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Santo Antônio da Platina - PR – ano I – nº 2 – Junho de 2007 Revista de circulação bimestral VENDA PROIBIDA DISTRIBUIçãO GRATUITA AQUECIMENTO GLOBAL EDUCAÇÃO Não delegue à escola a responsabilidade pela educação e orientação moral de seus filhos RECICLE. SEPARE O PAPEL CORRETAMENTE. SAÚDE Ainda hoje, aproximadamente 10 pessoas morrem a cada segundo de doenças transmitidas pela água O futuro da civilização está em jogo. Como enfrentar a ameaça do aquecimento global, que nos obrigará à mudanças de hábitos e padrões de desenvolvimento?

Revista Espaço Cidadão # 02

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Revista Espaço Cidadão. A revista com conteúdo sério e transparente

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Santo Antônio da Platina - PR – ano I – nº 2 – Junho de 2007

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Recicle. SepaRe o papel coRRetameNte.

saúdeainda hoje, aproximadamente10 pessoas morrema cada segundode doençastransmitidaspela água

o futuro da civilização está em jogo. como enfrentar a ameaça do aquecimento global, que nos obrigará à mudanças de hábitos e padrões de desenvolvimento?

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Estas são as empresas parceiras do Copadesc e do Credinorte que contribuíram para que chegássemos mais perto do objetivo de melhorar a

qualidade de vida do nosso próximo e do nosso meio ambiente.Obrigado pela oportunidade de ter vocês como empresas parceiras dos nossos projetos

Nossos mais sinceros agradecimentos aos colaboradores, voluntários e às empresas que não mediram esforços para juntos alcançarmos esta parte importante do Projeto Espaço

Cidadão, criando condição de realizar muitas atividades no decorrer de 2007.

2000 Veículos - Açougue Filé de ouro - Ágile equipAmentos odontológicos - AkAkiA cosméticos - AnA cArolinA schiAbel schmidt - AnA clÁudiA mendes dutrA Frose - Angus cAsA de cArne - Auto peçAs união - Auto peçAs ZAnin - bAnco do brAsil - beirA rio Auto peçAs - bellA center cosméticos - bordignon mAteriAis de construção - brAndão mAteriAis de construção - cArtório registros - cAsA do doce - cAsAs FogAçA - cAsAs pernAmbucAnAs - célio mArtelinho de ouro - chAmAriZ modAs - chAVeiro biro - cheiro Verde - ciA do corpo - clAro mAteriAis elétricos - clínicA de FisioterApiA AnA clArA - clínicA de olhos sAntA ritA de cÁssiA - clinicor - clinimed - conFecções rAio de sol - contAto’s despAchAnte - cosmético cArVAlho - diAgson - dinâmicA - Auto escolA centro de FormAção de condutores - discoVery - donA nenA - dr. FÁbio pAssos AZe-Vedo - dr. Augusto A. FoggiAto - dr. clAudinei de oliVeirA - dr. edson luiZ ZAnetti - dr. erAldo rolin dos sAntos - dr. mArcelo s. mAchAdo - dr. mÁrcio diAs de oliVeirA - dr. mÁrio gândArA - drA. cArlA de Abreu - drA. JAcqueline grubbA moreirA AuersVAld - drA. silVAnA c. ZocolAro - drA. VeruschkA boss VieirA - empresA princesA do norte - escritório Airton Foguinho - estAção globAl - estânciA primAVerA - FArmAcem - FArmAcentro - FArmÁciA cristo rei - FArmÁciA de mAnipulAção bellAdonA - FArmÁciA de mAnipulAção essênciA - FArmAFórmulAs - FArol Verde centro de FormAção de condutores - FAZendA noVA FlóridA - FAZendA sAntA clArA - FlorArte - Foto VAldir - gAsosA pArAnAense - gleide presen-tes - grÁFicA AltiZAni - grÁFicA ideAl - hAmilton cAbeleleiro - hotel kAnôA - hrs. bAião - ielryhs conFecção - igreJA metodistA de sAnto Antônio dA plAtinA - imobiliÁriA portAl do sol - import seguros - interceptor Auto shopping - JAime F.mendes - Jl diesel - Juinet distribuidorA - lAbcenter - lAborAtório drA. glAir - loJAs ipirAngA - mAlhAriA duAs nAções - mArmorAriA plAtinense - mArmorAriA romAno - mh consultoriA empresAriAl - móVeis Adelino - nêgo bAteriAs e escApAmentos - npdiÁrio - ópticA plAtinense - ortodon - pAniFicAdorA FreepAn - pApelAriA AquArelA - pApelAriA noVo mundo - perobom mAteriAis de construção - piZZAriA bAyukA - plAtinAtruck center - plAtipeçAs som e Acessórios - plAtipiso decorAções - plAtturbo - posto cAçulA - preFerenciAl Auto escolA centro de FormAção de condutores - proF. odAir - roberto motos - rope yAmAhA - s.o.s cArtuchos e toners - sAmp - schmidt hondA - sidney Veículos - sistemA Fiep - sp inFormÁticA - supermercAdo AVenidA - supermercAdo FortAleZA - tArFil - terApêuticA orAl - toysAn - trAtores corsini - ultrAgÁZ - VidrAçAriA plAtinense - VisionArt - ViVeiro Forest brAZil - yAsAki

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3www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

ão há como negar. o medo e a incer-teza são hoje os dois fantasmas mais temidos pela população brasileira. Todas as classes sociais, desde as

mais humildes até às mais abastadas, amargam os efeitos dessa desastrosa herança, gerada pelos governos incom-petentes e comodistas, que frustram cada vez mais a nossa esperança. É triste cons-tatar que, num país tão generoso como o nosso, o povo, na perpétua luta pela vida, caminha hoje, sem saber para onde vai, sufocado por estes dois flagelos do medo e da incerteza. O ar da benéfica e desejada liberdade e segurança não mais se respira no País. os direitos individuais do cidadão, como o de locomoção, de ir e vir, da inviolabilidade do lar, enfim, os direitos subjetivos, incidentes na perso-nalidade humana, e protetores da vida, da liberdade e da honra, são corroídos pela progressiva e alarmante escalada da violência, do medo e da incerteza.

o operário tem medo do desemprego, da fome, da doença, do futuro, da falta de amparo, da insegurança na velhice. o produtor amarga o medo do preço dos bens que produz, da sua comercia-

lização. o medo do desestímulo ao seu trabalho produtivo que, via de regra, só tem servido para engordar o estado e o intermediário parasita. o investidor

tem medo de aplicar seus recursos em investimento de interesse social, como na habitação. Retrai o entusiasmo pela falta de ordem normativa correta, esti-mulante, sem demagogia, que lhe ofereça perspectiva de resultados satisfatórios. os espantalhos do medo da incerteza e da insegurança tornam cada vez mais angustiante a vida de todos nos. É o medo de sair à noite para ir ao cinema, ao teatro, ao clube. de permanecer em casa sem a porta trancada. De deixar os filhos irem à escola. de passear à vontade pelas ruas com a família. de dirigir e parar o carro

sozinho, de portar objetos e valores. Medo de estupradores, de seqüestrado-res, de homicidas, de assaltantes. Medo de continuar enganado pelo discurso político, maquilado e impostor. Medo de acreditar nos que acenam com a promes-sa de vida nova e paz, de prosperidade, de justiça, sem miséria, sem violência, com que todos sonhamos. Medo de que contrabandistas, traficantes e malversa-dores da economia popular continuem a afrontar a sociedade, protegidos pela certeza da impunidade. Medo de que, como de costume, nunca se cumpra com rigor a nova ordem constitucional. Que as tão badaladas e apregoadas conquistas sociais permaneçam apenas no papel e na intenção. Por tudo isso é necessário que a preocupação que nos invade se transforme em coragem e confiança para iniciarmos a destruição definitiva, através do voto, dos responsáveis pela geração destes temidos flagelos do medo e da incerteza.

Jorge da silva PimentaExtraído do livro

Retrato de um Emigrante

esPaço do cIdadão

Nos espantalhos do medo

da incerteza e dainsegurança tornam

cada vez mais angustiantea vida de todos nós

medo e incerteza

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ESPAço CIdAdão Junho de 2007 www.copadesc.org.br4

ÍndIce junho/200705 espaço dos 3 poderes

Juíza de Direito de Santo Antônio da Platina, Dra. Joana Tonetti Biazus aborda sobre o direito de pequenas causas

13 meio ambiente Aquecimento global: como evitar estender esta tragédia às novas gerações é um compromisso que poucos ainda assumiram para si

17 Saúde iSurpreendentemente nos dias atuais, aproximadamente 10 pessoas morrem a cada segundo de doenças transmitidas pela água

20 Saúde iiAtravés de exames especiais o dentista que atua na medicina bucal, pode confirmar suspeitas de doenças sistêmicas

21 SolidariedadeA importância dos trabalhadores do lixo reciclável

22 cidadaniaA decisão justa não precisa ser petrificada, apenas assegurada, sensível às mudanças jurídicas e sociais enquanto produzir efeitos

26 legislaçãoUm dos direitos fundamentais incluídos na Constituição Federal é o direito à saúde, sendo atribuído a toda pessoa humana

30 educaçãoNão delegue à escola a responsabilidade pela educação e orientação moral de seus filhos. Esta é a primeira lição de casa

33 Responsabilidade Social A responsabilidade social se tornou, hoje em dia, um dos elementos para garantir a competitividade das empresas

36 inclusão Social Empresa SAMP investe em projeto de carrinhos para lixo reciclável e a Farmácia Belladona forma profissionais capacitados

38 criançaA ingestão adequada de nutrientes nos primeiros anos de vida é es-sencial para um desenvolvimento e crescimento saudáveis

39 instituições i A APLADEF estimula os portadores de defeitos físicos para uma adequada atuação e participação na vida profissional e social

41 instituições iiÉ importante ressaltarmos que o trabalho da Promoção Humana tem ganhado admiradores de vários lugares

44 esporte Eficiente instrumento de inclusão social, o esporte está tirando osportadores de deficiência física de casa

46 comunidadeTrabalho de voluntários melhora a qualidade de vida dos enfermos do Hospital Nossa Senhora da Saúde em Santo Antônio da Platina

exPe

dIe

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espaçocidadãorevista

PRoDução:

CoPaDEsC - Consórcio para Proteção e desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68

CREDiNoRtE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e desenvolvimento Sustentável do Norte PioneiroCNPJ 06.145.187/0001-06

aPoio:PoNto FiNaL - Conselho Pioneiro Para a Ética, Cidadania e Transparência.

PRoJEto GRÁFiCo E DiaGRaMação:Alessandro Mendes dutra, João Geraldo Frose

CoNsELHos:CoPAdESC - João Geraldo FroseCREdINoRTE - João Geraldo FrosePoNTo FINAL - Fábio Patrial

Jornalista Responsável:Kátia Kertzman MTb nº 2247/09/27 PR

CoNtato: (43) [email protected]

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www.copadesc.org.br

usual ouvirmos comentários de que “a justiça brasileira é muito morosa no julgamento dos pro-cessos”, ou então, “se ajuizar ação perante o Poder judiciário fatalmente demorará anos para a solução

final da demanda”, ou ainda, “que a justiça é somente para os ricos”.

Verifica-se que parte da culpa destes comentários pode ser atribuída ao Poder judiciário em razão da es-cassez de recursos técnicos e ausência de funcionários para o pronto e célere andamento dos processos. Mas esta culpa não se atribui somente ao Poder judiciário que está vinculado às leis (criadas pelo Poder Legis-lativo), já que a demora também ocorre diante do ex-cesso de formalidades do processo e a grande gama de recursos existentes, o que, se por um lado garante que a decisão seja revista pelo Tribunal superior formado por câmaras com mais de um magistrado, evitando assim, decisões injustas e contrárias à lei, por outro, leva também a um atraso significativo no deslinde final do feito, haja vista grande parte dos recursos serem meramente procrastinatórios (ou seja, para “ganhar tempo”).

Juizado especial cível:a justiça de fácil acesso

É

esPaço dos 3 PodeRes

5Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

a meta principal é garantirmaior acesso a toda população,especialmente aquela que temmenor poder aquisitivo

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ESPAço CIdAdão Junho de 2007 www.copadesc.org.br6

Visando estancar este estigma de que a justiça é demorada (já que no vocabulário popular “justiça tardia é o mesmo que injustiça”), e que, diante dos altos custos dos processos e a necessidade de contra-tação de advogado, somente a classe econômica mais favorecida teria condições de bater às portas do Poder judiciário, é que surgiu, inicialmente, o juizado de Pequenas Causas em 1984, posteriormente modifi-cado e aperfeiçoado para se transformar no juizado especial cível e criminal em 1995.

esta justiça especializada, conforme nominação dada por alguns autores, na área cível, visa a solução de causas de menor complexidade e cujo valor do pedido não supere, no âmbito estadual, a quantia de 40 (quarenta) salários mínimos, atualmente R$15.200,00 (quinze mil e duzentos reais). no juizado especial cível a idéia principal é justamente dar maior acesso à toda população, principalmente àquelas que tem poder aquisitivo menor, a dirigir-se ao Poder judi-ciário para pleitear o seu direito, seja no tocante ao ressarcimento de eventuais lesões praticadas contra ele, ou mesmo, a declaração ou a constituição de al-gum direito seu, principalmente sem a necessidade de contratar um advogado e sem burocracia, alcançando um anseio do legislador constituinte de acesso ao Poder judiciário à todas as pessoas indistintamente.

diante desta tentativa de levar a justiça mais perto da população, a Lei nº9099/95, que regulamenta o juizado especial, instituiu a gratuidade da justiça, ou seja, o ajuizamento de qualquer ação até o limite da quantia acima citada não gera o dever de pagar qualquer valor a título de custas ou despesas proces-suais em primeiro grau de jurisdição. e, ainda, sendo o direito de valor não superior a 20 (vinte) salários mínimos, sequer é necessário que a parte esteja acompanhada de advogado, ou seja, basta se dirigir até a secretaria do juizado especial cível e efetuar o pedido de forma inclusive oral.

Também no juizado especial cível impera os princípios da informalidade, celeridade, oralidade e economia processual, na busca de uma justiça mais barata, rápida e descomplicada, visando sempre, a resolução dos problemas das partes no menor espaço de tempo e acessível a todos.

Pois bem, apresentado o pedido perante a secretaria do juizado especial cível, que poderá versar sobre as mais diversas matérias, dentre elas: cobrança de valores não pagos, danos causados ao consumidor seja pela aquisição de um produto ou utilização de um serviço, reclamações contra violação às regras do direito de vizinhança, ações de despejo para uso próprio, cobrança de aluguéis e encargos

esPaço dos 3 PodeRes

Não sendo possível a

conciliação, será designada

uma segunda audiência de

instrução e julgamento.

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locatícios,transferência de bens, indenizações por danos materiais e morais, dentre outros; será desig-nada, de imediato, uma audiência em que as partes deverão comparecer para a tentativa de acordo.

nesta audiência, que em santo antônio da Platina-PR demora em torno de 30 dias, as partes poderão efetuar um acordo, o que ocorre em 70 a 80% dos casos. e, em ocorrendo a conciliação, esta é homologada pelo magistrado, tendo força de “lei” entre as partes, o que garante que, em caso descum-primento, poderá a justiça intervir para obrigar a parte a cumpri-lo, inclusive com utilização de meios coercitivos.

ainda, para agilizar mais o andamento dos processos, esta primeira audiência é realizada por conciliadores que prestam serviços ao Poder judi-ciário, os quais, na sua maioria são estudantes de direito, com conhecimento sobre a matéria jurídica apresentada pelas partes.

não sendo possível a conciliação, será designada uma segunda audiência de instrução e julgamento, que em nossa comarca (santo antônio da Platina), será para mais ou menos 04 (quatro) meses após, onde as partes poderão apresentar as provas do seu direito, o reclamado ainda poderá apresentar sua contestação (ou seja, as razões contrárias ao interesse do reclamante), e ainda, serão ouvidas até 03 (três) testemunhas indicadas e geralmente trazidas pelas partes, sendo na seqüência, proferida uma decisão pelo juiz leigo, que sempre é um advogado com mais de 5 (cinco) anos de experiência, igualmente posto a disposição das partes pelo Poder judiciário para o julgamento da demanda.

esta decisão é analisada pelo juiz togado, que poderá homologá-la ou proferir outra em seu lugar, com a finalidade de justamente garantir que o direito da parte seja preservado e protegido.

Verifica-se, portanto, que a justiça promovida no juizado especial cível visa impedir que o direito da parte seja cerceado em razão da ausência de condi-ções financeiras ou mesmo técnicas, além de evitar que o processo se perdure por muitos anos, coibindo, conforme menciona cândido Rangel dinamarco, a “litigiosidade contida”, ou seja, a repressão à possi-

bilidade de reparação da lesão a um direito que não pode ser levado ao conhecimento e julgamento do Poder judiciário por ausência de condições econô-micas, havendo uma resistência moral da sociedade, fazendo com que a parte fique se culpando e se sen-tido prejudicada em razão da ausência de condições para pleitear o seu direito perante o Poder judiciário.

É de se salientar que somente a pessoa física (pessoa natural) pode ser parte reclamante do pro-cesso, estando excluída da possibilidade de ajuizar a ação a pessoa jurídica, a não se que se trate de micro-empresa, pois neste caso, o poder aquisitivo da mesma também é menor, equiparando-se a pessoa física, ou seja, via proteger os mais fracos, assim definidos na lei.

Por outro lado, esta mesma pessoa que ajuíza a ação, caso não tenha condições de pagar um advo-gado, e em sendo a causa com valor superior a 20 (vinte) salários mínimos, ou se tratando de causa mais complexa, ou ainda, estando a outra parte acompa-nhada de advogado, poderá pedir ao juiz para que nomeie um advogado dativo (sem custos), o qual será indicado pelo próprio Poder judiciário, com a colaboração dos advogados da comarca, às custas do Poder executivo (é o estado quem deverá pagar o advogado).

Portanto, diante da justiça simplificada colocada a disposição das pessoas pelo poder público, compete à parte prejudicada ou lesada em seu direito buscar a rápida solução através do juizado especial cível, independentemente de seu direito relacionar-se a uma pequena quantia até o valor de R$ 15.200,00 (quinze mil e duzentos reais), pois a justiça está à sua disposição, justamente para coibir que se façam injustiças.

Finalmente, acrescento que neste Município de santo antônio da Platina-PR, a secretaria do juizado especial civil está em pleno funcionamento, estando à disposição da população para a reivindicação de seus direitos.

a justiçapromovida noJuizado especialcível visaimpedir que odireito da parteseja cerceadoem razão daausência decondiçõesfinanceiras.

Dra. Joana tonetti biazusJuíza de direito da Comarca de

Santo Antônio da Platina - PR

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partir de dados coletados no ano de 2006, foi verificada a existência e constância na mata ciliar na conti-nuidade dos municípios de joaquim

Távora, santo antônio da Platina, jaca-rezinho e Barra do jacaré..

os dados coletados sob a forma de tabelas descritivas, registros fotográficos, coordenadas de GPs, servirão de base para o início do processo de refloresta-mento no decorrer da interpretação dos laudos produzidos.

Linhas Geraisos municípios de Quatiguá, joaquim

Távora e jacarezinho são abastecidos mediante captação realizada pela sa-nepar – companhia de saneamento do Paraná, nas águas do rio jacaré. sendo a manutenção do corpo d’água exercida pela mata ciliar ou mata de galeria.

de acordo com as avaliações ambien-tais desenvolvidas na Bacia Hidrográfica do rio jacaré, esta sugere uma intervenção urgente no processo de desflorestamento

das margens e entorno de nascentes. o manejo adequado das margens implica no isolamento da faixa ciliar através da construção de cercas e conscientização dos proprietários para uma melhor con-servação do perímetro e um processo de recomposição através de plantio ou enriquecimento seguindo uma lista de es-pécies previamente selecionada de acordo com o bioma estacional semidecidual.

o IaP – Instituto ambiental do Para-ná, região nordeste do estado do Paraná descreve a região como pertencente ao Bioma estacional semidecidual, sendo necessário um levantamento florístico nas regiões próximas para obtenção de sucesso no processo de reflorestamento, devido a sua peculiaridade de espécies.

o rio jacaré ou jacarezinho, como também é conhecido na região, tem seu maior eixo no sentido sudeste/noroeste, sua nascente localizada no município de siqueira campos e sua foz no município de Barra do Jacaré, com vários afluentes de significativo porte como o Ribeirão

do Meio situado próximo ao município de joaquim Távora.

suas margens são ocupadas em gran-de parte por cultivo de cana-de-açúcar, criação de gado e presença de uma usina de álcool e açúcar. estas ativida-des agrícolas quando bem executadas praticamente não causam danos a uma bacia hidrográfica, porém isto não vem ocorrendo.

este projeto surge, de acordo com os propósitos acima citados, com objetivo específico de reflorestamento das matas ciliares da bacia hidrográfica, através do isolamento do perímetro de acordo com a Lei Federal 4771/65 do código Florestal, reestruturação florestal através do plantio de espécies nativas, monitoramento da qualidade de água e disponibilização dos dados para a comunidade em geral. compondo uma série de ferramentas para um melhor manejo da bacia hidrográfica e conservação da biodiversidade.

Rui Martins Lisboa

a

Bacia hidrográfica do rio das Cinzasabordagem preliminar constata o alto impacto causado nas margens e encostas do rio Jacaré devido o planejamento ineficaz utilizado na região

MeIo aMBIenTe

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MONTE REAL

Barra doJacaré

ClaroSanto Antonioda Platina

Ribeirãodo Pinhal

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São José daBoa Vista

Santana doItararé

SiqueiraCampos

ItambaracáAndirá

Cambará

JacarezinhoBandeirantes

Abatiá

Guapirama

Curiúva

Japira

Pinhalão

Calógeras

Arapoti

Jaguariaíva

VentaniaSengês

Ibaiti

Piraí do Sul

Quatiguá

Carlópolis

Santa RibeirãoAmélia

ConselheiroMairinck

Jaboti

JoaquimTávora

WenceslauBraz

Tomazina

Salto doItararé

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I

I

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A

Joaquim távora

HiStÓriaantes de sua fundação, o Município de joaquim

Távora era conhecido pela denominação de Fazenda do jaboticabal da Barra Grande. a povoação teve seu progresso rapidamente desenvolvido graças à passagem dos trilhos da estrada de Ferro da Rede Viação Paraná-santa catarina, às atividades da cultura do café e à fertilidade e exuberância do seu solo que deram sustentação ao seu desenvol-vimento. criado através da Lei n°2.645, de 10 de abril de 1929, foi instalado oficialmente em 21 de setembro do mesmo ano sendo desmembrado de santo antônio da Platina.

Faz parte na associação dos Municípios do norte Pioneiro - aMunoRPI

ECoNomia

PrinciPais Produtos agrosilvoPastoris:• Leite• Milho safra normal• Bovinos

indústria dominante:• Produtos alimentares• Mecânica• Vestuário• calçados e Tecidos

ParticiPação no PiB municiPal:• agropecuária: 25,34 %• Indústria: 15,63 %• serviços: 59,02 %

DaDoS GEraiS

DEmoGrafiadados do censo – 2000População Total: 9.661urbana: 6.972Rural: 2.689homens: 4.795Mulheres: 4.866Taxa de CrescimentoAnual Total: -0.21 %

iNDiCaDorES Índice de desenvolvimento Humano (Idh-M): Idh 0,755 Pndu/2000• Idh-M Renda: 0,663• Idh-M Longevidade: 0,766 • Idh-M educação: 0,835• PIB R$ 81.994.954,00 - IBGe/2003• PIB PeR caPITa R$ 8.563,44 • PoPulação economicamente ativa: 5.190 hab.

A partir desta edição, iremos apresentar as cidades que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas, no aspecto econômico, histórico e social. São três as cidades: Joaquim Távora, Quatiguá e Ibaiti. Ao todo esta região é composta por aproxima-damente 40 municípios, as quais o Copadesc pretende alcançar com seus projetos.

Fon

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cIdades & ReGIão R E P R E S AD E

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ClaroSanto Antonioda Platina

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JacarezinhoBandeirantes

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Santa RibeirãoAmélia

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JoaquimTávora

WenceslauBraz

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Salto doItararé

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I

NZAquatiGuá

HiStÓriaos primeiros habitantes do Município de Qua-

tiguá procediam de Minas Gerais e são Paulo. em 1903, chegou ali o sertanista joão Ferreira de Paiva que foi, por assim dizer, o fundador da cidade, iniciando o desbravamento da região e construín-do a primeira casa no local onde surgiria a futura Quatiguá.a fertilidade da terra, a abundância de água corrente, a situação geográfica e as riquezas naturais foram atrativos para novos colonos e povoadores.criado pela Lei n° 02 de 10 de outubro de 1947, foi instalado em 26 de novembro do mesmo ano, sendo desmembrado de joaquim Távora.

Faz parte na associação dos Municípios do norte Pioneiro - aMunoRPI

ECoNomia

PrinciPais Produtos agrosilvoPastoris

• Bovinos• Leite• suínos

indústria dominante

• Produtos alimentares• Madeira• Bebidas• Vestuário• calçados e Tecidos

ParticiPação no PiB municiPal

• agropecuária: 21,94 %• Indústria: 7,23 %• serviços: 70,83 %

DaDoS GEraiS

DEmoGrafiadados do censo – 2000População Total: 6.742 urbana: 5.929 Rural: 813 homens: 3.331 Mulheres: 3.411Taxa de CrescimentoAnual Total: 2.44 %

iNDiCaDorESÍndice de desenvolvimento Humano

(Idh-M): 0,762 Pndu/2000• Idh-M Renda: 0,678• Idh-M Longevidade: 0,766• Idh-M educação: 0,841

Produto Interno Bruto: R$ 39.157.545,00 IBGe/2003PIB per capita R$ 5.489,63 IBGe/2003PoPulação economicamente ativa: 3.239 hab.

Fon

tes:

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iki/Q

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3%A

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MONTE REAL

Barra doJacaré

ClaroSanto Antonioda Platina

Ribeirãodo Pinhal

Jundiaí

São José daBoa Vista

Santana doItararé

SiqueiraCampos

ItambaracáAndirá

Cambará

JacarezinhoBandeirantes

Abatiá

Guapirama

Curiúva

Japira

Pinhalão

Calógeras

Arapoti

Jaguariaíva

VentaniaSengês

IbaitiIbaiti

Piraí do Sul

Quatiguá

Carlópolis

Santa RibeirãoAmélia

ConselheiroMairinck

Jaboti

JoaquimTávora

WenceslauBraz

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ibaiti

HiStÓriaIbaiti faz parte do processo de ocupação histórica

do norte Paranaense, iniciado na década de 1930. o fluxo emigratório que originou-se de São Paulo com direção ao norte do Paraná, foi motivado pelas ele-vações no preço do café no mercado internacional.as características da colonização e desenvolvimento da economia cafeeira marcaram os municípios da região. aqueles do “norte Velho”, como Ibaiti, sofreram as influências de uma colonização em que predo-minaram “as grandes fazendas” e esgotamento da fertilidade do solo.criado através da Lei n°02 de 10 de outubro de 1947, foi instalado em 09 de novembro do mesmo ano, sendo desmembrado de Tomazina.

Faz parte na associação dos Municípios do norte Pioneiro - aMunoRPI

ECoNomia

PrinciPais Produtos agrosilvoPastoris

• cana-de-açúcar• Bovinos• Milho safra normal

indústria dominante

• Química• Produtos alimentares• Mobiliário

ParticiPação no PiB municiPal

• agropecuária: 35,83 %• Indústria: 3,48 %• serviços: 60,68 %

DaDoS GEraiS

DEmoGrafiadados do censo – 2000 População Total : 26.423 hab.urbana : 19.695Rural : 6.728 homens: 13.389 Mulheres: 13.059Taxa de Crescimento Anual Total: 1.46 %

iNDiCaDorESÍndice de desenvolvimento Humano

(Idh-M): 0,687 Pndu/2000PIB: R$ 141.750.627,00 IBGe/2003PIB per capita R$ 5.325,57 IBGe/2003PoPulação economicamente ativa: 13.744 hab.

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cIdades & ReGIão

Rotary club de Ibaiti, realizou no dia 1º de maio deste ano, em parceria com a Prefeitura Munici-pal de Ibaiti e o Paraná esporte, o

2º Passeio ciclístico e Motociclístico do Trabalhador. o objetivo do evento, além de proporcionar entretenimento e lazer aos participantes, foi a arrecadação de alimentos, onde trocava-se um quilo de alimento por um cupom, concorrendo a mais de 50 prêmios. Foram distribuídos, ainda, bonés, chaveiros e sacolas para lixo para veículos.

a arrecadação de alimentos foi re-alizada através de escolas estaduais e municipais, da zona urbana e rural. a es-cola d. Pedro II do distrito da amorinha teve a maior arrecadação de alimentos, sendo premiada com uma bicicleta. os alunos desta escola também foram os mais afortunados no sorteio dos prêmios, onde levaram uma bicicleta, bonecas, e outros prêmios.

contamos também com a colabora-ção das entidades assistenciais: casa Lar Menino jesus de Ibaiti, aPae, albergue noturno, Lar são Vicente de Paula e Fa-caI, as quais, no dia do evento também participaram com barracas na praça de alimentação.

A finalidade primordial do evento foi a interação do Rotary club de Ibaiti com

as entidades e escolas do município, bem como com comunidade em geral.

Ressaltamos a presença do Grupo da 3ª Idade, o qual participou do pas-seio com bicicletas, sendo premiado o ciclista Mais Idoso.

Muitas crianças com bikes enfeitadas e motocicletas arrepiadas.

o evento foi encerrado com um show de motocicleta, e, fechando com chave

ouro com a apresentação da singer’s Banda show.

Foram arrecadadas mais de duas toneladas de alimentos, os quais foram entregues às entidades assistências do município, na reunião festiva do dia das Mães, onde, além dos representantes das entidades, contamos com a presença do Prefeito Municipal, senhor Luis carlos dos santos.

o

Surpreendeu o 2º Passeio Ciclístico eMotociclístico do Trabalhador de Ibaiticom participação massiva da população, e contando com a colaboração de diversas entidades assistenciais, evento arrecadou alimentos para quem precisa

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MeIo aMBIenTe

“com uma caixade fósforos, limpo

40 alqueires...”devido ao comportamento imediatista do homem, o aquecimento global

é uma certeza. culpados fomos e somos muitos. como evitar estender esta tragédiaàs novas gerações é um compromisso que poucos ainda assumiram para si

c rédiTos de CArbono, Protocolo de Kyoto, efeito estufa, responsabilidade ambiental, aqueci-mento global...

Todos os dias centenas de veículos de comunicação expressam essas palavras em suas manchetes. estas com-põem um grupo de neologismo ligados ao meio ambiente, relacionadas ao aquecimento global que vem contribuindo para alterações climáticas, vivenciadas em todo o Planeta. Furacões cada vez mais freqüentes nos estados unidos, incêndios que tostaram florestas na Europa, enchentes, seca na amazonia e outros. o efeito estufa é um fenômeno universal, crescente e até então considerado irreversível. Por ser originário na vida humana sobre a Terra, é conhe-cido como um fenômeno ligado ao gás carbônico (co2), ou simplesmente ao carbono. os raios solares atravessam a atmosfera e rebatem sobre a Terra, mas o calor fica preso pela camada de gases de efeito estufa que paira sobre o planeta. Isso vai aumentando gradativamente a tempera-tura média, provocando o aquecimento global. daí vêm as mudanças climáticas, furacões, ondas intensas de calor, incêndios, degelo, secas e elevação do nível dos oceanos. Quanto maior o volume de gases de efeito estufa na at-mosfera, maior será o aumento da temperatura média, que tem impacto sobre o clima e, conseqüentemente, sobre o meio ambiente. Praticamente toda a mídia tem abordado o assunto, sob diferentes perspectivas. a principal é a ocorrência cada vez mais freqüente de desastres naturais. o nível atual de emissão de gás carbônico na atmosfera é o mais alto dos últimos 420 mil anos. os oito anos mais quentes da história ocorreram na última década. o tema é alarmante e vários movimentos têm sido iniciados no mundo à procura de soluções efetivas.

13Junho de 2007 ESPAço CIdAdão www.copadesc.org.br

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MeIo aMBIenTe

o grande discurso das últimas semanas gira sobre quanto vai custar e quem vai pagar a conta, pela redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. alguns economistas falam em uma redução de 3% do PIB mun-dial, com os gastos para redução do efeito estufa. Porém para muitos pesquisadores, a solução deve vir de medidas criativas e que estejam ao alcance de todos. uma destas iniciativas é a neutralização de carbono pelo plantio de árvores, que compensem a emissão de gases, como o dióxido de carbono (co2).

Como isso funciona?

a análise química elementar da madeira mostra que, sem considerar as quantidades mínimas de nitrogênio e de outros elementos, a madeira é constituída aproxima-damente, de 50% de carbono, 6% de nitrogênio e 44% de oxigênio. esta composição de átomos se mantém mais ou menos constante independente da espécie, diferenças genéticas ou idade. As plantas, como seres autotróficos que são, utilizam o dióxido de carbono atmosférico (juntamente com luz e água), no processo de fotossínte-se que todos conhecemos, retirando da atmosfera co2, retendo “carbono” em sua estrutura e liberando oxigênio,

10 atituDES quE poDEm muDar o futuro

1. Plante árvores.

2. Recicle seu lixo.

3. Economize, luz, água e principalmente combustível.

4. Prefira móveis de madeira reflorestada.

5. Imprima só aquilo que é necessário.

6. Prefira carros mais econômicos.

7. Use aerossóis que não contenham gases CFC.

8. Compre produtos produzidos ecologicamente.

9. Conscientize seus amigos para que colaborem para a redução do aquecimento global.

10. Ajude a preservar nossas florestas.

aquecimento globale efeito estufa.

o que um tem aver com o outro?

O efeito estufa é o fenômeno natural que mantém a

superfície terrestre numa faixa de temperatura que permite o

aparecimento e manutenção da vida. A enorme energia

proveniente do Sol aquece a superfície da Terra e sua

atmosfera. A medida que esta energia irradia de volta ao espaço

exterior como calor, uma parte é absorvida pelos gases estufa

– entre eles o dióxido decarbono e o metano – os

quais criam uma camada de isolamento. Através do controle

da temperatura pelo efeito estufa, a superfície da Terra tem uma

média de temperatura de 15ºC. Sem ele, essa mediabaixaria para

-18ºC, uma temperatura tão baixa que o planeta congelaria e não

sustentaria a vida.

O aquecimento global é o aumento da temperatura da

Terra resultante do lançamento contínuo de carbono na atmosfera, aumentando

os níveis dos gases estufa.

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15www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

aquECimENto GLobaL

CauSaS poSSÍvEiS:1. aumento nas emissões de gases do efeito estufa, como

Co2.2. aumento do vapor de água pelo calor, o que gera

aumento do calor – um moto-contínuo.3. redução da absorção de gás carbônico pelos oceanos,

que aquecidos têm seu poder de absorção comprometido.4. aumento das emissões de gás metano pelo derretimento

das geleiras.5. uso de aerossóis, que criam nuvens refletoras de calor.

E CoNSEqÜÊNCiaS provávEiS:1. Extinção de espécies animais e vegetais, já ameaçadas

pela poluição e pela perda de habitat.2. Elevação do nível dos mares de 18 a 59 centímetros, o que

poderá afetar 7 milhões de residências litorâneas.3. queda no rendimento na agricultura na maior parte

das regiões tropicais e sub-tropicais, e em regiões temperadas, deixando entre 200 milhões e 600 milhões de pessoas sem alimentos.

4. Entre 1,1 bilhão e 3,2 bilhões de pessoas sem água por causa da seca.

5. Ciclones, chuvas e furacões mais violentos.

tal processo pode ser chamando de Fixação de carbono. neste sentido a produção de madeira, retira da atmosfera toneladas de carbono, formando 50% da composição da madeira. um móvel de madeira pode ser considerado como um depósito de carbono não prejudicial ao aque-cimento global. Vale salientar que as florestas, como a Amazônica ou outras florestas adultas, pouco retiram co2 da atmosfera, pois seu crescimento se encontra es-tabilizado e parte do carbono retirado retorna a atmosfera através do processo de decomposição de galhos e folhas. o homem em sua história de desenvolvimento, queimou grande parte de suas florestas liberando incalculáveis toneladas de co2, hoje o desmatamento contribui por 2 Giga Toneladas ( ou 2 trilhões de toneladas ) de carbono na atmosfera.

o efeito é global, mundial e brasileiro, assim não espere que os estados unidos reduzam suas emissões de carbono, ou que utilizem o “etanol brasileiro”, ou mesmo que seu vizinho comece a reduzir as emissões de carbono na atmosfera, com a simples tarefa de reciclar seu lixo. o problema é global e se não pensarmos hoje no Futuro, no futuro nossos filhos sonharão com o passado. Ajude a preservar nossas florestas.

Eng. Agr. Carlos Henrique Glovacki MurakamiViveiro Florestal Forest Brazil

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Saiba as leis da água

Art. 1º - a água faz parte do patrimônio do planeta. cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - a água é a seiva do nosso plane-ta. ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. o direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do art. 3 º da declaração dos direitos do homem.

Art. 3º - os recursos naturais de transfor-mação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. assim sendo, a água deve ser manipulada com racionali-dade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - o equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água

e de seus ciclos. estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Ter-ra. este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - a água não é somente uma heran-ça dos nossos predecessores; ela é, sobretu-do, um empréstimo aos nossos sucessores. sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - a água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - a água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. de maneira geral, sua utilização deve ser feita com

consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reser-vas atualmente disponíveis.

Art. 8º - a utilização da água implica o respeito à lei. sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo estado.

Art. 9º - a gestão da água impõe um equi-líbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - o planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Fonte: organização das Nações Unidas Paris, 1992

a declaração universal dos direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingirtodos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumam, com medidasprogressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva

1. Articular no planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;

2. Assegurar e promover o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água;

3. Diagnosticar periodicamente a situação da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas e dos recursos hídricos;

4. Estimular e promover o reconhecimento da água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;

5. Estudo sobre o Relevo, o Clima, a Geologia e a Vegetação da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas;

6. Estudos sobre a disponibilidade atual e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identifica-

ção de conflitos potenciais;7. Identificar os locais de despejo de esgoto in natura ou não do

lixo doméstico, comercial e industrial, e dar parecer aos órgãos habilitados públicos e privados;

8. Incentivar, estimular e promover a racionalização do uso da água;9. Instalar e administrar estações fluviométricas e estações fluvio-

gráficas nos pontos mais importantes da bacia hidrográfica;10. Monitorar e dar parecer sobre a qualidade e quantidade das

águas subterrâneas;11. Promover a diminuição dos custos de combate à poluição das

águas, mediante ações preventivas permanentes;12. Promover e apoiar a integração da gestão de recursos hídricos

com a gestão ambiental;13. Articular na gestão de recursos hídricos com a do uso do solo

Conheça alguns dos objetivos do Copadesc em relação aos recursos hídricos:

MeIo aMBIenTe

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s a ú d e

c ontudo, do percentual total da água doce existente, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo nas calotas polares e geleiras, parte é gasosa e parte é líquida - representada pelas fontes subterrâneas e

superficiais. Já os rios e lagos, que são nossas principais formas de abastecimento, correspondem a apenas 0,01% desse percentual, aproximadamente.

na Terra tudo é mantido graças à presença desse líquido vital: nossas cidades, nossas indústrias, nossas plantações, e, mesmo o oxigênio que respiramos, cerca de 70% dele, vem das microscópicas algas habitantes dessa enorme massa formada por rios, lagos e oceanos.

a importância da água para o homemum homem pode deixar de comer por várias semanas, po-

rém não é capaz de passar mais de 10 dias sem água. estudo feitos pela organização das nações unidas (onu), alerta para a crise de abastecimento que poderá atingir diversas regiões da Terra nos próximos anos devido ao aumento da demanda e à contaminação que ameaça as reservas de água doce do planeta. Lagos e rios transformam-se em depósitos de despejos industriais tóxicos e produtos químicos utilizados na agricultura (agrotóxicos). a agricultura por vezes contamina 70% de água doce em todo planeta, com essa contaminação o resultado é a impossibilidade do aproveitamento da água para consumo humano e o consumo de animais contamina-dos. acredita-se que mais de 10 milhões de pessoas poderão morrer anualmente por doenças transmitidas pela água. des-tas doenças podemos destacar a diarréia, cólera, hepatite infecciosa, salmonelose, disenteria bacilar, Gastroenterites, Febre Tifóide e Paratifóide, Parasitoses e teníase, entre outras. outro problema extremamente grave para a saúde é a falta de saneamento básico para 1,7 bilhão de habitantes dos quase 6 bilhões da população global. no Brasil, cerca de 40 milhões de habitantes não tem abastecimento nem rede coletora de esgotos.

a maior parte dos poluentes atmosféricos reage com o vapor de água na atmosfera e volta à superfície sob a forma de chuvas, contaminando, pela absorção do solo, os lençóis subterrâneos.

nenhuma frase é tão verdadeira quanto essa, se pensarmos que 3/4 da superfície do nosso mundo são cobertos por água, sendo 97% salgada, e apenas 3% doce

terra, planeta água

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s a ú d e

nas cidades e regiões agrícolas são lançados diaria-mente cerca de 10 bilhões de litros de esgoto que poluem rios, lagos, lençóis subterrâneos e áreas de mananciais. os oceanos recebem boa parte dos poluentes dissolvidos nos rios, além do lixo dos centros industriais e urbanos loca-lizados no litoral. o excesso de material orgânico no mar leva à proliferação descontrolada de microrganismos, que acabam por formar as chamadas “marés vermelhas” que matam peixes e deixam os frutos do mar impróprios para o consumo do homem.

a contaminação da água pode se dar através da falta de saneamento básico, lixo, agrotóxicos e outros materiais. com isso pode ocorrer doenças e mortes. esse tipo de dano ambiental provoca graves doenças nas pessoas e animais, manifestando-se com mais gravidade em pessoas com baixa resistência, como crianças e idosos, assim como a agonia de animais e do próprio rio, lago ou mar com o recebimento de resíduos orgânicos que por sua vez se multiplicam. a proliferação desses microorganismos acaba por diminuir a quantidade de oxigênio na água levando a morte de peixes, plantas aquáticas, animais das margens e a morte de rios e lagos. Muitas vezes com a contaminação dos peixes, as pessoas que consomem esses peixes acabam causando graves doenças nas pessoas e até mesmoa morte. sabe-se que uma pessoa é formada por 70% de água e precisa repor 2,5 litros de água diariamente (deve beber 1,5 litros e ingerir 1 litro por meio de alimentos hidratados).

prESErvaÇÃo E CoNSErvaÇÃo Da áGua

Saiba que: • Umadescargasanitáriagastaaproximadamente12litrosdeágua;aproximadamente230pordia.

• Umalavagemderoupaámáquinaconsomeaproximadamente130litrodeágua.

• Durante15minutoscomamangueiraabertapodesegastaraté280litrodeáguaquesãogastosparalavarumcarropormeiahora260litrodeágua.

• Lavaracalçadacommangueira,por15minutossegasta280litrosdeágua.

• Escovarosdentespor5minutoscomatorneiraabertagasta-se12litrosdeágua.

• Umbanhoconsomeaproximadamente90litrosdeágua;• Lavandomãoserostogastaaproximadamente20litrospor15segundos.

• Lavaralouçaconsome128litrosdeáguaporvez.• Aproduçãodeumovoconsome160litrosdeágua.• Umquilodecarneconsome18.000litrosdeágua.• Umatoneladademilhoconsome1.600.000litrosdeágua.• Umatoneladadeborrachasintéticaconsome2.400.000litrosdeágua.

www.copadesc.org.br18 ESPAço CIdAdão Junho de 2007

Surpreendentemente , ainda hoje, aproximadamente 10 pessoas morrem a cada segundo de doenças transmitidas pela água

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a água não é só uma mera substância química formada por átomos de hidrogênio e oxigênio. Nela surgiu a primeira forma de vida do planeta há milhões de anos; dela o processo evolutivo caminhou até formar nossa espécie, e continua a manter toda a diversidade que conhecemos

ao redor das grandes cidades pode-se notar os efeitos da polui-ção sobre o equilíbrio biológico dos rios e lagos. alguns rios jamais conseguem livrar-se dos detritos por que eles são lançados as suas águas numa quantidade e velocidade superior a sua capacidade de decompô-los e torná-los inofensivos. os tipos de fontes poluidoras da água são bem conhecido por todos, são eles: agrotóxicos (adubos e fertilizantes), inseticidas usado nas lavouras, esgoto doméstico (falta de saneamento básico), poluentes não-degradáveis, os industriais que lançam nos rios vários resíduos de indústrias de produtos alimentícios, metalurgias, processamento de carvão, papel e celulose, vidro, couro, fábrica têxteis, usinas de açúcar, álcool, água aquecida no processo de refrigeração de refinarias, siderúrgicas, navios petroleiros, etc. assim como o de drenagem de minas que diluem na água elementos perigosos como metais pesados (mercúrio, chumbo, alumínio, zinco, etc). essas contaminações podem causar graves danos ao solo e por vez ao lençol subterrâneo.

o Brasil detém 12% a 15% de água doce do planeta e cerca de 80% dessa reserva estão concentradas na amazônia. os 20% restantes estão distribuídas desigualmente pelo país, atendendo 95% da população. o Brasil tem um patrimônio da humanidade sob nossa responsabilidade. o aqüífero brasileiro mais explorado é o da serra Geral, na bacia do Paraná, que abastece grandes cidades no interior de são Paulo, Paraná e santa catarina. Mas seu potencial não se compara ao do gigantesco aqüífero Guarani, capaz de suprir as necessidades de 360 milhões de pessoas. essa reserva de água doce encontra-se no subsolo, onde dois terços encontra-se em território brasileiro, o restante atinge regiões da argentina, do uruguai e do Paraguai. no Brasil se estende pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul, são Paulo, Pa-raná, santa catarina e Rio Grande do sul. o aqüífero Guarani é uma importante reserva estratégica para o abastecimento da população.

a água sempre é vista como um dos recursos naturais renováveis e disponíveis a todas as nossas necessidades, porém já há algum tempo ambientalistas alertam para o desperdício da água, sua contaminação devido ao lixo, esgoto, invasões ao redor das reservas, desmatamentos e poluentes industriais e agrícolas. um bem precioso de apenas 1% em todo o planeta.

outroS DaDoS: • 65% das internações hospitalares no país,

principalmente de crianças, são causadas por doenças de veiculação por água (hídrica).

• Diarréia e as infecções parasitárias estão em segundo lugar como maior causa de mortalidade infantil no brasil.

• Apesar dos esforços, são poucas as indústrias brasileiras que tratam seus despejos antes de devolvê-los à natureza.

• São Paulo e algumas outras cidades do globo têm uma descarga de efluentes do mesmo volume que o fluxo natural dos rios que as atravessam.

www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão 19

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s a ú d e

oje, a odontologia deve estar “pari passu” com a medicina, para dar sua parte na prevenção global dos problemas de saúde

do ser humano.naturalmente, esta contribuição se faz mais

necessária à medida que o indivíduo envelhece, devido ao acúmulo de distúrbios, que não deve-ria, mas são próprios da terceira idade.

os idosos da atualidade foram vítimas de uma odontologia imediatista e mutiladora, em sua infância e juventude. conceitos vinculados à conservação e prevenção são relativamente novos, e, portanto, ao contrário do que acontece com crianças e adultos, mergulhados que estão em mil procedimentos para manter a saúde bucal e geral, os mais velhos estão, aqui e ali, buscando “consertar” o que já se estragou, repor o que se perdeu e “ remendar” os estragos a que infelizmente, se submeteram por força das circunstâncias, as mais diversas. os recursos da medicina bucal são benvindos, porque procuram “somar” conhecimentos médicos e toda a sua terapêutica, com “achados” bucais importan-tíssimos para fechar o diagnóstico completo e preciso das doenças.

a terapêutica odontológica na medicina bucal entende a conexão entre a boca e todo o organismo.

assim, por exemplo, o diabete melito não diagnosticado ou pobremente controlado tem sido implicado em inúmeras outras queixas orofaciais, incluindo candidíase, alteração de paladar, redução de fluxo salivar e doença periodontal.

Também as desordens tireóideas são co-muns e o dentista pode ser o primeiro a notar os sinais precoces da doença, como aumento do volume do malar no hipo e exoftalmia no

hipertireodismo. através de exames especiais o dentista

que atua na medicina bucal, pode confirmar suspeitas de doenças sistêmicas. atuando junto ao médico do paciente, busca soluções para cada caso, analisando todos os dados obtidos e participando das decisões terapêuticas mais adequadas.

É o caso da ulceração aftosa (afta) e da quelite angular ( vulgarmente conhecida por “boqueira”), ambas justificam a realização de exames hematológicos de rotina. anomalias hematológicas ocorrem em uma proporção significativa de pessoas com estas condições.

outros testes hematológicos, além da bióp-sia, podem ser úteis em pacientes que apresen-tam a síndrome da ardência bucal, síndrome de sjogren, lúpus eritematoso com presenças de lesões na boca, artrite reumatóide ou reações alérgicas na cavidade oral.

Uma infinidade de doenças, hoje se sabe, produzem manifestações temporárias ou não na cavidade oral, daí a importância do profIs-sional da odontologia no contexto de cura e ou controle das enfermidades.

em futuro próximo a maioria das doenças sistêmicas será diagnosticada através da sa-liva rotineiramente. Quando este dia chegar comprovaremos a importância da boca para o organismo, como porta de entrada para a saúde ou a doença, a nutrição ou a desnutrição o prazer ou o desprazer de viver, da humanidade.

Dr. Luiz Roberto de oliveiraEspecialista em Prótese dental e oclusão

Dra. selma beccari de oliveiraEspecialista em odontogeriatria

O diagnóstico de doenças do organismo através da boca.

H

através de exames especiais o dentista que atua na medicina bucal, pode confirmar suspeitas de doenças sistêmicas

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21www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

s o L I d a R I e d a d e

s recolhedores de material reciclável já fazem parte do cotidiano das cidades, mas muitas vezes nem são notados. o trabalho só não é totalmente invisível porque alguns motoristas acham que os carrinheiros, como também são chamados,

atrapalham o trânsito e, quando se sentem incomoda-dos, não economizam buzina. Porém, o que poucos sabem é que o trabalho destes profissionais da reci-clagem é imprescindível para o desenvolvimento das cidades. as vantagens e os benefícios são múltiplos, mas podemos destacar algumas: menor quantidade de lixo transportado pelos caminhos de lixo comum o que resulta numa economia para o Poder Público, aumento da vida útil do aterro sanitário, o qual é de extrema importância, visto que um grande número de cidades sequer tem um projeto, sendo lançados a céu aberto e sem dúvida a melhoria do meio am-biente como um todo.

se não fosse a coleta feita por milhares de car-rinheiros diariamente em todo o Brasil, as cidades certamente virariam um caos. salvo exceções, este trabalho é realizado exclusivamente por estes traba-lhadores, e que em muitas cidades o Próprio Poder Público desconhece as suas necessidades e bem como melhorar as condições de trabalho, e o mais importante, a separação destes materiais.

apesar de o quilo do material reciclável ser vendido a centavos, a coleta desse material torna--se a única opção de trabalho para muitas pessoas, principalmente aquelas que moram em áreas pobres e que não tiveram a oportunidade de estudar. Por isso, é difícil mensurar o número de pessoas que sobrevivem da coleta do lixo nas cidades paranaense.

valorizaçãoMuitos dos profissionais do lixo ainda sofrem

preconceito e são tachados como marginais ou de-socupados. Por outro lado, muitas pessoas ainda se irritam com o trabalho dos catadores de papel, que deixam sacolas abertas, reviram o lixo na frente das casas e o espalham na calçada. Para reverter essa situação, ensinar o catador a exercer corretamente sua profissão e resgatar sua auto-estima, explicando que eles atuam como agentes ambientais, capazes de mudar o ciclo de limpeza urbana de muitas cidades, é uma das iniciativas do copadesc, oscIP que procura desenvolver um trabalho com essas pessoas. Mas na outra ponta, que é a geradora destes matérias que deveria fazer a separação seletiva dentro de suas casa, no comércio, indústrias, departamentos públicos, etc. o objetivo do projeto é trabalhar com a formação dos carrinheiros, diminuir a informalidade da profissão e criar condições de cidadania e inclusão social.

devemos todos buscar melhoria nas condições de vida e trabalho deles. estes trabalhadores devem saber da sua importância do que fazem, como devem fazer a coleta do lixo sem sujar as ruas, ensinar sobre a reciclagem e como tirar o melhor proveito deste trabalho. a ação deve favorecer estes trabalhadores, inserindo-os nas escolas, capacitando-os com cursos técnicos, e o mais importante, coibindo o trabalho infantil. cada um pode fazer sua parte e certamente haverá um ganho coletivo desta ação solitária e individual.

João Geraldo Frose,Administrador de Empresa,

Especializando-se em Gestão Ambiental.

oa importância dos trabalhadores do lixo reciclável

Trabalho invisível e imprescindível

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ObjetivOs dO MilêniONós podemos paraná

s municípios do norte Pioneiro acei-taram o desafio e estão caminhando para o alcance dos objetivos do Mi-lênio. o movimento nós Podemos Paraná - 8 jeitos de mudar o mundo, coordenado pelo sistema Federação

das Indústrias do estado do Paraná (Fiep), está promovendo reuniões em todas as regiões do estado para antecipar o alcance dos objetivos do Milênio para 2010 – cinco anos antes do prazo estipulado pela onu.

o último encontro na região foi em Santo Antônio da Platina, no final de maio, quando foram traçados objetivos para for-talecer o núcleo Regional de Bandeirantes para garantir a continuidade de projetos em prol dos objetivos de desenvolvimento do Mundo – odM.

É importante a participação de toda a sociedade, bem como dos poderes legisla-tivo, executivo e judiciário, onGs (dentre as quais o copadesc e o credinorte de santo antônio da Platina e a Povo novo de Guapirama). o alcance das metas é um compromisso de todos para bem comum.

o movimento nós Podemos Paraná é uma proposta do conselho Paranaense de cidadania, que vem sendo articulado e con-duzido pelo sistema Fiep, através do sesi e pelo Instituto de Promoção do desenvol-vimento (IPd), através do observatório de Indicadores de sustentabilidade (orbis).

as reuniões do nós Podemos Paraná já resultaram em projetos interessantes na região:

abatiáno município de abatiá, através das

reuniões dos 8 jeitos de Mudar o Mundo, foi elaborado o Projeto agente ambiental escolar numa parceira entre os municípios

de Ribeirão claro, carlópolis, abatiá, santa amélia e santo antonio da Platina. o município está iniciando o projeto “Todo lixo que não é lixo, vamos separar”. estão sendo realizados Oficinas de Reciclagem, que envolvem toda a comunidade na transformação de materiais recicláveis em brinquedos, enfeites natalinos e outros.

Santo antônio da platinano município de santo antônio da

Platina, o copadesc apresentou o Projeto Integração e cidadania e o Projeto espaço cidadão, procurando oferecê-los às cidades como projetos ligados ao Meio ambiente e à educação. na cidade sede do copadesc algumas ações já foram implantadas como a doação de lixeiras para as escolas e para a cidade, além da Revista Turminha cidadã, distribuída aos alunos da rede pública. com o material, crianças e adolescentes apren-dem ações para melhorar o meio ambiente, sendo que o primeiro passo é a separação do lixo orgânico do lixo reciclável.

Guapiramaa onG Povo novo, de Guapirama,

criou uma biblioteca comunitária para suprir as necessidades dos estudantes e demais moradores com atendimento pela manhã, tarde e noite de segunda a sábado.

Para contribuir com a melhoria educa-cional e qualificação profissional também mantemos intercambio com voluntários da américa Latina para ministrar aulas de espanhol gratuitamente para a comunidade.

Pensando ainda na formação do capital humano, estamos em trâmites finais para implantação da inclusão digital acessível à comunidade em geral.

norte Pioneiro se une para o alcance dos objetivos do Milênio

e s P e c I a L

o

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23www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

ObjetivOs dO MilêniOobjetivos do milênio

os 8 objetivos de desenvolvimento do Milênio (odM) foram criados durante a cúpula do Milênio, realizada em setembro de 2000, na sede da onu em nova York, líderes de 189 países assinaram a Declaração do Milênio. Esse documento oficializou o pacto para priorizar a eliminação da fome e da extrema pobreza no planeta até 2015.

são eles:

• Erradicar a extrema pobreza e a fome; • Atingir o ensino básico universal; • Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia

das mulheres; • Reduzir a mortalidade infantil; • Melhorar a saúde materna; • Combater o HIV/AIDS, a malária e muitas outras

doenças; • Garantir a sustentabilidade ambiental; • Estabelecer parcerias para o desenvolvimento.

obJEtivo 1: Erradicar a extrema pobreza e a fome

segundo levantamento realizado pelo observatório Regional Base

de Indicadores de sustentabilidade (orbis), a mesoregião do norte Pioneiro reduziu em 31% a população abaixo da linha da pobreza: em 1991, a mesorregião tinha 45,1% de sua população nesta si-tuação, percentual que passou para 30,9% em 2000.

obJEtivo 2: atingir o ensino básico universal

dados do orbis apontam que em 2000, 92,3% das crianças de 7 a 14 anos

estavam cursando o ensino fundamental, sendo a taxa de conclusão da 4.ª série, entre crianças de 11 a 14 anos, de 81%, taxa média levemente inferior à do estado, que é de 81,6%.

entre os adolescentes de 15 e 17 anos, a taxa de conclusão do ensino fundamental (8.ª série) diminui para 57%; mesmo entre jovens de 18 a 24 anos, ape-nas 59% haviam concluído o ensino fundamental. a taxa de alfabetização de 15 a 24 anos é de 97%, representando aumento de 5,6% entre 1991 e 2000.

a defasagem idade-série eleva-se à medida que se avança nos níveis de ensino. entre a 1.ª e a 4.ª série do ensino fundamental, 12,7% das crianças estão com idade superior à recomendada; entre a 5.ª e 8.ª série, esse valor se eleva para 25%, chegando a 33,5% de defasagem entre os que alcançam o ensi-no médio. assim, da 1.ª à 4.ª série, um de cada oito alunos encontra-se em situação de defasagem; da 5.ª à 8.ª série, um de cada cinco; no ensino médio, um de cada três.

obJEtivo 3: promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres

na mesorregião, a razão entre meninos e meninas no ensino fundamental, em 2005,

apresenta pequena diferença para o sexo masculino, 93%, ou seja, para cada 100 meninos, há 93 meninas; em idades menores, o número de meninos é sempre superior ao de meninas. no ensino médio, esta razão inverte-se para 118%, ou seja, para cada 118 meninas, há 100 meninos no ensino fundamental.

a participação da mulher no mercado do trabalho, exceto no setor agrícola, passou de 32%, em 1990, para 40%, em 2005; nesse sentido, o Paraná também evoluiu, pois, de 34,4%, em 1990, passou para 41% em 2005. o percentual do rendimento feminino em relação ao mas-culino passou de 67%, em 1990, para 79%, em 2005; o Paraná passou de 71,6%, em 1990, para 79,5% em 2005.

obJEtivo 4: reduzir a mortalidade infantil

a taxa de mortalidade de crianças me-nores de 5 anos, no período de 1990 a 2004,

reduziu-se de 51 para 24 óbitos a cada 1.000 nascidos vivos, representando 53%. no Paraná, a taxa de morta-lidade também reduziu-se, chegando a 18 a cada 1.000 nascidos vivos, o que representa uma redução de 53% em relação a 1991.

na mesorregião, o percentual da mortalidade de crianças entre 28 dias e 1 ano, em 2004, representava 23%; no Paraná, esse percentual era de 32%.

entre 2002 e 2004, 17% dos municípios da mesorre-gião tiveram número de óbitos de menores de 5 anos a cada 1.000 nascidos vivos menor que 15. em 63% dos municípios, foi superior a 15 e inferior a 30.

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e s P e c I a L

obJEtivo 5: melhorar a saúde materna a taxa de mortalidade materna, na

mesorregião, em 2004, apresenta 146 mortes a cada 100.000 nascidos vivos, número infe-rior ao registrado em 1990, que foi 167; no Paraná, são 69,7 mortes. considerando que a meta é reduzir 3/4 da mortalidade, chegando ao patamar de 36,5, este ainda continua sendo um importante desafio a ser superado.

em 2004, 99,8% dos nascidos vivos tiveram seus partos assistidos pelo sistema de saúde e menos de 1% das gestantes não passaram por nenhuma consulta pré-natal.

naquele ano, a proporção de crianças nascidas vivas concebidas por mães adolescentes (com idade inferior a 20 anos) foi de 24%.

obJEtivo 6: Combater o Hiv/aids, a malária e outras doençasem 2005, a mesorregião teve 60 casos

de aIds diagnosticados, representando 4% dos casos do estado; no período de 1990 a 2004, foram 491. em 2005, foram registrados 17 casos de tuberculose; entre 1990 e 2004, foram 287.

devido ao envelhecimento da população e à redu-ção da mortalidade por doenças infecciosas, nas últi-mas décadas, as doenças crônicas não-transmissíveis, como neoplasias, doenças do aparelho circulatório, endócrinas e metabólicas, foram as responsáveis pela maioria dos óbitos, com 440 mortes a cada 100 mil habitantes. a cada ano, cresce a mortalidade por causas externas, como acidentes e homicídios, sendo as responsáveis, atualmente, por 62 mortes a cada 100 mil pessoas.

obJEtivo 7: Garantir a sustentabilidade ambiental

em 2000, 51% dos moradores da área urbana possuíam alguma inadequação

em seu domicílio, tais como: acesso à água, esgota-mento sanitário, coleta de lixo, iluminação elétrica, número de moradores por dormitório ou forma de ocupação não-segura. o esgoto é o aspecto mais representativo, com 42%, e a iluminação elétrica a menor, com 1%.

dos municípios que compõem a mesorregião, 75% dos moradores têm acesso à água da rede, cana-lizada em pelo menos um cômodo. o percentual de domicílios com formas de esgotamento consideradas adequadas (rede geral ou fossa séptica) é de 44,9%.

atualmente, 5% do território da mesorregião - 82.795 hectares - apresentam cobertura florestal, que correspondem a 3% da cobertura do estado. existem 27 áreas de conservação, das quais 3 são unidades de conservação estaduais, 8 municipais e 16 reservas particulares do patrimônio natural.

obJEtivo 8: Estabelecer uma parceria mundial para o Desenvolvimento

o Projeto nós Podemos Paraná visa promover o desenvolvimento do estado

numa atuação sinérgica envolvendo as lideranças privadas e públicas e a comunidade organizada orientada para o alcance dos objetivos do Milênio. O desafio para a mesorregião é criar dinâmica que possibilite o envolvimento de organizações do 1.º, 2.º e 3.º setores da comunidade na realização de projetos voltados ao alcance dos odM, no Paraná, até 2010.

Objetivos do Milênio

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OdecididoparasempreeadecisãojustaA decisão justa não precisa ser petrificada, apenas assegurada, permanecendosensível às mudanças jurídicas e sociais enquanto produzir efeitos

c I d a d a n I a

s instituições são maiores que os homens. estes passam, aquelas devem subsistir independen-tes e harmônicas como imaginou Montesquieu. destaque deve ser dado à necessidade de um judiciário atuante e forte. Fiel da balança que

é, não deve, jamais, submeter-se aos bons ou maus humores do executivo e Legislativo.

dentre as árduas tarefas legadas ao Poder ju-diciário, ao receber importante parcela do poder do estado, está o zelo pela segurança jurídica, que encontra nos efeitos da coisa julgada importante instrumento.

a questão da relativização da coisa julgada hoje será matéria de capa de muitos trabalhos, menos pela novidade, mais pelas descobertas de esquemas de compra de sentenças em operações desvendadas nos últimos dias pela Polícia Federal brasileira.

note-se que a expressão coisa julgada deriva da expressão latina res iudicata, que significa bem julgado. como dito, tem como fundamento principal a segurança jurídica, no qual, as decisões judiciais depois de certo momento tornam-se in-discutíveis, quer sejam justas ou injustas. Faz-se imutável aquilo que foi decidido, estabilizando os conflitos sociais apreciados após o momento

chamado trânsito em julgado da decisão. Mas há casos excepcionais em que a decisões

inconstitucionais e mesmo injustas são atingidas pela imutabilidade da coisa julgada. neste mo-mento o sistema abrigará um conflito entre dois grandes valores: a segurança jurídica x justiça das decisões.

desse embate nasce a Teoria da Relativização da coisa julgada. a idéia é a de que a possibili-dade de revisão de uma sentença que viola prin-cípios constitucionais não significa desprezo ao valor segurança jurídica, mas, ao contrário, seria harmonizá-lo com o valor justiça, que possibilita uma situação de conformidade dentro do sistema processual, proporcionando a verdadeira justiça visada pelo direito.

a segurança jurídica deve ser preservada para garantir firmeza às decisões judiciais. O funda-mento de existência da coisa julgada tem assento principalmente na segurança jurídica, todavia torna-se inadequada a possibilidade de petrificar sentenças injustas, tendo em vista, que essa idéia gera insegurança e incerteza no sistema jurídico que é tido como meio idôneo para se obter os direitos inerentes à dignidade da pessoa humana.

a

ESPAço CIdAdão Junho de 200726

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www.copadesc.org.br Janeiro de 2007 ESPAço CIdAdão 27

a coisa julgada não deve mais ser tratada como um sacramento intangível. em tempos modernos, não predomina mais o pensamento de que os juizes sejam incapazes de proferir erros, na verdade, os fatos revelam que são mui-tas as decisões inquinadas com vícios de inconstitucionalidades e, às vezes, o contraste é tão grave que leva alguns doutrinadores a dizer que nem pode ser considerada como sentença.

a justiça nas decisões é o verdadeiro motivo que leva os estudiosos do direito a uma constante dedicação para se alcan-çar um sistema processual imparcial e eficiente. Portanto, não é correto petrifi-car decisões inconstitucionais somente para proteger o instituto da coisa julgada. Percebe-se que esse movimento de rela-tivização vem em momento certo, onde os desenvolvimentos científicos, sociais e jurídicos fazem reviver a idéia de um processo justo e dinâmico.

Direito processualo direito processual é um sistema

orientado à construção de resultados justos, por isso, quando uma sentença protegida pela coisa julgada prive que alguém obtenha seus direitos como: o filho que é impedido de ter as garantias paternas, o cidadão que é julgado com injustiça, assim como o estado que é obrigado a pagar indenizações absurdas, estará ofendendo a ordem jurídica justa, que é garantida pelo constituinte a todo ser humano.

não se deseja de maneira nenhuma desconsiderar a importância do instituto da coisa julgada que é essencial ao di-reito e à justiça.

Por último, lembremos que a questão das “decisões” proferidas com o ânimo da corrupção, descobertas nos últimos tem-pos pelas operações da Polícia Federal, trará o tema da relativização da coisa jul-gada ao cotidiano dos tribunais. contudo, mesmo entre os autores deste trabalho as opiniões se dividem. de um lado há quem entenda serem nulas tais decisões desde o início, portanto, impossível se falar em trânsito em julgado e imutabilidade. de outro está a opinião de quem sustenta validade das decisões até o momento de sua necessária retirada pelos vícios recém descobertos.

daí encerrarmos nossos dizeres com uma questão: as sentenças proferidas comprovadamente com as cores da cor-rupção devem ser absolutamente abriga-das pela coisa julgada? e nos permitimos dizer: por evidente que não! Mas o tema não reside somente em sede da relativi-zação da coisa julgada, mas também em anulação de ato jurisdicional viciado, salvo melhor juízo. e mais, já escreveu o magistrado investigado josé eduardo carreira alvim, em sua obra Teoria Geral do Processo, que a coisa julgada é a “expressão de exigência de certeza e segurança no gozo dos bens da vida”.

Parece lícito então o entendimento de que certeza e segurança não seriam características de sentenças nulas, vicia-das, cuja imutabilidade não prestigiará a justiça, mas apenas o injusto “gozo dos bens da vida”.

Dr. Márcio Dias de oliveiraAdvogado

Dr. Edson Luiz ZanettiAdvogado

a justiça nas decisões é o verdadeiro motivo que leva os estudiosos do direito a uma constante dedicação para se alcançar um sistema processual imparcial e eficiente

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ESPAço CIdAdão Junho de 2007 www.copadesc.org.br28

xistem princípios espalhados por toda a nossa constituição Federal, sendo que o princípio da dignidade da pessoa humana é o alicerce de todos os demais princípios para muitos doutrinadores

e aqui é o nosso objetivo maior, tese aceita.Admite-se que tudo tem um fim e que este ou tem

um preço ou uma dignidade. Quando o fim tem um preço, tudo bem, mas quando não tem preço, diz-se que tem dignidade, ou seja, o ser humano não tem preço, portanto, tem dignidade. só pelo fato de ser pessoa, esta já tem dignidade.

e, assim sendo, interligando o referido princípio iremos tratar de um direito fundamental do ser hu-mano que é o direito à saúde.

um dos direitos fundamentais incluídos na cons-tituição Federal é o direito à saúde, sendo atribuído a toda pessoa humana. são também conhecidos

como direitos de crédito tendo como objetivo uma contraprestação sob a forma de prestação de um serviço, portanto, ao ser humano deve estar garan-tido e assegurado o direito à saúde, possibilitando e promovendo, assim, o processo civilizador.

há comprovadamente grandes disparidades no sistema de saúde, absurdamente são demonstrados casos em que os hipossuficientes (leia-se pessoas pobres) têm poucas condições de vida. o sistema único de saúde apresenta falhas.

Para tanto, é de extrema relevância a presença do estado constitucional de direito na elaboração, organização e aplicação de um sistema de saúde de caráter universal concreto. a universalização do direito à saúde juntamente com a aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana é o ponto fundamental para possibilitar a inclusão social,

L e G I s L a ç ã o

o princípio da dignidadeda pessoa em foco

com o direito à saúde

eum dos direitos fundamentais incluídos na constituição Federal

é o direito à saúde, sendo atribuído a toda pessoa

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29www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

preservando os seus valores.cumpre gizar os dizeres de josé carlos Tosetti

Barruffini¹:“segundo a constituição Federal, todos são

iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-sileiros e aos estrangeiros resi-dentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade. É cer-to que cabe ao estado assegurá--lo, tanto no sentido do cidadão continuar vivo, como também quanto ao aspecto de ter uma vida digna, pois do contrário o princípio da dignidade da pessoa humana estaria solapado”.

a função do estado, diante dos problemas atuais, torna-se omissa porque o governo não está cumprindo o seu papel: garantir ou melhorar as condições de vida dos cidadãos, possibilitando e promovendo o processo de dignidade humana e avanço cultural da sociedade.

considerando as carências apresentadas pelo estado brasileiro, surge a idéia preliminar de incitar e impulsionar a equipe profissional de saúde a prestar um serviço humanitário às pessoas carentes, fazendo com que o estado proporcione incentivos a esse pessoal, a fim de concretizar a aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana no sistema de saúde.

além disso, ainda cabe ressaltar que toda a popu-

lação brasileira deveria colaborar constantemente na aplicação deste princípio, alcançando assim o ideal de inclusão social dos pobres no sistema de saúde.

se conseguíssemos unir os três Poderes, todos nós cidadãos, toda a equipe profissional médica, com

os pesquisadores do direito (diga-se estudantes de direito – pessoas inteligentes e cheias de garra), organizações não governamentais e todos mais que possam ajudar de uma forma ínfima ou grandiosa, a fazer valer o princípio da dignidade da pessoa humana àquelas pessoas que precisam e necessitam do atendimento no sistema de saúde, estaríamos também colaborando para os demais problemas sociais apresentados em nosso Brasil,

porque levantaríamos a bandeira da dignidade, tão esquecida atualmente.

Gislaine F. de oliveira Mascarenhas aurelianoPós-graduada pela Escola da Magistratura do

Estado do Paraná; Bacharel em direito pelaFaculdade Estadual de direito do Norte Pioneiro

- Jacarezinho.

¹ BARRUFINI, José Carlos Tosetti. direito Constitucional I.1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p.100

a função do estado, diante dos problemas

atuais, torna-se omissa porque o governo

não está cumprindo o seu papel de garantir as condições de vida

ao cidadão

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www.copadesc.org.brESPAço CIdAdão Janeiro de 200730

e d u c a ç ã o

primeiro círculo social da criança é sempre sua família. O nascimento de um filho ou filha faz nascer também a “mãe” e o “pai” cujo papel se perpetuará para além de suas existências na

memória das próximas gerações. carregamos com o nome e sobrenome uma história familiar de experi-ências peculiares que virão a orientar muitas escolhas futuras. Mas, este papel antes desempenhado com a clareza de que PaI era “pai” e Mãe era “mãe” vem sofrendo mudanças na sociedade atual onde as posi-ções familiares já não são tão definidas. A cada dia fica mais difícil delimitar a extensão da responsabilidade da família sobre seus filhos. Temos visto a crescente dificuldade dos pais para impor limites comuns, como hora de dormir, a necessidade de se sentar à mesa para as refeições, a obrigação de ajudar a organizar seus pertences ou de contribuir com as tarefas de casa e, dificuldades muito maiores quando se trata de estabe-lecer com clareza as regras familiares sobre o certo e o errado. com esta falta de limites já no primeiro meio social da criança, como impor limites em suas outras relações sociais como: a casa dos familiares, o clube, a igreja, a escola e outros ambientes que a criança fre-qüenta? Se os pais não conseguem definir seus papéis

Opapeldospaisnaeducação

onão delegue à escola a responsabilidade pela educação e orientação moral de seus filhos. Esta é a primeira lição de casa

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31www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

frente a essa criança, como então, aqueles que mantêm com ela uma relação muito mais superficial, muito menos emocional, poderão dar conta da tarefa de educá-la. a escola por muitas vezes tem sido res-ponsabilizada por esta tarefa em função do largo período de contato com a criança. Pais ocupados com seus afazeres profis-sionais, com dificuldade de compreender suas relações familiares e muitas vezes impotentes frente às mudanças tecnoló-gicas e práticas sociais a elas associadas, preferem delegar a orientação ética e moral de seus filhos a outros, omitindo--se das obrigações da relação pai-filho. a cada dia percebemos as mudanças de atitude de crianças e jovens frente às instituições sociais. a escola se torna ainda mais sensível a esta mudança e sua função relativa ao ensino formal precisa muitas vezes ser desviada para trabalhar aquilo que vem sendo omitido na relação familiar. as normas familiares sempre foram o “norte”, a orientação segura para os filhos. A palavra do pai era a lei, a edu-cação transmitida pela mãe demonstrava o

esmero e cuidado dispensado aos filhos. A escola era espaço sagrado e os professores pessoas a serem admiradas e obedecidas. Como tão depressa se modificaram esses papéis? como perdemos tão rapidamente algumas referências preciosas que nos garantiam bem estar e segurança? Quando ouvimos falar de situações ocorridas nas salas de aula ou nos entornos escolares passamos a nos preocupar com o futuro de crianças e adolescentes que já não conseguem obedecer regras mínimas de convivência social. Preocupamos-nos com a educação das próximas gerações. nós pais somos responsáveis pela revisão de nossos papéis familiares, pela postura que assumimos e precisamos retomar a orientação de nossas famílias buscando uma reforma social ampla, ética e poli-ticamente corretas para que outros não precisem assumir a função que cabe à família desde o início da inserção de um novo indivíduo em nossa sociedade.

ieda Maria da Veiga Franco ReisPsicóloga e Professora

Se os pais não conseguem definir seus papéis frente a essa criança, como então, aqueles que mantêm com ela uma relação muito mais superficial, muito menos emocional, poderão dar conta da tarefa de educá-ia?

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www.copadesc.org.br

O que é o trânsito?

ESPAço CIdAdão Janeiro de 200732

sta pergunta leva, invariavelmente, a uma resposta simples, reduzida, ina-dequada e equivocada: “trânsito é o motorista, o automóvel e o acidente”. a imensa maioria das pessoas apre-

sentaria esta resposta, se questionada sem muito tempo para pensar e responder. É isso o que se verifica no senso comum da população.

Mas trânsito é muito mais do que isso. a palavra trânsito pede que nos reportemos ao “inalienável direito de ir e vir”, princípio básico da mobilidade.

É preciso lembrar que o Brasil é um país cujos cidadãos se locomovem utilizando canoas, bicicletas, jegues, ônibus, lotação, moto-taxi ou até mes-

mo helicópteros. não usamos apenas o automóvel. Mas, nem todos têm avião, barco ou carro. alguns nem sequer têm dinheiro para o transporte coletivo. um número espetacular de pessoas desloca--se apenas a pé e não nos damos conta que o pedestre faz parte do trânsito.

um efeito absolutamente indesejado é o da banalização da violência: de tanto ver acidentes, a pessoa tende a achar que isso é normal e distante de sua realidade. então, aquela voz interior dizendo que “isso nunca vai acontecer comigo” apa-rece e todo o esforço de sensibilização torna-se inócuo.

ao divulgar estatísticas de acidentes de trânsito como se fossem índices eco-

nômicos, a imprensa está alertando para a gravidade do problema ou contribuindo para banalizar o assunto?

no Brasil morrem 100 pessoas por dia, a lotação média de um avião comer-cial. este número não é notícia porque o assunto já está banalizado - e por isso não daria audiência ou está banalizado porque nunca é notícia. Afinal, “se nin-guém diz que a violência do trânsito no Brasil consome por dia o equivalente a um acidente aéreo de grande porte, é porque isso não deve ser importante.” ou ainda, seria porque, da forma como é apresentado, não desperta.

Fonte: Código de Trânsito Brasileiro

e d u c a ç ã o n o T R â n s I T o

E

ConhECEndo Um PoUCo dE noRmASdE CIRCULAÇÃo PARA PEdESTRES• Ciclistas desmontados empurrando bicicletas são considerados pedestres.• Em vias urbanas, pedestres devem utilizar calçadas e passeios.• Em vias rurais, deverão utilizar o acostamento contrário ao fluxo de

veículos, em fila única.• Travessias devem ser feitas na faixa de segurança, sob sinal favorável.• Quando houver faixa de pedestre, mas não houver semáforo, pedestres

terão preferência sobre veículos.• Quando não houver faixa nem sinalização, o pedestre deverá aguardar

na calçada pelo momento oportuno e atravessar a via na menor distância possível.

o CondUToR PodERá TER o SEU dIREITo dE dIRIgIR SUSPEnSo, o qUE ExIgIRá o CURSo dE RECICLAgEm, TodA vEz qUE:• Em caso de acidente, deixar de sinalizar, afastar o perigo, identificar-se,

prestar informações ou acatar determinações da autoridade.• Deixar de prestar ou providenciar socorro à vítima ou abandonar o local.• Dirigir sob a influência de álcool ou outro entorpecente.

SA 8000

Page 33: Revista Espaço Cidadão # 02

www.copadesc.org.br $SA 8000ResponsabilidadeSocial:

um compromisso de todos

ResPonsaBILIdade socIaL

a responsabilidade social se tornou, hoje em dia, um dos elementos para garantir a competitividade das empresas, ou seja, serem bem vistas

ocê já parou pra pensar quantos produtos ou serviços você utilizou hoje ? Quantas empresas ou organizações fizeram parte do seu dia-a-dia? O pão e o leite, a escola de nossos filhos, o com-bustível que movimenta os carros, o banco, o

correio, a farmácia e assim vai. conclui-se então que dependemos direta ou indiretamente das empresas que satisfazem nossas necessidades. nunca se consumiu e produziu tanto.

segurança, comodidade, facilidade e satisfação estão entre as principais características buscadas pelos consumidores nos produtos ou serviços . as empresas investem muito para conquistar e manter seus clientes, cada vez mais agregando valores no que fazem. além das características comuns os clientes têm observado aspectos éticos da empresa, ou seja, como ela tem colaborado para o desenvolvimento social da região. Responsabilidade social se tornou hoje um dos ele-mentos para garantir a competitividade da empresa, ou seja ser bem vista.

o Instituto ethos de empresas e Responsabilidade social traz o seguinte conceito: “Responsabilidade social empresarial é uma forma de conduzir os negó-cios que torna a empresa parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. a empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, Governo e meio ambien-te) e conseguir incorporá-los ao planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos, não apenas dos acionistas ou proprietários”.

Traduzindo o conceito fornecido pela ethos, a em-presa Responsavelmente social é aquela que consegue atender e colaborar para que todos os que fazem parte da sua relação : clientes, acionistas (proprietários), os funcionários (que hoje poderíamos chamar de

colaboradores), a comunidade onde a empresa está inserida, os fornecedores e o meio ambiente, tenham o seu desenvolvimento conquistado. não existe mais espaço para as empresas que buscam apenas o seu lucro, não levando em consideração o impacto dessa atitude no ambiente que está inserida.

segundo Mauro silveira*, “empresas socialmente responsáveis são diferente das outras porque estão preocupadas com a dignidade do ser humano e com construção de uma sociedade mais justa. suas ações ultrapassam os limites dos muros que as cercam e alcançam o bairro, a cidade, o país e – por que não? – o mundo. empresas socialmente responsáveis têm consciência de que seu crescimento será inútil e insus-tentável se não vier acompanhado do desenvolvimento social”. agir de maneira responsável é olhar para dentro e para fora da empresa, verificando impactos que ela tem causado.

Existe uma confusão entre ações de filantropia (caridade) e Responsabilidade social. “Filantropia nada mais é que um simples “auxílio” da empresa em prol da comunidade” **, também tem o seu valor. Responsabilidade social é atuar com projetos de ações voltadas para a saúde, a educação, o meio ambiente, a cultura, a inclusão no mercado de trabalho procurando proporcionar ao cidadão dignidade e amor-próprio. neste sentido o ideal é que a empresas desenvolvam projetos sociais dentro da sua competência, ou seja, se seu negócio está relacionado à saúde desenvolva então projetos sociais direcionados a saúde. Trabalha--se com educação, desenvolva projetos relacionados à educação. Vale da dica de que várias empresas podem somar seus conhecimentos e desenvolver um projeto social onde cada uma atua dentro de sua competência.

a pergunta que a empresa deve fazer: como posso agir de maneira responsável com quem me relaciono? algumas respostas podem ser dadas, são elas :

V

33Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

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ESPAço CIdAdão Junho de 2007 www.copadesc.org.br34

• Com os acionistas (proprietários): retornar investimento realizado e garantir uma boa imagem da empresa.

• Com os funcionários: garantir, no mínimo os direitos que possuem (registro, férias, horas extras, boas condições de tra-balho) e proporcionar o desenvolvimento como pessoa e cidadão.

• Com os Clientes: realizar o que foi combinado, respeitar os seus direitos de consumidor, oferecer produtos e serviços com segurança e qualidade.

• Com os fornecedores: estabelecer negócios onde as duas partes efetivamente ganham. Cumprir os contratos firmados.

• Com a comunidade: lutar pelo de-senvolvimento da cidade ou região, par-ticipando dos eventos sociais e políticos tendo participação nas decisões.

• Com o meio ambiente: verificar se os processos de produção da empresa não agride o meio ambiente. Praticar a separação seletiva do lixo. Manter a cidade limpa.

Muitas empresas não fazem nada porque acreditam não ter nada a oferecer ou o que tem a dar é simples.

a seguir, citamos algumas empresa no Brasil e suas ações sociais:

- Abn Amro abre linha de microcré-dito para favela (Valor Econômico, 20 de maio de 2002).

- Colgate dá lições sobre cuidados com a saúde bucal para crianças (Revista

Educação, fevereiro de 2002).- bancos reduzem em 15% consumo

de energia (Valor Econômico, 24 de agos-to de 2005).

- Ambev reutiliza material e gera novas receitas (Valor Econômico, 24 de agosto de 2005).

- Atum Pescador aposenta lata de aço (Valor Econômico, 25 de agosto de 2005).

a Copagaz possui um ônibus e um microônibus que oferecem atendimento médico e odontológico, banho e corte de cabelo aos moradores de rua (Mauro Silveira).

a Herbarium, um dos maiores la-boratórios fitoterápicos do país, tem um ambulatório médico para atender gratui-tamente a população carente do Paraná (Mauro Silveira).

aí estão alguns exemplos. são grandes empresas realizando projetos direcionados para o desenvolvimento social. Tenho certeza que as grandes, médias e peque-nas empresas do norte também tem um enorme potencial para realizar projetos de responsabilidade social. Muitas já re-alizam, gostaria de citá-las nos próximos artigos, vou deixar meu endereço para que mandem informações.

Todos precisam assumir a parcela que lhe pertence na construção de uma sociedade com menos injustiça social, só assim é possível desenvolver um cresci-mento sustentável. além das empresas

é necessário que tenhamos profissionais que tenham em suas ações o princípio da responsabilidade social.

tarcisio boikoGraduado em Administração de Empresas

pela Fanorpi. [email protected]

Referências:** artigo: Ética e responsabilidade social

das empresas - Vitor bonini toniellowww.rh.com.br

* o Emprego ideal existe, Mauro silveira, o Profissiomauta -simon Franco,

instituto Ethos - www.ethos.org.br

investimento Social privado

o investimento social privado é uma das várias facetas da responsabilidade social. empresas cada vez mais têm inves-tido recursos em projetos sociais e há uma maior demanda por resultados concretos.

o investimento social privado é o uso voluntário e planejado de recursos privados em projetos de interesse público. ao contrário do que muitos pensam, o investimento social privado não deve ser confundido com assistencialismo.

como qualquer investimento, as pes-soas físicas ou jurídicas que financiam projetos de cunho social têm o intuito de aferir os resultados alcançados. há, portanto, a preocupação em se gerar um retorno positivo à sociedade, de forma que o monitoramento das atividades desempe-nhadas seja constante e envolva uma equi-

ResPonsaBILIdade socIaL

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35www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

pe de profissionais, tais como assistentes sociais, pedagogos e educadores. Isto leva ao crescimento e maior profissionalização do ‘’terceiro setor’’ ao qual o copadesc e o credinorte estão inseridos, frente às dificuldades dos setores público e privado no combate às mazelas sociais do país.

Podemos destacar que as empresas da região norte Pioneiro, e em especial da cidade de santo antônio da Platina estão participando de projetos de cunho social, ambiental e educacional. exemplo disso é a participação de mais de uma centena de empresas para que o Projeto espaço cidadão possa dar seus primeiros passos em direção à melhoria da qualidade do homem e do meio ambiente.

responsabilidadeSocial Empresarial

a maneira como as empresas realizam seus negócios define sua maior ou menor Responsabilidade social empresarial. o conceito da Rse está relacionado com a ética e a transparência na gestão dos negócios e deve refletir-se nas decisões

cotidianas que podem causar impactos na sociedade, no meio ambiente e no futuro dos próprios negócios.

de um modo mais simples, podemos dizer que a ética nos negócios ocorre quando as decisões de interesse de de-terminada empresa também respeitam o direito, os valores e os interesses de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, são por elas afetados.

assim, uma empresa pode oferecer o melhor produto ou serviço imaginável para seus consumidores e clientes, mas não estará sendo ética em suas relações com a sociedade se, por exemplo, no desenvolvimento de suas atividades não se preocupar com a poluição que gera no meio ambiente

Transparência é outro conceito que muito tem a ver com ética. a falta de transparência na condução dos negócios pode prejudicar não só clientes e consu-midores, mas também a própria empresa. se ela sonega, por exemplo, uma infor-mação importante sobre seus produtos e serviços, poderá ser responsabilizada,

mais tarde, por omissão. Responsabili-dade social empresarial, portanto, diz respeito à maneira como as empresas realizam seus negócios: os critérios que utilizam para a tomada de decisões, os valores que definem suas prioridades e os relacionamentos com todos os públicos com os quais interagem, não custa repetir.

Tudo isso vamos detalhar percorrendo juntos cada uma das sete diretrizes que norteiam a Responsabilidade social em-presarial, que você vai conhecer a seguir.Trata-se de uma série de ações concretas que podem contribuir para a melhoria da qualidade dos relacionamentos de sua empresa nas áreas de:Valores e Transpa-rência, Público Interno,Meio ambiente, Fornecedores, consumidores e clientes, comunidade, Governo e sociedade.

João Geraldo FroseGraduado em Administração de Empresas pela Faculdade de Administracao e Economia - FAE

[email protected]

Referências:www.sebrae.com.br, www.ethos.org.br

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ESPAço CIdAdão Junho de 2007 www.copadesc.org.br36

IncLusão socIaL

reocupado com as condições precária dos carrinhos e as condições de traba-lho da maioria dos trabalhadores de lixo reciclável de santo antônio da Platina,

foi o que levou o seu fundador e proprie-tário, sr. celso schmidt, a investir no projeto dos carrinhos para lixo reciclável. É uma nova forma de aplicar os recursos financeiros da empresa, porém estes recur-sos não visam lucro, mas sim benefícios sociais e ambientais. a samp em parceria com a associação da Promoção humana Platinense - aPhP e a associação Resgatar e Reciclar – aRR-VIda irá disponibilizar carrinhos para todos que queiram trabalhar com a coleta seletiva do lixo.

Inicialmente serão fabricados 10 car-rinhos, e onde eles serão entregues para os trabalhadores, os quais efetuarão o pagamento durante um período, não mais que 10 meses, repassando um valor para o projeto, onde esses recursos serão usados exclusivamente para a construção de novos carrinhos. Terminado esse tempo o carri-nho será de propriedade do trabalhador que cumpriu com as obrigações. ao todo o projeto prevê entregar 30 carrinhos aos trabalhadores, além de uniformizá-los com colete, luvas e bonés.

a contrapartida daqueles que recebe-

rem o carrinho é recolher todo o material separado nas casas, onde, juntamente com a partes interessadas e o copadesc, farão uma escala de dias da semana, onde toda a cidade de santo antônio da Platina será atendida.

haverá uma seleção das pessoas que irão receber os carrinhos, e como uma das exigências é ser associado na aPhP, ou na aRR-VIda, ou em outra que tem como objetivo os mesmos fins. Um con-trato simples deverá ser concordado onde os direitos e deveres são definidos para o bem de todos.

o objetivo do projeto é dar melhores condições de trabalho para o grupo de recolhedores de lixo reciclável, melhorar as condições do meio ambiente na cidade, resgatar a cidadania destes trabalhadores, ter uma cidade limpa com a presença constante de trabalhadores integrados com a comunidade e um grupo de família com sua cidadania resgatada, entre outras.

o copadesc apóia todas as iniciativa que contribuem com a melhoria de quali-dade de vida do homem e com a do meio ambiente.

Todo o material recolhido deverá ser processado, a princípio no Barracão da aPhP, onde os valores serão recolhidos, conforme o contrato.

SAMP FIAT

pa empresa saMP, concessionária Fiat para a região norte do Paraná, com sede em santo antônio da Platina, atuando há mais de 28 anos comercializando carros novos da marca Fiat e usados de diversas marcas

Samp: investindo em projetode carrinhos para lixo reciclável

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37www.copadesc.org.br Junho de 2007 ESPAço CIdAdão

sava-se com freqüência a seguinte expressão: tempo é dinheiro, hoje deve ser trocada por conhecimento é dinheiro. Idalberto chiavenato em

seu livro Gestão de Pessoas escreve “ Mais importante do que o dinheiro é o conheci-mento. saber como usá-lo e aplicá-lo de maneira rentável”.

estudos realizados relatam que as mudanças dos últimos 50 anos equivalem àquelas realizadas nos 500 anos anteriores, ou seja, a tudo muda rapidamente. Inova-ções tecnológicas, conceitos da sociedade, descobertas científicas e fatos históricos. Na gestão de uma organização não é diferente, para garantir a sua sobrevivência no mer-cado, que está cada vez mais competitivo, ela necessita estar preparada para absorver as transformações que ocorrem. estamos vivendo a era da Informação. nunca tivemos tantas informações disponíveis a qualquer momento. Basta acessar a inter-net e é possível pesquisar o assunto que se deseja. somente informar-se não basta, é necessário transformar em conhecimento e gerar resultados, ou seja, o que aprendermos deve levar-nos a ações que tragam resultado a nível pessoal e empresarial.

a transformação do conhecimento é feita por meio de uma política adequada dos recursos humanos aplicados na orga-nização. somente as pessoas conseguem transformar os demais recursos disponí-veis na empresa em produtos e serviços ao cliente. Investir em treinamento e desenvolvimento do capital humano é condição para a promoção do crescimen-to, inovação e garantia de permanêcia no mercado. henry Ford (conhece a FoRd?) dizia: “as duas coisas mais importantes de uma empresa não aparecem nos seus demonstrativos financeiros: sua reputação e suas pessoas.”

Pode-se resumir que a razão de uma organização existir é a somatória de inte-resses. o cliente no produto ou serviço, os acionistas no retorno de seus investimen-tos. e os funcionários na possibilidade de colaborar para que o cliente e o acionista tenham suas expectativas atendidas.

como retorno dessa colaboração os funcionários recebem o reconhecimen-to, sendo por meio de dinheiro e outros benefícios. uma das maneiras é investir na carreira de um colaborador, assim é possível garantir que os interesses da or-ganização e do funcionário (colaborador) sejam atendidos.

a Farmácia Belladona visando o desenvolvimento pessoal investe na ca-pacitação de seus colaboradores por meio de ajuda de custo para as despesas com a formação profissional. De 2004 até hoje existem pessoas cursando ou já termina-ram cursos de graduação e pós-graduação.

duas pessoas terminaram pós-gradu-ação em Farmácia de Manipulação. um colaborador terminou a graduação em Administração e está finalizando Espe-cialização em Recursos humanos, dois colaboradores estão cursando Farmácia e administração de empresas. os demais tem recebido incentivos para concluir o 2º Grau ou estudar para prestar vestibular.

a Farmácia Belladona está conscien-te de que investindo nas pessoas estará em longo prazo não só garantindo a sua competitividade, mas proporcionando crescimento pessoal e da sociedade formando profissionais capacitados que através de seus conhecimentos transfor-marão realidades.

tarcisio boiko – Graduado em administração de Empresas pela Fanorpi.Fonte: Farmácia de Manipulação Belladona.

conhecimento garantindo a competitividade na Belladona

UMais importante do que o dinheiro é o conhecimento.saber como usá-lo e aplicá-lo de maneira rentável

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c R I a n ç a

Alimentação saudávela ingestão adequada de nutrientes nos primeiros anos de vida é essencial para um desenvolvimento e crescimento saudáveis

F az parte do comportamento humano ter cuida-dos adicionais com a alimentação da criança, mães sabem o quanto é importante alimentá--los da melhor maneira possível. hoje é con-

senso que a ingestão adequada de nutrientes nos primeiros anos de vida é essencial para a obtenção de um desenvolvimento e crescimento saudáveis. uma alimentação de boa qualidade é resultado do equilíbrio dos nutrientes, em quantidade, propor-ção e variedades adequadas, dando condições para importantes funções para o organismo.

algumas dicas podem ser de grande valia aos pais que estão realmente interessados na qualida-de de vida de seus filhos, pois as conseqüências da obesidade infantil levam-na a: problemas na coluna, nas articulações, ferem a auto-estima e leva a rejeição social. na fase adulta, problemas como diabetes, hipertensão arterial, altos níveis de colesterol no sangue e Triglicérides estão inti-mamente ligando a obesidade na infância.

DiCaS:• Reeducação Alimentar: Este talvez seja o primei-

ro e o melhor resultado para combater a obesida-de entre as crianças. É necessário um corte nas calorias vazias (como salgadinhos, refrigerantes, bolachas recheadas) e serem substituídas por

sucos, frutas, verduras, sem dispensar, é claro os alimentos construtores (carnes, leite, ovos, etc.)

• Quanto mais colorido o prato de seu filho me-lhor.

• Controle da despensa. Sem dúvida esta é a grande dica para quem quer modificar os hábitos alimentares de seu filho. A oferta de guloseimas deve ser diminuída ao máximo ou até mesmo excluída das despensas assim como limitar as saídas às lanchonetes e fast food.

• Não obrigar a criança a comer ou fazer chanta-gem, pois isto resultará em repulsa ainda maior pela comida.

• Comece o dia com um bom café da manhã;• Não prometer à criança uma sobremesa em troca

do prato vazio, pois transmitirá à criança a idéia de que comer não é bom.

• Dar o exemplo: as crianças e muitas vezes ainda os adolescentes seguem os exemplos e os hábi-tos dos pais. não adianta mandar tomar sucos e somente beber refrigerante. orientar dietas e atitudes saudáveis e fazer diferente disso.

• E por fim, introduzir as crianças alguma ativida-de física, para que esta possa queimar as calorias e reduzir seu excesso de gordura.

ana Carolina schiabel schmidt - Nutricionista

criança bem alimentada é

criança saudável, com energia para

exercitar-se, disposição

para estudar e melhor atenção e concentração

o que favorece o aprendizado.

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I n s T I T u I ç õ e s

apladef: 16 anos no apoio aos portadores de deficiênciasituada na rua campos sales, 1023, em santo antônio da Platina, a Associação Platinense dos Deficientes Físicos – APLADEF, é umaassociação voltada para o apoio aos portadores de deficiência físicas

apladef foi fundada no ano de 1991 e, desde então, constituída e gerida por pessoas que apóiam e incentivam suas causas. Teve como

principal fundadora a srta. Luci silva que, atualmente presidente a associação, teve a “pólio” quando criança.

Sabedora e consciente das dificul-dades em relação ao seu tratamento, somados a discriminação que muitas vezes as pessoas portadores de deficiên-cia física enfrentam, criou a aPLadeF que procura minimizar os problemas de outros deficientes que tinham as mesmas dificuldades e barreiras.

a aPLadeF surgir, portanto, a partir da necessidade em atender e ajudar os de-ficientes que sofrem por não terem opor-tunidade para um tratamento, que muitas vezes necessitam freqüentemente ir aos médicos especializados, adquirir apare-lhos específicos, entre outras. Aliado à essas dificuldades os direitos de cidadania dos deficientes físicos não são respeitados, onde muitas vezes um simples passeio transforma-se em problemas, visto que na maioria das cidades brasileiras não

prevê dentro das construções o acesso ao transporte coletivo, transitar em calçadas, adentrar em lojas, departamentos públicos e privados, agências bancárias, etc.

A identificação de pessoas portadoras de deficiência física no município de San-to antônio da Platina tem impulsionado o avanço deste trabalho, do qual surgiu primeiramente como uma associação para defender e buscar o respeito ao deficiente e excluindo a discriminação do portador de deficiência física, tais como acesso aos locais públicos, banheiros públicos, calçadas, clubes etc.

Porém, a APLADEF identificou que o deficiente físico tem outras necessidades, que não são somente as dele, mas de todos que estão ao seu redor, como sua família, escola, vizinhos e a própria comunidade, necessidades essas que são: psicológicos, odontológicos, médicos, medicamentos,

aparelhos ortopédicos, locomoção, fisio-terapia, financeira, relacionamentos cole-tivos, educação e outras de âmbito social.

o atendimento é para todas as pesso-as portadoras de deficiência física quer natural como acidental ou por doenças, e estendendo à sua família. a aPLadeF tem lançado o desafio de oferecer uma oportunidade concreta de reintegração, sócio-familiar e também financeira ao portador de deficiência física.

atualmente a proposta é dar conti-nuidade aos trabalhos realizados pela en-tidade no apoio assistencial ao deficiente físico e sua integração e reintegração, e que o mesmo vá ou volte a ter uma ocupação sadia e produtiva, adquirindo e repassando o respeito da comunidade a qual está mais próxima. Procuramos devolver os direitos de cidadania aos portadores de deficiência física.

os trabalhos são desenvolvidos com serviços manuais de artesanato, reuniões em grupo e familiar, e outros que possam trazer a dignidade do deficiente de forma que se sinta útil à comunidade e a sua própria família.

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I n s T I T u I ç õ e s

a linha de aceitação do tratamento e dos serviços oferecidos é de cunho espon-tâneo, com a devida orientação médica, psicológica e assistencial, essas atividades complementares são desenvolvidas na sede da aPLadeF ou em locais por ela indicados.

objetivosA - estimular os portadores de defeitos físicos para uma adequada atuação e participação na vida profissional e social por seus próprios meios, através de aulas de artesanato, de alfabetização, exposições, esportes, lazer, criação de fontes de trabalho e outras medidas e atividades que julgarem necessárias dentro das possibilidades da associação, colaborando dessa forma para seu ajustamento físico e psicológico na sociedade;b - assistir os deficientes físicos no tratamento médico odontológico, fisio-terapêutico, psicológico e assistência social, através da cobertura de pessoal tecnicamente capacitada e apoio de órgãos Federais, estaduais, Municipais e Voluntários; bem como contratos de prestação de serviços.C - conscientizar o público quanto aos direitos das pessoas deficientes;I- Proteção contra toda exploração, regulamentos e tratamento de natureza discriminatória, abusiva ou degradante;II- Participar e contribuir para diversos aspectos da vida econômica, social e política.d - Reuniões em grupo para analisar, avaliar e sugerir princípios complemen-tares ao desenvolvimento do projeto, convivência familiar, proporcionado pelo resgate do respeito pessoal;e - Reuniões de resgate com os familia-res, em períodos mensais.

funcionamentoatendimento de segunda à sexta-feira.1 - direitos do usuário

o usuário procura a entidade solicitan-do os serviços de apoio, porém ele tem o direito de optar se deseja ou não participar dos trabalhos e reuniões e se aceita o tipo de serviço oferecido, tendo a liberdade de se desligar quando assim o desejar;

2 -Terapia ocupacionalTrabalhos manuais de artesanatos em

períodos diários e semanais, de acordo com a disponibilidade e horário do defi-ciente na sede da entidade, em horários normais de funcionamento da entidade;

3 - reuniões e atendimentos com Psicó-logos, Terapeutas e Médicos

Feita mensalmente com os deficientes, em grupo, familiar ou individualmente;

4 - Amparo à Família do deficiente carente

conscientização do problema (de-ficiência) a ser encarada pelo próprio e família, com reuniões e visitas mensais nas casas pela entidade, ou assistente social, ou psicólogo.

atendimento em grupo nas reuniões mensais e orientação a familiar;

5 -Apoio assistencial ao atendimento na rede de saúde e educação dos de-ficientes

Facilitando e promovendo o alcan-ce do atendimento mais rapidamente, inclusive no que tange aos tratamentos e equipamentos que necessitar adquirir.

manutençãoa aPLdeF se mantém através de

contribuições de nossos associados, subvenções públicas para atendimentos direcionados pelo cMas, doações de qualquer natureza, colaboração de mé-dicos e ortopedistas, convênios e outros que têm a visão para o bem estar social dos deficientes físicos e carentes.

Por isso os serviços são oferecidos gratuitamente aos deficientes e famílias carentes e também aos não carentes. Tudo pago pela apladef e doado, quando a necessidade é definitiva, ou emprestado quando por tempo determinado.

Também temos a agradecer aos nossos colaboradores, ao Município, ao conselho Municipal de assistência social e, ainda, a todos aqueles de uma forma ou outra colabora e contribui para que a aPLadeF possa continuar seu trabalho de tantos anos. obrigada. Luci silva.

Fonte: APLAdEF

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www.copadesc.org.br

promoção humana: ações voltadas ao resgate da cidadania

com seriedade nos trabalhos desenvolvidos a Promoção humana encontra parceiros em sua caminhada

a associação de Pastoral da Promoção humana nasce como parte de um programa de evangeli-zação da Igreja católica onde seus idealizadores entendiam que não dava para falar de um deus

amor para quem tem fome. com isso surge à neces-sidade de prestar um trabalho de assistência social junto à comunidade carente, sendo fundada em 20 de setembro de 2000 na Paróquia santo antônio da Pádua, na cidade de santo antônio da Platina, PR.

em 2002 a Pastoral humana deu um grande passo tornando-se uma entidade filantrópica com a criação da associação de Promoção humana Platinense (aPhP) decretada como entidade Pública Municipal.

era preciso gerar serviços para as famílias be-neficiadas, nasce assim a horta comunitária, onde é possível cultivar hortaliças e vender não comunidade por preço acessível.

em 2003 surge um novo projeto em função da preocupação com o meio ambiente e com a limpeza de nossa cidade. a Promoção humana começa a coletar

matérias recicláveis para seleção e comercialização sendo que os fundos angariados com essa comerciali-zação passam a ser revertidos em assistência às famí-lias cadastradas como cesta básica, remédios e outros.

e com a seriedade do trabalho desenvolvido a Promoção humana encontra parceiros na sua cami-nhada, que visam contribuir no desenvolvimento de suas tarefas, parceiros como a FanoRPI - Faculdade do norte Pioneiro, Fundação Banco do Brasil com a doação de um caminhão e equipamentos para a coleta e seleção dos materiais recicláveis e outros. Muitas empresas têm colaborado com doações de cestas básicas, patrocínio dos eventos da associação e sacos plásticos para coletas.

um empresário sensibilizado com as iniciativas da Promoção humana faz a doação de uma casa, onde através do conselho Tutelar acolhe adolescentes em situação de risco. Os adolescentes ficam hospedados na casa de abrigo Graça divina até o posicionamento do juizado de menores.

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ESPAço CIdAdão Junho de 2007 www.copadesc.org.br42

I n s T I T u I ç õ e s

É importante ressaltarmos que o tra-balho da promoção tem ganhado admira-dores de vários lugares, buscando levar o exemplo e modelo da Promoção humana para suas cidades e regiões. Muitas estão sendo sensibilizadas com os resultados sociais obtidos e motivam-se em prestar serviços voluntários.

Portanto podemos ressaltar que a Promoção humana tem como missão oferecer serviços para a sociedade com soluções sócias e ambientais, através da coleta, seleção e comercialização de materiais recicláveis, gerados na comuni-dade contribuindo com o meio ambiente visando às gerações futuras.

alguns números do trabalho realizado pela associação de Promoção humana:• 728 Famílias cadastradas e atendidas

em 2002; 270 famílias atendidas em 2006;

• Distribuição de 8.300 brinquedos e 23 bicicletas novas;

• Na páscoa – 1800 ovos de chocolate;• Campanha com a distribuição de

40.000 peças de roupas, 2100 pares de sapato, 1300 cobertores;

• Doação de movéis usados, (mais de 500 atendimentos);

• Sobra de Materiais de Construção; (mais de 130 atendimentos);

• Total de 5760 cestas básicas;• Consultas médicas, odontológicas e

exames remédios;• Documentação Básica (CPF, RG, au-

xílio a aposentadoria);• Passagens de Ônibus (tratamento de

saúde, cidadão em trânsito);

• Lixo arrecado e vendido – 417.776 kg – R$ 98.448,70;

• 2080 refeições - almoço e café na usina de reciclagem;

• Sabão caseiro – usando o óleo de co-zinha usado. (fonte de renda para a 28 famílias que fabricam e vendem).

a associação de Promoção humana Platinense - aPhP agradece a todos os segmentos da sociedade que têm colabo-rado para que esse projeto continue reali-zando a promoção da cidadania em nossa cidade. Todos sabemos que há muito a se fazer ainda, por isto desejamos que cada dia mais pessoas abracem esta causa.

tarcisio boiko e Wandell RicardoVoluntários da Promoção Humana

Ações da Pastoral da Promoção Humana

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maçonaria: ações quemovem a comunidadea organização atua em santo antônio da Platina,com o compromisso de servir na comunidade, no trabalhoe fazer deste um mundo melhor para se viver

a maçonaria tem participado da vida social platinense, atuando em parce-ria com cidadãos e entidades locais.

na área da educação o incen-tivo vem através da distribuição da “Medalha do Mérito estudantil”, onde os alunos, de todas as escolas de santo antônio da Platina, que se destacaram no ano, são agraciados, no mês de dezembro, com a medalha. a escola Municipal Pedro claro de oliveira na cidade de santo antônio da Platina recebe também apoio material quando necessitada.

no setor de segurança, em parceria

com cidadãos e entidades participantes, atua no conselho de segurança de santo antônio da Platina, onde seu presidente é membro da Loja Maçônica ordem e justiça nº 14 e o tesoureiro membro da Loja Maçônica saldanha Marinho II.

na saúde, em parceria com a casa da criança Recanto Feliz, foi montado um consultório odontológico, que será inaugurado em breve, para atendimento das crianças do Recanto e da escola Municipal Pedro claro de oliveira.

Fonte: Loja Maçônica Saldanha Marinho II

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e s P o R T e

eles já não ficam mais no bancoa realidade de grande parte dos portadores de necessida-

des educativas especiais no Brasil e no mundo revelam poucas oportunidades para engajamento em atividades esportivas, seja com objetivo de movimentar-se, jogar ou praticar um esporte ou atividade física regular.

Felizmente, esta realidade vem sendo mudada, pois as atividades físicas, esportivas ou de lazer podem possuir valores terapêuticos evidenciando benefícios tanto na esfera física quanto psíquica. além destes benefícios, o portador de necessidades educativas especiais tem nestas atividades a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, pre-venir contra enfermidades secundárias à deficiência, além de promover a integração total do indivíduo.

a escolha de uma modalidade esportiva pode depender de vários fatores como a preferência esportiva, materiais e locais adequados. as modalidades esportivas praticadas por deficientes físicos como os portadores de poliomielite, lesados medulares, lesados cerebrais e amputados, dentre outros, foram adaptadas ou criadas para sua participação em eventos competitivos.

Várias são as modalidades esportivas adaptadas ou criadas para a participação em eventos competitivos dos portadores de necessidades educativas especiais. desta-camos algumas das atividades de interesse do portador de deficiência física em atividades esportivas, sendo as mais conhecidas o Arco e flecha, Atletismo, Basquetebol sobre rodas, Ciclismo, Futebol, Halterofilismo, Natação, Tênis de campo, Tênis de mesa e Voleibol, entre outras.

a prática de atividade física e/ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva,

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eles já não ficam mais no banco Eficiente instrumento de inclusãosocial, o esporte está tirando os

portadores de deficiência física de casa

mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as en-fermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.

Quanto ao físico, pode-se ressaltar ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de equi-líbrio dinâmico ou estático, de força muscular, de coordenação, coordenação motora, dissociação de cinturas, de resistência física; enfim, o favorecimento de sua readaptação ou adaptação física global (Lian-za, Rosadas, e souza). na esfera psíquica, podemos observar ganhos variados, como a melhora da auto--estima, integração social, redução da agressividade, dentre outros benefícios (alencar, souza).

a escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição sócio-econômica, das suas limitações e potencialidades, das suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais preparados para atendê-los, dentre outros fatores.

diversos autores como Guttman, seaman, Lianza, sherrill, Rosadas, souza e schutz ressaltam que os objetivos estabelecidos para as atividades físicas ou esportivas para portadores de deficiência, seja esta física mental, auditiva ou individual (autista), devem considerar e respeitar as limitações e potencialidades individuais do aluno, adequando as atividades propos-tas a estes fatores, bem como englobar objetivos bus-cando assim alcançar vários benefícios, dentre outros: • Melhoria e desenvolvimento de auto-estima, au-

tovalorização e auto-imagem; • O estímulo à independência e autonomia;

• A socialização com outros grupos; • A experiência com suas possibilidades, potencia-

lidades e limitações; • vivência de situações de sucesso e superação de

situações de frustração; • A melhoria das condições organo-funcional

(aparelhos circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor);

• Melhoria na força e resistência muscular global; • Ganho de velocidade; • Aprimoramento da coordenação motora global e

ritmo; • Melhora no equilíbrio estático e dinâmico; • A possibilidade de acesso à prática do esporte

como lazer, reabilitação e competição; • Prevenção de deficiências secundárias; • Promover e encorajar o movimento; • Motivação para atividades futuras; • Manutenção e promoção da saúde e condição física; • Desenvolvimento de habilidades motoras e fun-

cionais para melhor realização das atividades de vida diária;

• Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas. A participação de portadores de deficiência física

em eventos competitivos no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por serem um elemento ímpar no processo de reabilitação, as atividades físicas e es-portivas, competitivas ou não, devem ser orientadas e estimuladas, visando assim possibilitar ao portador de deficiência física, mesmo durante seu programa de reabilitação alcançar os benefícios que estas ativida-des podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida.

Melissa Luna Cintra Vieira Corrêa Licenciada em Educação Física.

a escolha de uma modalidade esportiva depende em grande parte das oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física.

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ESPAço CIdAdão Junho de 2007 www.copadesc.org.br46

c o M u n I d a d e

O trabalho voluntário e decapelania da Igreja Metodista no

Hospital Nossa Senhora da Saúde

a tendendo ao mandamento constante do livro da Bíblia sagrada, Mateus 25:35 e 36, um grupo da Igreja Metodista do Brasil, em santo antônio da Platina/PR, desejoso de servir ao mandamento

de jesus cristo, organizou-se no sentido de visitar os enfermos que se encontrassem no hospital da comu-nidade local, a fim de poder levar-Ihes palavras de conforto e orações. no entanto, mal sabiam que seu mister seria ainda mais abrangente. após o pequeno grupo receber a notícia, da direção do hospital, de que seria útil à referida entidade, caso se dispuses-se, a ajudar na alimentação manual de pacientes com impossibilidade de locomoção (momentânea ou permanente), logo os voluntários metodistas se apresentaram com o fito de servirem integralmente. assim, tomando orientações do diretor clínico do hospital da época, dr. alberto de camargo, aprende-ram aos poucos a empreender o trabalho voluntário. após tentarem dar alimento na boca de pacientes debilitados, voltam aos leitos e se põem à disposição para fazerem orações, distribuindo panfletos com versículos bíblicos e livretos, ou mesmo o novo Testamento. Também preocupados com a questão de datas comemorativas como natal ou Páscoa e outras ocasiões, épocas em que os enfermos se sentem ainda mais sozinhos, organizam cultos de adoração a deus, dentro do próprio hospital.

Por oportuno citar que a legislação atual, segundo a constituição da República Federativa do Brasil de 05 de outubro de 1988, permite expressamente a liberdade de consciência e de crença, no artigo 5.°, incisos VI e VII, além de outras leis infraconstitucio-nais. e a direção atual do hospital vem atendendo ao

imperativo constitucional abrindo suas portas para trabalho de tal natureza, se dispondo a ouvir as idéias e dando diretrizes para o empreendimento.

hoje, o pequeno grupo, que no início contava com 14 pessoas e já hoje conta com 24, faz revezamento de pessoal e horário a fim de melhor poder ajudar aos enfermos. sob oração, normalmente a cada 45 dias, os voluntários reúnem-se, buscando sempre se aprimorar. Para tanto, ora procuram conhecer trabalhos semelhantes (embora não iguais) de outras entidades - como por exemplo ocorre em hospitais evangélicos do Paraná - ora lendo sobre o assunto em raras publicações a respeito e também se reciclando em termos de princípios bíblicos. outrossim, tomam orientações de seus líderes espirituais: Pr. Fernando césar Monteiro e Pra. abigail da silva, os quais, de tempo em tempo, renovam-lhes também a unção.

o grupo, que busca obediência a jesus cristo, sempre respeitando, por óbvio, a espiritualidade indi-vidual do paciente e de eventuais familiares presentes, acabou por experimentar o alívio e a recompensa biblicamente descrita no livro dos atos dos apósto-los 20:27, que diz: “Melhor é dar do que receber”. Quantas vezes, deixando suas tarefas do dia-a-dia e se dispondo a irem até o hospital, após o contato com os pacientes, voltaram para casa sentindo enorme paz no coração. só quem já se dispôs pode explicar.

assim, a mensagem que o grupo da capelania e Voluntariado da Igreja Metodista quer levar ao leitor é que vale a pena servir a cristo e participar de seu ministério. amar ao próximo é remédio para a alma.

Fonte: Igreja Metodista de Santo Antônio da Platina

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Pois todos temos por obrigaçãoconservar o mundo que herdamos

EDuCaÇÃo ambiENtaLNa ESCoLa

o que éÉ um programa onde o aluno é confronta-do com valores sobre a cidade com o meio ambiente e o meio onde vive. A escola aten-dida recebe materiais específicos para a gestão do lixo como: lixeiras recicláveis no pátio, lixeiras em todas as dependências, lixeiras externas para o depósito do lixo gerado. Alunos da 1ª à 6ª série recebem acompanhamento onde assuntos do meio ambiente são tratados na sala de aula e também pela importância que cada um deve ter com o ambiente onde vive além da Revistinha Turminha Cidadã, também do Copadesc. o que é esperadouma melhora do relacionamento do aluno com o seu meio ambiente (sala de aula, esco-la em geral) e também acréscimos de valores para o professor.O aluno faz deste meio ambiente e este cui-dado se estende para todos os lugares que vivem.

DirEitoS E CiDaDaNia

o que éÉ um programa aberto aos alunos de cada es-cola atendida pelo programa e o aluno pode escolher qual a atividade queira participar como esporte, inclusão social, leitura, etc.Nestas ações o aluno recebe atendimento psico-social, físico e motor. A ação acontece no contra-turno escolar do aluno. o que é esperadoO aluno terá sua vaga garantida quando ele fizer a sua parte, tendo a freqüência assídua na escola, cuidados com a higiene pessoal, cuidado com o uniforme e pertences escolar, bom desempenho escolar de acordo com sua capacidade, entre outros.

mEio ambiENtE E CiDaDaNia

o que éEste programa atenderá toda a comunidade, onde a Associações farão à coleta dos mate-riais separados e com potencial para serem reciclados. Materiais educativos serão distribuídos nas lojas parceiras do Projeto Integração e Cida-dania do Copadesc. O Copadesc está insta-lando lixeiras em diversos pontos da cidade

de Santo Antônio da Platina acreditando que todos têm o direito de jogar seu lixo numa lixeira. As casas que participam no projeto recebe-rão sacolas apropriadas para a separação do seu lixo produzido. o que é esperadoQue toda a comunidade participe do projeto Como participarSeparando o lixo e de forma voluntária conta-tar a APHP ou a ARR-Vida para o seu recolhi-mento. Contribuindo de forma financeira com o Programa.

rESpoNSabiLiDaDESoCiaL E CiDaDaNia

o que éÉ um espaço onde a empresa parceira dos projetos do Copadesc poderá mostrar seu lado social. O Copadesc apóia as empresas que participam com projetos voltados à comunidade onde elas atuam. o que é esperadoQue todas as empresas, independentes do seu ramo participem de forma ativa, procu-rando melhorar o meio ambiente e o am-biente onde estão inseridas.

projeto integração e Cidadania

informações: (43) [email protected]

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