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Revista Janela Aberta 010

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Edição de lançamento da Revista Janela Aberta (evolução do antigo Jornal Janela Aberta), trazendo assuntos ligados às artes, cultura digital e economia solidária

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Page 1: Revista Janela Aberta 010

editorial cristian cobraeconomia solidária conto: uma nova economia acontece wen dy palo

software livre software livre é uma questão de liberdade cristian cobraprosa garota bad trip jem im a m urad

poema fluir alexan dre stucch i de souzapoema celeste alexan dre stucch i de souza

poema o rei sem reino alex tom époema sem título m arcos m urad

poema abstração an a am élia pisan elli

prosa maria lúcia josette m on zan ifora do eixo letras rom an ce desleixoprosa quatro minutos leon ardo pan ço

tirinha osvaldo spitaletti jrtirinha m urilo ban n ertirinha rafael m on ster

tirinha os malvados an dré dah m erjanela aberta: incubadora de artistas m aju m artin s

artes, cultura digital e economia solidárianúmero 01

REVI STA

J AN E LA AB E RTA

esta revista é uma publicação da Associação

Instituto Cultural Janela Aberta

Page 2: Revista Janela Aberta 010

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EditorialCristian CobraJ em im a M uradM urilo Deriggi

Wen dy PaloWash in gton Pastore

An a Cris Cam pos

ContatoR: Con de do Pin h al 2340

São Carlos - Cen tro(1 6) 341 2-6461

Correio eletrônicoin stituto@jan elaaberta.art.br

Sítiowww.jan elaaberta.art.br

As opiniões emitidas pelos textos aqui publicados não são necessariamente as mesmasde seus editores, mas consideradas por estes como pertinentes para o debate público. Mesmoassim, são bem vindas todas as críticas e sugestões.escreva para [email protected]

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seus olhos. Vá para aesquerda para conferir quemsuou a camisa pra produziressa edição ou siga para a

direita para conhecer melhoro ISSUU.

Page 3: Revista Janela Aberta 010

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Este é o I SSUU , e ele é n osso am igo! É um site de publicações digitais on de você poderá en con trar m ilh ares de revistas, m uitas emportuguês, com diversos tem as e propostas. É aq ui on de estam os publican do n ossa revista. Você pode lê-la gratuitam en te sem n eces-sidade de n en h um cadastro ou program a extern o.

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Page 4: Revista Janela Aberta 010

O saudoso J orn al J an ela Aberta está de volta.Talvez você n un ca ten h a ouvido falar desse jor-n al, m as ele está ai desde 2008. Com suas pu-blicações n ada periódicas, o J orn al J an ela Abertateve 1 0 edições, publican do 46 textos in form ati-vos ou literários de 28 autores, con tan do ain dacom a participação de 7 artistas plásticos e ilus-tradores. Um a h istória sin gela, feita com esfor-ço, sem recursos e com im portan tes parcerias.

M as m uita gen te apoiava e curtia a ideia da-q uele jorn alzin h o q ue era im presso com apoioda Gráfica Futura e en tregue pela Kalaus n a ca-sa dos associados e am igos do J an ela Aberta.Pessoas en viaram artigos, poem as, con tos, de-sen h os, tirin h as, e-m ails e até m esm o carta!

Com o algjun s já sabem , o J an ela Aberta pas-sou por gran des dificuldades n o an o de 201 3 e n os-so jorn al n ão teve n en h um a edição. M asresolvem os, apesar de todos os en traves, voltar afazer n osso periódico de artes, cultura digital e eco-n om ia solidária.

A ideia é a m esm a: in cen tivar e divulgarn ossos artistas da cidade e dissem in ar os ideais dacultura digital, econ om ia solidária e cultura de paz.O form ato é um pouco difen te. A com eçar pela trocade jorn al por revista. Um a ideia an tiga, pois o con -teúdo da publicação sem pre foi m ais “atem poral”,ou seja, m ais artístico do q ue in form ativo. E agoraessas características se am pliam com n ossa versãoexclusivam en te digital. I n felizm en te n ão estarem os

m ais sen tido aq uela textura, relevo e ch eiro tãoagradáveis do papel, m as com o form ato digitaltam bém podem os ter outras van tagen s.

A ideia tam bém é fazer da Revista J A um es-paço de in form ação focado n o associado, aq uelapessoa q ue con tribui com seus 1 0 reais por m ês em an tém a en tidade. En tão o objetivo é tam bémprestar con tas do trabalh o realizado pela Coorden a-ção e a Eq uipe do J an ela Aberta. E con seq uen te-m en te, é claro, tem os com o in tuito con q uistarm osn ovos associados (sem pre!).

E o q ue tem os em n ossa edição de estréia?Gostaria de pedir ajuda da galera da eq uipe para es-sa h on rosa tarefa.

EDITORIALAn o n ovo, revista n ova, h istória an tiga

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O saudoso J orn al J an ela Aberta está de volta.Talvez você n un ca ten h a ouvido falar desse jor-n al, m as ele está ai desde 2008. Com suas pu-blicações n ada periódicas, o J orn al J an ela Abertateve 1 0 edições, publican do 46 textos in form ati-vos ou literários de 28 autores, con tan do ain dacom a participação de 7 artistas plásticos e ilus-tradores. Um a h istória sin gela, feita com esfor-ço, sem recursos e com im portan tes parcerias.

M as m uita gen te apoiava e curtia a ideia da-q uele jorn alzin h o q ue era im presso com apoioda Gráfica Futura e en tregue pela Kalaus n a ca-sa dos associados e am igos do J an ela Aberta.Pessoas en viaram artigos, poem as, con tos, de-sen h os, tirin h as, e-m ails e até m esm o carta!

Com o algjun s já sabem , o J an ela Aberta pas-sou por gran des dificuldades n o an o de 201 3 e n os-so jorn al n ão teve n en h um a edição. M asresolvem os, apesar de todos os en traves, voltar afazer n osso periódico de artes, cultura digital e eco-n om ia solidária.

A ideia é a m esm a: in cen tivar e divulgarn ossos artistas da cidade e dissem in ar os ideais dacultura digital, econ om ia solidária e cultura de paz.O form ato é um pouco difen te. A com eçar pela trocade jorn al por revista. Um a ideia an tiga, pois o con -teúdo da publicação sem pre foi m ais “atem poral”,ou seja, m ais artístico do q ue in form ativo. E agoraessas características se am pliam com n ossa versãoexclusivam en te digital. I n felizm en te n ão estarem os

m ais sen tido aq uela textura, relevo e ch eiro tãoagradáveis do papel, m as com o form ato digitaltam bém podem os ter outras van tagen s.

A ideia tam bém é fazer da Revista J A um es-paço de in form ação focado n o associado, aq uelapessoa q ue con tribui com seus 1 0 reais por m ês em an tém a en tidade. En tão o objetivo é tam bémprestar con tas do trabalh o realizado pela Coorden a-ção e a Eq uipe do J an ela Aberta. E con seq uen te-m en te, é claro, tem os com o in tuito con q uistarm osn ovos associados (sem pre!).

E o q ue tem os em n ossa edição de estréia?Gostaria de pedir ajuda da galera da eq uipe para es-sa h on rosa tarefa.

EDITORIALAn o n ovo, revista n ova, h istória an tiga

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Vida de ONG

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Atualm en te m uitos de n ós já tivem osum en volvim en to com algum a en tidadefilan trópica, coletivo de artistas, ON Gam bien tal, associação de bairro etc. Vam osch am ar essas in iciativas coletivas, q ue vêm davon tade das pessoas de fazerem algo pelacom un idade sem a in iciativa pública, de ON G(Organ izações N ão Govern am en tais). As ON Gsatuam n o q ue h oje se ch am a de Terceiro Setor,q ue n ão são n em in iciativas privadas q uevisam lucro, n em en tidades govern am en tais,assim com o o I n stituto Cultural J an ela Aberta,q ue é um a associação privada sem fin slucrativos com fin alidade pública.

Com a expan são do setor e o m aiorin teresse da população por essas in iciativascoletivas, resolvem os criar aq ui n a revista umespaço para trocarm os ideias sobre o dia-a-diade n ossa ON G e tam bém outras in iciativasrelacion adas: in ícios, dificuldades, realizações,oportun idades etc. Pois acreditam os q ue taistem as podem ajudar aq ueles q ue estãocom eçan do algum projeto ou en tidade, oum esm o en tidades m ais experien tes comproblem as e q uestões sem elh an tes. E, claro,apren der tam bém com a troca de experiên cias.

Para com eçar, n ada m elh or do q uefalarm os sobre o in ício de um projeto. M uitaspessoas se pergun tam por on de com eçar.Prim eiro devem os ter claro o q ue gostaríam osde fazer, o porq uê e com o com eçar a fazer.M uitas vezes as pessoas se un em em prol deum a ideia e logo surge a von tade dein stitucion alizar tal grupo. O m otivo geralm en teé con seguir recursos fin an ceiros para m an ter oprojeto, porém , esse é um passo q ue precisa

ser dado n o m om en to certo e complan ejam en to adeq uado.

N a prática a in stitucion alização se tratade obter um Cadastro N acion al de PessoaJ urídica (CN PJ ), sem o q ual n ão é possível aparticipação em algun s editais e o recebim en tode verbas públicas. Para isso é preciso avaliaras dem an das e objetivo do grupo, se érealm en te n ecessário a in stitucion alização e sea m elh or form a é um a associação ou um acooperativa (q ue possui fin s lucrativos). Afin al,n ão basta obter um CN PJ para con seguir verbas,q ue depen derão de m uitos outros fatores (paracon ven iam en to público, por exem plo, é precisoter dois an os de CN PJ ). Além do m ais, obter em an ter um CN PJ tem custos e pode ser um tiron o pé. M as vam os deixar para falar sobre asusten tabilidade fin an ceira de um a ON G emn ossas próxim as edições, por ser um tem am uito am plo e fun dam en tal.

Veja com o o SEBRAE distin guecooperativa de associação: "A diferen çaessen cial en tre associações e cooperativas están a n atureza dos dois processos: as associaçõestêm por fin alidade a prom oção de assistên ciasocial, educacion al, cultural, represen taçãopolítica, defesa de in teresses de classe,fi lan tropia. J á as cooperativas têm fin alidadeessen cialm en te econ ôm ica e seu prin cipalobjetivo é viabilizar o n egócio produtivo dosassociados jun to ao m ercado. A com preen sãodessa diferen ça é o q ue determ in a a adeq uaçãoa um ou a outro m odelo. En q uan to aassociação é adeq uada para levar adian te um aatividade social, a cooperativa é m ais adeq uadapara desen volver um a atividade com ercial em

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m édia ou gran de escala de form a coletiva".En tão é preciso en ten der bem a proposta da sua in iciativa. N ossa experiên cia com o J an ela

Aberta tam bém careceu de plan ejam en to e dem os algun s passos errados q ue, h oje, acon teceriamde form a diferen te.

A Associação I n stituto Cultural J an ela Aberta surgiu a partir de um a boa ideia em 2007 como n om e Casa do Artista. O grupo de Teatro S.P.A.L- Sociedade dos Artistas e Poetas Lúdicos,existen te desde 2005, já estava em um a jorn ada de trabalh o in ten so q uan do com eçaram a sen tir an ecessidade de um espaço para poderem criar seus espetáculos, en saiar e con viver com outrosartistas de diferen tes segm en tos. Foi assim q ue os in tegran tes do grupo, Wen dy Palo e Bon i,resolveram criar a Casa do Artista, n a esq uin a das Ruas São J oaq uim e Treze de M aio em SãoCarlos - SP.

Esse espaço viria ao en con tro das n ecessidades e son h os da S.P.A.L. e de outros artistascom a m esm as con dições n aq uele m om en to, a in terdisciplin aridade deste espaço criaria umm ovim en to cultural n a cidade e ajudaria a m an ter o espaço. Para isso a S.P.A.L con tava com opatrocín io de algum as em presas e a filiação de algun s artistas para q ue a ideia se m an tivesseviva, além de reverter todo o soldo dos trabalh os do grupo para m an ter esse son h o. A Casa doArtista realizou diversos projetos em sua trajetória, en tre os m ais citados, Bargan h a Book, oTen da M ovel de Teatro e vários con cursos de poesia in fan to-juven il. O objetivo era a realização deum son h o, porém , a falta de um bom plan ejam en to, de em preen dedorism o e de en gajam en to n acausa, fizeram o son h o en fraq uecer e perder suas en ergias.

M as a ideia n ão m orreu aí, en tão con tin ue acom pan h an do n ossa colun a para saber com oa Casa do Artista se torn ou o I n stituto Cultural J an ela Aberta e os desafios e soluções en con tradosduran te essa jorn ada.

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Desde um dos prim eiros passos do J an ela Aberta, a criação do J orn al J an ela Aberta, jádecidim os por utilizar o Scribus, um software livre para diagram ação de textos. J un to com autilização dos sistem as operacion ais Lin ux em n ossos com putadores. Essa escolh a de softwa-res foi tam bém um a escolh a ideológica. Desde en tão as tecn ologias livres ajudaram o J an ela adiagram ar seu jorn al, editar suas im agen s e docum en tos, publicar con teúdos e con struir seusite. M as além disso, as tecn ologias livres n os ajudam a pen sar cada dia m ais em atitudes decom parti lh am en to, colaboração, tran sparên cia e apren dizado.

N ada m ais justo term os em n ossa revista um espaço voltado para os softwares livres,a Licen ça Criativa e outros tem as q ue orbitam a Cultura Digital. O in tuito é duplo: com parti lh aro q ue estam os (sem pre) apren den do, m as tam bém abrir espaço para outras ideias e debates.

Ferramentas abertas, mentes abertas

O Arch Linux é osistema operacional

que usamos noJanela Aberta. Ele é

uma distribuiçãopara usuários

avançados, poispretendemos extrair

o máximo de umsistema GNU/Linux.

Tecnologia Aberta

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Podemos dizer que o GNU/Linux é océrebro do sistema operacional.

Como ele é livre, pessoas ouempresas utilizam esse núcleo e

agregam outros programas de suaautoria ou programas de terceiros

(como Firefox e OpenOffice) eadaptam segundo necessidades

específicas. A estes "pacotes"damos o nome de distribuições (oudistros). O Ubuntu, por exemplo, éuma distribuição que traz consigouma grande gama de programas

instalados para atender a maioriadas demandas do usuário comum e

com muitas configurações pré-definidas; já o Arch Linux é umadistribuição) leve e enxuta que

deixa ao encargo do usuárioescolher apenas aquilo que deseja

dando ampla liberdade depersonalização do sistema.

Caso alguém q ueria con tribuir, um a boa m an eira de saber por on de com eçar é n osso blo-gue, desen volvido com Wordpress e n ossa rede Buddypress. É um projeto in icial com o q ualapren dem os um pouco m ais a cada dia en q uan to n osso site vai progredin do. Lá tam bém coloca-m os soluções (peq uen os artigos e dicas) para os problem as q ue en con tram os diariam en te, com oin stalar um a im pressora de tal m odelo, alterar idiom a do sistem a, con figurar teclados, in stalarprogram as etc.

M as vam os deixar para falar m ais um pouco sobre Wordpress e outros program as q ue fa-zem parte da rotin a do J an ela Aberta n as próxim as edições, com o o sistem a operacion al Arch Li-n ux, Scribus, Gim p, Libre/Open Office, Firefox, I n kscape, Th un derbird e outros tan tos program as,buscan do agradar pin guin s m ais avan çados m as sem se esq uecer da galera q ue tem curiosidadeou está n os prim eiros passos.

É isso ai, bora acom pan h ar e com parti lh ar!

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Esse espaço de nossa revista destina-se a divulgar nossas publicações da Editora Ja-nela Aberta, que existe desde 201 1 , quando publicou seu primeiro livro: Impressões Mar-cas Artísticas em São Carlos.

Desde lá a Editora tem contribuído de formas específicas com outros trabalhos, pro-jetos e artistas que precisam de auxílio em algum processo da produção de um livro. AEditora não dedica-se a financiar livros e custear publicações.

O papel da Editora é auxiliar o escritor/autor empreendedor que precisa de algumauxílio específico, que vai desde assegurar assessoria editorial gratuita para os associadoscolaboradores do Instituto Cultural Janela ou por meio de permuta; providenciar o registrode obras literárias para obtençao de ISBN; estabelecer possíveis parcerias entre artistas eorganizações;disponibilizar livros para venda no site da Editora, e divulgação de artistas,blogues e lançamentos.

Todos os projetos realizados pela Editora Janela Aberta utilizam Softwares Livres para dia-gramação (Scribus), edição de imagens (GIMP) e demais serviços e programas, como Libre-Office.

Abaixo, títulos já lançados pela Editora Janela Aberta:

ISBN TÍTULO 978-85-64728-00-4 Impressões: marcas artísticas em São Carlos978-85-64728-01 -1 Versos da terra978-85-64728-02-8 Paiáguá: Donos do rio978-85-64728-03-5 Tecer a rede: relato e análise sobre políticas públicas para as mulheresno município de São Carlos-SP978-85-64728-04-2 Versos ao céu

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Página AbertaCOLUNA

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A m ulh er de papel

Dan iela Soledade

Um a m ulh er sai porta afora. N ão tem din h eiro n em roupas, n em gran des am bições. Com o é feita de papel

tem e a ch uva, o ven to e a tin ta. M ove-se com graça, q uase flutua. Seu rosto é copiado de um a carti lh a;

seu corpo é colorido com aq uarela e seus cabelos são de origam i. Os órgãos da págin a 3 estão rasgados

ou rasurados, por isso ela vai sem pressa. N ão voltará jam ais. I gn ora q ue m ulh eres de papel são feitas

para n ão ter destin o algum . Sorte a sua.

Apud Ópera de Pan o, Blues literário escrito por um m en in o de gelo

A boa educação dita q ue n ão devo m en cion ar certos assun tos. Escatologias, sexo, gen ocídios e bich os

gosm en tos seriam portan to proibidos. Sobretudo n a h ora do alm oço. A boa educação dita q ue n ão devo

ser gregária, devo an dar em ban do, de preferên cia con stituir fam ília com alguém do sexo oposto a q uem

devotarei m in h a vida até q ue a m orte ou um a tragédia de outra sorte n os separe por toda a etern idade e

m ais un s dias. A etiq ueta versa acerca de com o devo m e vestir e m e portar em determ in ados am bien tes.

Com o devo m e dirigir a pessoas q ue ten h am autoridade em assun tos q ue ign oro, ou q ue sim plesm en te

ten h am um a força m aior q ue a m in h a.

Daí eu uso o cin to de seguran ça, uti lizo o corrim ão, cedo m eu lugar, reciclo o lixo, econ om izo água, vou

de bicicleta, sorrio para a foto, escovo os den tes an tes de dorm ir e rezo, oro, m edito, ten to evitar cigarro

e álcool e açúcar em excesso, pratico atividades físicas, m an ten h o m in h as n otas acim a da m édia, m in h as

roupas e un h as lim pas, pratico caridade, ten h o com paixão por outros seres vivos, n ão m an ten h o arm as

em casa, olh o an tes de atravessar n a faixa de pedestres, procuro ser gen til, pago o q ue devo, evito o

cartão de crédito, m an ten h o-m e con ectada às redes sociais sem expor m in h a vida ín tim a, procuro ler

bastan te, desen volvo m in h as h abilidades m an uais, m an ten h o m eus exam es m édicos em dia e doo

san gue, evito em balagen s descartáveis, n ão jogo lixo n o ch ão, pech in ch o e econ om izo din h eiro, procuro

ser pon tual, com o verduras e legum es de m an eira eq uilibrada, respeito idosos e crian ças, ofereço flores,

evito vícios de toda ordem , uso o fio den tal, sen to-m e n o assen to q ue correspon de à m in h a passagem ,

uso o con dicion ador adeq uado ao m eu tipo de cabelo, evito tan to q uan to posso a in veja, a gula e a

preguiça, sou fiel em m eus relacion am en tos e cultivo as boas am izades e com pan h ias, levo o guarda-

ch uva, evito palavras ásperas, con firo o troco, costuro as roupas rotas, evito gordura, ten h o zelo e ética

n o m eu trabalh o, lavo o ban h eiro com caprich o, desligo o celular em espetáculos públicos, uso fi ltro solar,

n ão piso n a gram a, rego as plan tas, felicito os an iversarian tes e ven cedores, esq ueço as m ágoas, m e

com ovo com as tragédias, sei a h ora de falar e de ouvir, durm o e com o o suficien te, sou precavida com a

luxúria, os jogos de azar e videogam e, n ão en tro sem ser con vidada, descon fio de algun s jorn ais e algun s

program as de TV, ten h o o suficien te para viver, plan to o livro, escrevo o filh o e faço a árvore, aceito os

presen tes, ten h o algum a sorte, evito o orgulh o, o ran cor e os tran storn os psicossom áticos, con tem plo o

n ascer da lua e o desabroch ar das flores, colh o os frutos n o tem po e n ão uso defen sivos agressivos ao

am bien te, ten h o fé n o m ilagre das ciên cias e n a lógica das religiões.

M as tudo q ue eu q ueria era ser um a m ulh er de papel. De um papel delicado desen h ado com um a grafia

caprich osa, n um alfabeto prim itivo e m orto. Um papel colorido com o q ual a crian ça pobre pudesse fazer

seu pipa q ue acabaria preso n o galh o m ais alto da árvore velh a. Daí a m in h a profissão e in cum bên cia

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ún ica seria deixar-m e dobrar e rasgar e recortar com a tesoura.

Tudo q ue eu gostaria de ser era a m ulh er de papel. En tão m in h a obrigação seria virar folh a de rascun h o e recados. I r

parar den tro de um livro de receitas m eio sujo de farin h a e m an teiga. Deixar-m e estar lá esq uecida e sem n en h um a

im portân cia.

Ser a m ulh er de papel on de se an ota o telefon e ou o bilh ete q ue é preciso q ueim ar. O len ço con tam in ado n um

h ospital. O livro an tigo sem capa.

Sem gozo, n em futuro, n em fam ília. I gn orar por com pleto a solidão e a liberdade.

Por isso, se h oje eu en con trar o gên io da lâm pada, m eu ún ico pedido será: q uero ser a m ulh er de papel, n ua e

vuln erável a q ualq uer m ão, q ualq uer líq uido, q ualq uer cesto de papeis.

ESTAM OS EM LUTO

Sérgio Silva

N um a cidade ch am ada Etern idade, curiosam en te, h á m ais de dez an os n ão falecia n in guém . A falta de defun tos e até

m esm o can didatos a tal, trouxe en orm es prejuízos para os n egócios de Vivaldo, o don o da fun erária Só Falta Você.

O proprietário, q ue por sin al era m uito m esq uin h o, repleto de pen den gas com os seus credores, vivia agouran do os

doen tes, in citan do brigas e desaven ças pelos bares, rodean do os possíveis m oribun dos e rezan do pela rápida

passagem de um próxim o freguês.

O fato é q ue por ali o tem po passava, m as n ão a m orte. N o auge do seu desespero, Vivaldo teve o disparate de

procurar o prefeito e propor a descabida ideia de se lim itar, por m eio de um m acabro decreto, o prazo de vida dos

m un ícipes, o q ual n ão deveria ultrapassar 70 an os, sob o pretexto de se econ om izar assim , verbas da saúde e de

dem ais setores da adm in istração m un icipal.

Cien te dos dan os político-eleitorais, q ue a an tipática m edida traria, caso fosse im plan tada, o prefeito foi m ais vivo e

n ão q uis saber de m orte em seus despach os.

M as, tam an h a era a obsessão de Vivaldo por um cadáver, q ue sua ân sia o con sum ia. Ao fin al de cada expedien te,

sem n in guém para en terrar, o h om em foi se afun dan do em tristeza. Vivaldo foi defin h an do, defin h an do, defin h an do.

Prim eiro o sorriso lh e sum iu do rosto, a voz da gargan ta, a força das pern as e a lucidez da m en te.

N ão h ouve outro jeito a n ão ser in tern ar Vivaldo. Pouco tem po, após o seu in gresso n o h ospital da cidade, m orria o

fún ebre agen te daq uela cidade.

Por iron ia do destin o, a m orte en cerrou os m órbidos n egócios do m ais recen te defun to. De fun erarista a clien te: eis o

fim de Vivaldo. Com o en terro do próprio proprietário, m orreu tam bém a falida fun erária e Etern idade seguiu fazen do

jus ao seu curioso n om e.

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Foram realizadas três edições n os m eses de m aio, jun h o e julh o n os bairros São Carlos 8,San ta An gelin a e An ten or Garcia, on de foram oferecidas cerca de 80 atividades gratuitas(espetáculos teatrais, oficin as, sh ows m usicais, etc) com público aproxim ado de 2.500 pessoas.

O segun do projeto, ch am ado Janelas Abertas para a Arte, a Cultura e a Cidadania,foi executado através de em en da parlam en tar do deputado estadual J oão Paulo Rillo. O projeto édividido em três fren tes: " I n iciação ao M un do das Artes", com o objetivo de levar às crian ças ejoven s do bairro J ardim Zavaglia, q ue estão à m argem do con sum o de ben s culturais, aoportun idade de vivên cia e apren dizado de três diferen tes lin guagen s artísticas – teatro, dan ça ecirco. A segun da fren te, "Cultura Cidadã" tem por objetivo com parti lh ar com os m oradores dobairro, pais dos joven s aten didos pelo projeto, a cultura da cidadan ia e da in clusão para q ue aspessoas ten h am acesso, n ão som en te aos ben s de con sum o, m as tam bém acesso ao debatepolítico. Para isso projetam os q uatro ações de form ação cidadã refletin do sobre a vida em

Cultura Cidadã é um espaço reservado para com parti lh ar ações culturais e fom en tar acidadan ia, pois parte do trabalh o de in cen tivo e auxílio ao artista realizado pelo I n stituto éfom en tar e dissem in ar a arte e cultura de form a dem ocrática e acessível. Aq ui, en tão, serãorelatadas ações realizadas com êxito, n o sen tido de n ão apen as torn á-las públicas, m as de form aq ue traga reflexão q uan to ao sen tido do q ue é arte, cultura e cidadan ia.

Den tro desta lin h a realizam os dois projetos recen tes q ue m isturam arte e cidadan ia. OTenda Cultural: Janela Aberta para a Arte e a Ciência e a Cidadania é um projetosociocultural q ue estabelece territórios culturais itin eran tes em três bairros de São Carlos (SP). Foirealizado graças a parceria com a UFSCar e ao patrocín io do Ban co do Brasil som ados ao apoio dodeputado estadual N ewton Lim a. Geralm en te as atividades estão cen tralizadas em espaços eeq uipam en tos do cen tro da cidade, por isso a Ten da leva às com un idades periféricas aoportun idade de con vivên cia com as diversas produções artístico-culturais bem com oexperim en tos e vivên cias com a ciên cia. Tudo isso pautado pela cultura cidadã prom oven do assima troca de experiên cias e de relações.

Cultura Cidadã

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com un idade e a cidadan ia. E por fim , a terceira fren te, Artistas em Form ação, tem com opúblico alvo os artistas locais de toda a cidade e ofereceu on ze worksh ops de diferen tes áreas elin guagen s artísticas.

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#TAMOJUNTO

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Com esta colun a q uero trazer aos leitores e am ig@s do J an elaAberta um pouco da n ossa trajetória através das m em órias(lem bran ças) dos en con tros com n ossos parceiros. E são m uitosparceiros, en con tros e causos… h istórias q ue m arcaramprofun dam en te o J an ela Aberta (en tidade, associação? pra n ãoficar repetitivo). Esta colun a n ão será apen as um con jun tos detextos, m as tam bém um a h om en agem e um a m an eira deagradecer a tod@s aq ueles q ue fazem parte dos n ossos sete an osde vida, por isso o n om e #TAM OJ UN TO!

N ão foi fácil decidir por on de com eçar, afin al são m uitas h istórias e todas m uitopeculiares. Depois de m uito revisitar m in h a m em ória decidi com eçar pelos parceiros q uedefin iram a iden tidade visual do J an ela Aberta… os m en in os da Quiçá Design .

Em 2009, estava produzin do e apresen tan do o program a “São Carlos Em Cen a” e resolvifazer um a m atéria sobre a in cubadora de em presas do Parq Tec. N este dia fui in form ada q ue

h averia a graduação da in cubadora de design (a prim eira graduação daprim eira in cubadora de design do país). Com certeza era um a excelen tepauta para o program a!

N o dia do even to eu e a eq uipe de film agem ch egam os an tes paracaptar im agen s do local e um dos respon sáveis do even to sugeriu q ueeu en trevistasse a prim eira em presa q ue estava se graduan do - QuiçáDesign . En tão fiq uei aguardan do a ch egada da (corta “ch egada da”) talem presa. A ch egada deles foi, para m im , surpreen den te,: pois ch egou(corta “pois ch eh ou”) um carro plotado com a m arca da em presa edele descem 4 ou 5 m en in os un iform izados. Lem bro-m e q ue a idade

deles e o un iform e m e ch am aram m uito a aten ção. Corri para en trevistá-los an tes q ue o even tocom eçasse.

N a en trevista pude en ten der um pouco do q ue eles faziam , o lan ce do desen volvim en tode m arcas, da an im ação e do 3D. Fiq uei m uito in teressada n o trabalh o deles e peguei o con tatopara poder fazer um a visita e con h ecer um pouco m ais!

N este m om en to estávam os passan do por um a gran de tran sform ação n o J an ela, q ueestava deixan do de ser Casa do Artista e se torn an do o I n stituto Cultural J an ela Aberta, eestávam os m uito preocupados com n ossa iden tidade visual, pois tín h am os a clareza q ueprecisaríam os de um a m arca sim ples e forte q ue pudesse fazer com q ue fôssem os recon h ecidoscom facilidade. E foi aí q ue veio o estalo “e se eu con versasse com os m en in os da QuiçáDesign ?”. I m ediatam en te liguei para eles q ue toparam em m e receber n o dia seguin te, umsábado de m an h ã.

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A Quiçá Design desenvolveu alogomarca do Janela Aberta. Elesusaram a estética minimalista deMondrian e as Proporções Áureas,

muito utilizada, entre tantos, pelosartistas do Renascimento.

N o dia seguin te eu tin h a um a con tação de h istória, en tão sain do do local da apresen taçãofui direto para o Parq tec. Ch eguei n a sala deles (com o figurin o e a m aq uiagem de con tadora deh istórias) e fui falan do sobre o J an ela. Eles n em titubearam , n a m esm a h ora toparam n os ajudar eo An tôn io ficou o respon sável pela parceria com o J an ela Aberta. E eles se en tregaram ao projeto,desen volveram n ossa logo (q ue a gen te am a de paixão), n ossa iden tidade visual, projetaram apin tura da fach ada, arrum aram um a parceria com a B2M L (um a em presa m in eira da área detecn ologia da in form ação) para o desen volvim en to do n osso site e e-m ail, e até n os ajudaram aven der pizza para arrecadar fun dos em m om en tos de dificuldade. Por fim , torn aram -se n ossosam igos. De lá para cá se passaram 5 an os e sabem os q ue a parceria con tin ua firm e e forte. H oje,se você en trar n o site da Quiçá - h ttp://www.q uicadesign .com .br/ - vai ver o J an ela Aberta lá,assim com o outros projetos, e vai descobrir q ue os valores desta em presa são realm en teadm iráveis, pois além do com prom etim en to com a q ualidade do trabalh o ofertado aos seusclien tes eles dedicam 1 0% das h oras trabalh adas para retribuir, de algum m odo, para a sociedadedevido a form ação gratuita q ue tiveram em un iversidade pública!

Valeu Quiçá Design , #TAM OJ UN TO!

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Associado deCarteirinha

UM REFRESCO N A M EN TEAugusto Figliaggi e Elain e Guaran i

H á o pen sam en to de q ue fazer arte é prazeroso e,q uer saber? É m esm o! Fazer arte é m uito prazeroso.O problem a é q uan do você tem tan tas in q uietaçõesq ue resolve assum ir pra si a vida de artista in depen -den te, artista q ue n avega n as on das con trárias às dapesada e m assuda in dústria cultural, pois esse é umcam in h o difíci l. Em realidade, ach o q ue todos estãocon ectados de algum m odo a algum perfi l dessa in -dústria, pois, q ueira ou n ão, q uem escolh e viver dearte assum e para si um a postura n ão só poética,m as tam bém profission al, e, en q uan to profission ais,estam os con ectados em algum local dessa in dústria.M as essa in dústria possui diferen tes cam adas, dife-ren tes elos de corren tes a q ual o artista pode esta-belecer sua con exão. H á, por exem plo, a face dacultura erudita, a da cultura popular e a da culturade m assa, ten do diferen ças n o m odo de surgim en toe com un icação dos sign os artísticos.Os eruditos são poucos, ao m en os em relação a to-dos os outros perfis de pessoas desse n osso m un do,e produzem seus sím bolos artísticos de m an eira au-toral e de m odo tão específico q ue, com o regra, sãofruídos apen as por outros eruditos, m as toda regratem suas exceções. J á a cultura popular, costum a terseus sign os criados de m an eira tão pluralizada q ue édifíci l en con trar um autor; os elem en tos artísticossurgem n o em aran h ado de ren das do sutiã do seioda sociedade, e vai se alteran do por todos, ten do to-dos com o autores e todos com o espectadores. J á acultura de m assa provém de poucos q ue têm o po-der com un icacion al n essa aldeia global (uti lizan do oterm o de M cLuh an ), e ten tam dissem in ar seus ele-m en tos artísticos de m odo a criar com portam en tos,a criar con sum idores. Esse últim o perfi l é o q ue,n orm alm en te, vin culam os ao term o “in dústria cultu-

ral”. Sen do assim , apesar de todos os artistas esta-rem , de algum m odo, con ectados a essa in dústria,h á de um lado os q ue n avegam com a m aré, q ue-ren do ocupar um a vaga n os disputados espaços dacultura de m assa, e os q ue criam in depen den tem en -te, com suas referên cias populares, eruditas e, atém esm o, de m assa, todas m isturadas, propon do idei-as m ais vin culadas às in q uietudes dos q uestion a-m en tos artísticos e m en os relacion adas a q uererseguir um a ten dên cia com ercial.Para os q ue se agarram n esse segun do perfi l todaparceria q ue existe é relevan tíssim a. É m uito com pli-cado q uerer ter um a auton om ia e in depen dên cia cri-ativa sem ter parceiros. Opa! Se assim é, en tão q uerdizer q ue n un ca tem os um a auton om ia e um a in de-pen dên cia verdadeira, certo? Pois sem pre estarem osdepen den do de parceiros. H um ... n ão é bem assim .Pois um a coisa é ter cúm plices n os afazeres artísti-cos, m as sem dever subm eter ao crivo desses par-ceiros os tem as e escolh as estéticas preten didas; eoutra coisa é ter q ue ter o aval de seu patrão parapoder levar sua em preitada artística. Com preen dem ?Sei q ue sim .Bom , a reflexão q ue gostaríam os de deixar é justa-m en te essa: N en h um artista é um a ilh a (tal com oDon n e disse sobre a h um an idade). N ão estam os so-zin h os n essa teia cultural m un dial, em algum lugartem os pares, e q uan do os en con tram os é um prazer

en orm e poder produzir com esses cam aradas. Assimsen do, seja parceiros em criação, direção ou produ-ção cultural, en con tre-os, e verá q ue tudo flui m aisn aturalm en te. Essa é n ossa relação com o J an elaAberta, um a parceria q ue som a e tran sform a. Tal co-m o um a frase q ue vim os n o facebook outro dia“Um a J an ela Aberta pode deixar en trar o ven to q uebagun ça os papéis sobre a m esa”, e essa algazarran a verdade é um a ven tilação n os n eurôn ios, um re-fresco para a m en te.

Augusto Figliaggi e Elain e Guaran i

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U M REFRESCO N A M EN TEAugusto Figliaggi e Elain e Guaran i

H á o pen sam en to de q ue fazer arte é prazeroso e,q uer saber? É m esm o! Fazer arte é m uito prazeroso.O problem a é q uan do você tem tan tas in q uietaçõesq ue resolve assum ir pra si a vida de artista in depen -den te, artista q ue n avega n as on das con trárias às dapesada e m assuda in dústria cultural, pois esse é umcam in h o difíci l. Em realidade, ach o q ue todos estãocon ectados de algum m odo a algum perfi l dessa in -dústria, pois, q ueira ou n ão, q uem escolh e viver dearte assum e para si um a postura n ão só poética,m as tam bém profission al, e, en q uan to profission ais,estam os con ectados em algum local dessa in dústria.M as essa in dústria possui diferen tes cam adas, dife-ren tes elos de corren tes a q ual o artista pode esta-belecer sua con exão. H á, por exem plo, a face dacultura erudita, a da cultura popular e a da culturade m assa, ten do diferen ças n o m odo de surgim en toe com un icação dos sign os artísticos.Os eruditos são poucos, ao m en os em relação a to-dos os outros perfis de pessoas desse n osso m un do,e produzem seus sím bolos artísticos de m an eira au-toral e de m odo tão específico q ue, com o regra, sãofruídos apen as por outros eruditos, m as toda regratem suas exceções. J á a cultura popular, costum a terseus sign os criados de m an eira tão pluralizada q ue édifíci l en con trar um autor; os elem en tos artísticossurgem n o em aran h ado de ren das do sutiã do seioda sociedade, e vai se alteran do por todos, ten do to-dos com o autores e todos com o espectadores. J á acultura de m assa provém de poucos q ue têm o po-der com un icacion al n essa aldeia global (uti lizan do oterm o de M cLuh an ), e ten tam dissem in ar seus ele-m en tos artísticos de m odo a criar com portam en tos,a criar con sum idores. Esse últim o perfi l é o q ue,n orm alm en te, vin culam os ao term o “in dústria cultu-

ral”. Sen do assim , apesar de todos os artistas esta-rem , de algum m odo, con ectados a essa in dústria,h á de um lado os q ue n avegam com a m aré, q ue-ren do ocupar um a vaga n os disputados espaços dacultura de m assa, e os q ue criam in depen den tem en -te, com suas referên cias populares, eruditas e, atém esm o, de m assa, todas m isturadas, propon do idei-as m ais vin culadas às in q uietudes dos q uestion a-m en tos artísticos e m en os relacion adas a q uererseguir um a ten dên cia com ercial.Para os q ue se agarram n esse segun do perfi l todaparceria q ue existe é relevan tíssim a. É m uito com pli-cado q uerer ter um a auton om ia e in depen dên cia cri-ativa sem ter parceiros. Opa! Se assim é, en tão q uerdizer q ue n un ca tem os um a auton om ia e um a in de-pen dên cia verdadeira, certo? Pois sem pre estarem osdepen den do de parceiros. H um ... n ão é bem assim .Pois um a coisa é ter cúm plices n os afazeres artísti-cos, m as sem dever subm eter ao crivo desses par-ceiros os tem as e escolh as estéticas preten didas; eoutra coisa é ter q ue ter o aval de seu patrão parapoder levar sua em preitada artística. Com preen dem ?Sei q ue sim .Bom , a reflexão q ue gostaríam os de deixar é justa-m en te essa: N en h um artista é um a ilh a (tal com oDon n e disse sobre a h um an idade). N ão estam os so-zin h os n essa teia cultural m un dial, em algum lugartem os pares, e q uan do os en con tram os é um prazer

en orm e poder produzir com esses cam aradas. Assimsen do, seja parceiros em criação, direção ou produ-ção cultural, en con tre-os, e verá q ue tudo flui m aisn aturalm en te. Essa é n ossa relação com o J an elaAberta, um a parceria q ue som a e tran sform a. Tal co-m o um a frase q ue vim os n o facebook outro dia“Um a J an ela Aberta pode deixar en trar o ven to q uebagun ça os papéis sobre a m esa”, e essa algazarran a verdade é um a ven tilação n os n eurôn ios, um re-fresco para a m en te.

Augusto Figliaggi e Elain e Guaran i

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Você n ão con h ece o

Janela Aberta?

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G ostou ?

E n tãoaco m p an h e age n te . . . .

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