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Produção Cultural High Tech 05 de julho de 2012

Revista Produção Cultural High Tech

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Revista eletrônica criada para o trabalho final da disciplina Comunicação e Tecnologia, ministrada por André Lemos. Faculdade de Comunicação - UFBA 2012.1.

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ProduçãoCulturalHigh

Tech05 de julho de 2012

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Editorial

Quem Somos

Esta revista é a atividade conclusiva da Disciplina Comunicação e Tecnologia, minis-trada pelo Professor André Lemos na Faculdade de Comunicação da UFBA. O conteúdo é uma extensão do Blog Produção cultural High Tech (www.produzindocultura.wordpress.com) e tem como um de seus principais objetivos desen-volver informações, aprendizado e novas percepções sobre Novas Mídias e o trabalho do produtor cultural. Em um primeiro momento, falaremos sobre as chamadas Novas mídias - celular, IPTV, entre outras – no que se refere ao uso de novas tecnologias e métodos de comuni-cação distintos dos utilizados habitualmente.Toda edição é focada no uso de novas tecnolo-gias, em como utiliza-las, quais utilizar e novos formatos de adequação dos métodos tradicion-ais – como é possível ver atualmente na produção de Webséries. Além da reflexão intelectual o conteúdo se ingressa no mercado cultural trazendo para a discurção Produtores Culturais que se arriscam e conseguem utilizar de maneira adequada as novidades da técnica.

Filipe Silveira - Estudante de Produção CulturalRedação e Imagens

Heide Pandini - Estudante de Produção CulturalRedação

Mariana de Paula- Estudante de Produção CulturalRedação e Diagramação

Gabriela Rocha - Estudante de Produção CulturalRedação

05 de julho de 2012

Mais informações: www.produzindocultura.wordpress.com

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sumário

Webséries................................. 4Entrevista.................................. 6Aplicativos................................. 9Crowdfunding........................... 10Conecte-se................................ 13Musical....................................... 14Artes Visuais.............................16Inspire-se.................................. 18

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Produção de Webséries*Por Filipe Silveira

É bem provável que você já tenha acompanhado uma série, não é mesmo? Então não vai ser muito difícil explicar para você o que é uma websérie. Como o próprio nome já diz, elas são produzidas e distribuídas gratuitamente pela internet. São divididos em episó-dios (ou websódios), normalmente de 6 a 10 minutos de duração, com histórias fechadas, com poucos personagens e uma trama simples. Os episódios podem ser acessados a qualquer momento, o que se torna uma vantagem para a distribuição.

Foi no ano de 1995, que surgiu a primeira websérie, The Spot,

criada pelo americano Scott Zakarin. A partir daí outras surgiram e ganharam a internet. Feitas com pouco ou muito dinheiro, algumas delas já conquistaram o seu lugar ao Sol. Muitas delas tem qualidade invejável e atores excelentes. E como toda boa série de TV deixa com ‘gostinho de quero mais’.

Algumas séries televisivas usam as webséries como ferramenta trans-midiática. Um caso curioso é a de Dexter, do canal Showtime, que conta a história do cientista forense e serial killer que mata outros assassinos. Foi lançando um pouco antes do inicio da nova

temporada uma série de animações intituladas Dexter: Early Scenes. Outro exemplo é Sobre-natural, do canal norte-americano CW, conta a história de dois irmãos que caçam seres sobrenaturais. A série fez tanto sucesso que gerou na web um spin-off: Ghostfacers.

Foi tendo em vista essa grande visibilidade que esse meio gera, que grandes empresas, como Guaraná Antarctica, American Airlines, Microsoft, Claro e Suvinil, já se arriscaram na produção serializada para a web. Essas empresas viram a importância deste mercado e investiram em produções próprias. Para elas é

Com episódios de curta duração, edições rápidas e temáticas variadas, as webséries tem conquistado públicos no mundo inteiro.

A série de ficção científica é ambientada em um mundo dividido em dois lados: o lado bom e o lado ruim. Jovens que tem 20 anos tem uma única oportunidade de fazer um processo seletivo para passar para o “lado de lá”, porém apenas 3% conseguem.

Webséries

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uma outra forma de ter uma ligação mais forte com o seu público-alvo. Além das ferramen-tas de marketing e propagandas publicitárias o uso da internet se tornou indispensável. As redes sociais, como o twitter e facebook, são o caminho comum atualmente. Porém, se percebeu que o formato de storyline gera mais força na hora de agregar à marca o valor que ela procura. Em matéria para o site Mundo do Marketing Fernanda Salem explica: “As webséries são uma opção de ferramenta de Marketing e complementam também as propagandas publici-tárias. Um anúncio em mídia de massa definitivamente atinge mais pessoas, mas os vídeos na internet têm como vantagem a conexão com o internauta que assiste e a possibilidade de ter um resultado concreto do potencial da ação, já que quem clicou realmente prestou atenção.”

A “coisa” ficou tão séria nos EUA, que há até premiação para as melhores atrações da internet. O Streamy Awards (http://www.streamys.org/) é a primeira a premiar anualmente, desde 2009, as melhores produções originais de vídeos da web. Algumas categorias contemp-ladas são de comédia, drama, animação e noticiário, além de agraciar também atores, diretores, roteiristas e equipe técnica.

Com edição rápida e temas que variam de comédia à ficção, essa não tão nova modalidade de produção audiovisual é uma nova

alternativa de consumo.

A cada momento são postados novos vídeos na internet através de “redes de distribuição” como o Youtube e o Vimeo. A quantidade é absurda, são pessoas do mundo inteiro colocando vídeos e compar-tilhando informações. Elas se tornaram produtoras da sua própria informação. No artigo Lixo ou Luxo na Cibercultura? de André Lemos diz que oque antes era “tarefa” dos meios de comuni-cação de massa se tornou, com a difusão da internet, banalizado para todos. Agora as pessoas não precisam de mediadores do seu conteúdo, a produção delas é feita de baixo para cima; há liberação do polo de emissão do conteúdo.

Produção Tupiniquim

Claro que também há espaço para boas produções independentes brasileiras. Confira abaixo algumas webséries brasileiras que conquistaram o público no ano de 2011.

E vc?: Feita para o público adolescente, a série explora as dúvidas que surgem nesta

fase da vida.

3%: A série de ficção científica é ambientada em um mundo dividido em dois lados: o lado bom e o lado ruim. Jovens que tem 20 anos tem uma única oportunidade de fazer um processo seletivo para passar para o “lado de lá”, porém apenas

3% conseguem.

Hérois: Produção mineira inspirada na história real de três

praças mineiros, na batalha de Montese, da Segunda Guerra Mundial.

Lado Nix: Balconista de uma loja de quadrinhos, Nix é uma nerd

que sonha escrever uma Graphic Novel.

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Entrevista

Selma Santos*Por Heide Pandini e Filipe Silveira

Atriz e Produtora Cultural atuante há 25 anos no mercado de Salva-dor, Selma Santos possui vasta experiência na área. Faz parte do seu curriculo grandes produções de destaque não só na Bahia, mas nacionalmente, a exemplo do Festival de Teatro Brasileiro em parceria com a Alecrim Produções, o Festival Internacional de Artistas de Rua – o qual realizou em 2011 a sua 7ª edição – além do Festival Internacional de Cinema Infantil. O seu currículo conta também com a produção da peça O sapato do Meu Tio, sucesso de público e crítica especializada na área, vencedora do Prêmio Braskem de Teatro em 2005. Atualmente Selma voltou aos palcos estrelando como A Mulher de Roxo, personagem que intitula a peça em cartaz até o

o dia 08 de julho de 2012 no Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA)

Em uma conversa descontraída a Atriz e Produtora Cultural Selma Santos, fala sobre a importância e as praticidades que as novas tecno-logias proporcionam à produção cultural. Ela procura inovar a cada dia, apesar de ainda ter dificuldade em manusear celulares super desenvolvidos, buscando quando necessário o auxílio dos mais jovens. Mesmo apontando alguns aspectos negativos, é bastante otimista em relação a novas possi-bilidades e atualmente está preparando um projeto que prom-ete não só usar ferramentas tecnológicas contemporâneas nas etapas de produção, como

também na própria concepção artística. Confira a entrevista.

Quais as ferramentas tecnológicas que você utiliza no seu dia a dia profissional?

Hoje, com essas novas mídias a gente que é mais velho ainda não está muito acostumado. Mas tenho assessoria com os mais jovens. O celular não uso com uma frequência, embora tenha um Android cheio de possibilidades (que eu acesso face-book, acesso email...). Acho que a internet deu um grande impulso e é uma grande ferramenta sim, hoje a gente utiliza mais o facebook do que as felipetas por exemplo. Além de ser mais ecológico, porque as filipe-tas você distribui, ficam por aí e acabam sujando.

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A internet é uma boa ferramenta se ela for bem usada. É que hoje em dia se vê tanta coisa pela internet - outro dia vi um caso de uma menina de 15 anos que estava ameaçando um empresário com termos tão parecidos a um bandido que o cara botou a polícia atrás e foi descobrir que era uma criança de 15 anos do mesmo prédio dele que pelo facebook descobriu informações pessoais do rapaz. Eu tenho facebook pessoal, mas utilizo apenas para a divulgação do trabalho, não dou pistas da minha vida particular. É preciso ter esses cuidados ao usar, até mesmo para se proteger.

Você faz uso de aplicativos para celular? Quais? Em caso afirma-tivo qual a importância deles na sua profissão?

Não tenho tanta facilidade de usar todos os recursos. O celular é bom, pois você pode usar como câmera, fazer o check in de algum local onde a peça estiver em cartaz. Eu utilizo mais a câmera, um email, facilita e muito. Isso vem a crescer e a gente tem que estar antenado.

Quais são os tipos de ferramentas digitais que são indispensáveis hoje em dia para o produtor cultural?

A TV, a internet, você ter um tablet para mostrar os seus projetos é muito bom. As projeções em teatro - estou assustada, os caras que ja morreram estão fazendo shows por aí, com os recursos tecnologi-cos, isso é fantástico. Eu mesma estou preparando um projeto para o próximo ano que tem muita projeção, já venho antenada nisso. Ainda é muito caro, por ser algo novo, nem todo mundo pode ter acesso a não ser que seja através de incentivo. Os produtores tem que ficar antenados porque a coisa vem aí forte.

Você acha que o teatro, ainda ultiliza menos estes recursos?

Acho que sim, porque pouca gente está usando. Aqui em Salvador, por exemplo, Márcio Meireles está a frente nisso, há muito tempo o Teatro Vila Velha trabalha assim, com a TV Vila e mais recentemente

com o espetáculo O Olho de Deus, que você assiste de uma sala e é projetado o que está passando na outra. É interessante porque você envolve novos recursos, novas mãos-de-obra.

Ainda é pouco utilizado, até porque o Teatrão mais tradicional carrega estas caracteristicas mais clássicas, por outro lado é falta de recursos financeiros e investi-mento na área. Este projeto que estou desenvolvendo, envolve São Paulo, Rio, Salvador e Pernambuco. Porque em São Paulo estão as grandes peças, além de ter dinheiro e um estado com mais condição de desenvolver projetos inovadores.

A nova geração consegue acom-panhar mais rápido este desen-volvimento. Há 20 anos atrás não tinhámos o que temos hoje. A pesar de ser bom, gera um seden-tarismo e distânciamento físico – um recado no Facebook não substi-tui um telefonema.

Você vê como positivo o uso de tais ferramentas?

Às vezes as redes sociais (principalmente o facebook) viram um vício – isso tira a concentração no trabalho. Depois que a internet expandiu, muitas empresas também deixaram de produzir mais, pois os funcionários ficam o dia inteiro no Facebook (antes era o Orkut). Tudo tem que “postar no face” - tenho pavor quando fico ouvindo isso. Vou postar no face sim, mas o Show da Claudete

Selma Santos Interpretando AMulher de Roxo.

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Soares, o Show da Alaíde Costa, a peça A Mulher de Roxo, o que eu realmente quero que as pessoas vejam. Por mim gosto de usar mais pra trabalho mesmo. Vejo como positivo, agora tem que saber usar tem um ditado que diz “Tudo demais sobra”.

O uso das novas tecnologias alterou o que se entende como público alvo, já que permite um alcance de público em geral bem maior?

Hoje em dia você pulveriza as informações. Porém já tem os grupos temáticos que direcionam a divulgação, hoje já têm senhoras amigas minhas que estão com os laptops e usando o facebook. Mas ainda é importante ter que usar as mídias tradicionais, a TV, o rádio – o rádio é uma mídia que nunca vai morrer, você está no seu carro sempre estará ouvindo. O que não pode é se restringir apenas ao uso de novas mídias.

Para você o uso dessas ferramen-tas tecnológicas trouxe um aumento na visibilidade do trabalho de bandas, produtoras culturais, jovens cineastas e demais áreas artísticas?

Sim, aumentou a possibilidade. Também você vê de tudo, princi-palmente no youtube. Da coisa mais cuidadosa até coisas horrivéis. Por exemplo, uma experiência que tive com o Festival de Rua a gente vai lá filma bonit-inho a performance do artísta, mas aí outro filma com qualquer

celular (nem sempre com uma qualidade boa) e posta com o mesmo tema. Pra quem procura saber sobre o Festival de Rua, abre aquele vídeo que pode ser bom ou não. A partir de agora, vamos desenvolver os nossos porque quando alguém procurar festival de rua, não veja qualquer coisa. É uma faca de dois gumes, tanto pode dar um impulso como também acharem que não vale nada, dependendo da qualidade do seu produto. Acho legal e que temos que prestar atenção sim nessas novas mídias e saber usá-las ao nosso favor.

Para finalizar a Selma fala sobre as iniciativas acadêmicas na área.

Interessante a faculdade de Produção Cultural incentivar o questionamento teórico para isso e essa relação com a prática. Para o aluno se interar é preciso estar mais atento a tudo, ler, estudar, mas não só em um tablete: pegar um livro sentir a textura o cheiro – acho bacana. Acho ótimo essa iniciativa de procurar os produ-tores e saber o que está acontecendo. A Bahia ainda tem muito o que se desenvolver, a gente ainda tem tudo no umbigo, muito bairrismo, alguns querem deter o poder de certas coisas. E faço votos que o curso cresça seja maravilhoso e tenha bons produ-tores com outras visões, para que nossa terra se abra mais. Não só pense a cultura, mas que faça de verdade – “ralando” (risos).

Para conhecer mais e saber

novidades do trabalho de Selma

Santos acesse o site de sua

produtora:

http://www.selmasantos.com.br/

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Aplique-seAplicativos para celulares que facilitam

o dia-a-dia de um Produtor Cultural

Barcode ScannerFacilita consulta de preços com base em código de barras

Gratuito Inglês

Android http://migre.me/9Hsat

Licença - Indioma -Compatibilidade -Download -

CamCardscanner de cartões de visita. Basta fotografar o cartão e o software reconhece nome, empresa, e-mail e telefones, criando um novo contato automaticamente na agenda do aparelho.

Versão Lite: Gratuito/ Versão Full: U$6,99Inglês e Francês

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Evernotepermite a organização e backup de arquivos. É mais utilizado para armazenar informações importantesque precisam ser consultadas

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Android http://evernote.com/

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DocumentsToGoEditor de documentos. Permite criar e modificar arquivos de texto e planilhas com formatos que podem ser reconhecidos em qualquer computador.

Para leitura: Gratuito/ Editor de Texto: U$10,00

Inglês Android

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Dropbox (Moblie)Pasta virtual para armazenamento de dados.

Gratuito Inglês

Android https://www.dropbox.com/

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FlipboardTransforma o conteúdo dos feeds (listas de notícias enviadas ao usuário por meio de uma assinatura) em uma revista digital.

Gratuito Inglês

Android, Iphne e Ipad http://flipboard.com/

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TripItorganizador de viagens. O aplicativo centraliza todos os dados do voo, hotel, transporte e compromissos da viagem.

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TeamViewerAplicativo que permite acessar o computador do escritório em qualquer lugar.

Gratuito Inglês e Português

Android e Iphone http://www.teamviewer.com/

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Page 10: Revista Produção Cultural High Tech

Patrocinados por uma multidão*Por Mariana de Paula

As redes colaborativas formadas na internet têm sido, atualmente, o motor para grandes mudanças no mundo sejam elas sociais, ecônomicas, tecnológicas ou culturais. A idéia de colaborativ-ismo surgiu nos anos 80 com a noção de Softwares Livres, outras iniciativas como Wikipédia, foruns de discursões são exemplos de colaborativismo na rede. Influen-ciadas por estas iniciativas surgiu o Crowndnfunding, que são plata-formas de patrocínio colaborativo – Alguém cadastra o projeto em alguns destes sites, os interessados podem apoiar em pequenas quan-tias e dessa forma viabilizar o projeto.

Essa modalidade tem feito muito sucesso no Brasil pois umas das principais dificuldades para artistas e produtores é o patrocínio. No país, ainda é muito complicada e burocrática a execução de um projeto tanto em relação patrocínio público quanto ao privado, são fornecidos, em sua maioria, para empresas e profissio-nais consolidados no mercado e isto restringe o surgimento de novos artistas e novas produções. Por outro lado a criatividade artística brasileira não podeira ficar engessada nestes padrões tradicio-nais. A popularização da internet fez com que artistas “under-grounds” conseguissem divulgar

seus trabalhos e ganhassem recon-hecimento de destaque para o grande público. Usar a internet para divulgar produtos artísticos é uma maneira de colocar o produto disponível para todos sem custos adicionais, ainda mais agora com o Croundfounding que a execução também pode ser viabilizada pela internet.

O Conjunto de Câmara da UFBA – o Camará – é um bom exemplo da funcionalidade do Crowndfuding. Dirigido e regido pelo professor da Escola de Música (UFBA) Paulo Rios, o conjunto Camará conseguiu apoio integral para o projeto “Música Baiana?” que previa a

Crowdfunding

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O patrocínio colaborativo é mais uma possibilidade de viabilização de um projeto cultural. O conjuto de câmara da UFBA é um exemplo de sucesso.

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realização de dois concertos e a gravação do álbum do conjunto. Um dos principais motivos para a realização desse projeto foi dismistificar a idéia de que Música Erúdita só pode ser Européia e que a música baiana não é apenas axé music.

O projeto foi apresentado por um vídeo e seu valor total era de 10.000 reais – sendo que 7,5% desse valor é repassado para a plataforma, nesse caso o site Catarse. Os valores para apoio variavam entre 10 reais até 5.000 reais, sendo que os apoiadores receberiam uma reconpensa referente a cada valor algumas das reconpensas do Camará foram:

R$10,00 - Nome na lista de apoia-dores do site do Camará; +Nome na lista de apoiadores em um telão, antes de cada concerto; +Link exclusivo para download do álbum digital “Música Baiana?” logo após o trabalho de mixagem e edição e antes do seu lançamento oficial; +Três tiras de desenho em quadrinho [enviadas por email] com alguma história boba retirada de três dos ensaios do Camará (feita pelo bandolinista, Vitor Rios).

R$25,00 - As recompensas de $10; +Link exclusivo para download de uma pequena coletânea de gravações em mp3 de obras de compositores baianos; +Marcador de página magnético do Camará; +Pacotinho com 3 cocadas da Vovó Quequel (entregues na hora do evento, somente para quem puder comparecer ao concerto da reitoria

da Reitoria da UFBA, no dia 8/12/11).

R$ 50, 00 – As recompensas de $25; +1 marcador de página magnético do Camará extra; +Porta passaporte do Camará.

As recompensas contam muito para o patrocínio, pois é uma forma de retribuir além de atrair ainda mais os possíveis apoia-dores. Ao entrevistar Paulo Rios, ele esclarece alguns dúvidas, as vantagens e em como é necessário ter uma maior organização e divulgação da própria plataforma já que é paga uma porcetagem para a manutenção do site:

Em sua opinião quais foram os principais desafios para conseguir o patrocínio total do projeto?

O principal desafio foi comunicar às pessoas a verdadeira natureza do patrocínio colaborativo. Fazer com que aquilo soasse diferente de "ajuda", "doação" ou "esmola" foi algo que acho que não consegui-mos com muito sucesso. Junto a isso, outra grande dificuldade foi atingir um público diverso daquele formado por amigos, colegas e familiares. Foram muito poucos os que colaboraram de fora desse círculo de confiança. Nesse sentido, senti muita falta do trabalho da equipe do Catarse. Pude perceber que, àquela altura, apesar da porcentagem paga ao site para inclusão do projeto na plataforma, muito pouco era feito para criar esse sentimento de rede de colaboradores, de participação e de comunidade por parte da equipe do Catarse. Parei pra inves-tigar se era algo que só acontecia com o nosso projeto e tive uma visão gral muito semelhante à minha situação particular: a maio-ria dos projetos eram apoiados majoritariamente por pessoas que apenas haviam apoiado, até então, aquele próprio projeto – o que me levou a inferir que os patrocina-dores são, em sua imensa maioria, as pessoas do próprio círculo do proponente. Ora, se quem colabora são os colaboradores de sempre (amigos, colegas e famil-iares) que já têm a sua confiança, então pra que pagar 5%, 7% de taxa para uma plataforma especí-fica. Porque não montar um siteReconpensas do Projeto

Conecte-se

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Page 12: Revista Produção Cultural High Tech

Paulo Rios: diretor artístico e regente do conjunto Camará

Veja o vídeo de apresentação do

projeto “Música Baiana?”

https://vimeo.com/29014829#at=0

Acompanhe o grupo e quando sairá o

Álbum de lançamento através do blog

http://www.camaraufba.blogspot.com.br/

bonitinho do projeto, fazer uma conta no PayPal e agregar patroci-nadores por conta própria? Se o objetivo maior dessas plataformas não for justamente a criação de uma rede, ou o esforço no sentido dessa unidade, não faz sentido que existam e podem acabar passando de modelo de possibilidade alternativa de vida a mero reprodutor das lógicas de mercado.

Qual foi a receptividade do público com essa nova forma de viabilização de projetos?

Moderadamente animadora. As pessoas se animavam muito e achavam legal a ideia. Mas não repercutiu muito fora do nosso círculo, como já disse.

Como é feita a prestação de contas, através do Catarse, ou não há necessidade?

Não há necessidade. O que há é o compromisso de apresentar o projeto proposto e as recompensas prometidas, junto ao público e patrocinadores.

Após experiência, como você ver essa nova forma de patrocínio?

Acho um caminho brilhante. Mas deve ser ainda muito amadurecido, para poder ser apresentado com maturidade para as pessoas, patrocinadores colaborativos em potencial.

Paulo Rios: Realiza pesquisa de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Música da UFBA. É membro fundador da OCA - Oficina de Composição Agora, grupo de música contemporânea que atua de forma veemente no cenário musical da Bahia desde 2004. Em 2010, defendeu a sua dissertação de mestrado intitulada A hibridação cultural como horizonte metodológico para a criação de música contemporânea. Em 2009, foi vencedor do I Concurso de Composição Prof. Fernando Burgos, do Prêmio FUNARTE/XVIII Bienal(categoria m. de câmara) e um dos premiados no Nieuw Ensemble/BAM Dialogue Brazilian Composers' Competition. Atualmente é Diretor Artístico e Regente do Conjunto de Câmara da UFBA o Camará.

Foto: Luiza Vieira

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Page 13: Revista Produção Cultural High Tech

Conecte-seNem só de redes sociais que vive a Produção Cultural. Veja sites que

otimizam o trabalho do produtor cultural.

ASANAgerenciador de projetos online.

Gratuito Inglês

http://asana.com/

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We TransferEnvia arquivos por email com até 2gb

Gratuito Inglês e Português

https://wetransfer.com/

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IssuFaz upload de revista, catálogos, livros e portifólios.

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KulerSugestão de combinações de cores e extraicores de imagens.

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LivestreamTransmissão de vídeos ao vivo

Gratuito. Possui Versão premiun paga Inglês

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PRODUÇÃO DE UM MUSICAL

*Por Heide PandiniTeatro, dança, música e técnica. Para encontrar tudo isso junto só pode se referir a um musical. Nesta matéria o assunto é a montagem brasileira de “Fame, o Musical” que já se apresentou em mais de trinta países e estreou no Brasil no dia 11.06, no Teatro Frei Caneca, em São Paulo, com direção do ameri-cano Billy Johnstone. Nosso interesse maior neste tema é falar sobre a produção do espetáculo, a montagem, os profissionais envolvidos, buscar entender a dinâmica que envolve a produção de um musical com essas dimen-sões, além de refletir sobre o uso da técnica, que segundo Jacques Ellul (Caracterologia da técnica,

1968) não encontra mais limites, se encontra presente em todas as atividades do homem, em aperfeiçoamento constante.Em Fame, a encenação dos atores se mistura a sua própria trajetória artística, pois na 4Act, escola de jovens atores de São Paulo, a prática de aulas de dança, música e atuação com o qual os atores estão habituados, se assemelha ao processo vivido pelos personagens de Fame.

Fame surgiu após o sucesso alcan-çado pelo filme e pela série televi-siva dos anos 80, conta a história de alunos que estudam na New York High School of Performing

Arts na 46th Street. As vivências do grupo de estudantes em busca de realizar seus sonhos são apreciadas pelo público, em meio a tudo que tange um musical. O espetáculo é desenvolvido por David De Silva, adaptado por José Fernandez, música de Steve Margoshes, letras de Jacques Levy e coreografia de Guto Muniz.

A preparação dos atores durou mais de três meses, no qual as habilidades cênicas e de canto foram avaliadas pelo performer Johnstone. Os atores contam com dez camarins, sendo um deles próximo ao palco para as trocas mais rápidas, são mil peças para

Como funciona a produção de um estáculo que envolve tantas linguagens

Musical

Musical Fame

Foto: Divulgação

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Fame

Quem cuida da maquiagem é o próprio elenco, ao todo trinta e três.

A quantidade de profissionais que trabalha nos bastidores é imensa, foram quatro anos de trabalho para que a montagem brasileira de Fame fosse mostrada ao público. A equipe usa oito torres movidas até o cenário com os próprios braços, e outras com as cordas. Parte do cenário corre sobre trilhos invisíveis. Para os trilhos serem colocados foi preciso colocar um sobre piso sobre eles, e o uso é todo manual. Os profissionais que ficam atrás do palco precisam de muita habilidade, pois movimen-tam o cenário quando as cortinas estão fechadas ou no escuro. Em um determinado momento do musical, um carro Aeroilis 1966 é levado ao palco. Para isso ser possível a equipe cortou o palco e construíram um elevador para o carro ser visualizado em cena. Observamos nos procedimentos da equipe do musical, que ocorre um engendramento de técnicas, a equipe move as torres de forma manual, isto demonstra que não houve um aperfeiçoamento para este procedimento, mas esta limitação atende as necessidades do teatro. A ação mecânica foi à técnica mais indicada, sendo a leveza e habilidades dos profission-ais de Fame, o quesito mais impor-tante para realização das cenas isentas de falhas.

As canções do musical são apresentadas ao vivo por um grupo de doze instrumentistas regidos

pelo maestro Paulo Nogueira. A orquestra fica praticamente escon-dida no fosso (espaço rebaixado entre o proscênio e a plateia; local onde fica a orquestra). Os quatro anos de trabalho (pré-produção) para que Fame ficasse enfim pronta, é perfeitamente compreensível quando paramos para pensar na total afinidade que os atores precisam ter com o tempo da orquestra, com trilha musical ao vivo. Na verdade todas as equipes precisam estar em consonância umas com as outras, como a equipe da cabine de áudio, que precisa estar afinada com todas as falas e cenas, casando uma por uma.

Foto: Divulgação

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Arte Rupestre

OS IMPACTOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NAS ARTES VISUAIS

*Por Gabriela Rocha

As artes visuais estão presentes na história da humanidade desde o surgimento das chamadas pinturas rupestres, consideradas por muitos estudiosos como as primeiras demonstrações de arte que se tem notícia. Através do uso de elemen-tos da natureza os homens pré-históricos utilizavam tais pinturas para se comunicar entre si e graças a elas temos hoje um registro de outra época.

Após a criação da escrita, a arte visual foi separada das demais esferas do cotidiano dos indivíduos, sendo a partir daí considerada por muitos como a “arte pura”, ou seja, passa de

de ferramenta de comunicação para instrumento de expressão do artista e seus ideais em diferentes momentos. Dentro deste contexto podemos citar nomes oriundos de momentos históricos distintos a exemplo de Michelangelo que representa a realização do modelo clássico, Leonardo Da Vinci que consolidou a renascença, Pablo Picasso, um dos artistas que inaugurou a fase contemporânea.

Partindo do pressuposto que a arte é também um retrato da sociedade e época a qual pertence, é natural que atualmente o campo das artes visuais venha experimentando uma nova fase que se deu a partir

iniciando a era da arte eletrônica ou ciberarte. Desde a década de 60, com o surgimento da videoarte, as novas possibilidades tecnológicas – como a televisão, os computadores e vídeo – foram utilizadas por artistas contemporâ-neos, gerando uma nova forma de

Experimentações artísticas através de novas tecnologias.

Dara Birnbaum, Hostage, 1994

ARTES VISUAIS

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Diana Domingues

Diana Domingues

relação com os espectadores que passam a interagir e fazer parte da mesma. A videoarte, por exemplo, buscava por intermédio do vídeo uma arte contrária a comercial e teve Dara Birnaum como pioneira, trazendo nos seus trabalhos uma crítica incisiva aos meios de comu-nicação de massas, em particular à televisão e aos efeitos que estes exercem sobre o público.

A década de 90 trouxe, com a internet nos Estados Unidos na forma de World Wide Web, a expansão da arte eletrônica, a qual engloba dentre outras a videoarte, a tecno-body-arte, a arte halográ-fica a dança, o teatro e a música tecno-eletrônica. Artistas multimí-dias como Mário Ramiro, cuja obra é baseada na criação de interven-ções urbanas, redes telecomunica-tivas, esculturas, instalações ambi-entais, fotografia e arte sonora, e Diana Domingues tiveram cada vez mais os seus trabalhos reconheci-dos.Podemos encontrar no texto O inexistente impacto da tecnologia do sociólogo e historiador da ciência Pierre Levy uma resposta para esta questão.Em decorrência do uso crescente destas ferramentas e da consoli-dação da ciberarte muitos estudi-osos e profissionais da área passaram a questionar o conceito de arte, assim como as novas modalidades artísticas. Até que ponto a utilização de ferramentas tecnológicas contemporâneas são benéficas para a produção de objetos artísticos autênticos?

Podemos encontrar no texto O inexistente impacto da tecnologia do sociólogo e historiador da ciência Pierre Levy uma resposta para esta questão. Nele, o autor afirma que “uma técnica não é boa nem má (isto depende dos contex-tos, dos costumes, dos pontos de vista), nem neutra (já que ela é condicionante ou constringente, já que ela abre aqui e fecha acolá o leque de possibilidades). Não se trata de avaliar os 'impactos', mas de descobrir o irreversível a que tais usos nos conduziriam, as ocasiões que ela nos permitiria lançar mão e formular os projetos que explorariam as virtualidades de que ela é portadora, de decidir o que faremos com ela”.

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Inspire-seQuais novas tecnologias estestão

auxiliando os produtores de Salvador

Ana Paula VasconcelosSócia fundadora da Multi Planejamento Cultural, atua em diversas áreas da produção cultural, realizando ações em Salvador, interior do estado e outras cidades do país, com foco nas ações de artes cênicas e música.Dispositivo que melhor auxilia na produção: Celular (agenda de contatos, acesso a e-mail, acesso a internet, registro fotográfico)

Fernanda BezerraProdutora Cultural Sócia da Multi Planejamento Cultural, Entre os projetos realizados estão Sarau Du Brown e Santo de Casa.Além do Festival Bahia em Cena e o Festival Anual de Quadrinhos.Dispositivo que melhor auxilia na produção:Internet, computador e telefone. Office e outlook

Maurício Lídio BezerraFormado em Produção Cultural inicíou a carreira cinematográfica fazendo filmes para novas mídias, foi com o vídeo de celular 'Bárbara' que conquistou 8 prêmios nacionais, inclusive o da Academia Brasileira de Cinema.Dirigiu ainda o média metragem Afônica e os curtas Roupas no Varal e a terceira parte do primeiro filme colaborativo do Brasil "No Amor" produzido pel canal Brasil.Dispositivo que melhor auxilia na produção:Celular com uma boa câmera e multifuncional.

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