16
r e v i s t a r e v i s t a r e v i s t a r e v i s t a r e v i s t a MARÇO/ABRIL.2002.ANO 24.Nº140.WWW.WERIL.COM.BR Edição com 16 páginas. As Dicas Técnicas estão nas páginas 11, 12, 13 e 14. É Léo Gandelman, o brasileiro que tocou com Bill Clinton UM ASTRO DO SAX Pág. 3 WERIL LANÇA 40 MODELOS DIFERENTES DO INSTRUMENTO - PÁG. 4 Trompetes para todos os músicos Trompetes para todos os músicos

Revista Weril nº 140

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista sobre instrumentos musicais, acessórios e música em geral

Citation preview

Page 1: Revista Weril nº 140

r e v i s t ar e v i s t ar e v i s t ar e v i s t ar e v i s t a

MARÇO/ABRIL.2002.ANO 24.Nº140.WWW.WERIL.COM.BR

Ediçãocom 16páginas.

As DicasTécnicasestão naspáginas11, 12,13 e 14.

É Léo Gandelman, o brasileiroque tocou com Bill Clinton

UM ASTRO DO SAX Pág. 3

WERIL LANÇA 40 MODELOS DIFERENTESDO INSTRUMENTO - PÁG. 4

Trompetespara todosos músicos

Trompetespara todosos músicos

Page 2: Revista Weril nº 140

10 04/2002

REVISTA WERIL é uma publicação bimes-tral da Weril Instrumentos Musicais Ltda.Conselho Editorial: Angelino Bozzini,Dalmário Oliveira, Domingos Sacco,Gilberto Siqueira, Mônica Giardini, Rade-gundis Feitosa, Renato Farias, Sílvio DepieriEditora: Aurea Andrade Figueira (MTb12.333) - Redatores: Nelson Lourenço eMônica Ranieri - Fotos de capa: MarceloBreyne e Beatriz Weingrill - Redação ecorrespondência: Em Foco Assessoria deComunicação - Rua Dr. Renato Paes deBarros, 926, São Paulo/SP 04530-001e-mail: [email protected] gráfico, diagramação e edito-ração eletrônica: Yvonne Sarué DesignTiragem: 32.500 exemplares

As matérias desta edição podem ser utili-zadas em outras mídias ou veículos, des-de que citada a fonte.

Matérias assinadas não expressam obri-gatoriamente a opinião da Weril Instru-mentos Musicais

Distribuição gratuita

Atendimento ao ConsumidorWeril 0800 175900

AS U A S N O T A S

“Sou estudante de clarineta e pretendo mudar para a tuba. Porisso, gostaria de ver em uma próxima edição, uma matéria sobrecomo obter uma melhor embocadura na tuba.”

Jairo Sankey (CE)R: Jairo, sua sugestão foi anotada. Continue acompanhando asnovidades da Revista Weril em nossas próximas edições.

“Gostaria que publicassem um encarte sobre técnicas para tuba(bombardão). Sou tubista e sinto necessidade de mais fontesde estudos.”

Rodrigo Nunes (MG)R: Olha aí os tubistas se manifestando. Sua sugestão também foianotada, Rodrigo.

“Parabéns pela reportagem com Carlos Malta. Ela me incentivoua continuar estudando e desenvolvendo a arte da música.”

Marcone J. da Silva (PE)

“Quero parabenizar a toda a equipe Weril pela excelente matériafeita com o nosso genial Moacir Santos. Conheço alguns de seustrabalhos e são maravilhosos. A homenagem foi merecida.”

André Luz (SP)

3Perfil – Léo Gandelman

Efeito Sonoro – Nova linha de trompetes Weril

Papo com o Mestre – Gilberto Siqueira, da Osesp

Por Estas Bandas – Vil Metal

Intercâmbio

Fique de Olho - Prêmio e festas da Weril, com muita música

Música Viva – Um dia musical com Márcio Montarroyos

Dicas Técnicas

Todos os tons

Entrevista – Radegundis Feitosa Nunes

4

9

11

68

16

10

5

2 04/2002

Í N D I C E

15

E D I T O R I A LNOVIDADES E MUITA FESTA PARA VOCÊ

Caro Leitor,

o completar sua edição número 140, a Revista Werilapresenta sua nova programação visual: diagramaçãodiferenciada e moderna, matérias técnicas empáginas com picote e muito mais informação.Sentimos que era chegada a hora de modernizar apublicação e torná-la ainda melhor. E o momentopara isso é propício, pois há muita novidade paraanunciar neste bimestre.Para começar, conheça os 40 novos modelos detrompete Weril, nas páginas 4 e 5. Confira também,na página 9, a festa de lançamento dessesinstrumentos e também da nova linha de sax SpectraII, sobre a qual falaremos mais na próxima edição. Enão custa lembrar que há ainda outro evento musicalimperdível para os próximos dias, a final do PrêmioWeril, marcada para 19 de maio.É música que não acaba mais,para todos os gostos.

REVISTA WERIL

Page 3: Revista Weril nº 140

15r e v i s t a3

AprovadoP E R F I L

presidenteO SAXOFONISTA LÉO GANDELMAN, QUE JÁ TOCOU

COM BILL CLINTON, FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO

CONHECIMENTO E DE SUA EFERVESCENTE FASE ATUAL

eis anos vivendoem Nova Yorkforam suficien-tes para que osaxofonista bra-sileiro Léo Gan-delman conse-guisse proezasincríveis, como

subir ao palco com o ex-presidente (e músicoamador) Bill Clinton. Agora, Gandelman retor-na ao Brasil trazendo muitas novidades na ba-gagem e boas lembranças na memória. O diaem que Clinton, seu fã, fez um dueto com ele,é uma delas. Mas ele também se recorda datristeza que se abateu em Nova York após osatentados terroristas. “A vida artística da cida-de, que sempre foi muito intensa, parou, e atéhoje a situação está muito parada no mercadocultural americano”, conta.

Gandelman é carioca e pertence a uma fa-mília de músicos. Sua mãe é professora de pia-no, e o pai, maestro, foi gerente artístico da gra-vadora que atualmente é conhecida por SonyMusic. O saxofonista considera a música em suavida “mais do que uma opção, uma obra do des-tino”. Aos 17 anos, quando era flauta solo na Or-questra Sinfônica Brasileira, na série Concertospara Juventude, chegou a desistir da carreira, poisnão via perspectivas como intérprete de músicaclássica. “Me sentia limitado”, conta ele, que fi-cou dois anos trabalhando como fotógrafo.

Seu primeiro contato com o saxofone veiopelas mãos de um amigo, que passou em seulaboratório levando o instrumento. “Foi amor àprimeira vista. Além de uma grande afinidade,percebi que com ele poderia me dedicar ao jazz,

fazer meu próprio som, minhas próprias com-posições”, revela o músico. Logo depois foi paraBoston, estudar a escola jazzista.

Ao voltar para o Rio, dois anos depois, tra-balhou “na noite” e como músico de estúdio,tocando diversos estilos musicais. Hoje, já con-ta com oito CDs próprios gravados e mais seiscoletâneas. “Esse ecletismo influenciou minhaformação profissional e o resultado de meus tra-balhos. Acredito que a principal ferramenta deum músico seja o conhecimento. Ao pensar emfazer um improviso, porexemplo, precisamos terem mente que esta é umalinguagem fundamentadaem estudos teóricos. É ne-cessário estudo, dedicação, persistência e, so-bretudo, uma séria noção de onde se quer che-gar”, diz ele. “Minha conclusão, depois de anosde carreira, é que o artista deve seguir seus so-nhos e, ao mesmo tempo, fazer sua música sem-pre tentando manter o pé no chão, porque épreciso pagar as despesas da família. Sou umfelizardo, por ter conseguido um público queviabiliza minha carreira”, conclui.

Além das composições, o músico tambémse aventurou na produção de um DVD, no fi-nal do ano passado, e se prepara para a gra-vação de um CD com a Orquestra Filarmônicada Amazônia, em junho. Paralelamente, estáem turnê com seu quinteto, o BGB – BandaGroove Brasil. “Fazemos um espetáculo inte-rativo e dançante que talvez resulte em umpróximo CD. Estou tentando viabilizá-lo, poisé um trabalho superpessoal e alternativo, semnenhuma interferência mercadológica ou pre-tensão maior”, assegura o artista.

pelo

r e v i s t a

A música foi mais que uma opção, foi umaobra do destino

“Acredito que a principalferramenta de um músicoseja o conhecimento”

Beat

riz W

eing

rill

S

3

Page 4: Revista Weril nº 140

E F E I T O S O N O R O

Receiver e travessim doRegium Studio em Si bemol

Prepare-se para

rompetistas já têm umanova opção em instrumen-tos musicais. Uma não, vá-rias. Afinal, a Weril está lan-çando 40 novos modelos.

Com essa grande variedade, omúsico poderá escolher qual oinstrumento ideal para sua apre-sentação ser um sucesso, sejaqual for o ambiente. Com certe-za, um ou mais modelos irão seadaptar ao estilo e às necessi-dades musicais do profissionalou estudante – basta começar aexperimentar!A linha profissional “Regium” –com as especificações Concertou Studio – tem disponíveis cam-panas em latão amarelo, latãoavermelhado e alpaca, além dedois pesos diversos. A variaçãopermite obter resultados diferen-ciados na execução ou mesmo naadequação à acústica das salas.Medidas do calibre meio-largo eextra-largo são oferecidas nostrompetes em Sib.

TROMPETE DE ROTOR

T

FLUGELHORN

REGIUM CONCERT EM DÓ

REGIUM STUDIO EM SI BEMOL

CORNET REGIUM

TRIUNFAL EM DÓ

Novos capelotes

Gatilho e travessimdo Flugelhorn Regium

Volta geral de afinação comcano de embocadura reversoe dedeira em balanço

Dedeira do Regium

Gatilhos do Cornet Regium

Novos botões

4 04/2002

com campana normal ou leve

maior definiçãona afinação

campana leve, afinação precisa

calibre meio largo ou extra-largo

para grandesperformances

Algumas das 40 novas opções:

na foto, modelo Sib

novas emoções

Page 5: Revista Weril nº 140

Equilíbriototal

P E R F I LN A W E R I L

“E

Falecido em 2001, o mestre Gilberto Gagliardi receberá uma merecida ho-menagem da ITA – International Trombone Association . Os responsáveis pelaconcretização do projeto são o casal de professores de trombone Janet e VernerKagarice, da University North Texas, Estados Unidos. Em recente viagem peloBrasil, o casal entrevistou diversos músicos e parentes do maestro, e ainda visitoua fábrica da Weril, onde acompanhou de perto a fabricação dos trombones queGagliardi ajudou a desenvolver. “Conhecemos Gilberto em 1998 e ficamos im-pressionados com sua carreira e competência musical”, conta Janet. “Queroconhecer o máximo de histórias sobre sua vida, seu método de ensino e suacarreira, para poder escrever um artigo que retrate esse talento com fidelidade.Será uma forma das pessoas conhecerem sua grandiosidade e de manter seutrabalho sempre vivo”, finaliza Verner, também editor do jornal da ITA.

Mestre Gagliardi na revista da ITA

Gilberto Siqueira aprovou otrompete Regium em Dó

Beat

riz W

eing

rill

Casal Kagarice: artigo sobre Gagliardi

Beat

riz W

eing

rill

r e v i s t a

m primeiro lugar, gostaria de deixar cla-ro: acredito que a preocupação da Werilcom a qualidade tecnológica na fabrica-ção de seus instrumentos é uma conquis-ta significativa para todo o mercado na-cional. E, sem dúvida, como conseqüên-cia dessa evolução, a linha de trompe-tes foi reformulada”, diz Gilberto Siquei-ra, professor de repertório em Tatuí e pri-meiro trompete da Orquestra Sinfônicade São Paulo (Osesp), que experimentouum dos novos trompetes da linha Re-gium, o Studio em Dó.

Uma das alterações mais elogiadaspelo músico foi o novo projeto, queutiliza o cano principal em reverso, ouseja, um cano mais comprido – quasea medida de um Sib. Por isso, em suaextremidade de afinação, o encaixe émacho ao invés de fêmea (por isso, diz-se que é reverso). “Na prática o resul-tado é impressionante. O poder de somdo instrumento e o equilíbrio em to-das as regiões (graves, médias e agu-

das) ém u i t oevidente.Mas oi n s t r u -m e n t onão pro-porcionaa p e n a sbenefíci-os audi-tivos. Oe q u i l í -brio ob-tido proporciona muito conforto tam-bém na hora de tocar.”

O músico destaca que ainda foramrealizados outros ajustes no instrumen-to, alguns perceptíveis e outros nemtanto. A reunião desses cuidados, emsua opinião, transformou o trompeteWeril em um instrumento extrema-mente confiável.Contato com o Mestre através do fax (11) 3884-1834

.

5

P A P O C O M 0 M E S T R E

Page 6: Revista Weril nº 140

P E R F I LP 0 R E S T A S B A N D A S

Música para ultrapassar gerações

Desde 1992, quando começoua acompanhar o grupo Skankem suas apresentações, otrompetista João Vianna já so-nhava com a formação de umabanda diferente, em que os ins-

trumentos de sopro estivessem à fren-te do grupo, fugindo do tradicionaltrinômio baixo, bateria e guitarra. Foiem 1999, quando o músico deixou oSkank, que seu antigo sonho come-çou a tomar forma. “Aproveitei mui-to da bagagem adquirida e, ao ladode Divas, que também esteve noSkank por alguns anos, criei o Vil Me-tal”, conta João Vianna. O resultado éum som irreverente, inteligente, cria-tivo, acompanhado nos palcos decoreografias animadas e, acima detudo, contagiantes.

O repertório da banda logo con-quistou Belo Horizonte, a capital do

pop-rock brasileiro. Baseado em mú-sicas de grandes compositores daMPB, o grupo oferece especial des-taque para as releituras, com arran-jos dançantes, que permitem o usodos metais. Um exemplo é a versãopara “Preta, Pretinha”, de MoraesMoreira. “Não gostamos de modis-mos. O trabalho, para ser considera-do bom, precisa estar apto a ultra-passar gerações”, considera o músi-co.

Além de João Vianna no trompe-te, o grupo é formado por Pedro Tar-císio (substituindo Divas) no trombo-ne; Jader Joanes, guitarra e vocal, eClayton Homem, no baixo. Uma cu-riosidade: todos os integrantes já to-caram em bandas de baile. “Achoque essa vivência comum acaboucontribuindo para nossa integraçãoe sucesso”, completa João.

A Weril marcou presença com umagitado estande no I Congresso Téc-nico para Regentes, Instrutores, Co-reógrafos, Balizas e Dirigentes deFanfarras e Bandas do Estado de SãoPaulo. Organizado pela Federaçãode Fanfarras e Bandas do Estado,o evento reuniu cerca de 200 pes-soas e teve como objetivo princi-pal discutir e votar as propostasque foram levadas ao IX EncontroNacional e III Congresso Técnico,em abril.

EncontroWeril

O Grupo Vil Metaljá conquistou opúblico mineiroD

ivul

gaçã

o

6 04/2002

Page 7: Revista Weril nº 140

Peter Persohn, trombonistaalemão, foi primeiro trombonena Orquestra Sinfônica de MinasGerais, de 1984 a 1987. De voltaà sua terra natal, em 1989,tornou-se mestre de banda.Atualmente dirige a BandaMunicipal da cidade de Haslach.Revisitando o Brasil, ele nosconcedeu esta entrevista àRevista Weril:

RW: Qual a melhor forma de “le-vantar” uma banda já existente?PP: Para começar, verificar as condi-ções dos instrumentos já existentes,se são suficientes e estão em boascondições. Outros fatores tambémprecisam ser avaliados, como as pe-ças em arquivo e a programação dosúltimos anos, para se ter idéia do ní-vel dos integrantes, do estilo que to-

D esde o início da década de 40,quarta-feira de verão é dia desair às ruas para ouvir músicana cidade de São Bento do Sul,em Santa Catarina. O localtodo mundo já conhece, é a Pra-

ça Getúlio Vargas, onde pessoas de to-das as idades se reúnem para ver e

Alemão gostade retreta

Orgulho em sermestre de banda

cam. É importante também saber oque o público quer ouvir. No caso danossa banda em Haslach, a popula-ção não queria ouvir peças desconhe-cidas. Então reformulei o repertório,incluindo todo tipo de música. É fun-damental que o povo se identifiquecom a banda, sinta orgulho de tê-laem sua cidade, em sua escola.RW: Como é tocar em uma bandana Alemanha?PP: Normalmente, o músico de ban-da na Alemanha tem de tudo: ins-trumento, partituras, uniforme. O pro-blema é a falta de alunos novos. Nopaís, existe uma concorrência gran-de da música com o esporte, queatrai crianças ainda pequenas paratreinar. Para solucionar isso, estamosincentivando o ensino de instrumen-tos de fácil aprendizado, como aflauta doce.

ouvir a Banda Treml tocar o estilo como qual ganhou notoriedade entre oshabitantes, a música típica alemã.

Com quase 90 anos de idade, aBanda Treml é um dos mais antigose autênticos legados musicais folcló-ricos do Estado. Criada por 16 músi-cos imigrantes alemães, que deseja-vam preservar as tradições musicaisde seu país de origem, a banda setornou conhecida através dos tem-pos, aumentando seu número de in-tegrantes e também seu repertório,que ganhou a força das peças de

MPB, sucessos internacionais e clás-sicos. “O crescimento industrial, es-pecialmente o moveleiro, o cerâmi-co e o têxtil, mudou o perfil da po-pulação e seu gosto musical, por isso,sentimos a necessidade de nos atua-lizar, incluindo outros tipos de peçasnas apresentações, além das típicasgermânicas”, diz o atual maestro,Pedro Machado Bittencourt.

E para quem ficou curioso, onome Treml, foi dado em homena-gem ao primeiro regente da banda,João Treml.

O coreto, palco para as retretas da Treml

Div

ulga

ção

RW: Qual a sua opinião sobreas bandas brasileiras?PP: Há bandas aqui em São Paulocom nível de orquestra, com en-saios diários de duas horas. Isso faza diferença! A partir desse ponto,pode-se iniciar um movimento paraexpandir essa qualidade para as de-mais regiões do país. Para chegar-mos ao topo, é preciso enxergarem que posição estamos agora,traçando metas possíveis. Ou seja,com um planejamento a médioprazo, o nível das bandas brasilei-ras pode melhorar em todos osEstados.Revista Weril: O que é precisopara ser um mestre de banda?PP: A primeira coisa é ter em men-te que trabalhar com amadores édiferente de trabalhar com profis-sionais. É preciso saber explicar coi-sas complicadas de maneira sim-ples. Por exemplo, para fazermeus alunos entenderem o “pia-no”, peço para que imaginem osom de uma banda tocando a 500metros dali e digo que é assim quequero ouvi-los.

r e v i s t a 7

Page 8: Revista Weril nº 140

10 04/2002

I N T E R C Â M B I O

Otávio Bangla, saxofonista

“Quinto Elemento”, Sizão MachadoRainbow RecordsInformações: (11) 3021-9863/ 9435

“Nesta obra o contra-baixista expõe toda sua técnica, mostran-do porque é um dos músicos mais solicitados pelos grandes artis-tas nacionais. As composições são próprias e os arranjos de me-tais estão realmente muito bons. Um ótimo lançamento de mú-sica instrumental brasileira”

João Leite, saxofonista

“Aldeia”, Banda MantiqueiraGravadora Pau BrasilInformações: (11) 3871-5931

“Acho que a música brasileira deve ser tratada com muito cari-nho, e isso a Banda Mantiqueira sabe fazer, pelo fino trato namaneira de executar e arranjar. Este CD é uma aula para qual-quer músico. Destaque para a improvisação. É uma verdadeiraexpressão da alma brasileira.”

E U R E C O M E N D O

8 04/2002

QUEREM TROCAR PARTITURAS

Marlus Muriel (chorinho, samba edobrados) – R. Castro Alves, 246, Cen-tro, M. Calman (BA) – CEP 44720-000Valdir Santana (de jazz para trompe-te) – R. Maria Ciambelli, 353, ParqueMaria Adelina, Rancharia (SP) – CEP19600-000Clayton Miguel (evangélicas e dobra-dos militares) – R. “J”, loteamento Ilha,71, Ponte dos Carvalhos, Cabo de Sto.Agostinho (PE) – CEP 54520-000João Batista Sabóia (quintetos e du-etos para trompete) – R. Marechal Na-pion, 763, Barra do Ceará, Fortaleza(CE) – CEP 60332-690Abiqueila Lima – R. das Camélias,867, Jd. Rêmulo Zoppi, Indaiatuba (SP)– CEP 13345-080Saulo Dimas Ferreira (evangélicas)– R. Barão de Pouso Alegre, 1338, SãoDimas, Conselheiro Lafaiete (MG) –CEP 36400-000

QUEREM RECEBER DOAÇÕESDE TÉCNICAS / MATERIAIS

João Batista Sabóia (para trompete)- R. Marechal Napion, 763, Barra doCeará, Fortaleza (CE) – CEP 60332-690Valdir Santana (de improviso e arti-culação) – R. Maria Ciambelli, 353,Parque Maria Adelina, Rancharia (SP)– CEP 19600-000

Eduardo Ribeiro do Amaral (paraprincipiantes de saxofone) – R. DivoPoluceno, casa 52, Otacílio Costa (SC)– CEP 88540-000Diogenes do Carmo (para trompete)– R. Padre de Alencar, 2069, Messe-jana, Fortaleza (CE), CEP 60840-280Juan Carlos Lopes (para iniciantesem trombone de vara) – R. Eber Bra-ga, 380, Santa Rita (MA) – CEP 65105-000Décio Raimundo (para clarineta) – R.Conselheiro Paranhos, 45, Centro, San-to Amaro (BA) – CEP 44200-000

QUEREM TROCARCORRESPONDÊNCIAS

Marlus Muriel (com amantes damúsica) – R. Castro Alves, 246, Cen-tro, M. Calman (BA) – CEP 44720-000Valdir Santana (com trompetistas) –R. Maria Ciambelli, 353, Parque Ma-ria Adelina, Rancharia (SP) – CEP19600-000Clayton Miguel (com trompetistas) –R. “J” loteamento Ilha, 71, Ponte dosCarvalhos, Cabo de Sto. Agostinho (PE)– CEP 54520-000Daniel Aguiar (com percussionistas)– Av. Vasco Neto, s/nº, Manoel Vitori-no (BA) – CEP 45240-000Dacil Virginio Gomes (com trompe-tistas) – R. Maranhão, 40, Jaboatãodos Guararapes (PE) – CEP 54100-500David Chaves Tavares (com maestro

de bandas e fanfarras) – R. 1o de Maio,79, Vila S. Pedro (SP) – CEP 09760-530Isaac Oliveira Silva (com flautistas)– R. Rui Barbosa, 61, Centro, Jaboti(PR) – CEP 84390-000Cinthia Gabrir (com músicos em ge-ral) – R. Oscar Ribeiro, 1162, Indaiatu-ba – CEP 13330-000Elias Francisco de Lima Neto (comsaxofonistas) – R. Joaquim Moita, 48,Centro, Tacaimbu (PE) – CEP 55140-000Luiz Waldir Colombo (com trompe-tistas) – R. Euclides da Cunha, 310,Descalvado (SP) – CEP 13690-000Abiqueila Lima (com músicos emgeral) – R. das Camélias, 867, Jd. Rê-mulo Zoppi, Indaiatuba (SP) – CEP13345-080Saulo Dimas Ferreira – (com saxofo-nistas, trombonistas e trompetistas) -R. Barão de Pouso Alegre, 1338, SãoDimas, Conselheiro Lafaiete (MG) –CEP 36400-000Luciano de Lima Leite (admiradoresda música cristã) – R. Francisco R. Al-ves, 60, Lorena (SP) – CEP 12600-000

PROCURA/OFERECE

Vilmar Sampaio oferece “Poema Sin-fônico” – O Planeta Esperança – paraBanda Sinfônica – R. Cáceres, 228,Casa 2, Centro, Corumbá (MS) – CEP74304-040

Page 9: Revista Weril nº 140

15r e v i s t a

E V E N T O S

NAVEGUE

www.brasilbandas.com.brIdeal para quem quer ficar atualizado so-bre as últimas notícias de bandas no Brasile no mundo. Possui diversos links, tais comopara a Confederação Nacional de Bandase Fanfarras e a Weril. O interessado tam-bém pode se cadastrar e receber as infor-mações em seu endereço eletrônico.

www.catabandas.comÉ uma ferramenta virtual que divulga músi-cos (bandas, solo, lírico, orquestra, big ban-ds e etc.) e empresas afins (estúdios, grava-doras, aluguel de palco-som-luz, banheirosquímicos e espaços para eventos entre ou-tros) para casas noturnas e organizadores deeventos em todo o Brasil.

Jazz Legends -SaxTenorGravadora:MoviePlayInformações:3115-6833

Apesar de faltaremnomes como Coltra-ne, Coleman Hawkins e Lester Young,a coletânea é interessante, ao permitira comparação de quatro grandes ex-poentes do sax tenor: Ben Webster, DonByas, Dexter Gordon e Johnny Griffin.

Hinos PátriosGravadora: Playarte MusicInformações:(11)5051-5776

Reúne os hinos brasileiros in-terpretados pela Banda Sinfô-nica do Corpo de FuzileirosNavais e o Coral UNIT –Cen-

tro Universitário Do Triângulo. Desta-que para as faixas em playback e parao bônus especial, com letras, partitu-ras e cifras, que podem ser visualiza-das e impressas por um computador.

CDS

9r e v i s t a

F I Q U E D E O L H O

Musicalização para Pré-Escola eIniciação MusicalLilia Rosa - Irmãos Vitale68 páginasR$ 26,00Informações: (11) 5574-7001

O livro trabalha de maneira criativa eeficaz as diferenças entre grave eagudo, o forte e fraco, o som e osilêncio, sempre tendo como basesituações do dia-a-dia da criança.

Memórias perdidas: Biografia demúsico – Chet BakerJorge Zahar – Jorge Zahar128 páginasR$ 17,00Informações: (21)2240-0226

O leitor poderá conhe-cer a vida do jazzistaChet Baker, um doscriadores do cooljazz, tido por muitoscomo uma figura dis-tante, de vida pessoalatribulada e cheia dealtos e baixos.

LIVROSShows e muita música paralançar as novas linhas WerilApresentações imperdíveis , com grandes atrações,marcaram os lançamentos

A Weril preparou duas superfestas para apresentar seus mais recentes lançamentosem trompetes e saxofones. No dia 30 de abril, foi a vez de o músico brasileiroconhecer a nova linha Regium de trompetes. A festa foi no Teatro São Pedro, emSão Paulo, e contou com um show comandado por Gilberto Siqueira, comparticipação especial de Chiquinho Oliveira, Quinzinho Oliveira, Márcio Montarroyose convidados. A direção artística é de Gilberto Siqueira.

No dia seguinte, 1o de maio, músicos e o público em geral foram colocados frentea frente com a nova linha Spectra II de saxofones. O evento aconteceu na casanoturna Bourbon Street, em São Paulo, e reuniu, sob o comando de Proveta, toda asonoridade da Banda Mantiqueira, o talento do multiinstrumentista Paulo Moura eo violonista Yamandu Costa, em um encontro memorável.

Mais festa na finaldo Prêmio WerilOutro evento que merece todas as atenções do músico é a grande final do 5ºPrêmio Weril para Solistas de Instrumentos de Sopro, marcada para o dia 19 demaio, no Teatro Municipal de São Paulo. Com entrada grátis, a finalíssima vairevelar os vencedores do concurso, que este ano conta com artistasinternacionais em seu corpo de jurados. A noite ainda reserva outras surpresaspara os presentes, incluindo um grande show de música instrumental paraencerrar o Prêmio Weril. Não deixe de assistir essa noite de gala e muita músicade qualidade no Municipal!

Page 10: Revista Weril nº 140

10 04/2002

P E R F I LM Ú S I C A V I V A

Nesta e nas próximas edições, aRevista Weril irá apresentar osmelhores lugares que as capitaisoferecem para quem curte mú-sica, sempre através da visão deum grande instrumentista. Para

começar, Márcio Montarroyos indicaseus pontos preferidos para comprarinstrumentos, acessórios e CDs, alémde lugares para ouvir boa música noRio de Janeiro.

“Um bom dia na cidade do Riode Janeiro pode começar com umavisita ao Music Mall – State of theArt Equipaments, no Shopping BarraMall, na Barra da Tijuca. Procure porRenatinho, que é o ‘comandante’ dolocal e pode orientá-lo em sua esco-lha – tanto para compra de instrumen-tos musicais, quanto dos programas decomputador mais adequados à suanecessidade. Seguindo para o Cen-tro, visite a loja Arlequim CDs, noPaço Imperial. Ali, é possível encon-trar lançamentos raros, desses que re-almente não se acha em lugar algum.É diversão certa!

Continuando, em direção a Co-pacabana, entre na Pro Music, lojado baixista Maurício Scarpelli. Nãotem lugar melhor para quem está embusca de acessórios para sax, flautae metais em geral. E já que você estáno bairro, aproveite para dar umapassada na Modern Sound, a maiore mais completa megastore do Rio.Procure pelo Pedrinho, que conhece‘tudo de tudo’ e pode auxiliar na es-colha dos acessórios, livros e méto-dos. Se a visita for no final da tarde,melhor. A loja promove happy hour

com música instrumental ao vivo e valea pena participar.

Para quem gosta de espaços al-ternativos, a loja Severyna, do GutoGoff, baterista do Barão Vermelho, éuma excelente pedida. Além de ofe-recer tudo em percussão, ainda pro-move jam session todas as segundas.Imperdível!

A noite carioca oferece diversasopções para quem gosta de boamúsica. O Mistura Fina, restauran-te e casa número 1 do jazz, do meuamigo Pedro Paulo Machado, pro-move, além do piano bar com Os-mar Milito Trio, shows nacionais einternacionais em datas pré-deter-minadas.

No restaurante Boteco 66, o visi-tante vai conhecer o melhor encon-tro entre a cozinha franco-brasileira eo brazilian jazz. Ali, eu e outros con-vidados nos apresentamos nas véspe-ras de feriados.

Uma nova opção no centro histó-rico é o belíssimo restaurante Cais doOriente, do pianista Marcos Resende.Além da boa comida, o músico tam-bém irá se deleitar com música ins-trumental de primeira linha.

E para quem não quer gastarnada ou quase nada, mas não abremão de jazz de qualidade, a suges-tão são os quiosques da Lagoa Ro-drigo de Freitas. Amileto StamatoJúnior (teclados), Wilson Meireles(bateria), Guilherme Dias Gomes(trompete), Idriss Boudrioua (sax alto)e Ney Conceição (baixo) são algunsdos excelentes músicos que por lá seapresentam.”

10 04/2002

Music Mall – Av. das Américas 7700 –lojas 104 a 106 – Barra da Tijuca – Tel:(21) 3325-4554

Arlequim CDs – Paço Imperial – Praça15 n. 98 – loja 2

Casa Clarim – Av. Gomes Freire 176 –loja A – Tel: (21) 2221-6825

Pro Music – R. Barata Ribeiro, 391 –sala 201 – Copacabana –Tel: (21)2236-0394

Modern Sound - R. Barata Ribeiro, 502D – Tel: (21) 2548-5005

Severyna – R. Ypiranga, 54, Laranjeiras– Tel: (21) 2556-9398

Mistura Fina – Av. Borges de Medeiros,3207 – Lagoa - Tel: (21) 2537-2844

Boteco 66 – Shopping Down Town,Barra da Tijuca. Tel: (21) 2495-0833

Cais do Oriente – R. Visconde deItaboraí, 8, Centro. Tel: (21) 2233-2531

Quiosques da Lagoa Rodrigo deFreitas – Av. Borges de Medeiros, naaltura do Jockey Club

Na próxima edição, “Um Dia Musical emBH”, com o naipe de sopros do Jota Quest.

S E R V I Ç O

Um dia musicalno Rio

Beatriz Weingrill

M Á R C I O M O N T A R R O Y O S dá a dica para quem vai aoRio de Janeiro consumir música

Page 11: Revista Weril nº 140

15r e v i s t a

Oprincipal objetivo dos instrumentistas de sopro temsido sempre o de obter um bom som. Porém, tendên-cias da música contemporânea permitem novas infe-rências sonoras, além das sonoridades puras, tradi-cionalmente obtidas pelos instrumentos.

Explorar essas novas sonoridades implica exigir dos in-térpretes efeitos de maior proporção do que aqueles pos-sibilitados pelo som natural dos instrumentos. Exemploprático é o dos trombonistas contratados para gravar tri-lhas sonoras, em que os efeitos inusitados dão coloridosdivertidos, cômicos ou muito dramáticos às produções.

Uma vez alcançado o domínio básico do instrumento(total controle da afinação e uniformidade sonora), é horade se incorporar novos recursos sonoros às performancesmusicais que os permitirem. Com tantos efeitos à disposi-ção, pode-se inovar performances a cada momento. Cabeao intérprete saber discernir onde e quando utilizá-las.

Os estilos de época também determinam a utilização,ou não, desses recursos. O bom senso do intérprete e apesquisa sobre o estilo possibilitam que os recursos nãosejam empregados erroneamente. Por exemplo, fazer usode recursos como o glissando em música Barroca seria to-talmente inadequado. Afinal, esse estilo não inclui o glis-sando em sua composição estilística.

Os efeitos sonoros especiais dividem-se em grupos deduas naturezas, A combinação dos efeitos especiais das duasnaturezas, somada à expressividade individual do intérpre-te, tornam infinitas as possibilidades sonoras do trombone:1) Internas:

a) Notas duplas e multifônicos – É tido como um dosefeitos mais interessantes produzidos por um instrumentode metal, muito utilizado por solistas de música de câmara,com objetivo principal de harmonizar trechos das cadênci-as virtuosísticas. Tal efeito pode ser obtido tocando umsom e cantando outro, conseguindo como resultado umaterceira nota, dependendo da afinação. Se tocarmos umanota do segundo harmônico do trombone e cantarmossua terça uma oitava acima, a quinta do acorde surgirácomo resultado da soma dos dois sons emitidos. Cabe aoinstrumentista equalizar as notas emitidas, a fim de obterum som mais imponente ou intimista.

b) Dicções – Podem ser comparadas às inflexões da lín-gua falada, em que as diferenças regionais, pátrias e étni-cas constituem um conjunto que diferencia o modo defalar de cada indivíduo. Na prática, é algo similar ao sota-que, gírias e demais nuances da fala. A escolha de articula-ções, das mais “secas” às mais “suaves”, produzirá efeitossonoros igualmente variados.

c) Vibratos – Teóricos afirmam que o vibrato surgiucomo um ornamento musical. No entanto, antes mesmo

D I C A T É C N I C A 5 5

Aspectos técnicos da performanceno trombone Por Alciomar Oliveira*

de ser incorporado como um ornamento, era utilizadopelos instrumentistas de sopro para minimizar proble-mas de afinação, causados pelo Sistema Temperado. Paraproduzir o vibrato, o instrumentista pode fazer uso dodiafragma, do maxilar inferior ou da vibração do instru-mento tocado (o trombone tem destaque, devido ao seusistema de varas corrediças, que permite movimentos os-cilatórios controlados).

d) Frulatos – Este termo especial é uma palavra onomato-péica. Significa bater, girar, mexer. Pronuncia-se o “rrrrrr” nomomento da produção sonora e, como resultado, obtém-sesom semelhante ao ronco de um motor ou rasgado de gar-ganta. Este recurso é muito utilizado na música contemporâ-nea, choro “gaiato” e em especial no jazz norte-americano.

e) Glissandos – Este termo de origem francesa, quesignifica escorregando, designa o processo de tocar gra-dualmente as notas existentes entre os menores intervalosda música ocidental. O trombone é o instrumento da famí-lia dos metais que pode realizar os glissandos com maiorexcelência. No entanto, o glissando natural máximo obti-do tem a extensão de uma quarta aumentada, e não detoda a extensão do instrumento, conforme mencionadonos mais renomados manuais de orquestração.2) Externas:

a) Surdina – Termo utilizado para designar o acessóriodo trombone equivalente àquele dos instrumentos da fa-mília das cordas friccionadas, que servem para alterar otimbre e o volume sonoro. No caso dos metais, tais ins-trumentos poderiam chamar-se abafadores, com base noseu real efeito. As surdinas podem ser feitas de metal, ma-deira, papelão, plástico, fibra de vidro e outros materiais. Otimbre obtido com ela é resultante do material utilizado emsua construção e diretamente proporcional ao formato.

b) Aparatos mecânicos, eletrônicos, etc. – Além das va-riedades de surdinas, podemos citar outros recursos queenriquecem o universo sonoro do trombone. O uso dechapéus, lenços, posicionamento das mãos diante da cam-pana, imersão da campana em recipientes com água e ven-tiladores em frente à campana são aparatos mecânicos quecomplementam os vários recursos utilizáveis na performan-ce do trombone. Trombonistas já fazem uso freqüente decâmaras de eco, reverberadores, periféricos de efeitos ele-trônicos diversificados, controladores midi, computadorese sequencers, aumentando o número de timbres e possibi-lidades sonoras a serem explorados.Referência Bibliográfica:OLIVEIRA, Alciomar. O Trombone na MúsicaBrasileira.Goiânia-GO, UFG, 1999.

* Alciomar Oliveira é professor da UNB/UFG. Contato:[email protected] ou [email protected]

Page 12: Revista Weril nº 140

10 04/2002

Durante alguns anos convivendo com o ensinoda clarineta para crianças e adolescentes, obser-vei que existe uma certa dificuldade dos alunosno primeiro contato com este instrumento e aprodução do som.

Isso acontece porque o aluno, ao se deparar com acomplexidade desse instrumento musical (composto porpalheta, boquilha, barrilete, corpo menor, corpo mai-or, chaves de acionamento, orifícios e campana), pres-supõe encontrar dificuldades em aprender a tocá-lo, oque não corresponde à realidade.

É preciso então alertar o candidato a instrumentis-ta para alguns pontos, lembrando que:1. O mecanismo evoluiu para a forma tal conhecemoshoje exatamente para ajudar e facilitar a execuçãodas escalas musicais.2. Apesar de ser muito comum o iniciante acreditarque, para tocar as primeiras notas musicais será ne-cessário fechar todas as aberturas e chaves, esse nãoé o caminho indicado.3. A falta de familiaridade das mãos com o instrumentoe a pequena abertura entre os dedos da criança nãofavorecem um bom desempenho aos iniciantes.

Para não correr o risco de perder um futuro clarine-tista, aqui vão algumas dicas para um bom início deaprendizado.1. Monte o instrumento com atenção, observe o en-caixe do corpo inferior com o corpo superior, evite re-montar as chaves de ligação dos dois corpos, pois casoisso aconteça bloqueará o som.2. Utilize preferencialmente palheta de nº 1.1/2 parainiciantes, por ser mais flexível.3. O instrumento deve ser colocado na boca, firman-do-se com os dentes incisivos superiores a parte supe-rior da boquilha e dobrando-se um pouco o lábio infe-rior sobre os incisivos inferiores. Dessa maneira, seráformada uma espécie de acolchoado, que protegerá a

palheta e permitirá que ela vibre ao receber a pres-são do ar enviada. Isso feito, o instrumento deve sersoprado sem se acionar qualquer mecanismo; ten-tando-se pronunciar a sílaba “TU”. A nota tocadaserá SOL. Para melhor desempenho, repita o exercí-cio várias vezes.4. Em seguida, feche o orifício na parte inferior juntoao registro com o dedo polegar esquerdo e sopre noinstrumento novamente, tentando pronunciar a sílaba“TU”. A nota tocada será FA.5. Continue com o dedo polegar preso sobre a “aber-tura” inferior, vedando o orifício; faça o mesmo movi-mento com o indicador esquerdo, no primeiro orifíciosuperior. A resposta obtida será a nota MI.6. Mantenha o exercício anterior, acrescente o dedoanular no segundo orifício, e a nota será RE.7. Finalizando as primeiras notas, mantenha o exercí-cio anterior e acrescente o dedo médio sobre o tercei-ro orifício, para obter a nota DO.8. Vale ressaltar que para atingir uma boa embocadu-ra e o controle completo pela boca e língua da boqui-lha, o aluno deve tomar os devidos cuidados:

a) Controlar a pressão do ar emitido na boquiha;b) Tocar a língua levemente na palheta a cada exe-

cução de notas;c) Ter delicadeza e leveza na sonoridade.

Bibliografia:

H.Klosé. Celebrated Method for the Clarinet, by CarlFischer Inc., 1971, New York. USA.

Pecci, Domingos. Método para Clarineta e Saxofo-ne, Ed. Bandeirante Musical Ltda, 1965, São Paulo,Brasil.

W. Hipólito da Silva é professor da Escola CromáticaMusic Center, em Sales, e do Conservatório Musical

Strauss, na cidade de Urupês, ambas no interiorde São Paulo. Contato: [email protected]

As Primeiras Notas Musicais na Clarineta

W. Hipólito da Silva*

D I C A T É C N I C A 5 6

Page 13: Revista Weril nº 140

15r e v i s t a

D I C A T É C N I C A 5 7

A flauta sem mistérios

Por Alciomar Oliveira*deve estar perpendicular à ponta do nariz do músico.

Os pés podem ficar paralelos um ao outro ou fazendo um“L”, o direito sendo a base e o esquerdo à frente, levementeseparados. Giramos a cabeça para esquerda em direção à es-tante, ao maestro e ao público.

Nosso corpo nunca ficará de frente para a estante e sim paraa direita. O mesmo vale quando estamos sentados. Os pés devemtocar o chão, e a cadeira voltada para a direita para girarmos acabeça para a esquerda. A flauta é transversal, não a tocamoscomo um clarinete, por exemplo. Se não prestarmos atenção aestes detalhes, pode-se desenvolver graves problemas de coluna.Devemos pensar em movimentos horizontais, seguindo as linhasdas frases, para não criarmos vícios de tocar acentuando notassem nessessidade, a menos que estejam indicados acentos napartitura. Os movimentos devem estar sempre relacionados àmúsica, como se fôssemos atores interpretando um texto.

Posição dos dedos: devemos pensar em dedos natural-mente curvados e tocando as chaves com a região da polpa.Como exceção à regra, temos o dedo indicador esquerdo, quetoca a chave com a ponta. O polegar esquerdo, dependendo dotamanho da mão, toca com a polpa, mas com a parte do ladoesquerdo por uma questão de comodidade. O polegar direitoparticipa da sustentação do instrumento, curvando-se natural-mente para esquerda, posicionado entre uma região logo abai-xo do indicador e na metade entre o indicador e o médio. Oindicador da mão esquerda também participa da sustentaçãodo instrumento, mas com sua parte baixa, após a segunda arti-culação de cima para baixo, entre a terceira e a quarta linha.Em termos de anatomia, é a parte próxima da primeira falange.É aquela região onde se formam calos.

Devemos pensar em segurar a flauta pelos lados, formandouma alavanca contra o queixo. O polegar direito empurra aflauta para frente, a parte baixa do indicador esquerdo empur-ra a flauta para trás, e a flauta vai direto contra o queixo. Éimportante notar que tanto o polegar direito como a partebaixa do indicador esquerdo devem empurrar a flauta com umcerto ângulo (aproximadamente 45º em relação ao chão) paracima, para que a flauta não tenha tendência a girar para den-tro (o que causaria perda de flexibilidade no som).

Devemos perceber a importância do dedo indicador da mãoesquerda quanto à sustentação do instrumento e a facilidadeda técnica de digitação da mão esquerda. Ele empurra a flautacontra o queixo com a parte de baixo, onde se formam calos.Assim como o polegar da mão direita, ele empurra com um certoângulo para cima. Toca a chave com a ponta e não com a polpa.Assemelha-se à figura de um cisne. A segunda articulação dobra,de forma a ficar perpendicular à região anterior do dedo, e aprimeira articulação dobra, de modo que o dedo toca a chave coma ponta. Atenção: a terceira articulação deve dobrar de formamoderada, para que o dedo não fique nem muito alto, nem muitobaixo. Com isso, se obtém maior controle da digitação da mãoesquerda, facilitando passagens difíceis que envolvem esta mão.O importante é que tanto o dedo indicador da mão esquerdaquanto o dedo polegar da mão direita fiquem relaxados.

Embocadura: A embocadura é uma conseqüência da formacomo sopramos. Ela dá o acabamento final ao ar que produzirá osom. Se soprarmos de forma correta, com apoio, sem fechar agarganta, é quase certo que a embocadura será relaxada.Não devemos sorrir espremendo os cantos dos lábios e nemtampouco exagerar no relaxamento, enchendo as bochechasdemasiadamente de ar. Deve ser relaxada e natural, quase semmodificar a forma dos lábios quando estamos com a boca fecha-da. Os lábios superiores ficam levemente na frente dos inferiores,

Por Renato Kimachi *

Trataremos aqui dos aspectos técnicos que envolvem a artede tocar flauta, começando pela respiração, o primeiropasso para se dominar o instrumento. Inicialmente, falare-mos sobre seu mecanismo: a respiração se divide em inspira-ção e expiração. Durante a inspiração, o diafragma puxa o

ar para os pulmões. Para se ter uma respiração silenciosa eflexível (mais rápida ou mais lenta), devemos pronunciar a vogal“Ô”como se fosse um bocejo. Assim, abrimos a garganta, abai-xamos a língua e o ar passa sem obstáculos, portanto, sembarulho. A língua, além de estar abaixada, deve encostar nosdentes inferiores (apenas encostar, sem empurrar; se isso acon-tecer, haverá tensão demasiada, ocasionando o fechamento dagarganta e, por conseqüência, do som).

Na expiração, usamos os músculos abdominais para expulsaro ar dos pulmões. No controle da velocidade em que ocorre esteprocesso de expulsão, através dos músculos abdominais, resideo controle da dinâmica. Quanto mais ar, mais forte; quantomenos ar, mais piano. Este controle se chama “apoio” ou su-porte dos músculos abdominais. Os lábios se incumbem de con-trolar a velocidade final do ar e, por conseguinte, a afinação.

Para se ter a sensação do mecanismo de inspiração e expi-ração e do apoio, podemos imitar a respiração ofegante de umcachorro (sempre pensando na vogal “Ô”). Progressivamente,vai-se aumentando o tempo da inspiração e da expiração, sem-pre mantendo a garganta aberta, expirando o ar com som de“F”(lábios mais fechados para sentir a resistência do ar semfechar a garganta), mas com a cavidade bucal bem aberta (Ô) einspirando o ar como um bocejo, treinando assim a sustentaçãoe o apoio das notas.

Devemos estudar a respiração sem a flauta por uma ques-tão de concentração. Depois de devidamente trabalhado indivi-dualmente, transferimos o domínio da respiração para o instru-mento. Para tanto, podemos usar uma bolsa de ar de cinco litros(conhecida como ressuscitador). O ideal é comprar a bolsa impor-tada, mais lisa e fácil de visualizar. O exercício consiste em enchera bolsa de ar e inspirá-lo silenciosamente e o mais rápido possível(pensar em Ô). Pode-se, a seguir, medir a respiração, pensando-se em expirar em quatro semínimas e inspirar na última semínimanum compasso 5 por 4 e semínima = 60. Vai se aumentando avelocidade aos poucos, respirando-se a seguir na última colcheia,depois na última semi-colcheia e assim por diante. A idéia do usoda bolsa de ar para flautistas é do prof. Keith Underwood. Umaboa respiração é silenciosa, flexível quanto à velocidade e intima-mente ligada à música, nunca cortando frases.

Postura: Quando de pé, devemos pensar em uma posturarelaxada, ereta, com cabeça e tronco erguidos, joelhos leve-mente dobrados, peso nas coxas, sensação de uma linha imagi-nária que vai do calcanhar, passando pelas costas e indo até acabeça, alongando o corpo inteiro. Para deixar a cabeça naposição certa, não muito abaixada e nem muito erguida, pode-mos fazer um teste, cantando e sustentando a vogal “Ô” eabaixando e erguendo a cabeça sucessivamente. Devemos pro-curar o som mais ressonante e aberto, indicando que estamosabrindo a garganta e com a postura correta. A sensação é dealongamento da coluna cervical (região do pescoço).

Os braços formam triângulos com o corpo. Se fôssemos vistosde cima, veríamos dois triângulos cujos lados seriam formadospelos braços, antebraços e corpo. Devemos sempre pensar emrelaxar os ombros. O quanto levantamos ou abaixamos os cotove-los e o quanto dobramos os pulsos devem estar relacionados com orelaxamento dos ombros e o alinhamento da flauta com relação aocorpo. Vendo um flautista de frente, a linha do instrumento deveser paralela com a linha dos lábios. Vista de cima, a linha da flauta

Page 14: Revista Weril nº 140

10 04/2002

para projetar o ar na quina do buraco do porta-lábio, onde o somé produzido. Segundo Keith Underwood, devemos pensar em usarmais os músculos vizinhos dos lábios e não somente o músculoorbicularis (lábios). Usamos o triangularis, que abaixa o canto doslábios. Usamos o mentalis, músculo do queixo que leva o lábio infe-rior para frente, cobrindo mais o bocal. E usamos o caninus, múscu-lo da “maçã” do rosto, que controla os lábios superiores, dandomais foco ao som. Com o uso destes músculos faciais, a embocadu-ra resultante permite um som maior, mais flexível e interessanteem termos de beleza e controle de timbre, dinâmica e afinação!

Uma analogia que sempre funciona é o sopro de uma velaou várias velas de aniversário. A diferença é que o ângulo parasoprar na flauta é mais para baixo. Mas a embocadura é prati-camente a mesma, como se pronunciando o fonema “F” comdentes mais afastados.

Muita polêmica envolve a forma como o vibrato é produzi-do. Primeiramente, a definição de vibrato para cantores e ins-trumentistas de sopros é: variação da coluna de ar através dagarganta (nos instrumentos de cordas, é uma variação na fre-qüência do som). É uma sucessão de uso alternado de uma maiorquantidade de ar com uma menor quantidade de ar, como sefossem pulsos de ar. É claro que, se a garganta estiver fechada,teremos o popular “vibrito”, o vibrato de cabrito, tão tocadonas rádios. Devemos pensar em abrir a garganta enquanto fa-zemos uma leve ação para pulsar o ar. Para efeito de aprendi-zado, podemos pensar em tocar uma nota longa na flauta etossir suavemente enquanto sopramos com a vogal “Ô”, seminterromper o fluxo de ar, sempre sustentando o sopro e o som.Suavizamos cada vez mais a tosse até que não haja interrupçãona coluna de ar pelo fechamento temporário da garganta pro-vocado pela tosse. É uma versão suave de tosse, sem fechar agarganta. A variação na afinação é uma conseqüência do vibra-to, não o objetivo maior, que é variar a quantidade de ar, alter-nando mais ar e menos ar no sopro. A sensação do vibrato dediafragma é causada pelo ar que pode voltar para baixo enquan-to vibramos com a garganta. Como sabemos, o diafragma é ummúsculo liso, portanto, involuntário.

A afinação é uma questão da superfície de reflexão sonorae da velocidade da palheta de ar que sopramos.

Quanto maior a superfície de reflexão sonora, mais alta é aafinação. Quanto menor, mais baixa. Aumentamos a superfíciede reflexão sonora cobrindo menos o bocal, e a diminuímoscobrindo mais. Para cobrir menos o bocal, basta girar a flautamais para fora ou levar os lábios inferiores mais para trás; paracobrir mais, basta girar mais para dentro ou deixar os lábiosinferiores mais para frente. Por exemplo, quando vamos tocaruma nota aguda e pianíssimo, a tendência é o tensionamento econseqüente colapso dos lábios inferiores para frente. Isto faz anota cair em afinação. Se usarmos a “psicologia invertida”, pode-mos pensar em rolar os lábios inferiores nos dentes inferiores, oque evita levarmos os lábios inferiores tão para frente, mantendoa superfície de reflexão sonora e, por conseqüência, a afinação.Se mudarmos o ângulo como sopramos o ar, também mudamos aafinação. Se soprarmos mais para fora do bocal, a afinação sobe,pois o ar interno da flauta diminui de tamanho, aumentando afreqüência sonora e subindo a afinação. Isto ocorre porque umamenor quantidade do ar soprado participa da coluna de ar inte-rior, diminuindo o seu tamanho. Se soprarmos mais para dentro dobocal, a afinação desce, pois o ar interno da flauta aumenta detamanho, diminuindo a freqüência sonora e abaixando a afinação.Isto ocorre porque uma maior quantidade do ar soprado partici-pa da coluna de ar interior, aumentando o seu tamanho.

Enquanto os músculos abdominais controlam a quantidadede ar (através do apoio) e, por conseguinte, a dinâmica, os lábioscontrolam a velocidade da palheta de ar e a afinação.

Quanto ao controle de dinâmica e afinação, pensemos naanalogia com a mangueira de jardim. Os músculos abdominaisrepresentam a torneira, e os lábios, o final da mangueira. Ima-ginemos que vamos regar uma planta à nossa frente. Para con-

tinuar regando a mesma planta com mais água (tocar a mesmanota mais forte), ao abrirmos a torneira (empurrar mais ar comabdome) temos que, ao mesmo tempo, aumentar o tamanho doburaco da mangueira por onde sai a água (relaxar mais os lábios,aumentando o tamanho do buraco dos lábios). Caso contrário, aágua ultrapassa a planta com menos água (tocar a mesma notamais piano); ao fecharmos a torneira (empurrar menos ar com oabdome), temos que, ao mesmo tempo, diminuir o tamanho doburaco da mangueira por onde sai a água (aproximar mais oslábios sem espremê-los, diminuindo o tamanho do buraco doslábios). Caso contrário, a água se distancia da planta, indo emnossa direção (a afinação cai). Em outras palavras, deixar os lábiosrelaxados, flexíveis, apenas moldando a coluna de ar, permitindoas mudanças de dinâmica sem variar a velocidade e a afinação.

Para mudarmos o timbre sem modificarmos a afinação, bas-ta soprarmos com mais foco (som mais claro) ou menos foco(som mais escuro), sem modificar a velocidade da palheta de arque sopramos na quina onde o som é produzido. O foco dizrespeito ao formato da palheta de ar. Uma palheta mais con-centrada, fina, produz som mais claro. Palheta de ar mais difu-sa, larga, produz som mais escuro. Depende da abertura doslábios e do uso do ar. A abertura da cavidade bucal e a posiçãoda língua influenciam na ressonância do som.

A articulação é determinada pelo ataque, duração e dinâ-mica de cada nota a ser tocada. Para tanto, fazemos uso dediferentes posições da língua durante o ataque e, principalmen-te, do uso da coluna de ar.

O ar é o elemento mais importante na articulação, respon-sável pela duração e dinâmica da mesma, pois a língua não devecortar a coluna de ar, nem os lábios. A língua é responsávelapenas pela precisão do ataque, do início da nota. Funcionacomo uma válvula que inicialmente fecha o caminho do ar parafora da boca e, quando colocada para trás, libera este caminho,permitindo que o som se inicie. A língua, portanto, não bate, elasai do caminho. Existe uma certa pressão atrás da língua, devidoao ar que está prestes a ser liberado, articulado. Esta pressãodepende do apoio dos músculos abdominais, que, além disso,controlam a quantidade de ar a ser liberado (dinâmica e dura-ção da nota). Os lábios dão o acabamento final ao ar liberado,controlando sua velocidade (afinação) e direção (foco e timbre).Vale lembrar que a língua deve estar sempre relaxada e deve-seusar movimentos mínimos.

Alguns inícios de frase, de tão sutis, pedem articulação semlíngua. Ex.: o início do “Prélude à L’apres-midi d’un Faune”, deDebussy. Usamos a articulação simples para passagens não mui-to rápidas, onde conseguimos articular grupos de notas sucessi-vamente com a mesma sílaba. Usamos a letra “T” ou “D”,sendo que o “T” confere ataque mais nítido e o “D” ataquemais suave. Formamos diferentes sílabas dependendo da vogalque queremos para a passagem em questão. Ex.: Ta, Te, Ti, To,Tu ou Da, Di, Do, Du. A língua se posiciona entre os dentes paraos registros médios e agudos, e logo atrás dos dentes superiores(palato duro), para o registro grave.

Usamos a articulação dupla para passagens mais rápidas,onde necessitamos alternar duas sílabas para maior comodida-de e clareza de execução (letras “T-K” alternadamente ou“D-G”). Se a passagem for muito rápida, é mais aconselhável usaro“D-G”, que deixa a articulação mais leve e a frase mais fluen-te. Como a sucessão de notas já é rápida, as notas soarão natu-ralmente curtas. Usamos também em passagens rápidas a arti-culação tripla, onde há grupos de três notas sucessivas. Usamosas letras “T-K-T” ou “D-G-D”. O D-G-D é mais indicado parapassagens muito rápidas.

O importante é que técnica e musicalidade caminhem jun-tas. A técnica deve ser escrava da música, e nunca o contrário!Exatamente por isso, a técnica deve estar sob controle.

* Renato Kimachi, professor e mestre em Música - Flauta pelaArizona State University, é flautista principal da Orquestra Sinfônica

de Ribeirão Preto. Contato:[email protected]

Page 15: Revista Weril nº 140

15r e v i s t a

Léa Freire: dicas para gravar seu próprio CD

CD passo a passo*

Léa Freire: dicas para gravar seu próprio CD

Gravar um disco de música instrumental por uma gran-de gravadora no Brasil é um privilégio com o qual poucospodem sonhar. Porém, para aqueles que não desistem dever seu trabalho registrado em CD, o mercado de selosindependentes está a todo vapor e é uma boa alternativa.

A flautista Léa Freire, por exemplo, criou em 1997 oselo Maritaca. Ela acredita que existe espaço no mercadopara gente dedicada, talentosa, que procura se destacarde alguma maneira com seu trabalho. “Gravações de mú-sica instrumental brasileira estão evoluindo rapidamente,conforme a experiência dos novos selos. E o brasileiro estácada vez mais consciente de sua própria carreira, o quecolabora para o aumento do número de gravações”, co-menta Léa. Para quem deseja gravar um CD, a diretora daMaritaca dá algumas dicas (confira no box). Outras grava-doras especializadas são a Núcleo Contemporâneo e a PauBrasil, de São Paulo, a Biscoito Fino e a Vison, do Rio deJaneiro, e Terra dos Pássaros, em Minas Gerais.

Serviço: Maritaca, fone (11) 3021-5282.

Selos independentes abrem caminhopara a música instrumental

OK,gravando

Div

ulga

ção

-Primeiro, é preciso saber exata-mente o que se vai gravar: qual o gê-nero musical, quais e quantos instru-mentos serão utilizados. É melhor queas músicas estejam devidamente en-saiadas para evitar gastos desneces-sários com horas de estúdio. Com tudoensaiado, é preciso encontrar um bomestúdio, que possa atender às necessi-dades da gravação. É importante che-car se os acompanhamentos (como abateria) precisarão de sala separada,se a gravação será ao vivo ou não, ouseja, definir a “cara” do CD.

-Definido o estúdio, é bom ter umaordem de gravação para poder agen-dar os horários disponíveis de cadamúsico. Assim, não se desperdiça otempo de ninguém.

CD passo a passo* dependente de Compositores e Auto-res Musicais), podem dar mais expli-cações sobre o procedimento comessa ficha. Os dados autorais devemconstar da capa do CD, para que oECAD possa recolher e pagar os direi-tos referentes ao fonograma. O pro-dutor musical de cada faixa tambémrecebe uma porcentagem sobre a exe-cução e a venda.

-A parte final inclui fazer a mixageme a masterização em estúdios de confi-ança; escolher o local da prensagem(os dados do fabricante devem constarda capa e do próprio CD). É importantecuidar para que a capa e o encarte te-nham uma boa apresentação. Por fim,é preciso contar com um distribuidor deconfiança, que coloque o CD nas lojasespalhadas pelo Brasil.

* Dicas de Léa Freire, da gravadora Maritaca.

-Hoje, os formatos de gravação uti-lizados são o DAT, ADATs, DA88 ou ain-da grava-se diretamente no Pro Tools,em sistema totalmente digitalizado

-Não se pode esquecer tambémdos direitos autorais. Para que elessejam respeitados, é preciso que osautores ou editores que os represen-tam autorizem a reprodução da obra.Para tanto, é necessário entrar emcontato com o ECAD (Escritório Cen-tral de Arrecadação e Distribuição deDireitos Autorais) e solicitar os dadosnecessários, a fim de conseguir as au-torizações (as fábricas não podemprensar os CDs sem esses documen-tos). Cada faixa do CD exige o preen-chimento de formulários que especifi-cam a obra, autor, data e tipo de gra-vação, músicos executantes, músicosintérpretes, etc. Sociedades arrecada-doras, como a Sicam (Sociedade In-

OS

T

NS

OD0S

T

r e v i s t a 1 5

O

Page 16: Revista Weril nº 140

10 04/2002

do Texas

Revista Weril – O que, exatamente,acontecerá nesse evento no Texas?Radegundis – O grupo Weril Trom-bone Ensemble, formado por Rade-gundis Feitosa, Renato Farias e o Quar-teto de Trombones da Paraíba (San-doval de Oliveira, Roberto Ângelo, Gil-vando Pereira e Stanley Bernardo), foiconvidado para participar do FestivalInternacional de Trombones 2002, queacontecerá na University of North Te-xas, de 23 a 28 de maio deste ano. É omaior evento anual envolvendo trom-bonistas de todo o mundo, das maisvariadas especialidades. Por isso, é in-discutível sua importância em relaçãoao intercâmbio cultural que ele propor-ciona. O grupo vai aproveitar para de-monstrar o que estamos fazendo aquino Brasil em relação à construção deinstrumentos, que é o caso do trombo-ne G. Gagliardi, da Weril, e também umrepertório bem diversificado e com bas-tante música brasileira. Nosso objetivoé ser uma novidade marcante no even-to, edificando ainda mais a boa ima-gem do trombone no Brasil, tanto doponto de vista pedagógico como do de-

senvolvimento de nova literatura econstrução de novos instrumentos.RW – É preciso mudar alguma coisana produção de música instrumentalbrasileira?RFN – Em termos de quantidade equalidade de produção musical, nósevoluímos bastante, mas cometemoso grande pecado de não darmos im-portância à maneira como esta músi-ca deveria ser levada até as pessoas,para que elas também aprendessema apreciá-la. Por isso, o mais urgenteno momento é popularizar, de formasistematizada, a música instrumental.Os mecanismos para fazer com queisto aconteça são muitos, mas preci-sam ser estudados criteriosamentepara que sua aplicação seja eficiente.Pessoalmente, acredito que isto só serápossível se houver um compromissoconjunto entre músicos, Estado, inici-ativa privada e mídia.RW – Teoria versus prática, o que émais importante?RFN – O importante é haver um certoequilíbrio entre os dois. Eu diria que afórmula ideal seria 60% de prática e

40% de teoria, porque, pelo menosna música, nós sabemos que a teoriasurgiu para explicar a prática, daí anecessidade de se praticar mais.RW – Como organizar de forma pro-dutiva o tempo de estudos?RFN – Acredito que sob a orientaçãode um professor que tenha credibili-dade pedagógica, a forma mais produ-tiva para organizar o tempo de estudospara um instrumentista de metal, denível intermediário a avançado, é a se-guinte: aproximadamente 30 minutos deexercícios clínicos para aquecimento,uma hora para exercícios de métodos,uma hora para praticar o repertório solo,40 minutos dedicados ao repertório demúsica de câmara e 40 minutos parapraticar o repertório de orquestra, o quesoma um total de quase quatro horas,que devem ser distribuídas ao longo dodia, manhã, tarde e noite, cuidando paraque os períodos de prática sejam de pre-ferência de uma hora e meia, e nãoultrapassando duas horas seguidas. Éimportante também que haja um espa-ço mínimo de duas a três horas entreum período e outro.

Doutor em trombone performance pela Catholic University ofAmerica, Estados Unidos - título obtido após mestrado na JuilliardSchool, de Nova York, Radegundis Feitosa Nunes venceu diversosconcursos nacionais e internacionais.Como professor, mantém atividades regulares no departamento deMúsica da Universidade Federal da Paraíba e ministra workshopsem festivais em todo o Brasil, além de se apresentar como solista,camerista e instrumentista de orquestra no Brasil, Estados Unidos eEuropa. No próximo mês de maio, acompanhado de outrostrombonistas de renome, irá representar o Brasil no FestivalInternacional de Trombones, no Texas (EUA), um eventoorganizado pela International Trombone Association.

A caminho

Radegundis: repertório bem brasileiro nos EUA

Informações sobre o Festival pelo site: http://www.ita-web.org/festival16 04/2002

ENTREVISTA

Beat

riz W

eing

rill