação, como, por exemplo, a durabilidade dos sistemas, a manuteni-bilidade da edificação e o conforto tátil e antropodinâmico”, relata a engenheira.

FOTO: CELIOs sistemas de cobertura (SC) são formados pelo conjunto de itens colocdos nos topos dos edifícios.

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A engenheira Lídia Couto, da Construtora Celi.

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: CEL

I

Ercio Thomaz, pesquisador do Ins-tituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo (IPT-USP), destaca alguns conceitos da Norma de Desempenho que não estão previstos nas regras prescritivas. “Comportamen-to conjunto entre telhas, peças comple-mentares e sistema de águas pluviais, isolação acústica da cobertura, segu-rança nas operações de montagem e manutenção das coberturas são algu-mas das preocupações com relação ao desempenho”, conta.

Além das referências aos textos prescritivos que devem ser seguidos, NBR 15.575 também descreve os en-saios a serem realizados para garantir condições de resistência às cargas con-centradas, de peças fixadas em forro, ao impacto em telhados, de suporte das garras de fixação ou de apoio, das platibandas e ao caminhamento. Lídia completa: “Além disso, foram estabele-cidos valores que, ao serem alcançados, classificam o nível de desempenho do sistema de cobertura em mínimo, inter-mediário ou superior”.

REquISIToS

Um dos diferenciais dos sistemas de cobertura está em sua relação direta com os demais sistemas da edificação. Além de contribuir para a preservação da saúde dos usuários, as funções da cobertura afetam a própria proteção do corpo da construção, interferindo dire-tamente na durabilidade dos demais elementos. Cabe ao SC impedir a infil-tração de umidade para os ambientes habitáveis e prevenir a proliferação de micro-organismos causadores de do-enças provenientes do apodrecimento, corrosão ou fissuras dos materiais de construção. Por esses motivos, as co-berturas devem ser planejadas e exe-cutadas visando à proteção dos outros sistemas. Para Lídia, dentre os requisi-tos listados na quinta parte da Norma de Desempenho, merecem destaque a segurança estrutural, a resistência ao fogo, o desempenho acústico e térmico e a estanqueidade.

A NBR 15.575 estabelece que os sis-temas de cobertura devem apresentar níveis satisfatórios de segurança con-tra a ruína, sem possuir avarias, deslo-camentos ou deformações. Para isso, é preciso levar em conta as cargas trans-mitidas por pessoas nas fases de mon-tagem ou de manutenção. Para garantir a segurança estrutural, o projeto deve estabelecer: as considerações sobre a ação do vento, principalmente em zo-nas de sucção; detalhes da fixação e a influência positiva ou não das plati-bandas. No caso de emprego de lastro sobre o sistema de impermeabilização, a resistência de aderência ao peso pró-prio deve ser suficiente para não ser re-movido pela ação das intempéries.

AdEquAção AmBIENTAl

Por ser a parte mais exposta à radia-ção do sol, a cobertura exerce grande influência na carga térmica transmitida aos ambientes, sobretudo em casas tér-reas e no último pavimento de sobra-dos ou prédios. Isso influencia direta-mente o conforto térmico dos usuários e o consumo de energia em equipa-mentos de ventilação e circulação do ar. Segundo a normativa, os sistemas de cobertura devem “apresentar transmi-tância térmica e absortância à radiação solar que proporcionem um desempe-nho térmico apropriado para cada zona bioclimática”.

Outro ponto fundamental dos sis-temas de cobertura é o desempenho acústico. A NBR 15.575 considera o iso-lamento de sons aéreos do conjunto fachada/cobertura de edificações e o nível de ruído de impacto no piso para as coberturas acessíveis de uso coletivo. Para habitações distantes de fontes de ruído intenso, deve-se garantir um iso-lamento de até 20 dB. Já para moradias em áreas de ruído intenso de meios de transporte, deve-se garantir um

Comportamento conjunto entre telhas,

peças complementares e sistemas de águas

pluviais, isolação acústica da cobertura,

segurança nas operações de montagem e manutenção das

coberturas são algumas das preocupações com o

desempenho...

De acordo com a redação, são tole-radas falhas superficiais como fissuras e lascamentos, desde que não provo-quem a perda da estanqueidade. As es-truturas principais e secundárias, sejam reticuladas ou treliçadas, devem supor-tar a ação de carga vertical concentrada de 1 kN em sua região mais desfavorá-vel. Para o forro, o projeto deve prever a fixação de luminárias e outras cargas de ocupação. Com relação à segurança contra incêndios, o texto determina que a cobertura deve dificultar a propaga-ção de chamas e não impedir a fuga em situações de emergência. A resistência ao fogo deve atender aos requisitos da NBR 14.432:200 – Exigências de Resis-tência ao Fogo de Elementos Construti-vos de Edificações – Procedimento.

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isolamento de 30 dB. Em regiões de aeroportos, estádios, locais de eventos esportivos, rodovias e ferrovias, há ne-cessidade de estudos específicos.

Em outro ponto, ao invés de im-permeabilização, o texto fala em es-tanqueidade. O conceito foi adotado na nova redação a fim de avaliar o desempenho dos componentes de forma integrada. Na ocorrência de chuvas, a cobertura não deve apre-sentar escorrimentos, gotas aderentes ou gotejamento de água. É tolerado o aparecimento de manchas de umida-de restritas a no máximo 35% da área. Coberturas formadas por estrutura ou por telhas metálicas devem ser ater-radas conforme as exigências da NBR 5.419 – Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. Além disso, o SC deve ter capacidade para drenar a máxima chuva passível de ocorrer na região sem apresentar empoçamen-tos ou vazamentos para o interior do prédio.

Para essas condições, relacionadas à adequação ambiental e à durabilidade, os projetistas deverão considerar as condições do meio ambiente do local da obra para a escolha de materiais que atentem aos níveis de cada região. Lídia conta: “A Norma de Desempenho traz um mapa do Brasil dividido em oito zonas bioclimáticas, baseadas em três características principais: as médias mensais das temperaturas máximas, as médias mensais das temperaturas mínimas e as médias mensais da umi-dade relativa do ar. Cada uma dessas regiões possui o clima relativamente

homogêneo, sendo que a Região Nor-deste pertence, em sua maioria, às zo-nas sete e oito. A própria NBR 15220-3 traz algumas diretrizes construtivas para cada zona, com orientações para a hora de projetar”.

Já Thomaz, do IPT, destaca a existên-cia de critérios relativos à resistência da cobertura frente às ações do vento, que visam a evitar o deslizamento de telhas ou o descolamento de mantas impermeáveis, bem como critérios para a estabilidade de cores de com-ponentes e outros. “Em termos de vida útil, independentemente dos materiais ou do sistema de cobertura, o projeto deve considerar o prazo de 20 anos, especificando materiais e as manuten-ções requeridas”, explica.

ImpACToS No SEToR CoNSTRuTIVo

Conforme explica Lídia, os forne-cedores de materiais serão cada vez mais solicitados a fornecer resultados de ensaios de seus materiais para que os projetistas possam fazer especifi-cações que atendam ao desempenho requerido pela normativa. “Os fabri-cantes que já têm os seus produtos atendendo às normas prescritivas pro-vavelmente não terão dificuldades em se adaptar à nova realidade da cons-trução civil, pois a Norma de Desempe-nho se remete repetidamente às nor-mas prescritivas dos materiais”, avalia.

Para o pesquisador do IPT, os fabri-cantes de telhas cerâmicas, telhas de concreto e de mantas pré-fabricadas não deverão enfrentar muitos desa-fios para se adaptar aos novos crité-rios. “Basta obedecer às respectivas normas prescritivas de produtos, pro-jetos e execução”, comenta. Já para a indústria de produtos que não contam com regras prescritivas, como telhas produzidas com fibras vegetais, pig-mentos orgânicos, plásticos reciclados e outros, o engenheiro prevê algumas dificuldades.

Um consenso entre os especialistas é que a nova redação proporcionará

A NBR 15.575 faz com que os problemas, em

sua maioria, sejam estruturados e resolvidos

na fase do projeto, deixando a obra com

a responsabilidade de seguir exatamente o que foi especificado

pelo projetista...

um aumento na complexidade do tra-balho dos projetistas. De acordo com a engenheira da Construtora Celi, eles deverão elaborar os seus projetos com maior nível de detalhamento. Ela des-taca: “A NBR 15.575 faz com que os problemas, em sua maioria, sejam es-tudados e resolvidos na fase de proje-to, deixando a obra com a responsabi-lidade de seguir exatamente o que foi especificado pelo projetista”.

Para Thomaz, a Norma de Desem-penho fará com que os projetistas passem por uma total mudança de cultura, passando a estipular resulta-dos esperados, processos de manuten-ção e vida útil projetada. “Os produtos deverão ser especificados com dados bastante concretos, como as proprie-dades físicas e mecânicas, o nível de desempenho necessário, etc., deixan-do-se de especificar apenas pela cor, marca ou tipo. A expressão similar tam-bém deverá ser banida de vez dos pro-jetos e das especificações, em todas as disciplinas”, comenta.

O pesquisador do IPT-USP, Ercio Thomaz, destaca conceitos da NBR 15.575.

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: IPT

/USP

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A indústria da construção civil brasileira caminha em direção a um marco no que tange à segurança

contra incêndio. Este artigo é resultado de pesquisas que vêm sendo realizadas na Universidade

Federal de Pernambuco, pelos professores José Jeferson da Silva, Tiago Ancelmo de Carvalho Pires

e pela professora Dayse Cavalcante de Lemos Duarte. O objetivo principal é apresentar pontos

importantes para o desenvolvimento dos projetos de engenharia e arquitetura no que diz respeito

às exigências de desempenho relacionadas à resistência ao fogo, demanda recente do mercado

imobiliário. A UFPE, sob a coordenação dos autores deste artigo, realiza ensaios ao fogo de materiais

e estruturas verticais, possui um laboratório de incêndio onde é possível determinar parâmetros da

chama, tais como: velocidade de liberação de calor, calor de combustão, perda de massa, densidade da

fumaça e emissão de gases tóxicos.

PAlAvrAs-chAveFogo; fumaça; gases; incêndio; resistência; segurança; termodinâmica

José Jéferson do Rêgo Silva, PhD em Engenharia Civil, professor do Dep. de Eng. Civil da Universidade Federal de Pernambuco

Tiago Ancelmo de Carvalho Pires, PhD em Engenharia Civil, professor do Dep. de Eng. Civil da Universidade Federal de Pernambuco

Dayse Cavalcanti de Lemos Duarte, PhD em Gerenciamento de Riscos, professora do Dep. de Eng. Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco

segurança Contra inCÊndio em edifiCaçÕes

MARÇO 201436 MARÇO 2014 37

espaço aberto

1. Introdução

O crescimento natural da indústria de construção tem de-mandado novos padrões técnicos para as edificações. Um claro exemplo desta afirmação é a NBR 15575, que impõe exigências de desempenho nunca antes apresentadas ao mercado imobi-liário. Por exemplo, a resistência ao fogo começa a ser exigida como parâmetro de desempenho, sendo necessário conside-rá-la já na fase de projeto. Este artigo resulta de trabalhos de pesquisa que vêm sendo realizados na Universidade Federal de Pernambuco e tem como objetivo apresentar alguns pontos que são importantes para o desenvolvimento dos projetos de engenharia e arquitetura e, portanto, devem integrar os pro-gramas de formação destes profissionais responsáveis pelos empreendimentos imobiliários.

2. Contextualização

Desde meados do século 19, incêndios estão entre os mais sérios e imprevisíveis eventos que afetam a vida, missão e os objetivos dos empreendimentos econômicos e da sociedade em geral. Ainda hoje, eles continuam a ocorrer, sendo o seu impacto econômico crescente.

A indústria da construção civil brasileira pode assumir como marco inicial da segurança contra incêndio as catás-trofes ocorridas nos edifícios Andraus e Joelma na década de 1970, que resultaram na perda de diversas vidas huma-nas, além de diversos traumas aos que estiveram envolvidos diretamente nesses incêndios. Essas tragédias provocaram mudanças na legislação, nas corporações de bombeiros e nos institutos de pesquisa, principalmente no Estado de São Paulo. Apesar de outras tragédias terem ocorrido nas décadas seguin-tes, em 2013 o incêndio na boate Kiss reacendeu fortemente o debate e a preocupação com a segurança contra incêndios em edificações.

A segurança contra incêndios em edificações é uma área multidisciplinar, estendendo seus assuntos e sua responsabili-dade a diversos profissionais, tais como: arquitetos, engenhei-ros civis, mecânicos, elétricos, eletrotécnicos. A solução para o incêndio em edificações passa desde a necessidade do controle da fumaça (maior causa de mortes), a dinâmica do fogo que engloba as ventilações e os materiais projetados na edificação, ao desempenho da estrutura (estabilidade estrutural), rotas de fuga e a ação dos meios de prevenção/proteção passiva e ativa.

3. Justificativa

Nenhum tipo de estrutura é imune à ação do fogo. As propriedades mecânicas do material reduzem com o aumen-to da temperatura; além disso, outras alterações em suas ca-racterísticas podem ocorrer. O tempo de falha das estruturas será função de uma série de variáveis que compõe o cenário

do incêndio, entre elas a severidade e duração do mesmo e a peculiaridade de cada material, seja este concreto, aço ou madeira. Por exemplo, o concreto apresenta vantagens como a baixa condutividade térmica, porém há a questão do spalling (lascamento) quando úmido e aquecido rapidamen-te. Já o aço é incombustível e homogêneo, mas suas seções esbeltas e sua alta condutividade térmica o conduzem a uma baixa resistência ao fogo se não for protegido. Já na madeira, o processo de carbonização por ser um material combustí-vel, por um lado, diminui a seção transversal, mas, por ou-tro, forma-se uma camada isolante que protege a integridade das fibras da região central nas peças mais robustas.

A resistência das estruturas em situação de incêndio é de extrema importância para o abandono (fuga) dos ocupantes da edificação e para o combate ao fogo por parte dos bom-beiros. Ainda é função da estrutura da edificação garantir a com-partimentação do ambiente, evitando ou retardando a propa-gação do fogo para compartimentos ou edificações adjacentes.

Recentemente, entraram em vigor as versões revisadas da NBR 15200:2012 (Projeto de Estruturas de Concreto em Situação de Incêndio) e NBR 14323:2013 (Projeto de Estru-turas de Aço e Mistas de Aço e Concreto em Situação de Incêndio). A próxima versão da norma para projetos de estruturas em madeira, NBR 7190, atualmente em revisão, deverá apresentar considerações para situações de incêndio.

É necessário, portanto, a análise do desempenho das es-truturas e do comportamento dos materiais em situação de incêndio e seu correto dimensionamento para tal. Diversos estudos são ainda necessários para as aplicações dos métodos propostos de forma generalizada, considerando os diversos cenários de incêndios. Tudo isso ratifica a preocupação do meio profissional com o desenvolvimento do conhecimento técnico a respeito da resistência ao fogo das estruturas e dos materiais.

4. Método

Modelos experimentais para análise termomecânica constituem ferramentas importantes para o estudo de ma-teriais estruturais expostos a elevadas temperaturas, pois possibilitam estabelecer os efeitos da temperatura nas suas propriedades físico-químicas e no seu comportamento me-cânico, expresso em função das tensões e deformações. Uma das dificuldades significativas nesses tipos de análise consis-te na validação de modelos experimentais que de fato repre-sentem situações de incêndios reais de forma generalizada.

Modelos matemáticos e formulações numéricas aproxi-madas têm sido propostos para a representação do compor-tamento termomecânico dos materiais submetidos a altas temperaturas. De maneira geral, modelos matemáticos mais

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simplificados não conseguem representar o problema de en-genharia de modo mais consistente com a realidade. A ten-dência atual é desenvolver modelos matemáticos mais com-plexos, capazes de melhor representar o problema físico, o que exige técnicas numéricas computacionais mais robustas, que possibilitem a melhor simulação do problema do ponto de vista da engenharia.

5. Resultados

A UFPE vem envidando esforços para adequar seu La-boratório de Estruturas e Materiais, no Departamento de Engenharia Civil; para a realização de ensaios ao fogo e para a modelagem numérica de estruturas em situação de incên-dio. Atualmente, no laboratório, é possível realizar testes de reação ao fogo de materiais além de estruturas verticais (pilares) e de vedação em situação de incêndio. Esta área encontra-se sob a coordenação do professor José Jéferson Rêgo Silva.

Cabe destacar ainda o Laboratório de Incêndio existente na mesma instituição, sob coordenação da professora Dayse Duarte, onde é possível determinar parâmetros da chama, tais como: velocidade de liberação de calor, calor de com-bustão, perda de massa, densidade da fumaça, gases tóxicos. Uma disciplina sobre Gerenciamento de Riscos de Incêndio também é ofertada pela professora.

Essa estrutura possibilitou o desenvolvimento de 5 dis-sertações de mestrado acadêmico na área de estruturas e ma-teriais submetidos a incêndio, além de trabalhos de conclu-são de curso que fomentaram a capacitação de profissionais especializados na questão. Atualmente, na pós-graduação do curso de Engenharia Civil, é ofertada uma disciplina para o dimensionamento de estruturas em situação de incêndio,

ministrada pelos professores José Jéferson Rêgo Silva e Tia-go Ancelmo de C. Pires. As linhas de pesquisa nessa área envolvem análise experimental e análise numérica.

No Brasil, assistimos a um crescimento no número de profissionais e pesquisadores capacitados nessa área, com grupos de pesquisa consolidados em diversas universidades do País, a exemplo: UFRN, UFPE, Ufes, Ufrj, UERJ, UFMG, USP (Escola Politécnica e Escola de Engenharia de São Car-los), Unicamp, Ufsc e UFRGS. Ainda não existem cursos a nível graduação ou pós-graduação específicos em Engenha-ria de Incêndio como existem em outros países. No entanto, o crescimento da área, o trabalho conjunto de diversos pes-quisadores e o apoio da Associação Luso-Brasileira para a Segurança Contra Incêndio (Albrasci) contribuem para que, em breve, no Brasil, seja implantado um curso específico para capacitar profissionais na área.

Nesse sentido, os pesquisadores da UFPE têm trabalhado para divulgar e desenvolver o conhecimento na área da se-gurança contra incêndio, especialmente na Região Nordeste, sempre mantendo parcerias com outros grupos a nível na-cional e internacional. Ainda é objetivo desse grupo fomen-tar a produção científica e promover eventos para o cresci-mento da área, atraindo, inclusive, eventos internacionais.

6. Bibliografia

A. I. Seito; A. A. Gill; F. D. Pannoni; R. Ono; S. B. Silva; U. Del Carlo; V. P. Silva. (Org.). A segurança contra incêndio no Brasil. Ed. São Paulo: Projeto Editora, 2008.

Oliveira, T. A. de C. P. de; Rodrigues, J. P. C.; Rêgo Silva, J.J. Fire resistance of concrete filled circular hollow columns with restrained thermal elongation. Journal of Constructional Steel Research, v. 77, p. 82-94, 2012.

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espaço aberto

Estação do Metrô Joana Bezerra ino-perante por algumas horas. Algu-mas intervenções (Quadro 1), visan-do à eficiência da drenagem, foram realizadas pela Prefeitura do Recife através da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb): o siste-ma de comportas do canal Derby --Tacaruna; a drenagem forçada na Avenida Recife; e o microrreserva-tório, localizado entre as ruas Santo Elias e Conselheiro Portela, no bair-ro do Espinheiro. Também será im-plantado um sistema de drenagem forçada no canal Derby-Tacaruna, composto por seis bombas próximo às comportas localizadas na altura do Shopping Tacaruna e do Hospital Português.

A solução eficiente para a dre-nagem urbana passa por um con-junto de fatores, que incluem não só intervenções clássicas na área de contribuição ao ponto de alaga-mento, como também medidas que integram a drenagem com o plane-jamento urbano e medidas não es-truturais, que incluem a educação ambiental da população e normas para que cada usuário amplie a sua contribuição para a rede de drena-gem. Atualmente, está em elabora-ção o Plano Diretor de Drenagem Urbana do Recife, que apontará so-luções integradas para a cidade.

drenagem urbana: o dia em que o reCife ParouMarcos Antonio Barbosa da Silva Junior* e Simone Rosa da Silva*

Não é de hoje que o Recife sofre nos períodos chuvosos. Com

seu processo de ocupação urbana de forma desordenada, a cidade foi estabelecida num grande delta for-mado pelos rios Capibaribe, Bebe-ribe, Jiquiá, Tejipió e Jaboatão. Sua localização torna o sistema de dre-nagem altamente vulnerável às os-cilações de maré, podendo provocar sérios problemas de alagamentos em épocas chuvosas combinados com eventos de sizígia.

As baixas cotas de seu território em relação ao nível do mar, áreas planas, o lençol freático próximo à superfície, a canalização de riachos urbanos e as ocupações irregulares de suas margens, a alta taxa de im-permeabilização do solo e a falta de saneamento são características pe-culiares que dificultam a drenagem local.

Além dessas peculiaridades geo-gráficas e urbanísticas, e tratando--se de uma área costeira, verifica-se que o comportamento do nível do mar em relação aos sistemas de dre-nagem é fator determinante para o eficiente desempenho durante os eventos extremos de chuva. Nesses locais, durante as preamares, have-rá uma diminuição na diferença de altitude entre a área a ser drenada e o local para onde a água irá fluir,

deixando o sistema mais lento, so-bretudo nos locais com drenagem feita por gravidade.

Em 17 de maio de 2013, o Reci-fe sofreu com um evento extremo de precipitação, que causou vários transtornos à população. Segundo dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC 2013), o to-tal precipitado na estação Recife --Várzea nesse dia foi de 119,8 mm, correspondente a 40% do total do mês de maio. A maior parte do total precipitado neste dia concentrou-se num curto período, tendo ocorrido a precipitaçãode 100mm das 5h às 8h. Nesse dia, ocorreu a maré de 1,8 m às 8h57. Esses dois fatos concomi-tantes acarretaram sérios problemas para a cidade, como foi amplamente divulgado pela mídia. É importante registrar que o tempo de retorno da precipitação foi calculado em 5 anos, isto é, não representa um evento raro. Os impactos decorren-tes desse evento refletiram-se prin-cipalmente na mobilidade urbana, com alagamentos em vários pontos estratégicos da cidade, incluindo as principais vias de acesso da Zona Sul aos demais bairros do Recife, como o viaduto Capitão Temudo e a Av. Mascarenhas de Morais. Na área do entorno do viaduto, a situ-ação foi bastante crítica, deixando a

*Marcos Antonio Barbosa da Silva Junior é Mestrando em Engenharia Civil da Escola Politécnica da UPE, Engenheiro Civil pela UPE

Fontes: Prefeitura do Recife (Emlurb), I Diário de Pernambuco (Recife, 01 de Julho de 1999, “Comportas funcionarão no final do mês”), Jornal do Commercio (Recife, 02 de setembro de 1998, “PCR começa a dragar o canal Derby-Tacaruna”), Projeto Técnico: Microrreservatórios (Soluções para as cidades). Siglas: PCR: Prefeitura da Cidade do Recife I MMA: Ministério do Meio Ambiente I MI: Ministério de Integração Nacional.

*Simone Rosa da Silva é Prof. Adjunta da Escola Politécnica da UPE, Doutora em Engenharia Civil pela UFPE

Quadro 1 – Principais intervenções realizadas na drenagem urbana do Recife

Intervenção I Obra Período Custo da Obra Financiamento Funcionamento / Resultados

Sistema de comportas do canal Derby-Tacaruna

De 1998 a 1999 R$ 850 mil PCR e MMA

As portas de ferro têm 3 m de altura e descem ao nível do canal, encontrando-se com uma prancha de madeira de mesma espessura, que desce 6 m de profundidade no canal. Quando a maré atingir 2,2 m, as comportas serão fechadas eletronicamente, evitando que as águas avancem pelo canal.

Drenagem forçada (av. Recife com a av. Dom Helder Câmara)

De maio a dezembro de 2006

R$ 1,8 milhão MI e PCR

Sistema composto por 3 bombas com capacidade total de vazão de 3 m³/s, as quais efetuam o recalque das águas pluviais, auxiliando na drenagem de uma área com mais de 50 ha em eventos de chuva e maré alta.

Microrreservatório no bairro do Espinheiro

De abril a julho de

2007R$ 336.446,54 PCR

Antes da construção, os alagamentos chegavam a cerca de 50 cm nos eventos chuvosos mais intensos. Após a construção, ocorreram alguns alagamentos, porém com níveis bem inferiores.

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espaço pec

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fotos: Gil Vicente e Lucas Oliveirapor Patrícia Felix

onde o freVo tem lugarO edifício que hoje abriga o Paço do Frevo passou por uma grande restauração até se tornar a casa de um dos maiores patrimônios da cultura do País.

Imagine receber a missão de transfor-mar um edifício histórico, que estava

há 36 anos sem uso, em uma casa para uma das expressões culturais mais impor-tantes para o Brasil? Os arquitetos Felipe Campelo e Ronaldo L’amour, do escritório Grau – Grupo de Arquitetura e Urbanis-mo, foram os responsáveis pelo projeto do Paço do Frevo, um prédio localizado no bairro do Recife Antigo, centro da capi-tal de Pernambuco, que foi pensado para dialogar constantemente com a cidade.

Desde que foi inaugurado, no dia 9 de fevereiro deste ano – Dia do Frevo –, a edificação vem chamando atenção pela sua singularidade e preservação. São 1.733m², divididos em quatro pa-vimentos que abrigam exposições permanentes e temporárias, escolas de dança e música, além de um centro de documentação, um estúdio de grava-ção e uma rádio online.

O imóvel de estilo neoclássico, tom-bado pelo Iphan desde 1998, abrigava

até o ano de 1973 a Great Western Te-legraph Company, empresa pioneira na implantação do telégrafo no País. O antigo prédio, que hoje faz parte do complexo turístico das cidades de Re-cife e Olinda, foi o primeiro ponto de ligação teleférica entre a América do Sul e a Europa.

Projetado por arquitetos ingleses, foi construído com alguns materiais trazidos da Inglaterra, como os ladri-lhos hidráulicos e as vigas de ferro para

A fachada do Paço do Frevo foi restaurada integralmente como a original.

arquitetura

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estruturação das lajes. O restauro das fachadas, a adaptação do prédio e a implantação da museografia levaram quatro anos. Para Campelo, a maior dificuldade ligada a restauração foi chegar ao desenho original do edifício. “Por se encontrar com praticamente todas as esquadrias originais retiradas, tivemos dificuldade para chegar ao seu desenho original. Só conseguimos através do somatório dos resquícios existentes, já que em cada pavimento sobraram partes significativas origi-nais”, explica.

pRESERVAção

O Paço do frevo foi restaurado a partir de uma técnica inovadora que utiliza fibras de carbono em sua com-posição. Esse método permitiu que as lajes fossem recuperadas com mais

rapidez e resistência. “A técnica de re-cuperação de lajes através de fibra de carbono possui algumas vantagens em relação à restauração convencio-nal. A rapidez dos trabalhos, através da aplicação de fitas de carbono na parte inferior da laje, aumenta a sua resistên-cia, a ausência de entulhos na obra, e a economia na contratação de mão--de-obra são alguns dos benefícios”, es-clarece Campelo. “A desvantagem é o seu custo um pouco mais elevado em relação a outros métodos, mas o valor tende a baixar com o passar do tempo”, acrescenta.

Campelo destaca que sua partici-pação no projeto do Paço foi gratifi-cante devido à grande importância, tanto histórica, quanto arquitetônica, da edificação. A fachada foi restaura-da integralmente como a original. As paredes brancas e as esquadrias ver-des foram deduções das prospecções

arquitetônicas executadas por firmas especializadas. Também através de prospecções, os arquitetos dedu-ziram quais eram as paredes origi-nais e quais tinham sido construídas depois para serem posteriormente demolidas.

A pintura sílico-mineral, em subs-tituição ao cal – original das paredes externas –, se deve a sua maior dura-bilidade e características físico-quími-cas semelhantes, além de possibilitar a transpiração do reboco e a lavagem sem danos. “Por ter um custo muito superior à tinta PVA e até mesmo acrí-lica, é um produto comumente usado na restauração de prédios históricos sem fundação em concreto, pois sua porosidade permite que as paredes respirem evitando as manchas de umidade ascendente (vindas do solo) que surgem quando usamos tintas à base de PVA”, enfatiza Campelo.

Cortinas com dezenas de traça-traças compõem o 4º pavimento do edifício.

Os estandartes de 54 agremiações do frevo foram emoldurados para compor o piso.

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De acordo com ele, o principal ele-mento preservado no interior da edifi-cação foi o piso em ladrilho hidráulico original que foi todo restaurado atra-vés de uma empresa especializada. As paredes novas só foram necessárias para o isolamento acústico das salas de ensaio individual e para a copa do tér-reo. No restante do prédio foram pre-servadas apenas as paredes originais.

INTERIoRES

Com a curadoria de Bia Lessa, a mu-seografia do local foi pensada para que o Frevo, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pu-desse ser transformado em aspecto fí-sico palpável. A união do imaterial com o material se deu a partir da criativida-de da curadoria agregada a um grande projeto de restauração. “Como colocar dentro de um edifício o frevo que vive e se cria nas ruas? Como depositar tan-to conteúdo em tão pouco espaço? Como dialogar com a ideia de perma-nência e construção, futuro e passado vivendo juntos?”, foram os questiona-mentos que deram início ao trabalho. Essas perguntas foram respondidas com eficiência ao longo do projeto.

No hall de entrada, o público é rece-bido por vídeos exibidos nas paredes que contam histórias sobre o frevo e sua tradição, através de ilustres repre-sentantes do gênero. No teto, uma cor-tina de bonecos foi produzida a partir de um tipo de PVC recortado. Lessa explica que “os bonequinhos represen-tam a multidão anônima, que de longe parece massa, mas de perto é com-posta por indivíduos, cada qual com suas infinitas particularidades. Assim é a criação do frevo: pessoas ilustres e anônimas que criam a partir da obser-vação do outro. Uma criação coletiva e individual ao mesmo tempo.”

No mesmo andar, o espaço destina-do a Linha do Tempo é pintado com tinta verde fosca – imitando uma gran-de lousa –, e permite que os visitantes incluam informações utilizando giz. Re-lógios dialogam com metrônomos que

Relógios marcam o tempo musical da Linha do Tempo.

Além dos relógios, livros marcam o tempo e contam a história do frevo.

O último pavimento é composto por três ambientes que representam o frevo através da dança, da música e da vivência propriamente dita.

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marcam o tempo musical. Um centro de documentação e um pequeno café foram alocados no mesmo pavimento.

A escola de música, o estúdio de gravação, a rádio online e o espaço para exposições temporárias ficam no primeiro andar. No segundo pavimen-to, estão a escola de dança, as oficinas de cenário e figurino, além de uma sala para mostras de curta duração.

Toda a iluminação do edifício foi pensada para estabelecer uma ligação direta com as luzes populares que ilu-minam festas de rua em todo o Brasil, contrapondo com a sofisticação das luzes de led. ‘Unindo o popular ao eru-dito”, enfatiza Lessa. Na Linha do Tempo todas as luzes se dirigem para o centro, desaguando em um grande livro que contém eventos sociais, políticos e cul-turais relacionados ao frevo.

O quarto pavimento é dividido em três ambientes. Nos dois primeiros há duas salas individuais para a projeção de vídeos produzidos especialmente para o Paço, uma dedicada à dança e outra à música. Os estandartes de 54 agremiações do frevo foram emoldura-dos em vitrines de vidro para compor parte do piso, e cortinas com dezenas de traça-traças – elemento típico do estado – integram o último e encanta-dor ambiente. Neste andar foi seguido o mesmo raciocínio de iluminação da linha do tempo: lâmpadas comuns criando uma “catedral popular” e lâmpadas frias para iluminar os back lights. “A luz se faz presente não ape-nas para iluminar, mas também como peça museológica. Ela é um elemento em exposição que contribui para o discurso expositivo da sala”, diz Lessa.

A curadora destaca que no caso do Paço do Frevo, “não se trata de tornar um ambiente bonito ou feio, agradável ou desagradável, trata-se de tentar transpor o conteúdo para a forma. Foi exatamente o que tentou--se fazer: traduzir a potência do frevo, a riqueza popular e erudita, e a ideia de movimento contínuo de uma arte que se transforma constantemente e que é produzida pelo povo em salas expositivas.”

O espaço para exposições temporárias fica no 2º pavimento.

A parede verde fosca permite que os visitantes incluam informações.

Toda a iluminação do edifício remete as luzes populares que iluminam festas de rua.

arquitetura/interiores

Fundado pelos arquitetos Felipe Campelo e Ronaldo L’amour, o Grupo de Arquitetura e Urbanismo (Grau) tem sua sede no Recife, em Pernambuco. O escritório detém em seu acervo projetos executados em diversas áreas, com ênfase em intervenções e restaurações do patrimônio cultural edificado. Em seu currículo constam projetos no Recife e Região Metropolitana (RMR), e em São Luiz (MA). Alguns projetos: Avenida Dantas Barreto (PE), Mercado das Flores (PE), Shopping Popular de Santa Rita (PE), Igreja da Madre de Deus (PE), Cine-Teatro Guarany (PE), Caixa d’água de Olinda (PE), Sítio Histórico do Matadouro de Peixinhos (PE), Sítio Histórico do Alto da Sé (PE), Palácio do Campo das Princesas (PE), Solar São Luiz (MA).

O piso em ladrilho hidráulico original foi o principal elemento preservado do interior do prédio.

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o nó da fiaçãoQuase tão presente na paisagem urbana brasileira quanto o asfalto cinza, a poluição visual do emaranhado de fios e cabos pendurados entre os postes está na berlinda de prefeituras e câmaras municipais do País. A solução para limpar os horizontes seria a fiação subterrânea, mais segura e eficiente do que a aérea. O custo para embutir uma cidade, porém, ainda emperra avanço do modelo no Brasil.

por Tory Oliveira

foto: sinngern / istockphoto.com

O emaranhado de fios presente na paisagem da cidade de São Pau-

lo provocou má impressão e comen-tários da francesa Catherine Deneuve durante a passagem da atriz pela ca-pital paulista, em 2011. “Pelo que vi, não há muitas árvores, não há verde... E também não há muita cor nos imó-veis, é tudo um pouco cinza. Tem tam-bém muitos fios de eletricidade”, disse à época ao jornal Folha de São Paulo a estrela de A Bela da Tarde.

O comentário pode parecer estra-nho para os brasileiros, já acostuma-dos à fiação aérea pairando sobre as ruas das cidades entre os postes de eletricidade, mas faz sentido vindo de uma moradora da França: em Paris, boa parte da rede de fios corre em-baixo da terra. O mesmo acontece em outras metrópoles globais, como Lon-dres ou Nova York, ou até em cidades brasileiras como Brasília.

Com 38 mil quilômetros de fiação, São Paulo convive diariamente com

o emaranhado de cabos de internet, eletricidade, telefonia e televisão. Em São Paulo, apesar de algumas regiões nobres como a Avenida Paulista e a rua Oscar Freire não apresentarem mais fios expostos em sua paisagem, a fiação enterrada corresponde a apenas 7% do total da cidade.

O caso não é isolado: em todo o Brasil, menos de 2% das redes de bai-xa e média tensão das zonas urbanas é subterrânea, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elé-trica (Aneel) de 2010. Nos últimos anos, porém, cresceu a mobilização de arquitetos, urbanistas e também do Poder Público em prol do fim da fiação exposta. Na Região Nordeste, a fiação embutida já é realidade em Olinda (Pernambuco) e também está sendo discutida pelos poderes legis-lativo e executivo no Recife desde o ano passado.

Mais vulnerável a acidentes capa-zes de interromper o fornecimento

de energia elétrica e de outros servi-ços de telecomunicação, a rede aérea é considerada menos eficiente do que a subterrânea. A fiação exposta é mais suscetível a fenômenos naturais, como chuvas, raios e ventanias, capa-zes de comprometer a transmissão de dados pelos fios e causar a interrup-ção da energia elétrica ou do sinal de telecomunicação. Além disso, a fiação aérea corre mais riscos de ser envol-vida em acidentes, como a batida de um carro em um poste, por exemplo, e também é mais perigosa para o pe-destre que transita na via.

No entanto, os valores elevados alegados pelas concessionárias de energia elétrica para a implantação da fiação embutida e a falta de pla-nejamento dos centros urbanos são obstáculos para a substituição do mo-delo no País. Em São Paulo, segundo cálculos da AES Eletropaulo, respon-sável pelo setor, seriam necessários 50 bilhões de reais para embutir toda a

Apenas 7% da cidade de São Paulo tem a fiação embutida. Um exemplo, é a avenida Paulista.

Mais eficiente, porém, caro e de difícil execução, o embutimento de fios provoca discussões entre empresas e Poder Público nas cidades brasileiras

FOTO: CIFOTART / ISTOCkPhOTO.COM

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fiação do centro expandido da capi-tal, em até 15 anos. Em geral, o custo alegado para construir uma linha de fiação subterrânea é de três a quinze vezes maior do que o equivalente na fiação aérea, segundo dados da Aneel. Dados da AES Eletropaulo, o desem-bolso médio de uma rede subterrânea varia de 12 a 18 vezes o custo da rede aérea tradicional.

Para Valter Caldana, diretor da Fa-culdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Ma-ckenzie, não existe nenhuma desvan-tagem de fato na adoção da fiação enterrada. “A fiação subterrânea é absolutamente necessária para qua-lificar o espaço público urbano”, de-fende. O diretor acredita que os fios elétricos e de telecomunicações en-terrados são mais seguros, estáveis, apresentam menos problemas de ma-nutenção e não impactam a paisagem urbana. Além disso, a fiação subterrâ-nea têm um efeito colateral positivo: a viabilização da arborização da cidade.

“Hoje, a fiação é a maior inimiga da ar-borização, imprescindível para a qua-lidade ambiental. Ou seja, para a tem-peratura média e drenagem do solo da cidade.” Segundo o especialista, atualmente muitas metrópoles apre-sentam ilhas de calor e são mais sus-cetíveis à enchentes e alagamentos devido à pouca vegetação presente nas ruas e calçadas. Um dos entraves para uma cidade mais verde é a pre-sença de postes e fios, que dificultam ou mesmo impedem a colocação de novas árvores nos centros urbanos. “Ela não gera danos ambientais e

ainda possibilita a diminuição de dois outros problemas urbanos: o calor e as enchentes”. Caldana também con-testa o argumento de que seriam ne-cessários grandes gastos para trocar a fiação aérea pela enterrada. Ele diz que, ao menos no caso de São Paulo, o orçamento divulgado pela AES Ele-tropaulo sobre os custos do embuti-mento da cidade não foi aprofunda-do. “O estudo dizia que custaria dois milhões de dólares por quilômetro, ao passo que em Nova York isso é feito por menos da metade do montante”, analisa. São coisas que precisam ser discutidas”, reclama.

Estudo encomendado pela AES Eletropaulo estima que o custo para o enterramento de toda a fiação expos-ta da cidade seria de cerca de 50 bi-lhões de reais. Considerando apenas o centro expandido da capital, este cus-to ficaria entre R$ 13 e R$ 15 bilhões. O custo médio para enterrar 1 quilô-metro quadrado de fiação, a partir do mesmo estudo, é calculado hoje em

Patrimônio Histórico Nacional, Olinda (PE) tem parte da sua fiação aterrada desde 2011. Custo da obra: R$ 3 milhões.FOTO: PASSARINhO

hoje, a fiação é a maior inimiga da arborização, imprescindível para a qualidade ambiental.

Ou seja, para a temperatura

média e drenagem do solo da cidade...

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R$ 5,8 milhões. A principal dificuldade é simplesmente saber quem vai pagar essa conta. Em São Paulo, a proposta da Eletropaulo é repassar ao consumi-dor 20% do valor do investimento, por meio de um aumento de 5 a 10% na tarifa ao longo da execução das obras — que pode levar até 15 anos para ser concluída. O restante seria bancado por parcerias publico-privadas e por isenção fiscal. Mas pesquisa realiza-da pela companhia de distribuição elétrica revela que 66% dos paulista-nos não estão dispostos a arcar com os custos das obras em sua conta de luz e preferem não ter o serviço. No entanto, o benefício do aspecto visu-al da cidade é apontado por 92% dos entrevistados como um efeito positi-vo das redes subterrâneas.

A pressa e a expansão urbana de-sordenada são fatores que reiteram a prevalência da rede aérea no Bra-sil. Como as cidades brasileiras cres-ceram muito rapidamente e havia a necessidade de se levar energia elétrica para as casas, a pressa justi-ficou a construção de fiações aéreas. Nas últimas duas décadas, houve um grande aumento da oferta de ser-viços. O resultado é que onde antes passavam dois ou três cabos, agora

passam dezenas e até mesmo cente-nas deles. “Isso transformou o aspecto urbano, afetando desde questões de saúde até a manutenção do próprio serviço fornecido”, conta Caldana. Se-gundo o arquiteto e especialista em planejamento urbano, Valter Caldana, boa parte dos apagões pelo Brasil afo-ra acontecem pelo excesso de chuva ou por acidentes envolvendo a fiação aparente. Ela também seria mais su-jeita a vandalismos e roubos. “A única vantagem dela é a velocidade com que é implantada”.

No ano passado, a Câmara de Ve-readores de Recife aprovou o Proje-to de Lei 99/2013, apresentado pelo vereador Augusto Carreras, que de-termina o embutimento de toda a fiação exposta da cidade. O projeto,

que inicialmente previa um prazo de 2 anos para o aterro dos fios e cabos, foi parcialmente sancionado pelo prefeito Geraldo Julio (PSB). “Prova-velmente, precisaremos de um tem-po maior do que 2 anos”, prevê o ve-reador Eurico Freire (PV-PE), membro da Comissão dos Impactos das Obras das Concessionárias de Serviços Pú-blicos no Recife. Criada no final de 2013, a comissão será responsável por discutir os impactos das obras realizadas pelas concessionárias de serviços públicos na capital pernam-bucana, como eletricidade, telefonia e gás. Segundo o vereador, a comis-são já se reuniu com as empresas res-ponsáveis e a prefeitura para discu-tir o tema da fiação exposta. “Como nossa cidade não é planejada, um dos ganhos do comitê será planejar as próximas vias criadas pela pre-feitura já no padrão que permita o embutimento”.

“Na minha visão pessoal, é impra-ticável, porque a rede subterrânea tem um custo. Quem vai arcar com ele?”, questiona o engenheiro Fran-cismar Tomaz Leite. Ele reforça que, “sem dúvidas”, os sistemas subterrâ-neos são superiores aos aéreos. “A principal desvantagem é o preço e

Como as cidades brasileiras cresceram muito rapidamente e

havia a necessidade de se levar energia elétrica para as casas, a pressa justificou a construção

de fiações aéreas.

FOTO: PASSARINhOO custo médio de uma rede subterrânea varia de 12 a 18 vezes o desembolso de uma rede aérea.

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a identificação da falha, que é mais complexa”, conta Leite, que também ressalta a dificuldade de implementa-ção da rede aterrada em uma cidade já pronta. Apesar de falhar substan-cialmente menos do que a rede aérea (taxa de 0,04 falhas por quilômetro, ante 1,52 falha por quilômetro), a fia-ção subterrânea demora mais tempo para ser reparada em caso de proble-mas. Enquanto na rede tradicional o processo de reestabelecimento de energia leva de 35 minutos a 1h45 minutos, na subterrânea o tempo de reparo salta para no mínimo 9 horas.

Para que os fios e cabos pendu-rados nos postes possam ser trans-feridos para o subsolo da cidade, é necessária a abertura de valas e a instalação de caixas e concreto, onde ficarão os conduítes e outros tipos de cabeamento. As exigências variam de acordo com cada tipo de terreno, o que também determina o preço fi-nal da obra. A maior parte do custo (cerca de 75%) seria ocasionado pela mão de obra empregada no projeto, construção de dutos e pavimentação e pelos demais serviços. Gastos com equipamentos, acessórios e outros materiais correspondem ao resto do orçamento.

Francismar explica que exis-tem vários tipos de modelos para a instalação da fiação no subso-lo. O primeiro deles, mais comum nas cidades europeias, é o siste-ma aterrado sem transformação, em que o transformador (principal equipamento do sistema subterrâ-neo) fica instalado em um cubículo exposto ao solo. No entanto, o mo-delo não é interessante para me-galópoles, uma vez que o cubículo de transformação toma muito do espaço, já escasso das metrópoles. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mesmo cubículo fica no subsolo. Outro entrave para a execução da

proposta é conhecer quais são as empresas responsáveis por utilizar a fiação exposta em cada cidade. Como nem todas as empresas es-tão cadastradas ou em situação regular com as prefeituras, a tarefa pode ser árdua.

Para o arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urba-nismo (FAU) da USP, Renato Cym-balista, o custo da implantação da rede subterrânea não pode ser um impedimento. “Em muitas capitais, a fornecedora elétrica cobra um aluguel das demais empresas pelo direito de usar os postes. Se a fia-ção é subterrânea, essas empresas deixam de pagar esse aluguel e, portanto, podem colaborar finan-ceiramente para o enterramento dos fios”, sugere. Na análise de Cym-balista, enquanto o poder público e as companhias de eletricidade insistirem no “jogo de empurra” sobre quem arcará com os custos, a discussão não avançará. Estraté-gias e planos de longo prazo tam-bém são fundamentais para que a ideia saia do papel. “Não adianta exigir ou esperar que o enterra-mento de fios aconteça todo de uma vez. Isso custa muitos bilhões.

Não adianta exigir ou esperar que o

enterramento de fios aconteça todo de

uma vez. Isso custa muitos bilhões. O mais

importante é ter um plano de longo prazo e,

aos poucos, perseguir os objetivos desse plano.

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Valter Caldana, arquiteto e especialista em planejamento urbano.Vereador do Recife Eurico Freire (PV/PE) defende o projeto de Lei.

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Rede de distribuição aérea Rede subterrânea

Principais causas de falhas

Contato de árvores com a rede Falha de materiais

PipasColisão com postes

Causas não determinadas

Falha em emendasFalha provocada por clientesCabo atingido por terceiros

Falha em transformadorFalha em cabos

Tempo estimado de reparo De 00h35 min a 01h45 min De 09h00 a 14h45 min

Taxas de falhas 1,52 falhas / km 0,04 falhas / km

noVa YorK embutida

No começo do século 19, Nova York era uma cidade tomada pelo caos do cabeamento aéreo. O enterramen-to da rede de distribuição, motivada principalmente por fatores estéticos, foi iniciado nas décadas de 1920 e 1930. houve planejamento, na década de 1960, de embutir toda a rede, mas o custo estimado na época inviabilizou o enterramento imediato. A cidade então optou por priorizar as obras nas áreas mais densamente ocupadas, como a ilha de Manhattan. Assim, locais como o Brooklin, o Bronx e o Queens não tiveram suas redes enterradas. O projeto, porém, avançou. Em 2011, a cidade já havia embutido 72% de toda a fiação.

Fonte: AES Eletropaulo

O mais importante é ter um plano de longo prazo e, aos poucos, per-seguir os objetivos desse plano”, defende.

No entanto, nem mesmo a cria-ção de uma lei determinando o embutimento dos fios e cabos é garantia de mudança na paisagem urbana. Um exemplo de morosi-dade pode ser encontrado justa-mente em São Paulo, onde vigora há 8 anos a lei municipal 14.023, responsável por obrigar as conces-sionárias, empresas estatais e ope-radoras de serviços a enterrar o ca-beamento do município. De acordo com a lei de 2006, as empresas pre-cisariam embutir cerca de 250 qui-lômetros de fios e cabos todos os

anos. De lá para cá, a fiação subter-rânea avançou em apenas alguns pontos da cidade, geralmente cus-teados com a ajuda da iniciativa privada e dos comerciantes locais. Dos 38 mil quilômetros de fiação, apenas 13 foram aterrados desde 2006.

Heitor Scalambrini Costa, pro-fessor associado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que há muita especulação sobre os custos do embutimen-to da rede aérea. “Para cada caso, é necessário um estudo aprofun-dado sobre o tipo de terreno, a topografia e a rede de água e es-gotamento sanitário…”, justifica. No caso do Recife, a maior parte da verba, na visão dele, deveria ser custeada pela Companhia Elétrica de Pernambuco (Celpe). “Ela ganha com o uso do espaço público para explorar uma atividade comercial lucrativa e não pode fugir a essa responsabilidade”, critica. Ao Po-der Público, caberia a elaboração de estudos para a viabilização da

obra, o fornecimento de plantas existentes do subsolo e a logística para a realização dos trabalhos.

De acordo com o vereador Euri-co Freire, o projeto de lei que de-termina o aterramento da fiação no Recife não tratou ainda dos custos e de como a obra deverá ser executada. “O custo é uma questão que preocupa, mas o projeto é feliz na medida em que traz para a pau-ta do dia a discussão”, defende.

Enquanto as negociações no Re-cife não avançam, a cidade vizinha de Olinda já enterrou parte de sua fiação. Iniciada em 2009 e conclu-ída em 2011, a obra foi executada pela empresa Real Energy, com re-cursos do Ministério do Turismo e da prefeitura da cidade pernambu-cana. Cerca de 150 pessoas partici-param das obras na região do Alto da Sé, cujo custo foi estimado em 3 milhões de reais. Segundo o presi-dente da Real Energy, Alberto Car-doso, um dos maiores desafios do projeto foi manejar os achados ar-queológicos encontrados durante

Para cada caso, é necessário um estudo

aprofundado sobre o tipo de terreno, a

topografia e a rede de esgotamento sanitário...

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ambientais

- Aumento da arborização e redução do impacto ambiental com podas de árvores

qualidade no fornecimento

- Diminuição das interrupções de energia elétrica- Redução no impacto de chuvas e ventanias no fornecimento de eletricidade.

segurança

- Redução de acidentes envolvendo a população em contato com a rede elétrica.- Queda no número de acidentes de veículos com postes e estruturas.

estéticos

- Valorização dos imóveis e de áreas históricas- Aumento da arborização- Incremento do turismo e do comércio local- Queda no número de acidentes de veículos com postes e estruturas

benefíCios das redes subterrÂneas

embutimento de fios É inConstituCional

as escavações e também a realiza-ção de alguns restauros históricos. Para Cardoso, o principal entrave para a expansão da rede subter-rânea ainda é a falta de interesse do Poder Público e das concessio-nárias em investirem na modalida-de. “À medida que outras cidades fizerem mais projetos, a tendência é que o custo da produção dimi-nua”, aposta. “Olinda tem um proje-to que está há mais de 3 anos em funcionamento, sem qualquer pro-blema, e agora realmente o Alto da Sé, ponto turístico da cidade, tem outro visual”, conta.

Em todo o Brasil, menos de 2% das redes de baixa e média tensão

das zonas urbanas é subterrânea, de acordo com dados da Agência

Nacional de Energia Elétrica (Aneel)...

Embora a criação da lei municipal tenha motivação social, a Prefeitura terá dificuldade para aplicá-la. A Constituição Federal, no art. 22, IV, diz que a competência para legislar sobre serviços públicos essenciais é privativa da União. E que outros entes federativos só podem emitir normas relaciona-das depois de uma lei complementar federal que os autorize. E mesmo o art. 30, I dizendo, que os municípios podem legislar sobre matérias de interesse local, não é possível confundir esta situação com a modificação de regras de uma concessão federal.

Sem a lei complementar, conclui-se que o Recife invade a competência da União. Ao obrigar o em-butimento e ainda transferir o custo desta obra milionária para as empresas, o Recife modifica dire-tamente a forma de prestação de serviços públicos essenciais, que devem se submeter unicamente à União. Ademais, o investimento para esta obra impacta diretamente no custo operacional das empresas, que repassariam o ônus ao consumidor pernambucano. E, numa tacada só, todos custe-ariam a modificação planejada.

A polêmica sobre o embutimento das fiações tem ocorrido muito em função das recentes mortes por fios soltos e de como o excesso de cabeamento tira a beleza de nossas ruas. São pontos justos, mas, por si só, não são capazes de superar as regras da Constituição Federal.

Ou o Recife revê esta determinação ou grandes são as chances de que se crie mais uma “lei que não pega”, levando a cidade a uma batalha jurídica que ocasionará uma derrota significativa, e atrasará ainda mais a melhoria da qualidade de vida. O município está buscando resolver o problema do embutimento da forma mais prática e conveniente possível, tomando um caminho indevido.

*Evilasio Tenorio da Silva Neto. Especialista em Direito Público

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Tecnologia

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por Isabela Morais

Vida Útil ProlongadaProjetos detalhados com sistemas de impermeabilização e de manutenção garantem longevidade a pontes e viadutos de concreto armado

Denominados tecnicamente como obras de arte especiais, pontes e

viadutos são importantes não apenas pela interligação viária, mas também por, em muitos casos, se tornarem pon-tos turísticos e marcos de cidades. Mas devido à expansão e retração térmica, ao trânsito de cargas móveis, à trepida-ção e, sobretudo, à exposição a severos ciclos de umidade e secagem, essas es-truturas de concreto armado são mais suscetíveis à deterioração.

Conforme destaca o engenheiro Tibério Andrade, sócio–fundador da Tecomat Tecnologia da Construção, os principais danos a essas estruturas são causados pela água. Apesar de ser es-sencial para o endurecimento do con-creto de cimento Portland, após esse processo, a água se torna o principal agente de deterioração. A empresa foi fundada em 1992, com o objetivo de prestar serviços de controle tecnológico

de concretos e argamassas e assessorar as empreiteiras nas grandes obras da Região Nordeste. A partir de 2007, com o boom da construção civil, a Tecomat cresceu e incorporou novas áreas de atuação. Hoje, além das atividades de controle, tecnologia e consultoria em concreto e argamassa, a empresa atua no controle de solos, execução de proje-tos de alvenarias e fachadas, inspeções, laudos e provas de carga em estruturas de edifícios.

Corrosão das armaduras, reações álcalis-agregado e ataques de sulfato são os principais processos destrutivos de pontes e viadutos por ordem de in-cidência, segundo Andrade. “Em pontes, a água está sempre presente, molhando e umedecendo o concreto parcial ou permanentemente. Já os viadutos, de um modo geral, possuem ambiente me-nos agressivo, em função de não existir água livre saturando os elementos de

concreto. Sem a presença de água nes-sas estruturas, pode-se afirmar que o material teria vida quase eterna”, conta.

A situação é ainda mais delicada para as obras de arte especiais em contato com água salgada. Devido às marés, os ciclos de molhagem e secagem em par-tes da estrutura são intensificados, e a condição se torna crítica para o desen-volvimento de corrosão em armaduras. Os elementos estruturais mais despro-tegidos, nesses casos, são os pilares, os blocos de coroamento e as estacas. “A água salgada contém íons cloretos, que, em concentrações elevadas, promovem a despassivação das armaduras do con-creto e favorecem a propagação da cor-rosão eletroquímica”, explica. O ambien-te salino e a localização geográfica do Recife, por exemplo, favorecem a ocor-rência prematura de problemas, espe-cialmente quando não há manutenção regular preventiva.

O Viaduto Ferroban (SP) teve a sua estrutura ampliada. O diferencial foi a impermeabilização de 937 m2 do tabuleiro de concreto.FOTO: VIAPOL

TECNologIA

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Devido à grande variação na intensi-dade de atuação desses agentes, não é possível estabelecer um tempo médio para que pontes e viadutos comecem a apresentar os primeiros sintomas de deterioração. A garantia de maior vida útil e desempenhos estrutural e funcio-nal satisfatórios só pode ser obtida por meio de um bom planejamento e de manutenções periódicas.

Para Andrade, o projeto de uma obra de arte especial deve especificar o con-creto, o cobrimento e até as proteções superficiais com procedimentos de manutenção preventivas ao longo dos anos da vida útil estabelecida. Desse modo, é possível evitar a deterioração prematura. “Se o conceito de vida útil não é incorporado na fase de projeto, é preciso intervir com a atividade de recuperação estrutural”, alerta. “Essas intervenções encarecem assustadora-mente o custo final do empreendimen-to em relação às ações que poderiam ser tomadas na fase de projeto”, garante.

Detalhes que protejam a estrutura do contato com a água ou que favo-reçam a secagem dos elementos e es-pecificações de concretos com baixa relação água/cimento, com emprego de cimento Portland e adições minerais que reduzam a permeabilidade des-se material aos íons cloretos, podem postergar a vida útil da estrutura. De acordo com o sócio da Tecomat, espe-cificações em projeto do cobrimento compatível com a agressividade do meio são de fundamental importância para que os íons cloretos levem mais tempo para despassivar as armaduras e dar início à propagação da corrosão. Já o uso de agregados não reativos miti-gam o desenvolvimento de reação álca-li-agregado e a tendência à fissuração do concreto ao longo do tempo, a qual levará inevitavelmente ao aumento da sua permeabilidade e a penetração de agentes agressivos.

Apesar das vantagens de um pro-jeto detalhado, a prática ainda não foi

totalmente incorporada à cultura cons-trutiva do Brasil e, por isso, a demanda por recuperações estruturais de pontes e viadutos é grande. Conforme expli-ca o engenheiro, a atividade de recu-peração poderia ser minimizada ou mesmo suprimida caso a mesma fosse dimensionada corretamente no que diz respeito à durabilidade ao longo da vida útil. “Nesses casos, as atividades

Se o conceito de vida útil não é incorporado na fase do projeto, é

preciso intervir com a atividade de recuperação

estrutural. Essas intervenções encarecem

assustadoramente o custo final do

empreendimento...

Tecnologia

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despendidas seriam apenas de moni-toramento e de manutenções preven-tivas, definidas no manual de uso e operação da estrutura.”

ImpERmEABIlIzAção

No Brasil, um dos países com maior índice pluviométrico do mundo, as so-luções para evitar a percolação da água em obras de arte especiais não costu-mam envolver a impermeabilização na concepção do projeto. Em 1975, com as primeiras notas emitidas pelo CB–22 (Comitê Brasileiro de Impermeabiliza-ção), entendeu-se que o simples uso de concreto impermeável seria uma so-lução adequada. Porém, com o passar dos anos, a ideia se mostrou um gran-de erro técnico. Um dos momentos

decisivos para a revisão desse conceito aconteceu em 1988. Na época, a Prefei-tura de São Paulo vistoriou 145 pontes e viadutos para análise da situação de patologia. Os resultados revelaram uma grande quantidade de infiltrações e vazamentos graças à inexistência de sistemas de impermeabilização.

De acordo com o engenheiro Flávio de Camargo, gerente técnico e de Ma-rketing da Denver Impermeabilizan-tes, a falta de cultura de preservação e impermeabilização de obras em geral ocorre por falta de conhecimento e formação dos engenheiros. “Nos Esta-dos Unidos e na Europa, esse item já faz parte dos projetos. É claro, o fato de serem locais com gelo e degelo faz com que o avanço da corrosão se tor-ne mais rápido caso não haja a imper-meabilização. Porém, temos que levar em consideração que nosso clima é extremamente úmido. Em qualquer inspeção, podemos verificar que nos-sas estruturas de concreto têm muitas fissuras que permitem a passagem de umidade”, avalia.

Para Camargo, a única forma de proteger as armaduras internas e evi-tar corrosão e deterioração do con-creto é impermeabilizando as áreas

horizontais, como os tabuleiros, e pro-tegendo com sistemas de pinturas es-peciais as superfícies verticais. “Devido ao acesso e ao custo, essas estruturas não recebem manutenção em curtos períodos, por isso uma pequena infil-tração irá fatalmente levar muito tem-po para ser tratada. Quando isso ocor-re, na maioria das vezes, já há um alto comprometimento das armaduras por processo de corrosão, manchas e desa-gregações do concreto de cobrimento”, revela.

Há 30 anos, a Denver atua como uma das maiores fabricantes nacionais de impermeabilizantes e especialida-des químicas para a construção civil. Segundo Camargo, a empresa oferece suporte técnico a projetistas e espe-cificadores de recuperação estrutural, auxiliando-os na escolha de sistemas e produtos para impermeabilização e tratamento da estrutura. Dntre as tec-nologias desenvolvidas pela Denver, o engenheiro destaca as linhas Denver-manta Elastic (para áreas horizontais), Denver Poliasfato (para asfalto aqueci-do) e o sistema de poliuretano Denver-pren Pu Arq.

Outra técnica recomendada é a aplicação de selantes. Jorge Gabrielli, sócio–gerente da Jeene Juntas e Im-permeabilizações, garante que, apesar de um detalhe, os selantes têm papel importante em obras simples ou de grande complexidade. “O mau funcio-namento de um selante pode com-prometer severamente a estrutura de uma grande obra, trazendo prejuízos e riscos à sua operação.

A impermeabilização das juntas de dilatação evita a penetração de mate-riais indesejáveis que influem na livre movimentação e permitem a passa-gem de água que pode penetrar no concreto da infraestrutura e dos pila-res. A reação pode provocar a oxidação das ferragens que, ao aumentarem de volume, rompem a capa protetora de concreto. Gabrielli comenta: “Mesmo especificados nos projetos, selantes para pontes, viadutos e passarelas mui-tas vezes são esquecidos pelos e não instalados, apesar de sua importância e

O mau funcionamento de um selante

pode comprometer severamente a estrutura

de uma grande obra, trazendo prejuízos e

riscos à sua operação.

Ensaios devem ser realizados para avaliação de estruturas de concreto.

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do baixo custo que representa no valor total da obra”. A empresa, fundada em 1975, oferece produtos e serviços para selar juntas.

AplICAção dE SuCESSo

Na região de Campinas (SP), sobre a Rodovia Anhanguera, o Viaduto Fer-roban atende ao tráfego ferroviário da região por décadas. Em 2009, a estru-tura foi ampliada para a construção de pistas marginais dos quilômetros 92 a 98 da via. Um dos diferenciais da nova estrutura foi a impermeabilização de 937 m² do tabuleiro de concreto, com aplicação de 1.122 m² de manta asfál-tica Torodin de 5 mm. “O desafio supe-rado foi quebrar o paradigma e enten-der que uma estrutura de concreto é eterna, desde que receba manutenção ‘ad eternum’. Houve, também, o desafio do prazo curto para executar a imper-meabilização, com duas paradas de 12

horas e uma de 24 horas, com tráfego de trens de carga sob o viaduto e de veículos sobre ele, na Via Anhangue-ra”, diz o engenheiro Marcos Storte, da Viapol, empresa responsável pela impermeabilização.

A manta asfáltica Torodin Extra de 5 mm utilizada na obra recebeu pro-teção com um geotêxtil de não tecido de poliéster e imediato lançamento de brita de lastro para os trilhos, suportan-do o tráfego e peso das locomotivas e vagões. A tecnologia é produzida a partir da modificação física de asfaltos com uma combinação de polímeros elasto–plastoméricos de elevado peso molecular, que proporciona à massa impermeabilizante estabilidade tér-mica, resistência ao envelhecimento e aos agentes atmosféricos e flexibili-dade em baixas temperaturas. “É estru-turada com não tecido de filamentos contínuos de poliéster, previamente estabilizado de elevada resistência mecânica”, conta.

O engenheiro Tibério Andrade, sócio fundador da Tecomat Tecnologia da Construção

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: TEC

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TendênciasNova lei que prevê embutimento de fios no Recife e falta de planejamento são temas

P. 68

Eu digoMiguel Bahiense comenta sobre as vantagens do uso do Isopor® e o mercado para o produto no Brasil

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ano IV | nº 20 | março 2014

EntrevistaRobert Sanchez, profissional LEED AP, fala sobre sustentabilidade na construção de fábricas

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SUSTENTáVEL E CRIATIVOO reúso de containers é o mais novo conceito para a arquitetura e para a construção civil brasileiraP. 71

De acordo com o empreendedor e diretor-presidente, Serapião Bispo, as vantagens de uma construção total-mente sustentável são várias. Entre elas, está a redução do custo de operação e a maior permanência do consumidor no centro de compras, gerando um con-tato mais estreito da marca com o pú-blico-alvo, além de uma maior rapidez na consolidação do empreendimento. Já para o consumidor, um projeto com base nesse conceito torna-se uma alter-nativa agradável de lazer e bem-estar.

Concebido para ser um exemplo totalmente sustentável em todas as suas etapas, o Camará Shopping atua implantando o conceito a serviço da economia. Para tanto, investe em vá-rias práticas sustentáveis. Entre elas, a de economia de energia, atuando com 100% de energia limpa e renová-vel. “Parte da energia consumida será

Muitos ouvem falar em sustentabi-lidade, e, de certa forma, o termo

virou usual e facilmente associado às campanhas de marketing, como re-ferência de eficiência e compromisso com o meio ambiente. Entretanto, uma construção sustentável é muito mais do que uma simples escolha de marketing, mas também uma real necessidade para os futuros empreendimentos.

Nesse sentido, o Camará Shopping é uma iniciativa que investe na sustenta-bilidade desde a sua concepção do pro-jeto, passando pela construção e futura operação do centro de compras.

O Camará Shopping possui um projeto inovador, com características pioneiras em suas etapas. Em uma de-las utiliza o BIM (Building Information Modeling), tecnologia que integra as informações dos diferentes projetos de arquitetura, instalações prediais,

climatização e outros, em um modelo único e feito em cinco dimensões. “Com essa plataforma, é possível prever a in-compatibilização de projetos, facilitan-do a identificação e solução de proble-mas que, até então, eram percebidos e resolvidos apenas durante a execução da obra. Tudo isso resulta em um me-nor desperdício de material, redução dos custos da obra e tempo”, explica Cyro Côrte Real, empreendedor e líder do Comitê de Engenharia do Camará Shopping.

Outro diferencial fundamental é que a construção é baseada no mode-lo de obra seca. Ou seja, diferente das construções tradicionais. “O material utilizado é fabricado nas dimensões exatas do shopping, reduzindo o des-perdício e tempo de construção, que resulta em uma obra mais eficiente”, complementa Cyro.

FOTO: ARMANDO ARTONIOs empreendendores Cyro Côrte Real e Serapião Bispo acreditam que a construção sustentával vai além do madismo, já é realidade.

MARÇO 201462

SOCIAL

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referÊnCia sustentáVelConstrução do Camará Shopping se propõe a ser completamente baseada nos pilares da sustentabilidade

gerada localmente, através de painéis fotovoltaicos (energia solar) e gerado-res eólicos (energia eólica), instalados dentro do próprio local. O restante da demanda será adquirido no mercado livre, através de usinas eólicas, garan-tindo, assim, o uso de energia limpa e sustentável”, afirma Bispo.

Ainda sobre o uso sustentável da energia, o equipamento busca a prin-cipal certificação energética brasileira: Etiquetagem Procel Nível A, que exige, dentre outras estratégias, um sistema de climatização, iluminação e arquite-tura de alta eficiência. O shopping terá sua climatização feita pelo Sistema de Piso Frio e Vigas Frias, resfriando o ambiente e deixando o mall com uma climatização mais confortável para os consumidores. “O sistema reduzirá os custos operacionais com climatização em 50% na conta de energia do condo-mínio”, adianta o engenheiro.

Outro foco na construção diz res-peito às águas e aos efluentes. Para se isso, o shopping terá sua operação de água e esgoto baseada na concepção de Ciclo Fechado. Nela, todo o esgosto gerado será tratado, destinando a água de reúso para o sistema de climatização, bacias sanitárias, lavagens de piso e irri-gação. O método faz parte do Plano de Conservação de Água (PCA), cujo obje-tivo principal é o uso racional da água potável.

Uma outra questão que ainda é mo-tivo de muita preocupação em qual-quer tipo de edificação é a geração de resíduos das obras. Para isso, foi feito o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção do Camará Shopping, contempla a reciclagem e a reutilização de todos os resíduos da demolição na própria construção do empreendimen-to e destinação de todos os resíduos recicláveis às cooperativas de catadores da região. Até o momento, mais de 4 mil toneladas de resíduos da demolição já foram reutilizados na construção, sig-nificando uma economia financeira de mais de R$ 290 mil.

Considerando os impactos decorren-tes das atividades de construção den-tro do canteiro de obras e o incômodo

gerado na comunidade do entorno, o Camará desenvolveu o Programa Obra Limpa, um Plano de Controle de Impac-tos em Canteiro de Obras, visando redu-zir desperdícios, minimizar os riscos de acidentes de trabalho, racionalizar pro-cessos, otimizar as atividades e conter os incômodos aos moradores da região.

Além de aplicar as noções e tecno-logias relacionadas à sustentabilidade durante a sua construção e operação, o empreendimento tem o objetivo de disseminar e apoiar as boas práticas ambientais além dos “limites” do em-preendimento. Pensando em fortalecer este conceito, o Camará concluiu seu

processo de filiação junto ao Green Building Council Brasil, instituição não governamental que busca desenvolver a indústria da construção sustentável no País. “Ter acesso aos últimos concei-tos e tendências na área de sustentabi-lidade”, explica Bispo.

O Camará Shopping faz parte da Reserva Camará - Complexo Multiúso, empreendimento baseado em 48 con-ceitos de sustentabilidade e que busca a Certificação LEED ND, a principal cer-tificação ambiental para bairros susten-táveis, reconhecida internacionalmente e desenvolvida pelo United States Gre-en Building Coucil (USGBC).

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Na obra, são mais de 200 funcionários envolvidos.

A previsão é que o Shopping Carmará seja inaugurado em 2015.

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entrevista

64|8

por Pablo Braz

a natureZa em benefíCio PróPrioRobert Sanchez

entrevista

Robert Sanchez é arquiteto e engenheiro industrial formado pela Dartmouth College (EUA), reconhecida pela sua excelência acadêmica. Pós-graduado na Universidade de Illinois, Sanchez acumula em seu currículo a especialização Leadership in Energy and Environmental Design (LEED AP), a qual permite certificar um projeto como sustentável, através da avaliação do aproveitamento de elementos da natureza e de medidas de sustentabilidade nas obras, como obtenção de energia pelo sol, vento ou águas da chuva e ainda o uso de materiais recicláveis, entre outras alternativas. Com mais de 30 anos de experiência, Robert trabalha para a PAC Group, empresa sediada em Michigan, com iniciativas na Austrália, áfrica, Europa, ásia e Américas. A Revista Construir Nordeste aproveitou a passagem de Sanchez pelo Brasil e provocou um bate-papo. O engenheiro veio implantar o projeto de sustentabilidade na construção da fábrica da Fiat, em Goiana, Pernambuco.

entrevista

Só existe 1% de água potável

disponível na superfície do

planeta. É uma coisa sagrada,

importante, para se desperdiçar...

Os empresários que já têm uma

fábrica com estrutura antiga, não

adaptada às medidas sustentáveis,

podem utilizar o processo LEED EC...

Como a sustentabilidade pode ser

entendida ou aplicada quando se

fala na construção de fábricas?

Sustentabilidade é a ciência de co-

locar sabedoria na matéria: águas de

chuva, raios de sol, ventos e a biomas-

sa humana. Como poderíamos apli-

car isso na construção industrial? Por

exemplo, uma forma imediata, parti-

cularmente no Brasil, onde se encon-

tra uma grande quantidade de águas

de chuva, é aproveitar e guardar esse

recurso em uma cisterna e utilizar para

descargas sanitárias. Utilizar em princí-

pio água potável para descargas é um

crime ecológico que não deveria con-

tinuar. E, sim, além de ter um alto custo.

Só existe 1% de água potável disponí-

vel na superfície do planeta. É uma coi-

sa sagrada, importante, para desperdi-

çar lavando calçadas, carros ou usando

para regadios e incêndios, etc.

Além do aproveitamento dessa na-

tureza, através da água e também

do sol e vento, a sustentabilidade

nos processos industriais modernos

hoje em dia pode ser aplicada como

processamento de sucatas produzi-

das pelas indústrias. Para exemplifi-

car: uma fábrica de alumínio fabrica

molduras de alumínio, onde algumas

placas de 2 m no final terminam se

transformando em pedaços de 20 cm.

Com isso, é produzida, por dia, meia

tonelada de sucata. É um desperdí-

cio. Toda essa sobra pode ser perfei-

tamente reciclada. Outro aspecto da

sustentabilidade é relacionado ao

Até que ponto a adoção ou não de me-

didas sustentáveis por parte dos em-

presários pode interferir na visibilida-

de (imagem) de suas empresas?

A imagem positiva de uma indústria aumen-

ta consideravelmente quando os consumi-

dores tomam conhecimento de que essa

empresa respeita a natureza. Por exemplo,

na indústria automotriz, a Toyota, Land Ro-

ver e a Fiat exigem que seus novos projetos

apliquem medidas sustentáveis, tais como

certificação LEED, Spot Cooling, utilização de

águas pluviais para descarga sanitária, com-

bate à incêndio e regadios de jardim.

É importante também que, além da visibili-

dade externa positiva da fábrica, os funcio-

nários da indústria se sintam confortáveis

no ambiente, contribuindo para o bem-es-

tar dos trabalhadores e consequentemen-

te para a empresa. Por exemplo, há uma

norma brasileira, chamada de NR-15, que

exige que um funcionário que trabalhe

em uma indústria em temperaturas supe-

riores a 27 °C e umidade alta tenha direito

a descansar 15 minutos em lugar fresco.

Para responder a essa lei, criamos o Spot

Cooling, acondicionamento do ar nas áre-

as de concentração de pessoas dentro dos

setores de produção industrial. As máqui-

nas que provêm o ar condicionado estão

fora, nos tetos, nas paredes. Essa máquina

trabalha então para transformar 50 °C em

25 °C, em conjunto com um ventilador

chamado Bigass Fan, que dá turbulência

na área. Essa tecnologia está respondendo

positivamente à determinação, através de

economia de energia elétrica com o máxi-

mo de conforto para os trabalhadores.

destino dos resíduos industriais que

são nocivos à saúde. No caso da Fiat,

podemos citar os restos das pinturas,

ácidos das baterias e outros lixos da

produção automotriz. É preciso pen-

sar de forma responsável e inteligente

como solucionar os resíduos que são

prejudiciais à saúde, os quais preci-

sam ser limpos e processados por em-

presas adequadas, trabalhando sem-

pre com respeito à natureza e ao ser

humano.

Sempre me vem à cabeça uma frase

de um índio americano da tribo Che-

rokee: “Não herdamos as terras de

nossos avós, nós estamos emprestan-

do as terras para os nossos netos. O

que vamos deixar para elas”.

Qual seria então o primeiro passo

para o empresário que tem interesse

em investir em sustentabilidade no

seu empreendimento?

Inicialmente, o empresário precisa

implantar pelo menos duas medidas

para que seu projeto se caracterize

como sustentável, entre as quais utili-

zar os raios solares para o aquecimen-

to da água ou obter energia elétrica

através das águas da chuva, assim

como fazer uso de materiais que a na-

tureza “refaz” em menos de 10 anos,

entre eles o bambu, a rolha, a palha

extraída das folhas secas, etc. É impor-

tante também que o empreendimento

tenha o certificado LEED (Leadership in

Energy and Environmental Design).

E quem já tem uma estrutura antiga,

não adaptada, como deve proceder?

Os empresários que já têm uma fábri-

ca com estrutura antiga, não adapta-

da às medidas sustentáveis, podem

utilizar o processo LEED EC para pro-

jetos existentes, com o qual é possível

economizar energia através de várias

formas, como construção de cisternas

para armazenagem de água da chuva

para descargas sanitárias, substituição

de lâmpadas incandescentes por lâm-

padas tipo LED, entre outras medidas.

66|8

A imagem positiva de uma

indústria aumenta consideravelmente

quando os consumidores tomam

conhecimento de que essa empresa

respeita a natureza.

É preciso pensar em sustentabilidade

na construção de fábricas como um

investimento inicial a médio prazo.

Quais são os grandes impasses que os

empresários enfrentam na implanta-

ção de medidas sustentáveis em suas

fábricas?

A falta de apoio do governo, através de

incentivos fiscais, a empresas que ado-

tem soluções sustentáveis em seus pro-

cessos industriais; a ausência de normas

dentro dos códigos de construção que

exigem a implantação de soluções de

sustentabilidade; e a falta de uma cul-

tura ecológica por parte da população

em geral e de treinamento técnico e

conhecimento adequado sobre reci-

clagem são alguns dessas dificuldades.

Acredito que o desperdício zero é um

objetivo possível e alcançável.

E quanto ao custo da aplicação das me-

didas sustentáveis?

É preciso pensar em sustentabilida-

de na construção de fábricas como

um investimento a médio prazo. Há o

aparente alto custo, mas que em 3 a

4 anos você consegue pagá-lo, pois o

investimento inicial vale a pena, refle-

tindo posteriormente em economia

para a empresa. Por exemplo, 350 mil

reais por ano podem ser poupados em

um projeto utilizando um investimen-

to de 90 mil reais para a construção

de uma cisterna que recolhe água da

chuva e bombeia para encanar os sis-

temas de esgoto biológico, uso para

proteção contra o incêndio e regadio

de jardinagem.

Existe algum conceito ou ideia que

você gostaria de destacar quanto à

sustentabilidade?

O ambientalista britânico David de

Mayer Rothschild nos traz um conceito

de que hoje moramos em uma socieda-

de de berço a cemitério, onde devería-

mos viver em uma sociedade de berço

a berço. Como assim? Por exemplo, uma

fábrica produz um aparelho de televisão

e vende a dona Maria. Depois de 5 anos,

o aparelho já não funciona mais. E o que

ela faz com isso? Ela joga fora esse apa-

relho. Onde? Lá. Onde fica lá? Na terra

dos nossos netos. Vamos pensar diferen-

te: a empresa fabrica o aparelho e vende

a dona Maria. Depois de um tempo, a

empresa chega à casa de dona Maria e

recompra o alumínio, o plástico e os ou-

tros materiais componentes do objeto.

Isso nos leva a refletir que haverá sem-

pre o desperdício, mas o desperdício

precisa sempre ser aproveitado, recicla-

do. O certo é pensar antes de começar

a construir.

Como se poderia aplicar o conceito de

sociedade de berço a berço dentro do

segmento da construção civil?

Reciclando toda a sucata de uma obra

em demolição. Por exemplo, desmontar

com cuidado as janelas, portas, os pe-

daços de madeira, as vigas e os outros

objetos para serem reutilizados. Tijolos,

blocos de mármore e granito também

podem ser arrancados para aplicação

em novos empreendimentos, assim

como o concreto, que pode ser tritu-

rado e reutilizado, misturando-o com

argamassa.

Como você avalia a aplicação da sus-

tentabilidade na construção de fábri-

cas aqui no Brasil?

Aqui no Brasil, a aplicabilidade de me-

didas sustentáveis nesse segmento não

anda muito rápido. Existe ainda muita

falta de informação. Por exemplo, em

uma universidade em Santa Catarina e

em uma universidade de Juiz de Fora,

quando pude conversar com estudantes,

de engenharia e de arquitetura, mui-

tos não sabiam que o Brasil adotou o

sistema LEED (Leadership in Energy and

Environmental Design), organização que

habilita os profissionais para certificar

um projeto ou uma planta de acordo

com sistemas que respeitam a natureza.

Falta, então, um conhecimento adequa-

do sobre o tema, além de profissionais

capacitados para poder apresentar as

vantagens das medidas sustentáveis. Há

também o aparente alto custo, mas que

em 2 ou 3 anos você consegue pagá-lo.

Afinal, o investimento inicial vale a pena.

Por último, os governos ainda não estão

incentivando essas atitudes. Nos EUA,

por exemplo, quem utiliza sistemas so-

lares para aquecimento de água ou para

gerar energia elétrica utilizando pai-

néis solares ou quem demonstra estar

investindo em sistemas sustentáveis, o

governo financia parte do projeto. Esses

fatores, eu não verifico no Brasil. E isso

não nasce tão rápido. Mas já existe uma

consciência no País: o conhecimento de

que a mãe natureza tem formas que po-

dem ser aproveitadas.

E, neste momento, o mundo inteiro está

olhando para o Brasil com binóculos e

microscópios, devido à Copa e aos Jogos

Olímpicos. O Brasil, como o pulmão da

América Latina, poderia ser um exemplo

bem-sucedido de como aplicar medidas

sustentáveis em todo tipo de constru-

ção. O Brasil já adotou o programa LEED,

e isso representa um passo enorme

para o País, o de adotar um sistema de

respeito à natureza. Aproveitar o que a

natureza dá ao País, muito mais do que

a outros países. A natureza é poderosa e

fantástica aqui no Brasil, em especial no

Nordeste.

67|9

* Renato Leal estrutura negócios, atuando

no Brasil e em Portugal

renato leal *

Na segunda semana do corrente ano, fui sur-preendido com a notícia de que, finalmente,

foi sancionada a lei que prevê o embutimento dos fios de eletricidade e comunicações na cidade do Recife, ficando estabelecido um prazo de 120 dias para elaboração dos devidos estudos técnicos. Fi-quei contente, no primeiro momento, ao imaginar nossa cidade sem esse emaranhado caótico de fios que, dentre outras coisas, enfeiam a cidade, dificultam a manutenção, quebram nos tempo-rais com a queda das árvores e mataram, somente no ano passado, mais de 50 pessoas no Estado de Pernambuco, bem mais que os tubarões fizeram ao longo dos últimos 40 anos. Se agíssemos da mesma forma como o fizemos com a ameaça que veio do mar, teríamos que espalhar pela nossa ci-dade placas mais ou menos assim: “Não saiam de casa, pois há risco de morrer eletrocutado...”.

Passado um certo ufanismo, começou a vir à tona uma série de preocupações, que transmito agora aos meus eventuais leitores e ao chefe do Burgo.

Vamos aproveitar esta oportunidade do em-butimento dos fios para planejarmos todo o con-texto no qual eles estão inseridos. Já que vamos quebrar as calçadas para embuti-los, que de uma vez por todas — e de uma só vez — entreguemos esse equipamento tão relevante para a cidadania, disciplinando a sua construção, de forma que pos-sam ser utilizados por todos sem constrangimen-tos de nenhuma espécie. Aqui, deveria se incluir, materiais, espaços para circulação de pessoas e cadeirantes, locais para o plantio de árvores, co-locação de lixo, disciplinamento do uso dos pos-tes (placas, anúncios, etc.)e dos estacionamentos, acesso às caixas de distribuição de águas pluviais e saneamento e às águas para os bombeiros.

Já que se está quebrando a calçada, que se apliquem novas paradas de ônibus, maiores e com maior área coberta, trazendo conforto aos usuários. E por que não bancos? E se aproveite também a viagem, e que sejam plantadas árvo-res adequadas à manutenção das calçadas e ao sombreamento das ruas. Se plantarmos uma ár-vore a cada 10 m teremos aproximadamente 20 árvores a cada 100m de ruas revitalizadas. Se na

rua houver uma praça, que seja integrada nesse esforço de revitalização do espaço público.

Assim, de uma só vez e quebrando só uma vez, estaríamos minimizando custos e transtornos aos cidadãos e dando ao Recife um visual moderno e limpo e calçadas para durar.

Mexer nos fios torna imperioso também al-terar a nossa iluminação pública, encontrando soluções automatizadas e lâmpadas de baixo consumo, que permitirão economias gigantescas e melhor eficiência na iluminação. Não esquecer ainda que temos que criar uma cultura de ilumi-nação noturna que permita valorizar os nossos monumentos históricos, praças, praias e áreas ver-des, tornando a nossa cidade agradável, segura e valorizadora dos seus ativos.

Qual a minha preocupação? Se não agirmos assim, por sucessivas vezes serão quebradas e novamente quebradas as calçadas para que cada uma dessas etapas sejam concretizadas. Assim, proponho uma rua por vez. Um bairro de cada vez seria definitivamente ordenado, de forma mais econômica para o bem-estar dos cidadãos recifenses. Perdemos a cultura do planejamento a longo prazo. E, com isso, a capacidade de pen-sarmos a cidade e executarmos obras de forma eficiente e integrada.

E já que estamos com a mão na massa, que sejam montadas modernas estruturas de fiscali-zação — e duras multas — e campanhas educa-tivas, pois não adianta fazer para, em seguida, a população desrespeitar e/ou destruir.

Recursos para fazer tudo isso, há aos montes, tanto para redução de consumo energético como para plantio de árvores. Um patrocínio criativo po-derá também angariar fundos para bancos de cal-çada, paradas de ônibus, manutenção de praças e seus equipamentos e iluminação de monumen-tos. O que faltar, que usem dos nossos impostos que já são muitos e que não sabemos bem para onde vão. É ou não uma oportunidade de ouro, Sr. Prefeito?

Perdemos a cultura do planejamento a longo prazo. E com

isso, a capacidade de pensarmos a cidade e executarmos obras de

forma eficiente e integrada.

68|X

TENDÊNCIAS

uma oPortunidade de ouro, sr. Prefeito

aVanços nas ConstruçÕes sustentáVeismiguel bahiense *

O Brasil está progredindo nos debates sobre meio ambiente. Temas, como construção

sustentável, que considera o bem-estar das pes-soas, o menor impacto ambiental e o custo/be-nefício competitivo, passam a ocupar lugar de destaque nas discussões estratégicas da cons-trução civil. Segundo o Green Building Council, uma das ONGs americanas certificadoras de edificações sustentáveis, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sus-tentáveis, atrás dos Estados Unidos, da China e dos Emirados Árabes.

Nesse contexto, o País segue uma tendência mundial de desenvolvimento tecnológico em busca de produtos com foco em sustentabili-dade, agregando a eles melhor custo/benefício, eficiência térmica/energética e reciclabilidade. Veja o exemplo do EPS (poliestireno expandido, popularmente conhecido como Isopor®).

Atualmente, o mercado de EPS está em pleno crescimento no Brasil. O consumo aparente (va-lor da soma da produção e da importação, me-nos a exportação) do produto no País, em 2012, foi de 96.000T/ano, e a estimativa para 2013 é que chegue a 101.000T/ano.

A construção civil destaca-se como um dos principais mercados do EPS, sendo estimado que 50% da produção brasileira é destinado a esse setor. São várias as aplicações do produto na construção; entre elas, enchimento de lajes, te-lhas, sistemas construtivos, concreto leve, forros, estabilização de solos (geofoam), entre outras.

No Brasil, diferente de outros países, não exis-te ainda uma obrigatoriedade de isolamento térmico ou acústico nas construções, aplicações nas quais o EPS poderia ser usado. No País, o con-sumo por habitante é de 0,49 kg. De acordo com dados de um dos maiores fabricantes de EPS do mundo, no Chile, onde há legislação que dita que as construções devam ter isolamento, foram consumidos, em 2012, 1,21 kg de EPS por habi-tante. Na Alemanha, a proporção sobe para 3,70 kg/habitante. Ou seja, o Brasil tem espaço para avançar.

Um dos pontos fortes do EPS em prol da sus-tentabilidade é referente à redução do consumo energético propiciado pelas suas características

* Miguel Bahiense é presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos.

técnicas. A aplicação do EPS em projetos cons-trutivos e arquitetônicos permite uma economia de energia que pode chegar a 30%.

E as vantagens não param por aí. Além da bai-xa condutividade térmica, baixo peso, resistência ao envelhecimento, absorção de choques, resis-tência à compressão e absorção de água, o EPS é um material versátil e de fácil manuseio, o que garante uma economia de cerca de 20% no pra-zo de construção, além de apresentar uma redu-ção de 6% a 8% no custo total do projeto.

É importante salientar que esse material tam-bém é utilizado em outras aplicações da infraes-trutura, como blocos de geofoam para a estabili-zação de solos, por exemplo.

Fabricado no Brasil desde meados dos anos 1960, o EPS é um plástico inerte, atóxico, além de versátil, higiênico. Porém, a maioria das pessoas não sabe que se trata de plástico e que os plásti-cos são 100% recicláveis, ou seja, o material deve ser separado na coleta seletiva e encaminhado para reciclagem.

Após o processo de reciclagem, o EPS é des-tinado a empresas que transformam o produto em materiais como molduras, rodapés, material para escritório, entre outros. No entanto, a indús-tria de reciclagem poderia atuar de forma mais contundente e representativa se a coleta fosse mais eficiente. Se as pessoas não sabem como destinar adequadamente o EPS pós-consumo e, pior, se não existe coleta seletiva, o material re-ciclável em questão vai parar no aterro sanitário, eliminando-se todo o benefício de seus atributos sustentáveis.

O Brasil tem potencial, principalmente em tempos de grandes construções, de avançar ainda mais sua posição entre os países que in-vestem na sustentabilidade, buscando o melhor custo/benefício à população, além da preserva-ção do meio, por meio de tecnologias eficientes e sustentáveis.

70|X

eu digo

A construção civil destaca-se como um

dos principais mercados EPS, sendo estimado

que 50% da produção brasileira é destinada a esse setor... O consumo

por habitante é de 0,49 kg... Na Alemanha,

a proporção sobe para 3,70 kg.

do mar Para a terra: o uso de CONTAINERS na Construção CiVilDescartados após anos de uso no transporte marítimo de cargas, os containers têm sido reutilizados na construção civil para promover uma edificação mais sustentável. Na Europa e nos Estados Unidos, a ideia já está consolidada e, no Brasil, começa a ganhar força com a transformação destes equipamentos em estandes de vendas, escritórios, lojas, casas e até hotéis. Com isso, as grandes caixas de metal ganham uma longa vida em terra.

por Daniel Vilarouca

FOTO: JUNAk / ISTOCkPhOTO.COMOs containers têm se apresentado como uma tecnologia limpa, barata e sustentável no mercado da construção civil.

Reduzir os impactos da construção civil no meio ambiente tem sido, de-

finitivamente, o grande desafio do setor nos últimos anos. Mas, para levar uma vida ecologicamente mais correta, é pre-ciso ditar novas regras, mudar hábitos e, sobretudo, vencer preconceitos quanto à lógica de reaproveitar materiais usados. “Nós, arquitetos, temos a obrigação de fa-zer uma arquitetura sustentável”, afirma o arquiteto Celso Costa.

Ele é diretor da Costa Container Ar-quitetura, empresa que vem reutilizan-do containers para a edificação de casas e outros empreendimentos da constru-ção civil, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. “As pessoas ainda têm uma resistência ao uso do container porque, no passado, eles serviram para abrigar escolas e presídios”, diz André Krai, proprietário e idealizador da Con-tainer Ecology Store, rede de lojas que funcionam dentro de containers comer-cializando roupas e acessórios de grife.

“O container surge como uma nova alternativa de sistema construtivo e tem como principais características sua estru-tura sólida, flexibilidade de edificação, seu baixo custo, fácil transporte, curto prazo

para a conclusão do projeto, pouco uso de mão de obra e ainda evita desperdício com materiais de construção”, comenta a arquiteta alagoana Fabíola Costa.

Ela é formada pela Universidade Fe-deral de Alagoas, tem especialização em construção sustentável e é diretora exe-cutiva do escritório Conceito A – Arquite-tura Sustentável. Celso Costa, André Krai e Fabíola Costa fazem parte de um gru-po de arquitetos e empresários que vêm introduzindo o container na construção civil brasileira como uma opção mais sus-tentável, rápida e economicamente viável para o setor e para o bolso do consumidor.

Nas regiões Sul e Sudeste, residências que têm o container como estrutura base já são uma realidade bastante visível. No Nordeste, entretanto, o equipamento ainda é reaproveitado de forma muito modesta. É possível encontrá-los, por exemplo, como estandes de vendas de construtoras, escritórios nos canteiros de obras e lojas. Porém, esta é uma situação que vem mudando. No último ano, Fabío-la Costa e a Conceito A desenvolveram 25 projetos para imóveis que têm o container como base, e outros 15 estão aguardando análise de orçamento.

É Como BRINCAR dE lEgo

Pensados, originalmente, para o transporte marítimo de cargas, o con-tainer tem se apresentado como opção de destaque em casos de construções modulares e mais limpas, uma vez que dispensam quase que por completo a existência de um canteiro de obras, e as peças saem da fábrica prontas para mon-tagem no terreno onde será erguido o imóvel.

No mar, onde está à mercê de fatores externos como a maresia, o container pode ter uma vida útil de aproximada-mente 20 anos. Depois disso, é descarta-do, seu ferro é derretido e transformado em outros objetos de metal. Mas não sem antes passar mais um período es-quecido em um local qualquer.

É nesse hiato entre o descarte do con-tainer e o derretimento do metal que os arquitetos entram em ação selecionando os equipamentos que sofreram menos desgaste e poucos danos estruturais. Os containers passam por um intenso pro-cesso de recuperação que segue normas e especificações do Institute of Interna-tional Container Lessors (ou Instituto

FOTO: GRUPO CONTAINERNo Brasil, as caixas de metal têm sido muito utilizadas como estandes de vendas de construtoras, escritórios em canteiro de obras e lojas.

72|10

Internacional de Locadores de Contai-ners). Com os devidos tratamentos e con-servação adequada, estima-se que, em terra, os containers possam ultrapassar a marca dos 90 anos.

Após esta seleção prévia que leva em conta os ataques químicos e os pro-blemas estruturais, os boxes de metal seguem para a parte de serralharia com cortes, soldas e a colocação de novas molduras. Aqui, é necessário precisão para evitar soldagens adicionais que podem causar eletrólise ou novos pro-blemas estruturais. Uma terceira etapa é a da limpeza com a remoção de graxa e tratamento abrasivo. Por último, chega à parte da pintura anticorrosão.

Concluídos estes processos, o contai-ner está pronto para ser usado na cons-trução de imóveis, e é aqui que a “brin-cadeira” começa. Por ser feito em blocos, na edificação de moradias, os containers podem ser montados criando as mais diversas, modernas e arrojadas formas. Pode-se montá-los lado a lado, aumen-tando os vãos da casa; um em cima do outro, criando pisos superiores; ou mes-mo intercalados, desenvolvendo uma geometria ousada.

Como construção modular, o contai-ner apresenta duas grandes vantagens: primeira, mesmo depois de concluída a obra, o proprietário do imóvel pode fazer ampliações na edificação acrescentando novas caixas de metal à planta original sem precisar fazer grandes reformas; segunda, é possível desmontar toda a residência, colocar tudo em cima de um caminhão e levá-la para um novo terre-no, deixando o espaço anterior comple-tamente limpo para receber um novo empreendimento.

SERá quE Não VAI fAzER CAloR?

Este é o principal questionamen-to de quem planeja construir imóveis usando containers. Nestes casos, nas franquias da Container Ecology Store, o André Krai utiliza uma tinta especial que repele o calor. Já Fabíola Costa re-comenda um tratamento térmico e acústico que utiliza lã de vidro ou lã de rocha que são dispostas em forma de

sanduíche entre a estrutura e as placas, que podem ser cimentícias ou OSB.

“Nestes vãos, cria-se passagem para a colocação dos tubos que serão usados na rede elétrica e nos canos hidro sani-tários”, explica ela. Tudo isso ajuda a con-trolar a temperatura e a propagação de sons dentro do container.

A arquiteta completa dizendo que, na parte interna, os containers aceitam vários tipos de acabamento num estilo muito semelhante às construções em light steel framing. Ou seja, permite aca-bamentos lisos com o uso de cimento ou madeira, por exemplo. Entretanto, se o proprietário do imóvel desejar aderir de fato à questão da sustentabilidade, pode deixar a parte externa do container em seu formato original.

“Todas as pessoas que solicitam pro-jetos em containers querem unir preço e qualidade a um empreendimento com personalidade. Porém, todos têm algo em comum: querem utilizar algo que foi realmente descartado, que esteja sendo reutilizado”, diz Fabíola.

Ela ainda destaca, que para uma obra como esta ser realmente sustentável, é necessário um estudo ambiental do espaço onde será construído o proje-to para o melhor aproveitamento da

ventilação e da iluminação natural. Cos-ta indica ainda o uso de tratamentos de esgoto ecológico, energia fotovoltaica, iluminação, aparelhos com lâmpadas de LED e outras tecnologias que gerem be-nefício à natureza e ao bolso do usuário.

RElAção CuSTo/BENEfíCIo

O metro quadrado de uma constru-ção que usa o container como estrutura base varia entre R$ 800,00 e R$ 1.600,00. A depender da mão de obra e do acaba-mento utilizado, o custo total do serviço pode ficar até 30% mais barato em rela-ção às construções convencionais. Mas arquitetos e especialistas alertam: esse é o valor somente da construção, sem o preço do terreno que já deve ser de pos-se do interessado no projeto.

A rapidez com que uma obra como essa pode ser entregue ao usuário é ou-tro fator que tem atraído o interesse do mercado brasileiro. Uma casa com dois quartos, por exemplo, pode ficar pronta em 45 dias. O posicionamento do con-tainer no solo exige cuidado e preparo. É preciso estudar a área onde o projeto será edificado. Em algumas situações, é necessário pouco trabalho de terrapla-nagem, e, em outros, o container tem de

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No Nordeste, Fabíola Costa e a Conceito A – Arquitetura Sustentável têm desenvolvido projetos para empreendimentos em containers.

73|X

receber mais peso de um lado que do outro, equilibrando e ajustando o equi-pamento à topografia local.

Neste ponto, ocorre a primeira, e tal-vez a única, desvantagem em solicitar um projeto para a construção de casas em containers: este não é um empreen-dimento financiável por instituições fi-nanceiras públicas. Apenas pelas priva-das, pois, nesses casos, até a quitação do financiamento, o imóvel é de proprie-dade do banco, e estas instituições ain-da não consideram as casas-containers uma iniciativa rentável.

Se o solicitante do financiamento não pagar a dívida, o banco pode repas-sar a residência para outro interessado. Contudo, diante da baixa procura por esse tipo de empreendimento, as insti-tuições financeiras ainda têm o receio de ficar com o imóvel inutilizado por tempo indeterminado.

um fomENTo Ao uSo do CoNTAINER

Um dos pioneiros no reaproveita-mento de containers no Brasil é o gaú-cho André Krai. Executivo do Grupo Container, ele é o idealizador da fran-quia Container Ecology Store, que pos-sui oito lojas na Região Nordeste. Tudo começou quando, numa viagem a Cin-gapura, na Ásia, o empresário viu uma

loja montada numa caixa de metal. A ideia fazia parte de uma estratégia de marketing, e, a cada dia, o ponto comer-cial estava num lugar diferente.

Krai gostou do que viu e, em 2008, resolveu aplicar a iniciativa no Brasil criando uma boutique que comercializa roupas de marca em containers. O con-ceito da loja é totalmente sustentável, e, dentro do box climatizado e decorado, as camisas, calças, saias, os vestidos e acessórios estão dispostos em pallets e caixotes, corrimãos de ônibus são usados como araras, tudo para dar um visual rústico, moderno e totalmente sustentável ao ambiente.

“Vi, ali, a oportunidade de transfor-mar containers velhos em boutiques de moda. Além do visual moderno, ainda atendemos a uma demanda cada vez maior de obras sustentáveis e ecologicamente corretas”, comenta o empresário.

A proposta deu tão certo que, atu-almente, o Grupo Container cuida não só da Container Ecology Store, mas também da Box Container, que aluga, vende e desenvolve projetos arquite-tônicos em containers e da Container Baby & Kids, loja que comercializa rou-pas infantis. Além de construir empre-endimentos como temakerias, espaços

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Depois de uma experiência em Cingapura, André Krai criou a Container Ecology Store — rede de lojas que funcionam dentro de containers.

Além das lojas da Conteiner Ecology Store, o Grupo Container desenvolve projetos em containers para outros empresários.FOTO: GRUPO CONTAINER

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Vantagens no uso de containers na construção civil: - O valor do metro quadrado varia entre R$ 800,00 e R$ 1.600,00 a depender da mão de obra e do acabamento utilizado.

- O valor total do projeto pode ficar até 30% mais barato que as construções convencionais.

- O tempo estimado para a construção de uma casa com dois quartos é de 45 dias.

- É possível ampliar o imóvel acrescentando outros containers sem grandes reformas à construção original.

- É possível desmontar a casa inteira e levá-la para um novo terreno em casos de mudança.

- Construção sólida e resistente.

- Sem rachaduras ou infiltrações.

desvantagens no uso de containers na construção civil:

- Ainda não é um empreendimento financiável por bancos públicos.

promocionais e agências de propagan-da para outros empresários. Mas André Krai quer ir mais além, quer avançar e entrar no mercado de construção de hotéis e moradias.

No momento, o Grupo Container está desenvolvendo projetos para a construção de dois hotéis, um no Re-cife e outro em São Paulo. “Container é como Lego, você vai montando do jeito que quer. Vamos fazer um hotel em dois meses, será um recorde”, finaliza.

SERVIço

Grupo ContainerAvenida Senador Salgado Filho, 4318Bairro Scharlau – São Leopoldo/RSFone: (51) 3568.4904 Conceito A – Arquitetura SustentávelRua Íris Alagoense, 103Bairro do Farol – Maceió/[email protected]: (82) 9920.6969

Em apoio ao Casa da Criança, a Pizza Hut (Ceará e Paraíba) tem

realizado a campanha Sabor Social. A ideia é sensibilizar e envolver os clientes da rede, que podem partici-par doando R$ 1,00 à organização so-cial. Além disso, a cada contribuição, a Pizza Hut ainda acrescenta 20% em cima desse valor. Com o resultado dessa campanha, foi possível a reali-zação do projeto Q’Alegria.

O conceito do Q’Alegria propõe reinventar ambientes hospitalares utilizados para quimioterapia, respei-tando as exigências técnicas da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa) e auxiliando os médicos a manter as crianças e os jovens por ho-ras consecutivas nas poltronas duran-te o tratamento.

O objetivo é tornar o espaço ar-quitetônico lúdico, com a proposta de entretenimento, estimulando a audição, a visão e o tato, através de músicas, filmes, jogos eletrônicos, in-ternet, livros (inclusive, em braile) e cromoterapia — tudo personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. Atualmente, o Q’Alegria está em cinco cidades brasileiras — Forta-leza, Maceió, Recife, João Pessoa e Cuiabá, cidade que também recebeu

patrocínio do Tribunal Regional do Trabalho (MT). O equipamento é composto por:• Mesa flex, com regulagem de exten-são para suporte de laptop, livros e papéis para desenhos.• Suporte frontal de TV para acesso a canais televisivos e uso de jogos eletrônicos.• Suporte lateral para equipamentos de DVD e/ou jogos eletrônicos, con-troles e fone de ouvido.• Suporte superior para pontos de iluminação em LED, possibilitan-do o uso de diferentes cores para a cromoterapia.

O projeto está instalado em cinco capitais brasileiras: Fortaleza, Maceió, Recife, João Pessoa e Cuiabá

Cuiabá (MT)Hospital do Câncer de Mato Grosso

1.800 atendimentos desde 2012

Fortaleza (CE)Instituto do Câncer do Ceará

1.100 atendimentos desde 2011

Maceió (AL)Hospital do Açúcar

900 atendimentos desde 2013

Recife (PE)Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip)

1.300 atendimentos desde 2012

João Pessoa (PB)Hospital Napoleão Laureano

3.600 atendimentos desde 2010

q’alegria atinge 8.700 atendimentos

por Catharina Paes

SoCIAl

SOCIAL

BOAS PRÁTICAS

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seringueira feliZO “Projeto Seringueira” idealizado por Paulo Alves, Fernando Jaeger, Zanini de Zanine, André Cruz e pelos irmãos Sergio Fahrer e Jack Fahrer, utiliza a madeira de forma inédita na elaboração de peças cuja matéria–prima seria descartada pela indústria da borracha. A seringueira possui madeira clara, bonita, resistente, durável e ainda aceita os mais variados acabamentos e tingimentos. Seus troncos sólidos e lisos podem ser aplicados na fabricação de pisos, móveis, brinquedos, laminados e outros produtos sendo uma opção ao uso de madeiras nativas na fabricação de móveis e em construção civil. A sua galhada também pode ser aproveitada como biomassa na produção de energia. O bacana é que o material usado para as peças vem de árvores que completaram o ciclo de produção do látex (uma média de 35 anos) e da borracha natural. Ou seja, de árvores que foram cortadas para dar lugar a novas mudas, um produto florestal estabelecido como não madeireiro, no qual o objetivo principal seria a extração do látex. Por se tratar de uma nova possibilidade de madeira para a produção de móveis, trabalhar com ela bruta foi decisão do designer Paulo Alves. “A ideia é explorar o elemento de várias maneiras para descobrir suas potencialidades. É possível ver um pedaço da tora em seu estado bruto somente tirando a casca e aproveitar a própria superfície macia do tronco. Nas extremidades, é possível ver todos os anéis de crescimento da árvore, sendo que cada um corresponde ao ciclo de um ano que ela passou plantada”, afirma. Já André Cruz optou por adotar a mistura de materiais: “Usei o concreto, pois vi similaridade com o processo de extração do látex, que é líquido ao ser extraído e depois se torna sólido através de diversos processos. Esse material também é inicialmente uma massa líquida, que pode se transformar no shape que quiser”, conta. Fernando Jaeger participa do projeto por acreditar na importância desse resgate: “Por se tratar de uma matéria–prima renovável, contribui para evitar a exploração predatória de espécies nativas. Há uma grande carência de madeira na indústria moveleira, e ter mais uma, além das (poucas) alternativas, é sempre bom”, diz. Sérgio e Jack Fahrer fazem parte de um grupo de designers que na década de 1990 trabalhou difundindo o selo do Forest Stewardship Council (FSC) no Brasil, que certifica toda cadeia de custódia da extração e comercialização de madeira certificada. “O intuito desse projeto é promover o uso da seringueira, estimulando o reaproveitamento da espécie, evitando o desmatamento e a extinção de outros tipos ameaçados”, explicam. O mercado de móveis fabricados com a seringueira está estabelecido há mais de 20 anos em países asiáticos, como a Tailândia, Malásia, Indonésia e o Vietnã, tradicionais produtores de borracha natural, com imensas áreas dedicadas ao cultivo de seringueira. A cultura perdeu espaço no Brasil no final do século 19, quando empresários ingleses levaram as nossas sementes e entraram no mercado competitivo nacional. Atualmente, o País importa a borracha natural devido à baixa produção, que é muito menor do que a consumida — o que parece uma ironia, já que o Brasil foi detentor mundial na produção do látex.

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moradia sustentáVel de baiXa rendaComo garantir uma moradia segura e sustentável num espaço restrito e com recursos limitados? O engajamento da comunidade é o primeiro passo e o mais importante. É nisso que acredita a organização não governamental Habitat para a Humanidade, que vem dando orientação e assessoria aos moradores da Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife, desde 2010. Resultado dessa integração entre comunidade e especialistas é a cartilha Projeto Ambiente Seguro. O livro foi produzido pela equipe da ONG juntamente com jovens que participaram de capacitações durante trabalho nas áreas de risco da comunidade. Trata-se de um material produzido durante workshops, que de forma lúdica, informa a população sobre a realidade local e conduta para moradores da região, com a ideia de uma comunidade mais saudável e livre de riscos ambientais e sociais. Entre os pontos levantados, estão os alagamentos e deslizamentos. A destinação errada do lixo foi identificada como o maior agente causador desse tipo de ameaça. A partir das ações já desenvolvidas pela ONG, a população já vem lidando com os ambientes inseguros, assumindo práticas individuais ou grupais na perspectiva da prevenção, do monitoramento dos ambientes e na difusão das boas práticas. Para o CEO da entidade, Jonathan Reckford, iniciativas como essa trazem esperança. “Uma moradia adequada é a base para todas as outras necessidades do ser humano. Se uma pessoa mora em um lugar apropriado, ela é saudável e assim pode ir bem na escola, se inserir no mercado, quebrando o ciclo de pobreza.” Ele destaca ainda que a integração entre governos, terceiro setor e setor privado é vital para que projetos como os da Habitat sejam realizados.

FOTO: TIGRE-ADS

tigre-Ads chegA Ao nordesteUnidade fica no Polo Industrial José Aprigío Vilela, em Marachel Deodoro, em Alagoas

A Tigre-ADS, empresa que produz e comercializa tubos de polietileno

de grandes diâmetros (PEAD), abriu sua fábrica em Marechal Deodoro, região metropolitana de Maceió, em Alagoas. Esta é a primeira planta da empresa no Nordeste e a segunda no País. A unidade em Alagoas produzirá tubos corrugados com foco nos mercados do Norte e Nordeste e terá capacidade de produção até o final do ano de até 450 toneladas/mês quando estiver em pleno funcionamento. A Tigre-ADS in-vestiu cerca de R$ 20 milhões na plan-ta, que ocupa um terreno de 40 mil m2, sendo 3,8 mil de área coberta.

Além do apoio do Governo de Ala-goas, é possível dizer que a instalação da Tigre-ADS surge de um plano es-tratégico — e muito bem articulado — do Estado para renovar a cadeia do plástico e química, que começou

drenagem e drenagem esportiva, ten-do em vista uma grande oportunidade de negócios na região. “O Brasil passa por um momento muito importante no que se refere a obras de infraestrutu-ra, principalmente com a proximidade de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, que terá um impac-to especial sobre a Região Nordeste. A proposta da Tigre-ADS é atender com mais agilidade a um mercado que tem registrado forte demanda”, diz Cattani.

O constante desenvolvimento da economia local também foi outro im-portante fator para a instalação da se-gunda unidade da Tigre-ADS. “Observa-mos grandes oportunidades de atender a esta região, que, em 2013, representou 50% do faturamento da empresa. Dife-rentes estudos apontam que Norte e Nordeste crescerão acima da média do Brasil em 2014”, observa Cattani.

Com localização estratégica, a nova Tigre-ADS ganha maior poder competitivo, reduzindo os custos de produção.

com a instalação da Braskem em 2012, com uma planta de R$ 1 bilhão. A ins-talação da empresa no Polo favoreceu as indústrias que utilizam resina como matéria–prima, com condições diferen-ciadas, sem sobre taxas de importação, que é o que o caso da Tigre-ADS. Uma outra vantagem: a cidade de Marechal Deodoro também tem ligação com ro-dovias importantes, o que facilita o es-coamento da produção, que será todo rodoviário. “O governo estadual e mu-nicipal nos concedeu incentivos signifi-cativos para nossa instalação, o que foi decisivo para escolhermos o local des-ta planta”, afirma José Antonio Cattani, gerente-geral da Tigre-ADS.

A unidade produzirá todas as so-luções de seu portfólio para infraes-trutura, mineração e agricultura, com soluções para saneamento, aterros sani-tários, detenção e retenção, infiltração,

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NEGÓCIOS

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FOTO

: TIG

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José Antônio Catanni está no comando da unidade.

O local conta ainda com um polo industrial com importantes indústrias químicas e infraestrutura totalmente adequada, além de uma grande área de preservação. O projeto foi desenvolvido para ter o menor impacto ambiental pos-sível, preservando a vegetação do entor-no e aproveitando a luz natural na fábrica.

SoBRE A TIgRE-AdS

Joint venture criada em 2009 pela brasileira Tigre Tubos e Conexões e pela americana ADS (Advanced Drainage Systems Inc.) para atuar na produção de tubos corrugados de Polietileno de Alta Densidade (PEAD). Atende aos mercados de infraestrutura, mineração e irrigação, com soluções para saneamento, aterros sanitários, drenagem, detenção e reten-ção, drenagem esportiva e infiltração. Sua atuação é na América do Sul, com fábri-cas em Santiago e Antofagasta — no Chi-le; e Rio Claro e Maceió — no Brasil.

TIgRE-AdS Em NÚmERoS

Fundação: 2009

Fábricas no Brasil: 2 (Rio Claro/SP e Marechal Deodoro/AL)

Principais clientes: Compesa, Enge-mat, Sambódromo do Rio, Prefeitura de São Paulo, Alphaville, Consórcio Construtor Viracopos, BMW.

Fábricas no exterior: 2 (Chile: Antofa-gasta e Santiago)

Total de funcionários na América do Sul: 175

Volume produzido em 2013 na América do Sul: 16 mil toneladas

SERVIço

Rodovia Divaldo Suruagy, Km 424. Marechal Deodoro, Alagoas.

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PREVIEW TECOBI

FOTO: TECOBI EXPO

telhados e Coberturas em PautaSetor altamente especializado tem na TeCobI Expo a sua principal vitrine

Cada tipo de construção tem uma finalidade, e, para cada uma delas,

existe um tipo adequado de telhado ou cobertura. Foi para atender toda espe-cificidade demandada pelo mercado que foi lançada a TeCobI Expo – Feira e Congresso de Telhados, Coberturas e Impermeabilização, que chega agora à sua segunda edição com o mesmo foco e mesma segmentação que caracteri-zaram a edição de estreia, em 2012. Na hora de construir ou reformar, a decisão sobre os materiais e de tecnologias que serão aplicados no topo das edifica-ções, é fator fundamental no custo do projeto — inclusive da estrutura —, além de aspectos como segurança, du-rabilidade e estética da construção.

A melhora constante da eficiência dos materiais, tanto em sua capacidade de escoamento, reflexão dos raios solares, seu isolamento térmico, como também sua transparência, resistência aos agentes agressivos do clima de cada região, tudo isso e muito mais deve ser pensado quan-do o assunto é cobrir uma construção.

A TeCobI Expo reunirá, de 20 a 22 de maio, alguns dos principais players do segmento de coberturas, seja para obras residenciais, comerciais ou industriais. “Por essa razão, arquitetos, engenheiros, construtores, especificadores, varejistas de

materiais de construção ou prestadores de serviços não podem deixar de circular na TeCobI Expo 2014. Visitando o evento, esses profissionais terão contato dire-to com os fabricantes e representantes das principais marcas do mercado, num ambiente que propicia o acesso a uma grande gama de informações técnicas que têm papel fundamental para garantir eficiência, agilidade e economia nas obras”, destaca o engenheiro Guilherme Ramos, diretor da mostra.

As telhas de fibrocimento, que, segun-do dados oficiais, estão presentes em aproximadamente 50% dos telhados do País, estarão expostas na feira. Outro des-taque são os representantes do mercado de telhas cerâmicas.

Para construções comerciais e indus-triais, as telhas de aço e alumínio marca-rão forte presença na TeCobI Expo. Uma das vantagens das telhas metálicas é que, por vencerem grandes vãos, reduzem os custos com estruturas de sustentação. Se antes a ausência de propriedades termo-acústicas deixava as telhas metálicas de fora de um projeto residencial, essa barrei-ra foi vencida com a criação das chamadas telhas–sanduíche, que, além de isolarem acusticamente o ambiente, também têm melhor resultado quando se fala no isola-mento térmico, transmitindo menos calor

ou frio do ambiente externo para o inter-no. A TeCobI Expo ainda reunirá outras solu-ções em isolamento termoacústico.

Seguindo a linha da eficiência ambien-tal, a TeCobI contará com opções em telhas translúcidas que possibilitam o uso da ilu-minação natural nos ambientes cobertos por elas. Como alternativa para uso resi-dencial, as telhas translúcidas são bastante indicadas para coberturas de indústrias, galpões, clubes, ginásios e escolas. Outra solução são os domos prismáticos.

Estruturas: Resistência estrutural, leve-za, flexibilidade de projeto, facilidade de ampliação, resistência à corrosão e baixo custo de manutenção. Essas são algumas características das estruturas metálicas para telhados que também estarão em destaque na segunda edi-ção da TeCobI Expo . O engradamento metálico, sob a forma de tubos, perfis e acessórios em aço galvanizado, garante sustentabilidade e economia às obras. Várias das empresas expositoras da se-gunda edição da TeCobI apresentarão soluções para este segmento.

Impermeabilização: Problemas de umi-dade e infiltração representam pelo me-nos 85% dos problemas em edificações e isso explica a importância dos serviços de impermeabilização. Na TeCobI Expo o pú-blico visitante poderá conhecer algumas novidades nesse setor fundamental, não apenas para a longevidade, mas principal-mente para a segurança das construções.

As tecnologias mais atuais possibili-tam uma visão abrangente sobre imper-meabilização, que vai além do conceito de “piche sobre lajes”. Atualmente, a im-permeabilização está presente em fun-dações, sub-solos, fachadas e coberturas de edificação, o que proporciona maior aproveitamento das áreas de serviços e lazer, garantindo proteção da edificação. Opções em produtos para esse segmento estarão em exposição na segunda edição da TeCobI Expo.

Na primeira edição, em 2012, a TeCobI Expo reuniu profissionais do setor e 100 marcas expositoras.

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ProtoColo familiar: um instrumento Para famílias emPresárias

No Brasil, 70% dos grandes grupos empre-sariais são de controle familiar. Ou seja,

empresas cujo maior acionista é um grupo de pessoas de uma mesma família. Especialmen-te no ramo da Construção Civil, aqui na região, percebemos que a maior parte das construtoras, Queiroz Galvão, Moura Dubeux, Pernambuco Construtora, Gabriel Bacelar, Rio Ave, entre ou-tras, são empresas cujos fundadores e seus fami-liares atuam na gestão dos negócios ou detém boa parte do capital.

As empresas familiares, ao contrário do que se pensa, destacam-se pelos bons resultados fi-nanceiros, alto padrão de gestão, planejamento e competitividade, apresentam maior apreço à marca, cultura e história da empresa, bem como privilegiam a visão de longo prazo.

O grande desafio dos negócios familiares, no entanto, está na longevidade. Uma pequena mi-noria das empresas familiares consegue resistir à transição de gerações ao longo dos anos. A sucessão da liderança, os conflitos entre familia-res, a disputa de poder são as maiores causas de descontinuidade dos negócios. Esses entraves são, inclusive, mais determinantes para o fim das empresas do que os próprios desafios relativos à atividade em si, ou seja, concorrência, mudan-ças mercadológicas, posicionamento da marca, entre tantas outras questões que envolvem o dia a dia da gestão.

O que fazer, então, para solucionar ou dirimir esses potenciais problemas? Só existe um cami-nho, e é este que vem sendo trilhado pelas em-presas que conseguem resistir ao estreito funil da sobrevivência ao longo dos anos. O caminho das boas práticas de Governança Corporativa alinhada ao que hoje chamamos de Governança Familiar.

A Governança Familiar diz respeito ao regra-mento das relações entre os sócios e herdeiros, ou seja, todos aqueles familiares que de alguma forma se relacionam com a empresa. Essa estru-tura deverá se preocupar com o relacionamento entre a família, a propriedade e o negócio em si, estabelecendo regras para o seu funciona-mento e sua dinâmica, com o objetivo de dirimir

conflitos entre membros da família, promover a união e o compartilhamento de uma visão de futuro.

O Protocolo Familiar, em inglês chamado de Family Constitution, é uma ferramenta que visa viabilizar a continuidade da empresa e ,mais especifimente, regular, de maneira formal, o re-lacionamento entre os familiares e a empresa, estabelecendo suas fronteiras e regras.

Em seu conteúdo, deve constar quem são os envolvidos; uma declaração de crenças e valores da família; indicação dos princípios de gestão dos negócios; políticas que governam as rela-ções entre família e negócios; e uma metodolo-gia para revisar o documento periodicamente.

É objetivo do Protocolo Familiar tratar sobre o planejamento da sucessão, especialmente das principais lideranças; preparar a família no caso de uma gestão por executivos não familiares; garantir um sistema de governança adequado para a empresa; promover o conhecimento dos sócios e herdeiros quanto às regras de represen-tação e acesso às informações; difundir valores e padrões de conduta compatíveis com o papel de sócio; estabelecer soluções para conflitos de interesse; eleger valores que são compartilha-dos por todos; promover a união entre os sócios e herdeiros; oferecer serviços para a família e seus membros, como apoio à gestão de negó-cios particulares, coaching, assessoria financeira; incutir nos futuros proprietários um senso de responsabilidade; criar regras para entrada e sa-ída de membros da família na gestão dos negó-cios ou nos cargos da governança.

Importante ressaltar, porém, que, mais impor-tante que elaborar o conteúdo do Protocolo Fa-miliar, é promover um ambiente de discussões, ou seja, valorizar o processo do seu desenvolvi-mento, podendo se tornar esse instrumento um forte aliado das famílias empresárias na busca da continuidade, geração após geração.

mariana moura*

*Mariana Moura é advogada, titular da área de Governança Corporativa do Queiroz Cavalcanti Advocacia, é também Conselheira de Administração do Grupo Moura.

O grande desafio dos negócios familiares, no entanto, está no longenvidade. Uma

pequena minoria das empresas familiares consegue resistir à

transição de geração ao longo dos anos.

construir direito

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Jorge Jatobá*

Custos e desafios da mobilidade urbana

O ir e vir das pessoas nas grandes e médias cidades brasileiras virou um desafio para

a política pública e para os governantes. Os tempos e as condições de deslocamento da população para os diversos afazeres diários impactam negativamente o bem-estar social e traduziram-se em insatisfações e protestos po-pulares que levaram e continuam conduzindo milhares de pessoas às ruas do País.

As dificuldades de deslocamento nos prin-cipais centros urbanos brasileiros geram custos para os indivíduos, para a sociedade, para os governos e para o meio ambiente. Em média, as pessoas estão levando um pouco mais de uma hora para chegar ao local de trabalho. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), em torno de 1,5 milhão de pessoas se deslocam diariamente para trabalhar. Horas excessivas no trânsito são sub-traídas de tempo produtivo ou para o lazer, au-mentam o custo de manutenção dos veículos por quilômetro rodado, elevam o consumo de com-bustível — emitindo mais monóxido de carbono na atmosfera — e ampliam a tensão, irritação e agressividade dos motoristas. Em suma, as dificul-dades com relação à mobilidade urbana reduzem a qualidade de vida das pessoas e aumentam cus-tos sociais e privados.

A população da RMR tem crescido lentamente nos últimos 10 anos (0,93% ao ano entre 2002 e 2012), ocupando um território de apenas 2.773.80 km², de alta densidade demográfica (1.330,52 ha-bitantes por km²), 60% maior do que a da Região Metropolitana de Salvador. Neste território, a frota de veículos mais do que duplicou nos últimos 10 anos, chegando a 1.148.564 em 2013 e superan-do a de Salvador, de 1.022.039 veículos, no mesmo ano. Destacam-se o crescimento das motocicletas num ritmo anual de 15,2% (2003–2013) — quase o dobro do crescimento do total da frota e quase o triplo (6,1%) do número de automóveis (2003–2013). O aumento da frota de ônibus ficou abaixo da média do estoque de veículos. Em consequên-cia, aumentou a importância relativa das motos no estoque de veículos à custa da frota de ônibus e de automóveis. Estes últimos cresceram 81% (acumulado entre 2003 e 2013), o que significa a

adição, em média, de 30 mil automóveis por ano ou de 2.525 por mês. Por essa razão, o número de pessoas por carro caiu 39% no período, isto é, de 9,7 habitantes por auto, em 2002, para 5,9 em 2012. O crescimento excepcional da frota, entre outros motivos, elevou no Recife, em 2010, o nú-mero de vítimas fatais no trânsito para 16,1 por cem habitantes (11° entre as capitais do País) e o de vítimas não fatais para 10,34 (3° no ranking das capitais). Além disso, os acidentes com motos transformaram-se em problema de saúde pública, gerando elevados custos para os sistemas de saú-de e de previdência social.

Em 2010, o número de passageiros transporta-dos por ônibus na RMR situou-se em 488 milhões, número ligeiramente inferior ao observado em 1990. Foram transportados por ônibus cerca de 1,6 milhão de passageiros por dia útil, uma que-da de 200 mil passageiros/dia em relação a 1990. Os usuários substituíram o ônibus pela moto, pelo automóvel, pelo metrô e pela bicicleta. Não surpreende que o número de linhas de ônibus tenha crescido lentamente nos últimos 20 anos. Em 2010, tínhamos apenas 337 linhas contra 505 em Salvador. Portanto, temos ônibus a menos, au-tomóveis e motos a mais, um metrô de baixa co-bertura (71 km integrados ao sistema de ônibus, que transporta 230 mil pessoas por dia e relativa-mente muitos táxis que somavam 6,2 mil unida-des em 2010, frota 2,8 vezes superior à de Curitiba, cujo modelo de transporte público é referência internacional.

Investimentos em infraestrutura de mobilida-de e transporte público de qualidade devem se somar a uma política que priorize o transporte co-letivo ao invés do individual, restrinja a circulação de automóveis e caminhões nas áreas de maior adensamento de tráfego, regule o transporte de carga e descarga, intensifique a fiscalização para cumprimento das normas básicas de trânsito e reeduque a população para conviver com o novo paradigma de mobilidade que está se abatendo sobre as nossas cidades.

*Jorge Jatobá é economista e sócio-diretor da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento

Investimentos em infraestrutura de mobilidade e

transporte público de qualidade devem se somar a uma política

que priorize o transporte coletivo

ao invés do individual...

CONSTRUIR ECONOMIA

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A conversa de hoje está dividida em quatro capítulos. O primeiro deles será

apresentado neste artigo, e os demais, nos seguintes. Como numa minissérie baseada em fatos reais, a ideia é refletir sobre as lições aprendidas, e quiçá apreendidas, com o encerramento do primeiro ciclo dos empreendimentos do mercado imobiliário, gestado pelo boom de 2010, pois é sabido que, em 2013, vivemos um período — que se prolongará ainda por 2014 — de conclusão desses projetos. Julguei, assim, neste momento, oportuno uma análise sobre as macroetapas do negócio.

Uma característica importante e às vezes esquecida pelos desavisados de plantão, sobre a atividade de construção imobiliária, é a longevidade de seu ciclo operacional e produtivo, datada entre a aquisição da área e a entrega do que nela será produzida. A rigor, esse final de ciclo deve ser lembrado como estendido em virtude das responsabilidades pós-entrega que as empresas do setor possuem. E, nesse contexto, palavras como planejamento e controle são fundamentais para que se evitem surpresas não desejadas. Afirmação óbvia, mas faço questão de fazê-la!

Isso posto, ressalto que a primeira lição deixada se refere ao ponto de partida de tudo: aquisição de áreas. Etapa das mais estratégicas para o negócio; muitas vezes, nesse período recente, teve sua importância diminuída. Explico. Formaram-se grandes bancos de terrenos para se chegar a um número de Valor Geral de Vendas (VGV) que, somado a tantos outros, pudessem falar, por si só, do tamanho da empresa. Entretanto, banco de terreno sinaliza apenas “potencial” de geração de negócios. O negócio propriamente dito e os resultados gerados são etapas futuras, mas dependem muito de uma partida vencedora. Em minha opinião, algumas empresas deixaram de entender que a aquisição de áreas requer estudos de solo, de mercado, de projetos, de viabilidade econômico-financeira, entre outros, reduzindo, assim e erroneamente,

sua relevância. Como colheita dessa atitude, o mercado presenciou determinadas dinâmicas não recomendáveis na visão dos que entendem do negócio e se posicionam bem nas mais diversas métricas empresariais, das operacionais às financeiras.

Como exemplos, cito a venda desses terrenos por valores abaixo do adquirido, além, e pior ainda, da insistência em se realizar projetos em áreas não recomendáveis e desejadas pelos clientes, tendo como consequência o encalhe de produtos, gerando estoques que distorcem as análises do mercado. Acredito que produtos bons não sobram!

Ao invés de assumir os erros cometidos, o mais fácil mesmo é colocar a culpa no mercado e na sua “suposta” perda de vigor. Só que, no mesmo instante desta acusação, outros concorrentes estão realizando seus negócios e obtendo os resultados esperados. Então, não tenho dúvidas que há algo a ser apreendido. Muito mais importante que o tamanho do banco de terrenos é a sua qualidade, que é fundamental para as etapas seguintes do negócio. Sem ela, a possibilidade de insucesso é grande, diria quase plena.

Parece óbvio o que acima descrevo, mas a cada dia me convenço mais que há muitos que buscam soluções para complexidades nada estratégicas, deixando de lado obviedades totalmente estratégicas.

Lição número 1 exposta, trarei à reflexão no próximo artigo a etapa seguinte: o lançamento do empreendimento.

* Mônica Mercês é economista, assessora de Plane-jamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário – QGDI.

mônica mercês*

lições Pós-boom imobiliário

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construir EconoMiA

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Muito mais importante que o

tamanho do banco de terrenos, é a sua

qualidade que é fundamental para

as etapas seguintes do negócio. Sem ela,

a possibilidade de insucesso é grande, diria quase plena.

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cub - custo unitário básico

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Os valores abaixo referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram

calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de or-çamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classi-ficado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.” Os preços unitários dos insumos constantes do lote básico foram cotados no período de: 1 à 24 de fevereiro de 2014. A partir de fevereiro/2007, com a entrada em vigor da NBR 12.721/2006, adotamos o projeto-padrão R-16-N como o novo CUB PADRÃO do SINDUS-CON/PE, e passamos a divulgar os valores referentes a materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipamentos, que formam este CUB Padrão, bem como suas variações percentuais no mês, no ano e em 12 meses.

ProJetos Padrão de aCabamentoProjetos- -PAdrões

r$/ m²

Variação PerCentual

mensalaCumulado

no anoaCum. em 12 meses

RESIDENCIAIS

R-1 (Residência Unifamiliar)

Baixo R-1-B 1.185,79 4,07% 8,32% 9,11%

Normal R-1-N 1.446,17 4,45% 8,58% 9,56%

Alto R-1-A 1.838,70 3,85% 8,47% 9,61%

PP-4 (Prédio Popular)Baixo PP-4-B 1.088,07 3,98% 8,32% 9,49%

Normal PP-4-N 1.361,92 4,31% 8,61% 9,57%

R-8 (Residência Multifamiliar)

Baixo R-8-B 1.027,67 4,00% 8,30% 9,40%

Normal R-8-N 1.162,50 4,63% 8,52% 9,51%

Alto R-8-A 1.479,39 3,75% 8,54% 9,81%

R-16 (Residência Multifamiliar)Normal R-16-N 1.134,26 4,54% 8,54% 9,58%

Alto R-16-A 1.459,61 4,61% 8,44% 9,46%

PIS (Projeto de Interesse Social) PIS 771,42 4,23% 6,93% 8,12%

RP1Q (Residência Popular) RP1Q 1.115,44 5,52% 7,95% 8,63%

COMERCIAIS

CAL-8 (Comercial Andares Livres)Normal CAL-8-N 1.309,59 4,77% 8,39% 9,08%

Alto CAL-8-A 1.441,39 4,32% 8,46% 9,35%

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-8-N 1.112,89 5,08% 8,50% 9,09%

Alto CSL-8-A 1.262,44 4,54% 8,87% 9,78%

CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-16-N 1.483,27 5,07% 8,44% 9,19%

Alto CSL-16-A 1.681,32 4,54% 8,78% 9,82%

GI (Galpão Industrial)GI 623,06 4,82% 7,82% 8,56%

6,21% Valor(r$/m2)Variação PerCentual

mensal no ano em 12 meses

CUB DE MATERIAIS 590,54 0,94% 7,64% 9,50%

CUB DE MÃO DE OBRA 491,51 9,76% 9,76% 9,86%

CUB DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS 46,05 0,00% 8,99% 8,99%

CUB DE EQUIPAMENTOS DE OBRA 6,16 0,00% -1,91% -0,16%

CUB TOTAL 1.134,26 4,54% 8,54% 9,58%

VARIAção do CuB-pAdRão: R-16-N

feVereiro de 2014

insumos

março-2014 - Cotação no período de 05 a 26-03-2014.Esta seção contém a listagem de preços unitários de insumos para construção civil. Responsabilidade técnica do engenheiro Clelio Fonseca de Morais (CREA nº 041752. Titular da CM-Assessoria de Obras Ltda.) Fone: (81) 3236.2354 - 9108.1206 | [email protected] | www.cleliomorais.com.br | Assinantes da Revista Construir Nordeste têm desconto de 50% sobre o preço da assinatura anual da lista de preços de serviços, contendo a listagem resumida de preços unitários (com preços unitários de materiais e mão de obra separados); um quadro com diversos indicadores econômicos e setoriais dos últimos 13 meses, e mais outras informações interessantes para o setor.

aglomerantes

Cal hidratado Calforte Narduk kg 0,58

Cal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg) sc 5,78

Cimento Portland kg 0,440

Cimento Portland (saco c/ 50 kg) sc 21,87

Cimento branco específico Narduk kg 1,02

Cimento branco específico Narduk (saco com 40 kg) sc 40,99

Gesso em pó de fundição (rápido) kg 0,43

Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg) sc 17,31

Gesso em pó para revestimento (lento) kg 0,35

Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg)

sc 14,00

Gesso Cola kg 1,53

Gesso Cola (saco com 5kg) sc 7,67

artefatos de Cimento

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa)

un 1,55

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa)

un 1,75

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa)

un 2,07

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa)

un 2,40

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa)

un 3,06

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's aberta 60x40x40cm

un 56,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's fechada 60x40x50cm

un 71,97

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x50x40cm

un 74,83

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x45x60cm

un 86,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's fechada 70x45x60cm

un 73,00

Elemento vazado de cimento Acinol-CB2/L com 19x19x15cm

un 2,80

Elemento vazado de cimento Acinol-CB6/L/Veneziano 25x25x8cm

un 4,20

Elemento vazado de cimento Acinol-CB7/L/Colmeia com 25x25x10cm

un 4,90

Elemento vazado de cimento Acinol-CB/9/Boca de Lobo 39x18x9cm

un 4,20

Lajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cm

m2 15,13

Lajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cm

m2 16,10

Meio fio de concreto pré-moldado de 100x30x12cm un 15,50

Nervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2

m 8,06

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 28,17

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 30,83

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 32,67

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 35,50

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2)

m2 33,67

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2)

m2 37,33

Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma) m2 32,00

Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1 m 12,60

Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1 m 19,12

Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1 m 27,92

Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1 m 35,68

Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1 m 55,25

Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1 m 105,30 Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1 m 154,60 Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1 m 230,00 Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2 m 45,00 Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2 m 56,15 Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2 m 73,00 Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2 m 106,00 Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2 m 187,25

Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2 m 249,50

Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2 m 469,00 Verga de concreto armado de 10x10cm m 12,95 Vigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 8,46

Vigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 9,05

Vigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 7,66

Vigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 8,24

Vigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 7,71

Vigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 13,30

Vigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 7,95

Vigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 14,86

Vigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 8,45

Vigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 9,24

artefatos de fibroCimento

Caixa d'água cônica CRFS de 250 litros c/tampa Brasilit un 79,02

Caixa d'água cônica CRFS de 500 litros c/tampa Brasilit un 150,16

Caixa d'água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa Brasilit

un 252,86

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior Brasilit un 4,10

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior Brasilit un 4,10

Cumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS Brasilit

un 49,90

Cumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m Brasilit un 34,37 Cumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m Brasilit un 34,33 Cumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m Brasilit un 34,33

Telha Kalheta 8mm de 3,00m Brasilit un 147,67

Telha Kalheta 8mm de 4,00m Brasilit un 181,95

Telha Kalheta 8mm de 5,50m Brasilit un 215,30

Telha Kalheta 8mm de 6,00m Brasilit un 239,94

Telha Kalheta 8mm de 6,50m Brasilit un 254,74

Telha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS Brasilit un 221,43

Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS Brasilit un 451,29

Telha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS Brasilit un 513,73

Telha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS Brasilit un 612,43

Telha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS Brasilit un 618,47

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m Brasilit un 7,01

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m Brasilit un 12,48

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m Brasilit un 12,07

Telha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m Brasilit un 115,55

Telha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m Brasilit un 180,08

Telha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m Brasilit un 186,39 Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 25,80

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 31,67

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 37,17

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 43,55

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 49,93

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 31,20

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 37,83

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 44,63

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 52,27

Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 62,87

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m Brasilit

un 39,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m Brasilit

un 49,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m Brasilit

un 59,50

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m Brasilit

un 69,70

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m Brasilit

un 79,90

agregados

Areia fina m3 44,00 Areia grossa m3 45,00 Saibro m3 37,67 Barro para aterro m3 23,33 Barro para jardim m3 35,00 Pó de pedra m3 43,33 Brita 12 m3 73,00 Brita 19 m3 73,00 Brita 25 m3 73,33

Brita 38 m3 68,33 Brita 50 m3 65,00 Brita 75 m3 64,00 Pedra rachão m3 52,00 Paralelepípedo un 0,40 Meio fio de pedra granítica m 10,00

argamassa Pronta

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg)

sc 6,51

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno kg 0,33 Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg)

sc 11,95

Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo kg 0,60 Argamassa Megaflex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg)

sc 21,59

Argamassa Megaflex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg)

sc 23,21

Massa para alvenaria (saco 40kg) sc 11,22

Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg) sc 5,05

Reboco externo pronto (saco 20kg) sc 5,25

Rejunte aditivado interno (saco 40kg) sc 42,86 Rejunte aditivado interno Narduk kg 1,07 Rejunte aditivado flexível externo (saco 40kg)

sc 56,39

Rejunte aditivado flexível externo Narduk kg 1,41

arames

Arame galvanizado nº 10 BWG liso 3.40mm kg 5,71 Arame galvanizado nº 12 BWG liso 2.76mm kg 5,79 Arame galvanizado nº 14 BWG liso 2.10mm kg 6,47 Arame galvanizado nº 16 BWG liso 1.65mm kg 6,85 Arame galvanizado nº 18 BWG liso 1.24mm kg 8,09 Arame recozido 18 BWG preto kg 6,68

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 250m un 117,42

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 400m un 187,78

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 250m

un 99,75

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 500m

un 185,34

bombas Centrífugas

Bomba centrífuga trifásica de 1/2 CV Schneider un 540,46

Bomba centrífuga trifásica de 3/4 CV Schneider un 577,32

Bomba centrífuga trifásica de 1 CV Schneider un 611,00

Bomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV Schneider un 790,43

Bomba centrífuga trifásica de 2 CV Schneider un 847,25

Bomba centrífuga trifásica de 3 CV Schneider un 690,30

Bomba centrífuga trifásica de 5 CV Schneider un 1.430,92

Bomba centrífuga trifásica de 7,5 CV Schneider un 1.760,67

Bomba centrífuga monofásica de 1/4 CV Schneider un 461,49

Bomba centrífuga monofásica de 1/2 CV Schneider un 539,79

Bomba centrífuga monofásica de 3/4 CV Schneider un 585,38

Chave de proteção magnética trifásica até 5CV WEG un 160,71

Chave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEG un 173,08

Chave de proteção magnética trifásica até 10CV WEG un 207,79

Bóia para bomba com 10 amperes un 47,59

Bóia para bomba com 20 amperes un 47,65

CarPetes

Carpete Flortex Tradition Grafite da Fademac com 3mm

m2 11,23

Carpete Reviflex Diloop Grafite da Fademac com 4mm m2 12,15

ConCreto usinado

Concreto usinado FCK=10MPa m3 239,00 Concreto usinado FCK=15MPa m3 245,00

Concreto usinado FCK=15MPa bombeável m3 253,00

Concreto usinado FCK=20 MPa m3 255,50 Concreto usinado FCK=20 MPa bombeável m3 265,00 Concreto usinado FCK=25 MPa m3 278,67 Concreto usinado FCK=25 MPa bombeável m3 290,00

Concreto usinado FCK=30 MPa m3 289,00

Concreto usinado FCK=30 MPa bombeável m3 300,00

Concreto usinado FCK=35 MPa m3 310,00

Concreto usinado FCK=35 MPa bombeável m3 320,00 Taxa de bombeamento m3 32,50

esquadrias de alumínio

Janela de alumínio com bandeira m2 336,67 Janela de alumínio sem bandeira m2 303,33 Janela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00m m2 336,67 Porta de alumínio com saia e bandeira m2 450,00

esquadrias de ferro

Gradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4" e barras de 1"x1/4"

m2 283,33

Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.) m2 326,67

Lajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cm

m2 150,00

Bancada de granito verde ubatuba de 60x2cm

ml 182,00

Divisória de box em granito verde ubatuba 7x2cm ml 39,00

Soleira de granito verde ubatuba de 15x2cm

ml 30,00

Rodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

ml 19,33

imPermeabiliZantes

Acquella (galão de 3,6 litros) gl 68,25 Acquella (lata de 18 litros) lata 305,31 Bianco (galão de 3,6 litros) gl 33,50 Bianco (balde de 18 litros) bd 146,83 Compound adesivo (A+B) (2 latas=1kg) kg 40,40 Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (galão de 3,6 litros)

gl 33,95

Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (balde de 18 litros)

bd 136,79

Frioasfalto (galão de 3,9 kg) gl 25,90 Frioasfalto (balde de 20kg) bd 125,45 Neutrol (galão de 3,6 litros) gl 59,42 Neutrol (lata de 18 litros) lata 237,36 Vedacit (galão de 3,6 litros) bd 17,30 Vedacit (balde de 18 litros) bd 67,45 Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg) gl 45,88 Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg) bd 154,80 Vedaflex (cartucho com 310ml) cart 26,47 Vedapren preto (galão de 3,6 litros) gl 40,05 Vedapren preto (balde de 18kg) bd 148,52 Vedapren branco (galão de 4,5 kg) gl 74,88 Vedapren branco (balde de 18kg) bd 225,46 Sika nº 1 (balde de 18 litros) bd 59,88 Igol 2 (balde de 18kg) bd 136,43 Igol A (balde de 18kg) bd 201,48 Silicone (balde de 18 litros) bd 170,01

madeiras

Assoalho de madeira em Ipê de 15x2cm m2 71,74 Assoalho de madeira em Jatobá de 15x2cm m2 78,05 Rodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cm m 8,93

Lambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cm m2 29,50

Folha de "fórmica" texturizada branca de 3,08x1,25m

un 47,97

Folha de "fórmica" brilhante branca de 3,08x1,25m

un 43,47

Estronca roliça tipo litro m 1,80 Barrote de madeira mista de 6x6cm m 5,82 Sarrafo de madeira mista de 10cm (1"x4") m 2,87

Tábua de madeira mista de 15cm (1"x6") m 4,25

Tábua de madeira mista de 22,5cm (1"x9") m 5,61

Tábua de madeira mista de 30cm (1"x12") m 8,09

Madeira serrada para coberta (Massaranduba) m3 2.379,00 Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cm

m 26,93

Peça de massaranduba para coberta de 6x10cm

m 18,39

Barrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cm m 9,53

Ripa de massaranduba para coberta de 4x1cm

m 4,74

Prancha de massaranduba para escoramento de 3x15cm

m 14,88

Prancha de massaranduba para escoramento de 5x15cm

m 28,53

Chapa de madeira plastificada de 10mm c/1,10x2,20m

un 41,18

Chapa de madeira plastificada de 12mm c/1,10x2,20m

un 46,61

Chapa de madeira plastificada de 15mm c/1,10x2,20m

un 55,93

Chapa de madeira plastificada de 17mm c/1,10x2,20m

un 73,59

Chapa de madeira plastificada de 20mm c/1,10x2,20m

un 81,79

Chapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20m un 17,72

Chapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20m un 25,98

Chapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20m un 30,12

Chapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20m

un 36,26

Chapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m un 41,99

materiais elÉtriCos e telefÔniCos

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 1/2" m 1,13

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 3/4" m 1,50

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" (vara com 3m)

vara 3,92

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" (vara com 3m)

vara 5,53

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1" (vara com 3m) vara 8,47

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" (vara com 3m)

vara 10,72

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" (vara com 3m)

vara 13,75

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2" (vara com 3m) vara 17,70

Soleira de granito preto tijuca de 15x2 cm m 38,50

Rodapé de granito preto tijuca de 7x2cm m 24,67

Lajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cm m2 190,00

Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fio 12 m2 510,00

Tubo de ferro preto de 2" m 18,37 Tubo de ferro preto de 4" m 38,76 Tubo de ferro preto de 6" m 90,87 Tubo de ferro galvanizado de 2" m 31,12 Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2" m 38,98 Tubo de ferro galvanizado de 4" m 86,13

equiPamentos Contra-inCÊndio

Adaptador de 2.1/2"x1.1/2" un 54,33

Adaptador de 2.1/2"x2.1/2" un 68,37

Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predial

un 236,00

Chave Storz un 17,67

Esguicho Jato sólido de 1.1/2" un 53,67

Extintor de água pressurizada 10 litros un 113,33

Extintor de CO2 de 6kg un 461,67

Extintor de pó quimico 4kg un 98,27

Extintor de pó quimico 6kg un 110,60

Extintor de pó quimico 8kg un 143,00

Extintor de pó quimico 12kg un 181,67

Mangueira predial de 1.1/2" x 15m com união

un 219,33

Mangueira predial de 1.1/2" x 30m com união

un 466,67

Porta corta fogo P90 de 0,80x2,10m un 917,50

Porta corta fogo P90 de 0,90x2,10m un 972,50

Registro Globo 45° de 2.1/2" un 139,33

Tampa de ferro fundido de 60x40cm "incêndio" un 234,00

Tampão cego de 1.1/2" T.70 articulado un 60,12

esquadrias de madeira

Porta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m

un 63,68

Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m

un 54,93

Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m

un 55,26

Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m

un 65,00

Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAI

un 68,30

Porta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAI

un 66,55

Porta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAI

un 74,02

Porta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAI

un 84,44

Porta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 167,30

Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 198,07

Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 242,67

Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 241,77

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 182,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 203,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 219,25

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 154,26

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 160,26

Porta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 185,67

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 216,00

Grade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 45,33

Grade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 106,33

Grade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

un 55,00

equiPamentos

Retroescavadeira 580H, 4x4 (com operador) h 75,83

Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m) mês 12,00

Betoneira elétrica de 400L sem carregador mês 337,88

Compactador CM/13 elétrico mês 363,33 Compactador CM/20 elétrico mês 575,33Cortadora de piso elétrica mês 597,67 Furadeira industrial Bosch ref. 1174 mês 163,33 Guincho de coluna (foguete) mês 302,33 Mangote vibratório de 35mm mês 81,67 Mangote vibratório de 45mm mês 81,67 Motor elétrico para vibrador mês 90,67 Pistola finca pinos mês 177,50 Pontalete metálico regulável (1 peça) mês 6,00 Serra elétrica circular de bancada mês 121,33

ferros

Ferro CA-25 de 12,5mm kg 3,02 Ferro CA-25 de 20mm kg 3,26

Ferro CA-25 de 25mm kg 3,21 Ferro CA-50 de 6,3mm kg 3,75

Ferro CA-50 de 8mm kg 3,78

Ferro CA-50 de 10mm kg 3,50

Ferro CA-50 de 12,5mm kg 3,26

Ferro CA-50 de 16mm kg 3,28

Ferro CA-50 de 20mm kg 3,44

Ferro CA-50 de 25mm kg 3,16

Ferro CA-50 de 32mm kg 3,05

Ferro CA-60 de 4,2mm kg 3,44

Ferro CA-60 de 5mm kg 3,47

Ferro CA-60 de 6mm kg 3,33

Ferro CA-60 de 7mm kg 3,30

Ferro CA-60 de 8mm kg 2,61

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

m2 5,57

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

m2 8,49

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

kg 5,50

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

m2 9,89

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

kg 5,64

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

m2 12,41

forros, diVisórias e serViços de gesso

Bloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisória

un 7,17

Placa de gesso lisa para forro com 65x65cm un 3,18

Rodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicado

m 15,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicado

m 18,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicado

m 20,00

Junta de dilatação de gesso em "L" de 2x2cm aplicada

m 13,33

Junta de dilatação de gesso em "L" de 3x3cm aplicada

m 18,00

ferragens de Porta

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1500 LaFonte

un 4,59

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1410 LaFonte

un 5,82

Dobradiça em latão cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 90 LaFonte

un 10,23

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte

un 86,15

Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte

un 63,54

Conjunto de fechadura para WC ref. 521 B-CR LaFonte

un 63,90

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonte

un 61,08

Conjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonte

un 49,80

Conjunto de fechadura para WC ref. 436B-CR LaFonte

un 49,80

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonte

un 86,43

Conjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonte

un 54,31

Conjunto de fechadura para WC ref. 2078 B-CR LaFonte

un 63,87

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonte

un 134,96

Conjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonte

un 107,28

Conjunto de fechadura para WC ref. 608B-CR LaFonte

un 107,28

granitos

Granilha nº 02 (saco com 40kg) sc 10,40 Granilha nº 02 kg 0,17 Bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba,test.e esp.

m 165,80

Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cm

m 19,93

Soleira de granito cinza andorinha de 15x2 cm

m 26,78

Rodapé de granito cinza andorinha com 7x2cm

m 16,70

Lajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cm

m2 111,25

Lajota de granito preto tijuca de 50x50x2cm

m2 250,00

Lajota de granito preto tijuca de 15x30x2cm

m2 235,00

Bancada de granito preto tijuca de 60x2cm m 227,00

Divisória de box em granito preto tijuca 7x2 cm

m 50,50

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" (vara com 3m)

vara 37,18

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3" (vara com 3m) vara 45,05

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un 1,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un 1,20

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un 1,82

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un 2,68

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

un 3,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un 5,13

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un 12,37

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un 14,42

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" un 0,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" un 0,68

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1" un 0,89

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" un 1,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" un 1,82

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2" un 2,83

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" un 7,96

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3" un 9,75

Bucha de alumínio de 1/2" un 0,37

Bucha de alumínio de 3/4" un 0,50

Bucha de alumínio de 1" un 0,69

Bucha de alumínio de 1.1/4" un 0,94

Bucha de alumínio de 1.1/2" un 1,14

Bucha de alumínio de 2" un 2,31

Bucha de alumínio de 2.1/2" un 2,00

Bucha de alumínio de 3" un 3,26

Arruela de alumínio de 1/2" un 0,24

Arruela de alumínio de 3/4" un 0,28

Arruela de alumínio de 1" un 0,53

Arruela de alumínio de 1.1/4" un 0,76

Arruela de alumínio de 1.1/2" un 0,90

Arruela de alumínio de 2" un 1,14

Arruela de alumínio de 2.1/2" un 1,98

Arruela de alumínio de 3" un 2,36

Caixa de passagem em PVC de 4"x4" un 3,17

Caixa de passagem em PVC de 4"x2" un 1,82

Caixa de passagem sextavada em PVC de 3"X3" un 2,95

Caixa de passagem octogonal em PVC de 4"X4" un 3,20

Soquete para lâmpada (bocal) com rabicho un 1,73

Soquete para lâmpada (bocal) sem rabicho un 1,86

Cabo de cobre nú de 10mm2 m 4,59

Cabo de cobre nú de 16mm2 m 6,26

Cabo de cobre nú de 25mm2 m 9,65

Cabo de cobre nú de 35mm2 m 13,53

Cabo flexível de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,57

Cabo flexível de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 1,03

Cabo flexível de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,84

Cabo flexível de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,51

Cabo flexível de 10mm2 com isolamento plástico

m 4,23

Cabo flexível de 16mm2 com isolamento plástico

m 6,70

Cabo flexível de 25mm2 com isolamento plástico

m 12,28

Cabo flexível de 35mm2 com isolamento plástico

m 14,75

Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,60

Fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 0,94

Fio rígido de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,56

Fio rígido de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,17

Fita isolante de 19mm (rolo com 20m) un 10,27

Disjuntor monopolar de 10A Pial un 7,95

Disjuntor monopolar de 15A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 20A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 25A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 30A Pial un 6,99

Disjuntor tripolar de 10A Pial un 42,73

Disjuntor tripolar de 25A Pial un 43,37

Disjuntor tripolar de 50A Pial un 45,19

Disjuntor tripolar de 70A Pial un 71,90

Disjuntor tripolar de 90A Pial un 68,53

Disjuntor tripolar de 100A Pial un 68,26

Disjuntor monopolar de 10A GE un 5,38

Disjuntor monopolar de 15A GE un 5,25

Disjuntor monopolar de 20A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 25A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 30A GE un 5,50

Disjuntor tripolar de 10A GE un 45,00

Disjuntor tripolar de 25A GE un 41,25

Disjuntor tripolar de 50A GE un 42,00

Disjuntor tripolar de 70A GE un 71,13

Disjuntor tripolar de 90A GE un 60,00

Disjuntor tripolar de 100A GE un 60,00

Quadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntores

un 11,92

Quadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntores

un 39,22

Quadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntores

un 70,85

Quadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores

un 119,99

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntores

un 37,73

Quadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntores

un 123,50

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntores

un 46,33

Quadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntores

un 181,95

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntores

un 66,10

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de embutir

un 29,93

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de sobrepor

un 30,23

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Pratis cj 5,78

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Pratis cj 10,25

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Pratis cj 14,56

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Pratis cj 7,73

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Pratis

cj 13,70

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Pratis

cj 12,38

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 12,00

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 15,23

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 6,58

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 14,40

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Pratis

cj 7,71

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis

cj 8,90

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Pratis

cj 17,80

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Pratis

cj 6,28

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Pratis

cj 6,20

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Pratis

cj 13,26

Suporte padrão 4"x2" Pial Pratis un 0,67 Suporte padrão 4"x4" Pial un 1,23 Placa cega 4"x2" Pial Pratis un 2,26 Placa cega 4"x4" Pial Pratis un 5,48

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Plus cj 8,68

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Plus cj 15,90

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Plus cj 22,62

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Plus cj 11,18

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Plus cj 21,90

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Plus

cj 18,90

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 16,26

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 18,83

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Plus

cj 7,56

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Plus

cj 15,20

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Plus

cj 13,68

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus

cj 11,03

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus

cj 29,65

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Plus

cj 9,90

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Plus

cj 8,46

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Plus

cj 15,03

Suporte padrão 4"x2" Pial Plus un 1,03

Placa cega 4"x2" Pial Plus un 2,40

Placa cega 4"x4" Pial Plus un 5,73 Haste de aterramento Copperweld de 5/8"X2,40m com conectores

un 21,56

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis

cj 10,70

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Pratis

cj 16,60

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus

cj 15,00

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Plus

cj 21,52

Cabo telefônico CCI 50 - 1 par m 0,27

Cabo telefônico CCI 50 - 2 pares m 0,43

Cabo telefônico CCI 50 - 3 pares m 0,67

Cabo telefônico CCI 50 - 4 pares m 1,12

Cabo telefônico CCI 50 - 5 pares m 0,93

Cabo telefônico CCI 50 - 6 pares m 1,69

Quadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cm

un 51,30

Quadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cm

un 81,56

Quadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cm

un 119,85

Quadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cm

un 144,44

Quadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cm

un 212,33

Quadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cm

un 356,38

Quadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

un 895,48

materiais hidráuliCos

Caixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redonda

un 6,50

Caixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redonda

un 10,55

Caixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redonda

un 15,04

Caixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redonda

un 16,76

Ralo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelha un 5,08

Adaptador de PVC para válvula de pia e lavatório un 1,31

Bucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mm

un 1,27

Curva de PVC soldável para água de 20mm un 1,13

Curva de PVC soldável para água de 25mm un 1,53

Curva de PVC soldável para água de 32mm un 3,17

Curva de PVC soldável para água de 40mm un 5,54

Joelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4"

un 1,80

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2" un 1,00

Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4" un 1,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1" un 2,56

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4" un 6,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2" un 7,56

Joelho 90° de PVC roscável para água de 2" un 15,00

Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mm un 0,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 25mm un 0,46

Joelho 90° de PVC soldável para água de 32mm un 1,20

Joelho 90° de PVC soldável para água de 40mm un 2,90

Joelho 90° de PVC soldável para água de 50mm un 3,33

materiais de Pintura

Fundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão)

gl 73,20

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão) gl 23,77

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros)

lata 103,13

Selador acrílico para parede externa (galão) gl 23,57

Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros) lata 103,53

Massa corrida PVA (galão) gl 10,67 Massa corrida PVA (lata c/18 litros) lata 36,43 Massa acrílica (galão) gl 23,43 Massa acrílica (lata c/18 litros) lata 99,63 Massa à óleo (galão) gl 37,93 Solvente Aguarrás (galão c/5 litros) gl 60,90 Tinta latex fosca para interior (galão) gl 23,90 Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros) lata 106,63 Tinta latex para exterior (galão) gl 44,87Tinta latex para exterior (lata c/18 litros) lata 222,47 Líquido para brilho regulador (galão) gl 45,27 Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros) lata 223,47 Tinta acrílica fosca (galão) gl 45,27 Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros) lata 191,60 Textura acrílica (galão) gl 22,10 Textura acrílica (lata c/18 litros) lata 98,40 Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão)

gl 62,70

Verniz marítimo à base de poliuretano (galão) gl 56,63Tinta antiferruginosa Zarcão (galão) gl 59,80 Esmalte sintético acetinado (galão) gl 59,77 Esmalte sintético brilhante (galão) gl 51,23 Tinta à óleo (galão) gl 44,19 Tinta à óleo para cerâmica (galão) gl 72,67 Tinta acrílica especial para piso (galão) gl 32,97 Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros) lata 143,60 Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão) gl 151,33 Diluente epoxi (litro) l 20,63 Lixa para parede un 0,45 Lixa para madeira un 0,54 Lixa d'água un 0,87 Lixa para ferro un 1,87 Estopa para limpeza kg 8,13 Ácido muriático (litro) l 2,87 Cal para pintura kg 0,84

Pia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 270,83

Pia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 468,87

Pia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 293,88

Pia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 481,76

Cuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke Douat

un 169,33

Tanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke Douat

un 374,93

Mictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke Douat

un 612,50

Válvula para pia de aço inox, de 3 1/2"x1 1/2", Franke Douat

un 16,42

mármores

Bancada de mármore branco rajado de 60x2cm

m 131,20

Bancada de mármore branco extra de 60x2cm

m 416,53

Bancada de mármore travertino de 60x2cm

m 197,47

Lajota de mármore branco extra de 30x30x2cm

m2 157,50

Lajota de mármore branco rajado de 15x30x2cm

m2 69,00

Lajota de mármore branco rajado de 30x30x2cm

m2 58,33

Lajota de mármore travertino de 30x30x2cm

m2 122,50

Lajota de mármore travertino de 15x30x2cm

m2 115,00

Rodapé em mármore branco rajado de 7x2cm

m 14,00

Rodapé em mármore travertino de 7x2cm m 21,33

Soleira em mármore branco extra de 15x2cm

m 48,33

Soleira em mármore branco rajado de 15x2cm

m 21,33

Soleira em mármore travertino de 15x2cm

m 31,00

Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 41,30

Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 49,18

Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 79,73

Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 116,56

Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 158,56

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 17,02

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 30,88

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 38,28

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m)

vara 44,72

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 110,33

Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2" Docol

un 146,40

Vedação para saída de vaso sanitário un 6,51 Adesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 26,64

Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 24,46

materiais de inoX

Pia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 135,83

Pia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 176,43

Joelho 90° de PVC soldável para água de 65mm un 13,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 75mm un 47,38

Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mm un 53,53

Joelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 10,43

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mm un 0,98

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mm un 1,50

Joelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mm un 1,95 Junção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 9,38

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,26

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2" CR/CR Deca

un 105,72

Registro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1" Deca

un 43,12

Registro de gaveta Bruto B1510 de 1.1/2" Fabrimar un 60,26

Registro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,73

Tê de PVC roscável de 1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 1,37

Tê de PVC roscável de 3/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 1,95

Tê de PVC roscável de 1" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 4,51

Tê de PVC roscável de 1.1/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 9,48

Tê de PVC roscável de 1.1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 11,63

Tê de PVC roscável de 2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre un 18,80 Tê de PVC soldável de 25mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 0,72

Tê de PVC soldável de 60mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 17,55

Tê de PVC soldável de 75mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 32,25

Tê de PVC soldável de 85mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 50,23

Tubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco Astra

un 4,52

Tubo de PVC roscável de 1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 19,53

Tubo de PVC roscável de 3/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 26,83

Tubo de PVC roscável de 1" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 54,26

Tubo de PVC roscável de 1.1/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 70,46

Tubo de PVC roscável de 1.1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 85,92

Tubo de PVC roscável de 2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 129,13

Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 8,10

Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 11,73

Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 24,46

insumos

Pedra Ardósia cinza de 40x40cm m2 14,67

Pedra Ardósia verde de 20x20cm m2 20,03

Pedra Ardósia verde de 20x40cm m2 26,00

Pedra Ardósia verde de 40x40cm m2 26,42

Pedra Itacolomy do Norte irregular m2 20,67 Pedra Itacolomy do Norte serrada m2 27,34

Pedra São Thomé Cavaco m2 33,00

Pedra Cariri serrada de 30x30cm m2 17,34 Pedra Cariri serrada de 40x40cm m2 17,67 Pedra Cariri serrada de 50x50cm m2 18,00 Pedra sinwalita de corte manual m2 21,00 Pedra Sinwalita serrada m2 27,67 Pedra portuguesa (2 latas/m2) m2 15,33 Pedra Itamotinga Cavaco m2 15,67 Pedra Itamotinga almofada m2 18,33 Pedra Itamotinga Corte Manual m2 20,67 Pedra Itamotinga Serrada m2 26,67 Pedra granítica tipo Canjicão Almofada m2 32,00 Pedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cm m2 27,00 Solvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros) lata 33,00

Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros) gl 38,80

reVestimentos ViníliCos e de borraCha

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flash m2 34,54

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm com flash

m2 40,47

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm sem flash

m2 45,11

Piso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar

m2 18,08

telhas metáliCasTelha de alumínio trapezoidal com 0,5mm m2 31,33 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mm

un 106,99

Telha de alumínio trapezoidal com 0,4mm m2 25,76 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm

un 91,52

VidrosVidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado)

m2 27,44

Vidro Canelado incolor (cortado) m2 27,04 Vidro aramado incolor de 7mm (cortado) m2 91,29

Vidro anti-reflexo (cortado) m2 30,21

Vidro liso incolor de 3mm (cortado) m2 23,20

Vidro liso incolor de 4mm (cortado) m2 32,77

Vidro liso incolor de 5mm (cortado) m2 37,22

Vidro liso incolor de 6mm (cortado) m2 43,48 Vidro liso incolor de 8mm (cortado) m2 66,74

Vidro liso incolor de 10mm (cortado) m2 83,10

Vidro laminado incolor 3+3 (cortado) m2 110,63

Vidro laminado incolor 4+4 (cortado) m2 131,42

Vidro laminado incolor 5+5 (cortado) m2 161,29

Vidro bronze de 4mm (cortado) m2 42,74

Vidro bronze de 6mm (cortado) m2 65,06

Vidro bronze de 8mm (cortado) m2 102,18

Vidro bronze de 10mm (cortado) m2 131,07

Vidro cinza de 4mm (cortado) m2 36,46

Vidro cinza de 6mm (cortado) m2 57,54

Vidro cinza de 8mm (cortado) m2 86,12

Vidro cinza de 10mm (cortado) m2 108,62

Espelho prata cristal de 3mm (cortado) m2 49,04

Espelho prata cristal de 4mm (cortado) m2 73,27

Espelho prata cristal de 6mm (cortado) m2 108,79

Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado)

m2 128,83

Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado)

m2 149,49

Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado)

m2 169,32

Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado un 10,31

Junta de vidro para piso m 0,40

Massa para vidro kg 1,22

mão de obraArmador h 5,60 Azulejista h 5,60 Calceteiro h 5,60 Carpinteiro h 5,60 Eletricista h 5,60 Encanador h 5,60 Gesseiro h 5,60 Graniteiro h 5,60 Ladrilheiro h 5,60 Marceneiro h 5,60 Marmorista h 5,60 Pastilheiro h 5,60 Pintor h 5,60 Serralheiro h 5,60 Telhadista h 5,60 Vidraceiro h 5,60 Pedreiro h 4,65 Servente h 3,42

Torneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 Deca

un 183,80

Torneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca

un 185,97

Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) Deca

un 99,52

Ducha manual Evidence cromada 1984C CR Deca un 146,70

Válvula de descarga Hydra Max de 1.1/2" ref. 2550504 Deca

un 138,10

Válvula cromada para lavatório ref.1602500 Deca un 37,46

Válvula cromada para lavanderia ref. 1605502 Deca un 45,86

Válvula de PVC para lavatório un 3,33

Válvula de PVC para tanque ou pia de cozinha

un 2,97

outrosCorda de nylon de 3/8" kg 15,68 Tela de nylon para proteção de fachada m2 3,38 Bucha para fixação de arame no forro de gesso kg 4,33 Pino metálico para fixação à pistola com cartucho

un 0,59

Cola Norcola (galão com 2,85kg) gl 31,71

Cola branca (pote de 1 kg) kg 6,92

Bloco de EPS para laje treliçada m3 208,75

Produtos CerÂmiCosTijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cm mil 383,33

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm mil 186,50

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cm mil 326,67

Tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm mil 442,11

Tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cm mil 474,39

Tijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cm mil 605,00

Tijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cm

mil 400,00

Tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm mil 417,50

Telha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2 mil 420,00

Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2 mil 770,00

Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2

mil 950,00

Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (Bahia) - 28un/m2

mil 2.250,00

Telha em cerâmica tipo colonial Barro Forte (Maranhão) - 25un/m2

mil 1.640,00

Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cm

mil 1.285,80

Massa refratária seca kg 0,72

Taxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro)

mil 50,00

Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje pré-moldada

mil 720,00

Pregos e Parafusos

Prego com cabeça de 1.1/4"x14 kg 5,96

Prego com cabeça de 2.1/2"x10 kg 5,98

Parafuso de 5/16"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 1,28

Arruela de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,16

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16"

un 0,17

Porca de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,15 Parafuso de 1/4"x100mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,31

Parafuso de 1/4"x150mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,52

Parafuso de 1/4"x250mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,71

Parafuso de 1/4"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,92

Arruela de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,17

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4"

un 0,12

Porca de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,10

reVestimentos CerÂmiCos

Cerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo "A" m2 17,19

Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo "A" PEI4

m2 14,45

Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cm m2 37,46 Porcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cm m2 32,85 Cerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722

m2 23,65

Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041

m2 30,73

Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073

m2 21,65

Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm m2 18,67

Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo "A" m2 16,41

reVestimentos de Pedras naturaisPedra Ardósia cinza de 20x20cm m2 12,33

Pedra Ardósia cinza de 20x40cm m2 13,33

Balcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba marmorizado Marnol

un 69,56

Balcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba granitado Marnol

un 80,53

Misturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR Deca un 240,10 Misturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR Deca

un 372,30

Misturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR Deca

un 359,60

Torneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 Deca

un 57,20

Torneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) Deca

un 56,11

Torneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR Deca un 87,53 Torneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 Deca

un 66,63

Tinta Hidracor (saco com 2kg) sc 3,40 Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas) lata 5,13

materiais Para instalação de água quente

Tubo de cobre classe "E" de 15mm (vara com 5,00m)

un 62,54

Tubo de cobre classe "E" de 22mm (vara com 5,00m)

un 100,06

Tubo de cobre classe "E" de 28mm (vara com 5,00m)

un 118,43

Tubo de cobre classe "E" de 35mm (vara com 5,00m)

un 209,22

Tubo de cobre classe "E" de 54mm (vara com 5,00m)

un 388,27

materiais sanitários

Assento sanitário Village em polipropileno AP30 Deca un 75,95

Assento sanitário almofadado branco TPK/A5 BR1 Astra un 42,86

Assento convencional branco macio TPR BR1 em plástico Astra

un 15,20

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo Celite

un 264,27

Conjunto bacia com caixa Saveiro branco Celite

un 163,90

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca

un 280,83

Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real Deca

un 277,45

Bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite un 122,56 Bacia sanitária convencional Targa branco gelo Deca un 236,83 Bacia sanitária convencional Izy branco gelo Deca un 67,68

Bacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca un 123,95

Bacia sanitária convencional Ravena cinza real Deca un 125,95 Bacia sanitária convencional Village branco gelo Deca un 169,30 Bacia sanitária convencional Village cinza real Deca un 173,83 Cuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo Deca

un 47,78

Cuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo Deca

un 46,93

Cuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo Deca

un 76,00

Lavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo Deca

un 71,90

Lavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo Deca

un 58,70

Lavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo Deca

un 140,92

Lavatório de canto Izy L101 branco gelo Deca un 73,73

Lavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco Celite un 49,45

Bolsa de ligação para bacia sanitária BS1 de 1.1/2" Astra

un 2,30

Caixa de descarga sobrepor 8 lts. c/engate e tubo ligação Fortilit/Akros/Tigre

un 19,68

Chicote plástico flexível de 1/2"x30cm Fortilit/Akros/Amanco/Luconi

un 2,88

Chicote plástico flexível de 1/2"x40cm Fortilit/Akros/Luconi

un 3,70

Chuveiro de PVC de 1/2" com braço un 5,83

Chuveiro cromado de luxo ref. 1989102 Deca un 208,47

Parafuso de fixação para bacia de 5,5x65mm em latão B-8 Sigma (par)

par 7,27

Parafuso de fixação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par)

par 13,46

Parafuso de fixação para lavatório Esteves (par) par 10,76 Sifão de alumínio fundido de 1" x 1.1/2" un 46,95 Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1"x1.1/2" Esteves

un 71,50

Sifão de PVC de 1" x 1.1/2" un 7,38

Fita veda rosca em Teflon Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m)

un 3,30

Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo Deca

un 260,33

Coluna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo Deca

un 70,60

Tanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo Deca

un 188,35

Coluna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo Deca

un 68,63

Tanque de louça sem fixação de 18 litros de 53x48cm branco Celite

un 163,45

Tanque em resina simples de 59x54cm marmorizado Resinam

un 53,23

Tanque em resina simples de 60x60cm granitado Marnol

un 50,55

Colaboradores desta edição

entrevistaAdit/BrasilRua Durval Guimarães, 1217, sala 204/210, Ponta Verde. Maceió/[email protected] I 82 3327.3465

nbr 15.575Construtora CeliAv. General Calazans, 682, Bairro Industrial. Aracaju/SE79 3216.5000

esPaço abertoDep. de Engenharia Civil/UFPEAv. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária. Recife/[email protected] I 81 2126.8220/8221

teCnologia

TecomatR. Serra da Canastra, 391 - Cordeiro. Recife/PE. 81 3366.6444/6401 I tecomat.com.br

DenverR. Vereador João Batista Fitipaldi, 500, Vila Maluf, Suzano. São Paulo/SP.denverimper.com.br I 11 4741.6000

Uniontechuniontech.com.br I 11 2216.1313

BetumatRodovia BA 522, km 03, Distrito Industrial. Candeias/BA.71 3118.2000

esPaço abertoDep. de Engenharia Civil/UFPEAv. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária. Recife/[email protected] I 81 2126.8220/8221

soCialProjeto Casa da Criança R. Dr. Raul Lafayette, 191, sala 1401, Boa Viagem. Recife/PE projetocasadacrianca.com.br I 81 3467.9968

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fabricação de peças e montagem de estruturas pré-fabricadas de concreto, sobretudo para obras de médio a grande portes. Produtos: lajes alveolares, vigas armadas, protendidas e centrifugadas, telhas de concreto, painéis, blocos de concreto para alvenaria estrutural e de vedação, e pisos intertravados de cimento

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REATORES E LUMINÁRIASILUMIwww.ilumi.com.br+55(19)35722094ROMAZIwww.romazi.com.br+55(85)33831444REVESTIMENTOS CERÂMICOSELIANEwww.eliane.com+55 (48) 34477777ELIZABEThwww.ceramicaelizabeth.com.br+55 (81) 33266230INCEPAwww.incepa.com.br+55 (41) 21052500

T TINTAS E ACESSÓRIOSCORALwww.coral.com.br0800 011 7711 IQUINEwww.iquine.com.br0800 970 9089 SUVINILwww.suvinil.com.br0800 011 7558TELHAS E CAIXAS D’ÁGUABRASILITwww.brasilit.com.br+5511224671640800116299BAKOFhttp://www.bakof.com.br+55 (55) 37443232TUBOS E CONEXÕESAMANCOwww.amanco.com.br0800 701 8770TIGRE+55 (47) 34415000www.tigre.com.br

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MARÇO 201498 MARÇO 2014 AT