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SomosRevista, Revista da Escola Secundária do Castêlo da Maia
SomosRevista n5Escola Secundria do Castlo da Maiamaro 2012
02
editorial
03
aconteceu
05
palavras solta
36
fora de portas...
50
vale a pena
58
pontos de vista
76
assim fazia a m
inha av..
. 84
sabias que...
66
galeria
70
SomosRevista 03
editorial
Educao em 2020, que desafios nos esperam?
Tendo em considerao o documento Schools over: Learning spaces in Europe in 2020: an Imaging exercise on the future of learning, este defende que, num futuro prximo, a escola alargar os seus horizontes, aumentando assim a sua heterogeneidade e diferena uma vez que englobar alunos mais heterogneos entre si (a nvel cultural, econmico, social) o que levar o docente e as escolas a terem a preocupao e a necessidade de atender a esta mesma diversidade. Neste sentido, este alargamento do processo formativo exige uma reformulao do papel dos objectivos, metas de aprendizagem e competncias. Actualmente o nosso sistema de ensino assenta numa matriz muito centralizadora e hierrquica, em que o Ministrio da Educao (ME) define currculos (em Portugal, segundo o PISA 2009, as escolas no tm praticamente nenhuma autonomia nos currculos dos alunos), determina as horas da componente lectiva e no lectiva dos professores e est muito presente em quase todas as decises na medida em que tudo est legislado centralmente. A avaliao das instituies e das pessoas (professores, funcionrios) no excepo; tambm ela est ancorada num modelo muito normativo, que, embora deixe margem de manobra para as escolas se apropriarem dele, moldando - o sua realidade, encontra-se ainda num formato muito centralizador, porquanto balizado por uma ampla produo legislativa. Por outro lado, emerge uma nova vaga que coloca uma parte importante da aprendizagem fora dos permetros das instituies formais de educao o que vai obrigar a repensar esta hierarquia, obrigando necessidade de formalizar a informalidade e cedendo terreno a sistemas de referncia mais heterrquicos; consideramos que provavelmente esta ser uma boa oportunidade para reforar a autonomia das escolas, deixando que elas implementem os seus projectos, sempre numa lgica de prestao de contas sobre o seu desempenho, tendo como principal objectivo formar indivduos
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competentes, acadmica e socialmente. Nesta lgica, a avaliao dos alunos deixar de existir unicamente para testar os contedos adquiridos em contexto de sala de aula, passando a ser mais abrangente e globalizadora, tendo como principal objectivo dotar os alunos de competncias acadmicas e pessoais.Perante o exposto, na nossa opinio, devero continuar a existir objectivos e competncias gerais definidas pela tutela, bem como uma parte do currculo dever ser definida pelo ME de modo a fornecer orientaes que uniformizem as competncias bsicas em cada rea curricular e/ou disciplina, ajudando o professor na sua prtica, sem, no entanto, lhe retirar o grau de autonomia e de gesto do tempo, to importantes para uma educao bem sucedida. Este desafio tem tendncia a agravar-se com o fim de one size fits all na educao, decorrente da personalizao da aprendizagem. A crescente importncia da aprendizagem informal () assente numa aprendizagem fora dos velhos limites dos muros institucionais e a criao de redes de aprendizagem alargadas iro alterar o actual paradigma educativo, na medida em que, contrariamente ao ensino tradicional, no qual o professor era o centro do conhecimento, na aprendizagem informal, a informao no recebida, exclusivamente, pela transmisso dos conhecimentos, mas o aluno tem de construir, procurar e reflectir sobre a sua aprendizagem. Assim, o profissional de educao dever continuar a estruturar o processo formativo planeando a sua aco com o intuito de desenvolver competncias nos seus alunos, atravs de situaes-problema, tentando ir, sempre que possvel, ao encontro das suas necessidades, interesses bem como tendo sempre presente a emergncia do investimento no capital humano. Um dos maiores desafios que se vai colocar no domnio da educao nos prximos tempos a questo da equidade na medida em que sociedades menos equitativas conduzem a sistemas de ensino muito desiguais: ser que as escolas iro conseguir atenuar as diferenas da sociedade permitindo casos de sucesso em alunos que partida esto em desvantagem? Recuperar o atraso de uns e simultaneamente estimular os mais proficientes , quanto a ns, talvez o maior desafio das escolas do sc. XXI.
Diretora da ESCM Paula Romo
SomosRevista 05
O Dia da Filosofia traz a cada conscincia a facticidade do Filosofar, latente em
cada ser que pensa e sente.Saramago tem razo quando afirma: acho que na sociedade atual nos falta
filosofia.
Por condio somos todos cmplices do aprender a pensar, do nascimento morte.
E da potncia ao ato, revisitamo-nos dentro e fora de ns, ao longo dos diferentes estdios etrios, em cada vidaAqui, neste dia, nos pequenos textos, dirios de bordo, marcadores, fotografias,
imagens, o testemunho vivo dos alunos da nossa escola. No s do ensino secundrio, mas tambm e vincadamente, dos nossos alunos do oitavo ano. este privilgio de termos em nossas mos tanto potencial, que nos ressuscita a vontade de repartir saberes, numa entrega feliz, que vai acordando e se vai revelando, na riqueza genuna do aprender a serNa verdade, dentro de ns, h uma coisa que no tem nome, essa coisa o que somos. Que o Dia da Filosofia se repita todos os anos, porquesem ideias no vamos a lado
nenhum.
Professora Marinela Guimares
O Dia da Filosofia
Se podes olhar v, se podes ver, repara
Saramago
aconteceu
aconteceu
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Dia de S. Martinho Venda de plantas e hasteamento da
bandeira verde das Eco Escolas
SomosRevista 07
No dia 11/11/11, foi feita uma venda simblica de plantas dos jardins da escola, dinamizada no mbito do Projeto Jardins com Futuro e
integrada nas atividades conjuntas de comemorao do dia de S.
Martinho. Todas as plantas vendidas foram enriquecidas com quadras alusivas a este dia festivo, realizadas por alunos de diferentes turmas, em parceria com o Clube de Lnguas. A verba apurada ser destinada
a apoiar alunos carenciados da nossa escola. Esta atividade permitiu sensibilizar todos para a importncia da preservao de plantas que sero alienadas no processo de construo da nova escola. Contou,
ainda, com a prestimosa colaborao de quatro alunas do 9 B
(Beatriz, Carlota, Catarina e Sofia).
Aproveitando esta comemorao to alargada e na sequncia do empenhamento da comunidade educativa da nossa escola pela defesa do ambiente, nela e fora dela, foi hasteada a bandeira verde galardo - atribuda pelas Eco Escolas, pelo trabalho desenvolvido nesta temtica ao longo do ano letivo transato. Reala-se o envolvimento mais ativo dos alunos das ento turmas do 10C e 11F,
da Chefe dos servios administrativos, D. Isabel Serdio, da agente
operacional D. Ftima Mandim e da nossa Direo. Professores Helena Fernandes e Nuno Gomes
aconteceu
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Na troca direta dum bem por outro no utilizado qualquer outro meio intercalar ou dinheiro, no existindo qualquer mediao monetria. Nos tempos mais remotos, com a fixao dos homens
terra (sedentarismo), surgia a primeira manifestao de comrcio: o escambo, que consistia na troca direta de mercadorias (cada uma das partes interessadas entrega outra um bem ou servio para receber da outra parte outro bem ou servio sem que um dos bens seja moeda) como o gado, sal, gros, pele de animais, cermicas, cacau, caf, conchas, ajuda nos servios agrcolas, conserto de calado, . (moeda-mercadoria). Quando as populaes comearam a especializar-se nas suas atividades passaram a produzir mais do que aquilo que consumiam, o que lhes permitiu trocar entre si produtos diferentes. medida que a especializao aumenta surgem excedentes de produo usando o bem intermdio, a moeda, para proceder s trocas (troca indireta).Apesar da monetizao da sociedade moderna, o escambo continua a fazer parte do nosso quotidiano - quando um amigo conserta o seu computador em troca de um outro servio qualquer, como por exemplo, uma boleia ou mesmo o
emprstimo do veculo para passear. Acresce que esta prtica, do escambo, tem vindo a revitalizar-se com a Internet, atravs de stios para troca on-
line de mercadorias e servios. No facebook, h o aplicativo INIO (I need, i offer) que permite aos
usurios listarem os produtos e/ou servios que oferecem e os de que necessitam e, dessa forma, verificar as coincidncias para realizar as trocas.
O blog Escambo Fashion organiza em Campo
Grande, frequentemente, encontros em bares
para realizar as trocas. No site Economia Viva h outra sugesto de organizao que utiliza moedas solidrias. Outro dos exemplos de troca direta o Banco do Tempo, to presente nos nossos dias.
um espao para troca de produtos, servios e saberes sem o uso de dinheiro, de uma forma solidria e promovendo a cooperao em vez da competio, ficando resolvidos os problemas
das duas partes sem qualquer custo para ambos. Em diversas regies do globo, as trocas diretas de gneros, objetos e utenslios de trabalho continuam a ser prtica corrente. Historicamente, ainda
habitual o escambo readquirir importncia em pocas de crise econmica e de inflao, quando
o dinheiro perde grande parte do seu valor.
Troca direta
SomosRevista 09
Relacionando os objetivos do Clube Economia
Domstica com os anos de crise que Portugal, a
Europa e o Mundo esto a viver, as responsveis pelo projeto decidiram pr em prtica os usos
mais antigos da nossa histria para que todos ns possamos recordar as dificuldades vividas e
ultrapassadas, ao longo dos tempos. Impe-se
a pergunta - por que no havemos de conseguir desta vez? agora que as sociedades esto melhor preparadas para enfrentar os desafios e
as mudanas constantes a que ns, cidados do mundo, assistimos todos os dias. H que pensar
global mas agir local. Foi por isso que, no mbito do Clube, realizmos, na escola, no passado dia onze
de novembro, a feira de troca direta e planemos para o segundo perodo a atividade Banco do
Tempo. A Feira de Troca Direta foi um espao de aprendizagem e de convivncia para os nossos alunos, visto que nela foi possvel aprender e compreender estratgias de solidariedade onde foi trabalhada e estimulada uma ideia inovadora, ldica, mas ao mesmo tempo pedaggica, com o objetivo da prtica da economia solidria como incluso social. Professora Gorete Porto
aconteceu
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Eu e o cavalo
Aps uma longa espera pela realizao de atividades equestres na nossa escola, no dia 28 de Novembro duas
lindas criaturas foram recebidas com muito carinho pela comunidade escolar.Com a colaborao da escola EQUI MAIA, que
prontamente aceitou presentear-nos com dois cavalos que vieram aquecer este dia!Foi dada a oportunidade, aos alunos, de poderem montar o Cobalt, ou darem um passeio na Charrette puxada pelo
Russo. Para muitos o encanto passou apenas por uma festinha
na cabea destes animais, para outros montar tornava-se j um vcio. A experincia foi, de tal modo, acolhida por todos que juntaram-se a esta no s alunos, mas tambm professores e funcionrios. Vejam bem que at a Directora Paula Romo no resistiu a uma voltinha na Charrette!
A ideia desta atividade surge com a vontade de criar uma maior interao entre ns, seres humanos, e os animais; mais uma tentativa de mostrar que eles merecem tanto como ns. Pedem respeito, necessitam de carinho,
precisam de algum que os ame, algum que cuide deles incondicionalmente!Fica, ento, a vontade de se repetir este dia: O animal e eu, neste caso o cavalo e eu. Joana Moreira |12E
SomosRevista 11
"Blindness is when you refuse to see...
Dumbness is when you refuse to talk...
Deafness is when you refuse to hear...
Physical handicap is when you refuse to move...
Disability in life is a matter of behaviour!
Isabel Marques (professora estagiria)
If you saw people with the heart and not through
their disabilities you would build the perfect world!
Andreia Carvalho (professor estagiria)
We shouldn't discriminate disabled people but understand and help them. Kindness is the language which the deaf can hear and the blind can see."
Lcia Teixeira (professora da turma)
"In our opinion, people who have disabilities are
normal people. They don't like to be discriminated.
They are as they are and they are happy that way!
We must make part of that happiness by accepting
them as they are and not discriminating them."
Rita Freitas e Beatriz Maia|9B
I think that one should never judge people with
disabilities, because they see the world from a
different perspective from ours, but they all feel the
same way.
Never judge people for their appearance but for what they really are!
Gisela, Gonalo, Bruno Alves e Renata | 9B
The real disability is the disability of giving up.
The only obstacle in our lives is the one that makes
us think that we can't do this or that, because we
can do everything we want!
We shouldn't judge people by what we see, but by
what we feel.
With their heart, disabled people can see the most beautiful scenery, they can listen to the most
beautiful melody and they can speak much better
than us about the most beautiful feeling: love!
Sofia, Rita Marques, Rafael e Jack |9B
''The only deaf people are the ones who don't want
to hear''.''Blindness is the most beautiful way to see the world.
They see the world with their heart.''
Ins, Gustavo, Veronika e Julio |9B
Disabilities e Discrimination
Na aula de Ingls do dia 14 de Novembro, dinamizada pela estagiria
Isabel Marques e no mbito dos temas Disabilities e Discrimination,
os alunos do 9B foram convidados a escrever algumas frases dando
a sua opinio sobre o tema. As professoras deram o exemplo. Aqui ficam algumas delas que nos fazem refletir sobre a nossa atitude para
com os deficientes com quem convivemos dia a dia.
As professoras Lcia Teixeira, Isabel Marques e Andreia Carvalho
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aconteceu
Atividade Brao Direito - um dia no teu futuro
Alguns dos nossos alunos tiveram a oportunidade de participar nesta atividade porque a Escola Secundria
do Castelo da Maia uma, de entre muitas outras, que se
inscreveu no programa empreendedorismo promovido pela Junior Achievement Portugal (JAP), associao
sem fins lucrativos, empenhada em levar s escolas
programas que desenvolvem o empreendedorismo, o gosto pelo risco, criatividade, responsabilidade, iniciativa e inovao. O envolvimento e a inspirao dos jovens so baseados em trs valores essenciais: respeito, integridade e excelncia. A atividade Brao direito um dia no teu futuro, lanada
pela primeira vez este ano letivo, pela JAP, possibilitou
o acompanhamento de um aluno em todas as tarefas de um profissional Voluntrio, no seu local de trabalho,
durante um dia. A atividade decorreu entre os dias 14 e
18 de Novembro. Esta experincia foi aceite com muito
interesse por alguns alunos porque compreenderam que se iria estabelecer uma ponte entre a educao e o mundo laboral. De igual modo, esta nova experincia s pode ser vivenciada pelos alunos dada a abertura a novas e boas prticas e ao esprito de renovao e mudana das metodologias nas escolas, viso da Exma. Diretora da escola, Paula Romo, e da professora
Gorete Porto.
So os depoimentos de alguns alunos participantes, que
levaro os leitores a compreender o quo importante foi, para eles, esta nova experincia.Depoimentos sobre Brao Direito
Na segunda-feira, dia 14 de novembro,
tive a oportunidade de ficar a conhecer
um pouco melhor a realidade da Sonae e
da sua atividade. O meu dia foi passado a ver exatamente o que faz uma pessoa dos Recursos Humanos. So vrias as suas
funes, desde tratar de salrios e de outros compromissos com os trabalhadores da empresa, at contactar com pessoas exteriores mesma. Nos ltimos dias, tem sido realizado um processo de seleo devido a um programa para jovens universitrios. Foram-me mostrados todos os passos desta seleo, incluindo o contacto telefnico com o candidato para averiguar o interesse (ou no) em aceitar esta oportunidade. Alm disso, foi-me tambm explicado todo o processo de contratao de funcionrios e colocao de pessoal (j pertencente ou no empresa) nos cargos com dfice de funcionrios. Por
outro lado, a voluntria que me acompanhou tambm me explicou em que consiste toda a atividade desta grande empresa, bem como os diferentes setores da economia em que esta est presente. Fiquei tambm a conhecer um pouco mais sobre a histria de um dos maiores grupos nacionais e todo o processo de expanso que o transformou na empresa de grande importncia que atualmente.Agradeo a esta grande empresa a disponibilidade que teve para me receber e acredito que esta atividade contribuiu imenso para a minha formao.
Jos Miguel Soares |12E
SomosRevista 13
O dia passado na empresa Sonae, com as voluntrias
Maria Joo Ramalho e Alexandra Mendes, foi um dia
diferente, mas muito bom, onde pude aprender mais sobre a grande empresa, sobre as funes de cada equipa do Departamento de Recursos Humanos,
sobre como elaborar um currculo e uma carta de apresentao. Assisti de perto a um dia de trabalho de duas tcnicas do Departamento referido, podendo, assim, compreender as funes que cada uma exercia. Este dia foi muito enriquecedor, pois permitiu-me saber como tudo organizado e feito na Sonae, de modo a
que todos os produtos cheguem ao local certo e sem falhas. Gostei muito da experincia, mesmo no sendo a rea
que desejo seguir no futuro. Ana Carolina|12E
Gostei bastante de ter participado na
atividade Brao Direito, pois pude estar com
um profissional no seu dia-a-dia. Apesar de
acharmos que sabemos como um dia de trabalho, a verdade que s percebemos a realidade quando l estamos. Fui escolhida para estar no balco de informaes do Continente, mas a pessoa com quem estive
fez-me uma visita guiada por toda a loja, pelo armazm e pelos escritrios, e explicou-me no s a sua funo como tambm a funo de cada trabalhador, o que foi bastante enriquecedor. Brbara Lopes|12E
aconteceu
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A turma de Desporto do 11I, no mbito da
disciplina de Organizao e Desenvolvimento Desportivo, em associao com o projecto Vencer o tempo nas 7 cidades, organizou uma atividade, denominada jogos tradicionais para os idosos, realizada na manh do dia 16 de dezembro de 2011.
Para que esta atividade se realizasse, vrios
planos foram feitos para que no dia nada faltasse.A turma foi dividida em 4 grupos, e cada um
organizou o espao, fez o regulamento e fichas de jogo para o jogo tradicional que
lhes correspondia.No dia da visita, os idosos foram recebidos pela turma do 11G e, de seguida,
encaminhados para o pavilho C para
outra atividade decorrente nesse dia, denominada Mesas de Natal. L puderam
comer e saborear os mais tpicos doces de Natal.Mais tarde, chegou ento a hora em que foi realizada a atividade proposta pelos alunos do 11I, onde se pde constatar que
os idosos se divertiram a jogar os jogos da sua gerao, relembraram os bons velhos tempos e conviveram entre si e com os alunos e professores presentes com muita alegria e prazer. Joo Costa e Raquel Gonalves |11I
Vencer o tempo nas 7 cidades
SomosRevista 15
No dia 16 de dezembro de 2011, recebemos
uma visita muito agradvel de um grupo de seniores do projeto Vencer o tempo nas 7 Cidades, do qual alguns alunos da nossa
escola fazem parte.Sabendo antecipadamente desta visita,
os alunos do 11G decidiram prontamente
participar na atividade. Como estvamos
na poca natalcia decidimos criar um coro de Natal, com o objetivo de recebermos de uma forma diferente e muito mais divertida, o grupo de seniores. Com a concordncia de
todos, a turma preparou tudo ao pormenor, incluindo roupas e acessrios, com o apoio incondicional das professoras Emlia Cabral e
Silvina Pais, a quem agradecemos.
Foi um momento nico para todos, principalmente para ns, alunos, pois tivemos a honra de fazer algum sorrir numa poca to especial como o Natal.E no h nada melhor do que fazer algum sorrir. Daniela Lameira e Mariana Teixeira |11G
aconteceu
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Hoje em dia, a tarefa de cativar os alunos cada
vez mais difcil e atribuir a uma aula algo que a diferenciao consegue, motivar os alunos para a aprendizagem, gratificante. Foi essa a estratgia
da professora Gorete Porto ao transformar uma aula
que, inicialmente, se figurava como mais uma aula de
Sociologia, num momento agradvel, de convvio, de
aprendizagem, onde o fator diferena permaneceu desde o incio at ao final.
Uma aula diferente marcou o dia de todos os presentes. Abordando o tema cultura, a turma E do 12 ano aprendeu com colegas de outras turmas que
cada um de ns se insere numa determinada cultura e que, por vezes, dentro da mesma cultura existem subculturas. A cultura possui, assim, um carcter temporal e espacial. Mas, afinal, o que a cultura? Esta aula comeou
com uma pequena abordagem ao termo cultura, sendo definido como um todo complexo que inclui os
conhecimentos, as crenas religiosas, a arte, a moral, os costumes e todas as outras capacidades e hbitos que o homem adquire enquanto membro da sociedade.Aps esta pequena introduo, assistimos a uma apresentao de vrios alunos da nossa escola provenientes de diversos pases como Brasil, frica do
Sul, Venezuela, Equador, China, Moldvia, Ucrnia e
Blgica. Cada um falou um pouco sobre o seu pas.
Abordaram aspetos como a histria, a comida tpica, as festas, a msica, a educao, a religio. A maioria destes alunos considera Portugal um pas acolhedor,
onde no encontraram grandes obstculos para se integrarem. Nem mesmo a lngua!
Uma aula diferente
SomosRevista 17
Uma aula diferente
A turma transmitiu uma atitude interessada e participativa, querendo sempre saber mais. Por
exemplo, no caso da Blgica, a aluna deu-nos a
conhecer o hino do seu pas, fazendo com que todos os presentes tivessem cantado, ou pelo menos tentado. Foi uma aula muito enriquecedora e, como j referi, diferente. Diferente porque no foi a tpica aula onde o professor expe os seus conhecimentos relativos a um assunto, mas porque houve depoimentos de cidados das culturas representadas na nossa escola e tambm nesta aula e que nos apresentaram marcas to distintas de cultura para cultura.No final, tambm a turma quis deixar uma marca de
Portugal, cantando com todo o orgulho e mo ao
peito o Hino Nacional.
Em nome dos restantes presentes, posso afirmar que
foi um enorme prazer conhecer estes alunos pois, no fundo, eles so to diferentes mas to iguais a todos ns! Sinto que sou cada vez mais capaz de respeitar a
diferena e sei que nenhuma cultura se pode sobrepor s outras. Somos todos iguais dentro de um mundo to
diferente! Ana Rita Areosa|12E
para quem quiser espreitar a aula: http://www.youtube.com/watch?v=Hq6VGBm9DFE
aconteceu
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No dia 4 de novembro, os alunos da turma F do oitavo ano de escolaridade realizaram uma visita ao
Lar Prof. Dr. Vieira de Carvalho, no mbito do projeto Velhos so os trapos, desenvolvido na disciplina
de Formao Cvica. Esta atividade (que contou tambm com a colaborao das professoras Raquel
Lopes e Ana M Silva do Clube de Teatro e com o apoio inexcedvel dos pais/EE da turma) foi o culminar
de um processo longo (iniciado no ano letivo anterior), que tinha como principais objetivos a tomada de conscincia da importncia dos mais velhos na nossa vida e na construo da nossa pessoa e estimular o esprito de partilha e o gosto de fazer / construir algo para os outros. O impacto desta visita foi surpreendente e excedeu todas as expectativas, quer junto dos utentes da instituio quer junto dos alunos, tendo ficado inclusive o convite por parte da Direo do lar para que se repitam estes momentos
de partilha e de convvio intergeracional. As Diretoras de Turma, Alice Sousa e Ana Caseiro
Velhos so os trapos
SomosRevista 19
Cano Velhos so os trapos (letra dos alunos do 8F da ESCM, msica de Antnio Variaes)
Comea a envelhecer
Como uma flor a renascer
Serena e calma a contemplar
Aps tudo vencer.
Vencer no ter tudoNascemos pr Mundo mudarUma pequena doaoBasta pr ajudar.
Refro:Um velho no um trapoUm velho no um fardo Um velho uma pessoa Com as marcas do passado.
Ajudar com afectoOferecer um lar a melhor forma De acarinhar.
Para acarinhar
O que devemos fazer?Cantar esta cano
Pr esperana prevalecer.
Refro:Um velho no um trapoUm velho no um fardo Um velho uma pessoa Com as marcas do passado.
aconteceu
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No ser muito difcil agregar a esta Lei as
transformaes que a nossa escola est a viver. verdade que quando atravessamos os seus portes j podemos ter um pequeno vislumbre de como ser e adivinhamos que a vida da nossa comunidade vai ser alterada. O espao fsico est a ser metamorfoseado, mas o que marca a nossa identidade permanece: as nossas pessoas, as nossas convices, os nossos objetivos, as nossas metas, as nossas memrias, o nosso amadurecimento! No, isso no ser eliminado, apenas nos vai ser dada a oportunidade de trabalharmos com melhores condies, espaos mais confortveis, mais acolhedores e mais bonitos.Foi neste contexto que ns, as Professoras de
Educao Visual, resolvemos lanar um desafio
aos alunos do 8ano, criar um novo logtipo para
a escola, e o incio de 2012 seria a altura ideal para
o fazer. No pretendemos mudar por mudar, queremos que o novo logtipo espelhe e integre este momento nico: 20 anos de escola e um novo edifcio. O
passado e o futuro de mos dadasMas criar um logtipo, renovar o BI da escola, no
tarefa fcil, pensamos ns e surgiu a ideia: - Por que no convidar um Designer para abordar o
tema com os alunos? E assim foi!
No dia 06 de Janeiro, as cadeiras do auditrio
da junta de freguesia de S.ta Maria do Avioso,
que gentilmente nos emprestou o espao, no chegaram para sentar todos os alunos que foram falar e aprender com o Designer lvaro
Montanha. O que significou para os nossos alunos este
encontro pode ser lido nos seus depoimentos. A ns professoras, interessa-nos averbar o quanto foi bom e gratificante ver tantos dos nossos alunos
interessados, com vontade de aprender, alguns a registarem notas do que se foi dizendo e, assinale-se, o comportamento exemplar com que nos brindaram. Esto de parabns!Falta dizer o quo aliciante foi a promessa, em forma de desafio e de prmio, com que o Designer lvaro
Montanha brindou a plateia: ao autor do logtipo escolhido ser proporcionada a possibilidade de o acompanhar durante uma semana, quer no trabalho do seu atelier, quer nas visitas e reunies com os seus clientes. Quanto no vai esse aluno(a) poder aprenderResta esperar que este momento to agradvel seja inspirador e que as propostas para o novo logtipo sejam fantsticas. Estamos certas que sim! Professora Jlia Santos
A falar tambm se aprende!
com o Designer lvaro Montanha
Em qualquer sistema, fsico ou qumico, nunca se cria nem se
elimina matria, apenas possvel transform-la de uma forma em
outra. Portanto, no se pode criar algo do nada nem transformar
algo em nada (Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma) - Lei de Lavoisier. wikipedia
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Na minha opinio a conversa com o designer foi uma experincia muito interessante visto que pudemos ter a possibilidade de ouvir em primeira mo como ser designer, como o seu trabalho, alguns conselhos e explicaes sobre trabalhos que estamos e iremos produzir em Educao Visual e inclusive alguns aspectos da vida do profissional. Achei o
designer uma pessoa muito acessvel e prestvel, o que foi possvel constatar quando este lanou o desafio sobre o
logtipo para a nova escola, dizendo que o vencedor ter a oportunidade de passar uma semana com ele no seu escritrio e vivenciar o mundo do design, incluindo todo o processo de criao!Esta conversa para alm de informal, foi divertida e sem dvida muito til. lvaro Montanha conseguiu despertar a
curiosidade para o mundo das artes e mais especificamente
para o design. Foi sem dvida uma experincia que enriqueceu todos os alunos que a ela assistiram! Catarina Correia |8C
aconteceu
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Na passada sexta-feira os alunos do oitavo ano e algumas professoras reuniram-se, para uma palestrana, na Junta de Freguesia de Santa Maria.
Esta foi dada por lvaro Montanha, um designer
com a sua prpria empresa, e destinava-se a introduzir um trabalho que vamos desenvolver na disciplina de Educao Visual, criar um novo logotipo para a escola.Durante a palestra, o designer deu-nos vrios conselhos, disse-nos para nunca ficarmos satisfeitos
primeira, que devemos querer sempre mais e que se no conseguirmos um bom trabalho para no nos darmos por vencidos e voltar a tentar. O designer deu-nos tambm um prmio fantstico: quem ganhar pode, durante uma semana, observar o seu ambiente de trabalho e perceber como a vida de um designer. Gostei imenso. Penso que nos vai ajudar bastante a
desenvolver o nosso trabalho. Sofia Ferraz|8G
Na sexta feira passada, dia 6 de Janeiro de 2012,
os alunos do 8ano tiveram a oportunidade de
conviver com o designer lvaro Montanha, que
lhes falou acerca de logotipos.Explicou que logotipo ou logtipo so palavras exactamente com o mesmo significado, sendo
apenas diferente a forma como foram escritas e a sua pronuncia. Tambm explicou que + = - (mais
igual a menos), ou seja, quanto mais simples formos na realizao dos nossos trabalhos mais bonitos ficam, pois muito pormenor empobrece-os.
O designer surpreendeu todos os presentes, com a novidade de que ir propocionar ao vencedor do logotipo para a nossa escola uma semana de estgio com ele, durante as frias da Pscoa.
Foi um momento nico e interessante em que pudemos aprender bastante com o designer lvaro
Montanha, que nos incentivou para a execuo do logotipo! Mariana S Pinto|8F
SomosRevista 23
Na ltima semana de aulas do primeiro perodo o pavilho A encheu-se de cor em forma de mensagens de Natal, escritas nas diferentes lnguas estudadas aqui na escola e tambm na eslovena, no estivesse uma das nossas turmas a participar no projeto Comenius
Lado a lado com as mensagens podiam
ver-se pinheiros, uns elaborados com crculos e um, maior, a lembrar as to desejadas prendinhas, formado por inmeros embrulhos de natal. Com estas instalaes natalcias a nossa
escola ficou mais bonita!
Esto de parabns os alunos que, como j tradio, nas aulas de Educao Visual realizaram os trabalhos que a todos agradaram. Deixamos aqui algumas imagens do resultado final para mais
tarde recordar... Professora Jlia Santos
Natal, Natal...
aconteceu
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No dia 16 de Dezembro de 2011, realizou-se, na nossa
escola, mais uma atividade Mesas da Natal organizada pelos elementos que constituem o Departamento de Cincias Sociais e Humanas.
Com esta atividade pretende-se espalhar o esprito de
Natal, da partilha, da alegria e da paz, promovendo a participao e o convvio entre alunos, professores, funcionrios, membros da Associao de Pais e outros
elementos das comunidades escolar e civil. Este ano pudemos contar com a agradvel presena dos mais velhos do Projeto Vencer o Tempo em Sete Cidades que
animaram de forma especial a nossa festa. de salientar o empenho dos membros organizadores desta atividade na decorao do espao que ganhou uma nova vida com as cores e os smbolos que marcam o Natal de todos ns e em todas as tarefas que implicam a dinamizao da atividade.As mesas decoradas para colocar as delcias trazidas pelos vrios membros da comunidade escolar estavam magnficas de cor e objetos alusivos a esta quadra natalcia
e convidavam os presentes a saborear as iguarias expostas.No ar pairavam sons, aromas, alegria, brilhos e polvilhos de marcas do Natal como o peru, as rabanadas, os sonhos, as
Mesas de Natal
SomosRevista 25
delcias de chocolate e todas as iguarias apresentadas que deram vida manh de sexta - feira que ficou marcada
pela grande participao de todos os que fazem parte da nossa escola e no s. Alis, esta atividade reflete na perfeio a importncia de
abrir a escola comunidade e da participao de todos na vida da sua escola. Da escola de todos ns!Tenho a certeza que todos os que fizeram parte desta
aventura viram reforados os laos de amor, amizade, solidariedade, alegria e paz que apregoamos nesta poca natalcia, mas que s tm sentido quando os colocamos em prtica e os partilhamos com os outros! Professora Margarida Braga
aconteceu
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A msica est no ar
A msica a melodia da alma, j dizia o poeta. No por acaso que frequentemente o nosso corpo embala em determinado ritmo mesmo quando no compreendemos o idioma em que determinada cano est a ser cantada ou mesmo quando desconhecemos os instrumentos que produzem tais sons. Ora s faria sentido que a msica e as diferentes lnguas invadissem os espaos da nossa escola no ltimo dia de aulas. De repente parece que os corredores e pavilhes se tinham tornado, quase que por magia, em diferentes pases e cidades, pois vozes cndidas e doces ecoavam sons de diferentes lnguas que se espalhavam por todos os cantos! No obstante as condies acsticas e climatricas no serem as mais adequadas, os nossos cantores deram o seu melhor e cantaram e encantaram a todos!
Professora Raquel Lopes
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A Magia do Natal
Muitas coisas mgicas e surpreendentes acontecem porque estamos no ms do Natale a nossa escola como sempre no exceo. Umas mais percetivas, outras mais subtis, o que um facto que algo inexplicvel ocorreh mais sorrisos, h mais otimismo, no obstante as circunstncias exteriores no serem, por vezes, as mais favorveis, a verdade que todos ficamos imbudos
de um esprito diferente.O dia 16 de dezembro foi precisamente de encontro a todas estas manifestaes. A escola ganhou outra coras decoraes sempre originais, fruto da imaginao e criatividade das colegas do departamento de Expresses, a par das iguarias das mesas de Natal organizadas meticulosamente pelos colegas do departamento de Cincias Sociais e Humanas, com uma pitada de boa disposio
do coro de lnguas, comeava a dar os primeiros sinais de que estvamos a passos cada vez mais pequenos da grande festa que o Natal.E porque estamos no ms de Natal h gargalhadas que ecoam pelo ar, a harmonia e a sintonia parecem assumir os ingredientes dirios, procurando deixar para trs mgoas e ressentimentos e tudo parece quase perfeito!Para coroar as festividades, houve a ceia de Natal, na qual uma vez
mais o departamento de Expresses primou pela autenticidade, carinho e acolhimento de todos. Foi um momento de encontros, de boa disposio, no qual o fiel amigo bacalhau esteve no
seu melhor, muito bem acompanhado pelos discpulos de Baco
e envolvidos pela doura natalcia partilhada por todos os presentes.Deixemos, por isso, que esta magia perdure no tempo, pois s assim vale a pena vivers assim faz sentido! Professora Raquel Lopes
Estvamos no 2 ano de
organizao da Ceia de Natal.
Se no ano passado j foi nossa
preocupao arranjarmos um local que conseguisse conciliar a qualidade com o baixo preo (este baixo preo sempre relativo) este ano, devido contextualizao econmica que se vive no nosso pas, ainda mais pertinente se tornava esta nossa preocupao. Desde muito cedo, ainda estvamos em Outubro, e j andvamos a sondar (numa linguagem mais adequada s nossas cincias, pesquisar, investigar, analisar,) preos. Depois de muito procurar, chegmos concluso que,
numa perspectiva economicista, era melhor voltarmos a realizar a Ceia nas nossas instalaes,
onde todos os participantes teriam de se fazer acompanhar de uma multa (bebida, entrada ou sobremesa). Assim, no dia 16 de Dezembro, durante a tarde, os colegas do Departamento de Expresses, numa azfama entre aulas e por isso com pouco tempo disponvel, decoraram o polivalente, montaram as mesas, num corrupio entre a cozinha, no meio dos pratos/talheres/copos, e o polivalente. noite, por volta das 20h, estavam prontos a
receber os estimados professores,
funcionrios, representantes da Associao de Pais e da
Assembleia Geral, num total
de 95 pessoas. Aproveitmos
o momento natalcio para homenagear os nossos entes queridos, j aposentados, o prof. Neto, a D. Brilhantina e o
Sr. Evaristo. A este grupo deveria
juntar-se a D. Maria que, por motivos de fora maior, no pde estar presente (com muita
pena nossa).Depois da entrega da prendinha, que da praxe, em troca de uma mensagem de Natal, l fomos para o palco do polivalente dar o nosso p de dana para queimarmos as calorias do jantar.
Ceia de Natal
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Foi mais uma Ceia de Natal da
nossa escola, num espao de que brevemente nos iremos despedir dele para dar lugar s novas instalaes e onde o convvio marcou a sua presena bem acentuada.Deste modo, aproveito este momento para agradecer a todos os que estiveram presentes e justificando e compensando o
nosso empenhado envolvimento nesta organizao.A todos um bem-haja pela vossa presena.
A ooordenadora do Departamento de Expresses,
Professora Silvina Pais
aconteceu
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No passado dia 25 de novembro de 2011, os alunos das
turmas do 9 ano da Escola Secundria do Castlo da Maia
assistiram a uma worskshop sobre Trfico de Seres Humanos,
no mbito da unidade curricular Racismo e Tolerncia. A sesso apresentou situaes em que os jovens podero ser atrados para redes de trfico, sem tomarem conscincia
da sua gravidade e das consequncias que da podero advir.Dentro da panplia de situaes que constituem Trfico
de Seres Humanos, foram apontadas ofertas atrativas de
trabalho no estrangeiro, em troca da identidade das vtimas, as quais acabam, muitas vezes, exploradas sexualmente. Os jovens foram ainda alertados acerca dos perigos online, nunca devendo revelar as suas verdadeiras identidades ou aceitar encontros com estranhos. Esta sesso foi muito profcua para esclarecer algumas situaes e perigos em que a maioria dos jovens pode incorrer, assim como para despertar as conscincias para os perigos do Trfico de
Seres Humanos, em concreto na web.
Professora Paula Vinhais
Human trafficking
SomosRevista 31
On the 25th november, in the local council of
Santa Maria de Avioso, we attended a workshop
about human trafficking. We learnt that there are
various kinds of trafficking in human beings such as:
attractive job offers abroad that are simply fake;
teenage girls that end up in the streets, forced to prostitution and doing drugs. These people from eastern Europe countries usually have their IDs
taken away on arrival and are trafficked for sexual
exploitation.We should neither accept any kind of proposals
from strangers nor post any personal information
online.Ana Neves, Diogo Sousa; Fbio Santos; Marisa
Freitas; Pedro Dias|9C e Paula Vinhais
On the 25th November, the 9th grade classes went
to the local council of Santa Maria de Avioso to
attend a workshop about human trafficking, which
is a more and more frequent situation nowadays.
We were told several real stories about teenagers
who had been lured and attracted with the promise
of a better and easier life. Unfortunately, these
teenagers, mainly girls, end up sold, doped and
forced into the world of prostitution, from which they
hardly ever come out again. The lady, who was
presenting this workshop, represents an association
that has already helped many victims of human
trafficking.
In conclusion, we have to be careful with
what we do, who we meet and the decisions we
make, because these acts can influence negatively
the ones around us.Beatriz|9E and Paula Vinhais
Faltava pouco para as 14:15h, quando
os bombeiros foram alertados para um incndio que deflagrava no laboratrio de
qumica da escola. Em simultneo, o alarme acstico sinalizador de incndio foi ativado e funcionrios, alunos e professores seguiram as instrues previstas nos planos de evacuao e emergncia da escola. Felizmente, tratava-se de um exerccio de evacuao. O alarme de incndio era falso. Este exerccio destinava-se a testar o plano de segurana da escola, a incutir na comunidade escolar sentimentos e hbitos de preveno e autoproteo, assim como a rapidez da evacuao. Procedeu-se, ainda, a uma breve reunio
entre a direo, a encarregada operacional e os bombeiros onde se apontaram os pontos fortes e fracos relacionados com esta atividade. Professora Ins Marques
aconteceu
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Simulacro de incndio
SomosRevista 33
aconteceu
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Ser Educadora Social Saber, Saber Ser,
Saber Fazer. Acima de tudo ser mais reflexiva,
mais questionadora, mais crtica e mais atenta s necessidades dos indivduos e dos grupos. Foi precisamente por estar atenta s necessidades dos outros que encontrei nesta comunidade escolar a oportunidade de ser um agente de mudana, contribuindo para melhorar as competncias de cada um de modo a provocar neles a vontade de transformarem a sua vida. Entendo que todos ns somos muito mais assertivos quando estamos diante de toda a informao, s assim podemos assegurar escolhas acertadas e traar caminhos bem definidos para a nossa vida.
Os jovens de hoje, assim como os de ontem, tm necessidade de informao, preciso chegar at eles e decifrar enigmas, (des)construir preconceitos, tabus. preciso estabelecer com eles relaes de empatia, proximidade, de modo a valorizar as suas potencialidades. acreditando que eles so capazes que me entrego neste projecto de voluntariado. No incio quando comecei a dinamizar algumas sesses informativas, questionava-me muito se este
seria o caminho. Hoje tenho plena conscincia de
que por aqui que tinha de comear. preciso que as crianas tomem conscincia de que determinados comportamentos ou escolhas podem comprometer o seu estado de sade a vrios nveis. Se tivermos em conta que os comportamentos ou
hbitos adquiridos determinam os comportamentos futuros, ento reforamos a importncia de aces deste tipo, que visam a preveno primria e que consciencializam os adolescentes para a adopo de comportamentos saudveis. A ausncia de informao incapacita e/ou dificulta
a tomada de deciso. Da, a importncia da abordagem dos temas como o Tabagismo, Perigos
Eminentes do lcool, a Droga, em meio escolar.
O meu contributo vai no sentido de capacitar os adolescentes de avaliarem, com esprito crtico, o meio social em que esto integrados e de valorizarem a sua transformao positiva e progressiva. A experincia muito enriquecedora,
Encarregada de educao Paula Filomena S
Educadora social
Educao social
sesses informativas na escola
SomosRevista 35
Concurso de leitura
No dia 15 de dezembro, de 2011, os alunos
da Escola Secundria do Castlo da Maia
reuniram-se no Clube de Lnguas para assistirem
ao Concurso de Leitura, A Voz das Lnguas.
Participaram alunos de vrias turmas e de
vrios anos de escolaridade, apresentando leituras em lngua portuguesa e em lnguas estrangeiras, ficando apurado, nesta 1
eliminatria, apenas um aluno de cada ano. No final do ano, os alunos e os professores
reunir-se-o de novo para selecionarem os melhores leitores da escola. Catarina Chaves|7E ( notcia adaptada)
Somos um grupo de seis alunos do 12E (rea de
Economia) e estamos a desenvolver, no mbito da disciplina de Economia, o projeto A Empresa em parceria com a empresa Transnacional Junior
Achievement e o voluntrio, Dr. Hugo Martins, Diretor
Comercial do Grupo Salvador Caetano. O projeto
consiste num servio totalmente inovador, dirigido aos hipermercados, e que ir mudar a sua vida, enquanto consumidor. A nossa empresa tem como principal misso promover a qualidade de vida da populao, disponibilizando um servio revolucionrio que assenta em dois princpios fundamentais: a racionalizao dos recursos e a poupana de tempo. J imaginou o
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Jos Soares; Patrcia Carina |12E
Waterloo
palavras solta
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Criatividade manifesta
Hoje, uma parte de ti (em mim) tem percorrido as subtis
montanhas do meu rosto, desaguando no vale sequioso dos meus lbios. No tenho percorrido os caminhos que me levam at ti, mas penso que me queres por perto, no fosse a tua presena nas janelas da minhalma. No entendes que me tens, que sou una contigo, ontem, hoje, eternamente! H ocasies em que me observas e eu com o olhar perdido
no teu horizonte. Outras h, que enxaguas o manto cinzento que me cobre, tornando-o um pouco mais reluzente. H
momentos de ternura manifesta ou de agitada controvrsia. Hoje, mais do que ontem, a controvrsia est implementada
no meu corpo de mulher. Tenho-me mantido firme, como um
guerreiro que enfrenta a corrente do rio que flui em sobressalto.
Cuido do canastro que alberga a minhalma, sem procurar
pedir-lhe mais do que o simples fluir, espontaneamente, sem
sobressaltos ou sem grandes expresses de criatividade, a mesma que manifestada em cada segundo da tua existncia. Esta que pode ser observada em cada pormenor, aparentemente insignificante, da tua delicada natureza.
Hoje, constato que nunca te comportas conforme o meu
querer. Quando espero que estejas calmo, aporto no teu cais e ests incrivelmente agitado. Outras h que preciso da tua fora e manifestas uma serenidade pesarosa. Ser por isso
que no vou at ti? Ser por isso que no tenho desejado o
nosso encontro?Hoje, mais que nenhum outro dia, sinto o meu corpo, tal
como o teu imenso fsico em dias tempestuosos, com uma necessidade de criar e manifestar o dom criativo que abrigo ou que almejo apreciar. Que todas as minhas molculas se associem em gotculas de ternura, formando clulas de amor, num seio aquietado com sabor a flor.
J que no caminho na tua direco, aporta no meu cais
e permite a manifestao da criatividade no meu corpo de mulher. Professora Carla Madureira
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Qualquer palavra tem uma fora, um peso, um poder. Tem a capacidade de nos fazer sorrir, sonhar, refletir, acreditar, voar, mas,
tambm nos faz chorar, desistir, cair. Afinal, o que diferencia as
palavras? simples: quem, quando e como as pronuncia.Tanto so mar, profundas e plenas, como autnticos desertos, vazias e desprezadas. Podem levar-nos por caminhos diversos, uns com
sada, outros com uma enorme muralha a impedir a passagem. Podem levar-nos a reviver recordaes guardadas na enorme e
resistente arca onde so colocadas todas as memrias ou levar-nos a uma viagem ao passado mais sombrio. Podem fazer-nos encontrar a
felicidade ou mesmo perd-la. Podem dar-nos fora para continuar
a lutar ou, contrariamente, fazer-nos baixar as armas e desistir.Vrios sentimentos e diversas emoes podem ser despertadas por simples palavras. So capazes de nos transportar para outros mundos,
para novos horizontes, para novas descobertas, so capazes de provocar o renascimento do nosso ser. A razo de tudo isto acontecer? simples: qualquer palavra tem uma fora, um peso, um poder! Vnia Marques |10D
A Fora da Palavra
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L, era tudo to sereno, to calmo. Aquele
stio escuro, iluminado por pequenos espectros distantes. Aquele infinito inconstante era arte para
mim: como que algo to delicado poderia ter sido fruto de to brusca criao? Era impensvel, apenas uma divindade seria capaz de criar tanta perfeio!Durante anos, foi o meu porto seguro, o meu mais desejado sonho e tambm, mais tarde, a minha maldio. Nele eu via a razo e o respeito que em outros questionava.Eu, por ele, lutei, pelas certezas e incertezas que me transmitia, tudo por ele eu fiz, dei a volta minha palavra, enfrentei as maiores autoridades e tudo
o que ele me trouxe foi uma morte incerta e o pesadelo de sem ele viver.Hoje, j no o consigo olhar nos olhos, ele j no me transmite conhecimento,
apagou-me da sua vida mas eu jamais o afastarei da minha. Carlota Santos |9B
Galileu personificado
SomosRevista
Aprendi que ningum nasce a saber pensar, mas que nos vamos construindo por dentro com os nossos erros e as nossas experincias de vida. Aprendi que todos ns devemos ter a cabea arrumada e as gavetas organizadas e que eu devo ser um barco, e os adultos que me rodeiam devem dar-me os remos; mas no posso deixar que faam tudo por mim. Compreendi tambm que uma pessoa equilibrada sempre responsvel
pelos seus atos, que pensa antes de falar e de agir. Que no magoa com as suas palavras mas que no tem medo de as usar.Aprendi tambm que se deve ter sempre a razo e o corao de mos dadas, pois separados criavam uma pessoa demasiado fria e cruel ou demasiado irracional.
Aprendi ainda que uma imagem pode ter vrios significados,
dependendo da pessoa e do contexto em que est inserida.Finalmente, j mais tarde, aprendi que nunca saberei o fim da
minha vida. Mesmo quase a dar o toque para a sada a professora perguntou se algum ainda no sabia o que era a disciplina. Alguns ainda tinham dvidas, mas a professora esclareceu-os de imediato. Mariana Pereira |8F
Numa aula de pensamento crtico no estudo aprendi
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Um ltimo respirar...
Corro por entre as rvores tentando libertar o que vai dentro de mim.
A raiva, a tristeza, a solido, o desespero. Grito o mais alto que posso e ouo o eco da minha voz ao longe.
Tropeo num tronco de rvore cada e caio de joelhos em cima de uma poa de gua. Olho para o meu reflexo.
O meu olhar est sombrio, sem vida, sem brilho. O meu sorriso brilhante desapareceu por completo.O meu cabelo est desgrenhado e sem cor.As lgrimas, que tanto querem cair, no caem. O desespero tenta ao mximo sair.A tristeza tenta ao mximo dar de si.A solido cada vez mais impera em mim.E a raiva...A raiva corre-me nas veias juntamente com o sangue a toda a velocidade.Olho uma ltima vez para o meu reflexo...
Olho uma ltima vez para a rapariga sem vida...Olho uma ltima vez ao meu redor...Dirijo-me ao penhasco que havia a alguns metros dali.Um ltimo olhar.Uma ltima lgrima.Um ltimo sentir.E...Um ltimo respirar. Rita Garcia|10F
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Requiescat in pace Descansa em paz
Ainda estou de luto. Perdi um amigo h oito meses e as saudades
no deixam de apertar. No era o meu melhor amigo, nem nada que se parea, mas era um companheiro fiel e presente em todas
as horas. Na tristeza confortava-me, na alegria descontraa-me. Quando estava entediada espicaava-me e quando estava nervosa acalmava-me. Estava presente aps uma boa refeio, mas em boa verdade tambm no faltava chamada antes. Agora sinto-lhe a falta, em particular o meu crebro, coitado, que ficou mais pobre.
A classe de neurnios responsvel pelo bom humor (do 1578 ao 234
693) esvaiu-se em lgrimas e o apago que se deu nos neurnios
associados criatividade (1 milho deles) foi pior que aquele que se prev devido TDT (pelo menos no que me diz respeito: sou boaZON). Como j
referi antes, eu perdi um amigo mas, em contrapartida, ganhei uma amiga que tambm no me larga. E, se o meu crebro ficou mais pequeno, a minha
barriga aumentou e ficou proeminente.
Num mecanismo compensatrio fiquei
gulosa e virei Popota. Uma Popota com
pulmes mais saudveis, certo, mas com a perspetiva horrvel de ter de me
inscrever na prxima srie do Peso Pesado, ou ento, de acabar a
fazer anncios para o Continente. No me revejo muito nesta ltima
hiptese porque me identifico muito mais com o Jumbo. Eu explico
a associao de ideias: Jumbo elefante - trombas. A escritora Rita
Ferro respondeu, a propsito dos desejos para o ano de 2012 : Deixar
de fumar e emagrecer 15 quilos incompatvel? Pois era mesmo isso
que eu queria! E com esta se conclui que no existem idades para acreditar no Pai Natal.
Para a Rosa Cruz com carinho
Licnia Martins
PS: Para arranjar inspirao e conseguir escrever este artigo defumei--
-me com lenha de azinho (como os presuntos). que h hbitos muito arreigados Professora Licnia Martins
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O leo e o anjo
A histria de um pequeno anjo que sonhava ser amigo de um leo...
Tudo normal! Acordei e vi-me ao espelho. Parecia estar mais alto a
cada dia que passava. Quem pensar em mim pode reter uma imagem bastante calma e sossegada, mas faltava alguma coisa... Sim! Sem
dvida que faltava alguma coisa! Mas o que seria? No estava Sol, por
isso no levava bon; no estava chuva por isso guarda-chuva tambm no iria precisar; mas... tinha a certeza de que me faltava alguma coisa... J sei! A minha aurola! Sim! Era mesmo isso! Tinha tudo... menos
a aurola! Voltei a casa e fui direitinho caixinha onde guardava o meu pequeno bem, que pode no parecer nada mas era muito importante! Aquele meu pequeno crculo doirado, feito com o p celestial, era a minha grande fortuna. J pronto,
atravessava o prado do Paraso e todos sabiam
que era eu. -L vai o nosso menino com aqueles cabelos loiros
e aqueles olhinhos azuis cor do cu... Parece um
menino de cinco aninhos! Todos me achavam muito calminho e muito envergonhado, mas eu gostava era de aventuras! Sonhava eu que um dia iria ser um grande
descobridor... Uma noite, deitei-me na relva fresca e curtinha, a olhar para o cu estrelado... Cada estrela era uma nova descoberta e eu, na minha
inocncia, tentava cont-las, pois, se elas tivessem conta certa, eu seria um grande anjo da matemtica... E todos aqueles pontinhos no quadro negro que era o cu se tornavam para mim uma grande maravilha... Mas o meu maior sonho era ser amigo de um leo. Queria poder sentir a liberdade de ter um amigo diferente, um amigo que no fosse um anjo. Se ainda no me acham um aventureiro... vo achar com
certeza quando vos contar como conheci o scar. Esto de certeza a questionar-se: Quem o scar?. Pois ento digo-vos que o scar
meu amigo, mas no um anjo. um leo amvel e dcil que eu conheci. Estava eu a caminho de casa quando ouvi um gemido que me parecia vir de um animal ferido. E era! Era o scar deitado no cho,
SomosRevista
ferido, a tremer de frio e a gemer de dor. E eu fiquei a noite toda com
ele, a rezar para que melhorasse.-Por favor meu Deus, ajuda este ser a recuperar porque est ferido e
tem frio! E foi a que desceu sobre ele uma manta feita de l que o cobriu, deixando apenas a cabea de fora. E ele parou de tremer. De manh, ajudei-o a levantar-se e levei-o para a minha casa. Preparei um espao
no meu jardim e ele deitou-se l. Desde esse dia que o alimentei e tornmo-nos amigos. E foi assim que realizei o meu sonho. Mas a histria no acaba aqui! Os meus olhos tinham outro brilho, os meus gestos outra eficcia e eu
voava com mais energia. Eu estava feliz! Sem sombra de dvida que era
o anjo mais feliz no enorme Paraso. Agora, eu dava mais importncia
a tudo: amizade entre o lobo e as ovelhas, ao som pacfico da
gua cristalina a correr por entre ervas e pedrinhas e at mesmo ao maravilhoso chilrear dos passarinhos. Agora tudo tinha mais cor e alegria! Tudo me parecia mais vivo e nico! Tudo era bom. Foi ento que pensei para mim mesmo: Agora que cumpri o meu sonho tenho de encontrar outro!. Pensei,
pensei e pensei at que me surgiu uma ideia: - scar, e se arranjssemos outro amigo? No sei se concordou, mas eu comecei logo a imaginar como seria o nosso novo amiguinho: uma tartaruga, um koala, uma catatua...Quem seria? Como seria? De repente ouvi uma melodia que me fazia
lembrar...a minha campainha! Fui abrir a porta e qual no foi o meu espanto quando vi um cesto com algo dentro, mas como tinha uma manta por cima no percebi de imediato do que se tratava. O cesto tinha um bilhete, o qual me apressei a ler. O bilhete dizia: Aceita o meu presente porque dado com carinho, levas dentro desse cesto um pequeno cordeirinho Seria de imaginar que eu estava mais que contente! Eu tinha um novo
amigo! O seu nome era...Tinha de pensar num nome para ele. Sendo
ele um cordeiro, no havia muito por onde escolher...mas ele tinha algo de especial: tinha duas pequenas manchas pretas. Decidi chamar-lhe Malhado. Agora tinha a certeza que o meu corao estava preenchido.
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Ana Sampaio|8G
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Quadras vencedoras do Concurso "Quadras
de S. Martinho" que ocorreu durante o ms
de novembro de 2011 na escola.
2 Prmio
Se eu j tivesse idade
Provava o nosso vinho
Assim deixo para mais tardeQuando j for crescidinho. Joo Pedro|8B
3 ciclo
1 Prmio
Estava um dia chuvosoQuando apareceu S. Martinho.
E com um gesto generosoPs o dia mais quentinho!
Joo Lopes|8C
3 Prmio
Nos outros pensou,Ningum o impediu,As pessoas ajudouE isso conseguiu.
Matilde Viegas|7D
SomosRevista
3 Prmio
Num dia de tempestadeCom um mendigo a suplicar
So Martinho partilhou a capa
E o sol voltou a brilhar. Sara Cunha|11C
Ensino Secundrio
1 Prmio
A crise mundialA Troika est em Portugal
E as castanhas so carasPorque as poupanas so raras.
Diana|11H
2 Prmio
No dia de S. Martinho
No quebres a tradio,Compras castanhas e vinho
Para alegrar o corao.
Ana Cristina|11D
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Houve um tempo em que o mundo era a preto e branco. A rdio transmitia estaticamente as notcias da Grande Guerra; as pessoas fugiam dos seus lares para tentar a sorte num stio mais calmo, longe de tudo; famlias eram desfeitas pela tirania de outros; as crianas no conheciam o riso nem o futuro, apenas a obedincia e o mutismo; as colheitas no medravam, eram destrudas, e a fome crescia e crescia. Tudo estava pejado da fugaz morte. Salvao ou danao?
Era nisto que a velha pensava enquanto contemplava a fraca luz do sol que raiava palidamente o teto do seu quarto. Tal como o estado precrio e doente do mundo, o seu aposento era pequeno e poeirento de tantos anos de desleixo. Para alm dela, apenas pirilampos deprimidos em
frascos lascados numa das prateleiras e uma papoila sem cor, murcha, no beiral seco da janela rachada do rs-do-cho viviam naquela quietude enclausurada. O marido h muito havia partido, homem do exrcito, e os filhos, tristes e contritos, mal a visitavam. E se o fizessem,
era apenas para lhe desejar um Feliz Natal que j ningum sentia, ou um aniversrio aptico, ou para se certificarem que ela ainda no partira,
estando assim prostrada por tanto tempo, sozinha. Vazia.Vazia relembrava o seu amor de infncia, amor que morrera por ela, levando todo o sentido. J no tinha foras para visitar a sua campa,
to longe que era por isso confinava-se aos seus deprimidos pirilampos
e sua papoila sem cor, ponderando a lenta evoluo do mundo.De cada vez que fechava os olhos, tentava visionar a paz. E quando estava quase l, quando s faltava mais um pequeno passo, um piscar de olhos, acordava novamente para o cinzento do dia. E todas as manhs soltava um suspiro triste.Um dia, algo mudou. Quando a velha abriu os olhos rugosos, sentiu algo estranho no ar. Uma cadncia diferente, mais leve. O que seria?Apurando os sentidos, relatou que a luz de sempre que afagava a janela parecia mais viosa. Iluminava melhor, como se tivesse um novo
propsito. Com espanto viu a papoila a agitar as suas plidas ptalas,
ganhando a cor vermelha da vida enquanto endireitava o caule, jovial outra vez.Outra distino do habitual era um som - A velha susteve a respirao pesarosa para poder escutar melhor um som desafinado animal
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Um fim no comeo
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seriam gaivotas?Levantando a cabea na direco do vidro, aguardou,
expectante, que o cantar aumentasse. Quando veio, tudo o que distinguiu foi um som barulhento e revoltoso como as ondas do mar. Elevou-se nos cus, dando lugar verdadeira algazarra de vozes. Mas desta vez eram humanas. Canes.
No Uma cano. Num repente que abanou o quarto da velha, o ar soprou, derrubando o frasco lascado e libertando os pirilampos para a luz, onde renasceram e pairaram por cima da velha, expectantes. As canes subiam de tom, agora berrando de felicidade mal contida. A velha distinguiu crianas aos guinchos, homens aos berros e mulheres celebrando rua fora, todos embandeirados e com as mesmas palavras nos lbios: Somos livres!
Somos livres!
No voltaremos atrs!
Os portugueses continuavam nos seus cantares. Lentamente,
tomando conscincia, a liberdade abriu caminho no mirrado corao da velha, alojando-se e tornando-o fogoso outra vez.O ar tornou-se fresco, doce para as suas narinas como h tantos anos o fora. Liberdade! Estaria finalmente livre? Olhou a papoila e os
pirilampos, ouviu as crianas e os adultos a festejar e fechou os olhos uma derradeira vez, finalmente encontrando a paz num pequeno e
ligeiro suspiro feliz.Muito longe dali, uma borboleta bateu as asas e levantou voo. Andreia Pimenta|10F
Ao longo do 10 ano, o programa de Portugus
prev o contacto do aluno com uma grande diversidade de textos do domnio transacional/utilitrio, nomeadamente Declaraes, Contratos,
Regulamentos, Relatrios, Requerimentos, entre outros Este ano, prosseguindo este mesmo estudo que dever sempre implicar o envolvimento direto dos alunos, e na minha qualidade de professora de Portugus a lecionar o 11 ano, decidi desafiar
os meus alunos para a elaborao de Cartas de Reclamao, deixando-lhes liberdade de escolha do(s) motivo(s) que estaria(m) na base da sua redao.Assim, criou-se um amplo espao de crtica pessoal,
mais ou menos pertinente, mas necessariamente importante no sentido de desenvolver nestes jovens a capacidade de observarem criticamente a sua/a nossa realidade, tantas vezes injusta e/ou desadequada s nossas necessidades! Reconhecendo em todos ns, Portugueses,
uma tendncia quase que estrutural (!) para a resignao passiva e preguiosa, penso que se tornou ainda mais desafiante esta atividade no
contexto da aula de Portugus!
Difcil foi selecionar, de entre tantas, apenas uma ou duas Cartas de Reclamao, conforme as
orientaes desta equipa que to bem constri esta Revista / Jornal!
Aqui vo elas:
palavras solta
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Vera RosaRua da Bajouca, 1590
4475-114, Gemunde
Ministrio da Educao Rua da Frente, 114
4578-190,Lisboa
Gemunde, 5 de novembro de 2011-11-16
Assunto: excesso de tempo passado na escola
Exmos. Senhores,
Venho por este meio, comunicar a V.Exas. o meu desagrado perante o excesso de tempo passado nos estabelecimentos de ensino, por parte dos alunos.Embora perceba que a escola seja importante para a nossa vida, uma vez que ela que nos prepara para o futuro, o tempo que a passamos de alguma forma excessivo, pois um aluno que entre na escola no primeiro hora da manh e saia apenas na ltima hora da tarde passa, exactamente, dez horas na escola! Juntando a essas dez horas as nove
horas que um adolescente deve dormir, ficaramos apenas com cinco
horas do dia para desfrutar. Como na adolescncia o ideal seria praticar
duas horas de exerccio fsico, ficaramos ento com trs horas; mas no
nos podemos esquecer que o jantar e a higiene pessoal tambm ocupam
Professora Margarida Miranda
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algum tempo! Suponhamos que estas duas tarefas ocupam cerca de uma hora e trinta minutos, teramos
uma hora e meia para dedicarmos famlia e aos estudos. Mas, como normal na personalidade de um adolescente, esse tempo raramente dedicado aos estudos. Por isso, gostaria que reduzissem o tempo de aulas e de horas passadas na escola para que os adolescentes
tenham mais tempo para estudar e para se prepararem para o futuro.Sem outro assunto, os meus melhores cumprimentos,
Vera Rosa |11B
Maria Vieira Santos Silva
Rua Banda da Msica de Moreira n93 1 Dto. Tras
4470-197 Moreira da Maia
Dr. Lara Lopes
Presidente do Conselho Executivo
Escola Secundria da Banda Da Msica
Rua Mestre Clara
4470-270
Moreira da Maia, 17 de novembro de 2019
Assunto: Falta de tempo para os meus amigos
Cara Dr. Lara Lopes
Venho, por este meio, comunicar a V. Exa. que nos ltimos dois meses no tenho tido tempo para estar com os meus amigos! Deste modo reclamo o meu direito a estar com eles. Como qualquer jovem, o convvio com eles necessrio, e tal situao tem vindo a ser-me negada pela
escola: a carga horria excessiva e os trabalhos de casa abundantes no me permitem tempos de lazer e, como tal, nestes ltimos dois meses tenho negligenciado as minhas amizades. Devo inform-la que nenhum dos meus amigos frequenta o mesmo estabelecimento de ensino que eu frequento, o que torna ainda mais complicado estar com eles.Deste modo, venho solicitar a V. Ex. que me reduza a carga horria e, se possvel, o nmero de trabalhos
de casa. Se tal situao no se verificar j na prxima semana, irei
recorrer s vias legais necessrias para fazer valer os meus direitos. Considero que a minha sanidade mental e as minhas capacidades
scio - afectivas esto a ser seriamente afetadas e no hesitarei em processar este estabelecimento de ensino, se no fizerem valer os meus
direitos.Sem outro assunto de momento, apresento os meus melhores
cumprimentos, e subscrevo-me, Maria Vieira Silva|11B
fora de portas...
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A Marina Pinto aluna do 10B da
ESCM e descobriu recentemente
uma paixo singular: participar com os seus amigos de quatro patas em competies caninas. Em conversa com a SomosRevista,
partilhou connosco experincias e alguns conselhos para aqueles que se interessem pela modalidade.
SR- Quando comeou o teu
interesse por participar em
competies de ces?
MP- Bem, desde que me
conheo que gosto de ces e fui tendo alguns rafeiritos... Mas a minha grande paixo sempre foram os Retrievers (Goldens
e Labradores). Mais ao menos
h cinco anos comecei a ir exposio canina na Exponor, e desde a que me tenho vindo a interessar por exposies. Mais concretamente, em 2011,
comecei a pensar em participar. Foi nessa altura que comprei a minha cadela, uma suposta Golden Retriever, que depois
viemos a descobrir que no era pura... Mais tarde, em Setembro
conheci uma criadora de Flat Coted Retriever em Aveiro. Fui
descobrindo mais coisas sobre a raa e acabei por ficar com um
dos cachorros. E a passei para a aco e inscrevi-me com o meu co na exposio canina em Braga.
SR- uma paixo s tua ou
partilhada pelos outros membros
da tua famlia?
MP- Por exposies mais minha...
Por ces, toda a minha famlia
materna a partilha comigo.
SR- O que que uma participao
desse gnero implica, em termos
de tempo, dinheiro, preparao?
MP- Tempo: muito tempo e muita
pacincia... Disposio para passar um domingo ou um fim-
de-semana inteiro por outras zonas do pas.Dinheiro: depende da idade do co e da classe em que participa. Por exemplo, se um
co que se enquadra na classe de bebs (dos 4 aos 6 meses
de idade), o valor da inscrio inferior de um co que participe na classe de cachorros (que vai dos 6 aos 9 meses). Se
for uma raa nacional, os valores de inscrio so inferiores, talvez para promover a divulgao da mesma. Depois, claro, acresce o valor das deslocaes e refeies.Preparao: o co tem de
estar tratado (banho tomado, escovagem...) e tem de ser treinado e corrigido, isto , saber como andar em ringue e como ficar em posio.
SR- Que competies nacionais
existem, com que frequncia e
quantos participantes tm em
mdia?
MP- Todos os anos h pelo menos
uma exposio por ms, ou seja, um mnimo de 12 por ano. O
nmero de participantes varia bastante, dependendo se a
conversa com a aluna mariana Pinto|10B
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exposio s de beleza, ou se inclui obedincia e agility.
SR- De que forma que os teus
ces reagem ao momento da
competio? E tu?
MP- A meu ver, o meu co acha
aquilo uma brincadeira para meninos. Ele adora o ambiente e porta-se muito bem. Eu fico
mesmo muito nervosa, mas at agora ainda s participei numa... Por isso ainda no posso dizer
muito.
SR- Que conselhos darias a
algum que gostasse de inscrever
o seu co numa competio?
MP- Primeiro: o co tem de ter
toda a documentao, LOP/
Pedigree para poder participar
em exposies de beleza.Se quiser competir em agility
ou em obedincia at pode ser um co rafeiro... Mas no pode participar em competies internacionais, o que acho uma injustia, visto que tanto um co rafeiro como um co de raa pode ser obediente ou ter
''bom corpo'' para agility. Em
beleza os rafeiros j no podem participar visto que no h um escalo (padro definido) para
poder ser avaliado e pontuado.Segundo: pacincia, tempo,
persistncia e acima de tudo dedicao. Terceiro: se ainda no tem um co e este mundo apelativo, ponderar muito bem a raa a escolher, conhecer vrios criadores (e no ''criadeiros'', que pedem uma tuta e meia por um co. Isto revela que
provavelmente a pessoa que est a vender os ces no criou as condies mnimas de sade e bem estar tanto da cadela como dos cachorros, e que estes possivelmente iro desenvolver doenas) e ver o que cada um oferece. Conhecer sempre o pai
e a me e pedir despistes das doenas das raas em questo. Se alguma dvida permanecer,
falar com um veterinrio ou dirigir-se ao Clube Portugus de
Canicultura.
A compra a ''criadeiros'' facilita
a proliferao de doenas genticas e o estrago das raas. Um co comprado a um criador desses at pode vir a ser campeo de uma exposio de beleza, mas a sua compra fcil pode tambm resultar em abandono. Por exemplo, comprar um co a
75 euros totalmente diferente
de comprar um co a 1000
euros, isto , o co de 75 euros
fruto do cruzamento entre uma cadela e o co dum amigo do amigo pelo qual nem se pagou a monta e se sobrarem cachorros at podem ser abandonados, da cada vez se ver mais ces de raa em canis e abrigos. J o de
1000 euros fruto duma criao
em excelentes condies com a escolha de dois bons reprodutores. Qualquer criador eticamente correcto no permite que ces com defeitos genticos se reproduzam. equipa SomosRevista
fora de portas...
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SR- Quando era pequena, o que queria ser quando
fosse crescida?
DC- Desde sempre tive um fascnio pelo desenho,
sendo que muito do meu tempo livre, para alm das brincadeiras de grupo prprias de qualquer criana, passava muitas horas a desenhar e a criar as minhas histrias com os lpis de cor e marcadores. Enquanto adolescente, olhava com admirao as minhas professoras de Educao Visual e sempre me vi crescida a desempenhar o mesmo papel. Ensinar aquilo que mais gostava de fazer, num ambiente descontrado e propcio para o ato criativo.
SR- Em que projetos est envolvida atualmente?
DC- Dar aulas de Educao Visual continua a
ser a minha profisso e por isso tambm a minha
prioridade, e tambm ela um projeto, pois os
desafios so constantes e com eles estamos em
permanente enriquecimento e aprendizagem. Em paralelo, mantenho acesa a minha paixo pelo desenho e pelas artes plsticas, no seu sentido mais lato. Adoro e sempre que posso vou ao cinema, a concertos, exposies, teatro, etc. Encontrando-me no mundo das Artes, imperioso manter-me atenta aos vrios domnios que a Cultura
nos proporciona. Como artista plstica, tenho
o dever para comigo de estar atualizada, estar minimamente informada sobre as constantes transformaes que ocorrem nas Artes. Sempre que me possvel vou expondo os meus
trabalhos. Recentemente, fui co-fundadora de uma associao cultural, esta de nome da casa!( www.guimaraesnocnoc.com ) e que surge no
mbito do Guimares NocNoc, projeto anual cujo
conversa com a Professora Dlia de Carvalho, por Alice Sousa
Professora de Educao Visual na nossa escola; coordenadora da Somos Revista; fotgrafa;
artista plstica
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mote criar um roteiro artstico pedestre, na zona do centro histrico de Guimares, onde permitido ao pblico uma interao, um
contato direto, no s com as obras de arte, como tambm com os seus autores, nos seus ateliers, casas particulares, associaes, lojas e ruas. A ideia foi fazer chegar a arte a todos os pblicos em ambientes no institucionais, mais descontrados, intimistas e informais e, ao mesmo tempo, conseguir no s um maior envolvimento e participao da populao local, como tambm proporcionar uma maior colaborao entre os criadores. Esta mostra de artes integra mltiplas disciplinas, como: cinema; pintura; dana; escultura; teatro; literatura; performance; fotografia; msica, enfim, todas as formas
resultantes do ato criativo eram passveis de serem expostas. Dado o sucesso deste projeto, e tendo obtido o apoio da Capital Europeia da
Cultura na divulgao do evento, foi necessrio criar uma associao
cultural e assim surge a da casa!, que entretanto, tem para breve um outro evento que mais, uma vez, promete animar toda a gente. Chama-se Guimares y y e, tal como o nome sugere, ser um
dia dedicado, desta feita, msica rock portuguesa que irrompeu nos anos sessenta, setenta e oitenta a histria do chico fininho
contada nos dias de hoje. Esto previstos concertos de bandas da poca, tertlias com nomes sonantes da msica, como Adolfo Luxria
Canibal, documentrios de msica, peas de teatro e os bares e
cafs locais estaro em sintonia com o evento, tendo a msica y y
sempre como pano de fundo. Este evento est agendado para o dia cinco de maio, no se esqueam! Um outro projeto que acabo de desenvolver chama-se A New
Face Portrait of a diary (www.newface.eu). Este surgiu a partir de
um convite de uma artista plstica holandesa Yolanda Bovens, que
tendo conhecimento do evento NocNoc, aliciou-me para integrar/colaborar num projeto seu, no qual so convidados 220 artistas de
30 pases diferentes at ao ano de 2018, tendo j iniciado em 2008.
O projeto A New Face consiste na auto representao diria do
artista durante uma periocidade de trs meses, num dirio que nos fornecido pela autora do projeto. Uma das finalidades deste projeto
ser exibido em algumas das Capitais Europeias da Cultura.
SR- O que a levou a abra-los?
DC- mais uma forma de me manter ativa, acordada e realizada
profissionalmente. Todos estes projetos envolvem equipas, pessoas
com quem partilhamos ideias, conversas, companhias, sorrisos, planos.
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Aprendemos, damos e, sobretudo, recebemos. Por
vezes, e no querendo subestimar os resultados, a participao num novo projeto o mais desafiante
e todo o percurso descoberta e aprendizagem.
SR- Fotografa e pinta. So duas formas diferentes de
alcanar o mesmo fim?
DC- Julgo que todos os processos criativos
nascem de um mpeto, de uma vontade interior que tem necessidade de ser exteriorizada, no necessariamente, ou nem sempre, procura de atingir um fim. O fim, neste caso, dever ser se
conseguimos fazer passar a mensagem. No que s minhas obras diz respeito, pretendo que elas falem sozinhas, e se assim no ocorrer, o meu trabalho no resultou. Para mim, essencial que trabalho
criativo comunique com o espectador. Cumpre
ao desenho/pintura/fotografia dar a conhecer
ao outro novos caminhos, novos possveis, novas estrias, por isso, sim o mesmo fim.
SR- Prefere fotografar/pintar pessoas ou outros
elementos da realidade envolvente? Porqu?
DC- Sem hesitar, pessoas. Talvez por as pessoas
serem mais complexas, mais misteriosas. Interessa-me captar as emoes e sentimentos,
especialmente, os mais escondidos, e todos Ns, somos pessoas com mais Eus. Muitas vezes, (talvez porque estejamos habituados s regras ditadas pela sociedade na qual estamos inseridos) vestimos outras capas, outras roupagens e acabamos por ocultar, algumas vezes at de ns prprios, o nosso mais verdadeiro Eu. Depois, para alm da panplia de capas/mscaras que possamos recorrer, ou
no, somos todos em primeiro lugar seres nicos e irrepetveis. Para mim, as pessoas so o referente
mximo para as estrias que pretendo contar atravs do meu trabalho.
SR- Pinta quando lhe apetece, quando lhe chega
a inspirao ou define horrios de trabalho,
momentos do dia ou da semana que marca na
agenda para realizar essa atividade?
DC- Idealmente, pinto quando surge a chamada
inspirao. Quando o dever pede que seja feito de outra forma, como por exemplo, quando tenho que levar a cabo uma encomenda e esta tem um prazo de entrega, o trabalho torna-se mais lento, menos atrativo, est em negao. No meu entender, as encomendas, por vezes, podem inibir um bom resultado, pois existe uma preocupao extra o ter de agradar a outro - e negligenciamos, deste modo, mesmo que inconscientemente, a nossa criatividade, o voo, o improviso. No entanto, gosto de pintar em qualquer hora, dia, noite, manh ou tarde, desde que tenha tempo livre e a vontade a chamar.
SR- Quem so os seus pintores preferidos? Porqu?
DC- Egon Shielle, Modigliani, Klint, Paula Rgo,
Lucien Freud, Alice Neel, Soutine, Stanley Spancer
e muitos outros. Refiro estes porque tambm eles
so figurativos. As suas obras so para mim uma
fonte de inspirao e admirao. So pinturas
cujas cores e pinceladas revelam muito mais que impulsos ou gestos, transmitem sensaes e no ficamos indiferentes ao vision-las.
SomosRevista 55
SR- Insere-se em alguma escola de pintura? Como
definiria a sua pintura?
DC- Na contemporaneidade existe uma maior
liberdade de criao, no existe um movimento artstico especfico que vingue. So muitos os
caminhos, as opes, as tcnicas, as temticas e tudo pode ser vlido. O importante arriscar sem medos. No meu caso, em concreto, a minha pintura figurativa e, apesar de j ter um trao
que me caracteriza (pelo menos assim espero), tambm se denotam influncias do passado, da
escola expressionista, sobretudo.
SR- J fez vrias exposies. Como seleciona os
trabalhos a apresentar ao pblico?
DC- Preocupo-me que sejam coerentes entre si, ou
seja, que tenham as mesmas tcnicas e materiais e que abordem o mesmo tema. De preferncia com as mesmas dimenses, mas, fundamentalmente, procuro que juntos contem uma histria. Normalmente os meus trabalhos enquadram-se por sries que datam de um determinado perodo.
SR- Enquanto docente, considera que a arte est
bem tratada pelo nosso sistema de ensino ou
mudaria alguma coisa ao nvel dos currculos?
DC- Julgo que o ensino das artes muito descurado
no nosso pas. So muitos os pais, que ainda hoje,
revelam grande preocupao aquando os seus filhos apontam como sonho ou carreira uma
via artstica. Ainda no entenderam que, para ser-se um bom profissional, necessrio estar-
se apaixonado pelo que se faz. S deste modo
poder-se- marcar a diferena, sobretudo nos dias
de hoje, onde a concorrncia e rivalidades so cada vez mais ferozes. As profisses da moda,
ou que em outros tempos garantiam uma posio monetariamente mais confortvel nem sempre so sinnimo de realizao pessoal, para alm do facto que o status social, que outrora uma determinada carreira augurava h uns anos atrs, hoje j um conceito obsoleto.Relativamente aos currculos que vigoram nas escolas portuguesas denotam tambm eles uma viso a meu ver um pouco arcaica, no sentido em que as Artes so consideradas disciplinas de importncia menor. A carga horria curta e em muitas escolas secundrias to pouco existe a opo de um ensino orientado para as artes. Numa sociedade onde o poder da imagem e a comunicao visual so extremamente marcantes, seria necessrio que o ensino de disciplinas como o teatro e oficinas de expresso plstica tivessem
uma presena mais vincada nas escolas. O ensino das artes contribui para a formao de qualquer indivduo, no s desenvolvendo o seu sentido esttico, como tambm a sua desenvoltura, socializao com os outros, o seu sentido crtico e maior capacidade de raciocnio abstrato.
equipa SomosRevista
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conversa com o meu professor de
Equitao Diogo Ferreira
JM- A partir de que momento e de que forma a
equitao surge na tua vida? E quem foram os teus
mestres?
D.F. Aos 14 anos, penso eu, fui com o meu pai e
outros amigos a Silva Escura, onde tinha cavalos.
Nessa altura os cavalos no despertavam a minha ateno, mas o meu pai montava e eu ficava a
v-lo. At que um dia, ele decidiu comprar uma gua e a eu pedi para dar uma volta. A primeira vez tive medo e no quis mais. Depois, um dia, senti uma vontade enorme de montar; ento, pedi a uma amiga para aparelhar a gua e levei-a para o picadeiro, sem o meu pai saber. Montei sozinho, cerca de 1h30, e no entretanto o meu pai apareceu
e foi-me dando algumas dicas. Foi, ento, a partir daqui que o meu gosto comeou a crescer pela equitao.Quanto aos meus mestres, s os tive quando fui para Alter do Cho (EPDRAC), no Alentejo, foram
eles: Martins Abrantes, Lus Lupi e Balula Cid.
JM- Quando te assumiste como cavaleiro federado?
Qual a tua modalidade de eleio?
D.F. S me inscrevi na Federao Equestre
Portuguesa, quando fui para a Escola Profissional de
Desenvolvimento Rural de Alter do Cho, porque
tinha de participar em provas para as quais era uma
condio eu ser federado. A minha modalidade de eleio salto de obstculos.
JM- Quais foram os principais momentos do teu
percurso at te tornares cavaleiro profissional?
D.F. Embora j tenha um percurso na vida equestre, no me considero cavaleiro profissional,
pois, no meu entender, esses so aqueles que conduzem a sua vida em funo das provas, e eu no fao isso.
JM- H algum ou alguns cavalos que tenham sido
importantes no teu caminho?
D.F. Sim, h, a minha Lady, porque foi com ela
que eu aprendi a montar, embora possa parecer estranho foi ela que me ensinou. E tive, tambm, um cavalo, o Bacardi, que foi emprestado por
um colega do meu curso para eu o poder realizar.
JM- Falando agora das competies e prmios, h
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algum ou alguma que recordes com maior orgulho?
D.F. No h nenhum que recorde com mais orgulho, sendo que dou mais importncia participao para o alcance de uma maior experincia, tanto a mim, cavaleiro, como para o cavalo.
JM- Existem alguns cavaleiros ou cavalos, da
atualidade, que acompanhes com interesse?
D.F. Os nicos cavaleiros que acompanho, neste momento, com interesse, so os meus alunos visto que noto neles uma grande dedicao, tentam sempre dar o seu melhor e, por fim, so o reflexo
do meu trabalho. V-los evoluir para mim um orgulho, pois por detrs dos cavaleiros que eles so est todo o meu esforo como professor.
JM- Existe algum episdio ou acontecimento
particular da tua carreira que queiras lembrar?
D.F. Durante a realizao de uma prova, montando a minha gua, a Lady, eu atrapalhei-me, esqueci-
me do percurso e a gua tomou a deciso por mim e saltou o obstculo sua frente. Como eu no
esperava tal comportamento, desequilibrei-me e agarrei-me ao pescoo dela, ficando pendurado,
sendo que ela continuou em andamento. Por fim,
deixei-me cair e fiquei por baixo dela, entre os ps
e as mos. Posto isto, a gua espreitou para ver
o que se passava e, gentilmente, levantou o p direito para eu sair.
JM- Atualmente, s professor e dono da tua prpria
escola de equitao EQUI MAIA. Quais so os
teus planos para o futuro? Apenas pensas continuar
como professor?
D.F. Sim, para j quero continuar a dar aulas e,
talvez, quando surgir a oportunidade, competir outra vez, quem sabe quando levar algum aluno que esteja preparado para tal.
JM- O que consideras mais importante na
equitao?
D.F. Para mim, o mais importante a relao
desenvolvida entre cavalo e cavaleiro, porque o cavaleiro tem de confiar plenamente na sua
montada para conseguir uma boa prestao com
o cavalo. Devem atuar, portanto, como um s. Esta ligao no fcil de conseguir, no basta montar, preciso acarinhar e mimar o cavalo, tratar dele!JM- Visto que ensinas jovens a montar, quais so as
principais caractersticas que um cavalo de ensino
deve possuir?
D.F. O cavalo ideal para ensinar principiantes na disciplina de equitao deve ser tranquilo, calmo e j com muito trabalho. Estas caractersticas so normalmente associadas a cavalos j com alguma idade.
JM- Quais os princpios bsicos de um treino para
se chegar ao sucesso?
D.F. A experincia do cavaleiro e do cavalo so muito importantes na caminhada para o sucesso. Para que seja um treino completo, deve
montar-se vrios cavalos e trabalhar as diferentes modalidades de forma a criar alguns obstculos ao cavaleiro para este evoluir cada vez mais.
JM- Que conselho deixarias para os jovens
cavaleiros que queiram optar pela equitao, e
pelo ensino em particular, a nvel profissional?
D.F. O conselho que eu deixo que, se, realmente, querem optar pela equitao, devem estar cientes de que um desporto dispendioso e obriga a uma vida dedicada aos cavalos, pois preciso tratar deles todos os dias