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arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços ano XIV | nº 67 | abril 2013 | www.construirnordeste.com.br R$ 12,90 | € 5,60 RCN Editores Associados SANEAMENTO BÁSICO ÁREA MAIS ATRASADA DA INFRAESTRUTURA NO BRASIL PRECISA INVESTIR R$ 420 BILHÕES NOS PRÓXIMOS 20 ANOS INTERIORES Antigo casarão é transformado em contemporâneo mercado gourmet NBR 15.575 Expectativa dos profissionais para a nova Norma VIDASUSTENTÁVEL Gerenciamento de recursos hídricos é desafio

Revista Construir Nordeste Edição 67

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Revista Construir Nordeste Edição 67

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arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços

ano XIV | nº 67 | abril 2013 | www.construirnordeste.com.br

R$ 1

2,90

| €

5,60

RCN

Edito

res

Asso

ciad

os

saneamento básicoáRea mais atRasaDa Da inFRaestRUtURa no bRasiL PRecisa inVestiR R$ 420 biLHÕes nos PRÓXimos 20 anos

INTERIORESAntigo casarão é transformado em contemporâneo mercado gourmet

NbR 15.575Expectativa dos profissionais para a nova Norma

VIdaSuStEntávElGerenciamento de recursos hídricos é desafio

47

52

3665 CONSTRUIR VIDA

SUSTENTÁVEL

SEçõES

16 PALAVRAFibras alternativas e sustentabilidade | João Carlos Duarte Paes

18 ENTREVISTATijolo por tijolo | Gustavo de Miranda

22 RESPONSAbILIDADE SOCIALCasa da Criança amplia atuação em Alagoas

24 PAINEL CONSTRUIR

28 VITRINE ESTILO | VITRINE

32 ESPAÇO AbERTOAlternativas e práticas sustentáveis para um Edifício Sabido

36 CAPA Falta infraestrutura embaixo das cidades

40 ARQUITETURA | INTERIORESUma casa para a cultura brasileiraReforma preserva história e oferece tendências modernas

52 TECNOLOGIANovas tecnologias de sistemas de protensão garantem sustentabilidade

60 COMO SE FAZImpermeabilização

80 ECONOMIA E NEGÓCIOSTudo em famíliaCanteiro de obras digitalBauma 2013 atualiza o mercado da construção civilFeira destaca infraestrutura viária e rodoviária do País

89 CUSTO UNITÁRIO bÁSICO – CUb

91 INSUMOS

97 ONDE ENCONTRAR

30

80

O Movimento Vida Sustentável (MVS) vem colocando o tema Sustentabilidade na Construção Civil na ordem do dia, entre empresários, profissionais, professores, estudantes e

sociedade. busca contribuir com a modernização do setor, divulgando os princípios da construção sustentável, com foco nas pesquisas; na divulgação de produtos e iniciativas

eficientes; na multiplicação de conhecimento com a promoção de debates e capacitação, com ênfase na geração de energia, no reuso da água, drenagens e na gestão dos resíduos.

COluNaS

14 SHARE

62 CONSTRUIR DIREITO | Tiago Lima

68 TENDÊNCIAS | Renato Leal

88 CONSTRUIR ECONOMIA | Mônica Mercês

90 INDICADORES IVV | Danyelle Monteiro

ABRIl 2013 7

SumáRIO

ABRIl 2013 7

caro leitor

ABRIL 20138 ABRIl 2013 9

Caro Leitor,

SANEAMENTO BÁSICO É A MATÉRIA DE CAPA DESTA EDIÇÃO. Mostramos aqui a situação dramática instalada bem debaixo dos nossos pés, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Mas a boa notícia é que há esperança. A repórter Patrícia Félix conver-sou com especialistas para mostrar, além de novas tecnologias, dois cases de cidades que vêm se destacando no tema: Urbelândia, em Minas Gerais, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Nesta edição, trazemos ainda a entrevista com o ambientalista Valmir Fachini (caderno Construir Vida Sustentável). Ele fala so-bre o impacto ambiental do saneamento inadequado e apresenta o conceito milenar de saneamento ecológico.

O tema “água” e os entraves para gerenciamento de recursos hídricos foram apontados pelo jornalista Gil Aciolly e estudiosos deram o alerta: mais do que nunca é preciso repensar as nossas práticas para racionalização e reuso da água. Na seção Eu Digo, a advogada Telma Bartholomeu também opina sobre o assunto.

A partir da página 43, conheça dois grandes espaços da arqui-tetura contemporânea: a biblioteca Brasiliana Guita e José Min-dlin e o Mercado Gourmet BarChef. O primeiro fica em São Paulo e é mais que um prédio de linhas elegantes. É um marco do patrimônio histórico brasileiro, uma casa para abrigar obras raras e receber pesquisadores de todo o país. O outro, em Recife, é um antigo casarão do bucólico bairro do Poço da Panela, que foi transformado em um moderno Espaço Gourmet. O ousado pro-jeto preservou as características originais do imóvel e deu diversas caras aos ambientes.

Ainda nesta edição (página 54) é possível conhecer as novas tecnologias de protensão que não representam apenas economia e produtividade nas obras, mas o reaproveitamento de materiais.

Ouvimos representantes da cadeia produtiva para comentar a nova Norma de Desempenho que vem mexendo com o mercado. Nos próximos meses, você poderá conferir uma série de matérias sobre as seis etapas da NBR 15.575.

Em Economia e Negócios, trazemos exemplos de sucesso de empresas familiares na construção civil. Empresários revelam como manter separados os interesses pessoais e profissionais e, claro, garantir a longevidade dos negócios.

É uma edição inspiradora.

ABRIL 2013 ABRIl 2013 9

expediente

RCN Editores associadosDiretora | Elaine Lyra

PUbLisHeR | Elaine [email protected]

eDitoRa De conteúDo | Renata Farache

[email protected]

conselho editorialAdriana Cavendish, Alexana Vilar, bruno Ferraz, Carlos Valle, Celeste Leão,

Clélio Morais, Daniela Albuquerque, Eduardo Moraes, Elka Porciúncula, Francisco Carlos da Silveira, Inez Luz Gomes, Joaquim Correia, José Antônio de Lucas Simon, José G. Larocerie, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, Mário Disnard, Mônica Mercês, Néio Arcanjo, Otto Benar Farias, Ozéas Omena, Renato Leal, Risale Neves,

Serapião bispo, Vera barreto, Gustavo Farache

conselho técnicoProfessores:

Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, béda barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos, Eliana

Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas

RePoRtagemCatharina Paes | Daniel Vilarouca I Gil Aciolly Isabela Morais | Patrícia Felix | Renata Farache

DiagRamação e iLUstRaçãoAgência NoAR Comunicação | Michael Oliveira

ReVisão De teXto Consultexto | Claudia Oliveira

FotogRaFia André Vicente | Antônio Rodrigo | Deborag Ghelman | Leonardo Rocha |

Moisés Palácios | Marcos Santos | Mark Atkines | Renato Stockler

coLUnistasDanyelle Monteiro I Mônica Mercês I Renato Leal |

Tiago Andrade Lima | Emília belo

coRResPonDenteGustavo Farache - Rio Grande do Norte

PUbLiciDaDeTatiana Feijó | [email protected]

Pollyanny Chateaubriand | [email protected]+55 81 3038-1045 | [email protected]

RePResentantes PaRa PUbLiciDaDe

ceaRá ns&a | Aldamir Amaral+55 85 3264.0576 | [email protected]

santa cataRina | Media Opportunities - Lúcio Mascarenhas+55 48 3025-2930 | [email protected]

Rio De JaneiRo | AG MAIS Aílton Guilherme+55 21 2233.8505 | +55 21 8293.6198 | [email protected]

Rio gRanDe Do sUL | Everton Luis+55 51 9986-0900 | [email protected]

AdministrAtivo-FinAnceiro | Ebénezer Rodrigues

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assinatURas e DistRibUição | Tatiana Feijó[email protected]

núcLeo on Line | Patrícia [email protected]

Portal construir ne | www.construirnordeste.com.brtwitter: @Construir_NE

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enDeReço e teLeFonesAv. Domingos Ferreira, 890, sl 704 – boa Viagem. Recife/PE. 51011-050

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De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h

caRtas

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este canaL De comUnicação obJetiVa aUXiLiaR os PRoFissionais Da constRUção em seUs qUestionamentos e DúViDas ReLacionaDas à gestão e à tecnoLogia Da constRUção De eDiFícios

Por que nos dias de chuva há tantos alagamentos na cidade do Recife e não constatamos, ao longo dos anos, medidas eficientes para sanar esse problema? O Recife tem algumas particularidades, como o fato de situar-se ao nível do mar e apresentar cotas baixas e muitas áreas planas, o que, associado às oscilações de maré e ao nível do lençol freático próximo à superfície, dificulta a solução da drenagem urbana. Alie-se a isso o aumento significativo das áreas impermeabi-lizadas, diminuindo as taxas de infiltração e aumentando os volumes escoados, além dos resíduos sólidos não destinados ao local correto e carreados pela água da chuva para as redes pluviais. O alagamento de um local não deve ser tratado isoladamente, mas na escala da bacia hidrográfica. Caso contrário, a solução ado-tada para sanar um alagamento irá transferir o problema para um local a jusante. A solução eficiente para a drenagem urbana passa por um conjunto de fatores que incluem não apenas intervenções físicas na área de contribuição ao ponto de alagamento, mas também medidas não estruturais, que engloba a educação ambiental da população e até a criação de uma taxa de drenagem. Atualmente, encontra-se em elaboração o Plano Diretor de Drenagem Urbana do Recife, con-tratado pela Emlurb, que apontará soluções integradas para toda a cidade.

* Profa. Dra. Simone Rosa I [email protected] Escola Politécnica da Universidade de PernambucoGrupo Ambitec – Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente

o solo é considerado um resíduo de construção civil? como pode ser reaproveitado?Na construção civil, o solo é um material que pode ser gerado, tornando-se um resíduo para a obra. De acordo com a Resolução Conama nº 307 (2002), o solo enquadra-se na Classe A, ou seja, materiais que podem ser reutilizáveis ou re-cicláveis como agregado. Em obras de terra, cortes, escavações e execução de fundações é usual gerar solo como resíduo. Como se trata de um material iner-te, poderá ser empregado como agregado, material para aterro, nivelamento de terrenos, recuperação de áreas degradadas, entre outros. No Recife, o grupo Ambitec, da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco investigou, de maneira inovadora, o uso de resíduos de solo proveniente de obras de funda-ção que utilizoaram estacas tipo hélice contínua em um empreendimento para construção de um shopping. Os estudos foram direcionados para o uso do solo em mistura com agregado reciclado de resíduos provenientes de demolição de antigos galpões do terreno. A mistura foi utilizada na pavimentação da área do estacionamento externo, obtendo-se, ao final da construção do empreendimen-to, uma expressiva economia de recursos financeiros (cerca de R$ 4 milhões).

*Profa. Dra. Stela Fucale I [email protected] Politécnica da Universidade de PernambucoGrupo Ambitec – Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente

neW cities sUmmitDATA: DE 04 A 06/06/2013LOCAL: SÃO PAULO/SPNEWCITIESSUMMIT2013.ORG

15º FÓRUm constRUiR – caRUaRU aDeqUaçÕes URbanistas e tecnoLÓgicas DATA: 05/06LOCAL: CARUARU/PECONSTRUIRNORDESTE.COM.BR

constRUction eXPo 2013DATA: DE 05 A 08/06/2013LOCAL: SÃO PAULO/SPCONSTRUCTIONEXPO.COM.BR

13º simPÓsio bRasiLeiRo De iPeRmeabiLiZaçãoDATA: 10 E 11/06/2013LOCAL: SÃO PAULO/SPIBIBRASIL.ORG.BR/SIMPOSIO2013

bRasiL HosPitaLtY inVestment conFeRence DATA: 13 E 14/06/2013LOCAL: SÃO PAULO/SPIHIFBRASIL.COM

KitcHen batHDATA: DE 03 A 05/07/2013LOCAL: SÃO PAULO/SPKITCHENBATHEXPO.COM.BR

3º encontro nAcionAL de PesQUisA-ProJeto-ProdUÇÃo em concreto PrÉ-moLdAdoDATA: 08 E 09/07/2013LOCAL: SÃO PAULO/SPSET.EESC.USP.BR

3º FÓRUm De engenHaRia Do ReciFeDATA: DE 23 E 24/08/2013LOCAL: RECIFE/[email protected]

coRReção | eDição 66Na reportagem Acústica urbana: os novos ru-mos para a construção civil, dissemos que a nova norma de desempenho de edificações, da Asso-ciação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), en-traria em vigor no mês de março. Na verdade, a NBR 15.575 começará a valer em julho deste ano.

cartas

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agENda

ABRIL 2013 ABRIl 2013 13

coneXãoOferecendo acesso rápido e fácil, a Basf lança novo portal para a construção sustentável. No site, que funciona como espaço central para a troca de ideias, são apresentados os produtos e as soluções da empresa para durabilidade, proteção climática e eficiência de recursos. Os usuários ainda podem acessar as principais tendên-cias do setor, ações práticas de sustentabilidade e cases de stakehol-ders, além de contatar diretamente os especialistas em construção da Basf de todo o mundo | construction.basf.com

coneXão iiQuem quer acompanhar indicadores de mobilidade, como ônibus acessíveis, rampas para cadeirantes, emissões poluentes por veículos e quantidades de viagens motorizadas, deve acessar o portal do Mobilize Brasil. O site, que estimula a participação de voluntários em todo o País, também oferece informações inovadoras e traz notícias sobre projetos de mobilidade urbana sustentável (BRTs, VLTs, hidrovias, ciclovias e calçadas) previstos para os próximos anos. Atualmente, são disponibilizados dados de quinze capitais brasileiras, entre elas Fortaleza, Natal, Recife e Salvador | mobilize.org.br

eDiFício sabiDoA versão completa do trabalho de Artur Guerra, publicado na seção Espaço Aberto desta edição, pode ser conferida no portal da Cons-truir Nordeste. O projeto é resultado do trabalho de conclusão de curso do arquiteto em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Susten-tável pelo Centro Universitário Uninter, no Paraná, e propõe soluções alternativas para um edifício inteligente, tendo como referência o prédio do Ministério Público de Pernambuco no Recife.

nbR 15.575A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a ABNT lançaram o livro Desempe-nho de Edificações Habitacionais, Guia Orientativo para Atendimento da Norma 15.575/2013. A proposta é ampliar a difusão da nova normativa por toda a cadeia produtiva da construção e o mercado imobiliário. Além dos critérios de desempenho, o Guia traz dados técnicos e uma relação de universidades, laboratórios e institutos de pesquisa com capacidade técnica para realizar as análises previstas na Norma 15.575. A Construir Nordeste, em parceria com a CBIC, faz promoção no Facebook e sorteia dois exemplares do livro. A publicação também está disponível para download gratuito | cbic.org.br

ReDe sociaLComo dissemos na edição passada, nos próximos meses vocês vão conferir em nossa fanpage imagens de todo o Nordeste. Dessa vez, o estado que estampa a capa da página é a Bahia. A foto retrata uma paisa-gem bastante conhecida por baianos e tu-ristas. A imagem mostra que, mais do que importantes pontos turísticos, o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo revelam a integração das grandes construções com a natureza.

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construirnordeste.com.brfacebook.com/construir.nordesteTwitter: @Construir_NEEscreva: [email protected]

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palavra

ABRIL 201316 ABRIl 2013 17

João Carlos Duarte Paes *

FibRas aLteRnatiVas e sUstentabiLiDaDe

É visível a capacidade e o interesse do Bra-sil em inovar em todos os segmentos da

sociedade, promovendo a melhoria de seus processos e produtos, embora ainda em esca-la menor do que nosso potencial. Atualmen-te, muitas de nossas empresas já são líderes em seus segmentos, multinacionais estran-geiras investem em plataformas no País para criar novos produtos e processos; e o poder público tem criado condições para que o País invista em inovação em todos os níveis eco-nômicos, desde o pequeno empresário até grandes conglomerados.

Adventos, como a descoberta do pré--sal, as grandes obras de infraestrutura a serem realizadas e outras tantas opor-tunidades de geração de negócios fazem com que o Brasil esteja cada vez mais sob os holofotes do mercado global, que busca o crescimento constante. Outros avanços, como pesquisas com a nanotec-nologia aplicada em diversos segmentos, desenvolvimentos de cunho sustentável (biocombustível, plásticos de fonte re-novável, etc) e tantos outros, também evidenciam cada vez mais o poder ino-vador de nossa nação.

É nessa trilha de sucesso e inovação que a Associação Brasileira das Indús-trias e Distribuidores de Produtos de Fibrocimento (ABIFibro) se baseia para promover o desenvolvimento das cha-madas fibras alternativas, em contra-posição ao amianto, permitindo a con-tinuidade da produção dos artefatos de fibrocimento, como telhas, painéis, cai-xas d’água e outros expressivamente uti-lizados pelas indústrias e pela população em geral. As fibras alternativas — PVA (Poli Álcool Vinílico) e PP (Polipropile-no) — são avaliadas pelo Ministério da Saúde como seguras para os produtores e consumidores finais, a custos perfeita-mente compatíveis, além de serem 100% recicláveis.

Um estudo da Universidade Estadu-al de Campinas (Unicamp), o primeiro realizado por uma universidade sobre o tema, atesta que não haverá impacto sig-nificativo na economia brasileira com o banimento do amianto na construção civil do País. O estudo verificou que as atividades da cadeia produtiva não so-frerão descontinuidade e não haverá im-pacto sobre emprego, renda e arrecada-ção de impostos.

Nesse caso, a estimativa de aumento do custo de produção seria de apenas 10% em caso de substituição por fibras sintéticas ou ambientalmente responsá-veis. Até mesmo as grandes fabricantes de produtos com amianto já dominam a tecnologia das fibras sintéticas. Ou seja, a transição é simples.

E é nesse sentido que o trabalho da ABIFibro se direciona. A associação atua fortemente na divulgação das fibras al-ternativas, em prol do aumento da com-petitividade nacional e da proliferação

* João Carlos Duarte Paes é presidente da As-sociação Brasileira das Indústrias e Distribui-dores de Produtos de Fibrocimento – ABIFibro.

Segundo o Internacional

Green BuildingCouncil (US GBC), o Brasil já ocupa aquarta posição no ranking mundial

de construções sustentáveis, atrás

dos Estados Unidos, China e Emirados

Árabes

de produtos cada vez mais sustentáveis. Graças à inovação e à busca constante por novos produtos que sigam os pa-drões da sustentabilidade, grande parte dos fabricantes de artefatos de fibroci-mento já se encontra preparado para essa nova tecnologia (fibra alternativa), normalizada pela ABNT NBR 15.210, válida desde 29/04/2005, para produção de telhas e outros produtos em fibroci-mento (CRFS – Cimento Reforçado com Fios Sintéticos). A norma em questão foi resultante de uma comissão deno-minada CB-18, instalada na Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Normas internacionais no mesmo senti-do já existem há mais de uma década. Segundo o Internacional Green Building Council (US GBC), o Brasil já ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, atrás dos Esta-dos Unidos, China e Emirados Árabes.

Desenvolvimentos como as fibras sintéticas de PP e PVA garantem a saúde da população e a preservação ambiental, assim como a economia, tendo em vista que o custo é compatível com o merca-do e tende a cair ainda mais com o uso cada vez mais frequente dessa tecnolo-gia. Isso é sinônimo de sustentabilida-de. É com descobertas e ações desse tipo que nosso País mostra que cada vez mais está imbuído pelo espírito da inovação e que não há fronteiras quando o que se quer é a proteção de vidas e do planeta em que vivemos.

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entrevista

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ABRIL 2013 ABRIl 2013 19

por Renata Farache

tiJoLo PoR tiJoLoGustavo de Miranda

ENTREVISTa

Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon/PE), Gustavo de Miranda, conversou com a Revista Construir Nordeste e afirma que a construção civil é o setor que mais movimenta a economia e é um grande impulsionador do desenvolvimento social. Para ele, apesar da desaceleração do crescimento da construção civil no Brasil, a perspectiva para Pernambuco é positiva. Na entrevista, o presidente conta quais são os principais desafios e iniciativas do sindicato. Atualmente, Miranda também comanda a J.A.G. Empreendimentos, empresa especializada em obras públicas e privadas.

entrevista

ABRIL 201320 ABRIl 2013 21

O Sinduscon Pernambuco completou 70 anos. O que mudou ao longo desses anos? Qual é a atuação do sindicato hoje?

O sindicato tem o encargo de regular as relações entre patrões e operários. A primeira função é criar convenções de trabalho, que são os princípios da con-vivência. Ele tem a missão de negociar e determinar um salário e outras tantas re-gras, como carga horária de trabalho, por exemplo. Nos dias atuais, a nossa atuação vai muito além. Nós temos uma estrutu-ra bem montada. Então, não nos limi-tamos e investimos em diversos pontos, como ação social; trazemos palestrantes de todo o Brasil para debater diversos te-mas de interesse do setor. No último mês, falamos sobre desoneração, NBR 15.575, seguros, etc. Isso tudo faz parte do nosso dia a dia. O Sinduscon de Pernambuco tem a característica de sucessões tranqui-las. Acho que é um grande diferencial. É uma casa que tem muito trabalho e quem entra aqui tem que dar o suor. Digo de boca cheia. Mas se não tiver intenção e vontade, nada é feito. Para contar a nossa história, vamos lançar um livro. O ob-jetivo é abordar a importância da enge-nharia em Pernambuco — as empresas associadas, as grandes obras públicas e privadas e o setor de serviços e mercado imobiliário.

E os principais desafios da instituição?

É aumentar o leque de prestação de serviços. Os nossos problemas são muito dinâmicos, não há como prever ou nos preocuparmos com isso. Todos os dias, o governo inventa uma regra trabalhis-ta, tributária e uma lei nova. O objetivo é manter os nossos associados o mais bem atendidos possível nas áreas de prestação de serviços e social. Todas as nossas inicia-tivas no momento são importantes. Então, o nosso grande desafio é promover mais feiras, mais eventos e mais ações. Ou seja, é dinamizar a casa. Daqui a pouco, inclu-sive, está na hora de profissionalizarmos os nossos gestores. O nosso objetivo é ter um executivo para nos representar e, claro, fazer mais.

Na área social, o que podemos destacar?

Temos uma quantidade de ações rele-vantes na área social. De pequena visibi-lidade, mas que consideramos importan-tes. Um exemplo é o Dia da Cultura, mais recente iniciativa. É uma forma modesta, mas a ideia é enriquecer o operário com conteúdo sobre a cidade do Recife e o Esta-do de Pernambuco. A grande dificuldade é compreender o que o nosso peão gosta ou pode assimilar como um evento cultural. Promovemos uma sessão de cinema (Luiz Gonzaga – de Pai para Filho) e foi “show de bola”.

Civil, que, inclusive, recebeu o prêmio da Câmara Brasileira da Indústria da Cons-trução – CBIC, de Responsabilidade So-cial em 2006 e já foi replicado em quinze estados brasileiros.

E no núcleo trabalhista?

Nós podemos destacar a campanha de prevenção de acidentes de trabalho. Uma equipe de estagiários vai, diariamente, em dois canteiros de obras. Lá eles fazem uma check list de tudo que é risco de obra — desde a documentação até os EPIs. A equi-pe faz as vezes de um auditor do Minis-tério do Trabalho e Emprego, e, no final, ela pontua e faz uma estimativa de quanto o construtor pode levar de multa. É uma ação que exige muito e que vamos intensi-ficar no segundo semestre deste ano, devi-do aos resultados fantásticos. O outro lado é que passamos também a ser formadores de mão de obra qualificada na área de Se-gurança do Trabalho. Esses estagiários da campanha, muitas vezes, são convidados a ficar nas empresas que visitam. Mas a questão trabalhista é muito extensa.

A sustentabilidade é tema da vez e não pode ficar de fora. Quais são as iniciati-vas do sindicato?

A nossa maior proposta é o Movimen-to Vida Sustentável – MVS, uma parce-ria com a Revista Construir Nordeste e a Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos do Estado de Pernambuco. Queremos difundir para toda a cadeia da construção civil (fornecedores, po-der público, consumidores, empresários, profissionais liberais, estudantes, socie-dade) métodos e práticas de sucesso. É também uma forma de estimular, discu-tir e aperfeiçoar a inovação e as pesquisas do ponto de vista ambiental, econômico, social e cultural. Nesse sentido, também vamos realizar a Sustencons, que aconte-ce em agosto. A feira ainda é um bebe-zinho, um embrião, mas com potencial enorme. Não duvido que ela ultrapasse a Ficons. Será totalmente voltada para divulgar produtos e práticas construti-vas (sustentáveis). É um tema que vem preocupando o mundo — e não poderia

O Sinduscon de Pernambuco tem a característica

de sucessões tranquilas.

Acho que é um grande diferencial.

É uma casa que tem muito trabalho

e quem entra aqui tem que

dar o suor

No Dia das Crianças, reunimos 1.200 crianças para assistir ao show do Palhaço Chocolate. Também temos o casamento coletivo, um evento pelo qual eu sou apai-xonado, me emociono. Nós temos a tradi-ção de oficializar o casamento de 50 casais por ano. Este ano, na décima edição, será um desafio. Queremos unir 100 casais. Oferecemos desde roupas e maquiagem até coquetel comemorativo e lua de mel. Ainda podemos destacar a Copa Sinduscon de Futebol e o Dia Nacional da Construção

ABRIL 2013 ABRIl 2013 21

ser diferente com a construção civil, que a cada dia vem abraçando mais a ideia, inclusive por cobrança do próprio con-sumidor. Os grandes focos da feira são as energias limpas: eólica, biomassa e solar; além do reaproveitamento do lixo e reúso da água. Também teremos um pavilhão para que as empresas que pra-ticam sustentabilidade e ações sociais possam apresentar seus trabalhos. Dois exemplos: o Grupo Moura, com a marca Tareco e Mariola (coleta seletiva e edu-cação ambiental); e a ASA, que recolhe e compra óleos de fritura (e tem parte da renda destinada ao Instituto Materno Infantil). Entendemos que a Sustencons será uma oportunidade para a sociedade conhecer essas iniciativas. Mas não va-mos parar por aí!

Como o senhor avalia a indústria da construção civil?

A indústria da construção civil é atípica, pela capacidade de geração de emprego, pagamento de tributos e pelo grande envolvimento com a sociedade. Considero o setor uma grande “monta-dora”. Nós somos obrigados a comprar de tudo. Ao iniciar uma obra, as pes-soas pensam em cimento, tinta, ferro. Mas, na verdade, pouca gente entende e percebe o que compramos de alimento, por exemplo. Aí vai um dado relevante: hoje, nós gastamos em torno de 12 a 15 reais de comida/homem diariamente. Quando pensamos numa empresa com 1.000 funcionários, falamos de 12 mil reais por dia. Ou seja, a construção civil mexe com a economia. Também gasta-mos com vale-transporte, combustível, borracharia, padaria, etc. E essas são contas superficiais — não me refiro a equipamentos, mas a coisas miúdas.

A construção civil é também, mui-tas vezes, o canal de entrada para a cidadania. O peão que saiu do Sertão tem a sua vida totalmente modificada. Empregamos pessoas de baixa renda e escolaridade mais baixa, que ascen-dem ao entrar no mercado de trabalho. Elas aprendem a ler nos canteiros, elas não tem carteira de trabalho — e vão ter que ter. Atualmente, o espaço para

a informalidade é muito pequeno. Por isso mesmo, somos indutores de desen-volvimento. Enfim, a construção civil tem importância extraordinária pela “largueza” da atividade.

E especificamente em Pernambuco?

A construção civil voltou a existir e retomou a sua força no segundo governo Lula. Mas nós já não estamos mais no rit-mo que vínhamos. A economia toda passa por um momento mais delicado, a inflação está fora de controle. Pernambuco também teve um cenário diferente depois do gover-no Jarbas.

tantas menores. Também não pode-mos esquecer o parque intermodal de Salgueiro e da importância do polo de confecções de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, que desen-volve a região e faz com que a cons-trução civil seja muito forte. No litoral Norte, com a chegada da Hemobrás, C.B.V.P. (vidros planos), Cimento Na-cional e, principalmente, a Fiat, have-rá um crescimento enorme da região. São indústrias com novas tecnologias e necessidades de muitas outras em-presas de apoio (sistemistas). Por-tanto, toda região de Goiana deverá passar por um desenvolvimento seme-lhante ao vivido em Ipojuca. Há de se tomar cuidado para repetir os acertos e não repetir os erros, inclusive, nas questões trabalhistas. Por tudo isso, a grande expectativa é a chegada do Arco Metropolitano, que interligará BR-101 de NORTE a SUL, passando pela 408 e a 232. Será muito importan-te. Além disso, o governador acertou nos setores da educação (construção de escolas técnicas) e saúde (inaugu-ração de 14 UPAs, três grandes hos-pitais - além de um em construção). Ainda também temos as ações da Compesa, com várias obras de distri-buição de água, construção de gran-des adutoras e barragens. Na hora que vemos o Estado com cinco shoppings em construção também é muito bom. É o movimento do varejo, comércio, que também impulsiona a construção civil. Eu vejo que ainda temos grandes preocupações devido ao cenário, mas há uma chance grande de Pernambuco se sair bem dessa situação desfavorá-vel da economia nacional.

E quanto ao futuro da construção civil? O senhor é positivo?

A perspectiva para a construção civil é enorme. As demandas da so-ciedade estão muito longe de serem atendidas. Ainda temos muito a fazer. Em todos os setores — tanto habita-cionais e de infraestrutura. Somos carentes de tudo. Temos um país para “construir”.

Hoje nós gastamos em

torno de12 a 15 reais de comida/homem

diariamente. Quando pensamos

numa empresa com 1.000

funcionários, falamos de 12 mil

reais por dia

O governador Eduardo Campos foi muito feliz ao descentralizar e interio-rizar os investimentos, desenvolvendo o Estado de norte a sul. A pulveriza-ção do parque industrial de Suape, que já está no limite, foi uma decisão fantástica. Levar uma fábrica de moto-res, por exemplo, para Glória de Goitá (WHB) foi acertadíssimo. Em Vitória de Santo Antão, temos os exemplos da Isoeste, Sadia e Kraft; além de outras

Franqueadores sociais do Casa da Criança de diferentes estados do Brasil se reuniram

em Convenção Nacional para a troca de experi-ências e identificação das possibilidades de atu-ação de grande impacto social no País. Durante o encontro, ainda foram traçados o planejamen-to e as metas para os próximos anos.

Realizado em Maceió, o evento foi fruto de duas importantes ações na capital alagoana. Uma delas é o espaço inaugurado na abertura oficial da convenção: o Q’Alegria, que já tem levado entretenimento durante as sessões de quimioterapia em diversas cidades e a partir de agora atende as crianças do Hospital do Açúcar. A organização também investirá na Biblioteca do Futuro. O projeto-modelo será implantado, inicialmente, na Escola Municipal Cecília Car-naúba e conta com lousa digital em ambientes de alta tecnologia, estimulando a leitura e a criatividade.

As novas salas tecnológicas, compostas por equipamentos e softwares, darão uma outra re-alidade às escolas públicas. A grande vantagem não está apenas nos espaços modernos, mas, principalmente, na metodologia, que engloba o conteúdo pedagógico e o treinamento dos professores, além do acompanhamento perso-nalizado de cada aluno, que pode conferir os resultados na prática, no dia a dia.

“Contamos com o apoio da Secretaria de Educação, que será responsável por monitorar o desenvolvimento das escolas, o que é fun-damental para a análise de desempenho dos

meninos e das meninas, além de garantir a qua-lidade na manutenção dos aparelhos, na assis-tência oferecida e na gratuidade aos usuários”, explica a franqueada social alagoana Patrícia Ramalho. Ela, junto com os fundadores do Casa da Criança, Marcelo Souza Leão e Patricia Chalaça, selecionou a Escola Cecília Carnaúba pelo diferencial de gestão e bom desempenho dos estudantes. As duas iniciativas são custea-das pelos parceiros do Casa da Criança, em es-pecial a Pizza Hut (CE/PB), sem gerar custos às secretarias de Saúde e Educação, numa parceria público-privada, auxiliando a administração pública.

O Casa da Criança nasceu no Recife, em 1999, e é uma organização com reconhecimento

federal, qualificada como Organização da Socie-dade Civil de Interesse Público (Oscip). O obje-tivo principal é defender os direitos de crianças e jovens por meio de atividades que vão desde reformas e construções até as que valorizam a qualidade no atendimento. Também trabalha para a influência nas políticas públicas, cobran-do dos governos responsabilidades para com a infância e na melhoria do atendimento contra o câncer infantil. Atualmente, o Projeto está em todas as regiões do País — presente em dezesseis estados e no Distrito Federal.

Projeto Casa da Criança projetocasadacrianca.com.br

[email protected]

FOTO: RENATO STOCKLERO Casa da Criança já beneficiou mais de 30 mil crianças de todo o País

responsabilidade social

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casa Da cRiança amPLia atUação em aLagoasPresente em Maceió desde 2001, o projeto lança o Q’Alegria e a Biblioteca do Futuro durante Convenção Nacional

por Catharina Paes

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tUDo De coRO projeto socioambiental Tudo de Cor para Você, da Tintas Coral, tem investido na revitalização de prédios históricos do Recife Antigo, na capital pernambucana. A iniciativa garante mais qualidade de vida e urbanização à cidade. Vários pontos do bairro foram reavivados através do Projeto. As cores utilizadas foram escolhidas de acordo com o tipo de arquitetura das antigas casas. Na Rua do Bom Jesus, por exemplo, são encontrados três estilos: eclético, moderno e colonial. Este último é representado por meio dos tons verde colonial, navegantes (azul) e azul del rey. A escolha dessas tonalidades seguiu os padrões do Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan).

50% De cRescimentoA Distribuidora Cummins Diesel do Nordeste (DCDN) está trabalhando em vários projetos destinados à Região. A Vitamassa, em Caruaru (PE); o Shopping RioMar, no Recife (PE); e a ampliação do Porto do Pecém, no Ceará, são exemplos de projetos que, se confirmados este ano, irão fazer a empresa atingir, em média, 50% de crescimento. Luiz Antônio Trotta Miranda, diretor da DCDN, afirma que o Nordeste vem mudando e crescendo numa velocidade acima da do restante do brasil. A Cummins está acompanhando esse resultado. “A cada mudança de cenário local, nos posicionamos para atender e prospectar novos clientes. Em 2011 e 2012, abrimos um escritório em Natal (RN) e colocamos pontos de apoio em Maceió (AL) e no Ceará, além da inauguração da filial de Mossoró (RN). Para 2013, estamos prevendo abrir mais dois pontos de apoio avançado na Paraíba e no sertão de Pernambuco.”

estaFTendo sido apontada pela Deloitte como uma das pequenas e médias empresas que mais se desenvolveram no brasil, em 2012 a Estaf amplia sua atuação nacional no segmento de plataformas aéreas. “Com o intuito de nos tornarmos uma das cinco maiores locadoras de plataformas aéreas no brasil, retomamos nossa parceria com a Terex e pretendemos ampliar nossa frota em aproximadamente 40% ainda em 2013”, revela o CEO da Estaf, Gustavo Lima. Com filiais na Bahia, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, a empresa conta com três unidades de negócio: Andaimes, Plataformas Aéreas e Energia, que atendem todo o País.

50 anos Da HeRcA Indústria de Plásticos Herc completa seus 50 anos este ano. Em seu cinquentenário, a empresa agrega mais de 8 mil m² em seu novo pavilhão industrial e se prepara para um novo ciclo de crescimento, com a aquisição de novas máquinas, lançamento de produtos e ações. A fundadora da primeira torneira de plástico brasileira se destaca atualmente por oferecer uma grande variedade de produtos plásticos com matéria-prima 100% virgem e certificada.

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PRêmioA Saint-Gobain dá início às inscrições para o Prêmio Saint-Gobain – Edição Habitat Sustentável. Nesta primeira edição, o prêmio reconhecerá projetos que se destacam na proposição de soluções inovadoras, ampliando o conceito de sustentabilidade na construção brasileira. São duas categorias: Profissional — nas modalidades Residencial e Comercial — e Estudante — na modalidade Projeto. As inscrições devem ser feitas pelo site www.premiosaintgobain.com.br e vão até 30 de setembro. A entrega do prêmio será em março de 2014.

ReconHecimentoA 3M do brasil é a vencedora da categoria Gestão da Inovação do Prêmio Nacional de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A empresa foi fundada há mais de 110 anos nos Estados Unidos e atua há 67 anos no brasil, onde mantém estrutura de pesquisa e desenvolvimento com 180 cientistas, engenheiros e técnicos dedicados à inovação. A premiação contou com a presença das finalistas de cada categoria avaliada: Gestão da Inovação, Agente Local da Inovação, Inovação Tecnológica e Modelos de Negócios.

negÓciosA Fortune International Realty, de Miami, empresa que inclui as atividades de corretagem, gestão de propriedades e financiamento, chega ao mercado pernambucano para negociar com empresários locais. De acordo com uma pesquisa realizada pelo sindicato dos corretores de Miami, os brasileiros lideram o ranking de compradores estrangeiros de imóveis na cidade. No ano passado, eles ficaram em primeiro lugar considerando todas as faixas de preços, principalmente os investimentos acima de US$ 1 milhão. Entre os clientes da Fortune, há também empresários de grande porte, que investem de US$ 100 até US$ 500 milhões em empreendimentos comerciais por todo os Estados Unidos. Na foto, as executivas Rejane de Paula e Fabiana Santamaria.

noVos PRoJetosA Metso assina mais dois contratos de fornecimento com a Altay Polimetally LLP para atendimento à sua mina de cobre a céu aberto, em Almaty, no Cazaquistão. Os pedidos incluem o projeto, o fornecimento, a instalação e o comissionamento de plantas completas e de peneiramento. Para reduzir ao máximo o número de operadores, a empresa também fornece um sistema completo de automação para a operação de todo o processo. O empreendimento planeja extrair 3 milhões de toneladas de minério e 10 milhões de toneladas de rocha hospedeira por ano.

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aLoJamentos PaRa canteiRos De obRasA Isoeste Construtivos Isotérmicos desenvolveu uma linha de alojamentos para canteiros de obras em estruturas metálicas, com telhas e painéis. Com uma vasta experiência em construções nessa linha, como centros de distribuição, shoppings e indústrias, a Isoeste partiu para o projeto de construção dos alojamentos e espaços comuns do chamado Sítio belo Monte. O espaço faz parte da obra da Usina Hidrelétrica de belo Monte. Além da segurança e economia que proporciona, a nova linha possui um melhor acabamento estético, oferecendo mais conforto aos canteiros de obras.

iniciatiVaO Instituto Tigre comemora 10 anos de fundação com a marca de 1,1 milhão de pessoas beneficiadas. A entidade, que já investiu R$ 26 milhões em mais de três mil projetos, concentra seus esforços na mobilização de recursos para investimentos em educação, cultura, esporte e saúde. O principal objetivo é o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Somente em 2012, foram investidos R$ 4,6 milhões em 639 projetos, que chegaram a 302 mil pessoas em 87 cidades brasileiras, especialmente naquelas onde a empresa mantém as suas fábricas.

OUTDOORA alemã Dedon chega ao Recife com exclusividade pela Casapronta. Criada há 20 anos pelo ex-jogador de futebol Bobby Dekeyser, a Dedon revolucionou o mercado de móveis outdoor por utilizar uma fibra sintética de alta resistência e peças assinadas pelos melhores designers do mundo, como o francês Jean-Marie Massaud, o belga Frank Lighthart e o francês Philippe Starck. A parceria acontece com a Collectania, empresa responsável pela distribuição da marca no brasil. Segundo a Dedon, Recife é a primeira cidade a receber a marca. “É uma região com alto potencial, em pleno desenvolvimento e com um dos litorais mais bonitos do mundo. É uma cidade com “espírito” Dedon.

seLo LIFE DELUXEA Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI) está investindo em prédios de luxo. Inicialmente, quatro empreendimentos foram escolhidos para receber o selo Life Deluxe em Pernambuco: Edifício boris Kertsman, Edifício Joel Queiroz, Oka beach Residence e Malawí Muro Alto beach Houses. Todos estão localizados no litoral e se destacam pela elegância, sofisticação, requinte e estilo. Os preços vão de R$ 450 mil e podem chegar a mais de R$ 2 milhões.

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conqUistaA Sany conquistou o 5° lugar entre os cinquenta principais fabricantes de equipamentos de construção do mundo, segundo o relatório anual Yellow Table, realizado pela International Construction. A empresa, que no ano passado ocupava a 6° posição do ranking, demonstrou um crescimento significativo, deixando para trás outros concorrentes renomados no mercado. “Atualmente, a Sany do brasil apresenta uma boa participação no mercado de equipamentos para construção, juntamente com a África do Sul e a região do Sul da Ásia. Essa posição impulsionou o crescimento global”, afirma o diretor de vendas da Sany do Brasil, Rene Porto.

anDaime De PLásticoConhecida por suas iniciativas sustentáveis, a baram produziu o seu primeiro andaime de plástico. A tecnologia consiste em utilizar 30 kg de compósitos (processo utilizado na aviação, em carros Fórmula 1 e plataformas de petróleo) para a produção de um equipamento com a mesma capacidade de um produto de aço, que transporta até 500 kg e tem durabilidade média de 15 anos. As vantagens são a redução do peso, a durabilidade, a reciclagem do material e a garantia de retornar o equipamento ao fabricante através de política da logística reversa.

10 anos t&aUma das maiores empresas de pré-fabricados de concreto do Brasil, a T&A, comemora seus 10 anos em Pernambuco — e a RCN está preparando uma edição especial. Das cinco fábricas que possui (PE, CE, bA, SP), a pernambucana é a maior delas. Em 2012, a unidade representou 42% do faturamento anual da empresa, que fechou em R$ 240 milhões e deve chegar à casa dos 300 milhões neste ano. Fora do estado, os contratos de maior destaque são a construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Salvador, e do Shopping RioMar, em Fortaleza; além da ampliação do terminal internacional de passageiros do Aeroporto de Guarulhos (SP). Na foto, o presidente da T&A, José Almeida.

eXPansãoApós a realização de uma pesquisa de mercado que identificou as necessidades do entorno, o Shopping Guararapes, em Pernambuco, iniciou as obras para a construção da sua 5ª etapa. “A partir do estudo constatamos que uma expansão era necessária, senão imprescindível, para acompanhar o crescimento de Jaboatão”, destaca a superintendente Cristina Veiga. Com projeto assinado pelo arquiteto Fernando Guerra, a nova etapa está sendo construída de forma sustentável, visando reduzir ao máximo os impactos no meio ambiente. A expectativa é que a obra seja inaugurada até novembro de 2013.

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01 PaPeL PaReDeCom a sua diversidade, os papéis parede provocam excelentes efeitos nos ambientes, principalmente os naturais, fibras, palhas, linhos. Sugestão: bete Cunha Interiores | betecunha.com.br

04 máRmoRe tRaVeRtino RomanoO mármore travertino romano usado na sua forma bruta é um material que se alinha muito bem ao conceito do nosso escritório de utilizar materiais no seu estado mais natural. Usado em dimensões grandes se ajusta muito bem aos ambientes amplos. Sugestão: RL Mármore | valor: R$ 380,00 / m² | rlmarmore.com

03 DecK De maDeiRaO uso de madeira apropriada para o uso externo em pisos e paredes, sempre dá um diferencial para o espaço, trazendo uma atmosfera mais natural e humanizada. A Amazonic sempre trabalha com madeiras tratadas e de reflorestamento. Réguas de madeira natural para deck. Sugestão: Amazonic - Casa 7 I casa7ce.com.br

02 PeRgoLaDo De maDeiRaAs pérgolas de madeira, assim como os caramanchões, são essenciais quando se pretende sombrear áreas externas, tornando-as mais agradáveis. É um elemento extremamente importante no Nordeste, devido a forte incidência solar. Sugestão: Madeireira Escala I escalamadeiras.com.br

maRca RegistRaDa

Quem estampa a segunda edição da Vitrine Estilo é o cearense Marcus Novais. Minucioso, perfeccionista e exigente, Novais revela muito da sua personalidade nos seus trabalhos. Com um pé em Fortaleza e outro no mundo, os seus projetos se destacam pela inovação - tanto pela referência do artesanato regional como pela exploração de novos materiais e uso do design, criando um estilo próprio. Ao longo de 20 anos de carreira, o arquiteto, que também cursou engenharia, é conhecido pelo envolvimento completo no processo de criação de cada espaço, com estudos e pesquisas e resultados únicos. Aqui, ele apresenta elementos que oferecem inspiração. Aproveite!

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01 sensoR embUtiDoA Lorenzetti lança a linha LorenSense, a primeira no mercado com acionamento automático por sensor embutido na saída de água. É necessário apenas inserir as mãos embaixo da torneira. Além de facilitar a localização, a região estratégica do sensor de presença foi empregada para evitar o acionamento indevido por conta da incidência de luz natural. Econômica, a torneira reduz em até 70% o consumo de água. A linha é solução para áreas de grande circulação, uma vez que não há necessidade de toque para o acionamento, além de ambientes residenciais. lorenzetti.com.br I 0800 016 0211

03 tRatamento aRtesanaLNo design da coleção Eco Plant HD, a ideia é de tábuas extraídas de árvores que ficaram expostas sem qualquer proteção e sofreram a ação do clima e do tempo. Com esse desgaste, a madeira dilata, os nós se expandem e as cores variam — indo do bege ao cinza. O produto dessa coleção apresenta esse resultado — um aspecto de madeira diferenciada, exclusiva e com uma infinidade de designs em sua superfície. Produzida nos tamanhos 30 x 120 cm, 20 x 120 cm, 15 x 120 cm e o rodapé 15 x 120 cm, é indicada para revestir pavimentos internos, paredes e fachadas. ceramicaportinari.com.br I 0800 701 7801

02 FiLosoFia JaPonesaCom design de Monica Graffeo, a linha Fonte é resultado da combinação do espaço de banho com a paixão pela filosofia da água vinda do Japão. O projeto se originou de um estudo sobre como devemos nos cuidar e do desejo de criar diferentes objetos com funções específicas, mas que, juntos, criam cenários atraentes. São lavatórios, chuveiros, recipientes, biombos, bancos, armários móveis, feitos em Dupont Corian, material sintético produzido pela empresa Dupont, com acessórios de madeira sólida de olmo. dupont.com I 0800 171 715

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05 ReLeitURa Da cULtURa inDígenaFiguras antropomorfas baseadas em lendas da etnia Waujá, povo indígena da região do Alto Xingu, são a inspiração para o cabideiro Totem Tribal. Segundo a crença desse povo, objetos utilitários ou inanimados são indumentárias utilizadas por seres espirituais “extra-humanos”. O cabideiro Totem Tribal é fabricado com madeira laminada. O conjunto mede 1,80 m de altura, com diâmetro de 60 cm e recebe acabamento superficial de laminado plástico colorido (preto, amarelo e vermelho). quadrantedesign.com.br I (98) 4009.7810

06 eRgonomiaCom itens que garantem elegância e conforto, a Giroflex-Forma lança a Duke. Projetada por Eisuke Hara, a cadeira possui active back, mecanismo de regulagem intuitiva que ajusta a peça ao corpo. O encosto e a estrutura de alumínio trazem leveza à poltrona, que fornece três camadas de suporte flexíveis para as costas e ajuste natural à postura. Em couro natural e 97% reciclável, a Duke tem certificação Greenguard Indoor Air Quality, que garante a não liberação de poluentes em ambientes internos. giroflexforma.com.br I 0800 552 468

04 PeqUena, mas notáVeLPrimeira lavadora no mundo que pode ser fixada na parede, a Mini Silent 3 kg oferece capacidade exclusiva compacta e praticidade para consumidores que não têm espaço a perder. Ícone de design, o lançamento da Electrolux permite lavar desde peças menores e delicadas até um jogo completo de lençol de casal ou toalhas. A Mini Silent tem um ciclo de lavagem de 22 minutos, 59% a menos do tempo de uma front load de alta capacidade. Além de rápida, a lavadora é silenciosa e conta ainda com a função extraenxágue, através da qual é possível adicionar água quente. electrolux.com.br I 0800 728 8778

07 conFoRtoProduzida na França, em tubo e chapa perfurada de aço, a poltrona balanço, do designer Zanini de Zanine, surge com a ideia de passar conforto e relaxamento para áreas externas — uma proposta bem tropical para aproveitar a beira de piscinas e praias. Com uma postura mais baixa e com balanço longo, a poltrona se encaixa perfeitamente em lounges. studiozanini.com.br I (21) 2233.5061

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Partindo das possibilidades de uso de recursos naturais bioclimáticos regionais e de alternativas sustentáveis em energias, processos e sistemas construtivos, distanciando-se dos sofisticados softwares capazes de controlar ambientes em situação remota, o arquiteto Artur Guerra propõe uma nova solução arquitetônica. Com uso da Tecnologia da Informação, mas com possibilidades técnicas e financeiras absorvíveis pelo setor econômico local, o projeto Edifício Sabido alcança o conceito de edifício inteligente. Resultado de conclusão do curso em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pelo Centro Universitário Internacional-Uninter, no Paraná, o trabalho tem como referência o prédio do Ministério Público de Pernambuco no Recife-MPE.

PALAvrAs-chAve

Edifício Sabido sustentabilidade, energia limpa, biodigestor, instalação sanitária predial a vácuo, edifício inteligente.

Artur Guerra é arquiteto, formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (1970). Premiado em 1º lugar em concurso regional de arquitetura para a Biblioteca Publica de Sergipe e em concurso nacional para o projeto do Museu do Homem Americano no Piauí, é ex-professor da Faculdade de Arquitetura de Pernambuco e atua no mercado de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí.

aLteRnatiVas e PRáticas sUstentáVeis PaRa Um eDiFício sabiDo

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espaço aberto

A produção arquitetônica proposta para o Edifício Sabi-do se desenvolve através de inovações tecnológicas sustentá-veis, usando as alternativas de requalificação urbana, com a integração dos espaços externos e internos do prédio, através do prolongamento da área verde frontal — afastamentos — com a preservação do antigo prédio da 2ª Cia. de Guardas do Exército, que manteve preso o promotor de justiça Paulo Cavalcanti..

O Edifício Sabido está estruturado para economizar de-mandas de força, energia e eletricidade. Para isso, tende a inserir-se nos preceitos da ISO 14001, principalmente rela-cionado com o conceito da envoltória predial, disponibilizan-do elementos capazes de regularizar o conforto térmico dos ambientes internos, como saques em marquises, esquadrias recuadas, construção de jardineiras generosas, aplicação de brise-soleil para minimizar a incidência de raios solares sobre as fachadas e painéis fotovoltaicos. Os painéis fotovoltaicos es-tão distribuídos pelas fachadas, em forma de brise-soleil e ao mesmo tempo são usados como produtores de energia solar. A energia produzida será absorvida pelo prédio durante o dia para consumo próprio, bem como alimentará a concessioná-ria, integrando-se ao seu sistema de rede conforme a legislação em vigor. Está também disponível o sistema de energia eólica, com a instalação de seis unidades de três pás no cume da edi-ficação, sob a laje do heliponto. O sistema eólico será alimen-tado tanto pela ventilação externa direta, como pelo sistema de termosifonamento (“efeito chaminé”) projetado a partir da ventilação que incide sobre as fachadas e daí, e penetra por du-tos horizontais e é encaminhada para o grande fosso interno central, formador dos halls nos níveis dos diversos pavimen-tos. Com a presença da massa de ar frio (exterior) em contato com a massa de ar ambiente, no processo de reversão — ar frio (externo) que desce x ar quente (interno) que sobe –, ori-gina a ventilação, que, em conjunto com a ventilação externa local, alimenta as turbinas eólicas, produzindo energia elétrica durante o dia e a noite. Assim, se dispõe em aproveitar a situ-ação geográfica do terreno, em frente ao Parque 13 de Maio, voltado literalmente para o litoral, com uma grande abertura espacial sem interferências de elementos físicos altos, situação esta preservada pela Lei de Uso do Solo e pelo Plano Diretor do Recife.

A sustentabilidade apresenta-se também com o trato das águas. As de chuvas serão capturadas e armazenadas em reser-vatórios próprios; as originadas de mananciais terão uso res-trito e essencial; e as servidas, tratamento especial destinado a lavagens em geral e jardins. Está projetado o sistema de esgoto a vácuo, que, após recolhido e depositado na central de biodi-gestor, transformará os resíduos sanitários dos WCs em bio-gás e em biofertilizante, tratados através de biodigestores lo-calizados na área externa do prédio, produtos estes revertidos para uso local, do próprio prédio, estando dentro do princípio da logística reversa. Tanto o biogás quanto os biofertilizantes

são completamente inodoros. É importante ressaltar a econo-mia de estruturas de elementos de concreto — fundação, pila-res, vigas — , com o uso do sistema de esgotos a vácuo tendo em vista a eliminação dos grandes volumes de água tratada e armazena em reservatórios superiores e inferiores.

Assim, a cidade do Recife, capital de Estado de Pernambu-co, por sua condição geográfica, poderá contar com diversi-ficados recursos naturais renováveis provenientes da energia solar, energia eólica, bioenergia, energia hidráulica e eletrici-dade convencional e de aspectos bioclimáticos locais — sol, vento, umidade, temperatura e luminosidade ambiental ex-terna, conforto térmico — a partir da construção de um Edifí-cio Sabido, considerando tais elementos como valores agrega-dos para um desenvolvimento urbano sustentável.

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No caso específico da proposta do projeto Edifício Sabido destinado à sede do Ministério Publico do Estado de Pernam-buco, salta aos olhos a viabilidade técnica e financeira, haja vis-ta a possibilidade de se alocar recursos junto ao Ministério de Minas e Energia, com apoio de órgãos federais e estaduais, ge-radores e distribuidoras de energia hidroelétrica e recursos via Companhia Energática de Pernambuco - Celpe, com o apoio e o financiamento de programas de economia de energia para edificações, com instalações inadequadas já em funcionamen-to. Por outro lado, como órgão de Justiça e como verdadeiro stakeholder, o MPPE tem poder de pressão para incentivar po-líticas públicas para regularização do uso de energia renovável de consumo oriundo de microautoprodutor doméstico (Lei nº 9427/1996 – Lei nº 10.762/03 - Lei nº 9427/1996 - Resolução Aneel nº 77/2004), incluindo projetos da natureza do Edificio Sabido, cujas sobras de energias aí produzidas entrariam como crédito para pagamento de contas de outras unidades funcio-nais do MPPE, conforme Resolução Normativa da Aneel nº 482/2012 (Jornal do Commercio).

Percebe-se que é perfeitamente viável a apresentação de al-ternativas sustentáveis para a execução da construção de um Edifício Sabido, entendido este, como objeto provido de ele-mentos estruturais e complementares de fácil acesso, tanto de material como financeiro e econômico, sem sofisticações de vaidades e exacerbação de conteúdo eletrônico. Conta-se com técnicas construtivas e recursos naturais renováveis, como o efeito dos ventos, a luminosidade, a umidade relativa, a tem-peratura local e com vegetação nativa, com água tanto plu-viométrica como de nascentes e de mananciais, que precisam simplesmente de melhor trato no uso e consumo. Consciên-cia da situação, no meio, existe. É preciso se reverter o quadro, quando se constata a execução de construções convencionais eivadas de falhas e vícios e carentes de soluções sustentáveis diante do boom de crescimento imobiliário anual acima de 20% que se vivencia na capital pernambucana. Construções com custos médios executivos de R$ 2.000,00/m² são vendidas ao preço médio de R$ 5.000,00/m² para edificações residenciais de, em média, 50,00m² úteis. Diferença extraordinária entre custos e preço de venda. No cerne da administração pública, argumenta-se que tudo é caro, não permitindo sequer análises e argumentações no que se refere aos recursos sustentáveis e às possibilidades técnicas e econômicas diante da compensa-ção em benefício do meio ambiente e do próprio custo orça-mentário com a economia de consumo a médio e longo prazos de recursos energéticos. O importante é não esperar “retorno” com o uso das alternativas sustentáveis. Se assim fosse, ainda estaríamos construindo obras com alvenarias autoportantes, revestimentos externos de reboco, massa única, corrida e pintu-ra, entre outros aspectos. Os elementos ecológicos deverão ser encarados como valores agregados, próprios e essenciais à edi-ficação, dispondo-se na arte de bem projetar e bem construir.

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Uso De ResíDUos De escaVação De estacas HéLice em PaVimentaçãoAlexandre Duarte Gusmão, Andréa Batista de Farias e Stela Fucale *

O presente artigo apresenta um caso de obra de construção de um shopping

center horizontal no Recife, com área de construção (áreas comerciais e garagens) de 255.500 m². Nessa obra, foi usado de maneira inovadora o resíduo de escavação das estacas hélice contínua na pavimentação da própria obra, obtendo-se, ao final da construção, uma economia expressiva de recursos financeiros e materiais. No terreno do empreendimen-to, existiam sete grandes galpões e dez de-pósitos menores, totalizando uma área de 20.949 m² de demolição, responsáveis pela geração de aproximadamente 18.900 tonela-das, ou 13.500 m³, de resíduos da construção civil — RCC. Considerando ainda as instala-ções provisórias e as placas de concreto das vias de serviços, estima-se que no total foram geradas 23.560 toneladas, ou 16.830 m³, de RCC. Todo esse resíduo foi beneficiado no próprio canteiro através de uma unidade mó-vel de britagem e peneiramento.

Foram projetadas e executadas estacas tipo hélice contínua para a fundação de to-das as edificações. Ao final, houve um total de 25.013 m³, ou 42.522 toneladas, de solo

escavado das estacas. Tinha-se, portanto, um total de bota-fora (demolição + solo das estacas) de 66.082 toneladas. Se todo esse material fosse levado a uma área licenciada de bota-fora, o custo da disposição seria de R$ 58,65/tonelada, ou seja, um total de R$ 3,9 milhões, fora os custos ambientais. Por outro lado, sendo a área total pavimentada da obra de 96.462,97 m², iriam ser necessários 22.631 m³ de agregados naturais nobres, ou seja, havia um potencial para uso de boa parte dos resíduos da obra na própria pavimenta-ção. No estudo de viabilidade técnica, foram feitos vários ensaios de laboratório e campo em amostras de solo, no resíduo da demoli-ção beneficiado e na mistura de ambos. Os resultados mostraram que apenas o solo não atendia aos requisitos nas normas técnicas para uso nas camadas de reforço de subleito, sub-base e base, mas o resíduo beneficiado — RCCR, atendia. Ao final, definiu-se o uso de uma mistura de 40% de RCCR e 60% de solo das estacas na execução das camadas de refor-ço de subleito e sub-base. Para a camada de base, optou-se pelo uso de agregado natural (no caso, brita graduada simples).

* Alexandre Duarte Gusmão (Professor do Programa de Engenharia Civil da UPE e do IFPE) | Andréa Batista de Farias (Mestranda da UPE e Engenheira do Grupo JCPM) | Stela Fucale (Professora do Programa de Engenharia Civil da UPE).

Quadro 1 - Comparação dos cenários de execução da pavimentação do empreendimento.

No estudo da viabilidade financeira, foi feita a comparação de dois cenários:

(i) Cenário convencional: o RCC bruto é levado para a usina de beneficiamento para reciclagem, o solo das estacas é depositado no aterro de inertes, e as camadas de pavimenta-ção são executadas com agregados naturais.

(ii) Cenário sustentável: uso da mistura de solo da estaca com o resíduo beneficia-do na regularização do terreno e na camada de sub-base. A camada de base é executa-da com o restante do resíduo disponível e mais uma parcela de agregado natural (brita graduada simples – BGS).

O Quadro 1 apresenta os valores envolvi-dos. O uso dos resíduos representou uma eco-nomia direta de cerca de R$ 4 milhões, con-tinuando a atender aos requisitos técnicos do projeto de pavimentação e proporcionando uma redução muito expressiva dos impactos ambientais, os quais não foram valorados. Em resumo, os resíduos de demolição e o solo da escavação das estacas hélice foram transfor-mados na “jazida da obra”. A obra sustentável foi mais barata que a obra convencional, mos-trando o potencial da “economia verde”.

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espaço pec

FaLta inFRaestRUtURa embaiXo Das ciDaDes

Com poucos investimentos e grandes obras paralisadas, a universalização do saneamento no Brasil parece longe de ser conquistada. Em contrapartida, em algumas cidades, o esgotamento sanitário e os serviços de água já são realidade para toda a população

por Patrícia Felix

* Canal para esgotamento sanitário localizado numa das principais vias do Recife, a avenida Agamenon Magalhães. FOTO: DEBORAH GHELMAN

O saneamento é a área mais atrasada da infraestrutura do Brasil. Com

pelo menos vinte anos sem ações efetivas, criou-se um déficit enorme. Atualmente, para democratizar o saneamento básico, o governo precisa investir R$ 420 bilhões nos próximos vinte anos. O mais preocu-pante é que os investimentos e, por conse-quência, os avanços, em uma década, não chegaram nem perto do aceitável. Uma obra que é realizada no subterrâneo, onde a visibilidade é pequena, não rende votos. Ou seja, nem sempre é atraente para os responsáveis pela infraestrutura nacio-nal. O interesse existe para quem enfren-ta, diariamente, a falta dessa conjuntura: mais da metade dos brasileiros.

Para o Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), residências com saneamento adequado são aquelas atendi-das pela rede geral de água e esgoto, com fossa séptica, e onde há coleta de lixo di-reta ou indireta. O saneamento semiade-quado é o que apresenta pelo menos uma dessas características. E o inadequado, o que não apresenta nenhuma. A XII aná-lise da Consultoria Econômica e Planeja-mento (Ceplan) constatou que 38,2% dos domicílios têm saneamento semiadequa-do ou inadequado. No Nordeste, esse nú-mero chega a 60%. Do pouco esgoto que é coletado no Brasil, apenas 37,9% é trata-do. O que resta contamina o solo e a água, contribuindo, assim, com a proliferação

de doenças. Segundo a Organização Mun-dial de Saúde (OMS), 88% das mortes por diarreia no mundo são causadas pelo sa-neamento inadequado. Dessas mortes, aproximadamente 84% são de crianças. Sendo, de acordo com a Unicef (2009), a segunda maior causa de mortes em meno-res de cinco anos de idade.

informe especial mapeou o saneamen-to do Brasil e do Nordeste. A partir da análise, algumas conclusões foram tira-das: a situação do saneamento no País, especificamente na Região, é precária. As implicações para a saúde pública, em especial a mortalidade infantil, são sérias; investimentos são vultosos e a parceria público-privada bem regulada é um caminho a ser perseguido.

A pesquisa aponta que menos da me-tade dos brasileiros (46,2%) são atendi-dos pela rede geral de esgoto. No Nor-deste, 19,6%. Piauí está na pior situação, com 5,5% da população provida. As con-dições de depósito e tratamento de lixo não ficam atrás. A média nacional de do-micílios com esgoto a céu aberto no seu entorno é de 10,9%. Já no Nordeste, é de 26,1%. As informações são baseadas no senso demográfico do Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE) e no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

O economista e sócio-diretor da Ce-plan, Jorge Jatobá, afirma que um sane-amento inadequado contamina não só o solo e a água. “Quando você tem uma situação sanitária que é insatisfatória e inadequada, como lixo e esgoto a céu aberto, por exemplo, esses resíduos têm a capacidade de contaminar, não só o solo e os recursos hídricos, como também as pessoas e, principalmente, as crianças. Para reduzir a mortalidade infantil, pre-cisamos investir significativamente.”

Na opinião de Jatobá, as melhorias no Brasil e no Nordeste foram pouco significativas em 10 anos e a explicação pode estar na falta de proatividade do Governo. “Por ser um problema que está enterrado no chão e ninguém vê, muitos políticos não querem resolvê-lo.”

O PaPEl da POPulaçÃO

O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, explica que o Sudeste encontra-se num estágio mais avançado por conta de ações das grandes empresas de saneamento presentes na Re-gião. “Elas mantiveram seus investimen-tos, então os estados avançaram um pou-co mais do que a média nacional.”

O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, defende que os cidadãos têm um papel de extrema importância na resolução do problema

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TO TRATA

BRASIL

Por ser um problema que está enterrado no chão

e ninguém vê, muitos políticos

não querem resolvê-lo

Indo contra a realidade nacional, dois municípios vêm se destacando quando o assunto é saneamento: Uberlândia, em Minas Gerais; e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. As duas cidades, através de empresas públicas ou privadas, precisa-ram de um longo tempo e planejamento para chegar ao que são hoje.

aNálISE CEPlaN

Na última pesquisa da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan), o

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Para se ter uma ideia, informes ofi-ciais mostram as grandes diferenças que existem entre as regiões. Os números de 2010 — que são os últimos divulgados pelo governo federal — dizem que na Região Norte, por exemplo, apenas 58% da população tem acesso à água potável; no Nordeste, 68%. No Sudeste, o número sobe para 91%.

O Instituto também analisa os núme-ros das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Até o fim do ano passado, eram controladas 114 grandes obras de esgoto dos municípios acima de 500 mil habitantes. Édison destaca que o Nordeste enfrenta uma grande dificul-dade para dar andamento ao programa. “Percebemos que até dezembro de 2011, tínhamos, no Nordeste, quatorze obras paralisadas, vinte obras atrasadas e duas não iniciadas. Existe, então, uma dificul-dade muito grande em tocar essas obras. Por causa da burocracia, um recurso que já existe, acaba paralisado.”

O presidente do Trata Brasil acredita que a Parceria Público-Privada (PPP) é uma boa alternativa. Ele diz que é funda-mental que o governo do estado, as pre-feituras e as empresas de saneamento se mobilizem. “Os governos assumem que não possuem capacidade financeira para resolver o problema e aí trazem um par-ceiro privado para ajudar. É muito válido.”

“Há coisas boas acontecendo no Nor-deste também. O que nós pedimos é mais agilidade nas obras. O desafio é muito grande por conta das próprias caracterís-ticas da Região em termos de seca. Mas saneamento, esgotamento sanitário, coleta e tratamento de esgoto não é uma questão de falta de água, é uma questão de gestão”, critica.

Édison defende que democratização do saneamento não é conquistada de uma hora para outra, mas que os cidadãos têm um papel de extrema importância na re-solução do problema. A tarefa da Insti-tuição é alertar quanto a isso. “A ideia é levar conhecimento para a população que não associa a falta de saneamento com os problemas do dia a dia. Existe uma série de entraves que derivam da falta de sanea-mento. A população tem um papel impor-tante na solução da situação ao apontar a

necessidade para as autoridades. Se não houver sinalização, o prefeito troca a rede de esgoto por um viaduto ou por um hos-pital. Quando o eleitor não cobra, muda--se totalmente a prioridade da política.”

O Instituto Trata Brasil é uma Organi-zação da Sociedade Civil de Interesse Pú-blico (Oscip) que tem como objetivo co-ordenar uma ampla mobilização nacional para que o País possa atingir a universali-zação do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto.

PlaNO NaCIONal dE SaNEamENTO báSICO

Estudos indicam que são necessários pelo menos vinte anos para que o sane-amento básico no Brasil seja para todos. O Governo Federal está em fase final de elaboração do Plano Nacional de Sanea-mento Básico (Planasb) que, dentre outros elementos, propõe metas para o acesso da população brasileira aos serviços de sane-amento básico até 2033.

O especialista em Infraestrutura Sê-nior e chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, Gustavo Fraya, esclarece que a proposta resulta da construção coletiva, levando em conta as diferentes posições e propos-tas dos diversos segmentos e alcançando o consenso possível. “Tivemos um am-plo processo participativo, que contou, em sua elaboração, com um Grupo de

Trabalho Interinstitucional, formado por representantes do Governo e da socieda-de, por meio dos segmentos presentes no Conselho Nacional das Cidades.”

Na versão atual, o Planasb prevê um avanço substancial nas taxas de cobertura urbana, com a universalização do abaste-cimento de água e 91% de atendimento com esgotamento sanitário. Em relação aos resíduos sólidos, a meta é atingir 100% de coleta e erradicar os lixões. E, para o manejo das águas pluviais, é previsto que a quantidade de municípios brasileiros sujeitos a inundações ou alagamentos seja reduzida de 41% para 11% do total do país. “Vale ressaltar que, no momento, estamos revisando os indicadores do pro-jeto, pois quando eles foram estabelecidos ainda não tínhamos os resultados do Cen-so 2010. Por esse motivo, alguns objetivos poderão ser revistos.”

Para Fraya, os governos têm papel fun-damental na elaboração dos projetos e execução das obras e, principalmente, na gestão dos serviços. Compete a eles não só executar as obras, como também cui-dar para que os empreendimentos, uma vez concluídos, sejam bem administrados e tenham uma operação e manutenção de qualidade. E, dessa forma, assegurar o atendimento sustentável da população. Ele lembra, ainda, que para alcançar os re-sultados esperados é necessário um gran-de esforço nacional, com visão de médio e longo alcances. “É preciso que todos

O Rio Uberabinha é o manancial que abastece a cidade de Uberlândia. Graças a ele, em períodos de chuva, o abastecimento da cidade é garantido com mais economia

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No Centro de Controle Operacional (CCO), os técnicos da Águas Guariroba controlam em tempo real os serviços de água e esgoto

façam a sua parte para o desenvolvimento do setor.”

ubERlÂNdIa

Na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, a universalização do saneamen-to básico é uma realidade. O município que possui a menor tarifa de água do Brasil, também fica em segundo lugar entre as dez cidades que mais inves-tem em saneamento. O diretor técnico do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) da cidade, Alexandre Silva, enfatiza que a situação atual não se deu de uma hora para outra. O di-retor, que acompanhou durante trinta anos a evolução do saneamento no mu-nicípio, pontua que são vários os fatores que contribuíram para o que a cidade é atualmente. Um deles foi a criação, em 1967, de uma fábrica de tubos de aço que, ainda hoje, colabora para que as tarifas de água e esgoto da autarquia estejam entre as mais baratas do país. Todas as tubulações de saneamento do município foram produzidas nessa fá-brica. “Nós temos a cultura de utilizar chapa de aço em todos os processos do saneamento, inclusive no tratamento de esgoto. É um ponto que contribuiu sig-nificativamente com a redução dos cus-tos porque não tivemos que importar o material.”

Alexandre Silva ainda lembra de três outros aspectos: o relevo de Uberlândia, que é favorável às obras de saneamento, e o manancial que abastece a cidade (Rio Uberabinha) e a continuidade da gestão. “Devido ao sistema de turbinas, no perío-do de chuvas conseguimos garantir o abas-tecimento de toda a população com mais

economia. Entendo que cada cidade tem suas peculiaridades. Nós fomos benefi-ciados por termos bons recursos hídricos, uma fábrica de tubulações e o apoio dos prefeitos desde 1970”.

Para Alexandre, a tarifa reduzida be-neficia a população, mas a capacidade de investimentos também é abreviada.

FOTO: MOISéS PALáCIOS

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A ETA Guariroba produz um volume de água 40% maior do que a média de consumo, garantindo o abastecimento em períodos de estiagem

“As pessoas acham que o aumento da taxa não é necessário, já que o serviço de sane-amento em suas casas é satisfatório. Uber-lândia está crescendo e as indústrias estão se firmando aqui. Precisamos investir em manutenção e em novas obras para que todos sejam beneficiados.”

Em 2004, concluiu-se o Plano Diretor de Gestão Estratégica (PDGE), com o ob-jetivo de preparar o Dmae para os trinta anos seguintes. Entre os projetos, está uma nova fonte de captação de água, cuja primeira etapa deverá ser concluída em 2017. “Nunca tivemos recursos para fazer tudo que precisávamos ao mesmo tempo. Embora a nossa situação seja bem melhor do que a de muitas no país, sempre temos o que melhorar. Não é fácil manter o que construímos”, enfatiza Alexandre.

PPP Em CamPO gRaNdE

Um bom exemplo de Parceria Público--Privada (PPP) é o que acontece na cida-de de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A Águas Guariroba, em parceria com o Grupo Equipav, é a concessionária responsável pelos serviços de água, cole-ta e tratamento de esgoto da cidade, hoje com mais de 800 mil habitantes. Desde os anos 2000, quando a empresa assinou o contrato de concessão com a Prefeitu-ra de Campo Grande, diversos projetos foram concluídos e o avanço na cidade,

principalmente nos últimos cinco anos, é visível. Foram aplicados mais de R$ 65 milhões de reais em interligações de redes de água, aquisição de equipamentos e in-vestimento em programas de redução de perdas.

“No caso de Campo Grande, a maior necessidade do município era a ampliação do acesso à coleta e tratamento de esgoto. Quando o Grupo Equipav começou a atu-ar na cidade, tínhamos aproximadamente 29% da cidade com o serviço disponível. Hoje, 70% da população pode contar com esgoto coletado e tratado”, fala José João Fonseca, presidente da Águas Guariroba. A ideia é expandir e universalizar. Através das três fases do Projeto Sanear Morena, a empresa pretende abastecer toda a popu-lação de Campo Grande até 2025. O pro-jeto tem esse nome por causa do apelido Cidade Morena, que o município de terras roxas e vermelhas recebeu.

Antes do Sanear 1, o serviço de esgoto alcançava 29% da população. Atualmente, a rede está acessível para 65% da cidade. O investimento duplicou a rede de esgoto de Campo Grande em apenas três anos (2006 a 2008). Até o final de 2013, a segunda eta-pa do programa será concluída e o índice de acesso à rede de esgoto chegará a 70% da capital, incluindo coleta e tratamento.

Através do Sanear Morena 2, uma nova estação de tratamento de esgoto foi construída — ETE Imbirussu. No sistema

FOTO: MOISéS PALáCIOS

A titularidade sobre o saneamento básico, em re-gra, pertence ao Município, de acordo com o art. 30, inciso V, da Constituição Federal. Porém, alguns esta-dos possuem empresas de saneamento que prestam esse serviço através de uma concessão.

A elaboração de diretrizes para o saneamento básico é dever da União (Constitui-ção Federal, art. 21, XX). Com base nisso, a União editou a Lei nº 11.445/2007 que estabeleceu diretrizes na-cionais para o saneamento básico.

Dentre as principais alte-rações trazidas pela Lei está priorização do planejamen-to do setor ao delimitar as funções de planejamento, prestação, regulação e fisca-lização dos serviços de sa-neamento básico.

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convencional, cada etapa do tratamento é realizada em um único tanque. O conceito adotado para a operação da estação é dife-renciado: o tratamento é realizado em um sistema compacto, onde todos os proces-sos de reação, sedimentação e decantação acontecem em um mesmo tanque.

A última fase do programa será im-plantada em 2014, com previsão de finali-zação em 2025. A etapa prevê a implanta-ção de 2.000 quilômetros de rede coletora, 45 quilômetros de interceptores, 126.000 ligações domiciliares, a construção de mais uma estação de tratamento de esgoto e a ampliação das duas estações existentes.

Hoje, 99,6% de toda a capital possui serviço de abastecimento de água trata-da. A concessionária garante um abaste-cimento sem riscos de desabastecimento, mesmo em períodos de consumo recorde ou de estiagem. O motivo é produção de um volume de água 40% maior do que a média da população, havendo sempre uma quantidade extra para garantir a se-gurança no abastecimento.

A Águas Guariroba também se desta-ca pela alta tecnologia empregada em seu plano de saneamento. O Centro de Con-trole Operacional (CCO), onde técnicos da empresa controlam em tempo real os serviços de produção, reserva e distribui-ção de água e os de coleta e tratamento de esgoto. Do CCO, é possível efetuar a segu-rança patrimonial das instalações da em-presa, por meio de um sistema de câmeras de segurança. Os carros da concessionária também são monitorados com o auxílio de GPS. No CCO, os sistemas automati-zados possibilitam ligar e desligar os equi-pamentos à distância e obter informações sobre a situação operacional das estações de tratamento de água e esgoto da cidade.

José João Fonseca afirma que a inicia-tiva privada tem mais condições de bus-car a eficiência na prestação de serviços, tanto na redução de custos e aplicação dos investimentos, como no trabalho do dia a dia. Ele enfatiza que a rapidez na rea-lização dos projetos também é maior. “A burocracia no sistema privado é menor e isso nos permite ter mais agilidade na busca da universalização do saneamento, que é tão atrasado no país inteiro. Nós, aqui em Campo Grande, vamos vencer

esse desafio muito em breve. Temos um projeto que consideramos vitorioso e já estamos o replicando em outras cidades brasileiras.”

NOVa TECNOlOgIa

Um sistema de tratamento de esgoto mais avançado vem chamando a atenção no mercado da construção. O Sistema de Tratamento Compacto Modular Modelo BIODIG (Fibra Técnica) prioriza a efici-ência, a simplicidade operacional, o baixo consumo de energia e a menor produção de resíduos. A alternativa foi aderida pelo EcoVille Residence (Queiroz Galvão), si-tuado no bairro de Areias, no Recife, e tem sua maior parte construída em estruturas de plástico reforçadas com fibra de vidro. Por esse motivo, possui uma elevada resis-tência, tanto mecânica quanto a ambientes quimicamente agressivos, aumentando o tempo de vida útil do sistema.

O engenheiro Luciano Frej, responsável pelo empreendimento, diz que muitos fo-ram os motivos para a escolha da estação. “Além de a nossa topografia ser favorável na implantação da tecnologia, o sistema tem um processo bem mais moderno que o processo convencional (fossa e filtro). No convencional, a área utilizada é muito maior, com a utilização de caixas de con-creto enormes, gerando ainda uma preo-cupação maior com a manutenção. Uma outra vantagem é a redução de custos atra-vés do reuso de água.”

Nas unidades do pré-tratamento da construção, que durou noventa dias, a re-tenção dos sólidos é realizada através de um gradeamento de barras e um desare-nador. Na fase biológica é obtida a qua-lidade em nível secundário. Antes de ser encaminhado ao emissário final, o efluente ainda é desinfetado no tanque de contato, com a aplicação e mistura de uma solução de hipoclorito de sódio. O subproduto é parcialmente desidratado e encaminhado para aterros sanitários através de veículos especializados.

Segundo Luciano, para que um plano de saneamento dê certo, a concepção de um bom projeto de engenharia é funda-mental. “Criar um bom plano de enge-nharia, com pessoas experientes no ramo

e fazer com que ele seja executado, tal qual descrito, é a solução.”

a maIOR PPP dO PaÍS

O Consórcio formado pelas empresas Foz, da Organização Odebrecht, e a per-nambucana Lidermac, assinou o contrato de Parceira Público-Privada (PPP) com a Compesa, empresa de saneamento do esta-do de Pernambuco. Trata-se da maior PPP em saneamento básico do País, que atenderá uma população de mais de 3,7 milhões de habitantes de quinze municípios da Região Metropolitana de Recife.

Ao todo, serão investidos cerca de R$ 4 bilhões para que, em doze anos, seja atingi-da a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgotos. A iniciativa também contempla a aquisição de modernos equipa-mentos e o uso de tecnologias avançadas para a realização de obras e métodos não destruti-vos, a fim de evitar transtornos à população e ao trânsito.

Passados doze anos, a estimativa é de que a PPP proporcione a evolução de 30% para 90% de cobertura de esgoto na região e im-plante cerca de 9 mil quilômetros de redes de esgoto, entre substituição de tubulações anti-gas e ampliação da área de cobertura.

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arquitetura

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por Isabela Moraisfotos: Marcos Santos

Uma casa PaRa a cULtURa bRasiLeiRaBiblioteca de obras raras projetada na Universidade de São Paulo integra espaços de conservação bibliográfica e de circulação de pessoas

A Cidade Universitária Armando Sal-les de Oliveira, em São Paulo, local

onde circulam diariamente milhares de estudantes, professores e funcionários da Universidade de São Paulo (USP), ganhou um novo e único empreendimento — a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Em construção desde 2006, o espaço abri-ga obras raras que foram reunidas ao longo de oitenta anos pelo empresário e bibliófilo José Mindlin e por sua esposa Guita. São

cerca de 60 mil volumes entre manuscri-tos, periódicos e livros, que incluem rari-dades como os originais datilografados de Vidas Secas, de Graciliano Ramos e Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa — uma coleção de valor inestimável para a cultura nacional.

O desafio de projetar um prédio sin-gular no País ficou por conta dos arquite-tos Eduardo de Almeida e Rodrigo Min-dlin Loeb, para quem o trabalho teve um

significado pessoal. Neto de José Mindlin, Rodrigo conviveu desde cedo com os livros dos avós. “A coleção fez parte da minha in-fância, os livros eram meu cotidiano”, con-ta o arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e mestre pela Architectural Association School of Architecture de Londres. Em 1999, José e Guita chamaram o neto para uma con-versa, na qual anunciaram a intenção de doar o acervo particular para a USP. “Eles

Em seus mais de 20 mil m², os modernos edifícios de concreto, terão um bosque ao redor - resultado das árvores transplantadas como compensação ambiental

arquitetura

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queriam que eu fizesse o projeto de arqui-tetura da biblioteca”, revela. E então, há ca-torze anos, o arquiteto se dedica ao edifício que guarda também parte de sua história.

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin ocupa uma área de 20 mil m². O complexo é dividido em duas alas e, além da coleção doada, também abriga o Insti-tuto de Estudos Brasileiros (IEB), a Edito-ra da USP, entre outras instituições. A obra foi inspirada em outros prédios conheci-dos pelo mundo, como a Biblioteca Beine-cke de Manuscritos e Livros Raros, da Yale University, e a Biblioteca Saint Geneviève, de Paris. A Biblioteca do Congresso, em Washington, serviu como parâmetro para tecnologias de conservação, bem como os trabalhos técnicos elaborados pela Getty Foundation, fundação norte-americana que estimula projetos de preservação de artes visuais.

ESPaçOS

Segundo Rodrigo, pensar a durabilida-de e conservação foi um dos grandes desa-fios do projeto. “Há livros de mais de qui-nhentos anos que precisam durar outros quinhentos. Porém, o tempo de vida de um edifício é menor do que isso, e ainda há as limitações de conservação de um espaço público”, afirma. Outra questão foi projetar a circulação. “Precisávamos de um am-biente aberto que permitisse a passagem de pessoas e fosse acolhedor. Não adianta ser só um cofre para guardar os livros. A biblioteca deve ser um lugar pensado para o uso coletivo.”

Por se tratar de um centro de referência da cultura brasileira, Rodrigo conta que outra preocupação foi pensar um edifício que também fosse referência para a arqui-tetura nacional. “Estamos falando de uma biblioteca cujo nome é Brasiliana, então estamos falando de um projeto de arquite-tura brasileira contemporânea, carregado de um sentido para a história da arquitetu-ra brasileira”, comenta.

Além das duas alas, a construção conta com uma área central pública. O terreno permitiu uma implantação longitudi-nal, com uma fachada principal ao norte, noroeste e sul. Todas as áreas de traba-lho e de atividades pedagógicas foram

Com 550 m², o auditório tem capacidade para 300 pessoas

A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) ganhou uma livraria

O projeto contemplou com salas para pesquisas, que contam com gabinetes privativos, mesas para manipulação de textos e armários para livros de grande porte

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concentradas ao norte. Os acervos foram colocados ao sul, local menos ensolarado. Da região central, de livre circulação, é possível observar o acervo através dos vi-dros de proteção. “O vazio central faz com que os livros sejam vistos o tempo inteiro. Toda essa área que articula pode funcionar 24 horas por dia sem interferir no funcio-namento de cada uma das alas. Ela é aber-ta, não tem portas nem controle de acesso.”

No pavimento térreo, há uma praça pú-blica que articula uma livraria, uma cafete-ria, uma sala de exposições e um auditório. Para cada setor, foi projetado um salão público, uma sala de exposições e salas de consulta. Abaixo desse nível, localiza-se o embasamento. “Lá, criamos um laborató-rio de conservação, de digitalização e uma área de reserva técnica com capacidade para 95 mil volumes e uma sala de múl-tiplo uso.” Embaixo da área central, há o setor de infraestrutura com escritórios, vestiários, salas de segurança, caixa d’água, bombas, sistemas de incêndio, etc.

Todos os espaços são ligados por uma grande cobertura com lanternim central

de vidro laminado, o que permite a entra-da de luz natural, promovendo economia de energia, além de filtros UV e um plano de chapa perfurada, que protegem os livros de radiação solar direta.

CONSERVaçÃO E SuSTENTabIlIdadE

As obras da biblioteca Mindlin estão dispostas nos anéis centrais do prédio, num espaço de quatro mil m² que precisa de proteção 24 horas por dia. Para isso, as áreas do acervo têm com um controlador de partículas de umidade, sprinter pré--action, iluminação em LED com níveis máximos de cinquenta lux e sistemas de esterilizadores de ar, de monitoramento da qualidade atmosférica e de câmeras. “Além disso, todos os controles de acesso à área são biométricos. Há um forte controle de segurança ambiental e patrimonial”, revela.

Para resolver as questões ambientais e locais de transição, foi adotado o conceito de camadas, “como as partes de uma cebo-la”, compara o arquiteto. As áreas de acervo estão no coração do edifício. Em volta do

anel de livros, há outro anel para as áreas de trabalho e pesquisa. Esses dois espaços são separados por empenas de concreto. Em volta das salas de trabalho, existe um anel externo de transição, sombreado e coberto pelo beiral da grande cobertura e pelas empenas e brises externos verticais.

Da cobertura ao acervo, a biblioteca conta com as seguintes “camadas”: telha dupla isolante termoacústica, um espaço vazio de estrutura metálica de aproxima-damente 2 m, uma laje técnica imperme-abilizada, um vidro laminado antirrefle-xo no anel central e passarelas de 2,4 m de profundidade e altura, definidas pela quantidade de prateleiras.

O arquiteto explica as soluções utiliza-das para garantir a preservação das obras raras: “O concreto dá estabilidade térmi-ca. Usamos elementos de sombreamento em todas as fachadas para barrar a radia-ção e controlar a intensidade do calor. Ao mesmo tempo, eles permitem passar uma quantidade de luz suficiente para garantir iluminação natural adequada e controlada, o que reduz a necessidade de luz artificial”.

O vazio central faz com que os livros sejam vistos o tempo todo

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arquitetura

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O Instituto de Elétrica e Eletrônica da USP desenvolveu um plano de geração de energia fotovoltaica na cobertura do edifício com potência de 150 kW, o que garante todo o fornecimento de energia durante o dia. Para garantir o mínimo de pontos de passagem de água, os arquite-tos utilizaram um sistema de drenagem que intensifica a capacidade de vazão e reduz as tubulações, liberando a planta de descidas pluviais. Um projeto integra-do de paisagismo irá criar um bosque no entorno da edificação.

A construção da biblioteca consumiu cerca de R$ 130 milhões. Os recursos orçamentários foram da USP, com apoio do Ministério da Cultura, da Fundação Lampadia e do BNDES, e com o patrocí-nio (por meio da Lei Rouanet) da Petro-bras, CBMM, CSN, Fundação Telefônica, Suzano Papel e Celulose, Votorantim, Grupo Santander, Raízen, Cosan, Natura e CPFL.

Sete anos após o início das obras, a sociedade ganha um edifício de linhas elegantes à altura da preciosidade do ges-to de José Mindlin. Para Rodrigo, a inau-guração da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin é um marco: “É possível construir um edifício de uso público com a melhor qualidade de desenho e constru-ção para que as pessoas possam usufruir. Não estou falando em esbanjar, mas de-monstrar que o patrimônio público deve ser cuidado como algo importante”.O acervo foi distribuído em três andares totalmente

controlados para garantir a preservação das obras

O teto de vidro temperado permite a penetração de luz natural

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arquitetura | interioes

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por Gil Aciollyfotos: Deborah Ghelman

Um casarão antigo, no bucólico Poço da Panela, abriga um com-

plexo gastronômico inspirado nos principais mercados europeus. Trata--se de uma arquitetura única para o conjunto de patrimônios do bairro e que ganhou novo conceito. O que foi projetado para uma moradia, agora proporciona diferentes experiências que vão além do paladar. Inspirado no modelo de Food Halls, que tem se

ReFoRma PReseRVa HistÓRia e oFeRece tenDências moDeRnas

espalhado como tendência pelas prin-cipais cidades do mundo, como Nova Iorque, Londres e Paris, o Barchef Mercado Gourmet alia a conveniência da compra de sofisticados mimos para a casa com alimentação de alta quali-dade e entretenimento — tudo numa mistura bem pensada. Os 1.618 m² de área construída contaram com a ajuda de um arrojado projeto arquitetônico para preservar a memória do imóvel e

dar diversas caras aos ambientes, que convivem em harmonia, cada um com estilo próprio, ao mesmo tempo que oferecem ideias diferentes, agregando o antigo ao contemporâneo.

Com pé-direito alto e imponentes portas, janelas e colunas, o palacete foi construído em 1809 pelo conde Correia de Araújo para viver com sua família. O local, que ainda serviu de residên-cia para a tradicional família Latache,

Essa é a ideia do BarChef, novo espaço no Recife que une beleza,arquitetura e história numa combinação perfeita

Na fachada da Deli, a estrutura de vidro foi integrada à antiga senzala, modernizando o espaço

arquitetura | interiores

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abrigou o evento Casa Cor antes de se transformar no Barchef, aberto no final de 2012. Mas até a inauguração do es-paço foram quase dois anos de trabalho no ousado projeto. O maior desafio foi preservar as características autênticas, tirando o máximo de partido dos ele-mentos originais para criar uma pro-posta moderna. Mais: o cuidado teve que ser redobrado por se tratar de um Imóvel Especial de Preservação (IEP) e um Imóvel de Proteção de Área Verde (IPAV) — o que obrigou o atendimento a uma série de exigências estabelecidas por lei.

“Tivemos que aproveitar a estrutu-ra existente, sem grandes alterações. Por exemplo, não pudemos mexer nos pisos em ladrilho hidráulico e no for-ro de gesso original. Também não era viável rasgar paredes para passagem de tubulações de ar-condicionado e ilumi-nação. No final, todas essas aparentes limitações foram incorporadas ao pro-jeto, ajudando a criar o clima de mer-cado gourmet, com tubulações elétricas

e hidráulicas aparentes, balcões e ba-res que funcionam como quiosques”, explica a arquiteta Marcela Andrade, do Humberto Zirpoli Arquitetura, es-critório que orquestrou o projeto em parceria com a construtora Fama, a consultoria Saber Cuidar e o paisagista Christoph Jung.

Um minucioso estudo das plantas nativas do local. Pau-brasil, Canela e Sapoti são algumas das espécies que podem ser vistas pelo terreno que tem cerca de quatro mil m² e que também faziam parte dos jardins pernambuca-nos. Tudo foi preservado. Das árvores originais, cinco tiveram que ser retira-das por estarem em processo de apodre-cimento. Em contrapartida, outras dez foram plantadas no local. A arborização e jardinagem, que emprestam beleza, limitaram o espaço do estacionamento. “Como não podíamos criar mais vagas no terreno para não diminuir a área verde existente, a solução foi alugar um local próximo e disponibilizar o serviço de manobrista”, conta Marcela.

O casarão foi recriado e transformado em um contemporâneo mercado gourmet, sempre preservando as suas memórias

O jogo preto e branco confere elegância ao terraço

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A opção deu certo. Com grandes mesas de piquenique, a área externa tem um clima agradável e é um convite para ficar à vontade. O espaço tem sido utilizado por famílias, que fazem ques-tão de trazer as crianças; ou casais e grupo de amigos, que compram vinhos e vão degustá-los sentados na grama. “As pessoas são carentes de ambientes como esses. Esse empreendimento só deu certo porque é aqui no Poço da Panela. A cultura é diferente. Não fun-cionaria da mesma forma se fosse lo-calizado em bairros como Boa Viagem ou a cidade de São Paulo, por exemplo”, conta o sócio do Barchef, Gilberto Be-zerra. Ele diz que a casa consegue aten-der a um público variado, de diferentes idades e estilos. “Ficamos muito felizes com o resultado. Por sorte, encontra-mos o lugar que desejávamos”, afirma.

E a procura foi intensa. Os pro-prietários deram seus toques pessoais e viajaram pelo mundo garimpan-do e registrando ideias. Muitas obras foram incorporadas ao projeto. “Os donos também foram arquitetos”, en-fatiza Marcela Andrade. Mesmo sem pretensão de ser uma galeria, é possí-vel conhecer obras de artes de artistas modernos por todas as partes do casa-rão, que conta com ambientes, como empório, vinoteca, bar, restaurantes, pub e espaço para eventos. Também é possível reverenciar a tradição. Um exemplo está no Italian Grill, com rico cardápio de massas e grelhados. Lá, a parede estampa uma coleção de pratos produzidos pela cerâmica pernambuca-na São João da Várzea. As peças foram fotografadas e viraram tecidos produzi-dos pelo Studio Zero, que dão caracte-rísticas bem sofisticadas ao restaurante.

Outro exemplo marcante está na Deli, um empório gourmet e lancho-nete, que funciona na antiga senzala do casarão. Mais uma vez, o moderno se une ao passado numa estrutura de vidro que é interceptada pela antiga casa de tijolos aparentes. O objetivo foi evidenciar o contraste das duas épocas marcadas por diferentes estilos de cons-trução. Um dos truques foi a utilização de materiais e sistemas construtivos

No Italian Griill, os destaques são para as cores e para o papel de parede personalizado

Em todos os ambientes, é possível encontrar características originais

arquitetura | interiores

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atuais, além de cores marcantes. Ao vi-sitar o local, é possível perceber o te-lhado francês, original e carregado de charme. “A arquitetura é isso. Tem que falar de seu tempo”, argumenta Marce-la, traduzindo o espaço em palavras.

O design está em todos os recantos da Deli, sejam arquitetônicos ou não, desde a indicação dos preços até a dis-posição dos produtos, posicionados estrategicamente. Ao lado do peixe — sempre fresco —, sais especiais, azeites e uma diversidade de bebidas. A carne resfriada, desde o abate, é combinada com diferentes tipos de cerveja. Tudo ao alcance da mão. Do sushi às frutas já cortadas — nada pode passar mais que quatro horas nas gôndolas. No ambien-te, há ainda uma vinoteca onde é pos-sível encontrar mais de quatrocentos rótulos de todo o planeta.

A cozinha permaneceu numa parte da casa que já havia sido modificada, num espaço considerado pequeno para as dimensões do BarChef. A saída foi criar um bloco anexo, que fica próxi-mo à Deli, onde ocorre toda a parte de higienização, cocção e armazenamento de alimentos, além de abrigar instala-ções de funcionários e escritórios. O antigo depósito de mantimentos da residência, localizado parcialmente no subsolo, virou um pub, que será aberto nos próximos meses. Os banheiros do casarão tiveram que ser localizados no segundo piso, também por limitações de espaço. Mas tudo foi pensado para garantir ao público a circulação por to-dos os ambientes. Para isso, foram cria-dos elevadores e rampas de acesso.

Aliás, ao circular pelo BarChef é que percebemos a sua linguagem. De um ambiente para outro, herança, cardá-pios, detalhes, objetos, tons, cheiros, pessoas e climas diferentes. Há uma certa dinamicidade com equilíbrio e intimidade. É uma casa aberta. “As pessoas vão sugerindo o uso, e o lugar continua em constante transformação”, conclui Bezerra. Nessas mudanças, o que não muda é a vontade de se entre-gar às novas experiências.

A combinação de cores marcantes dão um ar descolado ao casarão clássico

Os pisos originais foram preservados e convivem bem com obras contemporâneas

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FOTO: CONSóRCIO CASTELÃONa obra da Arena Castelão, no Ceará, foram utilizadas 202.2 toneladas de cordoalha

TECNOLOGIA

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por Gil Aciolly

noVas tecnoLogias De sistemas De PRotensão gaRantem sUstentabiLiDaDe

Era um feriadão como outro qualquer. Em vez de viajar, o engenheiro Joaquim Cara-

cas se trancou em sua empresa e construiu um protótipo de uma casa de plástico. Ele tirou do papel uma ideia, que além de sustentável, promete ser solução para déficit de habitação. A nova tecnologia não só já está em prática como recebeu diversos prêmios. Não é a pri-meira vez que Caracas inovou. Em 2007, ele e os amigos, também engenheiros, Helder Martins e Ricardo Brígido Moura, trouxeram ao Brasil a tecnologia de protensão com cor-doalhas engraxadas. A técnica, implantada no país pela empresa cearense Impacto Pro-tensão, permite a construção de vãos maiores

sem de interferência vigas e com redução de pilares, dando liberdade na utilização dos es-paços e possibilitando resultados estéticos ousados, tão desejados por arquitetos. Tudo proporcionando estruturas duráveis, ótima viabilidade econômica, redução de mão de obra e, principalmente, acelerando a execução dos empreendimentos.

A tecnologia está por traz de tanto suces-so. A protensão é um processo que permite a edificação de estruturas esbeltas, utilizando de forma eficiente aços e concretos de alta resistência, combatendo desperdício. É uma solução às deficiências do concreto armado tradicional, na medida que permite o controle

da deformação e fissuras. O resultado, além da melhoria das estruturas, compreende redução de custos e abre caminhos para novos sistemas construtivos. A inserção da cordoalha engra-xada adiciona praticidade ao processo. A gra-xa, responsável pela lubrificação e redução do atrito, envolve os cabos e é protegida por uma capa, chamada bainha. O processo de tensio-namento dos cabos é facilitado, com a utiliza-ção de macacos de pequeno peso e dimensão. Nesse tipo de protensão, classificado como não aderente, o manuseio e a fixação são con-siderados fáceis. A técnica dispensa o uso de bainha metálica e a posterior injeção de nata de cimento, comuns na protensão aderente.

Com custos atraentes, a técnica abre espaço para projetos ousados, garante rapidez na execução das obras, redução de custos e ainda apresenta propostas sustentáveis

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“O resultado é a possibilidade que se abre aos arquitetos e engenheiros de lançar mão de estruturas com número reduzido de pilares, em lajes planas, com maior liberdade de utili-zação de seu espaço interno, de fachadas mais abertas para iluminação e ventilação, redução dos índices de forma e escoramento, com custos muito competitivos, mesmo se com-parados ao custo das estruturas de concreto convencionais”, explica o engenheiro Valter Bastos.

Apesar de todas as vantagens, a tecnologia usada, comercialmente, nos Estados Unidos, desde a década de 60, só chegou ao Brasil qua-se quarenta anos depois. Foi quando Joaquim Caracas, Helder Martins e Ricardo Brígido Moura realizaram a protensão de obras como o edifício Torre Santos Dumont, Iate Plaza e blocos de concretos para a Universidade de Fortaleza. Além da inovação, colocaram o Ceará em posição de vanguarda e destaque. Atualmente, o estado consome 30% de toda a cordoalha vendida no país. O índice revela, proporcionalmente, uma grande representa-ção em relação a estados com maiores PIBs,

como São Paulo, por exemplo. Para dissemi-nar um maior conhecimento sobre protensão, a empresa criou o Centro de Consultoria em Protensão-CCP, juntamente com a Arce-lormittal, uma das maiores siderúrgicas do mundo que fornece a cordoalha utilizada na protensão. O Centro capacita projetistas estru-turais para utilização da técnica, apontando soluções para minimizar custos e viabilizar obras. Ainda presta consultoria gratuita. A ini-ciativa tem dado certo. Atualmente, a Impacto Protensão e sua filial em Pernambuco contam com 150 obras em andamento.

Resultados encontrados na análise dos custos das edificações, a partir da adoção dos sistemas estruturais com protensão, torna a tecnologia uma solução competitiva para edificações usuais na construção civil. “Em inúmeros exemplos, constata-se que as cordo-alhas engraxadas podem ser usadas nos mais diversos sistemas estruturais. Para os constru-tores, um incremento na eficiência e qualida-de da estrutura, além da melhoria do proces-so construtivo que pode ser conseguida com custos semelhantes e até inferiores aos das

estruturas convencionais”, garante Bastos. Para o engenheiro, a protensão ainda tem muito a se desenvolver no país, principalmente por conta do grande volume de obras e pela busca de racionalização de material nos empreen-dimentos. “Na indústria da construção ainda existe muitos processos arcaicos que precisam ser melhorados e muitas empresas que já estão partindo na frente com ideias de pensamento enxuto e inovando nos seus canteiros”, retrata.

INOVaçÃO E SuSTENTabIlIdadE

Mesmo sendo recente em território bra-sileiro, a protensão se consolida como ferra-menta de qualidade na construção civil, tra-zendo viabilidade econômica para todo tipo de empreendimento, inclusive, edificações usuais, como pisos de casas populares em radiers. Seu caminho é trilhado com propos-tas inovadoras e sustentáveis, apresentando soluções frente aos desafios da engenharia. O exemplo é o sistema de formas para estru-tura de concreto, desenvolvido pela Impacto Protensão. Foi criado para gerar economia e

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No Centro de Eventos de Fortaleza, a tecnologia foi utilizada entre o prédio e os túneis de acesso

TECNOLOGIA

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produtividade na execução das estruturas de concreto na construção civil, que apesar de ser uma área já bem desenvolvida, possui um ce-nário com desperdício de material, escassez de mão de obra, atraso nos cronogramas e uma ausência de linha de montagem organizada. Sua aplicação em diversas obras espalhadas por todo o Brasil, seja em concretagem com protensão ou armada, já rende resultados como redução de gastos, de mão de obra e de tempo de execução, além de proporcionar se-gurança, combater o desperdício e possibilitar o reaproveitamento de material.

O sistema é composto por formas plásti-cas, cuja parte superior é lisa e a inferior ner-vurada, utilizadas no processo de moldagem e sustentação do concreto fresco até que o mes-mo atinja resistência suficiente para suportar as cargas que lhes são submetidas. As formas são sustentadas por um cimbramento me-tálico de aço galvanizado, escorado por uma estrutura tubular, auto-ajustável. Tudo é feito através de encaixe. São usados apenas cinco ti-pos de peças. Esse escoramento apresenta óti-ma resistência. É projetado para suportar seu próprio peso, o peso do concreto, o peso do aço e ao tráfego de operários e equipamentos.

Se a protensão com cordoalhas engraxa-das já traz agilidade à obra, com o sistema de

formas o ganho é ainda maior. Sua montagem é realizada na metade do tempo do processo convencional. Um prédio com 20 lajes, por exemplo, levaria, em média, 40 dias apenas para a montagem do escoramento com assoa-lho. Com o sistema do cimbramento metálico, o tempo desse mesmo serviço é reduzido para 20 dias. Ganha-se uma economia com mão de obra, desde o vigia até o engenheiro. Como se não bastasse, os custos e o tempo com acaba-mento também são reduzidos.

sistema de forma para estrutura de concreto que utiliza plástico como componente tem sido solução interessante e atenua os gastos com este serviço. E como o plástico se com-porta muito bem pelo fato de ser um mate-rial de pouco peso, boa resistência mecânica e proporciona superfícies de concreto de boa qualidade, a tecnologia evita desperdícios, ge-rando consequentemente beneficio ambien-tal”, justifica Bastos.

É no plástico que reside o diferencial da proposta. Quando a opção é por grande obras de lajes maciças, entra em cena o plasterit. O material tem em sua composição plástico reciclado e substitui o maderite, um com-pensado de madeira comumente usado para sustentar o concreto durante o processo de cura. Com a técnica, a Impacto Protensão já conseguiu retirar 80% da madeira de suas obras, substituindo-as por material reciclado. Além de ser ecologicamente correto, mais uma vez acumula vantagens como agilidade e economia. “O que dois carpinteiros produzem em 11h, dois serventes levam 30 minutos para executar o mesmo serviço”, garante o enge-nheiro Joaquim Caracas, presidente executivo da empresa. Além disso, o compensado é reu-tilizado cerca de 20 vezes. Com o plasterit esse número sobe para 300.

O sistema de formas mostra que o con-creto protendido trilha caminho próprio no Brasil, através das inovações. E melhor, com sustentabilidade. Para o precursor da tecno-logia em terras brasileiras as ideias para uma construção sustentável só encontram espaço quando proporcionam retorno financeiro. “O nome sustentabilidade é muito bonito. Mas só o usam se houver alguma economia. Invenção e inovação são coisas diferentes. A inovação só ocorre se tiver nota fiscal. Não adianta inventar algo que não seja viável e nem gere retorno econômico”, costuma dizer Joaquim Caracas. E ele tem colocado seu lema em prática. Já realizou 17 pedidos de patentes. Dessas, três já foram concedidas e outras cin-co estão em desenvolvimento. Vale destacar que 90% das patentes estão em plena utiliza-ção em várias obras espalhadas pelo território nacional.

Impacto Protensãoimpactoprotensao.com.br

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Mesmo sendo recente no Brasil,

a protensão se consolida como ferramenta de qualidade na

construção civil

As formas são reutilizáveis e, auxiliadas pelo cimbramento metálico, evitam o des-perdício do concreto. O reaproveitamento dessa estrutura é ilimitado. “Com a execução das lajes planas, sem interferência de vigas, o

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FOTO: PRESSFOTOA NBR estabelece a responsabilidade de todos os agentes envolvidos na construção — desde o construtor e arquiteto até o usuário

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por Isabela Morais

nbR 15.575 ReDeFine PaDRÕes e imPÕe noVos DesaFios

Após a publicação pela Associação Bra-sileira de Normas Técnicas (ABNT),

a nova norma NBR 15.575 - Desempenho de Edificações Habitacionais, mais conhe-cida como Norma de Desempenho, passa-rá a ser exigida a partir do dia 19 de julho nos projetos que forem protocolados para aprovação nas prefeituras. A normativa, publicada originalmente em 2008, come-çou a ser revisada em janeiro de 2011 por uma comissão de estudo composta por representantes de consumidores, cons-trutores, fabricantes de materiais, empre-sas públicas e privadas e outros atores da cadeia construtiva. Os trabalhos foram

concluídos em fevereiro deste ano. A partir desta edição, a revista Construir Nordeste apresenta uma série de reportagens sobre cada uma das seis partes que compõem a norma — requisitos gerais, estruturas, pi-sos, vedações verticais, coberturas e siste-mas hidrossanitários.

A principal alteração da regulamen-tação é sua abrangência. Antes, a norma enquadrava apenas os edifícios de até cinco pavimentos. Agora, passa a valer para todos os edifícios residenciais, in-dependentemente do número de pisos. Foram revistos, e em geral ampliados, os prazos de vida útil para cada um dos

seis sistemas. Uma tabela traz diferen-tes prazos estimativos de vida útil que, para serem alcançados, dependem do cumprimento dos critérios especifica-dos e da manutenção a ser feita pelos compradores, obedecendo-se ao Ma-nual de Operação, Uso e Manutenção fornecido pelo incorporador ou pela construtora.

Os conceitos de desempenhos tér-mico e acústico foram alterados com a introdução de exigências relativas aos isolamentos entre áreas privativas e áreas comuns dos edifícios (salão de jogos, salão de festas, etc). O novo texto

Confira as mudanças no texto e as expectativas dos profissionais para a nova Norma de Desempenho, que passa a vigorar em julho

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traz parâmetros acústicos diferentes de acordo com a área ao entorno, das mais silenciosas àquelas com grande circu-lação de veículos. Os conteúdos de se-gurança contra incêndios foram refor-mulados e agora estão alinhados com as normas internacionais mais avançadas.

Quanto aos sistemas hidrossanitá-rios, a NBR 15.575 exige que as águas sejam encaminhadas à rede pública de coleta. Caso ela seja inexistente, de-vem ser utilizados sistemas que evitem a contaminação. No sistema elétrico, devem-se privilegiar soluções que mi-nimizem o consumo de energia, como o uso de iluminação e ventilação na-turais e de sistemas de aquecimento com energias alternativas. Também foi acrescentada uma distinção entre áreas molhadas (áreas de box de banheiro, por exemplo) e áreas molháveis (outras áreas do banheiro), sendo obrigatória a impermeabilização e presença de ralo apenas nas primeiras.

Antes da normativa, havia um único prazo de garantia de 5 anos especifica-do no artigo 618 do Código Civil, ini-cialmente válido para problemas de so-lidez e segurança, mas que vinha sendo aplicado pela jurisprudência como pra-zo geral de garantia da construção civil. Agora foi criada uma extensa tabela de prazos de garantia. Para as instalações elétricas e hidráulicas, por exemplo, o prazo é de 3 anos. Em todos os siste-mas, o consumidor pode optar por três padrões construtivos: mínimo, inter-mediário e superior. A redação da nor-ma seguiu os modelos internacionais de normalização de desempenho: para cada necessidade do usuário e condição de exposição, há uma sequência de Re-quisitos de Desempenho, Critérios de Desempenho e seus respectivos Méto-dos de Avaliação.

Um consenso é que a Norma de De-sempenho marca um ponto definitivo para a evolução da qualidade tecnoló-gica da construção. Isso porque, dife-rente das demais normativas de caráter prescritivo, a nova regulamentação não é uma “receita de bolo”, segundo diz Geórgia Bernardes, assessora técnica da Câmara Brasileira da Indústria da

Construção (CBIC). Ou seja, o tex-to não indica maneiras de fabricar ou aplicar os componentes, mas sim os resultados a serem obtidos. “Não está escrito como o projetista vai conseguir atingir o nível de desempenho. Com isso, há um potencial enorme para a criação de sistemas inovadores”, avalia.

Uma das expectativas da assessora é que a NBR 15.575 gere uma respon-sabilidade compartilhada entre todos os atores da cadeira produtiva. “Pro-jetistas, fabricantes de materiais, cons-trutores e moradores, todos têm suas responsabilidades bem definidas. Isso é positivo para o mercado, pois regu-la e harmoniza as relações”, comenta. A CBIC disponibiliza para download gratuito na internet o Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR 15.575/2013 - Desempenho de Edifica-ções Habitacionais. A publicação traz comentários técnicos e esclarecimentos jurídicos sobre como atender à norma, além de resumos dos diferentes crité-rios de desempenho e exemplos de dis-posições construtivas.

No documento, Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirma que a legislação é um marco, pois, após décadas de baixo investimento em in-fraestrutura e em habitação, o País pode reencontrar sua rota de progres-so na construção civil. “A NBR 15.575 estabelece parâmetros, objetivos e quantitativos que podem ser medidos.

Um consenso é que a Norma de

Desempenhomarca um ponto definitivo para

a evolução da qualidade

tecnológica da construção

Dessa forma, buscam-se o disciplina-mento das relações entre os elos da cadeia econômica (rastreabilidade), a diminuição das incertezas dos critérios subjetivos (perícias), a instrumentação do Código de Defesa do Consumidor, o estímulo à redução da concorrência predatória e um instrumento de dife-renciação das empresas.”

Para Carlos Borges, vice-presidente de tecnologia e qualidade do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), a normativa segue uma padronização internacional que busca traduzir as necessidades humanas em requisitos técnicos. Devido à sua ampliação, pode haver alta nos custos da construção. O valor, porém, ainda não pode ser es-timado. “Acredito que no setor da ha-bitação popular haverá um aumento maior. Mas o custo-benefício para o usuário será altamente vantajoso.”

Ercio Thomaz, do Instituto de Pes-quisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo, é da mesma opinião. Para o pesquisador, para projetos que já obedecem às normas técnicas vigentes, não é esperado acréscimo significativo de custos. “Esquadrias de melhor qua-lidade, lajes um pouco mais espessas ou pisos flutuantes, além de outras me-lhorias necessárias, vão aumentar um pouco o investimento inicial. Mas, com a maior durabilidade dos componentes e a redução de custos com operações de manutenção dos imóveis, espera-se que o custo final da construção, ao longo de toda vida útil projetada, seja significa-tivamente menor.”

Para os especialistas, o maior de-safio para a aplicação da NBR 15.575 - Desempenho de Edificação Habita-cionais recairá sobre os projetistas, que deverão se preocupar com aspectos eminentemente técnicos, como dura-bilidade, segurança no uso e ocupação e manutenibilidade. Já os fabricantes terão que caracterizar melhor seus pro-dutos segundo parâmetros de desem-penho acústico e vida útil, por exem-plo. “Um choque de cultura”, de acordo com Thomaz, que poderá render evolu-ções tecnológicas para os diversos seg-mentos da construção brasileira.

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a NbR 15.575 E a OPINIÃO dE REPRESENTaNTES da CadEIa PROduTIVa

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por Patrícia Felix

FOTO: METACAULIM

imPeRmeabiLiZaçãoInfiltrações e suas consequências podem trazer diversos problemas. Em contrapartida, uma impermeabilização eficiente, além de garantir maior vida-útil ao imóvel, reduz os custos com manutenções e recuperações

De modo geral, impermeabilizar signi-fica impedir a passagem de líquidos

entre as diversas áreas da construção e materiais utilizados na obra. Ao serem ve-dados, produtos como o concreto e a arga-massa, costumam garantir 90% de êxito na impermeabilização total da edificação. A ação das águas pode causar diversos pro-blemas, como ferrugem, umidade, fungos e mofo. Esses incômodos podem diminuir, não só o tempo do imóvel, como também a qualidade de vida do proprietário.

Segundo o Instituto Brasileiro de Im-permeabilização (IBI), assim como os de-mais projetos que envolvem a construção

A obra da Barragem de Pinalito, na Republica Dominicana, teve os seus 300 mil m³ de concreto impermeabilizados

de uma edificação, a prática também deve ter um plano específico que detalhe os produtos que serão utilizados, a forma de execução e as técnicas de aplicação.

Quando feita de forma correta, os cus-tos com impermeabilização atingem, em média, 2% do valor total da obra. Se fo-rem executados apenas depois dos proble-mas serem constatados, esse percentual é aumentado em até 10% do custo total da obra. Os dados são do IBI.

Para Guilherme Gallo, diretor de Qualidade e Comércio da Metacaulim, é preciso considerar os arredores e as ca-racterísticas da edificação, tais como as

condições climáticas (lugares mais úmidos exigem maior atenção), a existência de solos ou reservatórios atrás das paredes e o nível de impermeabilização pretendido.

De Acordo com ele, um local importan-te da obra que deve ser impermeabilizado, e normalmente é deixado de lado pela maio-ria dos construtores, é a Fundação. “É uma peça chave para a obra e de difícil acesso quando se é necessário fazer uma manuten-ção ou reforça-la”. Ele explica que a imper-meabilização da fundação evita problemas como a formação de trincas ou a deteriora-ção do concreto.

“É altamente recomendável que se con-trate uma empresa ou profissional especiali-zado no assunto antes de dar prosseguimen-to à implantação de qualquer tecnologia, por mais simples que seja”, destaca Gallo.

TECNOlOgIa

No Brasil, as primeiras impermeabiliza-ções utilizavam óleo de baleia na mistura das argamassas para o assentamento de ti-jolos e os revestimentos de paredes. A im-permeabilização entendida como item da construção que necessita de normalização, ganhou um impulso especial com as obras do Metrô da cidade de São Paulo, que se iniciaram em 1968. Atualmente, existem tecnologias muito mais eficientes.

O aditivo mineral em pó é uma alterna-tiva própria para ser utilizada em argamas-sa e concreto. O produto, que é adicionado juntamente com o cimento, já foi utilizado em grandes obras como portos, metrôs e estádios de futebol.

Guilherme Gallo explica que o aditivo Metacaulim HP é um pó muito fino, produ-zido à base de silicatos naturais, que reage quimicamente com o cimento, deixando-o

como se faz

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menos poroso e permeável, de modo defi-nitivo, sem perda de eficiência ao longo dos anos. “É dos poucos impermeabilizantes disponíveis no mercado que pode ser usado em concretos estruturais, em qualquer faixa de resistência de projeto.”

Em geral, os produtos que agem por meio da formação de películas precisam ser reaplicados de tempos em tempos. A perio-dicidade da reaplicação da camada imper-meabilizante depende do tipo de material e das condições de exposição aos efeitos do clima (sol, chuva, vento), de ano em ano ou até de cinco em cinco anos.

Em relação a argamassa e ao concreto, uma vez aplicados sem o aditivo, o constru-tor poderá, posteriormente, adotar medidas corretivas para evitar a passagem de água. “Aplicar resinas formadoras de película, normalmente ao lado da umidade, como manta asfáltica e silicones, por exemplo, é uma providência que visa contornar o problema de maneira temporária e leva a necessidade de reaplicação de tempos em tempos”, diz Gallo.

No caso de membranas líquidas imper-meabilizantes, além de possuírem uma ex-celente relação custo-benefício, são produ-tos pronto para o uso, com aplicação a frio e muito fáceis de usar. A Sikafill possui três opções que englobam a impermeabilização de coberturas.

mesmo produto destinado a telhas é espe-cialmente formulado para materiais de fi-brocimento, que geralmente trazem muitos problemas de umidade, por não terem um sistema de impermeabilização adequado. Já o Sikafill Power tem o diferencial de que já vem com fibras em sua formulação, o que elimina o uso da tela de reforço nas aplica-ções. Ele pode ser utilizado na impermea-bilização de coberturas, lajes e baldrames.

Para o IBI, no momento de decidir so-bre impermeabilização, é importante lem-brar que a água, a despeito de seu inestimá-vel valor e importância para nossas vidas, por outro lado, é também fonte de 85% dos problemas das edificações.

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Quando feita de forma correta, os custos com

impermeabilização atingem, em

média, 2% do valor total da obra

Os produtos da empresa são feitos com base em resina acrílica. O Sikafill Gesso é um fundo preparador de superfície, para a aplicação direta sobre gesso e drywall. O

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Tiago Andrade Lima *

PPP PaRa aDeqUação à PoLítica nacionaL De ResíDUos sÓLiDos

Instrumento de gestão criado há qua-se uma década pela Lei Federal nº

11.709/2004, a Parceria Público-Privada (PPP) vem sendo uma ferramenta pouco adotada pelos entes da Federação para a execução das suas políticas governamen-tais. Embora muito semelhante, em alguns aspectos, às concessões comuns previstas na Lei Federal nº 8.987/1995, a introdução das Parcerias Público-Privadas no orde-namento jurídico brasileiro fez emergir conceitos inovadores no âmbito da gestão pública.

Dentre as principais mudanças esta-belecidas pela Lei da PPP, destacam-se as seguintes: a) a necessidade de implanta-ção de padrões de governança corporati-va — transparência dos procedimentos e das decisões — no âmbito da execução da Parceria; b) a utilização da arbitragem na resolução dos conflitos; c) a imperiosidade de demonstração de sustentabilidade fi-nanceira e das vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria; e d) a segurança jurídica trazida ao empreendedor, com a inclusão na lei da obrigatoriedade, pelo Poder Público, de prestar garantia para as obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública.

Previu ainda duas modalidades de Parceria, a saber, patrocinada e adminis-trativa. A primeira ocorre quando envol-ve, adicionalmente à tarifa cobrada aos usuários, uma contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Dessa forma, quando não ocorre o efetivo desembolso financeiro do parceiro públi-co, não há uma PPP, mas, tão somente, uma concessão comum. Por outro lado, a PPP na modalidade administrativa ocorre quando a Administração Pública é usu-ária direta ou indiretamente dos serviços prestados na Parceria, ainda que envolva

execução de obra ou fornecimento e ins-talação de bens. É o caso da gestão dos re-síduos sólidos.

A Política Nacional de Resíduos Só-lidos (PNRS) estabeleceu o prazo de 4 anos a partir da publicação da Lei — em 2010, para destinação adequada dos rejei-tos. Ou seja, a partir do mês de agosto de 2014, será proibido o descarte inadequa-do; os lixões terão que ser erradicados; e os aterros sanitários legalizados só poderão receber rejeitos, ou seja, tudo aquilo que não pode ser reutilizado ou reciclado. O Ministério do Meio Ambiente estima que sejam necessários cerca de R$ 9,6 bilhões para execução da meta relativa aos aterros sanitários.

Para tanto, reacende no gestor pú-blico a necessidade de cumprir as metas estabelecidas na PNRS por meio da PPP. Isso porque o referido instrumento conta com uma diferença abissal para as outras modalidades de contratação pelo Poder Público: O art. 6º, § 1º da Lei da PPP, in-serido pela 1ª Lei Federal nº 12.766/2012, admite o pagamento, ao parceiro privado, de remuneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade definidos no contrato.

Dessa forma, o novo arranjo institucio-nal proposto pela Lei da PPP abre espaço para se criar uma modelagem que estimule o parceiro privado a trabalhar para dimi-nuir a geração de resíduos e estabelecer formas de reaproveitamento e reciclagem. Assim, com a desvinculação entre a quan-tidade de resíduos depositados no aterro sanitário e os valores percebidos pelo par-ceiro privado, que será remunerado pela estrutura necessária à prestação do servi-ço, haverá o estímulo para buscar soluções que atinjam os objetivos da PNRS, quais

sejam a não geração de resíduos, a redu-ção, a reutilização, a reciclagem, o trata-mento dos resíduos sólidos e, como última opção, a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Em estudo encomendado pela Associa-ção Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a Parceria Público-Privada nos serviços de limpeza urbana e manejo do lixo foi indi-cada como a melhor solução para os muni-cípios brasileiros se adequarem às exigên-cias da nova política nacional de resíduos sólidos.

Além disso, a PPP permite ao poder público celebrar parcerias duradouras — até 35 anos — o que garante, em princí-pio, considerando os maiores prazos de amortização, uma maior modicidade das contraprestações. Atualmente, grande parte dos contratos de limpeza urbana é realizada sob o formato de terceirizações baseadas na lei de licitações, que admite prazo máximo de 5 anos, com investimen-to apenas do poder público.

Assim, a PPP afigura-se num instru-mento essencial para atendimento às metas da PNRS, estimulando o parcei-ro privado a se envolver na execução das ações governamentais, além de otimizar e modernizar a prestação do serviço pú-blico com base numa relação duradoura, aliando investimentos de capital público e privado, com garantias recíprocas e riscos compartilháveis.

* Tiago Andrade Lima é especialista em Direito Ambiental, Mestre em Tecnologia Ambiental e titular da área de Direito Am-biental da Queiroz Cavalcanti Advocacia.

construir direito

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construir direito

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EntrevistaO ambientalista Valmir Fachini traz o conceito de saneamento ecológico

P. 68

ano IV | nº 16 | abril 2013

TendênciasO colunista Renato Legal fala sobre a evolução das construções sustentáveis

P. 72

é HoRa De agiRNo Ano Internacional de Cooperação pela água, é urgente chamar atenção para os desafios e benefícios do gerenciamento dos recursos hídricos P. 73

ÁgUA virtUAL: você consegUe ver onde eLA estÁ?Telma Bartholomeu Silva *

Imagine uma vida sem água. Esse cenário seria possível? Claro que não!Se pararmos para pensar, pessoas pre-

cisam de água, animais e vegetais idem, e quase todo produto precisa de água em alguma fase da cadeia produtiva.

Essa quantidade de água, que é exigida no processo de fabricação de um produ-to, por exemplo, é conhecida como água virtual — conceito elaborado e difundi-do pelo cientista britânico John Anthony Allan.

Comemoramos o Dia Mundial da Água no dia 22 de março, e, mais do que nunca, torna-se importante levarmos em conside-ração esse alerta e refletirmos, já que existe uma equação econômica que precisa fe-char, afinal alguém tem que pagar a conta.

Precisamos pensar “fora da caixa” e en-tender como vamos quantificar essa “água virtual”, agregando valor às commodities exportadas. Afinal, além do produto em si, aquele que adquire algo Made in Brazil está levando um pouquinho da nossa água também.

Com base nesse conceito, afirma-se que o Brasil é um dos maiores exportadores potenciais de água!

Se levarmos em conta a quantidade de água consumida no setor agropecuário mais a que é utilizada pela indústria, ve-mos que essa afirmação não está de todo equivocada.

O sistema de cobrança pelo uso da água, cada vez mais estruturado, procu-ra dar uma solução para isso. Verifica-se, pela Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos — Lei nº 9.433/97, que a cobran-ça ocorrerá pela captação do recurso e pelo lançamento de resíduos líquidos, por exemplo, utilizando o “veículo” água como uma forma de destinação. Assim, a utili-zação da água como insumo do processo produtivo ou como depositária das exter-nalidades negativas do processo produtivo é algo importante no mecanismo de gestão dos recursos hídricos.

A preservação da água com políticas

de economia de consumo é uma das for-mas de evitar a tão temida escassez. Assim, dentre as alternativas para suprir a deman-da, cada vez mais crescente, encontra-se a ideia de utilizar água de qualidade inferior (esgoto doméstico tratado) para fins me-nos nobres (como lavagem de ruas), com o intuito de evitar novas captações, aumen-tando a disponibilidade para o consumo humano, a dessedentação de animais, a irrigação das nossas lavouras e a indústria.

A questão reside no fato de que os sis-temas de água doce não sobreviverão se o hábitat ao redor for destruído pelo desma-tamento descontrolado, pela urbanização desenfreada e pela consequente poluição. Caso algo não seja feito, continuaremos gastando milhões para despoluir sistemas de rios exauridos por cidades mal planeja-das e desastres agroindustriais.

Enfim, quantificar essa água virtual, “embutida” no processo produtivo, é algo que ainda requer uma reflexão e com uma conta provavelmente imprecisa. Dessa for-ma, educar o consumidor para práticas de consumo sustentáveis e colocar no centro das discussões a “pegada da água” de cada um de nós torna-se algo fundamental hoje em dia.

A cobrança pelo uso da água é inevitá-vel nos casos previstos em lei, mas acredi-tamos que as boas práticas no que se refere ao uso dos recursos hídricos devem atenu-ar o impacto dessa cobrança, assegurando sustentabilidade ambiental e econômica, e isso hoje é fundamental numa economia cada vez mais globalizada.

A saída para um mundo com água su-ficiente reside na preservação dos supri-mentos de água doce, na recuperação dos sistemas poluídos, nas alternativas e no incentivo para reúso e desenvolvimento de tecnologias para captação das águas plu-viais, por exemplo.

Vale lembrar que, em virtude da impor-tância do tema, 2013 foi eleito o Ano Inter-nacional da Cooperação pela Água.

Assim, cada vez mais, fica claro que

* Telma Bartholomeu Silva é sócia do Almei-da Bugelli e Valença Advogados Associados. Especialista em Direito Ambiental pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo, Mestre em Direito Econômico e Financeiro com concentração na área de Direito Ambiental Econômico pela Universidade de São Paulo.

todos temos responsabilidade pela manu-tenção desse recurso ambiental e por meio da cooperação na utilização e preservação é que a humanidade, como um todo, con-seguirá vencer esse desafio do binômio: necessidade-oferta.

A pressão sobre os recursos hídricos é algo inerente à economia de mercado e à sociedade moderna. Consumo au-mentando em face do uso crescente pela agricultura e pela indústria, do proces-so acelerado de urbanização e, por outro lado, de problemas de qualidade e oferta do recurso em virtude de eventos danosos, poluição em geral, mudanças ambientais e climáticas.

Esse é o cenário, no qual entendemos ser muito importante os países e a econo-mia mundial atentarem para a necessida-de, cada vez mais crescente, de “coopera-ção pela água”. Referida “cooperação” pode se dar, por exemplo, no manejo conjunto de aquíferos subterrâneos e bacias fluviais compartilhados, no intercâmbio de dados técnico-científicos, na transferência de tecnologia, dentre várias outras ações a serem pensadas não só no decorrer deste ano, mas também daqui pra frente sem-pre que se pensar numa economia com sustentabilidade.

Nesse contexto, fica a reflexão: como encontrar soluções viáveis e criativas para lidar com a nossa “pegada da água”?

66|X

eu digo

67|X

entrevista

por Renata Farache e Patrícia Felix

ResPeitanDo o cicLo Da natUReZaValmir Fachini

69|9

Diretor da ONG O Instituto Ambiental (OIA), no Rio de Janeiro, o filósofo e educador comunitário Valmir Fachini é um defensor do conceito de saneamento ecológico, tratamento de esgoto utilizado há séculos por países como a Índia e a China e que dispensa produtos químicos, utilizando-se de um só recurso: a natureza. Segundo ele, o modelo é uma solução aos sistemas convencionais brasileiros que utilizam grandes estações demandando complexas estruturas de rede coletora — ou seja, com grande desperdício de água e energia. Para Fachini, a “tecnologia social” é ideal para a conservação dos recursos hídricos e melhoria das condições de vida da população. O filósofo afirma que o saneamento ecológico é simples, sustentável e tem custo reduzido, porém esbarra no preconceito. Os aspectos culturais ainda dificultam a aceitação, mas já é hora de considerar o modelo uma alternativa inteligente.

entrevista

Empresas de cafés especiais na América Central agregaram valor

às suas vendas por executarem planos

de saneamento ecológico em suas fazendas

O que é saneamento ecológico? Ele

pode ser considerado o sistema ideal?

É aquele que melhor saneia o am-

biente, recupera a maior parte dos nu-

trientes presentes na biomassa para

a produção e a restauração de solos

degradados. Ele reutiliza sua energia

como fonte direta de calor ou para a ge-

ração de eletricidade e reduz o consu-

mo de água em seus processos. Assim, é

o sistema ideal, principalmente para no-

vos assentamentos que possam prever,

desde o início, uma maior integração

humana com a natureza — tanto em

áreas rurais quanto urbanas, onde exis-

tam espaços suficientes para cultivos e

reciclagem; e em pequenas e médias ci-

dades que ainda não possuam sistemas

de coleta e tratamento.

Qual é a diferença entre saneamento

ambiental e ecológico?

Saneamento ambiental é aquele que

limpa o ambiente e evita a contamina-

ção por contato direto. A canalização

de esgotos longe das áreas habitadas

já é considerada ambiental, ainda que,

mais adiante, venha a contaminar. O sa-neamento ecológico, ou Ecosan, como é

definido pela Organização das Nações

Unidas, não busca afastar os esgotos

dos habitantes, mas tratá-los e recupe-

rá-los nas suas formas líquida, sólida e

gasosa o mais próximo possível. Assim,

é possível evitar desperdício de água ou

de energia para o transporte.

Com os avanços da tecnologia e mo-

dernos sistemas para o esgotamento

sanitário, utilizar-se da natureza não

seria voltar ao passado?

Se retornar à natureza e observar

seus processos, obtendo água limpa,

ambientes saudáveis e respeito aos

ecossistemas, for considerado voltar

ao passado, sem dúvida, esse passado

é melhor e também uma forma de re-

criar paraísos. Hoje, por exemplo, quan-

do olhamos para o Rio Tietê e o Rio Pi-

nheiros, em São Paulo, depois de duas

décadas de investimentos, o que ocorre

nos primeiros 50 km é impressionante:

canalização do rio, mau cheiro, produ-

ção de espuma. Ou seja, tudo o que não

se desejaria que acontecesse. Quando

o Rio Tietê volta a conduzir suas águas

por seu curso natural, ele volta a ganhar

oxigênio, melhora a qualidade, ganha

vida. Ou seja, (re)naturalizar o curso dos

rios é voltar ao passado.

Então, podemos pensar que, na

prática, ainda é algo extremamente

filosófico/ideológico?

Deveria ser algo mais do que na-

tural imitar os ciclos sustentáveis da

natureza, afinal somos parte dela. In-

felizmente, aprendemos e adquirimos

muitos pré-conceitos em relação ao

ambiente: os animais são perigosos, os

insetos são prejudiciais à nossa saúde,

comprar é mais fácil que cultivar. As-

sim, fomos afastados da natureza — e

pior: hoje, para se ter acesso a ambien-

tes mais naturais, é necessário pagar

cada vez mais caro. Necessitamos re-

aprender a cuidar da Terra, respeitar

seus ciclos, conhecer mais para ser ca-

paz de cuidar mais.

O saneamento ecológico é viável do

ponto de vista econômico?

Investir em saneamento sempre será

viável economicamente. Dados da Or-

ganização Mundial da Saúde afirmam

que para cada um real investido em

saneamento, economizam-se quatro

reais na outra ponta, a saúde. Mas, mui-

to além desse retorno a médio prazo,

com o saneamento ecológico é possí-

vel ter o retorno de curto prazo, com a

utilização da água e biomassa para cul-

tivo e do biogás como fonte de calor.

Se compararmos o custo de um sistema

convencional de “fossa, filtro, sumidou-

ro” com o de um sanitário ecológico, a

diferença econômica é insignificante.

Apenas na instalação será considerável.

No primeiro caso, se compra e se paga

para alguém instalar e, como o próprio

nome já diz, é preciso “sumir” com o

esgoto. No sanitário ecológico, a imper-

meabilização deve ser feita para não

“sumir” com o “ouro”. Os volumes são

bem projetados para que a evaporação

e a evapotranspiração pelas plantas

possam ocorrer adequadamente; e o

biogás, quando produzido, precisa ser

consumido para não lançar metano li-

vre na atmosfera. Ou seja, os sistemas

Ecosan requerem corresponsabilidade

entre fornecedores e clientes. Não é so-

mente a venda de um produto.

Existem investimentos significati-

vos no que diz respeito a saneamento

ecológico hoje?

Para replicação em larga escala e com

fundos de origem pública, a resposta é

“não”. Em pequena escala e com origem

em fundos privados, “sim”. Tem muita

gente ao redor do planeta se preocu-

pando e transformando essa ideia em

ação prática. As várias formas de sane-

amento ecológico, além de tratar o am-

biente, reciclam nutrientes importantes

para recuperação de solos e produzem

energia descentralizada.

Por que não?

Porque estamos acostumados a re-

ceber equipamentos pré-fabricados.

A indústria da construção civil já tem

tudo pronto de fábrica para misturar

às águas. Os técnicos foram formados,

durante décadas, sem a preocupação

em cuidar e preservar o meio ambiente,

mas, apenas, com o propósito de com-

petir com ele — mesmo que tivessem

que destruir todo o entorno.

70|8

Na América Central, em El Salvador,

na Nicarágua, adotam sistemas

integrados de saneamento e o

fazem como política pública

Faltam políticas públicas de incentivo?

Existem políticas públicas de incen-

tivo para novos empreendimentos em

muitos itens considerados ambiental-

mente corretos, mas, quando chega ao

tratamento de esgotos, em geral, não

se quer mudar o que já vem sendo feito

nos últimos 50 a 60 anos. Pode ser por

comodidade, pode ser por medo de ino-

var, pode ser por pressões corporativas.

Alguns estados do Sul, do Sudeste e do

Nordeste fizeram leis específicas incen-

tivando a difusão de sistemas Ecosan.

No Sul, pela gravidade da situação em

relação à produção de suínos, principal-

mente. No Sudeste, para incentivar po-

pulações isoladas a sanear suas comuni-

dades. No Nordeste, mais voltados para

a pesquisa, foi onde se instalaram os pri-

meiros biodigestores (equipamento no

qual se deposita matéria orgânica para

sofrer decomposição anaeróbica — sem

oxigênio no ar — e gerar biogás) para

saneamento, ainda na década de 1950.

Existem muitos cursos que são ofereci-

dos por organizações não governamen-

tais sobre o tema. Em geral, com experi-

ências práticas e que envolvem todos os

outros aspectos além do saneamento.

Arquitetos e construtores já preve-

em nos seus projetos o saneamento

ecológico ou ainda é algo muito

distante?

A motivação de engenheiros, arqui-

tetos e paisagistas é fundamental. Nesse

sentido, a Associação Brasileira de Enge-

nheiros Sanitaristas (Abes) tem feito vá-

rias publicações reforçando a importân-

cia do saneamento ecológico. Existem as

associações de permacultores, que são

grandes defensoras de mudanças para

hábitos saudáveis. Várias instituições es-

taduais — como o Instituto de Tecnolo-

gia do Paraná e o Instituto Estadual do

Ambiente, no Rio de Janeiro — também

incentivam a difusão de sistemas integra-

dos de saneamento.

Segundo o IBGE, 30,5% dos municí-

pios lançam os esgotos não tratados

em rios, lagos e lagoas. Quais os

principais problemas que, de fato, um

saneamento inadequado traz para o

meio ambiente?

O principal problema que um sanea-

mento inadequado produz é o excesso de

nutrientes que ele descarrega no meio aquá-

tico. O lançamento direto e sem tratamento

também pode eliminar o oxigênio presente

no meio, extinguindo muitas espécies. O

contato direto com humanos aumenta o ín-

dice das doenças de transmissão hídrica.

e os benefícios?

Os principais e diretos são na saúde da

população; áreas melhor cultivadas, com

mudança de paisagem de arquiteturas

cinzentas para arquiteturas verdes, inte-

gradas. Também destacamos maior valori-

zação dos imóveis e melhor qualidade de

vida em geral.

ajudam os pequenos empreendimentos nos pontos de vista visual e de marketing. Elas acabam dando retorno direto para quem os implanta.

Como é possível contribuir, em casa,

com o saneamento ecológico?

Com os resíduos sólidos, fazer compos-

tagem e minhococultura (já existem kits

pré-fabricados no mercado para utilizar

em casa). É importante ter cuidado com o

sistema de tratamento, para que ele, ver-

dadeiramente, trate os esgotos (sempre

que possível, utilizar equipamentos de

biodigestão que lhe permitam usufruir do

biogás, reutilizar os nutrientes da água e

do biossólido para o jardim, horta, e cul-

tivos de espécies nativas). Uma família

pode produzir 200 litros de biogás por dia

e usar da forma que melhor lhe aprouver.

Como o Brasil está em relação ao mun-

do quando o assunto é saneamento

ecológico?

Devido às dimensões continentais do

nosso país, certamente temos muito mais

unidades domiciliares, comunitárias, em-

preendimentos comerciais, pousadas eco-

lógicas, resorts e propriedades agrícolas

espalhadas pelo País inteiro, quando com-

parado a outros países. Na América Cen-

tral, em El Salvador e na Nicarágua, ado-

tam sistemas integrados de saneamento e

o fazem como política pública. Na Europa,

inúmeras ETEs seguem os princípios de sa-

neamento ecológico, mas com custos mui-

to elevados devido aos rígidos controles

de temperaturas a que estão submetidos.

Qual é a perspectiva de disseminação

do saneamento ecológico? Você é

positivo?

Com certeza vai crescer especialmente

nos países de clima tropical e subtropical,

onde as temperaturas são ideais para sis-

temas ecológicos de saneamento. Nesses

países, existem mais áreas disponíveis e, à

medida que houver mais incentivos e co-

nhecimento das tecnologias apropriadas

disponíveis, a disseminação certamente

vai acontecer com maior velocidade.

No caso das empresas privadas, quais

as vantagens ao adotar o saneamento

ecológico?

Empresas de cafés especiais na Améri-ca Central agregaram valor às suas vendas por executarem planos de saneamento ecológico em suas fazendas. A Enviro Loo, empresa sul-africana, recebeu inúmeros prêmios nos últimos 20 anos por produzir saneamento ecológico. A ONG Viva Rio, nos últimos 4 anos, formou várias micro-empresas que hoje replicam unidades de saneamento ecológico por todo o Haiti. As muitas formas de saneamento ecológico

71|9

como do bom exemplo de gestão dos re-cursos públicos.

3. Poderão ser também incorporados nessa lógica de incentivo ações que ti-vessem impacto positivo na eliminação ou no reaproveitamento de resíduos, na geração de energia e na economia de água. Ações imediatas sobre a iluminação pública e semáforos produzirão grandes reduções de consumo e alguns ganhos da gestão do trânsito. A fiscalização do uso da água e mais velocidade no conserto do nosso sistema de distribuição gerarão certamente grandes economias.

4. A criação de incubadoras junto às universidades e ligadas a empresas e sin-dicatos de classe, com recursos técnicos e financeiros disponíveis aos investimentos.

A simples observação do que vem ocor-rendo em outros países com relação à

construção civil, sejam eles países em de-senvolvimento ou desenvolvidos, nos mos-tra que o mundo está evoluindo no sentido de utilizar projetos, práticas construtivas e materiais progressivamente mais susten-táveis. As diferentes velocidades com que esse processo vem caminhando dependem de alguns fatores, entre eles nível cultural e educacional das populações, ciclo econômi-co em que vivem, tecnologias disponíveis e legislação. Com essa ideia em mente, somos levados a acreditar que cada vez mais as no-vas construções serão mais sustentáveis com base nos fatores citados.

Considerando que essa tendência é be-néfica às pessoas de forma específica, à so-ciedade de forma geral e aos países, resolvi listar um conjunto de ações que poderiam encurtar o tempo de chegada a essa nova re-alidade com a antecipação desses benefícios:

1. A estruturação de mecanismos de incentivo fiscal e creditício para ações com comprovado impacto na sustentabi-lidade ambiental e das edificações. Para empresas e pessoas.

2. Estruturação de mecanismos de fi-nanciamento aos investimentos ligados ao retrofit energético de edificações públi-cas e privadas. É sabido que esses projetos têm um curto pay-back (ou alta TIR), o que, no ponto de vista empresarial, signi-fica aprovação automática sob o critério de boa gestão. Principalmente se eles pu-derem ser financiados através de modelos que permitam a liquidação do principal e dos juros por meio de uma parcela da economia gerada. É importante alertar que os prédios públicos de todo o Brasil têm recebido muito pouca atenção nessa matéria. O retrofit energético de prédios públicos, além de trazer magníficas pou-panças, serviria de elemento indutor de uma nova consciência na população, bem

Essas incubadoras deverão ter como foco o desenvolvimento de processos, produ-tos e sistemas com benefícios diretos para o meio ambiente.

5. Campanhas estruturantes nas escolas e universidades alertando e conscientizando as pessoas sobre a importância de pensar e agir de for-ma sustentável. Em algumas situa-ções, e apenas com mudança de atitude, obtêm-se excelentes reduções no consu-mo de água e energia.

6. Ocupação dos espaços disponíveis — orlas, calçadas, praças, parques — com

Programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida, devem, desde

já, incorporar conceitos de

sutestentabilidade

um programa intensivo de arborização, criando manchas verdes que funcionam como dissipadoras de calor.

7. Colocar a questão da sustentabilida-de como atributo prioritário nas reestru-turações dos planos metropolitanos.

8. Grandes programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, de-vem, desde já, incorporar conceitos de sustentabilidade. Não podemos continuar construindo como antigamente, manten-do-nos vinculados a formas construtivas já incompatíveis com os tempos atuais. Estamos falando de mão de obra escassa, com preço em elevação e baixa velocidade na construção. Uma boa ideia é trabalhar nesses programas com soluções indus-triais para a construção de habitações.

A lista já é grande e está aqui apenas para uma provocação. Estamos entrando num período onde escassez será a palavra mais precisa para descrevê-lo. É tempo de corrermos em frente.

Convém lembrar que, aliado aos be-nefícios do conforto da construção sus-tentável, estamos falando de economia de energia, de água e de qualidade do ar, te-mas que cada vez mais preocupam aque-les que pensam e veem a vida com olhos no futuro.

* Renato Leal estrutura negócios, atu-ando no Brasil e em Portugal.

Renato Leal *

72|X

TENDÊNCIAS

constRUção sUstentáVeL, A PArtir de QUAndo?

é HoRa De agiREscassez de recursos hídricos obriga setor da construção civil a repensar práticas

por Gil Aciolly

O ano é da água. A campanha da Or-

ganização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)

pede a cooperação no manejo dos re-

cursos hídricos. E nele, a construção civil

tem papel fundamental. Afinal, consome

21% de toda a água tratada do planeta,

de acordo com o Green Building Council

(GBC), organização que fomenta a indús-

tria de construções sustentáveis. O pro-

blema precisa ser combatido de frente

pelo setor. Para mudar esse quadro, en-

tre diversos caminhos apontados está a

adoção de práticas sustentáveis, desde

a elaboração do projeto, passando pelo

canteiro de obras e toda a vida útil do em-

preendimento construído.

A responsabilidade precisa ser compar-

tilhada com fornecedores, construtoras,

empreiteiros, empresas de manutenção

e agentes com responsabilidade pública,

como o próprio governo, as representações

setoriais e as instituições de ensino, através

de conscientização, pesquisa e desenvolvi-

mento de tecnologias. A meta deve ser clara

e englobar a redução do consumo da água,

a diminuição do desperdício e o aumento

da eficiência e do reúso dos recursos hídri-

cos. Só assim teremos como racionalizar a

demanda pelos mananciais disponíveis e

de fácil acesso, que segundo a Unesco re-

presentam somente 0,3% do volume total

da água do planeta.

Ter reduções no canteiro de obras tam-

bém é cada vez mais urgente, principal-

mente se levarmos em conta que o setor da

construção civil deve crescer 4% em 2013,

segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com o crescimento, aumenta também o

consumo de água, que não é pouco. Para se

produzir um metro cúbico de concreto, por

exemplo, gasta-se entre 160 e 200 litros. Na

compactação de um metro cúbico de ater-

ro, a quantidade pode chegar a 300 litros

de água. Os números são de uma pesquisa,

FOTO: MARK ATKINESNuma obra são desperdiçados cerca de 20 litros de água por metro quadrado. Os dados são da Universidade Federal do Pará

73|X

realizada em 2008, pelo Departamento de

Engenharia de Construção Civil e Urbana da

Universidade de São Paulo (USP), que ainda

coloca os gastos com água como 0,7% do

custo total da obra. Apesar do vasto uso, a

água sequer é considerada um material

de construção. Isso sem levar em conta o

consumo por parte dos operários, que gira

entre 45 e 60 litros por pessoa durante a

execução de obras, além de testes de insta-

lações hidráulicas e de impermeabilização,

acabamento e lavagens.

De São Paulo vem um exemplo de cons-

trução verde. Lá, a maior empresa pública

de habitação do País, Companhia de Desen-

volvimento Habitacional e Urbano (CDHU),

desde 2007 adota medidas para fomentar

a sustentabilidade nos condomínios que

constrói. Dois deles, localizados em Cuba-

tão e Santo André, chamaram a atenção da

Organização das Nações Unidas (ONU), que

os reconheceram como modelo possível de

ser replicado por outros países, através do

Sustainable Social Housing Initiative (Sushi),

iniciativa global do Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente, que visa pro-

mover práticas de construção sustentável

em programas de habitação de interesse

social.

Nos casos considerados exemplares,

prédios amplos e com pé-direito alto permi-

tem maior iluminação natural e ventilação.

Neles, a água é aquecida por meio de ener-

gia solar. A construção é feita com materiais

adquiridos de fornecedores com práticas

sustentáveis. Entre essas e outras medidas,

há as voltadas para os recursos hídricos,

como retenção e utilização de água da chu-

va, aparelhos hidráulicos economizadores,

além da medição individualizada. Só pelo

fato de instalar um aparelho de hidrômetro

em cada uma das habitações, a CDHU regis-

trou uma queda no consumo de água entre

15% e 30% pelos seus moradores.

água da chuva para reaproveitamento, por

exemplo, nos vasos sanitários. Em opera-

ção, o empreendimento sustentável chega

a reduzir em até 40% o consumo de água,

o que assegura retorno financeiro a curto

prazo. Em regiões com limitações de chuva,

uma boa prática é também o reúso da água

cinza, negra ou de processo, que é gerada

pelo empreendimento, tratada e reusada

no próprio local”, explica o diretor técnico e

educacional do GBC Brasil, Marcos Casado.

A quantidade de certificações conce-

didas pela GBC revela que, aos poucos, a

sustentabilidade emerge no cenário da in-

fraestrutura do Brasil. O País já é o quarto

no ranking de empreendimentos registra-

dos, com 2.089.195,20 m² certificados, atrás

apenas dos Estados Unidos, dos Emirados

Árabes Unidos e da China. Desde o início

do ano, cinco empreendimentos brasilei-

ros receberam o selo Leadership in Energy

and Environmental Design (Leed) e outros

quinze entraram com pedido de certifica-

ção. Para recebê-lo, o imóvel deve compro-

var que minimizou os impactos ambientais

em sua obra, deixando um legado também

para a operação do empreendimento. Atu-

almente, são 88 certificados e outros 680

pleiteando o selo entre escritórios, hospi-

tais, escolas, agências bancárias, lojas, casas,

indústrias, estádios e até mesmo museus. A

expectativa é que até o final de 2013 sejam

900 empreendimentos registrados e 120

certificados.

O Nordeste é uma das regiões que

mais contribui para o crescimento desses

números, apesar de o Sudeste ser o mais

avançado atualmente. “Temos visto o Nor-

deste despontar no número de edificações

que buscam os diferenciais da certificação

(Leed), com destaque para Pernambuco

e o Ceará”, revela Casado. Em 2011, eram

577.617 m² registrados buscando a certi-

ficação. Em 2012, o número passou para

4.006.556 m². Fora as já certificadas, há im-

portantes edificações na região pleiteando

o selo, como estádios da Copa do Mundo,

Pão de Açúcar, Hotel Sheraton, Reserva do

Paiva, Galpão CD da Boticário e Planta Pep-

sico Feira de Santana. E não é à toa. O ca-

rimbo oficial da sustentabilidade assegura

uma valorização de 10% a 20% no preço de

revenda e redução média de 9% no custo

de operação do empreendimento durante

O carimbo oficial da sustentabilidade

assegura uma valorização de 10% a

20% no preço de revenda

Esse mesmo índice de economia varia

entre 30% e 50% em empreendimentos

certificados pela GBC, que abarca critérios

como eficiência energética, uso de mate-

riais e recursos sustentáveis, preocupação

com qualidade ambiental interna, adoção

de inovações e tecnologias para minimizar

os impactos ambientais, preocupação com

o entorno e créditos regionais, além do

uso racional da água. Para atender a esta

última categoria, os empreendimentos de-

vem contar, por exemplo, com a instalação

de torneiras eletrônicas com sensor, bacias

com dual flush, bacias a vácuo, mictórios

eletrônicos ou a seco, chuveiros com re-

dutores de vazão, arejadores em torneiras,

sistema de reúso de água e sistemas de

automação para irrigação. Por trás dos nú-

meros, a preocupação de que não basta

somente pensar ações de racionalização de

água no canteiro de obras, e sim prevê-las

durante toda a sua vida útil, que é quan-

do pode ser dada a maior contribuição ao

meio ambiente.

“Para reduzir o impacto no que diz

respeito ao uso da água, cada vez mais

construções de grande porte no Brasil

têm investido em projetos que utilizem os

recursos hídricos de forma econômica e

ambientalmente correta. A principal medi-

da que pode ser tomada é a retenção da

74|10

pelo reúso”, alerta. Segundo ela, o mundo já

passa por uma crise com 1,1 bilhão de pessoas

sem acesso à água potável. Para piorar ainda

mais a situação, 90% dos esgotos gerados no

planeta não são adequadamente tratados, e

80% das doenças e 25% das mortes nos paí-

ses em desenvolvimento são decorrentes da

poluição da água. Tudo isso agrava ainda mais

a situação dos recursos hídricos. “Não há sen-

tido em continuar usando a água tratada para

dar descarga no banheiro. É irracional tratar,

reservar, distribuir e dar esse fim a um recurso

que é finito e merece a preocupação de todos”,

indigna-se.

No Brasil, em uma residência comum,

37% da água é usada através do chuveiro. Só

nessa situação, jogamos pelo ralo quase 40%

de um recurso que poderia ser usado, perfei-

tamente, para outros fins, como a descarga,

por exemplo, que é responsável por outros

22% do consumo residencial. Os percentuais

revelam nosso descuido com o bem. Continu-

amos com a má prática, mesmo sabendo que

há mais de 20 anos dominamos as tecnologias

capazes de realizar tratamentos para a reuti-

lização da água. A engenharia consegue tra-

tar o esgoto, cuja composição é de 99,9% de

água, através de processos químicos, físicos ou

biológicos, tornando-o adequado para o uso

na irrigação, descarga e refrigeração. Parte do

material pode ainda virar adubo para a produ-

ção de alimentos. É possível, inclusive, utilizar

os resíduos para produção de biocombustível.

Outras iniciativas bem simples dispensam,

inclusive, o tratamento, como a instalação de

uma tubulação numa pia que canaliza a água

usada na lavagem das mãos para o reservató-

rio da bacia sanitária.

FOTO: ANDRé VICENTENo WTC, um sistema prático de bombardeamento reutiliza a água que cai no teto

toda a sua vida útil. O desconhecimento de to-

dos esses benefícios ainda é a maior barreira

para o setor, mas o GBC Brasil busca agir para

disseminar as melhores práticas e capacitar

profissionais. Cerca de 33 mil deles já passa-

ram pelos cursos de formação oferecidos pela

organização. Nos estados onde o programa

educacional está presente, cresce a busca

pela certificação. E mais uma vez o Nordeste

é destaque. Desde 2009, já são oito turmas no

MBA em Construções Sustentáveis, sendo três

em Fortaleza, duas no Recife, uma em Maceió,

uma em Aracaju e outra em Salvador.

Outro entrave é o investimento inicial, que

torna o empreendimento entre 1% e 7% mais

caro. “O que as pessoas nem sempre perce-

bem é que esse preço é compensado rapida-

mente com a economia resultante do reapro-

veitamento da água, da redução da energia e

da maior produtividade das pessoas”, senten-

cia Marcos Casado. O diretor técnico e educa-

cional do GBC Brasil ainda alerta para maior

exigência por construções ecologicamente

corretas ou sustentáveis, principalmente por

causa das vantagens econômicas. “O mercado

tem visto que não se trata apenas de poupar

água ou energia, mas, sim, de minimizar gas-

tos operacionais e promover maior bem e

produtividade às pessoas que ocupam esses

empreendimentos, uma vez que os recursos

hídricos e naturais, como a luz e o vento, são

mais bem aproveitados e reaproveitados.

Com tantos incentivos, o número de grandes

construções sustentáveis no Brasil pode cres-

cer mais”, espera Casado.

dO ESgOTO À águaREÚSO da água É alTERNaTIVa

No Nordeste, empreendimentos certifica-

dos pelo GBC Brasil, como o auditório do Edifí-

cio- sede da Odebrecht (BA), a Energisa (PB) e

a Kraft Net (PE), adotaram práticas de reúso da

água para fins não potáveis. Exemplos como

esses devem se tornar cada vez mais comuns.

Por enquanto, ao contrário do lixo, que rende

lucros através da reciclagem, o reaproveita-

mento da água ainda é considerado um pro-

cesso caro. Essa realidade em breve mudará.

É o que acredita a engenheira Simone Souza,

Mestre e Doutora em Tecnologia Ambiental.

“Se formos para a ponta do lápis ainda é mais

barato usar a água potável. Mas, logo, a ques-

tão será o custo. Vamos ser obrigados a optar

Mas qual é o entrave para o tratamento

no Brasil? Além dos custos, a engenheira

aponta o problema da falta de capacitação

técnica para operacionalização e manu-

tenção de estações de tratamento como

um dos fatores impeditivos às práticas de

reutilização da água. Uma realidade bem

diferente da encontrada na Alemanha, em

2003, ano em que Simone Souza realizou

estágio na área de tratamento de esgoto,

com ênfase em reúso da água, no país. “Lá,

vários prédios comerciais e industriais re-

alizavam o procedimento. A prática já era

comum. Por ser um país territorialmente

pequeno, uma área do tamanho da Bahia,

com uma população que representa a me-

tade da existente no Brasil, com poucos re-

cursos hídricos, o reúso da água virou uma

necessidade”, explica. Para se ter uma ideia,

os vasos sanitários são projetados com ca-

nais distintos para a coleta de fezes e urina,

o que facilita o tratamento.

O Brasil, de acordo com ela, acomodou-

-se justamente por ter a maior reserva de

água potável do planeta. A isso se soma a

questão cultural. Mesmo em zona de con-

forto, o País começa a acordar para a ques-

tão. Com ações ainda consideradas tími-

das, iniciam-se os primeiros passos. “Aqui,

é muito recente, como tudo na área am-

biental”, diz a engenheira. Apesar disso, ela

necessários para a utilização em fins se-

cundários. O sucesso do inovador sistema

de gerenciamento de recursos hídricos,

projetado e instalado pela General Water,

aliado às ações de implementação dos

poços artesianos e sistema de medição de

esgoto, foi premiado pela Associação Bra-

sileira de Facilities (ABRAFAC), na categoria

Gerenciamento, Manutenção, Operação

e Utilidades, um ano depois de entrar em

operação, na edição 2012 do Melhores do

Ano.

Através da iniciativa o WTC-SP, que

é autossuficiente em abastecimento de

água potável, já colhe resultados, inclusive,

financeiros. Houve uma redução significa-

tiva no volume de esgoto descartado na

rede pública de cerca de 50%; redução no

volume de utilização de água potável de

30% e redução no custo mensal na ordem

de 30%. “O resultado alcançado com este

projeto reflete o comprometimento do

complexo com um gerenciamento susten-

tável, que alcança benefícios econômicos,

sociais e ambientais”, afirma o CEO do WTC-

-SP, Luciano Montenegro.

A independência hídrica do complexo

que agrupa Torre de Escritórios com 25

andares; D&D Shopping com 95 lojas; She-

raton São Paulo WTC Hotel com 296 apar-

tamentos e o WTC Events Center com 60

espaços de eventos disponíveis, auxilia a

concessionária pública, que sofre os efeitos

da escassez de água em São Paulo, poden-

do direcionar o atendimento aos consumi-

dores essenciais, como hospitais, escolas

e população em geral. “É uma tendência

mundial realizar a própria gestão do uso

da água, desde a sua captação e utilização

até o tratamento. O complexo se diferencia

na relação direta com a sustentabilidade,

além do ganho econômico gerado”, é o que

diz o diretor comercial da General Water,

Ricardo Ferraz. Ele está certo. Os resulta-

dos financeiros através das iniciativas vol-

tadas ao uso consciente e sustentável da

água devem ficar ainda maiores ao longo

dos anos. Afinal, a cada dia, a água se torna

um bem mais valioso. Por enquanto, além

de sair na frente, o empreendimento nos

deixa uma lição de respeito. Os recursos hí-

dricos fazem parte de um ciclo. As torneiras

não são fontes mágicas, nem o caminho da

água se encerra no ralo ou na descarga.

elogia as leis ambientais brasileiras, con-

sideradas as mais completas do planeta.

Também desmistifica a questão do custo,

exemplificando através do caso da popu-

larização das televisões com a tecnologia

LED. “Antes eram caríssimas. Agora, como

a produção dos equipamentos aumentou,

ficaram mais baratas. O mesmo ocorrerá

quando começarmos a usar as tecnologias

para reutilizar a água”, conclui.

Como em qualquer tecnologia, quem

sai na frente tem grande vantagem. “Uma

construtora que começa a se preocupar

com isso vai adquirir experiência e quali-

ficar as pessoas para a reutilização. Além

disso, há a questão da sustentabilidade. A

população está mais consciente em rela-

ção à racionalização dos recursos naturais

e, consequentemente, mais exigente”, res-

salta. Um projeto brasileiro bem sucedido

de reúso de água é o complexo World

Trade Center São Paulo (WTC-SP), que re-

aliza o tratamento de efluentes. Desde

novembro de 2011, 25% do consumo da

água de todo o complexo é reutilizada em

descargas sanitárias, espelho d’água, torres

de resfriamento do sistema de ar condi-

cionado, limpeza de áreas externas, além

da irrigação de jardins. Tudo feito com a

água proveniente do esgoto e atendendo

todas às normas e padrões de qualidade

76|10

DescaRte inteLigenteAgora os clientes do Seguro Residencial do Itaú de todas as capitais do País têm à sua disposição a opção do descarte inteligente de móveis e eletrodomésticos. Gratuito, o serviço recolhe equipamentos e móveis que não estão mais em uso, dando o destino correto aos bens. Inicialmente disponível para clientes de alguns estados, o serviço agora pode ser usado pelos que moram em todas as capitais, além de cidades num raio de 100 km da capital paulista. Em pouco mais de um ano, o seguro já coletou 114 toneladas de móveis e eletroeletrônicos sem uso. A maior parte (86%) foi enviada para descarte sustentável. Uma parcela menor, de quase 10 toneladas, foi destinada a entidades assistenciais. “Nossa intenção é levar a conveniência aos nossos clientes de praticar atitudes sustentáveis”, afirma Ney Dias, diretor da companhia.

economiaO primeiro software do país voltado para a eficiência energética em edificações, o Domus-Procel Edifica, foi desenvolvido pela Eletrobras em parceira com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). “É um software de simulação hidro-termo-energética, isso quer dizer que, além das trocas de calor das edificações, ele simula também a troca de umidade”, diz o arquiteto João Krause, da Divisão de Eficiência Energética no Setor Privado, da estatal. Segundo o técnico, o programa representa uma vantagem em relação aos softwares disponíveis no mercado, “inclusive internacionalmente”. Como permite que sejam feitas também simulações com variáveis de consumo e demanda de energia, ele pode indicar soluções que tornem o projeto de um prédio mais eficiente, de modo a evitar desperdício de eletricidade.

iniciatiVaResultado de parceria entre as empresas Plantar e Montana Química, o projeto denominado Sistema Construtivo Amaru com Acabamento em Osmocolor consiste no desenvolvimento de plantas de construções utilizando madeira roliça de eucalipto. O Programa iniciou com duas frentes estratégicas. A primeira tem foco na formação da mão de obra; e a segunda, nos arquitetos e projetistas. Até hoje foram realizados 43 cursos para formação de carpinteiros, com 24 horas/aula de treinamento, cada um distribuído ao longo de três dias. Também são feitas palestras para estimular a cultura do uso da madeira na construção civil por meio do entendimento do Sistema Construtivo Amaru. Em todo o País, já foram treinados 860 profissionais. O Projeto é um modelo construtivo economicamente viável e correto do ponto de vista socioambiental.

78|X

boas práticas

por Gabriela Vasconcelos

nbR 15.575 é tema Do ii encontRo De DiReito na constRUção ciViL O novo instrumento de trabalho da construção civil, que estabelece padrões para as novas habitações de todo o Brasil, foi debatido durante o evento no Sinduscon/PE

Cerca de 200 pessoas, entre arquitetos, engenheiros e empresários do setor da

construção; além de advogados e estudan-tes, participaram do II Encontro de Direito da Construção. A iniciativa faz parte do Mo-vimento Vida Sustentável (*), coordenado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon/PE), re-vista Construir Nordeste, Governo do Estado de Pernambuco. A Associação das Empre-sas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi/PE) foi parceria da ação. O objetivo foi apresentar a NBR 15.575 e aprofundar a discussão do ponto de vista técnico e jurí-dico. Com seis palestras, o encontro foi di-vidido nos seguintes temas: (I) Visão Geral como Instituição da NBR 15.575; (II) Aspec-tos Jurídicos, Garantias e Responsabilidades; (III) Desempenho Térmico e Acústico; (IV) Modelo de Empresa em Atendimento à Nor-ma de Desempenho; (V) Sistema Construtivo em Atendimento à Norma de Desempenho; e (VI) Diretrizes para Elaboração de Manual de Manutenção das Edificações.

Para a palestrante e consultora técnica da Câmara Brasileira da Indústria da Constru-ção (CBIC), Geórgia Grace, a norma é um marco regulatório da construção, uma vez que envolve todos os agentes da cadeia pro-dutiva, além dos usuários da edificação. “A NBR correlaciona responsabilidades entre projetistas, fabricantes, construtores, incor-poradores e consumidores. Ela estabelece, ainda, requisitos mínimos para a construção de casas de baixa renda até imóveis de alto padrão. Segurança, conforto e qualidade são os três pilares da norma”, destaca.

Na opinião da consultora, a medida de-verá alavancar uma inovação no desenvol-vimento tecnológico do setor. Isso porque a norma estabelece apenas o desempenho esperado, mas não traz a “receita do bolo”, ou seja, deixa o campo aberto para a inova-ção, desde que seja obtido um determinado resultado.

Segundo o advogado Carlos Pinto Del Mar, palestrante do tema II, a nova norma é um divisor de águas, tanto para a Enge-nharia quanto para o Direito. De acordo com ele, a grande diferença é a mudança de foco. “A partir de agora, pensamos a partir do resultado — e não mais da prescrição. Não obedecer a norma técnica é assumir um risco.”

Um dos assuntos de mais destaque foi a forte vinculação dos prazos de garantia do

empreendimento à manutenção e uso ade-quado dos equipamentos. Entre os entraves para a aplicação da norma, destacam-se o fato do mercado ainda não estar 100% pre-parado para atendê-la. Durante o evento, foram citados alguns problemas, como a escassez de laboratórios de ensaios certifi-cados para suprir a real demanda, a falta de informação sobre o desempenho de diver-sos insumos e o impacto que a NBR deve acarretar no custo das obras.

A norma, que foi publicada no dia 19 de fevereiro deste ano, entrará em vigor em 19 de julho. Até ser de fato divulgada, passou por uma série de revisões e foi debatida por representantes de universidades, institutos de pesquisas, empresas, sindicatos e asso-ciações do setor imobiliário e da construção civil.

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O assunto atraiu profissionais de diversos setores da cadeia produtiva, além de advogados

* O Movimento Vida Sustentável tem como objetivo colocar o tema Sustentabilidade, de maneira contínua e permanente, na ordem do dia dos empresários, profissionais, professores, estudantes do setor da construção civil e sociedade.

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tUDo em FamíLiaPara sobreviver ao mercado, empresas familiares de construção civil devem separar os interesses profissionais e pessoais

Cerca de 90% das empresas brasileiras são familiares, segundo o Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica da Receita Federal. Apesar de dominar os números, poucos desses empreendimentos existirão nos próximos 50 anos. Historicamente, a cada 100 empresas familiares, apenas 30 sobrevivem à segunda geração, 15 à tercei-ra e apenas 4 conseguem passar seu patri-mônio para a quarta geração.

No ramo da construção civil, em que grande parte das construtoras e incorpo-radoras ainda é essencialmente familiar, a realidade não é diferente. De acordo com Celso Hiroo Ienaga, sócio-diretor da Dextron Management Consulting, consul-toria com foco em projetos de Estratégia e Organização, o mercado da constru-ção vive um momento de crescimento e

por Isabela Morais

valorização imobiliária. Muitas empresas do setor abriram seu capital, captaram um volume grande de recursos e passaram a executar planos agressivos de crescimento. Ao longo do tempo, porém, algumas delas acabaram se endividando. E, em momen-tos difíceis, os laços consanguíneos fica-ram mais evidentes. “Mesmo com abertura de capital, a maioria das grandes incorpo-radoras continuou a manter o controle familiar. Nos últimos dois anos, não raro, os fundadores retomaram o comando ge-rencial e operacional dos negócios”, avalia.

Há, é claro, o outro lado da moeda. Para o consultor, associar empresas familiares à baixa performance e a práticas de gestão questionáveis é um erro. “Quando anali-samos as melhores empresas de mercado de capital versus as melhores empresas de

controle familiar em um período de tem-po acima de 10 anos, podemos observar que as empresas familiares apresentam geralmente um nível de desempenho e de retorno consideravelmente superiores às empresas de capital aberto”, analisa.

Qual É, ENTÃO, a dIfERENça ENTRE aS EmPRESaS famIlIaRES QuE CONSEguEm SObREVIVER E aS QuE SuCumbEm TÃO RaPIdamENTE QuaNTO NaSCERam?

Para Ienaga, a resposta está na postura administrativa. De acordo com o consul-tor, existem dois grupos distintos de em-presas familiares: aquelas que são adminis-tradas por famílias empresárias e aquelas que são empresas de donos. “A principal diferença entre uma família empresária

Patrice Tosi e seus irmãos Marcelo (à esq.) e Márcio: desde que assumiram o comando, as receitas da Tosi cresceram 30% ao ano, em média FOTO: TOSI

ECONOMIA E NEGÓCIOS

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e uma empresa de dono é que a primeira busca entender de negócio e a segunda, do negócio”, caracteriza. Outra distinção importante está na forma de tratar os in-teresses, o financeiro e o patrimônio. “A família empresária busca manter a família e os negócios separados, adotando práticas de governança e tratando os negócios nos quais tem participação, seja majoritária ou minoritária, sob a perspectiva de um in-vestidor. Já em uma empresa de dono, os interesses se confundem.”

Orientada por um racional estratégi-co, a família empresária estabelece me-tas a serem atingidas em curto e longo prazos, com o objetivo de garantir lon-gevidade, atratividade para investidores e prosperidade para as futuras gerações. No caso de uma empresa de dono, os fun-dadores não abrem mão de serem majori-tários no controle dos negócios. “Apesar de os donos também buscarem a longe-vidade e a prosperidade, muitas vezes as decisões não partem de premissas que levem em conta a realidade do mercado.” Com decisões enviesadas, essas empresas perdem a atração diante de potenciais investidores, que prezam por caracterís-ticas como visão de longo prazo, prag-matismo nas decisões, cuidado na gestão econômico-financeira, preocupação com as pessoas e as comunidades, monitora-mento do mercado e da concorrência e abertura para iniciativas inovadoras.

“Quando analisamos as poucas e ra-ras empresas familiares duradouras, ob-servamos que seus familiares fizeram a transição para uma família empresária ao longo das gerações”. Para tornar-se profissional e vencer as estatísticas, Ie-naga aconselha que as empresas adotem um significado diferente de sucesso, uma visão realista sobre o contexto familiar e empresarial e um processo de planeja-mento baseado em aprendizagem e ino-vação. “As empresas duradouras buscam incansavelmente três objetivos: longevi-dade, prosperidade e vitalidade. Quanto à visão realista, elas tratam de olhar de forma isenta o contexto familiar e o do negócio separadamente. Finalmente, no caso do processo de planejamento, as famílias empresárias tratam de utili-zar ao máximo as lições aprendidas e as

melhores práticas internas para repensar os negócios no futuro, assim como ques-tionar o futuro desses negócios e a neces-sidade de novas práticas”, avalia.

CaSES

A Cosil Construções e Incorporações foi fundada em 1965, pelo Engenheiro José Carlos Silva, em Sergipe. Em sua pri-meira década de existência, atuou exclu-sivamente com obras públicas do Estado e só depois desse período inaugurou sua primeira construção residencial. A partir de então, os empreendimentos imobiliá-rios se tornaram o principal segmento da empresa, que passou a se dedicar à cons-trução e incorporação de imóveis indus-triais, comerciais e residenciais. Hoje, 47 anos após sua fundação, a Cosil conta com filiais em São Paulo, no Recife e em Aracaju e é uma das maiores empresas brasileiras do setor.

Jéssica Silva, diretora comercial da Cosil, explica que a empresa trabalha com um sistema de governança corpo-rativa. “Desenvolvemos processos de as-sesment entre os irmãos para a escolha do CEO e criamos instituições que são a base da gestão da empresa e das relações desta com a família: o Family Office e o Conselho Consultivo. Além disso, ela-boramos e assinamos acordos entre os acionistas e criamos holdings para uma melhor estruturação societária”, relata.

A profissionalização já é uma reali-dade na empresa. “Enquanto estamos na Cosil, somos profissionais que buscam o mesmo princípio. Não há benefícios a

... as famílias empresárias

tratam de utilizar ao máximo

as liçõesaprendidas

e as melhores práticas internas

mais para os gestores da empresa por se-rem da família, e cada um exerce sua fun-ção com responsabilidade. Alguns acio-nistas da família trabalham na empresa, outros não, e conseguimos administrar bem esses papéis. Todas as propostas são analisadas levando em consideração os interesses da Cosil e não os individuais dos familiares”, conta.

De acordo com Jéssica, não há dife-renças de tratamento entre os funcioná-rios pelo fato de a empresa ser familiar. “Todos são tratados e valorizados da mesma forma. Para nós, os colaboradores são peças-chave e procuramos entender suas necessidades”. O capital da empresa não é aberto e, de acordo com a diretora, não há intenção em fazê-lo.

Em 1954, na cidade de São Paulo, José Daniel Tosi e seu cunhado Mário Lantery fundaram a Coldex, primeira empresa do País a produzir fan-coils, self-contained e serpentinas para equipamentos de clima-tização. Hoje, após 59 anos de história, a empresa mudou de nome e agora engloba quatro marcas: Coldex Tosi Ar Condicio-nado, Tropical Difusão de Ar, Tosi Aleta-dos e Jelly Fish Soluções Térmicas.

Segundo Patrice Tosi, sócia-diretora, há 13 anos a Tosi realizou um trabalho com uma empresa de consultoria que os auxiliou na sucessão familiar. Desde en-tão, a empresa é administrada pelos três irmãos. A Tosi conta com um comitê ad-ministrativo mensal formado por gerên-cias de produção, engenharia, financeiro e comercial, através do qual são discu-tidas todas as questões das indústrias. “Contudo, apenas os três irmãos votam nas questões principais, como investi-mentos e mudanças de estratégia. Quan-do o nosso pai e fundador faleceu, em ja-neiro de 2011, a transição acabou sendo gradativa, pois a empresa já estava sob o nosso comando há muito tempo”, conta.

Patrice destaca que muitos empre-gados trabalham na empresa há muitos anos. “Eles têm acesso a nós para qual-quer assunto que queiram tratar. Geral-mente os encarregados nos encaminham. Estamos abertos para conversar até mes-mo sobre assuntos informais durante o dia a dia na fábrica ou de nossos escritó-rios pelo Brasil.”

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canteiRo De obRas DigitaLTablets e smartphones ajudam profissionais da construção na gestão de negócios durante as obras

O avanço da tecnologia móvel fez no-vas ferramentas invadirem o cantei-

ro de obras. São os smartphones e tablets, que tornaram possível aos profissionais da construção a mobilidade para o ge-renciamento dos custos, do orçamento, dos recursos humanos e da qualidade. Apesar de o Brasil ainda dar seus primei-ros passos na inclusão de instrumentos da Tecnologia da Informação (TI) nos canteiros, fenômeno comum em países como Estados Unidos, China e Japão, os primeiros resultados já começam a surgir.

Um exemplo acontece em Santa Ca-tarina, onde a construtora SulBrasil En-genharia e Construções utiliza em suas obras diversos tablets equipados com o aplicativo Mobuss Construção Civil. A engenheira Auri Fachini, gerente do se-tor de Planejamento, Produtividade e

por Isabela Morais

Controle da construtora, comemora os resultados da parceria com a Teclógica, empresa que desenvolveu a tecnologia. “Percebemos que os trabalhadores se sentiram ainda mais valorizados e moti-vados pelo fato de a empresa estar inves-tindo em novas ferramentas.”

De acordo com a engenheira, a uti-lização do aplicativo diminuiu em 50% as horas de retrabalho, pois permitiu um melhor entendimento do que foi re-feito. “O foco não é apenas saber a pro-dutividade por pessoa ou grupo por dia de serviço, mas tentar entender certos resultados e identificar os retrabalhos para reduzi-los. Agora, quando a equipe de planejamento da obra identifica dias com produção baixa, ela avalia imediata-mente quais as dificuldades e as formas de ajudar”, diz. O Mobuss Construção Civil é um sistema desenvolvido para ser

utilizado em smartphones e tablets pelos profissionais que estão nas obras, ofere-cendo aos gestores, com maior precisão e em tempo real, informações sobre o an-damento do trabalho e garantindo subsí-dios para tomada de decisão e para redu-ção de custos, riscos e improdutividade.

O aplicativo é dividido em cinco mó-dulos: apontamento de produção, quali-dade e inspeção, controle de materiais, segurança e assistência técnica. Na prá-tica, ele é capaz de gerar indicadores de desempenho, realizar inspeções por meio de formulários para atender às normas de qualidade, controlar eventos de se-gurança da empresa — possibilitando o registro dos assuntos abordados —, a frequência dos participantes, com coleta de assinatura digital, e realizar a solicita-ção, aprovação e entrega das requisições internas de materiais.

O Mobuss possibilita fazer análises entre o executado e o planejado durante o dia a dia. A SulBrasil já adotou o sistema em quatro obras FOTO: TECLóGICA

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De acordo com Adriana Bombassauro Alexandre, diretora de produtos da Teclógica, os resultados têm sido favoráveis: “Hoje já existem dezenas de construtoras utilizando nossa tecnologia em seus canteiros, e o feedback delas é positivo, o que comprova a maturidade da solução. Percebemos que nossos clientes conseguem cumprir as normas e avaliar de um modo mais fácil os empreendimentos. Há a garantia de que os formulários e todos os documentos não serão perdidos”, conta.

Outra ferramenta que passou a estar presente nos canteiros é o Sienge, desenvolvido pela Softplan. De acordo com o diretor da Unidade de Indústria da Construção da empresa, Carlos Augusto de Matos, o software é um sistema de gestão empresarial voltado para a indústria da construção civil. Nascido há 22 anos para auxiliar as atividades de escritório, hoje o produto já possui acesso mobile e por isso está presente também nas obras, onde é possível registrar, autorizar e coletar informações para diminuir os gastos com compras emergenciais. “Temos um total de 1.600 empresas utilizando o Sienge. Percebemos que nossos clientes estão aderindo intensamente ao uso de tablets. Esses aparelhos possuem uma tela maior, são móveis e você pode utilizar o mesmo equipamento tanto na sua obra quanto no escritório”, avalia.

O sistema é composto por 11 módulos: engenharia, suprimentos, financeiro, contabilidade e fiscal, comercial, gestão de ativos, suporte à decisão, administrativo, gestão da qualidade, portais e segurança. Nessas áreas, o software auxilia os profissionais em ações como realização de orçamento, controle ambiental, emissão de certidões, administração de pessoal, segurança e saúde no trabalho, etc.

Um diferencial do Sienge é a possibilidade da navegação em nuvem. Isso significa que o armazenamento de dados do sistema é feito em serviços que podem ser acessados de qualquer lugar, sem a necessidade de instalar programas ou armazenar dados por conta própria. O acesso é remoto, através da internet. “O engenheiro não fica mais vulnerável em ter que gerenciar um ambiente com servidores e back-ups. Com a nuvem, ele pode

trabalhar de qualquer lugar, com qualquer aparelho. A adesão a esse tipo de navegação entre nossos clientes está crescendo”, afirma.

Segundo dados da Softplan, coletados junto à atual base de clientes da empresa, o Sienge possibilita que a margem de lucro passe de 5% para em média 10,4%. O software também reduziu em 6% o desperdício de materiais. Em uma obra de 10 mil m², isso significa uma economia de até R$ 450 mil. Também houve aumento da assertividade de 3% para 10% em formação de preço de vendas, redução de 20% do tempo de aprovação de compras, com redução do risco de compras desnecessárias, e em 60% dos casos os orçamentos foram mais rápidos.

De acordo a Associação Brasileira de e-Business, a mobilidade corporativa já é uma realidade na vida profissional dos executivos. Uma pesquisa divulgada em 2012 pela instituição mostra que 51% das empresas da indústria já aderiram ao uso de tablets. No setor de serviços, o número é de 33% e, no comércio, de 16%. Apesar de a maioria das empresas (89%) ainda utilizar a tecnologia móvel para atividades simples, como receber e enviar e-mails, muitas já estão conectadas a outras funcionalidades: 46% usam os tablets para realizar acesso remoto ao sistema de gestão e 48% para a formulação de indicadores.

Segundo Adriana Bombassauro, estimativas mostravam que o boom para o uso das tecnologias móveis no setor de construção aconteceria em 2012. “O mercado atrasou um pouco e só agora,

mobuss Construção CivilEmpresa: Teclógica

blumenau: (47) 3036-7700teclogica.com.br

SiengeEmpresa: Softplan

(48) 3027-8000 softplan.com.br

Não basta apenas levar os

smartphones e tables para o

canteiro. Para que eles possam ser

funcionais, é preciso criar

estratégias

em 2013, vemos que as empresas em geral estão buscando essa tecnologia.” Para Carlos Augusto, uma das explicações é a infraestrutura do País: “Acaba-se desfrutando da mobilidade na medida em que se tem estrutura. A qualidade da nossa internet cresce a cada dia, e as empresas que a utilizam saem ganhando”. Com um cenário favorável, a Região Nordeste também começa a despertar. “O mercado de mobilidade para a construção civil na região tem aceitado muito bem as possibilidades da tecnologia, pois enxergou vantagens financeiras”, diz Adriana.

Mas não basta apenas levar os smartphones e tablets para o canteiro. Para que eles possam ser funcionais, é preciso criar estratégias. Caso contrário, em vez de ajudar, a tecnologia pode trazer ainda mais dor de cabeça. Como passo inicial para entrar no mundo da mobilidade, Sílvio José Etges, da Teclógica, aconselha que as empresas alinhem o projeto com a estratégia de negócio, estabelecendo objetivos e metas claras e definidas. “Sem isso, fica difícil projetar uma aplicação que gere efetivamente valor para o negócio”, explica.

Em seguida, é preciso selecionar as oportunidades que efetivamente irão gerar diferenciais. “Agilidade e precisão com leitura de códigos, otimização com georreferenciamento, sincronismo online e remoto de informações, disponibilidade para coleta em regiões sem cobertura de rede, entre vários outros, são bons exemplos de funcionalidades que podem trazer benefícios para os processos da organização, reduzindo custos, agilizando a operação, elevando a qualidade, entre outros”, comenta. Com aplicativos e softwares capazes de satisfazer as necessidades de um profissional no canteiro de obras, é possível dar adeus aos papéis, e às pranchetas.

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ECONOMIA E NEGÓCIOS

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baUma 2013 atUaLiZa o meRcaDo Da constRUção ciViLA feira internacional aconteceu em Munique, na Alemanha, e teve recordes de público e expositores

A Bauma é considerada, pelos empre-sários da construção civil e mine-

ração, a maior feira do setor no mundo. Só este ano, o evento, realizado em abril, conseguiu reunir 3.420 participantes de 57 países e atrair um público de aproxi-madamente 530 mil visitantes de mais de 200 nações. Para os expositores, a Bauma foi um sucesso que superou expectativas e trouxe boas oportunidades de negócios.

“Acredito que os equipamentos apre-sentados certamente vão dar um novo im-pulso nos mercados da construção civil e mineração”, ponderou Johann Sailer, pre-sidente da Associação de Equipamentos e Materiais para Construção de VMDA e da Comissão para a Indústria Europeia de Equipamentos de Construção.

A grande quantidade de visitantes deixou os expositores satisfeitos. Os or-ganizadores da Bauma fizeram um levan-tamento e constataram que o número de participantes internacionais, em 2013, foi o maior de todas as edições da feira. Mon-tou-se até um Top 10 dos países que mais enviaram representantes. O ranking ficou assim: Alemanha, Áustria, Suíça, Itália, Federação Russa, França, Holanda, Grã--Bretanha, Suécia e Polônia. A Indonésia, país parceiro da Bauma, este ano, também foi fortemente representada com uma de-legação de políticos de alto escalão e cerca de oitocentos visitantes.

A quantidade de países envolvidos na realização da Bauma dá a dimensão desse evento. É durante o encontro que muitos empresários têm a oportunidade de co-municar para o mundo seus mais novos produtos. “Fomos capazes de comunicar de uma forma muito segmentada nos-so amplo portfólio e nossas principais

inovações em túneis e mineração”, disse Martin Herrenknecht, presidente do Con-selho de Administração da Herrenknecht.

Ron DeFeo, presidente da Terex Cor-poration, ficou impressionado com os re-sultados: “A Bauma representa uma opor-tunidade única de encontro com clientes de todas as partes do mundo”. Johannes Weiermair, diretor de processamento mineral SBM, acrescentou: “Para nós, a Bauma 2013 foi um sucesso. Por um lado, devido à abrangência internacional de visitantes e, por outro, devido ao nível elevado de contatos”. A feira representou, também, uma excelente oportunidade de negócios para os 3.420 expositores — 1.346 da Alemanha e 2.074 no exterior — dos 57 países participantes. Yanmei Zhang, vice--presidente da XCMG, comentou a venda

de 120 máquinas durante a feira. “Soman-do as vendas feitas com as encomendas recebidas, foram movimentados mais de 10 milhões de Euros. Tivemos um bom retorno financeiro”, disse.

Por esses fatores, a Bauma é o momen-to mais importante para a apresentação e venda de produtos para a construção ci-vil e mineração no mundo. Para muitos empresários, participar da Bauma é qua-se que uma obrigação. “Nós viemos aqui com grandes expectativas e todas elas foram ultrapassadas. Para nós, não existe outro encontro que se equipare em núme-ro de visitantes e negócios firmados. De longe, a Bauma é a número um no setor”, concluiu Frank W. Reschke, diretor de vendas e membro do Conselho de Admi-nistração da MasaGmbH.

por Daniel Vilarouca

A próxima edição será em Johanesburgo, na África, em setembro deste ano

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UM

A

ECONOMIA E NEGÓCIOS

ABRIL 2013 ABRIl 2013 85ABRIL 2013 ABRIl 2013 85

FeiRa Destaca inFRaestRUtURa ViáRia e RoDoViáRia Do PaísDurante os três dias, a Brasil Road Expo apresentou o que há de mais moderno em tecnologias e equipamentos

A Brazil Road Expo 2013, realizada em março, em São Paulo, apresentou os

principais players do mercado nacional e internacional de infraestrutura viária e rodoviária. O evento, que foi palco de discussão da retomada do setor no País, reuniu 10.500 profissionais das áreas de engenharia, arquitetura, administração, compras/aquisições e marketing. Foram 250 marcas expositoras, sendo 30% de empresas internacionais. O saldo foi po-sitivo e surpreendeu: a feira gerou R$ 500 milhões em negócios.

De acordo com o diretor da Brazil Road Expo, Guilherme Ramos, a edição foi um sucesso e ultrapassou todas as ex-pectativas. “Durante os três dias, mostra-mos e debatemos o que há de mais impor-tante a ser discutido no setor. Tudo a fim de atender as necessidades daqueles que buscavam informações sobre construção e infraestrutura de vias e rodovias.”

Para Marcelo Perrupato, Secretário de Políticas Especiais de Transportes – Mi-nistério dos Transportes, o setor precisa expandir suas fronteiras. “O segmento rodoviário está precisando, mais do que

nunca, de eventos como este. Este encon-tro é um fórum representativo para a in-fraestrutura brasileira”, ressalta.

O público visitante também aprovou a Brazil Road Expo. O engenheiro Renan Arantes ressaltou que o evento já é des-taque no calendário das principais feiras. “Por ser uma feira focada, o tempo do visitante é poupado e conseguimos en-contrar os contatos que precisamos de maneira prática e objetiva”, disse, acres-centando que “trata-se de um evento pro-pício para o encontro com fornecedores e efetivação de negócios”.

NOVIdadES

Uma das grandes atrações do Bra-zil Road Expo 2013 foi uma arena com 660m²; na área externa do pavilhão. O espaço contou com demonstrações de equipamentos de grande porte. A So-treq/Caterpillar montou uma verdadei-ra simulação onde o público pode ver a pavimentadora AP555E em operação. A Lindsay apresentou o sistema QMB, que possibilita o deslocamento de uma

barreira de concreto de alto desempenho em até duas faixas.

Outra novidade foi o labirinto de si-nalização, espaço coordenado pelo Ob-servatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) que expôs aos visitantes a im-portância da sinalização para a segurança dos usuários de vias e rodovias. Os par-ticipantes puderam ver a diferença, por exemplo, a diferença de como a sinaliza-ção é vista (ou não) por motoristas de ve-ículos de passeio e caminhoneiros. “Sem um material retroreflexivo de qualidade a sinalização praticamente some para os caminhoneiros, já que a distância entre os olhos e os faróis do veículo ultrapassa dois metros”, alerta o presidente do Ob-servatório, José Aurélio Ramalho.

CONgRESSO

Paralelamente à feira de negócios, o evento com o Brazil Road Summit, um extenso programa de conferências e workshops que abordaram diversos as-suntos como pavimentação em concreto e asfalto, geotecnia, sinalização, segurança rodoviária, obras de artes especiais (pon-tes, viadutos e túneis), contenção de en-costas, drenagem de rodovias, entre ou-tros. No total, foram mais de 60 palestras divididas em 16 programas.

Dentro os destaques, os programas: Infra-Cidades, que reuniu prefeitos, se-cretários municipais de obras e de trans-portes para debater o tema Infraestrutura Viária e Rodoviária nas cidades brasilei-ras; e o Profissional do Futuro, que orien-tou e abriu mercado para formandos de engenharia que pretendem focar nos pro-jetos, construção, manutenção, reparo e gestão de vias e rodovias.

Foram quinze mil m² de exposição e 10.500 visitantes

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: BRE

ECONOMIA E NEGÓCIOS

ABRIL 201386 ABRIl 2013 87

ABRIL 2013 ABRIl 2013 87

Os resultados oficiais do ano do merca-do imobiliário em 2012 começaram a

ser divulgados, e várias grandes empresas encerraram o exercício com performan-ce bem diferente das observadas em anos anteriores. Naturalmente, várias especula-ções surgem. E como surgem!

Recentemente, um cidadão eloquen-te falou-me que tem absoluta certeza de que os preços vão cair, pois soube que uma empresa estava queimando seus estoques que nem as lojas de roupas fazem a cada final de estação. Fiquei atenta às afirma-ções do cidadão e até imaginando como não seriam os imóveis no outono, no verão e no inverno, então??? Sem falar na linda primavera! Deixei-o explanar suas ideias, e, na sequência, ele soltou a pergunta: “Há alguma diferença entre roupa e imóvel?”.

Bem, diante de pergunta tão, como di-zer?, inusitada, fiquei pensando em formas de respondê-la, tendo como foco maior me fazer entender — um grande exercí-cio, tamanha a convicção dele. Depois de muito exemplificar as diferenças entre os dois produtos e ir obtendo a concordância apenas gestual, em cada um dos itens pon-tuados, fui novamente surpreendida com a conclusão do ‘eloquente’ questionador: “Então a senhora está me dizendo que o resto inteiro dos produtos, de passagem aérea a feijão, tem ‘promoção’, e o imóvel não?”. E continuou, argumentando, atin-gindo o ápice quando me alertou da pro-fecia: “A senhora se prepare, pois eu ouvi dizer que uma tal bolha vai estourar e que vai ser imóvel (água) para todo lado!”.

Confesso que depois de tentar, bem didaticamente e sem usar “economês”, explicar o que estão chamando de bolha imobiliária — ressaltando que num curto e médio prazos os indicadores não apon-tam para esse fato (mencionei a enorme

demanda, o crescimento de emprego e ren-da da população brasileira, a relação entre crédito imobiliário e PIB no Brasil compa-rativamente com outros países onde a tal da bolha ocorreu) —, ouvi, enfim, algo que me fez respirar: “Então vamos observar!”. Ao menos um ponto de concordância es-pontânea: vamos observar mesmo, pois as empresas do mercado imobiliário estão es-trategicamente focadas, no ano de 2013, na geração de caixa operacional, no patamar de lançamentos adequado ao mercado, nos vo-lumes e na celeridade dos repasses e possí-veis distratos, sem perder o foco nas vendas.

Nesse movimento de observação é im-portante não confundir nem tampouco re-plicar o que “ouvimos dizer” sem reflexões consistentes, sob pena de criarmos uma “verdade-falsa” sobre o que está aconte-cendo no mercado imobiliário.

O que vivemos em termos de veloci-dade de vendas, nos últimos anos, foi algo que se pode classificar como estado de eu-foria. É como se ter alguém faminto, que não se alimentava há dias, e colocar um banquete em sua frente. No caso do nosso mercado imobiliário, a fome era gigantesca e já durava décadas! Em 2013, em algumas localidades, a aposta é que a fome continue elevada. Porém, em grande parte das ou-tras, a situação começa a alcançar o padrão

* Mônica Mercês é economista, assessora de Planejamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimen-to Imobiliário – QGDI.

Mônica Mercês*

taReFa 2013: eVitaR eXeRcícios aLoPRaDos De aDiVinHação

Analisar um mercado sem

euforia não deve ser confundido com reduções/

desaquecimento

da normalidade, uma fome controlada, mas que nem por isso deixa de demandar comida (imóveis).

Analisar um mercado sem euforia não deve ser confundido com reduções/desa-quecimento. Assim funciona a economia e seus fundamentos básicos de oferta e demanda.

Situações de altas velocidades de venda vão ocorrer sempre, pois há produtos tão assertivos e em locais tão demandados que o resultado dificilmente será diferente. No outro extremo, onde há produtos menos procurados, pouco estudados e em mer-cados já assistidos, espera-se uma resposta lenta, às vezes lenta demais. Mas, como em tudo na vida, extremos são situações de ausência de normalidade, e o esperado é que tenhamos em 2013 uma convergência para a “presença de normalidade”.

Portanto, pedindo emprestado a grande citação do questionador/profeta: “Vamos observar” e, de forma correta, interpretar os movimentos do mercado imobiliário em 2013 para que não enviesemos a compre-ensão dos fatos. Proponho que fiquemos atentos às métricas que se interligam com o negócio imobiliário, fazendo uma análise imparcial desses números, antes de realizar exercícios aloprados de adivinhação.

construir EconoMiA

ABRIL 201388 ABRIl 2013 89

cub - custo unitário básico

ABRIL 2013 ABRIl 2013 89

Os valores abaixo referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram

calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de or-çamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classi-ficado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.” Os preços unitários dos insumos constantes do lote básico foram cotados no período de: 1 à 24 de Março de 2013. A partir de fevereiro/2007, com a entrada em vigor da NBR 12.721/2006, adotamos o projeto-padrão R-16-N como o novo CUB PADRÃO do SINDUS-CON/PE, e passamos a divulgar os valores referentes a materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipamentos, que formam este CUB Padrão, bem como suas variações percentuais no mês, no ano e em 12 meses.

PRoJetos PaDRão De acabamentoProJetos- -PAdrões

R$/ m²

VaRiação PeRcentUaL

mensaLacUmULaDo

no anoacUm. em 12 meses

RESIDENCIAIS

R-1 (Residência Unifamiliar)

baixo R-1-b 1.111,23 0,29% 1,51% 9,95%

Normal R-1-N 1.349,29 0,20% 1,31% 10,29%

Alto R-1-A 1.717,93 0,16% 1,34% 9,86%

PP-4 (Prédio Popular)baixo PP-4-b 1.015,07 0,32% 1,05% 8,55%

Normal PP-4-N 1.273,17 0,23% 1,53% 10,43%

R-8 (Residência Multifamiliar)

baixo R-8-b 958,99 0,35% 1,07% 8,46%

Normal R-8-N 1.083,79 0,25% 1,17% 9,58%

Alto R-8-A 1.382,25 0,23% 1,41% 10,15%

R-16 (Residência Multifamiliar)Normal R-16-N 1.057,27 0,25% 1,18% 9,53%

Alto R-16-A 1.361,23 0,36% 1,13% 9,38%

PIS (Projeto de Interesse Social) PIS 729,12 0,26% 1,07% 9,53%

RP1Q (Residência Popular) RP1Q 1.039,93 0,22% 0,64% 8,63%

COMERCIAIS

CAL-8 (Comercial Andares Livres)Normal CAL-8-N 1.225,66 0,33% 1,44% 9,73%

Alto CAL-8-A 1.350,12 0,30% 1,59% 10,38%

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-8-N 1.038,54 0,32% 1,25% 9,37%

Alto CSL-8-A 1.178,57 0,29% 1,64% 10,62%

CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)Normal CSL-16-N 1.383,76 0,33% 1,16% 9,34%

Alto CSL-16-A 1.569,30 0,30% 1,53% 10,53%

GI (Galpão Industrial)GI 582,98 0,37% 0,88% 8,25%

6,21% VaLoR(R$/m2)VaRiação PeRcentUaL

mensaL no ano em 12 meses

CUb DE MATERIAIS 557,05 0,48% 1,53% 8,21%

CUb DE MÃO DE ObRA 447,79 0,00% 0,00% 9,66%

CUb DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS 46,05 0,00% 8,99% 25,66%

CUb DE EQUIPAMENTOS DE ObRA 6,38 0,47% 1,59% 6,21%

CUb TOTAL 1.057,27 0,25% 1,18% 9,53%

VaRIaçÃO dO Cub-PadRÃO: R-16-N

maRço De 2013

INDICADORES

ABRIL 201390 ABRIl 2013 At

Mais um ano passou e o mercado de imóveis comerciais da Re-

gião Metropolitana de Recife segue aquecido.

Quando analisamos o quantitativo das vendas do período, constatamos que as vendas de 2011 foram quase o do-bro das registradas em 2010, atingindo 1.200 imóveis comerciais efetivamente comercializados, contra 619 unidades vendidas em 2010. Ou seja, se 2010 foi o ano do boom para o mercado imobili-ário de imóveis residenciais novos, 2011 foi o melhor em se tratando de imóveis comerciais. Vide tabela 1.

A tabela 1 nos mostra que enquanto em 2008 o IVV Comercial atingiu 5,5% e em 2009 computou 4,7%, ou seja, com uma variação negativa de 0,8%, o que significa dizer que representou uma queda nas vendas de 39 unidades co-merciais, quiçá decorrente das expecta-tivas geradas pela crise financeira mun-dial de 2008, a partir de 2010 o mercado já segue apontando números mais ro-bustos, com um IVV de 8,5%, 15,6% em 2011 e 9,6% em 2012, o que significa di-zer que levando-se em consideração os números de 2012, em pouco mais de 10 meses, com o índice seguindo no mes-mo patamar, o estoque estaria zerado.

Outras variáveis interessantes de se observar é a constância no quantitati-vo de empresas que atuam no mercado imobiliário de comerciais e os bairros com maior concentração nas vendas, a exemplo de Boa Viagem, Ilha do Leite, Boa Vista (esse nos últimos 3 anos) e mais especificamente em 2012, Paiva e Casa Amarela, já apontando para uma desconcentração dos bairros.

Em se tratando da área desses imó-veis comerciais vendidos entre os anos de 2008 a 2012, no topo do ranking apare-cem aqueles com área de até 40 m² com 68,3% do total, contra 13,0% dos que possuem área entre 81 e 120 m² e em terceiro lugar com 9,9% do total os que têm área entre 41 e 60 m², conforme nos mostra a tabela 2.

Com o ajuste do estoque entre 2011 e 2012 e o surgimento de novos investi-mentos e projetos, a exemplo de: Cidade da Copa em São Lourenço da Mata, Re-serva do Paiva, Convida Suape, que sozi-nho estima reservar cerca de 139 hectares

Danyelle Monteiro*

iVV comeRciaL – Um oLHaR sobRe os úLtimos 5 anos

*Danyelle Monteiro é economista, conselheira do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE) e atua na Unidade de Pesquisas Técnicas da Fiepe.

voltados à imóveis comerciais, além do que se tem comentado sobre o novo com-plexo industrial de Vitória de Santo An-tão e do desenvolvimento de cidades po-los como Caruaru, Petrolina, Garanhuns e Salgueiro, só nos resta aguardar o efeito multiplicador na economia desses inves-timentos e acompanhar os próximos re-sultados do IVV, que acompanha os nú-meros dos empreendimentos inseridos na Região Metropolitana de Recife e que já começou a apontar a velocidade das vendas de parte desses empreendimentos citados acima e já lançados, a exemplo da Cidade da Copa e do Paiva.

Fonte: Pesquisa do IVV / UEP-FIEPE

Fonte: Pesquisa do IVV / UEP-FIEPE

insumos

ABRIL 2013 ABRIl 2013 91

mArÇo-2013 - cotação no período de 05 a 26-03-2013.Esta seção contém a listagem de preços unitários de insumos para construção civil. Responsabilidade técnica do engenheiro Clelio Fonseca de Morais (CREA nº 041752. Titular da CM-Assessoria de Obras Ltda.) Fone: (81) 3236.2354 - 9108.1206 | [email protected] | www.cleliomorais.com.br Assinantes da Revista Construir Nordeste têm desconto de 50% sobre o preço da assinatura anual da lista de preços de serviços, contendo a listagem resumida de preços unitários (com preços unitários de materiais e mão de obra separados); um quadro com diversos indicadores econômicos e setoriais dos últimos 13 meses, e mais outras informações interessantes para o setor.

agLomeRantes

Cal hidratado Calforte Narduk kg 0,58 Cal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg)

sc 5,78

Cimento Portland kg 0,430

Cimento Portland (saco c/ 50 kg) sc 21,71

Cimento branco específico Narduk kg 1,02 Cimento branco específico Narduk (saco com 40 kg)

sc 40,99

Gesso em pó de fundição (rápido) kg 0,43 Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg)

sc 17,31

Gesso em pó para revestimento (lento) kg 0,35 Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg)

sc 14,00

Gesso Cola kg 1,53

Gesso Cola (saco com 5kg) sc 7,67

aRteFatos De cimento

bloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa)

un 1,55

bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa)

un 1,75

bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa)

un 2,07

bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa)

un 2,40

bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa)

un 3,06

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 bTU's aberta 60x40x40cm

un 56,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 bTU's fechada 60x40x50cm

un 71,97

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 bTU's aberta 70x50x40cm

un 74,83

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 bTU's aberta 70x45x60cm

un 86,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 bTU's fechada 70x45x60cm

un 73,00

Elemento vazado de cimento Acinol-Cb2/L com 19x19x15cm

un 2,80

Elemento vazado de cimento Acinol-Cb6/L/Veneziano 25x25x8cm

un 4,20

Elemento vazado de cimento Acinol-Cb7/L/Colmeia com 25x25x10cm

un 4,90

Elemento vazado de cimento Acinol-Cb/9/boca de Lobo 39x18x9cm

un 4,20

Lajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cm

m2 15,13

Lajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cm

m2 16,10

Meio fio de concreto pré-moldado de 100x30x12cm

un 15,50

Nervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2

m 8,06

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 28,17

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 30,83

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2 32,67

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2 35,50

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2)

m2 33,67

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2)

m2 37,33

Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma)

m2 32,00

Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1

m 12,60

Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1

m 19,12

Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1

m 27,92

Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1

m 35,68

Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1

m 55,25

Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1

m 105,30

Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1

m 154,60

Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1

m 230,00

Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2

m 45,00

Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2

m 56,15

Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2

m 73,00

Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2

m 106,00

Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2

m 187,25

Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2

m 249,50

Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2

m 469,00

Verga de concreto armado de 10x10cm m 12,95 Vigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 8,46

Vigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 4,00m

m 9,05

Vigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 7,66

Vigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 6,00m

m 8,24

Vigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 7,71

Vigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 7,00m

m 13,30

Vigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 7,95

Vigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 8,00m

m 14,86

Vigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 8,45

Vigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 9,00m

m 8,24

aRteFatos De FibRocimento

Caixa d'água cônica CRFS de 250 litros c/tampa brasilit

un 79,02

Caixa d'água cônica CRFS de 500 litros c/tampa brasilit

un 150,16

Caixa d'água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa brasilit

un 252,86

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior brasilit

un 4,10

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior brasilit

un 4,10

Cumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS brasilit

un 49,90

Cumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS brasilit

un 49,90

Cumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m brasilit

un 34,37

Cumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m brasilit

un 34,33

Cumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m brasilit

un 34,33

Telha Kalheta 8mm de 3,00m brasilit un 147,67

Telha Kalheta 8mm de 4,00m brasilit un 181,95

Telha Kalheta 8mm de 5,50m brasilit un 215,30

Telha Kalheta 8mm de 6,00m brasilit un 239,94

Telha Kalheta 8mm de 6,50m brasilit un 254,74

Telha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS brasilit un 221,43

Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS brasilit un 451,29

Telha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS brasilit un 513,73

Telha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS brasilit un 612,43

Telha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS brasilit un 618,47 Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m brasilit

un 7,01

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m brasilit

un 12,48

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m brasilit

un 12,07

Telha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m brasilit

un 115,55

Telha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m brasilit

un 180,08

Telha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m brasilit

un 186,39

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m brasilit

un 25,80

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m brasilit

un 31,67

Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m brasilit

un 37,17

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m brasilit

un 43,55

Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m brasilit

un 49,93

Telha ondulada bR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m brasilit

un 31,20

Telha ondulada bR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m brasilit

un 37,83

Telha ondulada bR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m brasilit

un 44,63

Telha ondulada bR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m brasilit

un 52,27

Telha ondulada bR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m brasilit

un 62,87

Telha ondulada bR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m brasilit

un 39,50

Telha ondulada bR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m brasilit

un 49,70

Telha ondulada bR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m brasilit

un 59,50

Telha ondulada bR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m brasilit

un 69,70

Telha ondulada bR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m brasilit

un 79,90

agRegaDos

Areia fina m3 44,00

Areia grossa m3 45,00

Saibro m3 37,67

barro para aterro m3 23,33

Barro para jardim m3 35,00

Pó de pedra m3 43,33

brita 12 m3 73,00

brita 19 m3 73,00

brita 25 m3 73,33

brita 38 m3 68,33

brita 50 m3 65,00

brita 75 m3 64,00

Pedra rachão m3 52,00

Paralelepípedo un 0,40

Meio fio de pedra granítica m 10,00

aRgamassa PRonta

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg)

sc 5,75

Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno

kg 0,29

Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg)

sc 11,55

Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo

kg 0,58

Argamassa Megaflex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg)

sc 21,93

Argamassa Megaflex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg)

sc 23,21

Massa para alvenaria (saco 40kg) sc 11,05 Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg)

sc 4,59

Reboco externo pronto (saco 20kg) sc 5,51

Rejunte aditivado interno (saco 40kg) sc 42,86

Rejunte aditivado interno Narduk kg 1,07 Rejunte aditivado flexível externo (saco 40kg)

sc 58,69

Rejunte aditivado flexível externo Narduk kg 1,47

aRames

Arame galvanizado nº 10 bWG liso 3.40mm kg 5,71

ABRIL 2013 ABRIl 2013 93

insumos

ABRIL 201392 ABRIl 2013 93

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 400m

un 187,78

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 250m

un 99,75

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm - rolo com 500m

un 185,34

bombas centRíFUgas

bomba centrífuga trifásica de 1/2 CV Schneider

un 522,67

bomba centrífuga trifásica de 3/4 CV Schneider

un 558,00

bomba centrífuga trifásica de 1 CV Schneider

un 591,00

bomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV Schneider

un 795,33

bomba centrífuga trifásica de 2 CV Schneider

un 855,67

bomba centrífuga trifásica de 3 CV Schneider

un 696,40

bomba centrífuga trifásica de 5 CV Schneider

un 1.368,87

bomba centrífuga trifásica de 7,5 CV Schneider

un 1.690,17

bomba centrífuga monofásica de 1/4 CV Schneider

un 450,67

bomba centrífuga monofásica de 1/2 CV Schneider

un 559,00

bomba centrífuga monofásica de 3/4 CV Schneider

un 642,67

Chave de proteção magnética trifásica até 5CV WEG

un 154,33

Chave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEG

un 157,67

Chave de proteção magnética trifásica até 10CV WEG

un 200,00

Bóia para bomba com 10 amperes un 47,00

Bóia para bomba com 20 amperes un 47,07

caRPetes

Carpete Flortex Tradition Grafite da Fademac com 3mm

m2 11,23

Carpete Reviflex Diloop Grafite da Fademac com 4mm

m2 12,15

concReto UsinaDo

Concreto usinado FCK=10MPa m3 239,00

Concreto usinado FCK=15MPa m3 245,00

Concreto usinado FCK=15MPa bombeável m3 253,00

Concreto usinado FCK=20 MPa m3 255,50

Concreto usinado FCK=20 MPa bombeável m3 265,00

Concreto usinado FCK=25 MPa m3 283,67

Concreto usinado FCK=25 MPa bombeável m3 282,50

Concreto usinado FCK=30 MPa m3 289,00

Concreto usinado FCK=30 MPa bombeável m3 300,00

Concreto usinado FCK=35 MPa m3 310,00

Concreto usinado FCK=35 MPa bombeável m3 320,50

Taxa de bombeamento m3 32,50

esqUaDRias De aLUmínio

Janela de alumínio com bandeira m2 336,67

Janela de alumínio sem bandeira m2 303,33 Janela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00m

m2 336,67

Porta de alumínio com saia e bandeira m2 450,00

esqUaDRias De FeRRo

Gradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4" e barras de 1"x1/4"

m2 283,33

Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.) m2 326,67

Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fio 12

m2 510,00

Tubo de ferro preto de 2" m 18,37

Tubo de ferro preto de 4" m 38,76

Tubo de ferro preto de 6" m 90,87

Tubo de ferro galvanizado de 2" m 31,12

Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2" m 38,98

Tubo de ferro galvanizado de 4" m 86,13

eqUiPamentos contRa-incênDio

Adaptador de 2.1/2"x1.1/2" un 54,33

Adaptador de 2.1/2"x2.1/2" un 68,37

Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predial

un 236,00

Chave Storz un 17,67

Esguicho Jato sólido de 1.1/2" un 53,67

Extintor de água pressurizada 10 litros un 113,33

Extintor de CO2 de 6kg un 461,00

Extintor de pó quimico 4kg un 98,27

Extintor de pó quimico 6kg un 110,60

Extintor de pó quimico 8kg un 143,00

Extintor de pó quimico 12kg un 181,67 Mangueira predial de 1.1/2" x 15m com união

un 219,33

Mangueira predial de 1.1/2" x 30m com união

un 466,67

Porta corta fogo P90 de 0,80x2,10m un 917,50

Porta corta fogo P90 de 0,90x2,10m un 972,50

Registro Globo 45° de 2.1/2" un 139,33 Tampa de ferro fundido de 60x40cm "incêndio"

un 234,00

Tampão cego de 1.1/2" T.70 articulado un 60,12

esqUaDRias De maDeiRa

Porta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m

un 63,68

Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m

un 54,93

Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m

un 55,26

Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m

un 65,00

Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAI

un 68,30

Porta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAI

un 66,55

Porta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAI

un 74,02

Porta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAI

un 84,44

Porta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 167,30

Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 198,07

Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 242,67

Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 241,77

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 182,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 203,00

Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 219,25

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m

un 154,26

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m

un 160,26

Porta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

un 185,67

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m

un 216,00

Grade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 45,33

Grade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte

un 106,33

Grade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

un 55,00

eqUiPamentos

Retroescavadeira 580H, 4x4 (com operador)

h 75,83

Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m)

mês 12,00

betoneira elétrica de 400L sem carregador mês 337,88

Compactador CM/13 elétrico mês 363,33

Compactador CM/20 elétrico mês 575,33

Cortadora de piso elétrica mês 597,67

Furadeira industrial bosch ref. 1174 mês 143,33

Guincho de coluna (foguete) mês 302,33

Mangote vibratório de 35mm mês 81,67

Mangote vibratório de 45mm mês 81,67

Motor elétrico para vibrador mês 90,67

Pistola finca pinos mês 177,50

Pontalete metálico regulável (1 peça) mês 6,33

Serra elétrica circular de bancada mês 101,33

FeRRos

Ferro CA-25 de 12,5mm kg 3,02

Ferro CA-25 de 20mm kg 3,26 Ferro CA-25 de 25mm kg 3,21 Ferro CA-50 de 6,3mm kg 3,75 Ferro CA-50 de 8mm kg 3,77

Ferro CA-50 de 10mm kg 3,57

Ferro CA-50 de 12,5mm kg 3,31

Ferro CA-50 de 16mm kg 3,33

Ferro CA-50 de 20mm kg 3,39

Ferro CA-50 de 25mm kg 3,16

Ferro CA-50 de 32mm kg 3,05

Ferro CA-60 de 4,2mm kg 3,44

Ferro CA-60 de 5mm kg 3,47

Ferro CA-60 de 6mm kg 3,33

Ferro CA-60 de 7mm kg 3,30

Ferro CA-60 de 8mm kg 2,61 Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)

m2 5,57

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

kg 5,74

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)

m2 8,49

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

kg 5,50

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)

m2 9,89

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

kg 5,64

Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

m2 12,41

FoRRos, DiVisÓRias e seRViços De gesso

bloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisória

un 7,17

Placa de gesso lisa para forro com 65x65cm

un 3,18

Rodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicado

m 15,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicado

m 18,00

Rodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicado

m 20,00

Junta de dilatação de gesso em "L" de 2x2cm aplicada

m 13,33

Junta de dilatação de gesso em "L" de 3x3cm aplicada

m 18,00

FeRRagens De PoRta

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1500 LaFonte

un 4,31

Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1410 LaFonte

un 4,55

Dobradiça em latão cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 90 LaFonte

un 8,74

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte

un 81,22

Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte

un 61,11

Conjunto de fechadura para WC ref. 521 b-CR LaFonte

un 60,25

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonte

un 56,31

Conjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonte

un 46,41

Conjunto de fechadura para WC ref. 436b-CR LaFonte

un 46,41

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonte

un 73,87

Conjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonte

un 49,67

Conjunto de fechadura para WC ref. 2078 b-CR LaFonte

un 54,59

Conjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonte

un 127,63

Conjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonte

un 101,49

Conjunto de fechadura para WC ref. 608b-CR LaFonte

un 101,49

gRanitos

Granilha nº 02 (saco com 40kg) sc 10,40 Granilha nº 02 kg 0,17 bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba,test.e esp.

m 165,80

Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cm

m 19,93

Soleira de granito cinza andorinha de 15x2 cm

m 26,78

Rodapé de granito cinza andorinha com 7x2cm

m 16,70

Lajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cm

m2 111,25

Arame galvanizado nº 12 bWG liso 2.76mm kg 5,79

Arame galvanizado nº 14 bWG liso 2.10mm kg 6,47

Arame galvanizado nº 16 bWG liso 1.65mm kg 6,85

Arame galvanizado nº 18 bWG liso 1.24mm kg 8,09

Arame recozido 18 bWG preto kg 6,67 Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 250m

un 117,42

ABRIL 2013 ABRIl 2013 93ABRIL 2013 ABRIl 2013 93

Lajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cm

m2 150,00

bancada de granito verde ubatuba de 60x2cm

ml 182,00

Divisória de box em granito verde ubatuba 7x2cm

ml 39,00

Soleira de granito verde ubatuba de 15x2cm

ml 30,00

Rodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

ml 19,33

imPeRmeabiLiZantes

Acquella (galão de 3,6 litros) gl 68,25

Acquella (lata de 18 litros) lata 305,31

bianco (galão de 3,6 litros) gl 33,50

bianco (balde de 18 litros) bd 146,83

Compound adesivo (A+b) (2 latas=1kg) kg 40,40 Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (galão de 3,6 litros)

gl 33,95

Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (balde de 18 litros)

bd 136,70

Frioasfalto (galão de 3,9 kg) gl 25,90

Frioasfalto (balde de 20kg) bd 125,45

Neutrol (galão de 3,6 litros) gl 59,42

Neutrol (lata de 18 litros) lata 237,36

Vedacit (galão de 3,6 litros) bd 17,30

Vedacit (balde de 18 litros) bd 67,45

Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg) gl 45,88

Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg) bd 154,80

Vedaflex (cartucho com 310ml) cart 26,47

Vedapren preto (galão de 3,6 litros) gl 40,05

Vedapren preto (balde de 18kg) bd 148,52

Vedapren branco (galão de 4,5 kg) gl 74,88

Vedapren branco (balde de 18kg) bd 225,46

Sika nº 1 (balde de 18 litros) bd 59,88

Igol 2 (balde de 18kg) bd 136,43

Igol A (balde de 18kg) bd 201,48

Silicone (balde de 18 litros) bd 170,01

maDeiRas

Assoalho de madeira em Ipê de 15x2cm m2 71,74

Assoalho de madeira em Jatobá de 15x2cm m2 78,05

Rodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cm m 8,93 Lambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cm

m2 29,50

Folha de "fórmica" texturizada branca de 3,08x1,25m

un 47,97

Folha de "fórmica" brilhante branca de 3,08x1,25m

un 43,47

Estronca roliça tipo litro m 1,80

barrote de madeira mista de 6x6cm m 5,82

Sarrafo de madeira mista de 10cm (1"x4") m 2,87

Tábua de madeira mista de 15cm (1"x6") m 4,25

Tábua de madeira mista de 22,5cm (1"x9") m 5,61

Tábua de madeira mista de 30cm (1"x12") m 8,09 Madeira serrada para coberta (Massaranduba)

m3 2.379,00

Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cm

m 26,93

Peça de massaranduba para coberta de 6x10cm

m 18,39

barrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cm

m 9,53

Ripa de massaranduba para coberta de 4x1cm

m 4,74

Prancha de massaranduba para escoramento de 3x15cm

m 14,88

Prancha de massaranduba para escoramento de 5x15cm

m 28,53

Chapa de madeira plastificada de 10mm c/1,10x2,20m

un 41,18

Chapa de madeira plastificada de 12mm c/1,10x2,20m

un 46,61

Chapa de madeira plastificada de 15mm c/1,10x2,20m

un 55,93

Chapa de madeira plastificada de 17mm c/1,10x2,20m

un 73,59

Chapa de madeira plastificada de 20mm c/1,10x2,20m

un 81,79

Chapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20m

un 17,72

Chapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20m

un 25,98

Chapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20m

un 30,12

Chapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20m

un 36,26

Chapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m

un 41,99

mateRiais eLétRicos e teLeFÔnicos

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 1/2"

m 1,13

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 3/4"

m 1,50

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" (vara com 3m)

vara 3,92

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" (vara com 3m)

vara 5,53

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1" (vara com 3m)

vara 8,47

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" (vara com 3m)

vara 10,72

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" (vara com 3m)

vara 13,75

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2" (vara com 3m)

vara 17,70

Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" (vara com 3m)

vara 37,18

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3" (vara com 3m)

vara 45,05

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un 1,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un 1,20

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un 1,82

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un 2,68

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

un 3,12

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un 5,13

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un 12,37

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un 14,42

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un 0,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un 0,68

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un 0,89

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un 1,43

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

un 1,82

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un 2,83

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un 7,96

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un 9,75

bucha de alumínio de 1/2" un 0,37

bucha de alumínio de 3/4" un 0,50

bucha de alumínio de 1" un 0,69

bucha de alumínio de 1.1/4" un 0,94

bucha de alumínio de 1.1/2" un 1,14

bucha de alumínio de 2" un 2,31 bucha de alumínio de 2.1/2" un 2,00 bucha de alumínio de 3" un 3,26 Arruela de alumínio de 1/2" un 0,24 Arruela de alumínio de 3/4" un 0,28

Arruela de alumínio de 1" un 0,53

Arruela de alumínio de 1.1/4" un 0,76

Arruela de alumínio de 1.1/2" un 0,90

Arruela de alumínio de 2" un 1,14

Arruela de alumínio de 2.1/2" un 1,98

Arruela de alumínio de 3" un 2,36

Caixa de passagem em PVC de 4"x4" un 3,17

Caixa de passagem em PVC de 4"x2" un 1,82Caixa de passagem sextavada em PVC de 3"X3"

un 2,95

Caixa de passagem octogonal em PVC de 4"X4"

un 3,20

Soquete para lâmpada (bocal) com rabicho un 1,73

Soquete para lâmpada (bocal) sem rabicho un 1,86

Cabo de cobre nú de 10mm2 m 4,59

Cabo de cobre nú de 16mm2 m 6,09

Cabo de cobre nú de 25mm2 m 8,50

Cabo de cobre nú de 35mm2 m 12,25 Cabo flexível de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,54

Cabo flexível de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 1,03

Cabo flexível de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,84

Cabo flexível de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,41

Cabo flexível de 10mm2 com isolamento plástico

m 4,23

Cabo flexível de 16mm2 com isolamento plástico

m 6,70

Cabo flexível de 25mm2 com isolamento plástico

m 12,28

Cabo flexível de 35mm2 com isolamento plástico

m 14,75

Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plástico

m 0,60

Fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico

m 0,94

Fio rígido de 4mm2 com isolamento plástico

m 1,56

Fio rígido de 6mm2 com isolamento plástico

m 2,17

Fita isolante de 19mm (rolo com 20m) un 10,27

Disjuntor monopolar de 10A Pial un 7,95

Disjuntor monopolar de 15A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 20A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 25A Pial un 6,99

Disjuntor monopolar de 30A Pial un 6,99

Disjuntor tripolar de 10A Pial un 42,73

Disjuntor tripolar de 25A Pial un 45,19

Disjuntor tripolar de 50A Pial un 41,25

Disjuntor tripolar de 70A Pial un 71,90

Disjuntor tripolar de 90A Pial un 68,53

Disjuntor tripolar de 100A Pial un 68,26

Disjuntor monopolar de 10A GE un 5,38

Disjuntor monopolar de 15A GE un 5,25

Disjuntor monopolar de 20A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 25A GE un 5,50

Disjuntor monopolar de 30A GE un 5,50

Disjuntor tripolar de 10A GE un 45,00

Disjuntor tripolar de 25A GE un 41,25

Disjuntor tripolar de 50A GE un 42,00

Disjuntor tripolar de 70A GE un 71,13

Disjuntor tripolar de 90A GE un 60,00

Disjuntor tripolar de 100A GE un 60,00

Quadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntores

un 11,92

Quadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntores

un 39,22

Quadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntores

un 70,85

Quadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores

un 119,99

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntores

un 37,73

Quadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntores

un 123,50

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntores

un 46,33

Quadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntores

un 181,95

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntores

un 66,10

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de embutir

un 29,93

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de sobrepor

un 30,23

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Pratis

cj 5,78

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Pratis

cj 10,25

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Pratis

cj 14,56

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Pratis

cj 7,73

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Pratis

cj 13,70

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Pratis

cj 12,38

Lajota de granito preto tijuca de 50x50x2cm

m2 250,00

Lajota de granito preto tijuca de 15x30x2cm

m2 235,00

Bancada de granito preto tijuca de 60x2cm m 227,00

Divisória de box em granito preto tijuca 7x2 cm

m 50,50

Soleira de granito preto tijuca de 15x2 cm m 38,50

Rodapé de granito preto tijuca de 7x2cm m 24,67

Lajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cm

m2 190,00

ABRIL 201394 ABRIl 2013 95

Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 41,30

Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 49,18

Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 79,73

Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 116,56

Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 158,56

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PbV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 17,02

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PbV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 30,88

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PbV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 38,28

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PbV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m)

vara 44,72

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PbV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 110,33

Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2" Docol

un 146,40

Vedação para saída de vaso sanitário un 6,51

Adesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 26,64

Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

litro 24,46

mateRiais De inoX

Pia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 135,83

Pia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 176,43

Pia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 270,83

Pia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 468,87

Pia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un 293,88

Tê de PVC roscável de 3/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 1,95

Tê de PVC roscável de 1" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 4,51

Tê de PVC roscável de 1.1/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 9,38

Tê de PVC roscável de 1.1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 11,63

Tê de PVC roscável de 2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 18,80

Tê de PVC soldável de 25mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 0,72

Tê de PVC soldável de 60mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 17,55

Tê de PVC soldável de 75mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 32,25

Tê de PVC soldável de 85mm Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 50,23

Tubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco Astra

un 4,52

Tubo de PVC roscável de 1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 19,53

Tubo de PVC roscável de 3/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 26,83

Tubo de PVC roscável de 1" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 54,26

Tubo de PVC roscável de 1.1/4" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 70,46

Tubo de PVC roscável de 1.1/2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 85,92

Tubo de PVC roscável de 2" CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara 129,13

Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 8,10

Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 11,73

Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara 24,46

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Pratis

cj 6,20

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Pratis

cj 13,26

Suporte padrão 4"x2" Pial Pratis un 0,67

Suporte padrão 4"x4" Pial un 1,23

Placa cega 4"x2" Pial Pratis un 2,26

Placa cega 4"x4" Pial Pratis un 5,48 Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Plus

cj 8,68

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Plus

cj 15,90

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Plus

cj 22,68

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Plus

cj 11,90

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Plus

cj 21,90

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Plus

cj 18,90

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 16,26

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Plus

cj 18,75

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Plus

cj 7,56

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Plus

cj 15,20

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Plus

cj 13,68

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus

cj 11,03

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus

cj 29,65

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Plus

cj 9,90

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Plus

cj 8,46

Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Plus

cj 15,03

Suporte padrão 4"x2" Pial Plus un 1,03

Placa cega 4"x2" Pial Plus un 2,40

Placa cega 4"x4" Pial Plus un 5,73 Haste de aterramento Copperweld de 5/8"X2,40m com conectores

un 21,56

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis

cj 10,70

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Pratis

cj 16,60

Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus

cj 15,00

Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Plus

cj 21,52

Cabo telefônico CCI 50 - 1 par m 0,27

Cabo telefônico CCI 50 - 2 pares m 0,43

Cabo telefônico CCI 50 - 3 pares m 0,67

Cabo telefônico CCI 50 - 4 pares m 1,12

Cabo telefônico CCI 50 - 5 pares m 0,93

Cabo telefônico CCI 50 - 6 pares m 1,69 Quadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cm

un 51,30

Quadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cm

un 81,56

Quadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cm

un 119,85

Quadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cm

un 144,44

Quadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cm

un 212,33

Quadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cm

un 356,38

Quadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

un 895,48

mateRiais HiDRáULicos

Caixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redonda

un 6,50

Caixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redonda

un 10,55

Caixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redonda

un 15,04

Caixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redonda

un 16,76

Ralo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelha

un 5,08

Adaptador de PVC para válvula de pia e lavatório

un 1,31

bucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mm

un 1,27

Curva de PVC soldável para água de 20mm un 1,13

Curva de PVC soldável para água de 25mm un 1,53

Curva de PVC soldável para água de 32mm un 3,17

Curva de PVC soldável para água de 40mm un 5,54 Joelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4"

un 1,80

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2"

un 1,00

Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4"

un 1,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1" un 2,56 Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4"

un 6,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2"

un 7,56

Joelho 90° de PVC roscável para água de 2" un 15,00 Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mm

un 0,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 25mm

un 0,46

Joelho 90° de PVC soldável para água de 32mm

un 1,20

Joelho 90° de PVC soldável para água de 40mm

un 2,90

Joelho 90° de PVC soldável para água de 50mm

un 3,33

Joelho 90° de PVC soldável para água de 65mm

un 13,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 75mm

un 47,38

Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mm

un 53,53

Joelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 10,43

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mm

un 0,98

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mm

un 1,50

Joelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mm

un 1,95

Junção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un 9,38

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,26

Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2" CR/CR Deca

un 105,72

Registro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1" Deca

un 43,12

Registro de gaveta bruto b1510 de 1.1/2" Fabrimar

un 60,26

Registro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un 59,73

Tê de PVC roscável de 1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un 1,37

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 12,00

Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Pratis

cj 15,23

Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 6,58

Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Pratis

cj 14,40

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Pratis

cj 7,71

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis

cj 8,90

Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Pratis

cj 17,80

Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Pratis

cj 6,28

ABRIL 2013 ABRIl 2013 95

mateRiais De PintURa

Fundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão)

gl 73,20

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão)

gl 23,77

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros)

lata 102,17

Selador acrílico para parede externa (galão) gl 23,60

Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros)

lata 102,17

Massa corrida PVA (galão) gl 10,30

Massa corrida PVA (lata c/18 litros) lata 36,57

Massa acrílica (galão) gl 23,30

Massa acrílica (lata c/18 litros) lata 98,40

Massa à óleo (galão) gl 39,97

Solvente Aguarrás (galão c/5 litros) gl 59,63

Tinta latex fosca para interior (galão) gl 23,57

Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros)

lata 106,63

Tinta latex para exterior (galão) gl 44,87

Tinta latex para exterior (lata c/18 litros) lata 222,47

Líquido para brilho regulador (galão) gl 45,27 Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros)

lata 223,47

Tinta acrílica fosca (galão) gl 45,27

Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros) lata 191,60

Textura acrílica (galão) gl 22,10

Textura acrílica (lata c/18 litros) lata 98,40

Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão)

gl 62,70

Verniz marítimo à base de poliuretano (galão)

gl 56,63

Tinta antiferruginosa Zarcão (galão) gl 59,80

Esmalte sintético acetinado (galão) gl 59,77

Esmalte sintético brilhante (galão) gl 51,23

Tinta à óleo (galão) gl 44,19

Tinta à óleo para cerâmica (galão) gl 72,67

Tinta acrílica especial para piso (galão) gl 32,97 Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros)

lata 143,60

Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão) gl 151,33

Diluente epoxi (litro) l 20,63

Lixa para parede un 0,45

Lixa para madeira un 0,54

Lixa d'água un 0,87

Lixa para ferro un 1,87

Estopa para limpeza kg 8,13

Ácido muriático (litro) l 2,87

Cal para pintura kg 0,84

Tinta Hidracor (saco com 2kg) sc 3,40 Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas)

lata 5,13

mateRiais PaRa instaLação De ágUa qUente

Tubo de cobre classe "E" de 15mm (vara com 5,00m)

un 62,54

Tubo de cobre classe "E" de 22mm (vara com 5,00m)

un 100,06

Tubo de cobre classe "E" de 28mm (vara com 5,00m)

un 118,43

Tubo de cobre classe "E" de 35mm (vara com 5,00m)

un 209,22

Tubo de cobre classe "E" de 54mm (vara com 5,00m)

un 388,27

mateRiais sanitáRios

Assento sanitário Village em polipropileno AP30 Deca

un 75,95

Assento sanitário almofadado branco TPK/A5 bR1 Astra

un 42,86

Assento convencional branco macio TPR bR1 em plástico Astra

un 15,20

bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo Celite

un 264,27

Conjunto bacia com caixa Saveiro branco Celite

un 163,90

bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca

un 280,83

bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real Deca

un 277,45

bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite

un 122,56

bacia sanitária convencional Targa branco gelo Deca

un 236,83

bacia sanitária convencional Izy branco gelo Deca

un 67,68

bacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca

un 123,95

bacia sanitária convencional Ravena cinza real Deca

un 125,95

bacia sanitária convencional Village branco gelo Deca

un 169,30

bacia sanitária convencional Village cinza real Deca

un 173,83

Cuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo Deca

un 47,78

Cuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo Deca

un 46,93

Cuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo Deca

un 76,00

Lavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo Deca

un 71,90

Lavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo Deca

un 58,70

Lavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo Deca

un 140,92

Lavatório de canto Izy L101 branco gelo Deca

un 73,73

Lavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco Celite

un 49,45

bolsa de ligação para bacia sanitária bS1 de 1.1/2" Astra

un 2,30

Caixa de descarga sobrepor 8 lts. c/engate e tubo ligação Fortilit/Akros/Tigre

un 19,68

Chicote plástico flexível de 1/2"x30cm Fortilit/Akros/Amanco/Luconi

un 2,88

Pia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat

un 481,76

Cuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke Douat

un 169,33

Tanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke Douat

un 374,93

Mictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke Douat

un 612,50

Válvula para pia de aço inox, de 3 1/2"x1 1/2", Franke Douat

un 16,42

máRmoResBancada de mármore branco rajado de 60x2cm

m 131,20

bancada de mármore branco extra de 60x2cm

m 416,53

bancada de mármore travertino de 60x2cm

m 197,47

Lajota de mármore branco extra de 30x30x2cm

m2 157,50

Lajota de mármore branco rajado de 15x30x2cm

m2 69,00

Lajota de mármore branco rajado de 30x30x2cm

m2 58,33

Lajota de mármore travertino de 30x30x2cm

m2 122,50

Lajota de mármore travertino de 15x30x2cm

m2 96,67

Rodapé em mármore branco rajado de 7x2cm

m 14,00

Rodapé em mármore travertino de 7x2cm m 21,33 Soleira em mármore branco extra de 15x2cm

m 48,33

Soleira em mármore branco rajado de 15x2cm

m 21,33

Soleira em mármore travertino de 15x2cm

m 31,00

Chicote plástico flexível de 1/2"x40cm Fortilit/Akros/Luconi

un 3,70

Chuveiro de PVC de 1/2" com braço un 5,83 Chuveiro cromado de luxo ref. 1989102 Deca

un 208,47

Parafuso de fixação para bacia de 5,5x65mm em latão b-8 Sigma (par)

par 7,27

Parafuso de fixação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par)

par 13,46

Parafuso de fixação para lavatório Esteves (par)

par 10,76

Sifão de alumínio fundido de 1" x 1.1/2" un 46,95 Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1"x1.1/2" Esteves

un 71,50

Sifão de PVC de 1" x 1.1/2" un 7,38 Fita veda rosca em Teflon Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m)

un 3,30

Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo Deca

un 260,33

Coluna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo Deca

un 70,60

Tanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo Deca

un 188,35

Coluna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo Deca

un 68,63

Tanque de louça sem fixação de 18 litros de 53x48cm branco Celite

un 163,45

Tanque em resina simples de 59x54cm marmorizado Resinam

un 47,10

Tanque em resina simples de 60x60cm granitado Marnol

un 50,55

balcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba marmorizado Marnol

un 69,56

balcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba granitado Marnol

un 80,53

Misturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR Deca

un 240,10

Misturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR Deca

un 372,30

Misturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR Deca

un 359,60

Torneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 Deca

un 57,20

Torneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) Deca

un 56,11

Torneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR Deca

un 87,53

Torneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 Deca

un 66,63

Torneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 Deca

un 183,80

Torneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca

un 185,97

Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) Deca

un 99,52

Ducha manual Evidence cromada 1984C CR Deca

un 146,70

Válvula de descarga Hydra Max de 1.1/2" ref. 2550504 Deca

un 138,10

Válvula cromada para lavatório ref.1602500 Deca

un 37,46

Válvula cromada para lavanderia ref. 1605502 Deca

un 45,86

Válvula de PVC para lavatório un 3,33 Válvula de PVC para tanque ou pia de cozinha

un 2,97

oUtRos

Corda de nylon de 3/8" kg 15,68 Tela de nylon para proteção de fachada m2 3,38 Bucha para fixação de arame no forro de gesso

kg 4,33

Pino metálico para fixação à pistola com cartucho

un 0,59

Cola Norcola (galão com 2,85kg) gl 31,71 Cola branca (pote de 1 kg) kg 6,92

Bloco de EPS para laje treliçada m3 208,75

PRoDUtos ceRÂmicos

Tijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cm mil 386,67

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm mil 186,50

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cm mil 326,67

Pedra Itamotinga Serrada m2 26,67 Pedra granítica tipo Canjicão Almofada m2 32,00 Pedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cm

m2 27,00

Solvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros)

lata 33,00

Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros)

gl 38,80

ReVestimentos ViníLicos e De boRRacHa

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flash

m2 34,54

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm com flash

m2 40,47

Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm sem flash

m2 45,11

Piso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar

m2 18,08

teLHas metáLicas

Telha de alumínio trapezoidal com 0,5mm m2 30,33 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mm

un 106,99

Telha de alumínio trapezoidal com 0,4mm m2 25,76 Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm

un 91,52

ViDRos

Vidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado)

m2 27,44

Vidro Canelado incolor (cortado) m2 27,04

Vidro aramado incolor de 7mm (cortado) m2 91,29

Vidro anti-reflexo (cortado) m2 30,21

Vidro liso incolor de 3mm (cortado) m2 23,20

Vidro liso incolor de 4mm (cortado) m2 29,38

Vidro liso incolor de 5mm (cortado) m2 37,22

Vidro liso incolor de 6mm (cortado) m2 43,48

Vidro liso incolor de 8mm (cortado) m2 66,74

Vidro liso incolor de 10mm (cortado) m2 83,10 Vidro laminado incolor 3+3 (cortado) m2 110,63

Vidro laminado incolor 4+4 (cortado) m2 131,42

Vidro laminado incolor 5+5 (cortado) m2 161,29

Vidro bronze de 4mm (cortado) m2 42,74

Vidro bronze de 6mm (cortado) m2 65,06 Vidro bronze de 8mm (cortado) m2 102,18

Vidro bronze de 10mm (cortado) m2 131,07

Vidro cinza de 4mm (cortado) m2 36,46

Vidro cinza de 6mm (cortado) m2 57,54

Vidro cinza de 8mm (cortado) m2 86,12

Vidro cinza de 10mm (cortado) m2 108,62

Espelho prata cristal de 3mm (cortado) m2 49,04

Espelho prata cristal de 4mm (cortado) m2 73,27

Espelho prata cristal de 6mm (cortado) m2 108,79

Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado)

m2 128,83

Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado)

m2 149,49

Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado)

m2 169,32

Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado un 10,31

Junta de vidro para piso m 0,40

Massa para vidro kg 1,15

mão De obRa

Armador h 5,60 Azulejista h 5,60

Calceteiro h 5,60

Carpinteiro h 5,60

Eletricista h 5,60

Encanador h 5,60 Gesseiro h 5,60 Graniteiro h 5,60

Ladrilheiro h 5,60 Marceneiro h 5,60 Marmorista h 5,60 Pastilheiro h 5,60

Pintor h 5,60

Serralheiro h 5,60

Telhadista h 5,60

Vidraceiro h 5,60 Pedreiro h 4,65 Servente h 3,42

Tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm mil 435,45

Tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cm mil 467,72

Tijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cm mil 605,00

Tijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cm

mil 400,00

Tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm mil 417,50 Telha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2

mil 420,00

Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2

mil 770,00

Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2

mil 950,00

Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (bahia) - 28un/m2

mil 2.250,00

Telha em cerâmica tipo colonial barro Forte (Maranhão) - 25un/m2

mil 1.640,00

Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cm

mil 1.285,80

Massa refratária seca kg 0,72

Taxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro)

mil 50,00

Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje pré-moldada

mil 720,00

PRegos e PaRaFUsos

Prego com cabeça de 1.1/4"x14 kg 5,96

Prego com cabeça de 2.1/2"x10 kg 5,98

Parafuso de 5/16"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 1,28

Arruela de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,16

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16"

un 0,17

Porca de alumínio para parafuso de 5/16" un 0,15 Parafuso de 1/4"x100mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,31

Parafuso de 1/4"x150mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,52

Parafuso de 1/4"x250mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,71

Parafuso de 1/4"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un 0,92

Arruela de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,17

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4"

un 0,12

Porca de alumínio para parafuso de 1/4" un 0,10

ReVestimentos ceRÂmicos

Cerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo "A"

m2 17,19

Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo "A" PEI4

m2 14,45

Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cm

m2 37,46

Porcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cm

m2 32,85

Cerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722

m2 23,65

Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041

m2 30,73

Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073

m2 21,65

Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm

m2 18,67

Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo "A"

m2 16,41

ReVestimentos De PeDRas natURais

Pedra Ardósia cinza de 20x20cm m2 12,33

Pedra Ardósia cinza de 20x40cm m2 13,33

Pedra Ardósia cinza de 40x40cm m2 14,67

Pedra Ardósia verde de 20x20cm m2 20,03 Pedra Ardósia verde de 20x40cm m2 26,00 Pedra Ardósia verde de 40x40cm m2 26,42 Pedra Itacolomy do Norte irregular m2 20,67 Pedra Itacolomy do Norte serrada m2 27,34 Pedra São Thomé Cavaco m2 33,00 Pedra Cariri serrada de 30x30cm m2 17,34 Pedra Cariri serrada de 40x40cm m2 17,67 Pedra Cariri serrada de 50x50cm m2 18,00 Pedra sinwalita de corte manual m2 21,00 Pedra Sinwalita serrada m2 27,67 Pedra portuguesa (2 latas/m2) m2 15,33 Pedra Itamotinga Cavaco m2 15,67 Pedra Itamotinga almofada m2 18,33 Pedra Itamotinga Corte Manual m2 20,67

Fone: +55 81 3547.1800Internet: [email protected]

Fabricação de peças e montagem de estruturas pré-fabricadas de concreto, sobretudo para obras de médio a grande portes. Produtos: lajes alveolares, vigas armadas, protendidas e centrifugadas, telhas de concreto, painéis, blocos de concreto para alvenaria estrutural e de vedação, e pisos intertravados de cimento

A

AÇOSArcelor Mittalwww.arcelormittal.com+55 (81) 33438100ALUGUEL DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSMARCOSAwww.marcosa.com.br08000848585ARGAMASSAARGATOPhttp://www.argatop.com.br+55 (81) 34232221

C CHUMBADORESÂNCORA CHUMbADORESwww.ancora.com.br+55(19)2136 4455CIMENTO CIMENTO APODIwww.cimentoapodi.com.br+55 (85) 3311757508007057575VOTORANTIM CIMENTOSwww.votorantim.com.br08007010451COBERTURAS METÁ[email protected]+55 (21) 32820400CONCRETO PROTENDIDOIMPACTO PROTENSÃOwww.impactoprotensao.com.br+55 (85) 32737676RUDLOFFwww.rudloff.com.br+55 (11) 20834500

d DRywALL

GyPSUM DRyWALL+552138045902www.lafargegypsum.com.br

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TREVO GESSOwww.trevobrasil.com+55 (88) 35716019DUCHA

CORONAwww.corona.com.br+55 (88) 35716019

LORENZETTIwww.lorenzetti.com.br08000160211

E ESQUADRIAS E ACESSÓRIOSFERMAX – COMPONENTES PARA ESQUADRIASwww.fermax.com.br+55 (41) 3301 35360800 724 2200SQUADRA – ENGENHARIA EM ESQUADRIASwww.squadra.ind.br+55 (81) 3471 [email protected]

F FORMAS E EQUIPAMENTOSBKSwww.bks.ind.br+55 (51) 3587 3266FERRAMENTASSCHUTZwww.schulz.com.br+55(11) 21611300

I ISOLAMENTO TÉRMICO

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JARDINS VERTICAISGREENWALL CERAMICwww.greenwallceramic.com.br+55 (81)3423-3182

M MANTA ASFÁLTICA E

E IMPERMEABLIzAÇã[email protected]+55 (12) 3221 3000

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSBARAMwww.baram.com.br+55 (51) 3033 [email protected] CASEwww.casece.com08007272273MECAN www.mecan.com.br0800 200 0010ESTAFwww.estaf.com.br+55 (81) 33446100ESTAFwww.estaf.com.br+55 (81) 33446100 METACAULIM SIBELCOwww.unimin.com.br+55 (11) 4196 5522

P PAVIMENTAÇãObETUNELwww.betunel.com.br+55(21) 21236600TECVIAwww.tecvia.eng.br+55(81) 30334430PRÉ-MOLDADOS E EQUIPAMENTOS

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REATORES E LUMINÁRIASILUMIwww.ilumi.com.br+55(19)35722094ROMAZIwww.romazi.com.br+55(85)33831444REVESTIMENTOS CERÂMICOSELIANEwww.eliane.com+55 (48) 34477777ELIzABETHwww.ceramicaelizabeth.com.br+55 (81) 33266230INCEPAwww.incepa.com.br+55 (41) 21052500

T TINTAS E ACESSÓRIOSCORALwww.coral.com.br0800 011 7711 IQUINEwww.iquine.com.br0800 970 9089 SUVINILwww.suvinil.com.br0800 011 7558TELHAS E CAIXAS D’ÁGUABRASILITwww.brasilit.com.br+5511224671640800116299bAKOFhttp://www.bakof.com.br+55 (55) 37443232TUBOS E CONEXÕESAMANCOwww.amanco.com.br0800 701 8770TIGRE+55 (47) 34415000www.tigre.com.br

ONdE ENCONTRaR

J

R

ABRIL 2013 ABRIl 2013 97

coLaboRaDoRes Desta eDição

responsabilidade socialCasa da Criança | Rua Dr. Lafayette, 191, Sl. 1401

boa Viagem – Recife / PE

Tel: (81) 3327 7963

comunicaçã[email protected]

capaConsultoria Econômica e Planejamento (Ceplan)

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Aparecida – Uberlândia / MG

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