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1 Ano 4 – Número 18 – Julho/Agosto de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br Revista do Ano 4 – Número 18 – Julho/Agosto de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br Revista do

Revista Edição nº18 FINAL · A Revista do Centro Paula Souza é uma publicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimento

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Ano 4 – Número 18 – Julho/Agosto de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br

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Ano 4 – Número 18 – Julho/Agosto de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br

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A Revista do Centro Paula Souza é umapublicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica

Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimentodo Estado de São Paulo.

Presidente do Conselho Deliberativo: Yolanda SilvestreDiretora Superintendente: Laura Laganá

Vice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

Edição: Patrícia PatrícioReportagem: Gabriela Vieira e Patrícia PatricioProjeto gráfico e editoração: Marta AlmeidaCapa: Ilustração Jonathan ToledoJornalista responsável: Gleise Santa Clara – MTB 12.464-4

Assessoria de Comunicação – AssComJornalistas: Bárbara Ablas, Dirce Helena Salles, FabioBerlinga, Gleise Santa Clara e Mayara de Souza (estagiária)Designers: Jonathan Toledo, Marta Almeida e Rafaela CostaBanco de Informações: Elaine Maia e Thiago MaricateSecretaria de Redação: Vanessa Rodrigues de Souza

Redação: Praça Coronel Fernando Prestes, 74, Bom Retiro,São Paulo, SP , CEP 01124-060, Tel.: (11) 3327-3144imprensa@centropaulasouza.sp.gov.brwww.centropaulasouza.sp.gov.brImpressão: Imprensa Oficial – Tiragem: 9.000 exemplares

RápidasEditorial

Atualização é uma das balizas que

orientam os cursos oferecidos pelasEtecs e Fatecs. Atento às mudanças nomercado de trabalho e ao surgimentode novas carreiras, o Centro Paula Souzatransforma currículos e cria novoscursos, muitas vezes inéditos.

Frequentemente esses projetosse desenvolvem com empresas, secreta-rias de Estado e outros órgãos públicos.Foi assim que, neste ano, oferecemoso primeiro curso técnico em GestãoPública do Brasil. Quanto às opções noVestibular das Fatecs, há duas novidadesem 2010: Tecnologia em TransportesTerrestres, que formará especialistas nacirculação de trens e ônibus, rodovias eferrovias, e Produção Fonográfica, queirá preparar profissionais aptos a captarsons ao vivo ou em estúdio e transfor-má-los em produtos musicais. Quando seformarem, os tecnólogos terão um futuropromissor, pois o mercado fonográficocresce especialmente no setor digital,de músicas para celular e internet.

Vocação para as parcerias, renovaçãoconstante dos currículos e sintonia com omercado de trabalho garantem a qualida-de que se reflete no sucesso de nossostécnicos e tecnólogos.

Laura LaganáDiretora Superintendente

Inovação

Que tal fazer download gratuito deprodutos Microsoft – desde o Windowsaté softwares de design gráfico? Poisa empresa fornece chaves originais deinstalação para alunos, professores eservidores de Etecs e Fatecs, bem comoà equipe da Administração Central doCentro Paula Souza. É possível baixaros programas tanto nos laboratórios deinformática das unidades quanto emcomputadores pessoais. “Para os alunos, éimportante poder acessar essas ferramen-tas de casa, para aperfeiçoar o aprendizadoe fazer trabalhos. Sem falar na economia,já que alguns softwares custam cerca de

Softwares gratuitosR$ 10 mil”, explica Luis Eduardo FernandesGonzalez, da Coordenadoria de EnsinoMédio e Técnico do Centro Paula Souza.

Em 2006, apenas os estudantesde cursos técnicos da área de informá-tica eram contemplados com o benefí-cio. Nesta nova fase, a parceria com aMicrosoft também vai fornecer gratui-tamente senhas de acesso a contas dee-mail, oferecer ambientes virtuais quepermitem trabalhar em grupo a distân-cia, além de disponibilizar cursos,materiais didáticos e até um sistemade seleção para estágios na áreade tecnologia da informação.

Logística em debate

Técnico em Administração pela Etec Dr. EmilioHernandez Aguilar, de Franco da Rocha, Felipe Escaleiraconquistou o título de mais jovem empresário franqueado doBrasil e entrou para o RankBrasil – Livro dos Recordes Brasileiros.Com apenas 16 anos, abriu sua primeira franquia de umaescola de idiomas em 2007. A ideia surgiu ao concluir o cursode inglês e perceber a demanda por uma unidade em Francoda Rocha. O rapaz começou a estudar Administração na Etece enquanto fazia o Ensino Técnico decidiu colocar seu projetoem prática. “O curso superou minhas expectativas, fez com que me sentissemuito mais seguro ao iniciar a operação da minha primeira franquia”, conta Escaleira.“Pude colocar em prática tudo aquilo que estudei”, acrescenta o jovem administrador.Além de administrar a escola, Felipe ministrava aulas quando iniciou nos negócios.Atualmente, aos 18 anos, conta com mais de 40 colaboradores. Em junho, inaugurousua quinta unidade de ensino de idiomas pelo sistema de franquias.

No livro dos recordes

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Aproximar academia e empre-sariado. Este foi um dos objetivos do1o Congresso de Logística das Fatecs –Fateclog, sediado em junho na FatecJundiaí. As 17 unidades que oferecemo curso participaram da organizaçãodo evento. Os temas de minicursosincluíram programação de semáforos,ministrado pelas professoras BernadeteFantin (Fatec Botucatu) e transportepúblico urbano, por Cida Cristina Moraes

(Fatec Jahu). Entre outros assuntos,as palestras abordaram sistema deabastecimento hospitalar, administra-ção portuária e transporte de cargasperigosas. “A Logística é uma área doconhecimento nova, que vem crescen-do rapidamente”, observa FrancescoBordignon, coordenador do cursona Fatec Jundiaí. “O congresso traz avantagem de transferir o conhecimentoacadêmico para a pesquisa aplicada”.

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Máquinas caça-níqueis apreendidas ganharam destinosmais nobres na Fatec de Tatuí. Alunos de Automação Industrialdesenvolveram um computador adaptado a cadeira de rodascom mouse acionado pelos pés e dois monitores – um voltadopara a pessoa com deficiência e outro para seu interlocutor.“O protótipo foi elaborado a pedido de uma professora deensino fundamental, que queria ajudar uma aluna tetraplé-gica e com dificuldades de fala, mas com todas as capacida-des cognitivas”, conta o diretor da Fatec, Mauro Tomazela.

A jovem consegue movimentar os pés com dificuldade,e atualmente utiliza um método desenvolvido pela Associaçãode Assistência à Criança Deficiente (AACD), em que apontanum tablado as figuras ou palavras que quer comunicar.O hardware e software estão na fase final de testes. Os estudantesHeitor Goulart, Heber Jessé de Almeida, Carlos Eduardo Alarcone Fábio Yukihiro Mochizuki trabalham sob o aval da aluna.

Realizar esse projeto foi possível para a Fatec Tatuíapós a experiência de montar, com as peças dos caça-níqueis,um computador com acesso à internet para uso da população,na Prefeitura. Estão à frente dos trabalhos os coordenadoresdos cursos de Automação Industrial, Rosirlei Pavão, e de Gestãoda Tecnologia da Informação, Osvaldo Rosica.

Menção honrosa

Rápidas

Equipamentos de ponta

Alunos da Etec GetúlioVargas, de São Paulo, rece-beram menção honrosana Feira Internacional deCiências e Engenharia daIntel (Intel ISEF), realizadaem maio em San Jose, nosEstados Unidos. Amanda deLa Rocque, Carlos HenriqueLeite e Paolo Damas inves-tigaram um método parareciclar poliestireno, o isopor,em apenas três horas.

A Intel ISEF faz parte de um programa da Society forScience & the Public e da Intel Foundation, que reúne anual-mente nos Estados Unidos cerca de 1.500 estudantes de maisde 50 países. Participam da competição estudantes de todoo mundo que ainda não chegaram ao ensino superior.

Os jovens cientistas da Etec Getúlio Vargas foram selecio-nados para a Intel ISEF ao receberem a premiação máxima naFeira Brasileira de Ciências e Engenharia, Criatividade e Inova-ção (Febrace), realizada na Universidade de São Paulo.

Tecnologia

Parceria com a Festo, empresa alemãdo segmento de automação industrial,possibilitou renovar equipamentos paraaulas práticas na Fatec São Paulo. A uni-dade ganhou um novo laboratório deautomação e controle de processospara as áreas de Mecânica e Mecatrônica.Além de reformar o espaço físico, a Festodoou parte das máquinas – uma banca-da de controle de processos e um robômóvel. O Centro Paula Souza adquiriupor licitação quatro bancadas de controlede processos e o sistema de treinamen-to de robótica aplicada à manufaturaintegrada. “Essa parceria foi fundamentalpara a Fatec São Paulo levar tecnologiade ponta para seus cursos”, ressaltouLuciana Kassab, diretora da Fatec SãoPaulo. De acordo com Maria da GraçaMarcatto, chefe do departamento demecânica da unidade, o laboratório

nos Estados Unidos

será utilizado por cerca de dois milestudantes dos cursos de Mecânica eMecânica de Precisão. “Os equipamentossimulam diversas situações que ocorremno processo de produção de grandesindústrias, permitindo ao aluno ocontato com a realidade do mercado”.

Para a Fatec Mogi Mirim o Centro PaulaSouza adquiriu da Festo, por processolicitatório, nove bancadas de pneumá-tica e duas de hidráulica, que servirãopara a prática dos cursos de Mecânicae Mecânica de Precisão. “O laboratório,que inclui 12 computadores, é conside-rado um dos maiores do Brasil”, afirmao diretor da unidade, André Giraldi.

Como prêmio pelo primeiro lugarna Competição Mecatrônica do CentroPaula Souza, a Festo entregou à EtecJorge Street duas estações de automação,que simulam um sistema de manufatura.

Alunos da Etec Getúlio Vargas recebem mençãohonrosa na feira internacional da Intel

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Fatec São Paulo renovou maquinário

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Navegação

Mestresdos rios

estes sobre potência demotores, simulação de colisõespara avaliar a melhor medida a

ser tomada pelo comandante, cursos paratreinamento da tripulação e diagnósticospara manutenção de equipamentos.Eis algumas das atividades desenvolvidaspor professores da Fatec Jahu em com-panhias de navegação na Amazônia.A consultoria se concretizou por meioda Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT)e os mestres em engenharia naval SérgioLukine e Luiz Alberto Sorani desenvol-vem os trabalhos. “Essas empresas nosprocuraram porque a Fatec tem experi-ência na área desde 1990”, conta Sorani.

O transporte de carga nos riosamazônicos ocorre em comboios de

Professores da Fatec Jahuprestam consultoria a empresasde navegação na bacia amazônica.A Fatec tem tradição e conhecimentosacumulados na área, pois criou em1990 o primeiro curso de NavegaçãoFluvial da América Latina

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chatas, ou seja, várias balsas acopladasumas às outras, que transportam soja,minérios ou derivados do petróleo. Essascomposições podem chegar a 20 chatas,

carregando 40 mil toneladasde soja. Em fevereiro desteano, Lukine observou umacomposição de nove chatasde minério entre PortoTrombetas e Belém em duassituações – com meia cargae completamente carrega-da. Concluiu que, em casode colisão, se o comboioestiver com meia carga etiver área de manobra é

melhor fazer uma curva do que pararbruscamente os motores.

Em outra viagem, o pesquisadoravaliou como reduzir os custos dotransporte sem comprometer a seguran-ça. Para isso, os motores foram acionados

Na Amazônia, as estradas são os rios,por onde passam desde barcos dosribeirinhos até navios cargueiros

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em diferentes potências,determinando a velocidadeideal. “Muitas vezes, pode sermais econômico navegarcom os motores a 80% depotência do que na máxima”,observa Lukine. Tambémhouve treinamento detripulação, sugestões paramanutenção de equipamen-to e indicações de manobras para evitarabalroamento de navios de passageiros.

ECONOMIA E SEGURANÇA

Quanto maior o comboio, menoro custo do transporte – geralmentese acoplam no máximo 20 chatas.A Hermasa Navegação da Amazôniaencomendou à Fatec Jahu uma avalia-ção para averiguar a viabilidade detráfego para 25 chatas carregadas de sojadurante o período das cheias, quando osrios oferecem melhores condições paraa navegação. “Concluímos ser possívelaumentar o comboio e recomendamosuma viagem teste”, diz Lukine.

As águas agitadas ao sul da Ilhade Marajó, no Pará, oferecem desafiosaos navegantes. Por isso recomenda-setrafegar somente durante o dia e emvelocidade reduzida, avisando a presen-ça para as embarcações que vêm emsentido contrário. Em uma composiçãode nove chatas sem carga, equipes daFatec Jahu e da Marinha substituíramos cabos de amarração de aço, normal-mente utilizados, por outros de polipro-pileno, material geralmente aplicadopara navegação no mar. “É um tipo deplástico bem flexível, que se comportoumuito bem nos testes”, comenta Lukine.

DIÁRIO DE BORDO

Uma jornada entre Manaus e PortoVelho inspirou Sorani a escrever umdiário de bordo em que narra históriascomo o encontro com botos, as corridasmatinais na balsa e a compra de um

surubim de 12 quilos, oferecido porum pescador a 25 reais. Os ribeiri-nhos costumam levar produtos dafloresta para vender e encostar juntoàs embarcações que passam lenta-mente. Foi assim que o especialistaprovou pela primeira vez os coqui-nhos amarelos do tucumã e sabo-reou cacau maduro. Também a lidacom motores, bicos injetores e arotina com a tripulação se fazempresentes no diário. Sempre ao cairda tarde, Sorani e Lukine ministravamcursos para a tripulação, abordandotemas como controle de avarias,legislação fluvial, segurança a bordoe simulação de combate a incêndio.

CURRÍCULO QUE ABRE PORTAS

Muitos ex-alunos da Fatec Jahuvão trabalhar no Norte do Brasil.“Atualmente, 114 tecnólogos traba-lham na região”, informa Rosa MariaPadroni, coordenadora de relaçõesempresa-escola da faculdade.

Entre eles está a paulista AndréaMedeiros. Nascida em Santo André,passou a infância em Pederneiras, cidadevizinha a Jaú. Formou-se tecnóloga emNavegação Fluvial e enviou um currícu-lo em 1998 para a Hermasa, no Amazo-nas. “Quando leram a lista de disciplinascursadas, notaram que eu poderiatrabalhar tanto na parte administrativaquanto na operacional”.

Andréa atravessou o Brasil, ingres-sou na empresa como assistente de frotae em 2005 passou a coordenadora desistema de segurança de bordo. Trabalha

no terminal da companhia no porto deItacoatiara (AM) e cuida da segurançasob vários aspectos: do tripulante, dopatrimônio, da embarcação e da carga.

“O curso de Navegação Fluvialda Fatec Jahu completa 20 anos em2010”, afirma Sorani. “Até muito poucotempo a Fatec era a única instituição deensino a formar profissionais especializa-dos em transportes hidroviários. Nessasduas décadas, a Fatec conquistou orespeito das empresas e tem formadotecnólogos para todo o Brasil”, conclui.

Na embarcação “Rio Tarauacá”,pesquisador escreveu um diário

No alto, comboio de minério carrega até 50 mil toneladas;acima, uma carga de soja e, abaixo, balsas petroleiras

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Matéria de Capa

Novascarreiras

s transformações no mercado de trabalho e inovações tecnológicas abrem caminho para novas carreiras. Por isso, o Centro Paula Souza renova constantemente currículos e elabora novos cursos, oferecidos gratuitamente

à população. Muitas vezes a gestação desses projetos se dá em conjunto comoutros órgãos públicos, associações e empresas. Desses acordos de cooperação,somente em 2010 nasceram três cursos: Gestão Pública (inédito em nível técnico),Produção Fonográfica e Transportes Terrestres (ambos tecnológicos).

PERFEITA SINTONIA

Concepção de um projeto musical,pré-produção, gravação, escolha derepertório, edição, mixagem, operaçãode estúdios de áudio, divulgação edistribuição do produto final. Os tecnó-logos em produção fonográfica atuamem todas as etapas desse processo eproduzem, ainda, trilhas e efeitossonoros especiais para teatro e cinema.Podem trabalhar em estúdios ou emespetáculos ao vivo. Esses profissionais,raros no Brasil, serão preparados a partirdo segundo semestre de 2010 na

As opções de cursos se diversificaramno Centro Paula Souza em 2010.

Em parceria com secretarias de Estado,fundações e instituições de ensino,

Etecs e Fatecs desenvolvem currículosem áreas tão distintas como produção

fonográfica, gestão pública etransportes terrestres

Tecnólogos em ProduçãoFonográfica vão captar sons aovivo e lançar produtos musicais

brasileiro de música cresceu 6,5% emrelação a 2007. As vendas de CDs, DVDse o mercado digital movimentaramcerca de R$ 337 milhões. O CD aindarepresenta 62% desse montante, o DVD,27%, enquanto a música digital contribui12%. O mercado de música para internete celular se expande fortemente: 185%de 2006 a 2007 e 80% de 2007 a 2008.

Novas tecnologias acrescentamdesafios ao profissional e uma formaçãoem consonância com as transformaçõesdo setor torna-se decisiva. “Pretendemosformar um profissional que, além dacapacidade tecnológica para operarequipamentos de produção fonográfi-ca, compreenda todo o processo degravação e ações subsequentes, demaneira a executar projetos de altaqualidade”, afirma o diretor da FatecTatuí, Mauro Tomazela. Um dos maisrenomados nomes do país na áreamusical, José Augusto Manis atua

Fatec Tatuí em um curso elaboradoa quatro mãos com o ConservatórioDramático e Musical Dr. Carlos deCampos, na mesma cidade.

As perspectivas de trabalhoprometem: a receita com showssubiu de R$ 15,6 milhões em 2003 paraR$ 26,7 milhões em 2008, segundo oEcad (órgão responsável pela arrecada-ção de direitos autorais decorrentesda execução pública de músicas).

Dados da Associação Brasileira deProdutores de Disco (ABPD) referentesa 2008 apontam que, mesmo em umano de crise econômica, o mercado

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como consultor e auxi-lia no desenvolvimentodo conteúdo do curso.Formado em Paris,Manis dirigiu o Centrode Documentação deMúsica Contemporâneada Universidade Estadualde Campinas (Unicamp).

O Conservatório émantido pelo Governo do Estado.Há outra parceria com órgão gover-namental, que resultou em um cursotécnico inédito no Brasil: Gestão Pública.

GESTÃO PÚBLICA NA PRÁTICA

Nas salas amplas e confortáveis hálousa digital e cada aluno conta com umnotebook conectado à internet sem fio.Aulas práticas incluem os “jogos públi-cos”, para analisar situações concretas eimplementar políticas públicas. Os deba-tes ajudam os estudantes a avaliarcada caso e apresentar soluções.

Assim é o curso técnico de GestãoPública, que começou as atividades emfevereiro deste ano. A iniciativa resultada cooperação entre o Centro Paula

OUTRAS OPÇÕES EM 2010

Veja outros cursos técnicos e tecnológicos incluídos

pela primeira vez nos processos seletivos deste ano:

CURSOS TÉCNICOS

• Cuidador de idosos – habilita profissionais para aten-

der idosos, cuidando da saúde, do lazer e do bem-estar,

estimulando a independência. Candidatos devem ser maio-

res de 18 anos e diplomados em auxiliar de enfermagem.

Disponível na Etec Parque da Juventude e na Escola Esta-

dual Dom João Maria Ogno Oslo (sob administração da Etec

Carlos de Campos), ambas na Capital.

• Eventos – feiras de negócios, agropecuárias e rodeios solicitam profissionais

aptos a captar patrocínios, negociar com clientes e preparar recepções. Etecs de Artes

(Capital) e João Belarmino (Amparo) oferecem o curso.

• Lazer – neste semestre, a Etec Cotia começa a preparar

técnicos para desenvolver atividades recreativas em acam-

pamentos, spas, clubes, termas, parques e cruzeiros.

• Manutenção e Suporte em Informática – esse técnico

fará conserto, instalação e conservação da parte física do

computador e periféricos (como impressora). Nas Etecs João

Batista de Lima Figueiredo, de Mococa, e Rosa Perrone

Scavone, de Itatiba.

• Paisagismo – cada vez mais condomínios investem em

jardins sofisticados. O técnico em Paisagismo conhecerá téc-

nicas de cultivo e produção de plantas, além de fazer projetos

paisagísticos. Interessados devem procurar a Etec Martinho

Di Ciero, de Itu.

• Processos Fotográficos – a Etec de Carapicuíba ensina

a fotografar, revelar filmes, ampliar fotos preto-e-branco e

tratar imagens digitais.

CURSOS TECNOLÓGICOS

• Gestão Comercial – oferecido nas Fatecs

Ipiranga (Capital) e Itaquaquecetuba. O tecnólogo

pode trabalhar com operações de atacado, varejo

ou representação de qualquer setor econômico e

definir estratégias de venda, gerenciando a rela-

ção custo e preço final.

• Sistemas para Internet – desenvolvimento de

programas e aplicativos, além de portais de inter-

net, incluem algumas das funções desempenhadas

por esse tecnólogo, que ainda atua com computa-

ção móvel e redes sem fio. Disponível nas Fatecs

Jahu, Jales, Taquaritinga e Baixada Santista.

Cuidador de Idosos: técnicoqualificado na área de saúde

Técnico em Paisagismoelabora projetos de jardins

Tecnólogo em Sistemas paraInternet desenvolve programas

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Matéria de Capa

Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimento,e a Fundação Prefeito Faria Lima (Cepam), vincu-lada à Secretaria de Economia e Planejamento doEstado de São Paulo. Há 42 anos, a fundação apoiamunicípios na construção de políticas públicas.

A unidade funcionano Centro de Referênciaem Gestão Pública,localizado na CidadeUniversitária (em SãoPaulo), onde tambémfica a fundação. “EstaEtec é muito importan-te porque tem o dife-rencial da parceria como Cepam, que prestaapoio operacional à

co de rodovias e ferrovias, dimensio-namento de frota e segurança viáriaocupam 70% da carga horária. Outros20% se distribuem em disciplinas deapoio, como topografia e legislação detransportes”, diz Adriane Fontana, diretorada Fatec São Caetano do Sul e membroda comissão responsável pelo currículo.

O curso formaráprofissionais especiali-zados na operação e pla-nejamento de transpor-tes terrestres (sobrepneus e trilhos). Dimen-sionar frota, calcularimpacto do trânsito e

custo do transporte são algumas dasfunções desempenhadas por essetecnólogo. O mercado de trabalhoinclui órgãos do poder público, con-cessionárias de rodovias e ferroviase empresas de ônibus.

Muito trabalho espera os futurostecnólogos: a Confederação Nacionaldos Transportes calcula que 70% dasrodovias se encontram em estadoirregular ou em péssimas condiçõesde conservação. A Associação Brasileirada Infraestrutura e Indústrias de Base(Abdib) estima que o Brasil precisainvestir R$ 24 bilhões anuais em trans-portes nos próximos anos – o quedemandará profissionais qualificados.

unidade, será um futuroempregador e auxiliarána colocação profissio-nal destes alunos”, ressalta o governa-dor Alberto Goldman.

Existem possibilidades de atuaçãoalém do setor público. Organizaçõessociais e não-governamentais tambémnecessitam de pessoal com conheci-mento de gestão pública. Sem falarnas empresas privadas, que muitasvezes fornecem produtos e serviçospara os governos e carecem de profis-sionais que saibam interpretar ofuncionamento da máquina pública.

O curso abre aos alunos a convivên-cia com técnicos do Cepam, que serãotutores dos estudantes, aconselhando-os ao longo do curso.

ENTRE RODAS E TRILHOS

Outra novidade deste semestreé o curso de Tecnologia em TransporteTerrestre, oferecido na Fatec Barueri.A elaboração do currículo envolveuprofessores de Fatecs, representantesdas secretarias estaduais de TransportesMetropolitanos e de Desenvolvimento,além de profissionais do Metrô e daCompanhia Paulista de TransportesMetropolitanos (CPTM) e Desenvolvi-mento Rodoviário S.A. (Dersa).

“Disciplinas como projeto de sinali-zação rodoferroviária, projeto geométri-

Tecnólogo em TransportesTerrestres atuará em ferroviase concessionárias de rodovias

Primeiro curso técnico de Gestão Pública do Brasil foicriado em parceria com Fundação Prefeito Faria Lima

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“O foco principal será o transportede massa”, afirma a diretora. Segundoo Conselho de Infraestrutura da Confe-deração Nacional da Indústria (CNI), osinvestimentos necessários para melho-rar a mobilidade urbana das 12 cidadesque sediarão a Copa do Mundo foiestimado em valores que vão deR$ 60 bilhões a R$ 110 bilhões.

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ez países da América do Sule Caribe se reuniram no CentroPaula Souza durante a última

semana de abril para trocar experiênciassobre os sistemas de ensino profissionallatinoamericanos e debater temas comoempregabilidade, inclusão social edesenvolvimento socioeconômico.

Organizador do evento, o PaulaSouza integra o Centro Interamericanode Formação Profissional (Cinterfor),vinculado à Organização Internacionaldo Trabalho (OIT), e foi escolhido pararepresentar o Brasil no encontro.

Painéis e debates ocorreram noauditório da Etec São Paulo, no bairropaulistano do Bom Retiro. Além dessasatividades, os participantes fizeram visitastécnicas às Etecs de Artes e Parque daJuventude (Capital) e Benedito Storani(Jundiaí). “É uma troca de informaçõesmuito rica, pois discutimos o papel daeducação profissional em países derealidades sociais muito diferentesentre si”, avalia o coordenador deEnsino Médio e Técnico da instituição,Almério Melquíades de Araújo.

Além do Brasil, participaram doencontro representantes da Argentina,Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador,Nicarágua, Peru, República Dominicanae Uruguai. “Esse encontro possibilitouespecialistas de outros países conhece-rem na prática um pouco do funciona-mento da educação profissional noBrasil”, diz a responsável por projetosda Unidade de Ensino Médio e Técnicoda instituição, Margarete dos Santos.

CONHECIMENTOS PARTILHADOS

O encontro com representantesda educação profissional em dez países

da América Latina originouvários projetos de coopera-ção interinstitucional. “Foium encontro extremamenteenriquecedor para a regiãolatinoamericana. Tivemos aoportunidade de compar-tilhar conhecimento,fazer acordos eestabelecer acordosde integração comoutras instituições”,afirmou Sara Silveira,representante doCinterfor. “Todos ficamosmaravilhados pelo desenvol-vimento e a capacidade deinovação do Centro Paula Souza.Do ponto de vista da OIT/Cinterfor,esse primeiro contato diretoreafirmou a importância doaporte do Paula Souza para asinstituições da região”, elogioua representante do Cinterfor.

O Instituto Tecnológico Universitário(ITU), da região vinícola de Mendoza,Argentina, firmou um acordo com oCentro Paula Souza para passar informa-ções sobre técnicas e capacitação na áreade vitivinicultura. Este assunto interessaespecialmente à Etec Benedito Storani,de Jundiaí, região que vem investindona melhoria tecnológica da produçãode vinhos e foi visitada pelo grupo. O ITUtambém oferecerá informações sobrea plataforma Avatares, de formação adistância, na qual o aluno interageaté mesmo pelo telefone celular.

Com os ministérios do Trabalhouruguaio e argentino, o Paula Souzacomeçou a trocar experiências sobre oprocesso de certificação de competên-cias. “O Centro Paula Souza tem mais

de 200 escolas e uma tradição deformação por competências, o queestamos buscando agora”, afirmouGabriela Rodrigues, representantedo Ministério do Trabalho uruguaio.

A Fundação Uocra, ligada ao sindi-cato de construção civil da Argentina,apresentou a possibilidade de ministrarcursos de espanhol para professores doPaula Souza – que, por sua vez, ofereceua metodologia de implantação doLaboratório de Currículos. “Esta expe-riência de sistematização dos currículosé muito interessante porque cria umespaço de discussão sobre os cursos eas necessidades de atualização cons-tante”, comentou Hernán Rugginello,coordenador do departamento depesquisa da Fundação Uocra.

Além das fronteiras

Encontro Internacional

Seminário reúne representantes de instituições latinoamericanas para debater educação profissional

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Encerramentodo encontro,que reuniudez países

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Biocombustíveis:uma visão

Artigo – Lúcia Maria Alves e Sandra Helena Trevisoli

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o século 20, a produção deenergia no mundo se originava80% de combustíveis fósseis:

carvão mineral, petróleo e gás. Apenas10% de energia provinha da biomassana forma de lenha e carvão vegetal.Essas matérias-primas, além de causardesmatamento e degradação do solo,não suprem as necessidades de com-bustíveis para a indústria e o transporte,que permanecem dependentes dopetróleo – combustível caro, nãorenovável, poluidor e com fontesrestritas a alguns países.

Assim, faz-se necessária uma novavisão sobre o uso da biomassa para ageração de energia, com destaque paraa produção de etanol, biodiesel e biogás.Atento a essa perspectiva, o CentroPaula Souza criou em 2008 o curso deTecnologia em Biocombustíveis, nasFatecs Araçatuba, Jaboticabal e Piracica-ba, para formar tecnólogos com sólidosconhecimentos no uso da biomassapara a produção de combustíveis.

O Brasil é o maior produtormundial de açúcar e álcool oriundosda cana-de-açúcar e o segundo maiorprodutor de álcool originado de outrasmatérias-primas. O etanol também podeser produzido a partir de outras fontesde açúcar, como o milho, utilizado nosEstados Unidos. Atualmente existe umapreocupação mundial em evitar oredirecionamento de culturas alimen-tícias (milho e soja) para a produçãode biocombustíveis.

Nesse aspecto, o Brasil possuialgumas vantagens. O cultivo de cana-de-açúcar para a produção de etanol

pode se direcionar para áreas depastagens degradadas sem alterar aprodução de grãos ou causar a derruba-da de florestas. Além disso, no País existea possibilidade de múltiplos cultivosdurante o ano agrícola: soja, amendoim,girassol e outras oleaginosas que podemser utilizadas para gerar biodiesel.

O Estado de São Paulo é líderna produção de bioenergia no país,tanto em pesquisa e desenvolvimento,quanto em recursos investidos nos

desenvolver outros produtos de inte-resse comercial, por exemplo, plásticoa partir do bagaço de cana, e insumosbiotecnológicos como bioinseticidas eadubos biológicos. Dessa forma deixamde ser usinas convencionais e se transfor-mam em biorrefinarias, funcionando oano inteiro e obtendo energia por meiode processos biológicos com poucoimpacto ambiental e alto rendimento.

Sendo assim, o tecnólogo emBiocombustíveis terá papel importante,

Faz-se necessária uma nova visão sobre o uso da biomassapara a geração de energia, com destaque para a produção de etanol,biodiesel e biogás. Atento a essa perspectiva, o Centro Paula Souzacriou em 2008 o curso de Tecnologia em Biocombustíveis”

processos produtivos. Um grandenúmero das indústrias de bens decapital para a produção de biocombus-tíveis se localiza nessa região. Por outrolado, várias indústrias de biocombustí-veis estão se fixando em estados comoTocantins, Mato Grosso e Goiás, fazendocom que a oferta de emprego nessasregiões também aumente.

As metodologias de transformaçãode biomassa em energia ainda necessi-tam de desenvolvimento técnico paraaumentar a produtividade e reduzir oscustos. Muitas usinas de cana-de-açúcarsó produzem açúcar e álcool, parandototalmente na entressafra (aproximada-mente de dezembro a março, no Estadode São Paulo). Essas empresas devem

mostrando capacidade de desenvolverprojetos inovadores para atuar emtodas as etapas da cadeia produtiva.O profissional deverá estar preparadopara enfrentar desafios tecnológicos nosetor, além de se manter atualizado emrelação às transformações da sociedadee do mundo globalizado.

LUCIA MARIACARARETO ALVES

é diretora da FatecJaboticabal e

SANDRA HELENAUNÊDA TREVISOLIcoordena o cursode Biocombustí-veis da unidade

para o futuro

NBlue Sky

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Desenvolvimentoplanejado

Entrevista – Luciano de Almeida

Aos 45 anos, o administrador e empresárioLuciano Santos Tavares de Almeida assume

administrador de empresasLuciano Santos Tavares deAlmeida fez pós-graduação

em Administração e Gestão de NegóciosInternacionais em Berkeley, Estados Unidos.O empresário do setor sucroalcooleiropresidiu o Arranjo Produtivo Local doÁlcool (Apla) da Região de Piracicaba efoi secretário municipal da Indústria eComércio dessa cidade entre 2005 e2007. Em 2008 foi nomeado secretárioadjunto na Secretaria de Desenvolvi-mento do Estado de São Paulo e emmaio de 2010 assumiu a liderança dapasta. Nesta entrevista, Almeida resumeas principais realizações da Secretariaà qual o Centro Paula Souza se vincula.

Como sua experiência em adminis-tração nos setores público e privadoauxilia seu trabalho na Secretariade Desenvolvimento?

A visão empresarial contribui parao aperfeiçoamento da gestão pública epara balizar as ações voltadas ao desen-volvimento econômico do Estado. Umbom administrador de empresas deveplanejar e estabelecer metas para obtermaior produtividade com menor custo.No poder público priorizamos ações quetrarão maiores benefícios à população,otimizando processos e reduzindo custospara tornar o Estado mais eficiente.

Qual a contribuição das Etecs e dasFatecs no fortalecimento das vocaçõeseconômicas locais?

Participam de maneira fundamental,oferecendo cursos direcionados àsnecessidades do mercado de trabalho

local. Um exemplodisso são as Fatecs deAraçatuba, Jaboticabale Piracicaba. Localizadasem regiões com forteprodução de cana-de-açúcar, oferecem ocurso de Biocombus-tíveis, preparandoprofissionais para atuarna utilização de ma-téria-prima agrícolacomo fonte de energia.

O senhor ajudou a comandar oprograma de expansão do ensinoprofissional, com os dois últimossecretários. As metas serão atingidas?

Como secretário adjunto acom-panhei esse projeto de perto. Cada umdos secretários [Alberto Goldman, atualgovernador, e Geraldo Alckmin] deixouuma boa contribuição para cumpriras metas. Nas Fatecs, nosso objetivoé dobrar o número de unidades até ofinal de 2010. Hoje existem 49 faculda-des, ou seja, 94% da meta. No segundosemestre haverá mais duas em funcio-namento e outras duas em obras.Quanto às Etecs, propusemos abrir33,5 mil novas vagas em cursos técni-cos, chegando a 100 mil novas matrícu-las. No segundo semestre serão criadas38 mil novas vagas, superando a meta.

De que maneira as Fatecs podeminteragir com o Sistema Paulistade Parques Tecnológicos, o SPTec?

Aliando pesquisa e conhecimentoao setor produtivo no mesmo ambiente.

O aluno da Etec ouda Fatec tem a opor-tunidade de trabalharou fazer um estágioem uma empresa detecnologia instaladano Parque Tecnológi-co de São José dosCampos. O empreen-dimento reúne váriasempresas do setor deaviação e conta comuma Fatec instaladaem suas dependências,

preparando alunos para trabalharno mesmo local.

Em sua opinião, quais as maioresconquistas da Secretaria de Desen-volvimento na atual gestão?

Uma das principais foi o convêniofirmado com a Secretaria da Educaçãoe com a prefeitura de São Paulo paraoferecer cursos técnicos gratuitos emescolas da rede estadual e em CentrosEducacionais Unificados (CEUs). Aumen-tamos a oferta de vagas no ensinotécnico sem precisar construir novosprédios. Houve também avanços emoutras áreas, como a criação da agênciaInveste São Paulo, para atrair novasempresas, e as ações de incentivo àciência, tecnologia e inovação. Na áreade infraestrutura e logística, foi criadauma comissão para propor medidasvoltadas ao setor de petróleo e gás.Existem também projetos voltados aodesenvolvimento econômico regional,como o Programa de Fomento aosArranjos Produtivos Locais (APLs).

a Secretaria de Desenvolvimento. Desde 2008, o secretário compõe os quadrosda pasta e conhece em detalhes o plano de expansão das Etecs e Fatecs

O

Divulgação

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Alunos de Manutenção Automotivaganham intimidade com os motores

uem já foi proprietário ouainda tem um Fusca ou umaBrasília costuma brincar dizendo

que com um alicate e um rolo de aramedá para realizar toda a manutenção econsertos necessários para rodar comesses modelos. Piadas e exageros à parte,essa brincadeira reflete como a indústriaautomobilística se desenvolveu nasúltimas décadas. O Centro Paula Souzacriou o curso técnico de ManutençãoAutomotiva com o objetivo de acompa-nhar esses avanços e formar profissio-nais preparados para atuarem emum mercado em que as tecnologiasconstantemente se transformam.

Oferecem essa carreira as EtecsJorge Street (São Caetano do Sul),Martin Luther King (São Paulo) e SallesGomes (Tatuí). As três cidades contamcom montadoras, campo de provas deveí-culos ou fabricantes de autopeças.De acordo com Itamar Fernandes,coordenador de curso na Etec MartinLuther King, as disciplinas abordadasacompanham o desenvolvimento dosetor – é o que ocorre, por exemplo, nostemas automação e eletrônica. A atuaçãodos técnicos em Manutenção Automo-tiva se expande muito além das oficinasmecânicas: os profissionais podemtrabalhar em montadoras, concessioná-rias, fabricantes de peças automotivas,locadoras de veículos e transportadoras.

César Oliveira Filho, coordenadordo curso de Manutenção Automotivada Etec Salles Gomes, de Tatuí, apontachances de empregos em uma nova

área: os centros de inspeção veicular.Oliveira Filho observa que para exercera função é necessário se cadastrar noConselho Regional de Engenharia,Arquitetura e Agronomia (Crea). Quemtrabalhar num centro de inspeção avaliaa emissão de gases poluentes em carros,motos, caminhonetes e caminhões. Aliás,os técnicos que descobrirem alternativaspara reduzir a poluição causada pelosveículos serão bastante valorizados.

EMPREGOS EM ALTA

De acordo com os dados da Associa-ção Nacional dos Fabricantes de Veículos(Anfavea), a contratação de profissionaismantém a expansão por onze mesesconsecutivos. Em abril deste ano, 128,8 milpessoas estavam empregadas, um cresci-mento de 6% relativo a abril de 2009.

Como muitos de seus colegas,Ricardo Lodi David trabalhava na área edecidiu ingressar no curso técnico parase aprimorar e subir na carreira. Aos 37anos, Ricardo trabalha há sete na Ford ecursa o primeiro semestre na Etec SallesGomes. A busca pelo crescimento profis-sional trouxe um bom resultado: a pro-moção. Apesar da experiência na fábrica,David afirma que o curso agrega maisconhecimento. Satisfeito com os estudos,pretende seguir adiante e cursar o técnicoem Mecatrônica, na mesma unidade.

Outra parte significativa dessesestudantes está iniciando a vida profis-sional, e muitas vezes nem precisamesperar a formatura para conseguir a

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Etecs localizadas em cidadescom indústrias automobilísticas –

São Caetano, São Paulo e Tatuí –oferecem curso técnico de

Manutenção Automotiva eaceleram as chances de emprego

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contratação. É o caso de GuilhermeMarinho de Freitas, aluno da Etec JorgeStreet. Com apenas 18 anos, conseguiuseu primeiro emprego na fabricantede caminhões e ônibus Scania porexibir em seu currículo a matrículaem Manutenção Automotiva. “Sempregostei de carros, e sabia que com oensino técnico conseguiria uma vagade trabalho melhor”, conta, explicandoa razão de sua escolha no Vestibulinho.

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